Artigo Nutrigenômica
Artigo Nutrigenômica
Artigo Nutrigenômica
NUTRIÇÃO
FUNCIONAL
Brazilian Journal of Functional Nutrition
ISSN 2176-4522
ano 18. edição 74
www.vponline.com.br
RECEITA
Sopa imunoestimulante de
cará-moela, gengibre e alho-poró
Aplicação da nutrigenômica
na determinação do melhor tipo de dieta
Panorama do desperdício
de alimentos no Brasil
Editorial
Dra. Valéria Paschoal
Diretora da VP Centro de Nutrição Funcional
As flores comestíveis são muito apreciadas na gastronomia por sua beleza, cores vivas e sabores
marcantes. Os benefícios dessas flores vão além das características sensoriais, podendo ser promissores
à saúde humana, e nesta edição você vai conhecer mais sobre algumas dessas flores comestíveis
encontradas em nosso país.
Recentemente foi lançada no Brasil a campanha Stop Food Waste Day, que
teve como embaixadora a Dra. Valéria Paschoal. Na matéria jornalística desta
edição, conheça mais sobre essa importante campanha e outras iniciativas
contra o desperdício de alimentos, que é uma temática preocupante no Brasil
e no mundo.
Boa leitura!
Dra. Lenita Salgado
Presidente do Instituto Brasileiro de Nutrição Funcional
Revista Brasileira de Nutrição Funcional
2
O Expediente
I Ç Ã AL
de
ira
R
sile
Bra
T
ÃNOU ION
sta
Revi
I Ç FAULNC
ion
utrit
al N
c tion
Fun
T R ION
a de l of
eir n rna
tio Jou
22
il
ri n
-45
as 2176 o 71 r
ztilia
ISSN . ediçã om.b
Br
Nu
17 e.c
ta Bl ra 2
52 73
ano onlin
U
r
w.vp
N UNC
-4 .b
vis na
76 ição om ww
21
Re io N . ed e.c
ISS 18 nlin
n ct o o
an .vp
Fu
w
w
of
w
al
F az
ilian
Jou
ci e 20
18
es e
7/
de spe Ef o
/0
l
02
r c a
A do e ul
a
ecdo a a B12 eAcoglarçoõ aes para
e a
IT ssa o e onl o lh
ie
Ségrrdaospaube
CE o a -bic emta amin
RE olinoh-de rpr a vit o da os Acia p
Intesagem d riâendas
B rã
g do
t amlos a
t nt
en lime
i
poért
A imS cia
vê
n Coordenação Científica Associação
ra e v
Ana Beatriz Baptistella Atendimento ao Associado
e
et ap so
br
o tic là
çã epá ta
en e h
r ev atos
P ste
e so
fin
i to
vi
[email protected] Paula Gimenez - [email protected]
ua
:R
ec
ur
Neiva dos Santos Souza Fone/ Fax: (11)3582-5600
Ág
ca
pa
.in
dd
1
[email protected]
As condutas nutricionais preconizadas na
Jornalista Responsável Revista Brasileira de Nutrição Funcional
José Maria M. Filho devem ser supervisionadas exclusivamente
MTB – 19.852 - [email protected] por nutricionistas ou médicos especializados.
Coordenação e Autores
Conselho Editorial
Ana Cláudia Poletto
Nutricionista pela Universidade Estadual do Centro-Oeste (2002) e mestre em Ciências, com ênfase em
Fisiologia Humana pela Universidade de São Paulo (2006). Pesquisadora (doutoranda, desde 2007) do
programa de Fisiologia Humana da Universidade de São Paulo. Tem experiência na área de Fisiologia
Endócrina, atuando nos temas: mecanismos transcricionais envolvidos na regulação da expressão do gene
SLC2A4, sensibilidade à insulina, metabolismo lipídico, obesidade e diabetes mellitus.
Andréia Naves
Nutricionista e Educadora Física. Diplomada pelo The Institute for Functional Medicine (USA) em 2007. Editora
Científica da Revista Brasileira de Nutrição Funcional. Diretora da VP Centro de Nutrição Funcional. Docente
convidada dos cursos de pós-graduação em Nutrição Clínica Funcional e Nutrição Esportiva Funcional da VP
Centro de Nutrição Funcional em parceria com a Universidade Cruzeiro do Sul. Autora dos Livros “Nutrição
Clínica Funcional: dos Princípios à Prática Clínica”, “Nutrição Clínica Funcional: Obesidade”, “Nutrição Clínica
Funcional: Modulação Hormonal” e “Tratado de Nutrição Esportiva Funcional”. Colaboradora do livro
www.vponline.com.br
“Suplementação Funcional Magistral: dos Nutrientes aos Compostos Bioativos”. Membro do The Institute
for Functional Medicine – USA. Coordenadora científica dos cursos de pós-graduação em Nutrição Esportiva
Funcional da VP Centro de Nutrição Funcional em parceria com a Universidade Cruzeiro do Sul.
