Lhys Mestrado PDF
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São Paulo
2010
Luciana Hiromi Yamada da Silveira
São Paulo
2010
Silveira, Luciana Hiromi Yamada da
Modelo de caracterização de infográficos: uma proposta para análise e aplicação
jornalística / Luciana Hiromi Yamada da Silveira. – São Paulo: L. H. Y. Silveira, 2010. 175 p.
Autorizo a reprodução e divulgação total ou parcial deste trabalho, por qualquer meio
convencional ou eletrônico, para fins de estudo e pesquisa, desde que citada a fonte.
Folha de aprovação
Prof. Dr.
Instituição:
Assinatura:
Dedicatória
Fig. 4-5 53 O que é preciso para ser um Tradução de ilustração de Holmes para Heller (2006)
designer da informação?
Fig. 4-6 54 Como o leitor lê Extraído de Mário Kanno (2008), com dados do Instituto
Poynter (2007)
Fig. 5-1 61–70 História da infografia Produzido por Luciana Silveira; ver Lista complementar de
figuras para créditos de imagens
Fig. 5-2 71 Público e graus de Colagem com gráfico oficial do Cern e infográfico da revista
abstração New Scientist (set./2008)
Fig. 5-3 72 Ilusão de óptica Extraído de Ramachandran (2002)
1 Introdução .. ................................................................................................................................................................................................................................................................................................. 19
2 Comunicação verbal e comunicação visual . ..................................................................................................................................................................... 21
2.1 Comunicação e sentidos ............................................................................................................................................................................................................................. 23
2.1.1 Sistemas de escrita ................................................................................................................................................................................................................................. 24
2.1.2 A reprodução da imagem ......................................................................................................................................................................................................... 27
2.1.3 Palavras e imagens .................................................................................................................................................................................................................................. 29
2.2 Aspectos fisiológicos e cognitivos ........................................................................................................................................................................................ 30
2.3 Narrativas ................................................................................................................................................................................................................................................................................... 35
3 Estilo no jornalismo .............................................................................................................................................................................................................................................................. 37
3.1 O papel do jornalismo hoje ................................................................................................................................................................................................................... 37
3.2 O estilo jornalístico ............................................................................................................................................................................................................................................. 39
3.3 A imagem no jornalismo . .......................................................................................................................................................................................................................... 43
4 Informação pelo design . .............................................................................................................................................................................................................................................. 47
4.1 Princípios do design da informação . .............................................................................................................................................................................. 48
4.2 O design gráfico e o design da informação no jornalismo ............................................................................................. 54
5 Uma visão sobre infográficos ............................................................................................................................................................................................................................ 57
5.1 História e evolução . ................................................................................................................................................................................................................................................ 57
5.2 Conceituação .................................................................................................................................................................................................................................................................... 60
5.3 Classificações de infográficos ......................................................................................................................................................................................................... 74
5.3.1 Reportagem infográfica: independente e específica ...................................................................................................... 76
5.3.2 Estetizantes e analíticos ............................................................................................................................................................................................................. 76
6 Modelo de caracterização de infográficos ........................................................................................................................................................................... 79
6.1 Caracterização de peças infográficas ............................................................................................................................................................................. 79
6.1.1 Eixo subordinado–independente ........................................................................................................................................................................... 80
6.1.2 Eixo enciclopédico–específico . ................................................................................................................................................................................... 81
6.1.3 Eixo estetizante–analítico ..................................................................................................................................................................................................... 82
6.2 Exemplo de aplicação de caracterização ............................................................................................................................................................... 90
7 Análise de infográficos .................................................................................................................................................................................................................................................. 97
7.1 Definição do corpo de pesquisa ................................................................................................................................................................................................. 97
7.1.1 Materiais analisados ............................................................................................................................................................................................................................ 98
7.2 Procedimento ................................................................................................................................................................................................................................................................... 99
7.2.1 Guia de análise ............................................................................................................................................................................................................................................... 99
7.2.2 Formulário de análise . ................................................................................................................................................................................................................... 99
7.2.3 Hipóteses . ................................................................................................................................................................................................................................................................ 101
7.2.4 Representação visual do processo de análise de conteúdo ........................................................................ 103
7.3 Resultados .. ........................................................................................................................................................................................................................................................................... 104
7.3.1 Eixos subordinado–independente e enciclopédico–específico . ....................................................... 107
7.3.2 Eixos estetixante–analítico ............................................................................................................................................................................................... 110
7.3.3 Editorias ..................................................................................................................................................................................................................................................................... 114
7.3.4 Variação temporal . ............................................................................................................................................................................................................................... 116
8 Considerações finais ......................................................................................................................................................................................................................................................... 117
8.1 Resultados da análise de conteúdo ................................................................................................................................................................................... 117
8.2 Aplicação do modelo em contexto de produção ................................................................................................................................. 119
Referências bibliográficas ............................................................................................................................................................................................................................................ 121
Índice ...................................................................................................................................................................................................................................................................................................................... 129
Apêndice ........................................................................................................................................................................................................................................................................................................... 133
Modelo de caracterização de infográficos 19
1 Introdução
A pesquisa apresentada é resultado de uma série de modificações que empurraram seu início
para pontos anteriores à proposta original. A análise de infográficos gerou a necessidade de
criação de um método; a criação do método exigiu a pesquisa histórica e definição de concei-
tos da área; finalmente, a conceituação da própria infografia não poderia ocorrer sem revisão
teórica abordando as várias áreas do conhecimento que formam sua base.
Assim, o primeiro capítulo retorna a observações sobre as formas utilizadas pelo homem
para se comunicar – especificamente a escrita (verbal) e a visual. Essas duas formas nasce-
ram juntas, em evolução agora explicada pelos estudos da paleografia, e se modificaram com
técnicas e tecnologias que afetaram de modos diferentes cada tipo de comunicação. Essas
duas formas também nascem juntas no desenvolvimento de nossas habilidades cognitivas, o
que levou a pesquisa a uma incursão por essas ciências.
Duas áreas do conhecimento se destacaram pela proximidade com o estudo do infográfi-
co: o jornalismo e o design da informação.
O segundo capítulo, sobre jornalismo, levanta informações sobre o contexto no qual info-
gráficos são publicados. Reforçado pelos manuais de redação, o estilo do texto jornalístico se
cristalizou no século 20 segundo princípios de clareza, precisão e objetividade. Esses mesmos
princípios também se refletem na relação do jornalismo com o conteúdo imagético – da prefe-
rência pela fotografia por seu valor documental ao uso de gráficos quantitativos por sua quali-
dade de exatidão. Mas a influência do jornalismo não se restringe ao estilo. Por isso, é apresen-
tada também uma reflexão sobre o que o diferencia das outras práticas de comunicação.
No terceiro capítulo, sobre design da informação, encontrou-se um campo científico
novo e, por isso, é feita uma busca por definições e teorias, amparada em nomes-chave como
Edward Tufte e William Cleveland.
Finalmente, o quarto capítulo é dedicado ao aprofundamento da conceituação do info-
gráfico, utilizando a perspectiva história para enfatizar as relações e caminhos que deram
forma à infografia. Assim, define-se o infográfico como uma construção narrativa que faz
uso da não-linearidade para imprimir ritmo diferenciado de leitura e construir significados.
Também são abordadas nesse capítulo algumas propostas de tipificação encontradas em tra-
balhos anteriores, como os de autoria de Cairo (2008) e de Teixeira (2007), mas que não
apresentaram estudos sobre a construção de critérios de classificação.
A partir dessas propostas, é desenvolvido no quinto capítulo um modelo para orientar a
caracterização e avaliação de infográficos. Esse modelo faz adaptações em teorias do design
e estabelece eixo estetizante–analítico1 com quatro elementos que compõem um infográfico:
1 Na dicotomia de Cairo (2008), infográficos estetizantes priorizam a apresentação visual, enquanto os analíticos
20 Modelo de caracterização de infográficos
Você está jogando Imagem & Ação e é a sua vez de desenhar. O peão da sua equipe chega a
uma casa com a letra O, e o cartão indica a palavra “meteoro”. Com rabiscos desajeitados, seu
lápis sugere uma forma com cauda, prestes a colidir com a Terra. Seus amigos têm uma boa
chance de adivinhar a palavra.
No próximo lance dos dados, o seu peão para em uma casa marcada com a letra A, e você
encontra no cartão a palavra “devanear”. Desta vez, as chances da sua equipe serão menores
e seus esforços terão que compensar a dificuldade da nova palavra.
Se o seu primeiro desenho de um homem-palito sonhador falhar, você pode tentar uma
composição mais complexa de desenhos que traduzam a mesma ideia. Dependendo do rigor
dos demais jogadores, é provável que você comece a separar a palavra em sílabas. Se a sílaba
“ne” não estiver funcionando e o tempo ainda não estiver esgotado, o desmembramento da
palavra pode chegar às letras: um navio indicando o “n”, em elefante indicando o “e”...
O jogo Imagem & Ação funciona por causa de duas características. A primeira é a pos-
sibilidade da comunicação de ideias e palavras pelo uso de representações gráficas, o que
viabiliza o jogo. A segunda é a dificuldade que se forma nas transposições palavra verbal (no
cartão) → representação imagética (o desenho) → palavra verbal (a adivinhação feita pelo
grupo), gerando o desafio.
A série de tentativas exemplificada anteriormente sintetiza o desenvolvimento da escrita
que hoje utilizamos. Se a primeira palavra (“meteoro”) podia ser traduzida em um desenho
simples nas paredes das cavernas – ou na sua folha de papel –, a segunda palavra (“devane-
ar”) trouxe maior dificuldade.
Para Raskin (2008, p. 21, tradução nossa), as imagens falham na comunicação de ideias
abstratas.
Como você representaria o marxismo pictoricamente? Você poderia tentar uma imagem de Marx,
mas isso não faz a distinção entre pessoa e escola de pensamento (e exige que o observador conheça
a aparência do Marx, ou seria apenas um cara com uma barba).
Imagens têm alta densidade informativa, mas palavras têm maior poder descritivo e
de diferenciação. Apenas um desenho não parece dar conta das sutilezas que diferen-
ciam o devaneio de um sonho. Talvez nem mesmo a combinação de desenhos provoque
o resultado desejado. As tentativas seguintes são fonéticas – primeiro silábica e depois
alfabética.
O funcionamento de cada estratégia é diferente. No exemplo do meteoro, o desenho de
um corpo celeste com cauda não é específico e pode sugerir opções como “cometa”. Assim,
22 Modelo de caracterização de infográficos
1986
Angel em
30mi
Mais de
o jogador pode ver a necessidade de desenhar também a Terra, para apresentar um contexto
de colisão que o diferencie de um cometa. Por sua vez, a decomposição da palavra em letras
é um processo ordenado e demanda mais tempo para sua comunicação.
3 Esse processo de compartilhamento pode servir para a construção de nova informação por meio de trocas entre
indivíduos e também para preservar informações do esquecimento (Flusser, 2008, p. 93).
4 É interessante notar que deficiências sensoriais levam à adoção de métodos comunicativos que fazem uso de outro
dos sentidos. Se a deficiência é visual, a leitura pode ser feita pelo braile, uma escrita tátil. Se a deficiência é auditiva,
a comunicação passa a depender de recursos visuais como a leitura labial e gestos.
24 Modelo de caracterização de infográficos
(2001, p. 9, tradução nossa) considera que “a palavra e a imagem são as pontes que unem os
seres humanos”, permitindo as relações entre o mundo físico e intelectual e o mundo social.
Essas concepções excluem de nossa paleta comunicativa outros recursos, como sons que
não formam palavras5 ou ações como um rolar de olhos. Assim, elas também evidenciam
nossa tendência à visão como sentido comunicativo. Tanto ler textos verbais como apreender
imagens são operações iniciadas na percepção visual. Na supremacia da visão, nossas ferra-
mentas comunicativas seriam a escrita (palavras e números) e as imagens.
Durante ações de escrita e leitura, as 26 letras do alfabeto latino parecem tão naturais
quanto nossos olhos e nossas mãos. Somente depois dessa observação ocorre uma estranha e
breve reação, alguns momentos em que estas letras perdem sua aparência de naturalidade6.
“O alfabeto pode ser definido como um sistema de sinais que exprimem os sons elemen-
tares da linguagem” (Higounet, 2003, p. 59). Com a mesma função, sinais materiais como
nós, entalhes e desenhos (Higounet, 2003, p. 9) já eram utilizados pelo homem primitivo – e
continuam em uso nos dias atuais. Higounet detalha o desenvolvimento da escrita em três
etapas essenciais: as escritas sintéticas, analíticas e fonéticas7.
O primeiro estágio da escrita, ocorrido por volta de 10 mil a.C., era “aquele em que um
sinal ou um grupo de sinais serviu para sugerir uma frase inteira ou as ideias contidas numa
frase” (Higounet, 2003, p. 13). Esse tipo elementar, a “escrita de ideias”, seria a evolução natu-
ral das pinturas rupestres, que já sinalizavam rudimentos de escrita pela estilização.
Para Goody e Watt (2006, p. 24), esses sistemas de escrita exigem grande quantidade de
símbolos e, mesmo assim, possibilitam a comunicação de um número limitado de mensagens:
Uma vez que símbolos são concretos, a sentença mais simples necessita de uma série muito elaborada
de signos: muitas representações estilizadas de cabanas, pegadas, animais totêmicos e coisas como
essas seriam necessárias apenas para levar a informação de que um homem partiu poucos dias atrás.
Um salto importante foi dado para o segundo estágio. A escrita analítica, ou “escrita de
palavras”, surgiu com a decomposição da frase (Higounet, 2003, p. 13). Apesar da evolução
5 Ideias não são necessariamente palavras. Não são raras as situações em que temos uma ideia, mas encontramos
dificuldades para expressá-la.
6 Para Flusser (2008, p. 90), nos esquecemos do caráter artificial da comunicação porque “os códigos (e os símbolos
que os constituem) tornam-se uma espécie de segunda natureza” após terem sido aprendidos.
7 O próprio autor ressalva que essa classificação das escritas é “bem delicada, pois vimos que coexistem em quase
todos os sistemas antigos elementos ideográficos e elementos fonéticos” (Higounet, 2003, p. 58). Entretanto, essa
apresentação tem méritos didáticos e se ampara na predominância de cada tipo de elemento nos sistemas de escrita
em cada época.
Modelo de caracterização de infográficos 25
em relação à primeira etapa, esse estágio também exige número elevado de sinais. Uma das
consequências é a dificuldade em seu aprendizado. As regiões que desenvolveram esse tipo
de escrita foram marcadas pela formação de uma “elite de religiosos letrados, administrado-
res e comerciantes” e “governo burocrático centralizado” (Goody e Watt, 2006, p. 27).
Nessa categoria se enquadram escritas como os hieróglifos egípcios (c. 3300 a.C.) e a
cuneiforme suméria (c. 3000 a.C.), que influenciaram nosso alfabeto. A escrita chinesa8, con-
siderada analítica, continua em uso e confere unidade aos diversos dialetos do país (Higounet,
2003, p. 52).
A terceira etapa, a da escrita fonética, surgiu na passagem da notação de palavras para a
notação de sons. Seja silábico ou alfabético, esse tipo permitiu a redução da quantidade de
sinais gráficos.
O alfabeto protocaanita9 (c. 1450 a.C.), antecessor do alfabeto fenício, combinou ele-
mentos de quatro escritas (cuneiforme suméria, pictográfico hitita, escrita de Micenas e
hieróglifos egípcios) em um conjunto que reunia entre 25 e 30 sinais. O alfabeto fenício
reduziu esse número para 22 sinais consonantais que possibilitavam “escrever qualquer pa-
lavra” (Higounet, 2003, p. 65), e é considerado a origem 10 de grande parte dos alfabetos
surgidos posteriormente, como o aramaico11 (c. 800 a.C.), o grego12 e o latino, utilizado na
língua portuguesa 13.
Se, como propõe Fontana (2006, p. 175), a escrita fonética é o sistema gráfico para gravar
a fala, não surpreende que os vinte e dois sinais organizados pelos fenícios formassem um al-
fabeto consonântico – como era sua língua. Também não surpreende que, ao se apropriarem
dos sinais fenícios, os gregos tenham adaptado “o sistema de notação semítica às particulari-
dades de sua língua” (Higounet, 2003, p. 90).
8 A escrita chinesa (surgida c. 1500 a.C.) influenciou outras escritas do leste asiático, como a japonesa (que incorpo-
rou seus sinais em um processo milenar até por volta do século 7º) e coreana (a Coreia desenvolveu alfabeto próprio
por volta do século 15, mas várias de suas regras refletem a influência da escrita chinesa). A definição da escrita como
ideográfica é contestada devido às relações entre a escrita e a fala chinesa.
9 Para Fontana (2006, p. 175), o desenvolvimento dos primeiros alfabetos ocorreu na baixa Mesopotâmia devido à
prosperidade econômica e comercial da região, gerando a necessidade de uma forma universal de escrita para contro-
lar as trocas entre povos de línguas distintas.
10 A quantidade reduzida de caracteres é um dos motivos para a disseminação do alfabeto fenício, mas esse processo
também se relaciona com condições históricas como as rotas e trocas comerciais entre as civilizações da época.
11 O alfabeto aramaico foi utilizado durante curto período de tempo, mas teria dado origem às escritas hebraica (300
a.C.) e árabe (400 a.C.).
12 A escrita grega também deu origem à escrita cirílica (século 10º).
13 Entre todos os alfabetos itálicos, o alfabeto que chamamos de “latino” se impôs porque era “o alfabeto do povo
vencedor” (Higounet, 2003, p. 105). Junto com o império, o alfabeto se espalhou pela península itálica e mais tarde
pelo Ocidente antigo.
26 Modelo de caracterização de infográficos
A principal adaptação do alfabeto grego (c. 800 a.C.) foi a transformação dos sinais fení-
cios cujos sons não eram utilizados em sua língua – essencialmente, os que representavam
sons guturais – em vogais.
O alfabeto latino, que incorporou influências das escritas italianas ao alfabeto grego, en-
cerrou seu processo de gênese por volta do século 1º a.C.; nos séculos seguintes, os sinais
ainda passaram por evoluções gráficas até que uma forma se tornou predominante.
Além dos sinais, a escrita latina também adotou outra característica dos gregos: a
scriptura continua. Segundo Saenger (1995, p. 220), a ausência de espaço entre palavras foi
possibilitada pelo “advento da reprodução dos sons da fala sem ambiguidade”, trazido pelas
vogais14. A cultura grega possuía forte tradição oral (Svenbro, 1998, p. 41), de modo que a lei-
tura em voz alta dos textos em scriptura continua permitia a identificação sonora das palavras.
Sem enfrentar preocupações com a velocidade e facilidade da leitura, a scriptura continua
prevaleceu na escrita latina até a Idade Média15.
Apesar da redução do número de sinais, a democratização da escrita dependeria de fa-
tores sociais e econômicos. Somente entre os séculos 12 e 13 a escrita se difundiu na Europa,
14 As escritas semíticas, consonantais, continham separações entre palavras para permitir sua decifração. Curiosa-
mente, uma das alterações da escrita abreviada da comunicação online e via sms (mensagens de texto de celular) é a
abreviação ortográfica. Perea, Acha e Carreiras (2009, p. 3, tradução nossa) notam que a abreviação costuma ocorrer
com a remoção de vogais, indicando que os usuários dessa linguagem parecem “implicitamente conscientes do valor
informativo muito superior das consoantes em relação às vogais”.
Fusca (2008, p. 11) também argumenta que “é mais fácil para o leitor inferir as vogais que constituem a sílaba do que
as consoantes – uma vez que o número de vogais é menor do que o de consoantes”.
15 Os manuscritos de monastérios irlandeses adotaram a separação de palavras por volta do século 12. As diferenças
com a língua local (Saenger, 2000, p. 41) dificultavam a leitura dos textos sagrados em latim.
Modelo de caracterização de infográficos 27
Logos, a palavra grega que designa linguagem, inclui também os significados paralelos de “pensamen-
to” e “razão” na palavra inglesa que dela deriva, logic. As implicações são bastante óbvias: a lingua-
gem verbal é vista como um meio de chegar a uma forma de pensamento superior ao modo visual e
ao tátil. (Dondis, 2007, p. 15)
16 A prensa de tipos móveis de Gutenberg foi antecedida por invenções que seguiam o mesmo princípio, mas em
terras orientais. Na China, tipos móveis eram feitos de madeira e argila; entretanto, essa técnica não trazia as mesmas
vantagens para um sistema de escrita com tantos sinais como o chinês.
17 “A filosofia grega e a profecia judaica são exemplos de luta dos textos contra as imagens: Platão, por exemplo, des-
prezou a pintura, e os profetas bradaram contra a idolatria” (Flusser, 2008, p. 133–134).
18 Ainda que se considerem os alfabetos derivados do fenício (principalmente o latino) como universais, a escrita
demorou a se disseminar além da elite da época. Passaram-se séculos entre a introdução da escrita a sua difusão.
19 Historicamente, várias religiões abraâmicas posicionaram-se contra a imagem. Deus é ouvido, e não visto; é a
“Palavra”. O judaísmo pregou contra a adoração de ícones, enquanto a representação visual de Deus ou de Maomé gera
polêmica no islamismo. O Bilderverbot também estava presente no cristianismo em seus primeiros séculos, permane-
28 Modelo de caracterização de infográficos
Bibliae pauperum
holandesa do século 15
Cenas representam
passagens do livro
sagrado e eram
usadas para transmitir
ensinamentos religiosos
à população analfabeta.
Para Huerta (2003, p. 73), o domínio da palavra sobre a imagem até o Renascimento se
deveu ao fato de que as convenções das linguagens escritas e faladas se desenvolveram mais
Desenhos técnicos feitos à mão (...) logo degeneraram em manuscritos, porque até mesmo os artistas
habilidosos não entendiam a ilustração que estavam copiando, a menos que fossem supervisionados
por um perito no campo a que as ilustrações se referiam. (Ong, 1998, p. 145)
21 Era comum que os elementos decorativos dos primeiros livros impressos fossem realizados manualmente.
30 Modelo de caracterização de infográficos
22 Para Flusser (2008, p. 114), o alfabeto é um código conceitual objetivo, que tem sempre o mesmo significado (a
letra “a” sempre será a letra “a”), mas que precisa ser aprendido conscientemente. Já o código imagético é subjetivo.
Ele depende de pontos de vista predeterminados e suas convenções são inconscientes.
23 Assim funciona a legenda de uma foto no jornalismo: o texto explica a imagem, reduzindo a incerteza.
24 Vignaux (1991, p. 7) considera que a finalidade das ciências cognitivas é descrever, explicar e simular capacidades
humanas como a linguagem, o raciocínio, a percepção e a coordenação motora. Herman (2003, p. 4) defende que as
ciências cognitivas compreendem seis disciplinas: filosofia, psicologia, neurociências, inteligências computacional,
linguística e linguagem, e cultura, cognição e evolução.
Modelo de caracterização de infográficos 31
Nossa operação visual não é contínua. Quando observamos uma cena ou lemos um livro,
alternamos fixações e movimentos (chamados sacádicos). Acredita-se que imagens possibili-
tam o reconhecimento de informações centrais mesmo de relance – mas em observações mais
alongadas ocorre o processo de fixações e movimentos que permite a apreensão de detalhes
(Liversedge e Findlay, 2000, p. 8). Embora ainda não se saiba explicar os movimentos e desti-
nos escolhidos por cada pessoa ao observar um objeto pictórico, Brandt e Stark (1997, p. 28) de-
fendem que essa exploração visual não é aleatória, mas sim relacionada ao conteúdo da cena.
O movimento ocular realizado durante a leitura de um texto tampouco é aleatório. Uma
frase é lida em uma sequência de fixações e movimentos progressivos e regressivos, até que o
leitor capture todas as informações. Segundo Calabaça (2007, p. 21), “as fixações nunca ocor-
rem entre palavras, e, na sua maioria, verificam-se à esquerda do meio de uma palavra”.
A cada fixação, uma quantidade limitada de caracteres é assimilada – o que não ocorre
durante o “salto” do olhar para o ponto de fixação seguinte. Na descrição de Barthes e Com-
pagnon (1977, p. 189), “a leitura tem portanto um ritmo em dois tempos: deslocação/paragem
do olhar, ou não-leitura/leitura”.
Movimentos sacádicos
Observação de imagem
e leitura de texto
são realizadas com
sequências de fixações e
movimentos.
O movimento ocular ocorre porque, entre aqueles milhões de estímulos visuais que che-
gam aos nossos olhos, são percebidos com maior acuidade somente aqueles que atingem a
Modelo de caracterização de infográficos 33
fóvea25. Esse movimento seria responsável pela organização das partes para construir a ima-
gem visualizada (Brandt e Stark, 1997, p. 27).
Mas o processo de percepção visual ainda percorre mais passos. Segundo Ramachandran
(2002, p. 108),
o sistema visual parece ter uma organização total relativamente simples. Mensagens dos globos ocu-
lares passam pelo nervo óptico e imediatamente se bifurcam ao longo de duas vias – uma filogenetica-
mente antiga, e uma segunda, mais nova, que é mais desenvolvida nos primatas, inclusive humanos.
A primeira via está ligada a questões de sobrevivência. É na segunda via que ocorrem os
processos da percepção consciente, aquilo que chamamos de “enxergar”. Essa segunda via
chega ao córtex visual primário, com cerca de trinta áreas para processar imagens. Temos na
verdade vários sistemas visuais, acionando diferentes subconjuntos de áreas especializadas
para cada tipo de tarefa e de atributo visual.
Homúnculo de Penfield
Mapa relacionando
porções do cérebro
e as partes do corpo
correspondentes,
de acordo com as
descobertas de Wilder
Penfield.
25 A fóvea é uma porção da retina na qual há grande concentração de células sensoriais. É nessa região da retina que
a visão possui mais definição e nitidez.
34 Modelo de caracterização de infográficos
Wolf, Maryanne (2008, p. 12) argumenta que a capacidade de ler – ou reconhecer letras e
palavras – foi desenvolvida a partir de uma habilidade anterior: a de reconhecer objetos.
Quando humanos olham para linhas que não representam significados, ativamos apenas áreas vi-
suais limitadas localizadas nos lobos occipitais e na parte de trás do cérebro. (...) Quando vemos os
mesmos círculos e linhas e os interpretamos como símbolos significativos, no entanto, precisamos
de novos caminhos [no cérebro]. (Wolf, Maryanne, 2008, p. 29, tradução nossa).
