Direito Tributário II - VIRGINIA
Direito Tributário II - VIRGINIA
Direito Tributário II - VIRGINIA
08/02/2013
DISTRIBUIO DE PONTOS / CRONOGRAMA 1 prova 20pts 22/03/2013 (duas ou trs questes abertas; consulta Lei Seca verificar se tem a Lei do Imposto de Renda) 2 prova 25pts 27/04/2013 e 03/05/2013 (enviar nomes para professor at dia 24/04) (matria at dia 26/04/2013 consulta ao Cdigo) 3 prova 25pts 18/05/2013 Avaliao Global 30pts REFERNCIA BIBLIOGRFICA MACHADO, Hugo de Brito. Lei seca IMPOSTO SOBRE A RENDA E PROVENTOS DE QUALQUER NATUREZA 1) Base normativa a) Constituio Federal art. 153, III; art. 153, 2 e art. 150 1 b) CTN art. 43 a 45 estabelecem as normas gerais atinentes ao imposto sobre a renda e proventos. c) Lei n 7713/88 imposto sobre a renda da pessoa fsica d) Lei n 9250/95 imposto sobre a renda da pessoa fsica e) Lei n 8981/95 imposto sobre a renda da pessoa jurdica f) Lei n 9430/96 imposto sobre a renda da pessoa jurdica g) Decreto 3000/99 (RIR/1999) regulamenta tributao, fiscalizao, arrecadao e administrao tanto do IRPF como do IRPJ. Art. 145 a 150 CF/88 + CTN normas gerais de Direito Tributrio. O texto constitucional apresenta a competncia tributria ativa da Unio (art. 153, III CF/88) para instituir impostos sobre a renda e proventos de qualquer natureza. No 1 do art. 150 da CF/88, permitida a exceo ao Princpio da Anterioridade Nonagesimal (ex.: a Unio Federal edita uma lei aumentando a alquota ao final de dezembro de 2013, ela ter efeito a partir do dia 1 de janeiro de 2014, porque a Anterioridade Nonagesimal exceo. Foi respeitado o exerccio financeiro). A competncia para a instituio do Imposto de Renda e Proventos de Qualquer Natureza consta do art. 153, III da Constituio Federal (Compete Unio instituir impostos sobre: (...) III renda e proventos de qualquer natureza), alm do que, no 2 do mesmo artigo, a Constituio estabelece critrios a serem observados na sua instituio: generalidade, universalidade e progressividade. Os arts. 43 a 45 do Cdigo Tributrio Nacional estabelecem as normas gerais atinentes ao imposto de renda e proventos, definindo os arqutipos para o fato gerador, base de clculo e contribuintes.
Lei ordinria no pode extrapolar lei complementar, mas as duas tem a mesma posio hierrquica. Competncia tributria ativa da Unio para instituir imposto de renda lembrar que a competncia tributria indelegvel (art. 153, III). Exceo ao Princpio da Anterioridade Nonagesimal ou Princpio da No Surpresa (art. 150 1) a aplicao no ano seguinte imediata; no pode ser no mesmo exerccio financeiro, esta regra continua regra da anterioridade do exerccio financeiro. 2) Critrios constitucionais O imposto de renda deve respeitar os seguintes requisitos: a) Generalidade todos que auferem renda esto sujeitos ao pagamento deste imposto. No h tributao diferenciada. b) Universalidade: b.1) o primeiro entendimento diz que toda a renda auferida por um contribuinte, sem qualquer distino de sua origem, deve ser levada a tributao. Se houver renda, haver tributao. b.2) o segundo entendimento diz que o conjunto de rendas auferidas pelo contribuinte est sujeito a tributao, ainda que originado fora do territrio nacional. Ou seja, tudo aquilo que vem acrescer o patrimnio, independente da origem. c) Progressividade levar em considerao que, numa busca de justia, a tributao do imposto de renda dever ser progressiva, na medida de que quem recebe mais, dever pagar mais impostos. O 1 do art. 150 CF/88 estabelece exceo anterioridade nonagesinal mnima e o 2 do art. 153 CF/88 estabelece outros critrios especficos para a instituio do imposto sobre a renda e proventos 2 O imposto previsto no inciso III: I ser formado pelos critrios da generalidade, da universalidade e da progressividade, na forma da lei. Exceo anterioridade nonagesinal mnima Embora sujeito anterioridade de exerccio estabelecida pelo art. 150, III, b CF/88, o imposto de renda foi excepcionado da necessidade de observncia da anterioridade mnima, de modo que a majorao ocorrida ao final de determinado ano poder produzir efeitos relativamente ao perodo a se iniciar em 1 de janeiro seguinte independentemente de haver ou no o perodo de 90 dias entre a publicao da lei e a virada do exerccio. Generalidade Critrio que diz respeito ao campo subjetivo sujeio passiva ao tributo. Generalidade significa que o tributo deve abranger todos os contribuintes que pratiquem o ato ou estejam em igual relao com o fato descrito na hiptese de incidncia. Ou seja, no admite qualquer tributao especial. Assim, todos os contribuintes devem ser tratados de uma s forma Princpio da Igualdade. Universalidade Critrio que diz respeito extenso da base de clculo, que deve abranger quaisquer rendas e proventos auferidos pelo contribuinte.
DIREITO TRIBUTRIO II Prof. Joo Paulo Virginia Maria de Castro Moraes Universalidade significa incidir o tributo sobre todos os fatos descritos na hiptese de incidncia. Este princpio impede a excluso de determinada categoria de pessoas ou rendimentos do rol dos sujeitos passivos ou dos fatos tributveis. Em face deste critrio, considera-se a totalidade das rendas do contribuinte como uma unidade ter natureza universal. Progressividade Critrio que exige variao positiva da alquota medida que h aumento da base de clculo. Tem-se progressividade quando h diversas alquotas graduadas progressivamente em funo do aumento da base de clculo maior a base, maior a alquota. Progressividade Seletividade conforme Hugo de Brito Machado, progressivo o imposto cuja alquota maior na medida em que aumenta a base tributvel a progressividade faz com que o imposto onere mais quem tem riqueza maior; seletivo o imposto cujas alquotas so diferentes para objetos diferentes no importa o sujeito, importa exclusivamente o objeto da tributao. O imposto de renda deve ser graduado segundo a capacidade econmica do contribuinte por fora do art. 145 1 CF/88. O imposto de renda deve observar os seguintes critrios constitucionais (art. 153 2): a) Generalidade: todos, sem exceo, esto sujeitos ao imposto de renda; b) Igualdade: vedada a diferenciao entre uma mesma classe; c) Universalidade: independe da fonte pagadora e da origem. 1) quando toda a renda auferida pelo contribuinte levada em conta para o clculo do imposto de renda; 2) quando o conjunto de rendas do contribuinte est sujeito tributao mesmo que no se origine no Brasil territrio; d) Progressividade: a tributao do imposto de renda deve variar de acordo com a renda do contribuinte quanto maior a renda maior a tributao. A taxa de tributao nica no Brasil. Questiona-se, nesse sentido, a justia fiscal; ou seja, o que deveria ocorrer uma alquota que variasse de acordo com a base de clculo fiscal. 3) Base econmica O imposto de renda surgiu na Inglaterra, no sculo XV/XVI e neste perodo, a renda era verificada por meio da propriedade. Foi institudo no Brasil em 1922, cuja base econmica eram as receitas lquidas. A ideia da base econmica sustentou a ideia do acrscimo patrimonial. A tributao se d no acrscimo patrimonial e no no patrimnio em si. O art. 153, III CF/88 outorga competncia Unio para a instituio de imposto de renda e proventos de qualquer natureza. A renda o acrscimo patrimonial produto do capital ou do trabalho. Proventos so os acrscimos patrimoniais decorrentes de uma atividade que j cessou. Acrscimo patrimonial o elemento comum e nuclear dos conceitos de renda e de proventos, ressaltado pelo art. 43 CTN na definio do fato gerador de tal imposto. Base econmica do imposto de renda Tese de acrscimo patrimonial a partir da Emenda Constitucional n 18/1965. A definio de renda seria tudo aquilo que viesse a acrescer o patrimnio do sujeito passivo, deduzidas algumas contribuies j auferidas investimentos necessrios; despesas e gastos previstos em lei.
O que se tributa so as verbas recebidas, deduzidos os investimentos necessrios, despesas e gastos previstos em lei. No se tributa o patrimnio, mas o seu acrscimo.
15/02/2013
CONTINUAO IMPOSTO SOBRE A RENDA E PROVENTOS DE QUALQUER NATUREZA 4) Aspecto material Considerando a estrutura normativa da obrigao tributria, deve-se analisar o aspecto material do imposto de renda. Adquirir disponibilidade econmica ou jurdica renda ou proventos + acrscimo patrimonial (aquisio econmica ou jurdica de renda ou proventos) receber e poder dispor. No possvel tributar aquilo que no se encaixa no conceito de renda e/ou provento. Art. 43 CTN o imposto incidir sobre a renda e proventos. Art. 146 CF/88 cabe lei complementar. Art. 43 1 e 2 CTN quando o legislador diz sobre a receita/rendimento oriunda do exterior e que a lei estabelecer as condies e o momento em que se dar a disponibilidade, ele extrapola a Constituio Federal. O Cdigo Tributrio Nacional dispe sobre o aspecto material (fato gerador) do imposto sobre a renda e proventos de qualquer natureza Art. 43 CTN. O imposto, de competncia da Unio, sobre a renda e proventos de qualquer natureza tem como fato gerador a aquisio de disponibilidade econmica ou jurdica: I de renda, assim entendido o produto do capital, do trabalho ou da combinao de ambos; II de proventos de qualquer natureza, assim entendidos os acrscimos patrimoniais no compreendidos no inciso anterior. 1 A incidncia do imposto independe da denominao da receita ou do rendimento, da localizao, condio jurdica ou nacionalidade da fonte, da origem e da forma de percepo. 2 Na hiptese de receita ou de rendimento oriundos do exterior, a lei estabelecer as condies e o momento em que se dar sua disponibilidade, para fins de incidncia do imposto referido neste artigo. Segundo Oscar Valente Cardoso, a disponibilidade econmica ocorre com o recebimento da renda, a sua incorporao ao patrimnio e a possibilidade de utilizar ou dispor dela. Por sua vez, a disponibilidade jurdica d-se com a aquisio de um direito no sujeito a condio suspensiva, ou seja, o acrscimo ao patrimnio ainda no est economicamente disponvel. Assim, pode-se dizer que o fato gerador do imposto de renda a aquisio da disponibilidade de acrscimo patrimonial produto do capital, do trabalho, da combinao de ambos (renda) ou de qualquer outra causa (proventos). Os 1 e 2 do art. 43 CTN referem-se receita ou rendimento. Receita qualquer quantia recebida e por isso, no considera as sadas, as despesas. Nesse sentido, as indenizaes no configuram riqueza nova e, portanto, no revelam acrscimo patrimonial, no implicando fato gerador do imposto de renda. Tambm no configuram fato gerador do imposto de renda as simples atualizaes monetrias de
DIREITO TRIBUTRIO II Prof. Joo Paulo Virginia Maria de Castro Moraes ativos que sejam determinadas pela legislao, ou seja, os lucros meramente nominais ou inflacionrios. Aspecto material (art. 43 CTN) A tributao tem que ser sobre a renda e os proventos de qualquer natureza, sendo inconstitucional a tributao de qualquer outra coisa os 1 e 2 do art. 43 usurpam a Constituio Federal, pois preveem a tributao de rendimentos. O Cdigo Tributrio Nacional materializa a tributao do imposto de renda nos seguintes termos: o imposto de renda vai recair sobre a aquisio de renda e proventos que possuam disponibilidade econmica ou jurdica. A renda ou provento adquirido tem que ser disponvel, isto , tem-se a posse e a propriedade e, portanto, a possibilidade de dispor, gastar, vender etc. Responsabilidade jurdica ttulo de crdito certo, lquido e exigvel. 5) Aspecto temporal Trata-se de imposto com fato gerador complexivo, o que exige a definio legal do aspecto temporal da hiptese de incidncia tributria. Admite-se que seja estabelecida a obrigao do contribuinte antecipar parcelas na medida em que vai recebendo a renda. a) IRPF Imposto de Renda da Pessoa Fsica O fato gerador do imposto de renda da pessoa fsica, em regra, ser complexivo e se concretizar no dia 31 de dezembro (o imposto de renda feito em abril referente ao perodo de 01 de janeiro a 31 de dezembro do ano anterior). A regra levar em considerao todo o ano do calendrio. Quando houver ganho de capital (ex.: aquisio de um imvel), o pagamento de tributos ocorrer no ms seguinte. No imposto de renda de pessoa fsica, considera-se ocorrido o fato gerador em 31 de dezembro do ano-calendrio. At 30 de abril do ano subsequente, verifica-se o imposto sobre a renda e proventos efetivamente devido, compensando-se o montante que j foi objeto de adiantamentos mensais (carn-leo ou reteno), apurando-se ento o saldo a restituir ou a pagar. O prazo para pagamento o mesmo daquele para o cumprimento da obrigao acessria consistente na apresentao da declarao de ajuste e de bens. b) IRPJ Imposto de Renda da Pessoa Jurdica Regime de competncias leva-se em conta os crditos e dbitos durante um determinado perodo. Este regime previsto em lei. VER REGIME DE COMPETNCIAS O regime da tributao da pessoa jurdica ser trimestral. Todavia, aquela que est no mbito do lucro real, pode fazer antecipaes mensais e posteriormente, fazer o reajuste (compensao) no imposto de renda. No imposto de renda de pessoa jurdica, tem-se o perodo de apurao trimestral, podendo a pessoa jurdica que pagar com base no lucro real, optar pelo perodo anual, com antecipaes mensais. No imposto trimestral, considera-se ocorrido o fato gerador ao final de cada trimestre civil; no anual, em 31 de dezembro do ano-calendrio.
