O Diabo Coxo - Periódico
O Diabo Coxo - Periódico
O Diabo Coxo - Periódico
|ed u s P
AD L I T T E R A M
São Paulo cm Vacsímile
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EDIÇÃO FAC-SIMILAR
|ed u s P fiai
Da extensa relação que nos foi apresentada por Ana Maria de Almeida Ca-
margo, a quem encarregamos de coordenar a série, selecionamos, para iniciá-la, um
periódico que circulou em São Paulo de 1864 a 1865: o Diabo Coxo, redigido por
Luís Gama e ilustrado por Ângelo Agostini. A única coleção completa do semaná-
rio pertence à Biblioteca Municipal Mário de Andrade, que gentilmente permitiu
fossem fotografados os exemplares de seu acervo,
Interessante observar que o Diabo Coxo corresponde a um período pouco co-
nhecido da vida de Agostini, que se tornaria famoso pela intensa atividade jornalís-
tica que manteria no Rio de Janeiro até 1910, ano de sua morte. Antes de mudar-se
definitivamente para a Corte, Agostini publicou cm São Paulo outra revista ilus-
trada, o Cabriáo (1866-1867), cuja edição fac-similar foi feita em 1982, por iniciativa
do Arquivo do Estado de Sáo Paulo, trazendo apresentação do saudoso acadêmico
Délío Freire dos Santos, a quem pertenciam os originais.
Para redigir uma introdução ao fac-símile do Diabo Coxo, convidamos Antônio
Luiz Cagnin, renomado conhecedor de nossa imprensa caricata e, em especial, da
obra de Agostini. Com tal procedimento, que pretendemos repetir nos próximos
números da série, trazendo sempre um especialista no autor, na obra ou 110 gênero
em apreço, queremos chamar a atenção para o documento enquanto fonte de pes-
quisa e enfatizar seu potencial informativo.
A possibilidade de dispor de uma réplica perfeita dos exemplares originais, que
ora se tornam acessíveis a todos, deverá contribuir para a preservação da única co-
leção do Diabo Coxo de que se tem notícia, evitando seu desnecessário manuseio.
Trata-se, afinal, de patrimônio histórico que a Academia, acima de tudo, preza e
defende. Se, além disso, pesquisadores e estudiosos aqui encontrarem evidências
para fundamentar suas explicações ou para caracterizar determinadas realidades
pouco conhecidas do passado, nosso programa editorial ficará, então, plenamente
justificado.
H
á muito vivemos no mundo das imagens. Se, antes, nossos antepassados
ficavam deslumhrados com umas poucas gravuras publicadas em alguns
livros e mesmo nos periódicos ilustrados, hoje vivemos cercados por
imagens em todos os lugares e momentos. E em tal profusão que, nelas engolfados,
mais conhecemos a imagem das coisas do que as coisas da realidade. As imagens
estão por toda parte: nos apelos publicitários dos cartazes, no cinema, na tevê, nas
revistas e nos jornais, agora fartamente coloridos.
A imagem fascina o homem. Na leitura do jornal, os olhos buscam primeiro as
fotos dos fatos, as críticas das charges, as histórias dos quadrinhos. Mais que ler e
ouvir, é imperioso ver noticias. Ninguém ou quase ninguém dispensa algumas ho-
ras, minutos que sejam, diante da tevê. Ligar o aparelho, ao voltar do trabalho, já se
tornou um aro condicionado.
Era bem diferente a situação dos paulistanos antes da publicação do primeiro
jornal ilustrado e de caricaturas de São Paulo, em 1864. A fruição da imagem era, até
então, privilégio dos poucos que tinham muitas posses. Os processos de reprodução
da gravura em metal ou madeira levavam tempo e custavam caro. O povo não tinha
acesso às obras de arte, pinturas e quadros, que habitavam apenas as mansões. As
iluminuras, belíssimas e coloridas, resultado da paciência dos monges, estavam con-
finadas aos livros de horas, de propriedade dos devotos endinheirados. Os figurinos
coloridos vindos da França embelezavam, em encartes preciosos, nossas revistas de
moda, que serviam para revestir as extravagâncias de nossas damas burguesas e no-
bres. As fotos já existiam: Militão registrava nossas ruas e praças desde 1862, além
de fixar em pose posada rosros quarrocenrões e os de futuras grandes personalidades,
como Rui Barbosa, Joaquim Nabuco, Luís Gama e Castro Alves. Só nas igrejas é
que a imaginária sagrada se abria para rodos, ricos e pobres, indistintamente.
O A M B I E N T E C U L T U R A L EM S A O I
Perdida nos altos campos de Piratininga, São Paulo, entre 1840 e 1850, era ainda, no
dizer de Almeida Nogueira em seu clássico livro sobre a Academia de Sáo Paulo,
uma "pequenina e modesta cidade provinciana de tristonJio aspecto, sem movimen-
to, sem animação. Vinte míl almas, pouco menos ou mais, de população retraída,
sobretudo em relação aos forasteiros, esquivas as damas que pouco apareciam nas
ruas e escassamente ornavam com suas presenças as festas e diversões públicas, mais
raras, aliás, que as raríssimas senhoras que a elas compareciam".
A planta do centro da cidade, de 1854, indica os seus estreitos limites: a antiga
rua da Constituição, depois Florêncio de Abreu; a rua das Freiras, depois Senador
Feijó; a descida do Acu, depois ladeira de São João; e o largo do Palácio. Além
desses limites estavam as chácaras, várzeas e campos. Edifícios pequenos, igrejas
pobres, casas de taipa, telhados coloniais enegrecidos pelo tempo; rótulas entrea-
berras, de onde mulheres retraídas, reclinadas no parapeito dasjanelas, espiavam
curiosas o movimento das ruas; noites tranqüilas, sem sobressaltos, vigiadas pela
luz preguiçosa dos lampiões a querosene, embaladas pelas serenatas românticas dos
acadêmicos.
Zaluar frisava, em 1860, o papel representado pelos estudantes na pequena e
monótona capital da Província; "a mocidade acadêmica imprime à povoaçáo, du-
rante a sua residência, uma espécie de vida fictícia, que, apenas interrompida, a faz
recair, por assim dizer, no seu estado de habitual sonolência". E concluía: "tirem a
Academia de São Paulo, e esse grande centro morrerá ínanimado" É o que aconte-
cia, nas férias, quando os estudantes em debandada deixavam a cidade.
Distante de tudo e de todos, mal lhe chegavam as notícias da Corte e do mundo.
Em 1864, os transportes eram precários, apesar de prenúncíos de desenvolvimento,
[
t m ou dois dias aic Samos.em diligência, a serpentear sacolejante o tortuoso cami-
nho de Anchieta, ainda que recobetto pelo macadame recém-colocado na estrada;
depois, cerca de dezoito ou mais horas de vapor até o Rio de Janeiro.
Foi a mais tardia das províncias do Império a dispor de imprensa. O Paulista,
seu primeiro jornal, surgiu em 1823 e durou apenas alguns meses. Foi escrito à mão,
"suprida a falta de tipografia pelo uso de amanuenses, pagos por uma sociedade pa-
triótica", explicava Mesrrinho, alcunha de seu fundador e redator, Antônio Mariano
de Azevedo Marques, conhecido mestre de latim. N o ano de 1864, só O Ypimnga,
fundado em 1849, ainda sustentava a bandeira liberal. O Correio Paulistano, criado
cm 1854, era órgão oficial do governo (só em 1869 passaria para os liberais, por in-
fluência de Américo de Campos) c, uma vez ou outra, dava notícias da barca que
chegava ou partia de Santos. Em 1865, o Diário de São Paulo, moralista e reacionário,
iria servir aos jesuítas e religiosos. Além desses jornais semanários e diários, prolife-
ravam os pasquins candentes dos estudantes, em desaforada verborragia libertária,
temperada com sátiras mordazes e humor corrosivo, ao lado dos folhetins de jovens
poetas sonhadores, com seus açucarados versos românticos.
Poucos eventos, além do teatro, das missas e dos bailes esporádicos, conseguiam
encher os domingos e feriados da cidade, sacudindo-lhe um pouco o modorren-
to día-a-dia. Domingo das festas religiosas com as devotas contritas, cobertas de
mantilhas negras, acompanhando as procissões do Divino, do Corpus Chrísri e
do Senhor Morto. Domingo dos salões provincianos nos casarões de burgueses
abastados ou nobres interioranos, quando senhoras bem vestidas ostentavam seda e
cores no balão dos seus vestidos longos, e sinhazinhas, de olhos buliçosos atrás dos
leques, buscavam cativar o sinhozinho faceiro; dos concorridos saraus da Marquesa
de Santos; de um ou outro baile de mascarados em salão belamente ornado de fes-
tóes, onde rodavam os pares ao som de valsas, quadrilhas, scbottish. Domingo do tea-
tro, incipiente ainda, nas poucas casas de espetáculos, cuja assistência, ttés lustros
depois, ainda era quase inteiramente de homens: "poucas famílias pelos camarotes",
observaria com estranheza Taunay, de passagem por São Paulo em 1860.
O velho barracão da Casa da Opera, na praça São Gonçalo, hoje praça João
Mendes, há muito já fechata suas portas. A Sociedade Concórdia Paulistana exibia
alguns espetáculos mensais. Mesmo assim, o teatro despertava espectadores entu-
siastas, que se encantavam com os dramalhões românticos: As Ruínas de Babilônia,
O Peregrino Branco, O Sonho ou O Terrível Fim do Usurpador, A Pecadora, A Fa-
mília Morei, drama extraído do folhetim internacionalmene famoso. Os Mistérios
de Paris, de Eugène Sue. O Teatro São José, ao lado do Colégio dos Jesuítas, só
seria inaugurado em 1864- Nele, a atriz Júlia comoveria às lágrimas o seleto público,
encarnando a infortunada Margarida Gauthier, do drama Duas Paixões, calcado na
Dama das Camélias, de Dumas; nele se apresentariam também os irmãos Lopes,
de monumenraís narizes, em comédias hilariantes, e Vasques, o chamado rei das
cenas cômicas.
A música e o canto também não ascendiam além das modinhas e loas religiosas.
Uns poucos instrumentos animavam as festas populares e as plangentes serenatas,
que já não eram tão comuns, como revela crônica de i86o:"[...] São Paulo outrora
tão famosa pelas suas serenatas; ainda às vezes recorda esses belos tempos - e have-
rá nada mais encantador que em uma linda noute de luar uma serenata? [...] o si-
lêncio da noute quebrado pela doce harmonia de uma flauta?" Ao raiar de 1861, São
Paulo passou a contar com dois professores de música, ambos moços e talentosos:
Emílio do Lago c Gabriel Cirandou.
Apesar de tudo, São Paulo era uma aldeia grande. E começava a mudar. Nessa
década, já o café estendia sua manta pelos campos férteis da terra roxa, o transporte
em lombo do burro agonizava, a estrada de ferro começava a lançar os trilhos serra
do Mar abaixo, até encontrar o porto de Santos. Com os prenúncios de progresso,
as exigências culturais também começavam a ser satisfeitas.
Imagine-se então com que avidez nossos antepassados receberam aquele pri-
meiro número de um jornal repleto de imagens desenhadas por Ângelo Agostini.
Foi um sucesso, como ele próprio registrou numa caricatura: os leitores afoitos aco-
tovelavam-se diante da Litografia Alemã para adquirir o número inaugural de 2 de
outubro de 1864. Foi um pandemônio! Um atropelo! Foi o diabo! O Diabo Coxo
alvoroçou, de fato, a pequena e pacata São Paulo de então. Ângelo Agostini havia
chegado um ano antes: artista, formado em Paris e muito jovem.
O Correio Paulistano saudou, em 9 de outubro, a chegada do pequeno jornal
domingueiro:
O Diabo Coxo aparece em forma de jornal e promete não cair (pelo seu primeiro nú-
mero) na encharcada vereda dos pasquins. Ainda liem. já é um progresso para nossa terra
possuir uma folha do gosto da Semana lllustraâa, uma folha dedicada à caricatura, ao gra-
cejo digno c comedido.
A LITOGRAFIA
UM T I T U L O ESTRANHO
Parece um tanto estranho o título Diabo Coxo para um jornal domingueiro de cari-
caturas. Cremos, todavia, que foi escolhido com propósito bem definido, segundo o
significado do termo e as circunstâncias que na época lhes pareciam, aos redatores,
mais justas e apropriadas.
O diabo sempre foi tomado, ao longo dos séculos, como elemento infernizante.
Encarapitado no alto das catedrais góticas, lá está ele com seu sorriso sarcástico,
desde a Idade Média. Instalou-se na literatura c na arte em geral, como tema de
pinturas, esculturas, peças teatrais e romances, como o atestam as obras de Miche-
langelo, Dürcr, Bosch, Dance Alighieri, Goethe e tantos outros.
