Brasil Colônia

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Brasil Colônia

Brasil Colônia foi o período da história brasileira em que Portugal dominou


e explorou o Brasil. Teve fim em 1822, quando ocorreu a independência
do Brasil.

"O Brasil Colônia correspondeu ao período em que Portugal colonizou a porção leste
da América do Sul, que hoje corresponde à grande parte do território brasileiro. De
1500 até 1822, os portugueses colonizaram o Brasil, explorando suas riquezas para
atender às demandas do mercado europeu. Apesar disso, a historiografia recente
reconhece o período anterior à colonização efetiva dos portugueses como Pré-
Colonial, equivalente ao período de 1500 a 1530 e à primeira fase da colonização
no país.

Período Pré-Colonial do Brasil

A colonização do Brasil foi iniciada com a chegada dos portugueses, em 22 de abril


de 1500, e o período pré-colonial do Brasil corresponde à primeira fase do processo
de colonização. A esquadra liderada por Pedro Alvares Cabral tinha como destino
original as Índias, para estreitar os laços comerciais que os portugueses haviam
estabelecido com os orientais. Assim, Pedro Alvares Cabral desembarcou no Brasil,
mas o seu primeiro destino eram as Índias.

Algumas correntes historiográficas questionam o destino de Cabral em 1500. Alguns


historiadores afirmam que o seu destino era, de fato, a América, pois Portugal
reconheceu a existência de novas terras a oeste logo após a chegada de Cristovão
Colombo, em 1492.

A missão cabralina era assegurar o domínio português sobre as terras a serem


descobertas. Essa afirmação encontra justificativa nas discussões entre
portugueses e espanhóis na elaboração do Tratado de Tordesilhas.

A princípio, a demarcação feita foi questionada por Portugal, que desejava uma
fronteira mais a oeste. Deduz-se que esse pedido seja um reconhecimento da Coroa
portuguesa de que Colombo não havia chegado a uma simples ilha, mas sim a um
continente mais extenso, e que era do interesse de Portugal colonizar as regiões
que ainda não tinham sido dominadas pela Espanha.

Logo após o desembarque, os portugueses encontraram no pau-brasil a primeira


atividade econômica da colônia recém-conquistada, pois era uma árvore abundante
no litoral brasileiro. A madeira e a seiva da árvore foram usadas pelos europeus na
confecção de móveis e no tingimento dos tecidos.

Não era um produto valioso no mercado externo, mas era a primeira oportunidade
encontrada para dar início à colonização brasileira. Os indígenas extraíam a árvore
e a colocavam nas embarcações portuguesas em troca de produtos sem valor
comercial, como espelhos e outros apetrechos.

Início do Brasil Colônia

Com a crise do comércio das especiarias, em meados do século XVI, os portugueses


decidiram investir na ocupação e exploração do Brasil. As tentativas de invasão
vindas da França e da Inglaterra também fizeram com que Portugal ocupasse em
definitivo o território brasileiro. Por três séculos, os portugueses dominaram o Brasil,
explorando suas riquezas, como a cana-de-açúcar e o ouro, cobrando impostos e
abafando revoltas coloniais, até 7 de setembro de 1822, data da proclamação da
independência brasileira.

Durante o Brasil Colônia, a arquitetura seguia o modelo implantado em Portugal.

Implantação das capitanias hereditárias no Brasil Colônia

Os portugueses adotaram no Brasil a mesma forma de administração utilizada nas


colônias da ilha da Madeira, no litoral africano. O território foi dividido em porções
de terra para serem distribuídas entre nobres aliados da Coroa portuguesa. Eram as
capitanias hereditárias.

A ideia era descentralizar a administração colonial. Os donatários, como foram


chamados os que geririam as capitanias, tinham como função garantir a segurança,
verificar se a região era próspera para a exploração e garantir o pleno cumprimento
das ordens reais. O desinteresse dos donatários em investir no Brasil fez com que
as capitanias hereditárias não dessem certo. Apenas as capitanias de Pernambuco e
São Vicente prosperaram.

Implantação do Governo-Geral no Brasil Colônia

Como a descentralização do poder não conseguiu administrar de forma eficiente o


Brasil Colônia, a Coroa portuguesa decidiu centralizar o governo a partir da
província da Bahia. Iniciava-se o Governo-Geral, com a colônia sendo governada
pelo governador-geral, uma pessoa de confiança do rei de Portugal para exercer o
domínio metropolitano. O primeiro governador foi Tomé de Souza, e uma de suas
ações à frente do governo foi a construção da cidade de Salvador, que se tornou a
primeira capital brasileira.

O Governo-Geral investiu na construção de engenhos de cana-de-açúcar, atividade


econômica que prosperou nos primeiros tempos coloniais. Ao longo do litoral
nordestino, espalharam-se inúmeras plantações de cana-de-açúcar, cujo principal
objetivo era abastecer o mercado europeu.

Portugal fez um acordo com a Holanda: os portugueses enviariam a cana-de-açúcar


para a Europa, e os holandeses ficariam responsáveis pelo refino e a
comercialização do produto. Estabeleceu-se, dessa forma, o Pacto Colonial, no qual
Portugal teria o monopólio do comércio brasileiro, fazendo que a economia colonial
girasse em torno dos interesses metropolitanos.

Com os governadores-gerais, chegaram ao Brasil os primeiros padres jesuítas. Esses


religiosos vieram em missão para evangelizar os indígenas. Não demorou para que
os padres entrassem em conflito com os portugueses por conta do uso do trabalho
indígena.

Enquanto os colonos queriam escravizar os indígenas para o trabalho na lavoura de


açúcar, os jesuítas defendiam sua ação missionária. Esse conflito foi apaziguado
com os religiosos conduzindo os indígenas para regiões distantes do litoral e
mantendo o trabalho de evangelização. Nas missões jesuíticas, os indígenas
trabalhavam na terra e dela se sustentavam.

Com o fracasso na escravidão indígena e a necessidade urgente de mão de obra


para trabalhar no plantio e colheita da cana-de-açúcar, os portugueses encontraram
nos negros africanos a força trabalhadora.

A partir do século XVI até 1888, o Brasil se sustentou tendo como base a mão de
obra escravizada negra, primeiramente nos engenhos de açúcar no Nordeste, e
depois na mineração no centro-sul colonial. Os negros africanos foram escravizados
e o tráfico negreiro se tornou uma das atividades mais rentáveis do Brasil Colônia.

O Governo-Geral ficou responsável pela defesa da colônia, para isso, instalou em


pontos estratégicos inúmeras fortificações militares para garantir a posse
portuguesa das terras povoadas e expulsar as tribos indígenas mais avessas ao
contato com o colonizador. A ameaça dos franceses invadirem a Baía da Guanabara
fez com que o governador-geral Estácio de Sá construísse a cidade do Rio de
Janeiro, que, em meados do século XVIII, tornou-se capital da colônia.

Economia no Brasil Colônia

Enquanto o Brasil esteve sob o domínio de Portugal, a economia foi de exportação,


para atender aos interesses do mercado externo. A primeira atividade econômica
foi a extração do pau-brasil. Como os portugueses não encontraram nenhum metal
precioso no primeiro contato com a terra recém-encontrada, o comércio daquela
árvore da Mata Atlântica possibilitou aos colonizadores um ganho na exploração do
Brasil Colônia. A Coroa portuguesa acreditava que encontraria metais preciosos com
a mesma facilidade com que os espanhóis encontraram na América Central.

Percebendo que a terra colonial era fértil e o clima favorável, os portugueses deram
início, no século XVI, à plantação de cana-de-açúcar. Engenhos foram construídos
no litoral nordestino para a produção açucareira. Com o fracasso na escravização da
mão de obra indígena, a solução veio dos negros africanos. À medida que se
produzia açúcar, maior era o número de escravizados negros em solo brasileiro. O
tráfico negreiro se tornou uma atividade econômica altamente lucrativa.

A crise do açúcar ocorreu em meados do século XVII, quando os holandeses foram


expulsos de Pernambuco. Os invasores começaram a plantar cana-de-açúcar nas
Antilhas, sua colônia na América Central, e logo se tornaram concorrentes do açúcar
brasileiro. Isso fez com que o preço da produção açucareira feita no Brasil se
desvalorizasse. A Coroa portuguesa decidiu então investir em expedições para o
interior brasileiro, no intuito de descobrir metais preciosos e fazer a colônia voltar a
dar lucro.

No século XVIII, bandeirantes que saíram de São Paulo para o sertão do Brasil
encontraram na região de Minas Gerais as primeiras minas de ouro. Logo que a
notícia se espalhou, milhares de pessoas se deslocaram para as regiões, dando
origem às primeiras cidades no interior brasileiro, como Ouro Preto, Mariana e
Cidade de Goiás.

al qual na produção açucareira, os metais preciosos foram levados para Portugal.


Em torno das minas de ouro, formou-se um comércio que atendia às demandas dos
exploradores. A mão de obra usada nas minas era a negra escravizada. Para
aumentar o controle sobre a produção do ouro, a Coroa portuguesa decidiu
transferir a capital do Brasil de Salvador para o Rio de Janeiro.

Fim do Brasil Colônia

O fim do Brasil Colônia esteve atrelado à crise do Antigo Regime na Europa. A


Revolução Francesa e a Era Napoleônica alteraram a dinâmica política europeia,
enfraquecendo diversas monarquias absolutistas.

Ao não atender ao pedido francês de romper os laços econômicos com a Inglaterra,


Portugal teve seu território invadido por tropas napoleônicas. Isso motivou a fuga da
família real portuguesa para o Brasil, no ano de 1808. Essa transferência fez com
que o centro do poder saísse da metrópole e se instalasse na colônia.

Enquanto Portugal enfrentava a invasão da França, o Brasil pôde ampliar sua


autonomia com as medidas tomadas pelo rei português d. João VI, como a abertura
dos portos às nações amigas e a elevação a Reino Unido de Portugal, Brasil e
Algarves. A luta pela independência brasileira se tornou ordem do dia e de muito
interesse para a elite colonial, que considerava o domínio português como um
entrave para o seu desenvolvimento econômico.

Com o retorno de d. João VI para Portugal logo após a Revolução do Porto, o príncipe
regente d. Pedro I permaneceu no Brasil e descumpriu todas as ordens portuguesas.
O apoio da elite fê-lo liderar e declarar a independência do Brasil, que ocorreu em 7
de setembro de 1822, em São Paulo."

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