TCC 1 Patologias

Fazer download em docx, pdf ou txt
Fazer download em docx, pdf ou txt
Você está na página 1de 30

REDE DE ENSINO DOCTUM

UNIDADE JOÃO MONLEVADE


GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL

ESTUDO DE CASO: ANÁLISE E RECUPERAÇÃO DE PATOLOGIAS EM


ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO DE UM EDIFICIO COMERCIAL E
RESIDENCIAL DE RIO PIRACICABA/MG.

JOÃO MONLEVADE
2019
REDE DE ENSINO DOCTUM
UNIDADE JOÃO MONLEVADE
GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL

ESTUDO DE CASO: ANÁLISE E RECUPERAÇÃO DE PATOLOGIAS EM


ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO DE UM EDIFICIO COMERCIAL E
RESIDENCIAL DE RIO PIRACICABA/MG.

JOÃO MONLEVADE
2019
LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Fissuras e trincas ...................................................................................... 14


Figura 2 - Infiltração .................................................................................................. 15
Figura 3 - Desagragação ........................................................................................... 15
Figura 4 - Eflorescência ............................................................................................ 16
Figura 5 - Corrosão ................................................................................................... 16
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

CDC- Código de Defesa do Consumidor


ISO- InternationalOrganization for Standardization
NBR- Norma Brasileira Regulamentadora
PROCON- Fundação de Proteção e Defesa do Consumidor
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................... 5
1.1 OBJETIVOS ........................................................................................................ 6
1.1.1 Objetivos Específicos ...................................................................................... 6
1.2 JUSTIFICATIVA .................................................................................................. 6
2 REFERENCIAL TEÓRICO................................................................. 8
2.1 CONCRETO ARMADO ....................................................................................... 8
2.1.1 Componentes do concreto armado............................................................... 9
2.1.1.1 Cimento ........................................................................................................ 9
2.1.1.2 - Agregados .................................................................................................. 9
2.1.1.3 - Água ......................................................................................................... 10
2.1.1.4 Aço ............................................................................................................. 10
2.1.1.5 Aditivos ....................................................................................................... 10
2.1.2 Durabilidade do concreto armado ............................................................... 11
2.2 PATOLOGIAS DO CONCRETO ....................................................................... 12
2.2.1 Manifestações patológicas e suas causas ................................................. 12
2.2.1.1 Manifestações patológicas abordadas ....................................................... 14
2.2.1.1.1 Fissuras e trincas ............................................................................. 14
2.2.1.1.2 Infiltração .......................................................................................... 14
2.2.1.1.3 Desagregação .................................................................................. 15
2.2.1.1.4 Eflorescência .................................................................................... 15
2.2.1.1.5 Corrosão........................................................................................... 16
2.3 PATOLOGIAS E SUA INFLUÊNCIA NA DURABILIDADE DAS
ESTRUTURAS........ .................................................................................................. 17
2.4 DIAGNÓSTICOS .............................................................................................. 17
2.5 RECUPERAÇÃO .............................................................................................. 18
2.5.1 Recuperação no concreto ............................................................................ 19
2.5.2 Tratamento das armaduras .......................................................................... 20
2.5.2.1 Armaduras corrigidas ................................................................................. 20
2.5.2.2 Reforço das armaduras .............................................................................. 20
2.5.2.3 Emenda das ferragens ............................................................................... 20
2.5.2.4 Emenda por transpasse ............................................................................. 21
2.5.2.5 Emendas com luvas ................................................................................... 21
2.5.2.6 Emendas com solda ................................................................................... 21
2.5.2.7 Adição de chapas e perfis metálicos .......................................................... 21
2.5.3 Tratamento de fissuras ................................................................................ 22
2.5.3.1 Fissuras devido à flexão ............................................................................. 22
2.5.3.2 Fissuras devido à compressão ................................................................... 22
2.5.3.3 Fissuras devido à punção ........................................................................... 22
2.5.3.4 Técnica de injeção fissuras ........................................................................ 23
2.5.3.5 Costura de fissuras (método do grampeamento) ....................................... 23
3 METODOLOGIA .............................................................................. 23
3.1 DELINEAMENTO DA PESQUISA .................................................................... 23
3.2 PLANO DE COLETA E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS ............................... 24
4 CRONOGRAMA .............................................................................. 25
5 REFERÊNCIAS .................................................................................................. 26
5

1 INTRODUÇÃO

O conceito de engenharia nasce a partir do momento em que o ser humano


começa a desenvolver idéias em novas criações. Na engenharia, a construção é a
execução do projeto anteriormente elaborado e programado, que é destinada à
infraestrutura,podendo ser obras de grande e pequeno porte.
Desde as primeiras civilizações o homem se preocupa com a construção de
edificações que atendam suas necessidades, desenvolvendo, com o passar dos
anos, a tecnologia da construção. Apesar disso, ainda existem várias falhas
mecânicas e também falhas causadas por inexperiência e incapacidade em
diferentes fases de uma construção, o que faz com que as estruturas não
apresentem um desempenho bom e satisfatório ao longo do tempo.
As estruturas de concreto armado não são eternas, tornando necessário o
estudo de suas patologias, bem como ações de intervenção e manutenção.
As construções de qualquer natureza podem apresentar fissuras e defeitos
gerados ao longo de sua vida útil. A maioria delas está relacionada a problemas
executivos e de concepção de projeto. Não seria possível prever a ocorrências
destes problemas com o intuito de evitá-los? Estudar as causas patológicas e
preveni-las torna-se então fundamental para realizar projetos de maior qualidade.
O trabalho apresenta um estudo de caso relativo a uma edificação construída
localizada no município de Rio Piracicaba, cidade do interior de Minas Gerais,
buscando evidenciar manifestações patológicas contidas nessa obra.Vale ressaltar
que poucas manutenções foram realizadas no referido imóvel, sendo, portanto,
possível observar inúmeros problemas estruturais em suas paredes externas e
internas, laje, alicerce e em outras áreas.
Com as falhas descritas, têm-se como hipótese que os problemas
mencionados sejam provenientes de causas diversas:ausência de um planejamento
para a estruturação da obra, uso inadequado de materiais ou o uso de materiais com
qualidade duvidosa, falta de qualificação da mão-de-obra quando da execução do
projeto construtor. Além disso, verifica-se a falta de manutenção ao longo dos anos,
agravando ainda mais as falhas no
Diversas são as causas que levam uma estrutura a sofrer danos, por isso é
de extrema importância o estudo desse ramo da engenharia, para que sejam
evitadas manifestações patológicas que venham a diminuir a durabilidade das
6

estruturas, assim como é necessário um conhecimento de como solucionar e


recuperar aquelas que apresentam o problema, e impedir que o agente causador
volte à causar o mesmo problema.