El Diablo Cojuelo, do escritor espanhol Luís Velez de Guevara, obteve muito
sucesso quando publicado pela primeira vez, em 1641. Quase setenta anos depois,
em 1707, Alain René I.esage repetiu-lhe a dose e o tom no romance de mesmo título
e assunto, Le Diable Boiteux. Era a história de Asmodeu, o coxo, pobre diabo pre-
so numa garrafa. Libertado por um estudante, concedeu ao jovem o poder de ver,
através dos tetos c das paredes das casas, o que se passava com as pessoas no seu
interior. Fórmula cômoda de o escritor retratar e satirizar, com espirituosidade, os
costumes da sociedade.
Daí em diante o demônio foi tomado como agente moralizador, crítico da so-
ciedade e dos seus erros, realizando, sobretudo através da caricatura desenhada, o
consagrado no provérbio latino ridendo castigai mores.
A imprensa periódica c ilustrada no século xix, com a invenção da litografia,
utilizou à larga a imagem do diabo: Le Diable Boiteux (Paris), El Diablo Suelto (Ma-
dri), El Diablo - Revista Infernal (Madri), Le Diable à Paris (Paris), Diable Rose
(Paris), Le Bon Diabk (Paris), El Diablo Cojuelo (Madri), Fra Diavolo (Milão), Le
Diable Vert (Paris), Gaveta do Diabo (Rio de Janeiro), Satan (Paris), O Trinta Dia-
bos (Lisboa), II Diavolo Zoppo (Miíão), O Trinta Mil Diabos (Lisboa), El Diablo
Azul (Madri), El Diablo Rojo (Madri), O Diabo Coxo (Lisboa), A Rebeca do Diabo
(Lisboa), Trinta Diabos Júnior (Lisboa), Diabrete (Lisboa), O Diabo a Quatro (Reci-
fe), Diabrete (Porto Alegre), O Diabo cm Lisboa (Lisboa), Língua ào Diabo (Lisboa),
Diabo âa Meia Noite (Rio de Janeiro), II Diavolo Rosa (Milão), El Diabillo Suelto
(Madri), El Diablo Mundo (Madri), Meftstojeles (Rio de Janeiro), O Diabo (Lisboa).
Não é de estranhar, pois, que também Agostini tenha sido tentado por um dia-
bo desses, certamente o da novela espanhola.
SOBRF. O JORNAL
AN ti l-.I.O A Ü O S T
Quem, na verdade, quiser estudar a história política de nossa cerra há que recorrer, for-
çosamente, a esse colossal fabulário a esfuminho, por onde o gênio do caricamrista perpassa
de contínuo fixando... as mazelas dos nossos próceres.
Em 1910, quando embalava nos braços a netinha Maríana, que até há pouco
vivia em Brasília a recontar saudosa as histórias do avô, morreu acabrunhado e de-
siludido dos políticos e da República. Não era aquela com que sonhara.
Hoje, no entanto, jaz completamente esquecido. Ecoam apenas algumas vozes
longínquas dos amigos e admiradores do passado:
Só lhe conhecemos uma vaidade, a de não ter precisado nascer nestas paragens do
Cruzeiro do Sul, para ser um dos primeiros, dos mais beneméritos brasileiros. [José do
Patrocínio]
A edição fac-similar que foi possível fazer do Diabo Coxo, de Ângelo Agosrini,
precursor da imprensa ilustrada em São Paulo, tem também por objetivo buscar
a revelação de sua obra, impressionantemente bela, a recuperação de sua imagem,
lamentavelmente esquecida, e render-lhe a homenagem, injustamente negada.
A N T Ô N I O LUIZ CAGNIN
Professor J,i JZícofii '(•• CciHiuniíiiçõts c Aries (USP)
DIABO COXO
São Tauío, 1864-1865
EDIÇÃO FAC-SIMILA
Acceitam-S6 arti-
goae desenhos que
oderao ser deixa-
ao Assig-na-ee na li-
vraria de M. da Cu-
nha—Rua Direita.
Sos, em carta com
direccao á redacçao
Preços : Capital 12
números 48 rs. fora
da Capital 5» rs.
na livraria do sr. Numero avulso 500
M. da Cunha—Rua
Direita.
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0 sr. senador Jobim—conduz a academia para o Rio de Janeiro 1!! Que Bonho! 11
SPECIMEN DE ORTHOGRAPHIA
Preparando-se uma uicnina para ir a URI bai- En Conçequencia de ter adoecido JI Attor Car-
le i-Diii sua mài, disse-lhe esta : doso o Espetáculo de Hoje íiea transferido pnn
—li' preciso ini>smo ijue In enfeites o melhor
possível, e que danses com certa «faceirice» etc. etc.
para achares algum namorado que se case com
tigo.
—Namorados, minha mài ? Já tenho «oi'o». SPECIMEN DE ANNUNCJOS
FABRICA DE CABOAGES DE JULHO ADãO DE
BERLIM,
SRECIHEN DE ESPIRITO DE ALGUNS
LiTTERATOS
COCHEIRA E PROMPTIDAO.
Annuncia-se medico das crianças, dizem ser
traducçãodo «aclor !.opcs».
Houtcm furam encerradas as aulas,—deveis
sahel-o. Já ouvi dizer muita couza neste mundo: que
Mais um atino, mais uma quantidade de ba- a montanha deu á luz raios etc. etc. porém que
charéis, mais uma chuva de pretendendo*. se traduzisse do francez sem conhecer-se fran-
Vida reai c positiva que suocedo aos sonhos
e as illnsões; casamentos eneommondadós, noi- cez ? Nunca, nunca ouvi dizer em minha vida.
vos promeüidos, por outra, lettras que se vão l'ara Irailuzir-sc d'uina lingua não basta co-
vencer em pequeno prazo. nlioc-T-se o Monsiour tal ou Madame tal, pre-
Ultimo raio de illusâo que vae morrer, por- cisa-se mais alguma cousa.
que o crepúsculo dos sonhos acadêmicos é o
cazamento, ou o emprego.—Emprego ou caza- Desculpe, porem é ecrlo.
menio é a felecidade para os que se despedem Emfim venha o o artista Lopes, e farei to-
dos «bedéis», dos «bancos». do possível para que os litteratos offerc:;ão um
prêmio ao novo irmãoc collega.
Ao monos o sr. faz mais que os outros: elles
IJuarta-feira leve lugar o cspcrlàcuio já uma traduzem conhecendo a lin-tia franceza, o sr.
vez transferido pela rápida moléstia do cnsaia-
dor. Felizmente u mal foi de instantes -, apenas traduz sem ler noções d'clla.
a poücia reerbeo a noticia da transferencia— Os milagres nãose explicam,
restabeleceu-se o sr. cnsaiador do cncommodn O medifo de crianças.—Deus queira que o
momentâneo.
Dou-Ilie paragens. sr. Lopesinbo níio seja o matador da própria
Km tudo vae havendo progresso ; anlcs di- «criança», se assassinal-a eu o denunciarei
zia-se— "ti l.ilheteiro adoeceu», isto hoje eria como *infan tecida*.
de máo • oslo, então levavam a moléstia para Tenho plena confiança nu seu merecimento,
uma posição mais elevada e dizem—• adoceeo o
cnsaiador». sr. U|>w.
lá diss,1 na chroniea passada o que havia de () «Diabo-ròio» sabendo da ronlado que Io-
mais uolavel na execução da Dama das Caine- dos vós. leitores, Unheis de rstar lioiileiu no
lias: l:ma Prudência de poucos annos e um (lio —para assistir ao casamento de S. A Impe-
«íjaian» de poucos cabelios. Aquella esquo- rial —offerecc-vos o retrato do sr. Co;uie d'Kn,
ceo-se de que a «prndoncifl* vem com a iilade,. Iiojc nusso 1'riupepe—ao menos mata-vos em
este que representava Armando, moço (.n.; parle a curiosidade
i-aniador de vinte e dous annos. e só por origi- Ci.mfAs
nalidade, eomprehendii que Margarida se apai-
r
^uaasso po um Armando de tão raros cabelios. i
l'ara que t ar| la cconniuia sr. Empresário '!...'
Mais meia dusia de cabelios c que lhe traria
Typ. e Litl». Allema de H. ifchroeder,
ali azo?
Sua Alteza o Sr. Conde d'Eu.
Acceitam-se arti- Aeai g-na-ae nesta (
a-os e desenhos que typoirraphia—Rua i
poderão ser deixa- Direita. Preços : •,
dos em carta nesta Capital 12 números.
•typogT&phia. Kao 4»000rs. fora da,
-se restituem artigos Capital 53000 rs.
ou desenhos. Numero avulso 500
SPEC1MEN|DE IDÉIAS
Principia ás 8 hora*.
ANNUNCIOS.
Os bilhetes vendem-se na rwi dn Protceçâo, es.
quina d<i beco dss Cofres Públicos.
Theatvo CURSO P U B L I C O DA L Í N G U A
FRANCEZA
Ezpcctaculo cm grande
gala. O c i d . d í o Lopes, ntbdito d>» CeUwto I m .
periu, rvee'«•chegadii dn sun lon<;a vingein
pela Hottentocia, onde com tanta fortuna se
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HonnPm IJT; latndor de e Melliri T y p . e Lirh. Allem.l de Henrique Schrneder.
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Capital 12 números
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Numero avulso 500
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ROMANCE D E UM ESTUDANTE
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IU n.. gr V.ür.' i em qun j
iMri^l. nílio do L i g o
meurinijiio ê o estudo e H perseverança. N«» desn Referindo-me ..os meus nrÜcioi de 14 de Dezem-
nime. Acceite ii meu conselho, e dispenso <|o bro de 1S63, e )5 da Junho de 1884, participo i> ".
••x. que se nrhii de volta de sua vingam artística, u
liiir* du jabuticnliiis.
A senhora ü . Rachel é já bnstunie conhecida n lancia dá policie, e que se acha com nnvujiau de 4
duziar, i h queijos de Minng, Usando do meu nome
U T . Henrique Luiz é n corm- incansável (nem bilhete) de diversas CSHHH cmninerci-.es. Peço
cheio de c n i g e m . '" Que fi estorno par t i n t o H V. ex. de pegal-o em flagrante delicio,
liuni Atires d'alom, nau abandonem i e levai-» em direitura paru o iofemo.—Signim»
ruça... « do cavalheiro de imbuiria, cremilo de 27 a 28 annos
de idade.
E. R. Mercê
D. Pm
Pede-as no sr. Corri»*» queira lavar i sconn no
UM C A Y A L L E I K O ,
uli.i um Bieelleula u.pel.
U M Aractíiinoa.
*% l ..-.-Si. ./í(,
Conhecemos actualinente om 8. Paula quatro Eílu especin ile iwrize* di»tingiia-ao de todas ui
peojfi de narizes, nu primeira dai qunes classifii outras pela variedade c continuada mudança de co-
Iplmn- lorido v leni|iernoiento.
Conhecemos um que nu anno de 1862 npparecen
Não fiillaremni uns narizes de couve-flor, pnrqm nus arcadas da facul<bide, alegrando exdanrdiua-
ainda n;"io os vimos aqui, e pretendemos i-sereve riamento a vista dos filbos da Minerva, com i i u
uni volume especial sobre essa anomalia da nosolo tppnrencia lucída e naaetiiwdn, e no começo do
gin, riepuíi que tivermos bem estudado teus diliWenlo iiniiu seguinte mostrou-.SR tle novo, mas com um
cji-K-l!-!-.--. uns bitucolas de uini sujipostu iiiflueneii p«rfalto mappa—muudi estendido sobre ambos o»
eleitoral que conhecemos.
Os narizes ilepimentão são volumosos, rubras, na A' ultima vê/, que vimos este. pusmoso nariz, t i -
cessa rios nn phyíionouiia dos indivíduos que os po- nbu perdido seu ilusenbo gengniphico, o representava
aiiem comii umn agulha de marear no meio do OCM. dois lindos giillus—guernesey—com as pcnnns.nrre-
no. Amno as bons pitada* de rapo e uno sán mui piudas, o pescoço estendido u os olhos afiuguaa.
to nflèiçuiidoa no cheira do rrnngnpanni a d o p a t -
clioiily- Nãu í possível iloteruiinnr os differeiiles gêneros
Os DA risca á plinntasiii, no contraria, nnrcci de arnbescns dos narizes murillulieus ; recebem to-
fnran fubricidos expressamente pura afnnnosi das as cores da palhetn, e rrproduzem todos os ibje-
labolctn de seus respectivos proprietários. Ei cios da natureza.
O caracter essencial, distinclivn, que os segrega
i nlhinnsphera constantemente impreg- de todos os outros é a variedade constante da cor :
a sciencin nosologica nuo vai além.
.,[•„„,
Uns (narizes) süo pai lido*, arredondados, «ravi
como iimn enniclia mimosa ; amia a sombra e
Faltando em narizes ««ma petlo ilizer algumas
palavras sobre a cirnam municipal.
frescura de ünw buiha expressa e snignée, enrr Pensamos que semelhantes órgãos são compleln-
essa dolicHdta flor mim H frescura de umn sombria U :ntc desnecessários em tal corporação, e isto acro-
Ih.igem; Ia vinil Ic—te acima de um bignde crespo Íamos pela inducção 0,110 fazemos, partindo de seu
como l i do carneira preto, c communicfio A vc
O fiscal da eninarn £ o seu na ri», era está txttb»-
fiiriiiro*, uma doi um angélica. "temente provado .pie tal nariz não tem nliàclo,
FaiUiemos inaia amplamente desta qunlidadedi um nariz impei teilo, e p>>r consequenein uni nn-
narisrs, e lua* ichicôes par* com os ohJMtna di í desnecessário; mas ja vimos que o nariz da
mundo t>Xteroo no noísn traindo de mvnlngia qui 'Ni,ir,L era o seu fiscal. !;.;•• o fiscal é dWMMt-
.leve s.-.hir ft luz no próximo mim. de 1665.
