Roselei Delziovo Sala PDF
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LINGUAGEM CORPORAL:
UMA FORMA AUTÊNTICA DE COMUNICAÇÃO
CURITIBA
1997
AGRADECIMENTOS
Dedico esta monografia às pessoas que mais amo na vida: Flávio, Flávia
e Fernando.
iii
SUMÁRIO
RESUMO............................................................................................................ vi
INTRODUÇÃO.................................................................................................. 1
APRESENTAÇÃO DO PROBLEMA................................................................ 1
JUSTIFICATIVA................................................................................................ 3
OBJETIVOS........................................................................................................ 4
REVISÃO DA LITERATURA........................................................................ 6
Personalidade na Comunicação.......................................................................... 9
LINGUAGEM CORPORAL.............................................................................. 16
A Expressão Corporal.......................................................................................... 20
Buscando a Autenticidade................................................................................... 31
iv
2.4 INTRODUÇÃO AOS ESTUDOS DE CORPOREIDADE......................................33
Século XX .................................................................................................................. 44
3 METODOLOGIA....................................................................................................48
4 DISCUSSÕES E RECOMENDAÇÕES...............................................................50
4.2 A CORPOREIDADE................................................................................................ 53
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................................... 57
v
RESUMO
Este estudo teve como propósito discutir as questões sobre corporeidade. Parte da
análise sobre expressão corporal, movimento intelectual que fecundou as discussões sobre o
corpo na década de 70. Recupera tais princípios nas discussões atuais sobre corporeidade com
apoio de diferentes autores, entre eles produtores do conhecimento da Educação Física de
80/90. Foi possível perceber que a estrutura conceituai e analítica destes dois movimentos não
se alterou, apenas incorporou-se a discussão ideológica de forma mais intensa na explicação
das relações entre corpo-sociedade-cultura. Retratando que a transformação não é e nem foi
única, e que a educação pode contribuir para o processo de formação de um ser humano
sensível, ao ponto de saber viver sua própria corporeidade construindo uma consciência social
da evolução numa equação razão-sensitiva, na liberdade que respeita as limitações entre o eu
e o universo. O entendimento da própria corporeidade enraizada nesse processo, ajuda a
contribuir na compreensão do mundo externo.
1
1 INTRODUÇÃO
interesse de certas camadas da população pelas atividades do corpo nos últimos anos criou
condições favoráveis para buscarmos um sentimento mais humano para a nossa cultura física.
totalidade desse ser. Temos uma comunicação disfarçada de mensagem informatizada e não
em mensagem sensibilizada.
desenvolvimento reduz o corpo, ao âmbito de todas as nossas emoções, como, uma simples
máquina, onde as peças juntas formam um todo, passível de concertos técnicos para que assim
Este corpo, sobrevive e não vive mais emoções. Não é sujeito as suas próprias
ações, não consegue discernir o que concorda ou discorda, apenas cumpre uma lógica de ética
Neste seu trabalho, seu exemplo, seu fruto, ou seja, a continuidade de uma
ser humano que vive, ou pelo menos procurando significação em sua existência.
"É bom que se entenda que nós não temos um corpo: nós somos o nosso próprio
corpo, e é dentro do todas as suas dimensões energéticas, e portanto de forma global, que
devemos buscar razões para justificar uma expressão legítima do homem, através das
p. 12).
O presente estudo objetiva discutir questões que possam apontar superações nas
lhe em idade escolar, uma prevenção que a gente grande fala que se chama de infelicidade.
adoração de Deuses e a este oferecida prova de velocidade, força, etc., o que, atualmente
tomando por base a formação corporal, como um meio de ajudar a criança a trabalhar o seu
corpo como um todo. "O currículo escolar é voltado para uma única forma de aprendizagem
s.d.).
aluno; solidificando o que SANTIN (1987, p. 16), preconiza ao afirmar que: "não existe outro
relacionamento entre o próprio ser, outro ser e ainda ao universo que os cercam.
1.2 JUSTIFICATIVA
uma busca constante que muitas vezes não depende apenas de nós, porém, procuramos nos
de Educação Física que trabalha tão diretamente com o corpo de seu aluno e com seu
muitas vezes não levada em conta no contexto escolar, este estudo colocará em evidência o
necessidade e justificando essa abordagem nos estudos sobre a corporeidade humana, assim
1.3 OBJETIVOS
analisamos e reduzimos uma realidade visível aos nossos olhos. Para que possamos ampliar
entendimento corpóreo, enquanto uma corporeidade em sua totalidade para que possam ,
2 REVISÃO DA LITERATURA
conhecimentos acumulado através da vida e das gerações com um corpo de transição que
Nesta concepção, BRASIL {apud SÁ, 1973), afirma que: "a comunicação é um
processo que tem lugar entre indivíduos com um ego, um ponto de vista e uma certa
orientação dentro de um esquema de valores morais". Esse processo pode ser considerado
completo quando uma pessoa (ou várias) interpreta algum estímulo proveniente da outra. Esta
interpretação esta sempre vinculada alguma referencia que o receptor tem do emissor.
"Um sorriso forçado, por ex-captado por outra pessoa a quem a mensagem foi
dirigida, atinge os centros de associação mental através dos receptores da visão (aparelho
um, sem número de memórias anteriormente registradas" (BRASIL, apud SÁ, 1973, p. 93).