1.1 OBJETIVOS

Analisar as patologias identificadas em estruturas de concreto armado bem


como indicar as possíveis intervenções a serem aplicadas para sua recuperação em
uma edificação situada no Município de Rio Piracicaba/MG.

1.1.1 Objetivos Específicos

 Identificaras manifestações patológicas encontradas na estrutura de


concreto armado;
 Classificar as patologias de acordo com seu tipo e ocorrência;
 Avaliar as possíveis causas para as patologias identificadas;
 Analisar os tipos de intervenção a serem aplicados para recuperação da
edificação.

1.2 JUSTIFICATIVA

Com a publicação do Código de Defesa do Consumidor (CDC) em 11 de


março de 1991 pode-se observar um grande aumento no número de reclamações
dos consumidores após a compra de seu imóvel. Essa lei resguardou alguns direitos
e garantias aos consumidores, que foram ampliados em 2003 com o novo Código
Civil. Assim, os consumidores foram munidos com mais informações e tiveram maior
garantia acerca de seus direitos, surgindo, portanto, órgãos de defesa do
consumidor como o PROCON e outros. Dessa forma, os consumidores passaram a
exigir mais com relação à qualidade dos serviços prestados e dos produtos
oferecidos pelas empresas. Por outro lado, as empresas tiveram maiores custos
para colocar seus produtos e serviços no mercado. Foi a partir daí que empresas de
diferentes ramos, assim como as da construção civil, passaram a sentir a
necessidade de manter um maior controle de qualidade nos processos de execução
de obras.
7

Na construção civil as falhas construtivas significam gastos em pós-ocupação,


aumentando os custos previstos do empreendimento. Nesse sentido, é necessário
que as empresas desenvolvam projetos que diminuam esses custos, tanto de
maneira preventiva como de maneira corretiva. A compra de um imóvel é, na maioria
das vezes, não só um investimento do consumidor, mas, também, a concretização
de um sonho e por isso é importante que as construtoras lidem com a satisfação do
cliente no pós-venda, estudando assim a melhor forma de realizar a sua manutenção
ao longo do tempo. Desta maneira,é necessário que as empresas construtoras
visem tender dois quesitos principais: a realização do cliente e a diminuição dos
custos do projeto construtor. E para isso, no setor da construção civil, é importante o
conhecimento acerca das patologias mais frequentes, bem como o entendimento
das suas causas e de sua prevenção.
Com base nessas considerações, optamos por estudar as principais
patologias existentes em construções de concreto armado, uma vez que não é difícil
localizar várias dessas ocorrências em diferentes contextos. A escolha por este tema
se justifica por haver diversas falhas relatadas na Engenharia Civil, que podem ser
explicadas por fatores diversos como: deficiência de formação e preparo de
profissionais nos diferentes níveis que atuam na área de construção civil; uso de
materiais inadequados; falhas de planejamento, de execução em ações de
manutenção da obra após a conclusão.
Para tanto, escolhemos como objeto de estudo um prédio comercial e
residencial existente em Rio Piracicaba. O imóvel foi construído há
aproximadamente 20 anos, o que evidencia se tratar de um imóvel relativamente
novo.Em diferentes pontos do imóvel são visíveis patologias como rachaduras nas
paredes e no piso, infiltrações e tantas outras que merecem um levantamento mais
detalhado, seguido de diagnóstico e prognóstico para a recuperação da estrutura.
Por se tratar de um imóvel com uma quantidade diversificada de intervenções
a serem feitas, acreditamos que o nosso trabalho poderá contribuir para os estudos
de patologias em concreto armado desenvolvidos no campo da Engenharia Civil.
8

2 REFERENCIAL TEÓRICO

A estrutura utilizada para a construção do prédio comercial e residencial de


Rio Piracicaba, nosso objeto de estudo, é um modelo estrutural que pode sofrer com
diversas patologias. Todavia, pode-se observar que para cada situação patológica
tem-se um modelo de solução que pode ser trabalhado e ter o dano reparado,
devolvendo de maneira segura a estrutura do edifício. Diante dessas afirmações, é
importante apresentar as principais características do modelo estrutural bem como
identificar as patologias comuns e as possíveis intervenções para esse tipo de
edificação relatado na literatura da Engenharia Civil.

2.1 CONCRETO ARMADO

O concreto é uma mistura feita de agregados miúdos e graúdos, cimento,


areia e água, que por si só, é um material que resiste às tensões de compressão de
uma estrutura (GONÇALVES, 2015, p. 21). Por sua vez, chamamos de concreto
armado a estrutura de concreto que possui em seu interior armaduras de aço. De
acordo com a NBR 6118 (2014) os elementos de concreto armado são aqueles cujo
comportamento estrutural depende da aderência entre concreto e armadura e nos
quais não se aplicam alongamentos iniciais das armaduras antes da materialização
dessa aderência.
Bastos (2006) define concreto armado como sendo “a união do concreto
simples e de um material resistente à tração (envolvido pelo concreto) de tal modo
que ambos resistam solidariamente aos esforços solicitantes”, assim:
Concreto armado = concreto simples + armadura + aderência.
O Concreto Armado alia as qualidades do concreto (baixo custo, durabilidade,
boa resistência à compressão, ao fogo e à água) com as do aço (ductilidade e
excelente resistência à tração e à compressão), o que permite construir elementos
com as mais variadas formas e volumes, com relativa rapidez e facilidade, para os
mais variados tipos de obra (BASTOS, 2014). A seguir, iremos nos dedicar à
descrição de cada um dos elementos que compõem a estrutura de concreto armado,
bem como às suas características físicas e químicas (quando possível).
9

2.1.1 Componentes do concreto armado

O concreto é um material composto, constituído por cimento, água, agregado


miúdo (areia) e agregado graúdo (pedra ou brita) e ar. Pode também conter adições
(cinza volante, pozolanas, sílica ativa, etc.) e aditivos químicos com a finalidade de
melhorar ou modificar suas propriedades básicas (BASTOS, 2006).

