A SANTA CEIA - LEONARDO DA VINCI

UM DISCURSO SILENCIOSO

UM TRATADO ASTROLGICO

1- ries: Simo; 7- Libra: Joo Primeiro eixo

2- Touro: Judas Tadeu 8- Escorpio: Judas Iscariotes Segundo eixo
3- Gmeos: Mateus 9- Sagitrio: Pedro Terceiro eixo
4- Cncer: Filipe 10- Capricrnio: Andr Quarto eixo
5- Leo: Tiago Menor 11- Aqurio: Tiago Maior Quinto eixo
6- Virgem: Tom 12- Peixes: Bartolomeu Sexto eixo
 MESES E ESTAES DO ANO

ries: Simo;Touro:Judas Tadeu;Gmeos: Mateus; Outono: 20 de maro

Cncer: Filipe; Leo: Tiago Menor; Virgem: Tom; Inverno: 20 de junho
Libra:Joo; Escorpio: Judas Iscariotes; Sagitrio: Pedro; Primavera: 22 de setembro
Capricrnio: Andr; Aqurio:Tiago Maior; Peixes: Bartolomeu; Vero:21 de dezembro

ESBOOS
 O GNIO

Leonardo da Vinci, gnio da humanidade, nascido na Itlia em 15/04/1452, para

uns em Anchiano e para outros perto dos montes Albanos, entre as cidades de
Florena e Pisa. Foi destaque em vrias reas do conhecimento humano, pintor,
escultor, anatomista, matemtico, engenheiro, arquiteto, msico, naturalista, inventor,
cientista. Com vasto trabalho cientfico e projetos. Foi um dos grandes iniciados nos
antigos mistrios, e sem dvida, deixou um grande legado para a posteridade.
Da Vinci sempre utilizou dos conhecimentos matemticos na confeco de suas
obras, ele buscava atingir a perfeio e o equilbrio.
Na Santa Ceia, foi utilizada com perfeio a tcnica do sfumato. Esta tcnica
consiste em criar gradientes na criao de sombra e luz numa pintura.
Leonardo considerado o criador desta tcnica.
Sua obra A Santa Ceia, teria sido baseada no Livro de Joo, captulos 13-17, no
Novo Testamento.
Dimenses: 4,6 m x 8,8 m - Localizao: Convento Santa Maria delle
Grazie em Milo, Itlia.
Criao: 14951498 - Perodos: Renascena italiana, Alta Renascena,
Renascimento.
A obra de Leonardo da Vinci espelha uma dimenso e profundidade, prprias da
mente superior, da fraternidade universal dos gnios da qual ele faz parte. Nela
encontram-se surpreendentes smbolos e significados recnditos que guardam todo o
conhecimento das cincias filosficas e metafsicas, produto da harmonia interior
cultivada por este gnio e to bem expressa no sorriso enigmtico das suas figuras,
onde A Gioconda apenas o exemplo mais conhecido.
Os smbolos so escrituras secretas acessveis a uns poucos iniciados, pois
fornecem as explicaes essenciais do nosso mundo, do nosso ser. De algum modo,
desde pocas milenares, o homem precisou dos smbolos e, modernamente, a
psicanlise mostrou que sejam egpcios, chineses, nrdicos, ocidentais ou latino-
americanos, todos eles tm uma similitude: se repetem e explicam a histria do
pensamento humano.

