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Patologia das construções

PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES

CAPÍTULOS

1. Introdução na Patologia das construções 3

2. Características e qualidade do concreto 9

3. O uso de aditivos na qualidade do concreto 21

4. Agressividade do meio ambiente 33

5. Trincas e fissuras 53

6. Impermeabilidade nas construções 69

7. Eflorescências 79

8. Patologia das fachadas revestidas de cerâmica e granito 85

9. Diagnóstico das Patologias e Ensaios de avaliação 105

10. Materiais utilizados em reparos 131

11. Procedimentos de execução de reparos no concreto 151

12. Reforços de estruturas de concreto 171

13. Desenvolvimentos recentes no Projeto de Estruturas de Concreto


Armado para Longo Serviço, Visto de uma Perspectiva de Corrosão 183

14. Selantes para uso em construções 197

15. Vernizes e hidrofugantes para concreto e alvenaria aparente 217

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Patologia das construções

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Patologia das construções

1. Introdução na Patologia das


Construções

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Patologia das construções

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Patologia das construções

1. Introdução na Patologia das Construções

As obras de construção civil continuam sendo apropriadas para as utilizações e


exigências para que foram projetadas. O suporte das cargas imposta no projeto
devem ser sempre avaliadas, pois a construção pode ao longo do tempo apresentar
sérios problemas de manutenção.

Inspecionar, avaliar e diagnosticar as patologias da construção são tarefas que


devem ser realizadas sistematicamente e periodicamente, de modo a que os
resultados e as ações de manutenções devem cumprir efetivamente a reabilitação da
construção, sempre que for necessária.

Dentre dos diferentes parâmetros que contribuem para a degradação das


construções são decorrentes de inúmeros fatores, como variações de temperatura,
reações químicas, vibrações, erosão, e, um dos mais sérios, o fenômeno da corrosão
das armaduras do concreto armado, que ocupa um importantíssimo fenômeno
patológico, contribuindo de sobremaneira para a degradação da construção.

Os sintomas da corrosão e as causas da corrosão não são habitualmente conhecidos


e seu conhecimento se torna necessário para a adoção de métodos e procedimentos
de correção bem definidos, de modo a que as intervenções sejam eficazes.

Devido às complexas naturezas dos efeitos ambientais sobre as estruturas e sua


consequente reposta, a verdadeira melhora de desempenho da edificação não pode
ser alcançada somente pela melhoria das características dos materiais utilizados,
mas também na técnica de execução, da melhora dos projetos arquitetônicos e
estruturais, dos procedimentos de fiscalização e manutenção, incluindo a manutenção
preventiva.

Alguns conceitos de patologia são fundamentais para os engenheiros e muito se


assemelham a padrões médicos, inclusive na adoção de certos nomes e conceitos,
conforme citados muitas vezes por patologistas de renome nacional e internacional,
como Antônio Carmona, L.A. e Roberto Bauer, Paulo Helene, Dirceu F. de Almeida,
Manuel F. Cánovas, Aleida Carruyo, dentre outros.

Conceitos

Patologia: É a ciência que estuda a origem, os sintomas e a natureza das doenças.


No caso do concreto, a patologia significa o estudo das anomalias relacionadas à
deterioração do concreto na estrutura.

Pathos = doença Logos = estudo

Terapia: É a ciência que estuda a escolha e administração dos meios de curar as


doenças e da natureza dos remédios.
Therapeia = método de curar, tratar.

Profilaxia: É a ciência que estuda as medidas necessárias à prevenção das


enfermidades.
Prophylaxis = prevenção

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Patologia das construções

Sintoma: É a manifestação patológica detectável por uma série de métodos e


análises.
Falha: É um descuido ou erro, uma atividade imprevista ou acidental que se traduz em
um defeito ou dano.
Origem: É a etapa do processo construtivo (planejamento/concepção, projeto,
fabricação de materiais etc) em que ocorreu o problema.
Diagnóstico: É o entendimento do problema (sintoma, mecanismo, causa e origem).
Correção: É a metodologia para a eliminação dos defeitos causados pelos problemas
patológicos.
Recuperação: É a correção dos problemas patológicos.
Reforço: Aumento da capacidade de resistência de um elemento, estrutura ou
fundação em relação ao projeto original, devido à alteração de utilização, degradação
ou falha que reduziram ou não atendem a sua capacidade resistente inicial.
Reconstrução: É o refazimento de um elemento, estrutura ou fundação em razão de,
mesmo que este recebesse uma ação corretiva, não atenderia mais a um
desempenho mínimo aceitável ou, de um custo dado que a intervenção corretiva seja
maior que o custo de sua reconstrução.
Classificação dos reparos: Está associado à escolha dos materiais e definição dos
métodos de reparo, isto é, da terapia, que pode ser classificado em:
 Reparos rasos, localizados ou generalizados, de 5 mm a 30 mm de profundidade;
 Reparos semiprofundos, de 31 mm a 60 mm de profundidade;
 Reparos profundos, de 61 mm a 300 mm de
profundidade; tratamento de fissuras.

Na pesquisa abaixo, podem-se exemplificar as principais causas dos problemas


patológicos em estruturas de concreto. A somatória em alguns casos não implica em
100 % pelo fato de alguns autores considerarem mais de uma causa resultante de um
problema.

Causas dos Problemas Patológicos em Estruturas de Concreto

Causas dos Problemas Patológicos em Estruturas de


Concreto
Fontes de Pesquisa Concepção Materiais Execução Utilização
e projeto e outras
Edward Grunau 44% 18% 28% 10%
D.E.Allen (Canadá) 55% 49% 
C.S.T.C. (Bélgica) 46% 15% 22% 17%
C.E.B. Boletim 157 50% 40%  10%
FAAP – Verçoza (Brasil) 18% 6% 52% 24%
B.R.E.A.S. (Reino Unido) 58% 12% 35% 11%
Bureau Securitas  88%  12%
E.N.R. (USA) 9% 6% 75% 10%
S.I.A. (Suíça) 46% 44% 10%
Dov Kaminetzky 51% 40%
  16%
Jean Blévot (França) 35% 65%
L.E.M.I.T. (Venezuela) 19% 5% 57%
Fonte: Palotogia, recuperação e reforço de estruturas de concreto- Vicente C.M Souza e Thomaz Ripper

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Patologia das construções

Em outras pesquisas realizadas em diversos países, o projeto de uma edificação é responsável pela
maior parte das falhas patológicas de construção, como demonstra a tabela abaixo:

Origem das falhas em edificação em diversos países

País e período de pesquisa

Bélgica Bélgica Grã-Bretanha República Dinamarca Romênia


Origem das Fed. Alemã
falhas 1974/1975 1976/1977 1970/1977 1970/1977 1972/1977 1971/1977
(%) (%) (%) (%) (%) (%)
Projeto 49 46 39 37 36 37
Execução 22 22 29 30 22 19
Defeitos dos 15 15 11 14 25 22
Materiais
Erros de 09 08 10 11 09 11
Utilização
Diversos 05 09 01 08 08 11
Fonte: Impermeabilização de coberturas: Flavio Augusto Picchi

Também verificamos que a natureza dos problemas está na sua maior parte
relacionada com a presença de umidade, como explícito abaixo:

Natureza das falhas em diversos países

Natureza das falhas Bélgica Grã-Bretanha Suíça


Umidade 27 53 10
Deslocamento 16 14 28
Fissuração 12 17 27
Instalações 12 - 17
Diversos 33 16 18
Fonte: Impermeabilização de coberturas: Flavio Augusto Picchi

Todos os profissionais relacionados com a execução e utilização das edificações


devem ter um conhecimento mínimo dos processos mais importantes de degradação,
assim como dos elementos causadores. No caso específico, o que se busca é a
obtenção da durabilidade da edificação, sendo necessário à tomada de decisões
corretas e no momento adequado.
A presença de umidade é o principal fator dos diferentes tipos de degradação,
exceção ao dano mecânico. O transporte da água através do concreto vem do tipo,
tamanho e distribuição dos poros e das fissuras (micro e macro fissuras). Assim, o
controle da penetração de água na construção deve sempre ser avaliada.

O tipo, e velocidade dos processos de degradação do concreto (físicos, químicos e


biológicos) e das armaduras ativas e passivas (corrosão) determinam a resistência e
rigidez dos materiais. Também, as condições superficiais da estrutura influem nestes
e em outros fatores de segurança, durabilidade, funcionalidade e no aspecto da
estrutura.

O que se busca realmente é em assegurar um comportamento satisfatório durante um

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Patologia das construções

período de vida útil suficientemente longo.

No gráfico abaixo se pode verificar a manutenção ao longo do tempo delimitando a


vida útil da estrutura a partir de uma boa qualidade de construção inicial e das
repetidas reparações.

DURABILIDADE

Cálculo Estrutural Materiais Execução Cura


Forma Ferragem Concreto Mão de obra Umidade
Armadura Temperatura

Mecanismo e distribuição dos poros

Mecanismo de transporte

Deterioração do concreto Deterioração das armaduras

Físico Químico e biológico Corrosão

Comportamento

Resistência Condições superficiais Rigidez

Segurança Aspecto - estética Funcionabilidade

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Patologia das construções

2. Características e qualidade do concreto

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Patologia das construções

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Patologia das construções

2. Características e qualidade do concreto

O concreto é um material composto basicamente por cimento, agregados miúdos e


graúdos, água, podendo conter outros elementos importantes como aditivos e
adições.

Uma grande parte dos problemas de patologia são causados pelas características
destes materiais, quer pela suas qualidades, como também pelo seu manuseio. A
patologia portanto está relacionada a estes materiais.

Uma adequada escolha do traço do concreto e as fases de concretagem são


essenciais para garantir a qualidade e durabilidade da estrutura de concreto.

A planificação de uma concretagem é essencial também para o bom desempenho e


durabilidade do concreto.

a) Compacidade do concreto

A compacidade do concreto é a propriedade mais importante do mesmo para resistir


à penetração dos meios agressivos externos, minimizando significativamente a
proteção das armaduras, a penetração dos agentes agressivos, como a
carbonatação, o cloreto e sulfatos, que são os elementos agressivos mais
importantes e comuns.

A compacidade do concreto é expressa pela quantidade de matéria sólida contida em


um determinado volume, ou a relação entre o volume sólido e o volume aparente
total.

A compacidade é função principalmente da qualidade e quantidade dos materiais e


da adequada proporção entre os mesmos. No entanto, a compacidade também pode
ser afetada pelo transporte ou vibração inadequados, que causam a segregação do
concreto.

b) Endurecimento do concreto

Normalmente, o controle de endurecimento do concreto compreenderá os seguintes


pontos:

 Assegurar um processo adequado de endurecimento, de maneira a evitar fissuras


precoces.

 Segurança frente às distribuições de temperatura que se desprende durante o


endurecimento do concreto, que possam acarretar em movimentos diferenciais
durante a expansão térmica do concreto e que podem causar fissuras precoces.

 A cura do concreto, muitas vezes desprezada, é muito importante para a qualidade


do concreto. No entanto, devem-se evitar mudanças drásticas de temperatura,
como também que haja uma secagem prematura do concreto.

 Eventual temperatura muito baixa durante a concretagem (< 7 °C) pode acarretar
na inibição das reações químicas de endurecimento do cimento e ao mesmo
tempo, permitir a evaporação da água de mistura. No inverno, devido às baixas
taxas de umidade relativa do ar do ambiente,a evaporação da água pode ocorrer

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Patologia das construções

com razoável intensidade, resultando na ausência de água para reação


química do

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Patologia das construções

cimento, resultando em um concreto de baixa resistência. Deve-se portanto


assegurar que o concreto esteja maturado por pelo menos 15 a 20 horas, antes de
submetê-lo a temperaturas mais baixas.

c) Processo de endurecimento

 A velocidade de endurecimento se deve em grande parte a temperatura do


concreto. Se a temperatura sobe, o endurecimento se acelera e vice-versa. A 35°C
a velocidade de endurecimento é aproximadamente duas vezes mais rápida que a
20°C. Entretanto, a 10°C, a velocidade de endurecimento será a metade da
velocidade à temperatura de 20°C.

 Durante o endurecimento, o concreto gera calor. Em caso de hidratação completa


de um kg de cimento, desenvolve-se aproximadamente 400-5—kJ de calor. Em
uma dosagem típica de concreto, isto levará a um aumento de temperatura
aproximadamente de 60-80°C no caso deste concreto não perder calor para o
meio ambiente.

 A distribuição da temperatura na massa do concreto será dada pelo equilíbrio


entre o calor gerado na hidratação com o meio circundante. Em estruturas com
paredes grossas os em estruturas altamente isoladas de troca de calor alcançarão
consequentemente a elevada temperatura, que não se dissiparão facilmente.

d) Cura

O vento e a temperatura acarretam na evaporação rápida da água de mistura do


concreto. Um dos objetivos da cura do concreto é de assegurar que o concreto não
seja submetido a tensões que originem fissuras devido a diferenças térmicas e
retração de secagem. Outro objetivo é garantir que o concreto não seque e assegurar
que a reação do cimento e água ocorra em toda a seção transversal e que a
resistência corresponda à dosagem do concreto. A água livre do concreto é um pré-
requisito importante para conseguir a resistência e densidade desejada. A água do
concreto se evapora através da superfície úmida e dura até a reação do cimento,
cerca de 10 – 12 horas. Após este período, o movimento da água se dá por difusão,
que é um processo muito lento. Portanto, é muito importante impedir a secagem do
concreto durante as primeiras 24 horas. A continuidade da cura por mais dias, repõe
a perda de água por evaporação.

A falta de cura do concreto faz com que a primeira camada do mesmo perca a água
de hidratação, tornando-a fraca, de baixa resistência à abrasão, porosa e permeável
aos agentes agressivos.

A tabela abaixo mostra uma tabela orientativa do tempo mínimo de cura de um


concreto, em função da temperatura e umidade. O tempo de cura varia também em
função do tipo de cimento e da velocidade do vento.

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Patologia das construções

Fonte: Patologia e Terapia do Concreto Armado – Manoel Fernández Cánovas


Um dado importante a ser observado é:

 A evaporação da água mais rápida que o aumento da resistência, a retração


ocorrerá e a fissuração será factível.

 Se o ressecamento é grande, que aumenta na medida do vento mais seco e


temperatura elevada, é possível que não haja água residual suficiente para a
hidratação do cimento, com o que haverá perda de resistência, principalmente na
região da superfície superior do concreto, tornando-a degradável e de menor
resistência. Este fato acarreta também baixa resistência à abrasão em pisos
industriais.

 Em temperaturas muito baixas e clima seco, a hidratação muito lenta do cimento


e a rápida evaporação da água, são fatores de perda de resistência que provoca
baixa resistência, inclusive resistência superficial do concreto à abrasão de pisos
e pavimentos.

No ábaco abaixo, por exemplo, se temos uma temperatura ambiente de 35 0C, com
uma umidade relativa de 40%, temperatura do concreto de 35 0C, velocidade do vento
de 30 km/h, a evaporação da água será de 2 l/m2/h, o que equivale à probabilidade
de 100% de ocorrência de fissuras, exigindo portanto uma cura eficaz.

O aparecimento de fissuras superficiais são prováveis a partir da velocidade do vento


superior a 1 l/m2/h. A partir de 1,5l/m2/h, a probabilidade de surgir fissuras é de 100%.

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Patologia das construções

Influência da velocidade a da velocidade do ar e do concreto sobre a evaporação da água do


concreto
Fonte: Patologia e Terapia do Concreto Armado – Manoel Fernández Cánovas

A cura do concreto deve ser efetuada até que o mesmo atinja a 70% da prevista em
projeto.

A cura de um concreto pode ser efetuada de várias formas:

 Sacos de aniagem permanentemente úmidos

 Emprego de líquido de cura, produtos de baixa permeabilidade a água e ao


vapor de água, que pulverizados sobre o concreto formam uma película
plástica. A qualidade varia, desde os menos eficientes, base parafina até os de
melhor qualidade, base de neoprene e outros polímeros.

 Lençóis plásticos estendidos sobre o concreto, com lâmina de água


constantemente colocada no seu interior.

No gráfico abaixo, pode se observar a importância da cura na retração do concreto,


onde se pode observar uma drástica redução da retração do concreto quando se
executa uma boa cura.

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Patologia das construções

Diminuição da retração com o tratamento de cura.


Fonte: Patologia e Terapia do Concreto Armado – Manoel Fernández Cánovas
e) Cobrimento das armaduras

A proteção que o concreto confere às armaduras dependerá do grau de


impermeabilidade do concreto, que por conseguinte será dada por sua compacidade.

A espessura desta capa de concreto é importante para garantir a proteção das


armaduras frente aos agentes agressivos, dependendo das condições de exposição
deste concreto. Deve-se adotar o cobrimento mínimo previsto na NBR 6118. Algumas
normas recomendam que em exposição a agentes agressivos, este concreto deve
possuir alto teor de cimento, baixo fator água/cimento e espessuras superiores a 5
cm.

É necessário considerar que as espessuras sejam o mínimo recomendável, já que


por ser uma zona desprovida de armadura, pode ser afetada por fissuração. Deve-se
também considerar o papel das fissuras, já estas podem reduzir a eficiência da capa
protetora contra a ação de agentes agressivos.

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Patologia das construções

Os recobrimentos mínimos das armaduras devem ser como indicado abaixo:

Local Espessura de
recobrimento

Concreto a ser revestido com argamassa, com espessura mínima de 1 cm

 Lajes no interior de edifícios 0,5 cm

 Lages e muros ao ar livre 1,5 cm

 Vigas e pilares no interior de edifícios 1,5 cm

 Vigas e pilares ao ar livre 2 cm

Concreto aparente

 No interior de edifícios 2,0 cm

 Ao ar livre 2,5 cm

Concreto em contato com o solo 3 cm

f) Os aditivos e adições

São materiais que ajudam a conferir determinadas propriedades ao concreto, quer na


fase de preparação, como também no seu endurecimento e características finais.
Praticamente não se consegue na prática dosar um concreto de qualidade sem o uso
de aditivos.

g) Agressividade do meio ambiente

O estudo das características mínimas de qualidade do concreto está relacionado com


o meio ambiente a que o mesmo estará exposto. As tabelas anexas dão uma
referência das características mínimas necessárias ao concreto.

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Patologia das construções

Tipo de Condições ambientais


exposição
Ambiente seco:
 Interior de edificações.
1  Exterior de edifícios não expostos ao vento e intempéries ou água.
 Zonas com UR altas durante curtos períodos de tempo ao ano (ex:
> 60% durante menos de 3 meses ao ano).
Ambiente úmido, sem gelo:
 Interior de edifícios onde a umidade é alta.
a  Elementos exteriores expostos ao vento e intempéries (sem gelo).
 Elementos em solos não agressivos e/ou água e gelo.
2
Ambiente úmido com gelo:
b  Elementos exteriores expostos ao vento e às intempéries, ou solos
não agressivos e/ou água e gelo.
Ambiente úmido com gelo e agentes de degelo:
3  Elementos exteriores expostos ao vento e intempéries, ou solos
não agressivos e/ou água e gelo e produtos químicos de degelo.
Ambiente de água do mar:
 Elementos na zona de maré ou submergidos em água do mar, com
a uma parte exposta ao ar.
 Elementos em ar saturado de sal (áreas costeiras).
4
Ambiente de água do mar com gelo:
b  Elementos na zona de maré ou submergidos em água do mar, com
uma parte exposta ao ar.
 Elementos em ar saturado de sal (áreas costeiras).

a Ambiente químico ligeiramente agressivo (gás, sólido ou líquido).


5*
b Ambiente químico moderadamente agressivo (gás, sólido ou líquido).

c Ambiente químico de alta agressividade (gás, sólido ou líquido).


* Os tipos 5 podem se apresentar isolados ou combinados com os tipos anteriores

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Patologia das construções

Tipos de exposição segundo a tabela


Requisitos 1 2a 2b 3 4a 4b 5a 5b 5c (1)
Concreto c ≥
Classe massa 12/15 c
e tipo Concreto c c ≥ c ≥ c ≥ c ≥ ≥ c ≥ c ≥ c ≥
segundo armado ≥ 20/25 20/25 20/25 25/30 25/30 25/30 25/30 30/35
ISSO 4102 16/20
Concreto c
protendido ≥
20/20
Concreto
massa ≤0,70
Relação a/c Concreto
(2) armado ≤0,65 ≤0,60 ≤0,55 ≤0,55 ≤0,55 ≤0,50 ≤0,55 ≤0,50 ≤0,45
Concreto
protendido ≤0,60 ≤0,60
Concreto
Cimento/m3 massa ≥ 150 ≥ 180 ≥ 180 ≥ 180
Agregado Concreto
entre 16 armado ≥ 270 ≥ 300 ≥ 300 ≥ 300
e 32 mm Concreto ≥ 300 ≥ 300 ≥ 300 ≥ 300 ≥ 300
protendido ≥ 300 ≥ 300 ≥ 300 ≥ 300

≤ 32 mm ≥4
Se há risco de

% de ar Se há risco de
saturação do

do concreto
saturação
concreto

incorporado
para Ø ≤ 16 mm ≥5
máximo de
areia (3) ≤ 8 mm ≥6

Penetração de água
em mm ≤ 50 ≤ 50 ≤ 30 ≤ 30 ≤ 50 ≤ 30 ≤ 50
Resistente ao
Resistente

Resistente
ao gelo

ao gelo
gelo

Requisitos adicionais
para as areias
Solo c/ > de 3000 mg/kg
Água c/ > 400mg/kg ou

de SO42- (4)

Requisitos adicionais
ao cimento resistente a
sulfatos

Observações:
(1) Proteger o concreto com pintura contra o contato direto com os meios agressivos.
(2) Pode se considerar adições de componentes ativos no cimento.
(3) Com fator de afastamento de ar incluído = 0,20.
(4) Verificar norma de cimento resistente a sulfatos.

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Patologia das construções

Tipo de exposição
Grau de ataque Ataque Ataque Ataque Ataque muito
Débil moderado forte forte
Água
 Valor de pH 5,5 – 6.5 4,5 – 5,5 4,0 – 4,5 < 4,0
 CO2 15 – 30 30 – 60 60 – 100 > 100
agressivo mg
CO2 / l 15 – 30 30 – 60 60 – 100 > 100
 Íon amônio
Mg NH4+ / l 100- 300 300 – 1500 1500 – 3000 > 3000
 Ion magnésio
mg Mg2+ / l 200 – 600 600 - 3000 3000 - 6000 > 6000
 Ion sulfato
mg SO42- / l
Solo
 Grau de Não ocorre na Não ocorre na Não ocorre na
acidez, > 20 prática prática prática
segundo
Baumann-Gully
 Íon sulfato 2000 – 6000 6000 - 12000 12000 Não ocorre na
prática

Classe de Agressividade Risco de deterioração da


agressividade estrutura
I fraca Insignificante
II média Pequeno
III forte grande
IV muito forte elevado

Classe de pH CO mg/l Amônia Magnésio Sulfato Sólidos


agressividade NH 4+ Mg2+ SO42- dissolvidos
mg/l mg/l mg/l
mg/l
I >6 < 20 < 100 < 150 < 400 > 150
II 5,9 – 5,0 20 – 30 100 – 150 150 – 250 400 – 700 50 – 150
III 5,0 – 4,5 30 – 100 150 – 250 250 – 500 700 – 1.500 < 50
IV < 4,5 > 100 > 250 > 500 > 1.500 < 50

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Patologia das construções

Gás carbônico, Cloretos,


Classe de Macroclima Microclima CO2, no Cl-
agressividade ambiente (%) (mg/l)
UR(*) 
60 %
I rural interiores secos 0,3 200

60 % 
UR.
95 %
II urbano U.R. = 100 % 0,3 500

(submersa)
marinho ou 65 % 
UR
100 %
III industrial (variável) 0,3 500

interiores úmidos
IV pólos de indústria com agentes 0,3 500
industriais agressivos

Ataque por sulfatos – Fonte: Durabilidad de Estructuras de Hormigon - CEB

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Patologia das construções

3.O uso de aditivos na qualidade do concreto

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Patologia das construções

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Patologia das construções

3. O uso de aditivos na durabilidade do concreto

3.1 Generalidades

Os aditivos podem ser considerados hoje como o quarto elemento de um concreto ou


argamassa. São produtos adicionados em pequenas quantidades ao concreto,
modificando algumas de suas propriedades, no estado fresco ou endurecido,
melhorando a trabalhabilidade, as características mecânicas e químicas, durabilidade,
economia e qualidade.

A utilização dos aditivos remonta desde a idade dos romanos, que utilizavam sebo,
leite de cabra, clara de ovo, etc., mas a sua evolução nos nossos tempos, surgiu após
a invenção do cimento Portland:

 1850 – cimento Portland

 1855 – gesso (primeiro aditivo)

 1900 – aceleradores – Ca Cl2

 1900 – retardadores – açúcares

 1935 – plastificantes – lignofulfonados

 1945 – incorporadores de ar

 1960 – anticongelantes

 1970 – superplastificantes (melamina)

 1990 - hiperplastificantes (policarboxilatos – reodinâmicos)

3.2 Tipos de aditivos

Segundo a norma NBR 11768, os aditivos são classificados segundo suas finalidades:

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Patologia das construções

Tipo Finalidade Aplicações principais


P Mantida a quantidade de água de amassamento, Concreto estrutural
proporciona o aumento do índice de consistência do
Plastificantes concreto ou permite a redução de no mínimo 6% da Concreto de alto
quantidade de água a ser lançada. desempenho
SP Mantida a quantidade de água de amassamento, Concreto estrutural
proporciona o aumento do índice de consistência do
Superplastificantes concreto ou permite a redução de no mínimo 6% da Concreto de alto
quantidade de água a ser lançada. desempenho
R Concretos pré-misturados

Retardador Aumenta os tempos de início e fim de pega dos concretos. Concretagem em grandes
volumes
A Concretos simples

Acelerador Diminui os tempos de início e fim de pega dos concretos, Concretagem submersa
bem como acelera o desenvolvimento de suas
resistências iniciais. Para concreto armado, devem ser Concretagem de lastro
isentos de cloretos.
Concreto projetado

IAR Concreto massa

Incorporador de ar Incorporam pequenas bolhas de ar ao concreto. Concreto sujeito a ciclos


de gelo/desgelo
FL Concreto de alto
desempenho
Sílica ativa Partículas ultrafinas de sílica em suspensão, que pela sua
reatividade, otimizam propriedades do concreto. Concreto resistente a
ambientes agressivos e à
abrasão

Estruturas esbeltas

Concreto projetado
PA

Plastificante Combina os efeitos dos aditivos plastificantes e acelerador.


acelerador
PR

Plastificante Combina os efeitos dos aditivos plastificantes e retardador


retardador
SPA

Superplastificante Combina os efeitos dos aditivos superplastificante e acelerador.


acelerador
SPR

Superplastificante Combina os efeitos dos aditivos superplastificante e retardador.


retardador

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Patologia das construções

Outros aditivos

Expansor Provoca a expansão de 1% a 2% do concreto, mediante a formação de gases.

Impermeabilizante Formam compostos, notadamente com a reação com o hidróxido de cálcio do


cimento, repelindo a água.

Inibidores de corrosão Solução de nitrito de cálcio ou éster & aminas, inibem o ataque de cloretos.

Inibidores de reação Produto à base de lítio, inibe a reação álcali-agregado.


álcali agregados

Fungicida Produto à base de sulfato de cobre ou pentaclorofenol, impede a formação de


fungos e algas no concreto endurecido.

Injeções Fluidificante para injeção de cimento em bainhas de protensão e trincas.

Controle de hidratação Controlam a hidratação do cimento, permitindo a inibição das reações de


do cimento hidratação por até 72 horas.

Anticongelante Evita o congelamento da água de mistura do concreto, durante a concretagem em


dias muito frios.

Redutor de ar Aumenta a viscosidade e coesão da mistura.


incorporado

3.3 Características gerais dos aditivos de última geração

Atualmente, os aditivos possuem características importantes, para conferir


propriedades ideais ao concreto e às argamassas, tornando-se um componente
indispensável para garantir a qualidade dos concretos e argamassas.

Além das características básicas dos aditivos, conforme tabela acima, os aditivos são
muito importantes para a melhoria da qualidade do concreto endurecido, como por
exemplo, na sua baixa porosidade, que evita ou impede a penetração de agentes
agressivos.

O cimento necessita da água para promover sua hidratação. A quantidade mínima de


água para a hidratação do cimento é por volta de 25% a 30% do seu peso, ou fator
água/cimento = 0,25 a 0,30. Com esta pequena quantidade de água, o concreto não
se torna trabalhável, isto é o concreto é praticamente seco, ou com slump menor que
1, impossível de se moldar nas formas.

Quando aumentamos a relação água/cimento, para valores em torno de 0,55 a 0,65,


tornamos o concreto mais trabalhável. No entanto, tornamos os mesmos mais
porosos e permeáveis devido à evaporação da água excedente. O excesso de água,
também provoca maior retração volumétrica do concreto, gerando trincas de retração.

Dentro deste aspecto, os aditivos são muito importantes, pois melhoram a


trabalhabilidade do concreto, sem a adição de grandes quantidades de água.

26
Patologia das construções

Compararivo de fluidez do concreto

Quanto maior o fator água/cimento, maior é a permeabilidade a água do concreto,


conforme vemos abaixo.

Conforme podemos verificar, quanto menor a quantidade de água e melhor slump,


melhor a trabalhabilidade e qualidade do concreto.

Os aditivos que mais melhoram a fluidez do concreto com redução substancial da


água de amassamento do concreto são os aditivos à base de policarboxilatos,
surgidos na década de 90.

27
Patologia das construções

Ao contrário dos aditivos à base de melamina, que possuem vida curta, os aditivos à
base de éter policarboxílicos proporcionam elevada fluidez por maior período,
podendo chegar até 4 horas, dependendo da dosagem.

Aditivos plastificantes convencionais

Atuação dos aditivos convencionais envolvendo os grãos de cimento, provocando a dispersão entre as partículas = maior flu
Fonte: Manual da MBT – Master Builders Technologies

Os aditivos superplastificantes convencionais, à base de sulfonatos, melamina ou


naftalenos são baseados em polímeros que são absorvidos pelas partículas de
cimento e se acumulam na superfície do cimento no início da mistura do concreto. Os
grupos sulfônicos da cadeia dos polímeros aumentam a carga negativa da superfície
das partículas de cimento e dispersam estas por repulsão eletrostática. Este
mecanismo eletrostático causa a dispersão da pasta de cimento, e a consequência
positiva é que se requer menos água na mistura para se obter uma determinada
consistência do concreto.

Os aditivos de nova geração à base de éter carboxílico são polímeros com largas
cadeias laterais. No início do processo de mistura, inicia-se o mecanismo de
dispersão eletrostática, conforme os aditivos convencionais, porém, as cadeias
laterais unidas à estrutura polimérica geram uma energia que estabiliza a capacidade
de refração e dispersão das partículas de cimento. Com este processo, obtém-se um
concreto fluído com uma grande redução da quantidade de água e um ganho de
resistência nas primeiras idades.

28
Patologia das construções

Aditivos superplastificantes à base de éter policarboxílicos

Atuação dos aditivos de última geração – policarboxilatos, de moléculas mais longas, envolvendo os grãos de cimento, p
Fonte: Manual da MBT – Master Builders Technologies

No diagrama abaixo pode ser verificado o ganho de resistência inicial mais elevado
do concreto aditivado com éter carboxílico, comparado com os aditivo à base de
melamina.

9000
8000
7000
6000
5000
4000
Tecnologia dos policarboxilatos
3000 Primeira geração de plastificantes
(

2000
1000
0
8 hr.12 hr.16 hr.28 Day Idade do concreto

Fonte: Manual da MBT – Master Builders Technologies

No diagrama abaixo, verifica-se o maior tempo de abertura do aditivo à base de


éter carboxílico frente ao aditivo à base de melamina.

29
Patologia das construções

22 Tecnologia dos policarboxilatos


17
Superplastif. convencionais
12
7
2

Time (min)
Fonte: Manual da MBT – Master Builders Technologies

3.4 Concreto auto-adensável

A última tecnologia que vem sendo adotada nos países mais avançados é o dos
concretos auto-adensáveis, que são concretos de elevada fluidez, que dispensam a
utilização de vibradores. Também são chamados de concretos reodinâmicos.

 Alta fluidez.
 Sem segregação nem exsudação.
 Auto-compactável.
 Baixa relação A/C.
 Permite concretagem em áreas com grande taxa de armaduras e em
lugares confinados ou difíceis de acessar com vibradores.

Os aditivos de melhor desempenho para concreto autoadensável são os tipos éter


carboxilatos.

30
Patologia das construções

Elevado abatimento do concreto autoadensável.

3.4 Recomendações finais

 Redutores de água
o Em caso de superdosagem, verificar o peso das amostras, pois este indicará
se houve incorporação de ar, que poderá afetar as resistências.
o Se houver retardamento de pega, evitar que o concreto perca água, regando
abundantemente, por exemplo. Controlar a evolução das resistências.
Normalmente o concreto endurece mais lentamente, mas alcança maiores
resistências em longo prazo.
o Manter limpos os depósitos. Embora estes produtos contenham conservantes
adequados, em certas ocasiões podem ocorrer fermentações, se o depósito
estiver sujo e em climas quentes. As fermentações não alteram a qualidade
do adjuvante em curto prazo, mas podem produzir espumas que podem
afetar os dosadores.

 Superplastificantes
o Eleger um superplastificante adequado ao concreto previsto.
o Misturar o aditivo com 60 a 70% da água de amassamento já introduzida, por
forma a garantir uma boa homogeneidade.
o Sempre que se utilize dosagem superior às indicadas pelo fabricante, deve
ser realizado ensaio prévio.
o Embora os aditivos, pela sua composição, não tenham grandes problemas
de conservação, é aconselhável manter os depósitos limpos.
o Na generalidade, os superplastificantes são compatíveis com a maioria dos
aditivos; contudo, podem ocorrer alguns problemas com os incorporadores
de ar.
o A utilização conjunta de plastificantes e superplastificantes, proporcionam um
efeito plastificante muito elevado.

 Retardadores
o São aplicadas as recomendações gerais mencionadas para os aditivos.

31
Patologia das construções

o Prever descidas e aumentos de temperatura que podem modificar o


comportamento do concreto.
o Ensaiar previamente o aditivo com o cimento previsto, para comprovar o efeito
retardante. A reatividade do cimento é também importante para decidir a
dosagem mais adequada.
o Os retardadores podem combinar-se facilmente com aditivos redutores de
água, mas deve-se ter em conta que estes podem apresentar um efeito
retardante, por si mesmos.

 Aceleradores
o Verificar se o aditivo contém cloro na sua composição, quando se tratar de
concreto armado, pois provoca corrosão das armaduras.
o Utilizar a dosagem mínima de acelerador, introduzindo um superplastificante
que permita uma notável redução da relação A/C.
o Ter em conta a real temperatura da obra.
o Os aceleradores podem combinar-se com redutores de água que não
tenham efeito retardador.

 Incorporadores de ar
o Escolher o incorporador de ar e a sua dosagem mediante ensaios, nos quais
sejam controlados o ar incorporado e as resistências mecânicas.
o Manter constantes a intensidade e o tempo de mistura.
o Efetuar um controle da incorporação de ar e das resistências.
o Evitar superdosagens e misturas excessivas.

 Espumantes
o Juntar o aditivo à argamassa pré-misturada, com consistência seca ou
plástica.
o Utilizar preferencialmente agregados naturais rolados. As britas apresentam
cantos que rompem as bolhas de ar à medida que se formam. Este efeito
limita a estabilidade da espuma gerada.
o Manter constante a intensidade e o tempo de mistura.

 Impermeabilizantes
o São aplicadas as recomendações gerais mencionadas para os aditivos.
o Não pensar que o aditivo consegue por si só um concreto impermeável.
o Dar especial atenção à composição do concreto.
o Verificar se a colocação em obra é a mais correta, e que permita uma boa
compactação.
o Evitar as juntas frias, colocando juntas hidro-expansivas.

 Hidrofugantes
o São aplicadas as recomendações gerais mencionadas para os aditivos.
o Rever as dosagens a utilizar.
o Controlar as resistências mecânicas e a repulsão de água obtida.

 Concreto bombeável
o Controlar a alteração de consistência, e comprovar a trabalhabilidade e
bombabilidade.
o Reduzem ligeiramente a consistência, o que deve ser devido à combinação
com um plastificante.
o Evitar superdosagens e utilizar a dosagem ótima.

32
Patologia das construções

 Concreto projetado
o Tomar medidas de segurança necessárias, tanto no armazenamento como
no manuseamento dos produtos alcalinos (pH > 12).
o Procurar utilizar aditivos não alcalinos (álcali free).
o Recordar que o uso de um redutor de água permite reduzir a relação
água/cimento e melhorar as resistências iniciais e finais.

 Recomendações finais
o Eleger o aditivo segundo o recomendado na ficha técnica.
o Ler detalhadamente as informações técnicas do produto.
o Determinar a dosagem e realizar ensaios prévios.
o Efetuar o controle de qualidade, ou pelo menos registrar o número do lote.
o Garantir um bom sistema de dosagem e mistura.
o Prever as temperaturas de inverno e proteger os tubos do dosador.
o Consultar o fabricante sobre qualquer dúvida na utilização do produto.
o Manter a limpo o depósito.

Bibliografia desta seção: Juan Fernando Matias – MBT Master Builders Technologies

33
Patologia das construções

4. Agressividade do meio ambiente

34
Patologia das construções

35
Patologia das construções

4. Corrosão das Armaduras


4.1 Generalidades

A corrosão das armaduras é uma das principais manifestações patológicas,


responsáveis por enormes prejuízos.

Como material de construção denso e resistente, se pensa que o concreto armado


tem uma duração ilimitada. No entanto, atualmente se constata um número crescente
de estruturas prematuramente deterioradas por corrosão das armaduras de reforço.

A corrosão das armaduras é uma área claramente interdiciplinária, onde a química,


eletroquímica e cinética tem papel fundamental.

A displicência na execução do concreto armado tem se demonstrado na principal


causa do início precoce da corrosão das armaduras, principalmente pelos seguintes
fatos:

o recobrimento das armaduras abaixo dos valores recomendados pelas normas da


ABNT.
o concreto executado com elevado fator água/cimento, acarretando elevada
porosidade do concreto e fissuras de retração.
o ausência ou deficiência de cura do concreto, propiciando a ocorrência de fissuras,
porosidade excessiva, diminuição da resistência, etc.
o segregação do concreto com formação de ninhos de concretagem, erros de traço,
lançamento e vibração incorretos, formas inadequadas, etc.