7
Com o uso a pessoa que recebeu a mensagem poderá interpretá-la por hipótese,
como se segue "este indivíduo forçou o sorriso que me dirigiu para fingir que me tem estima,
forçado (isto é, mensagem não verbal), tenha sido captada como tal, gerou um processo de
comunicação que só teve continuidade depois da sua redução a uma interpretação com os
símbolos da fala. E uma sociedade é tanto mais eficiente na capacidade de prover bem estar a
Segundo estudo de PEREIRA {apud SÁ, 1973, p. 108), o ser humano é um sistema em aberto
em constante intercâmbio consigo mesmo (vida interior e visceral) e com o mundo ambiental.
Isto só é possível aos elementos que formam o conjunto sensorial (órgãos do sentido,
sensibilidade a dor, etc.) e as funções perceptivas. Desde a nossa vida intra-uterina o cérebro
vai acumulando as sensações captadas e conduzidas pelos órgãos sensoriais de modo que
mediante esses estímulos exercem e especificam as funções perceptivas. Para que haja a
órgãos do sentido e internos (vísceras) chegam ao cérebro através dos nervos aferentes. Ao
(vivência) para depois serem devolvidos ao meio (reação, ação ou conduta) através dos
sistemas eferentes.
está ligado a função cortical chamada consciência cujo o papel é o de selecionar, discernir,
subliminar, aquela que foi registrada fora dos limites da capacidade cortical escapando a
análise dos valores próprios de cada ser. Desta forma o excesso de excitação provoca a fadiga
Pela mímica facial, a expressão do olhar, o tom da voz a gesticulação dos braços
e mãos, a posição do tronco e o uso das pernas nos encontramos diante de uma pessoa cuja a
9
identifica como totalidade de pessoa (indivíduo) de identidade, seja num simples hábito de
tomar café matinal ou no selo pessoal. PEREIRA {apud SÁ, 1973, p. 15) afirma que: "se a
necessárias".
Um bom professor que deseja gravar uma mensagem na mente dos alunos não
considerando que, no teatro o bom ator é aquele atinge um grau tão profundo de intimidade
com seu corpo (músculos) e com sua mente (emoções, sentimentos) que encarna qualquer
personagem, sendo antes de mais nada um comunicador, será possível citar alguns requisitos
indispensáveis para a comunicação satisfatória: segundo PEREIRA (apud SÁ, 1973, p. 116).
em seu cérebro algumas informações de sua situações intra-uterina. Ao nascer pela primeira
vez, os órgãos do sentido e de sua estrutura visceral (órgãos internos) passam a ser
criança e seu mundo, começam a ser percebidos através de pequenas sucessivas frustrações,
10
como também por intermédio das funções cognoscitivas (conhecimentos). A cada satisfação
vê as coisas como uma ampliação de espaço, necessidade (a fala é aquisição decisiva para o
específico que é acrescido com o programa da fase seguinte num trabalho acumulativo.
no meio ambiente uma Resposta Satisfatória. E quando essa resposta não é obtida, ocorre
frustração. Cada ser humano tem um limite de tolerância acusando assim seu índice de
povo.
em processo mais lento, porém contínuo, de transformação, exigindo de cada um, esforço de
adaptação.
1. Infância:
• Necessidade biológicas - muito grande.
• Necessidades psicológicas - pequena.
2. Adolescência:
• Necessidades biológicas - grande.
• Necessidade psicológicas - grande.
3. Adulta:
• Necessidade biológica - pequena.
• Necessidade psicológicas - muito pequena.
4. Velhice:
• Necessidade biológica -pequena.
• Necessidade - muito grande (PEREIRA 1973, p. 119).
11
etc.
citado por PEREIRA, apud SÁ, 1973, p. 119), se confunde com a própria pessoa, é o próprio
SÁ, 1973, p. 135) afirma que: "o ser humano é uma totalidade constituído por partes
inseparável".
Essas atitudes tem a variação nas suas nuances e, em linha gerais, são as seguintes:
12
"No mundo ocidental latino cultiva-se uma hierarquia judaico cristã (mente-
significativa de comunicação do sujeito com o mundo. Linguagem esta que traduz o que o
mundo social, pois que ocupa uma dimensão de espaço, por outro lado é por meio dele que o
mundo social penetra no homem. Logo passa ser o elemento de intercâmbio homem mundo".
13
FIGURA 1 - M o d e l o b á s ic o d o c o n t r o l e d o c o m p o r t a m e n t o ( m á q u in a c ib e r n é t ic a )
controlado, precisamos reconhecer que uma descrição completa do porque da maior parte do
comportamento humano está ainda ao alcance das ciências behavioristas, onde afirmam que o
Onde:
Esse é o exemplo citado por THAYER (1976), que usa esse instrumento analítico
Suponhamos que você deseja que alguém saiba algo que atualmente desconhece
ou que compreenda alguma coisa de modo diferente do atual. Sua avaliação de
como atualmente compreende, aquele algo é a sua compreensão do atual estado
de coisas aparente (E.P.).Se há uma discrepância entre ou um desvio entre o
estado de coisas que você pretende (E.P.) o estado de coisas que você conclui ser
existente, então você empreenderá a ação ou o comportamento com o qual espera
poder eliminar, ou pelo menos, reduzir de maneira significativa a diferença entre
o estado de coisas pretendido por você (E. P.). E o que você vê como um estado
de coisas aparente (E.P.) (THAYER, 1976).
