Quadro Da Santa Ceia O
Quadro Da Santa Ceia O
Quadro Da Santa Ceia O
UM DISCURSO SILENCIOSO
UM TRATADO ASTROLÓGICO
ESBOÇOS
O GÊNIO
A tela da Santa Ceia é simetria pura, tudo foi colocado em seus exatos lugares
com grande precisão. O ponto central e o ponto de fuga, para onde tudo se converge é
o coração de Cristo, o sol radiante que tem a sua volta os doze biótipos da
humanidade representados pelos apóstolos.
Olhando-se o quadro de frente, começando a análise da direita para a esquerda,
temos dois grupos de três, O Cristo (o segundo Adão) no centro, e do outro lado, mais
dois grupos de três, com um total geral de doze apóstolos, seis de cada lado e
formando polos de um mesmo eixo, então, temos as seguintes disposições para o
hemisfério sul.
Leonardo fez com que a luz incidisse sobre o pescoço de Judas Tadeu, seus
cabelos são ricos e abundantes. Seu semblante é atento, mas seu olhar é desconfiado
(como se perguntasse: “De onde virá a picada?”). Sua mão está levantada em um
gesto de aceitação do comando de Áries.
Aceitar, agradar, obedecer para realizar. Mas quem não tem autoridade sobre
seus desejos e uma organização consciente nas suas realizações, torna-se escravo da
matéria, sucumbe e fracassa sob o peso do jugo nas costas.
Não podemos esquecer que sem Judas não teria havido a cruz nem a prova da
ressurreição que libertou a humanidade.
Existem dúvidas sobre qual dos dois apóstolos seja o mais velho. O fato é que
para Leonardo os dois formam um só eixo, o da atração e da irradiação.
Leonardo pintou Tiago Menor, com um gesto largo, aberto, tentando atingir tudo
que está ao seu redor.
Mas, ele visa seu próprio coração que é o ponto central, como quem diz: quem
vai duvidar da minha lealdade?
O Sol não brilha apenas porque exige e atrai. Seu brilho vem do dar e irradiar.
Enquanto as duas energias forem divididas, isso causará muitos conflitos.
A vontade da tempestade é sacudir e renovar para ter o progresso, mas ela tem
seu limite na lei da ordem e da evolução (é por isso que a mão de Tiago Maior atinge
Pedro a rocha, que é Sagitário). Ele não pode sacudir as raízes e o tronco da
experiência para não destruir a vida.
Do lado oposto está Bartolomeu – seus pés estão iluminados, pois Peixe rege os
pés. Sua expressão é calma, vista ampla sobre a confusão da mesa, procura sentir,
imaginar e penetrar pacificamente na razão de todos os acontecimentos. Ele se afasta
da dor e da ansiedade, situando-se na luz.
Como se vê, em sua Última Ceia, Leonardo da Vinci retratou, sob a forma de um
discurso silencioso, a lei dos opostos universais e o movimento da vida com rara
beleza e genialidade.
Jesus, O Cristo, ao centro entre João e Tomé, tem as duas mãos estendidas
formando um triângulo, uma para cada lado (a imparcialidade). Sugere-se que com a
mão esquerda se doa e com a direita recolhe. Os seis apóstolos do lado direito e
Cristo dá um total de sete, o mesmo ocorrendo com o lado esquerdo.
O número sete apresenta-se como sendo místico, misterioso, aritmeticamente
“esquisito” e, principalmente, como sendo o número da criação, é a soma do número
3 (trindade divina) mais o número quatro (os quatro elementos do mundo físico). O
estudo do sete provém dos Sumérios, cuja civilização floresceu bem antes da
Babilônica.
O número sete é místico por excelência, gozando de privilégios entre ocultistas
como também em todas as religiões e seitas.
Todos os livros sagrados estão cheios de exemplos da excelência do número
sete. Na Bíblia contamos às centenas os exemplos da força e poder do número sete.
No Gênesis, vamos encontrar o número sete como sendo o da criação, desde a
criação do mundo, um tempo foi impresso ao ritmo universal, quando Deus decidiu
que a semana teria sete dias e não cinco ou dez.
São sete as virtudes, sete os pecados capitais, sete os sacramentos, sete as
notas musicais, sete os Arcanjos judaico-cristãos, sete as cores que formam o
branco, sete as camadas de nossa pele, sete as cores do arco-íris, sete aberturas
naturais do ser humano e dos animais em geral ou entradas patológicas, sete
chacras, sete maravilhas do mundo antigo, sete palmos de terra, missa de sétimo dia,
com sete letras se escrevem os algarismos romanos para indicação dos números, o
esquadro, símbolo da retidão é um sete.
O número sete enriquece o folclore no Brasil e no mundo, conforme os
exemplos que se seguem:
Pintar o sete: traquinar, divertir-se muito sem constrangimento algum.
Fechar a sete chaves: guardar com segurança extrema.
Sete é conta de mentiroso.
Divulga-se que o gato tem sete vidas.
Bicho de sete cabeças: diz-se vulgarmente, de algo que é misterioso ou
complicado.
Bota de sete léguas: Segundo o conto popular, aquela que servia para
transportar o herói a qualquer lugar e em pouco tempo, com enormes passadas.