3
Coordenação e Autores
Anna Cecília Queiroz de Medeiros
Nutricionista pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Mestre em Ciências da Saúde pela
Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Docente da Universidade Federal do Rio Grande do Norte.
Experiência na área de Nutrição, com ênfase em Nutrição e metabolismo de nutrientes nos diversos estados
fisiológicos.
Fernanda Serpa
Diretora e Docente da Empresa Nutconsult. Nutricionista pela Universidade do Estado do RJ/UERJ. Título de
residência em Clínica Médica no Hospital Universitário Pedro Ernesto/UERJ. Pós-graduada em Nutrição Clínica
Funcional da VP Centro de Nutrição Funcional em parceria com a Universidade Cruzeiro do Sul. Docente
convidada dos cursos de pós-graduação e extensão da VP Centro de Nutrição Funcional em parceria com
a Universidade Cruzeiro do Sul. Mestre em Clínica Médica - IPPMG/UFRJ. Nutricionista Militar do Corpo de
Bombeiros do RJ. Nutricionista Municipal do Hospital Souza Aguiar.
Gilberti Hübscher
Nutricionista. Mestre e Doutora em Fisiologia Cardiovascular pela UFRGS. Especialista em Gestão e Saúde
pela PUC-RS, Gestão em UAN pela UNISINOS e em Saúde da Família pela ULBRA (RS). Docente convidada
dos cursos de pós-graduação em Nutrição Clínica Funcional da VP Centro de Nutrição Funcional em parceria
com a Universidade Cruzeiro do Sul e dos cursos de graduação em Nutrição e pós-graduação em Saúde e
Trabalho da Feevale (RS). Membro do Instituto Brasileiro de Nutrição Funcional (IBNF).
Sandra Matsudo
Médica Especializada em Medicina Esportiva pela Escola Paulista de Medicina - UNIFESP. Doutorado e pós-
doutorado em Ciências pela Escola Paulista de Medicina - UNIFESP. Diretora Geral do Centro de Estudos do
Laboratório de Aptidão Física de São Caetano do Sul - CELAFISCS. Coordenadora geral do Projeto Longitudinal
de Envelhecimento e Aptidão Física de São Caetano do Sul. Coordenadora pela IUHPE dos Cursos de Atividade
Física e Saúde Pública - Agita Mundo. Professora Titular do Curso de Educação Física do Centro Universitário
FMU. Editora Executiva da Revista Brasileira de Ciência e Movimento. Autora dos Livros: “Avaliação do Idoso
- Física e Funcional”, “Envelhecimento e Atividade Física” e “Obesidade e Atividade Física”.
Revista Brasileira de Nutrição Funcional
Valéria Paschoal
Nutricionista. Mestre na área de Nutrição e Pediatria pela UNIFESP – EPM. Editora Científica da Revista
Brasileira de Nutrição Funcional. Coordenadora científica e docente convidada dos cursos de Nutrição
Clínica Funcional e Nutrição Esportiva Funcional da VP Centro de Nutrição Funcional em parceria com a
Universidade Cruzeiro do Sul. Diretora da VP Centro de Nutrição Funcional. Autora dos Livros “Nutrição
Clínica Funcional: dos Princípios à Prática Clínica”, “Suplementação Funcional Magistral: dos Nutrientes aos
Compostos Bioativos”, “Nutrição Clínica Funcional: câncer” "Tratado de Nutrição Esportiva Funcional" e
"Nutrição & Sustentabilidade: alimentando um mundo saudável". Coordenadora da Comissão Científica do
Instituto Brasileiro de Nutrição Funcional (IBNF). Membro do The Institute for Functional Medicine – USA.
Nutricionista do CSA Brasil (Community Supported Agriculture - Agricultura Sustentada pela Comunidade).
Membro do conselho consultivo da CNTU (Confederação Nacional dos Trabalhadores Liberais Universitários
Regulamentados).
4
Coordenação e Autores
Lista de Autores
Adriano Cavalcanti Nóbrega
Nutricionista, especialista em Nutrição Clínica Funcional, especializando em Fitoterapia Funcional, Educador em Diabetes,
membro da Sociedade Brasileira de Diabetes, professor dos cursos de pós-graduação em Nutrição Clínica Funcional e
Nutrição Esportiva Funcional da UNICSUL em parceria com a VP Centro de Nutrição Funcional, atende em consultório
particular em Aracaju-SE.
Andrea Plothow
Graduanda em Nutrição pelo Centro Universitário Católica de Joinville – SC. Mestrado em Imunogenética, Universidade
Federal do Paraná – Curitiba – PR. Graduação em Biologia, UNIVILLE – Joinville - SC.
Camila Buttendorff
Graduanda em Nutrição pelo Centro Universitário Católica de Joinville – SC.
Camila Komatsu
Nutricionista graduada pela UNESP-Botucatu. Mestre em Ciências Nutricionais pela UNESP- Araraquara. Pós-graduada
em Nutrição Clínica Funcional e Fitoterapia Funcional pela UNICSUL em parceria com a VP Centro de Nutrição Funcional.