As vias do sistema de
percepção visual COMO
De acordo com
Urgerleider e Mischkin
(1982; citados por
Ramachandran), a
via “como” se destina
Núcleo
geniculado O QUÊ Córtex
a funções espaciais,
Retina lateral visual
enquanto a via “o quê”
faz o reconhecimento de
objetos.
Nervo
óptico Colliculus
superior
26 A escrita japonesa, com raízes na escrita chinesa, tem caráter pictográfico e caráter fonético.
Modelo de caracterização de infográficos 35
Para Gerrig e Egidi (2003, p. 34), o salto entre o símbolo gráfico e a narrativa é um proces-
so cognitivo – a decodificação de letras e palavras (a partir da percepção visual), atribuindo-
se um significado a elas. Assim, parece que a atribuição de significado é a chave para os dois
tipos de comunicação. Ler palavras e observar imagens são dois caminhos diferentes na mes-
ma busca de uma narrativa para fazer sentido do mundo.
2.3 Narrativas
Para Bruner (1991, p. 4), narrativa é a forma que utilizamos para organizar nossa expe-
riência e nossa memória – e construir uma realidade. A narrativa torna-se um recurso para
compreender o mundo (Herman, 2003, p. 185).
Wurman (1990, p. 236, tradução nossa) defende que as histórias exercem papel funda-
mental na transmissão e memorização de fatos e dados. Histórias “incentivam a aplicação da
informação e é isso que lhe dá sentido”. Um exemplo é a estratégia bíblica de transmissão de
regras de conduta através de parábolas – histórias que podem ser facilmente compreendidas
e memorizadas pelos integrantes da religião.
Nessa mesma lógica, Abbott propõe que a compreensão da teoria da seleção natural de
Darwin tem como obstáculo a dificuldade para sua narrativização (2003, p. 143). Existem
mudanças ocorridas ao longo de um intervalo de tempo, mas não se percebe ação ou inten-
cionalidade27 dos envolvidos nessas mudanças de estado. Da mesma forma, não há uma força
ou entidade consciente (ou onisciente) agindo por trás dos eventos.
Para Abbott (2003, p. 147), a narrativa da teoria da seleção natural se divide em dois níveis
de compreensão: o primeiro é o da mudança evolutiva (Espécie → Espécie → Espécie → Espécie);
o segundo é o dos eventos cotidianos (indivíduos morrendo, indivíduos sobrevivendo, in-
divíduos se reproduzindo). Entretanto, os indivíduos do segundo nível são indiferentes à
existência do primeiro nível. Já a teoria criacionista opera em uma narrativa clássica de even-
tos interligados em relações de causa e consequência: “Criação → Desobediência → Queda →
Nova desobediência → Dilúvio...” (Abbot, 2003, p. 152, tradução nossa)
A função da narrativa é, de certa forma, bastante similar à exercida por nossos olhos e
nosso cérebro: organizar fragmentos de informação para criar significado. Em composições
textuais, a narrativa se forma na ordenação sintática das palavras. Para Flusser (2008, p. 132),
a narrativa é uma invenção da linha, que desenrola e ordena a cena.
Mas Manguel (2001, p. 25) também vê a narrativa nas imagens28, ainda que elas existam
em dimensões diferentes (a narrativa no tempo; a imagem no espaço). Os painéis medievais
frequentemente representavam sequências narrativas “com o mesmo personagem apare-
27 Em fábulas e histórias infantis nas quais os protagonistas são animais ou objetos, essas personagens recebem
características comportamentais humanas.
28 Bruner (1991, p. 6) reconhece que mídias não-verbais como histórias em quadrinhos possuem convenções de dia-
cronia: “da esquerda para a direita” ou “de cima para baixo”, por exemplo.
36 Modelo de caracterização de infográficos
cendo várias vezes em uma paisagem unificadora, à medida que ele avança pelo enredo da
pintura”. Essa linguagem se modificou essencialmente no Renascimento, com a perspectiva
e o congelamento de instantes únicos em quadros. “A narrativa, então, passou a ser transmi-
tida por outros meios: mediante ‘simbolismo, poses dramáticas, alusões à literatura, títulos’
– ou seja, por meio daquilo que o espectador, por outras fontes, sabia estar acontecendo”.
A Árvore da Vida
A Árvore da Vida
de Darwin mostra
as relações entre as
diversas espécies de
seres vivos, mas não
representa informações
temporais e tampouco
explica o processo de
seleção natural.
Modelo de caracterização de infográficos 37
3 Estilo no jornalismo
“Complexo de Clark Kent” é uma expressão conhecida nas faculdades de jornalismo. O ha-
bitual idealismo dos aspirantes à profissão inspira a referência ao repórter do Planeta Diário
que, entre uma pauta e outra, salva o mundo. Entretanto, o jornalismo parece menos bem-
intencionado no estudo das comunicações.
Em definições simplistas, a área se polarizou entre a pesquisa funcionalista e a teoria crí-
tica. A primeira, norte-americana, tinha vocação administrativa e se especializava no estudo
dos efeitos com enfoques “relacionados com a exploração econômica (publicidade), a militar
e a política (propaganda) e os resultados da investigação” (Kunczik, 1997, p. 19). Do outro
lado do Atlântico, a segunda denunciava a “manipulação do público – buscada e conseguida
pela indústria cultural” (Wolf, Mauro, 2008, p. 82). Entre uma e outra, o jornalista e seu com-
plexo de Clark Kent estariam destinados a controlar, e não a libertar.
Entretanto, de acordo com levantamento feito por Kunczik (1997, p. 16), “em geral, o jor-
nalismo tem uma definição mais estreita que a de comunicador” – muitas vezes separando-o
do entretenimento. Kovach e Rosenstiel (2003, p. 20) reforçam que o jornalismo deve forne-
cer “informação independente, confiável, precisa e compreensível, elementos importantes
para que o cidadão seja livre”.
De acordo com esse quadro, a pesquisa considera que a finalidade do jornalismo é defen-
der os direitos do cidadão por meio da transmissão de informações importantes. Estudar
como essa transmissão ocorre deve, portanto, orientar-se pela busca por estratégias mais
adequadas para que o jornalismo cumpra sua finalidade.
a) Verificação
A notícia não é o fato, mas o relato desse fato29. Não é exagero afirmar que cada acon-
tecimento dá origem a múltiplos relatos – de cada testemunha, de cada envolvido, de cada
indivíduo que ouve falar sobre o acontecimento e reconta uma nova versão. Essa tendência
foi amplificada pelas ferramentas tecnológicas atuais, que transformam cada indivíduo em
um produtor e emissor de informação.
Se há múltiplas versões, há também conflitos entre elas. Sem qualquer tipo de interferên-
cia, a incerteza tem como consequências o reforço da versão “oficial” (e, assim, o reforço ao
poder estabelecido, menos questionado) e a difusão de rumores.
b) Seleção
O desenvolvimento de tecnologias de processamento e transmissão de dados – e o conse-
quente crescimento dessa indústria – aumentou drasticamente a quantidade de informações
às quais os cidadãos são expostos diariamente.
A quantidade de notícias que se espera que ingiramos diariamente dificulta nossa capacidade de per-
ceber [...]. Não apenas torna-se mais provável que cometamos erros de percepção, mas quanto mais
tempo passamos com relatos de eventos separados, menos tempo temos para entender os “porquês e
para quês” por trás deles, para ver os padrões e relações entre eles, e para compreender o presente no
contexto da história. (Wurman, 1990, p. 37, tradução nossa).
29 Essa definição comum tem adeptos como Blake e Haroldsen (1977, p. 57), que, por sua vez, citam Charnley (1966).
30 O gatekeeping contemporâneo é limitado pela maior oferta de informação permitida pelas novas tecnologias
e pela tendência de veículos voltados a públicos específicos, ou mesmo a personalização de portais eletrônicos de
notícias.
31 Erbolato (1984, p. 55) cita nada menos que 24 critérios para a escolha das notícias. Já Blake e Haroldsen (1977, p.
57) resumem a lista em quatro critérios: a) o local onde ocorreu o fato, b) o quanto o acontecimento afeta o público,
c) a importância dos personagens que nele intervêm e d) comparação com os demais acontecimentos do mesmo
momento.
Modelo de caracterização de infográficos 39
A diagramação das notícias também desempenha função de organização. Nos veículos im-
pressos32, a hierarquização pode ser percebida pelo espaço reservado a cada notícia e sua dis-
posição no caderno (capa, páginas pares e ímpares) e na página (acima ou abaixo da dobra).
c) Explicação
A fragmentação da informação – e também a sua saturação – dificulta, além da percepção,
o entendimento das relações entre os acontecimentos. Por isso, ao mesmo tempo em que
opera isolando um acontecimento da realidade e transformando-o em notícia, o jornalismo
também deve recontextualizar as notícias entre si e em relação ao leitor.
Wurman (1990, p. 171) defende que o processo comunicativo depende do agrupamento
de ideias, gerando comparações e conexões. O caso do jornalismo impresso é ainda mais
significativo nessa função devido à limitação de sua periodicidade.
Atualmente, o leitor dispõe de múltiplas fontes de informação – e não mais de um único
trovador medieval. O jornalismo eletrônico33 é instantâneo; o jornalismo impresso é subme-
tido à periodicidade de sua produção e distribuição. O jornal impresso destaca relatos sobre
acontecimentos da véspera, que já foram amplamente distribuídos34 em outras mídias.
Com a perda da atualidade e da novidade do acontecimento, ganha espaço entre os veícu-
los impressos o jornalismo de profundidade, buscando mais análise e mais explicações.
Segundo Keeble (1995, p. 86), a linguagem jornalística atual não é natural, mas um “pro-
duto de séculos de evolução linguística” que apresenta ritmo, tom e vocabulário próprios.
No Brasil, o texto dos jornais começou a ganhar a forma que conhecemos atualmente
em meados do século 2035. Nessa época, “a linguagem pomposa dos literatos” (Rodrigues,
2003, p. 97) foi deixada de lado, sendo substituída pela “busca por objetividade e informação”.
A autora relaciona essa mudança estilística às alterações que ocorriam na organização das
empresas de comunicação. Também nesse período, as empresas brasileiras de comunicação
começaram a incorporar manuais e guias de estilo, já conhecidos em veículos estrangeiros.
A adoção teria dois propósitos: uniformizar as técnicas de redação e resolver questões orto-
32 Noticiários eletrônicos também hierarquizam e organizam notícias, mas esse processo é modificado pelo valor
dado à novidade. Acontecimentos do “último segundo” podem ganhar destaque apenas por serem os mais recentes.
33 Muitos sites de notícias funcionam em tempo real; o rádio e a televisão frequentemente possuem horários para
seus noticiários, mas podem fazer uso de uma interrupção da programação.
34 Para Erbolato (1984, p. 28), os noticiários no rádio e na televisão tornaram desnecessárias as “edições especiais”
do jornal impresso. O autor também credita às mídias eletrônicas o fim do “furo” no jornal impresso – mas ele ainda
ocorre, como resultado do jornalismo investigativo.
35 Segundo Kovach e Rosenstiel (2003, p. 115), a busca pela objetividade surgiu no jornalismo já no início do século
20, contrapondo-se ao “realismo” predominante do século anterior, quando a precisão começava a ser valorizada.
40 Modelo de caracterização de infográficos
O papel do jornal
Campanha do site
Whatype aposta no
futuro da imprensa
de papel – desde
que ela se adapte a
sua nova função de
explicar notícias que já
são conhecidas pelos
leitores.
gráficas (Lage, 1985, p. 50). As orientações contidas nesses manuais refletem os princípios de
clareza e objetividade considerados característicos do texto jornalístico.
O Manual de redação e estilo de O Estado de S. Paulo inicia suas “instruções gerais” reco-
mendando: “Seja claro, preciso, direto, objetivo e conciso” (1997, p. 15). O propósito seria o
de facilitar a compreensão do texto pelo leitor. O Manual de estilo da Editora Abril também
prega “clareza na linguagem, precisão na informações – e bom gosto” (1990, p. 11) para que o
texto possa ser lido com prazer.
De forma geral, objetividade, precisão, concisão e clareza estão entre os elementos mais
comuns das instruções sobre textos informativos para jornais.
Modelo de caracterização de infográficos 41
a) Objetividade36
O Manual de redação e estilo de O Estado de S. Paulo instrui o jornalista a fazer “textos
imparciais e objetivos. Não exponha opiniões, mas fatos, para que o leitor tire delas suas pró-
prias conclusões” (1997, p. 17). Similarmente, o Manual da redação: Folha de S. Paulo defende
que “a busca pela objetividade jornalística e distanciamento crítico são fundamentais para
garantir a lucidez quanto ao fato e seus desdobramentos concretos” (2006, p. 22). Quanto à
objetividade, o manual reconhece que ela “não existe (...) em jornalismo” (2006, p. 46), mas
reforça que o jornalista tem a “obrigação de ser o mais objetivo possível” (2006, p. 46).
Para Lage (1985, p. 40), a proposta de objetividade do texto jornalístico se relaciona com
sua atuação em um processo de comunicação no qual um emissor se dirige a grande número
de receptores. “Por isso, os adjetivos testemunhais e as aferições subjetivas devem ser elimi-
nados. (...) A norma é substituir tais expressões por dados que permitam ao leitor ou ouvinte
fazer sua própria avaliação”.
Kovach e Rosenstiel (2003, p. 116), no entanto, consideram que o conceito de objetividade
é mal compreendido atualmente: “no conceito original o método é objetivo, e não o jorna-
lista”. Essa visão dá conta do fato de que o jornalista realiza escolhas ao longo da produção
de uma notícia. Apesar de um indivíduo não poder ser objetivo, ele deve realizar o trabalho
com disciplina e ética.
O chamado “texto objetivo”, portanto, seria uma tentativa de se evidenciar essa prática
objetiva. É com esse propósito que se adotam as regras que hoje caracterizam o texto jor-
nalístico. Adjetivos são rejeitados para conferir neutralidade, e as notícias são contadas por
meio de um modelo padronizado.
b) Precisão
A precisão está associada à correção das informações veiculadas Por isso, o Manual de
redação e estilo de O Estado de S. Paulo (1997, p. 18) reforça que essa característica ajuda a con-
ferir confiabilidade ao jornal. Com esse objetivo, os conselhos são: “confira habitualmente os
nomes das pessoas, seus cargos, os números incluídos numa notícia, somas, datas, horários,
enumerações”. A “exatidão” também é uma das características pedidas no Manual da reda-
ção: Folha de S. Paulo (2006, p. 20) na apresentação dos fatos.
Kovach e Rosenstiel (2003, p. 69–70) argumentam que “simplesmente trabalhar com pre-
cisão, anotando direito nomes e datas” não é suficiente, pois dados exatos nem sempre repre-
sentam os fatos com veracidade. Entretanto, reconhecem que ela é a “fundação sobre a qual
tudo o mais se sustenta: contexto, interpretação, debate e toda a comunicação pública”.
Se a objetividade jornalística deve estar no método, e não simplesmente no texto, o pro-
cedimento do jornalista deve seguir critérios que garantam seu compromisso com a verdade
– e a precisão integra esse processo.
36 A objetividade é um princípio relacionado ao jornalismo informativo, predominante em notícias. Veículos de co-
municação possuem espaços determinados para opiniões, seja nas formas de texto (editoriais) ou imagens (charges).
42 Modelo de caracterização de infográficos
c) Clareza
No Manual de redação e estilo de O Estado de S. Paulo (1997, p. 15), o estilo jornalístico é
descrito como “um meio-termo entre a linguagem literária e a falada”. Recomenda-se tam-
bém a busca pela simplicidade, condição para que um texto possa ser compreendido por
todos os leitores. A simplicidade também está entre as “quatro37 qualidades básicas” reco-
mendadas no Manual de estilo da Editora Abril (1990, p. 15), que tem como objetivo oferecer
“textos bem escritos, atraentes e legíveis”.
A clareza do texto jornalístico depende de ações como a escolha de vocabulário e a orga-
nização dos períodos – sempre em ordem direta. “No texto jornalístico o que se lê é a infor-
mação; ninguém compra um jornal, por exemplo, para ‘saborear’ as palavras, para deleitar-se
com metáforas e outras figuras de linguagem” (Nunes, 2003, p. 10). É importante também
evitar a ambiguidade, já que “um dos piores inimigos da informação é o duplo sentido, que
deixa o leitor desorientado” (Nunes, 2003, p. 44).
d) Concisão
O Manual da redação: Folha de S. Paulo (2006, p. 20) recomenda que “toda reportagem
deve ser iniciada com a informação que mais interessa ao leitor e ao debate público (o lide38)”.
Também no Manual de redação e estilo de O Estado de S. Paulo (1997, p. 18), uma das instru-
ções é de que se disponha “as informações em ordem decrescente de importância (princípio
da pirâmide invertida), para que, no caso de qualquer necessidade de corte no texto, os últi-
mos parágrafos possam ser suprimidos, de preferência”.
Embora o “corte pelo pé” seja menos definitivo com a editoração eletrônica, a manuten-
ção da pirâmide invertida se relaciona com o fato de que muitas leituras não avançam além
dos primeiros parágrafos. A preocupação com o tempo destinado para a leitura do jornal
também é contemplada nos manuais – o Manual de Redação de Redação e Estilo O Globo
(1993, p. 15), por exemplo, considera a concisão como um dos requisitos de um bom texto
“para não desperdiçar nem o tempo [do leitor] nem o espaço do jornal”.
Comassetto (2003, p. 55) acredita que a pirâmide invertida mostrou-se uma estrutura
mais eficaz para a transmissão de notícias. Alguns também estudos indicam que esse forma-
to promove “melhor compreensão e memorização cognitiva da notícia”, porque confere ao
leitor as informações essenciais para acompanhar o desenrolar mais detalhado da história.
Apesar da popularização do formato, Kovach e Rosenstiel (2003, p. 226–227) defendem
que é possível oferecer uma história bem escrita sem utilizar a pirâmide invertida – mas isso
“exige tempo”. Para os autores, o jornalista deve procurar transmitir as informações de forma
interessante e relevante. Jornalismo seria, portanto, contar uma história com a finalidade de
“fornecer às pessoas informação que precisam para entender o mundo”.
Outro marco importante do uso de imagens nos veículos de comunicação impressos foi a
invenção da fotografia, na década de 1820, e sua reprodução em jornais, a partir de 188039. De-
39 A confecção do clichê para a impressão de fotografias em jornais ocorreu somente com a descoberta do negati-
vo (Arbach, 2007, p. 120). Entretanto, a fotografia já influenciava a ilustração jornalística em meados do século 19,
44 Modelo de caracterização de infográficos
vido ao modo como é produzida, a foto foi vista como uma prova material 40 de que um fato
realmente aconteceu, em concordância com a tendência mais informativa dos relatos jorna-
lísticos da época. Essa característica “deslocou para a foto seu aspecto documental, enquan-
to que para o desenho permaneceu apenas seu caráter opinativo” (Arbach, 2007, p. 113).
A ampliação do uso de imagens nos jornais, no século 19, coincidiu com a difusão dos veícu-
los impressos entre a população urbana semi-alfabetizada. No Brasil, o mesmo processo ocor-
reu na virada para o século 20, quando a “imagem seria a forma mais adequada de propagação
de mensagens para uma população em sua maior parte analfabeta” (Simioni, 2002, p. 82).
Estudos recentes indicam ainda que os elementos imagéticos ainda apresentam maior ín-
dice de leitura que os elementos textuais dos jornais. Os olhos dos leitores realizam fixações
nas fotografias, mesmo que não se preocupem com as legendas. A ação de “ler o jornal” seria,
para muitas pessoas, a assimilação do conteúdo elaborado na forma de imagens.
Embora reconheça o “valor referencial” dos elementos analógicos41 – fotografias, ilustra-
ções, charges, cartoons – e sua função de fixação, Lage (1985, p. 6) considera que sua sintaxe
seja “relativamente pobre, e isso os torna passíveis de conceituação variável, ambíguos como
a própria observação da realidade”. Eles dependeriam de legendas e títulos para que seus
significados se tornassem mais claros.
A TV no jornal
impresso
Máquina de venda
automatizada do USA
Today se diferencia das
demais ao simular um
aparelho de TV.
também parece haver certo desdém ao valor comunicativo da imagem. O jornal USA Today,
conhecido pelo apelo visual e por suas máquinas de venda automatizada que tentam se pare-
cer com um aparelho de televisão, ficou conhecido como “McPaper”.
Para Arbach (2007, p. 135), no entanto, o papel da ilustração é considerado secundário ao
do texto na comunicação impressa devido a uma distinção de classes – a alfabetização e os
livros eram privilégios da aristocracia – e também à ideia de que, como a compreensão pela
imagem é imediata, há menor esforço intelectual do artista que produz a imagem do que do
autor que elabora o texto.
A informação visual
Capa do jornal britânico
The Independent (21/
jul./2006) causa impacto
ao utilizar composição
gráfica para transmitir
uma informação.
Uma das definições mais populares para design42 da informação é a de Horn (2000, p. 15, tra-
dução nossa): “design da informação é definido como a arte e ciência de preparar a informa-
ção para que ela possa ser utilizada por seres humanos com eficácia e eficiência”. Sua aplicação
não se restringe ao design gráfico e à comunicação visual, mas, nesse campo, seu objetivo
principal é o desenvolvimento de documentos que permitam a recuperação rápida e precisa
de informação.
Para Wildbur e Burke (1998, p. 6, tradução nossa), “o design da informação no sentido
mais amplo consiste na seleção, organização e apresentação da informação para um público
determinado”. Sua função é comunicar dados de forma eficiente “para permitir que o usuá-
rio tome algum tipo de decisão”. Isso significa que a finalidade do design da informação não
se encerra na recuperação dos dados, mas sim no entendimento da informação.
O debate sobre o design da informação é considerado recente – teria se organizado so-
mente em meados da década de 199043. Dessa forma, “a teoria é imprecisa e os estudos de
caso são escassos. Poucos estudos de design da informação foram realizados para sustentar
qualquer generalização ampla sobre sua prática” (Jacobson, 2000, p. 3, tradução nossa).
Uma das dificuldades de se estabelecer uma teoria única sobre design da informação é
a diversidade de práticas abrigadas nessa disciplina. Uma tentativa de teorização do design
da informação parte de Dervin (2000), que sugere uma perspectiva de sense-making – isto
é, enfatizando a forma como as pessoas estabelecem conexões e encontram sentido na rea-
lidade. Um dos princípios dessa teoria é a definição de informação como artificial e proje-
tada. Como consequência, “design da informação é, na realidade, metadesign: design sobre
design, design para ajudar pessoas a fazer e desfazer suas próprias informações, seu próprio
sentido” (Dervin, 2000, p. 43, tradução nossa).
Embora a aplicação do pensamento de Dervin a todos os contextos do design da informa-
ção possa ser questionada, ela encontra eco em uma de suas porções: a visualização da infor-
mação. Costa (1998, p. 24, tradução nossa) define a visualização como “um ato cujo propósito
é tornar visível algo que não o é. E cuja finalidade é tornar compreensível algo que não é possível
atingir de outro modo (ou que seria mais difícil e menos exato)”. Tornar algo compreensível
implica em que o receptor seja capaz de realizar conexões entre os dados – o papel do desig-
ner da informação, portanto, é ajudar os receptores a encontrar o sentido comunicado.
42 De acordo com Denis (2000, p. 16), a palavra design, na língua inglesa, “se refere tanto à ideia de plano, desígnio,
intenção, quanto à de configuração, arranjo, estrutura” – ambiguidade já presente em sua origem latina (designare).
43 A prática também se intensificou nas últimas décadas devido ao significativo aumento da quantidade de informa-
ção à qual somos expostos diariamente – gerando a tal ansiedade de informação de Wurman (1990).
48 Modelo de caracterização de infográficos
Para Cairo (2008, p. 27, tradução nossa), “a visualização lida com a apresentação diagra-
mática de dados, de sua transformação visual em informação, para facilitar sua compreensão,
e bebe das artes e técnicas da comunicação gráfica”. Por meio do design da informação – e,
mais especificamente, da visualização da informação, os dados são transformados em infor-
mação e possibilitam a compreensão e memorização (pelo receptor) para que essa informa-
ção seja finalmente convertida em conhecimento.
O design da informação é uma disciplina que se relaciona com diversos outros campos
científicos. Cairo (2008, p. 24) reconhece contribuições de áreas como psicologia cognitiva
e técnicas como cartografia, esquemática e representação estatística.
Em breve levantamento histórico, Horn (2000, p. 17) lista influências do design da infor-
mação em categorias como “inventores”, “sistematizadores”, “estéticos”, “popularizadores” e
“pesquisadores”. Por isso, os princípios que orientam o design da informação 44foram levan-
tados nos textos de autores considerados fundamentais.
Suponha que o dinheiro que um homem recebeu em negociações fosse todo em guinéus, e que
toda noite ele fizesse uma pilha única com todos os guinéus recebidos durante o dia. Cada pilha
representaria um dia, e sua altura seria proporcional aos recebimentos daquele dia; então, por essa
44 Considerando-se a diversidade dos campos que dão suporte ao design da informação, não é surpreendente en-
contrar pensamentos discordantes entre os autores citados. A convivência dessa diversidade de princípios é bem
resolvida por Tufte (2007, p. 191, tradução nossa) que, ao se referir a sua própria teoria, defende que “os princípios não
devem ser aplicados de forma rígida ou impertinente; eles não são certezas lógicas ou matemáticas, e é melhor violar
qualquer princípio do que fazer marcas sem graça ou elegância no papel”.
Modelo de caracterização de infográficos 49
simples operação, tempo, proporção e quantidade seriam todos fisicamente combinados. (Playfair,
2005, p. xi, tradução nossa).
Além de eventuais deslizes na gravação das matrizes de impressão45, o traçado dos grá-
ficos de Playfair deixa a desejar em termos de acurácia (Wainer e Spence, 2005, p. 17). En-
tretanto, ele defende seus gráficos como um método cuja finalidade não é maior precisão
que aquela conferida por dígitos, mas sim “dar uma ideia mais simples e permanente do
gradativo progresso e quantidades comparativas, em diferentes períodos” (Playfair, 2005, p.
x, tradução nossa).
Exportações e
importações
Traçado de Spence
e Weiner (2005)
sobreposto a gráfico
publicado por Playfair
(1801) denuncia pequeno
cuidado com precisão.
