Modelo de Exploração de Caprinos e Ovinos
Modelo de Exploração de Caprinos e Ovinos
Modelo de Exploração de Caprinos e Ovinos
1. INTRODUÇÃO
2. ASPECTOS METODOLÓGICOS
2.1. Modelo de análise de custos e receitas
a) Caracterização dos itens de custos
Os indicadores de renda - margem bruta, margem líquida e lucro - são utilizados para
análise da eficiência financeira de uso dos fatores de produção. . Justifica-se esses diferentes
indicadores econômicos porque eles têm mais ou menos importância, dependendo da unidade
de tempo em questão. Assim, no curto prazo, o produtor deve estar mais preocupado com a
margem bruta, no médio prazo, com a margem líquida e, no longo prazo, com o lucro.
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Já pela ótica econômica ou social, procura-se determinar a atratividade do empreendimento para a
sociedade como um todo. Trata-se de avaliar os fluxos de entradas e saídas, levando-se em conta os
custos reais, isto é, sem as distorções dos preços de mercado, introduzidas por intervenções do
governo, tais como bi-tributação, subsídios e outras distorções do sistema de preços.
A transformação dos preços de mercado (financeiros) em preços econômicos
(sociais) é feita a partir da utilização de fatores de conversão, já existentes e aceitos
mundialmente. Os fatores de conversão, para o Brasil, utilizados neste estudo, foram tirados
de PLENA (2005) e são apresentados a seguir:
Esta análise será feita aqui por duas razões. Uma, porque o modelo-tipo estudado é
representativo de um grande grupo de ovinocaprinocultores, caracterizando um sub-setor do
agronegócio regional. O outro, em razão de o Banco do Nordeste exigir nos projetos que
demandam financiamento rural e pecuário a análise econômica ou social do pleito, por meio
de seu Sistema de Elaboração e Análise de Projeto-SEAP.
O estudo de sensibilidade, que, de um modo geral, é uma análise de riscos,
apresentará alternativas de viabilidade para variações, para mais e para menos, em
componentes de custos e receitas, em perspectivas probabilisticamente aceitáveis.
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A escolha dos preços de compra de animais, insumos, serviços e os de venda da
produção foi feita por representarem uma média do que foi verificado no 2º semestre de 2005.
As vendas dos produtos como carne, leite, esterco e outros são isentos de impostos e de taxas
de comercialização, por serem vendidos na porteira da fazenda.
A estrutura de custos e receitas adotada é representativa de um nível tecnológico
razoável, superior à média geral e vigente hoje, porém, compatível com o perfil socioeconômico
e cultural dos agricultores familiares. Dois fatores são marcantes no modelo-tipo estudado, um
é a utilização de pastos nativos e manipulados e o outro é a utilização da família como supridora
da mão-de-obra. No sistema agrossilvipastoril, 55,3% do suporte forrageiro é suprido pela
vegetação de Caatinga e 100% da mão-de-obra requerida é suprida pela família do criador.
Um outro pressuposto básico adotado, é o fato do modelo preconizar a pré-existência
de uma estrutura mínima para produção pecuária, composta de terra nua, cercas, moradia e
infra-estrutura hídrica. O complemento da estrutura do estabelecimento, para a exploração de
pequenos animais, é feito por meio de novos investimentos, viabilizado com o aporte de
recursos próprios ou de financiamentos bancários.
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mais de esforço em conhecer melhor o que temos e do que dispomos,
de conhecer e reconhecer os conhecimentos locais, associando-os a
partir daí, ao conhecimento científico necessário a plena expressão do
potencial do bioma.
Dentre os itens que compõem o custo operacional efetivo, pode-se destacar apenas o
item “Manutenção do banco de proteínas/milho”, que representa 26,9% do total, por ser o
item mais relevante na concepção do modelo. O custo médio operacional por animal do
plantel é de 12,13 contra R$ 13,61, do modelo convencional. Por seu turno, o custo
operacional efetivo representa 15,2% da receita total, enquanto no modelo testemunha tal
percentual é de 22,02, ficando o percentual restante do custo total representado pela mão-de-
obra familiar, depreciação e remuneração do capital investido.