DIREITO TRIBUTRIO II Prof. Joo Paulo Virginia Maria de Castro Moraes O fato gerador (complexivo, porque gerado dentro de um lapso temporal) do imposto de renda , em regra, o dia 31 de dezembro do ano anterior. Quando se tem um ganho de capital, paga-se o tributo j no ms subsequente no se aguarda o final do ano-calendrio para haver a tributao do imposto de renda. Carn-leo pessoa fsica que recebe de pessoa fsica paga o tributo mensalmente no se espera o final do ano-calendrio. S paga o imposto de renda se houver acrscimo patrimonial alm do j recolhido. 6) Aspecto espacial O aspecto espacial do imposto de renda levar em considerao tudo aquilo que far o acrscimo patrimonial, independente da origem (ou seja, ainda que de origem exterior). Para tanto, levar em considerao o Princpio da Universalidade. O imposto sobre a renda e proventos de qualquer natureza caracteriza-se pela extraterritorialidade, ou seja, por alcanar fatos geradores ocorridos no apenas no territrio nacional como fora dele. Tributao em Bases Universais (ou Tributao em Base Global) segundo Clair Hickmann, a tributao de todos os rendimentos e ganhos de capital, independentemente de onde foram gerados. Devem ser tributados no pas onde a pessoa residente ou onde tem seu domiclio tributrio. O Princpio da Territorialidade significa que todas as situaes jurdicas que deem origem produo de renda, por nacionais ou residentes, localizadas dentro do territrio do Estado, geram uma obrigao tributria. Segundo o Princpio da Base Global do imposto de renda, passa a ser tributada a universalidade dos lucros, rendimentos e ganhos de capital auferidos por pessoas jurdicas domiciliadas no pas. A Lei n 7713/1988, no 4 do seu art. 3, estabeleceu a extraterritorialidade para o imposto de renda das pessoas fsicas, enquanto a Lei n 9249/1995, atravs de seu art. 25, a instituiu relativamente s pessoas jurdicas. O aspecto espacial do imposto de renda a universalidade vai alm dos limites territoriais brasileiros.
16/02/2013
CONTINUAO IMPOSTO SOBRE A RENDA E PROVENTOS DE QUALQUER NATUREZA 7) Aspecto pessoal a) Sujeio ativa O mandado de segurana deve ser impetrado na jurisdio do contribuinte. Vide Resp. 1136510 O sujeito ativo a Unio Receita Federal + INSS = Super Receita. Esta a regra, porm existem excees. b) Sujeio passiva: b.1) IRPF Imposto de Renda da Pessoa Fsica *Carn leo (pessoa fsica que recebe de pessoa fsica paga tributo mensalmente por meio deste carn geralmente profissionais liberais,
DIREITO TRIBUTRIO II Prof. Joo Paulo Virginia Maria de Castro Moraes todavia, muitos destes profissionais constituem pessoa jurdica, em razo dos tributos a serem pagos); *Pessoa fsica Pessoa fsica; *Pessoa jurdica Pessoa fsica; *Vide REsp. 704845 A sujeio passiva pode variar: mandado de segurana, repeties de indbito que figurem o Estado, quando ele for a fonte pagadora. ESTUDAR/ATENO a sujeio passiva pode variar: mandado de segurana (autoridade coatora), repeties de indbito (quando a fonte pagadora for o Estado) que figurem o Estado. Quando o fato gerador mensal, a tributao mensal (ex.: salrio, venda de imvel). b.2) IRPJ Imposto de Renda da Pessoa Jurdica Em alguns casos, a legislao permite que a pessoa fsica seja equiparada pessoa jurdica e isso pode ser benfico (ex.: contribuinte com patrimnio aproximado de 500 milhes de reais, que fazia emprstimos a terceiros como atividade econmica foi equiparado pela Receita Federal pessoa jurdica). Sujeito ativo do imposto sobre a renda a prpria Unio Federal, cabendo a administrao do imposto Secretaria da Receita Federal. Quanto aos contribuintes art. 45 CTN Contribuinte do imposto o titular da disponibilidade a que se refere o art. 43, sem prejuzo de atribuir a lei essa condio ao possuidor, a qualquer ttulo, dos bens produtores de renda ou dos proventos tributveis. Pargrafo nico. A lei pode atribuir fonte pagadora da renda ou dos proventos tributveis a condio de responsvel pelo imposto cuja reteno e recolhimento lhe caibam. So contribuintes do imposto de renda da pessoa fsica (IRPF) as pessoas fsicas residentes ou domiciliadas no Brasil, nos termos do art. 1 da Lei n 7713/1988. As pessoas fsicas que percebem rendimentos de outras pessoas fsicas devem providenciar o pagamento mensal do imposto de renda atravs do denominado carnleo. Por si prprias, apuram o montante devido e realizam o recolhimento mensal respectivo, procedendo, posteriormente, ao ajuste anual at o final do ms de abril do exerccio subsequente. Conforme Walter Godoy, para apurar o rendimento base de clculo do recolhimento mensal obrigatrio destes contribuintes (carn-leo), recomenda-se a escriturao do Livro Caixa, no qual sero permitidas as dedues autorizadas. Os contribuintes sujeitos ao regime do carn-leo tambm devem apresentar a Declarao de Ajuste Anual. No caso de percepo de rendimentos pagos por pessoas jurdicas, a sistemtica diversa, atravs da reteno na fonte do imposto devido, nos termos do art. 7 da Lei n 7713/1988. O imposto retido nessa sistemtica ao longo do ano-calendrio ser deduzido do montante a pagar por ocasio do ajuste anual, verificando o contribuinte se ainda resta algo a recolher ou se tem direito restituio.
DIREITO TRIBUTRIO II Prof. Joo Paulo Virginia Maria de Castro Moraes importante destacar que a omisso da fonte pagadora em efetuar a reteno no exclui a responsabilidade do contribuinte pelo pagamento do imposto, ficando obrigado a declarar o valor recebido em sua declarao de ajuste anual. So contribuintes do imposto de renda de pessoa jurdica (IRPJ) as pessoas jurdicas e empresas individuais, nos termos do art. 146 do RIR/1999 Decreto n 3000/1999. Os principais casos de responsabilidade so a responsabilidade por sucesso, nos casos de incorporao, fuso ou transformao, e a responsabilidade pessoal, por ato praticado com ofensa aos estatutos, contrato social ou a lei. As pessoas jurdicas esto obrigadas apresentao da Declarao de Imposto de Renda da Pessoa Jurdica at o ltimo dia do ms de maro do ano subsequente. Imposto de renda de pessoa fsica todo residente e domiciliado no pas, mesmo que se trate de estrangeiro ou de pessoa que fature no exterior, mas aqui movimente renda e proventos sujeito passivo do imposto de renda. Pessoa jurdica pagando pessoa fsica h reteno na fonte do imposto de renda que repassado Unio. Se a pessoa jurdica no repassa para a Unio, est sujeita a multa e a sanes penais. Se a pessoa jurdica no retm da pessoa fsica, esta ter que declarar e fazer o recolhimento correto dos tributos. O que for retido na fonte tem que ser declarado na declarao de ajuste anual a fim de que se faam as dedues devidas. 8) Aspecto quantitativo a) Pessoa Fsica Alquotas (calendrio 2013 exerccio 2012) Parcela a deduzir mensalmente R$ 1637,11 isento R$ 1637,12 R$ 2453,50 7,5% R$ 122,78 R$ 2453,51 R$ 3271,38 15% R$ 306,80 R$ 3271,39 R$ 4087,65 22,5% R$ 552,15 R$ 4087,65 (...) 27,5% R$ 756,53 A metodologia do clculo seria como compor a base de clculo. Porm, antes de compor a base de clculo, deve-se saber como fazer o clculo. Sobre a base de clculo, vai-se aplicar a alquota correspondente. Basta alcanar a base de clculo do imposto de renda, identificar a alquota aplicvel e deduzir a parcela correspondente.
22/02/2013
CONTINUAO IMPOSTO SOBRE A RENDA E PROVENTOS DE QUALQUER NATUREZA Deve-se ter em mente a obrigao principal de pagar o tributo e a obrigao acessria de apresentar a declarao de imposto de renda anualmente. Devem-se mencionar quais valores estaro sujeitos ao imposto de renda, quais podem ser isentos e quais devem ser deduzidos. Deve-se ter em mente quais so os rendimentos tributveis, quais so isentos e os no tributveis. O total de rendimentos auferidos no ano no ser totalmente tributvel.
DIREITO TRIBUTRIO II Prof. Joo Paulo Virginia Maria de Castro Moraes A caracterstica principal para identificar os rendimentos tributveis a ideia de renda, o acrscimo patrimonial, permitindo-se as dedues legalmente previstas. Dispe o art. 44 CTN: A base de clculo do imposto o montante, real, arbitrado ou presumido da renda ou dos proventos tributveis. O art. 3 da Lei n 7713/1988 estabelece como base de clculo para o imposto de renda da pessoa fsica o seu rendimento bruto. H discusses sobre a possibilidade da equiparao da renda e proventos de qualquer natureza ao rendimento bruto. A lei autoriza dedues da base de clculo como as relativas a despesas com educao, observado o limite individual por dependente, e as despesas mdicas, estas sem limite de valor. A lei tambm estabelece montante a ser deduzido do prprio imposto devido, conforme o patamar dos rendimentos auferidos de modo que a faixa isenta assim o seja para todos os contribuintes. H rendas tributadas em separado, como o ganho de capital e rendas tributadas exclusivamente na fonte, como as decorrentes de aplicaes financeiras. O ganho de capital decorrente da compra e venda de imveis tributado alquota de 15%. Nos termos da Lei n 11.196/2005, so isentas a alienao de imveis de at R$ 35.000,00 e a alienao de imvel residencial para aquisio de outro dentro de 180 dias. Os rendimentos de capital (renda fixa e renda varivel) so tributados pelo imposto sobre a renda alquota de 20%. As rendas advindas de prmios e sorteios em dinheiro so tributadas alquota de 30%. b) Base de clculo b.1) Iseno adicional de aposentados R$ 1710,871: concedido ao cidado aposentado no valor de R$ 1.710,00. Requisitos: ser aposentado receber aposentadoria ou penso e ter 65 anos ou mais. Ou seja, no qualquer aposentado que poder usufruir desta iseno, somente os que atenderem estes requisitos. Podero se valer desta iseno adicional at o calendrio de 2014, exerccio de 2015, a menos que ela seja renovada. Uma vez alcanada a base de clculo vai se aplicar a taxa correspondente deduzindo-se as parcelas de deduo estabelecidos em lei. Alm dos rendimentos percebidos, deve-se informar quais so tributveis, quais so isentos e o que dedutvel leva-se em conta a origem dos rendimentos. S vai para base de clculo os rendimentos tributveis descontadas as dedues permitidas. Os rendimentos tributveis so identificados pelo acrscimo patrimonial renda deduz investimentos e gastos necessrios. b.2) Iseno de aposentadoria quando houver molstia grave: no a totalidade de rendimentos que isenta, mas somente aquela referente aposentadoria, reforma militar e/ou penso. Outros rendimentos que possam ser auferidos no sero
DIREITO TRIBUTRIO II Prof. Joo Paulo Virginia Maria de Castro Moraes isentos. Ex.: um paciente de cncer que recebe aposentadoria, mas tambm honorrios. A aposentadoria no ser inserida na base de clculo, mas os demais rendimentos sim. A partir dos rendimentos tributveis, ser permitido chegar s dedues permitidas. Cessando a molstia grave, os rendimentos voltam a ser tributveis. (iseno) adicional de aposentados tem vigncia s at o ano-calendrio 2014. Aposentados entendem-se maiores de 65 anos que recebam penso ou aposentadoria e tem iseno adicional de R$ 1710,00 rendimentos que superem sero tributados. Essa iseno adicional no afasta a iseno prevista na tabela de imposto de renda. Iseno molstia grave no todo o rendimento que ser isento, somente sero isentos valores auferidos de penso, aposentadoria ou reforma militar. Os demais rendimentos sero inseridos na base de clculo do imposto de renda. Indenizao no entra. b.3) Contribuio empregado (art. 12, VII Lei 9250/95): Art. 12. Do imposto apurado na forma do artigo anterior, podero ser deduzidos: (...) VII at o exerccio de 2015, ano-calendrio de 2014, a contribuio patronal paga Previdncia Social pelo empregador domstico incidente sobre o valor da remunerao do empregado. b.4) Rendas tributadas em separado: faz a ideia de que, no caso de se efetivar a exao do imposto de renda, o oferecimento da tributao daqueles ganhos sero feitos imediatamente ao Fisco Federal. Algumas situaes sero tributadas separadamente. Tributao em separado traz a ideia de que a tributao de certos rendimentos ser oferecida ao Fisco de modo individualizado, afastando-se a normalidade do ano-calendrio. I Ganho de capital Ex.: havendo um imvel comprado no valor de R$ 400.000,00 e vendido no valor de R$ 500.000,00, R$ 100.000,00 sero considerados ganho de capital, e por isso, tributveis. A diferena positiva na venda de um bem, subtraindo o valor declarado no ajuste anual do imposto de renda ou o valor referente aquisio, ser tributvel. A alquota ser de 15% e a tributao realizada em separado. No caso de operaes (compra e venda) em que houver ganho de capital de at R$ 35.000,00 ao ms, haver iseno. No se deve confundir, para fins dessa iseno, o valor de R$ 35.000,00 do ganho de capital com o valor de R$ 35.000,00 da operao (ex.: um veculo comprado no valor de R$ 35.000,00, vendido no valor de R$ 45.000,00 a operao ser de R$ 45.000,00, mas o ganho de capital ser de R$ 10.000,00 e por isso, no tributvel. Imvel de at R$ 440.000,00, sendo o nico imvel da pessoa, ser isento para fins de imposto de renda venda de nico bem imvel da famlia. Todavia, esta regra ser vlida uma vez a cada cinco anos. No caso de venda de um imvel residencial e aplicao do produto da venda em outros imveis residenciais no prazo de 180 dias, haver iseno de imposto de renda. Todavia, esta regra tambm ser vlida uma vez a cada cinco anos. Se no for aplicado na totalidade, obedece-se regra da proporcionalidade.