O concreto proporciona às armaduras uma dupla proteção.

o Uma barreira física que separa o aço do contato direto com o meio ambiente que
contém elementos agressivos ao aço;

o Capa passivadora formada meio alcalino do concreto

A capa passivadora é formada pela solução aquosa, constituída principalmente por


íons OHˉ , que proporciona elevada alcalinidade do concreto (pH > 12.5).
Inicialmente pensava-se que o hidróxido de cálcio produzido durante a hidratação do
cimento era o principal elemento para originar a elevada alcalinidade do concreto.
No entanto, demonstrou-se posteriormente que a solução aquosa contida nos poros
apresenta pH entre 13 a 14, devido aos hidróxidos de cálcio e potássio, já que o íon
cálcio praticamente desaparece da dissolução quando o cimento processa sua
hidratação.

36
Patologia das construções

A elevada alcalinidade e a presença de oxigênio forma em torno do aço uma capa


passiva de óxidos muito aderentes, compacto e invisível, que preserva o aço da
corrosão, quando o concreto seja de boa qualidade e não mude suas
características fisico-química por ação do meio ambiente.

Por outro lado, em ausência de oxigênio, o aço oxida-se muito lentamente, sem
causar problemas de corrosão, como o caso de estruturas submergidas, onde o
concreto não se encontra gretado.

A corrosão das armaduras do concreto consiste na oxidação destrutiva do aço, pelo


meio que o envolve.

4.2 Mecanismo da corrosão das armaduras

A corrosão das armaduras pode-se originar por uma ação química ou eletroquímica,
resultando numa modificação do aço de forma contínua, até que todo o aço se
transforme em ferrugem.

A corrosão eletroquímica do aço do concreto resulta da falta de uniformidade do aço


(diferentes tipos, soldas, elementos ativos sobre a superfície do aço, assim como
também a heterogeneidade química e física do concreto que envolve a armadura.
Ainda que a potencialidade para a corrosão do aço pode existir devido à falta de
uniformidade do aço, a corrosão normalmente é prevenida pela formação de uma
película de óxidos de ferro passivante já citada. No entanto, quando as condições de
utilização e ataque do meio ambiente sobre o concreto armado ocorrem, se produz a
perda da capa passivante, desencadeando uma tríplice consequência:

 O aço diminui sua seção, e se converte completamente em óxidos;


 O concreto pode fissurar ou delaminar-se devido às pressões de expansão dos
óxidos;
 A aderência da armadura diminui ou desaparece.

O processo de corrosão pode ser subdividido em dois tipos:

a) Corrosão química:

Também denominada oxidação, é provocada por uma reação gás-metal, isto é, pelo
ar atmosférico e o aço, formando compostos de óxido de ferro (Fe2 O3). Este tipo de
corrosão é muito lento e não provoca deterioração substancial das armaduras. Como
exemplo, o aço estocado no canteiro de obra, aguardando sua utilização sofre este
tipo de corrosão.

37
Patologia das construções

b) Corrosão eletroquímica ou eletrolítica

Também denominada corrosão catódica ou simplesmente corrosão, ocorre em meio


aquoso é o principal e mais sério processo de corrosão encontrado na construção
civil.

Neste processo de corrosão, a armadura se transforma em óxidos e hidróxidos de


ferro, de cor avermelhada, pulverulenta e porosa, denominada ferrugem.

A corrosão eletroquímica

Para ocorrer a corrosão eletrolítica, devem interagir as seguintes condições:

Presença de um eletrólito

A presença de sais dissolvidos do cimento, como o hidróxido de cálcio (CaOH2) ou a


presença do anidro carbônico (CO2), que sempre contém pequenas quantidades de
ácido carbônico, podem funcionar como eletrólito.

Quantidades pequenas de íons cloreto (Cl-), íons sulfatos (S--), dióxido de carbono
(CO2), nitritos (NO3-), gás sulfídrico (H2S), amônia (NH4+), óxidos de enxofre (SO2,
SO3), fuligem, etc., aumentam potencialmente a ação do eletrólito e,
consequentemente, o fenômeno da corrosão. Isto explica que a velocidade da
corrosão em regiões industriais, orlas marítimas, poluídas, etc. são mais elevadas,
devido a maior concentração de elementos agressivos.

Diferença de potencial
Qualquer diferença de potencial entre dois pontos da armadura, causada por
diferença de umidade, concentração salina, aeração ou por tensão diferenciada na
armadura pode criar uma corrente elétrica entre dois pontos. As partes que possuem
um potencial menor se convertem em ânodo e as que possuem um potencial maior se
convertem em cátodo.

Presença de oxigênio
A presença de oxigênio é necessária para a formação de óxidos de ferro. No
processo de corrosão eletroquímica, o ferro se separa do aço na região anódica,
formando íons ferrosos puros (Fe++), que se transformam em óxido de ferro com a
ação do oxigênio dissolvido na água.

Os fenômenos de corrosão são expansivos e geram tensões que podem provocar


fissuras no concreto, principalmente os de baixo cobrimento de armadura,
aumentando a entrada e saída de água, sais e vapores agressivos, elevando
exponencialmente a velocidade da corrosão.

A armadura submetida à tensão sofre corrosão mais acentuada das que se


encontram em condições normais.

Quando a ação eletrolítica é formada em regiões pontuais (micro pilhas), pode ocorrer

38
Patologia das construções

corrosão localizada e não generalizada, formando pequenas gretas, cicatrizes por


fendas pequenas na armadura, que pode se tornar bastante intensa e perigosa.

c) Corrosão em espaços confinados

A corrosão em espaços confinados pode ocorrer quando sobre a superfície do aço


existe um espaço suficiente resguardado que evita o acesso contínuo de oxigênio,
podendo criar zonas diferenciais de oxigênio que induzem à corrosão.

Existem várias condições para esta corrosão, como por exemplo a injeção de fissuras
com resina epóxi, quando o meio agressivo já chegou à armadura, sendo esta região
onde se acelera pela falta de acesso do oxigênio. Outra forma de ocorrer esta
corrosão é o da execução de um revestimento do aço com epóxi, , quando a sua
adesão ao aço está deteriorada. Se, adicionalmente, há presença de cloretos, estes
podem se acumular entre o revestimento e o aço. O pH dentro deste espaço diminui e
o processo de corrosão vai se agravando o processo autocatalítico, similar a corrosão
por “pit”, com a qual se origina uma maior perda de aderência. A deterioração da
aderência entre o aço e o recobrimento pode ocorrer por dano mecânico ou por
processos eletroquímicos, que podem ocorrer no concreto ainda antes que os íons de
cloretos penetrem no concreto.

A figura abaixo mostra a série de ocorrências para a corrosão das armaduras


revestidas com epóxi, sujeitas a condições muito corrosivas.

39
Patologia das construções

Etapas do mecanismo de corrosão por espaços confinados (armaduras revestidas com epóxi) Fonte: Manual de Inspeccio

40
Patologia das construções

d) Corrosão sob tensão

Este tipo de corrosão ocorre em presença de duas circunstâncias conjuntas:


 esforços de tração
 meio agressivo

Este efeito ocorre preferencialmente em concreto protendido, onde se utiliza aço de


alta resistência, devido, em geral, a presença de hidrogênio atômico difundido através
do metal. Este hidrogênio pode estar presente de diferentes fontes, como corrosão do
aço, proteção catódica, etc. A corrosão sob tensão é um fenômeno muito específico,
geralmente associado a concreto de baixa qualidade, (mau preenchimento das
bainhas, ou a presença de cloretos nos aditivos de concreto).

Nos concretos protendidos, a presença de “pits” de corrosão, causadas por íons de


cloretos, podem induzir ao aço a corrosão por tensão.

A única maneira de se confirmar a fragilidade do hidrogênio ou a corrosão sob tensão


é mediante a observação microscópica da superfície fraturada do aço. Este dano é
considerado catastrófico, já que é associado a uma perda de ductibilidade e fratura do
aço.

a) Ruptura dúctil em um aço protendido b) Ruptura frágil ao ensaiar o aço em uma solução de bicarbonato .
Fonte: Manual de Inspeccion, Evaluacion y Diagnostico de Corrosion en estructuras de hormigón Armado - DURAR

e) Corrosão por correntes de interferência

As correntes de interferência, chamadas também como erráticas ou de fuga, pode ser


definido como as correntes que fluem em uma estrutura e que não formam parte do
circuito elétrico ou célula eletrolítica. Para que ocorra a corrosão por correntes de
interferência deve existir um intercâmbio de corrente entre o aço e um meio
eletrolítico. A corrente contínua é a que tem um efeito mais pronunciado, já que flui
continuamente em um único sentido. Ao contrário, a corrente alternada, que inverte
sua direção, ao redor de uma centena de vezes por segundo, pode causar um efeito
muito menos pronunciado.

41
Patologia das construções

As fontes mais comuns deste tipo de corrente são: sistemas de proteção catódica
operando nas cercanias de estruturas de concreto armado, especialmente em meios
de muito baixa resistividade, como em água salobra, sistemas com potência elétrica,
como os trens elétricos, metrô, máquinas de soldar, onde a estrutura conectada à
terra se encontra a certa distância dos eletrodos de solda; correntes telúricas
(associadas a atividade solar e ao campo magnético da terra).

Independente da fonte, as correntes que fluem em um meio eletrolítico, são


manifestações de diferenças de voltagem. Se no entorno destes gradientes de
voltagens, se encontra situada uma estrutura de concreto armado, pode existir um
intercâmbio de corrente com o mesmo, donde o ponto de entrada da corrente atuaria
como cátodo, e a saída seria a zona anódica que poderia causar a dissolução do
metal, corroendo-o.

É importante salientar que se o aço se encontra passivado em um concreto não


contaminado por cloretos, esta corrente de interferência não produz corrosão, já que
se poderia manter-se passivo ou levar à zona de imunidade. Ao contrário, se o
concreto contém cloretos, a corrosão do aço de tornaria acelerado drasticamente pelo
efeito destas correntes.

f) Corrosão uniforme generalizada

A corrosão uniforme é o resultado de uma perda generalizada da película passiva,


resultante da carbonatação do concreto ou a quantidade excessiva de íons cloretos.
Também pode ocorrer por efeito de “lixiviação” de componentes alcalinos do
concreto, devido à percolação de águas puras ou ligeiramente ácidas.

g) Corrosão galvânica

Este tipo de corrosão pode-se dar quando existem dois metais diferentes no meio
eletrolítico. No aço do aço do concreto, esta situação se dará cada vez que em
alguma zona se danifique, ou não se forma uma capa passivadora característica. Esta
zona atuará como um ânodo, frete ao restante do material, onde permanece a
passivação, o qual atuará como cátodo. Também se poderia apresentar quando o aço
se encontra em contato com outros condutores mais nobres.

42
Patologia das construções

Fonte: Concrete Repair and Maintenance Illustrated – Peter H. Emmons


43
Patologia das construções

h) Corrosão por cloretos

A corrosão por ação dos cloretos ocorre pela dissolução da capa passivadora de
corrosão, pelo ingresso de através do meio externo de íons cloretos no concreto ou
no caso de contaminação da massa do concreto, como por exemplo, através da água,
aditivos aceleradores inadequados ou areia do mar.

A ação de íons de cloretos forma uma célula de corrosão onde existe uma capa
passiva intacta, atuando como cátodo, no qual se produz oxigênio e uma pequena
área onde se perdeu a capa passivadora, atuando como cátodo, na qual se produz a
corrosão. As corrosões por cloreto são autocatalíticas, e se generalizam em contínuo
crescimento.

No ânodo se produzem ácido, devido aos íons de cloretos favorecerem a hidrólise do


Fe na água, para se formar H+ e Cl- livres. Ocorre a redução do pH localmente e os
íons cloretos permanecem no meio para seguir intervindo no processo de corrosão,
agravando o problema.

Corrosão da armadura
Fonte: Concrete Repair and Maintenance Illustrated – Peter H. Emmons

Os cloretos destroem de forma pontual a capa passivadora, podendo produzir uma


ruptura pontual do aço. Em ambiente marítimo, o cloreto pode penetrar pela rede de
poros. O concreto também pode ser contaminado com cloretos através de aditivos
aceleradores, água contaminada, ambiente industrial (papel, celulose, fertilizantes,
etc.), dentre outros.

Ataque da armadura por cloretos

As normas de forma geral limitam o teor de cloretos no concreto fresco.

44
Patologia das construções

Fonte: Concrete Repair and Maintenance Illustrated – Peter H. Emmons

45
Patologia das construções

4.3 Fatores que afetam e desencadeiam a corrosão das armaduras ou concreto

Um conjunto de circunstâncias pode afetar e desencadear a despassivação do aço do


concreto. Já foi mencionado que a baixa alcalinidade do concreto desencadeia o
processo corrosivo.

Existem vários fatores que afetam, desencadeiam ou produzem ambos os efeitos no


processo de corrosão das armaduras, como a dosagem de cimento no concreto, a
sua compacidade e homogeneidade, como também a espessura do recobrimento da
armadura, o estado superficial da armadura e a umidade ambiental. Também são
importantes como fatores, os ninhos e falhas de concretagem junto às armaduras,
altas tensões mecânicas, correntes erráticas ou de interferência, contato galvânico
entre os metais, íons despassivantes (Cl -, SO4=, etc.), CO2 atmosférico ou qualquer
outro líquido que neutraliza a alcalinidade, lixiviação por águas brandas, e as fissuras.

a) Dosagem do concreto

Os concretos homogêneos, compactos, resistentes e pouco porosos garantem


importantes funções de proteção ao aço, tanto como barreira física, como uma capa
passivante alcalina que mantém a armadura protegida.

A baixa porosidade da massa do concreto impede a penetração dos agentes


agressivos. Assim, sendo, deve se ter em conta a necessidade de se executar uma
dosagem de concreto que garanta a máxima compacidade e, por conseguinte sua
durabilidade, tomando as seguintes precauções:

Efetuar um estudo de granulometria, de forma que se garanta uma boa curva de


agregados e menor volume de vazios.
Utilizar a menor quantidade de água possível, para diminuir a porosidade e
resistência final, substituindo o excedente de água por aditivos redutores de água.
Procurar adotar a menor relação água/cimento, que também poderá ser melhorada
com a utilização de aditivos.
Garantir uma boa hidratação do cimento, com uma cura adequada, diminuindo a
quantidade de poros do concreto endurecido.
 As características dos agregados utilizados no concreto têm influência na sua
qualidade final.
A ação positiva de certas adições ao concreto, como escórias de atividade
pozolânica, microssílica ou inibidores de corrosão, tem grande influência na
durabilidade do concreto armado.

b) Compacidade e homogeneidade

A compacidade do concreto é a propriedade mais importante do mesmo nos efeitos


de sua resistência à penetração dos agentes agressivos. Ela é inversamente
proporcional à porosidade, minimizando a carbonatação e o ataque de agentes
agressivos.

A compacidade é expressa pela quantidade de matéria sólida por unidade de volume,


ou a relação entre o volume sólido e o volume total.

46
Patologia das construções

A compacidade é função principalmente da quantidade, qualidade e proporção entre


os componentes do concreto.

A compacidade pode ser comprometida por uma mistura, transporte e compactação


inadequados, já que isto afeta a homogeneidade.

A homogeneidade está relacionada diretamente na mistura, transporte, colocação,


compactação e cura.

c) Espessura de recobrimento

Conforme vimos no capítulo 2, a espessura da capa de cobrimento das armaduras é


importante para garantir sua proteção, desde que não se apresente porosa e com
fissuras. Existem normas nacionais e internacionais que regulamentam a espessura
mínima requerida para cobrimento das armaduras, segundo a utilização deste
concreto, desde em áreas internas, como nas áreas mais agressivas.

d) Umidade ambiental

A presença de umidade é imprescindível para a ocorrência das reações de oxidação


das armaduras, pois intervém no processo catódico de redução do oxigênio. Além
disto, é necessária para a mobilidade dos íons no processo eletrólito.

Em um concreto seco, a resistividade elétrica é tão elevada que impede que a


corrosão se produza. Por outro lado, quanto maior é a quantidade de água no
concreto, menor será o valor de resistividade elétrica e mais elevada poderá ser, a
princípio a velocidade de corrosão.

Fonte: Durabilidad de Estructuras de Hormigon - CEB

47
Patologia das construções

e) Oxigênio

Não é possível o processo de corrosão sem a mínima quantidade de oxigênio junto


às armaduras.

Quando um concreto é denso e o ambiente exterior tem valores médios de umidade,


os poros estão completamente saturados de água a partir de 3 a 4 cm do seu
exterior. Isto dificulta a presença do oxigênio, que necessita diluir-se na água antes
de alcançar as armaduras. Se existem armaduras despassivadas e com pouco
cobrimento de concreto, o contato com o oxigênio é mais fácil e a corrosão pode ser
mais elevada.

f) Temperatura

A temperatura tem um duplo papel nos processos de degradação. Por um lado, o


aumento da temperatura atua na mobilidade das moléculas, facilitando o transporte
de substâncias. Por outro lado, a diminuição da temperatura pode dar lugar à
condensações. Além disto, a quantidade absoluta de vapor está diretamente
relacionada à temperatura ambiente.

É importante destacar que os 3 fatores- umidade, oxigênio e temperatura- tem efeitos


contrapostos e portanto não é fácil predizer a evolução da corrosão. Por exemplo,
uma maior umidade facilita a corrosão, mas também impede a maior presença de
oxigênio. Uma temperatura mais elevada acelera a corrosão, mas diminui a
condensação.

g) Estado superficial do aço

A oxidação superficial da armadura não causa efeito significativo no processo de


corrosão, mas podem estar contaminados com cloretos.

A corrosão superficial do aço, não aderida, deve ser eliminada, pois interfere na sua
aderência ao concreto (importante no concreto protendido) e na criação e aderência
da capa passivadora.

h) Tensões mecânicas no aço

O aço pode estar submetido a tensões entre 60% a 80% do seu limite elástico. Estas
elevadas tensões não representam perigo se o mesmo está isento de imperfeições e
de óxidos superficiais, e se o concreto que o envolve é de boa qualidade.

Em concreto onde a carbonatação alcança o aço tensionado, ou com presença de


íons despassivantes ( SCN -, S=, Cl- ).

O risco de uma corrosão sob tensão existe. Este tipo de corrosão se caracteriza por
incubar microfissuras não visíveis a olho nu, que se propagam com relativa rapidez
ao interior da armadura. Alcançada uma perda de seção crítica, a armadura se rompe
de uma forma frágil, como mostra a figura abaixo, donde se pode verificar uma maior
redução de seção, em comparação com a quase nula que se detecta em uma ruptura
frágil. A única forma de se detectar este tipo de ruptura é mediante a estudos
microscópicos das superfícies fraturadas.

48
Patologia das construções

i) Correntes erráticas ou de interferências

As correntes elétricas que abandonam os circuitos naturais, para circularem nas


armaduras, têm efeitos importantes para acelerar a corrosão já iniciada por outros
fatores.

É importante este efeito em estruturas enterradas ou submersas, que são os lugares


potencialmente factíveis para que existam correntes capazes de acelerar a corrosão
das armaduras, podendo chegar a danos catastróficos.

j) Contato galvânico

O contato das armaduras com outros metais podem ocasionar sua corrosão. Devem
ser evitados os contatos das armaduras com outros metais, que podem polarizar até
potenciais mais anódicos. Em geral o contato aço-aço inoxidável ou aço-cobre não
produzem corrosão. O contato com zinco ou alumínio pode ser benéfico pois induzem
a uma certa proteção catódica da armadura.

k) Íons despassivantes

Dos íons despassivantes, os cloretos são os que mais afetam a armadura. O íon
sulfatos intervém na degradação do concreto, com o qual pode permitir que a
armadura se exponha ao meio ambiente, procedendo-se à corrosão.

A tabela abaixo indica os valores críticos de cloro em concreto armado.

País Norma Limite máximo de Cl- Referido a


USA ACI 318 a 0,15% em ambiente de Cl- cimento
USA ACI 318 a 0,3% em ambiente normal cimento
USA ACI 318 a 1% em ambiente seco cimento
Inglaterra CP-110 a 0,35% cimento
Austrália AS 3600 a 0,22% cimento
Noruega NS 3474 a 0,6% cimento
Espanha EH 91 a 0,4% cimento
Europa Eurocódigo 2 a 0,22% cimento
Japão JSCE-SP 2 a 0,6 kg/m3 concreto
Brasil NBR 6118 a 0,05% água

As divergências de valores estão também relacionadas à composições distintas de


cimento e do aço, como também dos distintos materiais potencialmente
contaminantes.

49
Patologia das construções

Sulfatos

O íon sulfato (SO4-2) pode estar presente nas águas industriais residuais, em
forma de solução diluída de ácido sulfúrico, nas águas do subsolo, nos esgotos,
etc.

O sulfato pode degradar o cimento, reagindo com o hidróxido de cálcio Ca(OH0) 2,


formando o gesso, que por conseguinte reage com o aluminato de cálcio do
cimento (C3A), formando sulfoaluminato de cálcio hidratado (etringita). Esta
reação é expansiva, gerando elevadas tensões internas, que fissuram o concreto.

Expansão do concreto pela ação dos sulfatos Durabilidad de Estructuras de Hormigon - CEB

l) Ataque ácido

A velocidade de reação dos ácidos com o concreto é determinada tanto pela


agressividade do ácido presente, como pela solubilidade do sal cálcico formado.
Quanto menos solúvel é o sal, maior é o efeito passivante. Quanto mais solúvel é
o sal formado, maior a velocidade de reação e dissolução para o interior do
concreto.

Ataque de ácido acético a 900C

50
Patologia das construções

m) Carbonatação

A reação do dióxido de carbono (CO2) da atmosfera com os componentes


alcalinos do concreto, como o Ca(OH)2, reduzem o pH do concreto e que dá lugar
à aparição da frente de carbonatação, visível com o ensaio de fenoftaleína.

A velocidade de carbonatação está associada à porosidade do concreto, a


umidade do concreto, à temperatura e a umidade relativa do ar. No concreto seco,
o CO2 não pode reagir. No concreto saturado, sua penetração é muito lenta. No
concreto com os poros parcialmente cheios de água (50% a 80%), é quando se
dá a maior velocidade de carbonatação.

Uma vez que o concreto está carbonatado na região das armaduras, a


despassivação da armadura ocorre, dando lugar à corrosão da mesma.

51
Fonte: Concrete Repair and Maintenance Illustrated – Peter H. Emmons
Patologia das construções

n) Álcali-sílica

Alguns agregados contém sílica ativa, que reagem com os álcalis contidos no
cimento, formando um gel álcali-sílica. No caso de ter suficiente água, esta reação
pode provocar uma expansão destrutiva. O processo se inicia com pequenas
fissuras irregulares geradas pela tensão expansiva da reação.

Gel de sílica - CEB

Corpos de prova de concreto c/ reação álcali-agregado MBT – Master Builders

o) Lixiviação por águas puras

As águas puras, livres ou com pouco conteúdo de sais, como as de condensação


industrial, desgelo glacial, neve, chuva, algumas pantanosas ou de grandes
profundidades atacam o concreto, dissolvendo o cálcio e outros sais como os
aluminatos, silicatos e ferritos hidratados, diminuindo rapidamente a alcalinidade
do concreto.

p) Íons despassivantes

As descontinuidades do concreto causadas por ninhos ou falhas nas regiões das


armaduras, submetidas à umidade, acarretam na corrosão das armaduras, que
estão desprotegidas e sem capa passivadora.

q) Fissuras

As fissuras transversais ou ao longo das armaduras são em princípio um caminho


rápido para a chegada dos agentes agressivos.

A incidência e velocidade de corrosão das armaduras em zonas fissuradas estão


relacionadas a:

52
Patologia das construções

 Agressividade do meio ambiente Cobrimento da armadura


 Qualidade do concreto Abertura da fissura

Fonte: Durabilidad de Estructuras de Hormigon - CEB

53
Patologia das construções

5. Trincas e fissuras

54
Patologia das construções

55
Patologia das construções

5. Trincas e fissuras

5.1 Causas da fissuração

A fissuração ocorre sempre que a deformação à tração a que o concreto está


submetido excede sua própria resistência. A capacidade de deformação à tração do
concreto varia com a idade e velocidade de aplicação da deformação.

Há vários mecanismos básicos que podem originar deformações no concreto:

a) Movimentos gerados no interior do concreto

Normalmente estes efeitos só causam tensões se o movimento do concreto são


restringidos. Estas restrições podem ser locais (ex: armaduras) ou gerais
(vínculos da estrutura) Exemplos: retração de secagem, expansão ou contração
térmica, deformação plástica, etc.

b) Expansão de materiais no interior do concreto

É o caso da corrosão das armaduras, que se expandem. Gerando tração no


concreto.

c) Condições externas impostas

Acarretadas da ação de cargas ou deformações impostas pela própria estrutura,


como por exemplo: recalques diferenciais.

56
Patologia das construções

Na figura abaixo, se resumem as possíveis causas da fissuração.

Resfriamento precoce

Retração plástica

Antes do endurecimento Plásticas Assentamento plástico


Movimento do concreto fresco

Movimento durante a Movimento da sub base


execução

Areias com retração Retração de secagem Perda De água


Corrosão do aço
Físic

Químicas Reação álcali - agregado

Depois do Carbonatação do cimento

Endurecimento Gelo x desgelo

Térmicas Variações térmicas Contração térmica precoce


Sobrecarga

Estruturais Fluência

Cargas de cálculo

57
Patologia das construções

Na figura abaixo, se resumem algumas indicações sobre a idade em que podem


aparecer fissuras originárias por alguma das causas.

Aparecimento de fissura a partir da concretagem

Cargas

Reação álcali
– agregado

Corrosão

Retração de
secagem

Contração
térmica inicial

Retração
plástica

Assentamento
plástico
1 hora 1 1 semana 1 mês 1 ano 50 anos
dia

58
Patologia das construções

Posição Local

Tipo de na Sub mais Causa Causa Idade da Ver


fissura detalhe
figura divisão usual primária Secundária aparição
Soluções
A Sobre a Bordas

armadura Reduzir
exudação
Parte
Assentamento superior Exudação Secagem De 10
dos (incorporar ar)
B Arco do rápida do minutos a
Plástico pilares concreto concreto 3 horas
revibrar 3.1
C Mudança Lajes
de aligeradas
espessura

D Diagonal Pavimentos
e placas
Secagem Baixa Melhorar De 30
E Aleatória Lajes rápida velocidade cura nas minutos a
de exudação primeiras 3 horas
Retração F Sobre a Lajes horas 3.1
plástica armadura

G Coesão Muro Excesso


externa espesso de calor
de
hidratação

Origem H Coesão Placas Altos Esfriamento Reduzir calor 1 dia a 4 3.1


térmica interna espessas gradientes rápido ou isolar semanas
de
temperatu anexo 1
ra

Retração Reduzir fator


excessiva água /
Retração de Placas Juntas cimento Várias
I 3.1
longo prazo delgadas ineficazes Cura ineficaz semanas
e muros Melhorar ou meses
cura
J Concreto Fôrma 1 a 7 dias
aparente impermeá-
vel Misturas Melhorar a ou
Acabamento 3.1
ricas cura e o
K Placas Excesso acabamento Muito
de mais tarde
alisamen- Cura pobre
to

Natural Suporte e Falta de


vigas cobrimento
Corrosão de da Qualidade do Eliminar Mais de 2
L 6.2
armadura armadura concreto causas anos
M Cloreto de Concreto Excesso
cálcio de cloreto

Reação álcali Locais Agregados reativos + Eliminar Mais de 5 4.4


agregado úmidos cimento com alto teor de causas anos
álcalis
N

Classificação de fissuras intrínsecas (Concrete Society) Informe Técnico n. 22 do Concreto


Society “Fissuras Estruturais do Concreto”

59
Patologia das construções Eng. José Eduardo Granato

59
Fonte: Durabilidad de Estructuras de Hormigon - CEB
Patologia das construções Eng. José Eduardo Granato

60
Patologia das construções

O concreto “jovem” é particularmente propício a fissurar, conforme figura abaixo.


Dentro da fase de transição entre concreto fresco e concreto endurecido “jovem”, é
um período crítico, que começa poucas horas depois da concretagem (cerca de 2 a
16 horas), já em que neste período as resistências à tração e a deformabilidade do
concreto são muito baixas.

5.2 Tipos de fissuras

5.2.1. Fissuração por retração plástica e por assentamento plástico

Há 2 tipos de fissuração plástica: por retração plástica, a qual habitualmente ocorre


em lajes e por assentamento plástico que pode ocorrer nas bordas das peças de
concreto.

A fissuração por retração plástica é característica de concreto fresco, causado pela


tensão capilar da água nos poros do concreto. Ocorrem nas primeiras 2 a 4 horas
depois da mistura do concreto, pouco depois do desaparecimento do brilho da pasta
úmida. Sua causa ocorre quando a perda d’água por evaporação supera a
quantidade de água de exudação, ativando forças capilares na água dos poros.

Fonte: Durabilidad de Estructuras de Hormigon - CEB

Ocorrem nas zonas próximas a superfícies horizontais. São paralelas entre si,
distanciadas entre 0,20 a 1 metro, formando ângulos aproximados de 45˚ com as
quinas.

61
Patologia das construções

Fissuração em mapa
Fonte: Durabilidad de Estructuras de Hormigon - CEB
Outra ocorrência de fissuração por retração plástica ocorre ao longo das armaduras,
devido a exudação da água e perda de volume do concreto.

Fissuração por retração plástica


Fonte: Durabilidad de Estructuras de Hormigon - CEB

Merece atenção especial a fissuração horizontal por assentamento plástico, que pode
ocorrer quando há pouca separação entre as armaduras. Estas fissuras causam
delaminação do cobrimento de concreto sobre as armaduras. Quando coincide com
outros mecanismos de deterioração, como ciclo gelo / desgelo ou corrosão das
armaduras, corre-se o risco de desprendimento repentino e imprevisto da maior parte
do cobrimento do concreto e consequente risco de ruptura estrutural.

62
Patologia das construções

5.2.2 Fissuração por cargas diretas

São causadas por esforços produzidos por cargas aplicadas (flexão, cortante, torção,
etc.).

Devem se destacar os seguintes pontos:

a) Quando a fissura ocorre mais ou menos paralelamente à direção esperada da


tensão principal de tração, é provável que sejam fissuras pequenas (menor que
0,5mm) devido às cargas de serviço, normalmente quando a armadura atua no
limite de escoamento.

b) Enquanto nos ensaios de laboratório pode-se obter um grande número de


fissuras com pouca separação entre si, na prática isto não deve ocorrer, pois as
cargas de serviço reais raramente são bastante elevadas para gerar um grande
número de fissuras.

c) Quando as larguras das fissuras devido às cargas são grandes, indica quase
sempre que tenha sido incorreto o cálculo estrutural, posicionamento das
armaduras ou o cálculo das cargas atuantes.

63
Patologia das construções

Fissuras induzidas por cargas diretas


Fonte: Durabilidad de Estructuras de Hormigon - CEB

5.2.3 Fissuração causada por deformações impostas

São causados por deformações impostas, como variação térmica, recalques, etc.
Sua característica comum é que as tensões e consequente fissuração aparecem
onde a estrutura ou elementos da mesma se opõe aos movimentos impostos. Quanto
maior é a coesão das estruturas, mais elevadas serão as tensões e mais largas e
profundas serão as fissuras.

As diferenças térmicas são causas frequentes deste tipo de fissuração. Também


podem ocorrer devido ao resfriamento rápido do concreto de grandes volumes,
devido ao elevado calor de hidratação do cimento.

a) Tensões devido a temperatura b) Fissuração em mapa devido ao equilíbrio tensional

64
Patologia das construções

Estas fissuras são sempre superficiais, de poucos mm ou cm de profundidade, tipo


“fissuração de mapa”. Tendem a não serem visíveis quando da redução da
temperatura, sendo no entanto visíveis quando se umedece a superfície do concreto.

Fissuração de um muro devido a movimentos de origem térmica e pouca idade


Fonte: Durabilidad de Estructuras de Hormigon - CEB

5.2.4 Fissuras alinhadas com as armaduras

A importância da fissuração em relação à durabilidade e capacidade de resposta


durante a vida útil da estrutura, dependem fundamentalmente da fissura seguir ou
não longitudinalmente a direção das armaduras. São especialmente importantes
devido à corrosão das armaduras, aderência das armaduras e resistências frente aos
esforços cortantes com o desenvolvimento da fissura longitudinal.

As fissuras causadas por esforços de tração ou flexão derivados das cargas diretas,
ou por deformações impostas, costumam ser perpendiculares às armaduras
principais. No entanto, a existência de armaduras transversais às principais, podem
fazer com que as fissuras se alinhem com estas últimas.

Alinhamento das fissuras ao longo das armaduras

65
Patologia das construções

As fissuras plásticas podem ocasionalmente alinhar-se com as armaduras. As


fissuras por assentamento plástico são normalmente na direção das armaduras.

O risco de ocorrência de fissuração ao longo das armaduras é alto, em particular


para as armaduras transversais e, especialmente, nos casos que se tem um
recobrimento de concreto menor nas armaduras secundárias do que nas principais,
tal como nos estribos de vigas.

5.3 Causas principais de fissuração

5.3.1 Geometria da estrutura

Mudanças bruscas de geometria provocam assentamentos plásticos que conduzem à


fissuração ou induzem contrações locais de tensões. Exemplos: lajes nervuradas e
alveolares.

O número das fissuras e suas dimensões dependem do grau de coesão estrutural.


Tanto interna como externa. A coesão interna, por exemplo, entre partes finas e
grossas de uma mesma seção, ou entre o interior e a superfície de uma seção, vem
influir nas diferenças de temperaturas produzidas durante as primeiras fases de
endurecimento do concreto, durante o uso e pela disposição das armaduras.

5.3.2 Disposição das armaduras

A armadura pode ocasionar o início da fissuração, seja por transmitir cargas


concentradas no concreto, seja por originar uma influência desfavorável sobre a
colocação em obra e o assentamento do concreto

Podem ocorrer em regiões com cargas concentradas em regiões de pequeno raio,


nos pontos de corte das armaduras, em rebaixos, em regiões de elevada tensão de
aderência, nos pontos de ancoragem de protensão, etc.

O posicionamento das armaduras é fator decisivo para assegurar uma boa


compactação do concreto, tanto no seu recobrimento quanto na separação das
mesmas, especialmente em zonas fortemente armadas, como nas proximidades dos
pilares e fundações e nos cruzamentos de vigas, pilares e lajes.

5.3.3 Composição do concreto

A dosagem do concreto influi principalmente sobre as fissuras causadas por


deformações plásticas e assentamento plástico, fenômenos que dependem da
exudação do concreto.

A seleção cuidadosa da granulometria dos agregados, a utilização de aditivos


plastificantes reduzem a ocorrência de fissuração por assentamento plástico.

66
Patologia das construções

5.3.4 Execução e cura do concreto

A qualidade de mão de obra associada ao processo de execução tem uma influência


decisiva sobre a homogeneidade e uniformidade do concreto moldado em obra,
assim como do correto posicionamento das armaduras. A espessura do cobrimento
das armaduras, assim como a qualidade do concreto, a baixa permeabilidade, são
parâmetros básicos a respeito da resistência da estrutura frente à agressividade do
meio ambiente.

A fissuração que surge durante o processo de concretagem e do período inicial do


endurecimento do concreto pode ser a principal causa de uma posterior aceleração
dos processos de deterioração, quando estes dependem da água e outras
substâncias agressivas (CO2, ácidos, sulfatos, etc.) que penetram ao interior do
concreto a partir da superfície do mesmo.

5.3.5 Gelo e degelo

Quando a água se congela no interior dos poros dos materiais de construção,


apresenta um crescimento volumétrico de 9%. Havendo saturação dos poros do
concreto, e não havendo espaço para a expansão do congelamento, podem surgir
tensões que causam a fissuração do concreto.

O descongelamento do concreto pode provocar uma importante queda de


temperatura superficial do concreto (salto térmico). A diferença de temperatura entre
a parte interna e externa do concreto dão lugar a um estado de tensões internas
capazes de produzir fissuras nas camadas superficiais do concreto.

Os agregados mais permeáveis absorvem a água e se expandem durante o


congelamento e destroem a pasta de cimento endurecido. Os sintomas típicos de tais
processos são os desprendimentos locais a partir das partículas de maior tamanho.

A utilização de aditivo incorporador de ar podem melhorar a resistência do concreto


frente ao ciclo gelo / desgelo. Outros parâmetros importantes são a relação
água/cimento e o teor de cimento.

67
Patologia das construções

68
Patologia das construções

6. Impermeabilidade das construções

69
Patologia das construções

70
Patologia das construções

6. Impermeabilidade das construções

6.1. Introdução

A impermeabilização na construção civil tem como objetivo impedir a passagem


indesejável de água, fluído e vapores, podendo contê-los ou dirigi-los para o local
que se deseja.
A importância da impermeabilização, além de permitir a habitabilidade e
funcionalidade da construção civil, é relevada no objetivo de proteger a edificação de
inúmeros problemas patológicos que poderão surgir com infiltração de água,
integradas ao oxigênio e outros componentes agressivos da atmosfera (gases
poluentes, chuva ácida, ozônio), já que uma grande quantidade de materiais
constituintes da construção civil sofre um processo de deterioração e degradação,
quando em presença dos meios agressivos da atmosfera.
Têm-se verificado com frequência que a impermeabilização não é analisada com a
devida importância por parte de alguns engenheiros, construtores, arquitetos,
projetistas e impermeabilizadores. Como consequência, a infiltração de água acarreta
uma série de conseqüências patológicas como corrosão de armaduras,
eflorescência, degradação do concreto e argamassa, empolamento e bolhas em
tintas, curtos circuitos etc., gerando altos custos de manutenção e recuperação.
Para se ter uma idéia do montante dos gastos de recuperação e manutenção de
obras, existem estimativas que superam 2,5% do PIB, algo em torno de US$ 12
bilhões de dólares anuais. Em muitos casos a origem é devido à ausência ou
inadequada impermeabilização.
O custo de uma impermeabilização na construção civil é estimado em 1% a 3% do
custo total de uma obra. No entanto, a não funcionalidade da mesma poderá gerar
custos de re-impermeabilização que superam 5% a 10% do custo da obra, já que
muitas vezes as re-impermeabilizações envolvem quebras de piso cerâmico, granito,
argamassas etc., sem levar em consideração custos de problemas patológicos mais
importantes e outros transtornos ocasionados, como depreciação de valor
patrimonial, manchas em veículos e utensílios, utilização normal da área
impermeabilizada, etc.
Portanto, é de suma importância o estudo adequado da impermeabilização de forma
a utilizarmos todos os recursos técnicos disponíveis para executá-la da melhor forma
possível.

