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Incêndios e Explosões
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A História do Fogo – Conceitos
Revisão Textual:
Prof. Me. Luciano Vieira Francisco
A História do Fogo – Conceitos
Objetivos
• Compreender a necessidade dos sistemas de proteção e combate a incêndio através
da história;
• Entender o que é o fogo e as suas vantagens e desvantagens;
• Compreender os tipos de incêndio e a sua forma de combate.
Caro Aluno(a)!
Normalmente, com a correria do dia a dia, não nos organizamos e deixamos para o úl-
timo momento o acesso ao estudo, o que implicará o não aprofundamento no material
trabalhado ou, ainda, a perda dos prazos para o lançamento das atividades solicitadas.
Assim, organize seus estudos de maneira que entrem na sua rotina. Por exemplo, você
poderá escolher um dia ao longo da semana ou um determinado horário todos ou alguns
dias e determinar como o seu “momento do estudo”.
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de
discussão, pois estes ajudarão a verificar o quanto você absorveu do conteúdo, além de
propiciar o contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de
troca de ideias e aprendizagem.
Bons Estudos!
UNIDADE
A História do Fogo – Conceitos
Contextualização
A presente Unidade vem despertar a preocupação em observar o passado para evitar
os mesmos erros no futuro, apresentando, assim, um pouco da história de nossas tragé-
dias e os conceitos de proteção e combate a incêndio que devemos conhecer e observar.
Dessa forma, aproveite o conteúdo desta Unidade e todos os demais recursos dis-
poníveis ao aprofundamento teórico nesta área de conhecimento, que é a segurança
contra incêndio.
Bom estudo!
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História – a Origem (Fogo)
Desde os primórdios da humanidade, o fogo é uma das maiores descobertas já rea-
lizadas pelo ser humano; entretanto, é preciso saber controlá-lo para obter proveito de
seus benefícios. Se não houver o controle do fogo pelo ser humano, aparecerá o perigo
de vida e patrimonial.
Figura 1
Fonte: Getty Images
Após a Segunda Guerra Mundial, o fogo começou a ser encarado como Ciência, afinal,
envolve conhecimentos de Física, Química, comportamento humano, Engenharia etc.
Dessa forma, surgiu uma tendência internacional em exigir que todos os materiais,
componentes, sistemas construtivos, equipamentos e utensílios empregados nas edifi-
cações sejam testados e certificados, de modo a garantir o seu perfeito desempenho
durante um acidente, por exemplo, em função de falha no controle do fogo.
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UNIDADE
A História do Fogo – Conceitos
Assim, revisaremos algumas das principais tragédias ocorridas no Brasil, que for-
çaram a criação de legislação, normas e instruções mais adequadas à proteção contra
incêndio no País.
Apesar das centenas de mortes, a tragédia apenas não foi maior porque muitas pes-
soas conseguiram ser resgatadas por meio do heliponto, na cobertura.
Após esse incêndio, a Prefeitura de São Paulo reformulou o Código de Obras e mui-
tos grupos de trabalho foram criados para elaborar ou reformular normas e instruções
de proteção e combate a incêndio. Vejamos algumas das causas dessa tragédia:
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• Fogo: o incêndio se iniciou por conta de uma sobrecarga no sistema elétrico no
segundo pavimento e consumiu os cartazes de publicidade das Casas Pirani, colo-
cados sobre a marquise do prédio;
• Manutenção elétrica: atualmente, a legislação obriga, quando da renovação do
Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros (AVCB), que seja emitido um atestado de
elétrica, ou seja, um checklist das condições das instalações elétricas, indicando a
sua adequação e ausência de riscos aparentes;
• Saídas de emergência: o edifício não possuía escada de segurança para a saída
em casos de emergência;
• Brigada de incêndio: não havia brigada de incêndio treinada, inclusive com simu-
lações realizadas;
• Estrutura do prédio: há aqui pontos positivos e negativos, pois ao mesmo tempo em
que a fachada de vidro facilitou a propagação do fogo nos andares – dado que não era
antichamas –, a estrutura de laje de cobertura do prédio contava com um heliponto,
o qual possibilitou o salvamento de muitas pessoas – resgatadas por helicópteros.
O Edifício Joelma foi construído em concreto armado e os seus 23 andares eram ocu-
pados por estacionamentos nos primeiros andares e escritórios nos demais pavimentos.
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UNIDADE
A História do Fogo – Conceitos
A história nos mostra que não podemos parar no tempo e acreditar que os proce-
dimentos, as normas e instruções existentes sejam o suficiente para a preservação de
pessoas e do patrimônio quando se trata da proteção contra incêndio.
Observe que mesmo com uma legislação, com normas e instruções sobre os procedi-
mentos a serem seguidos no quesito proteção contra incêndio, ocorreram outros casos
emblemáticos, por exemplo:
• Na boate Kiss, em 27 de janeiro de 2013, na Cidade de Santa Maria, RS;
• No Museu da Língua Portuguesa, em 21 de dezembro de 2015, na Cidade
de São Paulo;
• No edifício irregularmente ocupado e chamado de Wilton Paes de Almeida, em 1º
de maio de 2018, na região do Largo do Paiçandu, em São Paulo;
• No Museu Nacional do Brasil, em 2 de setembro de 2018, no Rio de Janeiro.
Como podemos evitar a ocorrência de grandes tragédias com relação à proteção e combate
a incêndio no Brasil?
Conceitos Básicos
Fogo
Segundo a Instrução Técnica (IT) do Corpo de Bombeiros da Polícia Militar do Estado
de São Paulo, fogo pode ser definido como um fenômeno físico-químico onde se tem
lugar uma reação de oxidação com a emissão de calor e luz.
Para que possa existir fogo, é necessária a combinação de quatro componentes bá-
sicos: combustível, calor, comburente – oxigênio – e reação em cadeia, assim como
apresentado esquematicamente na seguinte Figura:
VEL
COM
STÍ
BU
FOGO
BU
REN
COM
Reação em
TE
Cadeia
CALOR
Figura 2 – Tetraedro do fogo
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Combustível corresponde a todo elemento que queima e alimenta a combustão, po-
dendo ser encontrado nos estados sólido, líquido e gasoso.
Calor pode ser definido como uma forma de energia, sendo o elemento que inicia o
fogo e permite que se propague. Pode ser um material em alta temperatura, um curto-
-circuito, uma faísca etc.
Por fim, temos a reação em cadeia, que se trata da sequência que ocorre no incên-
dio. Um combustível, ao se aquecer, libera vapores combustíveis que, em contato com
uma fonte externa de calor, entram em combustão, esta que aquece ainda mais o com-
bustível, liberando mais vapores combustíveis, gerando, assim, maior combustão. Essa
reação em cadeia continuará até que não haja mais vapores combustíveis para serem
liberados do material combustível.
Temperatura
Todos os materiais combustíveis possuem três pontos de temperatura em caso de
incêndio. Esses pontos são classificados da menor temperatura para a maior, sendo o
primeiro o ponto de fulgor, o segundo o ponto de combustão e, por último, o ponto de
ignição – tais pontos de temperatura são importantes para o controle de um incêndio.
Imagine você preparando o jantar e, para isso, resolve fritar um bife. É preciso to-
mar cuidado, pois manipulará o fogo! Ao iniciar o preparo da comida, coloca o óleo na
frigideira e o bife, porém, no meio desse preparo você se descuida, virando um pouco
a frigideira, de modo que repentinamente a chama toma conta da sua parte interna,
apagando-se rapidamente, mas logo em seguida voltando a se incendiar.
Isso ocorre porque o óleo como combustível líquido, ao se aquecer, começa a soltar
vapor que se inflama em contato com a fonte de calor, porém, não é possível manter a
chama que se apagou rapidamente–tal condição corresponde ao ponto de fulgor.
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UNIDADE
A História do Fogo – Conceitos
Propagação
Na ocorrência de um incêndio, o calor e fogo podem se propagar de um local a outro
por meio de três formas distintas: condução, convecção e radiação.
Classes de Incêndio
Podemos considerar basicamente o incêndio dividido em cinco classes principais:
fogo de classe A, B, C, D e K, conforme as características do material combustível.
Assim, a classe:
• A: representa os materiais que queimam em superfície e profundidade, tais como a
madeira, o papel, tecido, entre outros;
• B: corresponde aos materiais inflamáveis que queimam na superfície, tais como o
álcool, a gasolina, o querosene etc.;
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• C: representa os equipamentos elétricos e eletrônicos energizados, tais como os
computadores, as televisões, os motores, entre outros;
• D: metais combustíveis: corresponde aos materiais que requerem agentes extinto-
res específicos, tais como o pó de zinco, sódio, magnésio etc.;
• K: é uma designação específica para óleo e gordura em cozinhas.
A classe de fogo identifica o tipo correto de extintor a ser utilizado e/ou a forma adequada
de combate ao incêndio.
Métodos de Extinção
Se não for possível evitar o princípio de incêndio, como devemos agir para extingui-lo?