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DIREITO TRIBUTRIO II Prof. Joo Paulo Virginia Maria de Castro Moraes Ganho de capital diferena positiva entre a venda de um bem e o seu valor declarado no imposto de renda ou do valor de sua aquisio nesse caso, a alquota ser sempre de 15%. Ex.: comprou-se um imvel por R$ 250.000,00 e vendeu por R$ 400.000,00. Teve um ganho de capital de R$ 150.000,00 e sobre esse valor aplica-se a alquota de 15%. Ganhar loteria ou prmios em geral em dinheiro tem tributao em separado e a alquota sempre de 30%. Operaes cujos ganhos de capital se limitar em conjunto, a R$ 35.000,00 por ms, sero isentos.
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23/02/2013
CONTINUAO IMPOSTO SOBRE A RENDA E PROVENTOS DE QUALQUER NATUREZA I Ganho de capital Em caso de aplicaes financeiras, haver a tributao em separado de 20% (reteno). Em prmios de loteria, h reteno de 30%. II Rendas tributadas exclusivamente na fonte (VIDE RE 614.232) Levando-se em considerao a anlise de verbas devidas em perodo anterior, a frmula do clculo de imposto de renda deve considerar a alquota referente ao perodo do fato gerador. Dedues permitidas: Verba de indenizao no includa na base de clculo. A base de clculo refere-se, preliminarmente, aos rendimentos tributveis. I Contribuies previdencirias: podem ser deduzidas as contribuies previdencirias, desde que no seja superior a 12% da base de clculo do imposto de renda. II Dependentes: possibilidade de deduzir valores mensais a ttulo de dependentes. O percentual de dependentes gira em torno de R$ 1.600,00/ano para cada. Sendo os dependentes arrolados por um dos genitores, no ser possvel faz-lo pelo outro. Os filhos podem ser colocados como dependentes dos pais at a maioridade civil, salvo quando cursarem Ensino Superior, at os 24 anos. III Penso alimentcia: o pagamento da penso alimentcia pode ser deduzido, todavia, o/a genitor/a que recebe como responsvel pelos filhos deve acrescentar o valor como rendimento tributvel. Dependendo do valor da penso alimentcia, aconselhado fazer o imposto de renda dos filhos que a recebem em separado, para que o/a genitor/a no precise declarar a penso como rendimento tributvel em seu imposto de renda. IV Despesas mdicas: podem ser deduzidas na integralidade no tem limitador, todavia, preciso apresentar o recibo contendo os dados do profissional. Atualmente, a Receita Federal atenta-se para estes recibos, visto que muitos so falsos (recibos frios). O professor aconselha, nestes casos de despesas mdicas, a serem pagas
DIREITO TRIBUTRIO II Prof. Joo Paulo Virginia Maria de Castro Moraes com cheque nominal ao mdico, porque caso caia na Malha Fina da Receita Federal h duas provas (o recibo e a compensao do cheque). Gastos com remdios no esto previstos na norma regulamentadora do imposto de renda. Plano de sade pode ser deduzido. Os gastos mdicos com os dependentes podem ser deduzidos na base de clculo. V Educao: possvel fazer a deduo na base de calculo do imposto de renda referente aos gastos com educao at a importncia de R$ 3.900,00 ano por pessoa (relativo ao contribuinte ou aos dependentes, individualmente). Eventual saldo remanescente no pode ser creditado a outro (ex.: se um dos dependentes gastar R$ 2.000,00, no possvel passar o saldo remanescente para o contribuinte ou um dos dependentes). VI Livro caixa: sistemtica prevista no regulamento de imposto de renda, geralmente para mdico/dentista, que possibilita deduzir da base de clculo do imposto de renda, gastos e investimentos essenciais para o aferimento de renda. Ser tributvel o acrscimo patrimonial, por isso, devem ser deduzidos os gastos, considerando o livro-caixa para auferir os rendimentos. A modalidade de declarao de imposto de renda simplificada permite deduzir da base de clculos de rendimentos tributveis o percentual de 20%. Livro caixa permite aos profissionais liberais reduzir da base de clculo gastos e investimentos essenciais para o aferimento de renda e proventos. EXERCCIO Lucas e Rafaela se casaram em 2010 e tiveram trigmeos. No ano de 2011, Rafaela decidiu declarar seu imposto de renda em conjunto com Lucas. Neste ano, Rafaela recebeu a ttulo de hora extra R$ 50.000,00; a ttulo de pro labore R$ 45.000,00; a ttulo de doao do pai R$ 100.000,00; a ttulo de uma deciso judicial fixando danos morais R$ 40.000,00; a ttulo de uma deciso judicial fixando danos materiais R$ 60.000,00; e a ttulo de uma deciso judicial fixando lucros cessantes R$ 43.000,00. Neste mesmo ano, Lucas recebeu R$ 100.000,00 a ttulo de honorrios; e R$ 43.000,00 a ttulo de distribuio de lucros. Os trs dependentes frequentaram a escola e cada um deles custou ao casal a importncia de R$ 12.000,00/ano. Matheus, filho do casal, gastou em despesas mdicas R$ 30.000,00. Lucas pagou contribuies previdencirias complementar (iniciativa privada e pblica) que totalizaram no ano, R$ 40.000,00. H que se pagar algum valor de imposto de renda e quanto ser relativo ao ano 2011, exerccio 2012? No ano de 2012, o casal se separou e Lucas obteve a guarda judicial dos filhos. Lucas ajuizou uma ao de alimentos para as crianas. Rafaela recebeu R$ 200.000,00 a ttulo de honorrios; R$ 100.000,00 a ttulo de indenizao; mas pagou a penso alimentcia a importncia de R$ 60.000,00/ano. Quanto a Rafaela pagar a ttulo de imposto de renda no ano calendrio 2012?
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DIREITO TRIBUTRIO II Prof. Joo Paulo Virginia Maria de Castro Moraes Lucas recebeu R$ 300.000,00 a ttulo de honorrios e fez sua declarao de imposto de renda informando os filhos como dependentes. Quanto Lucas pagar de imposto de renda? RESPOSTA EXERCCIO (VERIFICAR CORREO PROFESSOR) 2010 Lucas e Rafaela se casaram e tiveram trs dependentes (trigmeos) 2011 declarao de imposto de renda do casal
RENDA TRIBUTVEL R$ 50.000,00 (hora extra Rafaela) R$ 45.000,00 (pro labore Rafaela) R$ 43.000,00 (lucros cessantes Rafaela) R$ 100.000,00 (honorrios Lucas) TOTAL RENDA TRIBUTVEL: R$ 238.000,00 R$ 4.800,00 (deduo por educao para os trs dependentes) R$ 30.000,00 (deduo por despesas mdicas) TOTAL DEDUES: R$ 203.200,00 - R$ 4.800,00 (R$ 40.000,00/contribuies previdencirias 12%) = R$ 198.400,00 27,5% (alquota correspondente) (R$ 54.560,00) multiplicado por 12% e depois subtrai. RENDA NO TRIBUTVEL R$ 100.000,00 (doao pai Rafaela) R$ 40.000,00 (danos morais Rafaela) R$ 60.000,00 (danos materiais Rafaela) R$ 43.000,00 (distribuio de lucros Lucas) TOTAL RENDA NO TRIBUTVEL: R$ 243.000,00
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01/03/2013
CONTINUAO IMPOSTO SOBRE A RENDA E PROVENTOS DE QUALQUER NATUREZA Lucro real e lucro presumido so usados para calcular a base de clculo que ir incidir a alquota do imposto de renda. O lucro real ser 10% sobre o valor do lucro fixo da empresa e sobre o resultado ir aplicar os 15% referentes ao imposto de renda. O lucro presumido ser calculado a partir do valor de lucro que a empresa presume que tem e sobre o resultado tambm incidir 15% 10% + 15% refere-se aos 10% para achar a base de clculo + 15% dela para definir o imposto de renda devido. A pessoa jurdica submete-se, ordinariamente, ao imposto de renda calculado com base no lucro real ou lucro presumido, podendo ainda vir a ser tributada com base no lucro arbitrado. c) IRPJ Imposto de Renda da Pessoa Jurdica c.1) Lucro real ( o lucro da empresa sem as dedues): a sistemtica vai se dar, em um primeiro momento, pelo lucro real. Considerando que o legislador entende o lucro real como uma sistemtica mais complexa, ele criou duas outras: o lucro presumido e o lucro simples nacional. O legislador coloca como obrigatrio, para algumas situaes, a utilizao do lucro real. A sistemtica do lucro real depende de uma srie de requisitos de obrigaes tributrias acessrias de modo a demonstrar como o contribuinte chegou ao lucro real da pessoa jurdica.
DIREITO TRIBUTRIO II Prof. Joo Paulo Virginia Maria de Castro Moraes Durante o exerccio do lucro real, o contribuinte deve fazer os lanamentos contbeis para arquivar na empresa para que, se necessrio for, a Receita possa fiscalizar os dados, posteriormente. I Art. 14 Lei n 9718/98 Esto obrigadas apurao do lucro real as pessoas jurdicas (...). II Obrigaes tributrias III Apurao Existem duas sistemticas de apurao: anual e trimestral, escolhidas pela empresa. Na sistemtica anual so feitas antecipaes do imposto de renda, apesar de ser considerado todo o perodo do ano. Para apurao do lucro real, no h necessidade do contribuinte colocar a mo no dinheiro, a apurao pode ser feita por meio dos ttulos de crdito ou dbito. No lucro real, no perodo anual, pode-se fazer a apurao do ano todo, mas a pessoa jurdica far antecipaes mensais ou peridicas, demonstrando os gastos e os ganhos. Na sistemtica trimestral no h antecipao. Leva em considerao o perodo trimestral, onde se apura o lucro real e onde sero feitos os pagamentos. A opo feita no lucro real, ou no lucro presumido, ou no lucro simples nacional, vincula todo o ano-calendrio (ou seja, no possvel trocar). A tributao pelo lucro real pressupe maior rigor formal para a apurao efetiva do lucro da pessoa jurdica, mediante considerao das suas receitas e das dedues cabveis. Apura-se efetivamente o lucro ocorrido, calculando-se sobre ele, o montante devido a ttulo de imposto de renda de pessoa jurdica. Nas hipteses do art. 14 da Lei n 9718/1999 deve-se observar necessariamente o lucro real. O contribuinte tem que fazer os lanamentos fiscais e contbeis, devendo arquivar os livros por cinco anos, a fim de que, em virtude de fiscalizao, se verifique o lucro real. IV Regime O regime de competncia leva em considerao os crditos e os dbitos da pessoa em um determinado perodo (competncia). O lucro real sempre por regime de competncia. O regime de competncia tambm se aplica para a apurao trimestral, porm nesta, no h antecipaes. A pessoa jurdica ter a sistemtica anual, mas no haver recolhimento do imposto de renda, somente ao final do ano-calendrio. Ela ter a necessidade de fazer antecipaes mensais isso porque segue o regime de competncias, que consiste nos ganhos e nas despesas em um determinado perodo de tempo, levando em conta a disponibilidade jurdica e no a disponibilidade real. Regime de caixa leva em conta a disponibilidade econmica (dinheiro que se tem em caixa). A apurao trimestral leva-se em conta o trimestre, no havendo antecipaes. Apurase o lucro real por trimestre em quatro oportunidades anualmente, recolhendo-se o imposto. V Lucro real X Lucro contbil (lquido)
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DIREITO TRIBUTRIO II Prof. Joo Paulo Virginia Maria de Castro Moraes Na apurao do lucro real ser preciso verificar os requisitos da lei fiscal, ao passo que na apurao do lucro contbil ser preciso verificar as regras contbeis, os valores lquidos do lucro. Lucro contbil vai considerar a totalidade das receitas obtidas e fazer todas as redues de despesas que a pessoa jurdica teve. O clculo para cada uma das sistemticas obtm resultados distintos. A diferena ser o que a pessoa jurdica ir deduzir se no lucro real, se no lucro contbil. No h que se confundir o lucro lquido/contbil com o lucro real. O que difere que as dedues e compensaes admissveis para a apurao do lucro lquido/contbil no correspondem exatamente s admitidas para apurao do lucro real. Assim, obtido o lucro lquido, fazem-se as adequaes necessrias para a apurao do lucro real. A alquota padro de 15% sobre o lucro real. H ainda um adicional de 10% sobre o montante do lucro real que superar, no ms, R$ 20.000,00, conforme o art. 2 1 e 2 da Lei n 9430/1996. Lucro real / Lucro contbil aplicam-se as excluses contbeis, sendo que algumas excluses contbeis no so permitidas no lucro real. O lucro real igual ao ganho de capital da pessoa fsica. Tudo que se deduz no lucro real pode ser deduzido no lucro contbil, mas no o inverso. Este lucro permite uma maior gama de dedues, por isso, denominado lquido. VI Opo VII Alquota A alquota ser de 15% quando a base de clculo for de at R$ 20.000,00/ms. Se for trimestral, ser o valor de R$ 60.000,00. Se superar o R$ 20.000,00/ms, o excedente ser de 25% (15% + 10% ex.: R$ 21.000,00 R$ 20.000,00 incidir 15% + R$ 1.000,00 incidir 25%). Alquota 15% base de clculo de at R$ 20.000,00/ms; R$ 60.000,00 trimestralmente. Se superar R$ 20.000,00 por ms ou R$ 60.000,00 trimestralmente, tem adicional de 10% sobre a diferena.
