Inclusão Crianças Port Nec Especiais

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A INCLUSÃO DE CRIANÇAS PORTADORAS DE NECESSIDADES ESPECIAIS E

OS DESAFIOS DO DOCENTE EM LIDAR COM ISSO

Aline de Jesus Souza1


Carla Michele Batista Passos2
Geise dos Santos Lisboa3
Luciene Santos de Sousa4
Telmária Cana Brasil Carneiro5

Resumo:

Este artigo visa refletir sobre a prática educativa vivenciada diariamente no contexto da
educação infantil na inclusão de crianças com necessidades especiais, possibilitando ao
educador desenvolver um olhar crítico sobre sua atuação e os resultados de suas ações, com o
objetivo de conscientizar e promover reflexões sobre a diferença da ação educativa baseada na
afetividade e espontaneidade, contra aquela que é baseada no autoritarismo, nas diferenças e
nos resultados. Em tempo, é importante ressaltar que utilizamos como referencial teórico:
(AMARAL; AQUINO, 1998); (MANTOAN, 2005); (VYGOTSKY, 1989); (LDB 9394/96). O
resultado esperado desta pesquisa é o de promover uma indicação de mudança de atitudes e de
conceituação do que seja a inclusão e o trabalho desenvolvido neste ambiente através de uma
reflexão crítica sobre a ação do educador.

Palavras-chave: Inclusão- Aprendizagem- Interação- necessidades especiais- Pesquisa

1
Estudante do 4º Semestre do Curso de Licenciatura em Pedagogia pela Fundação Visconde de Cairu- FVC. Contato
eletrônico: [email protected]
2
Estudante do 4º Semestre do Curso de Licenciatura em Pedagogia pela Fundação Visconde de Cairu- FVC. Contato
eletrônico: [email protected]
3
Estudante do 4º Semestre do Curso de Licenciatura em Pedagogia pela Fundação Visconde de Cairu- FVC. Contato
eletrônico: [email protected]
4
Estudante do 4º Semestre do Curso de Licenciatura em Pedagogia pela Fundação Visconde de Cairu- FVC Contato
eletrônico: [email protected]
5
Estudante do 4º Semestre do Curso de Licenciatura em Pedagogia pela Fundação Visconde de Cairu- FVC Contato
eletrônico: [email protected]
Summary:

This article aims to reflect on the educational practice experienced daily in the context of the
inclusion of preschool children with special needs, enabling the educator to develop a critical
eye on his performance and the results of their actions, aiming to raise awareness and promote
reflection on the difference in the educational activity based on the warmth and spontaneity,
against that which is based on authoritarianism, and the differences in the results. In time, it is
important that we use as a theoretical (Amaral; Aquino, 1998), (Mantoan, 2005) (Vygotsky,
1989), (LDB 9394/96). The expected outcome of this research is to promote an indication of
changing attitudes and concepts of what to include and work in this environment through a
critical reflection upon the role of educator.

Keywords: Inclusion and Learning-Special-needs-Interaction Research

INTRODUÇÃO

Um aspecto marcou a nossa historicidade na educação brasileira, as crianças que antes


eram excluídas da escola regular e colocadas em instituições para deficientes, agora têm o
direito garantido por lei (á educação e de freqüentar a mesma escola das crianças tidas como
‘’normais’’. Assim, crianças que apresentam diferentes déficits, sejam eles temporários ou
crônicos, graves ou leves, devem ser inseridos no ensino regular). A Lei de Diretrizes e Bases
da Educação Nacional 9394, em 1996, assegurou que a criança deficiente física, sensorial e
mental, pode e deve estudar em classes comuns. Dispõe em seu art. 58, que a educação
escolar deve situar-se na rede regular de ensino e determina a existência, quando necessário,
de serviços de apoio especializado. Prevêem também recursos como classes, escolas ou
serviços especializados quando não for possível a integração nas classes comuns. O art. 59
contempla a adequada organização do trabalho pedagógico que os sistemas de ensino devem
assegurar a fim de atender as necessidades específicas, assim como professores preparados
para o atendimento especializado ou para o ensino regular, capacitados para integrar os
educando portadores de necessidades especiais nas classes comuns.
A efetivação da inclusão exige a superação de vários desafios, tais como:
estabelecimento de novas formas pedagógicas, capacitação dos professores para saber lidar
com diferentes problemáticas, os alunos e a própria crianças deficiente precisa participar
ativamente de seu processo de inclusão. Entretanto para zelar pelas crianças que necessitam
de atenção especial na educação regular é preciso criar uma rede de apoio que envolva (todos
os atores) ou especialistas como: psicólogos, neurologistas, fonoaudiólogo, fisioterapeuta,
dentista e outros. Dessa forma, a concepção de aprendizagem é tida como um processo que
sempre inclui relações entre indivíduos, onde a interação do sujeito com o mundo se dá pela
mediação feita por outros sujeitos.