Qual deve ser a forma correta de extinção do incêndio?
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UNIDADE
A História do Fogo – Conceitos
Prevenção tem como objetivo medidas de segurança de modo a evitar o incêndio pro-
priamente dito, agindo na separação do calor e combustível, dois componentes básicos
do tetraedro do fogo. Assim, podemos entender como medidas de prevenção aquelas
que ditam as regras de quantidade de armazenamento de combustíveis, distâncias entre
materiais combustíveis, a limitação das fontes de calor, realização de treinamentos de
pessoas para agir de forma segura etc.
A proteção passiva é aquela que está incorporada à edificação e que não necessita
de nenhum tipo de acionamento para o seu funcionamento em situação de incêndio.
Podemos citar como exemplos de proteção passiva os tipos de materiais de acabamento
e revestimento, as rotas de fuga, compartimentações horizontais e verticais, o isolamento
de risco etc.
E então, chegou a alguma conclusão sobre o tempo de resistência ao fogo que a pro-
teção passiva deve atingir? Isto dependerá de alguns fatores: deve-se considerar o tipo
de ocupação, grau de risco, a carga de incêndio e as normas que devem ser seguidas ao
projeto da edificação.Com essas informações, pode-se verificar, nas respectivas instru-
ções técnicas ou normas, o tempo que o material deve resistir ao fogo.
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ou seja, sistemas manuais – tais como extintores e hidrantes –, sistemas fixos e
automáticos – tais como sprinklers –, sistemas fixos de Dióxido de Carbono (CO2),
corpo de bombeiros militar e civil, reservas de água, sistemas especiais de combate
a incêndio etc.
Embora possam utilizar dos mesmos sistemas, existe uma diferença entre proteção e comba-
te: proteção visa impedir a propagação do incêndio, enquanto combate objetiva extingui-lo.
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UNIDADE
A História do Fogo – Conceitos
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Sites
Do Edifício Joelma a Boate Kiss: veja os incêndios que abalaram o país
Um pouco mais sobre a história dos grandes incêndios no Brasil.
https://goo.gl/o1sJQK
Classes de Incêndio e seus Extintores
https://goo.gl/VXZaiX
Adoção de medidas de proteção passiva é essencial para a preservação de vidas e patrimônio,
porém conceito ainda é pouco conhecido no país
Conheça um pouco mais sobre a proteção passiva neste artigo da Revista Emergência,
publicado em 2016.
https://goo.gl/id2q6Z
Leitura
A Segurança Contra Incêndio no Brasil
https://goo.gl/faUVK4
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Referências
SÃO PAULO (Estado). Decreto n.º 56.819, de 10 de março de 2011. Institui o re-
gulamento de segurança contra incêndio das edificações e áreas de riscos no Estado de
São Paulo e estabelece outras providências. São Paulo, 2011.
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Proteção
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Incêndios e Explosões
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Combate ao Fogo – Parte 1
Revisão Textual:
Prof.ª Dr.ª Luciene Oliveira da Costa Granadeiro
Combate ao Fogo – Parte 1
Caro Aluno(a)!
Normalmente, com a correria do dia a dia, não nos organizamos e deixamos para o úl-
timo momento o acesso ao estudo, o que implicará o não aprofundamento no material
trabalhado ou, ainda, a perda dos prazos para o lançamento das atividades solicitadas.
Assim, organize seus estudos de maneira que entrem na sua rotina. Por exemplo, você
poderá escolher um dia ao longo da semana ou um determinado horário todos ou alguns
dias e determinar como o seu “momento do estudo”.
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de
discussão, pois estes ajudarão a verificar o quanto você absorveu do conteúdo, além de
propiciar o contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de
troca de ideias e aprendizagem.
Bons Estudos!
UNIDADE
Combate ao Fogo – Parte 1
Contextualização
Esta unidade (Combate ao Fogo – Parte 1) vem apresentar ao aluno(a) os 3 tipos de
sistemas mais comuns em projetos contra incêndio. Desses, pelo menos um sempre será
encontrado em qualquer tipo de edificação.
Praticamente todos já ouviram falar nesses sistemas e/ou equipamentos. Mas como
definir qual desses 3 tipos de sistemas deve ser utilizado em uma edificação ou outra e
como projetá-los?
Dessa forma, aproveite o conteúdo desta unidade e todos os demais recursos dis-
poníveis para o aprofundamento teórico nessa área de conhecimento que envolve a
segurança contra incêndio.
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Extintores
O extintor de incêndio, ou simplesmente extintor, é um equipamento de segurança
utilizado para extinguir ou controlar princípios de incêndios em casos de emergência.
A norma ABNT NBR 12693: Sistemas de proteção por extintor de incêndio não se
aplica à proteção de aeronaves, embarcações e veículos, nem a outras classes de
fogos que não sejam A, B e C.
Assim como feito em São Paulo, os demais estados seguem essa tendência de facili-
tar o entendimento do “como implementar” as medidas de proteção contra incêndio nas
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UNIDADE
Combate ao Fogo – Parte 1
edificações, inclusive a forma de avaliação delas para permitir a emissão de licenças especí-
ficas. E, dessa forma, adotando instruções técnicas, como, por exemplo, o Estado do Pará,
que emitiu recentemente sua primeira edição das instruções técnicas – nesse caso, a instru-
ção técnica 03, que possui em sua parte I, o sistema de proteção por extintores de incêndio.
Tipos
Segundo a NBR 12693, podemos dividir os extintores em dois tipos: portáteis
ou sobrerrodas.
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Todo extintor possui em seu corpo um rótulo de identificação que possui informações
básicas sobre classe de incêndio, instruções de uso, manutenção etc.
Como sabemos qual extintor utilizamos em cada ocasião? Para responder a essa
pergunta, precisamos responder a outras duas perguntas: Qual é a classe de incên-
dio? Qual é o tamanho do fogo (carga de incêndio)? Ao responder a essas duas per-
guntas, saberemos qual extintor devemos utilizar. Continue o estudo e entenderá
mais sobre o tamanho do fogo.
Capacidade
A capacidade extintora é uma das formas de medir o poder de extinção de fogo
de um extintor, e é obtida por meio de um ensaio normalizado, de acordo as normas
ABNT NBR 15808 (extintores de incêndio portáteis) e ABNT NBR 15809 (extintores
de incêndio sobre rodas).
Observe a figura a seguir que apresenta o tamanho dos engradados de madeira que
devem ser utilizados para determinar a capacidade extintora de cada extintor para fogo
classe A (1-A, 2-A, 4-A, 6-A, 10-A, 20-A ou 30-A). Quanto maior for o fogo do engra-
dado que o extintor conseguir extinguir, maior será a sua capacidade extintora, ou seja,
se o extintor em teste conseguir apagar o fogo do engradado de capacidade 6, significa
que o extintor tem capacidade 6-A e assim por diante.
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UNIDADE
Combate ao Fogo – Parte 1
Para fogo classe B, segue o mesmo princípio do teste feito com os engradados de
madeira, porém, nesse caso, utilizam-se cubas quadradas, contendo líquido inflamável
(n-heptano) em tamanhos e volumes de líquidos para cada capacidade extintora a ser
testada, conforme apresentado na figura a seguir.
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Tabela 1 – Extintor portátil - capacidade mínima de uma unidade extintora
Extintor portátil (máx. 20kg)
Agente extintor Capacidade extintora mínima
Água 2-A
Espuma mecânica 2-A: 10-B
Dióxido de Carbono (CO2) 5-B:C
Pó BC 20-B:C
Pó ABC 2-A:20-B:C
Halogenados 5-B:C
Fonte: O Autor, 2019. (ref. ABNT NBR12693)
Instalação e Sinalização
Os extintores devem ser instalados em função do risco da ocupação e da classe de
incêndio, obedecendo também à distância máxima a ser percorrida para cada risco con-
forme ABNT NB 12693. Por exemplo, não vamos utilizar um extintor de água quando
a classe de incêndio é C, ou seja, risco elétrico. Tão pouco, vamos utilizar um extintor de
capacidade extintora 2-A, quando em função do risco da ocupação, se exige a instalação
de um extintor com capacidade mínima de 4-A. Para melhor entender sobre a capacidade
extintora mínima em função do risco da ocupação, veja mais à frente a tabela sobre “ca-
pacidade extintora mínima e distância máxima a ser percorrida em cada classe de risco”.
Os extintores portáteis devem estar a uma altura de, no máximo, 1,60m do piso e de,
no mínimo, 0,10m do piso, mesmo quando apoiado em suporte, conforme figura a seguir.
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UNIDADE
Combate ao Fogo – Parte 1
SINALIZAÇÃO
FOTOLUMINESCENTE
RÓTULO DO FABRICANTE
SUPORTE
0,10
DE PISO
PISO ACABADO
O sistema de proteção por extintores deve ser aplicado a todo tipo de edificação, con-
siderando no mínimo duas unidades extintoras por pavimento, sendo uma para incêndio
classe A e outra para incêndio classe B e C.