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02/03/2013
CONTINUAO IMPOSTO SOBRE A RENDA E PROVENTOS DE QUALQUER NATUREZA As pessoas jurdicas podero optar pelo lucro presumido, nas hipteses em que a lei no determinar o lucro real. Pode ainda haver a adoo do simples nacional. No que tange ao lucro arbitrado pelo Fisco e ao lucro arbitrado pelo contribuinte somente sero validados se atendidos os requisitos na norma tributria. J as tributaes pelos lucros presumido e arbitrado envolvem a utilizao de bases substitutivas (adoo, por lei, de uma base de clculo substitutiva da base de clculo primria, que o lucro real). c.2) Lucro presumido (a pessoa no tem certeza do lucro que a empresa teve) Sistemtica que possibilita aos contribuintes que no estejam obrigados ao lucro real, considerando que algumas pessoas jurdicas so obrigadas ao lucro real.
DIREITO TRIBUTRIO II Prof. Joo Paulo Virginia Maria de Castro Moraes O lucro presumido , de acordo com a legislao tributria, uma presuno do lucro que a pessoa jurdica tem, durante o exerccio, durante a periodicidade trimestral. Uma presuno legal que a pessoa jurdica tem durante o trimestre de acordo com a atividade exercida. Empresas com receita at determinado patamar podem optar por ser tributadas pelo lucro presumido. Em vez de apurarem o lucro real, apuram um lucro presumido art. 15 Lei n 9249/1995. Sobre tal base de clculo presumida aplicada a alquota, chegando-se ao montante devido. O lucro, como presumido, de 8%, no sendo baseado realmente no ganho de capital. Considera-se a receita bruta operacional e aplica-se sobre ela um percentual de 8% (presuno legal do lucro) esse valor ser a base de clculo e sobre ela ser aplicada a alquota correspondente base de clculo (receita operacional multiplicada por 8%) + demais rendimentos. No haver tributao sobre a distribuio de lucro. I Art. 15 Lei 9249/95 A base de clculo do imposto, em cada ms, ser determinada mediante a aplicao do percentual de 8% sobre a receita bruta auferida mensalmente (...). II Obrigaes No lucro presumido, as obrigaes tributrias acessrias so reduzidas a um livro dirio e as informaes inerentes ao lucro real no sero necessrias neste caso. No lucro presumido, sua apurao ser trimestral. A forma que a lei traz de apurao ser de presuno do lucro. importante verificar qual a receita operacional. Sobre esta receita operacional, aplica-se 8%, que constitui a presuno de lucro (no a alquota). A presuno do lucro identificar o percentual do lucro para, da, identificar a base de clculo. Sobre os 8%, que a regra, aplicar-se- a alquota. A forma de apurao no lucro presumido analisar a receita bruta operacional, de acordo com a atividade exercida e aplicar o percentual previsto em lei (esse percentual vai variar a regra de 8%, mas existem excees de acordo com a atividade 1,5%, 16% e 32%) que repercutir na base de clculo. III Opo Feita a opo do lucro presumido, valer para todo o ano calendrio. IV Regime Pode-se escolher caixa ou competncia. V Base de clculo A base de clculo formada da seguinte forma: verificar se a receita operacional e aplicar o percentual. Se houver outras atividades que no forem inerentes receita operacional, elas sero acrescidas na totalidade da base de clculo (ou seja, no se aplica o percentual de presuno de lucro). Base de clculo = % receita da atividade + outros rendimentos Sobre a receita da atividade e de acordo com a atividade, verificar-se- qual a presuno de lucro. Alm disso, acrescer-se- a receita bruta no operacional para resultar na base de clculo.
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Para fins de composio da base de clculo, que se vai identificar a presuno de lucro (ex.: tem-se as seguintes atividades, submetidas aos seguintes percentuais R$ 200.000,00 16% e R$ 300.000,00 32% ir calcular o percentual referente a cada atividade e levar base de clculo). VI Art. 10 Lei 9249/95 As distribuies de lucro pelas pessoas jurdicas, em qualquer das sistemticas, no sofrer tributao. CORREO EXERCCIO
08/03/2013
CONTINUAO IMPOSTO SOBRE A RENDA E PROVENTOS DE QUALQUER NATUREZA c.3) Lucro arbitrado Metodologia excepcional de apurao de imposto de renda de pessoa jurdica. Somente ser utilizado se atendidos os requisitos em lei para sua aplicao o lucro arbitrado pelo prprio contribuinte e o lucro arbitrado pelo Fisco. uma sistemtica totalmente excepcional. O imposto de renda de pessoa jurdica apurado sobre o lucro arbitrado em carter excepcional, quando a pessoa jurdica tributada com base no lucro real no cumprir as respectivas obrigaes acessrias, houver fraude ou vcios comprometedores da idoneidade da apurao realizada, tiver ocorrido opo indevida pelo lucro presumido, enfim, quando no for possvel apurar adequadamente o imposto com base no lucro real ou presumido. O art. 51 da Lei n 8981/1995 estabelece critrios para a determinao do lucro por arbitramento. A alquota mxima passou a ser de 8%. O imposto devido pela alquota vigente ao tempo da abertura da sucesso. I Fisco Ocorre a tributao por arbitramento do Fisco quando este identificar que os documentos fiscais so tidos como imprestveis ou inidneos. O contribuinte tem que atender uma srie de obrigaes tributrias acessrias. Quando o Fisco vai em uma empresa e procede uma fiscalizao, ele analisar documentos a fim de verificar se aquilo que foi declarado para a Receita Federal corresponde com aquilo que est devidamente arquivado. O Fisco tem o poder de solicitar ao contribuinte seus documentos fiscais a fim de verificar a veracidade daquilo que foi declarado Receita Federal. Pode acontecer, em uma situao de fiscalizao, que os documentos fiscais so imprestveis ou at mesmo, inexistentes. Para tal, necessrio estabelecer um paralelo com aquilo que foi declarado e o que ser encontrado. Neste caso, o Fisco pode declarar arbitramento e, portanto, a margem tributria necessria.
DIREITO TRIBUTRIO II Prof. Joo Paulo Virginia Maria de Castro Moraes Alguns empresrios destroem seus documentos fiscais, optando por correr o risco de serem fiscalizados pelo Fisco, sob a alegao de que o lucro que obtm compensa em razo de um eventual arbitramento do Fisco para fins de imposto de renda. O Fisco considera os seguintes elementos para arbitramento: o Fisco busca conhecer a receita da pessoa jurdica, atravs de cruzamentos de dados, aplicao de crditos etc. receita presumida pelo Fisco + percentual da base de clculo = alcana-se um resultado parcial e sobre ele, aplica-se 20% para fins de arbitramento. Ou seja, a receita bruta que a Receita conseguiu apurar + percentual do lucro presumido + 20% x alquota do lucro real. Ser aplicada ainda uma multa de ofcio, que varia de 75% ou 150% do valor do imposto devido, em caso de fraude ou simulao. O lanamento por arbitramento pelo Fisco totalmente excepcional. Ele deve buscar a verdade real por todos os meios antes de optar por este arbitramento. Lucro arbitrado pelo Fisco Caso o Fisco, em seu exerccio de atuao, verificar que os documentos contbeis de apurao so imprestveis ou inidneos, poder declarar desta forma (imprestveis e inidneos), procedendo, posteriormente, ao arbitramento do lucro. Para tal, ele tenta levar em considerao algumas informaes ganho real da pessoa jurdica (cruzamento de dados) base de clculo (receita bruta que a Receita conseguiu apurar) dividido pelo percentual do lucro presumido + 20%, multiplicado alquota do lucro real. Aplica-se ainda, multa de ofcio de 75% sobre o valor do imposto. No caso de dolo, fraude ou simulao, aplica-se multa de 150% sobre o valor do imposto. II Contribuinte O contribuinte pode alegar ao Fisco situaes de calamidade (ex.: inundao, incndio etc.) ou fora maior. Havendo estas hipteses, o contribuinte dever registrar a ocorrncia nos rgos competentes, de modo a comprov-la. Alm disso, deve comunicar ao Fisco, que far o arbitramento. A metodologia de clculo entre os arbitramentos a mesma, porm, no h multa qualificada (150% ou 75%). O arbitramento por parte do contribuinte refere-se, na verdade, a uma relao direta com o Fisco. O contribuinte deve ter a prudncia necessria no sentido de, to logo a situao de calamidade ou fora maior acontea, ele deve acionar os rgos competentes de modo a comprov-la documentalmente. O arbitramento mais comum o arbitramento por parte do Fisco, que ocorre excepcionalmente. c.4) Simples nacional No uma sistemtica especfica de apurao do imposto de renda de pessoa jurdica, mas sim de diversos impostos. Positivado na Lei Complementar n 123/2006. O Simples Nacional uma sucesso do Simples Federal (tributos federais). Com base na sistemtica do Simples Federal, criou-se o Simples Nacional, que consiste na forma
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DIREITO TRIBUTRIO II Prof. Joo Paulo Virginia Maria de Castro Moraes unificada de recolhimento de tributos dos entes federados. Seu objetivo unificar e verificar o cumprimento das obrigaes principais e acessrias. Quando se adota o Simples Nacional, exclui-se a sistemtica do lucro real e do lucro presumido. Quando se opta pelo Simples Nacional, sua sistemtica ser de arrecadao unificada, afastando-se, desta forma, do lucro real e do lucro presumido. I Possibilidade Para algumas atividades (para algumas pessoas jurdicas) no possvel adotar o Simples Nacional nos art. 3 e art. 17 da Lei Complementar 123/2006 existem um rol de vedaes para ingresso no Simples Nacional. Importante observar os requisitos da Lei. II Unificao III Regime O Simples Nacional adota o regime de caixa. IV Segregao de receita Tal qual o lucro presumido. V Alquotas A partir receita bruta verificada, ser identificada a alquota a ser aplicada de acordo com os anexos da Lei Complementar 123/2006. A apurao da base de clculo do Simples Nacional no to simplista. Deve-se considerar a receita bruta do ms (ex.: ms de maro) + a receita bruta dos ltimos meses (considera os ltimos onze meses), divide por doze = a uma mdia do ltimo ano para fins de apurao. De acordo com essa mdia, verifica-se a alquota a ser aplicada. As alquotas do Simples Nacional so progressivas e a partir delas, existe uma ramificao com base nos tributos. O Simples Nacional d a ideia de justia. VI Fiscalizao O Simples Nacional ser fiscalizado por todos os entes federados. O Simples Nacional, previsto pela Lei Complementar n 123/2006, uma forma unificada de recolhimento de tributos entre os entes federados (municipal, estadual e federal), cabvel para empresas de micro e pequeno porte. A arrecadao mensal. Receita bruta multiplicada alquota, de acordo com os anexos da Lei. Base de clculo mdia ponderada dos ltimos doze meses anteriores ao ms atual, contando o atual.