6.2. Tecnologia da Impermeabilização

O desempenho adequado da impermeabilização é obtido com a interação de vários


componentes, diretamente relacionados entre si, pois a falha de um deles pode
prejudicar o desempenho e a durabilidade da impermeabilização. Os principais
componentes são:

71
Patologia das construções

a) Projeto de impermeabilização

O projeto de impermeabilização deve fazer parte integrante dos projetos de uma


edificação, como hidráulica, elétrica, cálculo estrutural, arquitetura, paisagismo,
fôrmas etc., pois a impermeabilização necessita ser estudada e compatibilizada
com todos os componentes de uma construção, de forma a não sofrer nem
ocasionar interferências.

O projeto de impermeabilização tem como função elaborar, analisar, planificar,


detalhar, descriminar e adotar todas as metodologias objetivando o bom
comportamento da impermeabilização, compatibilizando os possíveis sistemas
impermeabilizantes a serem adotados com a concepção da edificação.

Uma grande parte dos insucessos de uma impermeabilização podem ser


atribuídas à ausência ou erros na elaboração de um projeto de
impermeabilização.

Por muitas vezes uma obra é iniciada, utilizando um conjunto de projetos


construtivos incompletos. Chegada à etapa da impermeabilização, percebe-se
uma série de interferências que dificultam a sua execução, tais como: tubulações
passando rente às lajes e paredes, cotas finais que impedem a execução de
caimentos, ralos de diâmetro reduzido, falta de altura adequada para arremates
dos rodapés, caixilhos montados impedindo arremates adequados, execução de
enchimentos, etc. Nestes casos, para um bom desempenho e segurança da
impermeabilização, são necessários demolições, abertura de rasgos em
alvenarias, retirada de caixilhos, etc., que acabam por aumentar o custo da
construção. As adaptações que muitas vezes o aplicador é levado a fazer,
acabam por acarretar problemas a médio ou longo prazo.

Outras vezes, encontra-se especificação de sistemas de impermeabilização


inadequados, que não vão atender às necessidades de desempenho exigidas
pela obra. Simplesmente é aberto um catálogo de fabricante e especifica-se
qualquer material, sem analisar suas propriedades e performance. Também é
comum a especificação dirigida por um fabricante ou aplicador de
impermeabilização, que , embora na maioria das vezes tenham experiência, em
alguns casos objetivam unicamente a finalidade comercial. No entanto, existem
fabricantes sérios que produzem produtos de qualidade, que possuem software
técnico, que são de grande auxílio no assessoramento para a execução de um
bom projeto.
Deve-se sempre lembrar que para a execução de um bom projeto, é necessário
boa experiência ou assessoramento por profissional competente.

O projeto de impermeabilização, obviamente deve indicar as regiões que


necessitem de estanqueidade a percolação de fluidos, bem como indicar os
sistemas mais apropriados para garantir a impermeabilidade.
O projeto deve ser elaborado por especialista em impermeabilização, que deverá
colher informações básicas e contatos com os demais projetistas, como o
arquiteto, o calculista, paisagista, projetista elétrico e hidráulico, etc., já que as
modificações que porventura vierem a ser necessárias, logicamente necessitam
ser discutidas e transmitidas a todos os planejadores, de forma a possibilitar a
compatibilização de todos os projetos.
Ao se iniciar um projeto, deve-se efetuar a análise dos projetos básicos da obra,
72
Patologia das construções

procurando evidenciar as áreas que necessitam de impermeabilização. Neste


ponto, inicia-se um estudo preliminar dos sistemas adequados para a execução
da impermeabilização. Elabora-se a seguir o anteprojeto, avaliando mais
detidamente as interferências que haverão de surgir com os detalhes de
acabamento, instalações elétricas, hidráulicas, equipamentos, etc., finalizando o
estudo com a elaboração do projeto definitivo.
O Procedimento para elaboração de projetos de impermeabilização é previsto na
Norma da ABNT - NBR 9575.

b) Qualidade de materiais e sistema de impermeabilização

Materiais impermeabilizantes são basicamente produtos com propriedades de


impedir a passagem d’água ou fluídos, sob forma líquida ou vapor.

Existem umas séries de produtos que atendem a esta definição básica e simples.
No entanto, ao escolhermos um material impermeabilizante e o sistema por ele
formado para se impermeabilizar uma edificação, deve-se levar em conta uma
série de propriedades e requisitos relativos ao seu comportamento frente às
condições impostas pela área a ser impermeabilizada.
Existem no Brasil diversos produtos impermeabilizantes, de qualidade e
desempenho variáveis, de diversas origens e métodos de aplicação,
normalizados ou não, que deverão ter suas características profundamente
estudadas para se escolher um adequado sistema de impermeabilização.
Como exemplo, existem produtos cancerígenos utilizados em impermeabilização
de reservatórios, produtos que sofrem degradação química do meio a que estão
expostos, produtos de baixa resistência à água, baixa resistência a cargas
atuantes, não suportam baixas ou altas temperaturas, dificuldade ou
impossibilidade de aplicação em determinados locais ou situações, baixa
resistência mecânica , a fadiga, durabilidade, etc.
Deve-se sempre procurar conhecer todos os parâmetros técnicos e esforços
mecânicos envolvidos para a escolha adequada do sistema impermeabilizante.
A complexidade na escolha dos sistemas impermeabilizantes para uma
determinada necessidade está diretamente relacionado ao conhecimento das
propriedades dos impermeabilizantes e das exigências e condições específicas
da local que se deseja impermeabilizar. Portanto, quanto mais se conhece das
propriedades dos sistemas impermeabilizantes e do local que se deseja
impermeabilizar, mais acertadas será a escolha. Assim sendo, é descrita abaixo
algumas características dos principais materiais impermeabilizantes utilizados no
Brasil.
Existem diversas normas NBR 9689 que orientam a escolha de sistemas de
impermeabilização.

c) Qualidade da execução da impermeabilização

Por melhor que seja o material ou o sistema de impermeabilização, de nada


adianta se o mesmo é aplicado por pessoa ou empresa não habilitada na
execução da impermeabilização.

73
Patologia das construções

Deve-se sempre recorrer a equipes especializadas na aplicação dos materiais


impermeabilizantes. A mesma deverá ter conhecimento do projeto de
impermeabilização; ser recomendado pelo fabricante do material; que possua
equipe técnica e suporte financeiro compatível com o porte da obra; que ofereça
garantia dos serviços executados etc.

d) Qualidade da construção da edificação

A impermeabilização deve sempre ser executada sobre um substrato adequado,


de forma a não sofrer interferências que comprometam seu desempenho, tais
como: regularização mal executada, fissuração do substrato, utilização de
materiais inadequados na área impermeabilizada, (como tijolos furados,
enchimentos com entulho, passagem inadequada de tubulações elétricas e
hidráulicas), falhas de concretagem, baixo cobrimento de armadura, sujeira,
resíduos de desmoldantes, ralos e tubulações mal chumbados, detalhes
construtivos que dificultam a impermeabilização etc.
Quando a impermeabilização é aplicada num substrato inadequado, a mesma
acaba por sofrer as consequências destes defeitos, que ao longo do tempo
certamente acarretarão patologias construtivas.

e) Fiscalização

O rigoroso controle da execução da impermeabilização é fundamental para seu


desempenho, devendo esta fiscalização ser feita não somente pela empresa
aplicadora mas também, pelo engenheiro responsável pela obra, pelo projetista
ou entidade fiscalizadora designada para a finalidade.
Deve-se sempre obedecer ao detalhamento do projeto de impermeabilização e
estudar os possíveis problemas durante o transcorrer da obra, verificando se a
preparação da estrutura para receber a impermeabilização está sendo bem
executada, se o material aplicado está dentro das especificações no que tange a
qualidade, características técnicas, espessura, consumo, tempo de secagem,
sobreposição, arremates, testes de estanqueidade, método de aplicação,
proteções, etc.

f) Preservação da Impermeabilização

Deve-se impedir que a impermeabilização aplicada seja danificada por terceiros,


ainda que involuntariamente, por ocasião da colocação de pregos, luminárias,
pára-raios, antenas coletivas, playground, equipamentos, pisos e revestimentos
etc.
Considerar a possibilidade de ocorrência destes fatos quando da execução do
projeto. Caso isto não seja possível, providenciar a compatibilização em época
oportuna, evitando adotar as soluções paliativas.
Deve-se também comunicar ao usuário da edificação dos cuidados em preservar
a impermeabilização, evitando danos provocados por manutenção de jardim,
desentupimento de ralos, reparos hidráulicos, reformas, chumbamento de
equipamentos, antenas, etc. Assim sendo, incluir na documentação a ser
entregue para o proprietário da obra um capítulo sobre os cuidados com a
impermeabilização.

74
Patologia das construções

Existem uma série de produtos que atendem a esta definição básica e simples. No
entanto, ao escolhermos um material impermeabilizante e o sistema por ele formado
para se impermeabilizar uma edificação, deve-se levar em conta uma série de
propriedades e requisitos relativos ao seu comportamento frente às condições
impostas pela área a ser impermeabilizada, como por exemplo:

75
Patologia das construções

a) impermeabilidade água em forma liquida


 água sob forma de vapor
 resistência a pressão hidrostática
 absorção d’água

b)
resistência tração
 compressão
 alongamento
 deformação residual
 aderência ao suporte
 fadiga
 puncionamento estático
 puncionamento dinâmico
 rasgamento
 grau e tipo de fissuração da estrutura
 degradação a agentes químicos
 abrasão

c) térmica altas temperaturas


 baixas temperaturas
 ciclos térmicos
 estabilidade térmica dimensional
 flexibilidade a baixas temperaturas

d)
flexibilidade flexível
 semiflexível
 rígido
 grau de flexibilização
 deformabilidade
 elasticidade/plasticidade

e)
método de aplicação pré-fabricado
 moldado in loco
 aplicação a quente
 aplicação a frio
 base água ou solventes

f) proteção auto protegido


 requer proteção
 resistente ao intemperísmo
 proteção térmica

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Patologia das construções

g)
substrato aderido ao
 não aderido ao
 requer berço amortecedor
 presença de umidade no
 resistência do
 rugosidade do
 composição do

h)
formas do substrato baixa inclinação
 alta inclinação
 planas/ abobadadas/ cilíndricas/ esféricas/
côncavas/ complexas

i) durabilidade estabilidade ao longo do tempo


 vida útil
 necessidade de conservação periódica

j) outras considerações grau de especialização na aplicação


 exequibilidade
 custo
 rapidez na aplicação
 fatores de risco e exigências de segurança
 armazenamento
 normalização na ABNT
 exigências de EPI
 toxidade
 restrições de utilização

A complexidade na escolha de um sistema impermeabilizantes para uma


determinada necessidade está diretamente relacionado ao conhecimento das
propriedades dos impermeabilizantes e das exigências e condições específicas da
local que se deseja impermeabilizar. Portanto, quanto mais se conhece das
propriedades dos sistemas impermeabilizantes e do local que se deseja
impermeabilizar, mais acertada será a escolha. Assim sendo, são descritas abaixo
algumas características dos principais materiais impermeabilizantes utilizados no
Brasil.

A norma NBR 9689 editada em dezembro de 1986 dá uma descrição e classificação


sucinta dos materiais e sistemas de impermeabilização.

77
Patologia das construções

78
Patologia das construções

7. Eflorescências

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Patologia das construções

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Patologia das construções

7. Eflorescências

7.1 Introdução

A eflorescência é a formação de depósitos salinos na superfície das alvenarias,


concretos ou argamassas, etc., como resultado da sua exposição à água de
infiltrações ou intempéries.

É considerado um dano, por alterar a aparência do elemento onde se deposita. Há


casos em que seus sais constituintes podem ser agressivos e causar degradação
profunda. A modificação no aspecto visual é intensa onde há um contraste de cor
entre os sais e o substrato sobre as quais se deposita, por exemplo, a formação
branca do carbonato de cálcio sobre tijolo vermelho.

Quimicamente a eflorescência é constituída principalmente de sais de metais


alcalinos (sódio e potássio) e alcalino-ferrosos (cálcio e magnésio, solúveis ou
parcialmente solúveis em água). Pela ação da água de chuva ou do solo estes sais
são dissolvidos e migram para a superfície e a evaporação da água resulta na
formação de depósitos salinos.

7.2 Tipos de eflorescência

Na tabela abaixo, são indicados os sais mais comuns em eflorescências, sua


solubilidade em água, bem como a fonte provável para seu aparecimento.

81
Patologia das construções

Composição Solubilidade em Fonte provável


química água

carbonatação do hidróxido de cálcio do


carbonato de cálcio pouco solúvel cimento
cal não carbonatada
carbonatação do hidróxido de cálcio do
carbonato de pouco solúvel cimento
magnésio cal não carbonatada
carbonatação de hidróxidos alcalinos de
carbonato de potássio muito solúvel cimentos de elevado teor de álcalis.
carbonatação de hidróxidos alcalinos de
carbonato de sódio muito solúvel cimentos de elevado teor de álcalis.
hidróxido de cálcio Solúvel cal liberada na hidratação do cimento
Sulfato de cálcio
desidratado Parcialmente solúvel hidratação do sulfato de cálcio do tijolo
tijolo
sulfato de magnésio Solúvel água de amassamento
tijolo
sulfato de cálcio Parcialmente solúvel água de amassamento
tijolo
sulfato de potássio muito solúvel água de amassamento
cimento
tijolo
sulfato de sódio muito solúvel água de amassamento
cimento
cloreto de cálcio muito solúvel água de amassamento
cloreto de magnésio muito solúvel água de amassamento
Nitrato de magnésio muito solúvel solo adubado ou contaminado
Nitrato de sódio muito solúvel solo adubado ou contaminado
Nitrato de amônio muito solúvel solo adubado ou contaminado
Fonte: Roberto Bauer

Fatores que contribuem para a formação de eflorescências:

Devem agir em conjunto:


 teor de sais solúveis
 pressão hidrostática para proporcionar a migração para a superfície
 presença de água

Fatores externos que contribuem:


 quantidade de água
 tempo de contato
 elevação da temperatura
 porosidade dos componentes

82
Patologia das construções

Nota importante:
É frequente a ocorrência de eflorescências em revestimentos de pedras ou
cerâmicas porosas ou no rejuntamento de revestimentos pouco ou não porosos de
pisos e paredes em contato com água de chuva , molhagem ou umidade. Este fato
ocorre devido ao elevado teor de hidróxidos, notadamente de cálcio, encontrados no
tipo de cimento utilizado na argamassa da execução da proteção mecânica da
impermeabilização e no assentamento dos próprios revestimentos. A água, ao
permear pelos revestimentos e/ou seus rejuntes e trincas, dissolve os hidróxidos do
cimento, tornando-se alcalina. Ao encontrar condições de aflorar por percolação ou
evaporação, ocorre a formação das eflorescências.

Geralmente estas eflorescências não implicam em maiores problemas, a não ser pelo
efeito estético. A ocorrência de eflorescências na interface da pintura e substrato,
pode atacar os componentes da tintas e provocar seu descolamento.

Os casos mais comuns são:


 escadas,
 piscinas,
 fachadas ou acabamentos verticais de granito, cerâmicas, pastilhas, etc.,
 alvenarias aparentes, com ocorrência de eflorescências também originárias de
seus compostos,
 pisos em contato com solos úmidos,
 pingadeiras,
 arremates de caixilhos,
 pingadeiras,
 trincas nas fachadas com pinturas

O cimento recomendado para o assentamento de revestimentos em áreas molhadas


é o CP-IV, cuja atividade pozolânica consome o hidróxido de cálcio na fase de
hidratação. Em algumas regiões do Brasil existe dificuldade em se encontrar o CP IV;
neste caso a alternativa é utilizar o CP III, que possui baixo teor de hidróxido de
cálcio.

7.2 - Argamassas de revestimento

Podem ser observadas nas edificações diversas patologias prejudiciais ao aspecto


estético, como por exemplo:
 manchas de umidade, com desenvolvimento de bolor,
 eflorescências na superfície da tinta ou na interface tinta/reboco,
 pintura descolada
 pintura parcialmente ou totalmente descolada
 argamassa de revestimento descolada da alvenaria, em placas ou por
desagregação completa,
 fissuras e trincas de conformações variadas,
 vesículas com descolamento da pintura,
 reboco com empolamento,

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Patologia das construções

84
Patologia das construções

8. Patologia das fachadas revestidas de


cerâmica e granito

85
Patologia das construções

86
Patologia das construções

8. Patologia das fachadas revestidas de cerâmica e granito

8.1. Introdução

Os revestimentos da fachada devem apresentar as propriedades para os fins a que


se destinam, que é a proteção e vedação da edificação contra a ação de agentes
externos agressivos, quanto ao efeito estético e de valorização patrimonial,
compatíveis com a nobreza e custo elevado do material.

Os revestimentos das fachadas em muitas ocasiões não são devidamente


planejados, quer pela elaboração de um projeto específico, com o detalhamento das
interferências, propriedades dos materiais, normalizações pertinentes, juntas de
dilatação, tolerâncias e controles, metodologia de execução, conciliação com outros
elementos integrantes da fachada, bem como da execução deficiente e sem atender
e respeitar as características reológicas dos materiais componentes da edificação e
dos elementos constituintes da fachada. Aliado a isto, observa-se falhas devido ao
controle deficiente, na seleção e recebimento de materiais, na preparação da
argamassa de assentamento, na execução dos serviços de assentamento e
acabamento final.

Como resultado final, obteve-se um revestimento de baixa qualidade e de


desempenho insatisfatório, que leva a crer não ter condições de atender à elevada
durabilidade e impermeabilidade, que é inerente a este tipo de revestimento.

A durabilidade do material de revestimento das fachadas é assegurado pelas


características próprias deste material, historicamente comprovadas por diversas
aplicações de conhecimento da humanidade. No entanto, a sua durabilidade como
elemento principal de uma fachada está intimamente ligada a qualidade do material,
sua forma de aplicação, em um conjunto de procedimentos executivos e dos
componentes que vão compor o sistema. A compatibilidade de todos os elementos
do sistema é fator preponderante desta durabilidade.

Conforme a Dra. Eleana Patta Flain, com mestrado em Tecnologia de Produção de


Revestimentos de Fachadas de Edifícios com Placas Pétreas, referenciando
trabalhos do Dr. Lucas e Dra. Selmo, o revestimento deve ser considerado
inseparável de seu suporte, sendo que as funções do conjunto suporte-revestimento
poderão ser exercidas com maior intensidade por uma ou outra parte. Há funções
que podem ser exclusivas do suporte, como por exemplo: a estabilidade, a
resistência mecânica, segurança contra o risco de intrusões humanas ou animais, e a
de conforto higrotérmico. No entanto, as funções de proteção do substrato, de
regularidade superficial, de higiene, de conforto tátil e de conforto visual que
contribuem para a estética do acabamento final do edifício, são funções exclusivas
do revestimento. São função do conjunto suporte-revestimento a estanqueidade à
água e aos gases, o isolamento termo-acústico , a segurança ao fogo, a resistência
aos choques e atrito e a durabilidade.

As falhas de execução de uma fachada no seu conjunto podem estar comprometidas


e as consequências patológicas observadas tendem a aumentar, interferindo
diretamente na durabilidade, impermeabilidade, nos riscos de quedas acidentais de
placas e nos custos de manutenção.

87
Patologia das construções

Apresentamos abaixo as patologias mais comuns encontradas nas construções do


Brasil

8.2. Descolamento de revestimentos de granito e cerâmica

O assentamento das peças de granito e de cerâmica (de elevado peso e baixa


rugosidade superficial no dorso - interface de aderência), submete ao material de
assentamento (argamassa de cimento e areia, argamassas colantes) altas exigências
de desempenho, pois submete o elemento de aderência a altos esforços cortantes e
cargas de arrancamento.

Por outro lado, as argamassas de cimento utilizadas no assentamento do


revestimento têm sua resistência intimamente ligada ao teor de aglomerante, que por
ser necessariamente rico para as condições impostas pelo peso do revestimento,
provoca tensões de retração elevadas, cujo alívio é restringido pela aderência ao
substrato e às placas de revestimento. Pela baixa deformabilidade das argamassas
ricas, as tensões tendem a provocar sua fissuração e/ou seu desprendimento do
substrato ou da placa de granito.

Tensões nas argamassas ricas e fracas


Manual de argamassas e Revestimentos - Engº. Antônio J. S. I. Fiorito.

Para o alívio destas tensões, somadas a outras tensões impostas ao revestimento, à


argamassa de assentamento, ao substrato de alvenaria ou concreto, à estrutura de
concreto armado, às interfaces entre materiais de propriedades distintas, como
variações térmicas, variação de umidade, deformações lentas, variação de cargas e
esforços, deformações pela ação do vento e todas as leis da física aplicáveis ao
caso, aliadas às características reológicas dos materiais, obrigatoriamente exige a
criação de juntas de alívio de tensões, que em muitas ocasiões são esquecidas
pelos construtores.

As restrições impostas pela ausência de juntas, geram esforços de magnitude


extremamente elevadas, impossíveis de serem absorvidas pelos materiais
integrantes da fachada, que são rígidos, levando a acarretar diversas patologias,
principalmente
88
Patologia das construções

ao descolamento das placas de revestimento, cuja aderência à argamassa do


substrato não é elevada. Caso a aderência das placas fosse suficientemente
elevada, maior do que a resistência do revestimento de granito ou cerâmica, estes
últimos é que seriam rompidos, tais as magnitudes dos esforços envolvidos.

As camadas do revestimento de granito ou cerâmica, argamassa de assentamento e


o substrato, foram previstas para estarem intimamente ligadas entre si. Estando
ligadas entre se, a deformação de qualquer uma delas devido a causas endógenas
ou esforços externos, resultará em esforços atuando em cada camada.

Estas tensões causam deformações, como as abaixo relacionadas:

retração da argamassa que liga os elementos das alvenarias.


retração excessiva da argamassa de assentamento do revestimento, de traço rico,
elevado fator água/cimento e em alguns casos excessivamente espessa.
deformação lenta do concreto da estrutura.
deformação dos pilares e vigas sobre os revestimentos verticais.
recalque de fundações.
deformações originárias de variação de umidade do ar atuando nas argamassas já
endurecidas.
deformações originárias por infiltração de água pelas fachadas.
dilatação higroscópica dos revestimentos de granito e cerâmica.
dilatação térmica por variação da temperatura.
dilatação térmica por insolação.

A combinação destes efeitos, com maior ou menor magnitude certamente acarreta a


formação de tensões permanentes e variáveis no revestimento e na sua ligação ao
suporte, acabando por romper estas ligações, pela fadiga ou magnitude das tensões.

Revestimento solicitado à compressão


Manual de argamassas e Revestimentos - Engº. Antônio J. S. I. Fiorito

89
Patologia das construções

As causas citadas são complementadas forçosamente por falhas de mão de obra,


pelo nível de controle tecnológico e pela fiscalização.

A inexistência de juntas de alívio de tensões no revestimento, com o assentamento


das peças com junta seca (peças encostadas uma às outras), ou rejuntadas com
argamassa rígida, obviamente acarretam no desprendimento das placas de
revestimento da fachada.

As formações das tensões iniciam quando do assentamento com a argamassa.

Ao utilizarmos uma argamassa para o assentamento de um revestimento, temos com


o endurecimento da argamassa uma diminuição do volume, pela evaporação da
água, como devido às reações de hidratação.

A retração por secagem de uma argamassa é da ordem de 0,00060 mm/mm,


praticamente igual nos mais diversos traços.

No entanto os módulos de elasticidade variam em função do traço adotado, de


acordo com estudos do Eng.º Antônio J.S.I.Fiorito, publicado no Manual de
Argamassas e Revestimentos, como vemos a seguir:

Composição da Módulo de Retração aos 28 dias


argamassa elasticidade Ea (o/oo)
Rica (ex: 1:3) 140.000 kgf/cm² 0,607
Média (ex: 1:5) 50.000 kgf/cm² 0,649
Fracas (ex: 1:3:12) 10.500 kgf/cm² 0,642

Gráfico das tensões de compressão no revestimento por retração da argamassa


Manual de argamassas e Revestimentos - Engº. Antônio J. S. I. Fiorito.

90
Patologia das construções

 As argamassas muito ricas, de elevado módulo de elasticidade, deformam-se


menos e as tensões de tração permanecem elevadas e são da ordem de 9 a 12
vezes mais elevadas que aquelas de traço mais fraco e portanto mais elásticas

 Nas argamassas ricas, há forte influência na retração e consequentemente mais


sujeitas a tensões de tração, que causarão trincas e possíveis descolamentos de
sua camada suporte ou no revestimento, na medida que a espessura da
argamassa cresce.

Na medida que a argamassa de assentamento seca, retrai-se, irão aparecendo


tensões crescentes nelas e nas camadas subjacentes. Tais tensões, de tração na
argamassa, farão com que ela sofra deformações de sentido contrário ao da retração
durante a secagem, bem maiores do que quando endurecida, uma vez que o módulo
de elasticidade é inferior ao valor final.

Retração excessiva da argamassa de assentamento do revestimento


Manual de argamassas e Revestimentos - Engº. Antônio J. S. I. Fiorito.

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Patologia das construções

As citadas juntas para o alívio de tensões dos materiais de revestimentos de paredes


externas já são objeto de Normas Técnicas, como podemos demonstrar:

 NBR 8.214 - Assentamento de azulejos, editada em outubro de 1983,

 NBR 13.755 - Revestimento de paredes externas e fachadas com placas de


cerâmicas e com utilização de argamassa colante - Procedimento, editada em
dezembro de 1996,

 NBR 13.707 - Projeto de revestimento de paredes e estruturas com placas de


rocha - Procedimento, editada em julho de 1996

 NBR 13.708/96 - Execução e inspeção de revestimento de paredes e estruturas


com placas de rocha - Procedimento, editada em julho de 1996

Embora algumas destas normas poderiam não estar em vigor na época da execução
do revestimento das fachadas, entendemos que não podem ser objeto de exclusão
de responsabilidades, pois a necessidade de criação de juntas de expansão e
contração dos materiais é por demais conhecido na engenharia.

Posicionamento das juntas de movimentação de revestimentos em fachadas


Manual de argamassas e Revestimentos - Engº. Antônio J. S. I. Fiorito.

92
Patologia das construções

8.3. Juntas de construção

A necessidade da criação das juntas, espaço regular entre duas peças de materiais
idênticos ou distintos, é subdividida pelas normas segundo seus objetivos, como
sendo:

Juntas de assentamento: espaço regular entre duas peças de revestimentos


adjacentes.

Juntas de movimentação: espaço regular cuja função é subdividir o revestimento,


para aliviar as tensões provocadas pela movimentação da base ou do próprio
revestimento.

Juntas de dessolidarização: espaço regular cuja função é separar o revestimento


para aliviar as tensões provocadas pela movimentação da base ou do próprio
revestimento.

Junta estrutural: espaço regular cuja função é aliviar tensões provocadas pela
movimentação da estrutura de concreto.

Para a utilização de revestimentos cerâmicos, conforme trabalho sobre


Descolamentos em revestimentos Cerâmicos - Análises e Recomendações,
apresentado pelo Eng. Roberto Bauer no 1° Simpósio Brasileiro de Tecnologia das
Argamassas, Goiânia - 16 e17/08/95, a Sociedade Francesa de Cerâmica recomenda
a execução em revestimentos externos, de juntas de movimentação, no máximo a
cada 6 metros e 32 m².

As especificações Americanas para Cerâmica indicam para revestimentos externos


juntas de 12 mm a cada 5 metros, no máximo, as quais devem ser executadas até a
argamassa de emboço.

Ainda conforme Roberto Bauer, trabalhos australianos sugerem a execução de juntas


de movimentação com abertura superior a 12 mm, a cada 6 metros, de forma a
absorver todas as expansões e deformações diferenciais. As juntas deverão ser
executadas de modo que o efeito diferencial dos movimentos da estrutura e
alvenaria, no revestimento, seja minimizado.

A NBR 8214 - Assentamento de azulejos, recomenda para assentamento de azulejos


a criação de juntas de movimentação, longitudinais e/ou transversais, em paredes
externas com área igual ou maior que 24 m², ou sempre que a extensão for maior
que 6 metros, devendo-se a mesma aprofundar-se até a superfície da parede,
devendo as juntas serem preenchidas com material deformável, sendo em seguida
vedada com selante flexível.

A NBR 13.755 - Revestimento de paredes externas e fachadas com placas


cerâmicas, recomenda:

 a execução de juntas horizontais de movimentação e de dessolidarização


espaçadas no máximo a cada 3 metros ou a cada pé-direito, na região do
encunhamento da alvenaria, bem como a execução de juntas verticais de
movimentação espaçadas a cada 6 metros.

 a execução de juntas de dessolidarização nos cantos verticais, nas mudanças


de direção do plano de revestimento, no encontro da área revestida com
pisos e

93
Patologia das construções

forros, colunas e vigas, ou com outros tipos de revestimentos, bem como onde
houver mudança de materiais que compõe a estrutura suporte de concreto para
alvenaria.

 que a largura destas juntas deve ser dimensionadas em função das


movimentações previstas para a parede e para o revestimento, e em função da
deformabilidade admissível do selante, respeitado o coeficiente de forma
(largura/profundidade da junta), que deve ser especificado pelo fabricante do
selante.

 que as juntas de assentamento das placas do revestimento devem manter


espaçamento ou juntas entre elas para preencher as seguintes funções:

compensar a variação de bitola, facilitando o alinhamento;


atender a estética, harmonizando o tamanho das placas e as dimensões do
pano a revestir com a largura das juntas;
oferecer o relativo poder de acomodação às movimentações da base e da
placa cerâmica;
facilitar o perfeito preenchimento, garantindo a completa vedação da junta;
facilitar a troca de placas cerâmicas.

Nota: A dimensão mínima das juntas de assentamento pode ser de 5 mm,


desde que esta largura e a elasticidade do material de rejuntamento atendam,
pelo menos, as deformações devidas à variação térmica a que está submetido
o revestimento, mais aquela devida à expansão por umidade das placas
cerâmicas.

NBR 13755/96 - Acabamento das juntas de movimentação ou dessolidarização com material de enchimento e selante.

94
Patologia das construções

A NBR 13.707 - Projeto de revestimento de paredes e estruturas com placas de


rocha recomenda:

 4.2.4- Para os revestimentos de exteriores, no cálculo das deformações


relativas entre o suporte e o revestimento, devidas à dilatação térmica
diferencial, deve-se considerar uma diferença de temperatura de 50 °C.

 5.2.3- Nos revestimentos de exteriores, com altura entre 3 m e 15 m em


relação ao piso adjacente, é indicado o uso de grampos fixados em telas,
preferencialmente eletrosoldadas, ancoradas convenientemente no
suporte. Acima de 15 m de altura, recomenda-se fixação por dispositivos
metálicos, de acordo com 5.1.

 5.2.4- Nos revestimentos de interiores, as placas podem encostar-se uma


às outras (junta seca). Nos revestimentos de exteriores, devem ser
previstas juntas entre as placas e/ou juntas de dilatação verticais e
horizontais.

 5.2.6- O espaço entre a face posterior da placa e o suporte a ser


preenchido com argamassa deve ser de 1 cm a 3 cm. O preenchimento
deve ser feito com argamassa de cimento e areia no traço 1:3, em volume.
A consistência da argamassa deve ser compatível com o processo de
lançamento, de modo que todo o espaço entre o suporte e a placa seja
preenchido. Deve-se utilizar a mínima quantidade de água, a fim de
assegurar máxima resistência de aderência e mínima retração.

 5.3.2- As juntas entre placas devem ser suficientes para absorverem as


movimentações tanto do suporte como do revestimento. Cabe ao projetista
verificar, em cada caso, a necessidade de juntas de dilatação no
revestimento.

 Devem ser previstas juntas de dilatação nos encontros das placas com
quaisquer elementos distintos que se projetem no plano do revestimento ou
para além deste.

A criação destas juntas está relacionada principalmente quanto às causas


relacionadas abaixo:

a) Variações térmicas

Os componentes da construção civil estão sujeitas a variações térmicas diárias e


sazonais, que provocam sua variação dimensional.

Estes movimentos de dilatação e contração são restringidos pelos diversos vínculos


que envolvem os materiais, gerando tensões que podem provocar descolamentos,
trincas ou fissuras.

As movimentações térmicas de um material estão relacionadas com as suas


propriedades físicas e com a intensidade das variações da temperatura.

A magnitude das tensões envolvidas é relacionada aos seguintes fatores:

95
Patologia das construções

 intensidade de movimentação

 grau de restrição imposta pelos vínculos

 capacidade de deformação do material.

Considerando que a restrição imposta ao revestimento pela ausência de juntas é


elevada e estão relacionadas à intensidade de da variação térmica da deformação
térmica das peças de revestimento, as deformações térmicas das placas de
revestimento podem ser calculadas, a partir de ensaios de deformação térmica do
material.

Considerando-se o coeficiente de dilatação térmica do granito Verde Ubatuba é de


aproximadamente 0,0088 mm/m/°C ( t) e adotando-se o diferencial de temperatura
(
t) de 50 °C (item 4.2.4 da NBR 13707), temos uma deformação térmica do granito
de 0,44 mm/m. Supondo-se como no caso em questão a existência de vãos com
assentamento de granito superiores a 30 metros (L), teríamos variação de dimensões
superiores a 13 mm.

l=
 t.
t . L = 0,0088 . 50 . 30 = 13,2 mm

As trincas, fissuras ou o descolamento dos revestimentos de origem térmica podem


surgir também por movimentações diferenciadas entre:

 distintos materiais

 componentes de um mesmo material

 distintas partes de um mesmo material.

Nas condições normais, a principal fonte de calor que atua sobre os componentes de
uma construção é o sol. A amplitude e a variação térmica de um material, está
relacionado a:

 intensidade da radiação
 direta
 difusa

 propriedades do material
absorbância
emitância
condutância térmica superficial
calor específico
massa específica
coeficiente de condutibilidade térmica

A temperatura da superfície do material exposto à fonte de radiação solar pode ser


estimada a partir da temperatura do ar e da cor da superfície do granito, podendo-se

96
Patologia das construções

analisar a intensidade das movimentações em função dos limites extremos de


temperatura a que está submetido o material e em função do seu coeficiente de
dilatação térmica linear, que pode ser calculado a partir dos ensaios. As tensões
desenvolvidas no material poderão ser estimadas com base no módulo de
deformação e nas condições de vínculos que restringem sua movimentação,
podendo, analogamente, verificar o efeito de sua deformação sobre os componentes
vizinhos.

Por ora, podemos estimar o valor da temperatura junto à superfície das peças de
granito, que são variáveis segundo a cor.

coeficiente de absorção da superfície de revestimento escuro, estimado


em  = 0,9

coeficiente de absorção da superfície de revestimento claro, estimado em


= 0,4

Adotando-se como valores aproximados da radiação solar médio no Brasil em torno


de Ig= 686 W/m², temperatura ambiente máxima de 30°C, temos:

Tsol - ar = Tar ext. + . Ig. Rse


Rse = 0,05 m²°C/W (índice para superfícies verticais)

Revestimento escuro
Verifica-se que as tensõesTsolgeradas no +revestimento
ar = 30°C escuro
0,9 . 686 W/m² . 0,05são sensivelmente
m²°C/W = 60,87 °C
superiores ao revestimento claro, fato possível de ser constatado, quando se sente o
ardor do calor ao colocar a mão espalmada por não mais de 3 segundos sobre o
revestimento escuro de uma fachada, submetido à insolação das 16:00 horas, onde a
sensação térmica do substrato muito quente é perfeitamente identificado.
Revestimento claro
Tsol ar = 30°C + 0,4 . 686 W/m² . 0,05 m²°C/W = 43,72 °C
As lesões verificadas em obras sob efeito das movimentações diferenciadas
assumem diversas situações e intensidade, como exemplo:

 descolamento de revestimentos de seu substrato.

 destacamento das argamassas de seu substrato.

 destacamentos entre alvenarias e estruturas.

97
Patologia das construções

 fissuras ou trincas inclinadas em paredes com vinculo em pilares e vigas


expostos ou não à insolação.

 fissuras ou trincas regularmente espaçadas em alvenarias ou concreto com


grandes vãos sem juntas.

 fissuras ou trincas horizontais em alvenarias apoiadas em lajes submetidas


a forte insolação.

As movimentações térmicas diferenciadas entre os componentes de um sistema,


como por exemplo entre as pedras de granito e a argamassa de assentamento
também estão relacionadas à diferença de temperatura entre a face exposta à
insolação e a face à sombra.

Além destes efeitos térmicos citados, existem tensões em decorrência de choques


térmicos devido a mudanças bruscas de temperatura, cujos efeitos de retração
diferenciada entre a argamassa de assentamento e os revestimentos estão
relacionados ao coeficiente de condutibilidade térmica, resistência à tração, módulo
de deformação e coeficiente de dilatação dos materiais.

Tensões no revestimento devido a variações térmicas


Manual de argamassas e Revestimentos - Engº. Antônio J. S. I. Fiorito.

98
Patologia das construções

b) Teor de umidade dos materiais

Os rejuntamentos das peças de revestimento em muitas ocasiões não apresentam


estanqueidade necessária para evitar a infiltração de água, devido a sua baixa
impermeabilidade, falhas de execução, bem como da expulsão do material do rejunte
ocasionado pela expansão térmica das placas de revestimento, das pequenas ou
quase nulas juntas entre placas ou pela rigidez do material de rejuntamento.

Além da ocorrência de eflorescências que serão posteriormente avaliadas, a


alteração da umidade no substrato de argamassa de assentamento, que é porosa,
acarretam variações dimensionais. Este efeito é conhecido como dilatação
higroscópica. O aumento da umidade da argamassa de assentamento provoca
expansão; inversamente, a diminuição da umidade provoca a contração do material.

Havendo vínculos que restringem a movimentação, aliado a intensidade da


movimentação e do módulo de deformação do material, são desenvolvidas tensões
que podem provocar o descolamento do revestimento de granito ou a ocorrência de
fissuras, de forma semelhante às provocadas pela variação térmica.

As variações do teor de umidade provocam movimentações de dois tipos:

Irreversíveis: Ocorrem geralmente logo após a confecção do material e são


originadas devido à perda ou ganho de umidade até que o material atinja a umidade
higroscópica de equilíbrio.

Reversíveis: Ocorrem por variação de umidade do material ao longo do tempo,


limitado a um certo período em que o material estar os limites seco ou saturado.

A maior ou menor porosidade do revestimento de granito e do material de


rejuntamento, bem como das trincas e falhas de rejuntamento estão relacionadas à
quantidade de água de infiltração.

Assim sendo, todas as metodologias de revestimentos de acabamento de fachadas


de edifícios, quer seja o mais simples revestimento de argamassa, dos executados
com cerâmicas, como também dos revestimentos de placas de rocha devem ter
como preocupação à execução de procedimentos que venham a aliviar as tensões
passíveis de ocorrer, como as citadas neste trabalho.

Assim sendo é de suma importância à adoção de juntas de dilatação para o alívio


das tensões do revestimento das fachadas.