O AMBIENTE DA SANTA CEIA

Existem vrias interpretaes sobre os simbolismos apresentados nas obras

imortalizadas de Leonardo da Vinci, que mostra nesta pintura toda a simbologia
astrolgica, astronmica, numerolgica e espiritual contida nos ensinamentos do
cristianismo, sem o intuito de mostrar apenas a religiosidade que ela expressa. Com
um discurso silencioso, ele levanta uma ponta do vu para a espiritualidade que a obra
revela atravs de exemplos csmicos, para os verdadeiros buscadores do
conhecimento. Na tela os doze apstolos esto representando os signos astrolgicos
de acordo com os estudos da astrloga Emma Costet de Mascheville, que diz:
Leonardo da Vinci era um iniciado e colocou na sua Santa Ceia todo o conhecimento
de astrologia. No momento em que a f e a cincia estavam se separando
(Renascimento) e, que a Astrologia estava se desvirtuando, Leonardo legou
humanidade todo seu conhecimento do simbolismo oculto, sob a forma de uma
pintura.
Mas ele era tambm cientista: cem anos antes de Galileu, ele colocou suas
descobertas sobre as rbitas dos planetas no clebre retrato da Mona Lisa. Os crticos,
porm, preferindo analisar o enigmtico sorriso da Gioconda, esqueceram o que existia
de mais importante: sua mensagem oculta.
 Na maneira geomtrica de distribuir os volumes, luzes e objetos, Leonardo
transmite no apenas uma arte, mas todo um saber universal. Tudo na Santa Ceia
simbologia. Alm de ser um discurso astrolgico, esse quadro um verdadeiro tratado
de numerologia.
Mas a ordem em que eles se encontram distribudos, a biotipologia, os gestos, a
expresso facial e corporal que eles apresentam na Santa Ceia, coincidiam
perfeitamente com tudo que Emma tinha encontrado na observao das fisionomias,
gestos e vida das pessoas em que vinha fazendo horscopos h quase trinta anos. Na
Santa Ceia podemos reparar que as vigas do teto, as linhas do cho, as linhas
superiores das tapearias nas paredes, tudo convergia para o corao do Cristo.
Existem trs aberturas ao fundo que mostram muita claridade, a porta central possui
um halo na parte de cima e seu centro o corao de Cristo. Isso que dizer que ele
irradia a luz que ilumina o mundo. Ele a unidade da vida, rodeado pelos doze tipos
fundamentais do ser humano, sendo cada apstolo um receptor das doze foras
bsicas originadas pela Trindade da luz e seu espectro, que formam doze polos e seis
eixos. As trs aberturas representam o Espiritual.
Os quatro painis laterais em cada uma das paredes, representam o antigo
principio dos elementos naturais, a terra, a gua, o ar e o fogo, ou seja, a matria.
Na Santa Ceia, nos relatos dos apstolos no se menciona a posio de cada
um dos componentes da mesa. Leonardo ao colocar no centro Cristo como o Sol e os
apstolos em grupos de seis de cada lado representando o zodaco.
Na Astrologia usa-se a distribuio dos signos, que vai de ries, da esquerda
para a direita. Na Astronomia estes signos obedecem a uma distribuio da direita para
a esquerda. Como o horscopo o espelho do universo, sua ordem contrria.
Leonardo usou a posio da Astronomia, da direita para a esquerda de quem olha.
Talvez, seja a pintura mais reproduzida do mundo. Da Vinci trabalhou de 1495 a
1498, pintando-a na parede do refeitrio do Convento de Santa Maria dele Grazie, em
Milo, na Itlia.

A MESA DA SANTA CEIA

A tela da Santa Ceia simetria pura, tudo foi colocado em seus exatos lugares
com grande preciso. O ponto central e o ponto de fuga, para onde tudo se converge
o corao de Cristo, o sol radiante que tem a sua volta os doze bitipos da
humanidade representados pelos apstolos.
Olhando-se o quadro de frente, comeando a anlise da direita para a esquerda,
temos dois grupos de trs, O Cristo (o segundo Ado) no centro, e do outro lado, mais
dois grupos de trs, com um total geral de doze apstolos, seis de cada lado e
formando polos de um mesmo eixo, ento, temos as seguintes disposies para o
hemisfrio sul.

1: - RIES APSTOLO SIMO

7: - BALANA APSTOLO JOO

ries o lder que usa a energia e a iniciativa, incentivando a deciso e a luta.

No quadro, Simo est sentado na cabeceira da mesa, impondo pelas mos a diretiva
a ser tomada. ries ou Carneiro aquele que mostra francamente sua personalidade
combativa, da fora da sua cabea a testa de Simo est fortemente iluminada
defendendo a verdade. Ao, coragem e conscincia da prpria vontade. O eu sou, o
ser que age de acordo com as concluses da sua prpria cabea.

Balana ou Libra o signo que est 180 em oposio a ries. o smbolo da

harmonia da justia e da beleza. O semblante de Joo mostra harmonia e beleza,
aquele que medita e mede o coordenador. O colaborador est simbolizado nas mos
cruzadas. Joo aparece inclinado, pois, com esse gesto ele suaviza o impacto da
energia de ries.

2: - TOURO APSTOLO JUDAS TADEU

8: - ESCORPIO APSTOLO JUDAS ISCARIOTES

O crebro (ries) comanda e as glndulas (Touro) executam aglomerando a

matria. Touro o signo da obedincia, realizao e fecundidade. Rege a fsica.

Escorpio o signo da autoridade, organizao e fora criadora. Rege a

qumica.

Um signo depende sempre do outro e Leonardo, conhecendo a importncia

dessa correspondncia deu a ele as figuras dos dois Judas: Tadeu e Iscariotes.

Como no corpo humano, as glndulas e rgos sexuais so indispensveis para

a sade e realizao criadora. So dois polos de um mesmo eixo que no pode ser
dividido.

Leonardo fez com que a luz incidisse sobre o pescoo de Judas Tadeu, seus
cabelos so ricos e abundantes. Seu semblante atento, mas seu olhar desconfiado
(como se perguntasse: De onde vir a picada?). Sua mo est levantada em um
gesto de aceitao do comando de ries.