A classe de risco das edificações se divide em baixo, médio e alto, conforme apresen-
tado na tabela a seguir:
Tabela 3 – Classificação do grau de risco
Classe de Risco Carga de incêndio Volume de líquido Combustível
Baixo < 300 MJ/m2 < 3,6L
Médio 300 MJ/m2 a 1200 MJ/m2 3,6L a 18L
Alto 2 Acima de 18L
Acima de 1200 MJ/m
Fonte: O Autor, 2019. (ref. ABNT NBR12693)
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Carga de incêndio
Ocupação/uso Descrição
específica (q) MJ/m2
Hotéis 500
Motéis 500
Apart-hotéis 500
Alojamentos estudantis 300
Apartamentos 300
Serviços de hospedagem Casas térreas ou sobrados 300
Pensionatos 300
Hotéis 500
Motéis 500
Apart-hotéis 500
Alojamentos estudantis 300
Fonte: ABNT NBR 12693 – Anexo A
Tabela 5 – Capacidade extintora mínima e distância máxima a ser percorrida em cada classe de risco
Incêndio Classe A Incêndio Classe B
Classe de Risco Capac. Distância máx. a ser Distância máx. a ser
Capac. extintora mín.
extintora mín. percorrida (m) percorrida (m)
Baixo 2-A 25 20-B 15
Médio 3-A 20 40-B 15
Alto 4-A 15 80-B 15
Fonte: O Autor, 2019 (ref. ABNT NBR12693)
Dois extintores com carga d’água de capacidade extintora 2-A, quando instalados um ao
lado do outro podem ser utilizados em substituição a um extintor 4 – A.
A norma ABNT NBR 12693 define que os extintores para risco classe C devem ser
distribuídos com base na proteção do risco principal da edificação ou da área de risco, ou
seja, acompanhando-se a mesma distribuição dos riscos classe A ou B. Observe que nor-
malmente se encontram nas edificações extintores de Água e Pó químico ABC juntos,
para atender as classes de incêndio A, B e C e a exigência de no mínimo duas unidades
extintoras por pavimento recomendado pelo NBR.
Sempre que possível, também se deve instalar esses extintores de classe C próximos
a riscos especiais mantendo-se uma distância segura para o operador, tais como:
• casa de caldeira;
• casa de bombas;
• casa de força elétrica;
• casa máquinas;
• galeria de transmissão;
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UNIDADE
Combate ao Fogo – Parte 1
• incinerador;
• elevador (casa de máquinas);
• ponte rolante;
• escada rolante (casa de máquinas);
• quadro de redução para baixa tensão;
• transformadores;
• contêineres de telefonia;
• gases ou líquidos combustíveis ou inflamáveis; e
• outros riscos semelhantes.
ABNT NBR 12693 - ANEXO A – Carga de incêndio específica por ocupação – Cálculo para
tipo de risco. Disponível em: https://goo.gl/qd1bT5
No caso de manutenção, o prazo de validade da carga e da garantia será dado pela em-
presa responsável pela manutenção, desde que a mesma seja certificada pelo Inmetro, o qual
emite uma quantidade de selos para cada empresa em função da sua capacidade de recarga.
Hidrantes
O sistema de hidrantes é um sistema do tipo fixo, de proteção por abafamento e
resfriamento do incêndio. Na etapa inicial do incêndio o sistema por Hidrantes pode
ser manuseado pela equipe da brigada contra incêndio da edificação que é treinada e
habilitada para tal atuação.
Na segunda etapa o mesmo sistema será utilizado pelo Corpo de Bombeiros, que uti-
lizará a água do próprio reservatório da edificação, conhecido como reserva técnica de
incêndio (RTI), ou através de alimentação externa por meio do registro de recalque (RR).
O sistema de hidrantes é um sistema de proteção contra incêndio composto
por tubulação, conexões, válvulas, bombas, instrumentos, reservatório de água etc.
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Trata-se de um sistema que necessita de um projeto hidráulico, elaborado por um pro-
fissional habilitado, com recolhimento de ART referente ao projeto.
Para a elaboração desse projeto, temos a ABNT NBR 13714: 2000 – Sistema de
hidrantes e de mangotinhos para combate a incêndio – e as legislações estaduais com
suas normas técnicas específicas.
De forma geral, no projeto desse sistema, devemos seguir as recomendações das le-
gislações estaduais e suas normas técnicas, que, por sua vez, seguem as recomendações
da norma brasileira NBR 13714.
As variáveis básicas de um sistema de proteção e combate contra incêndio por hi-
drantes são: pressão e vazão mínimas necessárias nos hidrantes mais desfavoráveis hi-
draulicamente e Reserva Técnica de Incêndio, entre outras.
Para entendermos como funciona o sistema de hidrantes e seu dimensionamento, va-
mos avaliar um estudo de caso de dimensionamento do sistema por 3 critérios de cálculo.
Componentes do sistema
O sistema de hidrantes possui diversos componentes que devem ser dimensionados e
selecionados conforme as recomendações de normas.
Vamos conhecer alguns dos principais componentes desse sistema hidráulico chama-
do de sistema de hidrantes.
• Reserva Técnica de Incêndio (RTI): Trata-se da reserva de água exclusiva para o
combate ao incêndio, dimensionado pelo engenheiro calculista hidráulico respon-
sável pelo projeto de combate contra incêndio;
• Hidrante: Trata-se do ponto de tomada de água com uma (simples) ou duas (duplo)
saídas, conectado a uma válvula globo 45º com adaptador, tampão, mangueiras de
incêndio, esguicho e chave storz;
• Mangotinho: Ponto de tomada de água onde há uma (simples) saída contendo vál-
vula de abertura rápida, adaptador (se necessário), mangueira semirrígida, esguicho
regulável e demais acessórios;
• Mangueira: As mangueiras de incêndio devem atender às condições da NBR
11861 - Mangueira de incêndio - Requisitos e métodos de ensaio. A depender do
tipo do sistema, utiliza-se mangueiras de DN 40mm ou DN 65mm;
• Esguicho: Dispositivo adaptado na extremidade da mangueira utilizado para dar forma,
direção e controle ao jato de água, podendo ser do tipo regulável ou jato compacto;
• Bomba principal: Trata-se de uma bomba hidráulica centrífuga utilizada exclusiva-
mente para recalcar água para os hidrantes, na pressão e vazão definida no projeto;
• Bomba de pressurização (Jockey): Trata-se de uma bomba hidráulica centrífuga
utilizada para manter pressurizado o sistema de hidrante dentro de uma faixa esta-
belecida em projeto.
Existem diversos outros componentes que podem ser utilizados dentro de um sistema de
hidrantes. Tais componentes são exigidos em função da necessidade do projeto hidráulico.
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UNIDADE
Combate ao Fogo – Parte 1
Estudo de caso
Para o estudo de caso, será analisado o dimensionamento de um sistema de hidrantes
de um condomínio residencial de 10 andares, com reservatório inferior, dotado de bom-
ba de incêndio principal e bomba jóquei para manter a linha pressurizada.
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Para todos os critérios, seguiremos a mesma sequência de estudo, a saber:
1. Volume mínimo para o reservatório de água de incêndio;
2. Vazão necessária para o sistema de hidrantes;
3. Diâmetro de tubulações;
4. Cálculo de perda de carga;
5. Altura manométrica.
Para o sistema Tipo 1, temos uma vazão de 80 ou 100 L/min, entretanto, segundo
item D.7 do Anexo D da NBR 13.714:2000, pode-se opcionalmente considerar a edifi-
cação atendida por um sistema de hidrantes com mangueiras de DN 40 mm ao invés dos
mangotinhos. Nesse caso, é necessário considerar uma vazão mínima de 130 L/min no
esguicho mais desfavorável hidraulicamente e a reserva também deve levar em conta o
número de hidrantes em funcionamento conforme item D.7.c dessa mesma NBR.
Dessa forma, temos: V = Q x t = 130 x 4 x 60 = 31.200,00 litros, adotado V = 32m3.
Como verificado no item 1, definimos a vazão mínima de 130 L/min para determi-
nação do volume da reserva de água de incêndio.
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UNIDADE
Combate ao Fogo – Parte 1
Assim, temos a vazão mínima de 130 L/min no esguicho mais desfavorável hidrauli-
camente, ou seja, 7,8m3/h.