É através da inclusão que a criança desenvolve a linguagem, o pensamento, a


socialização, a iniciativa e a auto-estima, preparando-se para ser um cidadão capaz de enfrentar
desafios e participar na construção de um mundo melhor independente das diferenças. A escola
deve ser capaz de atender seus alunos em suas especialidades e singularidades e isso é válido
para todos, não só para os que possuem algum déficit. Afinal, todas as pessoas apresentam
diferentes características, se sobressaem em algumas áreas e apresentam dificuldade em outras, e
isso precisa ser respeitado e levado em conta na hora da aprendizagem e do convívio social.
A participação dos pais é fundamental para o desenvolvimento, aprendizagem e
interação da criança no contexto escolar. Visto que a inclusão não se limita a colocar a criança
dentro da escola, é preciso que ela consiga interagir de acordo com suas potencialidades com
outras crianças. Salientamos que é essencial a compreensão de que a inclusão e integração de
qualquer cidadão com necessidades especiais ou não, são condicionadas pelo seu contexto de
vida, ou seja, dependem das condições sociais, econômicas e culturais da família, da escola e da
sociedade. E mais importante é que educar é um ato de amor, onde o professor tem que ir além
do conhecimento teórico, pois é preciso percepção e sensibilidade para identificar as
necessidades dos alunos.
Com base nessas premissas iniciais, buscamos tecer algumas reflexões a partir da
pesquisa realizada em uma Escola da cidade do Salvador que atende a crianças com
necessidades especiais. Para tanto essa pesquisa de caráter qualitativo utilizou como
instrumentos de coleta de dados a entrevista semiestruturada e observação.

