Caderno 5 Gestão de Convênios Forgep
Caderno 5 Gestão de Convênios Forgep
Caderno 5 Gestão de Convênios Forgep
Gestão de
Convênios
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CADERNO DE FORMAÇÃO 5
Gestão de
Convênios
E XP E D I E N T E
FLACSO – Brasil
Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais
André Lázaro
Coordenador Acadêmico
FORGEP
Projeto de Formação de Gestores Públicos
Luana Vilutis
Coordenadora Estadual – Bahia e Pernambuco
Renata Montechiare
Coordenadora Estadual – Espírito Santo e Minas Gerais
Márcia Leite
Designer e produtora gráfica
5 Apresentação
7 Introdução
9 Conceitos Básicos
13 Transferências Voluntárias: Espécies e Diferenças
17 Convênios
23 Portal de Convênios – SICONV
31 Credenciamento e Cadastramento de Entes e Entidades
34 Divulgação
41 Chamamento Público
51 Bibliografia
Apresentação
os e
convenios.gov.br – foram legalmente instituídos pelo Decreto nº
6.170, de 25 de julho de 2007, alterado pelo Decreto nº 6.329, de
27 de dezembro de 2007, que dispõe sobre as normas relativas
às transferências de recursos da União mediante convênios e
s de
contratos de repasse.
se
Para o SICONV, um convênio ou contrato de repasse é o
instrumento que formaliza transferências voluntárias entre um
órgão da Administração Pública Federal estados, municípios, Distrito
Federal e entidades privadas sem fins lucrativos. A organização
que recebe o recurso financeiro precisa ter personalidade jurídica,
V
sendo chamada de proponente ou convenente. O proponente cria
uma proposta que é a formalização da intenção deste de firmar
um convênio com um órgão da APF. A proposta deverá conter um
objeto e uma justificativa, além de outras informações, indicando
qual programa de governo ela está implementando. O órgão da
APF, também chamado de concedente, pode aceitar a proposta,
que a partir desse momento passa a ser chamada de convênio. Um
convênio possui um período de vigência.
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Durante a execução do convênio, o convenente deverá prestar
contas do gasto dos repasses, e o concedente deve qualificar a
execução através de pareceres.
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Conceitos Básicos
O § 1º do art. 1º do Decreto nº 6.170/2007 disciplina uma série de
conceitos sobre nosso tema de estudo. A Portaria Interministerial
nº 507/2011, em seu § 2º do art. 1º, amplia os conceitos com
maior riqueza de detalhes. Segue abaixo os principais conceitos
que envolvem nosso tema em conformidade com a Portaria
Interministerial acima citada:
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Acordo ou ajuste que discipline a transferência
de recursos financeiros de dotações consignadas
nos Orçamentos Fiscais e da Seguridade Social da
União, e tenha como partícipe, de um lado, órgão ou
entidade da administração pública federal, direta
ou indireta, e, de outro lado, órgão ou entidade da
Convênio administração pública estadual, distrital ou munici-
pal, direta ou indireta, consórcios públicos, ou ainda,
entidades privadas sem fins lucrativos, visando à
execução de programa de governo, envolvendo a
realização de projeto, atividade, serviço, aquisição
de bens ou evento de interesse recíproco, em regime
de mútua cooperação.
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Pessoa física ou jurídica de direito público ou
privado, responsável pela execução de obra ou
fornecimento de bem ou serviço, nos termos da
Lei nº 8.666, de 1993, e demais normas pertinentes
Executor/
à matéria, a partir de contrato de execução ou
Fornecedor
fornecimento firmado com órgão ou entidade
da administração pública direta ou indireta, de
qualquer esfera de governo, consórcio público ou
entidade privada sem fins lucrativos.
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Estabelecimento de critérios a serem seguidos nos
convênios ou contratos de repasse com o mesmo
Padronização objeto, definidos pelo concedente ou contratante,
especialmente quanto às características do objeto
e ao seu custo.
Conjunto de elementos necessários e suficientes,
com nível de precisão adequado, para caracterizar a
obra ou serviço, ou complexo de obras ou serviços,
elaborados com base nas indicações dos estudos
Projeto básico técnicos preliminares, que assegurem a viabilidade
técnica e o adequado tratamento do impacto
ambiental do empreendimento, e que possibilite a
avaliação do custo da obra ou serviço de engenharia
e a definição dos métodos e do prazo de execução.