Pós-graduanda em Terapia Vibracional Quântica pela Uninter.
Gabriela Fagundes
Nutricionista formada pela Universidade do Extremo Sul Catarinense (UNESC). Mestre e Doutora em Ciências da
Saúde/ Grupo de Pesquisa em Genética Toxicológica (UNESC). Pós-graduada em Nutrição Clínica Funcional e Fitoterapia
Funcional (UNICSUL/VP). Pós-graduanda em Nutrição Esportiva Funcional (UNICSUL/VP). Docente do curso de Nutrição
do Centro Universitário Católica de Santa Catarina. Docente do curso de Medicina na Faculdade Estácio de Sá de Jaraguá
do Sul. Docente dos cursos de Pós-graduação em Nutrição Clínica Funcional e Fitoterapia Funcional da VP Consultoria
Nutricional/ UNICSUL.
Nathércia Percegoni
Nutricionista pela UFV. Mestre em Bioquímica - UFV. Doutora em Ciências - Fisiologia Endócrina - IBCCF/UFRJ. Pós-
doutora em Nutrição - INJC/UFRJ. Professora Adjunta III do Departamento de Nutrição - ICB/UFJF. Palestrante.
www.vponline.com.br
6
Andrea Plothow, Andreza Braulos de Mello, Camila Buttendorff, Gabriela Fagundes
Aplicação da nutrigenômica na
determinação do melhor tipo de dieta
Resumo
A genética é uma ciência que estuda a transmissão, as alterações e a expressão dos genes, estudos estes que se tornaram possíveis a
partir do Projeto Genoma Humano. A nutrigenômica se tornou parte de um campo mais amplo, a genômica nutricional, que busca
analisar o controle da expressão gênica, as interações entre os genes e o ambiente. Em determinadas localizações do cromossomo (locus)
pode haver variabilidade devido a mutações na sequência do DNA. Se a mutação é encontrada em uma frequência superior a 1% da
população, denomina-se polimórfica, e esses polimorfismos podem atuar como marcadores genéticos. A aplicação destes conceitos à
nutrição esclarece o impacto das variações genéticas individuais nas necessidades de um determinado nutriente para um determinado
sujeito. Testes genéticos são utilizados para avaliações nutrigenéticas, e vários polimorfismos de nucleotídeos únicos podem ser
determinados em um único teste, havendo posterior análise individual do resultado de cada polimorfismo ou avaliação conjunta com
outros genes também envolvidos com a nutrição. O resultado é uma análise de como cada organismo metaboliza determinados nutrientes
ou substâncias e aponta tendências, como, por exemplo, para obesidade. Isoladamente, não são suficientes para a personalização da
alimentação e não substituem um tratamento médico ou recomendação nutricional, mas, sim, servem como ferramenta auxiliar na
nutrição individualizada e de precisão.
Abstract
Revista Brasileira de Nutrição Funcional
Genetics is a science that studies the transmission, alterations and expression of genes, and these studies have become possible through
the Human Genome Project. Nutrigenomics has become part of a broader field, the nutritional genomics, which seeks to analyze the
control of gene expression, interactions between genes and the environment. At certain locations of the chromosome (locus) there
may be variability due to mutations in the DNA sequence. If the mutation is found at a frequency greater than 1% of the population it
is called polymorphic, and these polymorphisms may act as genetic markers. The application of these concepts to nutrition clarifies
the impact of individual genetic variations on the needs of a particular nutrient for a particular subject. Genetic tests are used for
nutrigenetic evaluations, and several single nucleotide polymorphisms can be determined in a single test, with subsequent individual
analysis of the result of each polymorphism or joint evaluation with other genes also involved with nutrition. The result is an analysis
of how each organism metabolizes certain nutrients or substances and points out tendencies, such as to obesity. Individually, they are
not enough for food customization and do not replace medical treatment or nutritional recommendation, but serve as an auxiliary tool
for individualized and accurate nutrition.
18
Aplicação da nutrigenômica na determinação do melhor tipo de dieta
D
Introdução pesquisar sobre a relação das informações obtidas
a partir das observações realizadas no contexto
Desde o início do século XX, a genética da genômica nutricional, com a possibilidade de
geral se tornou uma promissora área da biologia utilizar essas informações na determinação do
moderna. Essa ciência conceitua-se pelos estudos melhor tipo de dieta.
da hereditariedade, que qualifica as características
gênicas e fenotípicas de indivíduos e que podem Metodologia
ser transmitidas dos pais para os filhos, como, por
exemplo, cor dos owlhos, cabelo, doenças1. Para o levantamento de dados, foi realizada
O Projeto Genoma Humano foi um uma revisão bibliográfica por meio de pesquisa
empreendimento internacional para determinar a em livros e nas bases de dados SciELO, PubMed,
sequência completa do genoma humano, definido SNPedia, com as palavras isoladas ou associadas:
como a soma total de informações genéticas da genética, polimorfismo, nutrigenética, testes
nossa espécie. A genética médica se tornou parte genéticos, obesidade, FTO, MC4R, PPARγC1α,
de um campo mais amplo e busca aplicar uma PPARγ, FADS1, CYP1A2, MCM6, MTHFR, HLA-
análise em grande escala do genoma humano, DQ2 / HLA-DQ8, doença celíaca, intolerância à
incluindo controle da expressão gênica, variação lactose, obesidade, GWAS. Os genes escolhidos
gênica humana e interações entre os genes e o foram aqueles com polimorfismos envolvidos com
ambiente2. efeitos metabólicos e nutrição.