15
consciência de estar fazendo tal coisa, fizemos um ensaio final, especialmente quando
tivermos pouca ou nenhuma experiência sobre o qual basear expectativas mais seguras.
Não podemos motivar diretamente uma pessoa no sentido de uma orientação para
ela própria ou para seu trabalho, se essa motivação nela já não estiver pelo menos
de modo latente.
Não podemos comunicar-lhe diretamente algum conceito que seu sistema não
seja pelo menos potencialmente capaz de compreender. Por isso entende-se que a
motivação e comunicação são condições que se encontra exclusivamente no
indivíduo. Dizer que uma pessoa foi motivada para fazer o que fez ou não, não
ajuda muito a entender o seu comportamento.
FIGURA 3 -
ST
"tipo de problema x", essa hipótese é encaminhada ao elemento da tomada de decisão. Se teve
16
alguma experiência com o tipo de problema "x" (ou compreender algumas soluções
alternativas possíveis para o tipo de problema "x", sua definição do problema é confirmada
através disso ; ou ainda que se sinta capaz de solucionar o problema de modo como é
definido.
são encaminhados para o órgão de tomada de decisões. Se houver uma combinação, ou seja,
desenvolvida outra hipótese, quanto à natureza do problema, assim, o órgão para a tomada de
perceber os aspectos físicos e psíquicos e suas relações com o mundo que nos cerca.
17
mundo.
As pessoas não aceitam o pouco que cada um pode dar de si, e acabam ficando
exigentes com o mundo externo e não se preocupam de respeitar o eu de seu interior como
entendimentos, rotinas, espaço aberto por falta de diálogo ou uma interrelação profunda
Segundo CUNHA (1985, p. 9), da relação entre espaço e interior do corpo geram
naturalmente movimentos sensíveis, é por isso, mais cedo ou mais tarde, o homem descobre
que para conhecer melhor deve conhecer-se melhor". Nesse entendimento a motricidade no
homem possibilita a expressão, daí o fato de ela se manifestar em diversas formas e estilos
A conduta motora, tanto nos seus elementos entre si, como na sua globalidade,
deve entender-se na forma de uma relação e/ou uma comunicação, de uma intencionalidade e
mesmo, com o mundo e com o seu semelhante, modo este particularmente rico de
significação.
platônicos. São problemas vitais, práticos, pois aludem a totalidade do homem e o modo da
Segundo CUNHA (1985, p. 16): as três leis que interferem na expressão e criação
das condutas motoras, são: Lei do reflexo, Lei do gênero e a Lei do Gênio.
isolado, mais uma reação expressão de ser humano total, porque a máquina viva associa em
multidimensionais.
Podemos afirmar que o corpo e o movimento constitui uma unidade que opera
do tempo e do espaço , a pessoa pode adquirir consciência do que acontece com seu corpo, e
medida em realmente contribua para libertar o movimento (o músculo bem colocado permite
conhecimento, sendo que um simples movimento do joelho, por exemplo, operam os centros
movimento corporal. À pele contém limita e projeta. O espaço interior encena todo o
conteúdo da pele para dentro do espaço exterior compreende alem da pele, e âmbito do
peculiar de cada indivíduo; é importante que cada pessoa reencontre-se no tempo e descubra
possibilidade pessoais e de forma para enriquecê-la, tudo isso gerada de uma harmonia
ação desejados.
comunicação do sujeito com o mundo, linguagem essa que traduz o que o indivíduo recebe e
(1989), afirma que, para isso é necessário que se possa chegar bem dentro de si e livrar-se das
fluida do ser, onde é importante se saber aquilo que se é, e sentir o que se é, e respeitar a
individualidade de cada um entre o seu contato social. Qualquer órgão funcional pode
dotada de objetivos específicos, como atividades artísticas, desde que por artístico se entenda
humana.
fundamentais:
comunicação.
22
O movimento do corpo é cultural, uma vez que é nas contradições que se cria o
ambiente para produzir culturas. Assim, qualquer entendimento do homem passa pelo
significados.
do nosso corpo.
comparativo com o seu comportamento. O abdome (representado pelo boi) é a vida instintiva
e vegetava. O tórax, (o leão) é a vida emocional; cabeça (águia) vida mental (intelectual e
anteriores.
tórax, são pessoas vaidosas, egocêntricas e extremamente narcisista, ou que naquele momento
encolhimento do tórax, estamos diante de uma pessoa cujo eu está diminuído; são pessoas
23
tímidas, submissas, retraídas, ou que naquele momento se sentem dominadas pela situação
o seu tórax:
fortes emoções.
corpo de alguém nos transmite conflito com os nossos interesses e percebemos em nível
Como funciona?
depressa , gasta o ar todo em muito menos tempo. A emoção pode consumir uma parte do
Parte da águia, não é muito grande seu gasto, mais quando usado em excesso
O controle de energia.
O leão ama o sentimento, a música, cores, poesia forma, destingue entre lágrimas
e riso, o coração batendo de alegria ou o peito arfando de desespero, é impulsivo, quer o belo,
bondoso e simpático.
Claro que sim! Paz em liberdade é que é o amor completo e de seus participantes.