Órgão ou entidade pública ou privada, sem fins
lucrativos, credenciada, que manifeste, por meio de
Proponente proposta de trabalho, interesse em firmar instru-
mento regulado por esta Portaria.
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Transferências Voluntárias:
Espécies e Diferenças
O que são Transferências Voluntárias?
AS TRANSFERÊNCIAS AO
SETOR PRIVADO NA LDO
A mesma LRF estabelece, na alínea “f” do inciso I do caput do
art. 4º, que a Lei de Diretrizes Orçamentárias disporá também
sobre as “demais condições e exigências para transferências de
recursos a entidades públicas e privadas”.
Importante
AS TRANSFERÊNCIAS
OBRIGATÓRIAS
As transferências constitucionais obrigatórias para estados,
Distrito Federal e municípios também se destacam como
15
importante fonte de receita a esses entes federativos. Mais
informações sobre tais transferências, a exemplo dos Fundos de
Participação dos Estados e Municípios poderão ser obtidas nas
cartilhas específicas do Tribunal de Contas da União em:
www.cgu.gov.publicacoesManualGestaoRecursosFederais/
Arquivos/CartilhaGestaoRecursosFederais.pdf
• Contratos de Repasses
• Termo de Parceria
• Convênios
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de 25 de julho de 2007 e a recente Portaria Interministerial nº
507/2011 do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão,
do Ministério da Fazenda e da Controladoria Geral da União,
constituindo-se como os normativos básicos para o estudo dos
Convênios Federais e dos Contratos de Repasse. Logo em seu
artigo inicial, o referido Decreto tenta consolidar em nomenclatura
própria e única as descentralizações de recursos da União:
17
Que inovações trouxe o
Decreto nº 6.170/2007?
• A obrigatoriedade do uso do SICONV como instrumento de
celebração, liberação dos recursos, acompanhamento da execução
e da prestação de contas de convênios, contratos de repasse e
termos de parceria (como você verá no tópico 5 deste módulo).
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Convênios
Convênios são os instrumentos disciplinadores da
transferência de recursos públicos que tem por objeto a execução
indireta de programas do Governo Federal ou de programas por
este aprovado, que possui como partes integrantes, de um lado, a
União, representada por um dos seus órgãos, e, de outro, o governo
do Distrito Federal, estados, municípios, Empresas Públicas,
Sociedades de Economia Mista, Fundações ou Organização
Particular sem fins lucrativos e as Organizações da Sociedade Civil
de Interesse Público, sempre com interesse recíproco, em regime
de mútua cooperação.
A IMPORTÂNCIA DAS
TRANSFERÊNCIAS VOLUNTÁRIAS
Tanto o Convênio, como o Termo de Parceria e o Contrato de
Repasse assumem importante significado por serem não só
instrumentos de descentralização financeira, como também,
disciplinadores das relações entre os órgãos/entidades envolvidas,
visto que, em suas origens, caberia à administração pública
federal direta e indireta a execução do programa de trabalho, cuja
implementação foi transferida, sempre na busca dos resultados
esperados pela sociedade.
Convênio Contrato
Os partícipes almejam
Objetivos dos
objetivos institucionais Objetivos particulares.
Envolvidos
comuns.
Incorporado ao patrimônio
Destino Vinculado ao objeto do do contratado, que pode
Remuneração ajuste. aplicá-lo dentro de premissas
próprias.
Não exigida, bastando o
Prestação de Exigida, sob os aspectos "ateste" do recebimento do
Contas físicos e financeiros. bem ou serviço, quando da
entrega da fatura.
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Além da observação dos pressupostos (levantadas as diferenças
entre contratos e convênios), deve-se responder às questões abaixo:
• O caso concreto é uma execução descentralizada de
programa de governo (projeto/atividade) ou de evento de interesse
recíproco?
• O regime é de mútua cooperação?
• A competência é comum ou concorrente entre as partes?
• O objeto “aproveita” a ambos?