Os valores das medidas de resultados mostram a viabilidade da exploração a partir do
modelo tecnológico estabelecido uma vez que a margem líquida anual alcançou o valor de
R$ 6.832,96, representando uma lucratividade de 22,2%, quando no modelo convencional a
lucratividade foi de 18,5%. Esses dados mostram o lucro supernormal que o empreendimento
obteve ao atingir o valor de R$ 4.972,96. Tal valor é o prêmio pela decisão do produtor
investir na ovinocaprinocultura que, além de cobrir a remuneração do capital investido de R$
1.860,00, obteve lucro, que poderá ser utilizado para amortização de empréstimos realizados,
ou expansão da atividade e/ou melhoria no padrão de vida da família.
O retorno dos investimentos, no valor de R$ 47.900,00, dar-se-á em 10,2 anos e, caso
tais investimentos tenham sido tomados no BNB-FNE, com o prazo de 10 anos, com
encargos igual a zero, por ser pequeno produtor localizado no semi-árido nordestino, o
reembolso seria de R$ 4.790,00/ano, comprometendo 70,1% da margem líquida, que é uma
situação razoável para o produtor, por não comprometer o valor da remuneração da mão-de-
obra familiar, porém, os bancos públicos não financiariam integralmente tal empreendimento
pois exigem um máximo de 60% de comprometimento da capacidade de pagamento ou
margem líquida. Nesse caso, o produtor teria que aportar, no projeto de financiamento,
recursos próprios, para viabilizar o orçamento do projeto.
A renda disponível familiar mensal que é composta pela margem líquida e pela
remuneração da mão-de-obra familiar é de R$ 1.419,41, sem considerar o pagamento do
empréstimo bancário e, R$ 1.020,25, considerando esse desembolso.
O conteúdo da Tabela 2, refere-se aos investimentos totais necessários para o modelo-
tipo em análise. Estabeleceu-se, como pressuposto, e por ser o padrão no Nordeste do Brasil
que o produtor já possui uma infra-estrutura básica para o empreendimento, composta de terra
nua e algumas benfeitorias que, no caso do sistema agrosilvipastoril, totaliza um valor de
cerca de R$ 21.500,00. O baixo valor dos investimentos pré-existentes é decorrência direta
da pequena área de terra nua, de apenas 50 ha, quando no modelo-tipo convencional, chega a
193 ha.
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Tabela 1 - Demonstrativo de Custos, Receitas e Medidas de Resultado do Modelo-Tipo
“Produção de Carne de Ovinos e Caprinos no Sistema Agrosilvipastoril”
Especificação Total da Atividade (R$)
Renda Bruta (RB)/Benefícios 22.395,00
Venda de animais descartados 1.700,00
Venda de machos/fêmeas jovens 9.845,00
Venda de milho excedente 1.750,00
Venda de mel “in natura” 1.800,00
Valor da madeira extraída 1.060,00
Valor do autoconsumo familiar 900,00
Variação Patrimonial – aumento do rebanho 260,00
Variação patrimonial - valorização da terra nua 2.110,00
Valor do esterco produzido 2.970,00
Custo de Produção
Manutenção da caatinga manipulada(*) 0,00
Manutenção do banco de proteínas/milho(*) 915,00
Sal mineral 73,54
Medicamentos/assistência veterinária 499,40
Energia/combustível 800,00
Conservação/manutenção 310,00
Manejo das colméias e outros custos 600,00
Outros Custos 200,00
Custo Operacional Efetivo (COE) 3.398,04
Mão-de-obra familiar 10.200,00
Depreciação 1.964,00
Custo Operacional Total (COT) 15.562,04
Remuneração do capital investido 1.860,00
Custo Total (CT) 17.422,04
Medidas de resultado
Margem Bruta (RB – COE) 18.996,96
Margem Líquida (RB - COT) 6.832,96
Lucro Líquido (RB - CT) 4.972,96
Lucratividade (%) 22,20
Recuperação do Investimento (Anos) 10,2
Margem Líquida Mensal Média – R$ 569,41
Renda Familiar Mensal – R$ 1.419,41
(*) Excluído o custo com mão-de-obra que se insere no item mão-de-obra familiar.
