Saude Bucal Sistema Unico Saude 2018
Saude Bucal Sistema Unico Saude 2018
Saude Bucal Sistema Unico Saude 2018
Brasília – DF / 2018
MINISTÉRIO DA SAÚDE
Secretaria de Atenção à Saúde
Departamento de Atenção Básica
Brasília – DF / 2018
2018 Ministério da Saúde.
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Saúde: <www.saude.gov.br/bvs>. O conteúdo desta e de outras obras da Editora do Ministério da Saúde pode ser acessado na
página: <http://editora.saude.gov.br>.
Tiragem: 1ª edição – 2018
Ficha Catalográfica
ISBN 978-85-334-2629-0
APRESENTAÇÃO....................................................................................................................11
1 INTRODUÇÃO......................................................................................................................15
2 POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE BUCAL NO BRASIL....................................................19
3 REDE DE ATENÇÃO À SAÚDE BUCAL..............................................................................25
4 GESTÃO E PLANEJAMENTO DAS AÇÕES E DOS SERVIÇOS DE SAÚDE BUCAL.........37
4.1 Conceitos......................................................................................................................38
4.1.1 Plano de Saúde...............................................................................................39
4.1.2 Programação Anual de Saúde........................................................................40
4.1.3 Relatório Detalhado do Quadrimestre Anterior...............................................40
4.1.4 Relatório Anual de Gestão..............................................................................41
4.1.5 Planejamento e Orçamento do Governo.........................................................41
4.1.6 PlanejaSUS......................................................................................................44
4.2 Planejamento Local.....................................................................................................44
4.2.1 Compreensão da realidade.............................................................................45
4.2.2 Hierarquização dos problemas e adequação das diretrizes municipais.......48
4.2.3 Elaboração e execução da programação.......................................................48
5 PRINCIPAIS AGRAVOS EM SAÚDE BUCAL.......................................................................51
5.1 Cárie Dentária..............................................................................................................51
5.2 Doença Periodontal.....................................................................................................54
5.3 Edentulismo.................................................................................................................55
5.4 Maloclusão...................................................................................................................56
5.5 Alterações dos Tecidos Moles e Câncer Bucal..........................................................58
5.6 Fluorose Dentária........................................................................................................60
5.7 Traumatismo Dentoalveolar........................................................................................ 61
5.8 Outros Agravos............................................................................................................62
5.8.1 Erosão dental..................................................................................................62
5.8.2 Dor orofacial e disfunção temporomandibular................................................63
5.8.3 Malformações congênitas...............................................................................64
6 PRODUÇÃO DO CUIDADO NOS PONTOS DE ATENÇÃO À SAUDE BUCAL...................67
6.1 Unidades Básicas de Saúde.......................................................................................69
6.1.1 Organização do processo de trabalho...........................................................73
6.1.1.1 Planejamento e organização do processo
........ de trabalho da equipe.................................................................74
6.1.1.2 A equipe de Saúde Bucal e as atribuições
........ na Atenção Básica............................................................................75
6.1.1.3 Territorialização e população de referência...............................81
7
6.1.1.4 Acesso às ações e aos serviços de saúde bucal
............ na Atenção Básica.........................................................................85
6.1.1.5 Acolhimento com identificação de necessidades..........................85
6.1.1.6 Tipos de atendimento e de consulta...............................................87
6.1.1.7 Organização dos prontuários na Unidade Básica de Saúde.........92
6.1.1.8 Organização da agenda.................................................................92
6.1.1.9 Grupo de Acesso de Saúde Bucal.................................................94
6.1.1.10 Classificação de necessidades da saúde bucal..........................94
6.1.1.11 Reunião da equipe........................................................................97
6.1.1.12 Participação e controle social.......................................................97
6.1.1.13 Educação Permanente em Saúde no processo de
................ qualificação das ações desenvolvidas.........................................99
6.1.2 Ações da saúde bucal na UBS.....................................................................100
6.1.2.1 Ações de promoção e proteção....................................................101
6.1.2.2 Atenção em saúde bucal para condições especiais
............ e etapas da vida..................................................................... 107
6.1.2.2.1 Atenção à gestante e ao pré-natal........................................107
6.1.2.2.2 Atenção à infância.................................................................110
6.1.2.2.3 Atenção à adolescência........................................................112
6.1.2.2.4 Atenção ao adulto.................................................................114
6.1.2.2.5 Atenção à saúde da pessoa idosa.......................................115
6.1.2.2.6 Atenção às doenças crônicas...............................................116
6.1.2.2.7 Atenção aos pacientes com HIV/aids e hepatites virais.......123
6.1.2.2.8 Atenção à pessoa com deficiência.......................................127
6.1.2.2.9 Atenção ao câncer de boca..................................................134
6.1.2.3 Ações de recuperação e reabilitação...........................................138
6.1.2.3.1 Dentística restauradora.........................................................138
6.1.2.3.2 Cirurgia..................................................................................142
6.1.2.3.3 Periodontia.............................................................................143
6.1.2.3.4 Endodontia............................................................................144
6.1.2.3.5 Estomatologia........................................................................147
6.1.2.3.6 Prótese dentária....................................................................148
6.1.2.3.7 Ortodontia..............................................................................151
6.1.2.4 Integração da Rede de Atenção à Saúde: ordenamento
.............e definição de fluxos para outros pontos da RAS.......................156
6.2 Centros de Especialidades Odontológicas............................................................. 167
6.2.1 Organização do processo de trabalho...........................................................170
6.2.1.1 Planejamento.................................................................................171
6.2.1.1.1 Avaliação de metas e resultados..........................................172
6.2.1.1.2 Organização da agenda.......................................................175
6.2.1.2 Profissionais do CEO e as atribuições da equipe.........................180
6.2.1.3 Acolhimento...................................................................................181
6.2.1.4 Organização dos prontuários no CEO..........................................182
8
6.2.1.5 Caracterização da demanda e organização da agenda ........182
6.2.1.6 Apoio matricial..........................................................................182
6.2.1.7 Interconsulta.............................................................................183
6.2.1.8 Reunião de equipe...................................................................184
6.2.1.9 Participação, controle social, satisfação e canal de
comunicação com o usuário......................................................184
6. 2.1.10 Educação Permanente em Saúde no processo de
qualificação das ações desenvolvidas no CEO.......................184
6.2.2 Ações da saúde bucal no CEO.....................................................................185
6.2.2.1 Ações de promoção e proteção....................................................185
6.2.2.2 Ações de recuperação e reabilitação...........................................186
6.2.2.3 Cirurgia e traumatologia bucomaxilofacial....................................203
6.2.2.4 Periodontia.....................................................................................211
6.2.2.5 Endodontia....................................................................................223
6.2.2.6 Estomatologia................................................................................230
6.2..2.7 Pacientes com necessidades especiais......................................251
6.2.2.8 Prótese dentária............................................................................283
6.2.2.9 Ortodontia......................................................................................303
6.2.2.10 Implantodontia.............................................................................309
6.2.3 Integração da Rede de Atenção à Saúde: ordenamento e
definição de fluxos para outros pontos da RAS...........................................314
6.3 Unidade de Pronto Atendimento...............................................................................316
6.4 Hospital......................................................................................................................318
6.4.1 Atribuições da equipe de Saúde Bucal no hospital.....................................320
6.4.2 A inserção da Odontologia em ambiente hospitalar e a gestão.................323
7 PONTOS DE APOIO NA RAS............................................................................................329
7.1 Laboratório Regional de Prótese Dentária...............................................................329
7.2 Serviço de Apoio Diagnóstico Terapêutico..............................................................330
8 EMERGÊNCIAS MÉDICAS................................................................................................333
REFERÊNCIAS......................................................................................................................335
ANEXOS...........................................................................................................................345
Anexo A – Posologia da Profilaxia Antibiótica – Cardiopatia................................... 345
Anexo B – Índice Dai (Dental Aesthetic Index ou Índice
Dental Estético) – Protocolos de Referência (UBS/CEO)
para Ortodontia................................................................................... 345
9
Apresentação
11
assim como instrumentalização da prática clínica e de gestão relativas às principais
especialidades odontológicas. A publicação engloba um rol de especialidades mais
amplo do que a relação de especialidades mínimas obrigatórias para os CEOs.
Destacamos a abordagem da especialidade Pacientes com Necessidades
Especiais (PNE), que até o momento não havia sido discutida em material do
Ministério da Saúde.
Em relação à odontologia em ambiente hospitalar, o espaço e a organização já
adquiridos (como tratamento odontológico hospitalar em PNE) devem ser tomados
como base de construção e ampliação dos processos.
Dessa forma, procura-se contribuir para a melhoria da qualidade dos serviços
prestados, assim como para o aperfeiçoamento da dinâmica da rede de serviços
do SUS. A publicação converge no sentido de construir, adequar e aprimorar os
instrumentos necessários à efetivação da ampliação do espectro de atuação da
Saúde Bucal no âmbito do SUS.
Esperamos que apreciem a leitura.
12
14
1 Introdução
O presente material tem como foco evidenciar a Rede de Atenção à Saúde Bucal e
a reorganização dos serviços de saúde bucal, principalmente no âmbito da Atenção
Primária em Saúde (APS). A efetivação das ações de uma Rede de Atenção à Saúde
Bucal depende fundamentalmente de uma sólida política de educação permanente,
capaz de produzir profissionais com habilidades e competências que lhes permitam
compreender e atuar no SUS.
15
MINISTÉRIO DA SAÚDE
16
18
2 Políticas Públicas de Saúde
Bucal no Brasil
19
MINISTÉRIO DA SAÚDE
20
A SAÚDE BUCAL NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
1500 1808 1889 1930 1964 1983 1988 1994 2000 2004 2010 2014
Ausência de
Modelo
Modelo Odontologia
Flexineriano Simplificada
21
MINISTÉRIO DA SAÚDE
Saiba Mais
Acesse as Diretrizes da Política Nacional de Saúde Bucal, Brasil
Sorridente, disponíveis no site <http://dab.saude.gov.br>.
22
24
3 Rede de Atenção à
Saúde Bucal
25
MINISTÉRIO DA SAÚDE
As RAS estruturam-se para enfrentar uma condição de saúde específica, por meio
de um ciclo completo de atendimento (PORTER; TEISBERG, 2007), o que implica a
continuidade da atenção à saúde (Atenção Primária/Básica, atenção especializada
ambulatorial e hospitalar à saúde) e a integralidade da atenção à saúde (ações
de promoção da saúde, de prevenção das condições de saúde e de gestão das
condições de saúde estabelecidas por meio de intervenções de cura, cuidado,
reabilitação e paliação) (MENDES, 2011).
As Redes de Atenção à Saúde constituem-se de três elementos básicos:
uma população, uma estrutura operacional e um modelo de atenção à saúde
(MENDES, 2011).
A população sob responsabilidade das RAS vive em territórios sanitários
singulares, organiza-se socialmente em famílias e é cadastrada e registrada em
subpopulações por riscos sociossanitários. Não basta, contudo, o conhecimento
da população total: ela deve ser segmentada, subdividida em subpopulações por
fatores de riscos e estratificada por riscos em relação às condições de saúde
estabelecidas (MENDES, 2011).
Na concepção da RAS, cabe à Atenção Básica/ESF a responsabilidade de
articular-se intimamente com a população. Desse modo, não é possível falar de uma
função coordenadora das RAS ou de gestão de base populacional se não houver,
nesse nível micro do sistema, todo o processo de conhecimento e relacionamento
íntimo da equipe de saúde com a população adstrita, estratificada em subpopulações
e organizada em grupos familiares que habilitam territórios de vida (MENDES, 2011).
O conhecimento profundo da população usuária de um sistema de atenção à
saúde é o elemento básico que torna possível romper com a gestão baseada na
26
A SAÚDE BUCAL NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
5. Sistema de governança.
Saiba Mais
Acesse as Diretrizes da Política Nacional de Saúde Bucal, Brasil Sorridente,
disponíveis no site <http://dab.saude.gov.br>.
27
MINISTÉRIO DA SAÚDE
28
A SAÚDE BUCAL NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
Elementos
constitutivos Elementos para construção da
da Rede de Rede de Atenção à Saúde Bucal
Atenção à Saúde
Região Definição de regiões de saúde/territórios, com
de saúde/ estabelecimento de serviços e ações a ofertar
território à população.
Promoção de adstrição da clientela à UBS
para que se possa interagir com a população
População
do território, criar vínculo e conhecer as
adstrita
necessidades dessa população (definição de
microáreas de atuação).
População
Levantamento das condições de saúde bucal
Análise da
da população, determinação de indivíduos
situação local
expostos a maiores riscos, realização de
de saúde
planejamento das ações e definição de grupos
prioritários.
Identificação Planejamento das ações mediante grupos
de grupos de prioritários, promovendo o princípio da
risco equidade.
Continua
29
MINISTÉRIO DA SAÚDE
Continuação
Elementos
constitutivos Elementos para construção da
da Rede de Rede de Atenção à Saúde Bucal
Atenção à Saúde
Cirugião-dentista (CD) em quantidade
compatível com as diretrizes ministeriais
(1 CD para cada 3 mil habitantes – no máximo
4 mil habitantes) atuando na Atençao Básica
e perfazendo 40h/semana com contrato de
trabalho estável.
CD atuando nas especialidades mínimas
exigidas para manutenção do centro de
referência em Atenção Especializada.
Recursos CD atuando em serviços de urgência: atenção
humanos às afecções agudas de saúde bucal na rede
de urgência e emergência.
CD atuando em serviços de urgência: atenção
às afecções agudas de saúde bucal na rede
de urgência e emergência.
CD em serviços de Atenção Especializada
Hospitalar, em nível hospitalar, garantindo a
integralidade da atenção.
Estrutura Equiparação entre quantidade de CD e
operacional auxiliares.
Atenção à saúde bucal disponível em todas
as UBS, garantindo o acesso da população
Atenção
a este serviço. Ampliação e qualificação da
Básica
AB em saúde bucal mediante a oferta de
procedimentos reabilitadores.
Oferta de serviços odontológicos
especializados na Atenção Especializada
Pontos de Ambulatorial nos CEO, de acordo com a
Atenção necessidade da população, cumprindo os
Especializada requisitos mínimos para a manutenção do
Ambulatorial centro. E, conforme o porte populacional e
plano de regionalização, deverá atender às
necesssidades de suas regiões de saúde.
Pontos de
Unidades hospitalares próprias ou de
Atenção
referência que ofereçam serviços de
Especializada
Odontologia em alta complexidade.
Hospitalar
Continua
30
A SAÚDE BUCAL NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
Conclusão
Elementos
constitutivos Elementos para construção da
da Rede de Rede de Atenção à Saúde Bucal
Atenção à Saúde
Oferta de serviços de apoio diagnóstico e
terapêutico por meio de laboratórios próprios
ou conveniados de patologia bucal, radiologia
Sistemas de
odontológica e prótese dentária, articulados
apoio
à rede. Existência de apoio farmacêutico que
contemple a atenção famacêutica de acordo
com a necessidade em saúde bucal.
31
MINISTÉRIO DA SAÚDE
CENTRO DE
ESPECIALIDADES
ODONTOLÓGICAS
HOPITAL
SERVIÇO DE
DIAGNÓSTICO
HOSPITAL
EQUIPE DE
SAÚDE BUCAL
ATENÇÃO
DOMICILIAR LABORATÓRIO DE
PRÓTESE DENTÁRIA
FARMÁCIA
FARMÁCIAS
Fonte: <www.dab.saude.gov.br>.
Para efeito desta publicação, serão conceituados, alguns termos para melhor
compreensão e organização da Rede de Atenção à Saúde Bucal (Rasb) (Quadro 2).
32
A SAÚDE BUCAL NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
Termo Conceito
33
MINISTÉRIO DA SAÚDE
Conclusão
Recursos humanos
Cirugião-dentista (CD) em quantidade compatível com as
diretrizes ministeriais (1 CD para cada 3 mil habitantes –
no máximo 4 mil habitantes) atuando na Atençao Básica e
perfazendo 40h/semana com contrato de trabalho estável.
CD atuando nas especialidades mínimas exigidas
para manutenção do centro de referência em Atenção
Estrutura operacional
Especializada ambulatorial.
CD atuando em serviços de urgência: atenção às afecções
agudas de saúde bucal na rede de urgência e emergência.
CD atuando em serviços de urgência: atenção às afecções
agudas de saúde bucal na rede de urgência e emergência.
CD em serviços de Atenção especializada, em nível
hospitalar, garantindo a integralidade da atenção.
Equiparação entre quantidade de CD e auxiliares.
Atenção Básica
O matriciamento é um espaço coletivo de cogestão, educação
e formação no qual se combinam diferentes saberes,
produzindo conhecimento mútuo e trocas para fomentar
Matriciamento
a cooperação com o objetivo de assegurar retaguarda
especializada às equipes e profissionais. O matriciamento é
um processo de construção compartilhada para criar uma
proposta de intervenção pedagógico-terapêutica.
34
36
4 Gestão e Planejamento
das Ações e dos Serviços
de Saúde Bucal
O termo planejamento é amplamente utilizado na área político-administrativa,
tanto pública quanto privada. Embora a conceituação de planejamento também seja
diversa, entende-se como um processo de racionalização das ações humanas por
meio da definição de proposições e da construção de sua viabilidade, visando
solucionar problemas e atender às necessidades individuais e coletivas de
populações (TEIXEIRA, 2010).
Com a crescente descentralização na gestão pública da saúde e a necessidade
de pactuação, dentro e entre as esferas de governo, o planejamento do setor da
saúde adquire maior importância. A institucionalização da prática de planejamento
busca dar, por meio desse mecanismo, direcionalidade às ações de saúde. Essa
prática deve ser difundida desde o nível local (consultório odontológico) até o nível
federal (Coordenação Nacional de Saúde Bucal). Diversas publicações sobre o tema
vêm buscando instrumentalizar o setor de saúde para qualificar e padronizar as
propostas de planejamento, conforme previsto em lei (BRASIL, 2009).
As primeiras teorias do planejamento surgiram em 1850 e tiveram suas bases
referenciais nas áreas de economia e administração (PINTO, 2000). Ao longo do
tempo, estas teorias foram sendo incorporadas na área da saúde, gerando diferentes
abordagens para o planejamento em saúde, que vêm sendo utilizadas de acordo
com a característica e o desenvolvimento da instituição. São elas: Método Cendes/
Opas (desenvolvido pelo Centro de Desenvolvimento e apoiado pela Organização
Pan-Americana da Saúde), Planejamento Estratégico Situacional (PES), Programação
em Saúde e Governança e Contratos de Gestão (BRASIL, 2015).