2.1.1.1 Cimento

De acordo com Gonçalves (2015),

O Cimento Portland é um pó fino com propriedades aglomerantes,


aglutinantes ou ligantes, que endurece sob ação da água. Depois de
endurecido, mesmo que seja novamente submetido à ação da água, o
Cimento Portland não se decompõe mais. O cimento é o principal elemento
dos concretos e é o responsável pela transformação da mistura de materiais
que compõem o concreto no produto final desejado. (GONÇALVES, 2015,
p. 21)

O cimento é composto de clínquer e de adições como sulfato de cálcio,


calcário e escória siderúrgica, sendo o clínquer seu principal componente presente
em todos os tipos de cimento. A propriedade básica do clínquer é ser um ligante
hidráulico, que endurece em contato com a água (MEHTA e MONTEIRO, 1994).

2.1.1.2 - Agregados

A NBR 9935 (2011) identifica-o como sendo um “material granular pétreo,


sem forma ou volume definido, a maioria das vezes quimicamente inerte, obtido por
fragmentação natural ou artificial, com dimensões e propriedades adequadas a
serem empregados em obras de engenharia”.
A NBR 7211 (2009) fixa as características exigíveis na recepção de
agregados: faixas recomendáveis de composição granulométrica, teor máximo de
substâncias nocivas e impurezas orgânicas e outros dados de importância prática.
Os agregados são muito importantes no concreto porque cerca de 70 % da
sua composição é constituída pelos agregados. A principal aplicação dos agregados,
seja a areia ou a pedra, na fabricação do concreto é de natureza econômica, tendo
em vista tratarem-se materiais de baixo custo unitário, inferior ao do cimento.
(GONÇALVES, 2015, p. 21)
10

2.1.1.3 - Água

A água é necessária no concreto para possibilitar as reações químicas do


cimento, chamada reações de hidratação, que irão garantir as propriedades de
resistência e durabilidade do concreto (BASTOS, 2006).
O item 8.1.3 da NBR 6118especifica os teores máximos toleráveis de
substâncias nocivas para a água. A água do mar não é recomendada. Pode levar a
resistências iniciais mais elevadas que os concretos normais, mas as resistências
finais são sempre menores, além da possibilidade de corrosão da armadura. As
águas minerais também não são recomendadas (GONÇALVES, 2015).
“A água de mistura do concreto é, possivelmente, o seu componente menos
dispendioso, mas também é, seguramente, um dos mais importantes” (SOUZA e
RIPPER, 1998).

2.1.1.4 Aço

Os aços estruturais para concreto armado, de fabricação nacional podem ser


classificados em dois grupos principais (FREITAS, 2007):

a) Aços de dureza natural laminados a quente: são os mais utilizados no


concreto armado, como o CA-25 e CA-50, antigamente denominados aços
tipo A. Os aços CA-50 apresentam mossas (saliências) que aumentam a
aderência. Como eles são laminados a quente, não perdem suas
propriedades de resistência quando aquecidos ao rubro e resfriados em
seguida (condicionalmente até 1100ºC a 1200ºC). Com isso, podem ser
soldados com eletrodos consumíveis comerciais, e não sofrem
demasiadamente a ação de chamas moderadas, como no caso de
incêndios.
b) Aços encruados a frio: aços obtidos por tratamentos a frio dos aços
comuns, como os atuais CA-60, antigamente denominados aços tipo B. O
aço é encruado a frio por torção combinada com tração. Havendo defeitos
no material, ele rompe por ocasião do encruamento, o que torna o processo
de fabricação um verdadeiro ensaio de detecção de defeitos. (FREITAS,
2007, p.65)

2.1.1.5 Aditivos

Aditivas são substâncias adicionadas ao concreto, com a finalidade de


reforçar ou melhorar certas características, inclusive seu preparo e utilização. De
acordo com Cánovas (1984),
11

Os aditivos são produtos que, acrescentados aos aglomerantes no


momento de sua elaboração, e em condições adequadas, nas formas
convenientes e nas doses precisas, têm por finalidade modificar ou
implementar, em sentido positivo e em caráter permanente, certas
propriedades do conglomerado, para seu melhor comportamento em todos
ou em algum aspecto, tanto no estado fresco como endurecido(CÁNOVAS,
1984, p.29)

2.1.2 Durabilidade do concreto armado

Segundo Flauzino (1988), “durabilidade é a capacidade que um elemento tem


de perpetuar suas propriedades químicas e físicas durante um determinado
período”. Com o tempo, a tecnologia de fabricação do concreto foi avançando, com
a melhoria das propriedades dos aditivos, adições e ligantes, possibilitando uma
redução significativa nas seções das peças de concreto armado em função do
aumento das resistências mecânicas (FERREIRA, 2000).
Por fim, Helene (2001) define durabilidade como sendo o resultado da
interação entre a estrutura de concreto, o ambiente e as condições de uso, de
operação e de manutenção.
Segundo a NBR6118 (2014), as estruturas de concreto armado devem ser
projetadas e construídas de modo que, sob as condições ambientais previstas e
quando utilizadas conforme preconizado em projeto, conservem sua segurança, sua
estabilidade e sua aptidão em serviço durante o período correspondente à sua vida
útil, estabelecida pelo contratante.
Segundo a ISO 13823 entende-se por durabilidade “o período efetivo de
tempo durante o qual uma estrutura ou qualquer de seus componentes satisfazem
os requisitos de desempenho do projeto, sem ações imprevistas de manutenção ou
reparo” (POSSAN, DEMOLINER, 2013).
A preocupação com a qualidade do concreto, do projeto e das técnicas é
observada para que se tenha uma alta durabilidade, sendo este fator imprescindível
para a redução/aniquilação de danos em uma determinada construção.
As manifestações patológicas em edificações são os principais problemas que
comprometem a vida útil das construções. Segundo Arivabene (2015), entre os tipos
de patologias, destacam-se as estruturais, sendo que as mesmas são objetos de
estudo da presente pesquisa.
12