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Tabela 2 - Composição dos Investimentos do Modelo-Tipo “Produção de Carne de Ovinos
Caprinos no Sistema Agrossilvipastoril”
Investimentos Pré-Existentes Valor do Investimento – R$
Terra Nua (50 há) 7.500,00
Cercas 3.000,00
Infra-estrutura hídrica/ponto d`água 5.000,00
Moradia 6.000,00
Sub-Total 21.500,00
Novos Investimentos
Animais 8.400,00
Aprisco rústico/instalações 4.500,00
Raleamento da Caatinga(*) 15.000,00
Enriquecimento de Caatinga(*) 5.100,00
Implantação de banco de proteínas/milho 2.400,00
30 colméias instaladas 2.100,00
Cercas internas 6.000,00
Forrageira 700,00
Meio de transporte 3.500,00
Pequenos Equipamentos para Manejo 200,00
Sub-Total 47.900,00
Total dos Investimentos 69.400,00
O fluxo de caixa financeiro do modelo-tipo foi construído com base nos mesmos
pressupostos e procedimentos adotados para obtenção dos resultados contidos na Tabela 1,
sendo que os valores dessa tabela correspondem ao ano 4 do fluxo de caixa, apresentado no
Anexo 3.
Para o melhor entendimento da contribuição que os indicadores, fornecidos por meio
destes procedimentos, darão ao investidor, três aspectos merecem esclarecimentos, são eles:
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A Tabela 3 apresenta os indicadores de um fluxo de caixa base, que é o
padrão adotado neste estudo, e, a partir dessa situação, são feitas quatro
simulações de provável ocorrência.
A partir da Tabela 3, constata-se que a situação base apresenta bons indicadores para a
modalidade de atividade econômica, ou seja, TIR = 35,48% e relação benefício/custo = 1,39,
quando a metade da magnitude destes indicadores já seria uma situação confortável. Saliente-
se que a taxa mínima de atratividade é de 6% e que, se a TIR fosse igual a esse percentual, o
investidor seria indiferente quanto à opção de investir na ovinocaprinocultura ou na caderneta
de poupança. Como a TIR foi de 35,48%, fica patente o acerto na decisão de investir na
ovinocaprinocultura pelos excelentes retornos oferecidos.
Em todas as quatro simulações, orientadas para aumentos nos custos ou nas receitas,
decorrentes de eventos diversos, a TIR oscilou entre 17,11 e 39,7%, caracterizando a robustez
da viabilidade financeira desse modelo-tipo.
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apenas 23,67% no sistema convencional. Tal diferença assevera que o sistema ecológico de
exploração é mais rentável e sustentável a longo prazo.
Como apresentado na Tabela 4, a TIR do modelo-tipo Agrossilvipastoril foi de
35,48%, na ótica financeira, e 52,03%, na ótica econômica ou social. Essa situação significa
que a diferença entre as duas taxas é a contribuição que os produtores de carne de ovinos e
caprinos dão à sociedade. Em outras palavras, os ovinocaprinocultores, no sistema
agrossilvipastoril, geram um valor presente líquido anual de R$ 81.722,08, mas só se
apropriam de R$ 64.911,62, ficando a diferença de R$ 16.810,46 com a sociedade, na forma
de bi-tributação, transferências, câmbio desvirtuado e outras distorções no sistema de preços.
Imagine-se o volume de recursos que são transferidos dos produtores para a sociedade
ao se multiplicar esta diferença pelo número total de estabelecimentos. A mesma linha de
raciocínio poderá ser feita para o modelo-tipo da produção de carne no sistema convencional.
Cabe destacar apenas que um produtor familiar de carne de ovinos/caprinos transfere para a
sociedade, aproximadamente, 29,5% de sua renda gerada anualmente.
Segundo FRANÇA et al. (2006), a inferência que se pode tirar desses indicadores é
que os caprinovinocultores nordestinos estão transferindo vultosos recursos para a sociedade,
razão pela qual podem e devem reivindicar do Governo maior apoio à atividade, por meio de
políticas públicas relacionadas à pesquisa, difusão, assistência técnica, crédito barato,
promoção, marketing, sistemas de informações, capacitação e outras ações necessárias à
sustentabilidade da caprinovinocultora nordestina.
7. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
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• baixo custo do crédito rural, especialmente do BNB-FNE, que para
pequeno produtor os encargos reais, juntamente com o bônus de
adimplência, tornam os encargos iguais a zero;
• baixo custo com a administração da propriedade, por ser pequena e
facilmente administrado pelo seu proprietário, que também exerce o papel
de trabalhador rural.
8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFIAS
ARAÚJO FILHO, J. A. Manipulação da vegetação nativa da Caatinga com fins pastoris. In:
Teller de metodologias “Manejo de la vegetación nativa para la produción de ruminantes
menores em lãs zonas áridas de Latino América”. Fortaleza-ce: EMBRAPA/ICARD,
2006.
ARAÚJO FILHO, J. A. Agrossilvicultura para regiões semi-áridas. Sobral: EMBRAPA-
Caprinos, 2002.
ARAÚJO FILHO, J. A. Manipulação da vegetação lenhosa da caatinga para fins postoris..
Sobral, EMBRAPA-Caprinos, 1992. (circular técnica nº 11)
BNB. Sistema de elaboração e análise de projetos(SEAP): ovinocaprinocultura. Fortaleza,
versão 2004.
BNB. Suporte forregeiro: dados técnicos. Fortaleza, 2001.
FRANÇA, F. M. C., MARTINS, E. C., HOLANDA JUNIOR, E. V. & SOUSA NETO, J.
Indicadores de viabilidade financeira e econômica de sistemas de exploração de ovinos e
caprinos no Nordeste do Brasil. Embrapa-Caprinos: 2006. (no prelo).
FRANÇA, F. MAVIGNIER C. Semi-árido brasileiro: caracterização e estratégias de
desenvolvimento rural. Brasília, Anais do Congresso da SOBER, 1992.
GUIMARÃES FILHO, C. A caprinovinocultura como instrumento de fortalecimento do
agricultor de base familiar do Semi-Árido, In: Seminário da Caprinocultura e
Ovinocultura Brasileiras, 4. Sobral, Ce: Embrapa/Sebrae/CNPq, 2004. CD-ROM.
MEDEIROS, A. N. de. Caprinocultura de corte no nordeste brasileiro. UFPB: João Pessoa,
1999. www.capritec.com.br/art18.htm.
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PLENA. Projeto Jacaré-Curituba: análise econômico-financeira. Plena Consultoria de
Engenharia, Belo Horizonte, 2005.
WANDER, A. E. et alii. Proposta de modelos físicos de produção de carne e peles de
caprinos/ovinos e de leite de cabra para o Estado do Ceará. Embrapa-Caprinos, Sobral-
CE, 2003.
9. AN EXOS
a) Capacidade de Suporte
Item Hectares Unidade Animal
Caatinga raleada 25,0 7,0
Caatinga enriquecida 6,0 4,5
Cultura de milho/banco de
proteínas 5,0(*) 7,5
Restolho de milho - 1,8
Reserva Legal(caatinga nativa) 10,0 -
Área com benfeitorias e sem uso 4,0 -
Total da Área 50,0 20,8
(*) 60% da produção do milho é vendido na forma de grãos.
