Fundamentos Ruido
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Revisão Textual:
Prof. Esp. Claudio Pereira do Nascimento
Medidas de Controle do Ruído
Caro Aluno(a)!
Normalmente, com a correria do dia a dia, não nos organizamos e deixamos para o
último momento o acesso ao estudo, o que implicará o não aprofundamento no material
trabalhado ou, ainda, a perda dos prazos para o lançamento das atividades solicitadas.
Assim, organize seus estudos de maneira que entrem na sua rotina. Por exemplo, você
poderá escolher um dia ao longo da semana ou um determinado horário todos ou alguns
dias e determinar como o seu “momento do estudo”.
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de
discussão, pois estes ajudarão a verificar o quanto você absorveu do conteúdo, além de
propiciar o contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de
troca de ideias e aprendizagem.
Bons Estudos!
UNIDADE
Medidas de Controle do Ruído
Contextualização
Agora que já sabemos como avaliar os níveis de ruído no ambiente, é necessário apren-
der sobre as possíveis medidas de controle do ruído. Cada caso é único e deve ser avaliado
considerando a viabilidade e eficácia das medidas de controle.
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Medidas de Controle
A propagação do som ocorre em forma de ondas esféricas a partir da fonte. Duas situ-
ações podem dificultar essa propagação:
• a presença de obstáculos na trajetória do som;
• a não uniformidade do meio, por exemplo, ventos e/ou gradientes de temperatura
(GERGES, 2000; SALIBA, 2018).
A NR-9, que trata do PPRA, diz quedeverão ser adotadas as medidas necessárias sufi-
cientes para o estudo, desenvolvimento e implantação de medidas de proteção coletiva,
obedecendo à seguinte hierarquia:
a) medidas que eliminam ou reduzam a utilização ou a formação de agentes prejudi-
ciais à saúde;
b) medidas que previnam a liberação ou disseminação desses agentes no ambiente
de trabalho;
c) medidas que reduzam os níveis ou a concentração desses agentes no ambiente de
trabalho (BRASIL, 1978).
Controle na Fonte
É a medida mais indicada no controle de ruído, vez que elimina ou reduz os níveis de
ruído emitidos no ambiente. O momento mais apropriado é no planejamento das insta-
lações, onde pode-se optar por adquirir equipamentos menos ruidosos e sistematizar o
layout da forma mais conveniente (SALIBA, 2018).
Uma vez que a instalação já existe, o controle na fonte pode ser feito através de outras
medidas, como por exemplo:
• Substituição de equipamentos por outros menos ruidosos;
• Manutenção preventiva nos equipamentos;
• Lubrificação periódica das partes e componentes dos equipamentos;
• Reduzir impactos, quando estes existirem e forem possíveis;
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Controle na Trajetória
Quando o controle na fonte não é possível, deve-se estudar a possibilidade de medidas
de controle na trajetória de propagação do som. Neste caso, a intensidade do ruído produ-
zida é a mesma, porém, é atenuada através de absorção ou isolamento (SALIBA, 2018).
Controle no Trabalhador
Não sendo possível o controle na fonte e na trajetória, deve-se adotar medidas no tra-
balhador, que contemplam medidas administrativas para reduzir sua exposição ou o uso de
Equipamentos de Proteção Individual (EPI).
Já o controle do ruído feito pelo uso de EPI deve considerar alguns fatores, tais como:
• Seleção do EPI;
• Fator de atenuação;
• Uso efetivo durante a exposição;
• Vida útil e periodicidade de troca (SALIBA, 2018).
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O equipamento de proteção individual, de fabricação nacional ou importado, só
poderá ser posto à venda ou utilizado com a indicação do Certificado de Aprovação
(CA) expedido pelo órgão nacional competente em matéria de segurança e saúde no
trabalho do Ministério do Trabalho e Emprego (BRASIL, 1978).
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Protetores Auditivos
Os protetores auditivos (ou protetores auriculares) são equipamentos de proteção indivi-
dual colocados no ouvido do trabalhador para impedir que o som atinja o sistema auditivo.
Podem ser de inserção – pré-moldados ou moldáveis, semiauricular ou circum-auricular –
tipo concha. Cada modelo possui seus prós e contras, que serão abordados a seguir e con-
tribuirão para a tomada de decisão na escolha do EPI.
Os protetores tipo concha são de fácil higienização, protegem não somente o canal
auditivo, mas toda a orelha, podendo ser utilizados por pessoas com infecções no canal
auditivo. Apresentam maiores níveis de atenuação que os protetores de inserção.
São mais difíceis de carregar e guardar devido ao seu tamanho e podem restringir
movimentos da cabeça. Quando utilizados com cabelos longos, barba, óculos etc.,
podem ter sua atenuação prejudicada.
Protetores Semiauriculares
Também conhecidos como protetores tipo capa, são formados por uma haste plástica
de alta resistência. Possui plugues de espuma substituíveis em suas extremidades que se
acomodam na entrada do canal auditivo, sem, contudo, penetrá-lo.
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Os plugues são de baixo custo e descartáveis. Podem ser utilizados com a haste atrás da
cabeça ou debaixo do queixo, permitindo o uso com capacetes, óculos e outros EPI. Pode
ser utilizado em canais auditivos com infecções leves. São de fácil asseio, visto que basta
substituir os plugues. Este protetor pode ser desconfortável para uma jornada inteira de
trabalho, pois a haste impõe pressionar a entrada do canal auditivo.
Os protetores auriculares de inserção são compatíveis com outros EPI, tais como ca-
pacetes, óculos e máscaras. São pequenos, de fácil transporte e armazenagem e não res-
tringem os movimentos do usuário. Podem ser utilizados por pessoas com cabelos longos,
barba etc., sem interferência na vedação.