O planejamento em saúde está previsto na Lei nº 8.080, de 19 de setembro de
1990, e na Lei nº 8.142, de 28 de dezembro de 1990. Com a evolução do SUS,
diversas portarias vêm sendo editadas visando regulamentar as ações relacionadas
ao tema e aperfeiçoar cada vez mais o Sistema.
O Decreto nº 7.508, de 28 de junho de 2011, regulamentou a Lei nº 8.080 dispondo
sobre a organização do SUS, o planejamento da saúde, a assistência à saúde e a
articulação interfederativa, entre outras providências.
37
MINISTÉRIO DA SAÚDE
Saiba Mais
Maiores detalhes sobre a proposta de planejamento para o SUS podem ser
obtidos no Manual de Planejamento no SUS (volume 4 da série Articulação
Interfederativa), disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/
articulacao_interfederativa_v4_manual_planejamento.pdf>
4.1 Conceitos
Os instrumentos para o planejamento no SUS são o Plano de Saúde, as respectivas
Programações Anuais e o Relatório de Gestão. Eles interligam-se sequencialmente,
compondo um processo cíclico de planejamento para operacionalização integrada,
solidária e sistêmica do SUS.
É por meio das conferências de saúde (municipais, estaduais, nacional) que a
sociedade, representada por vários segmentos, avaliará a situação de saúde e proporá
as diretrizes para a formulação da política de saúde nos níveis correspondentes.
38
A SAÚDE BUCAL NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
39
MINISTÉRIO DA SAÚDE
40
A SAÚDE BUCAL NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
41
MINISTÉRIO DA SAÚDE
42
A SAÚDE BUCAL NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
∙∙ A Lei nº 141/2012, em seu art. 36, § 2º, estabelece que a União, os estados,
o Distrito Federal e os municípios deverão encaminhar, para aprovação do
respectivo Conselho de Saúde, a Programação Anual de Saúde, antes da data
de encaminhamento da LDO do exercício correspondente ao Legislativo, de
forma a garantir que o setor Saúde esteja contemplado nas regras dispostas na
LDO aplicáveis ao ano subsequente.
43
MINISTÉRIO DA SAÚDE
4.1.6 PlanejaSUS
No SUS, à medida que as ações e os serviços de saúde foram se organizando, o
Ministério da Saúde buscou institucionalizar o processo de planejamento com uma ação
continuada, articulada, integrada e solidária entre as três esferas de gestão da saúde,
denominada Sistema de Planejamento do SUS/PlanejaSUS (BRASIL, 2009).
Para além disso, em 2016, o Departamento de Articulação Interfederativa (DAI),
da Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa, do Ministério da Saúde, lançou
a 1ª edição do Manual de Planejamento do SUS, uma parceria entre o DAI e a Escola
Nacional de Saúde Pública, da Fundação Oswaldo Cruz. O manual é uma ferramenta
que objetiva capacitar as equipes, orientar e auxiliar gestores de saúde na elaboração
de instrumentos para o planejamento de ações de saúde nos municípios, nas regiões
de saúde, nos estados, no Distrito Federal e no governo federal.
Saiba Mais
PlanejaSUS – Cadernos de Planejamento, disponível em <http://bvsms.saude.
gov.br/>. <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/planejaSUS_livro_1a6.pdf>
Manual de Planejamento no SUS – Série Articulação Interativa – 4º volume,
disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/articulacao_
interfederativa_v4_manual_planejamento_atual.pdf>.
44
A SAÚDE BUCAL NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
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MINISTÉRIO DA SAÚDE
∙∙ Prevalência de cárie.
∙∙ Tendencia de processos de cárie.
EPIDEMIOLOGIA ∙∙ Doença periodontal.
∙∙ Indicadores de saúde.
∙∙ Identificação da existência de rede pública de abatecimento de água tratada,
sua cobertura populacional e presenças da fluorestação em teor ótimo para
a região, o acesso a outros métodos sistêmicos de uso de flúor.
Fonte: (PINTO, 2013; ROSA et al., 1992; GOES; MOYSÉS, 2012, adaptado).
46
A SAÚDE BUCAL NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
pela saúde bucal do município forneça tais informações e mantenha uma rotina de
atualização e disseminação delas para as equipes.
A consulta aos portais de informações descritos a seguir é essencial para obter
um panorama das condições de vida e saúde das populações nos territórios.
47
MINISTÉRIO DA SAÚDE
pela União para a mesma finalidade serão aplicados por meio de fundo de
saúde, que será acompanhado e fiscalizado por Conselho de Saúde. Tendo
como pressuposto a missão de "Contribuir para o fortalecimento da cidadania,
mediante a melhoria contínua do financiamento das ações de saúde", o
Fundo Nacional de Saúde (FNS) busca, cotidianamente, criar mecanismos
para disponibilizar informações para toda a sociedade, relativas a custeios,
investimentos e financiamentos no âmbito do SUS.
Portal do Cadastro Nacional dos Estabelecimentos de Saúde (Cnes) – Ministério
da Saúde (MS)
<http://cnes.datasus.gov.br>
É a base para operacionalizar os Sistemas de Informações em Saúde, sendo
estes imprescindíveis a um gerenciamento eficaz e eficiente. Propicia ao
gestor o conhecimento da realidade da rede assistencial existente e suas
potencialidades, visando auxiliar no planejamento em saúde, em todos os níveis
de governo, bem como dar maior visibilidade ao controle social a ser exercido
pela população. O Cnes visa disponibilizar informações das atuais condições
de infraestrutura de funcionamento dos estabelecimentos de saúde em todas
as esferas, ou seja: federal, estadual e municipal.
48
A SAÚDE BUCAL NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
Saiba Mais
Para saber mais sobre a Programação no SUS, acesse os cadernos temáticos
do PlanejaSUS no Portal da Saúde:
<http://portal.saude.gov.br/portal/saude/profissional/area.cmf?id_area=1098>
49
5 Principais Agravos
em Saúde Bucal
51
MINISTÉRIO DA SAÚDE
iniciais de cárie, as chamadas manchas brancas ativas. Estas manchas são opacas
e porosas e o processo pode ser inativado caso haja correta remoção do biofilme
dentário e uso de produtos fluoretados
Logo, qualquer estratégia para o controle da cárie deve, necessariamente,
envolver o controle dos fatores necessários e determinantes para o desenvolvimento
da doença, isto é, o acúmulo de bactérias nas superfícies dentais e o efeito do
açúcar, de tal modo que o meio mais racional de usar fluoreto seria aquele que
interfira com esses fatores. Água fluoretada, por ser uma medida de saúde pública,
e creme dental fluoretado, por ser o meio mais racional de usar fluoreto (pois alia a
remoção do biofilme dental à exposição constante ao flúor), têm indicação para todos
os indivíduos. Os outros meios de usar fluoreto podem e devem ser recomendados
de acordo com as necessidades de cada paciente (TENUTA, CHEDID, CURY, 2011).
Epidemiologia
52
A SAÚDE BUCAL NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
Fatores de risco
∙∙ Hipossalivação.
53
MINISTÉRIO DA SAÚDE
Aspectos epidemiológicos
∙∙ Diabetes.
∙∙ Fumo.
∙∙ Imunodepressão.
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A SAÚDE BUCAL NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
5.3 Edentulismo
Aspectos conceituais
Aspectos epidemiológicos
∙∙ Baixa renda.
∙∙ Baixa escolaridade.
∙∙ Fator congênito
∙∙ Doença periodontal
55
MINISTÉRIO DA SAÚDE
5.4 Maloclusão
Aspectos conceituais
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A SAÚDE BUCAL NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
Aspectos epidemiológicos
57
MINISTÉRIO DA SAÚDE
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A SAÚDE BUCAL NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
Aspectos conceituais
Aspectos epidemiológicos
∙∙ Etilismo.
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MINISTÉRIO DA SAÚDE
Saiba Mais
Para mais informações, acesse o Guia de Recomendações para Uso de
Fluoretos no Brasil, disponível no site <http://189.28.128.100/dab/docs/
portaldab/publicacoes/guia_fluoretos.pdf>.
Aspectos epidemiológicos
60
A SAÚDE BUCAL NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
Aspectos epidemiológicos
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MINISTÉRIO DA SAÚDE
Epidemiologia
Fatores de risco
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A SAÚDE BUCAL NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
Aspectos epidemiológicos
∙∙ Trauma.
∙∙ Fatores fisiopatológicos.
∙∙ Genéticos.
63
MINISTÉRIO DA SAÚDE
Aspectos epidemiológios
∙∙ Tabagismo materno.
∙∙ Alcoolismo materno.
∙∙ Carências nutricionais.
∙∙ Medicações teratogênicas.
∙∙ Genéticos.
64
66
6 Produção do Cuidado nos
Pontos de Atenção à
Saude Bucal
O cuidado em saúde bucal deve ser uma prática presente em todas as relações
do processo de trabalho do profissional de saúde com os cidadãos usuários
do SUS que procuram os diferentes pontos de RAS e nos diversos espaços do
território, como a própria UBS, casa das pessoas, espaços comunitários, escolas
ou em abordagens individuais.
Há necessidade de se buscar inovações e utilização de novos referenciais teóricos
no processo de trabalho para prática clínica na qual os profissionais visem assegurar
a integralidade da atenção ao usuário do SUS.
Neste contexto de inovação, a clínica ampliada passa a ser uma diretriz de
atuação dos profissionais da saúde considerando que o “objeto de trabalho” da
atenção pode ser uma pessoa, um grupo, uma família ou um coletivo institucional
com doenças ou risco de adoecer. Entende-se aqui o emprego do termo “ampliado”
para dimensionar uma atuação clínica que vai além da abordagem convencional, a
qual protocoliza o atendimento aos usuários, restringe seus sentimentos, ignora seus
valores e saberes e ofusca suas expectativas (CAMPOS, 2003). A clínica ampliada
representa novo modelo de trabalho que transpõe a clínica tradicional, articulando
diferentes saberes na compreensão dos processos de saúde e adoecimento e na
inclusão dos usuários como participantes das condutas em saúde e da elaboração
de seu projeto terapêutico (BRASIL, 2009).
Entre o primeiro contato do profissional com o cidadão e a resolução de suas
demandas, existe uma tecnologia leve e de fundamental importância que é a escuta
qualificada. Portanto, é essencial que todos os profissionais da unidade de saúde
estejam envolvidos nesse processo do acolhimento do cidadão, independentemente
de sua demanda.
Nesse sentido, cabe ao serviço redimensionar seu processo de acolhimento.
Acolhimento pressupõe que o serviço de saúde seja organizado de forma usuário-
-centrada, garantido por uma equipe multiprofissional, nos atos de receber, escutar,
orientar, atender, encaminhar e acompanhar. Significa a base da humanização das
relações e caracteriza o primeiro ato de cuidado junto aos usuários, contribuindo para
o aumento da resolutividade.
Importante evidenciar a preocupação de não burocratizar o acolhimento e o
fluxo do usuário ao cuidado de saúde bucal, bem como de ampliar a resolutividade
67
MINISTÉRIO DA SAÚDE
68
A SAÚDE BUCAL NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
69
MINISTÉRIO DA SAÚDE
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A SAÚDE BUCAL NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
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MINISTÉRIO DA SAÚDE
1ª
Alta clínica
72
A SAÚDE BUCAL NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
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MINISTÉRIO DA SAÚDE
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A SAÚDE BUCAL NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
75
MINISTÉRIO DA SAÚDE
76
A SAÚDE BUCAL NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
77
MINISTÉRIO DA SAÚDE
∙∙ Apoiar as atividades dos ASB e dos ACS nas ações de prevenção e promoção
da saúde bucal.
78
A SAÚDE BUCAL NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
∙∙ Selecionar moldeiras.
79
MINISTÉRIO DA SAÚDE
Atenção!
É sempre importante destacar que o emprego de pessoal auxiliar
aumenta a cobertura das ações em saúde bucal. De acordo com dados
da literatura científica, a delegação de tarefas ao auxiliar leva o CD a uma
redução de 46% na prática das funções clínicas, enquanto a inserção
de uma segunda auxiliar eleva esse percentual para aproximadamente
62%, ficando concernentes ao CD aproximadamente 38% do total das
funções clínicas, sem computar as atividades administrativas e de
gestão e organização do serviço.
O emprego do trabalho a quatro ou seis mãos possibilita:
80
A SAÚDE BUCAL NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
Saiba Mais
Acesse as Diretrizes da Política Nacional de Atenção Básica e veja as
atribuições comuns a todos os profissionais da equipe, bem como as
atribuições específicas de cada categoria, disponíveis no link <http://bvsms.
saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2017/prc0002_03_10_2017.html>
81
MINISTÉRIO DA SAÚDE
MAPA PSF
ALTO ERECHIM
Fonte: Porto Alegre. Secretaria Municipal de Saúde. Unidade de Saúde Alto Erechim. Mapa
das microáreas do território (SMS, 2010).
82
A SAÚDE BUCAL NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
O mapeamento das áreas de atuação dos ACS pode também originar vários
outros mapas falantes com o recorte da identificação de riscos, condições de saúde/
doença, necessidades por domicílios, presença de idosos, pessoas com deficiências,
gestantes, que irão auxiliar no plano de atuação da eSB, definição de prioridades
e ações de promoção e vigilância em saúde. Além disso, a organização social do
território influencia na forma de produzir saúde nas comunidades e nos serviços.
A interface entre os diferentes serviços, os pontos da rede e a vigilância apresenta
inúmeras possibilidades de construção. A vigilância em saúde, entendida como
modelo assistencial, combina diversas tecnologias para controlar determinantes,
riscos e danos e, numa dimensão gerencial, organizar o processo de trabalho em
forma de operações, confrontando os problemas de dado território. Assim, apresenta
caráter transversal, envolvendo todas as linhas de cuidado, os ciclos de vida e
relacionando-se, direta ou indiretamente, com a maioria das ações realizadas nos
vários pontos da rede, ampliando o escopo dos problemas e os aspectos que os
serviços de saúde bucal devem abordar.
Atenção!
A vigilância em saúde pode ser compreendida de três formas: como análise
e monitoramento das situações de saúde; como integração institucional entre
vigilância sanitária, ambiental e epidemiológica; e como modo de organização
do trabalho e redefinição das práticas sanitárias.
Família
Segundo Mondin (2005), a família constitui “um grupo de pessoas vivendo numa
estrutura hierarquizada, que convive com uma proposta de ligação afetiva duradoura
incluindo uma relação de cuidado entre os adultos e deles com as crianças e idosos”.
Entretanto, vive-se hoje um período de transformações em que a família nuclear (pai,
mãe e filhos) cedeu lugar a variados estilos de famílias.
Os dados dos últimos censos demonstram mudanças na estrutura familiar
brasileira, devido a fatores socioeconômicos e demográficos. Outros determinantes,
como a desvinculação da sexualidade e procriação com uso de contraceptivos, a
legalização do divórcio, a disputa da mulher no mercado de trabalho, a luta pelos
direitos de cidadania e direitos da população de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Trans
e Intersex (LGBTI) têm implicado novos papéis entre homens e mulheres. Da mesma
forma, a redução da fecundidade e a longevidade impactam na constituição familiar
com maior proporção de adultos e, consequentemente, maior renda per capita. No
83
MINISTÉRIO DA SAÚDE
entanto, são as famílias mais pobres as que têm maior número de filhos, menor
proporção de adultos no domicílio e renda mais baixa. Muitos desses lares são
chefiados hoje por apenas um dos pais, em geral, por mulheres cujos salários,
comparativamente, são também mais baixos.
Estudar as famílias e seus estilos não descarta a necessidade de compreender o
indivíduo numa visão dinâmica do contexto familiar, pois esta influencia suas decisões,
configura hábitos, reforça alianças e estabelece o modo do cuidado nos diferentes
ciclos vitais. As tecnologias relacionais (tecnologias leves), como o genograma
e o ciclo de vida familiar, são ferramentas que podem auxiliar na abordagem
dos problemas de saúde dentro do contexto indivíduo-famílias, possibilitando o
planejamento de ações.
As ações de saúde bucal integram o rol de atividades voltadas à promoção
da qualidade de vida de dada comunidade. Para isso, é fundamental conhecer a
realidade desta comunidade, suas fragilidades e fortalezas e como se organiza
em seus aspectos culturais, econômicos e sociais. Para uma abordagem familiar,
igualmente faz-se necessário compreender a estrutura desta de forma integral e
sistêmica, como espaço de desenvolvimento individual e de grupo, dinâmico e
passível de crises; e como funciona, como se organiza no território e opera diante
dos processos de saúde-adoecimento.
84
A SAÚDE BUCAL NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
85
MINISTÉRIO DA SAÚDE
Saiba Mais
Apesar de ser necessário programar o acompanhamento dos usuários nas
agendas dos profissionais (evitando que o trabalho na AB se reduza a um
pronto atendimento), também é fundamental que as UBS estejam abertas e
preparadas para acolher o que não pode ser programado. Existem alguns
modos de acolher a demanda espontânea utilizados em diferentes lugares,
como (BRASIL, 2013):
1) Acolhimento pela equipe de referência do usuário.
2) Equipe de acolhimento do dia.
3) Acolhimento misto (equipe de referência do usuário e equipe de
acolhimento do dia).
4) Acolhimento coletivo.
Acesse o Caderno de Atenção Básica nº 28, Acolhimento à Demanda Espontânea,
vol. I (2013), disponível no site <http://dab.saude.gov.br/portaldab/biblioteca.
php?conteudo=publicacoes/cab28>.
86
A SAÚDE BUCAL NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
87
MINISTÉRIO DA SAÚDE
Atenção!
Todas as consultas e os procedimentos realizados pela eSB deverão ser
registrados no Sistema de Informação em Saúde para a Atenção Básica
(Sisab). Para captar essas informações, existe o e-SUS AB, que é composto
por dois sistemas de software que instrumentalizam esta coleta dos dados,
que serão inseridos no Sisab. São eles: o sistema com Coleta de Dados
Simplificada (CDS) e o sistema com Prontuário Eletrônico do Cidadão
(PEC). Existem também aplicativos (app) para dispositivos móveis, atualmente
disponível: app AD (Atenção Domiciliar).