(WEIL, p. 401). Procuremos o amor nas suas diversas expressões corporais, no olhar, no
25
Mas mesmo esta falta, se expressa, está na barriga exagerada do boi mal
Neste relacionamento, existe uma curta energia, um fluxo, neste mesmo fluxo
A questão do território faz parte do eu, pois o espaço pessoal e social às vezes
• Fronteiras Indivisíveis:
"A Territorialidade regula a densidade das espécies dos seres vivos, ou seja, a
distância ideal entre os seus componentes individuais, para as diversas manifestações da vida
A linguagem silenciosa do corpo muitas vezes contradiz a palavra falada, mas diz
consegue-se, isso durante alguns segundos e no máximo minutos dado o estágio evolutivo
que alcançou-se.
aspectos corporais, poderemos mudar algo, no nosso ser mental, emocional e instintivo?
corpo.
de ir à praia) ou agredimos (estas cadeiras de hoje não agüentam nada). Mas basta passar a
crerás.
27
amor, expresso na ancestral fala do corpo, a lágrima, foi reprimido com sucesso, mas quem
poderá dizer a custa de quanto sofrimento neurótico, quer para a vítima, quer para o seu grupo
movimento, deve centralizar a atenção sobre os músculos e os ossos que intervém sobre a
ocupação. A dimensão emerge com o olhar, com a visão do espaço, com o interior de nosso
corpo.
Esse corpo que cada um de nós só chega a possuir realmente mediante o mais
sujeito.
28
Este corpo pode ter uma significação simbólica ou real, nem todas as pessoas me
todos os dias.
a) Corpo jardim fechado: 3000 a.C. até 1700 d.C. (ocidente) tempo morada,
mistério inviolável Éden proibido e cobiçado.
b) O corpo aberto e devassável: corpo máquina, biológico, corpo relógio.
c) Corpo ajustável que se precisa: corpo de executivos, corpo força trabalho,
corpo de atleta, corpo escultural, corpo sexo, hipergenitalizado, plenamente
"valor de troca, da engenharia genética do mercado de órgãos.
d) Corpo político: (não só de políticos) corposa anarquistas, monárquicos,
literários, capitalistas.
e) Outros corpos: os esvoaçantes, produzido pela mídia, fãs, sonhados no
imaginário das novelas e os desafiadores pela ciência obtusa: o corpo
biopsicoenergético, travado ou vibracional e sócio-ecológico.
com ele".
utiliza para brincar, conhecer, são momentos de alta introspeção que se une ao fato da
de um corpo instrumento da alma, quando Descarte, define uma forma de dualismo "onde o
muitas vezes ter respondido a questão. Mas realmente que corpo é esse? É meu ? mesmo?
ventre da mãe e quando a mãe em função especular, olha com aprovação ou desaprovação
do filho em seus braços, amplia-se uma nova história, auxiliando no entendimento de como o
corpo pode agir, como pode ser desejado, como pode ser controlado. A insegurança pode
limitar um controle interno, e esse facilitar ação de fobias (medo de ser invadido, perda de
Numa sociedade capitalista que hoje vivemos, o corpo é objeto, reflexo de uma
aferimento e sustentação desta necessidade até que seja ultrapassada por uma nova forma de
Vemos o corpo de forma distinta porque cada um de nós tem uma idéia de
mundo, do modo de vida, que nessa comunicação a linguagem usada é o resgate histórico,
gerações em gerações interliga fatos atuais onde informula-se novas questões, novos limites
bastante para discorrer sobre ele com sabedoria. O verdadeiro conhecimento é aquele que
penetra o nosso íntimo e passa a fazer parte de nossa vida, de nossa maneira de viver e de
pensar.
do mesmo.
CUNHA (1985, p. 18), cita que o "homem é um ser cultural por natureza e natural por
cultura". "E vive num mundo de significações", o homem é tanto domínio de pura
científico (razão) onde ambos não tem uma desvinculação, pois trata-se de sobreposições
No entanto, SERRES (1982), afirma que dá-se maior valor a razão cientifica,
Finalmente neste transição para o século XXI, a ciência é vista com conceitos e
teorias limitadas onde não existe uma verdade absoluta, mas uma verdade em constante
modificação.
historicamente por várias fazes , onde foi utilitário escondido, subjulgado, exaltado,
paradigmas, aos quais cabe perguntar: como se apresenta a linguagem corporal na transição
pressupostos será uma linguagem autêntica? Através desta interrogação teremos que conceber
e entender que corporeidade não é nenhuma formula mágica que transformará o mal no
SANTIN (1996, p. 80) cita a afirmação de Paulo Freire: podemos estar trocando
uma boa colheita, sendo que semeamos num terreno árido e rígido. A terra precisa ser tratada,
cuidada nos seus mais íntimas necessidade. Só a partir daí ela colherá a semente em boas
É necessário que o ser humano sinta-se sujeito de sua própria história e a construa
universo.
o mundo é necessário ir a coisa mesma. Isto significa focalizar, situar o que desejo, conhecer
entendimento, que passam a ser comunicado nas diferentes formas de linguagem e deste
modo interpretados diferentemente, visto que cada ser se vê conforme suas experiências
vividas.
Ser autêntico é ser genuíno, verdadeiro; e para agir na autenticidade teremos que
aquilo que queremos para não sermos levados por ideologia que não trilham nossos
em busca de desejo, pois o olhar conhece sentindo e sente conhecendo" (MOREIRA, 1996, p.