99
Patologia das construções

RECOMENDAÇÕES NA ESCOLHA DOS PRODUTOS


 A utilização de selantes à base de poliuretano alifático, com
plastificação interna e baixo teor de cargas são largamente
utilizados mundialmente para promover a estanqueidade das juntas
de revestimento de fachadas, com vantagens sobre os silicones,
pois apresentam maior aderência, não mancham os revestimentos
e apresenta maior resistência ao intemperísmo, notadamente à
ação dos raios ultravioletas do sol.
Selantes  A utilização de selantes à base de silicone pode acarretar manchas
no revestimento. Recomenda-se a utilização de silicones com cura
neutra (não acética).
 Cuidado com silicones e poliuretano de baixa qualidade, com
elevado teor de cargas e plastificantes externos, que migram para o
revestimento, causando manchas e ressecamento do selante.

 A utilização de adesivos para argamassas à base de polímeros de


SBR ou acrílicos são excelentes para serem incorporados às
argamassas de cimento e areia ou argamassas colantes,
proporcionando menor módulo de elasticidade, maior aderência e
Adesivos para plasticidade às argamassas, como também menor permeabilidade.
argamassas  Adesivos à base de PVA não devem ser utilizados em argamassas
que ficarão expostas à umidade, submetida a cura úmida ou
submersa em água, pois a mesma sofre degradação
reemulsificação e saponificação. O PVA (acetato de polivinila)
reage com o hidróxido de cálcio presente no cimento, dissociando-
se em ácido acético e álcool polivinílico. A saponificação ao longo
do tempo do aditivo à base de PVA não está relatada neste
trabalho, embora haja muitas evidências em outros trabalhos já
publicados em congressos internacionais.
 Os aditivos com polímeros acrílicos e de SBR comportam-se
satisfatoriamente nos ensaios, tanto em cura úmida como em meio
ambiente, concluindo-se que são adequados para aditivação de
argamassas. Os aditivos de base acrílica proporcionam maior
aderência, quando comparado com os de SBR.
 Deve-se verificar o teor de sólidos dos materiais de mercado, pois
alguns produtos de mercado apresentam apenas 6% de resina,
enganando o consumidor. Recomenda-se a utilização de adesivos
com teor de sólidos entre 15 % a 20 %

 A utilização de fibras de poliéster ou poliamida nas argamassas de


revestimento proporciona melhor coesão, menor fissuração por
Fibras retração plástica, maior ductibilidade após fissuração, bem como na
redução da permeabilidade das argamassas de fachada.

 A utilização de argamassas de rejuntamento aditivadas com


polímeros acrílicos garantem maior impermeabilidade, aderência e
Rejuntes plasticidade aos rejuntes, evitando a ocorrência de patologias
descritas acima.

 A melhor solução para evitar trincas no revestimento é a utilização


Argamassas de argamassas flexibilizadas com polímeros, que proporcionam
flexíveis maior aderência, flexibilidade e impermeabilidade aos
revestimentos.

10
Patologia das construções

8.4. Manchas e eflorescências

Um dos problemas observados nas fachadas é o aparecimento de manchas e


eflorescências. Estas manchas e eflorescências podem estar relacionadas aos
seguintes problemas:

 infiltração de água através das falhas ou da porosidade do rejuntamento

 lavagem da fachada com solução de ácido muriático

 excesso de água de amassamento da argamassa

 presença de impurezas nas areias, tais como óxidos e hidróxidos de ferro

A eflorescência é a formação de depósitos salinos na superfície dos revestimentos,


alvenarias, concreto, argamassas, etc., como resultado da sua exposição a água de
infiltrações ou intempéries.

É considerado um dano, por alterar a aparência do elemento onde se deposita.

Há casos em que seus sais constituintes podem ser agressivos e causar degradação
profunda. A modificação no aspecto visual pode ser intensa, onde há um contraste de
cor entre os sais e o substrato sobre as quais se deposita, por exemplo, a formação
branca do carbonato de cálcio sobre granito escuro.

Quimicamente a eflorescência é constituída principalmente de sais de metais


alcalinos (sódio e potássio) e alcalino-ferrosos (cálcio e magnésio, solúveis ou
parcialmente solúveis em água). Pela ação da água de chuva ou do solo estes sais
são dissolvidos e migram para a superfície e a evaporação da água resulta na
formação de depósitos salinos.

Na tabela abaixo, são indicados os sais mais comuns em eflorescências, sua


solubilidade em água, bem como a fonte provável para seu aparecimento.

Fatores que contribuem para a formação de eflorescências:

Devem agir em conjunto:


 teor de sais solúveis
 pressão hidrostática para proporcionar a migração para a superfície
 presença de água

Fatores externos que contribuem:


 quantidade de água
 tempo de contato
 elevação da temperatura
 porosidade dos componentes

10
Patologia das construções

Composição Solubilidad Fonte provável


química e em água
carbonatação do hidróxido de cálcio do cimento
Carbonato de cálcio Pouco cal não carbonatada
solúvel
carbonatação do hidróxido de cálcio do cimento
Carbonato de Pouco cal não carbonatada
magnésio solúvel
carbonatação de hidróxidos alcalinos de
Carbonato de Muito cimentos de elevado teor de álcalis.
potássio solúvel
carbonatação de hidróxidos alcalinos de
Carbonato de sódio Muito cimentos de elevado teor de álcalis.
solúvel
Hidróxido de cálcio solúvel cal liberada na hidratação do cimento
Sulfato de cálcio
desidratado parcialmente hidratação do sulfato de cálcio do tijolo
solúvel
tijolo
Sulfato de solúvel água de amassamento
magnésio
tijolo
Sulfato de cálcio parcialmente água de amassamento
solúvel
tijolo
Sulfato de potássio Muito água de amassamento
solúvel cimento
tijolo
Sulfato de sódio Muito água de amassamento
solúvel cimento
Cloreto de cálcio Muito água de amassamento
solúvel
Cloreto de Muito água de amassamento
magnésio solúvel
Nitrato de magnésio Muito solo adubado ou contaminado
solúvel
Nitrato de sódio Muito solo adubado ou contaminado
solúvel
Nitrato de amônio Muito solo adubado ou contaminado
solúvel
Fonte: Roberto Bauer

É frequente a ocorrência de eflorescências em revestimentos de pedras ou


cerâmicas porosas ou no rejuntamento de revestimentos pouco ou não porosos de
pisos e paredes em contato com água de chuva , molhagem ou umidade. Este fato
ocorre devido ao elevado teor de hidróxidos, notadamente de cálcio, encontrados no
tipo de cimento utilizado na argamassa da execução da proteção mecânica da
impermeabilização e no assentamento dos próprios revestimentos. A água, ao
permear pelos revestimentos e/ou seus rejuntes e trincas, dissolve os hidróxidos do
cimento, tornando-se alcalina. Ao encontrar condições de aflorar por percolação ou

10
Patologia das construções

evaporação, ocorre a formação das eflorescências.

O cimento recomendado para o assentamento de revestimentos em áreas molhadas


é o CP-IV, cuja atividade pozolânica consome o hidróxido de cálcio na fase de
hidratação. Em algumas regiões do Brasil existe dificuldade em se encontrar o CP IV;
neste caso a alternativa é utilizar o CP III, que possui baixo teor de hidróxido de
cálcio.

8.5. Argamassas de revestimentos

O revestimento de fachada constituído de argamassa com acabamento em pintura


apresentam trincas, que além de comprometer a estética, acarretam infiltrações e
danos na pintura do interior da edificação.

A ocorrência destas trincas podem estar relacionadas a:

 não hidratação completa da cal


 preparo inadequado da argamassa
 argamassas ricas em cimento
 falta de aderência da argamassa à base
 elevada espessura do revestimento
 ausência de juntas de trabalho
 problemas de encunhamento de alvenarias
 ausência de juntas de trabalho

Poderão ser observadas ao longo prazo na edificação diversas patologias


prejudiciais ao aspecto estético, como por exemplo:

 Eflorescências: São manchas esbranquiçadas que surgem na pintura provocada


pela lixiviação dos sais solúveis das argamassas e alvenarias.

Os principais sais solúveis presentes na alvenaria e argamassa de revestimentos,


como os carbonatos (cálcio, magnésio, potássio, sódio), hidróxidos de cálcio,
sulfatos (cálcio, magnésio, potássio, sódio), cloretos (cálcio, magnésio) e nitratos
(potássio, sódio, amônio).

 Desagregamento: Caracteriza-se pela destruição da pintura que se esfarela,


destacando-se da superfície, podendo destacar com parte do reboco.
Normalmente é causado pela reação química dos sais lixiviados pela ação da
água que atacam as tintas ou os adesivos de revestimentos.

 Saponificação: Manifesta-se pelo aparecimento de manchas na superfície pintada,


frequentemente provocando o descascamento ou degradação das pinturas,
notadamente nas tintas do tipo PVA, de menor resistência. A saponificação
também ocorre devido a alta alcalinidade do substrato, que pode ter se
manifestado pela eflorescência dos sais altamente alcalinos.

 Bolhas: Manifesta-se com maior ocorrência nas pinturas impermeáveis, devido à


dificuldade de evaporação da água de infiltração, ou da formação de vapores
devido à variação térmica.

10
Patologia das construções

 Bolor: A absorção ou presença de umidade nas tintas, notadamente dos tipos


PVA, em função das resinas e aditivos da formulação (espessantes, plastificantes,
etc.), proporcionam condições adequadas para o surgimento e crescimento de
colônias de fungos e bactérias, notadamente em ambientes pouco ventilados e
iluminados.

 Descascamento: É provocado pela reação dos sais das eflorescências lixiviados


até a interface das pinturas, prejudicando sua aderência.

Também diretamente relacionada ao traço utilizado, as argamassas ricas em


aglomerantes e com espessuras superiores a 2 cm apresentam retração elevada,
gerando tensões de cisalhamento, entre a interface da argamassa e a alvenaria ou
concreto de substrato.

A contaminação da argamassa com materiais argilosos acarreta uma maior


expansão, característica intrínseca dos materiais argilosos. Argilas expansivas, como
as do tipo montinorilonita, apresentam forte expansão por umidade.

A perda de aderência também está relacionada à perda da água de hidratação das


partículas do cimento, quer pela fuga através da sucção de água pela alvenaria e
concreto de suporte não previamente hidratados, pela ação do vento, como pelo
efeito térmico provocado pelas placas de granito escuro, imediatamente colocadas
sobre a argamassa de assentamento.

A argamassa com elevado fator água/cimento sofre elevada retração, devido ao


excedente de água, ocorrendo retração relacionada com a perda de volume por
evaporação do excedente de água, além da perda de resistência devido ao excesso
da água de amassamento. Nas condições de utilização de argamassa é
recomendado a utilização de aditivos plastificantes redutores de água, para minimizar
este efeito de retração.

A retração das argamassas (perda de volume) acarreta tensões nas interfaces onde
a mesma está aderida, podendo por si só apresentar descolamento nestas interfaces
ou planos de aderência.

A NBR 7200, de fevereiro de 1982 - Revestimento de paredes e tetos com


argamassas - Material, preparo, aplicação e manutenção - recomenda que a
espessura máxima admitida para argamassas de emboço deve entre 20 a 25 mm de
espessura. No programa de execução é recomendado um especial cuidado a ser
dispensado aos detalhes da construção, aos materiais que devem ser usados, aos
meios especiais utilizados para garantir a aderência, tais como a aplicação de telas
ou outros dispositivos a serem fixados à base, quando esta não merecer confiança
quanto à aderência e à proteção da superfície onde haja incidência de infiltração.

10
Patologia das construções

9. Diagnóstico das Patologias

10
Patologia das construções

10
Patologia das construções

9. Diagnóstico das Patologias

9.1 Introdução

O conhecimento das diferentes manifestações patológicas é um ponto fundamental


para o diagnóstico correto, como também para a adoção das terapias adequadas.
Muitas vezes as causas dos problemas não são facilmente detectadas, ou então
estão associadas a outras patologias que podem induzir a um diagnóstico errado ou
impreciso.

Os procedimentos relacionados com a inspeção de uma estrutura podem implicar em


um trabalho simples em alguns casos, como também podem necessitar de um
trabalho investigativo complexo, dependendo da magnitude e natureza do problema.

Em termos gerais, as seguintes etapas correspondem a uma inspeção:

a) Elaboração de uma ficha de antecedentes, da estrutura e do meio ambiente,


baseado em documentação existente e visita a obra.

b) Exame visual geral da estrutura.

c) Levantamento dos danos.

d) Seleção das regiões para exame visual mais detalhado e possivelmente da


retirada de amostras.

e) Seleção das técnicas de ensaio, medições, análises mais acuradas, etc.

f) Seleção de regiões para a realização de ensaios, medições, análises físico-


químicas no concreto, nas armaduras e no meio ambiente circundante.

g) Execução de medições, ensaios, e análises físico-químicos.

10
Patologia das construções

Inspeção preliminar

Analises
Exame visual Antecedentes
Ensaios

Pré diagnóstico Urgência


na
intervenção

Avaliação
Maior Não Diagnóstico
informação ? Prognóstico
Recomendação

Sim

Inspeção detalhada

Plano de trabalho

Análise
Seleção de Fichas
Ensaios
zonas de Planos
Medições
inspeção

pH, Cl-, SO4,


fck, ‫ع‬, E,
Porosidade,
etc. Execução de Execução de
plano de plano de trabalho
trabalho no na armadura
concreto

Levantamento de
informação

Sim
Maior
informação ?

Não

10
Patologia das construções

Diagnóstico
Corrosão / Estrutura

10
Patologia das construções

9.2 Inspeção

Dependendo do tipo e magnitude da informação que se quer obter, pode-se adotar


uma Inspeção Preliminar e Inspeção Detalhada.

9.2.1 Inspeção preliminar

Com base nas informações obtidas através desta etapa, é possível determinar a
natureza e origem do problema, como também de servir como base para um estudo
mais detalhado.

a) Ficha de avaliação de antecedentes da estrutura e do meio.

Estrutura: Se deve procurar buscar a maior informação possível sobre a


estrutura, como a idade ou tempo de serviço, natureza e procedência dos
materiais constituintes do concreto, dosificação e resistência característica do
concreto, qualidade e\características de construção, idade de início dos
problemas, diagnósticos e reparações anteriores, níveis de tensão de trabalho da
estrutura, eventuais mudanças de uso da estrutura, etc

11
Patologia das construções

Formulário 1 Página
1
FICHA DE DESCRIÇÃO E ANTECEDENTES DA ESTRUTURA

1. Dados gerais da estrutura

1.1 Tipo de Estrutura Descrição básica dos

componentes Edificação ‫ڤ‬


Indústria
Ponte
Muro de Contenção
Tanque de
Armazenamento
Outro

1.2 Data de construção da estrutura:

1.3 Uso geral da estrutura:

1.4 Croquis da geometria, coordenadas, orientação e direção do vento indicando o meio de exposição:

2. Dados específicos da estrutura


2.1. Propriedades dos materiais
Tipo de cimento: Tipo de Água:
Natureza dos agregados:

2.2. Projeto de concreto:


Resistência característica à compressão:
Dosagem de cimento: Dosagem de agregados:
Relação água/cimento: Uso de aditivos:
2.3 Propriedades dos materiais
Na obra Pré-fabricado
Concreto reforçado Protendido
Tecnologia de fabricação em obra:
Método de compactação:
Método de cura:

Formulário do Livro DURAR – Manual deInpeccion, Evaluacion y Diagnóstico de Corrosion em


Estruturas de Hormigon Armado - Cytec

11
Patologia das construções

FICHA DE DESCRIÇÃO E ANTECEDENTES DA ESTRUTURA Página


2
3. Histórico de Vida em Serviço da Estrutura

3.1 Data início de utilização:


3.2 Resistência do concreto à compressão na obra:
3.3 Anomalias observadas durante a construção:

3.3 Anomalias anteriormente detectadas:

3.4 Ensaios e manutenção.


Resultados da prova de carga:

Inspeções rotineiras:

Ensaios específicos:

Tipos de manutenção:

4. Reparações.

5. Informação adicional.

Data: Elaborado por:

11
Patologia das construções

Meio ambiente: Informações que permitam caracterizar sua agressividade. É


fundamental assinalar a forma de interação entre o meio e a estrutura afetada;
neste sentido, posteriormente corresponderá ao critério e experiência do
avaliador em determinar e qualificar a intensidade desta interação, como por
exemplo dos seus efeitos sobre a estrutura. Deve-se indicar principalmente as
questões indicadas no formulário 2.

Tipo de atmosfera: Urbana, rural, marinha, industrial ou a combinação entre


algumas delas. Estimar a possível presença de contaminantes, ciclos de
temperatura, umidade relativa e ventos atmosféricos e locais.

Tipos de água: Naturais, salobras, doces, subterrâneas, potável, esgoto


industrial ou doméstico, sua composição química e eventual contaminação.

Natureza do solo: Natural, aterro, ácido, alcalino, resistividade elétrica,


características.

Presença de correntes erráticas: avaliação da existência e possível


contaminação.

Agentes químicos: Presença de contaminações industriais, esgoto, etc.

11
Patologia das construções

Formulário 2
FICHA DE DESCRIÇÃO DO MEIO

1. Agentes físico-químicos em contato com a estrutura.

 Atmosfera  Água  Solo  Outro meio

 rural  natural  doce  natural  alta temperatura


 salobra

 urbana  doméstica  potável  aterro  agentes químicos

 residual

 marinha  correntes de
 industrial
interferência

 industrial  atmosfera específica

2. Propriedades físicas e químicas do meio


 Atmosfera*  Água  Solo
 umidade relativa:  cloretos:  cloretos:
 temperatura:  sulfatos:  sulfatos:
 regime de ventos:  pH:  pH:
 temperatura:  potencial redox:
 resistividade
elétrica:
 umidade:
 nível freático:
* Se for possível, obter dados meteorológicos médios

11
Patologia das construções

b) Exame geral visual da estrutura

Este processo deve permitir determinar se o problema se apresenta por igual ou


apresenta causas localizadas. Deve-se realizar um exame diferenciado dos
elementos, registrando os sinais aparentes de corrosão (manchas, extensão, grau
de degradação, etc.), fissuras (localização, direção, dimensão, etc.), regiões de
desprendimento de concreto com/sem exposição da armadura, degradação do
concreto, assim como qualquer outra anomalia.

A tabela abaixo , proposta pela ACI apresenta um exemplo de como se pode


realizar a classificação dos danos na estrutura.

A elaboração de um registro fotográfico amplo é muito importante.

O formulário 3 mostra uma possível forma de apresentação simultânea dos


danos localizados em um croqui da estrutura e a respectiva foto do local.

11
Patologia das construções

INSPEÇÃO VISUAL GERAL DA ESTRUTURA


Página 1
Tipo de estrutura: Idade: Localização: Ambiente: Orientação: Data da inspeção: / /

a) Descrição dos danos e localização na estrutura:

Croqui da estrutura com levantamento dos danos gerais.

b) Registro fotográfico

11
Patologia das construções

Página 2
c) Extensão e gravidade dos danos:
_
_______

d) ensaios mínimos a realizar:

Ensaio Determinação de cloretos ou sulfatos Local Resultado

Profundidade de carbonatação

Espessura de recobrimento

e) Prognósticos:

11
Patologia das construções

9.2.2 Inspeção detalhada

A partir da inspeção preliminar, pode ser necessária uma inspeção mais criteriosa,
donde deverão ser abordado o que segue:

 Fichas, croquis e planos de levantamento de danos.

 Plano de amostras.

 Tabela de tipificação dos danos.

 Técnicas de ensaio / medição / análises adequadas.

 Regiões onde deverão ser realizados ensaios.

 Planificação de materiais e equipamentos.

Uma vez conhecida a estrutura, através da inspeção, ensaios, etc, deve-se separar as
patologias da estrutura.

A classificação das patologias tem o objetivo de orientar as causas e origem dos


problemas. Exemplo:

 Diferenciar as regiões com distintas exigências estruturais / mecânicas.

 Identificar as características originais do concreto.

 Diferenciar as distintas regiões submetidas a distintos meios agressivos.

 Estabelecer os graus de deterioração da estrutura ou seus

elementos. Deve-se também selecionar:

 Técnicas e regiões de ensaio, medições e análises.

 Plano de utilização de materiais e equipamentos.

 Plano de execução da inspeção detalhada.

 Ensaios a realizar.

o Concreto

 Resistividade

 Esclerometria

 Ultra-som

 Profundidade de carbonatação

 Concentração de cloretos

 Resistência à compressão

 Porosidade

11
Patologia das construções

o Armadura

 Localização e espessura de recobrimento

 Perda de diâmetro e seu limite elástico

 Medição de potenciais

 Medição da velocidade de corrosão.

A tabela abaixo mostra as técnicas mais comuns de avaliação:

Ensaio Capacidade Aplicação `Vantagens Limitações


de detecção

Medição de Quantitativa Presença de Cl- Permite pré Interpretação


resistividade selecionar áreas complexa dos
com potencialidade resultados.
corrosiva.
Disponibilidade do
Medida rápida equipamento.

Concreto
carbonatado.
Medição de Quantitativa Qualquer Permite pré Interpretação
potencial estrutura selecionar áreas complexa dos
com potencialidade resultados.
corrosiva.

Medida rápida.
Medição de Quantitativa Qualquer Permite avaliar a Interpretação.
velocidade de estrutura perda de seção da
corrosão armadura. Disponibilidade do
equipamento e sua
sofisticação.
Medição da Quantitativa Qualquer Ensaio destrutivo
resistência à estrutura dependendo do
compressão e método
volume de vazios

Profundidade de Quantitativa Estrutura com Ensaio destrutivo


carbonatação qualidade do
concreto baixa

Perfil de cloretos Quantitativa Qualquer Ensaio destrutivo.


estrutura
Interpretação
complexa.

Apoio estatístico

11
Patologia das construções

9.3 Métodos de Ensaios Físico-Químicos do concreto

9.3.1 Retirada de testemunhos

Deve-se definir os locais e os tipos de testemunhos a ser retirado da estrutura. Os


tipos de testemunhos estão condicionados aos tipos de ensaios a serem realizados,
de acordo com o Manual de Inspeção, Avaliação e Diagnóstico de Corrosão em
Estruturas de concreto Armado-DURAR.

Concreto
Destina-se a avaliar a resistência do concreto, módulo de deformação,
permeabilidade ou absorção de água, determinação de cloretos e sulfatos,
carbonatação, reconstituição do traço do concreto, Depois de retiradas, as amostras
deverão ser cuidadosamente acondicionadas, dependendo das exigências dos
ensaios.

Para a retirada de corpo de prova para ensaio de resistência, procura-se manter a


relação altura/diâmetro igual a 2. Caso não seja possível a retirada de corpos de
prova com estas medidas, adota-se a tabela de conversão abaixo:

Relação Fator de correção


altura/diâmetro (multiplicar o resultado por)
h/d
ASTM C42-77 BS 1881-70 UNE 7242
2,00 1,00 1,00 1,00
1,75 0,98 0,98 0,98
1,50 0,96 0,96 0,96
1,25 0,93 0,94 0,94
1,00 0,87 0,92 0,85

Armadura
Destina-se a princípio para avaliar a resistência do aço, já que a profundidade de
corrosão é possível através da avaliação visual.

Tensão de
Tipo de aço
escoamento
fyk (MPa )
CA-25 250
CA-50 500
CA-60 600

12
Patologia das construções

9.3.2 Fissuras

Fissuras ativas ou passivas:


Determina-se utilizando extensômetros, dos tipos mecânicos, óticos, elétricos,
hidráulicos, acústicos, dentre outros.. É uma avaliação importante, pois altera a forma
de reparo da área, pois as fissuras ativas ou dinâmicas não devem receber injeção
de epóxi, devendo ser calafetadas com selantes.

Uma forma mais simples, porém sem nenhuma precisão nem caracterização técnica
da amplitude de movimentação da fissura é o da colagem com epóxi de uma tira de
vidro transversal à fissura. Ocorrendo movimentação da fissura, a tendência á o da
fissuração da placa de vidro.

Dimensões da fissura
O tamanho da abertura da fissura pode ser executada a partir de 0,1 mm com uma
régua denominada fissurômetro, com um conta fio (medidor ótico utilizado na
indústria têxtil) ou com fissurômetro ótico, mais preciso.

9.3.3 Profundidade de carbonatação

O ensaio de profundidade de carbonatação permite avaliar o avanço da


carbonatação do concreto.

Com a carbonatação, há a redução do pH inicial do concreto (pH entre 12 a 14)


provocada pela reação do CO 2 do meio com os álcalis do cimento (hidróxidos de
cálcio, sódio e potássio), formando carbonatos e diminuindo o pH do concreto.

Utiliza-se como sistema indicador a fenoftaleína (1 g de fenoftaleína + 49 g de álcool


+ 50 g de água) ou timolftaleína (1 g de timolftaleína + 99 g de água).

A solução de timoftaleína tem tonalidade azul escuro (roxo) em contato com os


álcalis do concreto e vai tornando-se azul claro na faixa de pH entre 10 e 9,2 , ficando
transparente a partir deste pH.

A solução de fenolfaleína tem tonalidade vermelho escuro (carmim) em contato com


os álcalis do concreto e vai tornando-se róseo na faixa de pH em torno de 9, ficando
transparente a partir deste pH.

Inicialmente, faz-se uma abertura no concreto até expor a armadura. Aplica-se em


forma de spray a solução de fenoftaleína ou timolftaleína. Aguarda-se até cerca de 15
minutos (não mais de 20 minutos) e faz-se a leitura da profundidade de carbonatação
(medida da zona incolor), a partir da superfície do concreto.

Este ensaio é simples e econômico, podendo ser executado em várias partes da


estrutura de concreto, para se determinar o estágio e velocidade de carbonatação da
estrutura.

12
Patologia das construções

Valores de pH
Timolftaleína
Fenoftaleína
14
 13
 12
 11
 10
 9 8 7 6 5 4 3 2 1

Na tabela abaixo mostra os constituintes do concreto relacionados com o ensaio:

PH Constituintes
Acima de 13 Alcalinidade cáustica ou hidróxica (OH-)
Carbonato alcalino (CO3=)
Entre 12 e 11 Nada de bicarbonato (HCO3-)
Nada de dióxido de carbono (CO2)
Entre 9 e 8 Presença de carbonato (CO3-) e bicarbonato (HCO 3-)
Nada de dióxido de carbono livre e alcalinidade cáustica
Entre 5,5 e 8 Presença de bicarbonato (HCO3-) e dióxido de carbono livre (CO2)
Nada de carbonato (CO 3=)
Abaixo de 5,5 Ácidos minerais (H2SO4, HCl, HNO3

9.3.4 Resistividade elétrica

A resistividade elétrica é uma propriedade de cada material e corresponde ao oposto


da condutividade. Sua medida é em ohm-cm ou ohm-m. O ensaio pode ser feito a
partir de amostras extraídas para testes em laboratório ou “in loco”. Dependem em
grande parte do grau de saturação dos poros do concreto e em menor parte do grau
de hidratação da pasta de cimento e da presença de sais dissolvidos. É também
função de variáveis como: tipo de cimento, adições orgânicas, a relação
água/cimento, a porosidade da estrutura, etc.

Não existe acordo entre os especialistas sobre o limite de resistividade elétrica na


relação do potencial de corrosão da armadura. No entanto é aceito como critério
geral a tabela abaixo:

Grau de risco Resistividade elétrica


Pouco risco > 200 k .cm
Risco moderado 200> > 10 k.cm
Alto risco > 10 k.cm

9.3.5 Ultra-som

Este ensaio não destrutivo tem o objetivo de verificar:

 a homogeneidade (qualidade e uniformidade) do concreto


 Detectar falhas internas (ninhos e vazios) profundidade de fissuras, etc.
 Monitorar as variações das propriedades do concreto.

O ensaio mede o pulso eletrônico relacionado à distância percorrida ao longo do


tempo.

12
Patologia das construções

9.3.6 Métodos de determinação de resistência

Abaixo, relacionamos outros métodos de medida de resistência do concreto, de


acordo com o extraído da apostila do Engº Antonio Carmona Filho (PhD).

Resistência mecânica

O conhecimento da resistência do concreto ajuda a avaliar a qualidade da estrutura


de concreto.

A resistência mecânica poderá ser determinada no laboratório utilizando-se corpos-


de- prova cilíndricos extraídos da estrutura, ou poderá ser avaliada in loco,
particularmente através de ensaios não-destrutivos como a esclerometria ou a ultra-
sonometria (medida da velocidade de propagação de ondas ultra-sônicas
longitudinais).

Resistência do concreto à penetração de pinos

O ensaio consiste em medir a profundidade em que um pino de aço padronizado


consegue penetrar no concreto depois de ter sido lançado com uma determinada
energia cinética. Este ensaio pode ser executado de acordo com a ASTM C 803-82
Penetration Resistance of Hardened Concrete (Resistência de Penetração do
Concreto Endurecido).

O equipamento utilizado é uma pistola finca-pinos (pistola de Windsor), cartucho de


disparo e pino metálico. O pino penetra no concreto até que toda sua energia cinética
inicial seja absorvida em parte pelo atrito entre o concreto e o pino e em parte pelo
esmagamento e fissuração do concreto.

Com a fratura do concreto, há a provável formação de um cone (Figura), que é


responsável pela absorção da maior parte da energia cinética. A fratura atravessa a
matriz de argamassa e agregado graúdo, sendo por esta razão que a natureza do
agregado afeta consideravelmente os resultados.

Penetração do pino

12
Patologia das construções

O ensaio é útil na avaliação da homogeneidade global do concreto na estrutura pela


determinação das resistências relativas nos concretos das diferentes peças
estruturais.

Resistência do concreto ao arrancamento

O ensaio consiste em medir a carga última necessária para a extração de uma peça
metálica inserida no concreto.

Existe uma variedade de equipamentos e formas de aplicação das cargas, podendo-


se citar:

Teste da fratura interna, conhecido comercialmente como CAPO-TEST,


em que é utilizado um torquímetro para medir a carga necessária à
extração de um parafuso com luva de expansão, que se dilata à medida
que a carga é aplicada.

LOK-TEST, comumente utilizado nos Estados Unidos e Canadá, em que


o esforço é aplicado por meio de um macaco hidráulico e medido em um
dinamômetro, sendo que a peça metálica extraída do concreto
apresenta uma “cabeça” na extremidade embutida. Este ensaio é
normalizado pela ASTM C 900 Pullout Strength of Hardened Concrete
(Resistência ao Arrancamento do Concreto Endurecido).

CAPO-TEST

12
Patologia das construções

LOK-TEST

Esclerometria

O ensaio baseia-se na hipótese de que existe uma estreita correlação entre a


resistência ao choque (dureza superficial) e a resistência à compressão do material,
sempre que não houver alterações na superfície desse material. O equipamento
utilizado é o esclerômetro de reflexão ou de Schimdt.

Este ensaio é uma das técnicas mais difundidas em todo o mundo para a avaliação
da homogeneidade do concreto, e pode ser realizado de acordo com a NBR 7584/82
Concreto endurecido. Avaliação da dureza superficial pelo esclerômetro de reflexão.
Método de ensaio.

Esclerômetro de Schimdt

12
Patologia das construções

O ensaio consiste em promover um impacto na superfície do concreto através de


uma massa chocante impulsionada por uma mola, transferindo essa energia através
de uma haste rígida. A energia de impacto não absorvida pelo concreto é registrada
pelo aparelho e representa um índice de reflexão.

A esclerometria é particularmente interessante quando correlacionada com os


resultados do ensaio destrutivo de resistência à compressão axial de corpos-de-
prova cilíndricos extraídos da estrutura de concreto.

Dado que a dureza do concreto é influenciada pelo tipo de agregado utilizado e


considerando que concretos com mesma dureza superficial podem ter resistências
muito diferentes, vê-se que a esclerometria deve ser utilizada com cautela senão
erros poderão ser cometidos.

Outros fatores que afetam os resultados do ensaio:

 espessura carbonatada: o concreto apresenta um maior


endurecimento na superfície que no interior devido a carbonatação
superficial;

 saturação ou umidade da superfície: concretos de mesma resistência


podem apresentar índice esclerométrico distinto segundo a superfície
esteja ou não úmida;

 dano superficial ou interfacial: quando a superfície do concreto está


menos resistente em virtude de um ataque químico ou pela falta de
aderência entre o agregado e matriz de cimento, que pode ser
observada na forma de desprendimento do agregado graúdo da matriz
de pasta de cimento no momento da ruptura do concreto;

 tipo de cimento: concretos de cimento Portland pozolânico bem


curados apresentam maior dureza;

 condições de cura: quanto mais eficiente a cura, maior a dureza


superficial.

9.3.7 Determinação de cloretos

Determina o teor de cloretos total e livre no interior do concreto em diferentes níveis


de profundidade, que permitem o cálculo dado coeficiente de difusão aparente e a
velocidade de penetração.

Os cloretos livres são os solúveis em água que representam um risco para a


armadura.

Os cloretos combinados são aqueles que reagiram com constituintes do cimento,


principalmente com o aluminato tricálcico.

Cloretos totais é a somatória dos dois valores acima.

As normas utilizadas para a determinação de cloretos são a ASTM C 1152 (cloretos


totais) e ASTM C-1411 (cloretos solúveis).

12
Patologia das construções

9.3.8 Porosidade

Tem o objetivo de determinar a absorção capilar e a porosidade do concreto e


argamassa.

Porosidade: Entende-se como os espaços vazios em conseqüência da evaporação


da água excedente da mistura e o ar incorporado durante a mistura, transporte e
adensamento.

Poros de gel: São de menor tamanho e correspondem aos espaços intersticiais do


gel de cimento.

Poros capilares: Quando estão interconectados e abertos, são as causas principais


da permeabilidade da pasta de cimento, assim como da vulnerabilidade à ação dos
agentes externos.

Poros de ar: São geralmente bolhas de ar envolvidas na massa de concreto,


normalmente introduzidas através de aditivos de concreto. Podem beneficiar o
concreto, principalmente quanto ao ciclo gelo/degelo.

Métodos de ensaios:

NBR 9779 - Determinação da absorção de água por capilaridade / Ascensão


capilar

Avaliação

Para espessura de cobrimento de 30 mm em ambientes severos,


recomendam- se concretos com absorção capilar S 3 mm / h1/2 (5 . 10-5
1/2
m/s ).

Em meios menos severos pode ser até 6 mm/h 1/2 (10-4 m/s1/2) NBR 9779.

Se a espessura de cobrimento aumentar, a absorção capilar pode modificar-


se proporcionalmente.

NBR 9778 – Determinação da Absorção de Água por Imersão - Índice de Vazios e


Massa Específica

Avaliação
10% indica um concreto de boa qualidade e compacidade.

de 10% a 15% indica um concreto de qualidade moderada.

15% indica um concreto de durabilidade inadequada.

12
Patologia das construções

9.3.9 Posição e profundidade da armadura

O método localiza a posição e profundidade das armaduras.

Utiliza-se como equipamento de ensaio o pacômetro, composto de um eletroímã,


cuja agulha é sensibilizada em presença de metais. O sistema não é preciso para
concretos com elevada taxa de armadura.

9.3.10 Potencial de corrosão

As medidas de potencial informam sobre a probabilidade de corrosão do aço.

O método adotado é o prescrito na ASTM C 876

A tabela abaixo dá uma referência sobre os valores potenciais e os riscos de corrosão


do aço.

Condição do aço Potencial Elétrico Observações Risco de dano


Ausência de Cl-
Estado passivo + 0,200 a – 0,200 PH > 12,5 Desprezível
H2O elevada
Corrosão localizada - 0,200 a – 0,600 Cl-, O2,
H2O elevada Alto
- 0,150 a – 0,600 Carbonatado
Corrosão uniforme O2 , H2O elevado Moderado a alto
+ 0,200 a – 0,150 Carbonatado
O2, H2O seco Baixo
- 0,400 a – 0,600 Cl- elevado
Carbonatado ou Alto
H2O elevada
Corrosão uniforme < - 0,600 Cl- elevado
H2O elevada Desprezível
Sem O2

9.3.11 Velocidade de corrosão

Determina a velocidade com a qual a armadura perde a seção por corrosão.

São utilizados potenciômetros e galvanômetros capazes de medir a resistência a


polarização que se relaciona com a corrente.

9.3.12 Prova de carga

Método que consiste em carregar a estrutura com a carga determinada em projeto.

Normalmente é utilizada para o caso de estruturas novas ou reconstruídas com


suspeitas quanto ao seu comportamento, ou em estruturas antigas onde não se

12
Patologia das construções

conhece informação suficiente, ou ainda quando se tem suspeitas de sua capacidade


de suportar as cargas previstas.

De acordo com Manuel Fernandéz Cánovas, podemos classificar as provas de carga


segundo o seguinte critério:

a) De acordo com a grandeza da carga


 Carga básica
 Carga aumentada
 Carga extraordinária

b) De acordo com as características da carga


 Estática
 Dinâmica

c) De acordo com a duração do teste


 Curta duração
 Longa duração

9.3.13 Outros métodos

Existem outros métodos de ensaio, como radiografia e métodos nucleares, que são
muito complexos e caros, só utilizados em condições muito especiais.

12
Patologia das construções Eng. José Eduardo Granato

Ensaios mais comuns de avaliação de corrosão das armaduras


Ensaio Capacidade de Aplicação Vantagens Limitações
detecção
Medição de Permite selecionar áreas com potencial de Interpretação complexa.
resistividade Qualitativa Problemas por corrosão Concreto carbonatado.
presença de Cl- Disponibilidade do equipamento
Medições de Permite selecionar áreas com potencial de Interpretação complexa dos resultados.
potencial Qualitativa Qualquer corrosão.
estrutura Medida rápida
Medição da Permite, uma vez conhecido o tipo de Interpretação.
velocidade de Quantitativa Qualquer corrosão, avaliar a perda de seção da Disponibilidade de equipamento adequado que
corrosão estrutura armadura. permita a compensação da saída ôhmica.
Medição da Avalia a qualidade do concreto, em
resistência à Quantitativa Qualquer conjunto com a resistência e volume de Ensaio destrutivo
compressão e estrutura vazios ou fator a/c
volume de vazios
Determinação da Estruturas de Prova sensível, que permite identificar
profundidade de Quantitativa concreto com facilmente este fenômeno e o tempo para Ensaio destrutivo.
carbonatação baixa ou média alcançar a armadura.
qualidade
Teor de cloretos Permite determinar a qualidade do Ensaio destrutivo.
Quantitativo Qualquer concreto e em tempo para alcançar a Interpretação complexa.
estrutura armadura. Apoio estatístico.
Fonte: Manual de Inspeção, Avaliação e Diagnóstico de Corrosão em Estruturas de concreto Armado-DURAR

129
Patologia das construções

10. Materiais utilizados em reparos

13
Patologia das construções

13
Patologia das construções

10.1 Seleção dos materiais de reparo

A seleção dos materiais a serem utilizados em reparos é um importante e complexo


processo, envolvendo o entendimento o que é requerido no reparo, características
dos materiais, requisitos para a sua aplicação, metodologia de aplicação, etc.