2.2 PATOLOGIAS DO CONCRETO

Patologia na construção civil, o objeto de pesquisa deste trabalho, significa o


estudo das doenças que acometem as construções civis. Essa correspondência de
termos da Engenharia com a Medicina é devido à similaridade do conteúdo
estudado, sendo uma construção análoga ao corpo humano. Dentro dessa temática
são abordados causas, sintomas, consequências e tratamentos para recuperação
das edificações (GONÇALVES, 2015)
Degussa (2008),

Entende patologia como parte da engenharia que estuda os sintomas, os


mecanismos, as causas e as origens dos defeitos das construções civis e à
terapia cabe estudar a correção e a solução desses problemas patológicos,
inclusive aqueles devidos ao envelhecimento natural (DEGUSSA, 2008,
p.133)

Segundo Souza e Ripper (1998), os problemas patológicos podem ser


classificados em simples ou complexos, de acordo com análise do diagnóstico e
profilaxia.
Para identificar as causas das patologias do concreto é preciso observar suas
manifestações que ocorrem normalmente nas partes externas das estruturas. No
entanto, existem partes externas que não são normalmente visualizadas, como ao
total ou parcialmente enterradas (fundações, arrimos, piscinas); as faces internas
das juntas de dilatação; e as do interior de galerias e reservatórios (PIANCASTELLI ,
2019).

2.2.1 Manifestações patológicas e suas causas

É sabido que,

Em uma obra de construção civil, quanto antes for diagnosticado um


problema, melhor. Estudos apresentam que um elevado percentual dos
problemas patológicos nas edificações é originado nas fases de
planejamento e projetos. Isso ocorre devido à falta de investimento dos
proprietários, públicos ou privados, em projetos mais elaborados, havendo,
muitas vezes, necessidade de adaptações durante a fase de execução e
futuramente problemas de ordens funcional e estrutural (VITÓRIO, 2002,
p.14)
13

Para Gonçalves (2015), as causas mais comuns de patologias em obras de


edificações são por consequência de falhas na concepção do projeto; má qualidade
dos materiais; erros na execução; utilização para fins diferentes dos calculados em
projeto; falta de manutenção no decorrer do tempo.
Couto (2007) lista alguns exemplos de problemas originados na etapa de
elaboração do projeto:

a) Má definição das ações atuantes ou combinação mais desfavorável para


a estrutura;
b) Deficiência na avaliação de resistências do solo, podendo levar, por
exemplo, a recalques inesperados ao longo da construção e nos primeiros
anos de vida da edificação;
c) Adoção de peças com espessura de cobrimento e relação água/cimento
incompatíveis com tempo e as condições de exposição da estrutura;
d) Especificação inadequada de materiais;
e) Dimensionamento que leva a grandes deformações na estrutura, levando
ao surgimento de fissuras (peças esbeltas e utilização de grandes vãos);
f) Utilização de juntas estruturais sujeitas à infiltração de água, próximas aos
elementos estruturais;
g) Falta de compatibilização entre os projetos (arquitetônico, estrutural,
hidrossanitário, elétrico, entre outros);
h) Detalhes construtivos impossíveis de serem executados. (COUTO, 2007,
p.22)

Além desses fatores, importa considerar que diversos agentes naturais atuam
sob o concreto armado provocando o seu envelhecimento, ou seja, a perda gradual
de seu desempenho estético, funcional e estrutural. As causas de deterioração
originam-se de diversas ações: mecânicas, físicas, químicas e biológicas, podendo
estas ocorrer isoladamente ou simultaneamente, dependendo da velocidade de
propagação principalmente do meio que a estrutura está inserida (ANDRADE e
SILVA, 2005).
Por sua vez, Helene (2001) indica que os mecanismos mais importantes de
deterioração da estrutura de concreto são:

a) Mecanismos de deterioração relativos ao concreto: lixiviação (águas


puras e ácidas), expansão por sulfatos ou magnésio, expansão por reação
álcali-agregado, reações superficiais deletérias.
b) Mecanismos de deterioração relativos à armadura: corrosão devida à
carbonatação e corrosão por elevado teor de íon cloro (cloreto).
c) Mecanismos de deterioração da estrutura propriamente dita: ações
mecânicas, movimentações de origem térmica, impactos, ações cíclicas
(fadiga), deformação lenta (fluência), relaxação, e outros 33 considerados
em qualquer norma ou código regional, nacional ou internacional, mas que
não fazem parte de uma análise de vida útil e durabilidade tradicional
(HELENE, 2001, p.102)
14

2.2.1.1 Manifestações patológicas abordadas

2.2.1.1.1 Fissuras e trincas

As fissuras são os sintomas mais frequentes nas estruturas, sendo suas


causas muito variadas. Para um correto tratamento de uma fissura é necessário
conhecer o agente causador, pois se ele não mais atua, a fissura pode ser
considerada estável (passiva), caso contrário, instável (ativa). As fissuras estáveis
não apresentam variação em suas aberturas, ao contrário das instáveis. De acordo
com a NBR 9575:2003 fissuras têm abertura entre 0,05mm e 0,5mm e trincas entre
0,5 mm e 1mm (HOLANDA, 2015).

Figura 1 - Fissuras e trincas

Fonte: MAPA DA OBRA (2019).