3 – Diâmetro de Tubulações
Q 4 ⋅ A
Como, A = e D= , temos: D = 0,061 m;
v p
Adotado: DN 65 mm; Velocidade (DN65): v = 2,61 m/s
Ampliação Gradua
Saída Canalização
Entrada de Borda
Redução Gradual
Curva 90 R/D 1,5
Vávla Borboleta
Entrada Normal
Válvula Ângulo
Válvula Gaveta
Curva 90 R/D 1
Válvula Globo
Cotovelo 45
Tê Lateral
Tê Direto
Curva 45
Trecho Leq
A B 2 1/2 59,0 2 1 2 1 8,90
B C 2 1/2 59,0 2 1 3,30
C D 2 1/2 59,0 6 7,80
D E 2 1/2 59,0 1 1,30
E F 2 1/2 59,0 1 1,30
F H1 2 1/2 59,0 1 1 2,30
F H2 2 1/2 59,0 1 4,30
E H3 2 1/2 59,0 1 4,30
D H4 2 1/2 59,0 1 4,30
Fonte: O Autor, 2019
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Tabela 9 – perda de carga no esguicho
Esguicho
Coeficiente de Correção da vazão 0,98 (adotado)
Diâmetro do esguicho 0,0254 m
Área 0,00051 m2
Vazão do Hidrante 0,00217 m3/s
Perda de Carga 0,03842 m
Fonte: O Autor, 2019
A B 31,2 0,009 3,2 0,0027 2 1/2 0,59 0,315 8,9 6,50 15,4 4,848
B C 31,2 0,009 3,2 0,0027 2 1/2 0,59 0,315 3,3 6,80 10,1 3,180
C D 31,2 0,009 3,2 0,0027 2 1/2 0,59 0,315 7,8 18,60 26,4 8,311
D E 23,4 0,007 2,4 0,0027 2 1/2 0,59 0,185 1,3 3,10 4,4 0,813
E F 15,6 0,004 1,6 0,0027 2 1/2 0,59 0,087 1,3 3,10 4,4 0,384
F H1 7,8 0,002 0,8 0,0027 2 1/2 0,59 0,024 2,3 4,60 6,9 0,167
F H2 7,8 0,002 0,8 0,0027 2 1/2 0,59 0,024 4,3 1,50 5,8 0,140
E H3 7,8 0,002 0,8 0,0027 2 1/2 0,59 0,024 4,3 1,50 5,8 0,140
D H4 7,8 0,002 0,8 0,0027 2 1/2 0,59 0,024 4,3 1,50 5,8 0,140
∆H Máxima total A-H = 20,3 m
Fonte: O Autor, 2019
5. – Altura Manométrica
Hm = Hg + ∑∆H + Hn
Onde:
• Hg = Altura geométrica (diferença entre o último piso atendido por um hidrante e
a elevação de instalação da caixa d’água de incêndio);
• Hg = 31,2 m
• ∑∆H = Perda de carga total na tubulação até o esguicho (mca), considerando
tubo novo;
19
19
UNIDADE
Combate ao Fogo – Parte 1
Dessa forma, segundo Tabela 8 (Decreto 56.819- Tabela 1), classificamos a edifica-
ção como A-2 - Habitação Multifamiliar.
A Residencial
A-2 Habitação multifamiliar Edifícios de apartamento em geral.
Pensionatos, internatos, alojamentos, mosteiros,
A-3 Habitação coletiva conventos, residências geriátricas. Capacidade
máxima de 16 leitos.
Fonte: Decreto nº 56.819 - Tabela 1
20
Tabela 13 – Aplicabilidade dos tipos de sistemas e volume de reserva de incêndio mínima (m3)
CLASSIFICAÇÃO DAS EDIFICAÇÕES E ÁREAS DE RISCO
CONFORME TABELA 1 DO DECRETO ESTADUAL 56.819/11
D-1 (acima de 300 MJ/m2),
D-3 (acima de 300 MJ/m2),
D-4 (acima de 300 MJ/
Área das A-2, A-3, C-1, D-1 (até 300 MJ/m2),
m2), B-1, B-2, C-2 (acima C-2, (acima de 1000
edificações e áreas D-4 (até 300 MJ/m2), E-1, E2, E-3,
de 300 até 1000 MJ/m2), MJ/m2), I-2 (acima
E-4, E-5, E-6, F-1 (até 300 MJ/m2), G-5, I-3, J-4,
de risco C-3, F-1 (acima de 300 de 800 MJ/m2), J-3
F-2, F-3, F-4, F-8, G-1, G-2, G-3, L-2 e L-3
MJ/m ), F-5, F-6, F-7, F-9, (acima de 800 MJ/
2
G-4, H-1, H-2, H-3, H-5, H-6; I-1,
F-10, H-4, I-2 (acima de m ), L-1, M-1, M-5
2
J-1, J-2 e M-3
300 até 800 MJ/m2), J-2 e
J-3 (acima de 300 até 800
MJ/m2)
Tipo 1 Tipo 2 Tipo 3 Tipo 4 Tipo 4
Até 2.500 m2 RTI 5 m3 RTI 8 m3 RTI 12 m3 RTI 28 m3 RTI 32 m3
Acima de 2.500 m2 Tipo 1 Tipo 2 Tipo 3 Tipo Tipo 4
até 5.000 m2 RTI 8 m3 RTI 12 m3 RTI 18 m3 RTI 32 m3 RTI 48 m3
Fonte: Instrução Técnica 22/2018 - Tabela 3
Para o sistema Tipo 2, considerar uma vazão mínima na válvula do hidrante mais
desfavorável de 150L/min, ou seja, 9m3/h.
Q = 2 x 9 = 18,0 m3/h
3 – Diâmetro de Tubulações
Q 4 ⋅ A
Como, A = e D= , temos: D = 0,046 m; Adotado: DN 65 mm
v p
Velocidade (DN65): v = 1,51 m/s
21
21
UNIDADE
Combate ao Fogo – Parte 1
A B 18,0 0,005 1,8 0,0027 2 1/2 0,59 0,114 8,9 6,50 15,4 1,752
B C 18,0 0,005 1,8 0,0027 2 1/2 0,59 0,114 3,3 6,80 10,1 1,149
C D 18,0 0,005 1,8 0,0027 2 1/2 0,59 0,114 7,8 18,60 26,4 3,004
D E 18,0 0,005 1,8 0,0027 2 1/2 0,59 0,114 1,3 3,10 4,4 0,501
E F 18,0 0,005 1,8 0,0027 2 1/2 0,59 0,114 1,3 3,10 4,4 0,501
F H1 9,0 0,003 0,9 0,0027 2 1/2 0,59 0,032 2,3 4,60 6,9 0,218
F H2 9,0 0,003 0,9 0,0027 2 1/2 0,59 0,032 4,3 1,50 5,8 0,183
∆H Máxima total A-H = 7,1 m
Fonte: O Autor, 2019
5 – Altura Manométrica
Hm = Hg + ∑∆H + Hn
Onde:
• Hg = Altura geométrica (diferença entre o último piso atendido por um hidrante e
a elevação de instalação da caixa d’água de incêndio);
• Hg = 31,2 m
• ∑∆H = Perda de carga total na tubulação até o hidrante (mca), considerando
tubo novo;
• ∑∆H = 7,1 (conforme tabela de perda de carga total);
• Hn = Pressão mínima necessária no esguicho, posicionado no último piso;
• Hn = 30 mca (conforme tabela 2 da IT-22);
• Hm = 68,3 mca.
22
Comparação
As diferenças encontradas nas soluções estudadas podem ser observadas na tabela 15
abaixo, onde são apresentadas de forma resumida os valores encontrados em cada solução.
Com base na tabela, observa-se que, embora a altura manométrica da bomba seja
praticamente a mesma, a vazão é 70% maior pela NBR e a reserva de incêndio é 4 vezes
maior pela NBR do que pela IT 22/2018 do CBPMSP.
Chuveiros Automáticos
O sistema de chuveiros automáticos, também conhecido simplesmente como
sprinklers, é um sistema fixo, integrado à edificação que processa uma descarga
automática de água sobre um foco de incêndio, em uma densidade adequada para
controlá-lo ou extingui-lo.
Figura 9
Fonte: Getty Images
23
23
UNIDADE
Combate ao Fogo – Parte 1
Classificação do sistema
O sistema de chuveiros automáticos (sprinklers) possui basicamente 4 classificações,
a saber:
• Sistema de tubo molhado;
• Sistema de tubo seco;
• Sistema de ação dilúvio; e
• Sistema de ação prévia.
O sistema é controlado, em sua entrada, por uma válvula de governo cuja função é
soar, automaticamente, um alarme quando da abertura de um ou mais chuveiros dispara-
dos pelo incêndio. Os chuveiros automáticos realizam, de forma simultânea, a detecção,
alarme e combate ao fogo.
24
O sistema possui uma válvula que se abre quando da liberação do gás contido na
tubulação, pelo acionamento dos chuveiros automáticos. Dessa forma, a válvula permite
a admissão da água na rede da tubulação.
Projeto
O anexo A da Instrução Técnica nº23/2018 do Corpo de Bombeiros de SP, com
base na NBR 10897, apresenta um Passo a Passo em 15 etapas, para elaboração do
projeto de chuveiros automáticos, conforme descrito abaixo:
• Passo 1: Identificar a ocupação ou o risco a ser protegido;
• Passo 2: Determinar o tamanho da área de aplicação dos chuveiros automáticos;
• Passo 3: Determinar a densidade de projeto exigida;
25
25
UNIDADE
Combate ao Fogo – Parte 1
26
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Livros
Instalações hidráulicas de combate a incêndios nas edificações
Entenda sobre instalações hidráulicas de combate a incêndios através do livro: BRENTANO,
Telmo. Instalações hidráulicas de combate a incêndios nas edificações. 5. ed. atua-
lizada, 2016.
