04 Ocupacao Do Interior Da Colonia PDF

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A UA UL L AA

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MÓDULO 1
Ocupação do interior
da Colônia

Nesta aula A
tualmente, o Brasil é um dos maiores países
do mundo. Você tem idéia de como se formou esse território? A resposta para
isso está no estudo do nosso passado colonial. Nesta aula vamos voltar a esse
passado para descobrir como tudo aconteceu. Você verá como, ao longo dos
séculos, os portugueses foram ocupando o território brasileiro e formando o que
se chama de regiões coloniais . Mas será que, naquele tempo, nesse vasto ter-
ritório em formação, alguém se sentia brasileiro?

Este mapa
mostra o Brasil
no século XVI,
quando
começaram as
primeiras
atividades
econômicas e
teve início a
penetração pelo
interior.

Deixando de arranhar o litoral como caranguejos

No tempo da descoberta do Brasil, brasileiros eram os comerciantes de


pau-brasil, madeira que servia para fazer tinturas e que hoje está em extinção. E,
de acordo com o Tratado de Tordesilhas, o território que cabia a Portugal ficava
restrito a uma pequena parte do leste do atual Brasil.
Você já viu que os portugueses começaram a ocupar o território brasileiro a
partir do litoral, na época em que deram início ao plantio de cana-de-açúcar e à
construção de engenhos, usando trabalho escravo.

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OCUPAÇÃO DO TERRITÓRIO A U L A

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SÉCULO XVI l COLONIZAÇÃO NO LITORAL
1501-1600 l EXPLORAÇÃO DO PAU- BRASIL
l CULTIVO DA CANA- DE- AÇÚCAR

SÉCULO XVII l PECUÁRIA ESTENDE- SE PARA O INTERIOR E PARA O SUL


1601-1700 l BANDEIRAS DE APRESAMENTO DE INDÍGENAS
l BANDEIRAS DE MINERAÇÃO - DESCOBERTA DE OURO EM MINAS GERAIS E GOIÁS

SÉCULO XVIII l OCUPAÇÃO DA REGIÃO DAS MINAS


1701-1800 l DECADÊNCIA DA ATIVIDADE AÇUCAREIRA
l CICLO DO OURO
l AUMENTO DO TERRITÓRIO
l FUNDAÇÃO DE CIDADES NO INTERIOR

Conforme o povoamento da Colônia aumentava, desenvolviam-se outras


atividades, e o resultado disso foi a ocupação de novas regiões. Podemos desta-
car a criação de gado entre essas novas atividades. Os animais eram utilizados
para movimentar as moendas e para transportar cargas, o que transformou a
pecuária numa atividade complementar à da produção de açúcar.

Pecuária

Com o sucesso da lavoura do açúcar, que motivou a ocupação das terras do


litoral, o gado foi sendo levado para o interior, para o sertão do atual Nordeste,
partindo de Pernambuco, Bahia, Ceará e, seguindo o curso dos rios, até o
Maranhão e o Piauí.
Várias fazendas de tamanho médio, dirigidas e administradas pelos vaquei-
ros, foram surgindo à beira dos rios, dando origem à região pastoril.
Nesse momento inicial, a pecuária empregava o trabalho livre de índios e
mestiços. No século XVIII, também a pecuária passou a dar preferência ao
trabalho escravo. Famílias escravas cuidavam do gado que era recolhido aos
currais, especialmente nas grandes fazendas de criação de propriedade das
ordens religiosas.
Ainda no século XVIII, a pecuária também foi se desenvolvendo mais em
direção ao sul do país, voltada principalmente para o setor de transporte. Os
fazendeiros dessa região criavam tropas de mulas para o transporte do ouro que
havia sido descoberto em Minas Gerais.

Entrando pelo interior

Longe do gado e das fazendas, nos sertões mais escondidos, estavam os


povos indígenas. Lá também se instalaram as ordens religiosas pioneiras na
cristianização dos nativos.
Já sabemos que essas ordens, especialmente a Companhia de Jesus, - cujos
padres eram chamados de jesuítas -, tinham como objetivo expandir a fé cristã.
Para isso, nas Américas, criaram as missões , espécie de aldeias organizadas por
eles, onde os índios trabalhavam e aprendiam a religião e os costumes cristãos.
Na realidade, os jesuítas desenvolveram um tipo especial de colonização, e
muitas vezes entraram em conflito com os governantes portugueses, franceses

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A U L A ou espanhóis. Não por acaso foram expulsos do Brasil no século XVIII, quando
Portugal se esforçava para aumentar seu controle sobre as terras do Brasil.