Após os requisitos estarem estabelecidos e as propriedades dos materiais definidas,


a especificações dos mesmos pode ser efetuada.

A aplicação dos materiais de reparo requer o entendimento de suas propriedades,


avaliação das vantagens e desvantagens, detalhes de preparação de estrutura,
técnicas de aplicação, custos e procedimentos posteriores a sua utilização.

Um dos maiores desafios na escolha dos materiais é avaliar seu comportamento junto
com o substrato. As mudanças das tensões no substrato e nos materiais de reparo
podem causar trincas, fissuras, delaminação e desagregação do material de reparo. A
aderência do material de reparo na estrutura tem que ser observada, de forma a que
o resultado final seja de uma estrutura sólida e monolítica.

Outro dado importante a ser considerado sobre o material de reparo é o do mesmo


possuir características suficientes para suportar as cargas de serviço. Para tanto, o
material deve ter características próprias de desempenho que devem ser analisadas.
O ideal seria que o material de reparo assumisse os níveis de tensões do concreto
original. Há casos em que o material de reparo possui módulo elástico muito inferior
ao da estrutura, fazendo com que o mesmo não absorva a sua parte de esforços.

Há outros obstáculos para o material alcançar eficiência:

 As cargas serão removidas durante o reparo ?

 Como será o comportamento do material durante o carregamento das tensões ?

 Como será o comportamento dimensional do material frente às tensões


distribuídas pelo do substrato de concreto ?.

É improvável que o material de reparo não tenha pelo menos uma pequena retração
durante a cura e que o mesmo se comporte da mesma maneira como o substrato de
concreto, frente às cargas aplicadas, mudanças de temperatura e umidade. Assim
sendo, a escolha dos materiais de reparos é um compromisso importante para o
desempenho final do reparo.

As tabelas abaixo detalham as principais propriedades exigidas dos materiais de


reparo e auxiliam a escolha dos mais adequados para as situações requeridas.

13
Patologia das construções

Exigências no suporte de cargas

Requisitos de Exigências Evitar


desempenho Falhas no desempenho do reparo de
desempenho

Aderência ao Resistência de Elevada


substrato aderência. retração
Tensão Módulo de
Perda de interna baixa elasticidade
aderência, muito
delaminação diferente da
estrutura

Aplicação de Equalizar o Baixo ou alto


cargas módulo de módulo de
Aplicação de elasticidade elasticidade,
carga do material de comparado
antecipada reparo e do com o do
concreto concreto
estrutural estrutural

Deformação Material de Material com


lenta do reparo com alta
reparo baixa deformação
deformação lenta
lenta

Retração de Material de Material de


secagem do reparo sem reparo com
material de retração ou retração de
reparo, retração secagem
reduzindo compensada
sua
capacidade
de suportar
cargas

Fonte: Concrete Repair and Maintenance Illustrated – Peter H. Emmons

13
Patologia das construções

Propriedades de exposição em serviço

Exigências
Requisitos Falhas no desempenho do reparo de Evitar
de desempenho
desempenho
Material com
Variação de Retração Equalização coeficiente de
temperatura causando do coeficiente expansão térmica
trinca no de expansão diferente do
material de térmica substrato
reparo
Material com
Compressão Equalização coeficiente de
do substrato, do coeficiente expansão térmica
causando de expansão diferente do
delaminação térmica substrato

Mudança da Retração do Baixa Alta isotermia


temperatura reparo, exotermia durante a
do reparo causando durante a execução e cura
durante a trinca execução e
execução cura
Condições de umidade
Corrosão do Baixa Alta
Gases aço, permeabilida- permeabilidade
atmosféricos desintegrando de do ou fissuras no
o concreto de substrato, material de
proteção sem fissuras reparo
Meio ambiente Baixa
Corrosão do permeabilida- Alta
aço de do permeabilidade
sustrato, sem ou fissuras no
Contato fissuras
químico material de
reparo
Desintegração Resistente a Material com
do concreto ataque baixa resistência
químico química
Mudança das
Exposição ao características Elevada Baixa resistência
ultra violeta do do material de resistência ao ao U.V. do sol
sol reparo U.V. do sol
Condições Variação de temperatura ou Gelo e desgelo Baixa Elevada
climáticas umidade Desintegração permeabilida- permeabilidade
do concreto de do material
Baixa Elevada
Expansão e permeabilida- permeabilidade
retração, de e ou expansão e
causando expansão e retração do
trincas retração por material devido a
umidade umidade

Fonte: Concrete Repair and Maintenance Illustrated – Peter H. Emmons

13
Patologia das construções

Propriedades de resistência às cargas externas

Requisitos Falhas no desempenho do reparo Exigências de Evitar


de desempenho
desempenho
Erosão do substrato
Movimento de Elevada Baixa
líquidos
 Densidade  Densidade

 Compressão  Compressão
Movimento de
líquidos e
 Tensão  Tensão
sólidos em
suspensão
Erosão e abrasão do substrato

Rodas de Abrasão – Alta densidade e Baixa densidade,


veículos dano na resistência à resistência à
superfície compressão e compressão e à
abrasão abrasão
Alta resistência à Baixa resistência
Bordas das compressão, à compressão e
juntas tração e aderência
aderência ao
substrato
Juntas Alta resistência à Baixa resistência
tração e elevada à tração
Impacto coesão
Alta resistência à Baixa resistência
compressão à compressão
Baixo módulo de Alto módulo de
elasticidade elasticidade
Perda de Alta aderência e
aderência ancoragen ao Baixa aderência
substrato

Fonte: Concrete Repair and Maintenance Illustrated – Peter H. Emmons

13
Patologia das construções

Metodologia de execução e aparência

Requisitos Falhas no desempenho do reparo Exigências de Evitar


de desempenho
desempenho
Tempo de execução
Rápido ganho de Demorado
resistência ganho de
Execução resistência

Fluidez
Elevado Baixo
abatimento abatimento

Agregados Agregados
pequenos, graúdos,
redondos e angulares,
traço coeso e traço
inadequado
Tixotropia

Elevada coesão Baixa coesão


interna, interna,
tixotropia e tixotropia e
aderência aderência

Facilidade de execução Formulação Complexas


“Lei de Murphy” simples formulações
de
difícil execução

Meta -
Requisitos Resultados se o material errado é Exigências de Evitar
de selecionado desempenho
desempenho
Aparência
Trincas na Baixa retração, Alta retração de
superfície devido flexibilidade. secagem
à retração de
secagem

Trincas na Baixa isotermia Elevada


superfície devido à isotermia
retração plástica
Perda de água Elevada perda
durante a de água
execução durante a
execução

Fonte: Concrete Repair and Maintenance Illustrated – Peter H. Emmons

13
Patologia das construções

10.2 Materiais utilizados em reparos

A quantidade de materiais utilizados em reparos é elevada e novos materiais são


continuamente desenvolvidos e lançados no mercado. Também suas propriedades e
campo de utilização são variáveis.

Para facilitar a descrição dos mesmos, vamos subdividi-los segundo sua maior
propriedade, qual seja o requisito de resistência, aderência, proteção, revestimento e
auxiliares. Vale lembrar que um material de reparo pode ter várias propriedades em
conjunto, como resistência, impermeabilidade, proteção, etc.

Os materiais de reparos podem também ter sua classificação de indicação


relacionada à profundidade do reparo, como por exemplo:

 Rasos: reparos de profundidade variando entre 3 mm (tipo estucamento) a 30


mm (ponto de atingir as armaduras).
 Médios: reparos com profundidade entre 30 mm 60 mm.
 Profundos: reparos com profundidade superior a 60 mm.

10.2.1 Resistência

a) Concreto moldado

O concreto moldado é um tradicional material utilizado para reparação estrutural.

Usualmente, procura-se utilizar o concreto em reparos de maiores dimensões.


Em grande parte destas ocasiões, o concreto utilizado tem suas características
modificadas para o incremento de propriedades e características mais adequadas
para a sua utilização, como impermeabilidade, resistência, minimizar retração,
aumento da resistência química, etc.

As principais modificações introduzidas são:

 Utilização de cimentos especiais ou compostos, como o CPII-Z (com


pozolana), CPIV (cimento pozolânico), CPV (alta resistência inicial), CPI-S
(resistente a sulfatos), etc.
 CAD – Concreto de Alto Desempenho – Concreto com elevada resistência,
com adição de aditivos superplastificantes, sílica ativa, etc., podendo
também ser incorporados escória, fibras metálicas ou sintética,, etc.
 Aditivos inibidores de corrosão, como nitrito de sódio ou cálcio, éster
aminas, benzoato de sódio, molibdato de sódio, etc.
 Polímeros em forma de látex, como acrílico, SBR (estireno butadieno), etc.

São normalmente utilizados em reparos profundos

13
Patologia das construções

b) Concreto projetado

Concreto tem sido utilizado há bastante tempo para reparos, como também em
obras convencionais de revestimento de túneis (NATM), minas, muros de
contenção, etc.

O concreto projetado apresenta as seguintes características principais:

 Dispensa formas nas aplicações verticais ou sobrecabeça


 Melhor aderência, causada pelo pela grande energia de impacto com o
substrato
 Maior compacidade e consequentemente

impermeabilidade O concreto projetado é aplicado de duas

formas:

 Via seca: a água e aditivos só é adicionada no bico de projeção. Este


método exige grande experiência do operador em regular a quantidade de
água necessária.

 Via úmida: O concreto já está previamente hidratado com água e aditivos


plastificantes e redutores de água, sendo incorporado na saída do
equipamento o aditivo acelerador. É o sistema mais utilizado atualmente,
devido ao melhor controle do fator água/cimento e da qualidade final da
concretagem.

O concreto projetado é utilizado para reparos de profundidade média a profunda.

Os aditivos utilizados para a projeção do concreto podem ser dos tipos acelerador
de pega ou endurecimento, como também aqueles que provocam a perda
imediata do slump inicial, tornando o concreto tixotrópico. Recomenda-se sempre
utilizar aditivo isento de álcalis (álcali free), pois os alcalinos são muito agressivos
ao operador, exigindo uniformes especiais para a sua manipulação.

O concreto projetado também pode conter fibras metálicas, polímeros, inibidores


de corrosão na sua composição.

Concreto projetado

13
Patologia das construções

c) Grautes

Grautes são argamassas industrializadas, cujas características principais são a


elevada fluidez, baixa permeabilidade, ausência de retração (retração
compensada) e elevadas resistências iniciais e finais.

São utilizados em muitas aplicações, como reparos estruturais, chumbamento de


equipamentos, ancoragem de tirantes, etc.

Os grautes podem ser industrializados com aglomerantes de base mineral


(cimento Portland, cimento aluminoso) ou sintético (resinas epóxi), com
agregados de quartzo ou metálico, aditivado com superplastificantes,
compensadores de retração, podendo ou não conter microssílica.

Para grandes vãos, pode ser adicionada ao graute base cimentícia brita lavada de
granulometria até 9 mm, usualmente até 30 % do volume do graute.

São produzidos também alguns grautes cimentícios especiais com elevada


resistência inicial (10 a 20 Mpa em 2 horas) para reparos rápidos em pavimentos,
chumbamentos de trilhos, etc.

Os grautes são aplicados para reparos médios ou profundos.

Grauteamento de um equipamento

Grauteamento de um pilar

14
Patologia das construções

10.2.2 Revestimento

Argamassa

polimérica

As argamassas poliméricas são muito utilizadas em reparos, tendo várias opções de


características, para atender uma série de situações de utilização.

 Base cimento – São argamassas à base de cimento Portland, em


composição ou não com cimentos aluminosos, contendo quartzo de
granulometria apropriada, contendo polímeros em pó ou líquido e sua
composição. Podem conter adições de microssílica, que proporcionam maior
impermeabilidade, resistência mecânica e fibras sintéticas ou metálicas, que
incorporam as características de controle de fissuração da argamassa, maior
resistência ao impacto, cargas cíclicas, flexão e tração.

 Base resinas – São argamassas à base de resinas de epóxi, poliéster,


furânica, éster vinílica dentre outras, contendo quartzo de granulometria
apropriada. São normalmente utilizados em situações de necessidade de
resistência química, vibração, alta resistência à compressão, etc.

Aplicação de argamassa polimérica tixotrópica

As argamassas são utilizadas para reparos rasos, desde um estucamento de poucos


mm, até reparos de profundidade média. Deve-se tomar cuidado com algumas
argamassas que sofrem retrações acentuadas, normalmente quando aplicadas em
espessuras superiores a 20 mm. As argamassas com fibras apresentam melhor
comportamento na redução da retração e possuem boa tixotropia para aplicações
verticais e “sobre cabeça”.

14
Patologia das construções

10.2.3 Inibidores de corrosão

Os inibidores de corrosão são produtos com o fim específico de proteger as


armaduras do concreto armado contra a corrosão das armaduras. Podem ser dos
tipos de primer aplicados sobre as armaduras, ou como aditivos incorporados às
argamassas, grautes e concretos. Os aditivos inibidores são mais utilizados durante o
processo de concretagem da estrutura, como forma preventiva contra a corrosão por
cloretos.

 Primer anticorrosivo

o Epóxi com zinco


São produtos aplicados diretamente sobre as armaduras rigorosamente
limpas. Podem ser à base de resina epóxi rico em zinco, que é mais
eletronegativa que o aço, formando uma proteção catódica atuando como
ânodo de sacrifício. Como o zinco não se expande no processo de
oxidação, não provoca o desplacamento da capa protetora de concreto.
Existe alguma polêmica na eficiência do epóxi rico em zinco, devido à
dificuldade de aderência do epóxi pela dificuldade de limpeza da armadura
e de sua efetividade contra o ataque de cloretos

o Cimentos poliméricos aditivados


São produtos base cimento, polímeros e aditivos inibidores de corrosão,
como o nitrito de cálcio, éster aminas, etc, que recompõe a capa
passivadora alcalina e inibem a continuidade da corrosão.

Aplicação de primer anticorrosivo

 Aditivos inibidores

o Nitritos
O nitrito de cálcio dentre outros oferece proteção devido aos íons de nitrito
competir com íons de cloreto pelos íons férreos produzidos pelo aço. Este
mecanismo de inibição de corrosão é distinto dos inibidores anteriormente
discutidos que envolvem uma redução do ingresso de íons de cloreto. A
efetividade do nitrito de cálcio dependente da quantia de íons de cloreto que
uma estrutura de concreto armado será exposto durante sua vida de
serviço, e a seleção de uma dosagem apropriada de aditivos inibidores. Os
nitritos são misturados a concreto e argamassas.

14
Patologia das construções

o Éster aminas
Inibidores orgânicos a base de éster-amina oferecem proteção ao aço de
duas formas: primeiro, diminuindo a velocidade da taxa de ingresso de
cloretos que penetram no concreto, ou como é comumente conhecido na
indústria de concreto, pela "blindagem de cloreto"; e segundo, através da
formação de um filme ou camada protetora na superfície de aço que
previne o cloreto de entrar em contato com o aço. O mecanismo duplo é o
único com estas funções, pois além de diminuir a velocidade do ingresso de
íons de cloreto, a presença do filme protetor aumenta o limite de teor de
cloreto no concreto daquele do concreto sem tratar, como também restringe
a umidade, e potencialmente o oxigênio, disponível na superfície de aço,
inibindo assim a reação catódica. Os dados de ensaio acelerados
demonstraram que os aditivos de éster-amina orgânico reduziram
significativamente o ingresso de cloreto, retardando o início da atividade de
corrosão em concreto armado. Este aditivo é adicionado a misturas de
concreto e argamassa.

10.2.4 Injeções em trincas e fissuras

A injeção sob pressão de materiais em trincas e fissuras é utilizada para obturar e


preencher vazios, para “colar” ou solidarizar as trincas e fissuras, para
impermeabilizar ou vedar infiltrações, como os produtos descritos abaixo:

 Epóxi
As resinas epóxi são produtos com elevado poder de adesão, viscosidade e
densidade semelhante ao da água. É possível a combinação de
endurecedores mais ou menos rápidos, podemos regular o tempo de vida “pot
life” e o tempo de endurecimento.

As resinas epóxi são normalmente utilizadas para injeções de solidarização de


trincas e fissuras “mortas”, isto é, das que não se movimentam. A injeção de
resinas epóxi em trincas e fissuras vivas, pode acarretar no surgimento de
novas fissuras adjacentes, já que a estrutura está criando uma junta para a
sua movimentação. As resinas epóxi não devem ser utilizadas em fissuras que
estejam úmidas no momento de sua aplicação.

As resinas epóxi utilizadas para injeção deverão ter baixa viscosidade, tempo
de endurecimento compatível com o tempo necessário para a injeção e total
preenchimento dos vazios, cura rápida, baixa retração, resistências mecânicas
superiores ao do concreto, baixo módulo de deformação.

 Poliuretano e metacrilatos hidro-reativos


São produtos desenvolvidos para injeção em trincas e fissuras com
infiltrações. A resina reage com água, expandindo-se e obturando os pontos
de infiltrações. Este método, embora utilizado com certa frequência, não
garante a proteção das armaduras, como também não são flexíveis, podendo
voltar as infiltrações em fissuras e trincas dinâmicas.

14
Patologia das construções

 Cimento
A injeção de calda de cimento é utilizada em algumas ocasiões, em trincas de
abertura acima de 1 mm, em solos, muros de arrimo, barragens, túneis, etc.,
com a utilização de calda de cimento aditivada com plastificantes ou
superplastificantes, como também com microssílica.

Existe no mercado brasileiro aditivo em pó para cimento, com retração


compensada, que introduz a característica de tixotropia na calda de injeção,
utilizada para injeção em bainhas de protensão, ancoragens de tirantes,
injeções em rochas, etc.

10.2.5 Adesivos

Os adesivos são materiais de grande utilização como material auxiliar de reparações.


Os mais utilizados são as resinas epóxi (fluidas, em pasta ou gel) e as resinas
acrílicas, estas últimas utilizadas puras ou em calda de cimento (exemplo: 3 partes de
cimento, 1 parte de resina acrílica e 1 parte de água).

As resinas epóxi são mais utilizadas para colagens de concreto novo com concreto
velho, e outras aplicações de alta exigência de cargas, como fixação de pinos e
tirantes, colmatação de trincas antes de injeções.
Rompimento

Aço Adesivo Furo Concreto

14
Patologia das construções

Já o látex acrílico é utilizado como primer de ligação de argamassas de reparo e


outras aplicações típicas.

Deve-se observar que no mercado competitivo de produtos, há grande variação de


qualidade de produtos, alguns deles com teor de sólidos ou material ativo abaixo do
mínimo ponderável para um serviço de responsabilidade.

10.2.6 Endurecedores de superfície

Os endurecedores de superfície são aplicados para melhorar a resistência à abrasão


de pavimentos rodoviários e aeroviários, pisos industriais, como também em regiões
sujeitas a erosão por água, como vertedouros, canaletas com fluxo de água em alta
velocidade.

Os endurecedores são classificados em dois grupos:

Materiais aspergidos
São materiais compostos de cimento, aditivos especiais, agregados de quartzo
ou metálico, que são aspergidos sobre o concreto ainda fresco e incorporados à
massa do mesmo, formando uma capa superficial monolítica de elevada
dureza, resistente a impactos e à abrasão.

14
Patologia das construções

Etapas de aspersão de agregados no concreto fresco

Os agregados de quartzo são os mais utilizados em pisos industriais normais e


os agregados metálicos, mais dúcteis é mais indicado em situações de elevada
carga de tráfego, impacto e abrasão.

a) Incorporação de agregados aspergidos no concreto. b) Agregados metálicos – mais resistentes

Endurecedores químicos

São produtos líquidos à base de silicatos e fluorsilicatos aspergidos sobre o


piso de concreto, que reagem com o hidróxido de cálcio originário da hidratação
do cimento, formando compostos mais resistentes. Os endurecedores químicos
são antipó e melhoram a resistência à abrasão em concretos comuns, não
resultando em melhora significativa em concretos bem executados e curados.

14
Patologia das construções

Aplicação de endurecedores químicos

10.2.7 Proteção de superfície

O material de proteção tem a finalidade de proteger o substrato contra a penetração de


água e agentes agressivos e dar acabamento estético ao substrato.

Normalmente são utilizados os seguintes materiais:

 Hidrofugantes ou hidrorrepelentes
 Vernizes
 Pinturas

Os tipos de materiais e sua eficiência são discutidos em capítulo à parte.

14
Patologia das construções Eng. José Eduardo Granato

Resumo dos materiais de reparo e revestimentos

Materiais Componentes Requisitos de Aplicação


Limitação de Temperatura de
Base Adições Aditivos Espessura Aplicação Cura
Brita para  Redutor de água  Água 7 dias
Graute de Cimento Portland Cimento maiores  Incorporador de ar 3,5 a 10 cm 5 – 32 °C  Líquido de Cura
Portland espessuras
Cimento  Redutor de água  Água 7 dias
Concreto Comum Portland  Incorporador de ar 5 cm 5 – 32 °C  Líquido de Cura
Concreto/argamassa com Cimento Fluidificante ou  Água 7 dias
Microssílica Portland Micro-Sílica superfluidificante 3 cm 5 – 32 °C  Líquido de Cura
Cimento Redutor de água  Água 3 dias
Concreto com Látex Portland Látex de SBR 3 cm 7 – 35 °C  Líquido de Cura

Argamassa com Polímero Cimento Agente Látex Acrílico 0,3 a 7 cm Consultar o Consultar o Fabricante
Portland tixotrópico Fabricante
Agente
Argamassa com Polímero e Cimento tixotrópico Látex Acrílico 0,6 a 7 cm Consultar o Consultar o Fabricante
Fibras Portland Fibras Fabricante
Cimento de
Argamassa com Fosfato de Fosfato de 2 cm 10 – 40 °C  Líquido de
Magnésio Magnésio Cura 1 hora a 2
dias
Cimento  Água 7 dias
Concreto Modificado Portland Pozolana Fluidificante 8 cm 5 – 32 °C  Líquido de Cura

Argamassa de Epóxi Resina Epóxi 0,6 a 2 cm 10 - 32 °C 4 horas a 2 dias


Argamassa com Resina  Água 7 dias
Metilmetaclilato Acrílica 0,6 a 2 cm -6 – 50 °C  Líquido de Cura
Cimento Redutor de água
Concreto Projetado Portland Pozolana Acelerador 2 a 10 cm 5 – 32 °C  Água 7 dias

149
Patologia das construções

15
Patologia das construções

11. Procedimentos de reparos estruturais

15
Patologia das construções

15
Patologia das construções

11. Procedimentos de reparos estruturais

Os processos de solução de problemas de reparos de concreto inclui a análise do


reparo, a estratégia e o projeto/ metodologia.

A análise do problema deve ser compreendida, inclusive as causas e os efeitos da


deterioração.

Avaliação (Causa e efeitos)


Análise do reparo
Estratégias do reparo

Necessidades

Vida útil Necessidade estrutural Materiais


Urgência Efeito do reparo na estrutura Métodos
Custo Possibilidade de execução Reparo
Requisitos de desempenho Segurança Proteção
Estética Meio ambiente

Peter H. Emmons

15
Patologia das construções

Os problemas de deterioração são diversos. Cada situação exige uma compreensão


clara do que é esperado do reparo. Três requisitos de desempenho em geral são
proteção, estética e suporte à carga.

O processo de análise do reparo é para determinar a exata função do reparo e que


propriedades do material de conserto podem ser especificadas e requeridas.

Estratégias de reparos

Reparos de Superfície

Proteção / Estética Estrutural


Impermeabilidade Cargas cíclicas
Estética Impacto
Durabilidade Cargas permanentes

15
Patologia das construções

11.1. Reparos Superficiais

Os atuais métodos de reparos superficiais são muito mais complexos que no passado
por várias razões como indicado abaixo:

 O concreto atual é de maior desempenho (alta resistência, menor espessura e


peso, baixo cobrimento de armadura, adições diversas ao cimento, etc).
 A prática de projeto é mais precisa.
 O concreto é exposto a atmosferas mais agressivas.
 As estruturas são mais complexas, inclusive dos tipos protendido.
 Uma grande variedade de materiais de reparo está disponível.
 Maiores e melhores técnicas de reparos estão disponíveis.

As técnicas de reparos de superfície exigem um conhecimento prévio das


propriedades e características de desempenho dos materiais, engenharia estrutural,
ferramentas e equipamentos de preparação da superfície e de aplicação dos
materiais, normalização pertinente e métodos de avaliação de desempenho dos
materiais.

A realização de reparos duráveis e eficientes muitas vezes não é um processo


preciso. Muito pode dar errado, existem algumas redundâncias e muitas etapas
dependem do sucesso de outras.

O cuidado na adoção das melhores técnicas já é uma melhoria do processo.

O esquema abaixo detalha estes passos importantes de um reparo de superfície:

 Análise do reparo, estratégia e projeto


 Seleção dos materiais
 Preparação de superfície
 Reforço, limpeza e proteção das armaduras
 Aderência dos materiais de reparo no substrato existente
 Técnicas de execução

15
Patologia das construções

Avaliação

Análise do Reparo

Estratégia de Reparo

Método de Seleção dos Projeto de


Aplicação Materiais Reparo/Reforç
o Estrutural

Lay out Escoramento

Remoções Gerais

Delimitação da área
Liberando o aço por baixo

Limpeza e Limpeza e/ou reforço das armaduras


preparação
do concreto

Tratamento anticorrosivo

Ponte de aderência

Aplicação do
material de
reparo

15
Patologia das construções

Preparação da estrutura

A preparação da superfície são os procedimentos necessários para preparar o


concreto para a execução dos reparos.

A preparação é requerida para remover todo o substrato deteriorado, contaminado ou


danificado, para preparar a superfície para receber os materiais de reparo.

Deve-se iniciar o serviço efetuando um rigoroso exame da estrutura, visual, por


percussão, etc., para a detecção das áreas a serem reparadas.

Detecção das falhas Fonte: Peter H. Emmons

O processo de preparação é uma das fases mais críticas do trabalho. Sem preparar
adequadamente o substrato, os resultados dos reparos podem não ter o resultado
desejado.

15
Patologia das construções

Preparação do concreto e armadura


Sistema de reparo
Região deteriorada

Remoção da área

total da armadura
contaminada Liberação
Contaminaçã
o
Delaminação

Corros
Destacame

ão

Delimitação da

Material de reparo
Proteção da
Limpeza da

Ponte de
Peter H. Emmons

Deve-se efetuar a marcação e delimitação das áreas a serem reparadas. É


importante delimitar as áreas de reparos em um desenho geométrico retangular ou
quadrado, evitando delimitar as áreas em formas geométricas que dificultem a
execução, como também deve ser levado em consideração à estética do acabamento
da área reparada.

”Lay out” de área a ser reparada

15
Patologia das construções

Após a delimitação da área de reparo, deve-se efetuar um corte ortogonal na


região delimitada, retirando todo o concreto em torno da armadura.

Superfície após o concreto ser removido

Parte superior da armadura corroída

Remover todo o concreto ao redor da armadura, para a exposição da armadura corroída

Perímetro do reparo com corte em ângulo +/- 90°

Corte de no mínimo 2 cm abaixo da armadura


Peter H. Emmons

15
Patologia das construções

Deve-se efetuar a limpeza rigorosa das armaduras, para a retirada de todo o traço de
oxidação.

Agulhadeira

Jato de areia
Efetuar o tratamento anticorrosivo das armaduras, formando uma película uniforme
de espessura recomendada em toda a armadura.

Tratamento anticorrosivo

Efetuar a preparação da área para receber a argamassa de reparo. Dependendo da


ponte de aderência a ser aplicada entre o substrato e a argamassa de reparo,
podemos ter procedimentos diversos. Por exemplo, caso seja utilizado como ponte de
aderência resina epóxi, o substrato deve estar seco. Caso seja aplicado como ponte
de aderência látex acrílico, aplicado puro ou em mistura com cimento (3 partes de
cimento
– 1 parte de água – 1 parte de resina acrílica), o substrato deve ser primeiramente
hidratado com água. A hidratação prévia deve ser saturando-se o substrato, com
superfície não encharcada. Entende-se como superfície não encharcada quando não
temos filme de água (brilhante) na superfície, pois esta película de água é um filme
antiaderente.

16
Patologia das construções

Aplicação do material de reparo

Após todos os procedimentos de reparos esteja executada, a argamassa de reparo é


então aplicada, firmemente comprimida, para ocupar todos os espaços vazios,
inclusive na parte posterior da armadura.

Os reparos localizados em pequenas regiões, a aplicação do material de reparo é


normalmente executado manualmente.

16
Patologia das construções

Para reparos em grandes regiões, normalmente a aplicação da argamassa reparo é


executada com equipamento de projeção, preferencialmente por via úmida.

Argamassa polimérica projetada

Após a aplicação da argamassa de reparo, deve-se efetuar a cura do reparo com


aspersão de água por 7 dias, ou cura química.

16
Patologia das construções

Resumo das etapas de preparação

1. Localizar a área a ser reparada, por teste de


percussão, exame visual ou outros métodos.

Verificar se é necessária a instalação de


suportes provisórios.

2. Remover com equipamentos adequados todo


o concreto deteriorado. Quando a remoção
atingir o ponto da armadura, a mesma deve
ser totalmente exposta para o sucesso do
reparo.

3. Delimitar a área de reparos de acordo com a


metodologia de reparo a ser adotada. A
aplicação de concreto projetado pode
requerer a modificação da geometria da área
delimitada.

4. Efetuar uma rigorosa limpeza da área a ser


reparada. A limpeza é muito importante para
possibilitar a ancoragem adequada do
material de reparo.

5. Caso a seção da armadura esteja seriamente


comprometida, com perda de mais de 15% da
seção, a colocação de armadura adicional
pode ser necessária.

6. Dependendo da metodologia de reparo, a


aplicação de pintura protetora da armadura e
ponte de aderência podem ser adotada.

Fonte: Concrete Repair and Maintenance Illustrated – Peter H. Emmons

16
Patologia das construções

11.2. Reparos Médios e Profundos

Na execução de reparos de profundidades média ou profunda, devem ser entendidos


como um reparo que vai suportar parte da carga da estrutura. Assim sendo, os
cuidados de execução criteriosa devem ser observados.

Fatos que devem ser levados em consideração:

 Utilizar materiais com o módulo de


elasticidade semelhante ao da
estrutura, e de materiais que não
sofram deformações que impeçam que
os mesmos suportem parte das cargas
que lhe são atribuídas.

 Utilizar materiais com coeficiente de


expansão térmica semelhante ao da
estrutura, de forma a não tensões na
linha de aderência.

Garantir a boa aderência do material de


reparo à estrutura, de forma a que se
comportem como uma peça única.

É esperada uma certa retração do material


de reparo. Isto pode fazer com que o
reparo não contribua para suportar as
cargas impostas. Devem-se adotar
todos os procedimentos possíveis para
minimizar a retração do reparo, tal como
traço do material de reparo, retração
compensada, cura, etc.

16
Patologia das construções

Métodos de reparos médios e profundos

Existem vários métodos de reparação de profundidade média e profunda, devendo


ser estudado a forma mais apropriada para cada caso em questão. A diferença
básica entre os reparos médio e profundo difere-se basicamente no tamanho dos
agregados do material. Como exemplo, para a utilização de um graute em reparos
profundos, adiciona-se brita (cerca de 30% em volume), de forma a economizar
material e minimizar a retração.

A preparação do substrato para receber o material de reparo são praticamente


semelhante do adotado para reparos superficiais, assim como a cura do material de
reparo.

Reparo com concreto Reparo com graute (com ou sem brita)

Concreto projetado
Reparo com graute injetado em espaço já
preenchido com brita lavada

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Patologia das construções

Reparo com concreto ou graute bombeável Reparo em laje com graute c/ brita ou concreto

11.3 Tratamento de fissuras e trincas

A injeção das fissuras e trincas tem como objetivos principais evitar a penetração de
agentes agressivos, como também para, no caso de fissuras “mortas” solidarizar a
estrutura e proporcionar a boa distribuição de cargas atuantes.

Para o tratamento de fissuras, adotam-se os seguintes métodos:

a) Injeção em fissuras (acima de 0,20 mm) e trincas “mortas”

Abertura de um sulco em forma de “V” ao longo da fissura/trinca, com largura de


15 mm de cada lado do eixo da fissura/trinca e profundidade de
aproximadamente
10 mm. Executar a selagem do sulco com argamassa epóxi ou argamassa
polimérica.

Em intervalos adequados, cerca de 20 a 50 cm (dependendo da abertura e da


profundidade da fissura ou trinca), colocar os bicos ou niples de injeção. Havendo
bifurcações das fissuras/trincas, colocar sempre um bico/niple nesta bifurcação.
Nos casos de fissuras e trincas passantes, é conveniente instalar bicos/niples em
ambos os lados, quando possível.

Efetuar o teste de intercomunicação entre os bicos/niples com ar comprimido


filtrado. No caso de haver umidade nas fissuras/trincas, é conveniente manter a
passagem de ar comprimido para a secagem da umidade, exceção feita para o
caso de injeção de resinas hidrorreativas de poliuretano ou metacrilatos.

Iniciar a injeção da resina epóxi, iniciando no ponto mais baixo para o mais alto. A
pressão de injeção varia entre 0,5 Mpa a 2,0 Mpa, dependendo da abertura da
fissura (maior pressão para as fissuras de menor abertura) e da viscosidade da
resina. Na medida que a resina extravasar pelo bico/niple superior ao que se está
injetando, proceder à vedação do primeiro bico e passar para o bico seguinte e
assim sucessivamente. Deve-se procurar injetar a resina de forma ininterrupta e o
mais lentamente possível, para que a mesma preencha todos os vazios.

16
Patologia das construções

Após a cura da resina, retirar os bicos injetores e dar acabamento à superfície.

Vista superior: Injeção com bicos inseridos transversalmente à fissura

b) Injeção em fissuras mortas inferiores a 0,20 mm

Fissuras de dimensões abaixo de 0,20 mm (micro fissuras), podem-se adotar a


colmatação com o pincelamento de solução de metassilicato ou fluorsilicato de
sódio, potássio, cálcio, diluídas em água quente, iniciando-se as primeiras
demãos com uma dissolução em água de 15% a 20%, passando-se a seguir a
uma dissolução de 30%, até a colmatação da fissura.

c) Calafetação em fissuras e trincas vivas com selantes


Para o caso de fissuras e trincas que se movimentam, não é recomendada a
solidarização da estrutura com injeção de resinas, já que as tensões internas
acabarão por fazer surgir novas fissuras ou trincas, para o alívio das tensões
restringidas.

Nestes casos, de forma a evitar a penetração de agentes agressivos, procede-se


a calafetação das fissuras e trincas com selantes elásticos, que acompanham a
movimentação das mesmas, mantendo-as estanques à penetração de agentes
agressivos.

16
Patologia das construções

11.4 Concretagem e grauteamento submerso

A técnica de concretagem e grauteamento submerso consiste no uso de aditivos


especiais que mantém o concreto coeso, argamassa, graute ou calda de cimento, sem
lavagem ou segregação dos seus componentes finos, mesmo em água corrente, doce
ou salgada.

A técnica é adotada para concretagem, grauteamento ou injeção de cimento


subaquático, para recobrimento de pilares, barragens, preenchimento de vazios, etc.

Fonte: Concrete Repair and Maintenance Illustrated – Peter H. Emmons

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Patologia das construções

Com reparos em áreas envolvidas por fôrma, utiliza-se um concreto, calda de cimento
ou graute com elevado abatimento (slump 18 ou mais) , para facilitar os serviços,
dispensando a utilização de vibradores.

O material de reparo é bombeado dentro de uma forma estanque, de baixo para cima.
Como o concreto tem sua massa específica superior ao da água, o preenchimento da
área com concreto provoca a expulsão da água através de purgadores.

Para reparos manuais, utiliza-se uma argamassa de reparo tixotrópica, aditivada com
o aditivo coesivo e antisegregante.

Abaixo podemos verificar uma técnica adotada para a concretagem submersa.

Bico de injeção

Equipamento abrasivo rotativo para a limpeza e preparação do substrato


Fôrmas especiais para o encapsulamento do pilar

16
Patologia das construções

Equipamento de injeção
Montagem das fôrmas

Consistência do graute a ser injetado Injeção do graute pelos bicos de injeção

Serviço executado Ensaio de aderência do reparo

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Patologia das construções

12. Reforços estruturais

17
Patologia das construções

17
Patologia das construções

12. Reforços estruturais

12.1 Introdução

Quando uma estrutura ou parte da mesma exibe força inadequada (comportamento


ou estabilidade), pode ser possível modificar a estrutura usando várias técnicas de
estabilização e reforço.

O âmbito desta apostila fornece discussão conceitual com intenção de promover o


desenvolvimento de idéias para soluções possíveis, mas não adota procedimentos
relativos a estudos de cálculo e técnicas mais aprofundadas.

As diferenças entre "estabilização" e "reforço" estão um pouco tênues e, em alguns


casos, são usados sinonimicamente.

A estabilização é o processo de deter uma situação não desejada de progredir. A


determinação de que uma da estrutura pode ser estabilizada é buscar deter
movimento adicional.

O reforço é o processo de somar capacidade de resistência para uma estrutura ou


parte dela. Por exemplo o reforço de um pilar existente somará resistência à
compressão, aumentando sua capacidade.

Em alguns casos, o processo envolve uma combinação de deter uma situação não
desejada e, ao mesmo tempo, reforçar sua capacidade de carga.

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Patologia das construções

Avaliação

Análise do reforço

Tração Torção Flexão Compressão Estabilidade

Reforçar Estabilizar

Estratégia

Carga Car
passiva ga

Alargamen Compósit Alívio de Grauteamen


to & os (fibra Protensão carga to interno
recobriment de ou externo

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Patologia das construções

12.2 Técnicas de reforço

Na escolha da técnica de reforço devemos levar em consideração as particularidades


de cada método, dentre os quais salientamos:

Alargamento:
Alargamento da estrutura
com adição de uma nova
camada de concreto e
armadura solidarizada ou
não à estrutura existente é
um método adotado em
pilares, vigas, lajes,
paredes.