REFLEXÕES SOBRE O PROCESSO DE INCLUSÃO


Entende-se por educação especial a educação dirigida aos portadores de necessidades
especiais mental, auditiva, visual, física múltipla e portadores de altas habilidades. A deficiência
refere-se á perda, anormalidade de estrutura ou função de toda a alteração do corpo ou da
aparência física, de um órgão ou de uma função, qualquer que seja a sua causa. A incapacidade
refere-se à restrição de atividades em decorrência das conseqüências de uma deficiência em
termos de desempenho e atividade funcional do individuo e que representam as perturbações ao
nível da própria pessoa. “Desvantagens referem-se á condição social de prejuízo que o individuo
experimenta devido a sua deficiência e incapacidade, as desvantagens refletem a adaptação do
individuo e a interação dele com seu meio’’. (AMARAL; AQUINO, 1998, p. 24-25).
No contexto da inclusão educacional de crianças com necessidades especiais é
fundamental que a criança seja vista como criança, não lhe negando sua diferença ou
característica orgânica, mas nunca se deve supervalorizar esse fator e resumir uma ação a uma
única característica, principalmente aquele que deprecia uma pessoa ao diferenciá-la diante das
demais.
“Na escola inclusiva professores e alunos aprendem uma lição que a vida dificilmente ensina:
respeitar as diferenças, esse é o primeiro passo para construir uma sociedade mais justa’’.
(MANTOAN, 2005, p. 24-26). A autora Maria Teresa Eglér Mantoan, é uma das maiores
defensoras da educação inclusiva no Brasil, e crítica convicta das chamadas escolas especiais, a
mesma ressalta na entrevista as grandes lições para professores e alunos, onde a tolerância,
respeito e solidariedade são atitudes importantes na busca de uma sociedade mais justa, em que
todas as pessoas realmente serão iguais perante a lei.
A escola inclusiva deveria ser chamada de escola para todos, pois esta sim está aberta
totalmente para que qualquer pessoa possa ter uma educação digna, sem ser necessário estudar
em uma “escola especial’’, uma escola que abrigue as diferenças e se enriqueça com elas,
portanto, a inclusão deve ser defendida e investida.
A Lei de Diretrizes e Bases da educação nacional 9394/96 (LDB) e o Estatuto da
Criança e do Adolescente (ECA), afirma que é incumbência dos docentes zelar pela
aprendizagem do aluno com necessidades especiais na modalidade de educação escolar,
oferecida preferencialmente na rede regular de ensino. Entretanto, promover a inclusão apesar
de ser um dever das escolas expresso em lei está bem longe de alcançar o objetivo maior que é
garantir a todas as crianças portadoras de alguma deficiência uma escola acolhedora, de
qualidade que supra suas necessidades, pois a estrutura de ensino esta montada para receber um
aluno ideal, com suportes padrões de desenvolvimento emocional e cognitivo. E incluir as
crianças da educação infantil, garantindo-lhes o direito a educação, demanda romper paradigmas
educacionais vigentes na maioria de nossas escolas.
A educação inclusiva é uma tendência internacional deste final de século. É
considerada escola inclusiva aquela que abre espaço para todas as crianças, abrangendo aquelas
com necessidades especiais. O principal desafio da escola inclusiva é desenvolver uma
pedagogia centrada na criança capaz de educar a todas, sem discriminação respeitando suas
diferenças, uma escola que dê conta da diversidade das crianças e ofereça respostas adequadas, a
suas características e necessidades solicitando apoio de instituições e especialistas quando isso
se fizer necessário. É uma meta a ser alcançada por todos aqueles comprometidos com o
fortalecimento de uma sociedade democrática, justa e solidária.
Um requisito para que a inclusão educacional ocorra de forma satisfatória, é o
professor ser criativo, buscar cada vez mais conhecimentos, ampliando seu repertório de ações e
recursos para satisfazer as diferentes necessidades que advém da diversidade de pessoas
inseridas numa sala de aula, porque nem sempre é possível atender as especificidades inerentes a
cada aluno seja ele com ou sem deficiência. Afinal, um professor predisposto à docência não
consegue se acomodar com as coisas prontas e resolvidas, ele se incomoda diante de um desafio,
de algo que exige dele um maior empenho e compromisso.
E diante da inclusão educacional de crianças com necessidades especiais é essencial
que o professor busque inovar-se, adquirir sempre mais conhecimento, pois todo o
conhecimento que viermos a adquirir no dia a dia no contexto da educação inclusiva em sala de
aula no atendimento a essas crianças será sempre pouco, porque todos os dias estaremos nos
reciclando.
As atividades realizadas neste tipo de trabalho devem ser abertas e diversificadas,
alem de flexibilizado para a abordagem em vários níveis de compreensão, entendimento,
apropriação e desempenho nessas atividades. Nunca se deve evidenciar ou comparar alunos que
possuem habilidades e potencialidades diferenciadas, o ideal é elogiar e incentivar os aspectos
positivos construídos por todos, porém essas atividades podem ser enriquecidas por debates,
pesquisas em grupo, registros escritos e falados, dinâmicas, filmes, músicas e vivências grupais.
Os conteúdos deverão ser trabalhados gradativamente sem cobranças e limitações, a
avaliação para este ensino deverá ser processual e um dos aspectos a ser observado é o processo
dos alunos no tratamento das informações e participação na vida social, devem-se evitar os
métodos quantitativos e classificatórios e também trabalhar para que o aluno faça sua auto
avaliação, alguns instrumentos poderão ser de grande valia na atuação num ambiente inclusivo:
registros diários, portfólio, arquivos de atividades, impressos e reflexões significativas das
crianças.
O processo de ensino-aprendizagem de educando com ou sem deficiência ocorre num
processo de respeito, diálogo e trocas de vivências, pois se o educador conseguir propiciar a seu
educando um ambiente saudável, estimulante e facilitador da aprendizagem, não haverá no
ambiente escolar deficiências nem diferenças, mas haverá uma prática pedagógica diferenciada.
Por isto é importante a formação do professor, na capacitação continuada para que se tenha um
suporte necessário para modificar práticas retrógadas e reconstruir o ato de ensinar e aprender.
“A socialização da criança não só ativa e exercita suas funções psicológicas, como é a fonte do
surgimento de uma conduta determinada historicamente (...). A relação social é a fonte do
desenvolvimento dessas funções, particularmente na criança deficiente mental’’ (Vygotsky,
1989, p.109).
De acordo com Vygotsky é possível entender que as limitadas oportunidades de
interação do portador de deficiência, em seu contexto social, interferem no desenvolvimento das
funções mentais superiores. A sua exclusão do meio social lhe traz complicações secundárias na
forma de um desenvolvimento social insuficiente, com considerável prejuízo na aprendizagem e,
consequentemente, no desenvolvimento. Por isso, a escola, espaço interativo por excelência, tem
um importante papel no desenvolvimento, oportunizando a integração social, impulsionando a
aprendizagem, criando zonas de desenvolvimento proximal, propiciando as compensações ás
deficiências.
“A aprendizagem da linguagem é a condição mais importante para o desenvolvimento
mental, porque, naturalmente, o conteúdo da experiência histórico-social, não está consolidado
somente nas coisas materiais; está generalizado e reflete-se de forma verbal na linguagem’’
(Vygotsky, 1989, p.114). Ou seja, levar em consideração a produção da linguagem significa
estudar o portador de deficiência como sujeito da e na história, sujeito produtor de textos, autor
da sua palavra. Nesse sentido, o conhecimento, da educação especial é dialógico, é
acontecimento, é encontro.

