Nulidade Do Processo em Razão Da Suspeição Do Promotor

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Excelentíssimo Senhor Doutor Ministro Presidente do Supremo Tribunal Fede-

I
ral

L
NO
VIG
O
NULIDADE DO PROCESSO EM RAZÃO DA SUSPEIÇÃO DO PROMOTOR

UL
DE JUSTIÇA. IMPOSSIBILIDADE DA SUSPEIÇÃO DECORRER DE
CAUSA SUPERVENIENTE. PROMOTOR QUE NÃO ESCLARECE

:55 I PA
QUANDO TOMOU CONHECIMENTO DA CAUSA DE SUSPEIÇÃO. INEXIS-
TÊNCIA DE FATO SUPERVENIENTE A ENSEJAR O AFASTAMENTO DO
PROMOTOR DE JUSTIÇA. TRANSCURSO DE MENOS DE 20 (VINTE)

:02 LE
DIAS. PROMOTOR SUSPEITO QUE FOI O RESPONSÁVEL PELA RATIFI-
CAÇÃO DO OFERECIMENTO DA DENÚNCIA E PELA REALIZAÇÃO DA

16 ER
AUDIÊNCIA DE INSTRUÇÃO. PREJUÍZO EVIDENCIADO.
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02 AN
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4-
9/0 93

Walter Barbosa Bittar, brasileiro, casado, advogado, ins-


: 0 68-

crito na OAB/PR sob o nº. 20.774; Rodrigo José Mendes Antunes, brasileiro, ca-
sado, advogado, inscrito na OAB/PR sob o nº. 36.897; Rafael Junior Soares, brasi-
Em 58.4

leiro, divorciado, advogado, inscrito na OAB/PR sob o nº. 45.177; e Luiz Antonio
Borri, brasileiro, casado, advogado, inscrito na OAB/PR sob o nº. 61.448, todos com
0.9

escritório profissional na Avenida Higienópolis, nº. 583, 5º andar, Edifício Continental,


12

Centro, Londrina-PR, vêm respeitosamente a Vossa Excelência, na forma do que dis-


põe o art. 5º, inciso LXVIII, da Constituição Federal, e art. 647 e seguintes do Código
r:
po

de Processo Penal, impetrar:

ORDEM DE HABEAS CORPUS COM PEDIDO LIMINAR


sso

em favor de Jamildo Assis Junior, brasileiro, portador do R.G nº. 4812788, inscrito
pre

no CPF nº. 810.351.529-91, residente na Rua Jaborandis, nº. 183, Condomínio Al-
Im

phaville, em Londrina-PR, que se encontra sofrendo constrangimento ilegal em razão


do acórdão que negou provimento ao recurso ordinário em habeas corpus nº.
187.710/PR, proferida pela Sexta Turma do Superior Tribunal de Justiça, que, para
as finalidades legais, aponta-se como autoridade coatora.
I
DOCUMENTOS QUE ACOMPANHAM O HABEAS CORPUS

01) Denúncia e cota oferecida na ação penal nº. 0061538-50.2022.8.16.0014, em

L I
trâmite perante a Vara Sumariante do Tribunal do Júri de Londrina-PR

NO
(mov. 69);

VIG
02) Resposta à acusação apresentada pelo paciente na ação penal nº. 0061538-
50.2022.8.16.0014 (mov. 121);

03) Decisão que confirmou o recebimento da denúncia oferecida na ação penal

O
nº. 0061538-50.2022.8.16.0014 e designou audiência de instrução e julga-

UL
mento (mov. 128);

:55 I PA
04) Declaração de suspeição do Promotor de Justiça Vitor Hugo Nicastro Ho-
nesko, apresentada no dia da audiência de instrução (mov. 243);

:02 LE
05) Mídia contendo os requerimentos apresentados em audiência (mov. 245.2);

16 ER
06) Ata da audiência realizada em 31 de maio de 2023 (mov. 246);
D
07) Declaração de suspeição do Promotor de Justiça Tiago de Oliveira Gerardi
02 AN