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09/03/2013
IMPOSTO SOBRE OPERAES RELATIVAS CIRCULAO DE MERCADORIAS E SOBRE A PRESTAO DE SERVIOS DE TRANSPORTE INTERESTADUAL E INTERMUNICIPAL E DE COMUNICAO (ICMS) Tributao da prestao de servios. Imposto que compreende trs aspectos materiais distintos: 1) operaes relativas circulao de mercadorias; 2) prestao de servios de transporte interestadual e intermunicipal; e 3) comunicao portanto, trs fatos geradores.
DIREITO TRIBUTRIO II Prof. Joo Paulo Virginia Maria de Castro Moraes 1) Base normativa Trs elementos distintos e autnomos. O ICMS possui normatizao na Constituio Federal (art. 155, II e pargrafos) e nas Leis Complementares n 87/1996 (regulamenta especificamente o ICMS) e n 116/2003 (trata sobre o ISSQN Imposto Sobre Servios de Qualquer Natureza). Anexa Lei Complementar n 116/2003, existe um rol de tributao pelo ISSQN, todavia, alguns servios so tributados pelo ICMS. Existe uma diviso de competncia entre o ISSQN e o ICMS. No mbito do ICMS, imprescindvel a anlise da Constituio Federal e posteriormente, das Leis Complementares. Ao lado disso, existem convnios interestaduais e resolues no mbito federal. Cada Estado possui uma lei instituidora do ICMS e o regulamento desse imposto, por meio de Decreto. O regulamento traz ainda informaes sobre fiscalizao, obrigaes tributrias acessrias. 2) Aspectos materiais Quando se fala em mercadoria, tem-se um bem corpreo que visualizado como uma possibilidade de venda em grande quantidade. Indica o bem corpreo disponvel no mercado para venda. Bem corpreo: objeto de produo e de circulao. Mercadoria mais restrita, objeto de mercancia, de consumo, transao. Produto mais amplo e compreende, dentro dele, a mercadoria. Circulao de mercadoria: art. 155 2 CF/88. 3) Operaes relativas circulao de mercadorias: O que seria circulao e o que seria mercadoria? Smula 166 STJ. Bem corpreo. a) Ncleo + Smula 166 STJ Smula 166 STJ No constitui o fato gerador do ICMS o simples deslocamento de mercadoria de um para outro estabelecimento do mesmo contribuinte. Prev que no caso do contribuinte remeter sua mercadoria para outro, no h incidncia do ICMS.
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15/03/2013
CONTINUAO IMPOSTO SOBRE OPERAES RELATIVAS CIRCULAO DE MERCADORIAS E SOBRE A PRESTAO DE SERVIOS DE TRANSPORTE INTERESTADUAL E INTERMUNICIPAL E DE COMUNICAO (ICMS) b) Ampliao constitucional + Smula 391 STJ Smula 391 STJ O ICMS incide sobre o valor da tarifa de energia eltrica correspondente demanda de potncia efetivamente utilizada. Energia eltrica a Constituio prev a tributao do ICMS sobre o fornecimento de energia, cabendo o recolhimento do tributo ao Estado que aplica-lo. c) Smula Vinculante n 32 O ICMS no incide sobre alienao de salvados de sinistro de seguradoras. d) gua (ADI 224-...)
DIREITO TRIBUTRIO II Prof. Joo Paulo Virginia Maria de Castro Moraes A gua comercializada (ex.: garrafas e copos) tem carter lucrativo, portanto de mercadoria e por isso, cabe a cobrana do ICMS. A agua canalizada (das residncias, empresas) no se enquadra no conceito de mercadoria e por isso, no cabe a cobrana do ICMS. O regulamento do ICMS prev a incidncia do imposto na gua. Havendo servios e concomitantemente a prestao de alimentos e bebidas estar no campo de incidncia do ICMS e sair do campo de incidncia do ISS (Lei Complementar n 116/2003). e) Ativo fixo f) Smula 163 STJ O fornecimento de mercadorias com a simultnea prestao de servios em bares, restaurantes e estabelecimentos similares constitui fato gerador do ICMS a incidir sobre o valor total da operao. g) Simples/Remessa demonstrao (REsp 34594-0) h) Doaes 4) Prestao de servios de transporte interestadual e intermunicipal Os elementos essenciais neste caso so a prestao de servios de transporte. Prestao de servios de transporte remete a algum prestar o servio em favor de outrem, ou seja, prestar o servio a algum e no a si mesmo. Quando se diz interestadual e intermunicipal, entende-se que a prestao de servios deve acontecer nestas condies. Caso a prestao de servios ocorra dentro do municpio (ex.: dentro de Belo Horizonte), a incidncia ser do ISS. Ex.: a AMBEVE transporta cerveja de Belo Horizonte para Betim. H incidncia de ICMS? Sim. H incidncia de ICMS pela circulao de mercadoria e no pelo transporte intermunicipal, haja vista que o transporte prprio da AMBEVE. Quem paga o ICMS do transporte ser o prestador de servios. Verifica-se neste caso a prestao de servio. Neste exemplo, a AMBEVE presta o servio de circulao de mercadoria (a cerveja), por isso paga o imposto; ao passo que o prestador de servio paga o ICMS por causa do transporte. a) Fatos geradores: prestao de servios, transporte interestadual e transporte intermunicipal. b) No incidncias: quando h transporte do Brasil para o exterior no h incidncia de ICMS. No entanto, caso o produto venha do exterior para o Brasil, h incidncia do imposto. No h tributao neste caso porque existe imunidade tributria para incentivar a exportao, o mercado internacional. 5) Servios de comunicao indispensvel que se tenha na operao uma interlocuo entre o emissor da mensagem e o interlocutor. Ou seja, no basta a emisso da mensagem, ela deve tambm ser recebida. Havendo comunicao, h incidncia do ICMS. a) Onerosidade: alm da comunicao, indispensvel o carter da onerosidade.
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DIREITO TRIBUTRIO II Prof. Joo Paulo Virginia Maria de Castro Moraes Nos casos em que h difuso de televiso, mas sem o carter oneroso, no h incidncia de ICMS (ex.: TV Globo canal aberto). Nas emissoras de canal aberto, no h o que se falar em ICMS, porque no h o carter oneroso. b) TV a cabo: neste caso, h incidncia de ICMS por se tratar de servio oneroso. c) Programa TV (REsp 7261031): no haver incidncia de ICMS nas gravaes de programas de televiso, todavia, havendo a contratao de servios (ex.: locao de estdio e contratao de equipe), h incidncia de ISS. d) Internet Smula 334 STJ: O ICMS no incide no servio de provedores de acesso internet. No h incidncia de ICMS ao hospedeiro de um site. e) Smula 350 STJ e REsp 1.176.753/MG Smula 350 STJ O ICMS no incide sobre o servio de habilitao de telefone celular. Telefonia celular h incidncia de ICMS com base na comunicao. No que tange s operaes de portabilidade, habilitao, segunda via de conta etc. existe uma controvrsia. Alguns estados cobravam o ICMS nas operaes onerosas, todavia, decidiu-se que nos servios acessrios no incidem ICMS. f) Clonagem (REsp 1.185.224/MG) No caso de clonagem de servio telefnico e que gerou aumento no consumo, h incidncia de ICMS, porm, por ter sido cobrado, cabe a repetio de indbito.
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16/03/2013
CONTINUAO Ideia de ICMS na energia eltrica equipara ideia de mercadoria. IMPOSTO SOBRE OPERAES RELATIVAS CIRCULAO DE MERCADORIAS E SOBRE A PRESTAO DE SERVIOS DE TRANSPORTE INTERESTADUAL E INTERMUNICIPAL E DE COMUNICAO (ICMS)
6) Importao Pode ser considerado um quinto aspecto material do ICMS. Para fins do ICMS importao, considera-se a importao de servios, mercadorias e produtos. Pagar o ICMS importao a pessoa fsica ou jurdica. O ICMS ser recolhido para o estado/local onde o estabelecimento se responsabilizou pela importao. Ex.: Belo Horizonte importa de Portugal e a mercadoria recebida no Porto de Santos. O imposto ser recolhido para Minas Gerais. H incidncia de ICMS pelo Estado que recebeu o produto, servio ou mercadoria e incidncia de ICMS intermunicipal/interestadual pelo transporte do mesmo para outra localidade. Os termos utilizados para fins de incidncia de ICMS importao so para alm de mercado, abrangem servios do exterior, mercadoria e produto o campo de abrangncia/campo material maior.
DIREITO TRIBUTRIO II Prof. Joo Paulo Virginia Maria de Castro Moraes Pode recair sobre pessoa fsica ou jurdica, mesmo que esta no seja sujeito passivo habitual do ICMS. a) Smula 661 STF Na entrada de mercadoria importada do exterior, legtima a cobrana do ICMS por ocasio do desembarao aduaneiro. b) Caso TAM (RE 229096-0) A TAM passou a fazer arrendamento de leasing para trazer as aeronaves do exterior, ao invs de estabelecer um processo de compra e venda. Diante disso, o Fisco passou a cobrar o ICMS de importao. A TAM, todavia, argumentou que no houve a circulao de mercadoria, porque no houve transferncia de titularidade. O STF entendeu que no h incidncia de ICMS. c) RE 299079-0 O ICMS importao vai ser recolhido pelo Estado em que o produto der entrada inicialmente. Caso a mercadoria seja transferida para outro Estado, recolhe-se o ICMS interestadual, mesmo que tal produto no seja registrado no Estado que recebeu a importao. 7) Aspecto pessoal a) Sujeio ativa: Estado/Distrito Federal que receber a mercadoria (VERIFICAR EXCEES) b) Sujeio passiva: contribuinte (art. 4 Lei Complementar 87/96) e responsvel tributrio. b.1) Contribuintes pessoa fsica ou jurdica que realizar, em grande volume e com habitualidade, os aspectos materiais do ICMS Obs.: desconsiderar a Smula 660 STF no que diz respeito importao. b.2) Importao X Smula 660 STF b.3) ST (vide art. 150 7 CF/88 e ADI 2777/SP) base de clculo b.4) Responsabilidade
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Com base no aspecto material verificar a Lei Complementar 87/1996 e a Lei Complementar 116/2003. a) Conceito geral b) Alimentos e bebidas incide o ICMS (e afasta o ISSQN). A base de clculo, neste tipo de operao, ser o valor da mercadoria (bebidas e alimentos) e do servio prestado. Refere-se a uma questo de diviso de competncia tributria ativa. A norma atrai a competncia para o ICMS. No possvel incidir os dois impostos (ICMS e ISSQN) sobre a mesma operao. O legislador infraconstitucional entendeu que, nos casos em que envolvem bebidas, para no haver a incidncia de dois impostos (ex.: prestao de servios ISSQN e a mercadoria bebidas ICMS), a competncia foi atrada na integralidade para o ICMS. Prestao de servios que envolvam alimentos e bebidas cobra-se ICMS e no ISSQN (Lei n 116/2003), assim, a base de clculo ser a bebida fornecida, o alimento fornecido e o servio que envolva tal fornecimento. Deveria apurar ISSQN e ICMS, mas apura-se s o ICMS por fora de previso legal. Pode-se pensar que o servio seria a margem de lucro. c) Descontos (Smula 457 STJ) Desconto na compra de um produto. Como a base de clculo do ICMS recai sobre o valor da operao, questionou-se muito qual seria a base de clculo quando houver desconto na compra de um bem ex.: o bem custa R$ 1.000,00, eu negocio e ele sai por R$ 900,00. Ficou sumulado que: quando o desconto for incondicionado, isto , no sujeito clusula suspensiva ou interruptiva, o ICMS sobre o valor real da operao acordada; quando o desconto for condicionado, o ICMS sobre o valor da operao sem o desconto. Para a aplicao do ICMS, considera-se o valor da operao como se no houvesse sido dado um desconto. Havendo um desconto condicionado a um evento futuro, a base de clculo ser a original. Ser o valor real da operao praticada para fins de clculo de ICMS. Havendo um desconto incondicionado, ser o valor da operao da base de clculo do ICMS acordada entre as partes. d) Seguros Previso legal expressa. O valor do seguro (seguro inerente operao de circulao de mercadoria com finalidade de venda mercantil) contratado inserido na base de clculo de ICMS. Alguns entendem que injusto acrescer o valor do seguro base de clculo, porque sobre ele incide o IOF este imposto ser pago se for necessrio acionar o seguro. Como a base de clculo o valor da operao incluem-se TODOS os valores que foram gastos na circulao de mercadoria, incluem-se os seguros inerentes operao na base de clculo do ICMS (caso seja necessrio acionar o seguro paga-se, ainda IOP). e) Correo monetria (REsp 652504 SP)
DIREITO TRIBUTRIO II Prof. Joo Paulo Virginia Maria de Castro Moraes A correo monetria uma atualizao do valor nominal para o valor real e que, por isso, no incide ICMS sobre a simples correo monetria caso ocorra um reajuste no valor da operao, este ser inserido na base de clculo do ICMS. O valor do ICMS ser inserido na prpria base de clculo do ICMS, isto porque a base de clculo inclui tudo o que envolve a operao, inclusive todos os tributos pagos na operao art. 155, XII, i da Constituio Federal (RExt 212209/RS) positivou no mbito constitucional EC 33/2001. O Fisco entende que a correo monetria era inserida na base de clculo. O valor do ICMS a ser pago inserido na prpria base de clculo do ICMS. Todavia, os contribuintes no aceitaram, alegando tratar-se de bis in idem tributrio. f) Art. 155, XII, i CF/88 (vide Re 212.209 RS)
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j)
IPI existe uma previso legal. O IPI (imposto sobre a sada de produto industrializado) compe a base de clculo do ICMS (em nvel de mercadoria), a no ser que a relao jurdica seja realizada concomitantemente entre contribuintes de ICMS e IPI. A regra seria que o ICMS fosse inserido na base de clculo, exceto se houver produto industrializado, a relao jurdica realizada entre contribuintes de ICMS e IPI e tambm realizado para fins de industrializao e comercializao.