REFLETINDO SOBRE O CONTEXTO DA PESQUISA

A pesquisa foi realizada na Escola Municipal Francisco Leite, localizada na Rua Celika
Nogueira, nº. 146 Bairro de Águas Claras - Salvador/ BA. Com base nos dados da entrevista a
professora nos indica que a escola se fundamenta na teoria sócio construtivista. As atividades
desenvolvidas na sala com as crianças portadoras de necessidades especiais são feitas através
de uma mediação onde o professor auxilia de forma mais próxima e comunica as necessidades
aos pais. Como afirma a fala da professora entrevistada “Eu só vou mais próximo a ela pra
que ela possa estar desenvolvendo essas atividades.”

A participação dos pais é fundamental para o desenvolvimento das crianças, e segundo


a professora a participação dos pais na escola tem sido parcial, pois alguns participam outros
não. Como afirma a fala da professora “A gente sente a diferença entre a criança que tem um
acompanhamento familiar, que a família aceita a deficiência da criança, que a família está
junto, e aquela que não tem. ’’ Dessa forma, vimos que a inclusão não se resolve apenas
inserindo as crianças nos contextos educacionais, vai mais além, exige empenho e
compromisso de todos os envolvidos nos cuidados com essa criança e a professora relatou na
entrevista duas situações distintas, uma em que a criança com necessidade especial recebe
todo cuidado e atenção da escola, da família que busca auxílio terapêutico, psicológicos,
fonoaudiólogos e que resulta em avanços no desenvolvimento e aprendizagem, enquanto os
pais da outra criança muitas vezes nem aparece na escola, muito menos a leva para ser
acompanhada por especialista, o que torna o seu avanço muito lento.

A professora relata “... Eles não fazem diferenciação de nada e interagem muito bem,
porque o cadeirante mesmo, os meninos levam a cadeira dele na brincadeira, é uma coisa
maravilhosa, eles participam das apresentações, Jamile que tem deficiência mental adora
cantar e dançar... ’’ Portanto, fica evidente que independente da necessidade especial às
crianças interage normalmente. Visto que, para a professora entrevistada o papel do professor
no contexto da inclusão é fazer a interação da criança especial com o resto da turma, e
observamos que de fato não existe rejeição para com as crianças especiais, que recebem a
mesma atenção, brincam juntos, conversam e interagem entre si.

Através da observação foi constatada a preocupação da escola em manter um espaço


propício para atender integralmente as normas garantindo a acessibilidade de todas as crianças
portadoras de necessidades educacionais especiais mesmo se tratando de uma escola de
ensino regular.