Aceitar, agradar, obedecer para realizar. Mas quem no tem autoridade sobre
seus desejos e uma organizao consciente nas suas realizaes, torna-se escravo da
matria, sucumbe e fracassa sob o peso do jugo nas costas.

Escorpio o signo da qumica, da transformao e transfigurao da matria.

Quem compreender Judas Iscariotes no chamar mais Escorpio de o pior signo, mas
compreender sua funo na engrenagem do zodaco e na vida humana.

Enquanto Touro aceita e executa, simbolizado na atitude de Judas Tadeu diante

de Simo (ries), o gesto de Judas Iscariotes (escorpio) mostra deciso. Ele enfrenta
a autoridade e bate na mesa.

Judas Iscariotes era o organizador da comunidade dos apstolos e ns o vemos

sentado, recuado para poder estudar melhor o conjunto, com um saquinho de dinheiro
na mo: Eram as finanas da sociedade. Judas Iscariotes derruba o saleiro na mesa.
Se Jesus deu a ele essa funo porque viu em Judas Iscariotes um grande
administrador. Antes de tudo ele foi um homem poltico e, talvez, o que mais acreditou
na autoridade de Cristo, pois, via nele o Messias que libertaria Israel. Quando Jesus
deixou claro que no usaria seus poderes para a libertao da matria, mas, somente
para a libertao do esprito, Judas sente o gosto do fracasso e, como o escorpio,
aplica o dardo em si mesmo.

No podemos esquecer que sem Judas no teria havido a cruz nem a prova da
ressurreio que libertou a humanidade.

Escorpio possui duas almas: a da destruio e a da transmutao. Ele o

qumico que decompe um elemento para criar um novo. Temos dois exemplos de
Escorpio entre os seguidores de Jesus: Judas Iscariotes que destri por usar apenas
sua vontade de poder, esquecendo a mansido do Touro e chegando autodestruio;
e Paulo que de Saulo se transformou em Paulo pela iluminao e transfigurao, vindo
a ser organizador da comunidade crist.

3: - GMEOS APSTOLO MATEUS

9: - SAGITRIO APSTOLO PEDRO

Gmeos a esquerda e a direita, o movimento da vida, a formao do intelecto

pelo que assimila. Gmeos possui o dom da palavra, rege o advogado, o reprter, o
escritor. No corpo humano Gmeos rege os braos e os pulmes. Sagitrio rege as
coxas e a circulao.

O terceiro na ordem dos apstolos Mateus reprter e historiador da vida de

Cristo. Ele aquele que viu e viveu, simbolizado pelo gesto duplo: a cabea em direo
de Simo e os braos em direo de Cristo. A disperso dos movimentos, querendo
falar a todos ao mesmo tempo. Seu rosto segue rigorosamente o bitipo dos nascidos
sob o signo de Gmeos: esguio, gesticulao enftica.

O nono signo, Sagitrio, simbolizado no centauro, expressando a lei da

evoluo, sob a forma do animal-humano que busca o divino. Ele representa a lei, o
dogma, a religio e a filosofia.

A figura 9 no quadro de Leonardo Pedro, que fez o dogma e instituiu a lei da

Igreja. Ainda no quadro, vemos a faca na mo direita, representando a fera no homem.
Foi ele que cortou a orelha de um soldado. Seu dedo, porm, aponta para o Cristo. O
corpo de Pedro est sobre Judas e avana para frente em um gesto incisivo. a
evoluo.

4: - CNCER APSTOLO FLIPE

10: - CAPRICRNIO APSTOLO ANDR

A sensibilidade e a viso do amanh, mais a conservao e a memria

emocional do ontem foi simbolizada pelos antigos na figura do caranguejo. Com suas
antenas para frente e rabo para trs o caranguejo expressa a f e a gratido.

A cabra montanhesa, por outro lado, a expresso da segurana, da prudncia,

concentrao e capacidade de escalar a montanha com seus passos de hoje. Ela
inspira a razo e a confiana. A cabra montanhesa o smbolo de Capricrnio.
 Existe uma profunda correspondncia entre as expresses de Filipe e Andr no
Quadro de Leonardo. Filipe o encantado pela f, diante da viso de Cristo. Ele
interioriza tudo atravs dos gestos das mos que fazem o sinal hieroglfico de Cncer.
Fisicamente ele tem tendncia a um rosto cheio e mos suaves, contrastam com as
mos secas e dos ossos salientes do rosto de Andr, que so as particularidades
biotipolgicas de Capricrnio.

As mos de Filipe expressam o vinde a mim, as de Andr expressam o longe

de mim. Andr parece assustado pelo dever e pelo senso de responsabilidade, sua
figura transmite confiana no hoje, mas no tem a viso do amanh. Ontem, hoje e
amanh no podem ser separados, pois, so polos de um mesmo eixo que o do
eterno presente.