88
A SAÚDE BUCAL NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
Consulta/atendimento de urgência
89
MINISTÉRIO DA SAÚDE
Saiba Mais
A abordagem detalhada das principais situações de urgências odontológicas
que acometem os usuários que procuram os serviços de saúde bucal
na Atenção Básica está descrita no documento Atenção à Demanda
Espontânea na Atenção Básica – Caderno de Atenção Básica, n. 28,
volume II, disponível no site <http://dab.saude.gov.br/portaldab/biblioteca.
php?conteudo=publicacoes/cab28_vol2>
90
A SAÚDE BUCAL NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
Atenção Domiciliar
Saiba Mais
Alguns aspectos para a organização de atividades estão abordados em
documentos técnicos:
91
MINISTÉRIO DA SAÚDE
92
A SAÚDE BUCAL NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
É importante que as horas clínicas sejam otimizadas de forma que seja realizado
o maior número de procedimentos por consulta, conciliando a quantidade de
instrumentais disponíveis e o processo de esterilização utilizado no serviço.
Estratégias como realização de procedimentos por quadrantes ou sextantes podem
ser adotadas. Para tanto, é recomendado que o tempo de consulta odontológica seja
variável, pois existem procedimentos que exigem menos tempo para sua execução
e outros mais tempo para sua finalização – a orientação é que as agendas sejam
organizadas com tempos que variam de 20 minutos a, no máximo, 40 minutos.
É possível conciliar atendimentos programados (AP), com a garantia de vagas
de pronto atendimento (PA), estabelecendo-se parâmetros mínimos diários para
agendamento (lembrando que não há número limite de PA ou urgências por
período). Caso haja absenteísmo ou o número de pessoas para PA seja menor que
a capacidade instalada de profissionais, é necessário anunciar a disponibilidade à
recepção da UBS, para acolher e atender qualquer usuário que solicite atendimento,
independentemente de ser uma situação de urgência. Importante que a forma
preconizada de acesso sempre será por meio do processo de acolhimento com
identificação de necessidade do cidadão. Além disso, deve-se entender por pronto
atendimento o acolhimento e a atenção clínica que buscam dar resposta a uma
necessidade percebida pelo usuário (Quadro 5).
Quadro 5 – Agenda semanal da equipe de Saúde Bucal
93
MINISTÉRIO DA SAÚDE
94
A SAÚDE BUCAL NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
∙∙ Urgência.
∙∙ Alta clínica.
1a2e
Não apresenta
escovações ASB, TSB,
CN – 0 necessidade Alta clínica 1 ano
dentais CD
clínica
supervisionadas
Gengivite sem
1a4e
fator retentivo de
escovações ASB, TSB,
CN – 1 placa e IHO** 8 meses
dentais CD
sem atividade
supervisionadas
de cárie
Continua
95
MINISTÉRIO DA SAÚDE
Continuação
Atividade
de cárie não 4 a 6 consultas
cavitada e/ou IHO** e para ATF*** 90 a
CN – 2 TSB, CD
gengivite sem ATF*** (individual ou 120 dias
fator retentivo de coletiva)
placa
1a3
(necessidades
clínicas)
2 a 3 consultas
cavidades e/
CN – 3 Agendar clínicas 1 ano TSB, CD
ou extrações
programadas
indicadas e/ou
necessidades de
RAP*
4a7
(necessidades
clínicas)
4 a 5 consultas
cavidades e/ 6a8
CN – 4 Agendar clínicas TSB, CD
ou extrações meses
programadas
indicadas e/ou
necessidades
de RAP*
8 ou mais
(necessidades
clínicas)
6 a 7 consultas
cavidades e/ 9 a 11
CN – 5 Agendar clínicas TSB, CD
ou extrações meses
programadas
indicadas e/ou
necessidades de
RAP*
Continua
96
A SAÚDE BUCAL NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
Conclusão
97
MINISTÉRIO DA SAÚDE
98
A SAÚDE BUCAL NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
99
MINISTÉRIO DA SAÚDE
Saiba Mais
Uma das principais estratégias que o Ministério da Saúde oferece para
qualificar a atenção à saúde e a capacitação dos profissionais de saúde do
SUS é o Sistema Universidade Aberta do SUS (UNA-SUS) e o Telessaúde Brasil
Redes.
O UNA-SUS foi criado para atender às necessidades de capacitação e
educação permanente dos profissionais de saúde que atuam no SUS, visando à
resolução de problemas presentes no dia a dia. Para isso, os cursos oferecidos
têm enfoque prático e dinâmico, utilizando casos clínicos comuns.
O Telessaúde Brasil Redes é outra ferramenta de educação permanente
que objetiva desenvolver ações de apoio à tomada de decisão clínica e
gerencial na perspectiva da melhoria da qualidade do cuidado oferecido à
população e da ampliação do escopo de ações ofertadas pelas equipes da
AB. É operacionalizado por meio de Núcleos de Telessaúde, que, de acordo
com a sua estrutura e capacidade técnica, devem oferecer as seguintes ações:
teleconsultoria, segunda opinião formativa telediagnóstico e teleducação.
Para mais informações, acesse o site <http://www.unasus.gov.br/> e <http://
www.telessaudebrasil.org.br/>.
100
A SAÚDE BUCAL NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
Saúde na escola
101
MINISTÉRIO DA SAÚDE
Saiba Mais
∙∙ Guia de Recomendações para o Uso de Fluoretos no Brasil – apresenta
as várias formas de utilização de fluoretos, tanto como método preventivo
de âmbito nacional, quanto para uso individual, indicados pelo Ministério
da Saúde, disponível em: <http://dab.saude.gov.br>.
102
A SAÚDE BUCAL NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
103
MINISTÉRIO DA SAÚDE
Continuação
Atividade Como fazer Responsáveis
Uma reunião deve ser agendada
com professores e funcionários para
participação e esclarecimentos a respeito
do trabalho a se desenvolver, e reafirmar
Reunião com
a corresponsabilidade de cada um no
diretores, Secretaria de
processo de educação para a saúde;
professores, Educação,
identificação e quantificação de recursos
funcionários do Secretaria
humanos do setor Saúde que serão
espaço escolar de Saúde,
envolvidos na execução das atividades
para apresentação Coordenação
propostas, bem como de outros setores,
e finalização de de Saúde Bucal
como professores, funcionários de
cronograma de e ASB/TSB/CD
creches, pessoas da comunidade etc.
atividades
Apresentar o cronograma e as atividades
a serem realizadas e verificar se as datas
propostas não coincidem com passeios,
festas ou outras atividades.
Sugere-se que o exame seja realizado
dentro do espaço escolar, para toda a
população (ele será feito com o auxílio
de espátula de madeira, consistindo na
inspeção visual dos arcos dentários,
sob luz ambiente natural ou artificial,
sem secagem dos dentes, a fim de
verificar o número e a localização das
superfícies dentárias). Quando possível,
ASB/TSB/CD e
Avaliação de usar gaze para fazer remoção de placa
funcionários do
necessidades dentária espessa. É importante verificar
espaço escolar
a disponibilidade de professores e
funcionários da escola que possam auxiliar
na organização e no fluxo das crianças.
Adequações podem ser realizadas de
acordo com o número de escolares e
de recursos humanos da eSB, com a
identificação de grupos prioritários (turmas
que estão iniciando o ensino fundamental
e turmas que estão concluindo o ciclo).
Continua
104
A SAÚDE BUCAL NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
Continuação
Atividade Como fazer Responsáveis
Providências para a obtenção do
consentimento por escrito dos pais
e/ou responsáveis para a inclusão
dos participantes nas ações coletivas
e apresentação do cronograma
das atividades a serem realizadas. Secretaria de
Reunião com pais
Nesta oportunidade, é importante a Educação,
e responsáveis
promoção de uma orientação sobre os Secretaria
para apresentação
aspectos preventivos da saúde bucal de Saúde,
das propostas e
e a responsabilidade da família no Coordenação
distribuição de
desenvolvimento dos autocuidados. de Saúde Bucal
autorizações
Outra possibilidade para a obtenção dos e ASB/TSB/C
consentimentos por escrito dos pais e/ou
responsáveis é pedir a cada professor que
envie os consentimentos para os pais por
meio dos alunos e se responsabilize pela
devolução deles à eSB.
As atividades educativas deverão ser
conduzidas respeitando as características
de cada faixa etária. Recursos como
macromodelos, cartazes, jogos, desenhos
Desenvolvimento da podem ser utilizados. Os professores
ASB/TSB/CD e
atividade educativa podem orientar a equipe em relação
professores do
para todos os à melhor estratégia a ser adotada. No
espaço escolar
escolares Caderno de Atenção Básica no 24 – Saúde
na Escola, há sugestões de conteúdos a
serem abordados e adaptações podem
ser feitas em função da realidade e
interesse de cada público-alvo.
Continua
105
MINISTÉRIO DA SAÚDE
Continuação
Atividade Como fazer Responsáveis
Consiste na aplicação tópica de flúor
em gel com concentração de 1,23%,
durante quatro minutos. Recomenda-se
aplicação semestral ou quadrimestral em
grupos populacionais sob orientação e
supervisão de um ou mais profissionais
Aplicação de flúor de saúde, utilizando-se escova, moldeira,
gel com escova de pincelamento ou outras formas ASB/TSB/CD
dentes de aplicação.
Pode ser realizada no bebedouro coletivo
ou escovódromo da escola, ou mesmo
em outros espaços, com uso de copos
descartáveis. Cuidados devem ser
tomados em função da idade e do risco
de ingestão.
Os escolares com lesões cavitadas e
indicação da técnica podem ser tratados
na própria escola, com adaptação de
um ambiente (laboratórios, biblioteca
Tratamento
ou mesmo sala de aula) disponível,
Restaurador ASB/TSB/CD
respeitando-se os princípios de
Atraumático (TRA)
biossegurança e ergonomia. Conforme
necessidade dessa população e a critério
do profissional, esta ação pode ser
desenvolvida no âmbito escolar.
Os escolares que tiverem lesões cavitadas
que não possibilitem a execução do TRA
devem ser encaminhados para a UBS de
referência da escola (estima-se que 20% a
Encaminhamento 25% das crianças apresentem cavitação,
dos escolares levando-se em conta a polarização da ASB/TSB/CD
que necessitam doença cárie). Podem ser estabelecidos e direção do
de tratamento critérios de prioridade para o espaço escolar
odontológico agendamento. O tratamento odontológico
deve ser iniciado pela remoção de focos
de infecção, realizando exodontia quando
não houver a possibilidade de tratamento
endodôntico.
Continua
106
A SAÚDE BUCAL NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
Conclusão
Fonte: Adaptado de Diretrizes para a Atenção em Saúde Bucal – São Paulo – SP – 2015.
* Para mais informações sobre como registrar no e-SUS as ações desenvolvidas no PSE,
acesse o site: <http://dab.saude.gov.br>.
107
MINISTÉRIO DA SAÚDE
A eSB é responsável pela segurança e pelos cuidados tanto com a mãe quanto com
a saúde do feto e deve tomar as precauções necessárias no atendimento odontológico
conforme o trimestre de gestação. Gestantes podem e devem ser atendidas na AB,
devendo ser inseridas na rotina do pré-natal para receberem consultas regulares
de manutenção, controle de possíveis focos de infecção, tratamento da gengivite,
orientação de dieta, controle de placa e acompanhamento no território (Quadro 8).
∙∙ Endodontias.
108
A SAÚDE BUCAL NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
109
MINISTÉRIO DA SAÚDE
Leitura complementar
Saiba Mais
Caderneta da Gestante, disponível em: <http://189.28.128.100/dab/docs/
portaldab/documentos/caderneta_gestante.pdf>.
110
A SAÚDE BUCAL NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
111
MINISTÉRIO DA SAÚDE
Leitura complementar
Saiba Mais
∙∙ Caderno de Atenção Básica, nº 33 – Saúde da Criança: Crescimento e
Desenvolvimento, disponível em: <http://dab.saude.gov.br/portaldab/
biblioteca.php?conteudo=publicacoes/cab33>
∙∙ Caderneta da Criança, disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/>.
112
A SAÚDE BUCAL NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
∙∙ Caso a equipe de saúde entenda que o usuário não possui condições de decidir
sozinho sobre alguma intervenção em razão de sua complexidade, deve,
primeiramente, realizar as intervenções urgentes que se façam necessárias e,
em seguida, esclarecer ao adolescente que um responsável o assista e o auxilie
no acompanhamento.
∙∙ Diante das implicações legais que possam surgir nos casos de maior complexidade,
recomenda-se que o serviço de saúde busque articulação e integração com
o conselho tutelar da região – órgão da sociedade responsável em zelar pelo
cumprimento dos direitos da criança e do adolescente – e com a Promotoria da
Infância e Juventude, de forma que possibilite a colaboração de seus integrantes
na condução das questões excepcionais, de modo harmônico com os princípios
éticos que regem esse atendimento.
∙∙ A premissa do acompanhamento pelos responsáveis para atendimento ao
adolescente não tem respaldo legal, não havendo impedimento para a realização
de procedimentos clínicos. Considerando as necessidades clínicas e de proteção
à saúde, o horário de funcionamento dos serviços de saúde congruente com
horário funcional de pais e responsáveis, a necessidade de múltiplas sessões para
conclusão dos tratamentos e a expressa vontade do adolescente, recomenda-se
que o profissional solicite acompanhamento de um responsável legal em pelo
menos uma das consultas, para esclarecimentos.
113
MINISTÉRIO DA SAÚDE
Saiba Mais
∙∙ Estatuto da Criança e do Adolescente – Lei nº 8.069, de 13/7/1990.
∙∙ Caderneta do Adolescente, disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/>.
114
A SAÚDE BUCAL NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
Saiba Mais
∙∙ Política Nacional de Atenção Integral da Saúde do Homem.
∙∙ Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher.
Os principais agravos de saúde bucal que afetam os idosos são as perdas dentárias,
cárie dentária, doença periodontal, xerostomia e lesões dos tecidos moles. Esses
problemas produzem incapacidades, que nem sempre são percebidas como fatores
que provocam perdas funcionais importantes.
Portanto, o envelhecimento populacional requer novos arranjos organizacionais
de saúde, de forma a promover a longitudinalidade do cuidado numa abordagem
interdisciplinar dos fatores comuns de risco. Vale destacar que a prestação de
cuidados à saúde da pessoa idosa é necessariamente multiprofissional, tendo em
vista a presença das doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) e a necessidade
do cuidado longitudinal.
Assim, a promoção da saúde bucal para idosos deve envolver especialmente as
áreas de Educação, Nutrição, prevenção de câncer, controle do tabaco e do álcool,
na perspectiva do curso de vida e dos fatores comuns de risco.
115
MINISTÉRIO DA SAÚDE
Saiba Mais
Caderneta de Saúde da Pessoa Idosa, disponível em: <http://bvsms.saude.
gov.br/>.
A hipertensão arterial sistêmica (HAS) está definida como pressão arterial sistólica
maior ou igual a 140 mmHg; e como pressão arterial diastólica maior ou igual a 90 mmHg,
em indivíduos que não estão fazendo uso de medicação anti-hipertensiva.
Os hipertensos podem e devem ser atendidos na AB e receber consultas
programadas de recuperação, manutenção, reabilitação, orientação de dieta, controle
do biofilme dental e acompanhamento no território (Quadro 11).
Considerações e cuidados clínicos odontológicos
116
A SAÚDE BUCAL NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
Pressão arterial sistêmica controlada: 140/90 mmHg e HAS leve: 140>160/90>105 mmHg
Poderão ser realizados os procedimentos dos grupos I, II, III, IV, V e VI, adotando
conduta normal, utilizando-se ou não técnicas de sedação.
Legenda
117
MINISTÉRIO DA SAÚDE
Saiba Mais
Caderno de Atenção Básica, nº 37 – Estratégias para o Cuidado da Pessoa
com Doença Crônica: Hipertensão Arterial Sistêmica, disponível em: <http://
dab.saude.gov.br>.
Diabetes
118
A SAÚDE BUCAL NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
∙∙ Solicitar que o paciente compareça para consulta uma hora antes para medir
a glicemia, podendo ser medicado, ou não, antes do procedimento.
119
MINISTÉRIO DA SAÚDE
Alto risco: nível de glicose em jejum algumas vezes > 250 mg/dl, sintomas frequentes,
múltiplas complicações:
Se apresentar infecção dentária ativa:
∙∙ Executar procedimento odontológico de controle de forma mais simples possível.
∙∙ Podem ser realizados procedimentos clínicos não cirúrgicos.
∙∙ Procedimentos cirúrgicos menores exigem ajuste da dose de insulina pelo médico,
se for o caso.
∙∙ Em cirurgias maiores, além do ajuste da insulina, estudar a possibilidade de internação.
∙∙ Prescrever a profilaxia antibiótica (Anexo A).
Se não houver infecção dentária ativa:
Adiar o tratamento até as condições metabólicas se equilibrarem, buscando, nesse
período, o controle das infecções bucais.
∙∙ Deve-se ter cuidado especial com as doenças periodontais.
∙∙ Orientar para a prevenção das doenças bucais – cárie e periodontite – por meio de
escovação, uso de fio dental, bochechos fluorados e com clorexidina, alimentação
rica em fibras e dieta hipocalórica.
Terapia medicamentosa
∙∙ Caso seja necessário, considerar o uso de tranquilizante ou sedação complementar
para o tratamento odontológico de pacientes diabéticos descompensados.
120
A SAÚDE BUCAL NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
Saiba Mais
Caderno de Atenção Básica, nº 36 – Diabetes Mellitus, disponível em: <http://
dab.saude.gov.br>.
121
MINISTÉRIO DA SAÚDE
122
A SAÚDE BUCAL NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
Saiba Mais
Caderno de Atenção Básica, nº 36 – Diabetes Mellitus, disponível em: <http://
dab.saude.gov.br>.
O portador de HIV pode e deve ser atendido na AB. Apenas deve ser encaminhado
para os centros odontológicos especializados quando apresentar complicações
sistêmicas avançadas, necessidade de encaminhamento para exames de tecidos
moles, tratamento de doença periodontal grave e outras necessidades como
endodontia, prótese etc. (Quadro 13).
Na abordagem do paciente que convive com HIV/aids, deve-se:
∙∙ Realizar anamnese e exame clínico, visando conhecer a história clínica atual.
123
MINISTÉRIO DA SAÚDE
Acidente perfurocortante
∙∙ Quando houver contato com mucosa, conjuntiva ocular, nariz ou boca, lavar
intensamente com água ou soro fisiológico.