Playfair também considera que o olho tem a capacidade de estimar proporções rapida-
mente, de forma que proporção, progressão e quantidade são absorvidos em um ato de visão
e um ato de memória.
45 Segundo Wainer e Spence (2005, p. 13), os gráficos do Atlas eram impressos com o uso de gravações em cobre –
muitas delas feitas pelo próprio Playfair – e coloridos manualmente.
50 Modelo de caracterização de infográficos
Population (thousands)
Percepção gráfica
London
Cleveland apresenta Constantinople
Paris
Naples
duas formas de Vienna
Moscow
Amsterdam
comparar a população Dublin
Venice
Petersburgh
de cidades. Para o autor, Rome
Berlin
Como a finalidade da representação gráfica dos dados é a percepção dos padrões, Cleve-
land (1994, p. 117) também destaca a importância do gráfico para permitir ou facilitar que
uma informação seja notada.
Outro princípio defendido por Cleveland é o de que os dados são o motivo da existência
de um gráfico e, portanto, devem ser os elementos proeminentes – apesar das tentações rela-
cionadas às tecnologias de representação (Cleveland, 1994, p. 1).
c) Edward Tufte
O trabalho de Tufte é considerado um dos pilares do design da informação porque esta-
belece princípios para uma teoria sobre a representação de dados, principalmente os quan-
titativos. O objetivo deve ser sempre a revelação de uma informação complexa, mas com
simplicidade na representação gráfica.
“A teoria da visualização da informação quantitativa consiste de princípios que geram
opções de design e guiam escolhas entre as opções” (Tufte, 2007, p. 191, tradução nossa). O
princípio fundamental dessa teoria é: “acima de tudo, mostre os dados” (2007, p. 92, tradução
nossa).
A ênfase de Tufte está na eficiência da representação, eliminando-se traços desnecessá-
rios. O autor compara o trabalho do designer de gráficos estatísticos ao de um editor de texto,
removendo palavras e traços desnecessários para enfatizar a informação (Tufte, 2007, p. 100).
Assim, o autor seleciona de um gráfico de barras tradicional somente os traços que realmente
contêm os dados.
Esse posicionamento pode ser questionado – talvez a eficácia comunicativa exija um pou-
co mais de redundância. Nesse ponto, encontram-se divergências entre Tufte e Cleveland 46,
já que este último busca sempre tornar a informação mais clara e recuperável, mesmo que
isso aumente a quantidade de elementos visuais representados.
46 Um exemplo simples é o uso de um quadro de gradação envolvendo um gráfico – Tufte sugere mecanismos para
removê-los, enquanto Cleveland prefere traçar as quatro linhas.
Modelo de caracterização de infográficos 51
Chartjunk
Em exemplo de Tufte,
o gráfico original (esq.)
pode ser decomposto
= + em uma parte
desnecessária e uma
parte que representa
a informação com o
mínimo de tinta.
H–C
H–C
H–C
S–C
H–C
S–C
S–C
H–C
S–C
H–C
S–C
H–C
S–C
H–C
S–C
S–C
pre GB post GB pre tea post tea pre GB post GB pre tea post tea
Mas o combate ao chartjunk parece ser uma tentativa de se remediar a falta de confiança
do público em gráficos surgida após décadas de uso inadequado. Tufte (2007, p. 87) argu-
menta que a competência gráfica integra habilidades substantivas, estatísticas e artísticas
– mas o trabalho realizado por veículos de comunicação frequentemente se limita à arte.
Igualmente importante é sua crítica à distorção dos dados na representação gráfica. Tuf-
te sugere a realização de testes para se conhecer o efeito visual percebido em cada tipo de
gráfico – um exemplo é a descoberta de que nossa percepção sobre o aumento da área de
um círculo é menos precisa (representando outro problema no gráfico apontado por Cleve-
land). Também pede cuidados com representações bidimensionais de valores unidimensio-
nais, que podem levar à distorção visual das variações. Finalmente, reforça a necessidade de
contexto dos dados representados.
A integração entre dados e texto também é defendida por Tufte (2007, p. 180), com a jus-
tificativa de que as palavras ajudam os receptores. Palavras e gráficos seriam mecanismos di-
ferentes que dividem a mesma função de apresentação da informação, de forma que rótulos
verbais não são considerados desperdício de tinta: eles ajudam a reduzir a ambiguidade e a
distorção na representação gráfica.
47 A ideia de gerar entendimento para possibilitar a tomada de decisões encontra eco na definição de design da infor-
mação para Wildbur e Blake, assim como na concepção de jornalismo de Kovach e Rosenstiel.
52 Modelo de caracterização de infográficos
do conjunto. “Os olhos são feitos para perceber semelhanças e conjuntos, e não somente
sinais, palavras e número”.
Tratamento de dados
Aplicando a neográfica,
Bertin trata os dados
agrupando aqueles
que seguem os mesmo
padrões.
e) Nigel Holmes
Caracterizado por Horn (2001, p. 21) como um “popularizador” do design da informação,
Nigel Holmes ficou conhecido pelo uso do design e da ilustração em gráficos informativos
48 Entretanto, a diferenciação entre a neográfica de tratamento (na qual não se conhece o que será revelado) e a neo-
gráfica de comunicação (na qual se busca um meio para a transmissão e fixação de uma informação conhecida) pode
indicar aplicação do sistema na apuração jornalística (tratamento), para a análise de dados e descoberta das informa-
ções inseridas no conjunto, e também na apresentação (comunicação), para a transmissão da informação ao leitor.
Modelo de caracterização de infográficos 53
25%
Desenho e escrita 7%
tratados em igualdade Senso de humor
9%
Paixão pelo trabalho
3%
Habilidade no computador
1%
Cadeira confortável
para longas horas de trabalho 5%
Conhecimento de
história de gráficos
da revista Time, com o objetivo de atrair a atenção e aumentar os índices de leitura. Segundo
Holmes, muitos leitores têm medo de dígitos, e a função do criador de diagramas seria reve-
lar os segredos dos números.
Um simples diagrama não é mais que um conjunto de estatísticas tornadas visíveis. Ele mostra o que
aconteceu no passado e o que pode acontecer no futuro. Mas também pode fazer mais. Ele pode en-
volver o receptor ao capturar sua imaginação. Ele pode interpretar os valores, além de representá-los.
(Holmes, 1984, p. 9, tradução nossa)
Além disso, ele também reforça que seu objetivo e da maioria dos editores é de que o
público “tenha melhor entendimento sobre qualquer que seja o assunto do gráfico” (Heller,
2006, p. 18, tradução nossa). Nesse raciocínio, Holmes vê com cuidado os gráficos muito
complexos – no caso de um jornal diário, espera-se que a compreensão de seu conteúdo não
se estenda além da curta vida do veículo.
A forma como observamos uma página de texto é definida culturalmente. No que cha-
mamos de Ocidente, nossos olhos seguem da esquerda para a direita – sentido no qual es-
crevemos – e de cima para baixo. Isso faz com que certas áreas de uma página recebam mais
atenção do leitor, tornando necessária a utilização de artifícios para criar pontos de atração
nas áreas menos valorizadas.
Segundo García (1984, p. 56, tradução nossa), a diagramação de um periódico tem papel
duplo: “capturar a atenção do leitor no momento em que vê a página” e “criar o interesse vi-
sual necessário para que os olhos do leitor não se afastem da página”. Também é função da
diagramação e da paginação representar visualmente a hierarquia dos assuntos tratados em
um jornal.
Como o leitor lê
A pesquisa Eyetracker
também aponta que
a organização de
elementos verbais e
visuais modifica a
leitura. Para Kanno
(2008), a integração
aumenta o índice de Narrativa tradicional Integração verbal/visual
leitura.
Fonte: Poynter Institute
Pesquisa do instituto Poynter (2007) apontou que a organização dos elementos de uma
página impressa define o modo como ela será lida. Manchetes e fotos49 são os primeiros
49 Outra descoberta do estudo é que imagens documentais chamam mais a atenção do que fotos montadas ou po-
sadas. Isso significa que o leitor não é atraído por um elemento imagético, mas sim por elementos imagéticos que
contenham (e não apenas ilustrem) uma história. De acordo com Finberg e Itule (1990, p. 183, tradução nossa), “foto-
grafias de jornais dão aos leitores uma oportunidade de se tornarem parte do mundo, de verem coisas sobre as quais
Modelo de caracterização de infográficos 55
elementos lidos em uma página, e são também os pontos de atração nos quais o olhar se
fixa. Se eles estiverem integrados ao texto, este último também receberá mais fixações do
olho do leitor.
O mesmo estudo também verificou que modelos alternativos como listas, linha do tempo
e sumários aumentam em 15% a atenção dos leitores (comparada com a narrativa escrita con-
vencional) – e esse número sobe para 30% no caso dos jornais em formato standard. Outra
descoberta da pesquisa foi que esses elementos ajudaram leitores a compreender e recordar
o que eles haviam lido.
Esses modelos alternativos de se contar uma história resultam da fragmentação da linha
escrita em estruturas representando esquemas reais e mentais. A função do design da infor-
mação é recompor essa narrativa para o leitor, conquistando a atenção da linguagem visual
sem causar prejuízo à informação. Esse formato é conhecido como infográfico.
apenas se escrevia. Fotografias – especialmente fotografias de notícias – conferem mais entendimento e sensação de
proximidade ao eventos do mundo”.
Modelo de caracterização de infográficos 57
Assim como no espanhol, o termo “infográfico” chegou ao português a partir da palavra ingle-
sa infographics, popularizada no meio jornalístico a partir da década de 1980. Infographics, por
sua vez, é uma redução da expressão information graphics.
Por causa da construção da palavra, é comum tentar decompor “infográfico” em “infor-
mação + gráficos”. Também é frequente associar essa decomposição com a relação “texto +
imagem”. Esse tipo de análise do termo é falha50 porque sugere que apenas o texto, e não a
imagem, seja informativo.
Outra consideração contra esse tipo de definição é que uma foto impressa em um jornal
geralmente é acompanhada por uma legenda verbal, formando um conjunto texto + ima-
gem – mas isso não o transforma em um infográfico. Inversamente, diagramas informativos
podem dispensar palavras51, e sumários52 essencialmente verbais são tratados como infográ-
ficos pela organização visual diferenciada, que faz uso de tarjas, numeração e composição
em itens.
O surgimento da infografia dependeu de nova concepção sobre imagem e texto, que dis-
solveu a hierarquização entre esses elementos e modificou os modos de leitura.
A presença dos infográficos na imprensa se reforçou entre as décadas de 1980 e 1990. Cos-
tumeiramente, são citados três fatores para a sistematização do seu uso nesse período: a
informatização das redações – principalmente com computadores Macintosh (1984)53 –, a
influência do USA Today (1982) – o jornal que, além de lido, “passou a ser mais visto” – e,
finalmente, a cobertura da Guerra do Golfo (1991) – que marcou a consolidação do formato
e sua disseminação nos veículos jornalísticos.
Seria exagero aceitar literalmente que
a história da infografia é tão antiga como a da conjunção de um texto informativo com uma imagem54,
fenômeno visual que encontramos na Babilônia e no Egito, sem falar nos antigos restos de culturas
primitivas em paredes de cavernas” (De Pablos, 1999, p. 19, tradução nossa).
Mas a infografia está presente no jornalismo desde bem antes dos mapas meteorológicos
do USA Today. Müller-Brockmann (2001) nota que, se o jornal moderno surgiu em 1609, em
1622 já circulavam periódicos com ilustrações. Peltzer também afirma que
a informação gráfica apareceu na imprensa praticamente com os primeiros jornais, mas sempre foi
considerada mais como uma arte decorativa, ou como simples complemento da informação textual
do que como informação em si mesma (1992, p. 75).
Essa hierarquização entre imagem e texto não se restringia à imprensa. Barthes e Com-
pagnon (1987, p. 205) observam que a relação era marcada por desequilíbrio: imagens alegó-
ricas acompanhando textos de maior importância, ou textos acrescentados para especificar
informações de imagens.
Já o infográfico funde o verbal ao visual. Não se trata mais de usar o texto para ajudar a
decifrar a imagem, como uma legenda. Tampouco se trata de uma ilustração figurativa, feita
com o propósito de adornar a página de um manuscrito, ou uma substituição do texto com
propósito de transmitir os conhecimentos bíblicos à população iletrada. No infográfico, a
forma é utilizada para reproduzir relações entre as ideias e para ajudar a construir narrativas.
Não há unanimidade quanto à publicação do primeiro55 infográfico em um jornal impres-
so56. Levantamentos realizados por diversos autores57 revelam o uso de mapas e diagramas a
partir do início do século 18:
• Para Cairo (2008, p. 49, tradução nossa), “as primeiras infografias da imprensa foram
mapas criados por autores anônimos nos quais se intui certa falta de formação em car-
tografia” – manifestações mais artísticas do que jornalísticas. Um exemplo é um mapa
da tentativa de invasão da baía de Cádiz por tropas britânicas, publicado pelo The Daily
Courant em 22 de setembro de 1702.
• Sullivan (1987) faz referência a um mapa publicado no britânico Daily Post em 29 de
março de 1740. O mapa, que representa um ataque do almirante inglês Vernon à cidade
54 Flusser (2008, p. 140) também afirma que os primeiros registros da escrita mesopotâmica tinham como função
“facilitar o deciframento das imagens”.
55 Além da raridade do material de pesquisa, essa definição é também dificultada pela questão da própria definição
da infografia – assunto que será tratado mais à frente.
56 De acordo com Albert e Terrou (1990), as primeiras gazetas periódicas apareceram na Alemanha no final do sécu-
lo 16. No início do século seguinte, periódicos regulares já circulavam na Alemanha, Inglaterra, França e Suécia.
57 Sullivan, Evans e Taylor, Horn e Monmonier são citados por Peltzer (1992); por sua vez, as referências de Peltzer
são citadas por De Pablos (1999) e Pereira (2006).
Modelo de caracterização de infográficos 59
de Portobello (Panamá), “contém também elementos que apontam para um aspecto nar-
rativo, as ilustrações e letras que remetem a referências verbais” (Pereira, 2006, p. 14).
• Horn e Monmonier mencionam a ilustração “The Snake Device”, publicada original-
mente no norte-americano58 Pennsylvania Gazette de 9 de maio de 1754. A gravura mostra
“uma serpente cortada em oito partes, que seriam oito dos estados, então desunidos, dos
atuais Estados Unidos de América” (De Pablos, 1999, p. 21).
• Para Evans e Taylor (1978), “o primeiro gráfico ou diagrama informativo publicado num
meio de comunicação” (Peltzer, 1992, p. 108) teria sido um plano da casa de Isaac Blight,
contando seu assassinato, com explicações no rodapé identificando os passos do assassi-
no dentro da casa, a trajetória da bala e o local onde o corpo foi encontrado. O gráfico foi
impresso na capa da edição de 7 de abril de 1806 do britânico The Times.
Entre esses exemplos, o diagrama de 1806 já trazia características modernas, aproximan-
do-se dos infográficos atuais. Mesmo assim, Peltzer (1992, p. 109) considera que “nada se fez
pela publicação de gráficos informativos nos jornais” nos 150 anos seguintes ao gráfico do
Times. Segundo ele, dois fatores contribuíram para essa estagnação: as limitações tecnológi-
cas da produção de jornais na época59 e o status60 da alfabetização, fazendo com que o texto
escrito dos jornais diferenciasse os indivíduos letrados da população analfabeta.
Mas o jornalismo já havia começado a se expandir algumas décadas antes disso. “Nos
dois primeiros terços do século 1961, a imprensa fez progressos consideráveis: os jornais
se multiplicaram e se diversificaram em numerosas categorias; as tiragens aumentaram”
(Albert e Terrou, 1990, p. 29). Mudanças sociais, econômicas e políticas – difusão da alfa-
betização, aumento da população urbana e do corpo eleitoral – ampliaram o público leitor.
Ao mesmo tempo, evoluções técnicas permitiram tiragens cada vez maiores, e com edições
a preços mais acessíveis – além de facilitarem a produção e impressão de recursos gráficos
nos jornais.
Esse século também foi marcado por um “crescimento explosivo de gráficos estatísticos
e mapas temáticos” (Friendly, 2006, p. 25, tradução nossa), amparado em inovações técnicas
e de representação da informação. A passos mais lentos, a infografia também se desenvolveu,
incorporando as novas técnicas.
Assim, não é possível pensar a evolução dos infográficos de forma desvinculada ao de-
senvolvimento dos diversos aspectos ligados a sua produção e reprodução. A comunicação
58 O jornal foi aqui caracterizado como “norte-americano”, embora a publicação da edição citada seja anterior à
independência dos Estados Unidos.
59 Em meados do século 19, também surgiam as revistas ilustradas, mas suas periodicidades mais espaçadas possibi-
litavam sua publicação.
60 Essa ideia não é compartilhada por De Pablos (1999, p. 21), para quem o jornal já buscava ser mais visual desde
seus primórdios porque o jornalista sempre teve como objetivo atingir o maior número de leitores.
61 No final do século 19, a popularização do jornal entre as camadas sociais mais baixas ficou marcada pela imprensa
marrom sensacionalista da disputa entre o New York World e o New York Journal.
60 Modelo de caracterização de infográficos
5.2 Conceituação
Para reconhecer um rosto não é necessário ver cada pequeno detalhe da pele, cada poro e cada ruga;
é suficiente identificar aquelas ‘características acidentais’ do objeto (traços que o definem como per-
tencente a uma categoria concreta, como formas que se pareçam a olhos, nariz e boca), para que
automaticamente o cérebro faça uma inferência baseada em regras inatas e em conhecimentos pre-
viamente adquiridos e memorizados. (Cairo, 2008, p. 23, tradução nossa)
c. 3300 a.C.
Hieróglifos egípcios são
exemplo de escrita analítica
Modelo de caracterização de infográficos
c. 200.000 a.C.
Homem moderno
c. 10.000 a.C.
Um mapa ucraniano seria datado de c. 10,000 a.C. Há
outros registros, como um mapa encontrado na
Turquia de c. 6200 a.C.
61
Alfabeto cirílico
(século 10º)
c. 1034
A China já conhecia a impressão com tipos móveis feitos de
argila – mas a tecnologia não era tão vantajosa devido ao
grande número de caracteres de sua escrita.
Três séculos mais tarde, a Coreia também desenvolveu tipos
móveis, feitos de metal.
c. 800 século 9º
Cópias manuscritas Livros manuscritos
da bíblia, como o trazem diagramas
Livro de Kells, representando o
organizam nas tábuas universo de
de concordância Macrobius.
passagens paralelas
dos quatro
evangelhos.
63
64
século 15
Escrita latina incorpora algarismos indo-arábicos.
Os símbolos, surgido na Índia c. 300 a.C., foram difundidos
na Europa através de obras árabes e persas como
Compêndio sobre a transposição e a redução, de
Al-Khwarizmi, escrita em 825 e traduzida para o latim no
século 12.
1452
Gutenberg imprime a
bíblia de 42 linhas com
sua prensa de tipos
móveis. Iniciais e
elementos decorativos
ainda são feitos
manualmente.
1798
Litografia, um método de gravação
usando matriz de pedra, é inventado
por Alois Senefelder. A litografia era
mais econômica e rápida para a
impressão de imagens.
1753 1786
Carte chronologique, Commercial and Political Atlas,
de Jacques Barbeu- de William Playfair, reúne
Dubourg, é uma representações gráficas de dados
linha do tempo econômicos. É atribuído a
com nomes e Playfair o pioneirismo em
eventos métodos como os gráficos de
importantes desde linha e de barra (1786) e gráficos
a Criação. de área (1801).
1808
Com a chegada
da família real,
nascem a
imprensa
brasileira e a
Gazeta do Rio de
Janeiro.
Modelo de caracterização de infográficos
1826 1837
A primeira fotografia permanente Samuel Morse obtém a patente
reconhecida é executada por Joseph de um telégrafo elétrico, que entrou
Nicéphore Niépce, utilizando uma em funcionamento no ano seguinte. Foi adotado nas transmissões o código Morse.
placa de estanho com betume e O desenvolvimento do telégrafo permitiu a transmissão de imagens junto com a
conhecimentos de óptica transmissão de notícias de agências a jornais.
desenvolvidos desde a Antiguidade.
Jornais britânicos
adotam mapas
meteorológicos.
1887
Ludwik Zamenhof publica versão
inicial do Esperanto, uma língua
planejada com a proposta de se tornar
universal. É uma tentativa
(não-concretizada) de se contornar o
obstáculo comunicativo da
multiplicidade de idiomas.
Modelo de caracterização de infográficos
1914 1920 1939
Cobertura Surge a revista Segunda
jornalística da Survey Graph, Guerra
Primeira que Mundial
Guerra experimenta inspira novos
Mundial inovações em infográficos.
inclui o uso gráficos
de mapas. estatísticos.
1924 1949
Otto Neurath sistematiza o �������, com Criado por
pictogramas criados por Gerd Arntz. Charles Bliss, o
Modelo de caracterização de infográficos
Blissymbols é
uma proposta de
linguagem
pictográfica
universal.
1951 1969
Lançamento Projeto militar, a rede Arpanet
do primeiro foi a precursora da internet.
computador
comercial.
1933
Criado por Henry
Beck, o mapa do
metrô londrino se
tornaria referência,
adaptado por
diversas cidades do
mundo.
69
70
Ware (2008, p. 131, tradução nossa) reconhece nos diagramas uma posição intermediária
“combinando significados de símbolos arbitrários aceitos e significados de padrões usados
para mostrar relações”. Componentes abstratos como linhas e elementos espaciais são usa-
dos para “conectar conceitos mais básicos”, estruturando ideias. Um mapa é, portanto, um
retrato abstrato de uma área geográfica, enquanto uma ilustração é a representação abstrata
de um objeto. Nessa lógica, podemos inferir que uma tabela é a representação igualmente
Público e graus de
abstração
Infográfico da revista
New Scientist
(set./2008), voltada
a público não-
especializado, é menos
abstrato que o diagrama
divulgado pelo Cern.
72 Modelo de caracterização de infográficos
Ilusão de óptica
Quando o quadrado
hachurado cai no ponto
cego, a maior parte das
pessoas vê uma linha
vertical contínua.
Abstração e preenchimento
visual
Com o olho direito fechado, observe informações do que está ao redor – neste
o ponto escuro à direita da imagem. exemplo, uma linha preta vertical.
Movimente a página para frente ou para A capacidade de preenchimento
trás. Quando o retângulo hachurado não se restringe ao ponto cego. Brincar
entrar em seu ponto cego, perceba o que com essa ilusão apenas nos ajuda a
acontece com a linha preta vertical: ela compreender as formas como nosso
parece contínua. cérebro completa aquilo que vemos
Esse fenômeno é explicado por – usando nossa memória e nosso
Ramachandran (2002, p. 125): “A mente, conhecimento prévio.
como a natureza, tem horror ao vácuo e Ramachandran cita outros dois
aparentemente vai fornecer qualquer tipo exemplos bastante conhecidos. O
de informação que seja necessária para primeiro é o coelho atrás de uma cerca,
completar a cena”. No caso do ponto cego, que é percebido como um coelho inteiro –
que é o espaço da retina que não possui ainda que nossos olhos vejam um coelho
células sensoriais, a mente completa “fatiado”. O outro exemplo é o rabo de um
a cena observada de acordo com as gato saindo de trás de um sofá – sabemos
Modelo de caracterização de infográficos 73
abstrata das relações formadas entre os dados62. A estrutura de linhas e colunas é suficiente
para que façamos as comparações dos dados de acordo com o rótulo oferecido.
Mas somente as características formais não são suficientes para determinar um infográfico.
Essa linguagem também se diferencia dos demais elementos do jornal por conta de sua função.
De Pablos (1999, p. 30, tradução nossa) vê uma função dupla na infografia: “facilitar a
comunicação de certo tipo de informações e prestar apoio ao diário clássico em período
de recessão de leitura e perda de leitores para outros meios”63. A ideia da infografia como
“facilitadora da informação” ecoa na visão de que a leitura de um infográfico deve ser fácil e
rápida64, além de tornar o jornal “mais atraente”. A suposta rapidez na leitura de infográficos
também está presente em Peltzer (1992, p. 13): “a tendência é precisamente gráfica, mais vi-
sual que literal; entender as coisas fácil e rapidamente, num relance, por mais complexas que
elas sejam”.
Mas o infográfico, como comunicação visual65, não repete os mesmos processos cogniti-
vos que uma pintura. Mesmo que o fizesse, o olhar de relance para uma imagem não encerra
seu conteúdo – é preciso também observar os detalhes. Nos detalhes, encontram-se elemen-
tos verbais, representações quantitativas, possibilidades comparativas e diversos tipos de da-
dos que geram análises e conclusões – não é, necessariamente, um procedimento “rápido”;
tampouco existe a obrigatoriedade de que seja “fácil”.
A infografia é um processo de visualização da informação, uma “ferramenta de amplifica-
ção da cognição e da memória” (Cairo, 2008, p. 34, tradução nossa). A função do infográfico
62 Toda a diagramação de um jornal – a diferença tipográfica entre título e texto, por exemplo – não será considerada
infografia devido à função exercida. Enquanto a diagramação indica uma ordem de hierarquia e de leitura, o infográ-
fico propõe narrativas, explicações e análises.
63 Quanto à segunda função proposta por De Pablos consultar o capítulo sobre Jornalismo.
64 Cairo (2008, p. 30) questiona esse tipo de visão sobre a infografia, relacionando-a também ao menosprezo sobre
o visual como ferramenta comunicativa.
65 Para Costa (1998), comunicação visual é uma “terceira linguagem” – diferenciando-se da primeira linguagem, a
imagem, e da segunda linguagem, o signo.
74 Modelo de caracterização de infográficos
é tornar algo visível ao leitor – esse algo pode ser um “como”, pode ser uma comparação de
valores, pode ser uma situação de causa-e-consequência, entre outras possibilidades.
Por compartilhar de propriedades da imagem, o infográfico pode abranger a informa-
ção de forma mais completa. Por compartilhar de propriedades da escrita, o infográfico
reduz a polissemia relacionada às imagens. Meyer (1997, p. 68) reforça que elementos visu-
ais dão sentido à precisão dos elementos textuais, e que o uso conjunto tem resultado mais
memorável.
Mas a função da infografia não pode ser desvinculada dos princípios do jornalismo. Em-
bora De Pablos (1999, p. 19) seja liberal quanto ao suporte do infográfico e Cairo (2008, p.