5: - LEO APSTOLO TIAGO MENOR

11: - AQURIO APSTOLO TIAGO MAIOR

Existem dvidas sobre qual dos dois apstolos seja o mais velho. O fato que
para Leonardo os dois formam um s eixo, o da atrao e da irradiao.

Leo significa rei, centro do governo, exercendo se magnetismo e disciplina

sobre seus sditos.

Leonardo pintou Tiago Menor, com um gesto largo, aberto, tentando atingir tudo
que est ao seu redor.

Mas, ele visa seu prprio corao que o ponto central, como quem diz: quem
vai duvidar da minha lealdade?

A confiana no prprio poder e fora, a alegria de viver e a disciplina so

peculiaridades dos nascidos sob o signo do Leo. Eles so sempre o centro das
atenes.

Oposto a Tiago Menor est seu irmo Maior, a eletricidade csmica, a

irradiao, a tempestade que no podemos deter, pois a liberdade.

O Sol no brilha apenas porque exige e atrai. Seu brilho vem do dar e irradiar.
Enquanto as duas energias forem divididas, isso causar muitos conflitos.

Leonardo colocou toda sua compreenso de Aqurio em Tiago Maior, que

visualiza toda a mesa, encostado em Peixes. Ele tem a sua experincia, forma sua
ideia prpria, mas sua mo nas costas de Pedro como se perguntasse: o que acha
irmo?

A vontade da tempestade sacudir e renovar para ter o progresso, mas ela tem
seu limite na lei da ordem e da evoluo ( por isso que a mo de Tiago Maior atinge
Pedro a rocha, que Sagitrio). Ele no pode sacudir as razes e o tronco da
experincia para no destruir a vida.

6: - VIRGEM APSTOLO TOM

12: - PEIXES APSTOLO BARTOLOMEU

Sentado esquerda de Jesus vemos Tom, aquele que procura a sabedoria.

No fim da mesa, esquerda do quadro, vemos Bartolomeu. Na ordem do

zodaco ele ocupa a posio de Peixes. Virgem a natureza em movimento perptuo,
Peixes a calma. Tom a ansiedade, a inquietao. Ele procura prender cada vez
mais e no teme questionar o que v. Ele analisa com mincias os defeitos que
descobre. At diante de Cristo ele levanta o dedo querendo contestar e criticar.

Do lado oposto est Bartolomeu seus ps esto iluminados, pois Peixe rege os
ps. Sua expresso calma, vista ampla sobre a confuso da mesa, procura sentir,
imaginar e penetrar pacificamente na razo de todos os acontecimentos. Ele se afasta
da dor e da ansiedade, situando-se na luz.

Como se v, em sua ltima Ceia, Leonardo da Vinci retratou, sob a forma de um

discurso silencioso, a lei dos opostos universais e o movimento da vida com rara
beleza e genialidade.