124
A SAÚDE BUCAL NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
Todos os pacientes soropositivos para o HIV ou com aids devem ser avaliados
rotineiramente com consultas de manutenção trimestrais para controle de possíveis
focos de infecção e de lesões intrabucais, orientação de dieta, controle de placa e
acompanhamento no território.
O plano de tratamento deverá estar de acordo com a história médica do paciente.
Saiba Mais
Caderno de Atenção Básica – HIV/aids, hepatites e outras DST, disponível em:
<http://dab.saude.gov.br>.
Hepatites virais
125
MINISTÉRIO DA SAÚDE
126
A SAÚDE BUCAL NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
Saiba Mais
Manual ABCDE das Hepatites Virais para Cirurgiões-Dentistas, do Departamento
de DST, Aids e Hepatites Virais/SVS/MS.
127
MINISTÉRIO DA SAÚDE
Saiba Mais
Diretrizes de Atenção à Saúde Bucal da Pessoa com Deficiência, disponível
em: <http://dab.saude.gov.br>.
Deficiência Auditiva
128
A SAÚDE BUCAL NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
∙∙ Quando a comunicação pela Língua Brasileira de Sinais (Libras) não for possível,
pode-se utilizar escrita, desenho, gestos e mímicas.
∙∙ Muitos deficientes auditivos têm a habilidade da leitura labial. A fala deve ser
natural, de maneira clara e com o olhar voltado ao sujeito.
∙∙ Geralmente, vêm acompanhados por cuidadores, familiares ou intérpretes,
que podem auxiliar na comunicação. Porém, os profissionais devem se dirigir
sempre a eles, não ao intérprete.
129
MINISTÉRIO DA SAÚDE
Deficiência física
∙∙ Nos casos de pessoas com deficiência física que não conseguirem se posicionar
sozinhas, auxiliá-las ou solicitar apoio dos cuidadores.
130
A SAÚDE BUCAL NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
Figura 11 - Posicionamento na
cadeira odontológica
com auxílio de apoio
131
MINISTÉRIO DA SAÚDE
Deficiência visual
Pessoa com deficiência visual é aquela considerada com acuidade visual igual ou
menor que 20/200 no melhor olho, após a melhor correção, ou campo visual inferior a
20º (tabela de Snellen), ou ocorrência simultânea de ambas as situações.
132
A SAÚDE BUCAL NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
∙∙ Permitir e incentivar que toquem nos objetos e nas pessoas, ajudando a sua
percepção. O contato físico, como o toque, o abraço e o aperto de mão, traz
maior proximidade com os profissionais e permite melhor percepção de como
é o profissional que irá atendê-los.
133
MINISTÉRIO DA SAÚDE
Atenção!
∙∙ Para que os deficientes visuais melhorem seu autocuidado bucal, os métodos
de educação em saúde serão adequados a esta deficiência. As orientações
sobre os cuidados bucais priorizarão a exploração dos outros sentidos com
o uso de material ilustrativo em alto relevo, material de áudio e folhetos em
braile para complementar as informações verbais.
134
A SAÚDE BUCAL NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
135
MINISTÉRIO DA SAÚDE
136
A SAÚDE BUCAL NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
- Cárie de radiação
- Xerostomia
- Alteração de paladar
- Mucosite
- Trismo
- Malformação dentária (infantil)
- Neurotoxicidade
- Osteorradionecrose
137
MINISTÉRIO DA SAÚDE
Saiba Mais
Boletim ano 5, nº 3 setembro/dezembro de 2014. Instituto Nacional de Câncer
José Alencar Gomes da Silva/Ministério da Saúde.
138
A SAÚDE BUCAL NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
Quando houver cavitação, a cárie deverá ser removida e a cavidade deverá ser
restaurada diretamente com o auxílio dos materiais restauradores disponíveis (resina
fotopolimerizável, amálgama e/ou cimento ionômero de vidro). Se, no momento da
remoção da cárie, houver o risco iminente de exposição pulpar e a polpa apresentar
sinais de vitalidade (sensibilidade à dor provocada e resposta positiva ao teste
de sensibilidade), pode-se lançar mão da remoção parcial de tecido cariado e
consequente restauração com os materiais supracitados.
O procedimento de remoção parcial de tecido cariado visa à retirada da camada
mais superficial de dentina (dentina infectada), que apresenta consistência
amolecida e coloração amarelo-clara, sendo facilmente removida com instrumentos
manuais e/ou rotatórios (baixa rotação). No entanto, abaixo desta camada, deve
permanecer uma dentina mais endurecida e com maior escurecimento (dentina
afetada ou contaminada), que é passível de remineralização. É importante que as
paredes circundantes sejam limpas pelos critérios clínicos de dureza. A remoção
seletiva de tecido cariado, mantendo a dentina cariada profunda, deve ser
realizada sobre a parede pulpar, com objetivo de evitar exposição pulpar. Após a
remoção parcial, deverá ser aplicada sobre a dentina remanescente uma camada
de cimento de hidróxido de cálcio ou cimento de ionômero de vidro e restauração
definitiva com resina composta e/ou amálgama.
É possível realizar o procedimento denominado capeamento pulpar indireto, em
que, sem a exposição de tecido pulpar em cavidades profundas (com remoção total
ou parcial de tecido cariado) e com o risco de exposição, recobre-se o fundo da
parede pulpar com materiais que promoverão forramento da cavidade, estimularão
a produção de dentina reparadora e diminuirão os sintomas de sensibilidade após
o procedimento. O hidróxido de cálcio em pasta é o material mais indicado nesses
casos. Desse modo, objetiva-se diminuir a superfície de contato da dentina da parede
pulpar com o ataque ácido e o condicionamento do preparo cavitário, diminuindo as
chances de agressão ao tecido pulpar e, consequentemente, a possível hiperemia
e/ou pulpite.
Em casos de exposição pulpar acidental em ambientes sem a presença de
tecido cariado infectado/necrótico e quando houver tecido pulpar saudável (sem
sintomatologia dolorosa espontânea, sangramento de cor vermelho-viva, de
textura consistente e passível de hemostasia), é possível conduzir o ato clínico
de forma conservadora.
139
MINISTÉRIO DA SAÚDE
140
A SAÚDE BUCAL NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
Selantes
141
MINISTÉRIO DA SAÚDE
6.1.2.3.2 Cirurgia
Todos os procedimentos que têm a necessidade da realização de um acesso
cirúrgico e extrações dentárias deverão ser realizados na AB e, para isso, a gestão
precisa disponibilizar recursos físicos e materiais para o profissional conduzir o
caso. Lembrando que exodontias de dentes permanente e decíduos, na sua quase
totalidade, são de atribuição da AB.
Caso haja necessidade de atendimento especializado, eles deverão ser
encaminhados para o CEO de acordo com os pressupostos citados a seguir:
142
A SAÚDE BUCAL NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
Atenção Básica:
Deverão ser realizados todos os procedimentos de adequação do meio bucal
relacionados à presença de focos infecciosos, procedimentos clínicos e
cirúrgicos básicos.
6.1.2.3.3 Periodontia
Deve-se intervir nos fatores modificadores da doença periodontal, raspagem e
alisamento supragengival e subgengival, remoção de outros fatores de retenção
de placa, orientações de higiene bucal e procedimentos cirúrgicos procedimentos
cirúrgicos. Nesse sentido, a gestão deve possibilitar instalações clínicas adequadas.
Além disso, é possível a realização de procedimentos que o profissional assim desejar
e tiver habilidade, como gengivectomia, aumento de coroa clínica, entre outros
procedimentos, ou seja, o tratamento periodontal poderá ser realizado na Unidade
de Atenção Básica, conforme disponibilidade técnica e de equipamento. Também
deverão ser realizados os tratamentos de urgência (gengivite ulcerativa necrozante
aguda – Guna; gengivoestomatite-herpética aguda e abscessos).
Os pacientes encaminhados para o CEO deverão ter obtido na AB elucidações
sobre a etiologia de agravos em saúde bucal, bem como ter passado por sessões
de motivação ao autocuidado, sendo importante que se promova a apropriação
destes conhecimentos. O usuário encaminhado deverá apresentar como pré-requisito
condições de saúde bucal que favoreçam e facilitem o tratamento periodontal
especializado. Usuários com atividade de cárie deverão receber, previamente ao
encaminhamento, tratamento de fluorterapia e orientações acerca de higiene bucal
e dieta, a fim de estabilizar a progressão e paralisar a atividade da doença. Os
143
MINISTÉRIO DA SAÚDE
dentes cavitados por história de cárie deverão sofrer preferencialmente remoção total
do tecido cariado e selamento com material restaurador provisório e/ou definitivo.
A adequação do meio bucal deve ser realizada previamente ao encaminhamento,
objetivando a remoção de focos infecciosos, remoção de excesso de restaurações
e remoção de cálculo dentário por meio de raspagens supra e subgengivais. Dessa
maneira, possibilita-se que o usuário realize o correto controle de placa, estimulando-o
para o autocuidado a fim de manter as condições do meio bucal apropriadas para a
manutenção da saúde bucal.
6.1.2.3.4 Endodontia
Atenção Básica:
Deve-se resolver a situação de emergência do usuário e monitorá-lo (medicação
e troca de curativos) enquanto ele aguarda agendamento no Centro de
Especialidades Odontológicas (CEO). O tratamento endodôntico também poderá
ser realizado na Unidade Básica de Saúde (UBS), conforme sua disponibilidade
técnica e de equipamento.
144
A SAÚDE BUCAL NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
Capeamento pulpar
145
MINISTÉRIO DA SAÚDE
Curetagem pulpar
Pulpotomia
146
A SAÚDE BUCAL NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
6.1.2.3.5 Estomatologia
É de responsabilidade do CD da equipe da Atenção Básica detectar alterações em
tecidos moles e/ou duros e estabelecer a hipótese diagnóstica destas lesões, bem
como a seleção dos casos que deverão ser encaminhados ao especialista, de acordo
com a capacitação deste profissional. Salienta-se que, no caso de lesões com suspeita
de malignidade, o diagnóstico é também de responsabilidade do CD, e o tratamento
será realizado por especialistas da Oncologia, caso confirmada a malignidade.
Atenção Básica:
Avaliação do usuário com queixa de alteração bucal em tecidos moles e/
ou duros, identificando as alterações não compatíveis com a normalidade.
147
MINISTÉRIO DA SAÚDE
Atenção Básica:
De acordo com as Diretrizes da Política Nacional de Saúde Bucal, deverão
ser realizados todos os procedimentos clínicos básicos e, após, realiza-se
na Atenção Básica a reabilitação por próteses totais e/ou parciais removíveis
superiores, inferiores ou ambas.
Em municípios cuja Atenção Básica não provê reabilitação protética, os usuários
deverão ser encaminhados à Atenção Especializada Ambulatorial, com as
necessidades básicas de dentística, cirurgia ou periodontia sanadas.
A oferta de próteses totais e parciais tem como objetivo construir uma política
de inclusão social de edêntulos e dentados parciais, minimizando as sequelas da
prática odontológica mutiladora. Para informações sobre credenciamento, recursos
financeiros para os Laboratórios Regionais de Próteses Dentárias e registro de
produção, acesse o site <http://dab.saude.gov.br>.
148
A SAÚDE BUCAL NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
149
MINISTÉRIO DA SAÚDE
150
A SAÚDE BUCAL NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
Conclusão
Clínica: registro da relação intermaxilar, moldagem
para núcleo metálico fundido ou repreparo
Consulta 3
Laboratório: fundição do núcleo metálico fundido
(NMF)
Clínica: adaptação e cimentação
Consulta 4
do NMF
Clínica: moldagem dos pilares Laboratório:
Consulta 5
confecção do copping.
Clínica: prova do copping e moldagem de
Consulta 6 transferência
Laboratório: aplicação da porcelana
Clínica: prova e ajuste da porcelana
Consulta 7
Laboratório: glazeamento
Consulta 8 Clínica: prova final e cimentação da PPF
Clínica: controle posterior e ajuste
Consulta 9
pós-uso (uma semana)
Consulta 1: após um mês da instalação
Consulta 2: após três meses da instalação
Consulta 3: após seis meses da instalação
Revisões* Consulta 4: após um ano da instalação (com série
radiográfica dos pilares)
Consulta 5: revisões anuais, podendo realizar
séries radiográficas de dois em dois anos
Fonte: Autoria própria.
* A definição do local para as revisões (UBS ou CEO) dependerá da organização de cada serviço.
6.1.2.3.7 Ortodontia
Atualmente, torna-se fundamental a necessidade de redimensionar a oferta de
procedimentos ortodônticos nos serviços de saúde à população, por meio de um
protocolo de diagnóstico e interceptação das maloclusões para CDs atuantes na AB,
visando ampliar a atuação deste nas UBS, abrangendo maior número de pacientes
e possibilitando maior acesso da população brasileira à ortodontia preventiva
e interceptativa. Objetiva-se a aplicação clínica de atendimento ortodôntico à
comunidade com efetividade e eficiência no controle do estabelecimento das
maloclusões, trazendo todos os benefícios possíveis às populações interessadas.
O tratamento das maloclusões pode ser classificado como preventivo, interceptativo
e corretivo, dependendo de sua complexidade e seu estágio de desenvolvimento.
A AB pode ser resolutiva no tratamento preventivo e interceptativo por meio da
151
MINISTÉRIO DA SAÚDE
Atenção Básica:
A equipe de Saúde Bucal, em conjunto com outros profissionais da UBS,
planejará e realizará ações preventivas e educativas (orientações sobre:
amamentação, dieta, higiene oral, aspectos gerais sobre erupção dos dentes,
hábitos nocivos, importância da manutenção e higidez dos dentes e funções
orofaciais), assim como procedimentos clínicos simples que evitem ou agravem
a maloclusão (realização de restaurações adequadas, exodontias somente
quando necessárias e ulectomia quando indicada; eliminação de interferências
oclusais; manutenção de dentes decíduos até esfoliação natural; remoção
de hábitos; observação da cronologia, sequência eruptiva e anomalias
dentoesqueletais; encaminhamento para otorrinolaringologista e fonoaudiólogo
diante de problemas funcionais e/ou musculares, entre outros).
São voltadas para a prevenção do surgimento das maloclusões por meio de ações
de educação em saúde, com ênfase no acesso à informação sobre os fatores de risco
e as formas de se evitar o desenvolvimento das maloclusões.
A participação do CD nos programas de acompanhamento e aconselhamento de
gestantes é importante para orientar e informar as futuras mães sobre a importância
do aleitamento exclusivo materno até os 6 meses de idade, o qual possui papel
fundamental no crescimento e no desenvolvimento craniofacial. É importante ressaltar
que, além das inúmeras vantagens que o aleitamento materno propicia, também
contribui de forma significativa para diminuição dos índices de maloclusão na dentição
decídua. Caso não seja possível o aleitamento materno ou caso seja realizado de
forma parcial, deve-se orientar sobre a escolha dos acessórios para amamentação,
sendo que os bicos ortodônticos com orifícios pequenos, para estimular a sucção
e a deglutição adequadas, e a abertura voltada para o palato, e não para a região
posterior, são os mais indicados.
Outro aspecto relevante refere-se às orientações sobre a eliminação dos hábitos
bucais deletérios em época oportuna, principalmente aos relacionados à sucção
digital e chupeta. As alterações esqueléticas e dentárias ocorridas em consequência
da persistência desses hábitos podem prejudicar de forma significativa o crescimento
e o desenvolvimento craniofacial.
152
A SAÚDE BUCAL NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
153
MINISTÉRIO DA SAÚDE
DENTIÇÃO PERMANENTE
CORRETIVO • REMOÇÃO PASSIVA OU ATIVA DO HÁBITO
TARDIO (POSSUI HÁBITO
DE MALOCLUSÃO) • ENCAMINHAR AO ORTODONTISTA PARA O TRATAMENTO ORTODÔNTICO CORRETIVO
• ENCAMINHAR AO PSICÓLOGO E/OU FONOAUDIOLÓGO SE PERSISTIR O HÁBITO
154
A SAÚDE BUCAL NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
Mordida cruzada
155
MINISTÉRIO DA SAÚDE
156
A SAÚDE BUCAL NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
Critérios de encaminhamento:
Continua
157
MINISTÉRIO DA SAÚDE
Continuação
a. Cirurgia dentoalveolar:
b. Patologia cirúrgica:
Continua
158
A SAÚDE BUCAL NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
Conclusão
159
MINISTÉRIO DA SAÚDE
Periodontia
Critérios de encaminhamento:
160
A SAÚDE BUCAL NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
Conclusão
Endodontia
Critérios de encaminhamento:
Critérios de encaminhamento:
161
MINISTÉRIO DA SAÚDE
Conclusão
Estomatologia
não raspáveis.
Continua
162
A SAÚDE BUCAL NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
Conclusão
Critérios de encaminhamento:
163
MINISTÉRIO DA SAÚDE
Critérios de encaminhamento:
∙∙ Não devem ser encaminhados casos com presença de dentes com extrusão
ou com necessidade de coroas fixas para apoio da PPR.
Fica a cargo do município a decisão dos casos em que vai ofertar as PPFs. É
importante ressaltar que as razões estéticas que podem afetar a qualidade de
vida do usuário e que não tenham resultado esteticamente satisfatório com PPR
estão indicadas para a PPF.
Critérios de encaminhamento:
164
A SAÚDE BUCAL NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
Conclusão
Critérios de encaminhamento:
165
MINISTÉRIO DA SAÚDE
Conclusão
Ortodontia
Critérios de encaminhamento:
166
A SAÚDE BUCAL NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
167
MINISTÉRIO DA SAÚDE
Mobiliário e espaço
Mobiliário e espaço Mobiliário e espaço
Outros físico compatível
físico compatível com físico compatível com
recursos com os serviços
os serviços ofertados. os serviços ofertados.
ofertados.
Continua
168
A SAÚDE BUCAL NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
Conclusão
CEO Tipo I CEO Tipo II CEO Tipo III
169
MINISTÉRIO DA SAÚDE
170
A SAÚDE BUCAL NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
6.2.1.1 Planejamento
A gestão municipal/estadual deve utilizar para o planejamento e a tomada
de decisão a análise e o acompanhamento de indicadores de saúde bucal, as
pactuações interfederativas, os sistemas de informação e outras ferramentas de
gestão, como recursos para orientar mudanças na organização e no funcionamento
dos serviços de saúde bucal.
Também deve estabelecer estratégias de oferta de ações e serviços especializados
de saúde bucal considerando critérios epidemiológicos locais.