9) Alquotas a) Operaes internas e interestaduais Quando h uma operao de ICMS dentro de Minas Gerais (ex.: Betim e Belo Horizonte), h uma operao interna por permanecer nos limites territoriais de Minas Gerais. E quando h uma operao de ICMS entre Minas Gerais e Bahia? Quando se tem uma operao interestadual, tem-se uma maior complexidade. A Constituio tenta solucionar as controvrsias da seguinte forma: repassa a situao para o Senado Federal a fim de discutir como se daro as alquotas entre Estados. O Senado Federal ter a obrigatoriedade de tratar as alquotas nessas situaes. Quando se fala em operaes interestaduais, quem definir as alquotas ser o Senado Federal, em uma discusso poltica. Essa iniciativa ser do Presidente da Repblica ou do prprio Senado Federal, com um tero dos senadores pedindo a aprovao das alquotas. A aprovao dessas alquotas depende da maioria absoluta. Com relao s alquotas, existe uma previso constitucional de uma faculdade, cuja iniciativa ser somente do Senado Federal que poder vir a editar a alquota mxima para fins de ICMS. b) Alquotas Senado Federal: b.1) iniciativa (1/3) + aprovao (maioria absoluta) = dever b.2) iniciativa alquota mnima ou alquota mxima (menos) aprovao = faculdade c) Operaes internas d) Operaes interestaduais nas alquotas interestaduais, a Constituio faz entender o seguinte: havendo operao interestadual, por exemplo, entre um contribuinte de ICMS de Minas Gerais e um no contribuinte de ICMS da Bahia, haver uma operao interestadual ser recolhido o ICMS na integralidade para Minas Gerais. A alquota interna, como regra nos Estados-membros, varia de 17% a 18%. As alquotas interestaduais so de 12% e 7%. A alquota interna ser sempre maior do que a interestadual. Na operao interestadual entre contribuintes (sai de MG e vai para SP), considerando que a alquota interestadual de 12% e a alquota interna de SP de 18%, a alquota de 12% vai para MG e SP, que recebe fica com a diferena (18% - 12%). d.1) Alquotas 12% e 7% a proposta que, de ano a ano, haja uma reduo nessas alquotas. Atualmente, existem duas sistemticas de alquotas regionais, de 12% e 7% e o tratamento diferenciado se justifica na busca do equilbrio fiscal e do equilbrio das regies. d.2) Projeto Resoluo n 1/13 d.3) Comrcio eletrnico
06/04/2013
DIREITO TRIBUTRIO II Prof. Joo Paulo Virginia Maria de Castro Moraes CONTINUAO IMPOSTO SOBRE OPERAES RELATIVAS CIRCULAO DE MERCADORIAS E SOBRE A PRESTAO DE SERVIOS DE TRANSPORTE INTERESTADUAL E INTERMUNICIPAL E DE COMUNICAO (ICMS) COMPLETAR Alquotas e) Proposta unificao f) Vide RE 688089 10) Seletividade o Princpio da Seletividade, previsto na Constituio Federal, determina que as alquotas do ICMS devero variar de acordo com a essencialidade (quanto mais importante o produto, menor dever ser a alquota do ICMS quanto maior a essencialidade, menor a alquota do ICMS; quanto mais suprfluo, maior ser a alquota do ICMS). Diz-se que o ICMS poder ser seletivo (faculdade), ao passo que o IPI dever ser seletivo. O Princpio da Seletividade nem sempre respeito pelos Estados-membros, uma vez que o ICMS poder ser seletivo. O Tribunal de Justia do Rio de Janeiro reduziu a alquota da energia eltrica, com base no Princpio da Seletividade.
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12/04/2013
CONTINUAO IMPOSTO SOBRE OPERAES RELATIVAS CIRCULAO DE MERCADORIAS E SOBRE A PRESTAO DE SERVIOS DE TRANSPORTE INTERESTADUAL E INTERMUNICIPAL E DE COMUNICAO (ICMS) 11) No cumulatividade: visa evitar a tributao em cascata. A Constituio Federal cria esta sistemtica da no cumulatividade do ICMS. O ICMS ir incidir em cada uma das operaes (industrial atacadista varejista consumidor final) desde que haja circulao de mercadorias, todavia, esse processo seria sobrecarregado de incidncia do ICMS. O Princpio da No Cumulatividade vem gerar a sistemtica de crdito e dbito que, embora reconhea a obrigatoriedade de pagar o ICMS, no seja necessrio um gasto to oneroso. Por ex.: considerando uma empresa com sede em Belo Horizonte e filiais em outras cidades, tem-se que o recolhimento do ICMS deve ser separado cada filial e cada matriz com obrigao de pagar tributo, recolher ICMS d uma ideia total de separao entre matriz e filiais sistemtica de tributao autnoma em cada estabelecimento. Ex.: INDUSTRIAL ATACADISTA VAREJISTA CONSUMIDOR FINAL Base de clculo R$ 1.000,00 / alquota 18% / ICMS R$ 180,00 / valor total da nota = R$ 1.180,00. Imagina-se que a nota fiscal de sada da indstria do produto descrito acima ser de R$ 1.180,00. Quando o industrial fatura o atacadista, este pagar ao industrial o valor total da nota (R$ 1.180,00).
DIREITO TRIBUTRIO II Prof. Joo Paulo Virginia Maria de Castro Moraes O atacadista vende a mesma mercadoria (que teve custo de R$ 1.180,00 e ser acrescido um lucro) base de clculo R$ 1.300,00 / alquota 18% / ICMS R$ 234,00 / valor total da nota + lucro R$ 1.800,00. O consumidor final Em cada operao que se tem, o contribuinte adquirente poder vir a creditar o ICMS da operao anterior. O princpio permite que os valores pagos de ICMS nas operaes anteriores sejam utilizados como crdito Crdito Industrial Atacadista Varejista Consumidor final R$ 180,00 R$ 234,00 Dbito R$ 180,00 R$ 234,00 R$ 352,00 Diferena crdito e dbito R$ 54,00 R$ 118,00
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O adquirente contribuinte de ICMS vai poder se creditar do valor do ICMS destacado na nota fiscal destacado na operao anterior. Para fazer as sistemticas de crdito e dbito, devem-se considerar todas as operaes realizadas no ms. A tomada de crdito do ICMS no segue, necessariamente, a mercadoria. O creditamento de ICMS ser feito com aquele valor destacado na nota fiscal. a) Vide ADI 939 b) Nota fiscal c) Autonomia estabelecimentos A sistemtica do ICMS mensal. d) No incidncia da iseno Fala-se que uma operao que tiver a incidncia da iseno ser mais onerosa. Se houver na sistemtica crdito/dbito/crdito/dbito, no incidncia de tributo ou incidncia de iseno, na etapa posterior no gerar crdito. Havendo, posteriormente, uma operao no isenta, reinicia a sistemtica crdito/dbito. e) Vedao constitucional No caso de, na operao subsequente acontecer a no incidncia tributria (de ICMS) ou iseno, o aproveitamento de crdito no ser realizado.
13 e 19/04/2013
CONTINUAO IMPOSTO SOBRE OPERAES RELATIVAS CIRCULAO DE MERCADORIAS E SOBRE A PRESTAO DE SERVIOS DE TRANSPORTE INTERESTADUAL E INTERMUNICIPAL E DE COMUNICAO (ICMS) 12) Inidoneidade So dois os parmetros para a inidoneidade: verificar a existncia de boa ou m f na operao e se aquela nota fiscal admitida, que gerou o crdito, esdrxula (se possui uma falsificao esdrxula) ou aparentemente verdadeira. O Estado de Minas Gerais criou um rol de contribuintes inidneos. 13) Atividade alheia ao estabelecimento
DIREITO TRIBUTRIO II Prof. Joo Paulo Virginia Maria de Castro Moraes O crdito deve ser inerente atividade empresarial do estabelecimento. Para tomada do crdito deve ser inerente atividade empresarial/econmica, do objeto social. 14) Guerra fiscal Minas Gerais j se deparou com algumas situaes em que outros Estados reduziram o ICMS e atraram contribuintes da Zona da Mata Mineira, deixando de contribuir em Minas Gerais, passando a contribuir no Rio de Janeiro. Minas Gerais constatou que perdia contribuintes para o Rio de Janeiro, considerando esta uma guerra desvantajosa e, por isso, passou a conceder benefcios. Os Estados reduzem alquotas presumindo base de clculos menor. Na operao de crdito e dbito, o Estado concede crdito presumido para seus contribuintes. Guerra fiscal um Estado, constantemente, tentar captar contribuintes de outro Estado por meio de vantagens como a reduo de impostos e consequente atrao desses contribuintes. Quando se fala em guerra fiscal, parte-se da sistemtica da arrecadao de cada Estado desconsiderar os interesses e objetivos superiores/alheios aos seus. 15) Transferncia de crditos Outra forma de fazer guerra fiscal, se refere transferncia de crditos. COMPLETAR Os crditos possuem valor de mercado e hoje, cada vez mais usual, operaes realizadas entre contribuintes de venda e compra de crditos. O crdito tem que ser usado em cinco anos. No pode aproveitar os crditos nas hipteses de no incidncia e de iseno. As principais empresas que ficam com crditos de ICMS so as de exportao. 16) ltimos pontos a) Ativo permanente nos casos de aquisio de bens do ativo permanente possvel a tomada de crdito, todavia, o crdito no poder ser utilizado na integralidade (deve ser fracionado em um, quarenta e oito avos 1/48 por ms). Caso a pessoa se desfaa de algum bem do seu ativo permanente antes de ter creditado todo o valor, no poder mais considera-lo. b) Uso e consumo COMPLETAR c) Energia eltrica t prevista a utilizao dos crditos do ICMS na integralidade no primeiro semestre de 2020, caso no haja alterao legislativa. COMPLETAR envio da energia para o exterior, industrializao e terceirizao da energia eltrica.
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19 e 20/04/2013
IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS (IPI) 1) Base normativa especfica a) Constitucional art. 153, IV CF/88; art. 153, 3o. CF/88 (princpios/normas constitucionais do IPI)
DIREITO TRIBUTRIO II Prof. Joo Paulo Virginia Maria de Castro Moraes b) Infraconstitucional CTN art. 46-51; Lei 4502/1964 (lei instituidora do IPI), Decreto-Lei 3766, Decreto 7212/2010 (Regulamento de IPI RIPI) e Decreto 6006/2006 (decreto que trata da TIPI). A tabela TIPI pormenorizada e trs uma classificao fiscal para fins de IPI. Alm disso, existe uma alquota correspondente. Os produtos so classificados (classificao fiscal) segundo suas caractersticas e possuem uma alquota correspondente. De acordo com o NCM, identifica-se qual a alquota correspondente. Deve-se adequar o produto tabela TIPI. O equvoco na identificao do produto pode gerar alterao no imposto a ser pago. O contribuinte pode provocar o Fisco diante de dvidas na classificao (mencionando as caractersticas do produto) para que ele auxilie nessa identificao. Caso o contribuinte, diante da resposta da Receita Federal, aja conforme orientado, ele no poder ser penalizado. Se agir de forma diferente, estar sujeito a sanes. Decreto 70.235/1972 regula o processo tributrio administrativo no mbito da Receita Federal, inclusive no que se refere a consulta, classificao de IPI. 2) Primeiros pontos 3) Normas constitucionais a) Princpios Competncia tributria ativa art. 153 CF/88 competncia privativa da Unio. Exceo do Princpio da Legalidade art. 153, 1 CF/88 e, por conseguinte, exceo ao Princpio da Tipicidade Cerrada art. 70 CTN. A variao de alquota no ser realizada como uma norma em branco. A legalidade tributria atenuada, mas to s no que se refere alquota. No se pode alterar a base de clculo por ato do Executivo e essa alterao de alquota no se realiza de forma abrangente delimitao da atuao do Executivo. Princpio da Anterioridade Nonagesimal o IPI no pode ser cobrado imediatamente. A cobrana somente pode ser realizada aps o prazo de 90 dias previsto neste Princpio. A segurana jurdica deve ser observada. O Princpio da Anterioridade no comporta exceo. b) Seletividade art. 150 1 CF/88. O ICMS utiliza-se a possibilidade/faculdade de adotar a seletividade. O IPI, por outro lado, determina que o imposto ser seletivo. No IPI no h margem de discusso, porque o imposto ser seletivo. A seletividade a ideia da essencialidade do produto. Quanto mais essencial, menor tributao e quanto mais suprfluo o produto, maior dever ser a exao do IPI. c) No cumulatividade O IPI tambm tem como princpio a No Cumulatividade. No um princpio fundamental, ao passo que se vier uma emenda constitucional ele pode ser suprimido. Tudo aquilo que for do ICMS trs para o IPI.