Kniie na narizea Á pbantntia, notaremosos nnri
ttt celestes lemarcuveis (1) pela sua fôrmn ilfiitn-
•Ia. e |ior Mia tendência n apprr.prinr.9e de tudo o
que lhes fiei por baixo dns rentaa.
PaMamoa agora noa narixa* lopeaione. F.-tn casl •
de narizes fui perfeitamente delerminnda em S.
Pnlllo no anno do 1864 ; uié enl.lo nAo tinha aido
bastante estudada por falto de instrumento", eedifi.
cios proprins prirn conter um orgao .b-tal volume.:
importância. Felizmente o «r. Qu«rtim cnnclnio o
seu Ibentro, e o povo paulistano p»''e minucioaa*
(1.) E' usado |Wf A. Herciiln.io, naonn* cniío — Estou com preguiça, pnpá.
—Contra a preguiça diligõnria, meu fillio.
AOS BANCOS
- P . , p i . B « l i . . j « f a ç . . nnoa.
—Está bom, eslá bi»i
— 0 |»npi, nao me itã Iguma COUM E c*o wniWttntfl bem roxo
Em quntqunr oecnsíftn
—Um «6. T e fttlhi ii Diabo-Coxo
—Pois queres innisl Por w r de bon intoiiçío
—Custa» tanb-inilfia 0 pnpá |ind
sueco <l'elles.
ü íí.ique-
Fiddlgoe, i
—O que c une nqnell» »mi
—Pois não vês ; snu flore
Lucas de Ataúile.
S.jaiiios em tudo iViincos
Nós lemos grandes cnhruus.
(iu'ii!i|iorIn qil'us nosiiis uniu
SI; virem l"gO em t ri peças
tine pulem, saltem nos tranci
^-r^jr-
n e c-aiáa D ™ „„«..*.• í <js gritos de dor nao cheg-ao até aeua ouvidos.
Os í-ales e os guardas toem e » „ r o r a a „ m „ « ,.. £ 0 M , m 0 0 B O m n o d a o i n I 1 0 C e i l c i a ii i
K^^C -~
Foi tal a fartura que deu para comer, estragar e levar para casa.
BÍBLIA PAULISTANA.—Moysé-s, homem de vontade forte, faz jorrar água d'um chafariz secco
ha longos annos ; oa bebreus reconhecidos, curvao-se submissos.
DIABO COXO
• ,^-^jjÉK. __._^
gggl^Mrpfl
''^V^í^-JKMB*! WYnf w * IfiP
Tiy|pi
UM ATHJiKffiNSE
Acceitam-ae arti- Aeaigna-se aeat*
gos e desenhos que typojzraphia— Bua
Soderao aer deiia- Direita. Preçoa :
06 em carta nesta Capital Vi números
typographia. Kao -?P^#f^ «OOOrB. fora da
se restituem artigos Capital 5»OO0 rs.
ou desenhos Numero avulso 500
SSSS
Ahi lem a palmatória.—Casligue-o, que muno mal se comportou na sua ausência. - Coita-
dinho ! se elle ainda agora começa a empennar,—é falia de juizo.
Náo sei o que seja, n menos que qan haja ni-i-
ENTRE BASTIDORES icia em siinilhaute expressâu.
C m mil sabonetes !
N:io te zanguei, meu amigo, não vou nili.mle, r
Iriüialcs ainda f virientfr.irie que me digna quem é nqiwllo inriivj-
Ainda. I duo que parece ser <• aeu pnrta-manla.
Então, que »á ! E'a pruilente e. nfto quero Br E' um urso.
£>nr-teo <l ue , n B C e , ' B 8 ; enlremoe. Puréin niile; U m ura..?'
meu «migu, previno-le que uma vez tâ dunlr Porém é iimuso, não ta aaeiulot,—i.lmoço uni
perderás t"da a illusan, e nenhum d ruma te fur I p f t o d e l ó d e neblina, janta (igellmliis du eslrelli.il
ceia uma taça de garoa,
E o que r»h* ?
poro* Bebe bebe água de sabío.
rnsào porqnn um quadro pnrde E «lia í
de valor quando o «lhatnns de perlo, — pela m^sm» Elln ulura-rj porque nmu n bueolína,—«lio f-K
rasio porque esfriurias se percebeases que erft" qlladrHS qu-idrndus, o diz qun >i alma azul He ozula
postiços oa dentes d» tuu namorada, que de longe
Ir-parcciao naturaes.
heroea.
Varro a pilha™ !
A h i e»Ií .1 eacadinha d» rampn, lube qiii
syphiliticoa.
Nada. nau irei «em li,—lenlio mudo de Mi
ma por ulgum alçapão. Está bom. Agorn diviau-llie no nariu, uma
Siibiniuia, e prudência. pnjaagam.
Ali! Bucólico nlé una ventas.
Ü qun viste 1 ÀhViihVilhV"
E's a maior feliz dos mortiiea. De que le ris 7
E porque? Que bicho é uquellc 1
E' um Martinho-neaenddr.
Oi ha m m íodoa para t i , e noto que aquello se
r a . — í é a l deixou do lêr para cumpri inen(ar-t
Qunl •>.
Cr, ;•.'••. -.r<: ii ,.!,. ., 11 '• • .! • tIU
l rUB '
E que bico. meu amigo ! Deu-lhe 0 cupim nn
Aquelln,—nfto v ê » !
Sim. E' u primeira dama.
B IS nos unaaioal ! M i rocommp rida c i o .
NAo 1" ndinirea, ô coatuiiis antigo. O i|Ue j u l - How d.i y o u d n , S i r i
gai q u e c l l u l ô ! B'Ingla>l
A parle,—sers. I N i o , mas compriment»
Nunca. Eítá bom.
Palita de K o c k f
Nflo. Com' '-. débil aquella dmn
Ná» é e n l n n í K',
NíLO, por certo. Nulo que nfto fim quieta.
Eutni. diia-m'0. Também faz «s travessas
!>:•.;•:!•• ! Dl mH
cia de Portugal
. , FiUlilet, (11 H r:. : =
. -•; r =:. Tr«vesean!
S i m : Bertho, Elisa, Beüi
Ah!
Quem fi tiquellc mal enc«
IV o tyrnnno.
Nfto cmprehendo.
DIABO-COXO
— K n l à u S . P.mlué um mar.
—Purguei
— Pimpie o (Augusto Ribeiro) corre sempre pai
PERGUNTA INNOCENTE
•lide. de afleicçãi
Manoel Ji>ui|uim, i
. ,lois U | H » (gennwtrn e « d o r m> c
irltn :'gen ; que c
rindo c
ii upuciiii de |WZ c bonança, a iiluilo de
>.)
S P E C I M E N DE POESIA A' estas horas já está longe de n&s, o dislineto
ibernl, ex-p residente destii piovinci», o dr. Homem
le Mello.
O d r . Homem de Mello soube ser em l i o verde*
mnos, o sem praeticu ulgimiti administrativa um
los melhores presidentes que tem tido S . Paulo.
Político de crenças firme*, de c a r a c t e r decidido
t limpo, litteratodu vastos e eonscienciososestudos,
homnin sisudo e lhano, é o dr. Francisco Mnreon-
íomein de Mello um dos membros do maior vn -
o partido liberal, u m a das reaes a desvancedo.
espera nça do pais inteiro.
ocos como os dra. Homem de Mello e Couto de
Miignlhàiis honrào e sao o ornamento da geração
á quem pertencem.
Poucas noticias que nHo sejão desagradáveis.
A academia está de loto pele perda do seu p
sado e illustre director, o conselheiro Pudre Mal
ei Jouquim do Amaral Gurgel, e pela de um i Theatro. Já todos sabem que temos entre oús o
seus filhos mais dignos de estim», o estudante Vi lista Joaquim Augusto.
lor Eluy Monteiro de Burros. Por quatro Te: Nao ha muito tempo que em um outro orgào de
(em a morte visitado a uossn academia, este unt publicidade, ou,DO partir o artista pnra a Europa.
'l'res moços, tree esperanças descerão ao lumulo dirigi-lho sentidas despedidas, hoje qoe v i l - " de
precedendo o velho, tronco nnnozo, n cuju paterna é natural que o saúde já pela prospera viu.
e bemfaseja sombra entregava-se aa suas lides, gem, já peloa louros que colheu em Portugal.
toda n mocidade nrademion. S i o de tudo sinceros os meus comprimentos «n
A falta do venerando cunselheiro Manoel J o a - artista, como muito sincero e o meu dazi-jo de vúl-o
quim indu não é hoje tâo sentida, como o hnda ser i quadro da nossa companhia dramática.
talvez no dia eiti que ellc tiver um auecessor. Paliando desta sorte nada maisfiiz esta. chronica
O governo escolherá de certo um homem igunl fiel interprete dos sentimentos do pu
em capacidade ao venerando finado, mas ser.lhe-ha ! blic
DIABO-COXO
A ira. D. Julie epresentar em seu benetic muito mais Uell >s, delineando-ao torta a sua vida de
na noite de quinta i o drama do sr. Lacerda- artista em duas únicas palavras :—talento e modés-
Trabalho e Honra ií em grypho drama rfo « tia, o que inspirou ao aulhor da poesia que se (lis.
Lacerda, porque f tribuin na noite de quinta feira estes tão liellttt vot-
* i ar. Lncerda, com» seria meu' o Olhelo de Ske/
|'enre, se acaso desse-me no trabalho de traduzi-l
Mu linpnn francesa intitula-se. aquella pwpt—Lea Tens o brilho do astro e da flori nln
crorntíi du père Martin, ou cuusii que o valha ; O perfume suave e o sentimento ;
mas o ar. Lacerda achou melhor vertondo-<> pnra n Caminha, que a modéstia o o gênio d'erle
liugun portuguesa dize-lo trabalho que não é delle. Trabalhai) para erguer-te um monumento.
c hnnra que em pouco o honra.
A sra. Julia não poderin escolher peiur drama du Hoje lem de aer representado o (trama tão
1)1» e.H(C j.i.;-!i o 8P11 Mi- n- -í"i •• i • I. heeido e ajiplatidiilo n —Graça dr. Dtua \ n a
Km lodo o correr da pcçu não luivia uma única Julia fez o papel de M a r i a ; corra o publicí
situação em que podasse brilhar o seu talento, não theatro e. vá vêr o quinto vala a sra. Julia efl
"batente n publica sensato, lembrado iln artista nos irlistn.
»«»* inimitáveis papeis da—Joanna, mulher dopovn,
da Peccadora, da Jfoftt fiwa, e du Filha do Lavra-
dor, reconhecido nos exforçoa que faz rnnalante*
mente a artista paru agradar, chnmoa-n á scemi i
brindou-» simples e sinceramente.
Chamada a sce appai ANNUNCIOS
artista de braço cnm a si
rão as palmas o cahirão . tlúie
(Sibrielln julgou (porque .ii7} que tudo nqtiillo
nlliusiFismo principia
A gradecor e atirar beijos, em quanta H sra- Julin 10UOOO
cal mu, tímida e modesta eoniorvou-ea IMI fundo dü
"cena, a vèr n sra. Gabriella colhendo flores e B|>- -de gratiflcaçAo-
idansoa que não lhe f i ao dirigidos.
á quem achar titn Caraturo meio tosado, jii apresen-
Saneio Duna ! Quão outra é a Gabriella de h< jc tado no ar. J . J . Auberlin ; fugio no dia 30 d., moz
flfl Gabriella de outros tempos I
D'ante* era a seriedade, a modexlia, hoje é o egn.
ismo unru com suna companheiras, para com a pró-
SSÃ.*d,zem hl?"M' ^ ov,r
"° n"~ ole
pria srn. D. Julia de quem é madrinha, e a queu' Qtutrii du inesinu der noticias certa, mi leva-lo ao
""entanto combate, pretendendo formar um parti. Barracão, será gratificado se exigir.
do contra elta, como se. deixou vêr tfto í i claras na
'"'itede quinta feira !
Que lucro tirará de tudo isso a ara. Gabriella,
eontra a sra. Julia que é tão geralmente estimada DIABO-COXO
e bem quisto du publico da platêa c principalmei
do publico dos mina roles! Pede-s ssignantes que n
0 que mais pretende a ara. Gabriella contra lisfiznrAo suas aasignaturas, o ubzequio de faze-lo
•em collegas que Ifio generosa mente prestarâo- por duas ra/ôes, 1. " porque o Dinl)'i-Coxu precisa
ã representar no seu beneficio, e sobre o* qm de uma oulrn muleta.
tantos males acarretou rompendo os contradita 2. = Porque este é o 8. = numero da primeira Co-
'I 1 1 '! trouxe em resultado lito cruel reducç.lu nos i lecç.áo.
danados, o que f r / que um pobre artista que mal
Podia sustentar a si e a familiacom cem mil ri
•Oensfes, não tem hoje mais do qun setenta ?