É importante que se busque, junto à gestão municipal, a designação de profissional
ou equipe de profissionais para a função de gerência do CEO, estando formalizada
por lei, portaria ou ato interno, e representada no organograma da Secretaria
Municipal de Saúde (SMS).
171
MINISTÉRIO DA SAÚDE
∙∙ Absenteísmo.
172
A SAÚDE BUCAL NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
Quadro 27 – Fatores que interferem no alcance das metas dos CEOs e comentários
173
MINISTÉRIO DA SAÚDE
Absenteísmo
O absenteísmo é um tema constantemente abordado nos serviços públicos de saúde
pelo impacto na organização dos serviços e, consequentemente, na agenda dos
profissionais. Remete-se à discussão da construção social da demanda, assunto
que não será discutido nesta publicação. Porém, é necessário que os profissionais
dos serviços de saúde construam vínculos com a clientela do território de forma que
o encaminhamento não seja apenas uma atitude baseada em uma necessidade
normativa, mas sim que leve em conta a subjetividade dos usuários.
O CEO, por ser um serviço de referência, deve estar localizado em local adequado,
sem barreiras geográficas, que são um dos fatores do absenteísmo.
Estudos sobre o tema apontam que a vulnerabilidade social é o fator mais frequente
para a falta na consulta especializada.
Outros fatores que podem provocar o absenteísmo:
99 Do ponto de vista dos serviços:
∙∙ O prazo de espera para o agendamento.
∙∙ A antecedência com a qual o usuário deva ser avisado da consulta.
∙∙ As orientações recebidas na AB do motivo do encaminhamento.
99 Do ponto de vista dos usuários:
∙∙ A desatenção em relação à data da consulta.
∙∙ O horário da consulta que, por vezes, inviabiliza o comparecimento por motivos
de trabalho, entre outros.
∙∙ A impossibilidade de identificar o local da consulta apropriadamente.
∙∙ A falta de recursos financeiros para realizar o deslocamento.
99 Algumas sugestões para enfrentar o problema:
∙∙ Certificar-se de que o horário da consulta é conveniente para o usuário.
∙∙ Envidar esforços para aproximar geograficamente
os serviços de referência da AB.
∙∙ Informar o usuário sobre o tempo de espera previsto para o agendamento.
∙∙ Informar o usuário sobre a data de agendamento com
antecedência de pelo menos 20 dias para que tenha condições
de se organizar para o comparecimento à consulta.
∙∙ Confirmar o comparecimento do usuário à consulta 24 horas antes.
∙∙ Solicitar ao usuário que comunique à AB sua impossibilidade de comparecimento
à consulta.
Continua
174
A SAÚDE BUCAL NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
Conclusão
∙∙ Orientar o usuário de forma clara e objetiva sobre os motivos do
encaminhamento, devendo o profissional certificar-se de que suas explicações
foram perfeitamente entendidas.
∙∙ Utilizar o recurso da referência lateral ou referência interna para suprir as faltas
dos usuários usuários às consultas.
Fonte: Autoria própria.
Atenção!
Para atendimento das metas de um CEO Tipo I (120 horas), considerando o
perfil epidemiológico e a configuração da rede de atenção básica, sugere-se
como possível composição da equipe:
∙∙ 40 horas de Endodontia.
∙∙ 36 horas de Cirurgia.
∙∙ 20 horas de Periodontia.
∙∙ 20 horas de PNE.
∙∙ 4 horas Estomatologia.
175
MINISTÉRIO DA SAÚDE
Cirurgia Bucomaxilofacial
Sugestão de agendamento:
∙∙ 12 pacientes/semana = 48 pacientes/mês.
∙∙ Reservar um dia da semana para realização de pós-operatório.
∙∙ Realização de duas a três cirurgias em quatro dias da semana = 8 a 12
cirurgias/semana.
∙∙ Total de 32 a 48 cirurgias/mês.
∙∙ Total de vagas/mês disponibilizadas = 48.
Fonte: Autoria própria.
Periodontia
Sugestão de agendamento:
∙∙ 18 pacientes/semana = 72 pacientes/mês.
∙∙ Reservar dois dias da semana para realização de cirurgias e retornos em geral.
∙∙ Total de vagas/mês disponibilizadas = 72.
176
A SAÚDE BUCAL NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
Endodontia
Sugestão de agendamento:
∙∙ Tempo de duração da consulta = 60 minutos.
∙∙ Total de vagas/mês disponibilizadas = 27 a 30.
∙∙ 80 consultas/mês, sendo necessárias, em média, três sessões por elemento
dental, com a margem de uma sessão a mais ou a menos em função da
condição dental.
∙∙ Média de 30 vagas/mês (80/3 = 26,67) por profissional.
Estomatologia
Sugestão de agendamento:
∙∙ 18 pacientes/semana = 48 pacientes/mês.
∙∙ Tempo de duração da consulta = 40 minutos. Reservar dois dias da semana
para cirurgias e retornos em geral.
∙∙ Total de vagas/mês disponibilizadas = 72.
Fonte: Autoria própria.
177
MINISTÉRIO DA SAÚDE
178
A SAÚDE BUCAL NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
179
MINISTÉRIO DA SAÚDE
Implantodontia
Sugestão de agendamento:
∙∙ 4 pacientes/semana = 16 pacientes/mês.
∙∙ Reservar dois dias na semana para consulta de primeira vez (acolhimento,
esclarecimentos sobre o tratamento, avaliação clínica, avaliação dos exames
laboratoriais) e planejamento.
∙∙ Reservar um dia na semana para cirurgia e instalação dos implantes.
∙∙ Reservar dois dias da semana para a confecção da prótese implantossuportada.
Fonte: Autoria própria.
180
A SAÚDE BUCAL NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
6.2.1.3 Acolhimento
Sendo o CEO uma referência para tratamento especializado, o acesso a este,
como regra geral, será sempre por meio da referência a partir da unidade básica
de saúde, para todas as especialidades e efetivadas por meio do Documento de
Referência e Contrarreferência, devidamente preenchido e assinado pelo profissional
de referência na UBS. No entanto, uma vez em tratamento no CEO, o usuário poderá
ser referenciado a outra especialidade, como uma referência lateral, ou seja, dentro
do próprio CEO.
Todos os pacientes encaminhados para o CEO devem ser instruídos
detalhadamente sobre o que foi realizado na UBS, o porquê de seu encaminhamento
e o que será feito no CEO para evitar dificuldades logísticas e de expectativas. É
fundamental que os usuários e seus responsáveis, quando houver, sejam instruídos
sobre local, horários e documentação necessária para o atendimento.
Quando do acolhimento do usuário no CEO, vale destacar que a anamnese é parte
importante, devendo ser realizada para a revisão da saúde sistêmica. É necessário
também que seja feito questionamento sobre os procedimentos realizados na UBS.
181
MINISTÉRIO DA SAÚDE
182
A SAÚDE BUCAL NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
6.2.1.7 Interconsulta
A interconsulta é um momento de encontro entre profissionais, presencial ou
virtual, para discussão técnica de casos e esclarecimento de dúvidas a respeito de
diagnóstico ou tratamento, e deve ser um instrumento de matriciamento na atenção à
saúde bucal. Além das informações escritas no prontuário do paciente ou nas fichas
de referência e contrarreferência, a interconsulta por telefone, ou por outros meios
de comunicação que transcendem a informação escrita, pode ser realizada sempre
que necessário.
Assim, a interconsulta será utilizada como estratégia para conformar a rede de
cuidado em saúde bucal e sua regulação. Seria um mecanismo para possibilitar
encontros e conversas, uma oportunidade para discutir o trabalho integrado da
clínica básica com a especializada dentro das possibilidades das equipes e as
necessidades dos usuários.
No âmbito do mesmo ponto da rede, a interconsulta pode e deve ser encorajada
especialmente nos casos em que a complexidade da atenção englobe as condições
sistêmicas do paciente. Da mesma forma, a interconsulta pode acontecer sempre
que houver dificuldades em se estabelecer o diagnóstico definitivo de alguma lesão
ou condição. Esta prática pode possibilitar melhor comunicação entre os diferentes
profissionais responsáveis pelo atendimento do paciente, tanto entre os da rede de
atenção em saúde, como entre os de outras áreas que estejam relacionados.
Exemplo: um paciente idoso medicado com carbamazepina para neuralgia do
trigêmeo com erupções cutâneas. Sabe-se que o uso da carbamazepina deve ser
suspenso quando ocorrer aparecimento de tais lesões. Nesse caso, faz-se necessária
uma interconsulta com um profissional médico e com um profissional farmacêutico
para decidir a conduta mais adequada.
Devem ser objeto de interconsultas algumas doenças que podem levar ao aumento
da probabilidade do desenvolvimento de câncer bucal e que ainda não possuem
protocolo ou conduta específica, tais como: uma série de doenças hipoimunitárias
que podem levar ao aumento da probabilidade do desenvolvimento da doença; lesões
malignas bucais relacionadas à síndrome da imunodeficiência adquirida (aids), que
têm sido bastante discutidas, particularmente em relação à ocorrência de neoplasias
malignas de origem no tecido conjuntivo (linfomas e sarcomas de Kaposi); doenças
raras, tais como a anemia de Fanconi; entre outras que também se caracterizam por
aumento na ocorrência de carcinomas intrabucais.
183
MINISTÉRIO DA SAÚDE
184
A SAÚDE BUCAL NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
185
MINISTÉRIO DA SAÚDE
186
A SAÚDE BUCAL NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
Exame Clínico
O significado de diagnóstico é “ver por meio de”, ou seja, pelos sinais e sintomas,
reconhecer a perda da normalidade. Para isso, é necessário conhecer o normal,
usar o conhecimento empírico e o bom senso, além do conhecimento científico nas
diferentes áreas.
A realização do exame clínico é inerente ao exercício profissional e precede
qualquer atendimento odontológico. Todo paciente encaminhado para avaliação
clínica, em qualquer ponto de atenção à saúde, deve ser submetido a um minucioso
exame clínico, cujas fases são detalhadas a seguir (Figura 17).
Figura 17 – Exame clínico: anamnese
187
MINISTÉRIO DA SAÚDE
Saiba Mais:
Sobre abordagem mínima: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/inca/
Metodologia_do_tratamento_do_tabagismo_no_SUS.pdf>.
188
A SAÚDE BUCAL NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
189
MINISTÉRIO DA SAÚDE
∙∙ Se o paciente é transplantado:
99 Registre o tipo e o período do transplante, estado geral de saúde e
condições gerais, medicações e comorbidades.
190
A SAÚDE BUCAL NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
191
MINISTÉRIO DA SAÚDE
192
A SAÚDE BUCAL NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
193
MINISTÉRIO DA SAÚDE
Sequência de intervenção
∙∙ Comece avaliando a morfologia craniofacial óssea, muscular e tegumentar.
∙∙ Avalie a ATM quanto aos aspectos de sintomatologia dolorosa, ruídos
articulares e limitação de movimento.
∙∙ Verifique a ocorrência de perfil esquelético associado à maloclusão de classe
II e III, ou problemas verticais (mordida aberta, por exemplo) ou laterolaterais.
∙∙ Avalie a região peribucal e atente-se às manchas, bolhas, úlceras em pele
e mucosas dos lábios ou, ainda, aos problemas de mastigação, de fala e
halitose.
∙∙ Verifique a presença de nódulos, abscessos ou edemas na região.
∙∙ Palpe os linfonodos regionais, examinando-os quanto à consistência (mole ou
duro), mobilidade (móvel ou fixo) e sensibilidade (doloroso ou indolor) à palpação.
194
A SAÚDE BUCAL NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
Sequência de intervenção
∙∙ Comece pela avaliação da mucosa oral e das estruturas de suporte, para então
dedicar-se ao exame dos dentes.
∙∙ Observe alterações na consistência, na coloração e/ou nas sintomatologias
associadas às mucosas de revestimento (mucosa jugal, assoalho bucal, ventre
da língua, palato mole/duro e lábios), mucosas mastigatórias (gengivas e palato
duro), mucosas especializadas (dorso da língua), rebordos ósseos, mucosas de
orofaringe e morfologias de tonsilas palatinas.
∙∙ Faça avaliação estomatológica em busca de lesões. As mais comuns são
candidose e hiperplasias. No entanto, atente-se também para o diagnóstico de
leucoplasia, líquen plano, de queilite actínica e de eritroplasia. Embora raras, são
importantes em função do potencial de malignidade presente.
∙∙ Com respeito à dentição, avalie:
195
MINISTÉRIO DA SAÚDE
Cuidados adicionais
Exames complementares
196
A SAÚDE BUCAL NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
197
MINISTÉRIO DA SAÚDE
Justifica-se, ainda, esta indicação para pacientes portadores de próteses totais, a fim
de investigar a presença de restos radiculares ou dentes inclusos sob suas próteses.
A solicitação de exames radiográficos deve ser individualizada e estar de acordo
com as indicações clínicas. A radiografia panorâmica pode ser usada como exame
de triagem nos casos de necessidade de visualização ampla de todo o complexo
maxilomandibular. No entanto, para visualização de detalhes das estruturas dentárias
e ósseas circunjacentes, a radiografia periapical é mais indicada.
198
A SAÚDE BUCAL NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
99 Ultrassonografias (USG).
99 Cintilografias ósseas.
99 Radiografia periapical.
99 Fotografias:
99 Radiografias:
–– Panorâmica.
–– Telerradiografia em norma lateral e frontal.
–– Periapicais.
199
MINISTÉRIO DA SAÚDE
–– Mão e punho.
–– Modelos de estudo (superior e inferior).
–– Tomografias computadorizadas.
A radiologia pode ser inserida na Atenção Básica como suporte para diagnóstico,
usando-se da estrutura da Atenção Especializada Ambulatorial ou mesmo Hospitalar.
A solicitação de exames radiográficos na AB deve ser considerada como abordagem
complementar.
∙∙ Hemograma.
∙∙ Plaquetograma.
200
A SAÚDE BUCAL NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
∙∙ Glicemia de jejum.
∙∙ Creatinina e ureia.
∙∙ Cultura e antibiograma.
99 Glicemia de jejum.
201
MINISTÉRIO DA SAÚDE
99 Contagem de CD4.
202
A SAÚDE BUCAL NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
203
MINISTÉRIO DA SAÚDE
Proservação
204
A SAÚDE BUCAL NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
Cuidados
Quanto ao procedimento:
∙∙ Anestesia por bloqueio regional e/ou terminal infiltrativa do dente e das estruturas
anexas.
205
MINISTÉRIO DA SAÚDE
Condutas clínicas
Sequência de intervenção
∙∙ Incisão com extensão proximal dos dentes envolvidos de forma a permitir o acesso
e a exposição do sítio cirúrgico.
∙∙ Aspiração contínua de sangue e líquidos utilizados na irrigação e na lavagem do
campo operatório.
∙∙ Descolamento e afastamento do retalho mucoperiosteal.
∙∙ Identificação da condição de impactação óssea e relação com dentes ou
estruturas vizinhas.
∙∙ Osteotomia para acesso (se necessário) e odontossecção (se necessário) com brocas
cirúrgicas em alta rotação, copiosamente irrigadas com solução fisiológica estéril,
ou ainda com brocas e micromotores de baixa rotação irrigados abundantemente.
∙∙ Em casos de transplantes dentais, preparo do sítio receptor e remoção da unidade
doadora a ser transplantada com o mínimo de trauma do ligamento periodontal e
estabilização do transplante com goteira de acrílico, adesivos resinosos colados
nos dentes vizinhos, contenção ou sutura.
∙∙ Remoção das estruturas dentárias com uso de extratores ou fórceps ou fixação
de artefato colado para tracionamento ortodôntico do dente.
∙∙ Curetagem do alvéolo para remoção de folículo pericoronário ou lesões adjacentes
(se necessário).
∙∙ Limagem e alisamento das paredes alveolares remanescentes (quando
necessário).
∙∙ Irrigação com solução fisiológica estéril do campo operatório.
∙∙ Readaptação do retalho mucoperiosteal incluindo leve compressão da área.
∙∙ Suturas.
206
A SAÚDE BUCAL NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
Sequência de intervenção
∙∙ Incisão no plano e na forma indicada, com uso de bisturi frio ou, preferencialmente,
com uso de bisturi elétrico.
∙∙ Aspiração contínua de sangue e líquidos utilizados na irrigação e lavagem do
campo operatório.
∙∙ Descolamento e afastamento do retalho mucoperiosteal (quando indicado).
∙∙ Irrigação com solução fisiológica estéril.
∙∙ Readaptação do retalho incluindo compressão da área.
∙∙ Suturas em planos de acordo com a técnica planejada.
∙∙ Utilização de cimento cirúrgico em casos de impossibilidade de sutura adequada.
Indicadas para correção morfológica dos rebordos alveolares dos maxilares que
impedem a adaptação funcional de próteses ou para fins ortodônticos e periodontais.
Sequência de intervenção
∙∙ Identificação das estruturas ósseas e plano ósseo a ser removido, bem como
respeito às estruturas vizinhas.
∙∙ Osteotomia para correção e remoção dos excessos, com uso de brocas cirúrgicas
em alta rotação, com microsserras reciprocantes ou oscilatórias, cinzéis e martelo
cirúrgico; ou ainda com brocas e micromotores de baixa rotação irrigados
copiosamente com solução fisiológica estéril.
207
MINISTÉRIO DA SAÚDE
∙∙ Suturas.
Observações
Lembrar sempre a possibilidade de reaproveitamento da estrutura óssea para a
reabilitação, enxertos ósseos e implantes osseointegrados.
Sequência de intervenção
∙∙ Incisão intrassulcular, com extensão proximal dos dentes adjacentes aos dentes
envolvidos, de forma a permitir o afastamento do retalho e acesso ao ápice dental.
∙∙ Aspiração contínua de sangue e líquidos utilizados na irrigação e lavagem do
campo operatório.
∙∙ Descolamento e afastamento do retalho mucoperiosteal.
∙∙ Identificação das estruturas ósseas e plano ósseo a ser removido, bem como
respeito às estruturas vizinhas.
∙∙ Osteotomia para acesso ao ápice ou foco radicular, apicectomia com uso de
brocas cirúrgicas, preparo cavitário para retro-obturação (quando necessário) com
uso de brocas cirúrgicas em alta rotação, copiosamente irrigadas com solução
fisiológica estéril, ou ainda com brocas e micromotores de baixa rotação irrigados
ou pontas ultrassônicas retro-obturadoras (retrotips).
∙∙ Retro-obturação com cimentos à base de mineral trióxido agregado (MTA) ou
cimento endodôntico.