Para atender as crianças com necessidades especiais é preciso o apoio de especialistas,


professores, familiares e todos os envolvidos, mas essa questão ficou a desejar nessa escola
observada, onde a professora demonstrou isso na seguinte fala: “Apesar da prefeitura ter dado
alguns cursos para os professores, não tem como a gente utilizar nada do que a gente sabe
com ela, pois nem a linguagem dos sinais ela não sabe, ela só se comunica da forma não-
verbal”. Mostra que os cursos oferecidos pela prefeitura não é suficiente para auxiliar a
criança com deficiência auditiva, seria necessário que a escola providenciasse um instrutor
para as crianças que não conhece a língua brasileira de sinais (libras). E foi mencionada na
entrevista uma preocupação da professora em querer aprender libras para ensinar a sua aluna
portadora de deficiência auditiva, como afirma a seguinte fala: “ Inclusive eu estou
aprendendo libras para vê se eu consigo ensinar Carol e tirar ela daquele mundo só de
conversas mais informais’’. Percebemos a importância da relação interpessoal no
desenvolvimento da criança, dessa forma, a concepção de aprendizagem é tida como um
processo que sempre inclui relações entre indivíduos, pois a interação do sujeito com o mundo
se dá pela mediação feita por outros sujeitos, e ficou explicito na observação que todas as
crianças se comunicam de forma gestual, corporal, facial e se entendem entre si.

Percebemos a falta de estrutura e apoio da família com algumas crianças, como afirma
a seguinte fala da professora “A família da criança que tem o problema auditivo não está nem
aí pra ela, vai e volta com o irmão sozinho, a mãe totalmente desestruturada, já tem outros
filhos, uma vida sexual muito irregular’’ Isso demonstra o quanto à participação da família é
fundamental no processo de desenvolvimento da criança no contexto escolar. E a professora
afirma um desinteresse de alguns pais em ajudar os seus filhos, como afirma a fala: “Quando
a gente consegue que a mãe vá à escola, porque ela nunca vai, a gente chama e conversa,
venha pra sala pra ficar um dia comigo, pra gente puder ajudar Carolina, mas ela se recusa e
não vai mesmo, os meninos chegam tarde e saem tarde, porque ela não tem esse cuidado com
eles’’. Percebemos que a professora auxilia e esclarece aos pais quanto às necessidades dos
seus filhos, mas não encontra apoio dos mesmos, dificultando assim o seu trabalho. A
professora demonstra prazer no seu trabalho, e fica satisfeita quando percebe avanços no
desenvolvimento das crianças, mas relata que em determinados momentos se sente impotente
quando não vê avanços em determinados alunos.
Declara que gosta de ensinar e que educar é um ato de amor, como afirma a seguinte
fala: “Tem dois fatores primordiais: é você conhecer a criança, o que ela gosta como ela é,
como ela aprende, e amar, eu acho que não tem outra forma, o amor passa por tudo isso’’.
Nesse sentido, fica evidente que o professor tem que ir além do conhecimento teórico, pois é
preciso percepção e sensibilidade para identificar as necessidades dos alunos.
CONCLUSÃO

A inclusão é um movimento mundial de luta das pessoas com deficiências e seus familiares
na busca dos seus direitos e lugar na sociedade. O paradigma da inclusão vem ao longo dos
anos, buscando a não exclusão escolar e propondo ações que garantam o acesso e
permanência do aluno com deficiência no ensino regular. É preciso fazer algo para que a
inclusão realmente aconteça. É necessário identificar o problema, fornecer soluções, e o mais
importante é o comprometimento dos educadores em fazer a diferença e realmente fazer a
inclusão, usando de recursos físicos e os meios materiais para a efetivação de um processo
escolar de qualidade. Devem dar prioridade ao desenvolvimento de novas atitudes e formas de
interação na Escola, exigindo mudanças no relacionamento pessoal e social e na maneira de se
processar a aprendizagem.

Concluímos deste modo que o processo de inclusão ocorre a partir da condição que se
dá ao aluno e à turma onde está incluso, a partir de condições de estrutura física, suportes de
serviços psicopedagógicos, serviços técnico-pedagógicos e administrativos, programações
comemorativas, culturais, desportivas, etc., que interagem e dão sustentação ao processo que
se desencadeia na sala de aula e tem como atores os alunos e professor. Essas ações são
fundamentais para a construção de uma educação que atenda às necessidades, às
possibilidades e ao interesse do conjunto da população escolar brasileira. Para isso, todavia,
precisa de profissionais da educação responsáveis e competentes não só do ponto de vista
pedagógico, mas também profissionais que não sejam desvinculados dos condicionamentos
político-sociais.

É importante frisar que um ambiente amoroso e estimulante, intervenção precoce e


esforços integrados de educação irão sempre influenciar positivamente o desenvolvimento
desta criança. Afinal, as diferenças não podem ser obstáculos nas nossas relações sociais e
temos que saber respeitá-las. Mas também, não podemos deixar de reconhecer a sua
existência.
Entendemos que a escola inclusiva é benéfica não somente para aquelas crianças que
têm necessidades educacionais especiais, mas, sim para todas as crianças. Visto que na
medida em que a escola proporciona a todos seus alunos à oportunidade de conviver com a
diversidade e com as diferenças, está preparando os alunos para a vida em sociedade.

A pesquisa realizada sobre “A inclusão de crianças portadora de necessidades especiais


e os desafios do docente em lidar com isso’’ foi uma experiência enriquecedora e respaldada
nos instrumentos de observação e entrevista. Registramos que as atitudes da professora
confirmam o que ela fala, pois a mesma oportuniza a interação das crianças de uma forma
natural, e essa postura que a educadora tem é a ideal nesse contexto de inclusão, pois ela
demonstra ser uma profissional comprometida e envolvida nesse trabalho com essa
diversidade, que não é uma tarefa muito simples. Mas como a inclusão é um processo cheio
de improvisos, sem fórmulas prontas e exige aperfeiçoamento constante, ela também
demonstra na entrevista que esse trabalho pode causar impotência diante da dificuldade em
ajudar o aluno a avançar, mas que sente alegria quando consegue.

Quanto à escola foi constatado na observação que a mesma não se preocupa apenas em
admitir a matrícula desses meninos e meninas para cumprir a lei, mas, sim realizando
atividades dinâmicas como: música, teatro, apresentações, danças em um espaço apropriado,
além de uma estrutura física adaptada com rampas de acesso, instalação de barras de apoio e
alargamento das portas oferecendo o acesso adequado aos deficientes físicos (cadeirantes).
Entretanto, ficou evidente que essa escola precisa melhorar em algumas questões cruciais, que
são os serviços de apoio de acordo com as necessidades de cada estudante, ou seja, de
orientações e suporte das associações de assistência de médicos, fonoaudiólogos, professor de
libras, enfim, profissionais de apoio.

Afinal, na educação inclusiva não se espera que a pessoa com deficiência se adapte a
escola, mas que esta se transforme de forma a possibilitar a inserção desse aluno especial. E
para isso acontecer é preciso despertar a consciência e a dedicação de todos os envolvidos
nessa questão, sem preconceitos, sem distinção de raça, classe, gênero ou características
pessoais para que a escola se torne aberta ás diferenças e competente para trabalhar com todos
os educando.

REFERÊNCIAS

AMARAL, Ligia Assumpção; AQUINO, Julio Groppa (Org). Diferenças e Preconceitos na


escola: alternativas teóricas e praticas. São Paulo: Summus,1998.

MANTOAN, Maria Tereza Égler; MARQUES, Carlos Alberto. A integração de pessoas com
deficiência: contribuições para uma reflexão sobre o tema. São Paulo: Ed. SENAC, 1997.

REVISTA Pátio Educação Infantil, A diversidade como desafio, nº 9, Novembro 2005/


Fevereiro2006, Editora Artmed.

REVISTA Nova Escola, São Paulo: Abril, v.20, n.182, p.24-26, maio. 2005.

VYGOTSKY, L. S. A formação social da mente. São Paulo: Ed. Martins Fontes, 1989.
BRASIL. Lei 9394 de 24 de dezembro de 1996. Lei Diretrizes e Bases da Educação Nacional
9394-96 Eca.

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