(mov. 280);
8/2 - W
4-

08) Requerimento apresentado pela defesa técnica (mov. 297);

09) Manifestação apresentada pelo Promotor de Justiça Jose Augusto Mar-


9/0 93

condes Bernardes Gil (mov. 303);


: 0 68-

10) Decisão indeferindo o requerimento de nulidade (mov. 326);


Em 58.4

11) Habeas corpus impetrado pela defesa no Tribunal de Justiça do Estado do


Paraná de n.º 0047414-70.2023.8.16.0000;
0.9

12) Acórdão que denegou a ordem do habeas corpus impetrado;


12

13) Recurso ordinário em habeas corpus n.º 187.710/PR interposto pela de-
fesa;
r:
po

14) Decisão que negou provimento ao recurso ordinário em habeas corpus n.º
187.710/PR;
sso

15) Agravo regimental interposto pela defesa em razão da decisão que negou
provimento ao recurso ordinário em habeas corpus;
pre

16) Acórdão negando provimento ao agravo regimental;


Im

17) Sentença de pronúncia e recurso interposto pela defesa.

-2-
II
FATOS
1.
Da denúncia

L I
NO
Segundo a denúncia, o paciente Jamildo Assis Junior
(doravante Jamildo) praticou o crime de homicídio qualificado, no dia 21 de outubro

VIG
de 2022, pois “com manifesto animus necandi, assumindo o risco de seu ato, avançou
com a caminhonete que conduzia, modelo VW/Amarok, de placas QOG-2F64, em

O
direção à vítima Wilton Mitsuo Miwa, que trafegava em sua motocicleta Yamaha/Lan-

UL
der XTZ 250, de placa APV-3828, pela mesma via e no mesmo sentido que o denun-

:55 I PA
ciado, porém em outra faixa” (doc. 01).

:02 LE
Nos termos da exordial, o paciente “acelerou e projetou a

16 ER
caminhonete que dirigia contra a motocicleta conduzida pela vítima, colidindo lateral-
mente na motocicleta do ofendido” (doc. 01), que foi arremessado e sofreu ferimentos
D
02 AN

que resultaram no seu óbito alguns dias depois, em 29 de outubro de 2022.


8/2 - W
4-

O Ministério Público acrescenta que o crime de homicídio


ocorreu por motivo fútil, em razão de uma briga de trânsito, e mediante recurso que
9/0 93

dificultou a defesa da vítima.


: 0 68-
Em 58.4

Na sequência, também é imputado a Jamildo o crime de


embriaguez ao volante, segundo o Parquet, “o denunciado trafegava de maneira in-
0.9

compatível com a segurança na via, ‘cortando’ os outros veículos e freando brusca-


mente, e após a colisão com a motocicleta de Wilton Mitsuo Miwa constatou-se que
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havia uma garrafa de cerveja consumida pela metade na caminhonete do denunciado


r:

e que ele apresentava sinais de embriaguez, como hálito etílico e fala pastosa” (doc.
po

01).
sso

Diante disso, postula o Ministério Público a pronúncia do


pre

paciente Jamildo pela prática – em tese – dos crimes de homicídio qualificado e em-
Im

briaguez ao volante, previstos, respectivamente, nos arts. 121, §2º, inc. II e IV, do
Código Penal, e art. 306, da Lei nº. 9.503/97 (Código de Trânsito Brasileiro).

-3-
2.
Do trâmite processual e da declaração de suspeição por parte de DOIS Promo-
tores de Justiça

L I
O julgador singular recebeu a exordial acusatória, determi-

NO
nando a citação do paciente, que apresentou resposta à acusação (doc. 02). Por con-

VIG
seguinte, as teses arguidas pela defesa foram rejeitadas, sendo designada audiência
de instrução e julgamento para o dia 31 de maio de 2023 (doc. 03).