∙∙ Limagem e alisamento das estruturas ósseas remanescentes.
∙∙ Irrigação do campo operatório com solução fisiológica estéril.
∙∙ Readaptação do retalho, incluindo compressão da área.
∙∙ Suturas.
208
A SAÚDE BUCAL NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
Sequência de intervenção
∙∙ Incisão intrassulcular, com extensão proximal dos dentes adjacentes aos dentes
envolvidos, de forma a permitir o afastamento do retalho, bem como o acesso e
a exposição do sítio cirúrgico.
∙∙ Aspirações contínuas de sangue e líquidos, utilizados na irrigação e na lavagem
do campo operatório.
∙∙ Descolamento e afastamento do retalho mucoperiosteal.
∙∙ Identificação das estruturas ósseas e do plano ósseo a ser removido, bem como
respeito às estruturas vizinhas.
∙∙ Osteotomia para acesso ao sítio da lesão com o uso de brocas cirúrgicas em
turbinas de alta rotação copiosamente irrigadas com solução fisiológica estéril, com
microsserras reciprocantes ou oscilatórias ou ainda com brocas e micromotores
de baixa rotação irrigados, ou cinzéis e martelo cirúrgico.
∙∙ Exérese da lesão por curetagem e enucleação para lesões menores ou acesso
para marsupialização quando de lesões císticas maiores.
∙∙ Limagem e alisamento das estruturas ósseas remanescentes.
∙∙ Irrigação do campo operatório com solução fisiológica estéril.
∙∙ Readaptação do retalho.
∙∙ Suturas.
Observações
∙∙ Tratamento cirúrgico de defeitos ósseos alveolares dos maxilares
209
MINISTÉRIO DA SAÚDE
Sequência de intervenção
∙∙ Incisão de acesso ao sítio doador de forma a permitir o afastamento do retalho
e acesso amplo.
∙∙ Aspiração contínua de sangue e líquidos usados na irrigação e lavagem do campo
operatório.
∙∙ Descolamento e afastamento do retalho mucoperiosteal.
∙∙ Identificação das estruturas ósseas e plano ósseo a ser removido, bem como
respeito às estruturas vizinhas.
∙∙ Acesso primeiro ao sítio receptor com preparo prévio do leito a ser enxertado.
∙∙ Osteotomia para acesso ao sítio doador com o uso de brocas cirúrgicas em alta
rotação copiosamente irrigadas com solução fisiológica estéril, com microsserras
reciprocantes ou oscilatórias; ou ainda com brocas e micromotores de baixa
rotação irrigados ou cinzéis e martelos cirúrgicos.
∙∙ Limagem e alisamento das estruturas ósseas remanescentes.
∙∙ Conservação do enxerto ósseo em solução fisiológica estéril até o momento
da enxertia.
∙∙ Considerar usos de técnica de regeneração óssea guiada com uso de osso
autógeno particulado coletado com coletores de osso e/ou uso de biomateriais
ou ossos xenógenos com membranas e telas adjacentes.
∙∙ Fixação do enxerto com parafusos em titânio de 1,5 mm de espessura.
∙∙ Readaptação do retalho sem tensão.
∙∙ Suturas.
Observações
∙∙ O tratamento para reconstrução óssea deve levar em consideração a possibilidade
de reabilitação protética do paciente.
210
A SAÚDE BUCAL NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
Sequência de intervenção
∙∙ Incisão e acesso ao campo operatório.
∙∙ Osteotomia para acesso ao sítio da lesão com o uso de brocas cirúrgicas em alta
rotação copiosamente irrigadas com solução fisiológica estéril, com microsserras
reciprocantes ou oscilatórias; ou ainda com brocas e micromotores de baixa
rotação irrigados, ou cinzéis e martelo cirúrgico.
∙∙ Suturas.
Observações
6.2.2.4 Periodontia
Terapia medicamentosa
211
MINISTÉRIO DA SAÚDE
Proservação
Cuidados
212
A SAÚDE BUCAL NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
Condutas clínicas
213
MINISTÉRIO DA SAÚDE
Sequência de intervenção
∙∙ Identificação da morfologia e profundidade das bolsas com a sonda periodontal.
∙∙ Recomendações pós-procedimento.
∙∙ Cirurgia de acesso
214
A SAÚDE BUCAL NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
Sequência de intervenção
∙∙ Incisão intrassulcular, com extensão proximal dos dentes envolvidos, de forma
a permitir o afastamento do retalho.
∙∙ Afastamento do retalho.
∙∙ Sutura.
∙∙ Recomendações pós-operatórias.
∙∙ Gengivectomia
215
MINISTÉRIO DA SAÚDE
Sequência de intervenção
∙∙ Marcação por pontos sangrantes na superfície externa correspondendo à
profundidade de sondagem.
∙∙ Primeira incisão com o gengivótomo de Kirkland por vestibular e palatino/lingual,
contínua, situada 1 mm a 2 mm apical ao ponto sangrante, com inclinação de
45º no sentido oclusocervical.
∙∙ Segunda incisão com o gengivótomo de Orban nos espaços proximais, mantida
a angulação de 45º de tal forma a liberar o tecido excisado, preservando a
forma papilar.
∙∙ Remoção do colar gengival e do tecido de granulação.
∙∙ Raspagem e alisamento radiculares.
∙∙ Irrigação com solução fisiológica estéril.
∙∙ Reconformação anatômica da gengiva, se necessária.
∙∙ Irrigação final.
∙∙ Hemostasia por compressão.
∙∙ Colocação de cimento cirúrgico. A depender do critério do profissional.
∙∙ Recomendações pós-operatórias.
∙∙ Entre 15 e 30 dias após o procedimento, o paciente deverá receber tratamento
restaurador na AB, que fará a proservação.
216
A SAÚDE BUCAL NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
Sequência de intervenção/cuidados
∙∙ Primeira incisão, em bisel interno, deixando um colar gengival suficiente para a
exposição desejada, em direção à crista óssea, por vestibular e palatino/lingual
(deve seguir o contorno gengival, preservando a anatomia das papilas interdentais;
sua extensão deve permitir afastamento suficiente do retalho e a obtenção de
um contorno gengival harmônico e, eventualmente, incisões relaxantes podem
ser necessárias).
∙∙ Afastamento do retalho.
∙∙ Segunda incisão intrassulcular com extensão proximal dos dentes envolvidos.
∙∙ Terceira incisão, com gengivótomo de Orban, na altura da crista óssea, liberando
o colar gengival de sua inserção.
∙∙ Remoção do colar e do tecido de granulação.
∙∙ Quando houver a necessidade de osteotomia, determinar a quantidade de osso
a ser removido (o padrão normal do espaço biológico é de 3 mm; entretanto, a
medição da distância entre a junção amelocementária-crista óssea de um dente
adjacente deve ser considerada como padrão).
∙∙ Realização de osteotomia com instrumentos manuais e/ou rotatórios, lembrando
que o contorno gengival reproduzirá o contorno ósseo.
∙∙ Raspagem e alisamento radicular.
∙∙ Irrigação com solução fisiológica estéril.
∙∙ Readaptação do retalho incluindo compressão da área.
∙∙ Sutura.
∙∙ Recomendações pós-operatórias.
∙∙ Entre 15 e 30 dias após o procedimento, o paciente deverá receber tratamento
restaurador na AB, que fará a proservação.
∙∙ Nos aumentos de coroa clínica que comprometam a estética do sorriso,
procedimentos de tração ortodôntica devem ser considerados como alternativa
aos procedimentos cirúrgicos.
217
MINISTÉRIO DA SAÚDE
Sequência de intervenção
∙∙ Substituição medicamentosa quando possível.
∙∙ Instituição de medidas químico-mecânicas pelo paciente e pelo profissional.
∙∙ Reavaliar resposta das abordagens anteriores.
∙∙ Quando essas medidas não resultarem em redução satisfatória do volume,
considerar a correção cirúrgica por meio de técnicas como a gengivectomia/
gengivoplastia.
∙∙ Marcação por pontos sangrantes na superfície externa correspondendo à
profundidade de sondagem.
∙∙ Primeira incisão com o gengivótomo de Kirkland por vestibular e palatino/lingual,
contínua, situada 1 mm a 2 mm apical ao ponto sangrante, com inclinação de 45º
no sentido oclusocervical.
∙∙ Segunda incisão com o gengivótomo de Orban nos espaços proximais, mantida a
angulação de 45º de tal forma a liberar o tecido excisado, preservando a forma papilar.
∙∙ Remoção do colar gengival e do tecido de granulação.
∙∙ Raspagem e alisamento radiculares.
∙∙ Irrigação com solução fisiológica estéril.
∙∙ Reconformação anatômica da gengiva, se necessária.
∙∙ Irrigação final.
∙∙ Hemostasia por compressão.
∙∙ Colocação de cimento cirúrgico.
∙∙ Recomendações pós-operatórias.
∙∙ Até 90 dias após o procedimento, o paciente deverá ser reavaliado no CEO e
encaminhado para a AB, que fará a proservação.
218
A SAÚDE BUCAL NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
Sequência de intervenção
∙∙ Identificação da morfologia e profundidade das bolsas com a sonda periodontal.
∙∙ Recomendações pós-operatórias.
219
MINISTÉRIO DA SAÚDE
Sequência de intervenção
∙∙ Incisão intrassulcular, com extensão proximal dos dentes envolvidos, de forma a
permitir o afastamento do retalho.
∙∙ Afastamento do retalho.
∙∙ Remoção do tecido de granulação.
∙∙ Identificação da condição da área da furca e do grau de comprometimento.
∙∙ Osteotomia, se necessária, para acesso.
∙∙ Raspagem, utilizando curetas e/ou ultrassom, com movimentos amplos.
∙∙ Sondagem da área para verificar presença de depósitos.
∙∙ Alisamento radicular com instrumentos manuais, utilizando movimentos curtos,
frequentes e sobrepostos.
∙∙ Sondagem da área para verificar lisura superficial.
∙∙ Plastia radicular com brocas ou instrumentos manuais, quando for possível; com
esse procedimento, ocorre a eliminação do defeito sem que isso redunde em
comprometimento pulpar ou defeito anatômico, impossibilitando o controle do
biofilme pelo paciente.
∙∙ Irrigação com solução fisiológica estéril.
∙∙ Readaptação do retalho incluindo compressão da área.
∙∙ Sutura.
∙∙ Recomendações pós-operatórias.
∙∙ Ressecção radicular
220
A SAÚDE BUCAL NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
Sequência de intervenção
∙∙ Primeira incisão, em bisel interno, deixando um colar gengival que permita
que o retalho se adapte à condição local desejada, em direção à crista óssea,
por vestibular e palatino/lingual (esta incisão deve seguir o contorno gengival,
preservando a anatomia das papilas interdentais, de modo que sua extensão
permita afastamento suficiente do retalho e a obtenção de um contorno gengival
harmônico; eventualmente, incisões relaxantes podem ser necessárias).
∙∙ Afastamento do retalho.
∙∙ Sutura.
∙∙ Recomendações pós-operatórias.
221
MINISTÉRIO DA SAÚDE
Sequência de intervenção
222
A SAÚDE BUCAL NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
Sequência de intervenção
∙∙ Tratamento endodôntico, conforme protocolo convencional.
∙∙ Aguardar período de cicatrização após tratamento endodôntico, variando entre
30 e 90 dias.
∙∙ Realização de tratamento periodontal (raspagem e alisamento radicular
subgengival com ou sem acesso cirúrgico).
6.2.2.5 Endodontia
Terapia medicamentosa
Uso tópico:
223
MINISTÉRIO DA SAÚDE
∙∙ Uso sistêmico:
Esquemas de administração
Polpa viva
∙∙ Retirada do selamento coronário para descompressão.
∙∙ Irrigação com hipoclorito de sódio ou clorexidina líquida e ácido etilenodiamino
tetra-acético (EDTA) associado ou não a alguma substância auxiliar para a
instrumentação de canais radiculares.
∙∙ Renovação do curativo de demora ou pasta de hidróxido de cálcio.
∙∙ Aplicação de novo selamento coronário.
∙∙ Medicação sistêmica, se necessária.
224
A SAÚDE BUCAL NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
Proservação
Cuidados
Condutas clínicas
225
MINISTÉRIO DA SAÚDE
Instrumentação manual
Sequência de intervenção
∙∙ Tomada radiográfica com a finalidade de realizar a odontometria.
∙∙ Odontometria, estabelecendo o comprimento real de trabalho (CRT) de 1 mm
aquém do ápice.
∙∙ Preparo biomecânico do canal radicular, estabelecendo a conicidade do
conduto.
∙∙ Tomada radiográfica com a finalidade de “prova do cone principal”.
∙∙ Obturação radicular.
Sequência de intervenção
∙∙ Desgaste cervical e médio com as brocas de Gates-Glidden ou LA Axxess
(5 mm aquém do comprimento aparente do dente).
∙∙ Odontometria, estabelecendo o comprimento real de trabalho (CRT) de 1 mm
aquém do ápice.
∙∙ Preparo biomecânico do canal radicular com as limas rotatórias.
∙∙ Tomada radiográfica com a finalidade de “prova do cone”.
∙∙ Obturação radicular com cone único de grande conicidade.
226
A SAÚDE BUCAL NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
Instrumentação manual
Sequência de intervenção
∙∙ Tomada radiográfica com a finalidade de realizar a odontometria.
∙∙ Obturação radicular.
Sequência de intervenção
∙∙ Desgaste cervical e médio com as brocas de Gates-Glidden ou LA Axxess (5 mm
aquém do comprimento aparente do dente).
Sequência de intervenção
∙∙ Tomada radiográfica com a finalidade de realizar a odontometria.
227
MINISTÉRIO DA SAÚDE
Saiba Mais
Procedimentos endodônticos com instrumentação mecanizada reciprocante
Atualmente, existe no mercado o sistema de instrumentos reciprocantes,
que são limas de Ni-Ti acionadas a motor. A técnica reciprocante de preparo
endodôntico foi proposta, em 2008, pelo pesquisador canadense Yared
Ghassan. Essas limas realizam movimento de rotação alternada, sendo
que, no sentido horário, o avanço da lima no interior do canal é maior do
que no sentido anti-horário, evitando, assim, o travamento dela no seu
interior. Esses movimentos possibilitam o avanço no canal radicular com
apenas um instrumento, de modo rápido, seguro e eficiente, simplificando
sua modelagem. Atualmente, existem no mercado odontológico três
instrumentos desenvolvidos exclusivamente para serem usados na
cinemática reciprocante.
Um estudo de revisão de literatura, publicado em 2012, concluiu que
a instrumentação por lima única, por meio do sistema reciprocante, é
uma escolha segura, pois diminui o estresse dos intrumentos e reduz
o tempo de trabalho. Porém, a redução do tempo de trabalho implica
menor tempo de irrigação dos canais radiculares. Essa limitação deve
ser contornada com autilização de soluções irrigantes e sistemas
auxiliares de irrigação adequados.
A seguir, são apresentadas as sequências de intervenção para tratamentos
endodônticos de dentes com polpa vital e não vital, utilizando-se a técnica
da instrumentação reciprocante. A terapia medicamentosa, os cuidados, as
condutas em caso de urgência e a proservação são semelhantes à técnica
manual e à técnica mecanizada rotatória comum.
Sequência de intervenção
∙∙ Remoção do material obturador.
∙∙ Obturação radicular.
228
A SAÚDE BUCAL NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
Sequência de intervenção
∙∙ Remoção do material obturador.
∙∙ Obturação radicular.
Sequência de intervenção
Sequência de intervenção
∙ ∙ Desgaste cervical e médio com as brocas de Gates-Glidden ou LA Axxess
(5 mm aquém do comprimento aparente do dente).
229
MINISTÉRIO DA SAÚDE
6.2.2.6 Estomatologia
A) AÇÕES DE DIAGNÓSTICO E CONDUTAS CLÍNICAS EM ESTOMATOLOGIA
A Odontologia tem assistido a grandes avanços ao longo das últimas três décadas,
em todos os seus ramos. Com esses avanços, ampliou-se a necessidade de
ferramentas de diagnóstico mais precisas, especialmente os exames por imagem. A
mudança das radiografias analógicas para as digitais não só tornou o processo mais
simples, mais rápido e melhorou o armazenamento e a manipulação (brilho/contraste,
recorte de imagem etc.), como tornou mais fácil o resgate dos dados.
De modo geral, as radiografias são valiosa ferramenta de diagnóstico, como um
adjuvante de exame clínico no diagnóstico de doenças orais. Radiografias periapicais
e panorâmicas (ambas bidimensionais) são rotineiramente utilizadas na prática
odontológica. No entanto, existem algumas limitações das radiografias bidimensionais
que podem ser superadas pelo uso de técnicas de imagem em três dimensões, tais
como tomografia computadorizada de feixe cônico e ressonância magnética. O uso
correto de técnicas radiográficas pode ajudar na detecção precoce e no oportuno
tratamento de várias afecções, dentais e orais.
No entanto, o exame radiográfico intraoral ainda constitui-se como o principal exame
complementar de diagnóstico para o cirurgião-dentista. O exame intraoral consiste
em uma técnica na qual os filmes, nas radiografias analógicas, ou os sensores/placas
de fósforo, nas radiografias digitais, são introduzidos na cavidade bucal do paciente
para execução do exame. As técnicas intraorais podem ser resumidas em três
tipos principais: periapical, interproximal e oclusal. A radiografia periapical fornece
informações detalhadas sobre os dentes e os tecidos circundantes. É utilizada,
principalmente, para a avaliação da morfologia do canal e da raiz, do osso alveolar,
para detecção de patologia periapical e fraturas coroa/raiz. É especialmente útil no
tratamento endodôntico para avaliação pré-tratamento, verificando calcificações,
curvaturas, lesões periapicais e na determinação do comprimento de trabalho, entre
outras utilidades durante e após o procedimento endodôntico.
A técnica interproximal, também conhecida como técnica de asa de mordida
(bite wing), é realizada para avaliar superfícies proximais dos dentes superiores e
inferiores, simultaneamente. A técnica utiliza bloco de mordida/aleta para manter
230
A SAÚDE BUCAL NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
231
MINISTÉRIO DA SAÚDE
Sequência de intervenção
∙∙ Em uma primeira consulta, inicia-se a pesquisa radiográfica preferencialmente
pela realização de radiografia panorâmica e radiografias interproximais dos
dentes posteriores. No caso de dentes com restaurações profundas, lesões de
cárie extensas e suspeitas de lesões periapicais ou periodontais avançadas,
procede-se à complementação com radiografias periapicais ou outras tomadas
que se julgarem convenientes.
