Notas de Aula de Patologia Das Construções
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Professor Gustavo da Silva Salles, Curso Tcnico em Edificaes, Notas de Aula de Patologia das Construes.
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1 Conceitos Fundamentais.
1.1 Introduo.
A Patologia das Construes uma cincia que se prope ao estudo dos problemas que
prejudicam o desempenho das edificaes e de obras especiais, como pontes, barragens e
estradas. As edificaes possuem caractersticas, relacionadas ao seu uso, que devem se manter
ao longo do tempo para que possam continuar em servio.
Os problemas patolgicos geralmente esto relacionados a uma perda de desempenho
apresentada por um determinado componente da edificao ou pela edificao como um todo.
Tais problemas so devidos no s a erros ou falhas cometidas em uma das etapas do processo
da construo, mas tambm durante o seu uso.
Os sintomas geralmente so percebidos quando a construo passa a ser utilizada. Alm
disso, toda construo tem um tempo de utilizao ou vida til limitado. Dessa forma, o
envelhecimento deve ser acompanhado de forma a possibilitar que sejam realizadas as
atividades para conservao da construo dentro dos requisitos de desempenho requeridos.
Como toda cincia, a Patologia das Construes est amparada por um mtodo. O
tcnico ir realizar uma investigao que tem como principal estratgia a inspeo da
edificao, com o intuito de identificar os sintomas e suas provveis causas. Alm disso, ser
realizada uma anamnese para obter informaes sobre a construo e realizados ensaios
laboratoriais para que se tenham subsdios suficientes para diagnosticar o problema e assim
prescrever a teraputica.
1.2 Conceitos Fundamentais.
Desempenho.
Entende-se por desempenho o comportamento de um produto, componente ou
edificao em relao ao seu uso.
A metodologia bsica para aplicao do conceito de desempenho pode ser resumida
como a definio de condies quantitativas e qualitativas a serem atendidas pelo edifcio e suas
partes, a partir das exigncias do usurio a serem satisfeitas nas condies de exposio a que
ser submetido o edifcio.
Durabilidade.
a capacidade que um produto, componente ou construo possui de manter o seu
desempenho acima de nveis mnimos especificados, de maneira a atender s exigncias dos
usurios, em cada situao especfica (CIB W80/RILEM 71 -PSL, 1983).
O Eurocode No. 2 (1989), define que para assegurar uma adequada durabilidade das
estruturas, os seguintes fatores inter-relacionados devero ser considerados:
o uso da estrutura;
os critrios requeridos para o desempenho;
as condies de exposio no meio ambiente;
as propriedades, composies e desempenho dos materiais;
tipos dos elementos e o detalhamento estrutural;
a qualidade de mo de obra e nvel de controle;
as medidas particulares de proteo; e
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planejamento;
projeto;
execuo;
fabricao de materiais fora do canteiro;
uso;
e deteriorao precoce (antes do trmino da vida til de projeto) proveniente de
sua interao com o meio ambiente.
A Patologia das Construes pode ser entendida com a parte da engenharia que estuda:
os sintomas;
o mecanismo;
as causas; e
as origens dos defeitos das construes.
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2.3 Tipos.
Neste estudo sero classificadas tipologicamente como congnitas, construtivas,
adquiridas e acidentais.
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2.4 Consideraes.
Na grande maioria das situaes no h uma nica origem para o surgimento das
patologias em fachadas, mas o que ocorre uma combinao de fatores cujas influncias so
variveis caso a caso. De uma maneira geral, tais patologias decorrem de falhas ligadas a
aspectos como especificao dos materiais, projeto e produo. Comeam a ocorrer pouco tempo
aps o trmino da execuo do revestimento, chegando no mximo em cinco anos.
As situaes de projeto consideradas mais crticas e, portanto, mais sujeitas ao
descolamento numa edificao so os panos fechados, ou seja, sem aberturas para janelas ou
varandas, trechos em curva, panos situados no lado poente (oeste) e cermicas de cor escura.
Deficincias como a ausncia de juntas de dilatao e falha de preenchimento do tardoz
da cermica com a argamassa de assentamento tm influncia significativa no surgimento do
problema.
Observa-se uma correspondncia clara entre o processo de assentamento das placas
cermicas e o grau de preenchimento do seu tardoz com argamassa.
2.5 Concluses.
A partir de levantamentos estatsticos, pode-se observar que a maioria das fachadas
que apresentam manifestaes patolgicas de prdios antigos e em princpio, detecta-se que a
causa principal dessas falhas proveniente da falta de manuteno e no da execuo.