Vídeos
Sistemas de Chuveiros Automáticos (Revisão da NBR 10.897/2014)
Entenda um pouco mais sobre a revisão da norma de chuveiros automáticos da ABNT
com a apresentação disponibilizada pela ABSpk no vídeo.
https://youtu.be/oxOYdzHzjQk
Leitura
Extintores
Conheça um guia rápido sobre extintores.
https://goo.gl/AzeKAr
27
27
UNIDADE
Combate ao Fogo – Parte 1
Referências
ABNT - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (2013), NBR 12.693:
2013: Sistemas de proteção por extintor de incêndio.
28
Proteção
Inserir Título
Contra
Aqui
Inserir Título
Incêndios e Explosões
Aqui
Combate ao Fogo – Parte 2
Revisão Textual:
Prof.ª Dr.ª Selma Aparecida Cesarin
Combate ao Fogo – Parte 2
Caro Aluno(a)!
Normalmente, com a correria do dia a dia, não nos organizamos e deixamos para o úl-
timo momento o acesso ao estudo, o que implicará o não aprofundamento no material
trabalhado ou, ainda, a perda dos prazos para o lançamento das atividades solicitadas.
Assim, organize seus estudos de maneira que entrem na sua rotina. Por exemplo, você
poderá escolher um dia ao longo da semana ou um determinado horário todos ou alguns
dias e determinar como o seu “momento do estudo”.
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de
discussão, pois estes ajudarão a verificar o quanto você absorveu do conteúdo, além de
propiciar o contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de
troca de ideias e aprendizagem.
Bons Estudos!
UNIDADE
Combate ao Fogo – Parte 2
Contextualização
A presente unidade (Combate ao Fogo – Parte 2) apresenta ao aluno(a) os Sistemas
de Detecção e Alarme de Incêndio e outros Sistemas Especiais de Combate contra In-
cêndio utilizados.
A quase total destruição do Museu Nacional no Rio de Janeiro chocou o país e deixou
uma sensação de vazio em todos nós. As chamas se espalharam rapidamente pelo pré-
dio, destruindo um acervo histórico de quase 20 milhões de peças e artefatos.
Veja como ficou o Museu Nacional no Rio de Janeiro na reportagem disponível no link
a seguir: https://youtu.be/ZuOtEeLRRtc
Um trágico evento que nos leva a refletir sobre a importância do Sistemas de Detecção
e Alarme de Incêndio.
Dessa forma, aproveite o conteúdo desta Unidade e todos os demais recursos dis-
poníveis para o aprofundamento teórico nessa área de conhecimento da segurança
contra incêndio.
6
Detecção e Alarme de Incêndio
O Sistemas de Detecção e Alarme de Incêndio tem como objetivo identificar (de-
tecção) o fogo e sinalizar (alarme) aos ocupantes da edificação que há uma situação
de emergência, para que eles providenciem o abandono do prédio de forma rápida e
segura, além de permitir o acionamento dos Sistemas de Combate ao incêndio em seu
estágio inicial.
Figura 1
Fonte: GettyImages.com
7
7
UNIDADE
Combate ao Fogo – Parte 2
• Painel de Controle e/ou central de alarme: painel elétrico que alimenta os de-
mais componentes do Sistema, recebe as informações de detectores e acionadores
e envia sinais para o acionamento de Sistemas automáticos e/ou para sinalização
visual e sonora (Figura 5);
8
Figura 6 – Exemplo de Detector de Temperatura Figura 7 – Exemplo de detector de fumaça
Fonte: Divulgação Fonte: Divulgação
9
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UNIDADE
Combate ao Fogo – Parte 2
O Projeto deve seguir o especificado na ABNT NBR 17240, além das instruções
técnicas específicas em cada estado.
10
Figura 11 – Instrução Técnica 19/2018 –
Sistemas de Detecção e Alarme de Incêndio
Fonte: ABNT 17240
11
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UNIDADE
Combate ao Fogo – Parte 2
Assim, destacamos parte desses requisitos apresentados pela NBR 17240, deven-
do-se observar os demais requisitos de Projeto, bem como recomendações quanto aos
aspectos construtivos desses painéis, quando da realização de um projeto e instalação
de Sistema de Detecção e Alarme de Incêndio:
(...)
Detectores de Incêndio
Para a definição do tipo de detector a ser utilizado, bem como o local de instalação,
deve-se avaliar as características da instalação, a finalidade do Sistema de Detecção e
as possíveis características de um princípio de incêndio, considerando alguns parâme-
tros como:
• Aumento da temperatura;
• Produção de fumaça;
• Produção de chama;
• Materiais existentes nas áreas protegidas;
• Forma e altura do teto;
• Ventilação do ambiente;
• Temperaturas típica e máxima de aplicação, conforme requisitos técnicos
dos equipamentos.
12
Assim, veja como exemplo alguns pontos destacados para o projeto de instalação
dos detectores pontuais de fumaça, segundo a NBR 17240:
5.4.1.1 A máxima área de cobertura para um detector pontual de
fumaça, instalado em um ambiente livre e desobstruído, a uma altura
de até 8 m, em teto plano ou com vigas de até 0,20 m, e com até oito
trocas de ar por hora, é de 81 m2. Essa área pode ser considerada um
quadrado de 9 m de lado, inscrito em um círculo, cujo raio seja igual
a 6,30 m.
(...)
13
13
UNIDADE
Combate ao Fogo – Parte 2
14
Figura 16 – Distribuição de detectores
pontuais de fumaça em áreas irregulares
Fonte: ABNT 17240
Para as demais recomendações sobre o Projeto e Instalação dos Detectores Pontuais de Fu-
maça, bem como para os demais tipos de detectores e outros componentes do Sistema de
Detecção e Alarme de Incêndio, deve-se observar todas as recomendações da NBR 17240.
15
15
UNIDADE
Combate ao Fogo – Parte 2
Figura 17
Fonte: GettyImages.com
Logo, surge o Sistema de Proteção contra Incêndio por CO2, utilizado em instalações
fixas e automáticas, sendo classificado em dois tipos básicos:
• Sistema de CO2 Alta Pressão: no qual o CO2 encontra-se contido a uma tempe-
ratura de 20ºC e com uma pressão de 60 bar;
• Sistema de CO2 Baixa Pressão: no qual o CO2 encontra-se resfriado a 20ºC e
com uma pressão de 20 bar.
16
Com a necessidade de utilização de um Sistema fixo e automático por CO2, temos,
em 1929, elaborada nos Estados Unidos, a norma NFPA 12 (Standard on Carbon
Dioxide Extinguishing System), que fornece os requisitos mínimos necessários para
todos os projetos, instalações e manutenções de Sistemas de Dióxido de Carbono
(CO2). Apesar de antiga, essa norma é constantemente atualizada.
O Sistema de CO2 Alta Pressão é composto por baterias de cilindros de CO2 (prin-
cipal e reserva), tubulações, válvulas, difusores, rede de detecção, sinalização, alarme,
painel de comando e acessórios.
Assim, junto com a instalação de um Sistema de Combate por CO2, faz-se necessária
a garantia de funcionamento do Sistema de Detecção e Alarme de Incêndio.
Entenda um pouco mais sobre o funcionamento do Sistema de CO2 Alta Pressão no vídeo
disponível no link: https://goo.gl/WA5uVP
17
17
UNIDADE
Combate ao Fogo – Parte 2
18
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Sites
Sistema de detecção e alarme de incêndios: um aliado na proteção de patrimônios históricos
e culturais brasileiros
https://goo.gl/4EvPoB
Detectores e alarmes de incêndio Sinal de alerta.
https://goo.gl/3TNsNF
Normativa sobre sistemas de extinción de dióxido de carbono NFPA 12-2018.
https://goo.gl/v5QFxT
Agentes Gasosos de Extinção de Incêndios
https://goo.gl/vpQ5Mf
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19
UNIDADE
Combate ao Fogo – Parte 2
Referências
ABNT – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 17240: 2010:
Sistemas de detecção e alarme de incêndio – Projeto, instalação, comissionamento e
manutenção de sistemas de detecção e alarme de incêndio – Requisitos. ABNT, 2017.
SEITO, Alexandre I. et al. A Segurança Contra Incêndio no Brasil. São Paulo: Pro-
jeto, 2008.
20
Proteção
Inserir Título
Contra
Aqui
Inserir Título
Incêndios e Explosões
Aqui
Ações contra Incêndio e a Proteção Passiva
Revisão Textual:
Prof. Me. Claudio Brites
Ações contra Incêndio
e a Proteção Passiva
Fonte: GettyImages
• Saídas de Emergência;
• Iluminação de Emergência;
• Sinalização de Emergência.
