Anatomia Dos Seios
Anatomia Dos Seios
Anatomia Dos Seios
1. DEFINIÇÃO A B
2 2
As mamas femininas são estruturas glan-
dulares pares situadas na parede anterior e
superior do tórax, que derivam de glândulas
sudoríparas modificadas (sem cápsula nem 1 1
bainha especial).
C D
2 2
2. DESENVOLVIMENTO EMBRIOLÓGICO
SUMÁRIO
1
Têm origem em dois espessamentos salien-
tes longitudinais da ectoderme da parede Figura 1. Desenvolvimento embrionário da mama. Es-
torácica anterior, denominados cristas ma- tadios da formação do tecido glandular e do sistema de
márias primitivas. São visíveis nas semanas canais lactíferos a partir da ectoderme: 1) saliência ecto-
7-8 do desenvolvimento embrionário, esten- dérmica (papila mamária futura); 2) mesoderme. A: espes-
dendo-se obliquamente para baixo e para samento ectodérmico primitivo B: o espessamento ecto-
dentro, da axila até à região inguinal (ou ra- dérmico envia para a mesoderme cordões celulares na
ramente até à raiz da coxa) homolateral. semana 12. C: os cordões canalizam para formar os canais
As cristas regridem excepto a nível do tórax, lactíferos, estando nesta fase a papila futura escavada.
onde persistem duas saliências ectodérmi-
cas localizadas, as papilas mamárias futuras
(antigamente designadas mamilos). Estes A regressão incompleta das cristas mamárias
espessamentos enviam para a profundidade pode persistir sob a forma de papilas supra-
da mesoderme cordões celulares sólidos du- numerárias (politelia) ou de glândulas supra-
rante a semana 12. Os cordões canalizam no numerárias (polimastia).
oitavo mês para formar os canais lactíferos
(ductus lactiferi)5. Estes abrem-se à superfície
numa depressão epitelial, que só se elevará 3. SITUAÇÃO
em papila após o nascimento. Por isso uma
papila invertida pode significar uma para- Encontram-se na espessura do tecido celular
gem do desenvolvimento embrionário e subcutâneo, à frente dos músculos grandes
não uma condição patológica7,12,15. A extre- peitorais e serratus anterior, no intervalo com-
midade profunda dos cordões dá origem preendido entre a terceira e sétima coste-
aos ácinos. las1,2, entre o bordo do esterno e a linha axilar
média. Os seus limites superficiais (exteriores) gravidez, aleitamentos anteriores, estados
são pouco nítidos por cima, mas por baixo de nutrição, etc. Assume a forma cónica (ou
identificamos o «sulco submamário», côncavo, piriforme) quando o diâmetro anteropos-
que não deve ser confundido com o bordo in- terior aumenta, ou pode ser achatada ou
ferior do músculo grande peitoral. As duas ma- discóide se o diâmetro anteroposterior for
mas estão separadas pelo sulco intermamário. reduzido. É cilíndrica nas obesas ou em algu-
mas multíparas em que a mama, em vez de
terminar mais afilada, mantém um diâme-
4. NÚMERO tro quase invariável até à extremidade livre.
Pode ainda ser «pediculada» quando o seu
Normalmente pares e simétricas as mamas menor diâmetro se localiza na base.
e/ou as papilas e aréolas podem apresentar No centro da face convexa, anterior, apresenta
redução ou aumento de número. A redução uma saliência, a papila (papilla mammaria)2 (p.
do número de mamas incluindo a ausência ex. mamilo), rodeada por uma área pigmenta-
da papila e aréola denomina-se amastia. É da circular, a aréola (latim: pequena área)14.
muito rara, pode ser uni ou bilateral, só que
neste último caso é excepcional e coinciden-
te com monstruosidades incompatíveis com 6. VOLUME
a vida. Amazia é a ausência da mama com a
presença apenas da papila. Atelia é o termo Apresenta grande variação individual e tam-
usado para designar a inexistência da papila bém durante os períodos diferentes da vida.
com a presença da mama. Nestes casos os ca- Têm em média 12-13 cm de largura, 10-11 cm
nais lactíferos abrem-se no centro da aréola, de altura e 5-6 cm de espessura2. O volume e o
quase sempre no fundo de uma cavidade. contorno arredondado das mamas não lactan-
O aumento do número de mamas com ou sem tes são determinados pela quantidade de te-
papilas e aréolas (polimastia) ou o aumento do cido adiposo que circunda o tecido glandular.