∙∙ Usa-se sempre o avental de chumbo, biombo de chumbo, resguardando-se
distância adequada da fonte de radiação ionizante, utilizando proteção para o
paciente, conforme os protocolos universalmente estabelecidos de exposição
aos raios X.
∙∙ O encaminhamento para realização de tomadas radiográficas, a partir da AB, deve
ser realizado sempre que houver suspeita de envolvimento dos ossos maxilares,
nos casos de deformação dos arcos dentários ou facial, ou para estabelecer o
diagnóstico de condição pulpar, periapical e periodontal. Também é necessário
encaminhar quando houver presença de edemas, assimetrias e aumentos
volumétricos na região dentomaxilofacial.
∙∙ A proservação de tais lesões deve ser feita preferencialmente na Atenção
Especializada Ambulatorial e a realização de exames complementares adicionais
é definida conforme as hipóteses diagnósticas e as redes de fluxos estabelecidos
entre os serviços.
∙∙ Tomografia computadorizada
232
A SAÚDE BUCAL NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
B) CONDUTAS CIRÚRGICAS
∙∙ Biópsias
Sequência de intervenção
∙∙ Antissepsia do local.
∙∙ Anestesia da área, a distância, para não deformar a lesão.
∙∙ Coleta do tecido.
∙∙ Sutura simples interrompida.
∙∙ Fixação do material coletado em formol 10%.
∙∙ Identificação do recipiente onde está contida a peça com nome do paciente,
nome do operador, data e local de origem.
∙∙ Evitar perfurar ou macerar o material cirúrgico.
∙∙ Evitar que a infiltração anestésica deforme a área a ser operada.
∙∙ Usar, preferencialmente, anestésico com vasoconstritor, que possibilita campo
operatório com menor sangramento.
O uso de analgésicos não opiáceos, por um período não superior a sete dias, é
suficiente como medicação pós-operatória, desde que respeitadas as normas de
biossegurança e os cuidados com a manipulação cuidadosa dos tecidos.
Em casos de hemorragia, verificar a origem da hemorragia e, de acordo com a
causa, considerar a realização de compressão, sutura ou o uso de anti-hemorrágico.
233
MINISTÉRIO DA SAÚDE
Sequência de intervenção
∙∙ Antissepsia do local eleito para punção ou biópsia.
∙∙ Anestesia da área.
234
A SAÚDE BUCAL NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
O EXAME ANATOMOPATOLÓGICO
∙∙ Candidíase ou candidose
235
MINISTÉRIO DA SAÚDE
∙∙ Aftas
É uma lesão ulcerada muito comum na boca. Sua incidência varia de 20% a 60%,
dependendo da população estudada. O fator etiológico não é um consenso. O mais
aceito é o fator imunológico, embora discutam-se bastante as hipóteses infecciosas,
alimentares e também traumáticas (no caso das lesões oriundas das punções
anestésicas, por exemplo).
São reconhecidos três tipos de úlceras aftosas: maiores (úlceras com mais de
1 cm, que podem durar até 6 semanas, deixando cicatriz), menores (úlceras com
menos de 1 cm e com curso clínico de 7 a 10 dias, curando sem deixar cicatriz); e
herpetiformes (grupos de pequenas úlceras). Todas apresentam-se como úlceras
doloridas, recidivantes e que não são precedidas por vesículas.
236
A SAÚDE BUCAL NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
∙∙ Herpes labial
237
MINISTÉRIO DA SAÚDE
∙∙ Hemangiomas
238
A SAÚDE BUCAL NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
∙∙ Realizar a diascopia.
239
MINISTÉRIO DA SAÚDE
Conclusão
há necessidade de extremo cuidado na avaliação de risco cirúrgico, sendo esta
atribuição da Atenção Especializada Hospitalar. A cirurgia dos hemangiomas maiores
é perigosa e pode produzir resultados estéticos pouco satisfatórios. As sequelas
do tratamento cirúrgico requerem procedimentos reconstrutivos extensos, além de
apresentarem risco de hemorragia transoperatória grave.
Como alternativa, foram desenvolvidos tratamentos de embolização. Esses
métodos são classificados em dois tipos principais: injeção de materiais de
embolização sólidos ou inserção de um cateter oclusivo em forma de balão.
Entretanto, esses materiais ainda são considerados pouco satisfatórios em termos
de segurança e resultado em longo prazo.
No caso de malformações de vasos sanguíneos de pequeno calibre e baixo
fluxo, como aqueles frequentemente encontrados na mucosa bucal, a embolização
por cateterismo é impossível de ser realizada. Nesta situação, as lesões podem
ser excisadas cirurgicamente, tratadas por crioterapia ou laser, que são formas
terapêuticas bastante úteis nas lesões superficiais. Ainda nas lesões pequenas da
mucosa bucal, é de particular interesse o uso de agentes de esclerose química.
Tais agentes podem ser facilmente encontrados no mercado e sua aplicação no
tratamento de hemangiomas bucais de tamanho pequeno constitui procedimento
relativamente simples.
Nesse tipo de terapia, objetiva-se provocar uma involução do componente
vascular do hemangioma por meio da injeção intralesional de diversos fármacos. Os
mecanismos básicos de esclerose podem ser efetuados pelos: agentes osmóticos,
que ocasionam desidratação tecidual e destruição endotelial (soluções salinas,
glicose); agentes detergentes, que ocasionam destruição endotelial pela interferência
com a superfície celular lipídica (morruato de sódio, psiliato de sódio, oleato de
monoetanolamina); agentes químicos, que agem pela sua toxicidade nas células
endoteliais (Quadro 40).
Existem, ainda, relatos do uso de eterosclerol, álcool 95º, sulfato tetradecílico de
sódio (sotradecol) como opção de tratamento conservador em crianças. A esclerose
química também pode ser recurso prévio à cirurgia, diminuindo o tamanho da lesão e
permitindo abordagem cirúrgica menos agressiva. Recomeda-se, para uso nos CEOs,
o oleato de monoetanolamina (ethamolin) aplicado localmente em diversas sessões.
∙∙ A aplicação deve ser feita em lesões com até 1 cm de diâmetro, pois, nestes
casos, os resultados são mais previsíveis.
∙∙ Usa-se uma seringa de insulina com quantidade bastante pequena do fármaco
(em torno de 0,2 ml).
∙∙ Na maior parte dos pacientes, pode ser usado apenas anestésico tópico, pois
o desconforto provocado pela injeção do oleato de etanolamina é uma ardência
que costuma durar de 10 a 15 minutos no local de aplicação.
Continua
240
A SAÚDE BUCAL NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
Conclusão
∙∙ Não se deve exagerar na quantidade do produto a ser injetado, pois o fármaco
pode provocar necrose superficial.
∙∙ O intervalo entre as aplicações deve ser de uma semana, caso não haja
complicações, tais como úlceras necróticas (nesta situação, aguarda-se
a completa cicatrização da área ulcerada para que se repita a aplicação).
Normalmente, são necessárias de cinco a dez aplicações para que se obtenha
um resultado estético e funcional satisfatório em lesões com até 1 cm de diâmetro
na mucosa bucal.
∙∙ Mucoceles
241
MINISTÉRIO DA SAÚDE
Sequência de intervenção
∙∙ Exame clínico.
∙∙ Exame por imagem (nem sempre necessário).
∙∙ Micromarsupialização.
∙∙ Em caso de não regressão, encaminha-se para remoção cirúrgica.
∙∙ Acompanhamento clínico periódico.
∙∙ Rânulas
242
A SAÚDE BUCAL NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
Sequência de intervenção
∙∙ Exame clínico.
∙∙ Marsupialização.
∙∙ Sialolitíases
Nas glândulas salivares maiores que apresentam ductos excretores de trajeto mais
longo, podem ocorrer fenômenos de calcificação que obstruem a excreção da saliva.
A retenção da saliva no interior da glândula (parótida ou submandibular) provoca
aumento de volume local e sintomatologia dolorosa.
Recomenda-se a realização de exames, como radiografia periapical, panorâmica e
outras, para localização precisa do sialolito. A ecografia (ultrassonografia) apresenta-se
como método para investigação inicial e para diagnóstico diferencial. Sugere-se que
todos estes exames, na dependência da apresentação clínica das sialolitíases, sejam
solicitados pela equipe dos CEOs.
Quando o sialolito é identificado em porções terminais dos ductos salivares, tais
como junto à papila parotídea, à carúncula sublingual ou ao assoalho da boca, e
esteja acessível, a cirurgia ambulatorial deve ser o procedimento de escolha. Em
todas as demais situações, sugerem-se a avaliação e o encaminhamento para
profissional da especialidade de cirurgia de cabeça e pescoço.
Sequência de intervenção
∙∙ Exame clínico.
∙∙ Acompanhar periodicamente.
243
MINISTÉRIO DA SAÚDE
∙∙ Leucoplasia
244
A SAÚDE BUCAL NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
Sequência de intervenção
∙∙ Exame clínico.
∙∙ Acompanhamento clínico-periódico.
∙∙ Queilite actínica
245
MINISTÉRIO DA SAÚDE
Sequência de intervenção
∙∙ Exame clínico.
∙∙ Líquen plano
246
A SAÚDE BUCAL NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
Sequência de intervenção
∙∙ Exame clínico.
247
MINISTÉRIO DA SAÚDE
248
A SAÚDE BUCAL NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
249
MINISTÉRIO DA SAÚDE
250
A SAÚDE BUCAL NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
251
MINISTÉRIO DA SAÚDE
∙∙ O uso adequado do tom de voz, que deve alternar entre suave, carinhoso e
voz de comando, dependendo dos momentos da intervenção.
252
A SAÚDE BUCAL NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
A) CONDUTAS CLÍNICAS
Deficiência intelectual
A maioria desses pacientes constitui uma clientela cujas necessidades podem ser
atendidas, em sua maioria, no âmbito da AB, desde que os locais estejam adaptados
e as equipes capacitadas. Pacientes não colaboradores ou com comprometimento
severo devem ser encaminhados para o CEO, que efetuará o atendimento e avaliará
a necessidade ou não de atendimento hospitalar sob anestesia geral. A necessidade
de anestesia geral tem por critério de encaminhamento a condição sistêmica
e comportamental do paciente, que, por sua vez, precisará retornar à unidade
básica para acompanhamento dos resultados e manutenção da saúde bucal, com
envolvimento do responsável/família/cuidador.
Cabe lembrar que o Ministério da Saúde, por meio da Portaria nº 1.032, de
5 de maio de 2010, financia tratamento odontológico em ambiente hospitalar
para pacientes com necessidades especiais ou pessoa com deficiência.
Condutas
∙∙ Mostrar para o paciente que ele pode controlar a situação, levantando a mão,
sinalizando quando desejar parar, mas sem tocar na mão dos profissionais,
o que possibilitará a participação e o protagonismo do sujeito no tratamento.
∙∙ Em pessoas com deficiência intelectual, a exposição a estímulos odontológicos
que causam medo ou ansiedade deve ser realizada de forma gradual. Isto
resulta em melhores condições de realização dos procedimentos.
253
MINISTÉRIO DA SAÚDE
Cuidados
Síndrome de Down
A maioria das pessoas com síndrome de Down pode ser atendida na Atenção
Básica. Ao constatar impossibilidade da prestação de assistência neste ponto de
atenção, referenciar o paciente para atendimento no CEO.
254
A SAÚDE BUCAL NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
Condutas
Cuidados
∙∙ Na maioria dos casos, o trabalho é mais bem desenvolvido com uma equipe
multidisciplinar.
255
MINISTÉRIO DA SAÚDE
Cardiopatia
Condutas
endógena.
256
A SAÚDE BUCAL NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
Anestésicos locais:
Continua
257
MINISTÉRIO DA SAÚDE
Conclusão
Profilaxia antibiótica:
∙∙ Deve ser realizada a partir de duas horas antes do procedimento odontológico.
O tempo ideal é de 30 a 60 minutos de antecedência. Pode ser administrada até
duas horas após o procedimento, mas somente nos casos em que o paciente
inadivertidamente deixou de utilizar a medicação antes do procedimento cirúrgico
(Wilson et al., 2007).
Cuidados
258
A SAÚDE BUCAL NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
∙∙ Adiar as consultas eletivas até que se completem seis meses após o infarto,
pois o índice de mortalidade nesse período é elevado.
259
MINISTÉRIO DA SAÚDE
Intervenção
Intervalo de Tempo Tratamento
Odontológica
Se possível, adiar; consultar médico; esquema
I e II normal; reduzir estresse; consultas curtas,
< de 6 meses monitoramento.
Contraindicado; tratamento paliativo; cirurgia
III a VI
de emergência em hospital.
I Esquema normal, reduzir estresse; monitoramento.
Consultar médico; reduzir estresse; técnicas
De 6 meses a 1 ano
II a VI de sedação e monitoramento complementar
em hospital; adiar, se possível.
I Esquema normal, monitoramento.
Reduzir estresse, técnicas de sedação e
II a IV
> 1 ano monitoramento complementar.
Consultar médico, recomendado
V a VI
hospitalização.
Fonte: Autoria própria.
LEGENDA:
260
A SAÚDE BUCAL NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
Condutas
261
MINISTÉRIO DA SAÚDE
Cuidados
Alterações de coagulação
262
A SAÚDE BUCAL NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
Condutas
263
MINISTÉRIO DA SAÚDE
Cuidados
264
A SAÚDE BUCAL NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
Proservação
265
MINISTÉRIO DA SAÚDE
Observações
Transplantado de órgãos
266
A SAÚDE BUCAL NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
∙∙ Cárie.
∙∙ Doença periodontal.
∙∙ Outras lesões dos tecidos bucais.
∙∙ Dificuldade de alimentação por via oral.
∙∙ Aumento do risco de disseminação sistêmica de infecções.
∙∙ Dor e outros desconfortos.
Condutas
O preparo da boca para evitar qualquer foco de infecção deve ser realizado na
AB, instituindo-se, para esses pacientes, consultas frequentes de manutenção,
orientação de dieta, controle de biofilme e acompanhamento no território.
Continua
267
MINISTÉRIO DA SAÚDE
Conclusão
Condutas
Atuação pós-transplante
Estabilização do enxerto:
O objetivo é a manutenção da saúde bucal.
268
A SAÚDE BUCAL NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
Pacientes oncológicos
Condutas
A quimioterapia e a radioterapia não diferenciam as células neoplásicas das células
normais (como as da mucosa bucal e as da medula óssea), que se proliferam
rapidamente; consequentemente, produzem vários efeitos colaterais com possíveis
manifestações bucais.
269
MINISTÉRIO DA SAÚDE
Continuação
Condutas
Recomendações:
∙∙ Instituir procedimentos odontológicos preventivos, incluindo escovação diária
com escova macia, creme dental com flúor e uso de fio dental.
∙∙ Observar a presença de trombocitopenia e neutropenia. Nesses casos, limitar-se
ao tratamento de urgência.
∙∙ Na presença de infecções odontogências, prescrever antibioticoterapia de amplo
espectro, associada aos cuidados locais de higiene bucal.
∙∙ Evitar tratamentos invasivos no período de mielossupressão (geralmente 7 a 14
dias após a quimioterapia).
∙∙ Quando imperativo, realizar o tratamento uma semana antes ou 21 dias após a
quimioterapia na dependência dos resultados da leucometria e da contagem de plaquetas.
∙∙ Procedimentos dentários eletivos podem ser realizados quando a contagem de
neutrófilos for maior que 1.000 células/mm3 e de plaquetas for maior que 50.000
células/mm3, desde que possam ser acompanhados facilmente.
∙∙ Em pacientes com contagem plaquetária inferior a 50.000 células/mm3, deve-
se considerar a necessidade de infusão de plaquetas para os procedimentos
cirúrgicos. Referenciar para Atenção Especializada Hospitalar ou centros
especializados e adiar os procedimentos eletivos.
∙∙ Prescrever a profilaxia antibiótica para pacientes com contagem de neutrófilos
abaixo de 500 células/mm3 ou com taxa de leucócitos menor que 2.000
células/mm3, para os que utilizam cateter venoso e para os que tomam drogas
imunossupressoras há longo tempo.
∙∙ Prevenir e tratar as lesões estomatológicas (controlar os efeitos das medicações:
xerostomia, mucosite, infecções oportunistas).
∙∙ Reajustar próteses removíveis mal adaptadas ou suspender o uso temporariamente.
Continua
270
A SAÚDE BUCAL NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
Conclusão
Condutas
271
MINISTÉRIO DA SAÚDE
Conclusão
Osteonecrose
272
A SAÚDE BUCAL NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
Deve-se estabelecer rotina rigorosa para controle clínico periódico daqueles que
já estejam em terapia medicamentosa, com consultas frequentes de manutenção,
orientação de dieta, controle de biofilme e acompanhamento no território. Os
procedimentos odontológicos devem ser realizados de acordo com cada técnica,
considerando o período de tratamento com bisfosfonato.
As equipes devem realizar exames criteriosos e monitorar a saúde bucal do
paciente, utilizando o recurso da radiografia panorâmica para controle, e considerar
sempre as queixas de dores dentárias na região dos maxilares, procurando oferecer
o melhor tratamento para cada caso.
Atualmente, os medicamentos que podem causar a osteonecrose são: alendronato
de sódio (Fosamax®, oral), etidronato de sódio (Didronel®, oral), ibandronato de
sódio (Boniva®, oral e intravenoso), pamidronato de sódio (Aredia®, intravenoso),
risedronato de sódio (Actonel®, oral), tiludronato de sódio (Skelid®, oral) e ácido
zoledrônico (Zometa®, intravenoso; Aclasta®, intravenoso) (Quadro 48).
Cuidados
∙∙ As cirurgias invasivas devem ser evitadas em pacientes que fazem uso dos
bisfosfonatos, sempre priorizando os tratamentos preventivos.
273
MINISTÉRIO DA SAÚDE
Condutas
Continua
274
Continuação
A SAÚDE BUCAL NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
Continuação
Condutas
Continua
275
MINISTÉRIO DA SAÚDE
Conclusão
Condutas
Alguns estudos sobre saúde bucal na AB mostram que ainda existe resistência de
determinados profissionais em atender gestantes.