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Verificação da Vedação
Segundo a fabricante 3M do Brasil Ltda., após a colocação do protetor auditivo,
deve-se proceder à verificação da vedação. A vedação pode ser verificada através das
seguintes observações:
• Quando os protetores estão corretamente posicionados, sua própria voz deve parecer
oca e os sons ao seu redor não devem parecer tão altos quanto anteriormente.
• Tente puxar levemente o protetor auditivo; ele não deve se mover facilmente. Se o
protetor se mover facilmente, remova-o e o coloque novamente.
• Verifique frequentemente a vedação durante o tempo em que está usando o pro-
tetor. Se os protetores se deslocarem, a proteção ao ruído pode ser perdida (3M
do Brasil, 2011).
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Quadro 1 − Comparação entre protetores concha e plugue
Concha Plugue
Eliminam ajustes complexos de colocação. Podem ser colocados Devem ser adequados a cada diâmetro e longitude
perfeitamente por qualquer pessoa. do canal auditivo externo.
São grandes e não podem ser levados facilmente nos bolsos das
São fáceis de carregar, mas também são fáceis de
roupas. Não podem ser guardados com ferramentas, e sim em
serem esquecidos ou perdidos.
lugares apropriados.
Podem ser observados a grandes distâncias, permitindo tomar Não são vistos ou notados facilmente e criam
providências para realizar a comunicação oral. dificuldades na comunicação oral normal.
Interferem no uso dos óculos pessoais ou EPI. Não dificultam o uso dos óculos pessoais ou EPI.
Podem ajustar-se mesmo quando se usa luvas. Deve-se tirar as luvas para poder colocá-los.
Podem acarretar problemas de espaço em locais pequenos e confinados. Não produzem problemas de limitação de espaço.
Podem produzir contágio somente quando usados coletivamente. Podem infectar ou lesar ouvidos sãos.
Podem ser confortáveis em ambientes frios, mas muito desagradáveis
Não são afetados pela temperatura do ambiente.
em ambientes quentes.
Sua limpeza deve ser feita em locais apropriados. Devem ser esterilizados frequentemente.
Podem ser usados por quaisquer pessoas de ouvidos sãos ou enfermos. Devem ser inseridos somente em ouvidos sãos.
O custo inicial é alto, mas sua vida útil é longa. O custo inicial é baixo, mas sua vida útil é curta.
Fonte: SALIBA, 2018
Sobre o conforto no uso dos protetores auriculares em: Avaliação do conforto do protetor
auditivo individual numa intervenção para prevenção de perdas auditivas.
Disponível em: https://goo.gl/LDGCJ7
Atenuação
A atenuação, ou fator de proteção, representa a capacidade que o protetor auricular
tem de reduzir os níveis de ruído captados pelo aparelho auditivo. Para se determinar a
atenuação, os protetores auriculares são submetidos a ensaios realizados em laboratórios
especializados que seguem normas específicas para tal fim (SALIBA, 2018).
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Dupla Proteção
Se um trabalhador fizer uso de dois protetores auriculares simultaneamente, a atenu-
ação está estimada em: maior NRRsf + 6dB. O cálculo da dupla proteção não é preciso,
sendo que o ideal é enviar os dois protetores para que um laboratório credenciado realize
a medição da atenuação (GERGES, 2000. SALIBA, 2018).
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Validade do Protetor Auditivo
A validade do protetor auditivo é diferente da vida útil deste. A validade é contada a
partir da data de fabricação e é orientada pelo fabricante. Por exemplo, para o protetor
auditivo de inserção de silicone, a fabricante 3M do Brasil orienta: Deve ser mantido em
local com boa ventilação, limpo, seco, evitando-se umidade e exposição acontami-
nantes. Nestas condições o produto pode ser estocado por até 3 anos após a data
de fabricação (3M do Brasil, 2011).
A vida útil dos protetores auriculares deve considerar a perda da atenuação ao longo
do tempo, sendo que essa verificação só é possível de ser verificada em laboratório espe-
cializado (SALIBA, 2018).
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Registro de Fornecimento
Em cumprimento à NR-6 o empregador deverá registrar o fornecimento do EPI ao traba-
lhador, podendo ser adotados livros, fichas ou sistema eletrônico. Logo, é necessário que a
empresa adote procedimento parapromover a distribuição e reposição do protetor auditivo.
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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Vídeos
Napo. Pare esse Barulho, Episódio 7
https://youtu.be/tTcUeJwzFqk
Proteção Auditiva - Vídeo de Treinamento 3M
https://youtu.be/dJfQM6DhzIs
Leitura
A percepção sobre protetores auriculares por trabalhadores participantes de programas de pre-
servação auditiva: estudo preliminar
https://goo.gl/hNuU6k
Avaliação do conforto do protetor auditivo individual numa intervenção para prevenção de per-
das auditivas
https://goo.gl/yS8Y1t
Equipamento de proteção individual auricular: avaliação da efetividade em trabalhadores ex-
postos a ruído
https://goo.gl/H6zZ5b
Ouvindo pelos protetores
https://goo.gl/DjrLpt
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Referências
3M DO BRASIL. Cartilha de Proteção Auditiva. Disponível em: <multimedia.3m.com/
mws/media/1030355O/catalogo.pdf>. Acesso em: 06/08/2018.
EDITORA SABERES. Saúde e segurança do trabalho (livro eletrônico). São Paulo, 2014.
SALIBA, T.M. Manual Prático de Avaliação e Controle do Ruído: PPRA – 10. ed.
São Paulo: LTR, 2018.
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