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Drogas do sertão

Na região do vale do rio Amazonas, com mata densa e de difícil penetração,


as missões formavam a linha de frente da ocupação portuguesa. Ali, os índios
aldeados realizavam o trabalho de coleta de produtos florestais, e os jesuítas
exportavam para a Europa as chamadas drogas do sertão : canela, cravo, cacau,
castanha, entre outras. Essa era uma atividade muito lucrativa, que a Coroa
portuguesa tentou continuar, depois da expulsão da Companhia de Jesus do
Brasil. Nessas missões, os indígenas caçavam, pescavam e plantavam, além de
fabricarem todos os objetos necessários para seu dia-a-dia.

No século XVIII,
grande parte do
atual território
brasileiro já havia
sido ocupado.
A base dessa
ocupação eram as
atividades
econômicas.

São Vicente

Mas o vale amazônico não era a única região colonial onde, até o século
XVIII, havia pouca presença portuguesa e o controle da Metrópole era reduzido.
Este também era o caso de São Vicente (no atual estado de São Paulo), embora
fosse a mais antiga povoação portuguesa em terras do Brasil.
Mais afastada da Europa do que Pernambuco e Bahia, a região de São Vi-
cente não se desenvolveu como a da grande lavoura . Vivendo em situação de
pobreza, os habitantes de São Vicente começaram a se deslocar para o interior,
fugindo das invasões do litoral por estrangeiros, tão comuns no século XVI. No
interior, os vicentinos dedicaram-se à captura de índios, os quais eram utilizados
em suas fazendas e vendidos como escravos para a capitania do Rio de Janeiro,
onde a lavoura de cana-de-açúcar, no século XVII, estava se iniciando. Nos
sertões do sul do país eles enfrentaram os jesuítas, cujas missões atacavam com
freqüência para capturar os nativos. Ali, os índios já estavam habituados ao
trabalho regular e aos costumes dos europeus.

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Muitas vezes, os vicentinos também eram contratados para recuperar escra- A U L A
vos fugidos e destruir seus acampamentos. E foi com a busca do ouro, no interior,
que São Vicente voltou a despertar a atenção da Metrópole.
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Em busca do ouro

No século XVII, houve modificações importantes nas relações entre a


Colônia e a Metrópole. A partir desse momento, mais do que nunca interessados
na descoberta de metais preciosos, os reis portugueses vão utilizar-se dos
serviços dos bandeirantes, como ficaram conhecidos os vicentinos.
A região dos vicentinos, apesar de ter iniciado com sucesso o processo de
colonização, tornou-se, por volta do século XVI, uma região pobre e de popula-
ção reduzida. No início do século XVII, os vicentinos vão se dedicar à caça ao
índio e à busca de metais preciosos (ciclo do ouro de lavagem), penetrando o
interior do território.
O estímulo à busca do ouro não ocorreu por acaso. Vários fatores concorre-
ram para isso: a crise econômica portuguesa, a queda do preço do açúcar por
causa da concorrência da produção das Antilhas holandesas, o esgotamento das
minas da América espanhola, o que gerou profunda crise monetária na Europa.

Este mapa reúne


praticamente
todas as
atividades
econômicas
desenvolvidas no
território colonial,
durante os três
primeiros séculos
do domínio
português.

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A U L A O reconhecimento da região, feito em 1668 por Lourenço Castanho, por