ParaHelene (2013) fissuras são, na verdade, sintomas e não manifestações


patológicas e nenhuma obra, por melhor construída que seja, está livre de, ao longo
de sua vida útil apresentar fissuras. As fissuras, na maioria das vezes são como
consequência de um problema estrutural, e por isso, antes de receberem reparos
deve ser investigada sua causa.

2.2.1.1.2 Infiltração

Infiltração é um processo de vazamento da água proveniente de meios


externos ou encanamentos para a superfície revestida através de fissuras, má
impermeabilização ou pela própria capacidade de absorção do material (HOLANDA,
2015).
15

Figura 2 - Infiltração

Fonte:SmartSolution (2019)

2.2.1.1.3 Desagregação

A desagregação do material é uma falha na construção muito comum nas


estruturas de concreto, em virtude das suas variadas causas. O processo de
desagregação é definido pela eliminação de fragmentos ou placas de concreto com
a perda de monolitismo e da fixação do cimento, deixando os agregados soltos.
Souza e Ripper (1998) afirmam que a consequência da desagregação é uma peça
com perda da capacidade de resistir aos esforços que a solicitam.

Figura 3 - Desagragação

Fonte: EBERICK (2011)

2.2.1.1.4 Eflorescência

A eflorescência é tida como uma consequência do processo de infiltração,


sendo ocasionada após o mesmo. Durante o vazamento da água para a superfície
(concreto, tijolos, pedras ou outros materiais porosos) os sais presentes no cimento
e na cal são trazidos juntamente com a água. Após o processo natural de
16

evaporação do fluído, resta na extensão da infiltração um depósito branco formado


por esses sais (HOLANDA, 2015).

Figura 4 - Eflorescência

Fonte: CIMENTO ITAMBÉ (2011)

2.2.1.1.5 Corrosão

A corrosão é uma manifestação patológica bastante comum que ocorre nas


estruturas de concreto armado e ocorre quando o aço entra em contato com a
umidade ou algum tipo de gás nocivo que altera as suas propriedades, fazendo com
que ele perca sua resistência e suas características, necessitando de uma
recuperação imediata para a utilização do mesmo (HOLANDA, 2015).

Figura 5 - Corrosão

Fonte: SA SOLUÇÕES DE ENGENHARIA (2018)


17

2.3 PATOLOGIAS E SUA INFLUÊNCIA NA DURABILIDADE DAS ESTRUTURAS

A durabilidade de uma obra em concreto armado é fruto de um trabalho


coordenado entre várias etapas, sendo elas: concepção e projeto da estrutura;
escolha dos materiais que serão utilizados; execução das estruturas; utilização e
manutenções preventivas (LIMA E BRITO, 2016).
Segundo Palermo (1993), em levantamentos feitos em edificações brasileiras
que apresentavam algum tipo de patologia, cada uma das etapas acima citadas
seria responsável por um grau de incidência de anomalias, sendo:

• 52% devido à má execução;


• 24% devido à má utilização;
• 18% devido à deficiência de projeto;
• 6% devido à deficiência das propriedades dos materiais.

Essas proporções variam no tempo e nas regiões. Isso pode ser confirmado
na avaliação feita por Cunha (1994), na década de 90, sobre a ocorrência de
manifestações patológicas de 709 casos analisados no Brasil, sendo:

• 27% devido à má execução;


• 14% devido à má utilização;
• 49% devido à deficiência de projeto;
• 10% devido à deficiência das propriedades dos materiais.

2.4 DIAGNÓSTICOS

O conhecimento das diferentes manifestações patológicas é um ponto


fundamental para o diagnóstico correto, como também para a adoção das terapias
adequadas.
Para se ter uma definição clara e o tipo de intervenção mais adequada e
urgente para a eliminação das causas que dão origem aos danos da obra, é
necessário um bom diagnóstico dos problemas, através de uma inspeção detalhada,
feita por um profissional habilitado, que atualmente conta com vários testes simples
para procura obter o maior número de informações possíveis. (HOLANDA, 2015, p
.16)
18

Segundo Helene (1993), “diagnóstico é a identificação e descrição do


mecanismo, das origens e das causas responsáveis pela patologia encontrada em
uma estrutura ou elemento estrutural”.
É importante investigar cuidadosamente a patologia e suas possíveis causas,
pois ao se falhar no seu diagnóstico, a correção não será eficiente. Uma patologia
pode se apresentar como consequência de mais de uma deficiência. Assim, para
que a medida corretiva seja eficiente devem-se sanar todas as suas causas
(ANDRADE & SILVA, 2005).

2.5 RECUPERAÇÃO

Após definido o diagnóstico e os objetivos da intervenção serão escolhidas


as interferências possíveis com base em uma média de parâmetros como: grau de
incerteza sobre os efeitos que produzirão; relação custo/benefício; disponibilidade
de tecnologia para a execução dos serviços. (HOLANDA, 2015, p. 23).
A sistemática empregada na execução de serviços de recuperação do
concreto deteriorado por patologias pode ser agrupada em duas categorias:
patologias de ordem física ou de ordem química (LAPA, 2008).
As causas físicas da deterioração do concreto podem ser agrupadas em
duas categorias:

 desgaste superficial, ou perda de massa devido à abrasão, à erosão e à


cavitação;
 fissuração, devido a gradientes normais de temperatura e umidade, a
pressões de cristalização de sais nos poros, a carregamento estrutural e à
exposição a extremos de temperaturas, tais como congelamento ou fogo.

As causas químicas da deterioração do concreto podem ser agrupadas


em três categorias:

 hidrólise dos componentes da pasta de cimento por água pura;


 trocas iônicas entre fluidos agressivos e a pasta de cimento;
19

 reações causadoras de produtos expansíveis, tais como expansão por


sulfatos, reação álcali-agregado e corrosão da armadura no concreto (LAPA,
2008).

Já reações envolvendo hidrólise e lixiviação dos componentes da pasta de


cimento endurecido (eflorescência), devem ser removidas com soluções diluídas
de ácido, desde que adotados os cuidados e procedimentos adequados. As
soluções, a seguir, devem ser testadas em pequenas áreas não contaminadas:

 traço 1:9 a 1:19 de ácido muriático diluído em água;


 traço 1:9 de ácido fosfórico diluído em água;
 traço 1:1:19 parte de ácido fosfórico mais ácido acético diluídos em água.