O
UL
Não obstante, no dia da audiência de instrução e julga-
mento, poucas horas antes do início do ato processual, o Promotor de Justiça Vitor

:55 I PA
Hugo Nicastro Honesko, que atuou no processo desde a fase de investigação, figu-

:02 LE
rando inclusive como o responsável pela subscrição da denúncia (doc. 01), declarou
sua suspeição por motivos de foro íntimo, requerendo a remessa dos autos ao titular
da 14ª Promotoria de Justiça (doc. 04). 16 ER
D
02 AN

Desse modo, em audiência de instrução, a defesa arguiu


8/2 - W

a nulidade do processo desde o oferecimento da denúncia, notadamente porque se


4-

trata de suspeição por foro íntimo, o que foi indeferido pelo Juízo (doc. 05).
9/0 93
: 0 68-

Por sua vez, o ato foi realizado com a participação do Pro-


motor de Justiça Tiago de Oliveira Gerardi, que ratificou a denúncia oferecida (doc.
Em 58.4

05).
0.9

Após a realização do ato, a defesa foi surpreendida com a


12

declaração de suspeição, também por motivos de foro íntimo, pelo Promotor de


Justiça Tiago de Oliveira Gerardi (doc. 07):
r:
po
sso
pre
Im

-4-
L I
NO
VIG
O
UL
:55 I PA
:02 LE
16 ER
D
02 AN

Em razão disso, a defesa apresentou requerimento de nu-


lidade do feito desde o oferecimento da denúncia e de todos os atos processuais que
8/2 - W
4-

a sucederam, especialmente da audiência realizada com a participação do referido


membro do Ministério Público, em 31 de maio de 2023 (doc. 08)
9/0 93
: 0 68-

Os autos foram remetidos ao Promotor de Justiça Jose Au-


Em 58.4

gusto Marcondes Bernardes Gil, que apresentou manifestação ratificando a denúncia


oferecida e concordando com a “anulação da audiência realizada em 31/05/2023, de-
0.9

vendo ser novamente ouvidos os informantes e testemunhas indicados pelas Partes”


(doc. 09).
r:12

Não obstante os argumentos trazidos pela acusação e pela


po

defesa, o eminente Juiz singular indeferiu o pedido de nulidade, com base na seguinte
sso

fundamentação (doc. 10):


pre

Por seu turno, quanto ao pleito de nulidade, entendo que não


comporta acolhimento.
Im

Isso porque, da minuciosa análise do feito, não se observa


qualquer elemento que indique eventual parcialidade na
atuação dos Promotores de Justiça, ou sequer prejuízos à
Defesa, sendo certo que, em todos os atos praticados, os
princípios do contraditório e da ampla defesa foram devida-
mente respeitados.

-5-
Aliás, importante esclarecer que, consoante entendimento dos
Tribunais Superiores, é indispensável para o reconhecimento de
nulidade relacionada à suspeição, que o excipiente indique, ob-
jetivamente, o comportamento parcial do agente público, ou

I
mesmo demonstre os prejuízos dele decorrentes, o que, con-

L
tudo, não ocorreu neste caso concreto.

NO
(...)

VIG
Ante o exposto, rejeito o pedido de nulidade (seq. 297.1), eis
que unicamente fundamentado na arguição abstrata de par-
cialidade dos Promotores de Justiça que inicialmente atua-

O
ram no caso.

UL
III. Dando prosseguimento ao feito, acolho a nova ratificação da

:55 I PA
Denúncia (seq. 303.1) e designo o dia 18 de outubro de 2023,
às 14 horas, para a audiência de instrução em continuação,
oportunidade em que o réu será interrogado, de forma pre-

:02 LE
sencial

16 ER
A despeito da conclusão judicial, considerando o constran-
gimento ilegal imposto ao paciente, foi impetrado habeas corpus no Tribunal de Jus-
D
02 AN

tiça do Estado do Paraná (doc. 11).