Pilar Vista Superior

Pilar – Vista Superior Pilar – Vista Superior


Viga - Corte

Viga - Corte Viga - Corte


Fonte: Concrete Repair and Maintenance Illustrated – Peter H. Emmons

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Patologia das construções

Compósito: Utilização de material diferente do


existente na estrutura, como chapas metálicas,
compósitos de fibra de carbono.
Fonte: MBT Masterbuilders Technologies

Pós-tensionado: Técnica de
introduzir um elemento que, após
tensionado, absorve parte das
cargas atuando sobre a estrutura.
Este elemento, pode ser introduzido
no interior da estrutura existente ou
utilizado externamente. É um
método utilizado para aliviar tensões
de flechas, torção, flexão, etc.
Fonte: Concrete Repair and Maintenance
Illustrated – Peter H. Emmons

Alívio de tensões: Método que reduz as tensões na estrutura ou em parte da mesma. Um dos métodos mais utiliza
Fonte: Concrete Repair and Maintenance Illustrated – Peter H. Emmons

Reforço passivo: Técnica em que o reforço não participa dos esforços até que as cargas adicionais (passivas ou a

Não existe esforço na chapa metaliza, até que cargas novas sejam introduzidas.

17
Patologia das construções

Reforço ativo: Técnica que


permite que o reforço
imediatamente atue no suporte
das cargas (ativas ou passivas).

O tensionamento do tirante permite imediatamente o


suporte de cargas.

Transferência de
carga: Técnica de
transferir a carga para
outra parte da
estrutura.

Ex.: piso industrial

Vista superior – barras de transição


Corte: colocação de barras de transição

17
Patologia das construções

12.2 Técnicas de reforço com fibra de carbono

A fibra de carbono é uma técnica moderna de reforço de estruturas, tendo uma série
de vantagens em relação aos sistemas convencionais.

A fibra de carbono foi inicialmente utilizada na indústria aeronáutica, passando depois


para a área esportiva (Fórmula 1, esquis, raquete de tênis, etc.) e já é utilizado há
mais de 10 anos na construção civil. Inicialmente estudado em universidades, sua
utilização ganhou grande desenvolvimento a partir do terremoto ocorrido na cidade de
Kobo – Japão.

A fibra de carbono é um subproduto de materiais à base de poliacrilonitril, oxidado a


partir de 15000C. O material, em forma de fibras, tem seus átomos perfeitamente
alinhados. Este alinhamento é que dá a elevada resistência à tração do material.

Fibra de carbono e resina polimérica Ampliação em microscópio eletrônico


Fonte: MBT Master Builders Technologies

A fibra de carbono possui em torno de 7,5 mais resistência que o aço CA 50.

Peso 300 g/m2

Espessura 0,165 mm

Resistência à tração 35.500 kgf/cm2

Módulo de elasticidade 2.350.000 kgf/cm2

Densidade 1,82 g/cm3

Alongamento máximo 1,5 %

17
Patologia das construções

O campo de aplicação das fibras de carbono é:

420 toneladas

Mudança das normas técnicas


Mudança de uso da estrutura ou cargas

Erro de projeto ou construção Cortes de estruturas para instalações

Incendios Abalos sísmicos

17
Patologia das construções

Tipos de fibra de carbono:

Lâminas
Mantas

Barras Protendido

Fibra de Carbono
versus
Reforços Convencionais
Viga simplesmente apoiada; 35% de acréscimo de carga acidental

Chapa de aço
Alargamento peça Fibra de Carbono
colada
 2 ferros 1”, 10 cm.  1 camada
 chapa de 3/16”
concreto  2,7 kg peso morto
 112 kg. peso morto
 1130 kg. peso morto  Aplicação manual
 Colocado
 Aço, formas, concreto
c/guincho
e cura

18
Patologia das construções

Técnica de aplicação

Inicialmente recuperar as falhas e outros problemas de patologia

r = 1 cm.

Arrendondar os cantos vivos

Efetuar uma limpeza rigorosa e abrir a porosidade do substrato de concreto

Aplicar o primer de resina epóxi especial Aplicar a massa epóxi de regularização

18
Patologia das construções

Aplicar a manta também pré saturada com resina saturante


Aplicar a resina epóxi de saturação

Aplicar sobre a manta mais uma camada de resina saturante


Fazer teste de aderência por percussão e arrancamento

Aplicação de lâmina em laje

Fonte: S&P Clever Reinforcement Company

Aplicação de manta em pilar


18
Patologia das construções

13. Desenvolvimentos recentes no Projeto de


Estruturas de Concreto Armado para
Longo Serviço, Visto de uma Perspectiva
de Corrosão

13. Desenvolvimentos recentes no Projeto de Estruturas de


Concreto Armado para Longo Serviço, Visto de uma
Perspectiva de Corrosão

Dr. Charles K. Nmai, P.E., FACI


(MBT Master Builders Technologies, Cleveland, OH, E.U.A.)

18
Patologia das construções

18
Patologia das construções

13.1 Abstrato

Reconhecida como uma causa principal de deterioração, a corrosão de aço em


concreto continua a ser um assunto focal mundial para engenheiros que projetam
estruturas de concreto armado que será exposto por cloretos. Enfrentada com uma
variedade larga de alternativas desde fabricantes de aditivos químicos e materiais
cimentícios, e fabricantes de outros materiais de construção como aço inoxidável, aço
e fibra galvanizados, como também compósitos de fibras de carbono (FRP),
engenheiros projetistas buscam fazer comparações razoáveis na eficiência e de custo
dos vários sistemas. Este processo requer modelos das fases de iniciação e
propagação de corrosão de aço, conhecimento de alternativas de reparos e custos,
como de uma análise econômica para determinar a melhor alternativa para a
desejada durabilidade.

Alguns modelos estão disponíveis; contudo, as suposições usadas em seu


desenvolvimento e a introdução de parâmetros variam freqüentemente, complicando
a decisão para engenheiros de projeto. Para solucionar estas diferenças, uma união
de associações de fabricantes e indústria nos Estados Unidos patrocinou o
desenvolvimento de uma indústria-aceita predição da vida de serviço e modelo de
análise de custo de ciclo da vida.

Neste papel, as tecnologias existentes para proteção de corrosão de estruturas de


concreto armado são apresentados. Também é apresentado uma avaliação dos
sistemas recentemente desenvolvidos pelas indústrias patrocinadoras no modelo de
predição da vida de serviço, que incorpora algumas das várias tecnologias e permite
projetistas e proprietários para fazer decisões racionais com respeito a sistemas de
proteção de corrosão para estruturas de concreto armado. O modelo é baseado em
uma solução de diferença finita da segunda lei de Fick de Difusão e foi desenvolvida
na Universidade de Toronto, com consolidação de estudos de um consórcio sob
coordenação da SDC do ACI.

Os membros do consórcio são Master Builders Technologies - MBT, Grace, a


Associação de Cimento de Portland e a Associação de Microssílica.

13.2 Resumo

Este trabalho descreve de forma breve várias opções para a proteção do concreto
armado e da sua durabilidade frente aos agentes agressivos. As opções de proteção
incluem o uso de aditivos inibidores de corrosão, microssílica, cinza volantes, para
produzir sistemas que proporcionam resistência do concreto armado a agentes
agressivos. O uso de revestimento de epóxi sobre o aço, aço galvanizado, aço
inoxidável e compósitos de reforço FRP são considerados; e finalmente, o uso de
seladores e membranas penetrantes como barreiras de superfície.

O trabalho apresenta também uma avaliação de um software recentemente


desenvolvido, denominado Modelo de predição da vida de serviço, Vida-365, que
incorpora a maioria dos sistemas de proteção contra a corrosão atualmente existente
e permite aos projetistas a fazer decisões racionais relativos a sistemas de proteção
de corrosão para estruturas de concreto armado, baseada em uma análise de custo
de ciclo da vida. O modelo é baseado em uma solução de diferença finita para
segunda lei do Fick de difusão e foi desenvolvido na Universidade de Toronto com
recursos financeiros de um consórcio sob supervisão da SDC do ACI. Os
financiadores deste

18
Patologia das construções

desenvolvimento foram a MBT- Master Builders Technologies, Grace, a Associação


de Cimento de Portland e a Associação de Microssílica.

13.3 Introdução

De acordo com a Administração de Estrada Federal, 1 42 por cento dos estimadas


575.600 pontes nos E.U.A. são estruturalmente deficientes ou funcionalmente
obsoletas. Em outras palavras, estas pontes são inseguras. Além de pontes, existem
várias estruturas de garagem de estacionamento que sofrem reparações extensas
todo ano para restabelecer sua integridade estrutural.

A deterioração destas estruturas de concreto armado é principalmente devido à


corrosão do aço por íons de cloreto. Este tipo de dano não é limitado só para
tabuleiros de ponte e estruturas de garagem de estacionamento. Praticamente toda
estrutura de concreto armado sob ação de cloretos, como cais e outras estruturas
marinhas, podem ser danificadas, a não ser que precauções especiais são adotadas
no projeto e construção. Em partes do mundo que sofrem nevadas, uma fonte
principal de cloretos são os sais usados nos meses do inverno para dissolver ou
prevenir a formação de neve e gelo nos tabuleiros de pontes e estradas. A corrosão
das estruturas de concreto armado em orla marítima ao longo dos milhares de
quilômetros de litorais que existem no mundo é, contudo, devido a cloretos e névoa
salina. Embora corrosão de estruturas de concreto armado devido ao carbonatação
de concreto é também um assunto em muitas partes do mundo, o enfoque principal
deste trabalho é sobre cloretos induzido à corrosão.

Existem várias alternativas disponíveis hoje para combater a ação de cloreto que
induz a corrosão das armaduras do concreto. Estas opções incluem procedimentos
regidos por normas técnicas atuais; o uso de aditivos químicos e adições de materiais
no cimento como microssílica, cinzas volantes e escória de alto forno, seladores e
membranas, que diretamente ou indiretamente reduzem a permeabilidade do
concreto, aumentando assim o tempo considerado na penetração dos íons de cloreto
para atingir o nível da armadura de aço; os sistemas que oferecem proteção na
superfície do aço como revestimento de epóxi da armadura, aço galvanizado, aditivos
inibidores de corrosão, e proteção catódica; e mais recentemente, o uso de
armaduras como aço inoxidável e fibra compósitos de fibras de carbono e outras
(FRP). Estas alternativas podem ser classificadas, naqueles que envolvem o
tratamento do concreto e aqueles que envolvem tratamento ou uma substituição do
aço.

Enfrentado com uma grande variedade de alternativas desde fabricantes de aditivos


para concretos, aditivos químicos e materiais cimentícios, e fabricantes de outros
materiais de construção como aço inoxidável, aço galvanizado e FRP, engenheiros
projetistas são obrigados a fazer comparações razoáveis na eficiência e custo dos
vários sistemas. Estão processo requer modelando das fases de iniciação e
propagação de corrosão de aço, conhecimento de opções de reparos e custos
envolvidos, e uma análise econômica para determinar a melhor opção para a
desejada durabilidade.

Alguns modelos estão disponíveis na literatura; 2-5 porém, as suposições usadas em


seu desenvolvimento e a introdução de parâmetros variam freqüentemente,
complicando a decisão na fase de projeto. Para solucionar estas diferenças, uma
união de associações de fabricantes e indústrias nos Estados Unidos patrocinou o
desenvolvimento de um modelo de predição da vida de serviço.

18
Patologia das construções

Novas tecnologias para proteção contra a corrosão de estruturas de concreto armado


estão sendo estudadas e brevemente apresentadas e debatido. Uma avaliação de um
modelo de predição da vida de serviço que incorpora a maioria das tecnologias
atualmente utilizadas permite a projetistas e proprietários fazer decisões racionais
com respeito a sistemas de proteção de corrosão para estruturas de concreto
armado.

13.4 Alternativas para a proteção contra a corrosão das armaduras

Atualmente, existem alguns aditivos químicos e adições ao cimento e ao concreto que


melhoram sua resistência à corrosão no estado endurecido. As adições ao cimento
incluem a microssílica, cinzas volantes e escória de alto forno. Látex de estireno-
butadieno, inibidores de corrosão como aditivos à base de nitrito de cálcio e ester-
aminas são atualmente comercialmente disponíveis, além de aditivos redutores de
água que facilitam a redução do fator água/cimento (w/c) requeridas para concretos
resistentes à penetração de agentes agressivos. Com a exceção do nitrito de cálcio, o
mecanismo pelas quais a maioria destes aditivos químicos e adições ao cimento
atuam é na redução da permeabilidade do concreto para o ingresso do íon de cloreto.
Isto implica no tempo considerado para que quantidades suficientes de íons de
cloreto penetrem junto à armadura para o início da corrosão, que está
significativamente estendido com estes ingredientes utilizados nos concretos.

Microssílica:

O conceito de reduzir a permeabilidade do concreto como um meio de controlar a


corrosão do aço levou para um aumento no uso de microssílica no concreto de
pontes, coberturas, garagens e estruturas perto da praia. Um subproduto dos fornos
de alumínio e ferro silício, a microssílica são partículas são extremamente finas,
aproximadamente de um milésimo do tamanho de uma partícula de cimento. A
composição de sílica fumaça classifica-o como uma pozolana, o qual é um material
que reage com o hidróxido de cálcio, um subproduto da hidratação do cimento
Portland, formando um gel de silicato de cálcio hidratado(C-S-H). A quantidade
aumentada de C-S-H densifica o concreto e reduz significativamente sua
permeabilidade e o ingresso de íons de cloreto. A microssílica é tipicamente usada
em uma taxa de 8% no peso de cimento. A pesquisa estudou testes acelerados de
corrosão mostrou que a microssílica para ser muito efetiva em retardar o início de
corrosão em estruturas de concreto armado. 6-9 Em cada caso, a proteção de
corrosão proporcionada pela microssílica tinha sido atribuída na característica de
reduzir significativamente o ingresso de íon de cloreto e, até certo ponto, o aumento
da resistividade elétrica.6-9

Estas propriedades da adição de microssílica no concreto foram avaliadas em testes


de permeabilidade em laboratório10. Em um estudo reportado por Berke7, uma
adição de 7.5% de microssílica no peso de cimento estimou que os valores de
coulomb era mais ou menos dez vezes mais baixos e a resistividade estimada era
mais ou menos sete vezes mais altos que aqueles para concreto novo na idade de 28
dias. Em outro estudo,8 foi mostrado que a inibição de corrosão significativa é obtida
para concreto com microssílica com permeabilidade a cloretos com valores de 1000
coulombs ou menos. Atualmente, é comum a ver especificações para estruturas de
estacionamento nos Estados Unidos que exigem concretos com um máximo valor de
RCP de 1000 coulombs.

Cinzas Volantes e Escória de Alto Forno.:

18
Patologia das construções

As cinzas volantes (Fly ash) é o resíduo resultante da combustão do carvão. Está


disponível em termoelétricas que utilizam aquecimento por carvão. As cinzas volantes
utilizadas no cimento como pozolana, são partículas menores que 45 micrômetros
(Peneira Nr. 325). Escória de alto forno é um resíduo da fabricação do aço. A escória
é rapidamente extinta na água para produzir grânulos vítreos bastante finos.

Como no caso da microssílica, as cinzas volantes e escória de alto forno de ação


pozolânica densificam a matriz de concreto reduzindo assim a permeabilidade contra
a penetração de cloreto. 8,11 Testes acelerados de corrosão com corpos de prova de
concreto armado em solução de 3% de solução do cloreto de sódio mostraram que
cinzas volantes melhoram a resistência à corrosão ao longo prazo do concreto
armado.8 Os testes demonstraram contudo, que as cinzas volantes são menos
eficazes em reduzir o ingresso de cloreto que a microssílica. Uma adição de 25% por
cento de cinzas volantes no peso de cimento demonstrou o valor de coulomb (RCP)
estimado era mais ou menos duas vezes mais baixos e a resistividade estimada do
concreto era mais ou menos duas vezes mais altos que aqueles para concreto na
idade de 180 dias .8 Em testes reportados por Rosa,11 mostraram que a escória de
alto forno melhorou a resistência de corrosão do concreto armado em níveis de
substituição de cimento de 40, 50 e 65% em peso. Os valores de coulomb de RCP
para os concretos com escória de alto forno eram mais ou menos duas a quatro
vezes mais baixos que o valor para concreto na idade de 90 dias.

Látex de Estireno-Butadieno:

Nos anos de 1970 iniciou a adição de látex de estireno-butadieno em concreto para


proteção contra a corrosão das armaduras. 12 Concreto modificado com látex (LMC),
como este sistema é chamado, é principalmente utilizado em tabuleiros de pontes e
coberturas de garagem, em espessuras de 30 até 50 mm. LMC é tipicamente
utilizado em concreto pré-moldado e é eficaz em minimizar corrosão de aço porque o
látex reduz o ingresso de íons de cloreto no concreto. O látex de estireno-butadieno é
tipicamente usado em uma dosagem de 120 l/m 3 de concreto.12

Por definição, um látex é uma dispersão de polímeros orgânicos em partículas na


água.13 Os concretos modificados com látex está tipicamente regida por cimento
hidratado envolvido por um filme de látex. Um modelo de três passos simplificados é
utilizado para descrever o princípio de modificação de látex. 14 O primeiro passo
envolve dispersão uniforme do polímero na fração da pasta de concreto fresco. Como
o cimento hidrata, as partículas de polímero estão parcialmente depositadas nas
superfícies do gel de cimento e das partículas de cimento hidratado. O segundo
passo envolve a floculação do polímero com a água capilar, conservando a água de
hidratação do cimento. Este resulta em uma contínua camada de partículas de
polímero na superfície do gel de cimento e do cimento hidratado. Finalmente, com
redução adicional na água capilar, o encapsulamento das partículas do cimento
hidratado fundem em filmes contínuos. Este leva à formação de uma cadeia
monolítica entre o polímero e o cimento hidratado. O efeito global é uma redução
significativa na permeabilidade da matriz de concreto para o ingresso de cloreto, e em
última instância, num aumento da proteção da corrosão da armadura do concreto.

O desempenho de corrosão do LMC foi investigado pela Administração de Estrada


Federal (FHWA) no início de 1970s. 15 Naquela investigação, 1.22 m por 1.52 m por
0.152 m lajes de concreto armado foram submetidas a 830 aplicações de sal com 3%

18
Patologia das construções

de solução de cloreto de sódio. O LMC teve um conteúdo de cimento de 377 kg/m 3,


uma relação de água/cimento de 0.40 e a adição de 117 l/m 3 de, e foi usado como
uma capa de espessura de 75 mm. O potencial elétrico do aço, no conteúdo de íon
de cloreto no concreto, avaliação visual e de delaminação foram adotadas para
avaliar o nível de atividade de corrosão nas lajes.

Depois de 830 aplicações de sal, não existia nenhuma evidência de atividade de


corrosão ou a medida de potencial elétrico ou delaminação visual. Os dados de
análises de cloreto indicaram no comparativo de lajes sem tratamento e com a
mesma relação de cimento e fator água/cimento, o íon de cloreto do LMC foi
significativamente reduzido. Deste modo, concluiu-se que o LMC é um sistema de
proteção de corrosão efetiva. 15

Inibidores de corrosão à base de nitrito de cálcio:

O início de corrosão do aço do concreto podem ser também adiadas através do uso
de aditivos inibidores de corrosão. Estes aditivos podem ser classificadas como
inorgânicos ou orgânicas baseadas em sua química. Atualmente, pelo menos um
produto de cada classificação está comercialmente disponível. O nitrito de cálcio
oferece proteção porque os íons de nitrito competem com íons de cloreto pelos íons
férreos produzidos pelo aço. Este mecanismo de inibição de corrosão é distinto dos
inibidores anteriormente discutidos que envolvem uma redução do ingresso de íons
de cloreto. A reação entre o ferro e os íons de nitrito tem sido reportado como
segue:16

2Fe++ + 2OH- + 2NO-2 2NO + Fe2O3 + H2O (Equação 1)

É geralmente aceito que os íons de cloreto reagem com íons férreos para formar uma
solução complexa com íons hidroxílicos liberados para a formação de Fe(OH) 2. Os
íons de cloreto são então liberado para reação adicional com íons férreos.

18
Patologia das construções

Uma reação típica entre o ferro e íons de cloreto é dado como abaixo: 17

Fe++ + 6Cl- FeCl6-4

(Equação. 2)
FeCl6 + 2OH- Fe(OH)2 + 6Cl-
-4

As quantias relativas de íons de cloreto e nitrito determinam qual das duas reações
químicas acima citadas acontece. Se a quantia de íons de nitrito é maior que os íons
de cloreto, os íons de nitritos combinam com os íons férreos conforme a primeira
reação para formar uma camada que protege o reforço de aço. Porém, se íons de
cloreto estão presentes em quantias maiores que os íons de nitritos, a segunda
reação acontece, resultando em corrosão da armadura de aço. 16 A efetividade do
nitrito de cálcio é então dependente na habilidade de um engenheiro de projeto para
predizer a quantia de íons de cloreto que uma estrutura de concreto armado será
exposto durante sua vida de serviço, e a seleção de uma dosagem apropriada de
aditivos inibidores. A dosagem recomendada para o nitrito de cálcio é de 10 a 30
litros/m3 de concreto, dependendo do grau de proteção exigida.18

Inibidor de Corrosão de Éster-Amina Orgânica em base aquosa:

Uma corrosão orgânica baseada em aditivos inibidores de corrosão em base aquosa


consiste em aminas e ésteres tem sido também utilizado extensivamente para
aplicações de concreto armado. 19,20 Estes inibidores orgânicos a base de éster-
amina oferece na proteção ao aço de duas formas: 19,20 primeiro, diminuindo a
velocidade da taxa de ingresso de cloretos que penetram no concreto, ou como é
comumente conhecido na indústria de concreto, pela "blindagem de cloreto"; e
segundo, através da formação de um filme ou camada protetora na superfície de aço
que previne o cloreto de entrar em contato com o aço. O mecanismo duplo é o único
com estas funções, pois além de diminuir a velocidade do ingresso de íons de cloreto,
a presença do filme protetor aumenta o limite de teor de cloreto no concreto daquele
do concreto sem tratar, como também restringe a umidade, e potencialmente o
oxigênio, disponível na superfície de aço, inibindo assim a reação catódica. A
dosagem recomendada deste aditivo é de 5 litros/m 3 de concreto.19,20

Os dados de ensaio acelerado demonstraram que os aditivos de éster-amina


orgânico reduziram significativamente o ingresso de cloreto, retardando o início da
atividade de corrosão em concreto armado.19,20

19
Patologia das construções

Outras opções para a proteção das armaduras

Além das opções de proteção contra as corrosões discutidas acima, várias outras
opções podem ser avaliadas. Estas incluem uma capa de resina epóxi cobrindo o
aço, aço galvanizado, aço inoxidável, e reforços de compósitos, como fibra de
carbono, aramida, etc. denominado FRP.

Atualmente, o mais utilizado dentre eles é o revestimento da armadura com resina


epóxi, que é fabricado aplicando uma fusão de uma camada de epóxi sobre as barras
de aço. Facilmente reconhecida por sua cor verde amarelada brilhante habitual, a
camada age principalmente como uma barreira na superfície do aço, minimizando ou
prevenindo o contato do cloreto, água e outros agentes com a armadura. Entretanto
existiu debate considerável na efetividade da capa de resina epóxi, devido a danos
que podem ser causados ao revestimento durante a montagem das armaduras.

O aço galvanizado é produzido com a imersão do aço em uma camada de zinco. A


proteção da camada de zinco do aço age como uma barreira de sacrifício na reação
galvânica, agindo o zinco como ânodo de sacrifício e o aço como cátodo.

O aço inoxidável tem resistência excelente contra cloreto porque ele determina um
limite alto de cloreto para a iniciação de corrosão. Porém, devido ao seu custo
relativamente alto, o uso de aço inoxidável como reforço de estruturas de concreto
armado tem sido limitado a experimentos de laboratoriais.

Além de possuir alta resistência e alto módulo elástico e sendo leve, composições de
FRP geraram interesse na indústria de construção principalmente por causa de sua
propriedade não condutiva e não corrosiva. As composições de FRP consistem
tipicamente em aramida, fibras de carbono ou vidro, imersas em uma matriz de resina
epóxi. O uso de reforço de FRP em estruturas de concreto armado está ganhando
aceitação, notadamente para reforços estruturais.

Camadas protetoras aplicadas sobre a superfície do concreto

As camadas protetoras como seladores penetrantes e membranas


impermeabilizantes podem ser aplicadas sobre o concreto como a primeira barreira
para o ingresso de umidade, cloretos, e outros agentes corrosivos. Os seladores
penetrantes são tipicamente silanos ou siloxanos e as membranas
impermeabilizantes consistem em materiais poliméricos como epóxi, poliuretano, etc.
A eficiência dos seladores penetrantes depende do conteúdo de sólidos,
profundidade de penetração, e da propriedade hidrofóbica intrínseca. Além de
resistência aos fatores ambientais como radiação ultravioleta, a eficiência das
membranas são afetadas por, entre outras coisas, na aderência e na espessura da
membrana.

19
Patologia das construções

13.4 Modelo de análise de custo de ciclo de vida (LCCA)

As várias estratégias discutidas brevemente acima tem níveis diferentes de eficiência


e de custo. Por exemplo, o custo da capa de epóxi sobre o aço incluirá o custo
adicional de reparar defeitos e ferimentos na camada. A seleção da estratégia ótima
para uma aplicação exige uma análise de custo de ciclo da vida (LCCA) do
custo/benefício associado com o uso das várias opções consideradas.

Para a maioria das opções, segundo a Lei do Fick de difusão podem ser usadas para
fornecer estimativas razoáveis do tempo para o ingresso do cloreto e a indução da
iniciação de corrosão em concretos livres de fissuras. A lei de Fick é prontamente
aceita pelos patologistas para a maioria dos concretos, e introduz nos vários modelos
de predição disponíveis nos Estados Unidos, e realmente em torno do mundo, varie
consideravelmente. Consequentemente, pode haver discrepâncias significativas entre
as soluções obtidas com os vários modelos. Em resposta para alguma preocupação
dentro da comunidade de projetistas de engenharia, o Conselho de Desenvolvimento
Estratégico (SDC) do ACI Internacional (ACI) em maio de 1998 identificou a
necessidade para desenvolver um “modelo padrão” e recomendou que um seminário
para assegurar uma investigação de soluções potenciais. Em novembro de 1998, um
seminário de dois dias, um Modelo titulado por Predizer Vida de Serviço e Custo de
Ciclo da Vida de Concreto Armado” foi criado. Este Modelo foi desenvolvido em
Gaithersburg, Maryland, sob o patrocínio do Instituto Nacional de Normas e
Tecnologia (NIST), ACI, e a ASTM. Participantes eram convidados da América do
Norte e a Europa e as decisões eram feitas para tentar desenvolver um “modelo
normal” que fique eventualmente sob a jurisdição de Comitê da ACI 365, Predição da
Vida de Serviço. Tal modelo desenvolvido manteve o protocolo da ACI e
procedimento de consenso normal para a documentação do comitê “produtor”“.

Para o rápido desenvolvimento do modelo de consenso, titulada apropriadamente


“Vida-365”, um consórcio foi formado sob a direção da SDC e do ACI para o
desenvolvimento de um modelo de custo de ciclo da vida inicial baseada em um
modelo da vida de serviço existente desenvolvido na Universidade de Toronto. 3 Os
financiadores deste estudo foram a MBT Master Builders Technologies, Grace, a
Associação de Cimento de Portland e a Associação de Microssílica.

A versão 1.0 da Vida-365 representa a primeira fase de um mais longo estudo para
desenvolver um modelo de análise de custo de ciclo da vida para a ação de cloreto na
corrosão de estruturas de concreto armado. Esta primeira versão tem muitas
limitações naquelas várias suposições ou simplificações tiveram sido feitas para lidar
com alguns dos fenômenos mais complexos ou áreas onde existe conhecimento
insuficiente para permitir uma análise mais rigorosa. Por exemplo, com as exceções
dos revestimentos de epóxi que tem um período de uso de mais de 20 anos, todas
outras opções atualmente só têm um período de uso de 6 anos.

As análises executadas dentro do Vida-365 podem ser divididas em quatro passos


separados como segue:

 Predição do tempo para o início de corrosão, chamado comumente o período


de iniciação, teu

 Predição do tempo para primeiro reparo, que é o tempo para corrosão


alcançar um nível inaceitável, chamado o período de propagação, tpág. O
tempo para primeiro reparo, tr, é a soma da iniciação e períodos de

19
Patologia das construções

propagação: i.e. tr = teu + tpág. Então, tr = teu + 6 anos para todas as


opções, exceto revestimento de epóxi das armaduras que tr = teu + 20 anos

 Determinação da data de reparo depois de primeiro reparo


 Estimativa dos custos de ciclo da vida baseada no custo do concreto inicial (e
outras proteções), e dos custos futuros de reparos

A predição do período de iniciação da corrosão é baseado em um dimensional e duas


soluções de diferença finitas dimensionais pela segunda lei de Fick de difusão,
dependendo do tipo de estrutura considerada; por exemplo, uma laje contra uma ação
de maresia. Esta abordagem permite para consideração efetiva do tempo, parâmetros
dependentes usados no modelo. A estimativa para a estimativa do tempo para
iniciação da corrosão é o coeficiente de difusão do concreto, a localização geográfica
da estrutura, a profundidade do cobrimento das armaduras, tipo e quantidade de
aditivos inibidores de corrosão, o tipo de aço, e o tipo de membrana ou selador
aplicados, se houver. O coeficiente de difusão do concreto em qualquer hora t é
estimado pela relação água/cimento (a/c), as porcentagens de microssílica, escórias
ou cinzas volantes adicionadas ao concreto, e a temperatura ambiente média
selecionada. A Vida-365 tem uma base de dados de anuário que temperaturas médias
para selecionar cidades nos vários Estados e Províncias nos Estados Unidos e o
Canadá, respectivamente. Estes perfis de temperatura foram compilados usando
dados colecionados da Organização Meteorológica Mundial 1961 – 1990 Base de
dados de Climática Global.

O modelo permite para combinação de sistemas de proteção diferentes, do tipo de


aditivo inibidor de corrosão e do reforço do aço utilizado, determinando o limite de
cloreto para iniciação de corrosão. As membranas e seladores são admitidos por
retardar o ingresso de cloreto nos períodos de efetividade. Nitrito de Cálcio, como o
Rheocrete 222 da MBT + inibidores à base de éster-aminas, e aço inoxidável
aumenta o limite de cloreto para iniciação de corrosão para graus variados, e os
valores de limite respectivo são programados no modelo.

Todas as outras opções são assumidas por não ter nenhum efeito no limite de cloreto
para a corrosão do aço comum. A localização geográfica define também as condições
de exposição para a estrutura e fornece uma estimativa da formação de cloretos e o
conteúdo de cloreto máximo usado no tempo para computação de iniciação de
corrosão.

Na estimativa seguinte do tempo para primeiro reparo, o custo e extensão do primeiro


reparo como também aqueles de reparos subseqüentes é decidido pelo usuário, que
introduz para a porcentagem de área de superfície total a ser reparada, a freqüência
dos reparos baseados na efetividade da opção de reparo selecionado, e o custo por
área da unidade para a opção de reparo selecionado. O custo do reparo e
informações de custo materiais iniciais fornecidos pelo usuário, inclusive a taxa de
juros, são incluídos na estimativa os custos de ciclo da vida total em um valor básico
presente. Muito simplesmente, os custos de ciclo da vida total são calculados como a
soma dos custos de construção inicial e o custo dos futuros reparos (trazidos para o
valor presente) durante a vida da estrutura.

O Vida-365 tem vários parâmetros embutidos em um “modo de definição automática”,


o modelo permite também que o usuário defina e introduza dados . A meta atual é
para transferir Versão 1 da Vida-365 para o Comitê de ACI 365 para a revisão e
adoção de maiores recursos.

19
Patologia das construções

Reconhecimento

O autor agradece aos Profs. da Universidade de E.C. Bentz e M.D.A. Thomas de Toronto,
no desenvolvimento do Vida-365 e autores dos manuais de que serviram de pesquisa de
algum dos materiais apresentados.

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19
Patologia das construções

19
Patologia das construções

14 Selantes para uso em construções

19
Patologia das construções

19
Patologia das construções

14 Selantes para uso em construções

14.1 Introdução

Os materiais de construção estão sujeitos a expansão e contração, devido às


características constituintes da sua composição, pela variação térmica, variação de
umidade, esforços, recalques, retração de secagem, etc.

Sendo uma edificação constituída de vários materiais e com dimensões variadas, é


evidente que ocorram tensões diferenciadas entre eles, sendo portanto necessário a
criação de juntas de trabalho.

As juntas são espaços deixados entre materiais de modo a permitir a livre


movimentação. Desta forma, as edificações estão sujeitas a contínuos movimentos,
com forças substancialmente elevadas, provocando rompimentos, caso não sejam
criadas juntas de expansão/contração adequadas.

Quando necessitamos garantir a estanqueidade das juntas ou impedir a passagem de


água através de uma trinca ou fissura, ou tão somente executar um acabamento
esteticamente adequado no encontro de diferentes tipos de materiais, podemos
utilizar os selantes, também denominados mástiques, calafetadores ou vedantes.

14.2 Tipos de selantes

Os selantes são produtos capazes de deformar-se e variar suas dimensões quando


sujeitos a alguma tensão, mantendo seu volume constante.

Quando ocorre a contração de um elemento da edificação o selante alonga-se. Da


mesma forma, quando ocorre a expansão de um elemento da construção o selante é
comprimido.

De forma geral, os selantes/mástiques devem possuir as características relacionadas

19
Patologia das construções

No entanto, em função de suas propriedades, podem não atender a determinadas


solicitações:

 impermeabilidade à água de percolação, pressão hidrostática ou umidade,


 impermeabilidade a gases e vapores,
 resistência aos esforços de tração, compressão, cisalhamento, impacto,
puncionamento, vibração, abrasão, torção
 boa aderência aos mais diversos substratos, sem perda de aderência ao longo
do tempo,
 expandir-se e contrair-se quando submetido a tensões, sem transmitir ao
substrato de base tensões elevadas que possam desagregá-lo ou provocar o
seu descolamento,
 resistência aos raios ultravioletas do sol,
 resistência a produtos químicos ou agentes agressivos, tais como, óleos,
gasolina, ácidos, sais, esgoto, etc.,
 resistente a variações térmicas,
 resistente à fadiga e movimentos cíclicos ou repetitivos,
 não inchar, formar bolhas, rugas,
 não desbotar ou alterar sua cor, prejudicando o acabamento estético,
 não permitir proliferação de fungos ou bactérias,
 elevada durabilidade,
 não manchar o substrato, alterando o aspecto estético,
 adequado tempo de trabalhabilidade, secagem e polimerização em função das
condições de utilização.

Os produtos para vedação de juntas apresentam variedade no desempenho frente às


solicitações impostas acima. Assim sendo, devem ser analisadas as características
dos produtos e as exigências de desempenho para cada tipo de necessidade.

Como exemplo, em algumas ocasiões, necessitamos que o selante fique


permanentemente submetido a pressões hidrostáticas elevadas. Nestes casos, os
selantes à base de silicone ou acrílico não são apropriados, sendo normalmente
adotados os produtos a base de poliuretano ou polissulfetos.

Em outro exemplo, para calafetação de concreto aparente com selante de silicone,


deve-se adotar o produto de cura neutra, já que os que contêm ácido acético podem
manchar o concreto no ponto de aderência.

Existem diversas maneiras de classificar estes produtos em função das suas


propriedades:

a) quanto ao número de componentes

 monocomponentes: são produtos que curam ou adquirem a forma final


quando entram em contato com o meio ambiente, sob a ação do ar e umidade
(ex.: poliuretano), por evaporação de solvente da composição do material (ex.:
silicone, acrílico, butílico, asfaltos elastoméricos em base de solventes) ou por
ação de temperatura (ex.: asfaltos poliméricos aplicados a quente).

20
Patologia das construções

 bicomponentes: são produtos que curam ou vulcanizam pela ação de um


catalisador (poliuretano, polissulfeto).

b) quanto a sua viscosidade

 autonivelantes: são produtos de baixa viscosidade, cuja fluidez sob ação da


gravidade permite que os mesmos se amoldem à seção da junta. São utilizados
em juntas horizontais.

 tixotrópicos: são produtos de elevada viscosidade, permitindo sua aplicação


em superfícies verticais, inclinadas ou horizontais invertida (no teto).

c) quanto ao seu comportamento

 elásticos: apresentam um comportamento elástico, isto é, quando submetidos


a uma tensão, apresentam deformação proporcional, retornando à dimensão
praticamente original quando cessa a tensão (resilientes).
Ex.: poliuretano, polissulfetos, silicone.

 elasto-plástico: apresentam um comportamento predominante elástico, mas


tendem a escoar para o regime plásticos quando submetidos a tensões por
longo período ou quando são deformados acima do seu limite elástico.
Ex.: asfaltos elastoméricos, poliuretano com adições de asfalto ou
alcatrão, polissulfetos com adições de asfalto ou alcatrão.

 plasto-elástico: apresentam um comportamento predominante plástico, mas


apresentam algum comportamento elástico quando submetidos a deformações
por curto período ou quando são deformados abaixo do seu limite elástico.
Ex.: acrílicos, asfaltos elastoméricos, poliuretanos ou polissulfetos com
elevada adição de asfalto ou alcatrão.

 plásticos: são produtos que apresentam escoamento quando submetidos a


tensões, adquirindo nova forma quando é cessada a tensão, não retornando à
forma original.
Ex.: asfaltos, butílicos, oleoresinosos.

14.3 Formas da seção para calafetação

Os selantes possuem diferentes reações quando submetidos a esforços em função


do seu comportamento elástico, elasto-plástico, plasto-elástico ou plástico. Assim
sendo a seção da junta a ser calafetada deve ser diferenciada para que o produto
apresente um adequado desempenho.

As solicitações de tensões nos selantes devido às movimentações de dilatação e


contração são tanto menores quanto menores são a profundidade da seção
calafetada e quanto maior são as larguras das juntas.

Como exemplo, se executarmos a calafetação de uma junta com 1,5 cm de largura


por 3 cm de profundidade, adotando-se um selante elástico, a tensão imposta ao
selante

20
Patologia das construções

para que o mesmo acompanhe a retração da construção pode ser maior que a tensão
de aderência ao substrato ou a própria coesão do substrato ou do selante,
acarretando no descolamento ou rasgamento do selante ou desagregação do
substrato.

A relação entre a largura e profundidade da seção adotada para os selantes é:

Tipo de selante Largura : profundidade da junta


Elásticos 2:1
Elasto-plásticos 2:1 até 1:1
Plasto-elásticos 1:1 até 1:2
Plásticos 1:1 até 1:3

Nota: Na utilização de selantes para calafetação de juntas serradas de pisos


industriais, adota-se geralmente relação de largura x profundidade de 1 x 1, 1 x 1,5 ou
1 x 2. Isto se deve ao fato que estas juntas possuem pouca deformação,
necessitando de maior resistência á pressão exercida pelo tráfego de empilhadeiras,
etc.

14.4 Cálculo da dimensão da junta

O cálculo da abertura da junta a ser calafetada é muito importante para o


desempenho do selante.