Objetivos
• Fornecer ao aluno o conteúdo teórico básico referente às ações contra incêndio através da
brigada de incêndio e do plano de emergência;
• Apresentar as proteções passivas existentes, tais como: compartimentação, controle de
materiais de acabamento, saídas de emergência, iluminação de emergência e sinalização
de emergência, visando sempre à sobrevivência das pessoas e à preservação do patrimô-
nio em casos de emergência.
Caro Aluno(a)!
Normalmente, com a correria do dia a dia, não nos organizamos e deixamos para o úl-
timo momento o acesso ao estudo, o que implicará o não aprofundamento no material
trabalhado ou, ainda, a perda dos prazos para o lançamento das atividades solicitadas.
Assim, organize seus estudos de maneira que entrem na sua rotina. Por exemplo, você
poderá escolher um dia ao longo da semana ou um determinado horário todos ou alguns
dias e determinar como o seu “momento do estudo”.
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de
discussão, pois estes ajudarão a verificar o quanto você absorveu do conteúdo, além de
propiciar o contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de
troca de ideias e aprendizagem.
Bons Estudos!
UNIDADE
Ações contra Incêndio e a Proteção Passiva
Contextualização
A presente unidade (Ações contra Incêndio e a Proteção Passiva) vem apresentar
ao aluno(a) as ações contra incêndio através da brigada de incêndio e do plano de
emergência, além de apresentar as proteções passivas existentes, tais como: com-
partimentação, controle de materiais de acabamento, saídas de emergência, ilumina-
ção de emergência e sinalização de emergência.
Para a garantia de sobrevivência e preservação do patrimônio e meio ambiente em
um caso de incêndio, não adianta existir sistemas de combate contra incêndio se não
houver treinamento para sua utilização, se não houver pessoas treinadas e capacita-
das para agir em caso de emergência de incêndio.
Além disso, evitar a propagação do incêndio através de proteções passivas e faci-
litar a evacuação no caso de incêndio através das saídas de emergência, iluminação
e sinalização de emergência pode ser algo crucial no tempo para a sobrevivência e
resguardo do patrimônio.
Dessa forma, aproveite o conteúdo desta unidade e todos os demais recursos dis-
poníveis para o aprofundamento teórico nessa área de conhecimento da segurança
contra incêndio.
6
Brigada de Incêndio
Segundo a NBR 14276 (ABNT, 2006), brigada de incêndio é
[...] um grupo de pessoas preferencialmente voluntárias ou indicadas,
treinadas e capacitadas para atuar na prevenção e no combate ao
princípio de incêndio, abandono de área e primeiros socorros, dentro
de uma área preestabelecida na planta.
Figura 1
Fonte: GettyImages
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UNIDADE
Ações contra Incêndio e a Proteção Passiva
Hotel
(nota 5)
B-2 residencial Médio 1 2 3 4 4 Intermediário Intermediário
e (nota 6)
(nota8)
8
O objetivo do curso de brigada de incêndio é o de proporcionar aos brigadistas
os conhecimentos básicos sobre prevenção, isolamento, extinção de princípios de
incêndio, abandono do local e noções de primeiros socorros. A reciclagem do treina-
mento deve ser feita no máximo em 12 meses ou quando houver alteração de 50%
dos membros da brigada.
Plano de Emergência
O plano de emergência contra incêndio deve ser elaborado para toda e qualquer
edificação, exceto para aquelas de ocupação unifamiliar, segundo a NBR 15219.
Figura 2
Fonte: GettyImages
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9
UNIDADE
Ações contra Incêndio e a Proteção Passiva
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Para auxiliar a elaboração dos procedimentos de emergência no plano de emergência,
a NBR criou um fluxograma para auxiliar nessa atividade. A seguir, a Figura 3 apresenta
tal fluxograma.
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UNIDADE
Ações contra Incêndio e a Proteção Passiva
Figura 4
Fonte: GettyImages
Os ensaios feitos para avaliar as características básicas indicadas são realizados con-
forme as normas nacionais e internacionais, classificando-os em Classes I a VI, conforme
apresentados nas figuras 3, 4 e 5.
12
VI Combustível - FS > 150 mm em 20 s -
Notas:
Fluxo Crítico - Fluxo de energia radiante necessário á manutenção da frente de chama no corpo de prova.
FS - Tempo em que a frente da chama leva para atingir a marca de 150mm indicada na face do material ensaiado.
Dm - Densidade ótica específica máxima corrigida.
ΔТ - Variação da temperatura no interior do forno.
Δm - Variação da massa do corpo de prova.
t f - Tempo de flamejamento do corpo de prova.
Notas:
lp - índice de propagação superficial de chama.
Dm - Densidade específica ótica máxima.
ΔТ - Variação da temperatura no interior do forno.
Δm - Variação da massa do corpo de prova.
t f - Tempo de flamejamento do corpo de prova.
Quadro 5 – Classificação dos materiais, exceto revestimento de piso. Classificação dos materiais
especiais que não podem ser caracterizados através da NBR 9442 exceto revestimentos de piso
EN ISO 11925-2
Classe/Método de Ensaio ISO 1182 EN 13823 (SBI)
(exposição = 30 s)
Incombustível
ΔТ ≤ 30°C
I - -
Δm ≤ 50%
t f ≤ 10s
13
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UNIDADE
Ações contra Incêndio e a Proteção Passiva
EN ISO 11925-2
Classe/Método de Ensaio ISO 1182 EN 13823 (SBI)
(exposição = 30 s)
FIGRA ≤ 120 W/s
LSF < canto do corpo de prova
A Combustível FS ≤ 150 mm em 60 s
THR600s ≤ 7,5 MJ
SMOGRA > 180 m2/s2 e TSP600s ≤ 200m2
II
FIGRA ≤ 120 W/s
LSF < canto do corpo de prova
B Combustível FS ≤ 150 mm em 60 s
THR600s ≤ 7,5 MJ
SMOGRA > 180 m2/s2 e TSP600s > 200 m2
FIGRA ≤ 250 W/s
LSF < canto do corpo de prova
A Combustível FS ≤ 150 mm em 60 s
THR600s ≤ 15 MJ
SMOGRA ≤ 180 m2/s2 e TSP600s ≤ 200 m2
III
FIGRA ≤ 250 W/s
LSF < canto do corpo de prova
B Combustível FS ≤ 150 mm em 60 s
THR600s ≤ 15 MJ
SMOGRA > 180 m2/s2 e TSP600s > 200 m2
FIGRA ≤ 750 W/s SMOGRA ≤ 180 m2/s2 e
A Combustível FS ≤ 150 mm em 60 s
TSP600s ≤ 200 m2
IV
FIGRA ≤ 750 W/s SMOGRA > 180 m2/s2 e
B Combustível FS ≤ 150 mm em 60 s
TSP600s > 200 m2
FIGRA > 750 W/s SMOGRA ≤ 180 m2/s2 e
A Combustível FS ≤ 150 mm em 20 s
TSP600s ≤ 200 m2
V
FIGRA > 750 W/s SMOGRA > 180 m2/s2 e
B Combustível FS ≤ 150 mm em 20 s
TSP600s > 200 m2
VI Combustível - FS > 150 mm em 20 s
Notas:
FIGRA - Índice da taxa de desenvolvimento de calor.
LFS - Propagação lateral da chama.
THR600s - Liberação total de calor do corpo de prova nos primeiros 600 s de exposição às chamas.
TSP600s - Produção total de fumaça do corpo de prova nos primeiros 600 s de exposição ás chamas.
SMOGRA - Taxa de desenvolvimento de fumaça, correspondendo ao máximo do quociente de produção de fumaça do corpo
de prova e o tempo de suas ocorrência.
FS - Tempo em que a frente da chama leva para atingir a marca de 150mm indicada na face do material ensaiado.
ΔТ - Variação da temperatura no interior do forno.
Δm - Variação da massa do corpo de prova.
t f - Tempo de flamejamento do corpo de prova.
Fonte: CBPMSP (2018), Instrução Técnica n.º 10 – Anexo A
14
Segundo a Instrução Técnica n.º 10 – Controle de materiais de acabamento e re-
vestimento, os seguintes materiais são dispensados de avaliação:
10.1 Materiais como vidro, concreto, gesso, produtos cerâmicos, pe-
dra natural, alvenaria, metais e ligas metálicas, dentre outros, são con-
siderados incombustíveis.
Compartimentação
O que é compartimentação?
A compartimentação pode ser horizontal e/ou vertical, sendo sua exigência definida
conforme a legislação estadual.
15
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UNIDADE
Ações contra Incêndio e a Proteção Passiva
Compartimentação Horizontal
A compartimentação horizontal, quando necessária segundo legislação estadual,
deve ter sua área máxima de compartimentação conforme indicado nas respectivas le-
gislações estaduais e instruções técnicas, em função da ocupação e altura da edificação.
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Para que exista uma compartimentação horizontal, pode-se considerar os seguintes
tipos de elementos de separação:
• paredes corta-fogo;
• portas corta-fogo;
• vedadores corta-fogo;
• registros corta-fogo (dampers);
• selos corta-fogo;
• dispositivos automatizados de enrolar corta-fogo;
• afastamento horizontal entre aberturas.