E obedecer às seguintes etapas:

 saturar a superfície de concreto com água pura, para evitar a absorção da


solução ácida;
 aplicar a solução ácida em pequenas áreas, não maior que 0,5 m²;
 aguardar cinco minutos e remover a eflorescência com uma escova dura;
 lavar a superfície tratada com água pura, imediatamente após a remoção da
eflorescência (LAPA, 2008).

2.5.1 Recuperação no concreto

Os danos no concreto podem ser classificados entre danos superficiais,


danos semiprofundos e danos profundos. Danos superficiais são aqueles de até
2,0cm de profundidade, danos profundos são aqueles de até 5,0 cm de
profundidade, e a partir deste valor são os danos considerados profundos (SOUZA e
RIPPER, 1998). Já Marcelli (2007), cita que os danos superficiais são aqueles que
compreendem um valor de até 2,5cm de profundidade.
Para todos os casos de danos citados, pode-se contar hoje em dia com uma
grande variedade de produtos industrializados com características diversificadas
para atender a cada situação específica.
20

2.5.2 Tratamento das armaduras

2.5.2.1 Armaduras corrigidas

Após a limpeza da armadura, deve ser avaliada a necessidade de


substituição de alguma parte da ferragem afetada ou ainda a complementação de
armadura na área afetada, devido à possível redução na seção da mesma. Um
engenheiro estrutural deve ser consultado (MARCELLI, 2002).
A solução apresentada por Thomaz (2003) seria delimitar a área danificada e
escarificar manualmente a região, retirando materiais soltos até atingir o concreto
sadio. A partir daí, remover a corrosão das armaduras existentes, e limpar a
superfície através do jateamento com água sob pressão. Aplicar um adesivo à base
mineral para criar a “ponte de aderência” que posteriormente receberá a argamassa
de restauração à base de cimento.

2.5.2.2 Reforço das armaduras

A necessidade de reforço das armaduras se dá quando se quer retomar a estrutura


à sua capacidade de carga inicial. Também quando há algum erro de projeto ou de
execução da estrutura, se faz necessário o reforço.
Segundo Souza e Ripper (1998 apud Gonçalves 2015), deve-se considerar a
complementação de armadura quando a parte que estiver corroída atingir 15% do
total da seção original. Helene (1992) reforça o fato de que, caso haja necessidade
de emendas por solda, que esta seja à base de eletrodos, e que se controle o tempo
e a temperatura com a finalidade de não haja alteração na estrutura do aço.

2.5.2.3 Emenda das ferragens

Segundo Souza e Ripper (1998 apud Gonçalves 2015), as emendas entre


uma barra de recuperação e uma barra existente assumem maior importância até do
que nos casos de uma construção nova. Isso se deve ao fato de que há a
necessidade de a emenda ocupar o menor espaço longitudinal possível, para evitar
remoção adicional de concreto, e ainda um mínimo espaço transversal, para se ter o
mínimo de obstrução para o material cimentício de complementação.
21

2.5.2.4 Emenda por transpasse

A NBR 6118 estabelece que a emenda por transpasse só é permitida para


barras de diâmetro até 32 mm. As barras a serem emendadas devem ficar próximas
entre si, numa distância não superior a 4. A resistência da emenda depende do
comprimento de transpasse, do diâmetro e espaçamento das barras e da resistência
do concreto. O aumento do comprimento de transpasse não aumenta a resistência
da emenda na mesma proporção (BASTOS, 2014).

2.5.2.5 Emendas com luvas

Outro sistema utilizado para emendar barras é o emprego de luvas de


pressão, em que as extremidades das barras são unidas através de luvas prensadas
de tal forma que garantem a ligação das barras (MARCELLI, 2007).
As principais vantagens dessa solução são a redução do congestionamento
da armadura e das interferências na seção, além de menor desperdício de aço. Não
é necessário qualquer equipamento de solda. As luvas devem ter resistência maior
que as barras (NBR 14931).

2.5.2.6 Emendas com solda

A NBR 14931 diz que “apenas podem ser emendadas por solda barras de aço
com características de soldabilidade. Para que um aço seja considerado soldável,
sua composição deve obedecer aos limites estabelecidos na ABNT NBR 8965”
(GONÇALVES, 2015).

2.5.2.7 Adição de chapas e perfis metálicos

Esta técnica é utilizada em casos emergenciais, quando precisa-se aumentar


a capacidade resistente de uma peça, sem que se altere a sua geometria. Sua
execução é relativamente rápida e eficiente. Pode ser feita através de colagem ou
chumbamento (GONÇALVES, 2015).
Relvas (2004) sintetiza as etapas de execução de adição de reforço por
chapas metálicas:
22

a) Verificação da necessidade de se escorar a peça a ser reforçada;


b) Promover rugosidade leve no concreto, com lixa e posterior lavagem do
local para remoção de poeira;
c) Furação prévia, marcando os pontos para a posterior fixação dos
chumbadores;
d) Quando necessário regularizar a superfície, pela aplicação manual de
uma argamassa fina, não retrátil, pouco espessa e muito resistente;
e) As chapas deverão ser metalizadas, galvanizadas ou pintadas para
proteção contra a corrosão;
f) Limpeza da chapa para a remoção de poeira, a fim de garantir a
aderência da resina à chapa;
g) Injeção com resina de viscosidade e tempo de manuseio da resina
controlados;
h) O aperto dos chumbadores deverá ser dado antes e confirmado depois
da injeção da resina;
i) Garantir a proteção contra o fogo, por pintura ou por aplicação de um
revestimento em argamassa compacta (RELVAS, 2004, p.5).