Os usuários em diversas ocasiões confundem a capacidade de alongamento dos


selantes, submetendo-os a deformações elevadas, próximas ao seu alongamento
máximo. Normalmente os selantes não devem ser submetidos a deformações
superiores a 25% a 30% da seção da junta. Selantes com dureza elevada, que são
utilizadas em pisos industriais, a deformação recomendada deve ser de
aproximadamente 10% da seção da junta.

O cálculo simples da seção mínima recomendada está relacionado aos seguintes


fatores:
 coeficiente de dilatação térmica da estrutura a ser calafetada
 deformação máxima admissível do selante, isto é, a capacidade máxima do
selante deformar-se em relação à seção da junta.

Neste método de cálculo simples é adotada a variação dimensional do material de


construção que receberá o selante, em função de suas dimensões e variação de
temperatura, não considerando as expansões e contrações provocadas por
variação de umidade ou tensões.

O cálculo da largura mínima da junta é dado pela seguinte fórmula:

variação dimensional do vão entre juntas (


)
Largura mínima da junta (Lj) =
capacidade de deformação do mástique (m)

20
Patologia das construções

a) O cálculo da variação dimensional (


)

O cálculo da variação dimensional (


) da junta está relacionado a:

 &t = coeficiente de dilatação térmica do material, característico da composição do


produto (ex.: concreto, aço, alumínio, vidro, madeira, granito, etc.)
 0 = distância entre juntas de dilatação
  t = variação da temperatura. Normalmente, considera-se a diferença entre a
menor e maior temperatura admissível de ocorrer ao longo de um ano. Não se
deve considerar somente a temperatura ambiente e sim a temperatura máxima e
mínima que a estrutura de suporte do selante atingirá. Por exemplo uma estrutura
de concreto aparente na cidade de São Paulo pode atingir a temperatura de 5  C no
inverno e 55 C quando submetido a uma forte insolação no verão.

Algumas literaturas indicam outro método de cálculo, considerando a maior entre as


diferenças de temperatura do inverno e do verão. Neste caso, leva-se em
consideração a elevada inércia térmica dos materiais de suporte do selante.
Considerando o inverno de São Paulo com mínima de 5 C e máxima de 25 C
(diferença de 20C e média = 15 C ) e no verão a mínima de 15C e máxima de 55 C
(diferença de 40C e média = 35 C). Neste caso, adota-se a maior diferença entre
elas (verão = 40C ).

O calculo das médias estabelecem estatisticamente que os selantes vão ser aplicados
nas faixas de temperaturas compreendidas entre a médias mínima e máxima, isto é,
entre 15C e 35C

inverno ( variação de 20


C)

5
C 25
C

média = 15
C
faixa de temp. de aplicação

média = 35*C
15
C 55
C verão ( variação de 40
 C)

) 
variação dimensional do vão da estrutura (  = &t . 0 . 
t

Exemplo de cálculo:
&t - coeficiente de dilatação térmica do concreto = 0,01 mm/ m/ 
C
0 - distância entre juntas de dilatação = 20 m
t - variação da temperatura = 40  C

= 0,01. 20. 40 = 8 mm

Neste exemplo, a variação dimensional da junta é de 8 mm

20
Patologia das construções

b) capacidade de deformação do mástique

A capacidade de deformação do mástique ( m) está relacionada ao seu


comportamento quando submetido a repetitivos movimentos de expansão e
contração, sendo indicado pelos fabricantes, que submetem os produtos a ensaios de
alongamento, contração e envelhecimento.

De forma geral, podemos adotar os seguintes valores para alguns produtos:

Tipo de mástique Clima quente Clima frio ou temperado


Elástico 30% ou 0,30 25% ou 0,25
Elasto-plástico 30% ou 0,30 25% ou 0,25
Plasto-elástico 10% ou 0,10 10% ou 0,10
Plástico 10% ou 0,10 10% ou 0,10

Assim sendo, para se calcular a largura mínima de uma junta, relaciona-se a largura
da junta com a capacidade de deformação do selante.

variação dimensional do vão entre juntas ()


Largura mínima da junta (Lj) =
Em nosso exemplo, com a variação do vão entre juntas de 8 mm, teríamos
capacidade as
de deformação do selante (m)
seguintes larguras das juntas, em função dos tipos de selantes:
 &t . 0 . 
t
Lj = =
m m 8 mm
- mástiques elásticos: Lj =-------------= 32 mm ( clima frio ou temperado )
0,25
14.5 Campo de aplicação

Abaixo, tabela designando as aplicações mais comuns dos selantes. esta tabela é
orientativa, devendo o usuário consultar os fabricantes, inclusive sobre indicações e
restrições do produto, tais como resistência aos raios ultravioleta, formação de
fungos, alteração da potabilidade da água, uso de primer, cuidados na aplicação,
tempo de cura ou polimerização, durabilidade, etc.

20
Patologia das construções

Campo de emprego Produtos mais Observações


adequados
Acabamento em sanitários, - silicone - silicone causa manchas em granito,
cerâmica, granito, mármore - poliuretano mármores e outras superfícies porosas

- silicone
vidro, aquários - polissulfeto - verificar necessidade de primer
- silyl polieter específico

Caixilhos de alumínio, - silicone - verificar necessidade de primer


metais com ou sem - poliuretano específico
anodização, ou - polissulfeto
galvanização
Materiais plásticos tipo - silicone
PVC, policarbonato, acrílico - poliuretano - verificar necessidade de primer
- polissulfeto específico
- poliuretano - verificar necessidade de primer
Madeira - polissulfeto específico
- butílico – silicone tende a manchar.
- acrílico
Fachadas de painéis de - poliuretano - silicone tende a manchar
concreto, fibrocimento, - polissulfeto - verificar necessidade de
pedras, fachadas de primer específico
alvenaria, muros
Juntas de pavimento - poliuretano c/ asfalto - verificar necessidade de primer
rodoviário específico
Juntas de pavimento - poliuretano - verificar necessidade de primer
industrial, - epóxi flexibilizado específico
- poliuréia
Juntas ou fissuras com - poliuretano - verificar necessidade de primer
pressão hidrostática - polissulfeto específico
Juntas de dilatação de - poliuretano - verificar necessidade de primer
concreto, canais de - polissulfeto específico
irrigação - poliuretano c/ asfalto
- asfalto elastomérico

Durabilidade e desempenho

Os selantes podem apresentar vida útil diferenciadas, devido a diversos fatores, como o tipo e
qualidade de polímero e sua concentração na composição do selante. No caso de poliuretano,
existem diferenças de desempenho, quando comparamos a resistência aos raios ultravioletas
do sol.

Poliuretanos aromáticos: mais baratos podem ser atacados pelo sol, enquanto os
poliuretanos alifáticos possuem boa resistência ao ultravioleta.

Viscosidade: Muitos produtos tem elevado teor de carga. O produto é duro r difícil de
expulsar do cartucho.

Plastificante: Os bons selantes possuem plastificantes que estão interligados nas moléculas
do poliuretano. Os plastificantes de selantes de baixa qualidade são “externos” , isto é, não
integram as moléculas do poliuretano, e acabam migrando para o exterior, manchando os
materiais como concreto, cerâmica, etc, sendo que o selante enrigece, mancha e perdem
elasticidade.

20
Patologia das construções

Manchas devido a migração do plastificante do selante de silicone ou do poliuretano com plastificação externa

Quantidade de cargas: O poliuretano é o componente mais caro de um selante. Assim sendo,


muitos selantes possuem baixa quantidade de polímero e elevado teor de cargas inertes, que
deixam o produto duro e com pouca elasticidade.

Selantes com plastificantes externo e com elevado teor de cargas

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Patologia das construções

Qualidade dos selantes Diferenças de formulaçã

32% Cargas minerais

Plastificantes não poliméricos


61%

68% Polímero de poliuretano


21%

18%

14.6 Ensaios de desempenho

Os selantes podem apresentar vida útil diferenciadas, devido a diversos fatores, como
o tipo e qualidade de polímero e sua concentração na composição do selante. No
caso de poliuretano, existem diferenças de desempenho, quando comparamos a
resistência aos raios ultravioletas do sol. Poliuretanos aromáticos, mais baratos são
atacados pelo sol, enquanto os poliuretanos alifáticos possuem boa resistência ao
ultravioleta.

A comparação entre o desempenho dos selantes podem ser observados nos ensaios
de intemperísmo artificial, de acordo com o método ASTM G53, através de
equipamento que submete os materiais a ciclos de 4 horas de ultravioleta a 60 ºC e 4
horas de condensação, a 50ºC. Experiências comparativas entre o ensaio natural x
artificial sugerem que podemos acelerar em laboratório as condições normais em
cerca de 90 vezes. Assim sendo, 2000 horas de ensaio artificial sugere um
comportamento equivalente à quase 5 anos de intemperísmo artificial. (Vide tabela do
Teste de envelhecimento ao intemperísmo artificial - CUV).

Pode-se verificar através da tabela com os resultados do ensaio de envelhecimento


as seguintes conclusões sobre o desempenho dos materiais:

20
Patologia das construções

Chalking também denominado gizamento, é a ocorrência de formação de


B uma película de pó na superfície do material
R Perda de brilho Formação de superfície opaca
A Alteração de cor Alteração da coloração original
N
D Amarelamento Amarelamento da superfície do corpo de prova
A Turbidez Perda da transparência dos materiais inicialmente transparente
S Esbranquiçamento / Alteração da cor original
escurecimento

Dureza - aumento Indica um enrigecimento do material, com perda de elasticidade e


S outras propriedades
E Fissuração A ocorrência de fissuração indica a degradação do polímero e da
V não resistência do material à ação dos raios ultravioleta
E Aderência A perda de aderência implica na perda de função do selante.
R
A Resiliência Perda das propriedades elásticas do material
S

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Patologia das construções Eng. José Eduardo Granato

TESTE DE RESISTÊNCIA AO INTEMPERISMO ARTIFICIAL - CUV ASTM G53


Produtos Dureza 200 horas 400 horas 800 horas 1600 horas 2000 horas CONCLUSÃO
inicial
CP 1 38 Dureza: 26 Dureza: 21 Dureza: 19 Dureza: 30 Dureza: 31 Produto macio,
Obs. Visuais: severo Obs. Visuais: severo Obs. Visuais: severo Obs. Visuais: severo Obs. Visuais: severo porém amarelado.
POLIURETANO
chalking, pequeno chalking, pequeno chalking, pequeno chalking, pequeno chalking, pequeno
amarelamento, amarelamento, amarelamento, severa amarelamento, severa amarelamento, severa
APROVADO
moderada perda de moderada perda de perda de brilho. perda de brilho perda de brilho
brilho. brilho.
CP 2 24 Dureza: 40 Dureza: 32 Dureza: 28 Dureza: 43 Dureza: 44 Produto enrigecido,
POLIURETANO Obs. Visuais: Obs. Visuais: Obs. Visuais: Obs. Visuais: Obs. Visuais: amarelado e
moderado moderado moderado moderado moderado fissurado.
amarelamento, amarelamento, amarelamento, amarelamento, amarelamento,
pequena formação de pequena formação de pequena formação de pequena formação de pequena formação de
REPROVADO
fissuras, pequena fissuras, pequena fissuras fissuras, severa perda fissuras, severa perda
perda de brilho. perda de brilho de brilho. de brilho.
CP 3 35 Dureza: 52 Dureza: 48 Dureza: 45 Dureza: 51 Dureza: 54 Produto enrigecido
Obs. Visuais: pequena Obs. Visuais: pequena Obs. Visuais: pequena Obs. Visuais: Obs. Visuais: e fissurado
POLIURETANO
perda de brilho, perda de brilho, perda de brilho, moderada perda de moderada perda de
moderada mudança de moderada mudança de moderada mudança de brilho, pequena brilho, pequena
REPROVADO
cor. coloração, pequeno coloração, pequena formação de fissuras, formação de fissuras,
chalking, pequena formação de fissuras. moderada mudança de moderada mudança de
formação de fissuras coloração. coloração.
CP 4 3 Dureza: 8 Dureza: 7 Dureza: 5 Dureza: 10 Dureza: 10 Produto macio,
Obs. Visuais: severa Obs. Visuais: severa Obs. Visuais: severa Obs. Visuais: severa Obs. Visuais: severa porém fissurado
POLIURETANO
formação de fissuras, formação de fissuras, formação de fissuras, formação de fissuras, formação de fissuras,
moderada mudança de moderada mudança de moderada mudança de moderada mudança de moderada mudança de
REPROVADO
coloração, severa coloração, severa coloração, severa coloração, severa coloração, severa
perda de brilho. perda de brilho, perda de brilho, perda de brilho, perda de brilho,
moderado chalking. pequeno chalking. pequeno chalking. pequeno chalking
CP 5 0 Dureza: 24 Dureza: 25 Dureza: 25 Dureza: 25 Dureza: 25 Produto levemente
Obs. Visuais: pequena Obs. Visuais: pequena Obs. Visuais: pequena Obs. Visuais: pequena Obs. Visuais: pequena enrigecido, com
SILICONE
perda de brilho, perda de brilho, perda de brilho, perda de brilho, perda de brilho, perda de aderência
pequena turbidez, pequena turbidez, acentuada turbidez, acentuada turbidez, acentuada turbidez,
pouca aderência. pouca aderência. pouca aderência. pouca aderência. pouca aderência.
REPROVADO

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Patologia das construções Eng. José Eduardo Granato

CP 6 51 Dureza: 50 Dureza: 43 Dureza: 33 Dureza: 47 Dureza: 33 Produto manchado


Obs. Visuais: pequeno Obs. Visuais: pequeno Obs. Visuais: severa Obs. Visuais: severa Obs. Visuais: severa e com baixa
chalking, severa perda chalking, severa perda perda de brilho, perda de brilho, perda de brilho, resiliência
POLIURETANO de brilho, pequena de brilho, moderada moderada mudança de moderada mudança de moderada mudança de
mudança de coloração. mudança de coloração. coloração. coloração, pequeno coloração, pequeno
REPROVADO
esbranquiçamento. esbranquiçamento.
CP 7 38 Dureza: 32 Dureza: 29 Dureza: 28 Dureza: 40 Dureza: 37 Produto macio
Obs. Visuais: Obs. Visuais: severo Obs. Visuais: severo Obs. Visuais: severo Obs. Visuais: severo
POLIURETANO
moderado chalking, chalking, moderada chalking, moderada chalking, moderada chalking, moderada
APROVADO
moderada perda de perda de brilho. perda de brilho. perda de brilho. perda de brilho.
brilho.
CP 8 40 Dureza: 29 Dureza: 23 Dureza: 16 Dureza: 24 Dureza: 22 Produto macio
POLIURETANO Obs. Visuais: Obs. Visuais: Obs. Visuais: Obs. Visuais: Obs. Visuais:
moderada perda de moderada perda de moderada perda de moderada perda de moderada perda de
APROVADO
brilho, pequeno brilho, moderada brilho, moderada brilho, severa mudança brilho, severa mudança
chalking, pequena mudança de coloração. mudança de coloração. de coloração. de coloração.
mudança de coloração.
CP 9 34 Dureza: 37 Dureza: 36 Dureza: 36 Dureza: 35 Dureza: 38 Produto macio,
Obs. Visuais: severa Obs. Visuais: severa Obs. Visuais: severa Obs. Visuais: severa Obs. Visuais: severa porém com
POLIURETANO
perda de brilho, severa perda de brilho, severa perda de brilho, severa perda de brilho, severa perda de brilho, severa coloração alterada
mudança de coloração, mudança de coloração, mudança de coloração, mudança de coloração, mudança de coloração,
severo escurecimento. severo escurecimento. severo escurecimento. severo escurecimento. severo escurecimento. APROVADO
CP 10 15 Dureza: 35 Dureza: 28 Dureza: 19 Dureza: 32 Dureza: 31 Produto macio,
Obs. Visuais: pequena Obs. Visuais: pequena Obs. Visuais: pequena Obs. Visuais:, pequena Obs. Visuais:, pequena porém com
POLIURETANO
perda de brilho, perda de brilho, perda de brilho, perda de brilho, perda de brilho, pequenas fissuras.
moderada mudança de moderada mudança de moderada mudança de moderada mudança de moderada mudança de
coloração. coloração. coloração. coloração, pequena coloração, pequena
REPROVADO
formação de fissuras. formação de fissuras
CP 11 17 Dureza: 20 Dureza: 18 Dureza: 12 Dureza: 19 Dureza: 19 Produto macio,
Obs. Visuais: Obs. Visuais: : Obs. Visuais: : Obs. Visuais: : Obs. Visuais: : porém com
POLIURETANO
moderado chalking, moderado chalking, moderado chalking, moderado chalking, moderado chalking, fissuras.
pequena formação de pequena formação de pequena formação de pequena formação de pequena formação de
fissuras, severa perda fissuras, severa perda fissuras, severa perda fissuras, severa perda fissuras, severa perda
REPROVADO
de brilho. de brilho. de brilho. de brilho. de brilho.
CP 12 25 Dureza: 28 Dureza: 20 Dureza: 14 Dureza: 22 Dureza: 22 Produto macio,
Obs. Visuais: pequena Obs. Visuais: : Obs. Visuais: : Obs. Visuais: : Obs. Visuais: : porém com fissuras
POLIURETANO
formação de fissuras, moderada formação de moderada formação de moderado chalking, moderado chalking,
moderada mudança de fissuras, moderada fissuras, moderada pequena formação de pequena formação de
REPROVADO
coloração, moderada mudança de coloração, mudança de coloração, fissuras, severa perda fissuras, severa perda
perda de brilho. moderada perda de moderada perda de de brilho. de brilho.
brilho. brilho.

21
Patologia das construções Eng. José Eduardo Granato

60
50
40
30
20
10
0
Inicial 200 horas 400 horas 800 horas 1600 horas 2000 horas

Inicial 200 horas 400 horas 800 horas 1600 horas 2000 horas

CP 1 38 26 21 19 30 31
CP 2 24 40 32 28 43 44
CP 3 35 52 48 45 51 54
CP 4 3 8 7 5 10 10
CP 5 0 24 25 25 25 25
CP 6 51 50 43 33 47 33
CP 7 38 32 29 28 40 37
CP 8 40 29 23 16 24 22
CP 9 34 37 36 36 35 38
CP 10 15 35 28 19 32 31
CP 11 17 20 18 12 19 19
CP 12 25 28 20 14 22 22

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Patologia das construções Eng. José Eduardo Granato

14.7 Recomendações para a aplicação

a) Em superfícies porosas ou para a calafetação de alguns tipos de materiais (vidro,


peças galvanizadas, plásticos, etc.), a utilização de um primer indicado pelo
fabricante pode ser recomendado, para garantir a adequada aderência. É comum
verificar-se o descolamento dos selantes devido a não utilização de primer Quando os
selantes são submetidos a pressões hidrostáticas, também se recomenda a adoção
de primer.

b) O selante não deve aderir na base da junta ou canaleta aberta. Colocar um suporte

antiadesivo (ex.: fita crepe) no fundo de uma junta aberta ou ao longo de uma fissura,
para evitar a sua aderência do mástique, que acarretaria esforços de cisalhamento e
rasgamento que comprometem seu desempenho.

c) Uma leve curvatura de forma côncava na seção de calafetação é recomendada,


para possibilitar que o alongamento do selante seja direcionado para o ponto médio
da seção da calafetação. Como artifício, utiliza-se como base para o selante para
juntas cordões de polietileno expandido.

d) Para calafetação com exigência estética, aplicar nas bordas da junta uma fita
adesiva, de forma a evitar que o selante acabe por sujar as bordas da junta.

e) As bordas de juntas de concreto podem sofrer quebra ou esborcinamento.


Recomenda-se que se faça a calafetação ligeiramente abaixo do topo da junta. Caso
seja necessário reparos nas bordas das juntas de concreto, utilizar argamassas
poliméricas para o seu reparo.

f) Evitar a penetração de corpos sólidos na seção calafetada que possam danificar o


selante.
21
Patologia das construções Eng. José Eduardo Granato

g) Em selantes bi-componentes é importante uma adequada homogeneização dos


seus componentes. Utilizar preferencialmente misturadores mecânicos. Uma vez

21
Patologia das construções Eng. José Eduardo Granato

misturados seus componentes, respeitar o tempo máximo de manuseio (“shelf life”),


para executar a calafetação.

h) A grande maioria dos selantes exige substratos perfeitamente secos para a sua
aplicação, devendo-se também impedir seu contato com água durante o período
recomendado pelos fabricantes.

TABELA DE COEFICIENTE DE EXPANSÃO TÉRMICA LINEAR

Material Coeficiente de expansão térmica linear


&t (mm/m/ C)
Acrílicos 0,07 a 0,09
Aço 0,012
Alumínio 0,023 a 0,025
Alvenaria de tijolo maciço 0,0065
Concreto celular 0,0081
Concreto armado 0,0117
Concreto protendido 0,0100
Ferro 0,0106
Granito 0,0085
Madeira – sentido longitudinal às fibras 0,0038 a 0,0065
Madeira – sentido transversal às fibras 0,0500 a 0,0600
Mármore 0,0132
Gesso 0,010 a 0,014
Fiberglass 0,0180 a 0,0250
Cerâmica 0,0040 a 0,0050
Vidro 0,009

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Patologia das construções Eng. José Eduardo Granato

14.8 Outros tipos de selantes

Existem outros tipos de materiais que são utilizados para calafetação de juntas:

a) Juntas hidro-expansivas

São juntas que em contato com água se expandem em até 300 %

APLICAÇÕES

Juntas de Construção Juntas de perfis Tubulações

Premoldados Túneis

b) Perfilados de borracha

JC

JO

JE

São perfilados pré-moldados, de diversas dimensões e tipos, como os exemplos


abaixo:

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StadiaFlex Continuous Seal Membrane


Nosing Sealant

Polymer Base Member

Wabo Epoxy Paste Adhesive


Polymer Slide Plate

Membrane Systems
Wabocrete Elastomeric Concrete

Continuous Membrane Gland

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15. VERNIZES E HIDROFUGANTES PARA


CONCRETO E ALVENARIA APARENTES
SUJEITAS A IMPEMPÉRIES

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15. VERNIZES E HIDROFUGANTES PARA CONCRETO E


ALVENARIA APARENTES SUJEITAS A IMPEMPÉRIES

16.1 Introdução

Os projetos de arquitetura em muitas ocasiões concebem as edificações com


fachadas em concreto ou alvenaria aparentes, cujo resultado estético é bem aceito
pela população brasileira. São encontradas edificações comerciais, residenciais e
industriais, inclusive em projetos arrojados e de alto padrão. Uma das vantagens na
adoção do concreto e alvenaria aparente é o baixo custo inicial, pois são eliminadas
outras opções caras de acabamento, como cerâmicas, granito e outras pedras,
revestimentos mineralizados - que são considerados bastante duráveis - bem como
as pinturas convencionais, de custo inicial pequeno, porém de maior custo de
manutenção.

No entanto, o resultado estético e patológico ao longo do tempo pode ser


comprometido, caso não sejam tomadas uma série de precauções, tanto na etapa de
projeto, como nas etapas subsequentes, igualmente importantes, como nas etapas de
construção, impermeabilização e conservação. Não cabe neste capítulo estender as
considerações de etapa de projeto e construção, além de algumas considerações
genéricas.

O concreto aparente e as alvenarias aparentes estão expostos ao meio ambiente e


portanto sujeita a uma série de agressividades inerentes ao meio. As características
da superfície destes acabamentos são porosas e rugosas; portanto, estão sujeitas as
penetrações de água, agentes agressivos, bem como deposição de fuligem,
aparecimento de manchas, fungos, que podem acarretar em uma série de patologias
que comprometem seu aspecto estético e sua durabilidade.

15.2 Aparência das fachadas

A concepção do projeto das fachadas e a especificação dos seus componentes


dependem de um grande número de variáveis, como as características dos materiais,
cuidados tomados durante a etapa de construção, clima da região, características do
meio ambiente, poluição, dispositivos de proteção e controle de fluxo d’água,
fenômenos de percolação da água no seu interior, comportamento físico e químico de
seus componentes, variações térmicas, etc.

A adoção em um projeto de fachada em concreto ou alvenaria aparente implica na


adoção de dispositivos que minimizem e/ou conduzam o fluxo d’água de
precipitações pluviométricas, tais como: rufos, pingadeiras, parapeitos, etc. No
entanto, estes dispositivos reduzem mas não evitam a incidência da água nas
fachadas, bem como dos componentes do micro-clima que as envolvem e
potencializam a ocorrência de alterações no aspecto visual.

A aparência das fachadas dos edifícios acaba sendo alterada com a idade da
edificação, acarretando na necessidade das manutenções periódicas, de forma a
renovar seu aspecto visual, bem como de corrigir patologias de magnitudes variáveis
que possam ter surgido.

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15.3 Ação do intemperísmo e agentes agressivos nas fachadas

Podemos relacionar os mecanismos de ação do intemperísmo e agentes agressivos a


que as fachadas de concreto e alvenaria aparente estão submetidas.

a) A incidência da chuva, defletada em sua trajetória vertical pelo efeito do vento, não
ocorre de modo uniforme em toda a superfície, já que o fluxo de vento é variável, tais
como direção predominante do vento, efeito de afunilamento e variação de sua
direção pelos contornos da fachada e das edificações adjacentes. Características
aerodinâmicas do projeto e inclinações também são fatores que contribuem para uma
heterogeneidade da incidência da umidade, agentes agressivos da atmosfera e dos
seus efeitos sobre o revestimento.

Assim sendo, nos locais de maior incidência da ação combinada do vento, chuva,
elementos agressivos e poluição, maior serão os riscos de consequências, como
umidade, eflorescências, encardimento, etc...

b) O escoamento da água na superfície da fachada tem influência no surgimento de


manchas, provocadas pela umidade, eflorescências, partículas em suspensão etc.

Fatores intrínsecos da fachada influenciam na ocorrência de manchas, como por


exemplo:

 a porosidade da superfície está diretamente relacionada, a maior ou menor


absorção de umidade, penetração de vapores agressivos, deposição de fuligem e
agentes de poluição, como também das condições favoráveis ao surgimento de
microorganismos. (fungos, algas, liquens, moluscos, etc.)

 textura dos materiais utilizados, que podem reter mais água de chuva e partículas
em suspensão.

 geometria da fachada, formação de canais ou planos contínuos que alteram o


regime de escoamento d’água, potencializando os efeitos em pontos localizados.

15.4 Fatores de alteração da fachada

A água pode penetrar em uma construção das seguintes formas:

a) estado líquido
 águas pluviais
 águas de infiltração
 umidade ascendente

b) estado de vapor
 condensação capilar
 absorção higroscópica
 condensação

Além destas formas a água também pode já estar presente na edificação através da
umidade dos materiais de construção utilizados na sua construção.

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A umidade degrada uma série de componentes de uma construção, inclusive das


pinturas, revestimentos de papel de parede, laminados decorativos, madeira, etc.,
tanto pela ação direta da água como pela dissolução dos sais presentes nos materiais
de construção.

Abaixo são relacionados os principais fatores de alteração do aspecto visual de uma


fachada, variáveis em função da configuração arquitetônica, porosidade, capacidade
de absorção capilar, falhas executivas, bem como de fissuras podem potencializar os
seus efeitos:

a) Eflorescências

São caracterizadas por depósitos cristalinos, geralmente de cor clara, sendo que os
de maior ocorrência são originários pela diluição do hidróxido de cálcio (Portlandita)
presente no cimento do concreto aparente e da argamassa de assentamento da
alvenaria e seu rejuntamento, que são lixiviados para a superfície através da água de
infiltração ou residual do período da construção, transformando-se em carbonato de
cálcio, na presença do gás carbônico da atmosfera, que se deposita na superfície
com a evaporação da água. O efeito de desbotamento e manchas destas
eflorescências é de maior incidência ao longo das fissuras e nas regiões de maior
concentração de fluxo d’água.

As eflorescências também são originárias dos tijolos (sulfato de cálcio, magnésio,


cálcio, sódio, potássio), da argamassa de assentamento (carbonato de cálcio-
magnésio-potássio, hidróxido de cálcio, sulfato de potássio-sódio) e da água de
amassamento ( sulfato de magnésio-cálcio-potássio-sódio, cloreto de cálcio-
magnésio, etc). As consequências de patologia relacionadas ao concreto estão
descritas no Capítulo 2.

b) Carbonatação

A carbonatação consiste basicamente na reação entre o anidrido carbônico do ar com


o hidróxido de cálcio presente no cimento, produzindo carbonato de cálcio. A maior
ou menor porosidade da do concreto e da argamassa de assentamento da alvenaria
bem como a facilidade do afloramento do hidróxido de cálcio pode contribuir para o
efeito de desbotamento. As consequências de patologia relacionadas ao concreto
estão descritas no Capítulo 2.

c) Poluição

O nível de poluição da atmosfera influi na aparência das fachadas. A queima de


quantidades consideráveis de óleos combustíveis e gasolina acarretam elevados
níveis de anidrido sulfuroso que formam uma atmosfera ácida em combinação com a
umidade do ar. A água de chuva, com característica ácida, podem produzir reações
químicas com o hidróxido de cálcio e silicatos de cálcio do cimento, bem como de
reação com componentes da cerâmica, podendo alterar a sua tonalidade.

Outros elementos poluentes e partículas em suspensão contendo SO2, H2S, NH3,


SO4, Cl, podem se depositar por ação eletrostática na superfície da fachada, podendo
ser carreadas pelo fluxo d’água, criando diferenciações de tonalidades na superfície
da fachada.

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d) Micro organismos

O desenvolvimento de micro organismos, na maioria constituída de algas, liquens,


fungos e musgos formam colônias na superfície da fachada, alterando a aparência
das mesmas. Seu desenvolvimento está baseado na presença de umidade e sais
minerais, potencializada a sua ocorrência em regiões de maior fluxo ou retenção de
água, porosidade da superfície e menor insolação.

e) Bolor

A absorção ou presença de umidade nas tintas, notadamente dos tipos PVA, em


função das resinas e aditivos da formulação (espessantes, plastificantes, etc.),
proporcionam condições adequadas para o surgimento e crescimento de colônias de
fungos e bactérias, notadamente em ambientes pouco ventilados e iluminados.
Exemplo comum pode ser observado nos tetos de banheiros.

O desenvolvimento de bolor ou mofo em edificações é ocorrência comum em climas


tropicais.

O bolor está associado à existência de alto teor de umidade no componente atacado


e no meio ambiente, podendo interferir na salubridade e habitabilidade da edificação.
Também pode ocorrer o emboloramento em paredes com umidade provocada por
vazamentos ou infiltrações.

O fungo tem seu desenvolvimento bastante afetado pelas condições ambientais,


notadamente pela umidade e temperatura.
Sua manifestação ocorre em ambientes com elevado teor de umidade ou ambiente
com elevada umidade relativa do ar( acima de 75%). Desenvolvem-se bem entre
temperaturas de 10 ºC a 35 ºC. Estas condições ambientais são genéricas, pois
mesmo fora destes referenciais, podem ocorrer emboloramento, dependendo da
espécie de fungos considerada.

O desenvolvimento de micro organismos, na maioria constituída de algas, liquens,


fungos e musgos formam colônias na superfície da edificação, alterando a aparência
das mesmas. Seu desenvolvimento está baseado na presença de umidade e sais
minerais, potencializada a sua ocorrência em regiões de maior fluxo ou retenção de
água, porosidade da superfície e menor insolação.

Valores de pH do concreto não carbonatado inibem o crescimento de


microorganismos, enquanto concreto com pH próximo do neutro favorecem seu
desenvolvimento. Microorganismos como bactérias heterotróficas e fungos
filamentosos produzem em seu metabolismo ácidos orgânicos, bactérias
quimiolitotróficas produzem ácido sulfúrico. Estes ácidos reagem com concreto e
argamassas, dissolvendo o hidróxido de cálcio e silicatos hidratados, contribuindo
para o aumento da porosidade do concreto e pela redução do pH. Estes
microorganismos também atacam uma série de revestimentos.

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f) Desagregamento

Caracteriza-se pela destruição da pintura que se esfarela, destacando-se da


superfície, podendo destacar com parte do reboco. Normalmente é causado pela
reação química dos sais lixiviados pela ação da água que atacam as tintas ou os
adesivos de revestimentos.

g) Saponificação

Manifesta-se pelo aparecimento de manchas na superfície pintada, frequentemente


provocando o descascamento ou degradação das pinturas, notadamente as do tipo
PVA, de menor resistência. A saponificação também ocorre devido à alta alcalinidade
do substrato, que pode ter se manifestado pela eflorescência dos sais altamente
alcalinos.

h) Bolhas
O maior poder impermeabilizante de alguns tipos de tintas e adesivos de
revestimentos dificultam a dissipação do vapor de água ou a própria água encontrada
no substrato, podendo provocar o descolamento e formação de bolhas nas pinturas
ou revestimentos. Normalmente ocorrem em tintas alquídicas (esmaltes, óleo), epóxi,
hypalon, bem como perda de propriedades adesivas de colas de revestimentos de
papéis, vinílicos, laminados, etc.

i) Ambiente marinho

A maresia contém substâncias agressivas ao cimento e as armaduras do concreto


aparente. O sulfato de magnésio reage com o hidróxido de cálcio do cimento,
formando o hidróxido de magnésio, aumentando a porosidade. O sulfato de magnésio
pode também reagir com o aluminato tricálcico, formando sulfoaluminato de cálcio,
altamente expansivo que desagrega o concreto ou a argamassa.

O cloreto de sódio presente na névoa salina é altamente corrosivo, atacando a


armadura do concreto aparente.

j) Outros fatores

Existe uma série de outros fatores que alteram o aspecto das fachadas, dentre os
quais são citadas:

 falhas no assentamento dos tijolos, possibilitando a maior penetração d’água de


chuva e possibilidade de maior ocorrência de eflorescências.

 fissuras com as mesmas possibilidades de penetração de água e ocorrência de


eflorescências, como também da ocorrência de corrosão das armaduras do
concreto aparente.

 retenção maior de sujeira, poluição e microorganismos nos locais de maior


direcionamento ou retenção das águas pluviais.

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 ausência de calafetação de juntas de dilatação e vínculos com caixilhos e outros


materiais.

 ausência de pingadeiras nas interseções e detalhes construtivos, como janelas,


platibandas, etc.

 em concretos aparentes, resíduos de desmoldantes, madeira, pigmentos de


fôrmas, oxidação de pontas de ferro, falhas de recobrimentos das armaduras,
adensamento, ninhos de concretagem. Utilização de cimento, areia e brita de
procedências diversas. Alteração do traço do concreto, módulo de finura da areia,
impurezas nos componentes do concreto, cura, idade e tipo das fôrmas, período
de tempo diferente nas desfôrmas das etapas de concretagem, variação de
métodos e qualidade de concretagem, fatores atmosféricos ou de poluição.

 utilização de tijolos de diversas procedências, fontes de argila ou tempo de


queima dos tijolos; alteração tipo de cimento, areia ou traço da argamassa.

15.5 Sistemas de impermeabilização e proteção

15.5.1 Exigências de desempenho

Os sistemas de impermeabilização e proteção das fachadas aparentes de concreto ou


alvenaria devem cumprir as seguintes funções:

 impermeabilização, para evitar a penetração de água e/ou agentes agressivos


 minimizar ou evitar a deposição e incrustação de partículas em suspensão
 garantir a durabilidade da fachada frente à agressividade do meio ambiente que a
envolve
 permitir um acabamento estético adequado e agradável, interferindo o mínimo
possível no aspecto final e na textura do acabamento
 boa resistência à foto-decomposição
 evitar o desenvolvimento de microorganismos
 possibilitar manutenções periódicas e de custo compatível
 alterar o mínimo possível o aspecto da fachada ao longo do tempo

15.5.2 Tipos de tratamento

Existem no mercado três grupos de tratamento para o concreto e alvenaria aparente:

a) Hidrofugantes ou hidrorrepelentes: são produtos líquidos de baixa viscosidade


que penetram na porosidade do substrato, alterando as características de absorção
capilar, pela alteração do ângulo de contato entre a parede do capilar e a superfície
da água, por alteração da tensão superficial do capilar, impedindo assim a penetração
de água.

De forma geral não alteram a aparência do substrato, mantendo suas características


originais.

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Deve-se ressaltar que os produtos hidrofugantes não são empregados de forma


específica para combater agentes agressivos, carbonatação, penetração de água sob
pressão, ou eflorescência ou lixiviação provocadas pela ação de água que
penetraram e seu substrato por ação de fissuras, águas residuais do período de
construção, água penetrando por falhas construtivas diversas.

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b) Vernizes: são produtos a base de resinas do tipo acrílico puro (sem estireno) ou
de poliuretano alifático, formam uma película quando aplicados em superfícies lisas.

Normalmente de aspecto brilhante, embora encontrados em acabamento fosco e


acetinado (semibrilho) alteram ligeiramente a aparência do substrato, devido à
formação da película do verniz.
Para a aplicação dos vernizes em concreto, é necessária a execução prévia de em
estucamento, para tornar a superfície lisa e sem poros superiores a 0,1 mm, de forma
a possibilitar a formação da película do verniz. Caso não seja executado um
estucamento adequado, a porosidade excessiva impedirá a formação do filme de
verniz nestes pontos, permitindo a penetração de água e vapores agressivos. A
penetração da água pelos poros não estucados poderá inclusive manchar o verniz ou
até destacá-lo, principalmente nos vernizes de poliuretano.

c) Hidrofugantes + vernizes: trata-se da combinação dos dois materiais acima


citados, aplicando-se primeiramente o hidrofugante, seguido da aplicação do verniz.
Desta forma, obtém-se como resultado o tratamento combinando as características
dos dois materiais.

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15.5.3 Comparação do desempenho

Podemos comparar o desempenho dos sistemas citados e assim determinar qual o


mais apropriado para cada situação. Na tabela comparativa abaixo são comparados
os produtos de boa qualidade e adequados para utilização em fachadas.
Posteriormente, são relacionados separadamente os tipos de hidrorrepelentes e
vernizes com suas características e contra-indicações.