As áreas de compartimentação horizontal devem ser separadas por
paredes de compartimentação que atendam aos tempos requeridos
de resistência ao fogo (TRRF), conforme IT 08 – Resistência ao fogo
dos elementos de construção, não podendo ser inferior a 60 minutos.
17
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UNIDADE
Ações contra Incêndio e a Proteção Passiva
Compartimentação Vertical
A compartimentação vertical, quando necessária segundo legislação estadual, deve
ter também a sua área máxima de compartimentação conforme indicado nas respectivas
legislações estaduais e instruções técnicas, em função da ocupação e altura da edificação.
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• Elemento corta-fogo é aquele que apresenta, por um período determinado de
tempo, as seguintes propriedades: integridade mecânica a impactos (resistência);
impede a passagem das chamas e da fumaça (estanqueidade); e impede a passa-
gem de caloria (isolamento térmico);
• Elemento para-chamas é aquele que apresenta, por um período determinado, as
seguintes propriedades: integridade mecânica a impactos (resistência); e impede a
passagem das chamas e da fumaça (estanqueidade), não proporcionando isolamen-
to térmico.
Saídas de Emergência
As saídas de emergência compreendem todos os acessos, corredores, as rotas de
saídas, escadas, rampas, o elevador de emergência, ou seja, todo o trajeto de rota de
fuga no case de incêndio até um local seguro.
Figura 7
Fonte: GettyImages
O espaço livre a ser considerado nesse trajeto de rota de fuga deve ser calculado
para cada pavimento da edificação em função de sua população. Para o cálculo dessa
saída, devemos seguir o recomendado pela NBR 9077 e/ou legislações estaduais.
Segundo a NBR 9077, a largura mínima das saídas é de 1,10m, porém, essa deve
se atentar ao recomendado pelas legislações estaduais, que podem ser mais rigoro-
sas. Como exemplo, a Legislação de São Paulo que, segundo a Instrução Técnica
n.º 11/2018, recomenda como largura mínima das saídas de emergência para acessos,
escadas, rampas ou descargas, 1,2 m, para as ocupações em geral.
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UNIDADE
Ações contra Incêndio e a Proteção Passiva
A inclusão desse item impediu a abertura de diversas novas casas de show que, em
função de sua localidade, não tinham como atender à distância de 10m entre duas saídas.
Figura 8
Fonte: GettyImages
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Assim, faz-se necessário avaliar o recomendado nas respectivas legislações estadu-
ais e instruções técnicas, principalmente no que diz respeito às distâncias máximas a
serem percorridas para atingir as portas de acesso às saídas das edificações e o acesso
às escadas ou às portas das escadas.
A seguir, o Quadro 8 traz exemplo das distâncias máximas permitidas para o di-
mensionamento das rotas de fuga, conforme Instrução Técnica n.º 11/2018 de São
Paulo, em função da ocupação da edificação.
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UNIDADE
Ações contra Incêndio e a Proteção Passiva
Todo tipo de edificação que possui mais de um pavimento tem a necessidade de uti-
lizar as escadas como meio de escape (rota de fuga). Assim, é preciso saber qual tipo
de escada deve ser utilizada na edificação, sabendo que existem 3 tipos básicos:
• Escadas não enclausuradas ou escada comum (NE);
• Escadas enclausuradas protegidas (EP);
• Escadas enclausuradas à prova de fumaça (PF).
A seguir, exemplo dos tipos de escadas de emergência que devem ser consideradas
nas rotas de fuga conforme Instrução Técnica n.º 11/2018 de São Paulo, em função da
ocupação da edificação.
Não são aceitas escadas com degraus em leque ou em espiral como escadas de segurança.
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Iluminação de Emergência
A iluminação de emergência deve atender à NBR 10898 – iluminação de emergên-
cia, e às legislações estaduais através também de suas respectivas instruções técnicas,
sempre que for exigida a sua instalação.
Figura 9
Fonte: GettyImages
A Instrução Técnica 18 (CBPMSP, 2018g) de São Paulo, por exemplo, informa que
deve ser adotado o indicado na NBR 10898, naquilo que não contrariar o disposto na IT
18, ou seja, se não houver indicação na IT 18, deve-se seguir o indicado na NBR 10898.
Como o próprio nome diz, iluminação de emergência, esse sistema deve ser instalado
de forma geral pra garantir a evacuação e o resgate no caso de incêndio na edificação.
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UNIDADE
Ações contra Incêndio e a Proteção Passiva
Deve-se atentar ao nível mínimo de iluminamento para cada ambiente, onde, para locais
planos, como corredores e halls, deve ter um iluminamento mínimo de 3 lux e, para locais
com desnível, o mínimo de 5 lux, como escadas e passagens com obstáculos.
Sinalização de Emergência
A sinalização de emergência tem como objetivo reduzir o risco de incêndio através de:
• Alerta ao risco existente;
• Orientação para ações de combate contra incêndio;
• Localização de equipamentos de combate contra incêndio;
• Sinalização de rota de fuga para o abandono da edificação em caso de incêndio.
Figura 10
Fonte: GettyImages
5.3.1.1 Proibição
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5.3.1.2 Alerta
5.3.1.4 Equipamentos
[...]
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UNIDADE
Ações contra Incêndio e a Proteção Passiva
riais plásticos, chapas metálicas ou outros materiais semelhantes, desde que atendam às
seguintes principais características:
• resistência mecânica;
• não propagar chamas;
• resistir ao intemperismo;
• possuir elemento fotoluminescente para as cores brancas e amarelas.
As placas de sinalização também devem atender aos padrões geométricos e suas di-
mensões devem ser adequadas ao local de instalação. Veja no Quadro 9 as dimensões
em função da distância de instalação.
D 101 151 202 252 303 353 404 454 505 606 706 757
D
D
Alerta
L 136 204 272 340 408 476 544 612 680 816 951 1019
L
L
L
L
H
H
L
L
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D
D
L
Cota Distância máxima de visibilidade
Sinal Forma LGeométrica
(mm) 4 6 8 10 12 14 16 18 20 24 28 30
Orientação, salvamento e equipamentos
L 89 134 179 224 268 313 358 402 447 537 626 671
L
L
H
H
L H
63 95 126 158 190 221 253 285 316 379 443 474
L (L=2,0H)
O texto das placas de sinalização também deve atender às dimensões adequadas ao lo-
cal de instalação. Veja no Quadro 11 as dimensões em função da distância de instalação.
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UNIDADE
Ações contra Incêndio e a Proteção Passiva
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Sites
Anexo A e B da Instrução Técnica 17/2018 (CBPMSP)
https://goo.gl/uULzv5
Anexo B e C da Instrução Técnica 16/2018 (CBPMSP)
https://goo.gl/uULzv5
Vídeos
BOMBEIROS PMESP - Primeiros Socorros
Assista ao vídeo sobre os primeiros socorros elaborado pelo Corpo de Bombeiros
de São Paulo.
https://youtu.be/Z_0XT_6opiQ
Leitura
A proteção passiva em estrutura e escadas metálicas
https://goo.gl/h9FpFh
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Referências
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR 9077:2001:
Saídas de emergência em edifícios. 2001.
SEITO, Alexandre I.; GILL, Alfonso A.; PANNONI, Fabio D.; ONO, Rosaria; SILVA,
Silvio B.; CARLO, Ualfrido D.; SILVA, Valdir P. A Segurança Contra Incêndio no
Brasil. São Paulo: Projeto Editora, 2008.
29
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Proteção
Inserir Título
Contra
Aqui
Inserir Título
Incêndios e Explosões
Aqui
Legislação e Normas de Proteção contra Incêndio
Revisão Textual:
Prof.ª Me. Sandra Regina Fonseca Moreira
Legislação e Normas de
Proteção contra Incêndio
Caro Aluno(a)!
Normalmente, com a correria do dia a dia, não nos organizamos e deixamos para o úl-
timo momento o acesso ao estudo, o que implicará o não aprofundamento no material
trabalhado ou, ainda, a perda dos prazos para o lançamento das atividades solicitadas.
Assim, organize seus estudos de maneira que entrem na sua rotina. Por exemplo, você
poderá escolher um dia ao longo da semana ou um determinado horário todos ou alguns
dias e determinar como o seu “momento do estudo”.
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de
discussão, pois estes ajudarão a verificar o quanto você absorveu do conteúdo, além de
propiciar o contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de
troca de ideias e aprendizagem.
Bons Estudos!
UNIDADE
Legislação e Normas de Proteção contra Incêndio
Contextualização
A presente unidade (Legislação e Normas de Proteção contra Incêndio), vem apresen-
tar ao aluno(a) a regulamentação definida segundo as Legislações e Normas de proteção
contra incêndio nas edificações.
O que deve ser considerado como medida de proteção contra incêndio em um con-
domínio residencial? O que significa AVCB? Toda edificação deve possuir hidrantes?