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DIREITO TRIBUTRIO II Prof. Joo Paulo Virginia Maria de Castro Moraes A anulao de crdito e o no aproveitamento de crdito uma norma especfica para no incidncia e iseno. No IPI no existe essa previso legal no IPI ser cumulativa. Diante disso, os contribuintes comearam a aproveitar o crdito integralmente. No obstante essa interpretao dada pelos contribuintes, o Fisco comeou a atuar e levou a discusso para o STF, que decidiu pelo no aproveitamento dos crditos da etapa anterior. Se no houve pagamento de IPI na etapa anterior, no h o que se falar em aproveitamento de crdito. Os contribuintes se sentiram lesados em razo da no cumulatividade. O Princpio da No cumulatividade refere-se ao fato da etapa anterior ter que ter gerado uma obrigao de pagar IPI. O crdito tem que ser real. A no cumulatividade tinha que ser privilegiada, de forma a beneficiar o mercado interno. RE 5668/9 d) Imunidade Sendo industrial em Belo Horizonte, todavia, sem a inteno de explorar o mercado interno, mas sim o externo, h possibilidade de imunidade do IPI. e) Reduo do IPI para aquisio de bens de capital O IPI deveria ser menor para operaes de aquisio de bens de capital (ex.: parte estrutural de uma empresa - maquinrio). Aquele que d sada para esse maquinrio contribuinte de IPI e a norma constitucional determina que os bens de capital tenham impacto no IPI. Nos termos da lei, deve-se ter uma reduo do IPI para aquisio de bens de capital. Por ser uma norma constitucional, a aplicabilidade deve ser imediata. 4) Aspectos materiais O IPI foi criado em 1964 sob outra determinao Imposto sobre o Consumo. E tinha uma previso de acordo com a Constituio vigente quela poca. Existia outro paradigma constitucional. Posteriormente, com o surgimento do IPI, houve tambm alterao por parte da Constituio. Houve uma adequao normativa. A Lei 4502, com sua nova redao, passou a tratar sobre IPI. O IPI seria um tributo fiscal, embora se tenha um vis extrafiscal. a) Importao IPI Importao e arrematao em hasta pblica, operaes internas de produtos industrializados. ICMS mercadoria / IPI produto (mais amplo e objeto de criao do homem). IPI incide sobre produto que sofreu processo de industrializao (processo artificial por parte do homem). O ICMS um imposto sobre circulao de mercadorias (transferncia de titularidade da mercadoria no existe imposto sobre a mercadoria), ao passo que o IPI um imposto sobre produtos industrializados. No campo infraconstitucional, tem-se a subdiviso: IPI Importao, Arrematao em Hasta Pblica e Operaes Internas de Produtos Industrializados.
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26/04/2013
CONTINUAO
DIREITO TRIBUTRIO II Prof. Joo Paulo Virginia Maria de Castro Moraes IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS (IPI) Aspectos materiais O primeiro aspecto material do IPI seria a importao de um produto industrializado (entrada do produto no territrio nacional). O segundo seria a sada do estabelecimento industrial que sofreu processo de industrializao. O terceiro seria arrematao em processo de leilo. A sada de um produto industrializado incide o IPI. Para incidir o IPI, deve haver processo de industrializao. A simples circulao deste produto no incide IPI, mas pode haver incidncia de ICMS. Qualquer alterao que houver na apresentao fsica do produto pode significar processo de industrializao. O Fisco se atenta para possveis alteraes no produto que possa caracterizar industrializao. Incidncia Pagamento (no se pode confundir incidncia com pagamento). Contribuinte de direito Contribuinte de fato. b) Exportao c) Desembarao aduaneiro d) Sada e) Arrematao Arrematao em leilo no tem previso na lei instituidora de IPI. Para a exao tributria ser perfeita, faz-se necessria a previso na Constituio Federal (art. 146 CF/88), na lei complementar (Cdigo Tributrio Nacional CTN) e na lei instituidora do imposto. O CTN prev os trs aspectos materiais descritos anteriormente. Tendo em vista que a lei instituidora no prev a arrematao, no h o que se falar em pagamento do imposto. A arrematao em leilo no significa que o produto sofreu uma industrializao. Por falta de previso legal, tambm no se pode falar em existncia de fato gerador da arrematao. Na operacionalizao do IPI, tm-se dois aspectos materiais: o desembarao aduaneiro e as operaes que acontecem internamente de sada de produtos industrializados. O conceito de mercadoria mais restrito no que tange ao produto (mais amplo mercadoria est dentro de produto). O industrial d sada de um produto que sofreu industrializao nesse momento que vai incidir o IPI. Uma sada que teve industrializao, incidir o IPI e o ICMS. Na regra do inciso XI do art. 155 CF/88, o IPI integrar a base de clculo do ICMS.
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04/05/2013
CONTINUAO IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS (IPI) 5) Aspecto temporal O aspecto temporal ser a sada de produto industrializado de estabelecimento industrial esse ser o momento da incidncia de IPI. No basta a mera sada, deve haver a sada de
DIREITO TRIBUTRIO II Prof. Joo Paulo Virginia Maria de Castro Moraes produto industrializado, que sofreu um processo de industrializao, de estabelecimento que procedeu industrializao do mesmo. O aspecto temporal da arrematao em hasta pblica, considerando que ela no prevista legalmente, tornou-se incuo. Dois aspectos materiais na importao, que o aspecto temporal encontra-se no desembarao aduaneiro e na sada, em que o aspecto temporal encontra-se na sada de produto industrializado de estabelecimento industrial. No IPI, no h a mera circulao de mercadorias. O imposto mais amplo, considerando a sada de produto industrializado. 6) Aspecto pessoal Sujeio ativa / competncia tributria ativa Unio. Sujeio passiva contribuinte. No caso de importao, o sujeito passivo/contribuinte do IPI ser quem realizar a operao de importao, o importador. O STF entende que, no caso de importao de produto industrializado por aquele que no contribuinte de IPI, no h o que se falar em incidncia do imposto. Tal fato diferencia do ICMS Importao (Smula 661 STF essa Smula ficou prejudicada e encontra-se em desuso). Questo controversa (pessoa jurdica) a tese dos contribuintes entende que para haver incidncia de IPI Importao, o contribuinte deve ser industrial, todavia, a tese do STJ entende que haveria que se pagar o IPI Importao, ainda que o responsvel por essa operao no seja industrial. 7) Aspecto espacial O aspecto espacial do IPI compreende as operaes internas realizadas dentro do limite geogrfico do pas. No caso de operaes internacionais (exportao), o importante tambm o limite geogrfico brasileiro. As fices jurdicas, como por exemplo, um navio brasileiro, so desconsideradas para fins de incidncia de IPI e de Imposto de Importao. O importante para o aspecto espacial o limite geogrfico. 8) Aspecto quantitativo a) Base de clculo a.1) IPI Importao = (preo no mercado de livre concorrncia + custo) + Imposto de Importao (esse valor do Imposto de Importao compe a base de clculo de IPI) + encargos cambais Base de clculo constante no CTN. a.2) Internos Nas operaes internas, tem-se o IPI que o preo de uma livre concorrncia. Mesma sistemtica do ICMS nos assuntos de pauta fiscal, descontos... b) Alquotas
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DIREITO TRIBUTRIO II Prof. Joo Paulo Virginia Maria de Castro Moraes b.1) Seletividade princpio da seletividade, segundo o qual, as alquotas do IPI devero ser seletivas. COMPLETAR O IPI no pode ter a base de clculo alterada (nem por fora do Executivo). A exceo da legalidade que o IPI um dos quatro impostos que pode sofrer alterao da alquota por fora do Executivo art. 153 1 CF/88, observando os limites legais. DL 1199/71 prev que as alquotas podem ser alteradas pelo Executivo, nunca superior a 30 pontos percentuais. VER ART. 4 Decreto Lei 1.199/71 ATENTAR PARA A PROVA O CTN no foi recepcionado pela Constituio Federal na sua integralidade.
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IMPOSTO DE IMPORTAO 1) Base normativa a) Art. 153, I; art. 150, 1 (exceo ao princpio da anterioridade nonagesimal) e art. 153 1 CF/88 normas gerais. b) Art. 19 a 22 CTN materialmente lei complementar c) Decreto-lei 37/1966 decreto lei instituidor do imposto d) Decreto 6759/2009 regulamento aduaneiro (no especfico do imposto de importao; regulamenta o espao aduaneiro como um todo).
O imposto uma das excees ao Princpio da Legalidade o Chefe do Executivo pode alterar as alquotas. uma exceo ao Princpio da Anterioridade e da Espera Nonagesimal, que se justifica na importncia do imposto, que interfere, por sua vez, na balana comercial estmulo ou desestmulo do carter extrafiscal da importao. Com essas excees, o Governo pode atuar de forma rpida no campo econmico, protegendo a economia interna (atuao extrafiscal), garantindo o equilbrio (art. 170). Assim, pode-se falar que essas excees demonstram o carter extrafiscal do Imposto de Importao. 2) Aspecto material Produtos estrangeiros importados entrada, no territrio nacional, de produto estrangeiro. Produto estrangeiro entende-se aquele de nacionalidade estrangeira (ou seja, o produto deve ser naturalmente estrangeiro) a origem do produto tem que ser no estrangeiro. Territrio nacional entende os aspectos/limites geogrficos, territoriais. Entrada + Produto estrangeiro + Territrio nacional. Se um produto importado ser utilizado para a integrao/transformao de um produto nacional, que depois ser exportado, poder haver o afastamento de incidncia do Imposto de Importao. Entrada significa entrar para acrescer economia do pas, integralizar a economia interna.
DIREITO TRIBUTRIO II Prof. Joo Paulo Virginia Maria de Castro Moraes Se um estrangeiro entrar com alguma coisa no pas, para uso pessoal, ele no paga Imposto de Importao, uma vez que o objeto para uso pessoal e no acresce na economia. Da mesma forma, quando um brasileiro entra no pas com produto do exterior, para uso prprio, no paga Imposto de Importao, mas se for para comercializar, paga. Art. 1 - Decreto-lei 37/1966 aspecto material: fala de mercadoria. Como a competncia tributria ativa, prevista na Constituio Federal, fala de produto e a lei instituidora fala de mercadoria, alguns autores entendem haver incidncia de Imposto de Importao somente nos casos de mercadoria (a competncia tributria ativa atuou de forma parcial). Todavia, o STF e o STJ no aceitam essa teoria, em razo de que o que foi institudo na Constituio Federal produto e ela lei posterior. Ento, o que vale produto. Vide RE 429306/11 Neste caso, no importa a transferncia de titularidade. Ou seja, basta a entrada em territrio nacional (ex.: Caso TAM leasing, citado em aulas anteriores neste caso, h incidncia do Imposto de Importao). Na energia eltrica, ainda que no seja bem corpreo, haver a incidncia do Imposto de Importao e do Imposto de Exportao ampliao da competncia tributria, do aspecto material. No desembarao aduaneiro, h uma srie de mecanismos para operacionalizar a entrada dos produtos. Ex.: fiscalizao da vigilncia sanitria; fiscalizaes prvias, vistorias etc. Ou seja, prvia comunicao, no desembarao aduaneiro, de alguns ministrios/rgos e para operacionalizar as entradas.
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11/05/2013
CONTINUAO IMPOSTO DE IMPORTAO O trmite aduaneiro se d, inicialmente, com a licena para importao. Faz-se uma srie de documentos e registros para essa licena de importao. Dependendo do produto importado para fazer o desembarao aduaneiro (que o nacionaliza e o integra economia brasileira), faz-se necessria uma interao entre diversos setores. 3) Aspecto temporal Quando a mercadoria chega a um porto, para fazer o desembarao aduaneiro, faz-se necessrio preencher a Guia de Importao. nesse momento que sero recolhidos os impostos incidentes naquela operao esse o aspecto temporal. O fato de somente liberar o produto aps o preenchimento da Guia e o consequente pagamento no configura abuso. O que pode acontecer , entre o envio do produto e o pagamento da Guia, uma majorao do imposto (alquota) insegurana. No Imposto de Exportao, possvel, nesse perodo, que a alquota aumente. O STJ afirmou que o aspecto temporal poder se dar no momento da formalizao do contrato (registro do contrato internacional), ou seja, manifestao/comunicao da venda do produto, evitando que uma futura alterao do valor do imposto interfira nessa negociao que j foi formalizada.