HIDROFUGANTES VERNIZES
 não requerem substrato liso e contínuo  requerem substrato liso e contínuo para
para sua aplicação a aplicação
 não alteram a aparência do substrato, salvo  alteram a aparência do substrato
um leve escurecimento em algumas
ocasiões
 não impedem a passagem de vapor d’água,  impedem a passagem de vapor d’água,
facilitando o equilíbrio de umidade interna e podendo formar bolhas ou manchas,
do ambiente quando ocorre a percolação d’água pelo
lado interno ou pela falha do filme de verniz
em algum
ponto
 não impede a penetração de água  impede a penetração de água sob pressão
sob pressão
 não impedem a penetração de gases  impede a penetração de gases
agressivos, embora possa diminuir agressivos como CO2, Sulfatos, etc.
sua
percolação
 não impedem a lixiviação embora  impede a lixiviação
possa reduzi-la
 elevada resistência a foto-decomposição  boa resistência à foto-decomposição por
por ação dos raios ultravioletas ação dos raios ultravioletas, quando
formulados adequadamente
 reduzem a penetração dos sais solúveis  Impedem a penetração dos sais solúveis

Comparando-se as características dos sistemas de hidrófugos e vernizes frente a


exigências de desempenho necessárias para tratamento de concreto ou alvenaria,
percebem-se diferenças de resultados. Assim sendo, um tratamento de uma fachada
de concreto induz a escolha como melhor opção os sistemas de vernizes, já que
buscamos uma efetiva proteção do concreto aparente contra a ação dos vapores
agressivos, carbonatação, corrosão das armaduras, etc.
Já para alvenaria aparente, que não apresenta os problemas de corrosão das
armaduras, carbonatação, dentre outros, a vantagem dos hidrofugantes quanto ao
aspecto estético, facilidade de aplicação, da permeabilidade ao vapor d’água se
sobrepõe às vantagens dos vernizes no aspecto de impedir a ação dos gases
agressivos. Vale também salientar sua vantagem quando de uma manutenção futura,
já que os vernizes podem obrigar a execução de um lixamento para sua retirada,
caso esteja com acentuada degradação.

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15.5.4 Sistemas hidrofugantes

15.5.4.1 Características

Os hidrofugantes, também denominados hidrófugos ou hidrorrepelentes, são produtos


normalmente a base de silicone, empregados em forma de emulsões ou soluções
pulverizadas sobre substrato poroso.

O mercado dispõe de uma variedade de produtos, que muitas vezes causam


confusão quanto ao elemento ativo em sua composição química.

Buscando as melhores características de desempenho dos produtos, relacionam-se


abaixo os principais requisitos:

 Elevada penetração na porosidade do substrato.


 Boa capacidade de hidrofugação.
 Resistente a alcalinidade do substrato.
 Manter sua eficiência por longo período.
 Não produzir brilho ou alterar aspecto do substrato.
 Resistente a foto-decomposição por ação dos raios ultravioletas.
 Possuir alto poder de hidrofugação.
 Permitir a circulação do vapor d’água.
 Não possuir substâncias pegajosas que venham a permitir a aglutinação de pó em
suspensão.

15.5.4.2 Tipos de silicones hidrorrepelentes

a) siliconatos:
produtos diluídos em água ou mistura de álcool e água.

COMPONENTE ATIVO CARACTERÍSTICAS


 Baixa penetração nos poros do substrato
 baixa resistência à alcalinidade do substrato
 possibilidade de formação de manchas
brancas quando aplicados
demasiadamente
Metil siliconato de sódio ou potássio saturados
Propilsiliconato de potássio  pode ser “lavado” por ocorrência de uma
chuva após sua aplicação, antes de
completar- se as reações de características
hidrorrepelentes
 necessita de substrato seco
 pequena durabilidade, pois sofre ataque
do CO2 e ozona atmosférico

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b) resinas de silicone:
produtos diluídos em solventes orgânicos
COMPONENTE ATIVO CARACTERÍSTICAS
 penetração nos poros do substrato, variando em função do solvente
boa
possuem uma fase intermediária de reação com características gelatinos
pode
 ser lavado por ocorrência de uma chuva após sua aplicação (4 a 6

necessita substrato seco
Resina de silicone média durabilidade
baixa resistência a ozona

c) Silanos:
produtos diluídos em solventes orgânicos ou álcool anidro.

COMPONENTE ATIVO CARACTERÍSTICAS



elevada penetração nos poros do substrato não requer necessariamente

boa efetividade em aplicação sobre materiais inertes, como cerâmica, po
volatilização média do silano, podendo evaporar com maior rapidez em fu

resistente a substratos alcalinos
elevada durabilidade
Alquilalcoxisilano

d) Siloxanos:
produtos diluídos em solventes orgânicos, álcool anidro ou água.

COMPONENTE ATIVO CARACTERÍSTICAS


 penetração nos poros do substrato não requer necessariamente sub
boa
 efetividade sobre materiais inertes, como cerâmica, pedras, podendo
boa
transformação em agente ativo em poucas horas (4 a 5 horas)
pouco volátil
resistente
 a substratos alcalinos
alquilalcoxisilanos oligoméricos elevada durabilidade

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Ação de repelência à água dos hidrofugantes à base de silano/silixano

e) Silanos poliméricos:
produto diluído em solventes orgânicos.

COMPONENTE ATIVO CARACTERÍSTICAS



baixa penetração nos poros do substrato devido ao grande tamanho mol
não requer necessariamente substrato seco, embora apresente melhor c
pouco
 voláteis.
permanecem pegajosos por longo período podendo aglutinar sujeira ou p
alquilalcoxisilanos Poliméricos resistente a substratos alcalinos
elevada
 durabilidade

CONCLUSÃO

Baseado nas características explicitadas acima, conclui-se que um mix de


formulação de 70% de silano e 30% de siloxanos oligoméricos apresentam
consideráveis vantagens, quando comparados a outros hidrofugantes. Algumas
formulações são compostas de uma mistura de silano e siloxano, com bons
resultados.
Outra informação importante que deve ser verificado no momento da compra
do produto é a concentração do componente ativo. De nada adianta
especificar um produto com a resina apropriada se sua concentração é
mínima. O ideal é que o componente ativo seja em torno de 5% da formulação.

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15.5.5 Vernizes

15.5.5.1 Características

Os vernizes são produtos a base de resinas, que formam uma película impermeável,
semiflexível e aderente ao substrato.

O mercado dispõe de uma variedade de produtos, sendo necessário alguns cuidados


na escolha do verniz mais adequado para cada necessidade, eliminando diversos que
não são recomendados para uma proteção durável e estética.

Buscando as melhores características de desempenho dos produtos, relacionam-se


abaixo os principais requisitos:

 Elevada aderência ao substrato.


 Boa impermeabilidade a água, mesmo quando submetido à ação de pressão
hidrostática baixa e a vapores agressivos
 Baixa permeabilidade ao vapor d’água
 Resistente a alcalinidade do substrato.
 Resistente a foto-decomposição por ação dos raios ultravioletas.
 Boa durabilidade
 Manutenção simples e de baixo custo
 Não possuir substâncias pegajosas que venham a permitir a aglutinação de pó ou
fuligem em suspensão
 Resistente ao ataque de microorganismos
 Resistentes ao ataque químico quando aplicado em condições de micro-clima
agressivo
 Produzir um aspecto uniforme e estético

15.5.5.2 Tipos de vernizes

a) acrílicos
São vernizes à base de resinas termoplásticas, propriedade que permite a aderência
de novas camadas sem necessidade de artifícios como lixamento entre demãos ou
tempo de limite máximo entre demãos.
As resinas acrílicas são disponíveis em dispersão aquosa ou diluída em solventes. Os
produtos base água tem maior absorção d’água e possuem menor durabilidade que
os de base solventes.

Os vernizes podem ser formulados com resina acrílica pura (homopolímeros) ou


resinas acrílicas estirenadas (copolímeros).
Vernizes a base de resinas acrílicas estirenadas não resistem aos raios
ultravioleta; portanto não devem ser utilizadas em áreas expostas ao sol, pois
sofrem amarelamento e craqueamento.

Os vernizes acrílicos são os mais utilizados para o tratamento do concreto aparente.

Os vernizes base água possuem moléculas maiores que os capilares do concreto;


assim sendo, aderem no substrato, selando a porosidade superficial.

Os vernizes base solvente possuem moléculas menores que a porosidade do


concreto e penetram no concreto de forma desigual, devido a heterogeneidade do
mesmo,

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Patologia das construções Eng. José Eduardo Granato

causando seu escurecimento e manchas. Assim sendo, o tratamento do concreto


aparente é executado utilizando-se uma combinação de uma demão de verniz base
aquosa para a selar a superfície e duas demãos de verniz base solvente.

Outra vantagem dos vernizes acrílicos é a possibilidade da aplicação de uma nova


demão a qualquer tempo, sem prejuízo da aderência sobre a demão anterior, desde
que a mesma não esteja deteriorada pelo tempo.

Para o tratamento de tijolo aparente, tijolo laminado, pedras porosas, etc., utilizam-se
o verniz base solvente, pois os vernizes de base aquosa existem risco de
destacamento.

b) poliuretano
São vernizes base solvente, mono componente, que se polimerizam em contato com
o meio ambiente, ou bi-componentes, com polimerização através de um catalizador.

Os vernizes de poliuretano são muito resistentes à ação de produtos químicos, sendo


portanto adequado para proteção do concreto em ambientes de elevada
agressividade química. Os vernizes de poliuretano alifático possuem boa resistência
aos raios ultravioleta.
Os vernizes de poliuretano aromático possuem baixa resistência aos raios
ultravioleta, não devendo portanto ser aplicados em áreas expostas ao sol.

Os vernizes de poliuretano normalmente utilizados no tratamento do concreto são os


bi-componentes.

Por serem à base de resinas termofixas, possuem um inconveniente da aderência


entre demãos, que é o limite de tempo de aproximadamente 36 horas na aplicação
entre demãos. Caso este tempo seja ultrapassado, uma nova demão só deve ser
aplicada após um leve lixamento para criar rugosidade e melhor fixação de uma nova
demão.

Outro inconveniente é que ao se decidir reaplicar o produto depois de algum tempo, é


necessário lixar toda a superfície; caso contrário não se conseguirá boa aderência.

15.5.6 Campo de aplicação

Existem várias opções de especificações que podem ser adotadas para uma
fachada. No entanto, algumas delas são desaconselhadas, quer por sua baixa
eficiência ou por problemas técnicos, como os exemplos abaixo:

 siliconatos ou resinas de silicone comuns não são duráveis.


 verniz acrílico base água, são menos resistentes e possui maior absorção de água.
Podem ser utilizados como primer em aplicação em concreto aparente que
receberá acabamento em verniz base solvente, pois evita o escurecimento e
manchas no concreto.
 verniz acrílico base água não tem boa aderência em tijolo maciço, tijolo laminado,
pedras, telhas etc., devendo-se nestes casos ser utilizado verniz acrílico base
solvente.
 vernizes acrílicos estirenados e vernizes de poliuretano aromáticos não resistem à
ação dos raios ultravioletas do sol.

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Patologia das construções Eng. José Eduardo Granato

 hidrofugantes não são a melhor opção em concreto armado exposto em


atmosferas que possam agredir as armaduras, exceto para concretos compactos e
com bom recobrimento das armaduras.

Abaixo é apresentado uma tabela orientativa dos sistemas de proteção de fachadas


mais utilizados e tecnicamente adequados, levando-se em consideração que devem
ser tomados os devidos cuidados de preparação do substrato e da aplicação dos
produtos dentro das recomendações mínimas exigidas pelos fabricantes.

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Patologia das construções Eng. José Eduardo Granato

Tipo de fachada Sistema mais utilizado e Características gerais


tecnicamente adequado
 bom acabamento, semibrilhante
 alta resistência às intempéries
e a microorganismos
Concreto aparente em atmosfera  facilidade na conservação,
verniz acrílico puro base água +
urbana ou rural recomendável a cada 3 a 5
base solvente anos
 aplicação em substrato limpo,
estucado e seco

 bom acabamento,
semibrilhante, com leve
escurecimento do concreto
 alta resistência às intempéries
1. opção e a microorganismos
hidrofugante silano e/ou siloxano +  facilidade na conservação,
verniz acrílico puro base solvente recomendável a cada 3 anos
 aplicação em substrato limpo,
estucado e seco
Concreto aparente em atmosfera
agressiva industrial ou marinha
 acabamento brilhante com
escurecimento do concreto
 boa resistência a produtos
2. opção químicos
verniz de poliuretano alifático, bi-  alta resistência às intempéries
componente, base solvente e a microorganismos
 aplicação em substrato limpo,
estucado e seco
 exige controles e qualidade na
aplicação
 difícil conservação

 não altera a aparência do


substrato
 boa penetração no substrato
 boa durabilidade e resistência a
1. opção intempéries
hidrofugantes a base de  resistente a alcalinidade do
siloxano oligomérico, silano ou substrato
silano + siloxano  fácil conservação
 permite a passagem de
Tijolo maciço, laminado, pedras vapores
porosas, telhas, revestimentos de  aplicação sobre substrato seco
argamassas ou mineralizadas ou levemente úmido

 altera aparência, com


acabamento semibrilhante
 baixa permeabilidade a
2. opção
passagem de vapores
verniz acrílico puro base solvente
 boa durabilidade e resistência
às intempéries
 leve escurecimento do
substrato
 aplicação sobre substrato limpo
e seco

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Patologia das construções Eng. José Eduardo Granato

15.6. Recomendações básicas para a aplicação dos tratamentos de fachadas

A seguir são apresentados exemplos de uma especificação básica para a preparação


do substrato e para a aplicação dos produtos. Estas recomendações são orientativas
e deverão ser alteradas de acordo com as instruções dos fabricantes.

15.6.1 Hidrofugantes em fachadas de alvenarias

15.6.1.1 Material especificado

Hidrofugante à base de silano, siloxano oligomérico, ou composição de ambos,


diluído em solvente, com teor de sólidos (componente ativo) de 5%, de acordo com
método de ensaio NBR 7340

15.6.1.2 - Preparação do substrato e aplicação do produto

a) Verificação do substrato
A fachada a receber o tratamento deverá ser vistoriada, verificando-se a existência de
fissuras, falhas de rejuntamento. Para revestimentos em cerâmica ou pedras porosas,
também verificar trechos de revestimento descolado através de varredura por
percussão manual, utilizando-se para isto martelo com ponta de aço. Mapear os
pontos a recuperar.

b) Limpeza
Deverá ser efetuada a limpeza completa do substrato, com remoção de
eflorescências, sujeira impregnada, limo, podendo-se para tanto utilizar equipamentos
de jato de alta pressão e escova de cerdas de nylon. Em substratos impregnados
com óleos ou gordura, aplicar hidro-jateamento com detergentes.

c) Recolocação de cerâmica
Eventualmente, sendo detectado trechos do revestimento cerâmico destacado ou
com som característico de oco, retirar a cerâmica do trecho e efetuar nova colagem
com argamassa colante, seguido de novo rejuntamento utilizando-se as mesmas
composições dos produtos empregados originalmente.

d) Fissuras
Ao longo das fissuras detectadas, abri-las com o auxílio de equipamento rotativo com
disco de corte (tipo Makita) seguido da aplicação de argamassa de rejuntamento,
amassada com emulsão adesiva de base acrílica, de tal forma que a relação
polímero/cimento seja igual ou superior a 0,1.

Na ocorrência de fissuras ou trincas de grandes extensões longitudinais, consultar a


fiscalização para a eventual adoção de outra metodologia de tratamento, como a
calafetação com mástique de silicone, injeção de resinas, fixação mecânica, etc.

e) Umidade no substrato
Além das características citadas nos itens acima, recomenda-se que o substrato a
receber o tratamento hidrofugante esteja seco, ou no máximo ligeiramente úmido.

f) Condições atmosféricas
As condições atmosféricas devem ser avaliadas para evitar a aplicação do produto
em período aquém de 06 horas da ocorrência de chuvas.

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Quando possível, a aplicação deve ser evitada sob forte insolação ou ventos de
velocidade elevada, de forma a evitar a rápida evaporação do solvente e dificultar a
efetiva impregnação do substrato.

g) Para a aplicação do material, recomenda-se a utilização de sistema "air less" ou


pulverizadores de baixa pressão.

h) O hidrofugante deverá ser aplicado em no mínimo duas demãos fartas a ponto de


escorrer, de cima para baixo, aguardando-se um intervalo mínimo de 02 horas entre
as mesmas, salvo outra metodologia indicada pelo fabricante.

i) O consumo total estabelecido para o tratamento varia em função da porosidade do


substrato, devendo-se consultar o fabricante. De forma geral o consumo é ao redor
de 0,5 l/m².

j) Recomenda-se agitar o produto para sua homogeneização, instantes antes de sua


aplicação.

15.6.2 - Verniz acrílico puro para concreto aparente

15.6.1.1 Material especificado

Verniz acrílico puro, isento de estireno, sendo o primer e primeira demão em


dispersão aquosa e a segunda e terceira demãos a base de solvente.

15.6.2.2 Preparação do substrato e aplicação dos produtos

a) A fachada de concreto aparente deverá ser vistoriada, verificando-se e mapeando


as fissuras, falhas de concretagem, armaduras expostas, concreto com bordas
quebradas, etc...

b) Quando a superfície não se apresentar lisa e homogênea, executar um jateamento


de areia ou lixamento abrasivo eletro-mecânico com máquinas politriz e lixas
adequadas à base de carbureto de silício, até a retirada de todo o traço de nata de
cimento superficial, ferrugem fungos, desmoldantes, sujeira, e, em caso de
restauração de fachada, qualquer traço de estucamento ou verniz anteriormente
aplicado.

c) Executar o fechamento dos furos de amarração de fôrma com argamassa


polimérica, após prévia retirada dos tubos plásticos, restos de madeira ou pontas de
ferro que porventura ainda estejam incrustados no concreto.

d) Detectar os pontos com ferragens oxidadas e as regiões com capa de concreto de


cobrimento destacada, deixando a ferragem com processo de corrosão exposta para
uma rigorosa limpeza. Remover o concreto ao redor das armaduras pelo menos 3 cm
além dos pontos com sinais de corrosão. Com o uso de lixa d’água e escova de
cerdas de aço, ou ainda jato de areia, promover uma rigorosa limpeza da ferragem,
retirando qualquer traço de oxidação existente. Sob substrato seco, e logo a seguir da
conclusão da limpeza, aplicar com pincel pequeno uma demão com espessura
mínima de 40 micras, ou duas demãos com intervalo mínimo de 50 minutos, de
primer inibidor de corrosão rico em zinco, após prévia homogeneização. Logo após a
secagem do primer ( ao redor de 1 hora ), deve-se efetuar o cobrimento das regiões
tratadas com argamassa polimérica. Aplicar como ponte de aderência uma pasta
constituída de 3 partes de cimento, 1 parte de água e 1 parte de adesivo acrílico e, de
imediato, aplicar

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Patologia das construções Eng. José Eduardo Granato

a argamassa polimérica de reparo, deixando um rebaixo em torno de 1 a 2 mm, para


a execução do estucamento posterior.

e) Nas regiões de concreto a ser reparado, aplicar como ponte de aderência uma
pasta constituída de 3 partes de cimento, 1 parte de água e 1 parte de adesivo
acrílico e, de imediato, aplicar a argamassa polimérica de reparo, deixando um
rebaixo em torno de 1 mm, para a execução do estucamento posterior. Para
espessuras maiores que 15 mm, a argamassa deve ser aplicada em camadas, após a
primeira ter “puxado”, evitando assim seu descolamento ou a formação de “barrigas”.

f) As fissuras estruturais deverão ser solidarizadas com a injeção de resina epóxi.


Como alternativa para a selagem das fissuras, mas não de solidarização, poderá ser
utilizado a injeção de polímeros de metracrilatos.

g) Manchas de ferrugem podem ser retiradas com:


- aplicação de uma solução a 10% de ácido oxálico em água, deixando agir por 2 a 3
horas, sendo a seguir a área enxaguada e escovada com escova de cerdas de nylon,
ou
- aplicação de hipossulfito de sódio moído, seguido de enxágüe com solução a 15%
de citrato de sódio em água.

h) Manchas de gordura, graxa, óleo ou desmoldantes podem ser retirados com uma
pasta constituída de solvente (toluol, xilol, etc ) misturadas com pós-absorventes
(talco, caulim, cal hidratada, carbonato de sódio). Aplicar uma camada da pasta com
espessura entre 0,5 a 1 cm, deixando-a secar, sendo posteriormente retiradas por
meio de escovação.

i) Manchas de fungos ou bolor podem ser retiradas com uma solução a 20% de
hipoclorito de sódio ou mistura composta de 1 parte de detergente, 2 partes de fosfato
trisódico, deixando-a agir por um período de 30 minutos, seguido de enxágüe.

j) Efetuar o estucamento de toda a superfície de concreto com pasta constituída de


cimento Portland branco, cimento Portland cinza, alvaiade ou areia fina (diâmetro
máximo de 0,3 mm) misturada com água e adesivo acrílico na relação 3 para 1.
Deve- se efetuar dosagens experimentais de cimento cinza e branco até chegar a
uma tonalidade semelhante a do concreto. Como regra geral, pode-se partir do traço
experimental de 2 partes de cimento cinza, 1 parte de cimento branco e 1 parte de
alvaiade ou areia fina. Limpar a superfície eliminando vestígios de pó; a seguir, sob
superfície úmida, efetuar o estucamento utilizando trincha, espátula e
desempenadeira de aço, pressionando fortemente a pasta de estucamento contra o
concreto, preenchendo todos os vazios ou poros. Após a secagem e cura por 3 dias,
deve-se proceder ao lixamento mecânico ou manual, com lixa fina ( 120 a 150 ), a fim
de retirar todo o excedente de argamassa de estucamento. É importante salientar que
a finalidade do estucamento é para vedar ou selar a porosidade superficial, deixando
uma superfície lisa e uniforme, não criando camada superficial definitiva sobre o
concreto. Todo o excesso de estuque deverá ser removido através de lixamento.

l) Efetuar uma limpeza superficial retirando pó, impurezas ou manchas que possam
comprometer o resultado, antes da aplicação do verniz.

m) Aplicar com rolo de lã de carneiro uma demão farta de verniz acrílico base água ,
tomando-se o cuidado de selar toda a superfície, de forma a evitar manchas
provocadas pelo verniz de acabamento, base solvente. Aguardar sua secagem pelo
período de 6 a 8 horas. Consumo estimado entre 0,15 a 0,30 l/m2.

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n) Aplicar com rolo de lã de carneiro duas demãos de verniz de acabamento base


solvente, com intervalo de 4 a 6 horas entre demãos. Consumo entre 0,10 a 0,20
l/m2/demão.

o) Cuidados
 a aplicação dos vernizes deve ser sob substrato seco, não devendo ser
aplicado na eminência de chuva, pelo período mínimo de 6 horas.
 os produtos devem ser adequadamente misturados ou homogeneizados
instantes antes das suas aplicações
 as demãos de verniz devem ser aplicados no momento em que não esteja
sendo executado lixamento ou outras emissões de pó, água ou outros serviços
que possam interferir no resultado, até a secagem das demãos.
 cada demão deve-se constituir em uma película contínua e uniforme, livre de
poros, escorrimentos e outras imperfeições. As falhas ou danos no filme
resultante do verniz devem ser reparados, observando-se a mesma
metodologia e tempo entre demãos acima descritos.
 não aplicar os vernizes com condições climáticas de umidade elevada ( 90% de
umidade relativa do ar ), temperaturas ambientes abaixo de 10 C ou superiores
a 35 C

p) Observações gerais

 quando não previsto no projeto da fachada, é recomendado a instalação prévia


de pingadeiras de plástico ou alumínio nas faces inferiores das vigas, do tipo T,
aderidas com resina epóxi, de forma a evitar o escorrimento da água de chuva
na face inferior das vigas, melhorando o aspecto estético.

 é recomendado a colocação prévia de rufos, pingadeiras de cerâmica ou


cimento nas faces superiores das vigas e muretas de forma a evitar o
escorrimento de sujeira e fuligem carreadas pela água de chuva, melhorando o
aspecto estético.

 as condições atmosféricas devem ser avaliadas para evitar a aplicação do


produto em período aquém de 06 horas da ocorrência de chuvas. Quando
procedente, a aplicação deve ser evitada sob forte vento, de forma a evitar a
impregnação de partículas de poeira em suspensão.

 é recomendado a execução de plano de conservação do revestimento, com a


aplicação de uma demão de verniz de acabamento a cada 5 anos, após prévia
limpeza com jato de água e detergente, bem como a correção de alguma
imperfeição ou patologia detectada.

15.7 Recomendações para a contratação

Dependendo do porte da obra e das exigências de qualidade e desempenho, deve-se


adotar parâmetros de controle, desde a contratação até a conclusão dos serviços,
bem como nas inspeções periódicas.

15.7.1 Materiais

O fabricante deverá apresentar catálogos técnicos com descrição detalhada dos


produtos, suas indicações, limitações e restrições de forma clara. Caso necessário,
solicitar a presença dos fabricantes dos produtos, para esclarecimento de dúvidas.

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O fabricante, deverá dar por escrito uma garantia nos seguintes termos:
 Razão social do fabricante
 Endereço
 Nome do produto
 Garantia do produto (mínimo 05 anos)
 Razão social da aplicadora credenciada

O fabricante deverá dar por escrito as características do produto enviado para o local
dos serviços, bem como das informações abaixo:
 Razão social do fabricante
 Endereço
 Nome do produto
 Nº do lote de fabricação
 Data de fabricação
 Cuidados no transporte e armazenamento
 Cuidados e recomendações de aplicação

Ter em mãos para consulta catálogos e informações técnicas dos produtos a serem
utilizados. Caso necessário, solicitar a presença dos fabricantes dos produtos.

15.7.2- Serviços

 Os serviços deverão ser executados por firmas credenciadas junto ao


fabricante, que ofereça garantia nos seguintes termos:
Razão social da aplicadora
Endereço
Carta de credenciamento do fabricante do material, específica para a obra em
questão.
Nome dos produtos aplicados.

 Garantia de aplicação (mínimo 05 anos para vernizes e 3 anos para os


hidrófugos).

 A empresa deverá apresentar a relação do corpo técnico a ser


utilizado: Engenheiro: Nome - tempo de experiência
Encarregado(s): Nome - tempo de experiência

 A critério da fiscalização, apresentar atestados fornecidos por empresas


contratantes tradicionais do mercado, que comprovem a realização de pelo
menos três obras semelhantes as do projeto, indicando o local e a época da
realização da obra.

 Apresentar declaração de que está ciente de que a obra está submetida a


um sistema de qualidade, que os materiais serão alvo de ensaios, tanto na
recepção como na aplicação, ficando os custos dos mesmos por conta da
mesma.

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 Solicitar garantia dos serviços, compreendendo todas as etapas, assim como


a reparação de eventuais danos causados pelas imperfeições dos serviços.
As exclusões da garantia devem ser consideradas contra danos provocados
por terceiros, limitada a área em questão, não excluindo a obrigação de dar
assistência técnica e de executar eventuais reparos.

15.8 Recomendações para a fiscalização

15.8.1- Parâmetros mínimos para controle da etapa em execução:

a) Na recepção dos produtos

No recebimento dos materiais, deverão ser verificados os seguintes itens:


 Nome do produto
 Quantidade
 Número do lote
 Data de fabricação
 Validade
 Condições da embalagem

b) Na preparação do substrato

 Mapeamento e descrição das falhas localizadas


 Regularidade da superfície
 Limpeza da superfície
 Qualidade dos reparos

c) Na aplicação do produto

 Temperatura, umidade do ar, vento e condições de tempo


 Umidade do substrato
 Consumo por metro quadrado
 Tempo de secagem entre demãos
 Número do lote do produto aplicado

d) Após a conclusão

 Aspecto estético
 Verificação de falhas de aplicação
 Verificação de manchas
 Demarcação dos pontos para revisão

15.8.2 Plano de trabalho

Serão fornecidos os cronogramas dos serviços previstos em cada frente de trabalho,


descriminando-se todas as etapas executivas, equipes, equipamentos, turnos de
trabalho.

Deverá ser verificado as interferências junto ao cronograma dos serviços, visando sua
otimização e adequação.

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Deverá ser exigido das empresas contratadas equipamentos de proteção individual,


bem como sistemas de proteção ao usuário do estabelecimento, de acordo com as
regulamentações específicas dos órgãos públicos competentes, bem como dos
proprietários do estabelecimento.

15.8.3 - Procedimentos de controle

Deverá ser elaborado metodologia para o procedimento de controle de execução,


envolvendo:
 Mapeamento das áreas a serem tratadas
 Análise das especificações
 Sistemática de controle dos serviços
 Liberação para início dos serviços e etapas concluídas
 Controle periódico dos materiais armazenados e em utilização
 Controle periódico da equipe de execução
 Diários de ocorrências
 Registro de alterações
 Ordens de serviços
 Boletim de desempenho
 Medições de serviços
 Ações corretivas ou medidas preventivas
 Relatório de não conformidade de produto ou serviço
 Controle de execução com rastreabilidade
 Estrutura organizacional, responsabilidades, procedimentos e processos de gestão
da qualidade

15.8.4 - Procedimentos de controle

 Normas e documentos utilizáveis


 Organograma funcional
 Atribuição e responsabilidade da equipe de operação
 Descrição das atribuições e responsabilidades das atividades que afetam e/ou
relacionadas à qualidade
 Plano de aferição e controle
 Plano para tratamento das não conformidades (RNC) e consultas técnicas (CT)
 Licitações e contratações dos serviços e materiais
 Inspeção dos materiais, equipamentos e serviços
 Plano de arquivamento, controle, atualização e distribuição de documentos
 Procedimentos de execução e de inspeção
 Listas de verificação
 Relatório de registros de resultados

15.8.5- Ensaios

Além dos sistemas de controle explicitados a fiscalização no item anterior,


recomenda- se a execução dos seguintes ensaios:

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a) Na recepção do material

Retirada de amostra para avaliação do teor de sólidos do produto, de acordo com a


norma NBR 7340. Recomenda-se a homogeneização do produto dentro da
embalagem original, antes da retirada da amostra para ensaio, devendo a mesma ser
embalada em recipiente hermético, de forma a não ocorrer a volatilização de nenhum
de seus componentes. A embalagem para transporte da amostra deverá ser
apropriada para evitar reações químicas com os componentes do produto a ser
ensaiado. Recomenda-se embalagem de vidro com fechamento hermético ou de
metal com fechamento hermético.

Recomenda-se a retirada de pelo menos uma amostra de cada lote de produto,


respeitando-se as quantidades mínimas de amostras conforme abaixo:
 Até 1.000 litros - pelo menos 01 amostra
 de 1.001 a 3.000 litros - pelo menos 02 amostras
 de 3.001 a 5.000 litros - pelo menos 03 amostras
 acima de 5.000 litros - pelo menos 04 amostras

Entende-se por lote de produto aquele fabricado na mesma partida de produção, que
deverá ter anotado o seu número e data de fabricação, indicados na embalagem.

b) Na conclusão dos serviços

 Aspersão de água sem pressão hidrostática, pelo menos 12 horas após a


aplicação do consumo total do produto/ m².

 Ensaio de absorção de água com a utilização de um cachimbo, conforme descrito


abaixo, em pelo menos 06 pontos a cada 1.000 metros quadrados de superfície
tratada.

c) Periódicos

 Em períodos de um a dois anos após a conclusão dos serviços, efetuar nova


avaliação de desempenho do tratamento da fachada, repetindo-se os ensaios
descritos no item anterior.

15.8.6- Ensaio de absorção d’água

O método do cachimbo para verificação de absorção de água em sistemas


hidrofugantes, consiste em impor uma coluna d’água sobre o substrato tratado como
hidrofugante.

Conforme o Centre Scientifique et Technique de La Construction, uma coluna d’água


inicialmente com 92 mm de altura, simula a ação de uma chuva com vento de
velocidade aproximada de 140 Km/h.

Para a execução deste ensaio, é necessário dispor de cachimbos de vidro graduados


e com dimensões definidas, um cronômetro ou relógio e mástique para fixação e
vedação.

Para a realização do ensaio, deve-se, primeiramente modelar uma porção de mástique

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e envolver a borda do cachimbo para fixá-lo na parede. A seguir enche-se o


cachimbo com água até a referência de nível zero e são efetuadas as medições,
através da leitura da diminuição da altura da coluna d’água em intervalos pré-
determinados.
Recomenda-se leituras nos intervalos de 5, 10, 15 e 30 minutos e também após 1, 3, 5,
24 e 48 horas.

Recomenda-se a utilização de dois referenciais, sendo o primeiro aplicado em


substrato sem a aplicação do sistema de tratamento de fachada e outro sobre uma
placa de vidro, este último para aferir a quantidade de água perdida por evaporação.

TABELA DE CONTROLE

Local da aferição:

Tempo Substrato sem Substrato de Vidro Substrato com


tratamento tratamento
5 minutos
10
minutos
15
minutos
30
minutos
1 hora
3 horas
5 horas
24 horas
48 horas

16.8.7 - Outros ensaios

Em certas condições, quando houver suspeita da qualidade dos produtos utilizados,


podem ser efetuados vários ensaios de caracterização e desempenho dos mesmos.
Além dos que podem ser descriminados na literatura técnica dos fabricantes dos
materiais, é relacionado abaixo alguns ensaios, para análise de desempenho ou
caracterização:

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Identificação dos componentes Espectrofotometria por radiação


infravermelha
Teor de sólidos ou componente ativo Ensaio de teor de sólidos, de acordo com a
NBR 7240 ou % de não voláteis
Envelhecimento acelerado Ensaio e intemperísmo artificial,
utilizando- se o aparelho C-UV, de acordo
com a ASTM G-53 ou o aparelho
Wheather-o- Meter, de acordo com a
ASTM G-26
Desenvolvimento de bolor
Aderência Ensaio segundo NBR 12171 ou
outro método equivalente
Permeabilidade ao vapor Ensaio de permeabilidade. Ex: ASTM E 96
ou outro método equivalente.
Absorção de água por imersão Ensaio segundo ASTM D 471 ou outro
método equivalente
Absorção d’água por coluna No local da obra - método do
cachimbo Névoa salina
Resistência química Imersão de corpos de prova no
componente químico a ser analisado
Resistência a ozônio Câmara de ozônio NBR 8360

15.9- Manutenção preventiva e corretiva

Os sistemas de tratamento de fachadas tem uma função importante na preservação


da mesma, quer para evitar a ocorrência de problemas de patologia como também
para a preservação da estética da fachada.

Os sistemas de tratamento de fachadas estão expostos ao meio ambiente agressivo


e portanto sofrem a agressividade dos seus agentes, degradando-se ao longo do
tempo.

Para se manter o sistema de tratamento atendendo as necessidades de


desempenho, é muito importante elaborar um programa de manutenção preventiva,
que pode ser denominada também de conservação, para ser evitado a necessidade
de uma manutenção corretiva generalizada e radical, de custo sensivelmente mais
elevado.

Em uma manutenção preventiva, a fachada é vistoriada, procurando identificar algum


sinal localizado que necessite de intervenção. Dependendo do tipo de material
utilizado, deve-se efetuar aplicações periódicas do produto, de forma a renovar o
sistema de tratamento de uma fachada. Como exemplo, em no caso de um
tratamento de fachada com verniz acrílico, é recomendado no período compreendido
entre 3 a 5 anos, dependendo da agressividade do meio, a limpeza da fachada,
correção de algum sinal de agressividade localizada e a aplicação de uma demão
adicional de verniz. Desta forma, está se conservando a película de proteção,
evitando que se espere a degradação completa do tratamento, que certamente
acarretará em surgimento de patologias já citadas, não restando outra opção senão
efetuar a manutenção corretiva, que além do custo de solucionar os problemas de
manifestações patológicas instaladas, implicará em um refazimento total e radical do
tratamento da fachada, em todas as suas etapas, a um custo muito maior.

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O período de inspeção de uma fachada deve ser executada anualmente,


programando-se as manutenções preventivas em função da durabilidade dos
sistemas de proteção.

A estimativa de durabilidade de um sistema de tratamento de fachada é variável, em


função da qualidade da construção, tempo de construção, aspectos da arquitetura,
grau de agressividade do meio ambiente, tipo de tratamento adotado, qualidade e
consumo dos materiais, qualidade de execução, manutenções preventivas, etc. Uma
das formas de se estimar a durabilidade é a observação de edificações vizinhas e
consulta a bibliografias.

De forma geral, estima-se a necessidade de renovação do tratamento nos seguintes


períodos:

Sistema adotado Períodos


- hidrófugos silanos/siloxanos 3 anos
- verniz acrílicos puros - base água +
base solvente 5 anos
- hidrófugo silano/siloxano + verniz
acrílico puro base solvente 6 a 7 anos
- verniz de poliuretano 10 anos, com necessidade de refazimento
total do tratamento pois não permite
aplicação de demão adicional

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Bibliografia

 Concrete Repair and Maintenance Illustrated – Peter H. Emmons

 Manual de Inspeccion, Evaluacion y Diagnostico de Corrosion en estructuras de


hormigón Armado – DURAR

 Patologia e Terapia do Concreto Armado – Manoel Fernández Cánovas

 Durabilidad de Estructuras de Hormigon – CEB

 Recent Developments in the Design of Reinforced Concrete Structures for


Long Service Lives from a Corrosion Perspective - Charles K. Nmai, P.E., FACI
Master Builders Technologies

 Patologia das Estruturas de Concreto -Antonio Carmona Filho (Ph.D.)

 Patologia Recuperação e Reforço de Estruturas de Concreto – Vicente Custódio e


Thomaz Ripper

 Aditivos para Concreto – Juan Fernando Matias Martin

 Carbon Fiber - S&P Clever Reinforcement Company

 Mbrace Carbon Fiber Reinforcement MBT Master Builders Technologies

 Falhas em Revestimentos - Recomendações nas fases de projeto, execução e manutenção


- Engº. Roberto José Falcão Bauer

 Manual de argamassas e Revestimentos - Estudos e procedimentos de Execução - Engº.


Antonio J. S. I. Fiorito.

 Tecnologia de Produção de Revestimentos de Fachadas de Edifícios com Placas Pétreas -


Engª. Eleana Patta Flain,

 Tecnologia de Produção de Contrapisos para Edifícios Habitacionais e Comerciais. - Engª.


Mercia Maria Semensato Bottura de Barros

 La Corrosión del Hormigón y su Protección – I. Biczók

 Admistures - MBT Masterbuilders Technologies

 Rheodynamic Concrete - MBT Master Builders Technologies

 Concrete Repair - MBT Master Builders Technologies

 NBR 7200 - Revestimento de paredes e tetos com argamassas - Material, preparo,


aplicação e manutenção.

 NBR 13.707 - Projeto de revestimento de paredes e estruturas com placas de rocha.

 NBR 13.708 - Execução e inspeção de revestimento de paredes e estruturas com placas


de rocha.
 NBR 13.755 - Revestimento de paredes externas e fachadas com placas cerâmicas

 NBR 8214 - Assentamento de azulejos.

 Patologia na Impermeabilização - José Eduardo Granato

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 Vernizes e Hidrofugantes para fachadas de Concreto e Alvenaria Aparentes - José


Eduardo Granato.

 Trincas e fissuras em Edificações – Roberto Falcão Bauer

 Hidrofugantes de silicone – Wacker Química

 Hidrorrepelentes para Concreto e Alvenaria - Goldschimidt

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