Dessa forma, aproveite o conteúdo dessa unidade e todos os demais recursos dis-
poníveis para o aprofundamento teórico nessa área de conhecimento da segurança
contra incêndio.
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Norma Regulamentadora NR23
As Normas Regulamentadoras (NR) são disposições complementares ao capítulo V
da CLT, consistindo em obrigações, direitos e deveres a serem cumpridos por empre-
gadores e trabalhadores com o objetivo de garantir trabalho seguro e sadio, prevenin-
do a ocorrência de doenças e acidentes de trabalho. A elaboração/revisão das NR é
realizada pelo Ministério do Trabalho, adotando o sistema tripartite paritário por meio
de grupos e comissões compostas por representantes do governo, de empregadores
e de empregados.
Embora seja a NR mais curta, por força de nossa disciplina de estudo (Proteção
contra Incêndio e Explosões), vamos considerá-la como sendo a NR de maior relevância.
Assim como as demais NRs, a NR23 está disponível para download no Ministério do Traba-
lho, em sua nova página referente à segurança do trabalho.
Disponível no endereço: https://goo.gl/YJJkZw.
Legislação Estadual
O que seria Legislação Estadual referente à proteção contra incêndio?
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UNIDADE
Legislação e Normas de Proteção contra Incêndio
Agora vamos entender um pouco mais sobre o que diz as legislações estaduais,
tomando como exemplo a legislação estadual de São Paulo.
Em São Paulo, todas as informações estão acessíveis por meio digital, através do site do
corpo de bombeiros: https://goo.gl/uULzv5.
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Figura 2 – Consulta de legislação
• 3º Passo: selecionar a situação do documento a ser consultado, nesse caso, Legis-
lação em Vigor.
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Legislação e Normas de Proteção contra Incêndio
• 5º Passo: selecionar o documento a ser consultado, nesse caso, procurar pelo mais
atual disponível e clicar no botão Pesquisar.
Para todos os demais estados, deve-se procurar junto ao Corpo de Bombeiros qual é
a legislação estadual pertinente ao assunto de segurança contra incêndio.
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Artigo 2º – São objetivos deste Regulamento:
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Legislação e Normas de Proteção contra Incêndio
• Área construída;
• Capacidade de lotação;
• Riscos especiais (GLP, produtos perigosos, fogos de artifício, vaso sob pressão etc.).
Tabela 3 – Tabela de classificação das edificações e áreas de risco quanto à carga de incêndio
Risco Carga de Incêndio MJ/M2
Baixo até 300 MJ/M2
Médio Entre 300 e 1.200 MJ/M2
Alto Acima de 1.200 MJ/M2
Fonte: Decreto 63.911/2018
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Para determinação da carga de incêndio, deve-se considerar o indicado na NBR
14432 – Exigências de resistência ao fogo de elementos construtivos de edificações –
Procedimento, ou instruções técnicas específicas. Para o caso de São Paulo, temos a
Instrução Técnica 14/2018 – Carga de incêndio nas edificações e áreas de risco, onde
encontramos, no Anexo A da IT 14/2018, a tabela de cargas de incêndio específicas
por ocupação.
Para o caso de ocupações como depósitos, faz-se necessário conhecer o tipo de ma-
terial a ser armazenado e sua altura de armazenamento.
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UNIDADE
Legislação e Normas de Proteção contra Incêndio
Nada melhor do que exemplos, não é mesmo? Assim, quais seriam as medidas de
proteção contra incêndio necessárias para os seguintes estabelecimentos?
• Caso 01: Condomínio residencial com área de 1200m2 e altura de 25m;
• Caso 02: Restaurante térreo com área de 900m2, lotação de 150 pessoas.
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Segundo a tabela 1 do decreto 63.911/2018, considerando a ocupação/uso resi-
dencial e a descrição de habitação multifamiliar, temos a classificação de ocupação/uso
como sendo A-2.
• 2º Passo: determinação da altura da edificação.
Tabela 9 – Edificações do grupo A com área superior a 750 m2 ou altura superior a 12,00
GRUPO DE OCUPAÇÃO E USO GRUPO A – RESIDENCIAL
Divisão A-2, A-3 e Condomínios Residenciais
Classificação quanto à altura (em metros)
Medidas de Segurança contra Incêndio
Térrea H≤6 6 < H ≤ 12 12 < H ≤ 23 23 < H ≤ 30 Acima de 30
Acesso de Viatura na Edificação X X X X X X
Segurança Estrutural contra Incêndio X X X X X X
Compartimentação Vertical – – – X2 X2 X2
Controle de Materiais de Acabamento – – – X X X
Saídas de Emergência X X X X X X1
Brigada de Incêndio X X X X X X
Iluminação de Emergência X X X X X X
Alarme de Incêndio X3 X3 X3 X3 X3 X
Sinalização de Emergência X X X X X X
Extintores X X X X X X
Hidrante e Mangotinhos X X X X X X
Fonte: Decreto 63.911/2018 – Tabela 6A
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UNIDADE
Legislação e Normas de Proteção contra Incêndio
Todas as medidas definidas devem ser projetadas conforme respectivas Normas Bra-
sileiras (NBRs) e/ou Instruções Técnicas do Corpo de Bombeiros de cada estado, que
definem as características específicas de cada sistema.
Caso 02: Restaurante térreo com área de 900m2, lotação de 150 pessoas.
• 1º Passo: determinação da ocupação da edificação.
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Segundo a tabela 1 do decreto 63.911/2018, considerando a ocupação/uso local de
reunião de público e a descrição de local para refeição, temos a classificação de ocupa-
ção/uso como sendo F-8.
• 2º Passo: determinação da altura da edificação.
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Legislação e Normas de Proteção contra Incêndio
• Iluminação de emergência;
• Alarme de Incêndio;
• Sinalização de emergência;
• Extintores;
• Hidrantes e mangotinhos.
Todas as medidas definidas devem ser projetadas conforme respectivas Normas Bra-
sileiras (NBRs) e/ou Instruções Técnicas do Corpo de Bombeiros de cada estado, que
definem as características específicas de cada sistema.
Tabela 13 – Edificações de Divisão F-5, F-6 e F-8 com área superior a 750 m2 ou altura superior a 12,00
GRUPO DE
GRUPO F – LOCAIS DE REUNIÃO DE PÚBLICO
OCUPAÇÃO E USO
Divisão F-5 (auditório...) e F-6 (clube social...) F-8 (restaurante...)
Medidas de Classificação quanto à altura (em metros) Classificação quanto à altura (em metros)
Segurança contra 6 < H 12 < H 23 < H Acima 6 < H 12 < H 23 < H Acima
Térrea H ≤ 6 Térrea H ≤ 6
Incêndio ≤ 12 ≤ 23 ≤ 30 de 30 ≤12 ≤23 ≤ 30 de 30
Acesso de Viatura
X X X X X X X X X X X X
na Edificação
Segurança Estrutural
X X X X X X X X X X X X
contra Incêndio
Compartimentação
X1 X1 X1 X1 X – – – – X1 X X
Horizontal (áreas)
Compartimentação
– – – X2 X2 X – – – X2 X2 X
Vertical
Controle de Materiais
X X X X X X X X X X X X
de Acabamento
Saídas de Emergência X X X X X X X X X X X X⁵
Plano de Emergência X⁴ X⁴ X⁴ X⁴ X⁴ X⁴ X⁴ X⁴ X⁴ X⁴ X⁴ X⁴
Brigada de Incêndio X X X X X X X X X X X X
Iluminação de
X X X X X X X X X X X X
Emergência
Detecção de Incêndio X3 X3 X3 X X X – – – X X X
Alarme de Incêncio X X X X X X X X X X X X
Sinalização de
X X X X X X X X X X X X
Emergência
Extintores X X X X X X X X X X X X
Hidrante e
X X X X X X X X X X X X
Mangotinhos
Chuveiros Automáticos – – – – – X – – – – – X
Controle de Fumaça – – – – – X⁶ – – – – – X⁶
Fonte: Decreto 63.911/2018 – Tabela 6F.3
Explore a legislação estadual do seu estado para atentar-se às suas aplicações quanto aos
tipos de edificações, exclusões de áreas para definição das medidas de proteção contra
incêndio, utilização de subsolo etc.
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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Leitura
Anexo C da Instrução Técnica 14/2018 (CBPMSP)
https://goo.gl/uULzv5
Anexo D da Instrução Técnica 14/2018 (CBPMSP)
https://goo.gl/uULzv5
Instrução Técnica 08/2018 segurança estrutural contra incêndio (CBPMSP)
https://goo.gl/uULzv5
Artigo sobre a Lei brasileira de prevenção e combate contra incêndio
https://goo.gl/rX2sNS
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UNIDADE
Legislação e Normas de Proteção contra Incêndio
Referências
ABNT – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (2001), NBR
14432: 2001: Exigências de resistência ao fogo de elementos construtivos de edifica-
ções – Procedimento.
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