91). Através da consciência de nosso ser, ficaremos límpido como água cristalina essa
Uma das analogias feitas por (SANTIN, 1992) retrata a corporeidade enquanto um
conceito abstrato que a essência ou natureza dos corpos. SANTIN (1992), cita PAUL e
PONTY, tendo uma visão de corporeidade como uma dimensão ontológica (tratado ou
ciência dos seres em geral) e ainda KENER, como distinção entre o corpo físico e corpo vivo.
Tendo a ciência uma visão de corpo, como uma máquina sofrendo uma série de reações
etc.) que individualiza os seres humanos como únicos numa personalidade em coletivo social.
caem-se em questões obvias tais como : quem expressa, como expressa, que tipo de influência
sobre o expressar-se?
Assim, se não temos espaço para expressão, se quem se expressa não entende sua
educativo ou mesmo encarar o corpo do aluno como um objeto a ser adestrado e disciplinado,
1996, p. 186).
34
um corpo qualquer, mas o corpo do ser humano, vivo sentimental, que vive em determinado
mundo GUEDES (1996, p. 155-160) cita que "o corpo não é a causa do mundo, nem este a
causa daquele o que existe é uma reflexão de estruturas que se reúnem dialeticamente na
intencionalidade"; sendo que "o mundo toca o corpo porque o atrai, o corpo é tocado porque
é atraído pelo mundo". No andamento desta questão, "não existe neutralidade no processo
entendimento da corporeidade.
a essa realidade vista pela ótica fenomenológica. GUEDE (1996, .p. 163), aponta que
"abordar a corporeidade (na educação física), significa estarmos consciente e disponíveis para
corpo , deste momento e repensá-lo como um estudo inacabado visto, SANTIN (1996, p. 78)
continua indagando se a educação física, que estuda o corpo e o movimento e o tem como
objeto de estudo, "tem condições e vontade para assumir a tarefa de pensar neste tema
pedagógica. Ou estaremos mais uma vez diante de uma ilusão? (SANTIN, 1996, p. 73)
35
Neste termo SANTIN (1976, p. 77), afirma que um conceito deveria ser
mistério, GUEDES (1996, p. 161), enfoca a questão afirmando que não se trata de analisar e
explicar o fenômeno corporeidade, dado a sua complexidade, pois trata-se então de traçar
dominação da natureza, mas a compreensão de sua lógica", ou seja, não precisamos dominar
a corporeidade, precisamos sim entender a sua lógica, sua estruturação, com certeza estaremos
SANTIN (1987), entre outros, também encaminharam seus estudos, visando a investigação de
como a escola tem construído a corporeidade para a submissão dos estudantes ao sistema de
denominação vigente.
expressando seus conhecimentos e seus desejo sem relação as coisas. Na medida que a escola
8). A escola é vista como um local impróprio para as manifestações que expressam os
segundo FREIRE (1992), vão ganhando apelidos, substitutos de seus nomes, retratando corpo
gordo, magro, baixo, altos e perdem então sua suas próprias identidades. "A sala de aula é
um espaço de aula que contém vários realidades" (MORAIS, apud FIGUEIREDO, 1991)
espaço tão complexo que foge do entendimento do professor, pois, os mesmo não sabem
bem aonde estão o limite das realidades. Tais como: primeiro faça isso, depois vai brincar,
enganam as crianças, e depois quase não acontece, e a criança, para fugir das regras,, "pedem
para fazer ponta no lápis, ir ao banheiro, e ficam a brincar sempre que possível pelos
corredores".
No pátio as crianças brincam com certa liberdade, mas "se por um lado as
crianças, por outro lado essa organização e esse conhecimento não estão isentos de influencia
comportada", segue padrões, limites impostos pelas marcas gráficas. Neste contexto,
sentimentos, comunicar-se.
37
e desenvolvimento das crianças das classes populares mas sim prepará-las para a submissão
com o corpo, através do corpo, e para o corpo, se conscientizarem do valor de deixar com que
a criança se expresse, que pense, que crie, que sua individualidade seja respeitada, como um
ser humano que se expressa, que deixa marcas de sua vida, de sua existência, e assim juntos
mas que deverá ser construído coletivamente pelos sujeitos das ações. FREIRE (apud
FIGUEIREDO, 1991, p. 27) sustenta essa idéia dizendo que o educador já não é apenas o
que educa, é educado, em diálogo com o educando, também educar. Ambos, assim se tomam
sujeito do processo que crescem juntos, em que os argumentos da autoridade já não valem.
Em que para ser-se fundamentalmente , se necessita de estar sendo, para as liberdade e não
contra a elas.
GIROUX (1996, p. 65) salienta que a educação, "no período modemo regula
moderno, os jovens sem pertencerem a algum lugar concreto, vão vivendo progressivamente
esferas culturais e sociais mutáveis, marcadas por uma pluralidade de linguagem e culturas.
expressão num "mundo na qual a linguagem está relacionada com uma estranha nostalgia e
Nessa perspectiva, DIAS (1996, p. 15), cita que "a escola em qualquer nível de
ensino", pode ser traduzida como "a educação do corpo, instrumento sensível de compreensão
do mundo de construção de vínculos com outros corpos sensíveis e simbólicos e como corpo
Em contra partida, a pessoa que não tem oportunidade de ir para a escola, usufruir
A corporeidade não é algo que está fora e precisamos encontrar, ela está dentro
MOREIRA (1996, p. 93) descrever que "cremos que o caminho único que se
nos apresenta é o da reflexão e refletir é precisamente tentar conhecer aquilo que ainda não se
conhece, ou se preferirem , aquilo que se ignora", e ainda que; "não há conhecimento que não
revele certo grau de ignorância que não revele certo grau de conhecimento".