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Convênios Firmados com Consórcios Públicos
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Diante desses dispositivos, observa-se que o consorciamento
de entes federativos é admitido, para fins de pactuação de
convênios com órgãos federais, sendo que a inadimplência de
um dos membros do consórcio impede a liberação de recursos
financeiros pendentes de serem repassados aos demais membros.
CONSÓRCIO PÚBLICO
O Consórcio Público é a pessoa jurídica formada
exclusivamente por entes da Federação, na forma da Lei nº
11.107, de 6 de abril de 2005 .
23
§ 1º Para o cumprimento de seus objetivos, o consórcio
público poderá:
24
Portal de Convênios
SICONV
• O objeto pactuado.
26
§ 1º Os órgãos e entidades que decidirem manter sistemas
próprios de controle de contratos e convênios deverão
providenciar a transferência eletrônica de dados para o
SIASG, mantendo-os atualizados mensalmente.
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SICONV - Uso obrigatório
• Prestação de Contas.
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DETERMINAÇÕES DO TCU
SOBRE O SICONV
O TCU alertou no sentido de que os sucessivos atrasos
no cronograma de implementação do SICONV e do Portal
de Convênios, em todos os seus módulos previstos, estão
postergando a conclusão dessas ferramentas e, em consequência,
impedindo uma melhor gestão dos recursos públicos federais
descentralizados, comprometendo os custos e os resultados de
parcela dos programas de governo e propiciando a ocorrência de
irregularidades na gestão orçamentária desses recursos objeto
de transferências voluntárias a estados, municípios e entidades
privadas sem fins lucrativos (Acórdão nº 3.304/2011-Plenário).
31
Maiores informações acessem
www.portaltransparencia.gov.br
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Cadastramento e
Credenciamento
de Entes e Entidades
Para uso do Portal, faz-se necessário cumprir algumas
formalidades. Do ponto de vista do convenente, a primeira
etapa a ser alcançada é o credenciamento do usuário realizado
diretamente no SICONV, o qual consiste basicamente na
apresentação dos elementos básicos que compõem a instituição
proponente de um convênio com os seguintes elementos:
Instituições privadas
Instituições públicas
sem fins lucrativos
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Divulgação
Programas Padronizáveis e
Não Padronizáveis
O Decreto nº 6.170/2007 introduz o conceito de padronização
(inciso XI do § 1º do art. 1º), como “estabelecimento de critérios
a serem seguidos nos convênios ou contratos de repasse com
o mesmo objeto, definidos pelo concedente ou contratante,
especialmente quanto às características do objeto e ao seu custo
(Redação dada pelo Decreto nº 6.428, de 2008)”.
A Importância da Padronização
de Objetos para o Convenente
Com a padronização de objetos, a administração pública busca
tornar mais eficiente à aplicação dos recursos públicos, com a
redução de custos e a otimização da aplicação dos recursos.
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Por sua vez, os entes e as entidades públicas ou privadas
sem fins lucrativos que desejarem pactuar com a administração
pública federal deverão acessar o sistema SICONV para verificarem
os programas disponíveis e as diretrizes de cada órgão, com a
finalidade de manifestarem interesse em celebrar instrumentos,
mediante a apresentação, no mesmo sistema de proposta/plano
de trabalho.
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Para a celebração de Para firmar convênio ou
convênios, o concedente contrato de repasse com o
deverá realizar as seguintes Governo Federal, compete
ações no SICONV: ao convenente:
A Padronização de Objetos
A padronização de objetos foi prevista no Decreto nº 6.170/2007,
nos seus artigos 14 e 15, com a redação dada pelo Decreto nº
6.428/2008, e consiste no “estabelecimento de critérios a serem
seguidos nos convênios ou contratos de repasse com o mesmo
objeto, definidos pelo concedente ou contratante, especialmente
quanto às características do objeto e ao seu custo”.
Procedimentos para a
Padronização de Objetos
Portaria Interministerial nº 507/2011:
A Padronização de Objetos
segundo a doutrina
É interessante observar o comentário de Justen (2004):
41
administração pública federal será conduzida por comissão
especialmente formada para esse fim. Em terceiro lugar, que será
aprovada pela autoridade competente. Por fim, cumprindo o
princípio da publicidade, será divulgada no SICONV, com intuito
de seu total aproveitamento pelos interessados.