b) Receita/Benefícios na Estabilização - R$ c) Animais na Estabilização
Item Item Categoria Quantidade
Descarte de matrizes 1.700,00 Reprodutor 2
Desfrute de machos/fêmeas
jovens 9.845,00 Matriz 87
Venda do excedente de milho
Venda de mel de abelha “in 1.750,00 Crias 182
natura” 1.800,00
Valor da madeira extraída 1.060,00 Fêmea Jovem 17
Valor do auto-consumo familiar 900,00 Total 280
Variação Patrimonial – aumento Suporte forrageiro
do rebanho 260,00 requerido 18,4
Variação patrimonial – valorização Suplementação p/
da terra nua 2.110,00 acab. de cordeiros 2,4
Valor do esterco produzido 2.970,00 Suporte forrageiro total 20,8
Total da Receita 22.395,00
d) Índices Zootécnicos
Especificações Ano 1 Ano 2 Ano 3
Partos/ano 1,2 1,3 1,5
Nascidos/parto 1,0 1,4 1,6
Matrizes/reprodutor 35:01 35:01 35:01
Taxa de reposição --- 20% 20%
Mortalidade 0-1- ano 5% 5% 5%
Mortalidade mais de l ano 1% 1% 1%
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Anexo 2 - Comparativo entre os Resultados Obtidos para os Modelos-Tipo Agrossilvipastoril
e Convencional(*)
Modelo-tipo Modelo-Tipo
Resultados Obtidos Agrossilvipastoril Convencional*
Carne Carne
Rebanho na estabilização – cab 280 280
Área total mínima do estabelecimento – ha 50 193
Valorização da terra nua 281% 0%
Investimento total – R$ 69.400,00 80.418,00
Investimentos novos – R$ 47.900,00 30.068,00
Custo com mão-de-obra – R$ 10.200,00 8.100,00
Lucratividade - % 22,20 18,50
Recuperação dos investimentos novos 10 anos + de 10 anos
Lucro líquido anual – R$ 4.972,96 368,84
Margem líquida mensal – R$ 569,41 267,07
Renda disponível familiar mensal – R$ 1.419,41 942,07
TIR financeira - % 35,48 23,67
TIR econômica - % 52,03 35,17
Relação benefício custo/financeiro 1,39 1,27
(*) Com a adoção de tecnologias mínimas recomendadas pela EMBRAPA-Caprinos.
Fonte: FRANÇA et al. (2006).
Especificação Unidade Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Ano 6 Ano 7 Ano 8 Ano 9 Ano 10
Receita/Benefícios 18.925 18.475 45.385 32.125 29.825 29.525 29.525 29.525 29.825 37.925
Venda de animais
descartadas Verba 1.300,00 1.700,00 2.000,00 1.700,00 1.700,00 1.700,00 2.000,00 1.700,00
Venda de M/F Jovens Kg 1.980,00 5.005,00 9.845,00 9.845,00 9.845,00 9.845,00 9.845,00 9.845,00 9.845,00
Venda de milho excedente Saca 1.750,00 1.750,00 1.750,00 1.750,00 1.750,00 1.750,00 1.750,00 1.750,00 1.750,00 1.750,00
Venda de mel in natura Litro 1.800,00 1.800,00 1.800,00 1.800,00 1.800,00 1.800,00 1.800,00 1.800,00 1.800,00
Venda de madeira Estéreo 6.975,00 360,00 360,00 360,00 360,00 360,00 360,00 360,00 360,00 360,00
Valor do autoconsumo
familiar Verba 900,00 900,00 900,00 900,00 900,00 900,00 900,00 900,00 900,00
Venda de esterco T 1.485,00 2.970,00 2.970,00 2.970,00 2.970,00 2.970,00 2.970,00 2.970,00 2.970,00
Remuner. da mão-de-obra Verba 10.200,00 10.200,00 10.200,00 10.200,00 10.200,00 10.200,00 10.200,00 10.200,00 10.200,00 10.200,00
Custo Total 51.474,00 23.963,00 15.563,00 15.563,00 16.163,00 15.563,00 15.563,00 15.563,00 16.163,00 15.563,00
Investimentos 37.400,00 8.400,00 0,00 0,00 600,00 0,00 0,00 0,00 600,00 0,00
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Implant. De banco de
proteínas/milho 1 há 2.400,00
Forrageira Ud 700,00
Custos de Produção 14.074,00 15.563,00 15.563,00 15.563,00 15.563,00 15.563,00 15.563,00 15.563,00 15.563,00 15.563,00
Produção de alimentos Verba 915,00 915,00 915,00 915,00 915,00 915,00 915,00 915,00 915,00
Sal mineral Verba 74,00 74,00 74,00 74,00 74,00 74,00 74,00 74,00 74,00
Medicamentos Verba 500,00 500,00 500,00 500,00 500,00 500,00 500,00 500,00 500,00