A ara. G íhriella poda orgulhar-se destas glorii Typ. e Lil. Allema de Hei
as da ara. Juün são outras, muito mais eympHlhici
Ello irt á immorlalidade atado i cilas: errantes boje, amanha serio Sias.
">ê W/oía. S
uauóc
úauao da CüACcr
Cü/icorc/iii te
$a\>ba.dz 2í" de. Jrovt
' «
Assi£Dn-se nc-f,ta
typoo-raphia— Rua
Direita. Preços :
Capital 12 números
4íl000rs. fora <t;
Capital 53000 rs.
Numero avulso 500
se pudessem estar juntai em parte alguma, Cruz acho n'elle uinn cruz de condescendência.
Eu devia também diíer que a mala nfío tem pai E 1 um seguro: estendo os dedoa sobre o lacre e—
lido, porque tanto lhe importa receber em seu sei zís ! quebro-o.
diaculpem a figura, uma demissão como çao E*là uberta a carta.
de qualquer empregado publico, e posto que seja um Tenho meda de lel-a,—deito-lhe olhos larguidos,
razão pira dizer que nao se inclina a partido ai meu ser estremece : nío é dinheiro!
gum, asseguro que é muito democrata, porque dirs O que será r
de a sua fundação estabeleceu uniu igualdade sei:
E' um nmigo que me pede.. • .
limites: neceita tanto a carta do fidalgo como i
do plelieu, do rico como a do pobre, faço esta dis O que 1
tincçâo porque nem todos os nobres tão Noticias do tlieatro !
qtll E devo sntisfazel-o 1
bres ; tanto neceita uma carta em papel setim doré
sur tranche, como em papel pardo da embrulho: K' um amigo quem pede....
Nao pensem, porém, que a mula do correio é qual-
D. Pepito.
(Continua.)
quer cousa, recebe diariamente mais visitas do qoe
iiin eleitor liberal.. ..em epochn de eleições, bem
entendido.—e oceupa um lugar muito ditttincto em
meu coração....quando traz-me algum dinheiro
polo seguro.
Para o que vejàn. Sou, por exemple, perseguido por
um cadáver, conformo a gyrin.e ameaçado com todas
—E porque elle amola dõretl
—Porque niio pode amolar ou
GARATUJAS.
n-je bello quadro : a várzea, os urubus, as flflres, os cães, os pássaros, e a immudícia '•—lospi-
raiwis, sis. IHocsí
Mudança dos jardins para o tkeatro de S.José.
I ST"
8-
f .;•
;r
Tá |
Specimen de volnnlarios paia o novo regimento dos «Cent (tardes», que vão formar-se n'um pai*
descoberto nor Gu!liver;
Que defensor da Pátria ! ! !
Hadc fazer furtuna, repetia ainda quando
HISTORIAS depois de o ter reconhecido observei o delírio
com que elle esfregava a «brocha» pelas paredes
escuras.
Depois do exterior passou o nosso lieróe a
No dia 24 de Maio de 1852 chego» ao porto «borrar» uma parte interna . . . abi viu elle por
da Bahia o brigue «Hor do Tejo» carregado do sua vez abaixo de si os artistas que cnsaiavão.
cento e vinte homens—c entre clles contava-se Oh ! que ufano parecia o «artista de brocha" nos
o heroo da historia de hoje. últimos degraos de sua escada de borrador!
líaixo de estatura, feio de cara, rico de nariz, conioerão pequenos e sem mérito aqueiles que
pobre de espirito, fértil cm sandices—são os do- trabalbavão abaixo delle?
tes principaes do nosso grande gaiato. —Tu ganhas duas patacas paraeaiases, dis-
A primeira vez que o vimos não deixou elle se-lhe um dia um companheiro, vem ser carro-
de impressionar-nos um tanlo ou quanto, pelo ceiro e teias o dobro.
modo de fallar e pelo porte pretencioso; o apo- —Não quero . . . mísero . . . aqui dislo menos
iar de immundo e trazer ás costas simples caixa das nuvens e do céo—e lá pretendo chegar.
de pinho—dissemos de nós para nós—aqucllc Oh! como era ignorante—esquecia-se de que
fará fortuna 1! o reino do céo estava-lhe já prometido—na
Dito c feito. Uma vez em terra buscou altas liiblia.
posições—c como ngo lh'as quizessem dar pela
falta de mérito—elle não desanimou de seu in- (Continua.)
tento e pensou dia e noite no meio mais facii de
elevar-se—infelizmente faltou-lhe o pão, vio-se
obrigado á empregar-se em uma «labenia».
—«Oh! que vida, e que infernou, repetia
elle muitas vezes ao dar um copo de vinho. Eu
quero subir—e hei de subic». CADÁVERES
Assim passaram-se mezes:—Iodos os dias o
sonho favorito de «subir» não o deixava;—Iodos Ha nesta cidade uma raça perseguidora de
os dias repetia elle sua phrase de esperança ! todos os seus pacíficos habitantes ; raça terrível
Uma tarde foi mandado pelo gorducho patrão como as pragas do Egyplo, assoladora como a
á cobrança de uma divida de patacos, e ao pas- febre negrads lava, puslulentacomoamorphèa:
sar pelo theatro observou alguns caiadores em é a «raça dos credores.»
suas escadas... derrepente tornou-se rubro— A academia chamou-os cadáveres por uma
recuou—e no au^c de alegria grilou «achei». requintada ironia, porque na verdade cadáveres
No dia seguinte despedia-se elle do patrão e 'o os devedores e elles corvos.
com instâncias pedia ao mestre da obra—que o Como elles esvoação sobre os pobres devedo-
deixasse «subir» em uma das escadas de caiador res, como beliscão, e como á semelhança dos
O sonho começava a realisar-se. morcegos soprão depois de morderem !
Subiu orgulhoso, ufano de si—e viu a seus Um cadáver é sentido, antes de ser visto : tre-
pés o mundo e a «populaça». sanda, embora o aromatizem de vinagre.
Dedicou-se a caiador—tornou-se mestre—e Na distancia de cem braças faz sentir a sua
dcspulava honras em questão de «alia pintura» approximação e por isso Lambem só os tolos não
(não é esla a frase) a lodo e qualquer reforçado o previnem, dobrando a esquina, seja esta em-
«mina» que por acaso aparecia ao seu lado de bora de um becco sem sabida.
brocha na mão. Como os mortos beatlficos brinca-lhe nos la-
O heroe um dia subiu tantos degráos que os um constante sorrir, espécie de cumpri-
obrigou-me a erguer a cabeça para o poder vêr. | mento e quanto mais doce é o sorriso, mais re-
donda é a cifra, mais forte o bote ao pacifico cl ro, leiloeiro, accendedor de goz, director ^ a l -
dadão. fândega, banquei.io ou actor.
O credor é manhoso como uma cobra, ardi- São estes os nossos prelúdios á respeito da
loso como um lamandua—bandeira, um abraço casta de credores, ou cadáveres que convém dis-
delle é a morte, enganador como uma sereia. tinguir dos vinagres, outra classe também ori-
Canta mais terno do que uma cigarra no ve- ginal.
ràõ, suspira que nem uma virgem sonhando Os credores ou cadáveres são lambem appe-
amores. lidados poralguns :—Ursos brancos, inglezcs na
Dividem-se os credores era nobres e plebeus, costa, e malucos.
altos e baixos, tolos e espertos, magros e gordos: Com mais vagar nos oceuparemos d'estes fa-
de cada unia deitas espécies trataremos ao de- mosos typos paulistanos, accensurios forçados
pois. da vida do estudante.
O credor tem alguma cousa de parecido com
os tremedaes: plano, risonho, florente de longe,
chama-nos, pnimcite-nos delicias, uma hora do
satisfação ; caminhamos para elle, cahimos e só
um milagre paterno ou materno, nos pôde livrar
da morte : a morte da reputação e do credito. A UMMALDIZENTE
Durante o correr do anno, comportão-semais
ou menos bem; á proporção porém que O sol
annual descamba no oceidente, vâo-sc tornando Monstro voraz e maldito
pertinazes, perseguidores. Que lodo o mundo atassaihas,
Principia o pacifico cidadão ã soffrer periódi- Que és peior que mil navalhas,
cas reducções na sua liberdade individual. Peior que as «pragas» do Egypto
A cidade, tem por exemplo trinta ruas ; até o Tu, oh seipc venenosa,
moz de Maio é livre a victima percorro-las to- Cuja áspide affrontosa
das ; nus fins de Junho já estão ellas em 27, á Tem força na alcivosia ;
lins de Agosto á 17, cm princípios de Outubro á Cuja bora o mal inventa,
10, no meiado de Novcm';ro á 5, no fim á 1 que Cuja baba peçonhenta
é a rua da Gloria, por onde cila vôa nas azas do E' peior que a hydrophobia ;
medo, ale ao ninho materno, deixando boqui-
aberto o famigerado credor, putrefacto, esten-
dido no caminho o iiogcnto cadáver.
Em S. Paulo lia diversos modos de viver, mo- Tu que aus vivos não perdoas,
dos constituídos, dclflnidos, sociaes ; à todos el- E aos mortos também alcaneas ;
les ajunta-sc um :—o ser «cadáver». Que mesmo nas acções boas
Nas ruas ouve-se á cada passo dizer: Sn peste e veneno lanças ;
Tu, cuja lingua hedionda,
—Quem é aquella espécie de Sancho-Pansa, No lodo da infâmia sonda
que vàc alli? Só vertendo amargo fel;
—Que besta de ltalaam é aquella que vai tro- Ouo lendo fuiniesde humano,
tando? f ua lininia faz mais damno
—São credores. Do que a cobra cascavel;
—Os credojes de quem ?
— De todos.
—De luilos! essa é boa!
—De todos sim ! credor é uma posição como Tu, cuja boca escumante
uitra qualquer, é-se credor, como se é rclojoei- Smiicnlc produz postema,
P'ra cá freguesão.—-Aqui amigo.—Apeie aqui patrício. A.i de nós!
-Adeos! Adeos! Obrigado pelos bons biffe^
-Também digo adeos aos meus cobres.
DUBO-COXO
Com mais horrores, que o Danle anni versa rio, mil votos á Providencia, para a sua
Produzia no seu poema; felicidade publica e privada.
Tu, que no corpo és rotundo,
Mas cujo espirito immundo
Causa tédio em demasia ;
Tu quo alardoas favores, No dia 20 do mez passado so!eranisou-se na
Mas pom Iristcs devedores Academia a collaeão do gráo de bacharel em
Não és « vinagre, és harpia » seiencias jurídicas e sociacs a setenta e noveaca-
demicos.
Foi uma festa alegre e triste ao mesmo tem-
po; ha em todas as festividades clcsle mundo
1'odi'sse o Fado igualar-1c esse—«que» incomprehensivel.
A' sorte de 1'romcUeu, Os mocos que se formarão no dia 29 deixão
E a própria liugua trincar-te amidos, recordações, a idade dos romances, das
Cos dentes que alguém do deu ! poesias, deixão as chrysalidas, o que lhes será
1'odcsse eu, co'a mão alçada, o mundo positivo, a borboleta?
De Juditli brandindo a espada Toda a despedida ó triste, ea collaeãodugráo
Dessa voz deixar-te á niingoa! é um dia de despedida, seja embora a partida
Isto cruel não pareça : para o paiz do futuro, para o Infinito.
Sem decepar-te a cabeça,
liastavacortar-te a língua!...
Temos a fazer uma pequenina reclificação.
Ha dias publicando a illuslrada redacçãodo
«Correio Paulistano» uma poesia de Laurindo Ra-
bello, disse que o próprio author a intitularão
« Canto do Cysne. »
CHRONICA Ha nisso um pequeno engano : quem deu o
titulo de « Canto do Cysne » á soberba poesia do
grande poeta, foi a redacção do « Correio Mer-
cantil.
Na sexta-feira 2 do corrente, completou trinta Fazemos esta rcclilicaçào porque muitas pes-
e nove annos S. M. O Imperador. soas tem extranhado que o próprio poeta cha-
O dia 2 de Dezembro e um dia de júbilo para masse canto do Cysne á sua ultima composição,
os brasileiros, por isso que quanto mais cresce querendo enchergar n'isso um «senão,» o úni-
em annos o Imperador, mais lhe crescem taui- co aliás que á dar-se, se poderia notar no su-
heru a prudência etinoadminislrativo^.e mais se blime cântico do faüecido poeta.
augmeatão o amor e o reconhecimento do paiz
inteiro ás suas virtudes cívicas e domesticas.