39
É entendível que lutamos na maioria das vezes, com o desconhecido, e não raras
entender nossas próprias reações neste mundo ao qual fazemos parte. Estes questionamentos,
segundo MOREIRA (1996, p. 94), "geram energia suficiente para provocar mudança, para
p. 98), a qual primeiro tem-se o estímulo, após a sensação, envio da informação ao cérebro, ao
qual fica armazenada uma primeira percepção, acontecendo sinapses nervosas e envio da
socar o inimigo interior que adentra sem nosso ser; não conseguimos alcançar metas apenas
quando nos impomos ou combatemos. O fato de dar exemplo de reflexão, de luta, já exalta
atrás, em cima, embaixo, direita, esquerda) é possível que não pudéssemos dizer que a
conhecemos totalmente, pois vimos recortes de uma realidade e não o todo em sua totalidade.
Com esta visão, conseguimos avançar e entender que nossa verdade não é única, mas é uma
Somos muito influenciado pelo quotidiano "nossas experiências; mais até que a
própria escola, pois a mesma hoje constitui-se num grande funil do sistema educacional
povo pela sua educação questionamos então, qual o tipo de educação que nós temos no
Brasil?
outras inovações fazem com que o papel da força física no processo produtivo sejam a razão
direta da aplicação das capacidades intelectuais (FRIGOTTO, p. 1991, In: Rodrigues, 1995,
p. 55). Porém, temos que olhar a questão por outro ângulo. Se por um lado a educação
caráter de exploração e exclusão. Se a história explica nossa atual educação e suas crises, nós
somos a própria história que será contada. Então podemos nos questionar qual o enredo dessa
Se temos a compreensão de que o processo histórico, na qual a nossa vida é vivida dia-a-
dia, construímos nossa identidade, no encontro (ou desencontro) com os outros num mundo
que também está em acelerada transformação, e que nossa tarefa nunca estará plenamente
concluída" (GONÇALVES, 1994, 10). Abrimos então, espaço para afirmar mais uma vez que
homem, através de uma ação consciente, tende pressupostos de que o corpo não é nunca,
41
mesmo constituindo uma unidade física e uma unidade biológica, puramente física ou
biológica, subordinado à dialética do espírito que o envolve como uma presença, que faz do
corpo um corpo humano, "nossa identidade constitui-se no palco de uma objetividade, onde
Faz-se então uma analogia da crise atual, que segundo CAPRA (1982, p. 14),
deriva do fato de "estarmos tentando aplicar conceitos de uma visão mecanicista da ciência
cartesiana-newtoniana a uma realidade que já não pode ser entendida em função desses
conceitos" (visão cartesiana dualidade corpo e mente - leis de ação da gravidade, etc.). Perde-
se então as "sensações, gosto, tato, olfato, sensibilidade estética, ética, os valores, motivos,
intenções, alma, consciência e o espírito" (LAING. In: CAPRA, 1982, p. 51), pois as mesmas
que o homem contemporâneo reprime sua "riqueza sensorial' perdendo o "sentido da vivência
onde a corporalidade e o movimento são substituído por uma simples ação cognitiva e não
expressiva.
Precisamos deslocar nossa visão para uma nova unificação, ou melhor, para a
ser humano que tem uma inteligência sensível, acreditar e incorporar esta sensibilidade.
Então, assim, estaremos traçando e norteando perfis para uma educação para a sensibilização.
Para redefinir sobre uma educação atual e novos paradigmas a cerca da ênfase
onde temos a corporeidade como uma ponte para educação, fazendo contribuições decisivas
partir das quais se expressa determinada visão da existência humana individual e socialmente
"pensar mais abstrato é atividade corporizada" (ASSMANN, 1993, p. 1 11), onde dizer não ou
fazer com toda esta bagagem instrucional. E para o professor a chance de sua própria
continuidade de aprendizagem.
Não quer dizer que quem entenda e "lide bem" com a atividade motora enquanto
conhecimento do que discursar uma filosofia utópica em bases comprometidas. Isto quer
dizer, que não se dá "pérolas a porcos", quem tem uma preparação e conhecimento, apenas
abre um espaço para entender a sensibilidade como meio de penetrar no aluno (bem no seu
íntimo) e realmente ter o poder de ajudar a construir sua educação, ou então, corremos o risco
de, segundo (ASSMANN, 1993, p. 112), "ficar numa linguagem ainda aprisionada na
mecânica newtoniana".