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A lei, por outro lado, fala que o aspecto temporal a data do preenchimento da Guia de Importao, no momento do desembarao aduaneiro. O que importa a data da sada e da entrada. A importao pode ser feita por conta prpria. Por conta e ordem a pessoa interessada contrata uma empresa especializada que ir contratar em nome daquela que a contratou, ou seja, a empresa contratada operacionaliza/realiza o procedimento da importao. Por encomenda a importao/exportao realizada por meio de outra empresa, e essa empresa que faz a importao/exportao em seu nome. Essa empresa faz tudo para depois entregar para o contratante. A relao entre a contratante e a contratada vai incidir o ICMS (circulao, j que tudo foi em nome da contratada e o que ela vai fazer transferir para a contratada). O contribuinte o contratante, mas o responsvel tributrio o contratado. A importao pode ser feita por compra e ordem ou por encomenda. Os tributos aduaneiros so burocrticos, dependem da questo procedimental. Os documentos aduaneiros sero registrados no nome daquele interessado na importao. Compra e ordem de quem est contratando internacionalmente. Por encomenda figura a empresa de importao e exportao, todavia, no sero realizadas em nome da contratante, mas de uma terceira empresa. 4) Aspecto quantitativo a) Base de clculo Preo da operao (preo do produto previsto no contrato + frete + seguro + custas inerentes importao + impostos incidentes). Tem-se a questo da variao cambial no preo da operao. b) Alquotas Classificao na tabela que indica a classificao fiscal NCM. A alquota pode ser um percentual na base de clculo ou valor por quantidade. 5) Aspecto pessoal a) Competncia ativa: Unio b) Competncia passiva: aquele que realiza a importao para o territrio nacional, sendo que aquele que realiza a operao em nome de outrem o responsvel tributrio. Suspenso do Imposto de Importao Admisso temporria de produtos (ex.: Frmula 1, exposies). Nos casos descritos acima, no haver incidncia do Imposto de Importao. Constituem formas de estmulo a certas situaes. O produto deve ter origem estrangeira para agregar na economia do pas. Ex.: uma pessoa faz a importao, mas em alguns casos ele pode, em certo prazo, devolver o produto comercializado. Nesse caso, h incidncia do Imposto de Importao. Ou seja, ele importa e deixa no estoque (assim no h incidncia do Imposto de Importao). Se decidir devolver, dentro de um determinado prazo, s devolver. Mas se extrapolar esse prazo e o
DIREITO TRIBUTRIO II Prof. Joo Paulo Virginia Maria de Castro Moraes produto for comercializado, h incidncia do Imposto de Importao. O prazo para ficar no estoque de cinco anos. c) ltimos pontos
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17/05/2013
IMPOSTO SOBRE A EXPORTAO, PARA O EXTERIOR, DE PRODUTOS NACIONAIS OU NACIONALIZADOS 1) Base normativa a) Constitucional b) Infraconstitucional b.1) Art. 23 a 28 CTN b.2) Decreto-lei 1578/1977 b.3) Decreto-lei 37/1966 2) Princpios constitucionais 3) Aspecto material Incidncia do imposto sobre produtos nacionais ou nacionalizados exportados para o exterior. Sada para o exterior de produto nacional ou nacionalizado. A Constituio prev a exportao para o exterior. Tal fato pode ensejar em uma redundncia constitucional. A ideia do Constituinte foi afastar qualquer possibilidade do legislador ordinrio instituidor do imposto de tentar instituir um Imposto de Exportao em operaes internas do pas. O Imposto de Exportao para o exterior evidencia a ideia de que somente haver incidncia do imposto quando houver sada do produto do Brasil e ingresso na economia de outro pas. Art. 150, V e art. 153, II CF/88 Produto nacionalizado aquele de origem estrangeira e veio para o Brasil. Aqui recebeu desembarao aduaneiro e passou a integrar o carter definitivo do mercado brasileiro. O produto sofreu uma nacionalizao. Para fazer a importao, existem prazos previstos em lei. 4) Aspecto temporal No Imposto de Exportao, a legalidade (alterao da alquota) pode ser realizada por ato do Executivo, observados os parmetros em lei. A alquota mxima do Imposto de Importao de 150%, sendo a alquota padro, 30%. O Princpio da Legalidade prev alterao to s da alquota e no da base de clculo. Na exportao que no est sujeita anterioridade nonagenimal e anterioridade do exerccio, enseja em insegurana jurdica. O aspecto temporal consiste no registro da declarao de exportao, atravs da Guia de Exportao. Momento em que ocorre o fato gerador do Imposto de Exportao. PESQUISAR REGIMES ESPECIAIS DO IMPOSTO DE IMPORTAO
24/05/2013
CONTINUAO
DIREITO TRIBUTRIO II Prof. Joo Paulo Virginia Maria de Castro Moraes IMPOSTO SOBRE A EXPORTAO, PARA O EXTERIOR, DE PRODUTOS NACIONAIS OU NACIONALIZADOS Aspecto temporal: momento em que houver o registro da exportao (legalidade estrita), todavia, existem julgados favorveis aos contribuintes. 5) Aspecto pessoal: a) Sujeito ativo Unio; b) Sujeito passivo exportador 6) Lanamento tributrio: por homologao (o contribuinte vai apresentar as informaes necessrias, haver o clculo e pagamento do tributo). O Fisco pode averiguar se a legislao tributria est sendo respeitada. Caso no esteja, o Fisco pode determinar o lanamento de ofcio. Poder haver ainda a homologao tcita prazo decadencial de cinco anos para que o Fisco verifique os atos do contribuinte. A homologao expressa, pouco ocorrida na prtica, quando o Fisco acompanha os atos do contribuinte e os homologa. Caso o Fisco discorde do lanamento do contribuinte, ele ir lavrar um auto de infrao e proceder ao lanamento de ofcio. 7) Aspecto quantitativo a) Base de clculo No Imposto de Exportao, a base de clculo vai levar em considerao o valor da mercadoria/produto no mercado de livre concorrncia. Automaticamente, este mercado tem como parmetro o valor pactuado em contrato. Entende-se que a relao aqui estabelecida atende ao equilbrio contratual. O Fisco pode desconsiderar se o valor pactuado se este estiver destoante do valor do mercado de livre concorrncia. b) Alquotas A alquota de 30% podendo ser majorada em at cinco vezes mais (150%). A alquota pode ser alterada pelo Executivo com base nos parmetros definidos em lei. 8) Regimes aduaneiros especiais Suspenso do Imposto de Exportao Sistema Drawback no sentido inverso Etc. IMPOSTO SOBRE A PROPRIEDADE RURAL (ITR) 1) Base normativa a) Art. 153, IV CF/88 b) Art. 153 4 CF/88 progressividade, imunidade, capacidade tributria ativa 2) Infraconstitucional a) Art. 29-31 b) Lei 9393/1996 lei instituidora do ITR 3) Critrios constitucionais Competncia tributria ativa privativa da Unio. a) Imunidades Imunidade tributria do ITR. A imunidade prevista na Constituio Federal deve seguir os seguintes requisitos cumulativos: pequena propriedade (gleba) rural, nos termos da lei; no ser proprietrio de outro imvel; e explorao desta pequena gleba rural seja feita pelo
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DIREITO TRIBUTRIO II Prof. Joo Paulo Virginia Maria de Castro Moraes proprietrio ou sua famlia. Incentivo produo agrcola e ao pequeno produtor, que ir explorar para seu consumo ou de sua famlia. Nos termos da lei, no que se refere pequena gleba rural, significa que preciso lei complementar (Lei 9393/1996) o que seria pequena gleba rural. Trs espcies de imveis considerados pequenas glebas rurais: 30 hectares, 50 hectares e 100 hectares art. 2 pargrafo nico da Lei 9393/96. Alguns autores sustentam que imunidades tributrias significam limitaes ao direito de tributar (princpios, imunidades e competncia), sendo, portanto, delimitadas em sede de lei complementar. Outros sustentam que existe uma inconstitucionalidade quando lei ordinria trata de assuntos relativos a lei complementar (art. 46, III CF/88). Hoje, a jurisprudncia tem relativizado esta matria. Quando se fala em processo legislativo, tem que lei complementar no tem hierarquia em face de lei ordinria. O processo legislativo destas leis semelhante a no ser no que se refere ao rgo de implementao. Tm matrias reservadas a lei complementar (quando especificada na Constituio) e matrias reservadas a lei ordinria. O STF diz que matria reservada a lei ordinria no pode ser tratada por lei complementar e vice versa. Esses requisitos devem ser cumulativos e existentes concomitantemente. b) Imunidade tributria Iseno tributria do ITR Iseno tributria infraconstitucional. A pessoa que tiver propriedades rurais (mais de uma), no ultrapassar os limites estabelecidos em lei e explorar estas propriedades (ele, sua famlia, com eventual ajuda de terceiros), far jus iseno tributria. Imunidade tributria seria uma forma de delimitao da competncia tributria ativa, que positivada no texto constitucional. A imunidade tributria sempre estar prevista no texto constitucional (art. 195), ao passo que a iseno est prevista na lei infraconstitucional. A competncia tributria ativa estar presente, mas haver uma lei que isenta. O fato gerador excludo nessa sistemtica.
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25/05/2013
CONTINUAO IMPOSTO SOBRE A PROPRIEDADE RURAL (ITR) c) Progressividade Quando se fala em progressividade no ITR, tem-se um incentivo de questes de polticas agrrias para evitar que os espaos produtivos no pas fiquem subaproveitadas. Deve-se estimular a explorao das terras. Quanto menor for a propriedade e mais produtiva, dever ser progressivamente menor a tributao. Ao passo que quanto maior for a propriedade e menos produtiva, maior deve ser a tributao. Trata-se de funo extrafiscal com fins de estimular a produo e o desenvolvimento agrrio. O instituto da progressividade est vinculado ao carter extrafiscal. No ITR, a finalidade de ocupar e explorar a propriedade rural, bem como evitar que haja propriedades ociosas e pouco produtivas. O ITR traz a ideia de imposto real (VER CONCEITO DE IMPOSTO REAL). A progressividade do ITR no leva em considerao o valor da propriedade.
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As alquotas do ITR (constantes na Lei 9393/1996) so vrias: a menor de 0,03% e a maior de 20%. 4) Aspecto material a) Art. 55 LC 57/1966 Fatos geradores: propriedade, domnio til e posse. COMPLETAR Parte da doutrina sustenta que levada em considerao a propriedade. Art. 124 CTN Territrio urbano e territrio rural iro dividir IPTU e ITR. O IPTU deve ser na zona urbana e estar presente, pelo menos dois dos requisitos previstos no CTN (art. 32). No basta estar na zona urbana, deve ter, pelo menos, dois dos requisitos previstos. A Lei Complementar 57/1966 prev o ITR na propriedade rural em que houver a explorao econmica nas questes de agricultura, pecuria etc. e tem um papel preponderante na diviso da incidncia do IPTU e ITR dissociar a incidncia do IPTU e ITR. Ainda que o territrio rural seja dissociado do urbano, poder ter a incidncia do ITR, mesmo na zona urbana, desde que a propriedade tenha como atividade econmica sua explorao rural (ex.: reflorestamento etc.). Tem-se a ideia de disputa na incidncia dos impostos. O STJ entende que embora esteja na zona urbana, o preponderante ser a explorao da atividade econmica. 5) Aspecto espacial A diferenciao do espao territorial rural e do espao territorial urbano constar em lei, sendo o ITR de competncia da Unio e o IPTU do municpio. 6) Aspecto quantitativo Leva em considerao a base de clculo e a alquota (ser progressiva 0,03% a 20%). A base de clculo do ITR o valor da terra nua (que desconsidera plantaes, benfeitorias, construes). Tm-se duas situaes: o valor venal da propriedade (valor de mercado) e o valor da terra nua. O valor da terra nua, para fins de base de clculo desconsidera tudo aquilo que acresce ao imvel. 7) Aspecto pessoal
31/05/2013
IMPOSTO SOBRE A PROPRIEDADE PREDIAL E TERRITORIAL URBANA (IPTU) 1) Base normativa a) Constituio Federal: art. 156, I; art. 156 1 (EC 29/2000); art. 182 4, II (agir extrafiscal estimula que uma propriedade urbana ociosa seja proporcional no tempo visa que o proprietrio d finalidade propriedade) b) CTN: art. 32 a 34 c) Leis municipais Elementos essenciais da propriedade predial e territorial urbana. Todo muncipio ter sua lei instituidora de IPTU. Cada ente federado tem sua competncia institucional ativa para fins de IPTU. O IPTU vem de uma contextualizao histrica desde a Constituio de 1891.
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POSSVEL QUESTO DE PROVA espao urbano, sem explorao da atividade econmica, enquadra-se na incidncia do IPTU em Belo Horizonte, considerando a lei municipal. A Lei Complementar do IPTU (art. 75) exige a presena dos requisitos do art. 32, pargrafo nico do CTN. Pelo menos dois desses requisitos devem estar presentes para incidncia do IPTU. 2) Imposto real O IPTU um imposto real e por isso leva em considerao a capacidade contributiva objetiva, aquela que exterioriza a riqueza atravs da propriedade. 3) Progressividade Vide Smula 668 STF A Constituio Federal fez positivar duas progressividades do IPTU: fiscal (considera o uso, o tipo e a localizao do imvel art. 156, 1) e a extrafiscal. Atentar para a decadncia tributria de cinco anos. 4) Lanamento Vide Smula 397 STJ referenda a ideia de que o lanamento do IPTU deve ser realizado de ofcio. Lanamento de ofcio ato do Fisco (art. 149 CTN). A notificao condio para formao do crdito tributrio. 5) Aspecto material