Prudente á toda a prova, espirito sagaz e cul-
tivado, o imperador calcula friamente os prós e Theatro.—Representou-se no domingo pas-
os conlras da sciencia governamental, e só lhe sado o drama francez—O Vendedor de Limona-
falhão os desejos de bem publico, quando ' das, bclla versão do sr. Ghuirlanda.
cidos pela força das circumstancias. O drama foi immenso applaudido, cabendo as
A's provas de amor ao povo, aos publicos be- honras da noite ao sr. Joaquim Augusto na parle
nefícios que elle tem sabido derramar durante o de protogonista, c ao sr. João Caetano Ribeiro
seu reinado, não pôde a nação deixar de ser re- como scenographo de uma visla de cárcere.
conhecida ao seu Imperador, fazendo no seu dia No drama só poude distinguir-se o sr. Joa-
tjuim Auguslo, porque o drama é como se diz em 0 expeelaculo de sexta-feira cm geral para
linguagem de bastidores, um solo á coros, islo nada prestou; o sr. Henrique trabalhou bem
é, havia somente um papel, sendo tudo o mais comtudo; porém as allegorias importadas de
accessorios. Portugal estiverão indignas do dia edas promes-
sas do cartaz.
IUm.°Senr.
Correra o boato de que entraria em scena no
dia ->de Dezembro o Lopes (Cardoso,) foi porém Por orden do Senr. Teneníle Itodavalha fique,
boato falso; em compensação o campanudo Vacunec avisado para seapresenlar no dia 20 do
aclor pronunciou um discurso pelo nariz na ceia Corenlc no largo de São Bento para Saber de Or-
dada a sra. Gabriclla. den para ser fardar no dia 2 de Dezembro, e es-
Asra. Gabrieila lambem fali ou : o que disse? pera que Vacunec não fatie para não ser enco-
tudo ; menos o que seria conveniente, sincero, modadacon alguma prisão.
e verdadeiro.
\ senhora Gabrieila é de uma imprudência De Sen Criada Obr.»
sem nome; não só se compromeUc, mas manda
que os seus a compromellão. FRANCISCO A. DO R.
E os dois ou Ires coguuiellos intitulados che- Cabo da I," Companhia.
fes do partido Gabricllisla que não perdem tam-
bém vasa em eompromcUe-la?
O preslito para a ceia esteve engraçado : lem-
luava o bando dos tymbales na véspera do Corpo
<le Deus: areliotcs, musica de pancadaria, o
chefe barbudo, pescador de tartarugas, merca-
Theatro do Batuira
dor de seringas, no fará, em frente entusias- RECITA EXTRAORDINÁRIA
mando a rapaziada, c no meio de toda esta cha-
rula a sra. Gabriclla, a seria senhora Gabriclla, Primeira representação do drama em £ actos
a gloriosa artista de Rio de Janeiro, aquelia que do maestro Porlugalini.
jú leve por seus applaudidores em outros tem-
pos, os Octaviauo, Manoel de Almeida, Senna O ALFAIATE GEOMETRIA
Pereira, Bittencourt da Silva, Madiado de Assis
e outros. Pelos irmãos Lopes a seena-eomica
Meu Deos! Sic tranzil gloria mundi.
NARIZ E QUEIXO
f- am pei)w> perifww
*l M. - r\ ™ gmmm
Para que serviu o niveiamenlo das ruas t Se foi bom para os cairos <los pa.-fe^uA», -w^»*
"-Io o foi pas'a i-üüiii.juiiiaOe Oos moradores.
MAIKUIAES D E BDIPICAK
—•Qacllc soilu do (ipeigue». marlamp —Ü que estás ffttondo ahi, moleque?
—1'cnba?! Não, senhor, eu não vou a - Apanhando bosta para meu sinti*
lenha, vou â GCIM<MS!:E
li's lào pallida I Porque cobrcin-lc roupas de Quanto á tudo o mais que diz o artigo « na rua,»
luelu? Alguma cousa, que eu nyo conheço, e que de certo pertence á nariguda redacção do
que ninguém talvez conhece neste mundo agi- irmão Lopes [Cardozoj é tão fulil, tão burlesco,
ta-tc o peito á noite: e como as llôres que abrem que não nos incommodainos á responder.
as corollas aos orvalhos, e á claridão da lua, as- Seria fcprchcnsivcl darmos a deixa ao sr. Lo-
sim lambem desccrra-sc teu seio ás poesias Ua pes (Cardozoj representando nas suas facetas
noite! São longas as luas vigílias, c se o teu scenas-comicas.
piano bem traduz os teus pensaros, os teus sen- liem vè o publico sensato que não faltamos às
timentos, muito deves sollrcr, porque elle bem delicadezas para com a sra. Gabriella.
doido geme! Se não considerássemos a ifritabilidade ner-
vosa da sra. Gabriella, se não fossemos genero-
sos, senão nos compadecêssemos dos já muitos
infortúnios da sra. Gabriella, ha muilo que de
um só trago da penna ou do lápis teríamos feito
—Thealro. Chegamos a magna questão, á o que talvez causaria-nos ao depois remorsos,
questão—(iabriellisla—cardozana—lopesina. mas que de certo esfriaria os seus calidosen-
Antes de tudo, demos noticiada chegada do thusiasmos.
sr. Joaquim Angusto, e da sra. Vclluti.
Antes de também chegarmos ao Club do hotel Prestes á partirmos desta cidade, convém, que
doComniercio, penniUa-nos o publico que cha- digamos á sra. Gabriella: fique cm paz e bo-
memos a sua altenção para o benelicio do sceno- nança entre os cuidados da família e do theatro,
grapho sr. João C. Ribeiro, aunuuciado para convencendo-sede uma cousa que por mais pro-
hoje. vocados que tenhamos sido, nunca nos esque-
cemos, louvor á Deus, que evamoshooien9, e
O sr. Ribeiro é um arlistaquc merece tudo do que por tanto devíamos generosidade á uma
ublico: não pouco ihc deve o tlicatro de S.
P aulo, e sem duvida que estamos em divida para
com o distineto artista, a qual, por muito gran-
fraca mulher.
Sirva isto de resposta á sra. Gabriella e de
de, só pôde ser paga com muito grande concur- consolo á nós.
rencia ao seu beneficio.
DUPS palavras agora, duas breves palavras au
artigo da sra. Gabriella, o artigo « na rua. »
Um único folhetim, quando os escrevíamos na —Theatro do Baluira.—Reprtscntou-sc o ex-
« Imprensa Acadêmica,» dedicamos à sra. Ga- ectaculo annunciado. As bonrasda noite cou-
briella, no mesmo dia de sua chegada á esta ci-
dade.
Eerão de direito aos irmãos Lopes.
O drama o Alfaiate—Geometria toca ao su-
O que dissemos nesse artigo, pelo qual cum- blime, principalmente na scena final do 3. = aclo
pre dizer, não pedimos o mais insignificante em que o protognista (Lopes—Queixo) ao sim-
agradecimento, estaríamos promptos á reprodu- ples golpe de vista, e cálculos algebricos, talha
zir, se ainda a mesma expontânea amisade nos casacas á todo o mundo, apesar de todas as « re-
ligasse á sra. Gabriella. birabollas» (comoellcse exprime.)
Talvez fosse isso um erro aos próprios olhos O drama foi applaudido amais não poder;
da sra. Gabriella, mas era a verdade que pensá- porém os bravos maisenthusiaslicos, deu-os o
mos cm melhores dias e que inda hoje reconhe- publico, á scena-comica « Nariz e Queixo.«
cemos a pezardetudo. Imagine o leitor que não poude assistir ao
Somos tão innocentes! Acreditámos tanto nas expectaculo, um homem ao modo do Jano anti-
apparencias sympalhicas da sra. Gabriella! go, um só corpo, uma só cabeça com duas ca-
O que fazer? Dar mãos á palmatória; éo ras, uma das quaes era no todo um queixo, e a
que fazemos. outra um nariz
O applauso a sccna-comica foi um riso ge- AS REBIRABOLTAS.
ral, inexlinguivcl, único, homerico.
A' esse riso do theatro iuteiro, parecia haver Subirá à scena o drama de grande expeclacu-
ressuscitado Democrilo, e que era ello quem es- )o cm 3 actos, o
lava alli n'aquclla inteira platéa, assistindo ás
pilhérias dos dois Lopes.
O final da scena-comica é dos mais interes- MARREQUINHA
santes : acaba por um duello entre os dois ir-
mãos (tudo na mesma cara!) surgindo lanto O irmão Lopes (Nariz) fará o papel de proto-
queixo e tanto nariz d'aquelle queixo e d'aquelle gonista.
nariz anü-diluvianos que metteu susto, princi- Seguir-se-ha pelos afamados irmãos a parte
palmente quando o publico os vio á saltar, à ymnastica e que consta de
cavalgar, a subir pelos camorotcs, á melter-so
por todos os buracos, á respirar de todos os Trapcsio—doubie
cheiros.
A companhia do sr. llaluira merece todos os Queixada—perigosa
favores do publico, e é com summo prazer que
cbamamos a atlenção geral para o expcctaculo Vôo—nazal.
annunciado em outro lugar da nossa folha.
Trabalho este de immcnso effeito por isso que
ura dos irmãos terá de atravessar o theatro em
toda a sua extensão, indo prender-se ao paterno
queixo,
Em um dos intervallos a orchestra tocará a
linda polka que tem por titulo
LA PATEADA
S e g u n d a feira 13 de Dezembro
Tenho a subida honra de fazer as minhas despedidas por este anno, e promclto voltar para
oova escaramuça, se me constar (o que será muito difficil) que os caloteiros forfio banidos d'es-
ta heróica cidado. — Aqui estão oi meus acolythos acrobatas, para darem satisfações aos
«cavaquislas», e podom ser procurados durante a minha ausência no «becco do Inferno».
Eu vi um padre gorducho
De eslóla esobrepeliz,
O «X80-CÕXO Ficar de todoeo!>crlo
A" sombra desse nariz.
MAYONNAISE E BIFES
Theatro do Batuira. por Ume. Hy poli te, que se pr<-sla obzequiosa-
menlo.
Entra em scena pela ultima vez o actor Car- Em seguida o sr. Cardoso, traduetor do dra-
doso, contratado expressamente pelo Thealro do ma c aullior de «boas pecas» (!)—cantará em
S. José para representar o—Medico das Crian- trajo de baleeiro, a ária:
ças, brevemente.
O Batuira—sempre coito—lamenta a perda,
que acaba de soffrer. AS INTRIGAS SEM PROVEITO
A CALVA A MOSTRA
O arlfata dispulado por GDTÉNUERG e BENVENUTO CELLINI.
AccuilsiiH ;e artigos A^i?»;i-ífi n'-M.i lypu-
•IwmbtM quo poderão aphia » 5-3000 por i 2
carta ne i meros para a capitrl ;
ry|iíiRr.iphiB. liÇOnO para Cm. Nn-
liiuern irligos • u desenlv -o avulso 500.
SAO PAULO
1 '-' :^:^r: - : • _
JORXAL DOMDíGUEIRO
!t0 DE JULHO.
JORNAL DOMINGUEIUO
Que barulho foi este, Sur. Tlioinustiulu», que honre na porta do Tlreatro cm a noite
—1*111-:! viu a greira, limo. Sur. Foi causa «.Ia Bimania uma iiiTlih.ciia du rJOjOOl) rs. irue
;i musica não admetliu.
trage deeoroso das senhoras honestas, que
Eis-me aboletado no HoM da» Quatro Ar« tem a virtuosa balda de ingenuamente surri-
(Ses. piar.jóias e fazendas de sobre os mostradores
Tem-iue dado que pensar esta denomina das lojas.
;ão. [Iorque ao transpor o limiar do celebre Terminou-se emfini a dilatada noute em
edifício deparei com uma larga taboleta, que me.—foi martyrio atro/ a encniidiante in-
qual vê-se pintadas cinco bandeiras iiidic: somnia.
ito uações diversas, o que está em contradicção
com o titulo da casa. Levantei-me : entie-abri a porta c pedi
café.
Este faoto. que passaria desapercebido ;
qualquer distraindo, a mim causou sérias ap- Meia hora depois appareceu-me uniu esga-
prohensões; porque faz que se me afigura niçada filha da Kthiopia de fôrmas oblongas e
este Hotel uma casa mysteriosa. ares acatitados.
Ciuco Nações nas bandeiras e Quatro Na- Era comprida como um soquete de peça.
ções no lettreiro?! não lhe faltando nem os pellos da ponta : so-
branceira como uma firmata; esguia como
Será o dono desta casa como os cabritos, um facão sem aço ou como as pernas sem en-
que apregoão me! e vendem aseitonas' chimento de uma atriz do theatro de S. José.