ordem do rei de Portugual, prosseguiu com o envio da bandeira de Fernão Dias

4 Pais. Só no final do século XVII é que se descobriram importantes jazidas. O ouro


foi encontrado simultaneamente em vários locais das áreas hoje ocupadas por
Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso.
As bandeiras eram verdadeiras expedições armadas que penetravam o
interior do território colonial. Quando financiadas pela Coroa portuguesa,
recebiam o nome de entradas. No final do século XVII, os bandeirantes desco-
briram ouro no atual estado de Minas Gerais. Como resultado disso, várias vilas
foram fundadas por gente que vinha de outros pontos da Colônia, e até da
Metrópole, e se estabelecia na região central.
No século XVIII, as minas de ouro, prata e diamantes deram a Portugal um
novo período de prosperidade.
Em 1763, o centro administrativo da colônia - que era em Salvador - foi
transferido para a cidade do Rio de Janeiro, porto mais próximo da região
mineradora. E ficou claro o predomínio dessa região sobre o Nordeste açucarei-
ro, que passava por grave crise em sua produção, sem contudo desativá-la.
A região mineradora foi responsável pelo grande crescimento popula-
cional da Colônia, fazendo, inclusive, com que o número de pessoas livres
superasse, pela primeira vez, o de escravos. Mesmo assim, a mão-de-obra
escrava predominava na região.
A vida urbana tornou-se mais intensa, mas aumentou o controle da Metró-
pole. Nunca o Pacto Colonial foi tão utilizado pela Metrópole e tão detestado
pela Colônia. Os impostos eram altos e as exigências metropolitanas cresceram.
A política colonial de Portugal sempre obedeceu aos objetivos mercantilistas
que vigoravam na Época Moderna. Seu território colonial estava fragmentado
em diversas regiões econômicas, de difícil comunicação entre si e, muitas vezes,
de difícil comunicação com a Metrópole. O controle que Portugal exercia sobre
cada região era maior ou menor, de acordo com o interesse dessa região para o
sistema colonial. Por isso, as regiões mais controladas eram aquelas ligadas à
exportação de gêneros que atendiam às necessidades do comércio europeu e
proporcionavam maiores lucros à Metrópole. As demais, aquelas que se
ligavam mais diretamente ao consumo do mercado interno, não eram tão
controladas e, ao mesmo tempo, apresentavam população menor.

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O tempo Se hoje vemos um Brasil tão cheio de diferenças, naquele tempo as
não pára palavras Brasil e brasileiro tinham outros significados. Sabemos, agora, que
a própria área que hoje conhecemos como Brasil não corresponde ao primeiro
território de que Portugal tomou posse.
O movimento de ocupação acabou desrespeitando a marca inicial do
Tratado de Tordesilhas. Por causa disso, foram feitos vários outros tratados
entre Portugal e Espanha, no final do século XVII e ao longo do século XVIII.
A modificação das fronteiras foi constante e até batalhas foram travadas
por causa delas. Porém, nenhuma das regiões da Colônia se sentia brasileira .
A única noção de pátria que reunia as regiões coloniais era a de pátria
portuguesa. Este território americano, também conhecido como Brasil, fazia
parte do grande Império Colonial Português dessa época.

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Relendo o texto Exercícios
A U L A

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Leia mais uma vez o texto da aula, sublinhe as palavras que não entendeu e
procure ver o que elas significam, no dicionário ou no vocabulário da Unidade.
1. Releia Deixando de arranhar o litoral como caranguejos e Entrando pelo
interior e complete o quadro abaixo:
ATIVIDADE
REGIÕES LOCALIZAÇÃO M Ã O- D E- O B R A
ECONÔMICA

2. Releia Em busca do ouro e responda às perguntas:


a) Qual foi a importância das bandeiras para a expansão do território colo-
nial? Por que os bandeirantes capturavam indígenas?
b) Retire do texto trechos que apresentem importantes modificações na vida
da Colônia que ocorreram a partir da descoberta de metais preciosos.
3. Dê um novo título ao texto desta aula.

Fazendo a História
1. O documento abaixo descreve a expansão da pecuária na América
portuguesa.
“E porque as fazendas e currais do gado se situam onde há largueza de
campo e água sempre manente [permanente] dos rios ou lagoas: por isso
os currais da parte da Bahia estão postos na borda do rio de São
Francisco, na do rio das Velhas (...) e de outros rios, nos quais, por
informações tomadas de vários, que correrão esse sertão, estão atual-
mente mais de 500 currais.”
Fonte: Antonil, 1711
Retire desse documento um trecho em que o autor mostra as razões do gran-
de desenvolvimento da pecuária nas proximidades dos rios. O que você
aprendeu sobre o mesmo assunto, a partir da leitura do item Pecuária?

2. Leia o documento abaixo:


“A sede insaciável do ouro estimulou a tantos a deixarem suas terras e
a meterem-se por caminhos tão ásperos como são os das minas, que
dificilmente se poderá dar conta do número de pessoas que atualmente
lá estão (...) A mistura é de toda condição de pessoas: homens e mulheres,
moços e velhos, pobres e ricos, nobres e plebeus, seculares e clérigos, e
religiosos de diversos institutos, muito dos quais não têm no Brasil
convento nem casa.”
Fonte: Antonil, 1711
O que esse documento informa sobre as alterações no povoamento do Brasil
colonial a partir da descoberta do ouro?

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