2.5.3 Tratamento de fissuras

2.5.3.1 Fissuras devido à flexão

Para tratamento destas fissuras tem-se dois caminhos. No caso de redução da


sobrecarga, deve-se proceder para o preenchimento das fissuras em função da
agressividade do meio ambiente. Marcelli (2007) propõe o seguinte roteiro:

a) Em ambiente interno não-agressivo: aberturas menores que 0,3mm,


dispensar tratamento. Para aberturas maiores, no caso de fissuras ativas,
tratar com selante, e fissuras passivas, tratar com resina epóxi;
b) Em ambiente agressivo e úmido: aberturas menores que 0,1mm, não é
necessário tratamento. Para aberturas maiores, no caso de fissuras ativas,
tratar com selante, e fissuras passivas, tratar com resina epóxi;(MARCELLI,
2007, p.71)

2.5.3.2 Fissuras devido à compressão

Pode-se recorrer ao reforço do elemento estrutural de várias maneiras:


utilizando-se a colagem de chapas de aço, ou a colocação de armadura suplementar
e posterior enchimento com graute ou microconcreto (SILVA, 2017).

2.5.3.3 Fissuras devido à punção

Dependendo do tipo e das condições da estrutura, o reforço para corrigir elevadas


tensões de punção pode ser feito com concreto normal, microconcreto,
graute,chapas metálicas coladas com epóxi ou perfis metálicos protendidos
(MARCELLI, 2007).
23

2.5.3.4 Técnica de injeção fissuras

A NBR 6118 explica que “que as aberturas de fissuras fiquem dentro de


limites que não comprometam as condições de serviço e durabilidade da estrutura”
Souza e Ripper (1998) definem injeção como:

A técnica que garante o perfeito enchimento do espaço formado entre as


bordas de uma fenda, independentemente de se estar injetando para
restabelecer o monolitismo de lendas passivas, casos em que são usados
materiais rígidos, como epóxi ou grautes, ou para a vedação de fendas
ativas, que são situações mais raras, em que se estarão a injetar resinas
acrílicas ou poliuretânicas. (SOUZA E RIPPER,1998, p.10)

2.5.3.5 Costura de fissuras (método do grampeamento)

Segundo Souza e Ripper (1998), “a técnica é de discutível aplicação... pois aumenta


a rigidez da peça localizadamente, e se o esforço gerador da fenda continuar, com
certeza produzirá uma nova fissura em região adjacente”.(SOUZA E RIPPER,1998, p.10)

3 METODOLOGIA

Ao tomar como objeto de pesquisa as patologias em construções de concreto


armado diante de um mercado consumidor cada vez mais exigente quanto à
qualidade dos serviços prestados pelas empresas de construção civil, espera-se que
as avaliações e as intervenções possíveis para um imóvel que apresenta diferentes
tipos de patologias permitam demonstrar o quanto um projeto mal executado pode
aumentar os custos da obra, causando prejuízos às construtoras e também ao
cliente.

3.1 DELINEAMENTO DA PESQUISA

Ao considerar que a construção a ser analisada neste estudo apresenta


diferentes tipos de patologias, procuraremos desenvolver uma pesquisa aplicada,
por meio da qual se pretende apresentar algumas soluções possíveis para os
problemas identificados. Para tanto, a abordagem a ser adotada será do tipo
qualitativo, uma vez que não serão utilizados recursos estatísticos para a análise e
interpretação dos dados, mas sim serão identificadas e analisadas as patologias
24

existentes na construção escolhida como objeto deste estudo. Nesse tipo de estudo
são importantes o ambiente selecionado e a ação do pesquisador, como também a
definição de categorias baseadas nos referenciais teórico-metodológicos como
recurso para trazer maior entendimento sobre o tema estudado (GIL,2002).
A partir da identificação das características da construção e mais
especificamente das patologias procuraremos descrevê-las de forma bastante
detalhada, de forma que se possa elaborar um projeto de recuperação. Conforme
afirma Gil (2002) esse tipo de pesquisa tem como objetivo a descrição das
características de um fenômeno, estabelecendo também, relação entre as variáveis.
Consideramos também que além da descrição será necessário compreender
os fatores que contribuíram para a ocorrência das patologias, o que fará com que
nossa pesquisa tenha, além da característica descritiva, uma característica
explicativa. Nesse sentido, a pesquisa irá aprofundar o entendimento sobre as
causas das patologias, para que se possa fazer um diagnóstico e
consequentemente um prognóstico das intervenções a serem feitas na construção.
Consideramos ainda o fato de este trabalho se tratar de um estudo de caso, no
qual tomamos como ponto de partida a análise de uma única construção, ou seja,
em que é possível observar fenômenos ou características bastante específicos.
Apesar disso, pretendemos verificar a ocorrência de problemas semelhantes em
outras obras bem como os fatores que são particulares de nosso estudo, podendo
dessa maneira contribuir para os estudos nessa área.

3.2 PLANO DE COLETA E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS

Durante a realização deste trabalho serão adotados alguns procedimentos


como visitas à obra, nas quais será feita a coleta de dados sobre a construção.
Inicialmente, procuraremos obter com os proprietários do imóvel o projeto de
construção do imóvel e a planta de forma que se possa conhecer as características
do terreno, bem como saber se elas foram consideradas na etapa de projeto. Em
seguida, faremos a identificação de todas as patologias existentes, buscando
classificá-las de acordo com o seu tipo (fissuras e trincas, corrosão, infiltração, etc).
Além disso, pretendemos relacioná-las com suas possíveis causas e também propor
as intervenções mais adequadas para cada uma delas. Esses dados serão,
portanto, organizados em umaplanilha, o que facilitará a observação dos fenômenos
25

em estudo. Na etapa seguinte à coleta dos dados será feita uma revisão de literatura
em que se tenha tomado como objeto casos semelhantes ao nosso. Esse
procedimento é de fundamental importância para que seja possível avaliar quais são
as ocorrências comuns em construções de concreto armado, bem como identificar
as que são bastante peculiares em nosso estudo. Com base nesse cruzamento de
informações será possível chegar a conclusões em torno de nossas contribuições
para o campo.