Ninguém ignora que o Diabo sabe muito Contraída c dilatava os atrombetados beiços ;í
porque é velho; e eu orgulho-me de que a feição de porca fuçadeira ou tromba de ele-
minha avançada idade forma um volumoso diaute; a marrafa acarapinhada assimilhava-
tratado das mais proveitosas licções. e a melenas de chaminé açoutadas pelo ven-
Foi esta casa fundada por certo Moiisieio to ; nada menos rasa pela frente do que pelo
que começou nesta terra por pelotiqueiro reverso. Com aspecto de quem se fax rogada
que mais tarde uietamorphoseou-se em cosi- aproximou-se de uma velha meza de pinho,
nbeiri) imperial, armador de Palácios (peço que bem pôde figurar em qualquer museu
licença aos judiciosos leitores para declarar como relíquia autediluviana e n'ella poisou
que me não retiro ao sr. commendador Palá- uma cliicara rachada, ou chaganu tisada. se-
cios, primeiro badalo da turba campanologa) gundo o dizer de certo fidalgo desta terra,
como dizia : fui armador de Palácios, iusigne contendo um liquido escuro sobre o qual
curador de lepra, phtisica, morphéa e Syphilis, boiavão algumas moscas naufragadas.
no que íe/. vasa nesta moralisada Atheuas,
em honra e proveito seu e para gloria do —Pelo Papa, mulher, exclamei, que não
Santo patrono que Ibe presta o nome. tragarei essa tisana de moscas!
Hoje, por baldrocas, pertence a outr Rem sei que os calvos fritão moscas em óleo
sieur, que si não é grande em pirolas e com elle envernisão o craneo para crear ca-
puja em peloticas ao seu predecessor. bellos; mas eu não pretendo creal-os no es-
tômago.
Dérão-me ura quarto que deita porta para
um longo corredor. Este aposento nada ti- Qual fera Parca revolvendo os grandes
nha de inferior ao que eu havia deixado no olhos que paredão duas cebolas brancas illu-
inferno. minadas, engastadas em hirtas piaçabas, ia a
P.ecollii-me com a minha mala de viagem creada responder-me, 'quando ao longe em
fechei-me por dentro e sem pregar olho posse recônditos aposentos uma voz branda, suave e
o resto do dia e toda noute entregue a pro- •epassada de melancolia repetia estes bellos
fundas meditações, que erao de quando em ersos de Lúcia de Lamermoor:
quando interrompidas pelas e-orrerias das ra-
tasanas de todas as espécies que ahundão nes- „ Tu che vedi U pianto mio,
te estabelecimento e pelo vôo das baratas „ Tu che leggi iu questo core,
que cruzavão o acanhado espaço com a 'rapi- ,, Se respiuto il mio dolore,
dez e açodamento de mulheres de mantilha .. Como iu terra in ciei non é :
em dia de procissão. „ Tu mi togli, eterno Iddio,
Sabem os bons leitores que a mantilha é o „ Questa vida disperata...
„ Io sou tanto avcnturata, de passos sob os meus pés. Que! Será um
„ Che Ia morte é un ben per me! novo mysterio ?
Dilatou-se-me o peito eminrTalma diabólica- Estarei acaso sobre as murmuvantes abo-
mente transportada voou do inferno das Qua- bodas de um habitado subterrâneo ?
tro Nações para o de Sumano e Proserpina- Tremi, não sei se de medo ou uervosa com-
0 Tritão de Bocage á foz do Tejo em bronca moçâo.
penedia minada pelas ondas salitrosas não er Puz-me attento e appliquei o ouvido ao
mais prisioneiro de amor do que eu apoiado soalho; então pude conhecer que enquan-
em minha perna bamba. to eu soffria de amores nos altos outros des-
Por São Bartholomeu! conhecidos transavão cousas sérias nos bai-
—Negra, de quem é aqueHa voz? bradei xos.
com iracundia. Tirei da algibeira uma grossa verruma de
Qual lagartixa espavorida, pondo em mo- que sempre ando munido e começava a bro-
vimento todas as juntas para de esguelha in- quear o assoalho quando bradarão-me á por-
trometter-se rápida por estreita tenda de mu- ta—Da porta da Typographia Allemã! Tirei
ralha idosa, tal a negra bambaleaudo os qua- o ferro e segui para a rua Direita.
dris ambulatórios, ciando agambia em zigue-- Até domingo, bons leitores.
zague, de cabeia á bolina, os olhos vesgos.;
muda e carrancuda, remordendo os grossos:
beiços deixou-me sem resposta, e lá se foi;
com ligeiro e saracoteado movimento caminho' NOVIDADES ANTIGAS.
dos paços culinários.
Sem proferir palavra e como allucinado 0 bnm Deruocrito ria
l)u que a nús nos causa dor;
pela magia d'aqueila voz eucantadora dirigi-) Hle mui bem o eniendia:
me apressadamente para o lugar de onde ellaj Vamos mie lambem, Senhor,
partia. Fazer t> que elle fiizia
Cheguei, leitores, e parodiando as palavras; ,V. Totmtino.
do grande General Romano bem poderá ex-i
clamar :. Vim, vi e corri! ou na phrase doi Qtmi batu h poria?
poeta bradar transido de horror: Não lenho pressa;
Gelou-se-me no peito o sangue adusto. Diga primeiro—
Que Id professa ?
E ininh'alma trocou-se pelo susto!
Derruirão-se-me as illusões fagueiras e. —Eu fui menino do choro,
de improviso achei-me frente á frente com.' E me chamo Thomazinho;
umatigura branca como uma boneca de cera,! Do Thcsouro fui continuo,
lustrosa como uma azeitona d'Klvas e nas fói Jogo á noute o pacauzinho.
mas verdadeira estatua de pão lavrada a cs
nivete. Tinha os cabellos negros a feição de
cauda muar, espavvalhadas pelos hombros á Na antiga fechadura andou trez vozes
guiza de vassoura velha e um par de olhos Mechendo na lingueta a velha chave;
esbugalhados rasgados á ehineza. Era A porta escancarou-se e teve ingresso
arcabouço de mulher ou antes um feixe de Nariz de talha-mar comprido e grave.
sentelho amarrado pelo centro.
Passei por ella espavorido. com a rapidez Cortando o leve espaço a penca ingente
do relâmpago, ou para melhor exprimir-me Metade do salão já tinha entrado;
com a indisivel ligeiresa com que um devedoi Porém de Tomazinho o corpo inoto
do Lefebre atravessa o largo do Collegío, < Nas quinas dos umbraes era esperado.
fui parar estupefacto em uma das salas fron
teiras do editício. Do curvado esporão a ponta esguia
Então' notei rumores confusos de vozes e Já da meza apoiou-se sobre o raz,
—Que diabo é ist«'í tevellios L-sjiei-taClilü a pol-tas fechadas?
Não se dá maior pôcn vergonha'/ Empulgão ns subvençSea e deitào*se a dormir!
Bem mostro (|Uf o rmpn-Mtríb clieirn a bflcalliáo.
As ilelicias de Capua ou vista interior de uma barraca de oftícial DII acampitimíntd
'/ Áf/na-Bmnca.
O templo se-fechou dos disparates, Em fim quero dizer que a tropa alegre
Tabeniaculo soberbo dos orates, Sorria de prazer com toda a gente;
Em que os gênios altivos darão fim E eu que ás affeiçoens me curvo brando
Por honra do Macedo e do Qurtim; Dos olhos despejei a grossa enchente.
QUiNT ILHAS PESCADAS A (1ANCH0. (Naporta do Cemitério).
—A respeito (te aüestados.
Que tem ouvido fallar?
(Os voluntários da Água-Br anca).
—E' que os médicos DOCíVOS
—Que vem buscar tanta gente Já podem matar os vivos
Neste mareio acampamento ? E mandal-os enterrar.
—Os famintos: o rancheiro.
A Magdalena: dinheiro.
Os parvos : seu alimento. (Despacho, aos quciximcs de um defunto
Como requer. De-se a todos
Completa saptisfação:
(Os dülctanti de S. José na nonte de 23). Aos médicos—carta livre
—Fecha a porta o João üoclieiro Aos mortos—consolação.
Na noute que aqui nos chama? !
—Que peça! que boa peça!
Não ha cache, nem calrça,
Voltemos. . . .calcando lama!. . . AO LOPES DO PARAGUAY.
Al.UAZ.AUÜA LIH1CA
I.itctu entre n itilisicn do Theatro e os ouvidos dos exnectadures.
< Krnm dez mil bois, i A pucliar Paulista
« K iloa intua selectos, i ií os paulistas quietos
12 DE AGOSTO
JORNAL DOM1NGÜEIRO
As pennas das águias e as pennas das pe- | Abençoada mocidade, que tem Orença. A
•juenas aves, promettein grande vôo nos ares | crença é a Fé. A Esperança deve animai-»,
do Arehiro Lillerario. | se a Caridade do publico for justa.
Enroscado tem o bico, Para mais divertir-vos, insufflci-lhi;
Pertence á raça volante. Encontrados paixões ao dar-lhe a vida.
Do orgulho o mais estulto íil-o preza,
Não diz a historia quem fosse Formei-lhe o coração de fel e ceno,
D'este instrumento o autor; E no bojo vazio de seu craneo
Porém afirmão que fora As fumaças soprei do meu cachimbo.
Um galhardo furador. Bem vedes, que o boneco é curioso,
Ha de assnz divertir-vos certamente.
A pólvora dizem irue um frade, Espero que no espaço de algum tempo
Descobrira por accaso; Entretidos com elle, estas abobadas
Si outro a verruma forjasse Não fareis estrugir com vossos gritos;
0 mundo poriào raso. Concedeudo-me assim alguns instantes
De plácido repouso e doce somno,
Em paga do prazer, que vos ofPreço.
•alvaçíio da pátria agrícola pelos engenhosos lords A. Cotton e II. Cottou Gin.
ASSííHíI-íI; n'cí(a typ.i-
raphin •> .VN100 por 12
lumerna pura a capiuil:
B&OIO para fura. Nu-
aviils.. 500.
JORNAL IHiMINi.CKIKn
llm. Snr. S. Pedro:—Faça-me o favor de dizer si esteve ou nilo em Roma; porque des-
contiio que aquilJo lá por baixo acaba em grande pancadaria.
—Ora sebo: diga a esses diacutidores que não me amolem; e qttu víto u . . . . Cotia per-
guntar ao vigário.
poderia fazer na fabrica de Ypanema. Uni
tropeiro que estava a meu lado exclamou com
Diabo Coxo. admiração:—De certo ha de ter umas dez pes-
soas dentro do caixão para virar as rodas!
Até um empregado publico de elevada cntlu*-
OCCUKKESCIAS DA SEMANA.
í^orta disse que lá não fora porque não queria
ser testemunha de desgraças!....
Antes de dar cabida ás eousas irrisórias Dizem que o sr. Fagundes abundou em café
por sua naturesa tratarei de um facto, que e orebata para os seus amigos que bí furão;
profundamente magoou aos bons paulistas. eu, porem, nada vi.
Retirou-se para a Europa o sr. dr. Guilher-
me D. Reimudt. medico distincto, que gran- Houve no dia de S. Tbeotonio uma folgaso-
geou a publici estima no curto período na pândega em certa casa da rua da Consti-
que aqui se demorou. tuição.
A classe dos desfavorecidos da fortuna, que Estavão (erào trez Gallileus e três bellas
avulta 11'esta cidade amargamente deplora a Magdaleuas) estavão brandamente postos sob
partida d'csse amigo prestimoso, medico infa- os ternos influxos das baechicas HbaoÕes
tigavel, caridoso sem alardo, que tantas lagri- quando dois bárbaros Fariseus disfarçados
mas enchugou aos desvalidos no obscuro th entrarão de chofre e a duros piparotes de pe-
gurio da virtude. roba poierào na tangente os três amave-ís li-
Escrevendo estas linhas não faço mais do badores. Reinou grande susurro e uma das
que reproduzir os sinceros sentimentos de morenas filhas de Jerusalém cabia prosaica-
quasi uma população inteira, aos quaes uno mente dentro de uni grande balaio de garra-
as minhas amistosas sympathias, para que fas de cerveja, do que ainda hoje conserva
saiba o sr. dr. Reinhardt, que o Diabo não é vestigios.
tão máo como 110 pintão; e se não fora o hor- Conquistado o posto os Fariseus diverti -
ror que tenho pela medecina dava-lhe um rão-se á larga ã custa dos fugitivos.
abraço de Tamanduá. Terminou a festa com tremenda muafa de
EBtá findo o canto-chào. uma das sacerdotisas.
Chegou á capital, quero dizer, achacara do „Pede-se ao sr. Diabo Cozo, que por ser
sr. Felicio Fagundes, meia legoa distante leal e inimigo do bicho "raposa fuzile na se-
d'esta cidade, a primeira locomotiva da es- ihoraN.... para que não se acostume a comer
trada de ferro. ^allinbas d'aquellas que certo joven bifa á
Segundo proclamarão as pujantes redacçõe: noute nos quintaes dos visinbos.
do Diário de S. Paulo e do Correio Paulistano „Si ella gosta de gallinhas que choque ovos
forão os trens comprime atados por uma multi- irie pintos."
dão de pessoas gradas entre as quaes avulta-
vâo os exímios diaristas, reinando entre todos O inimigo da filança
indisivel enthusiasm n.