No próprio cristianismo vamos encontrar o número sete na base de sua
principal oração, o Pai Nosso, inicia com uma invocação e termina com uma
dedicatória. Entre o princípio e o fim vamos encontrar sete petições, as três primeiras
são dedicadas a Deus (Espírito) e as quatro seguintes ao homem (matéria).
Pai nosso que estais no céu.
1) Santificado seja o vosso nome.
2) Venha a nós o vosso reino.
3) Seja feita a vossa vontade, assim na terra como no céu.
4) O pão nosso de cada dia nos dai hoje.
5) Perdoai as nossas dívidas, assim como perdoamos aos nossos devedores.
6) Não nos deixeis cair em tentação.
7) Livrai-nos do mal.
Porque teu é o reino, e o poder, e a glória, para sempre. Amém!
As sete virtudes se dividem em: três são sobrenaturais (Fé, Esperança,
Caridade) e quatro são cardeais (Prudência, Justiça, Fortaleza, Temperança).
Os sete pecados capitais se dividem em: três que pertencem ao espírito
(Soberba, Ira, Inveja) e quatro que pertencem ao corpo (luxúria, Gula, Avareza
Preguiça).
O número sete é também frequente na Umbanda: sete linhas ou vibrações,
sete legiões, sete falanges, sete forças da natureza, sete raças, sete flechas, sete
porteiras, sete ciclos evolutivos, sete cachoeiras, sete encruzilhadas, sete rosas
brancas, sete pedaços de carvão, sete sombras, sete portas, sete ramos de violeta,
sete pedras de raio. Assinale-se que a palavra Umbanda tem sete letras.
Na Teosofia: sete corpos, sete planos divinos, sete temperamentos.
Os caminhos da Yoga são igualmente sete.
O sete é presença em setentrião, que significa norte. Sim, porque no
hemisfério norte ou setentrional, se situa a constelação da Ursa Maior, formada por
sete estrelas ou flamas.
A cultura hebraica também valorizou o sete, como se vê a seguir: Depois de
sete dias vieram sobre a terra as águas do dilúvio. Do rio subiam sete vacas gordas e
sete vacas magras. E vi sete espigas cheias e boas e sete espigas mirradas. Sete
dias de festas propôs Salomão. Sete vezes cairá o justo e se levantará. A construção
do Templo de Jerusalém durou sete anos, sete meses e sete dias. O Menorah,
candelabro místico utilizado no culto judaico e que simboliza a árvore, tem sete
braços que representam: a luz, a justiça, a verdade, a benevolência, o amor fraterno e
a harmonia.
No Novo Testamento há, igualmente, registros que evidenciam a importância
do sete no tempo de Jesus: Mestre, indaga-lhe Pedro, até quantas vezes devo
perdoar? Até sete vezes? Jesus, responde-lhe: não te digo que até sete vezes, mas
até setenta vezes sete.
Está no Apocalipse: sete amigos, sete baldes, sete candelabros, sete chifres,
sete espíritos, sete estrelas, sete lâmpadas, sete reis, sete olhos, sete anjos, sete
trombetas, sétimo selo.
A tabuada do sete é amais difícil para o aprendizado das crianças e mesmo
dos adultos, muitos são os que tropeçam quando lhes perguntamos o resultado de
sete vezes oito.
O sete é o único número simples que não possui regra fácil se quisermos saber
se ele é fator de um determinado número e é o único a ser aritmeticamente nem
múltiplo nem divisor de outro número entre 1 e 10.
A multiplicação entre si dos sete primeiros algarismos significativos é igual a
5.040, número fantástico, sendo divisível por todos os números de 1 a 10, sem deixar
resto.
Mas, o mistério aparece nos conjuntos estelares que sempre serviram de
orientação aos homens. As constelações de Órion, Ursa Maior, Cruzeiro do Sul, são
formadas por sete estrelas visíveis a olho nu normalmente.
Como explicar a Plêiade das sete irmãs, quando na verdade apenas seis são
visíveis a olho nu?
Para entendermos o significado do número sete, podemos analisar os números
três e quatro, o ternário e o quaternário.
Entre os pitagóricos, o três era considerado o número perfeito, por ter princípio,
meio e fim, e seus exemplos estão sempre à nossa volta:
Da Trindade Cristã: Pai, Filho e Espírito Santo;
Do Tempo: presente, passado e futuro;
Da vida: nascimento, existência e morte;
Da constituição do ser humano: corpo, alma (10requente10o) e espírito;
Da família: pai, mãe e filho;
Do hermetismo: archêo, azoth e hylo;
Da gnose: princípio, verbo e substância;
Da cabala hebraica: Keter (coroa), Hockma (sabedoria) e Binah (inteligência);
Da trimurti: Brama, Vishnu e Siva; - Sat, Chit e Amanda;
Das “três Gounas”, ou qualidades inerentes à Substância Eterna (Maia), na
Índia: Tamas (inércia), Rajas (movimento) e Sattya (harmonia);
Do Budismo: Buda (iluminado), Dharma (lei) e Sanga (assembleia de fiéis);
Do Egito: Osíris, Ísis e Hórus; - Ammon, Mouth e Khons;
Do sol, no Egito: Hórus (nascer), Rá (zênite) e Osíris (ocaso);
Da Caldéia: Ulomus (luz), Olosurus (fogo) e Helium (chama).
MONA LISA
A ANUNCIAÇÃO
VIRGEM DAS ROCHAS
O BATISMO DE CRISTO