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Chamamento Público
Determina a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) que o Poder
Executivo disponibilizará na Internet demonstrativo, atualizado
mensalmente, de contratos, convênios, contratos de repasse
ou termos de parcerias referentes a projetos, discriminando a
classificação funcional e por programa, a unidade orçamentária,
a contratada ou o convenente, o objeto e os prazos de execução,
os valores e as datas das liberações de recursos efetuadas e a
efetuar.
Qual o objetivo do
chamamento público?
O chamamento público a ser adotado para os convênios
firmados com órgãos federais foi instituído pelo Decreto nº
6.170/2007. A princípio, o referido Decreto estabeleceu como
objetivo a seleção de projetos ou entidades “que tornem mais
eficaz o ajuste”.
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CHAMAMENTO PÚBLICO E
EMENDAS PARLAMENTARES
Cabe esclarecer que parte dos convênios são financiados com
recursos oriundos de emendas parlamentares. Considerando que
as respectivas emendas, por sua natureza, devem indicar o objeto e
o destinatário, não há como se submeter ao chamamento público.
45
MOTIVAÇÃO NA LEI DO
PROCESSO ADMINISTRATIVO
46
I - nos casos de emergência ou calamidade pública,
quando caracterizada situação que demande a realização
ou manutenção de convênio ou contrato de repasse pelo
prazo máximo de cento e oitenta dias consecutivos e
ininterruptos, contados da ocorrência da emergência
ou calamidade, vedada a prorrogação da vigência do
instrumento; (Incluído pelo Decreto nº 7.568, de 2011).
47
obrigatoriedade de instituir processo de chamamento e seleção
públicos previamente à celebração de convênios com entidades
privadas sem fins lucrativos, em todas as situações em que se
apresentar viável e adequado à natureza dos programas a serem
descentralizados”.
48
§ 1o A transferência de recursos a título de contribuição
corrente, não autorizada nos termos do inciso I do
caput, dependerá de publicação, para cada entidade
beneficiada, de ato de autorização da unidade
orçamentária transferidora, o qual conterá o critério de
seleção, o objeto, o prazo do convênio ou instrumento
O CHAMAMENTO PÚBLICO NA
PORTARIA INTERMINISTERIAL
Nº 507/2011
congênere e a justificativa para a escolha da entidade.
CAPÍTULO II
49
I - a descrição dos programas a serem executados de
forma descentralizada; e
50
IV - exigência de declaração da entidade proponente
de que apresentará, para celebração do instrumento,
comprovante do exercício, nos últimos 3 (três) anos de
atividades referentes à matéria objeto do convênio ou
termo de parceria que pretenda celebrar com órgão ou
entidade, nos termos do § 7º deste artigo;
51
da divulgação do resultado do chamamento público ou
concurso de projetos.
52
realização ou manutenção de convênio, termo
de parceria ou contrato de repasse pelo prazo
máximo de 180 (cento e oitenta) dias consecutivos
e ininterruptos, contados da ocorrência da
emergência ou calamidade, vedada a prorrogação
da vigência do instrumento;
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Bibliografia
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa
do Brasil. Brasília, DF: Senado, 1988.
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________. Lei nº 12.595, de 19 de janeiro de 2012. Lei Orçamentária
Anual. Presidência da República. - Brasília. 2012.
55
MARTINS, Raildy Azevêdo Costa. A (RE) Introdução do Decreto
Autônomo no Ordenamento Jurídico Brasileiro - Análise de Caso
Concreto: O Sistema de Controle Interno do Poder Executivo
Federal. Trabalho final apresentado no Curso de Pós-Graduação
Lato Sensu, mimeo, Instituto Brasiliense de Direito Público - IDP,
Brasília, 2006.
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Esta publicação faz parte do curso do
projeto FORGEP - Formação de Gestores
Públicos, realizado pela Flacso - FLACSO
Faculdade Latino-Americada de Ciências 11 3105-0781 | 4112-1423
Sociais em parceria com a Petrobras. Av. Ipiranga nº 1071
Sala 608 | República
Para saber mais acesse: São Paulo | SP
www.flacso.org.br CEP 01039-903 | Brasil
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