8/2 - W
4-

3.
Do habeas corpus julgado pelo Tribunal de Justiça do Paraná e da conse-
9/0 93

quente interposição de recurso ao Superior Tribunal de Justiça


: 0 68-

A despeito do remédio constitucional impetrado, o Tribunal


Em 58.4

de Justiça do Paraná denegou a ordem (doc. 12), ensejando a interposição de recurso


ordinário em habeas corpus perante a Corte Cidadã (doc. 13), o qual foi denegado
0.9

por decisão monocrática pelo Ministro Relator (doc. 14)


12

Interposto agravo regimental (doc. 15), a Sexta Turma ne-


r:

gou provimento ao recurso, conforme ementa descrita a seguir (doc. 16):


po
sso

AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO EM HABEAS COR-


PUS DESPROVIDO. HOMICÍDIO QUALIFICADO E EMBRIA-
GUEZ AO VOLANTE. NULIDADE PROCESSUAL. SUSPEI-
pre

ÇÃO DE MEMBRO DO MINISTÉRIO PÚBLICO. CAUSA SU-


PERVENIENTE. IRRETROATIVIDADE. PREJUÍZO NÃO DE-
Im

MONSTRADO. ILEGALIDADE MANIFESTA. AUSÊNCIA. MA-


NUTENÇÃO DA DECISÃO MONOCRÁTICA QUE SE IMPÕE.

Em que pese o respeitável entendimento transcrito acima,


a decisão merece reforma, sobretudo porque é impossível que a suspeição tenha

-6-
decorrido de causa superveniente no caso concreto, sendo evidente o prejuízo e
constrangimento ilegal sofrido pelo paciente, consoante demonstrado a seguir.

L I
III

NO
DIREITO
1.

VIG
Nulidade do processo em razão da suspeição do Promotor de Justiça Tiago de
Oliveira Gerardi. Impossibilidade de a suspeição decorrer de causa superveni-
ente. Promotor que foi o responsável pela ratificação do oferecimento da de-
núncia e pela realização da audiência de instrução. Prejuízo evidenciado

O
UL
Entendeu a Sexta Turma que “a conclusão das instâncias

:55 I PA
ordinárias está de acordo com o entendimento desta Corte Superior, para a qual o

:02 LE
fato de ter havido o superveniente reconhecimento da suspeição do Promotor de Jus-
tiça não invalida, por si só, os atos pretéritos” (doc. 16).
16 ER
D
De fato, é entendimento jurisprudencial consolidado nos
02 AN

tribunais que a suspeição declarada em decorrência de causa superveniente não en-


8/2 - W

seja a anulação dos atos processuais anteriores1.


4-
9/0 93

No entanto, no caso concreto, é impossível que a suspei-


: 0 68-

ção tenha decorrido de causa superveniente.


Em 58.4

O Promotor de Justiça Vitor Hugo Nicastro Honesko atuou


no processo desde a fase de investigação, figurando inclusive como o responsável
0.9

pela subscrição da denúncia (doc. 01).


12

Não obstante, no dia da audiência de instrução e julga-


r:
po

mento, poucas horas antes do início do ato processual, referido Promotor de Jus-
tiça declarou sua suspeição por motivos de foro íntimo (doc. 04). Desse modo, o ato
sso

foi realizado com a participação do Promotor de Justiça Tiago de Oliveira Gerardi,


que ratificou a denúncia oferecida (doc. 06).
pre
Im

1
PROCESSUAL PENAL. ESTUPRO DE VULNERÁVEL. SUSPEIÇÃO DE MEMBRO DO MINISTÉRIO
PÚBLICO. CAUSA SUPERVENIENTE. IRRETROATIVIDADE. PREJUÍZO NÃO DEMONSTRADO.
RECURSO DESPROVIDO. I - Na linha dos precedentes desta Corte, a suspeição por situação super-
veniente não opera retroativamente, vale dizer, não importa, por si só, a nulidade dos atos processuais
anteriores a esse fato. (...) (RHC n. 43.787/MG, relator Ministro Felix Fischer, Quinta Turma, julgado
em 1/10 /2015, DJe de 19/10/2015.).