4 CRONOGRAMA

AGO
MAR

NOV
ABR

OUT
JUN
FEV

SET
JUL
MAI
MÊS
ATIVIDADE
Escolha do tema e definição x x
do objeto de pesquisa
Revisão de literatura x x x x x x x x x
Estruturação do Projeto de x x x x x
Pesquisa
Entrega do Projeto x
Banca de Qualificação TCCI x
Adequação do Projeto de x x
acordo com a banca
Aplicação dos instrumentos de x x
coleta de dados
Análise dos dados coletados x x x
Escrita doTrabalho Final x x x x
Formatação do Trabalho Final x
Entrega do Trabalho Final x
Banca de Defesa TCCII x
26

5 REFERÊNCIAS

ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas). NBR 6118. Projeto de


estruturas de concreto — Procedimento, 2014.

ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas). NBR 7211. Agregados para


concreto - Especificação, 2009.

ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas). NBR 9935. Agregados –


Terminologia, 2011.

ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas). NBR 14931. Execução de


estruturas de concreto - Procedimento, 2004

ANDRADE, T.; SILVA, A. J. C. Patologia das Estruturas. In: ISAIA, Geraldo Cechella
(Ed.). Concreto: ensino, pesquisa e realizações. São Paulo: IBRACON, 2005.

ARIVABENE, Antônio Cesar. Patologias em estruturas de concreto armado


estudo de caso. Monografia (MBA gerenciamento de obras, tecnologia e qualidade
da construção) - Instituto de pós-graduação IPOG, 2015.

BEREZOVSKY, Rejane Saute. Quais são as causas mais comuns de fissuras


nas construções?. Disponível em: <https://www.aecweb.com.br/cont/m/rev/quais-
sao-as-causas-mais-comuns-de-fissuras-nas-construcoes_16674_0_>. Acesso em
06 de abr. 2019

BASTOS, Paulo Sérgio dos Santos. Estrutura de concreto armado. São Paulo,
Faculdade de Engenharia, Universidade Estadual Paulista, 2014.

BASTOS, P. S. S. Fundamentos do Concreto Armado – Notas de Aula. UNESP.


Bauru, São Paulo, 2006.

CÁNOVAS, M. F. Patologia e terapia do concreto armado. Tradução de M.


Celeste Marcondes, Beatriz Cannabrava. São Paulo: PINI, 1988.

COUTO, J. P.; COUTO, A. M. Importância da revisão dos projectos na redução dos


custos de manutenção das construções. In: CONGRESSO CONSTRUÇÃO 2007, 3,
2007, Coimbra, Portugal. Universidade de Coimbra, 2007

CUNHA, José Celso da. Uma análise dos erros e problemas em estruturas de
concreto armado. Informador das Construções, n. 1268/31, p. 23, jan. 1994

FLAUZINO, Wanderley D.. Durabilidade de materiais e componentes das


edificações: tecnologia de edificações. São Paulo: PINI, 1988. p.79-84.

FERREIRA, Rui Miguel. Avaliação dos ensaios de durabilidade do betão. 2000.


246 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia Civil) – Escola de Engenharia,
Universidade do Minho, Braga, 2000.
27

FREITAS, L. B., Reforço de vigas de concreto armado ao esforço cortante com


chapas de aço coladas. Tese de M. Sc., COPPE/UFRJ, Rio de Janeiro, RJ, Brasil,
1997.

GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. Ed. São Paulo, Atlas,
2002.

GONÇALVES, Eduardo Albuquerque Buys. Estudo de patologias e suas causas


nas estruturas de concreto armado de obras de edificações. Disponível em:
<http://monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10014879.pdf>. Acesso em 06
de abr. 2019

HELENE, P. R. L. Introdução da vida útil no projeto das estruturas de concreto.


WORKSHOP SOBRE DURABILIDADE DAS CONSTRUÇÕES. São José dos
Campos, 2001.

HELENE, P. R. L. Manual para reparo, reforço e proteção de estruturas de


concreto. 2ª ed - São Paulo: PINI, 1993.

HOLANDA, Maria Júlia de Oliveira. Técnicas Preventivas e de Recuperação de


estruturas de concreto. Disponível em: <
http://dspace.bc.uepb.edu.br/jspui/bitstream/123456789/8101/1/PDF-Maria-
J%C3%BAlia-de-Oliveira-Holanda.pdf>. Acesso em 16 de abr. 2019

LAPA, J. S. Patologia, Recuperação e Reparos das Estruturas de Concreto.


Belo Horizonte, 2008.

LIMA, Amanda Oliveira de; BRITO,Valkisfran Lira de. Plano de manutenção de


estruturas de concreto armado sujeitas a agressividade marinha: estudo de
caso no Porto de Cabedelo-PB. Disponível em: <
file:///C:/Users/Isabel/Downloads/529-Texto%20do%20artigo-1536-1-10-
20171122.pdf>. Acesso em 06 de abr. 2019

MARCELLI, M. Sinistros na construção civil: causas e soluções para danos e


prejuízos em obras - São Paulo: Pini, 2007.

MEHTA P. K.; MONTEIRO, P. J. M. Concreto – Microestrutura, propriedades e


materiais. São Paulo: Instituto Brasileiro do Concreto, 2008.

PALERMO, Giovanni. Geometria do concreto durável. Revista Téchne, p. 33-38,


jul./ago. 1993.

PIANCASTELLI,ÉlvioMosci.Disponívelem:<https://www.aecweb.com.br/cont/m/rev/p
atologias-do-concreto_6160_10_0>. Acesso em 20 de maio 2019.

POSSAN, DEMOLINER. Revista Técnico-Científica do CREA-PR. 1ª edição –


Outubro de 2013
28

RELVAS, FERNANDO JOSÉ. Curso de estruturas de concreto: projeto, execução e


reparo. Reforço de peças de concreto armado, com chapas de aço. Apostila.
Dezembro 2004.

SOUZA, V.; RIPPER, T. Patologia, Recuperação e Reforço de Estruturas de


Concreto. São Paulo: Pini, 1998.

VITÓRIO, J. A. P. Pontes Rodoviárias – Fundamentos, Conservação e Gestão.


Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de Pernambuco. Recife
– 2002.

Você também pode gostar