Energia/combustível Verba 800,00 800,00 800,00 800,00 800,00 800,00 800,00 800,00 800,00 800,00
Conservação/manutenção Kg 310,00 310,00 310,00 310,00 310,00 310,00 310,00 310,00 310,00 310,00
Depreciação Verba 1.964,00 1.964,00 1.964,00 1.964,00 1.964,00 1.964,00 1.964,00 1.964,00 1.964,00 1.964,00
Manejo de colméia Verba 600,00 600,00 600,00 600,00 600,00 600,00 600,00 600,00 600,00 600,00
Outros custos Verba 200,00 200,00 200,00 200,00 200,00 200,00 200,00 200,00 200,00 200,00
Remuneração da mão-de-
obra Verba 10.200,00 10.200,00 10.200,00 10.200,00 10.200,00 10.200,00 10.200,00 10.200,00 10.200,00 10.200,00
Fluxo Líquido -32.549 -5.488 29.822 16.562 13.662 13.962 13.962 13.962 13.662 22.362
Fator de Ano
Especificação Conversão Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Ano 6 Ano 7 Ano 8 Ano 9 10
Receita/Benefícios 0,9522 18.020 17.592 43.216 30.589 28.399 28.114 28.114 28.114 28.399 36.112
Custo Total 42.238 19.899 13.067 13.067 13.555 13.067 13.067 13.067 13.555 13.067
Custos de
Produção 0,8396 11.817 13.067 13.067 13.067 13.067 13.067 13.067 13.067 13.067 13.067
-
Fluxo Líquido 24.217 -2.307 30.149 17.523 14.845 15.047 15.047 15.047 14.845 23.045
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Anexo 5 – Caracterização e Formação dos Valores dos Itens de Custos e Receitas Utilizados
no Modelo-Tipo “Produção de Carne de Ovinos e Caprinos no Sistema
Agrossilvipastoril”
Itens de Custo,
Investimento e Discriminação
Receita
Aquisição e venda de Compra: Matriz R$ 120,00
animais Reprodutor: R$ 300,00
Venda: Matriz descartada R$ 100,00
Reprodutor descartado R$ 150,00
Crias de 25 kg com 8 meses
Preço do quilo vivo: R$ 2,20.
Venda de milho Na concepção do sistema agrossilvipastoril, estima-se que 60% da produção de grãos de
excedente milho seja destinado ao mercado. Considerou-se uma produtividade média de 1.250 kg/há e
o preço da saca de 60 kg R$ 25,00.
Valor da madeira Foi considerado a extração de 50 estéreos de madeira comercializável por hectare
extraída manipulado. Considerou-se o valor de R$ 4,50/estéreo para uma área de caatinga
manipulada de 31 há no ano I. Anualmente, o sistema incorpora o manejo sustentável de
10% da área da reserva legal conforme regulamentação do IBAMA. A partir deste manejo
é gerado 80 estéreos de madeira que é equivalente a R$ 360,00 por ano.
Venda de mel “in Correspondente a 1.200 litros/ano vendidos ao preço de R$ 1,50. O mel é vendido “in
natura” natura” para a associação/comprador que fará o beneficiamento (centrifugação, filtragem,
decantação e engarrafamento) e a venda final do mel.
Valor do auto- O valor do auto-consumo familiar corresponde ao uso pela família do produtor de parte da
consumo familiar produção de: milho, lenha, mel, além do abate de alguns animais e de leite de cabra para
consumo doméstico.
Variação patrimonialNo quarto ano do fluxo de caixa foi contabilizado como receita o valor de R$ 2.600,00
correspondente ao acréscimo de matrizes ao plantel de animais decorrente da estabilização
do rebanho. Da mesma forma, foi considerado o valor de R$ 21.100,00, correspondente aos
investimentos com a manipulação da caatinga, como variação patrimonial positiva do sobre
o valor da terra nua.
Venda de esterco Considerou-se que um animal adulto produz cerca de 600 kg de esterco/ano. Como,
normalmente, é recolhido em torno da metade da produção para uso racional (auto-consumo
e venda), o valor encontrado foi obtido a partir dos resultados da evolução do rebanho. O
preço médio da tonelada é, em média, de R$ 60,00.