-7-
Ocorre que, após a realização do ato, a defesa foi surpre-
endida com a declaração de suspeição, também por motivos de foro íntimo, pelo
Promotor de Justiça Tiago de Oliveira Gerardi (doc. 07).

L I
NO
O Promotor de Justiça tomou conhecimento de quem eram
os envolvidos no processo – e consequentemente da causa da suspeição – na

VIG
audiência de instrução, mostrando-se incongruente a participação no ato processual
para, depois de alguns dias, declarar-se suspeito.

O
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Tanto é assim que, em sua declaração, não apontou a

:55 I PA
data em que tomou conhecimento da causa de suspeição (doc. 07):

:02 LE
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02 AN
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9/0 93
: 0 68-
Em 58.4
0.9
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r:
po

Como as instâncias singelas concluíram que a suspeição


sso

do Promotor de Justiça decorreu de causa superveniente quando não há referida de-


claração na manifestação apresentada?
pre

Basta verificar os autos para se concluir que, entre a audi-


Im

ência de instrução e a declaração de suspeição, inexistiu qualquer fato superveniente


a ensejar o afastamento do Promotor de Justiça, até porque transcorreram menos de
20 (vinte) dias.

-8-
O ponto central é que não houve qualquer fato superveni-
ente entre a audiência de instrução e a alegação de suspeição pelo Promotor de Jus-
tiça Tiago de Oliveira Gerardi, de modo que EVENTUAL CAUSA DE SUSPEIÇÃO JÁ EXISTIA

I
E JÁ ERA CONHECIDA PELO REPRESENTANTE DO MINISTÉRIO PÚBLICO NA DATA DA AUDIÊN-

L
NO
CIA.

VIG
Noutro giro, restou consignado no ato ora apontado como
coator que “não foi demonstrado prejuízo: ausente qualquer vício retroativo pela

O
declaração superveniente de suspeição, e mais, à mingua de qualquer demonstração

UL
objetiva de prejuízo, ou de atuação parcial dos Promotores de Justiça, não há que se

:55 I PA
cogitar da nulidade dos atos por eles praticados (fl. 96)” (doc. 16).

:02 LE
No entanto, o prejuízo é evidenciado porque o Promotor

16 ER
de Justiça realizou a audiência de instrução, questionando as testemunhas arroladas
pela acusação e pela defesa.
D
02 AN

É preciso destacar, ainda, que na audiência de instrução


8/2 - W
4-

do dia 31 de maio de 2023, o Promotor de Justiça Tiago de Oliveira Gerardi manifes-


tou-se oralmente de forma contrária à nulidade do processo arguida pela defesa
9/0 93

por força da suspeição do Promotor de Justiça Vitor Hugo Nicastro Honesko (doc.
: 0 68-

06).
Em 58.4

Ao mesmo tempo, o eminente Promotor de Justiça Tiago


0.9

de Oliveira Gerardi ratificou a peça acusatória, o que evidencia a prática de atos


processuais por dois Promotores de Justiça atualmente declarados suspeitos.
r:12

O próprio Ministério Público, representado pelo Promotor


po

de Justiça José Augusto Marcondes Bernardes Gil, apresentou manifestação reque-


sso

rendo o reconhecimento da nulidade da audiência realizada, destacando justamente


que o Promotor de Justiça Tiago de Oliveira Gerardi não esclareceu quando tomou
pre

conhecimento da causa da suspeição (doc. 09):


Im

-9-
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NO
VIG
O
UL
:55 I PA
:02 LE
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D
02 AN
8/2 - W
4-

Portanto, resta caracterizada a nulidade da audiência de


instrução realizada por Promotor de Justiça suspeito, nos termos do art. 564, inciso I
9/0 93

e art. 258, do Código de Processo Penal.