21, tradução nossa) argumente que “uma infografia não tem por que ser publicada por um
‘periódico’ para ser considerada como tal”, esta pesquisa considera que o termo “infográfico”
e, portanto, sua análise se restrinjam ao jornalismo.
Essa visão se ampara em Horn (2000, p. 17, tradução nossa), que cita o uso de termino-
logias diferenciadas para as aplicações do design da informação em cada tipo de ativida-
de. “Em jornais e revistas, são chamados information graphics; nos negócios, se chamam
presentation graphics ou business graphics; e na ciência, são conhecidos como visualização
científica”.
Dessa forma, o infográfico também se submete à lógica da linguagem jornalística. Um
exemplo de diferença entre um infográfico e uma visualização científica está no fato de que a
argumentação científica tem espaço para a apresentação de “conclusões”. No jornalismo, por
outro lado, evita-se uma “moral da história” explícita, e as conclusões devem ser encontradas
pelo leitor. Assim, um infográfico precisa tornar mais claras as relações entre os dados.
Outra diferença está no tipo de público. Uma comunicação científica geralmente se dirige
à comunidade de pares do pesquisador, que possuem grau de conhecimento sobre o assunto
abordado. No jornalismo, por outro lado, é comum que o público leitor seja mais amplo e
heterogêneo, e o grau de conhecimento prévio sobre o assunto é bastante variado.
66 O trabalho do autor tem enfoque na área de presentation graphics, mais administrativa.
67 A definição das “formas de ver” está relacionada aos estudos sobre as vias do sistema de percepção visual, confor-
Modelo de caracterização de infográficos 75
a apresentação como o final do processo de visualização, o autor determina uma regra: “para
cada um dos seis modos de ver, existe um modo de mostrar correspondente. Para cada um
dos seis modos de mostrar, existe um único quadro visual que serve como ponto de partida”
(Roam, 2008, p. 133, tradução nossa).
O modelo de Roam chama a atenção porque se relaciona com os elementos do lead jor-
nalístico, que compõem também a forma tradicional de uma narrativa. O importante não é
mais a forma, mas sim o conteúdo – quais perguntas são respondidas por um gráfico.
Além disso, o modelo compreende todos os tipos de gráficos tradicionalmente listados
– sejam eles mapas, gráficos de barras ou tantos outros. Dos seis modos de apresentar a infor-
mação também nascem combinações – por exemplo, um gráfico de linha exibe as variações
quantitativas ao longo do tempo.
Quanto Representação
quantitativa
Gráfico
Posição
Onde no espaço Mapa
Linha do
Quando Posição
no tempo
tempo
Causa +
Como efeito Fluxograma
Gráfico com
Por quê Dedução + mùltiplas
predição
variáveis
Teixeira68 (2007, p. 115) propõe a classificação de infográficos de acordo com sua relação
com a notícia e com a página. A primeira divisão está no tipo de informação representada:
enciclopédica (de caráter mais universal) ou específica (própria do fato noticiado). Cada um
desses tipos pode ser dividido entre infográficos independentes (não acompanham outros
elementos) e complementares (utilizam formas alternativas de narrativa para contemplar
aspectos singulares do acontecimento).
A sensação de atualidade produzida pelo diagrama sobre a morte do Sr. Blight, publicado
há mais de 200 anos, indica uma evolução bastante limitada da infografia desde então.
Nestes dois séculos que separam esta primeira publicação dos dias atuais, muita coisa mudou no
fazer jornalístico e, em muitos veículos, não se percebe uma evolução efetiva – não tecnológica, pro-
priamente, mas conceitual – do uso da infografia jornalística, quando comparada àquela primeira
representação – apesar de todos os avanços registrados neste período e a massivamente destacada
importância das imagens para a comunicação na contemporaneidade (Teixeira, 2007, p. 112).
De forma pessimista, o designer Nigel Holmes também avaliou que, “nos últimos anos, a
qualidade dos gráficos tem sido medíocre. Infelizmente, novidades ditam moda, e estamos
mais preocupados em divertir do que em informar” (Errea, 2004, p. 6, tradução nossa).
Entretanto, Cairo (2008, p. 29, tradução nossa) percebe o presente como uma etapa de
transição69 entre uma infografia mais “estetizante” (predominante nos meios jornalísticos),
que enfatiza o poder visual do gráfico para gerar páginas dinâmicas e atraentes, e outra mais
“analítica”, que funciona como um apoio para a compreensão, propondo-se a tornar visível o
que está oculto em um “conjunto caótico de dados”.
Um dos primeiros exemplos apresentados pelo autor é uma página do jornal The New
York Times com um diagrama avaliando as mudanças após as eleições do congresso norte-
americano em 2004, que “apresentava os dados de maneira clara, mas, ao mesmo tempo, de-
safiando a capacidade de atenção” de seus leitores (Cairo, 2008, p. 16, tradução nossa).
68 Embora aceite a estratégia classificação de infográficos apresentada por Teixeira (2007), a pesquisa não segue a
mesma conceituação de infográficos da autora, que condiciona o infográfico ao binômio (indissociável) imagem e
texto, como De Pablos (1999).
69 Segundo Horn (2000, p. 25, tradução nossa), existe “tensão considerável entre (1) designers gráficos – que apren-
dem na escola de artes a adorar os deuses do Estilo e da Moda, Novidade, Impacto e Auto-expressão – e (2) pessoal
de comunicação técnica – que adoram os deuses da Clareza, Precisão, Legibilidade, Compreensibilidade e (frequen-
temente) Simplicidade”.
Modelo de caracterização de infográficos 77
Infografia analítica em
The New York Times
Infográfico publicado
em 9/nov./2006
(íntegra e detalhe)
oferece instruções para
apresentar informação
complexa.
O infográfico estetizante não deixa de ser uma ferramenta informativa e explicativa, mas,
em alguns casos os elementos estéticos atrapalham a compreensão (Cairo, 2008, p. 29). Por
sua vez, o infográfico analítico também possui uma dimensão estética, mas ela é secundária.
Como defende Tufte (2007, p. 80), os dados adequados tornam um gráfico interessante.
Como a apresentação é apenas um estágio do processo de visualização, a mudança da
infografia estetizante para a infografia analítica requer também a mudança na forma como o
comunicador vê a informação. “Encontrar os números corretos exige uma habilidade espe-
cializada – a habilidade estatística – e trabalho duro, da mesma forma que criar um design
bonito ou cobrir uma notícia complexa” (Tufte, 2007, p. 80, tradução nossa).
Modelo de caracterização de infográficos 79
O fazer jornalístico não se restringe ao estilo (objetivo, preciso, claro e conciso), mas tam-
bém aos procedimentos técnicos e éticos. Kovach e Rosenstiel (2001, p. 114) argumentam
que a objetividade jornalística surgiu como “um método consistente de testar a informação”,
com investigação e verificação.
Um jornalista responsável não se limita ao relato de uma testemunha – é preciso compre-
ender os interesses, buscar pontos de vista, confrontá-los com dados. Assim como a pesquisa
científica, o jornalismo tem sua credibilidade nas escolhas metodológicas adequadas.
Entretanto, enquanto uma reportagem não precisa detalhar os passos seguidos em sua
realização, a pesquisa científica deve explicitar e explicar os procedimentos adotados para
encontrar validade. Na pesquisa sobre jornalismo, a importância crescente da metodologia
reflete o amadurecimento do campo. Nas palavras de Marques de Melo (2008, p. 11),
por mais que a criatividade permaneça como requisito indispensável à renovação do trabalho cien-
tífico, torna-se necessário cultivar hábitos que reproduzam os padrões hegemônicos, reguladores da
vida em comunidade.
70 Embora a autora utilize a nomenclatura “complementar” em oposição a “independente”, esta pesquisa considera
que a complementaridade entre infográficos e demais elementos da reportagem é uma característica intermediária;
assim, o par de opostos seria formado por “subordinado” e “independente”.
80 Modelo de caracterização de infográficos
Os dois primeiros eixos são simples e avaliados com uma escala de 0 a 3 pontos. Aceitando
o modelo tipológico de Teixeira (2007, p. 114), que considera que o formato de reportagem
infográfica como um infográfico independente e específico, essas duas qualidades foram po-
sicionadas no extremo de maior pontuação. Esses dois eixos permitem representação gráfica
simples, em gráfico do tipo xy.
Proposta tipológica
Modelo de classificação
de Teixeira (2007)
enfatiza a relação
do infográfico com a
Enciclopédico
notícia.
A subordinação do infográfico dentro da reportagem pode ser verificada tanto pelo conte-
údo como pelo espaço destinado a ele. Infográficos discretos e com baixo conteúdo informa-
tivo são subordinados, pois dependem dos demais elementos da reportagem (como textos
verbais e fotografias) para transmitir a mensagem. O aumento na quantidade e na qualidade
da informação contemplada torna o infográfico mais necessário e mais representativo – e
esse aumento frequentemente é acompanhado pela ampliação da área ocupada em relação à
reportagem.
A subordinação ao texto aponta uma direção editorial quanto à função do infográfico –
quanto menos dependente, mais ele é visto como uma narrativa jornalística (e não como um
elemento ilustrativo).
Modelo de caracterização de infográficos 81
Independência
Infográfico é elemento pouco significativo de reportagem. Conteúdo repete, sem
0 vantagem, informações apresentadas em elementos predominantes (como o texto
principal). Poderia ser removido sem prejuízo significativo.
Especificidade
Infográfico apresenta conhecimento atemporal ou bastante anterior à reportagem
Especificidade
Exemplos: resumo dos acontecimentos anteriores, explicação sobre cúpula na qual
debate ocorreu, relato de investigação criminal na cobertura de julgamento.
Infográfico extremamente próximo ao fato noticioso. Reforça a abordagem da
reportagem, preferencialmente destacando informações novas ou representando o
próprio acontecimento.
3 ou
Diagrama complexo necessário para abordagem proposta, ainda que com valor
noticioso limitado.
Exemplos: representação de acidente aéreo, variação de inflação no período.
71 A adoção da proposta de Mijksenaar como metodologia foi realizada por Schmid (2006) em dissertação de mes-
trado apresentada à ECA. A autora admite não haver “uma metodologia de cálculo dos diferentes fatores envolvidos
na representação dos três eixos” (2006, p. 97) e optou pela contagem de todos os elementos de uma página impressa.
72 Os três conceitos podem ser traduzidos, respectivamente, como durabilidade, utilidade, beleza.
73 As características do jornalismo exigem adaptações de princípios de autores do design da informação. Cleveland
Modelo de caracterização de infográficos 83
Confiabilidade
A fórmula tripartida
Recuperando princípios
clássicos, Mijksenaar
propõe que elementos
de design sejam
analisados em suas
três qualidades:
confiabilidade, utilidade
e satisfação.
Satisfação Utilidade
O infografista McCandless (2009b), por sua vez, propôs um diagrama com quatro ele-
mentos: integridade, forma, função e interestingness 74. De acordo com sua definição, “in-
formação precisa ser interessante75 (significativa e relevante) e ter integridade (precisão e
consistência). Design precisa ter forma (beleza e estrutura) e função (precisa funcionar e
ser “fácil de usar”.
Apesar de ter relacionado integridade à informação, parte do diagrama de McCandless tem
parentesco com os princípios de Vitruvius. O quarto elemento, denominado interestingness,
é um atributo de conteúdo que pressupõe novidade, significado e relevância.
(1994, p. 262) critica gráficos do tipo pizza ou similares no formato de barra empilhada. Segundo ele, as pop charts
têm menor eficiência perceptiva que um gráfico de pontos (dot plot) – mas seu uso na imprensa é mais comum e, por
isso, reconhecido pelos leitores. Tufte (2007, p. 100) defende a eliminação da redundância na representação gráfica de
dados. Entretanto, a infografia codifica a mesma informação mais de uma vez – utilizando simultaneamente setas e
numeração, ou símbolos e cores – porque o jornalismo busca transmitir a informação em situações de ruído.
74 Neologismo sem tradução (transformação do adjetivo interesting em substantivo, mas diferente de interest) que
se relaciona a “ser interessante”.
75 McCandless (2009a, p. 7) defende que a informação ganha significado quando é trabalhada de forma menos direta
e “seca”, enfatizando o contexto e as conexões dos dados.
84 Modelo de caracterização de infográficos
Informação e design
Informação
Diagrama Venn
de McCandless interestingness
traz problemas
de construção
(representação prova de experiência
conceito
inadequada para quatro feio
conjuntos), mas inclui bom
valor de conteúdo integridade inútil design da lixo função
(interestingness) em informação
seus eixos. chato
eye-candy rascunho
forma
Design
Para McCandless, somente a intersecção dos quatro elementos pode gerar uma peça
bem-sucedida de design da informação. A ausência de dois elementos ocorre em peças não-
acabadas76, enquanto a ausência de apenas um elemento tem graves consequências para a
comunicação. A falta de integridade produz gráficos imprecisos e até mesmo desonestos; ne-
gligenciar a função traz dificuldades de compreensão; pouca atenção à forma gera desagrado
ou mera falta de atenção; falta de interestingness resulta em um gráfico sem conteúdo, chato.
O diagrama de McCandless é um rascunho e apresenta erros de construção77, mas aponta
uma direção apropriada para a verificação de infográficos jornalísticos: a importância do in-
teresse (ou do conteúdo). O infográfico analítico não precisa minimizar a qualidade da apre-
sentação visual (forma), mas não pode descuidar da qualidade da informação transmitida.
A partir da proposta de McCandless, foi desenvolvido na pesquisa um conjunto de quatro
elementos que devem estar presentes em infográficos: integridade, usabilidade, estética e con-
teúdo. Cada um desses elementos é complexo e exige três subdivisões. Dessa forma, cada info-
gráfico pode ser descrito na forma de um gráfico de barras com quatro valores combinados.
76 Apesar de McCandless defender que tais peças sejam interessantes, os rótulos usados pelo autor – “rascunho”,
“experimento”, “prova de conceito” e “eye-candy” – denunciam que elas não são completas.
77 O diagrama de Venn construído por McCandless não contempla certas inteseções simples
(como forma + interestingness e função + integridade); um diagrama correto para quatro conjuntos
poderia ter a forma representada ao lado.
Modelo de caracterização de infográficos 85
a) Integridade
A integridade do infográfico se relaciona com confiabilidade no jornalismo, abrangendo
os dados e sua representação. Nesse elemento, são verificados:
• Precisão: os dados representados devem estar corretos e conter informação sobre sua
origem78. Dados incorretos desinformam o leitor. Já a indicação de fonte dos dados é ne-
cessária para que o leitor possa examinar a validade e interesses relacionados a essa in-
formação. Por fim, a apresentação do crédito é uma prática esperada no jornalismo tanto
pelo reconhecimento do trabalho do profissional como pelo interesse do leitor, já que
fornece subsídios para avaliação similares aos da informação sobre fonte dos dados.
• Clareza: a ambiguidade deve ser evitada não apenas na redação de sentenças, mas tam-
bém na representação gráfica. Se esse atributo estiver falho, o leitor pode ter dúvidas ou
mesmo apreender informações incorretas.
• Escala: a representação gráfica é memorável. Um gráfico com rótulos numéricos corre-
tos, mas com representação irregular pode levar o leitor a fazer interpretações a partir de
informações equivocadas.
Precisão (I1)
Grande quantidade de erros, afetando pontos centrais.
0
1 Há dados incorretos ou em situação duvidosa, mas sem afetar pontos centrais.
Clareza (I2)
0
Questões centrais estão mal representadas e podem facilmente ser interpretadas de
forma incorreta.
2
Gráficos, ícones e termos foram escolhidos adequadamente, mas complexidade do
infográfico exige atenção do leitor para evitar mal-entendidos.
78 A indicação de fonte não é necessária em casos nos quais os dados são obtidos pela observação do repórter, como
resumos de partidas de futebol.
86 Modelo de caracterização de infográficos
Clareza (I2)
O significado do infográfico é compreendido rapidamente e não gera dúvidas.
3
Escala (I3)
0
Problemas de escala e proporção alteram significados, invertendo relações e
comprometendo informações centrais.
b) Usabilidade
A usabilidade é “um atributo de qualidade que avalia a facilidade de uso de interfaces”
(Nielsen, 2003). Ela é definida por cinco componentes: facilidade de aprendizado, eficiência,
facilidade de memorização, índice de erros e satisfação.
Em um infográfico (que é uma manifestação do design da informação), a usabilidade
possibilita a recuperação da informação de forma eficaz e eficiente. Assim, espera-se que um
infográfico tenha seu funcionamento compreendido rapidamente e de forma permanente,
permitindo a leitura e análise com eficiência. Além disso, deve minimizar a possibilidade
de leituras incorretas e evitar a frustração do leitor. Essas características são verificadas em
três frentes:
• Legibilidade e percepção visual: o reconhecimento de caracteres, cores, símbolos e grá-
ficos é vital para permitir a leitura. Esses mesmos recursos também ajudam a hierarqui-
zar a informação.
• Organização: entradas de leitura devem estar claras, assim como a ordem (no caso de
composições que exijam leitura em sequência). A organização adequada dos elementos
ajuda a reconhecer temas e graus de importância.
• Formato: não existem regras absolutas, mas uma representação pode ser mais ou menos
adequada para cada informação. A proposta de Roam (2008, p. 133) faz relações entre o
tipo de informação e o tipo de representação – sugerindo, entre outros casos, que gráficos
quantitativos sejam usados para representar dados numéricos. Mas o quadro é simplifica-
do, não templando certas sutilezas. Por exemplo: gráficos de linha ou febre representam
variações quantitativas ao longo do tempo; gráficos de barra ajudam a comparar valores
quantitativos de personagens ou categorias diferentes.
Modelo de caracterização de infográficos 87
2
Não há problemas de legibilidade ou reconhecimento de ícones, gráficos e cores.
Organização (U2)
0
É difícil encontrar informações relevantes (ponto central, interesse específico) e
navegar entre seções; faltam instruções.
1 Os pontos centrais não estão identificados de forma clara; é difícil identificar seções
de interesse específico.
Boa organização para leitura, mas sem valor hierárquico.
2 ou
Organização adequada, mas complexidade gera a necessidade de instruções.
Formato (U3)
0
Formato não evidencia ou esconde dado de interesse.
2 ou
Representação é adequada ao dado, mas a localização de pontos de interesse deixa a
desejar e tem pouco efeito na mensagem.
c) Aparência
Este elemento se preocupa com a estética do infográfico, mas não apenas por sua influên-
cia na atração do olhar do leitor. Um bom trabalho estético faz uso de ícones e representações
que indicam e fixam o assunto abordado, e também reforça o valor da informação veiculada.
88 Modelo de caracterização de infográficos
Atratividade (A1)
0
Infográfico muito pequeno e de pouco impacto visual; predomínio de elementos
textuais
0
Não há uso de comunicação iconográfica.
2 Recursos imagéticos têm relação com assunto, mas são genéricos ou discretos, pouco
marcantes.
Valor (A3)
Valor (A3)
O acabamento deixa a desejar, resultando em falhas como desalinhamento e perda
2 especiais.
ou
Infográfico muito bem realizado, mas deslocado do projeto gráfico.
d) Conteúdo
Como peça jornalística, o infográfico tem sua essência no conteúdo. Ele compreende a
mensagem que é transmitida, determinando a importância da leitura.
• Seleção: o interesse relacionado à leitura de um infográfico exige que a mensagem nele
contida contemple os pontos mais relevantes de uma cobertura ou abordagem.
• Perspectivas: o uso de recursos de visualidade cria novas leituras e análises que não são
visíveis ou são menos evidentes em narrativas textuais.
• Completude: mensagens completas têm níveis de informação e certo grau de complexida-
de. Se o recorte se restringe a apenas uma camada, há prejuízo de contexto e compreensão.
Seleção (C1)
Apresenta dados relevantes, mas os pontos centrais são prejudicados por desvios.
2 ou
Conteúdo é central, mas tem baixo valor noticioso.
3
Os pontos centrais do infográfico correspondem aos pontos centrais da reportagem
ou apresentam informações relevantes aos ponto centrais.
Perspectivas (C2)
0
Em vez de sumarizar, traz conteúdo longo e que não é favorecido pela apresentação
escolhida.
Informação é apresentada de forma pouco visual; edição organiza o conteúdo, mas
1 tem pouco efeito na mensagem.
90 Modelo de caracterização de infográficos
Perspectivas (C2)
Completude (C3)
0
Fragmentada, a mensagem tem seu sentido comprometido.
2 contextualizada.
ou
Conjunto disperso, reduzindo valor do todo.
Descrição: Reportagem ocupa uma página inteira. Abaixo do título, linha fina e parágra-
fo de abertura cumprem função de introdução. Foto (seringa com fita-símbolo anti-Aids)
grande e em posição de destaque tem papel ilustrativo – comprovado pelo crédito indicando
serviço de imagens do tipo stock.
O conteúdo pode ser dividido em duas seções principais: 1) “Bem no alvo” – descrição
do programa na forma de textos curtos; 2) “O que aconteceria...” – comparativos visuais de
situação presente e projeção do programa após 10 anos.
Modelo de caracterização de infográficos 91
92 Modelo de caracterização de infográficos
Independência
Descrição de critério
Infográfico é responsável pelo total ou porção mais importante do conteúdo, não
dependendo de mais elementos.
3 Aplicação na peça selecionada
O conjunto forma um infográfico desvinculado de outros elementos. Os
componentes verbais pertencem ao infográfico em funções de introdução e sumário.
Especificidade
Descrição de critério
Infográfico extremamente próximo ao fato noticioso. Reforça a abordagem da
reportagem, preferencialmente destacando informações novas ou representando o
próprio acontecimento.
3 Aplicação na peça selecionada
Conteúdo pode ser considerado novidade – ele destaca um programa novo, e
não informações já muito conhecidas ou divulgadas sobre a Aids. As simulações
representam a proposta que é o foco da reportagem.
Integridade
Descrição de critério
Os dados apresentados são corretos e, se adequado, têm origem indicada.
Preferencialmente, também apresenta crédito de produção.
3
Clareza
Aplicação na peça selecionada
As duas seções de conteúdo são bem identificadas. Na seção “O que aconteceria...”,
cada tipo de dado recebeu tratamento diferenciado, mas a codificação de cores
consistente facilita a leitura.
2
Escala
Descrição de critério
Há alguma acomodação na escala, mas moderada ou com notificação.
Modelo de caracterização de infográficos 93
Integridade
Aplicação na peça selecionada
A representação de taxa de infecção é sobreposta (o 20º ponto vermelho é encoberto
pelo único ponto azul), o que exige hábito do leitor para compreender esse tipo de
notação.
Usabilidade
Descrição de critério
Não há problemas de legibilidade ou reconhecimento de ícones, gráficos e cores.
2
Legibilidade
Aplicação na peça selecionada
Elementos visuais e textuais são facilmente identificados. Traçados e cores têm valor
comunicativo, identificando período ao qual o dado se refere, mas não conferem
valor hierárquico significativo ao conjunto.
Descrição de critério
Boa organização para leitura, mas sem valor hierárquico.
Aplicação na peça selecionada
2
Organização
A distribuição espacial organiza a informação e permite que o leitor identifique
elementos, mas não há reforço visual de níveis de informação. A formatação da
seção “Bem no alvo”, por exemplo, parece criar diferenciação de caráter puramente
estético (a variação de cor de texto responde à alternância de blocos de texto, e não a
significações ou ênfase).
Descrição de critério
A representação é apropriada ao dado, tornando novas informações mais visíveis e
destacando pontos centrais.
3
Formato
Aplicação na peça selecionada
Cada dado quantitativo recebeu tratamento gráfico adequado – a taxa de infecção
em mil/ano é mostrada em contexto, a prevalência é um valor de acúmulo e a
variação de custos acompanha componente temporal.
Aparência
Descrição de critério
Contraste, dimensões e ilustrações atraem e fixam o olhar, tornando o infográfico
mais destacado na página. Uso adequado de cor, se houver, e de contraste. Conjunto
3
Atratividade
textual moderado.
Aplicação na peça selecionada
Além de ocupar a página toda, infográfico se beneficia de imagem grande e
chamativa (a fita vermelha, a agulha avançando além dos limites da área de
conteúdo). Conjunto de gráficos reforça e gera curiosidade.
94 Modelo de caracterização de infográficos
Aparência
Descrição de critério
Recursos imagéticos têm relação com assunto, mas são genéricos ou discretos, pouco
2
marcantes.
Aplicação na peça selecionada
Com. visual Imagem do tipo stock é agradável e chamativa, mas não contribui com identidade.
Fita vermelha indica temática geral (Aids), mas seringa não representa enfoque (mais
voltado a tratamento com coquetel de medicamentos).
Descrição de critério
Cuidado visual competente e de acordo com projeto gráfico, mas sem características
especiais.
2
Valor
Aplicação na peça selecionada
O resultado é organizado e até mesmo elegante, mas os cuidados se restringem
bastante a diagramação. O conteúdo gráfico é bom, mas sua representação visual não
traz valor estético único.
Conteúdo
Descrição de critério
Os pontos centrais do infográfico correspondem aos pontos centrais da reportagem
3
Seleção
ou apresentam informações relevantes aos ponto centrais.
Aplicação na peça selecionada
A abordagem destaca um plano para controle da propagação da Aids. Assim, o
conteúdo do infográfico representa sua descrição e efeitos.
Descrição de critério
Permite novas leituras e análises por meio da visualização da informação.
3 Aplicação na peça selecionada
Perspectivas Mesmo com componente textual significativo, o conjunto gráfico enfatiza a
informação de forma visual, permitindo análise.
Descrição de critério
Mensagem completa, com vários níveis de informação.
3
Completude
Aplicação na peça selecionada
Conteúdo bastante abrangente. O plano é apresentado com detalhes, e sua aplicação
é mostrada em exemplo.
ensão, mas não enfatiza conteúdos. A aparência é cuidadosa, embora seja prejudicada pela
falta de identidade visual. O conteúdo respeita proposta apresentada na introdução e faz uso
da visualidade para promover análises.
Modelo de caracterização de infográficos 97
7 Análise de infográficos
A análise de conteúdo exige “definir em detalhes quais jornais seriam incluídos no estudo,
qual o período de análise, quantas colunas seriam analisadas e que aspectos de conteúdo
seriam observados” (Herscovitz, 2008, p. 129).
Para a realização da análise, o corpo da pesquisa é composto por cinco jornais diários e
duas revistas semanais, representando veículos noticiosos impressos de interesse geral.