A sugestão contida nesta publicação, de atendimento das gestantes de alto risco
no CEO, deve-se à alta taxa de mortalidade materna do Brasil e à inserção da Saúde
Bucal na Rede Cegonha, para estabelecer diretrizes de atendimento de acordo com
a complexidade de cada caso. Assim, toda gestante, independentemente se é de
risco ou não, deve ser acompanhada no pré-natal pela equipe da AB, e a integração
com a equipe do CEO será fundamental para oferecer o melhor tratamento em tempo
oportuno, até o final do período de gravidez, evitando-se intercorrências.
Segundo a Portaria nº 1.020, de 29 de maio de 2013, gestação, parto e puerpério
de risco são situações nas quais a mulher apresenta complicações no seu estado
de saúde por doenças preexistentes ou intercorrências da gravidez no parto ou
puerpério, geradas tanto por fatores orgânicos quanto por fatores socioeconômicos e
demográficos desfavoráveis.
276
A SAÚDE BUCAL NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
Transtornos mentais
277
MINISTÉRIO DA SAÚDE
Cuidados
278
A SAÚDE BUCAL NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
Cuidados
Quadro 49 – Recomendações/condutas
279
MINISTÉRIO DA SAÚDE
∙∙ Podem ser oferecidos objetos com rotação (cataventos, roda de carrinhos) para
distração durante as consultas, pois apreciam a rotação de elementos.
∙∙ Caso não seja possível o manejo comportamental, deve ser referenciado para a
utilização de sedação ou anestesia geral.
∙∙ As condutas e técnicas de manejo de comportamento são as mesmas descritas
para as pessoas com deficiência intelectual e, na maioria das vezes, aquelas
utilizadas para as crianças normorreativas.
∙∙ O ambiente de atendimento deve ser tranquilo, com poucos estímulos sonoros,
visuais e olfativos, pois estes indivíduos possuem extrema sensibilidade a
estímulos externos, como iluminação e cores fortes, sons e odores.
∙∙ Organizar previamente os materiais e instrumentais para o atendimento, a fim de
que o tratamento odontológico seja curto e objetivo.
∙∙ A comunicação com o paciente deve ser feita por meio de comandos claros e
objetivos, com sinceros reforços positivos ou negativos. Evitar usar linguagem
figurada ou subjetiva.
∙∙ Manter o agendamento, de preferência, no mesmo dia e horário da semana.
280
A SAÚDE BUCAL NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
281
MINISTÉRIO DA SAÚDE
Sequência de intervenção
282
A SAÚDE BUCAL NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
283
MINISTÉRIO DA SAÚDE
Laboratório 1
284
A SAÚDE BUCAL NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
Registro intermaxilar:
285
MINISTÉRIO DA SAÚDE
286
A SAÚDE BUCAL NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
Laboratório 3
287
MINISTÉRIO DA SAÚDE
Laboratório 4
99 Acrilização.
288
A SAÚDE BUCAL NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
289
MINISTÉRIO DA SAÚDE
∙∙ Observações:
290
A SAÚDE BUCAL NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
291
MINISTÉRIO DA SAÚDE
∙∙ Laboratório 2
99 Confecção da armação metálica e da base de resina em casos de
extremo livre.
292
A SAÚDE BUCAL NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
∙∙ Laboratório 3
293
MINISTÉRIO DA SAÚDE
99 Após a prova dos dentes artificiais: a base de prova deve ter sido
confeccionada em resina acrílica. Plastifica-se a godiva em bastão
e coloca-se nas bordas da base de prova. Com a godiva ainda na
fase plástica, leva-se à boca do paciente até que a PPR se assente
completamente na arcada. Após o assentamento, pede-se para o
paciente ocluir e traciona-se a bochecha para imprimir o contorno do
fundo de sulco. Para que se consiga o mesmo efeito com o assoalho
da boca, pede-se a ele que movimente a língua para fora da boca e
para os lados. Esse procedimento permite o selamento da base de
resina na região do rebordo.
∙∙ Laboratório 4
99 Acrilização.
294
A SAÚDE BUCAL NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
∙∙ Consulta 6
∙∙ Observações
295
MINISTÉRIO DA SAÚDE
A moldagem das duas arcadas deve ser executada com alginato. O molde obtido
deve ser borrifado com hipoclorito de sódio a 1% e mantido em repouso por 10
minutos. Após esse período, deve ser vazado com gesso pedra e enviado ao LRPD
para a confecção da prótese provisória, quando necessário.
∙∙ Laboratório 1
296
A SAÚDE BUCAL NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
297
MINISTÉRIO DA SAÚDE
298
A SAÚDE BUCAL NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
∙∙ Laboratório 2
99 O cimento resinoso não deve ser usado para NMF devido à dificuldade
que apresentará para a retirada do núcleo no caso de necessidade
de retratamento do conduto radicular.
299
MINISTÉRIO DA SAÚDE
∙∙ Laboratório 3
99 Confecção do copping.
300
A SAÚDE BUCAL NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
∙∙ Laboratório 4
99 Colocação da porcelana.
301
MINISTÉRIO DA SAÚDE
99 O ajuste oclusal só deve ser feito após esta etapa e deve ser realizado
de acordo com o tipo de oclusão planejada. Na maioria dos casos,
utiliza-se a MIH. Em casos mais extensos, o ajuste será realizado na
posição de RC.
∙∙ Laboratório 5
99 Glazeamento.
302
A SAÚDE BUCAL NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
6.2.2.9 Ortodontia
A) CONDUTAS CLÍNICAS
∙∙ Hábitos alimentares.
303
MINISTÉRIO DA SAÚDE
∙∙ Mantenedor de espaço
304
A SAÚDE BUCAL NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
Sequência de intervenção
Removível
∙∙ Planejamento do mantenedor conforme região anterior ou posterior (funcional
anterior e posterior).
∙∙ Envio do modelo de trabalho ao laboratório.
∙∙ Instalação do aparelho.
Fixo
∙∙ Bandagem dos elementos de apoio ou seleção de coroas dos elementos
envolvidos.
∙∙ Eleição do tipo de mantenedor (barra transpalatina, arco lingual de Nance, botão de
Nance, botão de Nance modificado, banda-alça, banda-alça com tubo, coroa-alça,
guia de erupção, aparelho mantenedor de espaço colado – Amec, sistema tubo-barra).
∙∙ Envio do modelo de trabalho ao laboratório.
∙∙ Cimentação ou colagem direta do dispositivo.
Sequência de intervenção
∙∙ Planejamento do aparelho removível conforme finalidade clínica (removíveis com
molas digitais, expansores, disjuntores, placas desoclusoras, placas reeducadoras
impedidoras, Bionator, Bimler, Klammt, Frankel, placa dupla de avanço, placa
de Cetlin, bioajustador MD3, placas de Hawley, placas de contenção, placa de
ocupação lingual, placa com arco extrabucal, splint maxilar, entre outros).
∙∙ Envio do modelo de trabalho ao laboratório.
∙∙ Instalação do aparelho.
∙∙ Ajustes e/ou controles periódicos conforme indicação.
∙∙ Orientações sobre uso adequado, cuidados e higienização.
305
MINISTÉRIO DA SAÚDE
∙∙ Plano inclinado
Indicado para correção de problemas anteroposteriores (desarmonia de bases
ósseas) e problemas dentários transversais (mordida cruzada).
Sequência de intervenção
Removível
∙∙ Envio do modelo de trabalho ao laboratório.
∙∙ Instalação do aparelho.
∙∙ Nivelamento prévio.
∙∙ Remoção do plano.
Sequência de intervenção
Controle de rotina
∙∙ Remover o aparelho do paciente.
∙∙ Promover higienização bucal e do aparelho.
∙∙ Observar tecidos orofaciais para detecção de anormalidades.
∙∙ Avaliar oclusão para verificar evolução do caso.
∙∙ Reinserir o aparelho para possíveis ajustes ou ativação.
306
A SAÚDE BUCAL NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
∙∙ Moldagem.
∙∙ Seleção do novo aparelho.
∙∙ Construção do modelo de trabalho.
∙∙ Envio ao laboratório.
∙∙ Instalação do aparelho.
∙∙ Novos ajustes e/ou controles periódicos.
Indicações:
A função principal é restabelecer a oclusão dentária (perfeito engrenamento dos dentes
superiores e inferiores em relação correta nos aspectos proximais e antagônicos, em
harmonia com os ossos basais da face e do crânio e em equilíbrio com os órgãos e tecidos
circundantes), sendo isso importante para a correta mastigação e, consequentemente,
adequada nutrição e saúde bucal, evitando-se problemas de respiração, deglutição,
fonação e da articulação temporomandibular, além de proporcionar estética mais
agradável, aumentando a autoestima e o bom relacionamento com as pessoas.
Indicado em casos de maloclusão classes I, II ou III, nas seguintes situações:
problemas transversais (mordida cruzada anterior e/ou posterior uni ou bilateral),
problemas verticais (mordida aberta anterior e/ou posterior uni ou bilateral, mordida
profunda), problemas anteroposteriores (desarmonia de bases ósseas, trespasse
dental horizontal acentuado), anomalias dentárias individuais (número, forma,
tamanho, posição, processo de erupção), discrepância osteodental, alterações
miofuncionais orofaciais.
Sequência de intervenção
Fase de instalação do aparelho ortodôntico fixo
∙∙ Escolha da técnica a ser empregada.
∙∙ Início preferencialmente pelos dentes de ancoragem ou pelos dentes posteriores.
∙∙ Separação dos dentes.
∙∙ Aguardar, pelo menos, cinco dias.
∙∙ Se necessário, administrar analgésico.
∙∙ Instalação de disjuntor com ganchos na altura dos caninos.
307
MINISTÉRIO DA SAÚDE
∙∙ Acabamento.
∙∙ Intercuspidação.
∙∙ Contenção.
∙∙ Placa de mordida
Sequência de intervenção
308
A SAÚDE BUCAL NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
6.2.2.10 Implantodontia
O acesso aos serviços de Implantodontia ofertados no CEO não se limita aos
implantes para retenção de próteses totais. Outras opções de tratamento podem
ser viabilizadas por meio dos implantes dentários, que estarão na dependência da
decisão dos gestores locais, das condições técnicas e financeiras do município.
309
MINISTÉRIO DA SAÚDE
310
A SAÚDE BUCAL NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
311
MINISTÉRIO DA SAÚDE
99 A osteotomia deve ser realizada sob irrigação com solução fisiológica estéril.
Recomendações pós-operatórias
Confecção da sobredentadura
312
A SAÚDE BUCAL NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
99 O paciente deve manter a boca fechada em oclusão leve até que o acrílico
polimerize.
99 Seguir a mesma técnica para instalação com função imediata. Após a instalação
dos implantes, eles deverão ser cobertos com parafusos tapa-implante e os
tecidos adaptados de maneira que seja aguardado um período de cicatrização,
que poderá variar entre quatro e seis meses para confecção da sobredentadura.
Terapia medicamentosa
313
MINISTÉRIO DA SAÚDE
99 Entre sete e dez dias após o tratamento cirúrgico, serão removidas as suturas,
devendo o paciente retornar após igual período para ser reavaliado no CEO.
99 O paciente deverá ser instruído sobre sua nova prótese retida por implantes
e orientado sobre sua importante participação no sentido de preservá-la
em função, prolongando sua durabilidade, assim como sobre os cuidados
pós-cirúrgicos quanto ao repouso, à alimentação e à higienização.
314
A SAÚDE BUCAL NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
A avaliação por outros profissionais não deve ser entendida como impedimento
para o atendimento em saúde bucal, mas sim para promover a atenção integral ao
usuário. É da responsabilidade do CD utilizar esse momento como oportunidade para
discutir com outros profissionais um projeto singular para o usuário, na perspectiva
da integralidade da atenção.
As avaliações e os pareceres de saúde por outros profissionais são necessários
em casos de alterações sistêmicas que possam interferir na condução do tratamento,
comprometendo a segurança do paciente; porém, não devem ser motivo de
impedimento para a atuação do CD. Exitem inúmeras situações que podem necessitar
de pareceres de colegas de outras áreas, entre elas:
315
MINISTÉRIO DA SAÚDE
316
A SAÚDE BUCAL NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
317
MINISTÉRIO DA SAÚDE
6.4 Hospital
Segundo a Resolução CFO-163, de 9 de novembro de 2015, a Odontologia
Hospitalar é uma área da Odontologia que atua em pacientes que necessitem
de atendimento em ambiente hospitalar, internados ou não, ou em assistência
domiciliar. Tem como objetivos: promoção da saúde, prevenção, diagnóstico e
tratamento de doenças orofaciais, de manifestações bucais de doenças sistêmicas
ou de consequências de seus respectivos tratamentos.
Nesse contexto, o Ministério da Saúde respalda a atenção odontológica em
ambiente hospitalar de forma gradativa, primeiramente, ao possibilitar, em 2005,
a emissão pelo cirurgião-dentista da autorização de internação hospitalar (AIH) e
instituir a Política Nacional de Atenção Oncológica, buscando garantir o acesso das
pessoas com diagnóstico de câncer aos estabelecimentos públicos de saúde para
tratar e cuidar da patologia, assegurando a qualidade da atenção.
Ainda em 2005, estabeleceu as diretrizes para a atenção aos doentes com
afecções das vias aéreas e digestivas superiores da face e do pescoço em alta
complexidade, mediante a implantação de rede estadual/regional de atenção por
meio de unidades de assistência e centros de referência. Outra ação foi instituir
a necessidade da atenção odontológica no credenciamento dos Centros de
Assistência de Alta Complexidade em Oncologia (Cacon).
318
A SAÚDE BUCAL NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
319
MINISTÉRIO DA SAÚDE
320
A SAÚDE BUCAL NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
Desse modo, CD, TSB e ASB que compõem a equipe precisam conhecer as
rotinas, estruturas e tecnologias do ambiente hospitalar; estar ciente das normas
e dos procedimentos operacionais padrões; dominar protocolos assistenciais e
farmacológicos de prescrição da equipe e sua interação com os equipamentos e
medicamentos de uso odontológico; ter habilidade para o trabalho em equipe; saber
interpretar exames laboratoriais e de imagens; e reconhecer situações de emergência
e ações de suporte básico de vida. Além disso, como em qualquer ponto da rede,
o CD deve reconhecer a repercussão dos problemas bucais, na saúde geral do
indivíduo, atentando também na sua correlação com a doença de base dos pacientes
intenados; bem como na influência de problemas sistêmicos na saúde bucal.
A atuação do CD/eSB no hospital deve proporcionar a integração dos
conhecimentos da área odontológica ao modelo assistencial do hospital, dentro do
sistema e da rede de saúde aos quais ele está vinculado. A assistência odontológica
do paciente na UTI, no leito hospitalar, no domicílio, na UPA, no CEO e na UBS
compõe a integralidade e a longitudinalidade do cuidado que a rede precisa garantir
aos cidadãos.
Os serviços odontológicos dentro dos organogramas hospitalares são constituídos
por equipes com competência clínica e cirúrgica, capacitados ao manejo de pacientes
sistemicamente comprometidos e complexos. Também podem integrar programas e
grupos desenvolvidos nesse ponto da rede para orientação aos pacientes, familiares,
equipes de Enfermagem e profissionais sobre a importância da condição bucal para
a saúde, bem como participar da gestão hospitalar, das comissões de controle de
infecção, comitês de ética, grupos de pesquisa clínica, entre outros cenários que
compõem esse ponto de atenção. Nesse sentido, além do aspecto assistencial, a
presença da equipe de Saúde Bucal no hospital tem caráter formativo ao participar
da educação permanente com objetivo de aperfeiçoar os protocolos de cuidado
aos pacientes internados em ambulatórios hospitalares, assim como auxiliar na
elaboração de manuais ou diretrizes clínicas para esse fim.
Ainda a Resolução CFO nº 163, de 9 de novembro de 2015, define as áreas
de atuação do cirurgião-dentista habilitado em Odontologia Hospitalar:
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No SUS, a criação dos CEOs e a inserção dessa tecnologia nos hospitais foram
passos consideráveis na construção de espaços da Odontologia. Os ambulatórios
de especialidades intra-hospitalares, agora, com a interação com a equipe do
CEO, trouxeram a figura do CD ainda mais presente. A inserção atualmente se dá
com características também voltadas à prática da Odontologia especializada em
pacientes com necessidades especiais (PNE). As características da população de
PNE fizeram com que a Odontologia não mais prescindisse do ambiente em bloco
cirúrgico e das técnicas de anestesia geral – claramente vinculadas ao atendimento
intra-hospitalar. Desta forma, criamos aqui a necessidade de novos conhecimentos,
tanto das condutas específicas do ambiente em bloco cirúrgico e da população PNE,
como também dos aspectos que envolvem a gestão dos casos e dos processos
inter-relacionados com a prática assistencial; chama-se aqui a atenção para a gestão
financeira como exemplo.
A presença do CD nos espaços do hospital (tanto como consultor de especialidades
quanto como membro de equipes multidisciplinares), bem como na sua atuação
nos CEOs, gera proximidade com as equipes que tradicionalmente constituem o
atendimento nestas instituições. À proximidade e ao trabalho transversal, associam-se
evidências científicas que apontam a necessidade da inserção dos odontólogos na
assistência ao enfermo em ambiente hospitalar na busca da integralidade do cuidado.
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7 Pontos de Apoio na Rua
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Saiba Mais
No Cnes do LRPD, a secretaria muncipal/estadual de saúde deverá informar
mensalmente, por meio do Sistema de Informação Ambulatorial do SUS (SIA/
SUS), a produção dos procedimentos de prótese. O instrumento de registro
desses procedimentos é o BPA Individualizado (BPA-I).
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8 Emergências Médicas
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MINISTÉRIO DA SAÚDE
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A SAÚDE BUCAL NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
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MINISTÉRIO DA SAÚDE
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MINISTÉRIO DA SAÚDE
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A SAÚDE BUCAL NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
Anexos
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1. Dentição
As condições da dentição são expressas pelo número de incisivos, caninos
e pré-molares permanentes perdidos que causam problemas estéticos, no arco
superior e no arco inferior. O valor a ser registrado corresponde ao número de
dentes perdidos. Dentes perdidos não devem ser considerados quando o seu
respectivo espaço estiver fechado, o decíduo correspondente ainda estiver em
posição, ou se a(s) prótese(s) estiver(em) instalada(s).
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4. Diastema Incisal
É definido como o espaço, em milímetros, entre os dois incisivos centrais superiores
permanentes, quando estes perdem o ponto de contato. O valor a ser registrado
corresponde ao tamanho em milímetros medido com a sonda CPI.
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128 SECRETARIA DE ATEN ÇÃ O À S AÚDE /MS
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