: 0 68-
Em 58.4

A doutrina ensina, em comentários ao artigo 258, do Có-


digo de Processo Penal, que “a parte final do dispositivo comentado remete às regras
0.9

de suspeição e impedimentos dos juízes, motivo pelo qual a consequência jurídica da


violação ao preceito é, aqui como lá, a nulidade dos atos praticados pelo promotor
12

público suspeito ou impedido”2.


r:
po

Diante disso, imprescindível a concessão da ordem de ha-


sso

beas corpus, a fim de reconhecer a NULIDADE do feito desde o oferecimento da de-


núncia e de todos os atos processuais que a sucederam, especialmente da audiência
pre

realizada com a participação do referido membro do Ministério Público, em 31 de maio


Im

de 2023.

2GOMES FILHO, Antonio Magalhães; TORON, Alberto Zacharias; BADARÓ, Gustavo [coord.] Código
de Processo Penal Comentado. 2ª Ed. rev., atual. e ampl. São Paulo: Thomson Reuters Brasil, 2019.
p. 511.

- 10 -
IV
MEDIDA CAUTELAR

O fumus boni juris está devidamente caracterizado no caso

L I
em tela, tendo em vista que foi exaustivamente demonstrado o constrangimento ilegal

NO
imposto ao paciente, especialmente em razão da flagrante nulidade do processo, por

VIG
suspeição dos Promotores de Justiça.

O
O periculum in mora também pode ser evidenciado de

UL
plano, visto que o prosseguimento indevido do processo proporcionará prejuízo ao

:55 I PA
paciente, com a possibilidade de apresentação de peças processuais e compareci-
mento a atos processuais que poderão ser anulados. Ademais, o paciente já foi pro-

:02 LE
nunciado, aguardando o julgamento do recurso em sentido estrito pelo Tribunal de

16 ER
Justiça do Paraná (doc. 17). D
Diante disso, presentes os requisitos legais para a conces-
02 AN

são da medida cautelar, requer-se liminarmente, inaudita altera pars, seja determi-
8/2 - W
4-

nada a imediata suspensão da ação penal nº. 0061538-50.2022.8.16.0014, em trâ-


mite na Vara Sumariante do Tribunal do Júri da Comarca de Londrina-PR, até o jul-
9/0 93

gamento do mérito do presente habeas corpus.


: 0 68-
Em 58.4

V
PEDIDO
0.9

Ante o exposto, com base nos fatos e fundamentos jurídi-


12

cos expostos acima, serve a presente para requerer:


r:
po

a) A CONCESSÃO da medida liminar para que seja deter-


minada a imediata da ação penal nº.
sso

SUSPENSÃO

0061538-50.2022.8.16.0014, em trâmite na Vara Su-


pre

mariante do Tribunal do Júri da Comarca de Londrina-


PR, até o julgamento de mérito deste writ;
Im

b) A CONCESSÃO do habeas corpus, a fim de reconhecer


a NULIDADE do feito desde o oferecimento da denúncia

- 11 -
e de todos os atos processuais que a sucederam, es-
pecialmente da audiência realizada com a participação
do Promotor de Justiça Tiago de Oliveira Gerardi, em

I
31 de maio de 2023.

L
NO
Termos em que,

VIG
e. deferimento.

Londrina, 24 de abril de 2024.

O
UL
Assinado de forma digital por
WALTER BARBOSA WALTER BARBOSA
BITTAR:62048147968 BITTAR:62048147968
Dados: 2024.04.24 15:29:12 -03'00'

:55 I PA
Walter Barbosa Bittar Rodrigo José Mendes Antunes
OAB/PR nº. 20.774 OAB/PR nº. 36.897

:02 LE
Rafael Junior Soares
OAB/PR nº. 45.177
16 ER Luiz Antonio Borri
OAB/PR nº. 61.448
D
02 AN
8/2 - W
4-
9/0 93
: 0 68-
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0.9
r: 12
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