Os jornais selecionados são: Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, Agora São Paulo, Di-
ário de São Paulo e Jornal da Tarde. Optou-se por estudar cinco jornais da mesma localidade
porque o grupo representa títulos voltados a diferentes tipos de público e com níveis diferen-
tes de tiragens. Estão compreendidas entre eles três empresas jornalísticas de destaque no
cenário nacional: os grupos Folha, Estado e Globo79. Além disso, Folha de S. Paulo e O Estado
de S. Paulo são jornais de alcance nacional, embora sediados em São Paulo.
As revistas semanais Veja e Época, concorrentes diretas, têm grande repercussão entre leito-
res do país todo – embora as duas redações também estejam localizadas na cidade de São Pau-
lo. Devido à diferença de periodicidade, a revista semanal informativa também tem funções e
linguagens diferentes em relação ao jornal diário, além de permitir maior período para a con-
79 O jornal Diário de São Paulo pertencia à empresa Infoglobo no início da pesquisa; em outubro de 2009, ele foi
vendido ao Grupo Traffic , empresa que também possui a rede de jornais Bom Dia.
98 Modelo de caracterização de infográficos
80 A revista Isto É não foi analisada por ser menos influente e não apresentar contribuições diferentes em sua info-
grafia. Além disso, a Editora Três tem menor porte e catálogo menos significativo que as editoras de Veja e Época. A
inclusão da Isto É reduziria o caráter comparativo entre os dois títulos selecionados.
81 Alguns veículos impressos adotar diagramação diferenciada de seções fixas, como a página “Folha Corrida”, do
jornal Folha de S. Paulo, e o espaço “12 Horas”, da revista Época. Nessas situações, o formato tem finalidade de distri-
buição e apresentação da informação, mas sem preocupação narrativa.
82 Na terminologia tipográfica, “agate” é a unidade referente a 5.5 pontos. Esse valor foi considerado o menor corpo
aceitável para impressão, passando a ser usado em extensas tabelas publicadas em jornais. Essas tabelas então ficaram
conhecidas pelo mesmo nome – “agate”.
Modelo de caracterização de infográficos 99
7.2 Procedimento
a) Identificação
Esta seção reúne dados para identificação e localização da peça analisada.
83 Os critérios de avaliação adotados nesta análise de conteúdo já haviam passado por etapas anteriores de pré-testes,
que levaram a definições mais específicas para a pontuação. Refeitos, os primeiros testes apresentaram variação de
20,63%. Com o guia final, o índice foi de 7,14%.
84 A porção referente aos veículos é formada por três caracteres representando o título da publicação: agr (Agora
100 Modelo de caracterização de infográficos
Cada reportagem (a unidade de análise) foi também descrita por seu título85, as páginas
nas quais ela se distribui e a editoria de acordo com rotulação do veículo.
Para normalizar essa nomenclatura, cada reportagem também foi classificada nas seguin-
tes categorias de conteúdo: Cidades (cid)86, Ciência e Tecnologia (cet), Comportamento
(com), Consumo (con), Economia (ecn), Conteúdo editorial (edt), Educação (edu), En-
tretenimento (ent), Esportes (esp), Guerras e Catástrofes (gec), Polícia e Criminalidade
(plc), Política (pol), Religião (rel), Saúde (sau), Serviços (srv), Viagem e Turismo (tur).
b) Eixos de caracterização
Estetizante – Analítico
Subordinado Enciclopédico
Integridade Usabilidade Aparência Conteúdo
– Independente – Específico
I1 I2 I3 U1 U2 U3 A1 A2 A3 C1 C2 C3
Estetizante – Analítico
Subordinado Enciclopédico
Integridade Usabilidade Aparência Conteúdo
– Independente – Específico
I1 I2 I3 U1 U2 U3 A1 A2 A3 C1 C2 C3
3 3 3 3 2 2 2 3 3 2 2 3 3 3
São Paulo), dsp (Diário de São Paulo), jtd (Jornal da Tarde), esp (O Estado de S. Paulo), fsp (Folha de S. Paulo), vej
(Veja) e epc (Época).
85 Foi utilizado o título principal da reportagem para fins de identificação, mas a análise considerou todos os seus
componentes.
86 Um exemplo simples dessa variação é a categoria de Cidades (cid), utilizada para o noticiário diário da região. O
jornal Agora São Paulo tem a editoria “S. Paulo”; o Diário de São Paulo adotou “São Paulo” e “Dia a dia”; o Jornal da
Tarde traz “Cidade”, o Estado de S. Paulo usa “Cidades” e a Folha de S. Paulo tem o caderno “Cotidiano”.
A classificação nem sempre seguiu a editoria original – reportagens sobre crime em qualquer uma dessas editorias foi
classificada como Polícia (plc).
Modelo de caracterização de infográficos 101
3,00
3
3,00 9
2
6
1 3
0 1 2 3 0
8 7 7 9
Independência Integridade Usabilidade Aparência Conteúdo
7.2.3 Hipóteses
Jornalismo é a coleta e edição de material de interesse atual para apresentação por meio dos meios de
comunicação de massa. A função de um jornal é descobrir o que está acontecendo e transformar isso
em palavras. Editores supervisionam o trabalho dos repórteres para garantirem que ele seja compre-
ensível, de bom gosto, que não deixe perguntas sem resposta, e que não seja difamatório.
Percebe-se, assim, a preocupação com precisão e clareza, valores do fazer e do estilo jor-
nalísticos. Como o infográfico é uma ferramenta de visualização do jornalismo, é de se espe-
rar que seus dados sejam confiáveis, sua representação seja correta e a apresentação favoreça
a compreensão.
102 Modelo de caracterização de infográficos
d) Componentes de visualidade e comunicação visual (A2 e C2) são mais fracos (1–2
pontos), mas a aparência (A1 e A3) recebe mais cuidados (2–3 pontos)
A origem dos infográficos é costumeiramente localizada no início do século 19 – e proto-
infográficos foram encontrados em jornais do século anterior. No entanto, notou-se pouca
evolução no formato desde então. Cairo (2008, p. 29) considera que os infográficos estetizan-
tes são ainda predominantes; Holmes (Errea, 2004, p. 6) tampouco reconhece uma evolução
comunicativa na ferramenta. Por isso, espera-se que a preocupação estética se destine mais à
captura de atenção do que ao aprofundamento da análise.
e) Seleção de dados (C1) é adequada (2–3 pontos), mas contexto (C3) deixa a desejar (1–2)
De acordo com avaliação de Cairo (2008, p. 29) de que a infografia estetizante é predo-
minante, pressupõe-se menor preocupação com componentes explicativos e analíticos. Já
a identificação de pontos centrais de uma reportagem é tarefa simples, exposta na própria
estrutura do texto jornalístico. Por isso, sua seleção não deve causar problemas.
87 A expressão “popularização científica” foi utilizada para caracterizar revistas voltadas a públicos gerais e de abran-
gência mais ampla (que inclui temas como religião e cultura pop).
88 Teixeira (2007, p. 113) verificou que a revista Superinteressante utiliza infográficos mais elaborados desde 1994 e
que seus profissionais influenciaram outras publicações.
Modelo de caracterização de infográficos 103
89 Ao lado dos jornais O Dia e O Globo e de revistas da editora Abril, como Superinteressante e Saúde!.
90 Inspirado em “A flowchart for the typical process of content analysis research” (Neuendorf, 2002, p. 50–51).
104 Modelo de caracterização de infográficos
7.3 Resultados
Agora São Paulo (1agr) Agora São Paulo (2agr) Agora São Paulo (3agr)
3 3 3
1,94 2,00
2,50 2,55
2 2 2
1,83
1,56
1 1 1
0 1 2 3 0 1 2 3 0 1 2 3
Independência Independência Independência
9 9 9
6 6 6
3 3 3
6,83 5,83 4,67 5,33 7,13 6,50 4,44 6,19 7,09 6,18 4,18 6,36
0 0 0
Integridade Usabilidade Aparência Conteúdo Integridade Usabilidade Aparência Conteúdo Integridade Usabilidade Aparência Conteúdo
Diário de São Paulo (1dsp) Diário de São Paulo (2dsp) Diário de São Paulo (3dsp)
3 3 3
1,73
2,45
2 1,82 2 2
1,82 1,29
1,57
1 1 1
0 1 2 3 0 1 2 3 0 1 2 3
Independência Independência Independência
9 9 9
6 6 6
3 3 3
6,82 5,82 3,82 5,27 6,71 5,43 3,14 5,57 7,09 5,73 3,36 5,82
0 0 0
Integridade Usabilidade Aparência Conteúdo Integridade Usabilidade Aparência Conteúdo Integridade Usabilidade Aparência Conteúdo
2 1,42 2 1,38 2
1 1 1
0 1 2 3 0 1 2 3 0 1 2 3
Independência Independência Independência
9 9 9
6 6 6
3 3 3
7,46 6,75 3,58 6,17 7,35 6,69 4,23 6,42 7,36 5,95 2,77 5,55
0 0 0
Integridade Usabilidade Aparência Conteúdo Integridade Usabilidade Aparência Conteúdo Integridade Usabilidade Aparência Conteúdo
2,13
2,50
1,80
2 2 1,63 2
2,00
1,84
1 1 1
0 1 2 3 0 1 2 3 0 1 2 3
Independência Independência Independência
9 9 9
6 6 6
3 3 3
7,20 6,00 4,07 5,80 7,00 6,21 3,63 5,58 7,56 6,75 4,63 7,00
0 0 0
Integridade Usabilidade Aparência Conteúdo Integridade Usabilidade Aparência Conteúdo Integridade Usabilidade Aparência Conteúdo
106 Modelo de caracterização de infográficos
2 2 2
1,29 1,44
1,63 1,56
1,31
1 1 1
1,00
0 1 2 3 0 1 2 3 0 1 2 3
Independência Independência Independência
9 9 9
6 6 6
3 3 3
7,08 6,00 2,85 5,69 7,33 6,13 3,63 5,54 6,81 6,13 3,19 5,38
0 0 0
Integridade Usabilidade Aparência Conteúdo Integridade Usabilidade Aparência Conteúdo Integridade Usabilidade Aparência Conteúdo
1,75 1,79
2
1,60 2 2,20 2 2,16
1,95
1 1 1
0 1 2 3 0 1 2,0 3,0 0 1 2 3
Independência Independência Independência
9 9 9
6 6 6
3 3 3
7,70 6,45 4,65 5,80 7,40 6,45 4,35 5,90 7,58 6,95 4,58 6,37
0 0 0
Integridade Usabilidade Aparência Conteúdo Integridade Usabilidade Aparência Conteúdo Integridade Usabilidade Aparência Conteúdo
Modelo de caracterização de infográficos 107
1,92
2,00 2,58
2,30
2 2 2
1,88
1,63
1 1 1
0 1 2 3 0 1 2 3 0 1 2 3
Independência Independência Independência
9 9 9
6 6 6
3 3 3
7,00 6,10 4,90 5,90 6,83 6,08 4,83 6,50 6,75 6,13 4,25 6,13
0 0 0
Integridade Usabilidade Aparência Conteúdo Integridade Usabilidade Aparência Conteúdo Integridade Usabilidade Aparência Conteúdo
93 Nesse eixo, 2 pontos são conferidos quando há equilíbrio de importância entre os elementos da reportagem.
94 No segundo eixo, 2 pontos indicam relação elástica com fato noticiado.
108 Modelo de caracterização de infográficos
REVISTAS
2
JORNAIS
0 1 2 3
Independência
b) Jornais
Os títulos Agora São Paulo e Folha de S. Paulo, pertencentes ao mesmo grupo editorial,
mostram semelhança nos índices de independência e especificidade. Verificou-se entre essas
duas publicações o compartilhamento de infográficos prontos95 ou de dados (adaptados com
algumas diferenças).
O Estado de S. Paulo e Jornal da Tarde, em situação similar, têm menos proximidade, em-
bora também compartilhem certos materiais96. No conjunto, o Jornal da Tarde ficou signi-
ficativamente abaixo do desempenho d’O Estado e da média dos jornais nos dois eixos. Um
95 Alguns exemplos são o mapa de revitalização do centro da cidade de São Paulo (1agr002 e 1fsp008) e a rota de
entrada de armas no país (2agr011 e 2fsp009).
96 O suplemento estadão.edu (sobre vestibular) é encartado também no Jornal da Tarde, com o nome jt.edu.
Modelo de caracterização de infográficos 109
AGR
FSP
2 DSP
ESP
JTD
0 1 2 3
Independência
c) Revistas
3
VEJ
EPC
2
0 1 2 3
Independência
97 O termo “escores” é aqui usado no sentido do jornalismo visual (destaques dados a valores numéricos), e não
significando resultado de eventos esportivos.
110 Modelo de caracterização de infográficos
98 Entre os veículos analisados, apenas a revista Veja teve índice de conteúdo um pouco acima do índice de usa-
bilidade.
Modelo de caracterização de infográficos 111
Jornais Revistas
9 9
6 6
3 3
0
7,17 6,22 3,77 5,87 0
7,33 6,44 4,58 6,08
Integridade Usabilidade Aparência Conteúdo Integridade Usabilidade Aparência Conteúdo
Os índices médios encontrados nas duas revistas analisadas foram superiores aos índices
médios obtidos na análise dos cinco jornais. A diferença mais significativo ocorreu no ele-
mento de aparência, refletindo maior preocupação estética desse tipo de publicação.
b) Jornais
Os gráficos representam os índices médios de cada publicação. As seções destacadas tra-
zem valores acima do índice médio dos jornais.
6 6
3 3
0
7,00 6,16 4,47 5,89 0
6,90 5,69 3,48 5,55
Integridade Usabilidade Aparência Conteúdo Integridade Usabilidade Aparência Conteúdo
6 6
3 3
0
7,39 6,49 3,57 6,07 0
7,24 6,32 4,08 6,10
Integridade Usabilidade Aparência Conteúdo Integridade Usabilidade Aparência Conteúdo
Jornal da Tarde
9
0
7,11 6,09 3,30 5,53
Integridade Usabilidade Aparência Conteúdo
112 Modelo de caracterização de infográficos
Todos os jornais apresentam o mesmo perfil: índice razoável de integridade, índices simi-
lares de usabilidade e conteúdo e índices baixos de aparência. Neste conjunto também se ob-
servam:
• Agora e Folha – as duas publicações do mesmo grupo apresentaram os melhores índices de
aparência. O Agora, de caráter mais popular, é o que apresenta maior preocupação visual.
• Estado – o jornal teve índices significativamente acima da média em integridade, usabi-
lidade e conteúdo. Nos dois primeiros, a média d’O Estado foi a mais alta entre os jornais
diários.
• Jornal da Tarde e Diário – as duas publicações registraram os índices mais baixos do
conjunto. O Diário, no entanto, mostrou mais problemas de integridade e usabilidade,
além de ter a menor quantidade de infográficos publicados nos três dias selecionados.
c) Revistas
Os gráficos representam os índices médios de cada publicação. As seções destacadas
trazem valores acima do índice médio das revistas. Novamente, os perfis são bastante
parecidos.
Época Veja
9 9
6 6
3 3
0
7,56 6,61 4,53 6,02 0
6,87 6,10 4,70 6,20
Integridade Usabilidade Aparência Conteúdo Integridade Usabilidade Aparência Conteúdo
A revista Veja apresentou índice médio inferior a 7 pontos em integridade. Assim como o
jornal Diário de São Paulo, a publicação faz uso limitado de infográficos, menos frequentes
em suas páginas que no veículo concorrente.
Já a análise da Época registrou baixo valor de aparência, apesar do uso mais comum de in-
fográficos. Mais uma vez, formatos padronizados influenciaram negativamente a avaliação
do veículo. Removendo-se os perfis sumarizados que acompanham entrevistas, o conjunto
da revista obteve grande melhora nos índices de aparência e variação significativa no índice
de conteúdo.
Agora
2,49 2,56 1,96 2,07 2,04 2,04 1,73 1,56 1,18 2,47 1,49 1,93
São Paulo
I1 I2 I3 U1 U2 U3 A1 A2 A3 C1 C2 C3
Diário de
2,21 2,62 2,07 2,03 1,86 1,79 1,41 1,00 1,07 2,69 1,24 1,62
São Paulo
I1 I2 I3 U1 U2 U3 A1 A2 A3 C1 C2 C3
O Estado
de S. Paulo 2,43 2,65 2,31 2,10 2,24 2,15 1,39 0,93 1,25 2,46 1,75 1,86
I1 I2 I3 U1 U2 U3 A1 A2 A3 C1 C2 C3
Folha
2,40 2,58 2,26 2,00 2,24 2,08 1,64 1,18 1,26 2,60 1,72 1,78
de S. Paulo
I1 I2 I3 U1 U2 U3 A1 A2 A3 C1 C2 C3
Jornal da
Tarde 2,32 2,75 2,04 2,04 2,08 1,98 1,30 0,83 1,17 2,49 1,34 1,70
I1 I2 I3 U1 U2 U3 A1 A2 A3 C1 C2 C3
Jornais
2,39 2,64 2,15 2,05 2,12 2,04 1,49 1,08 1,20 2,52 1,55 1,80
I1 I2 I3 U1 U2 U3 A1 A2 A3 C1 C2 C3
Época
2,54 2,71 2,31 2,15 2,19 2,27 1,69 1,49 1,34 2,46 1,64 1,92
I1 I2 I3 U1 U2 U3 A1 A2 A3 C1 C2 C3
Veja
2,33 2,57 1,97 2,00 2,03 2,07 1,73 1,60 1,37 2,50 1,57 2,13
I1 I2 I3 U1 U2 U3 A1 A2 A3 C1 C2 C3
Revistas
2,47 2,66 2,19 2,10 2,13 2,20 1,71 1,53 1,35 2,47 1,62 1,99
I1 I2 I3 U1 U2 U3 A1 A2 A3 C1 C2 C3
Média
2,41 2,64 2,16 2,07 2,13 2,08 1,54 1,20 1,24 2,51 1,57 1,85
geral
I1 I2 I3 U1 U2 A2 A3 C1 C2 C3
114 Modelo de caracterização de infográficos
7.3.3 Editorias
Peças Porcentagem
Política (pol) 47 13,91%
Economia (ecn) 63 18,64%
Cidades (cid) 25 7,40%
234 69,23%
99 Outras seções encontradas tiveram menor ocorrência, como Polícia, Saúde e Dicas/Serviços, ou se relacionavam
a suplementos, como Educação e Viagem/Turismo
Modelo de caracterização de infográficos 115
Peças Porcentagem
Ciência e Tecnologia (cet) 16 4,73%
Esportes (esp) 46 13,61%
Entretenimento (ent) 37 10,95%
234 69,23%
9
• Política – a editoria apresentou índices acima da mé-
6 dia em todos os elementos. Em parte, isso se deve a sua
maior ocorrência nos veículos que apresentaram melhor
3
desempenho, como Estado e Folha. Além disso, muitos
0
7,81 6,89 4,55 6,51 infográficos políticos mostraram caráter didático ou ex-
Integridade Usabilidade Aparência Conteúdo
plicativo, como a cobertura sobre as eleições na África
do Sul (1fsp005).
9
• Economia – infográficos das editorias de economia
6 destacavam informações quantitativas em contexto, me-
lhorando o índice de avaliação de conteúdo. Além disso,
3
havia maior ocorrência de citação de fonte dos dados
0
7,52 6,41 3,71 6,59 (essencial para sua credibilidade no mercado), elevan-
Integridade Usabilidade Aparência Conteúdo
do também o índice de integridade. O uso frequente de
gráficos quantitativos e estilo sóbrio, no entanto, foram
refletidos em menor valor estético.
9
• Ciência e Tecnologia – assim como no caso de Política,
6 a editoria registrou índices superiores à média em todos
os elementos. A variação mais significativa foi encontra-
3
da na aparência – reforçando o vínculo com a ilustração
0
7,31 6,50 5,31 6,19 científica e caráter didático, que puderam ser verifica-
Integridade Usabilidade Aparência Conteúdo
dos em casos como explicação sobre doença de Chagas
(1esp007).
9
• Cidades – nas editorias que abrangem a cobertura
6 factual local, é comum encontrar reportagens que prio-
rizam a agilidade, e não a reflexão. Essa característica
3
levou a infográficos com índices inferiores à média em
0
6,88 5,96 3,72 5,88 todos os elementos. Verificou-se também grande ocor-
Integridade Usabilidade Aparência Conteúdo
rência de sumários textuais com função de resumir e
simplificar os fatos.
116 Modelo de caracterização de infográficos
9
• Esportes – verificou-se grande ocorrência de infográ-
6 ficos, mas com avaliações abaixo da média em todos os
elementos. Muitos infográficos da editoria são sumá-
3
rios de partidas de futebol, um formato padronizado e
0
7,15 5,74 3,37 5,33 de leitura simples, mas sem aprofundamento de infor-
Integridade Usabilidade Aparência Conteúdo
mações.
9
• Entretenimento – déficit em todos elementos, mas
6 principalmente em conteúdo. A ocorrência de roteiros
e sugestões culturais e a divulgação de rumores foram
3
alguns dos fatores que contribuíram negativamente
0
6,86 5,95 3,86 5,14 nesse índice, por conterem informações rasas e de bai-
Integridade Usabilidade Aparência Conteúdo
xa visualidade.
Não foi encontrado padrão significativo de variação de cada índice durante a realização
da pesquisa (três conjuntos em 18 meses).
Jornais Revistas
3 3
2 2
1 1
0 0
G1 G2 G3 G1 G2 G3
(abr/2009) (out/2009) (abr/2010) (abr/2009) (out/2009) (abr/2010)
Modelo de caracterização de infográficos 117
8 Considerações finais
Outra evidência relacionada foi o uso baixo de elementos de comunicação visual (A2) e
visualidade da informação (C2), que obtiveram índices médios de 1,20 e 1,57 pontos respec-
tivamente (conforme parte da hipótese d).
A baixa complexidade da informação, a falta de hierarquização na representação e o uso
insuficiente de recursos de visualidade indicam tendência estetizante na infografia presente
nos veículos analisados.
Essa tendência, como já foi argumentado, não significa que infográficos tenham grande
força gráfica. Impacto visual (A1) e produção elaborada (A3) tampouco apresentaram ín-
dices elevados, obtendo índices respectivos de 1,54 e 1,24 pontos (contradizendo parte da
hipótese d). Essa observação também se relaciona com a grande quantidade de sumários
encontrados – elementos textuais e de produção simples.
Nos eixos subordinado–independente e enciclopédico–específico, os resultados apresen-
taram alguma variação entre os veículos.
O índice médio de independência foi de 1,63 pontos (dentro da expectativa da hipótese a),
refletindo predominância do textual sobre outros tipos de linguagem. O corpo de pesquisa
foi formado por veículos que, mesmo direcionados a públicos de classes específicas, repre-
sentam formatos mais tradicionais, que reforçam o texto verbal e linear.
No entanto, notou-se que as revistas obtiveram pontuação um pouco mais alta (média de
1,79), apontando uma diferença entre os formatos. Os jornais Folha de S. Paulo (índice médio
de 1,84 pontos) e Agora São Paulo (1,91 pontos) também conseguiram pontuações acima dos
demais veículos do mesmo tipo, apontando tendência do grupo editorial responsável pelas
duas publicações – que foi um dos primeiros a utilizar o recurso no Brasil e já recebeu diver-
sos prêmios internacionais com infográficos da Folha.
O índice de especificidade médio foi de 1,94 (de acordo com a hipótese b), refletindo em
infográficos valores de noticiabilidade como atualidade e novidade. Com os mesmos prin-
cípios do índice de independência, as revistas semanais (média de 2,15 pontos) e os jornais
Folha (2,10) e Agora (2,13) foram os únicos com índice de especificidade superior a 2 pontos.
Os jornais do grupo Folha tiveram, no geral, desempenho superior à média dos jornais
diários – principalmente nos índices de independência, especificidade e aparência (hipóte-
se i). No entanto, essa diferença não foi tão significativa. O jornal O Estado de S. Paulo (72)
publicou maior quantidade de infográficos que a Folha de S. Paulo (50) nos dias analisados e
também obteve pontuações um pouco superiores em integridade, usabilidade e conteúdo.
Já a disputa entre Época e Veja foi marcada pelo uso mais constante de infográficos na
publicação da editora Globo (59 a 30). Esse uso constante e até padronizado reduziu o índice
médio de aparência (A) e conteúdo (C) da Época, principalmente por conta de perfis de en-
trevistados apresentados na forma de itens.
A comparação entre revistas e jornais encontrou variações pequenas, mas favoráveis às
revistas em quase todas as características analisadas. Mas essas variações foram pequenas
mesmo em componentes de complexidade (A3 e C2), sendo insuficientes para representar
tendência (refutando hipótese g). Mesmo assim, a aparência (A) das peças das revistas se-
Modelo de caracterização de infográficos 119
manais (4,58 pontos) mostrou-se superior às dos jornais diários (3,77 pontos), como seria
esperado com as diferenças de periodicidade e formato.
Na comparação entre editorias, os infográficos de Ciência e Tecnologia apresentaram
índices superiores à média nos elementos do eixo estatizante–analítico (de acordo com hi-
pótese h), com diferença mais significativa na aparência (A): 5,31 pontos, contra média geral
de 3,98. A análise também encontrou bons resultados em seções como Política e Economia
– que valorizam contexto, explicação e confiabilidade de dados.
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Modelo de caracterização de infográficos 129
Índice
Rosenstiel, T., 37–38, 39n35, 41–43, 51n47, 79 Wurman, R.S., 23, 29, 35, 38–39, 47n43
Saenger, P., 26, 26n15, 34
Schmid, M.R.L., 82n71
Schudson, M., 37
Scriptura continua, 26, 26n15
Sfez, L., 23
Simioni, A.P.C., 44
SMS, 26n14
Spence, I. ver Playfair, W.
Stark, L.W., 32–33
Svenbro, J., 26
Teixeira, T., 19, 20n2, 76, 76n68, 79–80,
102n88, 103
Terrou, F., 58n56, 59
Tufte, E., 19, 48n44, 50–51, 77, 82n73
Universalidade da comunicação
Códigos, 24n6, 30, 30n22, 60
Linguagens universais. ver Esperanto;
Blissymbolics
USA Today, 44f3-2, 55, 57–58, 70
Vignaux, G., 30n24
Visão
comunicação e, 23–24,
modos de ver, 75f5-4
movimentos sacádicos, 32–33, 32f2-6
percepção gráfica, 52
percepção visual, 30, 49–50
ponto cego, 72–73
sistema visual, 33–34, 34f2-8
Vitruvius, 82–83
Vogais, 26. ver também Escrita fonética,
alfabeto grego; SMS
Visualização. ver Design da informação,
visualização
Wainer, H. ver Playfair, W.
Ware, C., 71
Watt, I., 24–25, 29
Wildbur, P., 47, 57n53
Wolf, Maryanne, 34
Wolf, Mauro, 37
Modelo de caracterização de infográficos 133
Apêndice
134 Modelo de caracterização de infográficos
33 28 44 45 34 37 33 35 33 30 21 40 25 31 123 105 84 96
1,833 1,556 2,444 2,5 1,889 2,056 1,833 1,944 1,833 1,667 1,167 2,222 1,389 1,722 6,833 5,833 4,667 5,333
1,83 1,56 2,44 2,50 1,89 2,06 1,83 1,94 1,83 1,67 1,17 2,22 1,39 1,72
Modelo de caracterização de infográficos 135
Código Comentários
1AGR001 O conteúdo é falho porque perde de vista o enfoque da reportagem. Os quesitos de usabilidade de aparência são medianos porque o
infográfico é composto de fragmentos com vínculo visual fraco.
8 5 6 4
1AGR002 O problema com a codificação de cores resulta em problemas em todas as categorias analisadas.
4 4 5 5
1AGR003
interesse nem pela sua aparência (é pequeno e monótono) nem pelo conteúdo (dispensável).
7 8 2 2
1AGR004 Há alguns deslizes de informação, e a seção "Verdades/Mentiras" é bastante confusa. A usabilidade peca na falta de organização clara
das informações. Em termos de conteúdo, pouco se acrescenta às informações presentes na reportagem. O maior valor do infográfico
é o efeito estético na página. 6 5 8 6
1AGR005 Uma das seções apresenta bom desempenho devido a seleção e organização competente dos dados. A segunda tabela tem
desempenho mediano em conteúdo ( pouco jornalístico). Usabilidade moderada (ordenação, por exemplo). Visualmente, recebe
baixa avaliação pelo aspecto gerado pelas tabelas. 7 6 4 5
1AGR006 Bom desempenho no geral. A seleção de informações é um ponto positivo, resultando em uma mensagem com níveis de informação
adequados. A organização ajuda bastante na compreensão. Visualmente, há cuidado e bom uso de elementos, mas o fator utilitário
pesou. 7 8 6 8
1AGR007 A tabela é útil, embora seja pouco atraente. Não faz uso de recursos visuais que facilitariam a leitura (identificação de "funciona"/"não
funciona", por exemplo). Faltou organizar a informação.
7 5 2 5
1AGR008 O conteúdo se destaca por ser bastante completo; entretanto, ele não foi expresso de forma suficientemente visual. Rotulação da
Súmula deixa a desejar, apresentando lances por jogadores, sem times.
7 4 4 5
1AGR009 O infográfico perde por ser muito superficial e sem detalhamento. Os dados de acesso e descenso são representados de forma a não
permitir análise, e não há informações sobre tipos de competição nos quais o time foi rebaixado ou promovido.
4 5 4 5
1AGR010 Por utilizar um formato convencional, o infográfico tem utilização simples. Entretanto, a informação é editada de forma pouco visual,
e não ganha aprofundamente nem em conteúdo, nem em apresentação. O infográfico se limita à partida, e não ao confronto em
dois jogos. 8 7 3 4
1AGR011 Formato convencional gera utilização prática. Conteúdo é um pouco superficial.
8 7 3 4
1AGR012 O infográfico adota convenções do jornalismo esportivo para organizar a informação, facilitando a leitura. Há certa falha de dados
em um dos elementos do infográfico (o infográfico conta 156 confrontos; a futpédia contava 154 confrontos até então; o site da FPF
lista 165 jogos oficiais), amplificada pela falta de citação de fonte. 6 7 8 7
1AGR013 Infográfico reflete pesquisa ampla e dedicação de espaço. Há algum problema de escala e de representação, especialmente na linha
do tempo, mas o maior prejuízo ocorre com o uso da linha azul, que não segue ordem correta.
7 5 6 8
1AGR014 O infográfico se limita a ser uma lista (cada item é um site). Apesar de apresentar informações relevantes sobre cada site selecionado,
há baixo valor visual e uso limitado da visualização como ferramenta de compreensão.
7 4 2 4
1AGR015 Resultado é mediano pelo caráter pouco jornalístico (não é muito noticioso; muito menos é verificado); formato é simples e sem
profundidade.
6 7 7 5
1AGR016 O Q&A foi construído como um texto acompanhado de foto, fazendo pouco uso da visualidade. Há algum valor na estruturação do
texto no formato de perguntas e respostas, por gerar entradas e leitura diferenciada.
8 6 4 5
1AGR017 Instruções são bem retratadas. Há algum problema quanto ao valor noticioso das instruções e quanto à baixa contextualização (a
função da atividade é praticamente esquecida; os movimentos não são vinculados aos efeitos ou agrupados de acordo com eles).
8 6 6 7
1AGR018 Diagrama textual de funcionamento simples e conteúdo bem selecionado para reportagem. Efeito estético é fraco.
8 6 4 7
31 40 43 40 31 33 36 35 27 26 18 40 27 32 114 104 71 99
1,938 2,5 2,688 2,5 1,938 2,063 2,25 2,188 1,688 1,625 1,125 2,5 1,688 2 7,125 6,5 4,438 6,188
1,94 2,50 2,69 2,50 1,94 2,06 2,25 2,19 1,69 1,63 1,13 2,50 1,69 2,00
Modelo de caracterização de infográficos 137
Código Comentários
2AGR001 Gráfico de febre simples é de fácil leitura e traz conteúdo representativo à reportagem, embora falte contextualização. O impacto
visual, no entanto, é baixo. O infográfico também tem problemas de integridade pela comparação de períodos diferentes e corte não-
identificado no eixo vertical. 5 7 4 7
2AGR002 Uso de gráfico de barras representando a informação numérica de forma visual é de uso simples e traz novas dimensões ao
conteúdo, mas o resultado é pouco marcante visualmente por depender de formas genéricas e tabelas de números. Outro problema
é a falta de escala do gráfico, que impede a percepção visual da informação. 5 7 4 8
2AGR003 O funcionamento do ranking é simples, com boa formatação e organização. O valor do conteúdo é limitado pela exclusão de algumas
informações (endereços e dias) e pelo efeito moderado da organização visual à compreensão. O tratamento gráfico é pequeno, o
infográfico é pequeno e a página é cheia demais. 7 7 3 5
2AGR004 Há alguns deslizes de informação, e a seção "Verdades/Mentiras" é bastante confusa. A usabilidade peca na falta de organização clara
das informações. Em termos de conteúdo, pouco se acrescenta às informações presentes na reportagem. O maior valor do infográfico
é o efeito estético na página. 8 8 8 9
2AGR005 Muitos dados comprimidos de forma pouco eficiente em área reduzida. Isso afeta a organização e a leitura, além do apelo visual. Há
dado incorreto e variação de períodos, reduzindo a integridade. Quanto ao conteúdo, o infográfico deixa de contextualizar e
relacionar (e provar a relação) dados e crise, como propõe o título. 7 5 3 5
2AGR006 A organização das informações dificulta a leitura e reduz a utilidade do infográfico. É difícil entender o objetivo do infográfico.
Visualmente, tem aparência comum, tem ícones e ilustrações questionáveis e enfrenta a "concorrência" de anúncio publicitário.
7 6 3 6
2AGR007 Bom desempenho geral. As informações estão corretas e o infográfico aponta fonte e crédito. O conteúdo vai além do texto ao
mostrar o resultado da redução do IPI, dialogando com o leitor. Boa organização da informação, atraindo o olhar e permitindo
leituras seletivas. 8 7 5 5
2AGR008 Gráfico pouco visual, mas de alta utilidade. A organização poderia ser melhor, mas não é ruim. O conteúdo é bem selecionado, mas
fragmentado e apresentado de forma pouco visual.
8 5 3 5
2AGR009 Infográfico é tabela com função de serviço. Não chama a atenção, mas faz bom apanhado de informações. A organização poderia ter
aproveitado mais o formato.
8 5 2 8
2AGR010 Bom desempenho no geral. Ilustração integrada ao conteúdo verbal facilita a relação com leitor, ajuda a organizar o conteúdo e torna
o infográfico mais marcante.
7 8 7 8
2AGR011 Há alguns benefícios decorrentes do uso do mapa, mas o infográfico sub-aproveita as possibilidades. Não é possível avaliar a
importância de cada rota ou de cada cidade, por exemplo. Sem tratamento mais aprofundado da informação, o conteúdo fica um
pouco superficial e o gráfico fica comum. 8 9 4 5
2AGR012 Pequeno e meio sem-graça, o infográfico tem valor estético limitado. O conteúdo tem valor, mas não explora possibilidades visuais e
não contempla o contexto nem do campeonato, nem da cobertura.
8 6 5 4
2AGR013 Bom valor informativo por mostrar a situação/contexto, de acordo com enfoque da reportagem.
8 7 4 7
2AGR014 Apesar de ter algum valor ilustrativo (limitado pela repetição), o infográfico tem baixa utilidade porque não representa de forma
clara o ponto central da reportagem (comparativo entre escalações). Há dois diagramas idênticos, com mudanças apenas nos rótulos.
6 4 5 4
2AGR015 Apesar de ocupar grande parte da página, o infográfico é pouco atraente por ser uma compilação de sumários textuais. Há baixo uso
de recursos visuais para transmitir mensagens, reduzindo sua usabilidade. O conteúdo foi bem selecionado, sobressaindo-se ao
8 5 4 7
2AGR016 Diagrama imagético com baixo grau de complexidade, mas função prática. Não há elementos sofisticados de design, mas a aparência
se sobressai pelo uso de imagens.
6 8 7 6
22 28 25 30 23 23 23 22 18 14 14 31 15 24 78 68 46 70
2 2,545 2,273 2,727 2,091 2,091 2,091 2 1,636 1,273 1,273 2,818 1,364 2,182 7,091 6,182 4,182 6,364
2,00 2,55 2,27 2,73 2,09 2,09 2,09 2,00 1,64 1,27 1,27 2,82 1,36 2,18
Modelo de caracterização de infográficos 139
Código Comentários
3AGR001 Tabela com números grandes dificulta análise e a leitura, mas dados principais são bem trabalhados. Há um erro de informação: a
média de passageiros/dia dos anos de 2005 e 2006 dividiu o número de passageiros sem a linha 11 pelo total de trens (incluindo a
linha 11).
7 7 4 8
3AGR002 Gráfico de barra tem falha na escala; mapa não traz dados.
6 5 3 5
3AGR003 Há alguns deslizes de informação, e a seção "Verdades/Mentiras" é bastante confusa. A usabilidade peca na falta de organização clara
das informações. Em termos de conteúdo, pouco se acrescenta às informações presentes na reportagem. O maior valor do infográfico
é o efeito estético na página.
7 9 5 7
3AGR004 Resumo completo e competente, embora faça uso limitado da visualidade. A apresentação é favorecida pelo uso de ícones a
ilustrações.
8 7 8 7
3AGR005 Erro de soma compromete a integridade do gráfico. A tabela não explora adequadamente recursos de visualidade e não favorece a
comparação e análise (crescimento das vendas de LCD, por ex) e não faz marcações explicativas e limita níveis de informação (ex: o
pico de 2006 se refere à Copa anterior; por que a surpresa se a previsão de 2010 é menor?)
5 5 3 6
3AGR006 Informação estruturada e apresentada de forma clara. Ilustrações melhoram aspecto gráfico e ajudam a transmitir o tema.
8 8 7 7
3AGR007 Quadro de serviço. Ilustração genérica acompanhando elementos textuais, mas de fácil compreensão e leitura.
8 7 3 6
3AGR008 Sumário textual de baixo impacto visual. A organização não cria relações (nem mesmo entre times e títulos).
7 5 2 6
3AGR009 A apresentação na forma de tabela não parece ter ordenação lógica (não é por época, por ordem alfabética de clube ou jogador, não
é pelo total de jogos) e a informação da época em que jogou é informação indireta (quantos anos?); não é feita relação entre total e
anos de atividade.
7 4 3 6
3AGR010 Embora formato não seja criativo, informação é completa e está bem organizada. Destaques aos jogadores brasileiros e gráfico de
barras ajudam na leitura.
9 8 4 8
3AGR011 Conteúdo pouco noticioso e apresentado de forma equivocada. O "raio-x do novo site", prometido no título, mostra telas em
tamanhos reduzidos e lista seções sem apontá-las.
6 3 4 4
20 20 24 29 22 22 21 21 17 13 12 27 14 17 75 64 42 58
1,818 1,818 2,182 2,636 2 2 1,909 1,909 1,545 1,182 1,091 2,455 1,273 1,545 6,818 5,818 3,818 5,273
1,82 1,82 2,18 2,64 2,00 2,00 1,91 1,91 1,55 1,18 1,09 2,45 1,27 1,55
Modelo de caracterização de infográficos 141
Código Comentários
1DSP001 Gráfico grande com valor moderado de conteúdo e aparência devido à repetição de reprodução de capas com baixo aproveitamente
informativo. A usabilidade é comprometida pela falta de correspondência entre conteúdo textual e visual.
8 5 6 5
1DSP002 Excessivamente textual e limitado a exemplos, em vez de ensinar a fazer a simulação. O aspecto visual é ruim -- não há uso de ícones
transmitindo significados ou organização que resulte em visualidade. A navegação também é ruim pela falta de introdução e
instruções, deixando a desejar em clareza. 5 4 3 3
1DSP003 Infográfico traz valor visual à página com ilustração e formato significativos e funcionais. Integridade acima da média, mas com falhas
pequenas. O conteúdo e a usabilidade seriam melhor avaliados se o posicionamento das caixas de informação facilitasse a
comparação. 6 6 8 6
1DSP004 Há alguns deslizes de informação, e a seção "Verdades/Mentiras" é bastante confusa. A usabilidade peca na falta de organização clara
das informações. Em termos de conteúdo, pouco se acrescenta às informações presentes na reportagem. O maior valor do infográfico
é o efeito estético na página. 7 6 3 6
1DSP005 Embora não tenha problemas de integridade e seja de fácil compreensão, o infográfico tem baixo peso visual e não contextualiza os
dados. Não há problemas de integridade, O formato da segunda seção é pouco visual e o conteúdo é raso. Não contribui
visualmente. 6 5 3 4
1DSP006 Infográfico traz informações importantes e com organização adequada. Não há problemas de integridade. Visualmente, o infográfico
é periférico à reportagem e pouco original.
8 7 5 7
1DSP007 O sumário cumpre função de serviço ao unir conteúdo adequado e confiável. A usabilidade é mediana: a leitura tem navegação
simples, mas sem recursos cognitivos. Visualmente, não contribui para a reportagem por ser composta apenas de textos, sem
elementos gráficos. 7 6 2 6
1DSP008 Quadro com finalidade prática. O conteúdo não é aprofundado, mas presta serviço com usabilidade e integridade razoáveis. Baixo
impacto visual.
7 7 2 5
1DSP009 Quadro é textual e pequeno e tem baixíssimo efeito na aparência da página. Informações parecem corretas e confiáveis, mas não dão
conta de questões importantes (custo, principalmente). Sumários apresentam a informação de forma mais concentrada, mas não
facilitam a comparação. 7 6 2 5
1DSP010 Quadro menos noticioso, mais de serviço. Predomínio de texto desfavorece aspecto visual; formato funciona, mas não é o ideal
porque dificulta a visualização da informação toda; conteúdo é prático, mas superficial.
7 6 2 5
1DSP011 Infográfico simples, mas competente. A aparência não é destaque, mas elementos visuais chamam a atenção e trazem conteúdo.
7 6 6 6
9 11 14 19 14 14 13 11 9 6 7 20 8 11 47 38 22 39
1,286 1,571 2 2,714 2 2 1,857 1,571 1,286 0,857 1 2,857 1,143 1,571 6,714 5,429 3,143 5,571
1,29 1,57 2,00 2,71 2,00 2,00 1,86 1,57 1,29 0,86 1,00 2,86 1,14 1,57
Modelo de caracterização de infográficos 143
Código Comentários
2DSP001 Conteúdo faz bom complemento da reportagem, justificando a importância da pauta e informando o leitor. Visualmente, a
contribuição é moderada pela distribuição de elementos na página.
7 6 3 7
2DSP002 Infográfico peca com a falta de organização, afetando usabilidade e integridade. Receita pode ser confundida com a vencedora.
6 5 3 5
2DSP003 Infográfico simples e de conteúdo adequado, mas com baixo uso de visualidade. Não há atrativos gráficos ou significações formadas
pela disposição de dados.
7 5 3 5
2DSP004 Há alguns deslizes de informação, e a seção "Verdades/Mentiras" é bastante confusa. A usabilidade peca na falta de organização clara
das informações. Em termos de conteúdo, pouco se acrescenta às informações presentes na reportagem. O maior valor do infográfico
é o efeito estético na página. 7 6 3 6
2DSP005 Infográfico pequeno e de baixo valor visual. A informação é correta, mas o destaque a dado a valor que não oferece comparação
letras pequenas. 7 5 2 5
2DSP006 Infográfico textual pequeno. Há valor informativo, mas sem contexto. Falta de explicação atrapalha.
6 5 2 5
2DSP007 Infográfico usa metáfora conhecida e funcional; distribuição gráfica tem efeito em conteúdo (posicionamento, times).
7 6 6 6
19 27 26 28 24 23 20 20 15 10 12 31 14 19 78 63 37 64
1,727 2,455 2,364 2,545 2,182 2,091 1,818 1,818 1,364 0,909 1,091 2,818 1,273 1,727 7,091 5,727 3,364 5,818
1,73 2,45 2,36 2,55 2,18 2,09 1,82 1,82 1,36 0,91 1,09 2,82 1,27 1,73
Modelo de caracterização de infográficos 145
Código Comentários
3DSP001 Infográfico do tipo "reconstituição" (em storyboard) cai em suposições e inexatidões. Além disso, o caso ainda estava sob
investigação, mas não há essa informação no infográfico. As ilustrações são pouco efetivas (o terceiro quadro é pouco compreensível)
4 5 6 6
3DSP002 Apresentação privilegia informação secundária (geográfica), deixando dados centrais (variação) na forma de tabela. Não é feita
contextualização dos dados.
9 4 4 6
3DSP003 Há forte repetição entre os dois quadros, e também em relação ao texto principal. Informação rasa, sem explorar visualidade.
8 6 2 5
3DSP004 Há alguns deslizes de informação, e a seção "Verdades/Mentiras" é bastante confusa. A usabilidade peca na falta de organização clara
das informações. Em termos de conteúdo, pouco se acrescenta às informações presentes na reportagem. O maior valor do infográfico
é o efeito estético na página. 8 7 8 7
3DSP005 Quadro textual. Conteúdo é informativo, mas rotulação de cada item é menos clara. A mudança noticiada não é tratada.
7 7 2 6
3DSP006 Sumário competente, mas sem valor visual.
7 7 2 6
3DSP007 Formato pouco chamativo e bastante textual. As notas não têm autor, embora sejam opinativas, e apresentadas de forma muito
linear (o número é a informação mais apagada). Não há indicação de contexto de campeonato.
8 5 3 5
3DSP008 Informações se relacionam de forma interessante, mas escores têm funcionalidade limitada. Faltam informações especificando
melhor os dois números.
7 5 2 4
3DSP009 A comparação poderia ser interessante com apresentação correta. As tarjas separando cada ano se confundem com as barras dos
gráficos; o contraste de tons é fraco; a comparação de pontos e vitórias com o mesmo referencial é equivocada.
6 4 2 8
3DSP010 Mensagem completa, mas sem contextualização. Tabela pouco atraente e textual, sem usar visualidade. Informação sem hierarquia
gráfica.
7 7 2 6
3DSP011 Agenda cultural privilegia diagramação e se fragmentar, reduzindo clareza. Conteúdo textual, mas com algum uso de fotografia.,
7 6 4 5
1,417 1,833 2,375 2,75 2,333 2,167 2,208 2,375 1,417 0,875 1,292 2,625 1,583 1,958 7,458 6,75 3,583 6,167
1,42 1,83 2,38 2,75 2,33 2,17 2,21 2,38 1,42 0,88 1,29 2,63 1,58 1,96
Modelo de caracterização de infográficos 147
Código Comentários
1ESP001 Infográfico rico em conteúdo, com boa contextualização e dados adequados. Uso de gráficos quantitativos e ícones ajuda a atrair o
olhar e gravar o assunto, embora o conjunto ainda seja fortemente textual. Ícones e tipologia bem empregados, mas há problemas de
organização e representação (setas, gráfico de área). 8 7 7 9
1ESP002 O mapa é um ponto positivo, pois faz uso da representação visual para contextualizar e transmitir informações. Há ícones e
marcações que facilitam a leitura do mapa. O sumário, em foto-legenda, causa algum interesse, mas não é marcante.
8 8 5 8
1ESP003 Sumário informativo acompanhando texto mais pessoal. Falta indicação de crédito (o tom é completamente diferente); a leitura é
linear (não há destaques ou uso de visualidade). O conteúdo reúne os crimes pelos quais Fujimori foi condenado, mas não traz
informações sobre o processo. 7 6 2 6
1ESP004 Embora o conteúdo não destaque as eleições, a seleção é adequada para o enfoque (situação/criminalidade) e bem trabalhada em
contexto e apresentação. Há uma falha em termos de informação no gráfico de criminalidade, que compara os anos de 2007 e 2008
com 2009, embora este último tenha apenas dados do primeiro trimestre. 5 9 5 8
1ESP005 Os gráficos (febre) têm escala correta e foram posicionados de forma a favorecer a relação e análise. Suas pequenas dimensões e falta
7 7 2 6
1ESP014 Sumário sem uso de recursos visuais. Os itens resumem dados do texto, com formatação, mas sem organização ou hierarquia claras. O
conteúdo se relaciona com a sub, mas não traz pontos centrais ou localiza os instrumentos (poderia haver introdução).
7 5 2 4
1ESP015 Ligação entre autores e obras é fácil de ser entendida, mas não hierarquiza a informação e não traz sofisticação à página. O conteúdo
toca em pontos centrais no sumário "Participantes", mas o uso da visualidade no geral não vai muito além da foto/legenda.
8 6 4 4
1ESP016 Conteúdo complementa com dados factuais (títulos, datas) reportagem longa com componentes mais analíticos. Não há uso de
visualidade ou recursos gráficos.
7 5 3 4
1ESP017 Resumo competente da partida, mas sem contextualização no campeonato. Baixo valor estético. A organização não favorece a
hierarquia de informações, mas é simples e conhecida para esse tipo de conteúdo.
8 6 2 6
1ESP018 Ficha técnica padrão para jogos de futebol. O contexto dos escores traz curiosidades, mas não faz menção à disputa em dois jogos no
campeonato.
8 6 3 4
1ESP019 Informação dá conta de pontos centrais, mas sem aprofundamento. A diferenciação entre os três tipos de zonas é descritiva, sem
dados. Mapa sem distorções (representação padrão). Uso equivocado de cores: o vermelho do mapa é o mesmo da área crítica, e a
legenda não coincide. 6 5 6 6
1ESP020 Sumário serve para indicar a cobertura que está sendo comentada. Resumo se limita a pontos-chave e não faz uso de visualidade.
Resultado é textual e a única imagem utilizada é a reprodução pequena de um jornal.
8 7 3 4
1ESP021 Sumário serve para indicar a cobertura que está sendo comentada. Resumo se limita a pontos-chave e não faz uso de visualidade.
Resultado é textual e a única imagem utilizada é a reprodução pequena de um jornal.
8 7 2 4
1ESP022 Dados têm origem indicada e são organizados de forma clara. Não há elementos icônicos, seja para ilustração, reforço de conteúdo
ou informação. O conteúdo é abrangente, mas isolado.
1ESP023 Uso interessante de ícones, ainda que o conjunto seja fortemente textual. Organização em tópicos facilita a navegação, mas sem
hierarquia clara. O conteúdo é abrangente, mas não faz uso de visualidade.
1ESP024 Tabela com vagas de estágio. Cada item é um fragmento de informação, sem uso de visualidade e sem valor estético. A apresentação
não destaca pontos chave e é excessivamente linear.
1 1 2 3 2 2 2 2 1 1 1 2 1 1 7 6 3 4
2ESP019 Pensando na escala internet 12E estadão .EDU EDU
2 2 1 3 3 3 3 3 2 3 3 3 3 3 7 9 8 9
2ESP020 O maior vestibular do mundo 14-17E estadão .EDU EDU
0 1 2 3 2 2 2 1 1 0 1 2 1 1 7 5 2 4
2ESP021 Prioridade número 1 18,20E estadão .EDU EDU
0 1 1 3 2 2 2 3 1 0 1 2 1 1 6 7 2 4
2ESP022 Olho em biologia e geografia 22-23E estadão .EDU EDU
2 3 3 2 1 2 3 2 2 2 2 3 3 2 6 7 6 8
2ESP023 Estudo relax 24E estadão .EDU EDU
3 1 3 3 2 2 2 3 1 1 1 3 1 3 8 7 3 7
2ESP024 Raio X 26E estadão .EDU EDU
2 1 3 3 2 2 2 2 1 0 1 3 1 1 8 6 2 5
2ESP025 7 pecados da redação 28,30E estadão .EDU EDU
2 3 3 3 2 2 2 3 3 2 1 3 1 3 8 7 6 7
2ESP026 SOS animal 32-33E estadão EDU
.EDU
1 1 2 3 2 2 2 3 3 3 2 2 1 2 7 7 8 5
36 50 65 68 58 54 61 59 41 33 36 67 50 50 191 174 110 167
1,385 1,923 2,5 2,615 2,231 2,077 2,346 2,269 1,577 1,269 1,385 2,577 1,923 1,923 7,346 6,692 4,231 6,423
1,38 1,92 2,50 2,62 2,23 2,08 2,35 2,27 1,58 1,27 1,38 2,58 1,92 1,92
Modelo de caracterização de infográficos 149
Código Comentários
2ESP001 Conjunto visual marcante, com bom uso de cores e iconografia para transmitir e gravar informações. O conteúdo é bastante
completo e forma uma narrativa estruturada.
7 9 8 9
2ESP002 Conteúdo adequado (resultado de eleições) e explorando representação visual de dados quantitativos. Há algumas falhas na
representação (cores muito parecidas; o vermelho do partido colorado destaca uma informação menos importante; a organização de
bolinhas dificulta a comparação). 9 7 5 9
2ESP003 Conteúdo raso, apenas localizando as quedas noticiadas. A notação no mapa é eficaz, indicando fronteiras, a capital e destacando os
locais das quedas.
8 7 3 5
2ESP004 Narrativa pouco visual e essencialmente textual, mas com conteúdo competente (resume eventos que levaram ao fato noticiado).
7 6 2 6
2ESP005 Gráfico de barras pequeno e de baixo impacto visual, mas com uso adequado da representação gráfica e boa seleção de dados para a
cobertura. A comparação exige atenção porque cada categoria teve período diferente de vigência
7 7 3 8
2ESP006 Gráfico de aparência simples, mas que faz bom diálogo com enfoque da coluna (segurar o dólar). No entanto, não há indicações
contextualizadoras, relacionando as variações com acontecimentos. O preenchimento da área é questionável, já que a linha marca a
variação de valor (e não de uma quantidade). 9 7 3 8
2ESP007 Bom conteúdo, embora não mostre todo o período citado no título da reportagem. O uso de cores facilita a leitura e os dados estão
bem organizados, mas os gráficos de barra lado a lado esconde um pouco a "evolução".
8 7 3 8
2ESP008 Conteúdo bastante específico, mostrando apenas um ponto da reportagem. Pode haver confusão com o tipo de representação, que
privilegia a comparação de variação (mas valores bastante diferentes, até mesmo com moedas diferentes).
7 7 3 6
2ESP009 Conteúdo limitado e apresentado de maneira pouco interessante. Os valores não são mostrados graficamente ou contextualizados.
7 5 2 3
2ESP010 Bom uso de representação visual para reproduzir série de eventos. Ênfase em cor nos quadros e fios indicando posições na pista
ajudam a narrar a história. Há alguns pontos confusos: as marcações da pista não estão de acordo com escala, e confundem (há dois
pontos marcados em 330m), 4 7 8 9
2ESP011 Sumário traz informação prática e de forma textual, sem uso de cores, iconografia ou representação gráfica.
8 5 2 5
2ESP012 Receita vencedora é explicada em formato simplificado (itens), e menos usual para a prática. O conteúdo não tem camadas ou
representação visual. Formato textual e pouco interessante, sem hierarquia ou uso da organização para transmitir significados.
8 5 2 4
2ESP013 Excertos do livro complementam a reportagem, mas sem o ângulo didático e analítico. Formato textual com baixo valor estético ou
de representação de informação.
7 6 3 4
2ESP014 Quadro rico em informações e com bom aproveitamente de recursos gráficos.
8 7 6 8
2ESP015 Conteúdo completo (temporada anterior e geral), facilitando comparações e análises tanto dos times como dos jogadores.
8 7 8 9
2ESP016 Mapas numerados ajudam na localização geográfica e também dão unidade a todas as páginas de reportagem (embora isso reduza
impacto visual), destacando cada região de acordo com o enfoque de cada texto (mas a definição deixa a desejar). Sumário de serviço
é bem organizado. 7 8 6 8
2ESP017 Quadro de serviços, com conteúdo sem aprofundamento. O mapa, pequeno, tem notações fracas e confusas.
8 6 3 5
2ESP018 Pequeno e de importância reduzida; conteúdo falho por não identificar os sites (há apenas a URL, não os autores ou o tipo de
conteúdo). Organização simples limita valor de cada seção.
7 6 3 4
2ESP019 Bom uso da visualidade para representar dados; comparações de conceitos e de imagens formam boa significação quantitativa. Há
erro de informação no infográfico (produzido por um outro site), mas informação é contada de forma completa e com uso
adequado de destaques e comunicação iconográfica. 7 9 8 9
2ESP020 O infográfico acompanha sub sobre aumento do número de estudantes, mas não faz essa contextualização em seu conteúdo.
Tampouco informa a origem dos dados. A navegação é simples, mas os escores não representam o aumento proposto pelo título.
7 5 2 4
2ESP021 Leitura e compreensão de escores é simples, mas elemento tem contribuição pequena para a aparência. Não há indicação sobre
origem dos dados, e "quadrilha do Rio" entra em conflito com o texto, que cita prisão de pessoas no Ceará e no Rio nesses esquema.
Conteúdo raso, curiosidades, e não panorama. 6 7 2 4
2ESP022 Informação faz uso interessante da representação visual. Composição contribui para a aparência, embora não seja marcante. A roda
de notas é um pouco difícil de compreender: a distribuição espacial diz respeito à distribuição de pontos (que é uniforme) e sacrifica
a informação real (número de alunos). 6 7 6 8
2ESP023 O conteúdo é adequado porque relaciona sinopse e motivo, identificando também a capa de cada filme. O valor estético é baixo por
ser muito textual e usar imagens pequenas e pouco marcantes. A navegação é fácil, mas sem hierarquia.
8 7 3 7
2ESP024 Conteúdo bastante completo e informativo, mas com uso limitado da visualidade. Recursos gráficos fracos. A navegação é simples,
mas sem hierarquia ou destaques. A organização tampouco reforça a questão cronológica.
8 6 2 5
2ESP025 Há indicação de crédito e comentários contextualizando as informações. Cada número traz exemplo adequado. Formato cria
interesse, embora seja bastante textual.
8 7 6 7
2ESP026 O conteúdo deixa a desejar porque o elemento mais significativo (ilustrações de animais) se distancia da novidade da reportagem.
Mas há grande valor estético (embora um pouco fragmentada). O passo-a-passo do procedimento é organizado e ilustrado de forma
adequada. 7 7 8 5
1,182 1,636 2,409 2,591 2,364 2,045 2,136 1,773 1,136 0,591 1,045 2,136 1,727 1,682 7,364 5,955 2,773 5,545
1,18 1,64 2,41 2,59 2,36 2,05 2,14 1,77 1,14 0,59 1,05 2,14 1,73 1,68
Modelo de caracterização de infográficos 151
Código Comentários
3ESP001 Organização elegante faz bom uso de codificação por cores e escala, permitindo análise sem amontoar dados.
9 9 3 8
3ESP002 Panorama do Mercosul que não toca as críticas feitas pelo personagem da matéria. Formato de itens com algumas fotos, sem usar
significativamente a organização gráfica para transmitir significados.
7 6 3 5
3ESP003 Localização de departamentos complementa conteúdo da reportagem. O mapa faz bom uso de cores e rotulação, localizando na
América do Sul (inset) e fronteira com Brasil.
9 9 4 8
3ESP004 Baixo uso de visualidade como ferramenta comunicativa. Estrutura em tópicos privilegia dois tópicos, deixando a comparação entre
os três candidatos na forma textual. Intenção de voto em escore é pouco interessante (poderia ser mais gráfica).
7 6 3 5
3ESP005 Conteúdo raso, apenas identificando local atingido. Há algum problema de notação pelo uso de ícones idênticos para marcar o local
da queda e a cidade que seria alvo.
7 6 3 6
3ESP006 Dados quantitativos na forma de escores não facilitam análise e comparações. Dados também se restringem a fatos sem
contextualização (em relação à população? em relação a outro período?), empobrecendo conteúdo. Há uso de fotografias ilustrativas.
7 5 4 6
3ESP007 Conteúdo paralelo e limitado (2001, 2007, 2009). Seleção pouco clara, e representação "cronológica" sem destacar tipo de "ação".
7 5 2 5
3ESP008 Escore é posicionado entre duas matérias diferentes, deixando pouco claro qual é seu vínculo. Conteúdo repete informação da
matéria, sem contextualizar ou complementar.
5 4 2 2
3ESP009 Gráficos com dados abrangentes comparando dois períodos idênticos; adaptação do eixo vertical atrasa um pouco a análise. A tabela
de componentes é menos visual e prejudicada pela variação de unidade em relação aos outros gráficos (bilhões x milhões).
8 7 5 9
3ESP010 O déficit é, na verdade, um valor negativo. A representação é condizente com título ("O rombo está aumentando"), mas mostra o
déficit como valor positivo (em termos matemáticos). Conteúdo adequado ao texto, mas sem contexto.
8 5 3 8
3ESP011 Tabela de baixo interesse visual. A reportagem afirma que situação é "bem pior que se imaginava" e indica a tabela, mas essa
comparação não existe.
8 4 2 5
3ESP012 Dados rasos em apresentação mais textual e menos visual.
7 5 2 3
3ESP013 Conteúdo adequado ao comentário. Pode haver confusão com o tipo de representação, que privilegia a comparação de variação
(enquanto cada linha trabalha com unidades distintas).
8 7 3 8
3ESP014 Representação clara e adequada do tipo de informação; no entanto, reportagem destaca "maior preço em três meses", e gráfico se
limita a período bem menor (semana).
8 8 3 7
3ESP015 Conteúdo menos confiável ("segundo fontes"; "faz supor") e um pouco marginal; apresentação pouco interessante (escores) e de
leitura linear; análise limitada.
7 5 2 3
3ESP016 Gráfico simples e correto, mas pode haver alguma confusão pelo destaque na variação. Um gráfico de febre mostraria a tendência
com contexto (quantidade).
8 5 3 8
3ESP017 Casos não-relacionados; exemplos. Seleção não é clara. Quadro com três itens textuais, sem uso de visualidade para estética ou
análise.
7 6 2 5
3ESP018 Conteúdo simples e limitado ao nível mais elementar. Resultado linear e textual de fácil entendimento, mas baixo valor estético.
8 7 2 4
3ESP019 Conteúdo integra "quem" e o contexto do filme, mas é apresentado de forma pouco visual.
7 7 4 6
3ESP020 Quadro de itens; conteúdo peca na falta de informações sobre o festival em si (se toca, quando será?).
7 5 2 5
3ESP021 Informação pouco visual e sem contexto. Rótulo "ingressos" é inadequado, pois os escores dizem respeito a desconto e cota da
Conmebol.
6 5 2 3
3ESP022 Escore funciona como uma nota curta, sem explorar visualidade (mostrando a evolução, por exemplo).
7 5 2 3
27 30 37 37 34 30 30 30 25 16 20 39 25 23 108 90 61 87
1,8 2 2,467 2,467 2,267 2 2 2 1,667 1,067 1,333 2,6 1,667 1,533 7,2 6 4,067 5,8
1,80 2,00 2,47 2,47 2,27 2,00 2,00 2,00 1,67 1,07 1,33 2,60 1,67 1,53
Modelo de caracterização de infográficos 153
Código Comentários
1FSP001 Há elementos interessantes, mas a cronologia faz uso limitado da visualidade e os escores não apresentam contexto.
9 6 6 7
1FSP002 Problemas de conteúdo. Há espaço para opinativo no infográfico do ombudsman (ex: onde foi bem/onde foi mal), mas não há valor
informativo em dicas de filmes e vídeos (e sem relação contexto claro). Isso reduz a importância dos demais elementos. A seção
"assuntos mais comentados da semana" peca pela falta de dados. 6 6 4 4
1FSP003 Formato essencialmente textual. A informação é bem organizada, mas o destaque a Bruno Dantas não se sustenta com a reportagem,
que destaca Fábio Gondim.
7 8 4 7
1FSP004 Bons elementos, embora a organização não tenha sido a ideal (localização da Cúpula separou duas seções sobre exportações. Ranking
interessante, com destaques e símbolos (mas ignora valores absolutos e limita a comparação).
9 8 6 8
1FSP005 Conjunto rico em informações, mas sem evidenciar relações ou análises.
9 7 7 7
1FSP006 Pode haver confusão com o tipo de informação contida no gráfico de barra (comparação de queda, e do mesmo mês em relação a
dois períodos diferentes).
7 5 3 6
1FSP007 Mapa é plano, mas cidade tem verticalidade. Além disso, a marcação de estações de metrô deixa dúvida, já que o texto cita o
fechamento de algumas (e isso não aparece no mapa). O posicionamento e o tamanho do infográfico atraem o olhar, mas a execução
não é marcante. 5 6 4 5
1FSP008 Codificação inconsistente de cores gera dúvidas. Área apontada no insert de referência é ampla demais para o mapa destacado.
Marcações no mapa têm resultado confuso em algumas regiões (ex: galeria Olido). O conteúdo não inclui contexto (situação e prazos
do que está previsto). 4 4 5 5
1FSP009 Conteúdo simples em conjunto com finalidade prática. Não há hierarquização ou organização clara dos dados, e a formatação não
contribui para a transmissão de mensagens.
7 5 2 5
1FSP010 Lista de itens simples e sem aprofundamento.
7 6 2 5
1FSP011 Resumo competente da partida, mas sem contextualização no campeonato. Baixo valor estético. A organização não favorece a
hierarquia de informações, mas é simples e conhecida para esse tipo de conteúdo.
8 7 3 4
1FSP012 Ficha técnica padrão para jogos de futebol. Não faz menção à disputa em dois jogos no campeonato.
8 7 3 4
1FSP013 Pequeno e fazendo uso muito limitado da visualidade. Há um "jump" na seção "Seis vezes Roberto Carlos", o que é pouco usual e
pode atrapalhar a leitura.
6 4 4 5
1FSP014 Conteúdo complementar apresentado de forma textual e linear.
7 6 3 6
1FSP015 Conjunto de gráficos e escores reúne informações importantes para a matéria, e com profundidade. A falta de cores reduz o impacto
visual, além de afetar a leitura do gráfico de pizza/roda. A distribuição do ranking em colunas atrapalha a comparação e não mostra o
todo. 9 5 5 9
1,632 1,842 2,316 2,526 2,158 1,895 2,158 2,158 1,526 1,053 1,053 2,368 1,632 1,579 7 6,211 3,632 5,579
1,63 1,84 2,32 2,53 2,16 1,89 2,16 2,16 1,53 1,05 1,05 2,37 1,63 1,58
Modelo de caracterização de infográficos 155
Código Comentários
2FSP001 Conteúdo completo e aprofundado, com boa apresentação. Há uso de visualidade para posicionamento e organização dos
elementos.
7 8 4 8
2FSP002 Gráficos quantitativos adequados para o tipo de informação. Bons destaques no gráfico de barra empilhada.
9 8 5 8
2FSP003 Bom uso de rótulos e codificação por cores cria destaques e facilita leitura.
9 9 4 8
2FSP004 Narrativa escolheu foco adequado (perspectiva de investimento), mas não traz nada além disso.
9 7 3 7
2FSP005 Apresentação favorece análise e faz uso de rótulos e indicações que ajudam o leitor.
9 8 3 8
2FSP006 Infográfico não explora questão quantitativa e se limita a tabelar valores. Figuras representando cada eletrodoméstico lembram
barras e podem confundir. Dados se relacionam de forma menos próxima da abordagem.
7 5 7 4
2FSP007 É preciso atenção por causa do tipo de dado selecionado (cotação do euro em dólar) -- a linha crescente indica que o dólar se
desvaloriza! O conteúdo tem relação menos clara com reportagem, adotando abordagem diferente.
8 6 3 7
2FSP008 Sumário faz uso interessante de ícones, mas ainda é bastante linear. Seleção adequada de temas, desenvolvidos de forma breve.
7 6 4 6
2FSP009 Há alguns benefícios decorrentes do uso do mapa, mas o infográfico sub-aproveita as possibilidades. Sem tratamento mais
aprofundado da informação, o conteúdo fica um pouco superficial e o gráfico fica comum. Onde estão os 17 buracos?
8 9 4 6
2FSP010 Dados organizados, mas não hierarquizados. Dados quantitativos de tabela fazem comparação conceitual, e não visual.
7 6 4 6
2FSP011 Quadro reúne informações contidas no texto e as reorganiza na forma de sumário.
7 6 2 5
2FSP012 Sumário simples e textual não favorece comparações, além de não contribuir esteticamente para a página. O conteúdo ignora a
pauta, que destaca preços promocionais da Spa Week.
7 6 2 3
2FSP013
Organização e rotulação são adequadas, assim como o estilo do diagrama (simplificado, mas reconhecível). O conteúdo, embora
pareça completo, perde de vista ponto central da pauta (dificuldade de aprendizado). 9 7 8 6
2FSP014 Diagrama integra informações de quem e quanto, facilitando análise e leituras diferenciadas.
8 8 6 8
2FSP015 Roteiro em conflito com destaques da reportagem; conteúdo simples; apresentação se restringe a diagramação.
7 6 3 5
2FSP018 Quadro com equilíbrio gráfico, mas sem recursos marcantes. O conteúdo é amplo e a distribuição é adequada, mas a rotulação deixa
a desejar (1, 2 e 3 indicam tipos, e não passos).
7 6 3 6
2FSP019 Tabela informativa com organização adequada (prazo de inscrição, de acordo com descrição) e alguns destaques interessantes. A
ilustração não tem valor informativo.
8 7 4 5
2,125 2,5 2,438 2,75 2,375 2,125 2,563 2,063 1,75 1,438 1,438 2,875 1,875 2,25 7,563 6,75 4,625 7
2,13 2,50 2,44 2,75 2,38 2,13 2,56 2,06 1,75 1,44 1,44 2,88 1,88 2,25
Modelo de caracterização de infográficos 157
Código Comentários
3FSP001 Quadro simples, mas com ilustrações interessantes e codificação por cores eficaz. A variação não é mostrada de forma visual.
8 7 7 6
3FSP002 Informação completa e abrangente, mas apenas organizada (e não representada).
7 7 4 7
3FSP003 Resultado é atraente, embora dispute a página com várias fotos. O mapa apresenta alguns problemas de cor e contraste.
7 7 6 8
3FSP004 Gráfico exibe dados quantitativos, geográficos e de categoria. Uso adequado de escala, boa codificação por cores.
9 9 8 9
3FSP005 Informação não tem grande profundidade, mas é apresentada de forma a destacar transformações. Baixo valor estético pelas
dimensões reduzidas e pela falta de ícones ou símbolos transmitindo mensagens.
6 8 3 7
3FSP006 Informação visual, embora peque um pouco na organização (BRICs seguidos de ordem alfabética não mostram tendências).
9 7 3 7
3FSP007 Informação quantitativa apresentada de forma gráfica. Há uma pequena inconsistência na codificação de cores, e o gráfico "dinheiro
externo" dispõe dados de períodos diferentes sugerindo comparação inexistente.
8 7 5 9
3FSP008 Ordenação dos dados não parece priorizar nenhuma informação; parte significativa dos dados quantitativos não é exibida de forma a
favorecer análise.
9 5 6 7
3FSP009 Dados abrangentes, mas com apresentação pouco marcante. Gráficos trabalham com pouca relação entre eles mesmos.
8 7 3 8
3FSP010 Conteúdo faz panorama completo; gráfico de febre mostra relação clara entre dados. Seleção de informações para escore é adequada
e cria mensagem lógica. Gradação de cores no mapa (informação geográfica e quantitativa) é de fácil entendimento e lekitura (tons).
9 9 5 9
3FSP011 Mapa não traz dados (mas avaliações); cada item do infográfico não dialoga entre si. Legenda traz mesma cor para duas informações.
5 4 3 5
3FSP012 Informações dispostas de forma menos visual (calendário), mas com ênfases (ex: campanha de vacinação do idoso, que sofreu
mudanças).
7 8 5 5
3FSP013 Organização simples, mas sem visualidade. Resultado é textual, como uma lista de tópicos. Conteúdo traz o essencial, mas sem níveis
de informação.
7 6 2 6
3FSP014 Q&A sem cuidado visual. O conteúdo traz mensagem completa, embora se afaste de alguns pontos da reportagem.
8 7 2 6
3FSP015 Perfis de jogadores, estruturados em tópicos. O formato (espelhamento/inversão de meia página) dificulta a comparação.
7 6 8 6
3FSP016 Fichas fazem levantamento bastante completo, mas a apresentação é essencialmente textual, em itens. A localização de cada evento
é pouco visível, assim como as datas. Conjunto atrai o olhar, mas não desperta interesse: o soldado como metáfora é pouco eficaz;
não há imagens indicando "moda" ou com informações. 7 4 4 7
17 13 33 33 26 26 27 25 15 7 15 35 17 22 92 78 37 74
1,308 1 2,538 2,538 2 2 2,077 1,923 1,154 0,538 1,154 2,692 1,308 1,692 7,077 6 2,846 5,692
1,31 1,00 2,54 2,54 2,00 2,00 2,08 1,92 1,15 0,54 1,15 2,69 1,31 1,69
Modelo de caracterização de infográficos 159
Código Comentários
1JTD001 Boa seleção de conteúdo, complementando e contextualizando o acontecimento destacado no texto. Há organização e cuidado
estético, mas o uso de elementos visuais é restrito.
7 5 5 8
1JTD002 Sumário pequeno e textual, de baixo impacto visual. Conteúdo é superficial, mas contempla informações centrais de serviço. Poderia
ter feito uso de ícones.
8 6 2 6
1JTD003 Conteúdo paralelo, cria contexto apesar da falta de profundidade. Sem valor estético (pequeno, textual), não faz uso de visualidade
para contar história.
7 6 2 6
1JTD004 Infográfico reforça valores de forma visual, mas com prejuízo pela escala variável. Apresentação visual é equilibrada e elegante, mas
não tão chamativa. Bom uso de reforços visuais para conteúdos de destaque.
7 9 6 9
1JTD005 Baixo peso visual; dados sem contexto. Não há marcações de certas ocorrências (gols, substituições), e rótulos na horizontal e colunas
verticais podem geral dúvidas ou dificuldades de leitura. Avaliação de jogadores é quase linear.
7 6 2 5
1JTD006 Valor estético é baixo pelo uso de poucos elementos visuais e de baixa identidade. Os bonecos representando jogadores de futebol
atrapalham pela similaridade do uniforme. Mesmo assim, conteúdo tem boa relação com o tema maior (confronto) e abordagem
(estádio). 6 4 3 7
1JTD007 Resultado mediano. Rotulação poderia ser mais clara. Caráter textual reduz impacto visual. O conteúdo é raso.
7 6 3 4
1JTD008 Quadro pequeno e textual pouco contribui para a estética da página; rotulação pode causar problemas de clareza e leitura. Conteúdo
sobre o confronto é restrito.
7 6 2 4
1JTD009 Resultado mediano. Rotulação poderia ser mais clara. Caráter textual reduz impacto visual. O conteúdo é raso.
7 6 3 4
1JTD010 Baixíssimo valor estético (a lista sequer faz uso de bullets interessantes); conteúdo é prático, mas raso. Lista não faz destaques ou
organização que priorizem informação.
7 6 2 5
1JTD011 Usabilidade fraca (as perguntas são destacadas e são pontos de entrada, mas a aparência é homogênea demais). Visualmente, há
pouco impacto pela grande quantidade de texto. A fotografia é genérica e não agrega valor significativo. O conteúdo é completo e
bem desenvolvido, mas faz pouco uso da visualidade. 8 6 3 7
1JTD012 Falta informação de crédito/fonte. Estrutura simples; bullets pouco visíveis e não há hierarquização ou destaques para pontos-chave.
Visualmente, exerce alguma atração (itens), mas não contribui para a página. O conteúdo enfoca questões centrais, mas com
desenvolvimento limitado e sem uso de visualidade. 7 6 2 5
1JTD013 Ausência de crédito e fonte. A leitura é simples, mas não hierarquiza a informação. Conteúdo textual e falta de recursos visuais reduz
valor estético. O conteúdo não diz respeito a informações centrais e é composto de fragmentos. A visualidade não é usada como
recurso narrativo. 7 6 2 4
1,292 1,625 2,375 2,917 2,042 2 2,125 2 1,417 1 1,208 2,417 1,375 1,75 7,333 6,125 3,625 5,542
1,29 1,63 2,38 2,92 2,04 2,00 2,13 2,00 1,42 1,00 1,21 2,42 1,38 1,75
Modelo de caracterização de infográficos 161
Código Comentários
2JTD001 infográfico é claro e correto, mas sem fonte. A representação dos dados é interessante (rótulos em "Infrações"); "Como recorrer" é
homogênea demais. Foto e gráficos exercem boa atração visual, mas são genéricos. Conteúdo abrangente e coerente com
reportagem; análise de causas e informações práticas. 8 6 3 8
2JTD002 Falta indicação de crédito/fonte, mas infográfico é claro. Não há, no entanto, uso de ênfase visual para hierarquizar a leitura. Além
disso, o sumário não prioriza sua informação numérica. Visualmente fraco, sem qualquer tipo de elemento gráfico. O conteúdo é
relacionado, mas raso, e não faz uso da visualidade. 7 5 2 4
2JTD003 Quadro claro, apesar da ausência de crédito/fonte. Usabilidade simples; os rótulos de cada barraca ajudam a leitura, mas a proposta
de "ranking" fica devendo. Não há elementos visuais que reforcem o conteúdo ou atraiam o olhar. O conteúdo traz informação
prática, mas sem profundidade ou análise. 8 5 2 5
2JTD004 Ausência de crédito/fonte (mesmo da foto). Não faz ênfase gráfica em conteúdo; imagem pouco reconhecível, e o brasão da PM
continua escondido. Predominância de texto e uso de foto de difícil identificação (pelo recorte). O conteúdo detalha apenas um dos
aspectos do incidente reportado. 7 6 3 6
2JTD005 Falta informação sobre fonte; infográfico perde clareza pela falta de uma introdução adequada (indicando o tipo de informação).
Organização simples (imagem/legenda) se adapta bem ao tipo de conteúdo, mas destaques (vermelho) sem consistência. Detalha
informações centrais com elementos gráficos. 6 8 8 7
2JTD006 Claro e aparenta confiabilidade. Dados condizentes com cobertura. Organização facilita a leitura, mas ênfases visuais são
inconsistentes. Valores reforçados, não mostrados. Sem elementos visuais conferindo valor estético ao conjunto. Conteúdo faz bom
resumo da denúncia, embora não explore a visualidade. 7 6 2 7
2JTD007 Organização e formatação favorecem destaques; problema de leitura no insert (escuro, pequeno). Pouca influência ou atração visual
(comum, dimensões reduzidas). Conteúdo raso: mas visual (símbolos e cores adequados). O mapa não localiza pontos-chave,
servindo apenas como âncora para o leitor. 9 5 3 4
2JTD008 Não há problemas de integridade. A organização é simples, mas não hierarquiza a informação. Há baixo valor estético por ser um
elemento textual pequeno. O conteúdo destaca informação antiga.