Os problemas mais corriqueiros de registro costumam ser:
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Muitas das recomendaes feitas nos projetos executivos de fachadas vm das Normas
Brasileiras existentes sobre o tema, em especial as seguintes:
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Nesta atividade, devem ser tomados todos os cuidados necessrios ao bom andamento
da construo, com a indispensvel caracterizao da obra, individualizada pela programao
de atividades, alocao de mo-de-obra, definio do "layout" do canteiro e previso de
compras dos materiais.
Patologias Geradas na Etapa de Utilizao da Estrutura (Manuteno)
Acabadas as etapas de concepo e de execuo, e mesmo quando tais etapas tenham
sido de qualidade adequada, as estruturas podem vir a apresentar problemas patolgicos
originados da utilizao errnea ou da falta de um programa de manuteno adequado.
Desta forma, e de maneira paradoxal, o usurio, maior interessado em que a estrutura
tenha um bom desempenho, poder vir a ser, por ignorncia ou por desleixo, o agente gerador
de deteriorao estrutural.
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Quadro 3.1 - Causas intrnsecas aos processos de deteriorao das estruturas de concreto.
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Causas Extrnsecas.
As causas extrnsecas de deteriorao da estrutura so as que independem do corpo
estrutural em si, assim como da composio interna do concreto, ou de falhas inerentes ao
processo de execuo, podendo, de outra forma, ser vistas como os fatores que atacam a
estrutura "de fora para dentro", durante as fases de concepo ou ao longo da vida til desta.
Quadro 3.2 - Causas extrnsecas aos processos de deteriorao das estruturas de concreto.
3.3 Processos Fsicos de Deteriorao das Estruturas de Concreto.
Os efeitos resultantes da atuao dos agentes intrnsecos e extrnsecos da deteriorao das
estruturas de concreto sumarizados no Quadro - 03 se fazem sentir, inicialmente, nos pontos
fracos destas estruturas. Na maioria dos casos, as suas causas so evidentes e poderiam ter sido
facilmente evitadas pela escolha cuidadosa dos materiais e dos mtodos de execuo, pela
elaborao de um projeto convenientemente detalhado ou pela concretizao de um programa
adequado de manuteno. Alguns efeitos, entretanto, como os devidos a causas mecnicas,
como sobrecargas e impactos para os quais a estrutura no havia sido dimensionada, ou a
acidentes, como sismos e incndios, no so to facilmente evitveis. Pelo contrrio, na maioria
das vezes estes agentes, que podem causar considerveis danos s estruturas, inclusive levandoProfessor Gustavo da Silva Salles, Curso Tcnico em Edificaes, Notas de Aula de Patologia das Construes.
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4.5 Recuperao.
Recuperar-se fissuras e trincas de alvenarias requer, primeiramente a recuperao dos
sistemas que lhe deram causa. Uma vez sanada, pode-se partir para a recuperao dos seus
efeitos.
imprescindvel que no estudo da recuperao sejam levadas em considerao todas as
aes - em termos de projeto, execuo, controle, avaliao de desempenho, entre outras - que
permitam recuperao comportar-se adequadamente frente s solicitaes de uso. Esse
princpio, que deve ser adotado no tratamento dado recuperao de fissuras, est baseado no
que SABBATINI (1989) chama de abordagem sistmica, ou seja, o modo de enfocar e conduzir a
resoluo de um problema com a viso de conjunto.
Do ponto de vista funcional, o termo sistema de recuperao ser empregado para
designar o conjunto de camadas que uma vez aplicadas restituem vedao vertical, no caso
constituda pela alvenaria com revestimento de argamassa, as funes para a qual ela foi
construda.
Diante do amplo espectro de abordagem que envolve os sistemas de recuperao de
fissuras, foca-se somente a avaliao de desempenho quanto capacidade de deformao, pois,
dentre as principais propriedades dos sistemas de recuperao, essa uma das mais importantes.
A capacidade de deformao tem a funo de manter o sistema de recuperao ntegro,
principalmente, diante das fissuras ativas, as mais difceis de serem recuperadas.
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Figura 4.9 Sulcos executados em fissuras e trincas para selagem: a) sulco em forma de
V; b) sulco retangular.
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5.3 Manifestaes.
5.3.1 Bolhas: so resultantes de perda localizada de aderncia e consequente
descolamento do filme da superfcie.
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