número apenas de papilas e aréolas (politelia) As mamas da mesma mulher têm dimensões
é relativamente frequente em ambos os sexos. desiguais uma da outra, sendo geralmente a
Podem localizar-se desde a axila até à região esquerda menor do que a direita. De tamanho
inguinal homolateral, coincidente com a cris- rudimentar na infância, aumentam durante
ta mamária primitiva. As mamas supranume- a puberdade devido em parte ao desenvol-
rárias (mamma accessoria)5 podem ser únicas vimento glandular, mas principalmente por
ou múltiplas no mesmo indivíduo. Podem ter aumento da deposição de gordura. Durante
dimensão rudimentar ou ser relativamente a gravidez crescem pouco depois da fecun-
volumosas. Com frequência aumentam de vo- dação, estabilizam no quarto ou quinto mês e
lume durante o aleitamento, podendo mesmo aumentam no fim da gestação. Nos segundo e
segregar leite, como as mamas principais. O te- terceiro dias após o parto podem atingir o do-
cido mamário supranumerário deve merecer bro ou o triplo do volume que tinham antes da
avaliação clínica idêntica à das mamas normais gravidez. Depois da menopausasofrem atrofia,
porque pode sofrer todo o tipo de patologia com consequente diminuição do tamanho.
que ocorre nestas, inclusivamente tumoral.
7. CONFORMAÇÃO EXTERIOR
5. FORMA E RELAÇÕES
Muito variável mas geralmente semiesférica, A face profunda (posterior ou base) é circular
é influenciada pelas fases diversas da vida: e está na maior parte (2/3) relacionada com
a fáscia do músculo grande peitoral, cujo ex. tubérculos de Morgagni)9. Estes são glân-
bordo lateral a mama ultrapassa para fora. A dulas sebáceas com características particula-
parte restante da face (1/3) relaciona-se com res, consideradas estruturas intermédias entre
o músculo serratus anterior, e apenas uma glândulas mamárias e glândulas sebáceas vul-
pequena parte com a aponevrose do mús- gares. Os tubérculos areolares aumentam de
culo oblíquo externo9. Esta face da mama volume durante a gravidez, sendo conhecidos
está separada da fáscia do músculo grande pelos obstetras por tubérculos ou glândulas
peitoral por uma camada fina de tecido con- areolares de Montgomery. Persistem durante
juntivo laxo com tecido adiposo, conhecida todo o aleitamento, segregando uma subs-
por bolsa serosa ou espaço retromamário. tância oleosa que lubrifica e protege a aréola e
Esta camada permite alguma mobilidade da a papila. Quando se comprimem lateralmente
mama sobre a fáscia peitoral. expelem um líquido semelhante ao colostro,
A face superficial (anterior), convexa, está re- pelo que muitos autores as consideram glân-
vestida pela pele que é lisa, uniforme, delgada, dulas mamárias rudimentares. A face posterior
muito aderente à camada subjacente e possui (profunda) da aréola possui fibras musculares
na parte média e mais saliente a aréola e a pa- lisas, que no conjunto constituem o músculo
pila mamárias1,2. A aréola é regularmente dis- subareolar ou músculo da aréola, mais desen-
cóide, com 15-25 mm de diâmetro. Possui co- volvido na base da papila. Possui três tipos de
loração mais escura do que a pele vizinha: ro- glândulas: sebáceas, sudoríparas e mamárias
sada na jovem e na nulípara, adquire uma cor acessórias. Estas últimas estão situadas por de-
mais escura, amarelo-acastanhado, após a fe- trás do músculo areolar, entre este e os lobos
cundação. Durante a gravidez aumenta de di- da glândula mamária principal, em número
mensão e assume a cor castanho-escura. Após de quatro em média por mama, com estrutura
o aleitamento fica mais clara. A aréola possui idêntica à da glândula mamária.
saliências pequenas, em número de 12 a 20, A papila é uma saliência cónica ou cilíndrica
os tubérculos areolares (tubercula areolae)5 (p. situada no centro da aréola, irregular, redonda
Ligamentos
suspensores
Bolsa serosa
ou espaço
retromamário
Lobos
Glândula areolar
Seios lactíferos
Papila mamária
Aréola
Canais lactíferos
Prolongamento
superior
Prolongamento
axilar
Prolongamento
axilar medial
Prolongamento
infero-externo
Prolongamento
inferior ou
epigástrico
Artéria
axilar
Artéria
torácica
Artéria torácica lateral
interna
Plexo subareolar
Plexo areolar
Gânglios axilares
músculo subclávio
Membrana costocoracoidea
Gânglio interpeitoral
Gânglios
torácicos
internos Gânglios
interpeitorais
Gânglios axilares
anteriores
ou peitorais
Vasos linfáticos
para a mama
contralateral
Vasos linfáticos para
gânglios subdiafragmáticos
e hepáticos
12. INERVAÇÃO
É proveniente dos:
— Nervos simpáticos que chegam à glându-
la com as artérias que a vascularizam.
— Ramos cutâneos e laterais do terceiro ao
sexto nervos intercostais3.
— Ramos supraclaviculares do plexo cervical.
— Ramos torácicos do plexo braquial8.