Trata-se de uma complexa "tarefa transdisciplinar que não pode ser confinada
numa área específica (ASSMANN, 1993, p. 14), ou seja, a Educação Física, esta tarefa é de
todas as áreas do conhecimento, hoje ainda não temos cálculos para aferir as medidas da
corporeidade mas possivelmente dentro em breve, medir nem será necessário, todos tentarão
confrontar, explicar, questionar a corporeidade e este será seu maior triunfo, porque sempre
terão os que a defendem e até que se prove totalmente o contrário, a que atualmente não
vemos como possível e esse processo desenvolverá uma corporeidade mais sensível ainda.
que o deixe preparado para esta responsabilidade desde de que aceite e partilhe suas vivência,
que para a teoria da corporeidade é a base e vice-versa e sinta-se como um pesquisador que
promove ciência para os que não querem ou não aceitam, devem contentar-se em ler os feitos
escritos.
que: "sem uma filosofia do corpo, que pervada tudo na educação, qualquer teoria da mente, da
inteligência, do ser humano global, enfim, é de entrada falaciosa (ASMANN, 1993, p. 77).
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ruptura de uma paixão?" (ASMANN, 1993, p. 112), e talvez responderíamos pelo simples
fato de estarmos de bem com a vida, ou por tentar entendermos cada vez mais, e ajudar quem
evoluções enquanto seres humanos sociais. Três pontos fundamentais formam um elo de
de como as questões se desenvolveram no deconrer deste longo e árduo trajeto que é a história
da humanidade, refletida ainda hoje nos valores que norteiam nossas ações. Segundo estudos
de CAPRA (1982), a mulher é profundamente relacionada com a terra. Como a natureza deve
ser dominada pelo homem, a mulher deve ser submissa a ele, representando assim, também, o
sistema patriarcal. Reforçando-se a idéia, através da tradição judáico-cristã que fixa a imagem
"sistema mecânico que poderia ser manipulado e explorado, o que coincidiu com a
de papéis masculinos e femininos. Estudos genéticos feitos nos EUA com crianças,
constataram que a igualdade entre os homens e as mulheres não existe, muito embora na
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infância são muito semelhantes. Os homens são maios fortes (força muscular), mais
determinados, agridem mais (tem maior poder de coesão), as mulheres tem melhor
verbalização, habilidades com movimentos que exigem destreza, flexibilidade. Quer dizer,
machista que vivemos, influencia e como. O homem exerce maior poder e influencia nas
decisões e atitudes, ele recebe mais pelo seu trabalho. CAPRA (1982, p. 34) afirma que aos
homens cabe o papel de protagonistas e a maioria dos privilégios. Então, chega-se a um ponto
Como se algum momento, deixa-se de pensar e faz-se então um movimento e quando pensa
não se faz movimento. É justamente essa separação corpo-mente que precisamos repensar.
ASMANN (1993, p. 107) vem de encontro com estas colocações quando afirma que, questões
ainda mais a educação quando na era do computador e Internet, senta-se e coloca-se a cabeça
para funcionar, como se todo o corpo simplesmente parasse para a mente pensar.
enquadrar, conceituar. O que não se mede, não existe, pois não quantifica-se em números em
dados, em contra-partida a maior lição apreendida neste século, foi a das limitações destes
pronto, acabado, mas em estado processual. Segundo CAPRA (1982, p. 26), este processo
revigora-se num ciclo de ascensão e declínio, tendo como fator limitante à falta de
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cultural. Uma vez tendo desafios e respostas estabelece essa evolução. Novos desafios e novas
valores, os entendimentos, e quando depara-se com sexos indefinidos, fiigindo de padrões pre
estabelecidos, ignora-se até um certo momento em que é tão evidente, que aqui ou acolá,
alguém ousa falar sobre isso, tão penoso, tão sofrível e tão desconhecido. Rouba-se a carteira
de uma vovozinha e o ladrão vai para a cadeia reabilitar-se para não cometer o mesmo erro e
Grita-se então por uma "Revolução, e apoia-se nas teorias de Marx (filósofo do
século XIX, que defendeu a luta de classes pela força, conflito e da revolução violenta"
(CAPRA, 1982, p. 32). E ainda retrata-se no passado, e dá-se em conta que este é presente, o
aqui, o agora, numa repetição daquilo que já foi dito, daquilo que já foi feito, com aquilo que
pouco consegui-se.
mas o entendimento que este todo acontece junto, aqui agora, neste espaço, neste tempo,
talvez pouco provável cientificamente, mas muito significativo para o entendimento deste
conhecimento que segundo LOCKE {apud CAPRA, 1982, p. 64) adquirindo através da
experiência sensorial.
(1982, p. 46), não terão que relutar a uma estrutura holística, pois:
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"A física moderna pode mostrar-lhes que tal estrutura é não só científica, mas está
de acordo com as mais avançadas teorias científicas sobre a realidade física". Aí estamos
3 METODOLOGIA
bibliografias de Thayer, Sá, Brikman, Comiotto e outros. Também foi abordado estudos no
campo da semiótica (signos, simbologia das posições corporais mais centrados na obra de
Weill).
foram feitos na análise de Medina e Santin. Estes autores direcionaram este estudo para,
Efetuando cada vez mais leituras panorâmicas a respeito das diferentes formas de
produção sobre corporeidade na Educação Física, o acesso aos Anais do 3o Congresso em Foz
do Iguaçu (1996), onde inúmeros textos de profissionais da nossa área que estão estudando a
questão, como Assmann, Santin, Moreira, Werneck, Oliver, Simões, Barbosa, Guedes,
Santos, Uvinha, Maia e outros. A partir desse material foi possível compreender a amplitude
da corporeidade e sua relação com as diferentes formas de ação preconizada pela Educação
Física. O conceito mais enfático apreendido nesta fase foi o de que: "O mundo toca o corpo
que extrapola o campo da educação física, sendo de grande significância na área educacional
como um todo, de acordo com o trabalho de Assmann que deu sua maior contribuição.
de engatilhar neste processo de evolução, com muitos questionamentos, mas satisfeitos por
crescer interiormente.