JESUS, O CRISTO - O SOL NO CENTRO DA MESA

Jesus, O Cristo, ao centro entre Joo e Tom, tem as duas mos estendidas
formando um tringulo, uma para cada lado (a imparcialidade). Sugere-se que com a
mo esquerda se doa e com a direita recolhe. Os seis apstolos do lado direito e
Cristo d um total de sete, o mesmo ocorrendo com o lado esquerdo.
O nmero sete apresenta-se como sendo mstico, misterioso, aritmeticamente
esquisito e, principalmente, como sendo o nmero da criao, a soma do nmero
3 (trindade divina) mais o nmero quatro (os quatro elementos do mundo fsico). O
estudo do sete provm dos Sumrios, cuja civilizao floresceu bem antes da
Babilnica.
O nmero sete mstico por excelncia, gozando de privilgios entre ocultistas
como tambm em todas as religies e seitas.
Todos os livros sagrados esto cheios de exemplos da excelncia do nmero
sete. Na Bblia contamos s centenas os exemplos da fora e poder do nmero sete.
No Gnesis, vamos encontrar o nmero sete como sendo o da criao, desde a
criao do mundo, um tempo foi impresso ao ritmo universal, quando Deus decidiu
que a semana teria sete dias e no cinco ou dez.
So sete as virtudes, sete os pecados capitais, sete os sacramentos, sete as
notas musicais, sete os Arcanjos judaico-cristos, sete as cores que formam o
branco, sete as camadas de nossa pele, sete as cores do arco-ris, sete aberturas
naturais do ser humano e dos animais em geral ou entradas patolgicas, sete
chacras, sete maravilhas do mundo antigo, sete palmos de terra, missa de stimo dia,
com sete letras se escrevem os algarismos romanos para indicao dos nmeros, o
esquadro, smbolo da retido um sete.
O nmero sete enriquece o folclore no Brasil e no mundo, conforme os
exemplos que se seguem:
Pintar o sete: traquinar, divertir-se muito sem constrangimento algum.
Fechar a sete chaves: guardar com segurana extrema.
Sete conta de mentiroso.
Divulga-se que o gato tem sete vidas.
Bicho de sete cabeas: diz-se vulgarmente, de algo que misterioso ou
complicado.
Bota de sete lguas: Segundo o conto popular, aquela que servia para
transportar o heri a qualquer lugar e em pouco tempo, com enormes passadas.
No prprio cristianismo vamos encontrar o nmero sete na base de sua
principal orao, o Pai Nosso, inicia com uma invocao e termina com uma
dedicatria. Entre o princpio e o fim vamos encontrar sete peties, as trs primeiras
so dedicadas a Deus (Esprito) e as quatro seguintes ao homem (matria).
Pai nosso que estais no cu.
1) Santificado seja o vosso nome.
2) Venha a ns o vosso reino.
3) Seja feita a vossa vontade, assim na terra como no cu.
4) O po nosso de cada dia nos dai hoje.
5) Perdoai as nossas dvidas, assim como perdoamos aos nossos devedores.
6) No nos deixeis cair em tentao.
7) Livrai-nos do mal.
Porque teu o reino, e o poder, e a glria, para sempre. Amm!
As sete virtudes se dividem em: trs so sobrenaturais (F, Esperana,
Caridade) e quatro so cardeais (Prudncia, Justia, Fortaleza, Temperana).
Os sete pecados capitais se dividem em: trs que pertencem ao esprito
(Soberba, Ira, Inveja) e quatro que pertencem ao corpo (luxria, Gula, Avareza
Preguia).
O nmero sete tambm frequente na Umbanda: sete linhas ou vibraes,
sete legies, sete falanges, sete foras da natureza, sete raas, sete flechas, sete
porteiras, sete ciclos evolutivos, sete cachoeiras, sete encruzilhadas, sete rosas
brancas, sete pedaos de carvo, sete sombras, sete portas, sete ramos de violeta,
sete pedras de raio. Assinale-se que a palavra Umbanda tem sete letras.
Na Teosofia: sete corpos, sete planos divinos, sete temperamentos.
Os caminhos da Yoga so igualmente sete.
O sete presena em setentrio, que significa norte. Sim, porque no
hemisfrio norte ou setentrional, se situa a constelao da Ursa Maior, formada por
sete estrelas ou flamas.
 A cultura hebraica tambm valorizou o sete, como se v a seguir: Depois de
sete dias vieram sobre a terra as guas do dilvio. Do rio subiam sete vacas gordas e
sete vacas magras. E vi sete espigas cheias e boas e sete espigas mirradas. Sete
dias de festas props Salomo. Sete vezes cair o justo e se levantar. A construo
do Templo de Jerusalm durou sete anos, sete meses e sete dias. O Menorah,
candelabro mstico utilizado no culto judaico e que simboliza a rvore, tem sete
braos que representam: a luz, a justia, a verdade, a benevolncia, o amor fraterno e
a harmonia.
No Novo Testamento h, igualmente, registros que evidenciam a importncia
do sete no tempo de Jesus: Mestre, indaga-lhe Pedro, at quantas vezes devo
perdoar? At sete vezes? Jesus, responde-lhe: no te digo que at sete vezes, mas
at setenta vezes sete.
Est no Apocalipse: sete amigos, sete baldes, sete candelabros, sete chifres,
sete espritos, sete estrelas, sete lmpadas, sete reis, sete olhos, sete anjos, sete
trombetas, stimo selo.
A tabuada do sete amais difcil para o aprendizado das crianas e mesmo
dos adultos, muitos so os que tropeam quando lhes perguntamos o resultado de
sete vezes oito.
O sete o nico nmero simples que no possui regra fcil se quisermos saber
se ele fator de um determinado nmero e o nico a ser aritmeticamente nem
mltiplo nem divisor de outro nmero entre 1 e 10.
A multiplicao entre si dos sete primeiros algarismos significativos igual a
5.040, nmero fantstico, sendo divisvel por todos os nmeros de 1 a 10, sem deixar
resto.
Mas, o mistrio aparece nos conjuntos estelares que sempre serviram de
orientao aos homens. As constelaes de rion, Ursa Maior, Cruzeiro do Sul, so
formadas por sete estrelas visveis a olho nu normalmente.
Como explicar a Pliade das sete irms, quando na verdade apenas seis so
visveis a olho nu?
Para entendermos o significado do nmero sete, podemos analisar os nmeros
trs e quatro, o ternrio e o quaternrio.
Entre os pitagricos, o trs era considerado o nmero perfeito, por ter princpio,
meio e fim, e seus exemplos esto sempre nossa volta:
Da Trindade Crist: Pai, Filho e Esprito Santo;
Do Tempo: presente, passado e futuro;
Da vida: nascimento, existncia e morte;
Da constituio do ser humano: corpo, alma (10requente10o) e esprito;
Da famlia: pai, me e filho;
Do hermetismo: archo, azoth e hylo;
Da gnose: princpio, verbo e substncia;
Da cabala hebraica: Keter (coroa), Hockma (sabedoria) e Binah (inteligncia);
Da trimurti: Brama, Vishnu e Siva; - Sat, Chit e Amanda;
Das trs Gounas, ou qualidades inerentes Substncia Eterna (Maia), na
ndia: Tamas (inrcia), Rajas (movimento) e Sattya (harmonia);
Do Budismo: Buda (iluminado), Dharma (lei) e Sanga (assembleia de fiis);
Do Egito: Osris, sis e Hrus; - Ammon, Mouth e Khons;
Do sol, no Egito: Hrus (nascer), R (znite) e Osris (ocaso);
 Da Caldia: Ulomus (luz), Olosurus (fogo) e Helium (chama).

Vejamos o significado do nmero quatro, ou seja, o quaternrio. O quatro

sempre foi considerado o nmero do mundo fsico. O quatro est relacionado aos
quatro pontos cardeais, vale mesmo a pena perguntar, por que quatro pontos cardeais
e no trs ou seis?
Na Bblia o rio que sai do paraso se divide em quatro outros rios. O altar dos
sacrifcios tem quatro pontas, os quatro animais que sustentam o trono da revelao,
as quatro estaes do ano, as quatro fases da lua, as quatro fases do dia.
No Novo Testamento encontramos o quatro de forma um tanto dramtica: os
soldados romanos dividem em quatro partes as roupas do Cristo crucificado,
simbolizando a dissoluo do seu corpo material e seu retorno aos quatro elementos
de que era composto.
As pirmides do Egito esto relacionadas com o nmero sete em sua
construo, a base quadrada (4) e seu perfil triangular (3), a pirmide de Quops
possui trs cmaras ligadas por quatro corredores.
Temos ainda o sete simbolizado no caduceu.
ANLISE

Leonardo da Vinci em todas as suas pinturas de cunho religioso, as reveste com

imensa dose oculta de espiritualidade, como se fosse para acompanhar os
ensinamentos de Cristo, que o fazia atravs de parbolas, para que o conhecimento
no fosse dado a qualquer um, e pudesse se perpetuar.
Assim est escrito: o Primeiro homem, Ado, foi feito alma vivente; o ltimo
Ado, em esprito vivificante. Mas no primeiro o espiritual, seno, seno o animal;
depois, o espiritual. O primeiro homem, da terra, terreno; o segundo homem, o
senhor, do cu. Qual o terreno, tais so tambm os terrenos; e qual o celestial, tais
tambm os celestiais. E, assim como trouxemos a imagem do terreno, assim traremos
tambm a imagem do celestial (1COR: 15.45-49).
Moiss, o servo, que veio trazer a lei, a justia. Jesus, O Cristo, o filho, que veio
cumprir a lei, e trazer o amor.
O apstolo Joo, forma uma unidade nos captulos 13 a 17, como o indica o
contexto da ceia, em que se desenvolve, e uma srie de repeties. Quase no tem
ao: salvo o lava-ps no comeo, tudo so discursos com alguns momentos de
dilogo. A Pscoa judaica tem o sentido de passagem com referncia a passagem do
anjo exterminador, antes da libertao e o caminho para a terra prometida. Cristo (e
ns com ele) passar deste mundo, escravo do pecado, para o Pai, terra prometida.
A Pscoa judaica e a Pscoa nova de Jesus so a moldura ideal dessa unidade. No
se trata da refeio pascal de que fala Mt 26,17.
Analisando o Captulo 13, temos o seguinte:
Pela primeira vez, Joo pe explicitamente a vida e a morte de Jesus sob o
signo do amor que ele tem aos seus. como um segredo, cuja revelao plena est
reservada para os ltimos momentos. At terminar a obra pelo Pai.
 Costuma-se chama-los discurso de despedida, espcie de testamento espiritual,
mais parecido ao de Moiss no Deuteronmio que ao de Jac (Gn 49) ou ao de Davi (2
Sm 23; 1Rs 2).
13, 1-20 - A cena se atm ao esquema de ao simblica com explicao. A
primeira a solene introduo, verdadeira abertura dessa cena e do que se segue. A
segunda implicar um dos ouvintes na ao. Da se segue a terceira, ou seja, a dupla
explicao, uma em forma de dilogo, a outra em forma de discurso. A dupla
explicao significa um duplo simbolismo? preciso partir dessa possibilidade, mais
ainda levando em conta que Joo no narra aqui, no seu lugar lgico, a instituio da
eucaristia.
13, 1 - O comeo de uma solenidade inusitada. Os sinticos apresentaram a
conscincia de Jesus em ao, ao enviar dois discpulos para conseguir o jumentinho e
a sala do banquete. Joo a tematiza num particpio, que o motor de tudo o que se
segue. Prope tambm, num versculo, os dois temas condutores da cena: a volta para
o Pai e o amor aos seus. Joo situa a ceia no anoitecer da quinta-feira, e a Paixo
durante a sexta-feira da preparao do banquete, que se celebra ao anoitecer da
sexta-feira, ou seja, no comeo do sbado.
13, 2 - A notcia d uma cor sombria cena. O inimigo atua e tem seu agente
entre os convidados. Sob a superfcie do relato se trava uma batalha: quem ser o
mais forte: o dio traidor ou o amor sacrificado?
13, 4-5 - Oferecer ao hspede gua para lavar os ps da poeira do caminho era
gesto de cortesia (Gn 18,4); em algum caso um servo podia faz-lo, ou um discpulo a
seu mestre. Jesus, o plenipotencirio, inverte espetacularmente os papis: sua ao
simblica quase escandalosa. Isso provoca o dilogo subsequente.
13, 6-10 - O dilogo tem um nvel realista: a reao apaixonada de Pedro diante
do ato de rebaixar-se do Mestre e o no menos apaixonado de no afastar-se dele.
Tem um nvel simblico indicado por Jesus: ele deve realizar o gesto, condio
inevitvel para ter parte na herana (celeste) com Jesus, seu sentido profundo no se
entende agora. Contudo, mais importante que a humildade e o respeito obedecer ao
Mestre. Pedro o entender depois (e os cristos tambm). Costuma-se propor o
seguinte simbolismo: a humilhao presente de Jesus, voluntria, incrvel, representa a
morte que ele vai realizar para obter-nos a vida eterna. Colateralmente, na meno de
tomar banho pode ressoar uma referncia batismal (Ef 5,26; Tt 3,5).
13, 6 - O ttulo Senhor sublinha o incrvel da situao.
13, 10 - Ao que est sujo por dentro de nada adianta que, por fora, lhe lavem os
ps.
13, 12-17 - Eles podem entender agora a segunda explicao: fcil de
compreender, talvez menos fcil de realizar. o valor exemplar do gesto, o sentido de
servio humilde, que deve animar a vida do cristo e, que carrega consigo uma bem-
aventurana.
13, 13-14 - Mestre e Senhor podem ter na situao um significado de estima e
respeito; mais tarde adquirem o valor de ttulos transcendentes. prtica nas
comunidades crists refere-se 1Tm 5,10.
13, 15 - O que ele fez no contexto imediato lavar os ps. Logo depois ser dar
a vida pelos outros.
 13, 18-19 - A traio de um no deve desconcertar, pois ele a anuncia de
antemo e estava predita na Escritura (Sl 41,10): Jesus aplica a si a orao de um
inocente perseguido. O extraordinrio que, ao cumprir-se a traio anunciada, seja
motivo de f na pessoa, Eu sou. Essa f est na base da misso. A referncia serve de
transio ao anncio que se segue.
13, 21-30 - O anncio da traio se apresenta numa cena dramtica que permite
contrapor ao traidor o discpulo predileto de Jesus. a primeira vez que a expresso
aparece e se repetir a seguir. O texto bblico d indcios no muito seguros para
identifica-lo; uma tradio muito antiga o identificou com Joo Evangelista. O que
podemos dizer que era uma personalidade respeitada nas comunidades onde se
escreveu ou se cristalizou o evangelho.
No meio est Jesus. Estremece (Sl 42,5.11; Is 21,3) ante a presena do dio
satnico: mas a morte entrou no mundo pela inveja do diabo (Sb 2,24; Gn 4,7).
Todavia, conserva o domnio soberano: conhece os planos ocultos (Lc 1,17), faz um
gesto de afeto particular, d a ordem de agir. Essa ordem paradoxal: dei-lhes
preceito que no eram bons? (Ez 20,25); que ningum me tira a vida, eu a dou
livremente.
13, 25 - O discpulo predileto est num lugar de honra, direita de Jesus, o
inclinar a cabea para o peito de Jesus foi interpretado por devota tradio como um
auscultar o corao, a intimidade de Jesus.
13, 27 - Anteriormente Sat lhe havia sugerido, agora entra e se apodera dele:
o pecado espreita porta. Embora ele te deseje, tu podes domin-lo (Gn 4,7).
13,30 - hora das trevas; Judas se perde na escurido (Sb 17,21): sobre eles
se estendia pesada noite, imagem das trevas que iriam surpreend-los. No meio
dessa noite refulge o esplendor da glria, que anuncia a seguir.
13, 31-35 - Enunciam vrios temas que retornaro como temas reconhecveis:
relao de Jesus com o Pai, glorificao mtua, proximidade do fim, preceito de amor.
A paixo cumprimento do desgnio divino e sacrifcio por amor glorificao de Deus
pelo homem e do homem por Deus [contrasta com a glorificao de (Ex 14,4.18)].
Em Joo 13,31, podemos colocar o comeo do grande discurso, que ser
interrompido por perguntas e dilogos ocasionais. um testamento, uma despedida,
uma instruo.
O gnero testamento est bem arraigado nas literaturas bblica e profana da
poca. Um personagem ilustre, antes de morrer, rene os filhos e pronuncia as ltimas
palavras, maneira do testamento espiritual: Jac (Gn 49), Moiss (Dt 32-33), Samuel
(1Sm 12), Davi (2Sm 23; 1Rs 2), Matatias (1Mc 2,49-70), Tobias (Tb 14). No
inusitado o fato de Joo pr na boca de Jesus um testamento espiritual.
Mais que ato puramente jurdico, o testamento uma despedida, na qual se
ajuntam as lembranas e se cruzam os conselhos. A despedida d um tom cordial s
palavras e um peso acrescido a instrues e conselhos. No caso de Jesus, a
despedida anmala, porque no a ltima. Ele se vai, mas tornaro a v-lo. A ida
definitiva ser a ascenso (que Lucas narra). como se oferecessem a um
personagem uma grande festa de despedida, em condies propcias, embora a
partida v realizar-se uns meses mais tarde. A de Jesus na ceia uma despedida
definitiva antecipada.
 uma explicao. Vai acontecer em breve algo terrvel, dificlimo de entender,
porque duro de aceitar, Jesus explica de antemo o sentido profundo de uma
execuo humilhante que leva glria, que plena e definitiva. A explicao vale para
os discpulos dentro do livro e para todos os futuros leitores do evangelho. Tambm os
conselhos so legado permanente, perptuo.
Acima de tudo, uma viso transcendente. Como se j estivesse levantado na
cruz, exaltado na glria, subindo ao cu. Seu olhar, mais que o de Moiss (Dt 34),
abrange os espaos e os tempos, suas palavras se mostram, ao mesmo tempo,
humanas e divinas, e oferecem e solicitam a contemplao. Esta uma das passagens
do Novo Testamento.
Por outro lado, a progresso e a composio nos desorientam. Exceto a diviso
indicada (13-14, 15,1-1617) e alguns blocos mais consistentes, no resto so frequentes
os saltos e as repeties. Especialmente chamativas so as numerosas entre 13,21-
14,31 e 16,4-33. No texto atual produzem um efeito de espelho. Na gnese do texto
atuaram fatores difceis de identificar com forte probabilidade. Alguns pensam em
sentenas soltas de Jesus, recolhidas, entrelaadas e comentadas. Outros pensam em
duas tradies paralelas do mesmo discurso por associao. Tudo isso plausvel,
embora impossvel de demonstrar.
Pois bem, j que no podemos reconstruir o texto original, simples e coerente,
temos de abordar sua leitura deixando-nos levar, em ritmo lento, com paradas para que
ressoe. Tambm pelo estilo no qual h muitos aforismos, frases rtmicas, paralelismos
quase poticos.
A glorificao de Jesus liga-se sua partida. Para os judeus, a separao ser
definitiva (8-21); para os discpulos, momentnea (14,2-3).
ideia da partida de Cristo (v.33) que prepara o anncio da negao de Pedro
(vv.36-38), o evangelista une o preceito do amor (vv. 34-35), testamento de Cristo.
Esse Preceito, j presente na lei mosaica, novo pela perfeio a que Jesus o faz
atingir e porque constitui como que, o distintivo dos tempos novos, inaugurados e
revelados pela morte de Jesus.
13 36- feito o anncio velado do martrio de Pedro.

Pedro Neves & Pricles Neves

Escritores e Conferencistas
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www.pedroneves.recantodasletras.com.br
Palestra apresentada em abril de 1988,
na Loja Manica Arte Real n 230, revista e
ampliada em 2011.
Bibliografia:

BBLIA DE JERUSALM, 1 edio 2002.

SCHKEL, Luis Alonso Bblia do Peregrino 3 edio 2011.
ALMEIDA, Joo Ferreira de, Bblia Sagrada - Revista e Corrigida, edio 2005.
MASCHEVILLE, Emma Costet de, Luz e Sombra Elementos Bsicos de Astrologia
3 edio - 1997.
Revista Planeta maio de 1985.
Colangelo, Adriano Leonardo da Vinci O Mensageiro da Luz. 1985.
Zago, Antnio O Nmero Sagrado. 1985.
Cirlot, Juan-Eduardo O Universo dos Smbolos. 1985.
ALGUMAS OBRAS DE LEONARDO DA VINCI

MONA LISA

A ANUNCIAO
 VIRGEM DAS ROCHAS

A VIRGEM E O MENIN0 COM SANTA ANA

 SO JOAO BATISTA

O BATISMO DE CRISTO