Estudada atualmente, a genômica nutricional
procura fornecer conhecimentos de como os Resultados
nutrientes afetam o balanço entre saúde e doença,
alterando a expressão e/ou estrutura dos genes Com o advento dos estudos de associação
do indivíduo, e tem como objetivo desenvolver ampla do genoma (Genome-wide association
conhecimento que permita estabelecer um study – GWAS), tem-se caminhado a passos largos
tratamento nutricional baseado no genótipo no caminho do entendimento dos fundamentos
individual, mediante dois ramos principais: genéticos da obesidade. Atualmente, sabe-se que
nutrigenética e nutrigenômica3,4. as formas comuns de obesidade são poligênicas,
Muitos testes genéticos são baseados em com cada variante contribuindo com um pequeno
polimorfismos de nucleotídeo único (single efeito7.
nucleotide polymorphism – SNP) de genes Uma vez que os efeitos dos diferentes loci
envolvidos com efeitos metabólicos ou nutrição. envolvidos com alterações no índice de massa
SNPs são variações que podem ocorrer numa corporal (IMC) são pequenos, o risco genético
sequência de DNA em uma porção significativa normalmente é calculado para o indivíduo
(mais de 1%) de uma população. São resultados somando-se o número de alelos de risco dos vários
de mutações, que se propagaram ao longo das loci envolvidos7.
gerações, sendo as mais frequentes formas de O primeiro locus com robustez estatística
variações genéticas, representando 90% delas5. identificado com associação ao IMC foi do gene
Análises dos testes genéticos revelam como FTO, publicado em um GWAS. Uma meta-
cada organismo metaboliza determinados análise com dados de GWAS de descendentes
nutrientes (e.g.: ômega 3) e substâncias (e.g.: de europeus corroborou a associação do FTO
cafeína) e pode apontar tendências genéticas e identificou um outro sinal próximo ao gene
para a obesidade e para o desenvolvimento de receptor de melanocortina-4 (melanocortin-4
intolerâncias alimentares (e.g.: lactose). Essas receptor – MC4R)7.
análises se apresentam como uma peça importante O polimorfismo de nucleotídeo único (single
da orientação nutricional individualizada, uma nucleotide polymorphism - SNP) rs9939609
www.vponline.com.br
vez que consideram as características metabólicas (substituição de uma timina - alelo T - por adenina
de casa indivíduo, porém isoladamente não são - alelo A - risco) do gene FTO tem sido avaliado
suficientes para a personalização da alimentação6. pela sua associação com o acúmulo excessivo
Dessa forma, este artigo teve como objetivo de gordura. Também se avalia a interação desse
19
Andrea Plothow, Andreza Braulos de Mello, Camila Buttendorff, Gabriela Fagundes
polimorfismo com os demais fatores promotores oxigênio, além de atuar na biogênese mitocondrial
do excesso de peso. Contudo, divergências entre e na oxidação de lipídios e glicose17.
resultados para diferentes grupos populacionais A proteína codificada pelo gene PPARγC1α
têm sido encontradas8,9. coativa pelo menos 30 fatores de transcrição
Atualmente, não se sabe ao certo como o envolvidos em vários aspectos do metabolismo
alelo A do polimorfismo rs9939609 do gene energético celular e estase vascular17,18. O gene é
FTO influencia no risco de obesidade, porém expresso em tecidos com alta atividade metabólica,
os mecanismos apontam para interferência no como coração, fígado, rim e tecido adiposo
sistema de saciedade do sistema nervoso central, marrom, e poderia desempenhar um papel
aumentando a ingestão de alimentos (hiperfagia) na regulação da pressão arterial por meio da
e reduzindo a sensação de saciedade10,11. interação com mineralocorticoides e receptores
Outro gene também envolvido com a obesidade de estrogênio ou da destoxificação de oxigênio
é o MC4R, tendo as primeiras descrições sobre a reativo19.
associação entre MC4R e IMC sido publicadas em Associações entre esse polimorfismo
1998 por dois grupos diferentes na mesma edição (rs8192678 G>A) e DM2, HAS, obesidade,
da revista Nature Genetics12,13. dislipidemia, aptidão aeróbica e resistência à
O gene MC4R é expresso principalmente insulina têm sido amplamente relatadas20.
no hipotálamo, onde neurônios POMC (pró- O PPARγ (peroxisome proliferator-activated
opiomelanocortina), situados no núcleo arqueado, receptor gamma) é um membro da superfamília
são ativados pela leptina e pela insulina e de receptores nucleares e um fator de transcrição
produzem o hormônio estimulante α-melanócito ativado por ácidos graxos, prostanoides e
(α-MSH). Este, por sua vez, ativa o receptor tiazolidinediona (glitazonas), regulando a
MC4R, resultando num sinal de saciedade14,15. expressão de genes envolvidos na lipogênese
Mutações no MC4R representam a alteração e adipogênese, a sensibilidade à insulina, o
genética mais comum presente na obesidade balanço energético, inflamação, angiogênese
humana de início precoce, e vários mecanismos e aterosclerose. Tem sido mencionado como
moleculares pelos quais a perda de função um gene candidato para determinar o risco de
(consequente de mutações no gene MC4R) leva síndrome metabólica e outras comorbidades21-23.
a obesidade são possíveis: expressão de MC4R Entre as variantes genéticas do PPARγ, o
anormal na membrana, defeito na resposta polimorfismo de nucleotídeo único rs1801282
agonista e alteração no transporte intracelular C>G, também conhecido como Pro12Ala,
dessa proteína14,15. foi o mais extensivamente estudado, sendo
Embora seja de interesse o conhecimento caracterizado pela substituição de uma prolina
da razão biológica (por exemplo: alteração da (CCA) por uma alanina (GCA) no códon 12 do
via da melanocortina) responsável pela maior exon B, devido à troca de uma citosina por uma
suscetibilidade à obesidade em alguns indivíduos, guanina22.
ainda não existe terapêutica específica disponível. Resultados de meta-análises e estudos
No entanto, o estudo molecular para detectar prospectivos mostraram redução no risco de
indivíduos elegíveis para tratamento pode tornar- DM2 variando de 21% a 27% para o alelo
se necessário em poucos anos, caso surjam polimórfico alanina, provavelmente pela melhora
fármacos específicos, tais como agonistas de na sensibilidade à insulina24-26.
MC4R15,16. Em relação aos indivíduos obesos, as
Revista Brasileira de Nutrição Funcional
Genes associados ao metabolismo energético e associações não são tão fortes, e, de fato,
de carboidratos também podem ser avaliados em pesquisadores têm encontrado associação entre
testes genéticos. A proteína codificada pelo gene o alelo alanina e aumento, e não decréscimo, de
PPARγC1α (peroxisome proliferator-activated peso em indivíduos obesos27.
receptor gamma coactivator 1-alpha) é expressa Em relação aos lipídeos, a capacidade de
em altos níveis em tecidos metabolicamente ativos metabolização e absorção também apresenta
e está envolvida no controle do estresse oxidativo importante componente genético, e tanto a dieta
por meio da desintoxicação de espécies reativas de quanto a variação genética do gene FADS1 podem
20
Aplicação da nutrigenômica na determinação do melhor tipo de dieta
ser fatores importantes que irão influenciar nas certas doenças estão relacionadas com a ingestão
concentrações sanguíneas de ácidos graxos de café, como diminuição da densidade mineral
poli-insaturados de cadeia longa (PUFAs) e seus óssea e aumento do risco de hipertensão, ou ainda
precursores28. como fator protetor na diminuição do risco de
A dessaturação de ácidos graxos é um processo cânceres e contra a doença de Parkinson34.
chave na geração de precursores para a formação A intolerância a produtos lácteos tem se tornado
de eicosanoides anti e pró-inflamatórios, bem uma questão importante para a nutrição, e genes
como LC-PUFA, que tem papéis chave no estão envolvidos na capacidade de síntese da
desenvolvimento cerebral e neuronal29. enzima lactase até a vida adulta. Por muitos anos, o
As proteínas codificadas pelos genes FADS1 termo intolerância à lactose tem sido uma maneira
e 2 (fatty acid desaturase) são membros de uma de distinguir o uso e risco de produtos lácteos
família de dessaturases ômega-3 e ômega-6, que por pessoas de diferentes etnias, uma vez que há
atuam por meio da introdução de ligações duplas ocorrência de sintomas gastrointestinais agudos
entre os carbonos e catalisam o passo final de como inchaço, flatulência, dor abdominal, fezes
formação dos ácidos eicosapentaenoico (EPA) e moles e diarreia ou constipação naqueles que não
araquidônico30-32. têm persistência da atividade de lactase35,36.
A função biológica mais conhecida do FADS1 O SNP do intron 13 do gene da lactase LCT
é a do ácido linoleico, que atua como uma enzima (LCT-13910 C>T ou rs4988235) é o mais
limitante da velocidade de metabolização de prevalente entre os polimorfismos para o gene. Um
LC-PUFA, precursores de eicosanoides e outros indivíduo homozigoto para o alelo C é considerado
mediadores importantes na participação de intolerante à lactose ou lactase não persistente37.
processos inflamatórios30,32. Diferente da maioria das variantes genéticas que
Está localizado em uma região cromossômica apresentam consequências nutrigenômicas de
relacionada a uma variedade de doenças complexas perda de função, mutações no gene LCT resultam
como, por exemplo, doenças cardiovasculares, em persistência da lactase (PL), conferindo a
alterações no metabolismo desses ácidos em habilidade de produzir a enzima lactase até a
mulheres durante a gravidez e lactação, asma, idade adulta38.
atopia, osteoartrite e diabetes tipo 130-32. Manifestações de desconforto intestinal
O polimorfismo do FADS1 (rs174547 C>T) podem ser devidas a outra condição que não a
pode atuar como um importante fator que irá intolerância à lactose, como por exemplo, doença
contribuir para a variabilidade nos níveis de celíaca. Antigamente, a doença celíaca (DC) era
PUFA nos fosfolipídeos séricos e pode estar considerada rara e limitada a crianças, porém
associado com o aumento de triglicerídeos e atualmente estima-se prevalência de 1% (uma em
com a diminuição de colesterol HDL (high cada 100 pessoas tem DC), sendo predominante
density lipoprotein – proteína de alta densidade), em mulheres, na razão de 3:139,40.
aumentando, assim, o risco para doença arterial A DC apresenta base autoimune, multigênica,
30,32
coronariana30,32 . com genes que predispõem a autoimunidade,
A velocidade de metabolização de certas como alelos HLA (human leucocyte antigen)
substâncias, como a cafeína, também é de interesse contribuindo com 36-53% de suscetibilidade41,42.
de estudo, e o gene CYP1A2 (Cytochrome P450 A associação primária é com os genes HLA-DQ2
1A2) pode ser avaliado por teste genético para (DQA1⁎05/DQB1 02) e DQ8 (DQA1⁎0301/
identificação do perfil individual do paciente33. DQB1⁎0302), e a presença dessas proteínas HLA
O polimorfismo rs762551 (-163 C>A) gera é necessária para o desenvolvimento da DC,
aumento de atividade da enzima que participa porém não suficiente para determinar que o fator
da metabolização da cafeína. Indivíduos que ambiental (exposição às proteínas do glúten) gere
carregam o alelo C são metabolizadores lentos resposta imune específica39,43.
www.vponline.com.br
de cafeína, enquanto que o alelo A indica rápida Cerca de 95% dos pacientes diagnosticados
metabolização, ou seja, uma mesma quantidade de com doença celíaca apresentam HLA-DQ2,
cafeína tende a ter efeito mais estimulante naquele e 5% apresentam HLA-DQ8. Contudo,
indivíduo de metabolização lenta33,34. Hoje em dia, aproximadamente 20-30% de caucasianos
21
Andrea Plothow, Andreza Braulos de Mello, Camila Buttendorff, Gabriela Fagundes
MTHFR, podem conferir uma base genética para rs174547), gene associado à velocidade de
riscos de doenças cardiovasculares. A homozigose metabolização da cafeína (CYP1A2 rs762551),
para o polimorfismo C677TT está associada com o gene associado com persistência da enzima lactase
risco de doença arterial coronariana em diferentes (MCM6 rs498823), genes associados com doença
lugares do mundo, como em Israel, na América celíaca (HLA-DQ2, HLA-DQ8), gene associado
do Norte e no Japão; contudo, não está ligada à com a metabolização do ácido fólico (MTHFR).
China50.
22
Aplicação da nutrigenômica na determinação do melhor tipo de dieta
Referências
1. GRIFFITHS, Anthony J. F. Introdução à genética. 9a ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2011.
2. NUSSBAUM, R. ; MCINNES, R. R.; WILLARD, H. F.; THOMPSON, Margaret W. Thompson & Thompson: genética médica.
7a ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008.
3. KAPUT, J.; RODRIGUEZ, R. Nutritional genomics: the next frontier in the postgenomic era. Physiol Genomics; 16 (2):
166-177, 2004.
4. CRUZ, E.; MIER, G.M.; RIVERA, A.Z. Genómica nutricional: Perspectivas para el futuro. Rev Endocrinol Nutr; 13 (4):
190-196, 2005.
5. JORDE, L.B.; CAREY, J.; BAMSHAD, M.J. Genética médica. 4a ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010.
6.CONSELHO REGIONAL DE NUTRICIONISTAS – CRN-3. Parecer Técnico CRN-3 Nº 09/2015: Genômica Nutricional - Testes
de Nutrigenética. São Paulo, 2015.
7. FALL, T.; INGELSSON, E. Genome-wide association studies of obesity and metabolic syndrome. Mol Cell Endocrinol;
382 (1): 740-757, 2014.
8. AL-SERRI, A.; AL-BUSTAN, S.A.; KAMKAR, M. et al. Association of FTO rs9939609 with Obesity in the Kuwaiti Population:
A Public Health Concern? Med Princ Pract; 27 (2): 145-151, 2018.
9. NINGOMBAM, S.; CHHUNGI, V.; NEWMEI, M. K. et al. Differential distribution and association of FTO rs9939609 gene
polymorphism with obesity: A cross-sectional study among two tribal populations of India with East-Asian ancestry. Gene;
20 (647): 198-204, 2018.
10. MELHORN, S.; ASKREN, M. K.; CHUNGY, W. K. et al. FTO genotype impacts food intake and corticolimbic activation.
Am J Clin Nutr; 107 (2): 145-154, 2018.
11. QINGYUN, Y.; XIAO, T.; GUO, J. et al. Complex Relationship between Obesity and the Fat Mass and Obesity Locus. Int
J Biol Sci; 13 (5): 615-629, 2015.
12. VAISSE, C.; CLEMENT, K.; GUY-GRAND, B. et al. A frameshift mutation in MC4R is associated with a dominant form of
obesity. Nat Genet; 20 (2): 113-114, 1998.
13. YEO, G.; FAROOQI, I. S.; AMINIAN, S. et al. A frameshift mutation in MC4R associated with dominantly inherited human
obesity. Nat Genet; 20 (2): 111-112, 1998.
14. DUBERN, B. Mutações MC4R e MC3R. 2015. Disponível em: <http://ebook.ecog-obesity.eu/content/>. Acesso em:
30/05/2018.
15. O'RAHILLY, S. Insights into obesity and insulin resistance from the study of extreme human phenotypes. Eur J Endocrinol;
4 (7): 435-441, 2002.
16. FANI, L.; BAK, S.; DELHANTY, P. et al. The melanocortin-4 receptor as target for obesity treatment: a systematic review
of emerging pharmacological therapeutic options. Int J Obes; 38 (2): 163-169, 2003.
17. VIMALESWARAN, K.S; LUAN, J.; ANDERSEN, G. et al. The Gly482Ser genotype at the PPARGC1A gene and elevated
blood pressure: a meta-analysis involving 13,949 individuals. J Appl Physiol; 105 (4): 1352-1358, 2008.
18. SOYAL, S.; KREMPLER, F.; OBERKOFLER, H. et al. PGC-1alpha: a potent transcriptional cofactor involved in the
pathogenesis of type 2 diabetes. Diabetologia; 49 (7): 1477-1488, 2006.
19. OBERKOFLER, H.; HOLZI, B.; ESTERBAUER, H. et al. Peroxisome proliferator-activated receptor-gamma coactivator-1
gene locus: associations with hypertension in middle-aged men. Hypertension; 41 (2): 368-372, 2003.
20. EK, J.; ANDERSEN, G.; URHAMMER, S.A. et al. Mutation analysis of peroxisome proliferator-activated receptor-gamma
coactivator-1 (PGC-1) and relationships of identified amino acid polymorphisms to type II diabetes mellitus. Diabetologia;
44 (12): 2220-2226, 2001.
21. STUMVOLL, M.; GOLDSTEIN, B.; HAEFTEN, T. Type 2 diabetes: principles of pathogenesis and therapy. Lancet; 365
(9467): 1332-1346, 2005.
22. YEN, C.J; BEAMER, B.A; NEGRI, C. et al. Molecular scanning of the human peroxisome proliferator activated receptor
gamma (hPPAR gamma) gene in diabetic Caucasians: identification of a Pro12Ala PPAR gamma 2 missense mutation.
Biochem Biophys Res Commun; 241 (2): 270-274, 1997.
www.vponline.com.br
23. AZHAR, S. Peroxisome proliferator-activated receptors, metabolic syndrome and cardiovascular disease. Future
Cardiol; 6 (5): 657-691, 2010.
24. ALTSHULER, D.; HIRSCHHORN, J. N.; KLANNEMARK, M. et al. The common PPARgamma Pro12Ala polymorphism is
associated with decreased risk of type 2 diabetes. Nat Genet; 26 (1): 76-80, 2000.
25. LOHMUELLER, K. E.; PEARCE, C. L.; PIKE, M. et al. Meta-analysis of genetic association studies supports a contribution
of common variants to susceptibility to common disease. Nat Genet; 33 (2): 177-82, 2003.
23
Andrea Plothow, Andreza Braulos de Mello, Camila Buttendorff, Gabriela Fagundes
26. PARIKH, H.; GROOP, L. Candidate genes for type 2 diabetes. Rev Endocr Metab Disord; 5 (2): 151-176, 2004.
27. MASUD, S.; YE, S. Effect of the peroxisome proliferator activated receptor-gamma gene Pro12Ala variant on body mass
index: a meta-analysis. J Med Genet; 40 (10): 773-780, 2003.
28. HELLSTRAND, S. Genetic Variation in FADS1 Has Little Effect on the Association between Dietary PUFA Intake and
Cardiovascular Disease. J Nutr; 144 (9): 1356-1363, 2014.
29. MERINO, D.; JOHNSTON, H.; CLARKE, S. et al. Polymorphisms in FADS1 and FADS2 alter desaturase activity in young
Caucasian and Asian adults. Mol Genet Metab; 103 (2): 171-178, 2011.
30. LIU, F. Dietary n-3 Polyunsaturated Fatty Acid Intakes Modify the Effect of Genetic Variation in Fatty Acid Desaturase
1 on Coronary Artery Disease. PLOSOne; 10 (4): 1-10, 2015.