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4 DISCUSSÕES E RECOMENDAÇÕES
conceituais mais enfáticas neste estudo: a linguagem corporal, que caracteriza o centro das
sujeitos num mesmo contexto de valores, onde a interpretação da mensagem cria vínculo
comunicativo.
percepção, onde a interação entre o interior e o exterior do sujeito é mediado por uma
excelência.
posição do tronco e o uso das pemas evidencia e identifica a individualidade do sujeito que se
comunica enquanto totalidade. Esses aspectos compõe a tônica afetiva e emocional necessária
à qualidade da comunicação. Ainda para PEREIRA (apud SÁ, 1976), quatro pontos são
acordo com o contexto cultural onde vivem os sujeitos. Temos como exemplo a sociedade
ocidental, cuja a cultura cultiva uma hierarquia entre mente e corpo, onde a atividade racional,
com o mundo que o cerca. Esse conhecimento pode ser adquirido através do movimento, no
contexto do tempo e do espaço e na medida que vai liberando a energia da comunicação com
de acordo com CUNHA (1989, p. 9), dessa relação entre espaço e corpo geram diversas
movimento sensíveis, é por isso, mais cedo ou mais tarde, o homem descobre que para
significações, que correspondem as formas como os sujeitos interagem em seu contexto sócio-
cultural. Desse modo os problemas fundamentais dessa relação não são platônicos, mas são
práticos e vitais, vinculados a totalidade do sujeito com o seu modo de agir e orientar-se no
mundo.
Uma expressão criativa do corpo, são consideradas por CUNHA (1985, p. 16),
como originadas das leis: do reflexo, do gênero e do gênio. Para esse autor, a lei do reflexo
acentua que não há expressão motora que não seja determinada por um contexto sócio-
enfim aquilo que o homem é, bem como aquilo que o homem tem. Pela lei do gênero, o autor
diz que a expressão está vinculada a finalidades e significados das ações que as precedem.
Pela lei do gênio, poderá dizer-se que a sociedade é o reflexo da intervenção desse corpo em
da unidade psicossomática.
comunicação, surge na Argentina, uma disciplina denominada de expressão corporal que teve
manifestar as coisas sentidas através do corpo. O compromisso dessa disciplina não foi de
4.2 A CORPOREIDADE
Tal terminologia começa a surgir na literatura no início dos anos 80, e mais tarde,
polarização do corpo como sendo o objeto essencial, passou a dividir com a ação motriz o
interativas com as categorias: esporte, dança, cultura, sociedade, economia e política, sendo
esta última a provocadora da abordagem ideológica que ocupa a disciplina no contexto das
das relações de força, incucadas pelo modelo capitalista sobre o corpo e suas relações
coniventes com o modelo de opressão dos indivíduos. Nesse aspecto, diferentes autores
comungam tal opinião: Medina, Santim, Moreira, Assmann, entre outros. Suas críticas
compreensão dos valores e das crenças existentes em nossa cultura, que dão significado a essa
corporeidade. Assim, essa relação corpo e cultura também passou a ser estudada em nossa
área, buscando encontrar explicações antropológicas para as diversas facetas integrantes das
expressão de PONTY (apud FIGUEIREDO, 1991), "Eu sou meu próprio corpo", veio
de valores e crenças que regem a história de nossa cultura. Ainda assim, poderemos citar
CUNHA (1985, p. 18) que expressa: "o homem é um ser cultural por natureza e natural por
cultura e vive num mundo de significações". Desse modo a relação corpo cultura ganha
complexidade que está inserida a corporeidade. Alguns estudos se reportam aos princípios
marxisitas, como Medina; outros aos princípios da antropologia, como Santim e também
pelos princípios da fenomenologia como Moreira e Assmann. Neste estudo optou-se pela
processo é emergente.
Ainda não é o momento ideal para conclusão, apenas indicar que o patamar
alcançado nesse estudo possibilita deduzir que: a necessidade de mobilizar forças para lutar
contra a esteriotipação dos sujeitos, 'anterior à década de 70, mas, é nesse período que
questões da expressão corporal. Tal movimento intelectual tinha além dessa meta a
Como esses sentimentos culturalmente não recebiam reforços para serem expressados, o
deslocamento do olhar para o corpo como mediador dessa expressão foi acentuada.
Acreditou-se que desse modo a comunicação daí resultante, poderia ser entendida como a
movimento sobre expressão corporal. O que é possível perceber é que a ênfase não se dá só
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no sujeito individual mas avança para a compreensão do coletivo como fruto das relações
sociais em que vive, portanto, nas quais constrói a sua corporiedade. Outro enfático é a
valores e crenças que lhe dão significação. Assim pensar a educação como mediadora desse
processo será com certeza, o caminho que aliado a outros, traçará os princípios norteadores na
profissional, sendo que o currículo tenha perspectivas na construção desse novo sujeito, a
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS