Aluminotermia 08 2018
Aluminotermia 08 2018
Aluminotermia 08 2018
CAMPUS TIMÓTEO
Parte teórica
Um alto-forno reduz o metal, a partir do seu minério oxídico, através de carbono ou monóxido
de carbono. Este processo se chama de “redução carbotérmica”. A combustão de carbono (que
está disponível em excesso) fornece a alta temperatura que for necessária para fundir o metal
e a escória, os dois produtos principais deste processo.
Em pequena escala, outros metais, por sua vez mais reativos frente o oxigênio do que o ferro,
podem ser empregados como redutores alternativos. Como as seguintes equações mostram,
eles liberam energias consideráveis:
Sabemos que a temperatura ótima do processamento de Fe líquido fica em torno de 1.600 °C,
então precisamos de um aditivo que abaixa a temperatura desta mistura. Usa-se geralmente
sucata de ferro ou aço, de preferência a varredura da serralharia, onde grande parte é Fe metal
(sua fusão é endotérmica, então consome energia) e o tamanho dos grãos é < 1 mm.
Oferecem-se também aditivos que introduzem os metais de liga desejados (carbono,
manganês, níquel, cromo, molibdênio e vanádio, principalmente).
A aplicação principal da aluminotermia é a solda de trilhos de trem. Os trilhos devem ser pré-
aquecidos a 700 a 900 °C e se aplica em torno de 13 Kg de mistura de termita para uma solda
de qualidade.
Existem várias formas de ignição deste mini-alto-forno. Note que nem todas as misturas são
viáveis nesta prática, devido seu inerente perigo de explosão:
Fita de Mg (por sua vez, mais reativo ainda frente ao O2 do que Al)
Permanganato de potássio e glicerina (ca. 25 g de KMnO4 e 6 mL de glicerina)
Misturar cuidadosamente (explosivo!) 1 g de KClO3 com 1 g de açúcar, posicionar em
cima da mistura de termita e gotejar 1 gotinha de H2SO4 conc.
Misturar cuidadosamente (explosivo!) 10 g de peróxido de bário com 15 g de magnésio
em pó, sob exclusão rigorosa de umidade; posicionada em cima da termita essa mistura
pode ser acesa por uma fita de Mg de > 10 cm de comprimento. Um pavio alternativo é
uma fita de papel de filtro que foi mergulhado em KNO3 conc. e secado.
Enfiar duas "velas-estrelinha de festa" acesas;
Melhor do que a última funcionam as "velas especiais para aluminotermia" que são
comercialmente disponíveis.
Parte prática
a) Usaremos um pequeno vaso de barro (comprar na floricultura) e fechamos o buraco
em baixo com uma pequena moeda.
b) Misturam-se 100 g de minério de ferro (hematita) com 25 g de pó da serralharia e a
quantidade necessária de raspas de alumínio (observação: devido às impurezas
contidas nas raspas de Al, deve-se acrescentar 5% acima do calculado).
c) Todos os componentes desta reação devem ser secos (estufa a 200 °C, 24 h). A
mistura de termita está sendo usada enquanto estiver quente.
d) As raspas de Al contêm uma camada grossa de óxido que as protege da oxidação. Isso
pode acarretar certas dificuldades na hora da ignição.
e) Óculos de proteção são imprescindíveis, durante toda a prática!
f) Deve-se usar 25 g de KMnO4 (frio). Essa porção é colocada numa cavidade da mistura
de termita, até chegar numa profundidade de alguns centímetros. Em cima do KMnO 4
deve-se fazer uma pequena cavidade para a glicerina.
g) Usaremos cerca de 6 a 8 mL de glicerina (frio).
h) Despejar toda a glicerina na cavidade do KMnO4 e afastar-se rapidamente da mistura.
O tempo de indução é cerca de 10 segundos.
i) O ferro fundido pode ser resfriado por um jato de água, liberado da escória e pesado.
Questionário:
1. Calcule à base da equação geral da aluminotermia, a quantidade necessária de Al, para
transformar 100 g de Fe2O3 em ferro metálico.
2. Formule a reação redox devidamente equilibrada, de KMnO4 e glicerina (os produtos
podem ser MnO2 ou MnO; escolhe um).
3. Calcule o rendimento em ferro obtido (em % do valor teórico que se dá do peso do
minério da composição Fe2O3 e do ferro em pó da serralharia).