31. PARK, W. J.; KOTHAPALLI, K. S. D.; LAWRENCE, P. et al. An alternate pathway to long-chain polyunsaturates: the FADS2
gene product D8-desaturates 20:2n-6 and 20:3n-3. J Lipid Res; 50 (6): 1195-1202, 2009.
32. WANG, D. Reduced Expression of FADS1 Predicts Worse Prognosis in Non-Small-Cell Lung Cancer. J Cancer; 7 (10):
1226-1232, 2016.
33. SNPEDIA. CYP1A2. Disponível em: <https://www.snpedia.com/index.php/CYP1A2>. Acesso em: 05/06/2018.
34. RODENBURG, E.M. CYP1A2 and coffee intake and the modifying effect of sex, age, and smoking. Am J Clin Nutr; 96
(1): 182-187, 2012.
35. LUKITO, W.; MALIK, S. G.; SURONO, I. S. et al. From ‘lactose intolerance’ to ‘lactose nutrition’. Asia Pac J Clin Nutr; 24
(S1): 1-8, 2015.
36. MATTAR, R.; MAZO, D. F. C.; CARRILHO, F. J. Lactose intolerance: diagnosis, genetic, and clinical factors. Clin Exp
Gastroenterol; 5: 113-121, 2012.
37. ENATTAH, N. S.; SAHI, T.; SAVILAHTI, E. et al. Identification of a variant associated with adult-type hypolactasia. Nat
Genet; 30: 233-237, 2002.
38. COMERFORD, K.; PASIN, G. Gene–Dairy Food Interactions and Health Outcomes: A Review of Nutrigenetic Studies.
Nutrients; 9 (710): 1-17, 2017.
39. BRIANI, C.; SAMAROO, D.; ALAEDINI, A. Celiac disease: From gluten to autoimmunity. Autoimm Rev; 7 (8): 644-650, 2008.
40. BODIS, G.; TOTH, V.; SCHWARTING, A. Role of Human Leukocyte Antigens (HLA) in Autoimmune Diseases. Rheumatol
Ther; 5 (1): 5-20, 2018.
41. SOLLID, L.; JABRI, B. Is celiac disease an autoimmune disorder? Curr Opin Immunol; 17 (6): 595-600, 2005.
42. FASANO, A. Genetics of Celiac Disease. 2016. Disponível em: <https://emedicine.medscape.com/article/1790189-
overview>. Acesso em: 25/05/2018.
43. CABRERA, C.; MÉNDEZ-LOPEX, I.; CABALLERO, A. Risk variation in celiac disease in a population from Southern Spain:
evaluating the influence of the DQB1*02:02 allele frequency. Scand J Gastroenterol; 53 (3): 266-272, 2018.
44. AUNE, D.; DENEO-PELLEGRINI, H.; RONCO, A. L. et al. Dietary folate intake and the risk of 11 types of cancer: a case–
control study in Uruguay. Ann Oncol; 22 (2): 444-451, 2011.
45. MASON, J. B.; LEVESQUE, T. Folate: Effects on Carcinogenesis and the Potential For Cancer Chemoprevention. Oncology;
10 (11): 1727-1736, 1996.
46. ZHOU, B.S. Tagging SNPs in the MTHFR Gene and Risk of Ischemic Stroke in a Chinese Population. Int J Mol Sci; 15
(5): 8931-8940, 2014.
47. FROSST, P.; BLOM, H. J.; MILOS, R. et al. A candidate genetic risk factor for vascular disease: a common mutation in
methylenetetrahydrofolate reductase. Nat Genet; 10 (1): 111-113, 1995.
48. WEISBERG, I.; JACQUES, P. F.; SELHUB, J. et al. The 1298A_C polymorphism in methylenetetrahydrofolate reductase
(MTHFR): in vitro expression and association with homocysteine. Atherosclerosis; 156 (2): 409-415, 2001.
49. HERKENHOFF, M. E. Frequência genotípica em amostras de MTHFR para o polimorfismo C677T em pacientes da cidade
de Curitiba-PR. J Bras Patol Med Lab; 6 (6): 435-438, 2012.
50. MUNIZ, M. T. C. Avaliação da Relação Entre o Polimorfismo C677T no Gene Para MTHFR e a Concentração Plasmática
de Homocisteína na Doença Arterial Coronariana. Arq Bras Endocrinol Metab; 50 (6): 1059-1065, 2006.
51. FERGUSON, L. Nutrigenomics Approaches to Functional Foods. J Am Diet Assoc; 109 (3): 452-458, 2009.
52. NUTRIGENETICS UNLIMITED INC. Genetics, Health, & Your Environment. Disponível em: <http://www.nutrigenetics.
net/>. Acesso em: 20/03/ 2018.
53. RODRIGUEZ, M. S.; MUÑOZ, L. M.; CASIERI, R. C. Nutrigenómica, obesidade y salud pública. Rev Esp Salud Pública;
81 (5): 475-487, 2007.
Revista Brasileira de Nutrição Funcional
24