Não creia, porém, o respeitável publico Dizendo certo advogado, ha poucos dias,
n'esta verdade do 1." de Abril; são palavras 1 uma das sessões do jury, que alei crimi-
tabelliõas, que servem de preâmbulo em todos nal em nosso paiz só era applicavel aos po-
os noticiários. bres, tra quanto que os fidalgos, e os barões
As pessoas que lá forão admirarão de boeca d'ella estavão iseutos, porque similhnntes ao
escancarada a tal cousa, e algumas mais cu- mentecapto não tinhão imputabilidade, levau-
riosas, senão tolas, aproximarão-se d'ella tou-se um cidadão jurado que tem arrobos de
para verificar si era de ferro ou de borracha!... estribeiro e furioso como um bode em tempo
outras murmuravâo com desdém:—pensei que de verão, exclamou:
fosse obra mais custosa; porque melhor Repilo a insinuação; eu também sou fida!-
go e não sou louco. • Tenho um primo barão
feito por Sua Magestade. SAUDAÇÃO
„Retire a expressão; porque eu não consen^
tirei que se menoscabe a obra do Monar- A O SR- H- M- D E C
cha...."
E ficou o publico sabedor de que os fidal- Distincto actor
gos e os barões são obrado Monarcha
dos
„ Pergunta-se ao Diabo Coxo se os estudan-
tes que se tem offerecido para Voluntários da Brados da Pátria.
Pátria hãode defendel-a de frente e de mo-
chila ás costas ou de banda como officiaes?" Scentelha viva na amplidão cerulea,
Um Voluntário artista. No fluido aéreo, no zimborio infindo,
Oh fulge, fulge radioso lume,
Apesar de ser eu o l}Íabo e de crer firme- Nimphoide bello n'um salão que á lindo!
mente no patriotismo da mocidade não sei
o que lhe diga, sr. Voluntário. Na curva etherea que os planetas cobre,
Aonde nadão os subtis vapores.
—O que houve na reunião presidencial? As densas nuvens as sidereas luzes,
—O presidente pediu o concurso de todas as Tu brilhas, brilhas, com gentis fulgores!
escrecencias políticas para a organisação de
novos batalhães de voluntários. No largo aberto, na extensão sem fim
—E o que responderão essas eminentes Aonde nasce a carabiante aurora,
protuberancias? inca empalleças desmaiando á tarde,
—Que s. ex. fizesse o que lhe viesse á mente, Bem como um anjo que febril descora....
porque, depois da obra, acabada todos dirião
amen mais alto ether lia um igneo facho,
—E o povo, o que dirá de tudo isto? Um fogo eterno que clarea tanto!
—Q-.ie para onde o nosso mestre mandar ire- Um olho aceso contemplando os orbes,
mos todos. Como èlle, brilha, o teu engenho santo!
SÃO P A U L O i DE SETEMBRO
10I1XAI, D O M I X ( ! l " K i J i O
*z ra^s"."
Os ricos fazendeiros d'este Município quo- Jesus com um pão e cinco peixes deu de
tisarão-se para mandar imprimir em volmuo comera mais de cinco mil pessoas, di;t a his-
todas as poesias patrióticas recitadas nos tbea- toria; porém o Evangelista afllrma que muitos
tros do império, nas praças, nas reuniões par- forão os balaios de espinhas e fragmentos de
ticulares e mais as que tem sido publicadas pão que depois encontrarão-se; o que contes-
pelas gazetas, afim de serem enviadas ao Ge- ta cabalmente a existência do milagre, porque
neral em chefe dos exércitos alliados e empre- parte não pôde ser maior que o tbdo,
gadas como buchas de peça contra os bárba- Senhores viajantes! Ao Tbaumaturgo!
ros paraguayos. Aqui é que está o milagre, porque os fre-
Um medico distineto dVsta cidade reprova gueses só deixão o dinheiro.
similhante idéia como meio ignóbil de fazer
a guerra; porque taes poesias produzirão ei
tre os inimigos terrível peste ou devastado!
epidemia.
(Carta pmlietilar.) Autographo.
(Minuta àc uma representarão feita por certo
empregado da capital, e por elle apresenttida a
liguem para corrigil-a.)
An núncio. Exro. Sr.
ATTENÇtO! ATTENÇÀO! Tendo-se fechado por ordem da câmara,
mas sem propagação de impostura a entrada
Jesus perante o século! do rego lateral que atravessa ambíguo a mo-
No ponto das Caveiras, estrada da capital! derna ponte do beco de Santa Cruz onde os
cidade de Santos, ha um prodigioso thauma. galés vasavão os cubos de matérias fiscaes,
turgo que se propõe a praticar espantos sem represento á V. S. sobre a necessidade de ser
B observadores. mesma câmara franqueado o supra dito
para que n*elle continuem os galés a fa-
zer o seu despejo isto em proveito dos guar-
MARAVILHA SEM PAR ! das nacionaes que por serem muito estúpidos
Myst&ioso jantar nos esquisitos da cidade podem ser enganados
e pegarem na velhacaria dos mesmos cujos
para nove pessoas! que estão sempre com vontade de fuga.
TJm pequeno prato de feijão pouco adubado, S. Paulo, etc.
Um dito de arroz simples como a natureza, F....
Nervosa commoção as bragas rompe-lhe
Meus amores. E fica como Adão no Paraíso.
Prelidão de amor,
'lã" leda a fljurfi, Meus amores são lindos, côr da noite
Que a nnve lhe jura, Recamada de estrellas rutilantes;
Que mudnra a cor. São formosa creoula, ou Tethis negraj
C i ii õ ES .—o lindeiias.» Tem por olhos dons astros scintiillantes,
Meus amores são lindos, còr da noite
Rccamada de estrellas rutilantes;
Ao ver no chão tocar seus j.
São formosa creoula, ou Tethis negra,
Calçando de setim alvas chinellas,
Tem por olhos dons astros sciiitilla-utes.
Quizera ser a terra em que ella pisa,
Tornal-ns em colher, comer com ellas,
! [lESETEMBKO
—Oh, roeu pae, viuheis no carro de ferro? —O que é preciso mais a quem embarca-se
—Sim, meu filho!... i estradada ferro?
—Fazer testamento e segurar BWMl Quem quizer venha ao Palheiro
Desta nossa aasembléa,
Santos, 7 de Setembro. Ha-de vêr línguas farpadas
Meu caro doutor Argus. Em bocas já desdentadas
E' preciso que envieis, para aqui, quanto Maculando a houra alheia.
antes, a Morte para dar cabo doB membros do
concelho de qualificação da guarda nacional,
que ameação mandal-a em peso para o Sul, Ha-de ver velbos devassos
Salvai-nos d'essa calamidade doutor. Como em Intrica orgia.
Vosso amigo Já vergados nas cernelhas,
Firmino. Memorando infâmias velhas
P. S. Recommendo-vos que a não man- Com satânica alegria.
deis pela estrada do ferro para que não fique
enterrada na várzea, do Brás á guisa de loco-
motiva em dia de inauguração. Ha-de vêr o extincto frade,
Co a bochecha rubra e gorda,
Àffirmão que á férrea estrada Acerando o epvgramma,
Nem se qner poupando a ama,
Presidiu malina estrella; Que lhe faz em coza a sôrda.
Porém eu julgo que o mal
Era vir um padre n'ella.
Ha-de vér o milionário
Brazilciro, com mil tretas,
A coutar, cora sujas cores
O seu a seu dono. As lendas dos seus amores
Com as suas. trinta pretas.
A CESAK O que é de César,
Aosvelhos o que é doa velbos!
Quem da crytica se encarga, Estes taes são os que infamam
Deve andar estrada larga A raocidadeinfeliz!
E não motter-so por quelhos. São estes em cuja tez
0 óleo da estupidez
E' da vergonha o verniz,
Sou assim! E mais sou velho
Mas a verdade é também,
Custe embora a quem custar, A mocidade não pode
A verdade hei-de-a faílar Vencêl-os, não pode, não!
Seja em mal, ou seja em bem. Dominam, são respeitados,
Representam vinculados
Os tempos da corrupção.
Epaminondas Tebano,
A Concórdia e o Naciottal.
Nem a rir disseram petas: Nascidos, quando por terra
Eu também como as gazetas, Os homens lançaram Deus ;
Sou da honra o pedestal. Tem só fé no sensualismo,
E escarnecem com cyiiismo,
As crenças filhas dos céus..
Não consinto que se diga,
Que só lavra a corrupção
Nas entranhas dos mancebos. Gangrenado o corpo e alma,
Eu conheço muitos gebos Sem saber, e sem piedade,
Corruptos de profissão São authomatos de barro,
ESTRADA l|K'"H niRBO.
l'o«i,,ò mm depois do J< w «Mtr,,,,, B ,,,, S(.t,„
mm
A Supressão dos quartos deu vnlur subido irns nlijectos supra: pela prcoisfto i^nedelli» tem
os aluamos: quem ns puder introduzir na academia terá um diploma de hemfeito]: acadêmico
- j m I - sp •;•-'
.lOltN.U, DüMIXdfKIli
METAMOUPHOSKS.
—Que fazes alii. pobre diabo ?
—Ai, senhor, estou Coademnndo a morrer de fome; a-estrada de ferro tirou-nos o tra-
balho e com ellc foi-se o milho, o capim e outras pastagens.
—Cala-te (lutelii. Vou fazer de ti alguma cousa dandu-ta uma UOKíçSO social, que ma-
tará de inveja aos teus irmãos. (Continua.)
SEDE DE TANTALO.
—Meu bom SBiigo c senhor TliomaZ- Agra- —Ah, Padre liaculháo! oude estás, que
deça cin meu nume nos dijcutidores do Cor- ,ão corres em busca da vi "araria de Itíi'
mo 1'milisluiio terem deixado de amolar-me a
paciência. Diga-lhes. que uSo vou pessoal-
mente porque temo encontrnr*me abi pelas
ruas algum estudante vaista. gente de quem
He teme o próprio J>iabo,
A
- S e (• itigirie do diabo riào me paga a mula \> rendo -lhe a comitir
>AVID CANAVARSie
JOHN AL 1 I O U ! N ( . , ' í ; N : í
.•''•••...
Ǥsrw --*$
Como ulle toma o* dores por não Runr nu QIIIííII disse ijiiu eu eslava btm «£»-
ribeiro, fê-se obrigado ;) fieíir com u mbniln- i-ad-í? Coinn num ;io menos me pu2erão
•m s<<ihrançu no seguro, ajrorti se forem
•íiliaícs que me tomem st segurar, que.
;{fjnr<tfi('iiir 1 1 ' M i i i ;i i u i r i : .
Diabo Coxo. dos mililnres ; as pernas tornarão-se-lhes de
chumbo. . . . Deu» kz otía fr.it . . . .
Mas que ! . . . pareces desviar-me das ban-
das do Lopes Geometria, (que entre parenthe-
UMA EXCLUSÃO NOCTÜRKA, ses nada entende d'estas metaphisicas linea-
res). E' eirCteu cadáver V . . . Nao o temas ;
—Quero levar-te, leitor, á um curioso espcc- os d'esta espécie—acolhem-se ao tepido am-
tacnlo. -. . biente d'is lençóes á iiora, em que os outros
—Que ! . - (parece-me ouvil-o dizer) terás a tripudiai) no chão sulphureo dos cemitérios
sinistra i leia de arrastar-me uo theiitro paru n'um sabbat terrilicu.
pregares-me a peça de assistir a representa Está bem ; sou bom companheiro ; tome-
çflo de alguma bnu iirc.ii ; de ouvir os besoiro. mos antes pela rua do. . . . da . . . da . . . im-
do Parnaso, esses irmãos do Pegaso, que ahi peratriz. Maldictas bajulações, -pie me fa-
enxaineiao em dias de beneficio, zumbindo zem engasgar com tal caroço, como nunca o
atordoar um surdo; de enojar-ine com essa o tragou teu pae Adão, Antes a primitiva de-
tra farçaque vai dos camarotes á platcn; de nominação , apezar do odor de carolismo, que
desesperarme com as harmonias de uma or- lhe aspiro.
chestra selvagem, e ver a figura sempre in Com serincola das regiões intemaes pro-
passível Uo porteiro, que ora pede-me, ora en- fesso minhas theorias republicanas. Platno
trega o bilhete, depois de ter eu comprado dois iiiereceu-ine um sorriso ; a cabeça de Luiz
para a renovação do marljrio ? .. . XVI a rolar-se do putibulo uma gargalhada de
Uh ! sr. onde o espectaculo curioso' deus pagao. . . . Na Bíblia deves ter lido nossa
—Deixemo-nos d'essas semsaborias; quero revolta por sacudir o peso da monarc.hiaiiivinn.
apresentar-te uni outro espectnculo mais ma- Demos costas fl>S. i e : temos de um lado e
ravilhoso, digno ao nssumptn de um poema outro cazns de livreiros : ahi enconirarás mui-
épico. Dá-me teu braço: lembras-te de tsr tas obras concebidas pelos ministros de Kr.
lido em Milton a viagem dw Satan atravez do: Belzebuth: recommendofas. Ainda ha pou-
horrores do vácuo?' Diabo-Coxo, que sou co fui encarregado de dar um juizo critico
quero dar comligo ura passeio 'i rol <l'aiseaiiobre nni compêndio de rethorica debatia do
pelas ruas da 1'aulicéu. Coragem: away poiitv de rixiackrinlào. . . .
nway ! como dizia uin pattweo. Mas ainda agora observo-te soturno qual
Nao temas a escuridão das mas ; em saa um Papa, que perdesse a tiara„e o saneio oa-
passagem desolad<ira o vandalismo derribou go. . . . Emnindeceste como o 1'eíno Cabo de
por terra todos os lampeoes : us trevas 8A< Esquadra '.
também visíveis (lembra-te do poeta gnrfain) ^ue noite sombria! qitasi que te pilo [obrigo
as lanterna? do» hoiti» uue prestarão um va carao. fíerá effeito d'es[a alainpadn má-
lioso auxilio. Uuse te apraz.á guiza de Dio gica, que. como a de Aladino, torna-te invisí-
genes, arranquemos uma, e saíamos á cata de vel ao inundo objectivo? Nao importa : es-
um fmlirr.-nian, o verifiquemos si são exuctas_cuta : aturar-ine-has a prosa mas&iça.
es iamuiias doe Jeremias de jorn&Uco*, <p Nao seutes.a othmosphera pejada de uie-
affiiroiao roncarem elles a esta hora a bota phitícos miasmas ? . . . .dir-se-hia que a natu-
vor. resa tomou laxante, etc. e tal, poutínhos.(tu
De feito, eis ali dois estirados nns escadarias entendes-me). Talvez seja a proximidade
da t-e. Bemaventurados I . . . dormem embe- d'esta caza de perfumarias, ou exhalaçoes da
vecidos nas doçuras de Morplieu. emquanto rua Municipal, optimo lugar para praça de
velao os rufiões "entregues ás doçnras da ga- mercado, ua opiniflo dos illustrissímos verea-
tunice. Nem ao menos os despeuao os berros dores. Tapemos us ventas, e avante.
de agonia dos cabritos iinmolados nas heca-
tombes nocturnas ! Poderá agora uma legião deEis-nos nas cercanias do grande empório
de (Juasiniodos aturdir, atordoar, atmrantar os tnoluz espiritual d'esta abençoada terra, onde
avançado vae o progresso, que até abi aoa
ares com os rebates dos campanários, que n&o domingos se conversa a vapor, graças ao mi-
conseguirão abalal-os de seu posto de honra. rifico invento de uni astrônomo, que mede o
Os ouvidos, teem-nos alies certamente entu- curso a estreitas errantes- E' ahi o conclave
idos com as rolhas das gamnas, com que em- dos Levitas da litteratnra, os quaes com cren-
E ucharflo-se. No cérebro vapores substituirão ça levada a fanatismo (o que inspira muito
oa miolos ; os roncos s&o caricaturas dos bra- descrer da litteratura pátria) compõem um ar-
tkfvoie letras e petas, em quanto um velho! Ilior idéia nao podia ter o proprietário para
cnchclico e corcunda, animado ao bastão dol attmhir a concorrência do publico. Tudo es-
governo, semeia com imparcialidade de porta tá profanado'» judiciosameute o disse o poeta,
em porta as novidades do dia em estylo des- ü talento, que podéra honrar as exposições de
comunal na fôrma e fundo. Salve pétreas co- Paris'e Loudra-i, é empregado ii'este miserável
lumnas do futuro do Brazil! Oxalá, que os paiz em misteres próprios do mais vi! borrador!
braços de um Sansfio jamais consigao demo- r>i dia fdra, aposto que, si és caleiro ou bi-
ver-vos dos fusles, o as aves da boa fortuna cho, havias de evitar o transito d'esta m s ,
venhao fabricar seus ninhos entre osarahescos) que temos diante dos olhos ; eu mesmo q'ie
de vossos capiteis! sou-o Diabo, nao me aventuraria a passal-a
Lobrígo alem, de espada em pudho, o vulto por horas taes, receiando as chufas dos estu-
er.capotudo de um propheta. Que vem elle dantes dirigidas ás minhas ramagens, ehnfas
apregoar aos filhos d'este século atnfado no de que nao esta livre muita (rente boa. Apres-
sceptíeismo? Vem semear sanetas doutrinas, seiuoso passo, que desejo piacidamoute exa-
fazendo reviver os bellos tempos de minar os trabalhos da via férrea, itVsta hora
t r o r a ? Tem nos lábios phrases de maldic- de reinanso, em que só vagueiao os Dalmos a
çao para es.a raça espúria de agiotas, devassar os mysterios da noite.
1 ruteus políticos, cataventos, que se movem "'Io sentes, como acima, atrevessar o espa-
impellidos pela pútrida aura do interesse ? uia correnie de ar peatüeote, capuz de as-
Kngano! elle é a mais viva prova de queose pliyxinr o* próprios porcos? A h / é o ant : go
culo eaminha.a passos de gigante; os prophe' le to do Tuuirfiubiatehy, i|ue transformou-so
tasde hoje sito apenas .pregoeiros de roupa) em reservatório de matérias fincaea. Km prol
feita ! da hygiene deveriftn os vereadores, que o
Avante, meu silencioso companheiro! T mandarão deseccar, abrir alli as azas nazaes,
choras talvez sobre as phases, por que vai pn: e, como uma machina pnenmatica, só elles
saudo a grande famitía dos homens. Tolo .' respirar tso aromaticas exhalações. . . .
enxuga essas lagrimas : Catões n*e-te século; No poial dVsta ponte descaneemos um pou-
serifto figuras tào truanescas, e macarrotiicas,' co ; e si nao fora a pressa descançaria conitigo
comojáoerao no de Cervantes os cavalleiros ein algum d'estes telhados, e tu'folgarias de
e os paladins. ver mil comédias iiiiimus.que te eu faria devas-
Continuemos, porém, nossa excursão, sar atravez d'elles, como muita vez o fiz a D.
temos diante de nós dons grandes estabeleci- 1'leofas. (Jue sceuas interessantes! . . . que
mentos, que por seu turno dividem-se em ra- gargalhadas homericas daríamos ! . . .
mos diyersos. No primeiro, ao rea do cliflo, Trosigamos: o aterrado, que se desdobra
um tosquinibr de cabellos (e também da bol- como uma fita pardaceuta, embebamol-o sob
ça dos fregue/.es); no audar superior um vi- ossos pés.
nagreotypo, cuja existência já noticiciei na; Mas que vejo ! . . . ü Diabo defronte de
minhas memórias do anuo passado. uma casa de beguiuos! ... Si algum d'elles tem
U segundo tem na sua divisão alguma seme- agora a infausta lembrança de se persignar, eu
lhança áquella famosa estatua de Nabuchodo- estouraria pelos ares como uma bomba fulmi-
nosor; diltérançaudo-se d'ella, porém, por ter nante. . . Ah ! . ali! . . , ali! .. . estulto
os pés de oiro, e uma cabeça exrravugunte- que sou! . . . me nao lembrava que esta gente
mente formada de bifes, omelettas, trutas, e nem mais sabe santiguar-se, segundo me disse
emfim de todas as cousus papaveis c potáveis lá em baixo um frade, meu amigo. Confesso
e outras cousitas mais. ue soffri aquella doença de estudante em dia
3
Entremos pela rua de S. Bento; em brev e sabbatiua.
passuremos diante d'umacoe!ieira. O tecto,' Vou examinar com toda a minúcia os trilhos,
que hoje ali aloja cavaüos a burro?, guanlou dormente», lastro, <• aterrado. Tulvc/. encon-
outr'ora os penates de Amador Hueuo. Nao tremos muito objecto, que ali se perdeu, e
te admirei; degenerando a raça humana, justo cuja falta ainda boje se lastima! Uma volta á
é que também se transformassem os habitai) esquerda, queé alli a cuncella : dizem que . . .
tes. ;>afu! . . irra! atolado até os joelhos !. . Que
Paremos um pouco para admirarmos aqiiel progresso é este ? . . . Dá-me uma de inao para
Ia graciosa t«boleta aflixada na fachada d'esta arraucar-me d'aqni. . . Lpa !. .. ei*-me safo !..
c^iza de banhos. Nao achas que impossível Mas onJetemeteste? lím vSo exiendo as vis-
resist.r a magia de tao linda sereia?. . . ih tas para um e outro lado Yen*}, <!W
' BQ OS
F.JJÍM.IIíO nu i iiMi iii' bfulios no di» da —Eütoti roubado! pugnei um lianlio iii-
:i!"'itui-;i. O ar. Y (juiz. TW como se teiro e fi-)\iei com a paitru PIR secrol'
tiima lumlios ilf -.i iitiv:i cfitiidp!.,.
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^b^toJtL^-í^^.,}"." lljürtBB^algijjSSP-jí
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tintiv Sylla e Caríbideí.—Tonto SP IUWW a vapor como ;t quatro patas
, t M
JORNAL DOMIN(iL'EIBO
1'ÍARlO
S J O PAUhO 81 DE DKZK3IBH"
JORNAL DOMINÜUEJRO
PERIÓDICOS
BROTERoJosé Maria de Avelar. O tumulto ,lo povo em Évora j(i«: drama em três acti
phia de Silva Sobral, 1845.
ANDRADA, Martim Francisco Ribeiro de. |.II)"IIíVL> ti.im.i o V i r OPYÍÍJIIí: drama em 3
Paulo: Typographia do Governo, 1849.
MEDEIROS, Francisco Luiz d Abreu. .-1 e-traiw^eiui: drama em cinco atros exrrahido do
Santos; Tvpojiraphi,! Comniercial de Cl. L)c!ius, 1851.
LEITãO, Antônio Joaquim de Freitas. A cru: da ponte, ou O fanatismo religioso: drama ei
dros. S. Paulo: Typ. Liberal de |. li. de Azevedo Marques, 1853.
MARQUES, Joaquim Cândido de. Diana e Cypriana ou As maravilhas: drama ornado de
divididos em 7 quadros, S. Paulo: Typograpliia Imperial de Marques e Irmão, 1856.
LLE, P. A. do. O mundo â parle: drama em 3 actos. S. Paulo: Typ. Imparcial, de J. R. de Azevedo Marques,
1858.
SITOS, Antônio PLTL-ÍIM dos. Os ^i.ujjis da época, OU A lebre i'icrríir<il: comedia origina] em trcs actos.
Santos: Typographia de V. A. de Mello, [860.
KN<A, Joaquim Anselmo d'. Oração, que na acçao Ai graças pilo jeiiz ftvouí.'LVrn 1 (•»!ío da maioridade de
S. Aí. J. o Senhor D. Pedro n, celebrada na Sé Cathedral desta Imperial Cidade de S. Paulo... S. Paulo:
lypographia de Costa Silveira, 1840.
\RGO, Pedro Gomes de. Oriii.hi /ifiir-hr. que, por oeeasião das ••.\i,,[ur.i> jeitos de corpo presente ao Ex~™ c
Rev™° Sr. Diogo Antônio icijó— S. ['.mio: 1; pngr.ipliü .Io Governo arrendada por Silva Sobral. 1843.
TE CARMELO, Joaquim do. OPV((I1í' gratulatoria, que 1:0 dia 2 ,ir ,íezcinl-ro de 1844, u 11 ni versa rio do nasci-
mento de Sua Magestade Imperial... S, Paulo: Typographia de Silva Sobral, 1844.
lldcfonso Xavier. Oração fúnebre, que na- solemnes iwr.jui.is /riUs prio Ex1" e Ree"™ Sfir. BiífJO
Diocezano D. JWíIMIV! |i«.;:i™ Gun^fiVci de Andrade ... S. Paulo: lypographia de Silva Sobral, [846.
TE CARMELO, Joaquim, do. Orae.io gr.ituLitoriti recitada na dia \i dãbril do corrente anno, por oeeasião
dos festejos que a Ordem Terceira do Carmo da Cidade de S. Paulo celebrou ... S. Paulo: Typographia de
Silva Sobral, 1846.
TE CARMEI.O, Joaquim ilo. Orti|'iiy que por occa:tão do solemne li-Dcion < '.elebrado 11,1 Igreja do Collegio,
servindo de Cathedral de São Paulo ... S. Paulo: Typograpliia de Silva Sobral, 1847.
EIRA.José Norberto d'. OIíÇIíLI de Santa lhereza ... Santos; Typographia Co in me rei ai de G. Delius,
.852.
Ildefonso Xavier. ()I\S|-I"IU fúnebre, que por oceasiáo do hiuerai mandado celebrar pelo Excellentis-
Senhor Presidente da Província lir. josmo do Sascuner.to Silva ... prl.i sentida morte da Rainha de
ijitl... S. Paulo: Typographia 2 de Dezembro, 1854.
Illlilllll
F
oi somenre em 1808 que o Brasil conheceu atividades tipo-
gráficas regulares. O decreto do príncipe regente d. João, em
maio daquele ano, autorizava a utilização do prelo que, ad-
quirido na Inglaterra para servir à Secretaria de Estado dos Negó-
cios Estrangeiros e da Guerra, acabou vindo nos porões de uma das
naus que trouxeram para cá a corte portuguesa. Com os mesmos
privilégios e obrigações de sua congênere em Lisboa, fundava-se a
Impressão Regia do Rio de Janeiro. Pouco a pouco foram surgindo
tipografias nas diferentes províncias, alterando radicalmente o am-
biente cultural em que viviam seus habitantes.
LCAMARGO