7 6 2 3
2JTD009 Insert pouco visível e abreviação de nomes dos países vizinhos custam pontos em integridade e usabilidade. As dimensões reduzidas
e aparência comum reduzem valor estético. A informação está diretamente ligada aos acontecimentos relatados, mas os locais de
quedas não estão devidamente rotulados. 8 7 3 5
2JTD010 Boa organização, mas sem hierarquização. Alinhamento poderia reforçar as relações entre as duas seções. Há algum uso de recursos
visuais, mas com pouco efeito (resultado predominantemente textual). Conteúdo bastante informativo/útil (formato visual organiza
dados, facilita comparação), mas afastado do tema (título). 8 6 3 7
2JTD011 Falta de introdução e marcações sobre cada jogo (ex: casa/fora) reduz clareza; organização e representação literal/linear.
Contribuição visual limitada (falta de elementos gráficos; pequeno). Conteúdo adequado à reportagem, mas uso limitado da
visualidade (apenas ordem de jogos) e sem contexto. 8 5 2 5
2JTD012 Falta de introdução e marcações sobre cada jogo (ex: casa/fora) reduz clareza; organização e representação é literal/linear.
Contribuição visual limitada pela falta de elementos gráficos, além de dimensões. O conteúdo é adequado à reportagem, embora faça
uso limitado da visualidade (apenas ordem de jogos) e não contribua com contexto. 8 5 2 5
2JTD013 Falta crédito/fonte, mas não há problemas mais sérios de integridade. A organização é funcional, mas deixa a desejar em hierarquia.
Infográfico pequeno e textual, com pouco valor estético. O conteúdo é um bom resumo, embora faça abaixo uso da visualidade.
8 7 2 5
2JTD014 Infográfico dá conta das informações da partida (mas sem contexto no torneio) e organiza o conteúdo de forma adequada (até o
posicionamento dos jogadores é informado). Baixo valor estético.
7 5 3 4
2JTD015 Índices quantitativos poderiam ter escala. Formato dificulta a comparação (falta de escala e distância entre os três perfis); legibilidade
comprometida (fonte pequena em fundo escuro). Bom impacto visual (uso de fotos de ação representando personagens); conteúdo
completo (bio curta e desempenho), mas não visual. 6 4 7 5
2JTD016 Pequeno e de importância reduzida; conteúdo falho por não identificar os sites (há apenas a URL, não os autores ou o tipo de
conteúdo). Organização simples limita valor de cada seção.
7 6 3 4
2JTD017 Bom uso da visualidade para representar dados; comparações de conceitos e de imagens formam boa significação quantitativa. Há
um erro de informação no infográfico (que foi produzido por um outro site), mas informação é contada de forma completa e com
uso adequado de destaques e comunicação iconográfica. 7 9 8 9
2JTD018 O infográfico acompanha sub sobre aumento do número de estudantes, mas não faz essa contextualização em seu conteúdo.
Tampouco informa a origem dos dados. A navegação é simples, mas os escores não representam o aumento proposto pelo título.
7 5 2 4
2JTD019 Leitura e compreensão de escores é simples, mas o elemento tem contribuição pequena para a aparência da página. Não há indicação
sobre origem dos dados, e "quadrilha do Rio" entra em conflito com o texto, que cita prisão de pessoas no Ceará e no Rio nesse
esquema. Conteúdo raso: curiosidades, não panorama. 6 7 2 4
2JTD020 Informação faz uso interessante da representação visual. Composição contribui para a aparência da página, embora não seja
marcante. A roda de notas é um pouco difícil de compreender: a distribuição espacial diz respeito à distribuição de pontos
(uniforme) e sacrifica a informação real (número de alunos). 6 7 6 8
2JTD021 O conteúdo é adequado porque relaciona sinopse e motivo, identificando também a capa de cada filme. O valor estético é baixo por
ser muito textual e usar imagens pequenas e pouco marcantes. A navegação é fácil, mas sem hierarquia.
8 7 3 7
2JTD022 Conteúdo bastante completo e informativo, mas com uso limitado da visualidade. Recursos gráficos fracos. A navegação é simples,
mas sem hierarquia ou destaques. A organização tampouco reforça a questão cronológica.
8 6 2 5
2JTD023 Há indicação de crédito e comentários contextualizando as informações. Cada número traz exemplo adequado. Formato cria
interesse, embora seja bastante textual.
8 7 6 7
2JTD024 O conteúdo deixa a desejar porque o elemento mais significativo (ilustrações de animais) se distancia da novidade da reportagem.
Mas há grande valor estético (embora um pouco fragmentada). O passo-a-passo do procedimento é organizado e ilustrado de forma
adequada. 7 7 8 5
23 25 33 43 33 34 32 32 20 13 18 39 21 26 109 98 51 86
1,438 1,563 2,063 2,688 2,063 2,125 2 2 1,25 0,813 1,125 2,438 1,313 1,625 6,813 6,125 3,188 5,375
1,44 1,56 2,06 2,69 2,06 2,13 2,00 2,00 1,25 0,81 1,13 2,44 1,31 1,63
Modelo de caracterização de infográficos 163
Código Comentários
3JTD001 Conteúdo raso; escore e ficha de livro são pouco atraentes visualmente. O dado destacado no escore tampouco é claro (não é o dado
do roubo, mas um cálculo transformando figurinhas em álbuns). A posição da legenda da foto se confunde com o escore.
7 5 3 4
3JTD002 Casos não-relacionados; exemplos. Seleção não é clara. Quadro com três itens textuais, sem uso de visualidade para estética ou
análise.
7 6 2 5
3JTD003 A correspondência entre foto e legenda no primeiro quadro é um pouco fraca (ex: gravata e cores; saia como peça justa?); o segundo
quadro não relaciona imagens e épocas. Histórico é linear, com uso baixo de visualidade.
6 5 5 7
3JTD004 Infográfico se distancia do assunto principal, se concentrando em dois tipos de dores e não em efeitos do estudo. A representação
dos pontos de dor tem valor, mas não há desenvolvimento.
7 8 6 5
3JTD005 Informações complementam a reportagem, mas apresentação é pouco interessante. Formato linear, sem hierarquia visual.
7 6 2 6
3JTD006 Mapa tem rótulo incorreto (trecho destacado como "ilha de Bornéu" é, na verdade, Brunei) e não mostra a ilha na integridade,
prejudicando leitura, compreensão e conteúdo.
6 5 3 4
3JTD007 Opção por transformar apenas uma categoria (alimentação) em gráfico compromete a comparação; não há contexto.
9 8 5 8
3JTD008 Conteúdo explicativo, mas organização não favorece comparação entre categorias e tem resultado textual.
7 5 2 6
3JTD009 Gráfico organizado, mas variação de escala compromete análise. Escore tem redação pouco usual.
6 8 3 7
3JTD010 Rótulo "os preços" é inadequado, pois apenas dois dos 5 itens são preços. Formato de escores tem apelo visual limitado e conteúdo
um pouco superficial.
5 5 2 5
3JTD011 Conteúdo fraco e apresentação apagada. A organização destaca números, mas compara informações diferentes.
7 5 2 4
3JTD012 Dados quantitativos apresentados na forma de escore: resultado visual é fraco, e apresentação não favorece análises. A leitura ainda é
linear, pois é preciso ler o parágrafo de explicação de cada valor.
6 5 2 5
3JTD013 Repertório do show é organizado de acordo com intérprete. Sem hierarquia clara ou significados embutidos na apresentação.
8 6 4 4
3JTD014 Uso interessante de ícones. Sumário com funcionalidade clara na organização e rotulação
7 7 4 5
3JTD015 Uso interessante de ícones. Sumário com funcionalidade clara na organização e rotulação
7 7 4 5
3JTD016 Conteúdo informativo, mas sem valor visual. Aspecto gráfico não tem função estética, hierárquica ou analítica.
7 7 2 6
1,6 1,95 2,6 2,85 2,25 2,15 2,15 2,15 1,7 1,65 1,3 2,5 1,35 1,95 7,7 6,45 4,65 5,8
1,60 1,95 2,60 2,85 2,25 2,15 2,15 2,15 1,70 1,65 1,30 2,50 1,35 1,95
Modelo de caracterização de infográficos 165
Código Comentários
1EPC001 Conjunto simpático, mas sem grande informação.
7 6 6 4
1EPC002 Gráfico bem representado, com indicação de fonte e escala adequada. Mas não mostra o que foi afirmado no texto: qual foi a
mudança? As informações mostram um ano, e não a migração/evolução.
9 7 3 6
1EPC003 Boas intenções, mas resultado fraco. O volume contido em uma lata está incorreto (são 355 mL, e não 330), os pontos
acompanhando a ilustração estão fora de escala, e a variação horizontal não tem significado. A apresentação não permite a
comparação de embalagens (emissão x quantidade de bebida). 5 5 5 5
1EPC004 Quadro sólido, mas com algumas falhas. A organização não é clara, o valor gasto por cada parlamentar não é representado
visualmente, os gráficos de barra comparando os anos estão divididos em colunas, dificultando comparação.
9 7 8 7
1EPC005 Informação apresentada de forma bastante visual, embora o assunto não seja evidenciado na apresentação. Bons reforços no uso de
cor, embora quantidades na forma de área de círculo tornem a comparação menos simples.
9 8 5 9
1EPC006 Quadro faz bom uso de ilustração e apresenta dados importantes de forma visual; apresentação na forma de circulos internos que
formam total pode ser um pouco confusa.
8 7 7 8
1EPC007 Uso interessante de ícones, mas a visualidade não é destinada a informação real. Tampouco há contexto - são dados sem referência.
8 6 6 4
1EPC008 Boas informações apresentadas de forma visual, mas representação questionável em um dos gráficos (área de círculo, e um dentro do
outro?!).
8 6 5 8
1EPC009 Perfil padrão para entrevistados. Pouco visual, conteúdo sem aprofundamento.
8 7 2 5
1EPC010 Quadro textual. O conteúdo perde pontos por não apresentar dados, tornando-se superficial e quase opinativo.
7 7 3 6
1EPC011 Quadro bem elaborado. Os elementos são harmônicos (não disputam entre si, não distraem) e há uso interessante de recursos
visuais para gravar assuntos. Visualidade em gráficos quantitativos e mapa, mas algumas informações não usam o recurso.
9 8 9 8
1EPC012 Quadro usa ícones sem grande valor de memorabilidade; ênfase textual. O assunto é tangente e o conteúdo não contempla dados de
grande interesse; não há comparação.
7 5 3 4
1EPC013 Perfil padrão para entrevistados. Pouco visual, conteúdo sem aprofundamento.
8 7 2 5
1EPC014 Conjunto visualmente atraente e condizente com conteúdo da reportagem, mas sem contextualização ou uso da visualidade na
transmissão de significados.
8 5 7 5
1EPC015 Conteúdo é ilustrado, mas não é visual. As imagens não representam o problema levantado. Ênfase textual.
7 6 4 5
1EPC016 Informações pontuais, mas sem valor de visualidade. Ilustrações agregam pouco valor estético e quase nenhum de significado.
7 7 3 6
1EPC017 Avaliação simples e organização funcional, mas pouco inspirada.
8 6 3 5
1EPC018 Conteúdo tangente. Fotografias tem dimensões aceitáveis, mas seção não faz uso de visualidade. A organização parece cronológica,
mas não há incentivo a análise.
7 6 5 5
1EPC019 Perfil padrão para entrevistados. Pouco visual, conteúdo sem aprofundamento.
8 7 2 5
1EPC020 Conteúdo não faz uso de visualidade, mas está bem relacionado à reportagem.
7 6 5 6
1,75 2,2 2,55 2,6 2,25 2,05 2,15 2,25 1,7 1,35 1,3 2,4 1,75 1,75 7,4 6,45 4,35 5,9
1,75 2,20 2,55 2,60 2,25 2,05 2,15 2,25 1,70 1,35 1,30 2,40 1,75 1,75
Modelo de caracterização de infográficos 167
Código Comentários
2EPCJ001 Informação apresentada de forma bastante visual. Não há hierarquização.
7 6 6 7
2EPCJ002 Ranking simples, mas dá margem para confusão: ordenação não-cronológica, variação no número total mudando as posições. Além
disso, o formato não evidencia a variação temporal. O conteúdo é restrito. Uso de cor pode causar confusão (o uso de vermelho
costuma indicar destaque ou queda/negativo). 6 4 2 4
2EPCJ003 Narrativa é contada com bom apoio visual. Representação prioriza estética sobre reconhecimento (cores, perspectiva), mas com
pouco prejuízo.
7 8 7 7
2EPCJ004 Conteúdo bastante amplo e apresentado de forma visual. Recursos (gráfico de barra/queijo; mapas, escala) adequados aos tipos de
informação. Conjunto equilibrado e bem distribuído, mas exige atenção em alguns setores, como mapas.
8 8 9 9
2EPCJ005 Alto uso de visualidade, mas baixa contextualização. O tipo de categorização ("proporção da população com 1-3 anos de estudo) é
um pouco complexa. O segundo gráfico usa formato de febre, embora trate do mesmo tipo de unidade que o primeiro (e não trate
de evolução, mas de comparação). 8 6 5 7
2EPCJ006 Uso interessante de visualidade, embora sem marcos temáticos reforçando o assunto. Embora a escala esteja correta, a proporção do
gráfico e o eixo horizontal fora da marca de 0 pode gerar leitura equivocada, comprometendo a clareza.
8 8 5 7
2EPCJ007 Perfil padrão para entrevistados. Pouco visual, conteúdo sem aprofundamento.
8 7 2 5
2EPCJ008 Apesar da aparência de "mapa", sua função é quase ilustrativa. O quadro é composto dessa ilustração e de três marcações. Resultado
é um pouco confuso porque a ilustração não mostra o que é descrito (ex: a mudança de lugar). Infográfico mostra como o mapa é
organizado, e não as recomendações. 5 5 4 4
2EPCJ009 Gráfico quantitativo em período de tempo. Escala correta e uso adequado de visualidade; notação competente de cores.
9 7 4 7
2EPCJ010 Perfil padrão para entrevistados. Pouco visual, conteúdo sem aprofundamento.
8 7 2 5
2EPCJ011 Conteúdo complexo e visual. A usabilidade tem como ponto forte os destaques, mas a complexidade do quadro dificulta a
identificação de elementos e pode ser obstáculo à leitura. A grande quantidade de elementos e com grande proximidade omite
alguns detalhes de representação. 7 4 7 9
2EPCJ012 Perfil padrão para entrevistados. Pouco visual, conteúdo sem aprofundamento.
8 7 2 5
2EPCJ013 Perfil padrão para entrevistados. Pouco visual, conteúdo sem aprofundamento.
8 7 2 5
2EPCJ014 Mapa simples. Representação faz uso adequado de destaques, mas não apresenta temática da reportagem.
8 7 4 5
2EPCJ015 Guia longo e complexo. Mapa serve como guia do especial e das viagens. Cada seção traz sumários menos marcantes. O pôster tem
apresentação interessante e bom uso de ícones e cores (utilizados em cada destino), mas o uso de forma igual (círculo) para "a quem
se destina" e "o que fazer" reduz sua utilidade. 7 7 7 7
2EPCJ016 Avaliação simples e organização funcional, mas pouco inspirada.
8 6 3 5
2EPCJ017 Organização diferenciada de conteúdo textual.
8 7 5 7
2EPCJ018 Quadro composto de fragmentos textuais. Os destaques na tipologia não têm grande função.
7 7 3 4
2EPCJ019 Mesmo com o uso de fotografias, o quadro depende essencialmente da parte textual. As imagens, estáticas, falham em representar
golpes. Conteúdo raso.
6 5 4 4
2EPCJ020 Conteúdo é ilustrado, mas não é visual. Ênfase textual. Não há contextualização.
7 6 4 5
1,789 2,158 2,474 2,684 2,421 2,263 2,263 2,421 1,684 1,474 1,421 2,474 1,842 2,053 7,579 6,947 4,579 6,368
1,79 2,16 2,47 2,68 2,42 2,26 2,26 2,42 1,68 1,47 1,42 2,47 1,84 2,05
Modelo de caracterização de infográficos 169
Código Comentários
3EPC001 Dados quantitativos predominantes apresentados de forma visual, mas sem evidenciar valores ou queda.
9 7 3 8
3EPC002 Alto uso de visualidade, boa adaptação de escala. A seleção dos países mostrados não fica clara. O rótulo de "índce de mortalidade"
não informa que o valor é taxa a cada 100 mil.
7 7 3 8
3EPC003 Pôster com informações abrangentes e uso consistente de visualidade. A codificação de cores fica um pouco aquém, e muita
informação é descrita na forma textual (embora localizada visualmente).
9 8 9 8
3EPC004 Informação toca nos pontos centrais e utiliza visualidade, embora não contextualize. Resultado é pouco marcante visualmente
(genérico; pontos marcando relações não criam conjuntos claros).
7 7 3 7
3EPC005 Conteúdo é apresentado de forma visual, mas sem contexto e sem aprofundamento. Baixo valor estético. Não há hierarquia ou
ênfases singnificativas.
9 6 3 6
3EPC006 Metáfora visual inconsistente. Há conteúdo dentro da intersecção e fora da intersecção, mas com mesmo significado (alianças com
problemas). Conteúdo fragmentado e textual.
5 5 3 6
3EPC007 Uso adequado de visualidade em conteúdo bastante complexo. Pode haver problema de clareza na barra empilhada de domicílios
vagos, domicílios e população (a rigor, a legenda não é válida porque a seção "população" é a soma da barra cinza com as outras duas
(que representam domicílios e vagos). 8 8 7 9
3EPC008 Perfil padrão para entrevistados. Pouco visual, conteúdo sem aprofundamento.
8 7 2 5
3EPC009 Sumário descrevendo conteúdo básico relacionado à reportagem. Sem valor estético, sem visualidade.
7 6 2 6
3EPC010 Perfil padrão para entrevistados. Pouco visual, conteúdo sem aprofundamento.
8 7 2 5
3EPC011 Quadro completo e visual; escala, codificação de cores e tipos de representação adequados. Organização interna favorece leitura (não
é difuso).
8 9 8 9
3EPC012 Conjunto de notas. Textual, com fotos pequenas. A organização cronológica poderia ser mais clara. Pouca hierarquia e visualidade.
6 6 5 3
3EPC013 Conteúdo fragmentado, com uso de visualidade em alguns elementos (quadro de personalidades é textual; tabela não mostra
proporção/relação).
7 6 5 6
3EPC014 Perfil padrão para entrevistados. Pouco visual, conteúdo sem aprofundamento.
8 7 2 5
3EPC015 Estilo da apresentação reforça tema. Boa seleção de dados, com bastante visualidade. Organização e uso de cores facilitam a leitura e
compreensão.
8 9 9 8
3EPC016 O resultado descreve me vez de mostrar. Conteúdo sem camadas.
7 6 6 4
3EPC017 Avaliação simples e organização funcional, mas pouco inspirada.
8 6 3 4
3EPC018 Forte uso de recursos visuais (ênfase em peso e tamanho; linha do tempo; uso de cores) para hierarquização da mensagem.
8 9 7 9
3EPC019 Conteúdo não faz uso de visualidade, formando pares imagem-explicação. Boa relação com conteúdo.
7 6 5 5
20 23 23 26 21 19 20 22 17 18 14 26 14 19 70 61 49 59
2 2,3 2,3 2,6 2,1 1,9 2 2,2 1,7 1,8 1,4 2,6 1,4 1,9 7 6,1 4,9 5,9
2,00 2,30 2,30 2,60 2,10 1,90 2,00 2,20 1,70 1,80 1,40 2,60 1,40 1,90
Modelo de caracterização de infográficos 171
Código Comentários
1VEJ001 Gráfico e tabela quantitativos simples e compreensíveis. A codificação por cores pode confundir (três dos valores em azul na terceira
coluna são inferiores aos valores originais).
8 7 3 7
1VEJ002 Resumos com fotos. Uso baixo de visualidade como ferramenta comunicativa, mas o peso atrai o olhar. O formato não favorece o
conteúdo ou abordagem mais analítica/reflexiva,
7 5 6 6
1VEJ003 Resultado bastante visual, tanto para localização quanto para explicação. O conteúdo é bem apresentado, mas se limita a um
exemplo entre 12 casos e não expõe a discussão levantada na reportagem. Os números destacados não são colocados em contexto.
Pode haver confusão entre contornos de mapa e foto. 8 6 6 6
1VEJ004 Bom uso de alguns elementos (marcações no mapa); imagens grandes atraem o olhar e reforçam o conteúdo.Dependente de
sumários textuais. Conteúdo um pouco disperso (alcance de 2500m é relevante se a distância era de 25m?); desenhos de
reconstituições são representações mais artísticas que factuais. 6 6 8 6
1VEJ005 Conteúdo abrangente, mas com raro uso de visualidade e muito dependente de texto. O conjunto engloba muitos elementos
diferentes, deixando o resultado disperso. Não há indicação de fontes ou dados; um dos quadros ("marcas do tempo") compara duas
marcações opostas. 6 5 7 7
1VEJ006 Resultado confuso. Os círculos estão fora de escala (cálculo de área), e o significado (número de genes relacionados) é pouco usual.
Além disso, a leitura é dificultada pela grande quantidade de cores na legenda e a variação de fundo. Apesar de grande, o conjunto
de bolinhas não é muito chamativo. 5 4 5 6
1VEJ007 Sumário com ilustrações. Há alguns destaques na formatação de texto, mas a hierarquia geral não é tão clara. O conteúdo se afasta do
enfoque central da reportagem.
7 7 6 5
1VEJ008 Ênfase em conteúdo, com baixo valor visual. O quadro é formado de resumos sobre cada prova, com formatação adequada, mas sem
significação.
8 7 3 6
1VEJ009 Sumário e ranking são textuais e pouco atraentes. A leitura é simples, mas sem hierarquia. Conteúdo com baixa complexidade.
8 7 2 4
1VEJ010 Resumos competentes, com boa articulação com imagens (embora as imagens não pertençam ao infográfico). Não há valor
hierárquico ou analítico.
7 7 3 6
23 31 26 32 24 23 24 26 22 19 17 31 19 28 82 73 58 78
1,917 2,583 2,167 2,667 2 1,917 2 2,167 1,833 1,583 1,417 2,583 1,583 2,333 6,833 6,083 4,833 6,5
1,92 2,58 2,17 2,67 2,00 1,92 2,00 2,17 1,83 1,58 1,42 2,58 1,58 2,33
Modelo de caracterização de infográficos 173
Código Comentários
2VEJ001 Tabela diz (e não mostra) quantidades; conteúdo é vinculado à reportagem, mas não traz alguns pontos centrais. Resultado é textual,
com ícones.
8 5 5 5
2VEJ002 Conteúdo explicativo faz bom uso do fluxograma; representação de desvalorização é adequada. Imagens que acompanham quadro
são genéricas.
8 7 5 8
2VEJ003 Quadro bastante textual. Fotos de governantes têm resultado visual, mas retratos não traduzem a mensagem do infográfico.
Conteúdo não se aprofunda. Ordenação dos seis países não tem critério claro.
7 7 5 6
2VEJ004 Comparação visual tem grande valor informativo para o conteúdo abordado.
7 7 8 7
2VEJ005 Conteúdo abrangente, mas resultado confuso. Ícones olímpicos são pequenos e sem legendas; há muitas coisas sinalizadas, e com
cores parecidas. Fotos no meio do mapa poluem o conjunto. Há informações dentro do mapa, e outras em sumário.
5 4 8 8
2VEJ006 Primeiro conjunto tem aparência um pouco caótica, mas se sustenta pela numeração dos passos. A mensagem é ainda bastante
dependente de parágrafos de texto. Há valores positivos, como os ícones do segundo conjunto e o formato de passo-a-passo no
primeiro.
8 7 6 7
2VEJ007 Sumário com declarações. Conteúdo de baixa complexidade, apresentado de forma textual (não é integrado à foto). Legibilidade um
pouco comprometida com a variação de cor do fundo.
7 5 2 4
2VEJ008 Quadro informativo, mas sem recursos visuais (nem para mensagem, nem para estética).
7 7 2 7
2VEJ009 O resultado é bastante textual, mas a divisão em tópicos é eficaz. O quadro "As medidas de seu cão" faz bom uso da organização
visual.
8 8 4 8
2VEJ010 Quadro interessante e com boa organização geral. Falta citação de fontes. Imagens são ilustrativas e deixam de lado a mensagem
central. Sumários são textuais, com baixíssimo uso de visualidade.
7 7 6 6
2VEJ011 Quadro textual. A organização é facilmente compreendida, mas não valoriza enfoques.
7 5 3 7
2VEJ012 Gráfico de febre sem referecial. Efeito de perspectiva é mais estético do que funcional ou significativo.
3 4 4 5
15 13 21 19 14 18 17 14 13 11 10 18 14 17 54 49 34 49
1,875 1,625 2,625 2,375 1,75 2,25 2,125 1,75 1,625 1,375 1,25 2,25 1,75 2,125 6,75 6,125 4,25 6,125
1,88 1,63 2,63 2,38 1,75 2,25 2,13 1,75 1,63 1,38 1,25 2,25 1,75 2,13
Modelo de caracterização de infográficos 175
Código Comentários
3VEJ001 Conjunto de elementos distintos (sumário em 10 tópicos, gráficos quantitativos, representação do discurso). Resultado um pouco
disperso, e com algumas falhas (escala de palavras nos balões, escala desalinhada entre dois gráficos de febre lado a lado, gráfico de
barra com % em vez de valor real). 6 5 3 6
3VEJ002 Declarações estão organizadas de forma confusa (tem uma de 1975 no meio); míssil é pouco visível.
5 5 4 3
3VEJ003 Quadro com diversas abordagens sobre o tema. Há problema de escala na representação de camadas da Terra e algumas imagens são
pouco reconhecíveis (onde está o vulcão? a foto do Pinatubo parece uma exposão). A tabela com outras erupções não usa
visualidade de forma significativa. 7 7 8 8
3VEJ004 Vocabulário em texto, com uso quase nulo de recursos visuais. O conteúdo tem interesse paralelo à reportagem.
8 7 2 5
3VEJ005 Informação apresentada visualmente, mas de forma equivocada e que pode confundir o leitor. O primeiro quadro usa o gráfico de
pizza para representar aumento, e não quantidade.
7 4 2 7
3VEJ006 Uso interessante de símbolos e cores.
6 9 6 9
3VEJ007 Conteúdo composto em itens. As imagens ajudam a representar algumas passagens, mas o conjunto é bastante textual.
8 6 4 7
3VEJ008 Quadro textual com algumas imagens. O conteúdo traz a seção "lição".
7 6 5 4