Manipulação da Para o raleamento da Caatinga adotou-se o custo de R$ 600,00/ha e para o
caatinga raleamento/enriquecimento o valor do investimento considerado foi de R$ 850,00/ha.
Implantação da cul- O valor adotado de R$ 480,00 o hectare foi obtido a partir dos resultados alcançados nos
tura do milho/banco vários experimentos da EMBRAPA-Caprinos.
de proteínas
Manutenção da cul- Replantio do milho/manutenção do banco de proteínas: R$ 350,00/ha. Deste valor, mais
tura do milho/banco de 50% é custo de mão-de-obra.
de proteínas
Considerou-se que os caprinos consomem, em média, oito gramas de sal mineral por dia. Já
Sal mineral os ovinos consomem, em média, dezesseis gramas de sal mineral por dia. Considerou-se o
preço do sal mineral a R$ 0,30/kg.
Vermifugação R$ 1,00 (2-4 vezes/ano)
Medicamentos Vacina Raiva R$ 0,55 (uma dose/ano)
Vacina Polivalente R$ 0,80 (uma dose/ano)
Verba de R$ 50,00/ano para outros gastos com medicamentos.
Energia R$ 276,00/ano (R$ 23,00/mês)
Energia/combustível Combustível R$ 524,00/ano (gasolina/gás colocados na moto/carro).
A energia e o combustível contabilizados aqui se destinam à forrageira e às instalações
utilizadas na produção.
Nesse item contempla-se o ITR e a compra de algum insumo ou equipamento que vier a
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Outros custos faltar.
Conservação e O BNB adota 2,5% do valor do bem como sendo destinado para sua conservação e
manutenção manutenção, para qualquer tipo de empreendimento. Adotou-se 1% do valor do
bem(máquinas, equipamentos e instalações), pois se trata de pequenos agricultores rurais.
Mão-de-obra familiar 2,0 homem/ano, sendo um gerente/proprietário a R$ 500,00/mês e um trabalhador rural a
R$ 350,00/mês.
Depreciação Neste trabalho foi utilizado o método de depreciação linear, onde é considerado o valor do
bem novo subtraído o valor residual e dividido pela vida útil do referido bem.
Aprisco (infra- O valor estabelecido foi de R$ 4.500,00, pois se trata de uma estrutura rústica, feita com
estrutura de manejo) materiais da propriedade. Conta-se com saleiros, cochos, esterqueira e bebedores, além da
estrutura básica.
Colméias 30 colméias instaladas e povoadas ao preço unitário de R$ 70,00.
Manejo das colméias Despesas com aluguel de equipamentos para coleta, com assistência técnica e compra de
materiais.
Remuneração do Utilizou-se o percentual de 6% do valor dos investimentos em infra-estrutura e
capital investido equipamentos por tratar de pequeno agricultor. O parâmetro é a remuneração real da
caderneta de poupança.
Terra nua O preço médio do hectare de terra nua foi de R$ 150,00. (no semi-árido nordestino).
Moradia Estimou-se o preço da propriedade de R$ 12.000,00, sendo que, destes, apenas 50% são
utilizados na produção, ou seja, R$ 6.000,00.
Cercas Estimou-se o valor de R$ 6.000,00 como investimento em cercas novas(divisões internas).
No investimento pré-existente, considerou-se que as cercas perimetrais já tinham 5 anos de
uso e seu valor foi estimado em R$ 3.000,00.
Infra-estrutura hídrica Consiste em cacimbões, poços ou barreiros com vida útil de 25 anos. Seu valor foi estimado
em R$ 5.000,00 por contar com subsídios do Governo.
Meio de transporte Estabeleceu-se que o produtor tenha um meio de transporte (moto ou carro) que é usado
tanto para fins pessoais como para apoio ao estabelecimento.
Forrageira Utiliza-se para preparação da alimentação dos animais (capim, sorgo, milho, etc).
Pequenos equipa- Abrange burdizzo, facão, baldes, ferro para descorna, descascador etc.
mentos para manejo
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