Relatório Analítica Experimental Âniondocx

Fazer download em docx, pdf ou txt
Fazer download em docx, pdf ou txt
Você está na página 1de 18

UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO

POLO UAB-ARACRUZ
LICENCIATURA EM QUÍMICA
QUÍMICA ANALÍTICA EXPERIMENTAL I

Identificação de ânions: Cl-, Br-, I-, F-, SO42-, CO32-, MnO4- e CrO42-

PATRICIA DE OLIVEIRA SANTOS

VITÓRIA
2019
1 INTRODUÇÃO

[INSERIR INTRODUÇÃO]
2 OBJETIVOS

Identificar os ânions Cl-, Br-, I-, CO32-, SO42-, MnO4- e CrO42- presentes em solução por
meio de testes específicos por via úmida.
3 MATERIAIS E MÉTODOS

3.1 MATERIAIS E REAGENTES

3.1.2 MATERIAIS

● Suporte para tubo de ensaio ● Espátulas


● Tubos de ensaios ● Papel indicador universal
● Cadinho de chumbo ● Água destilada
● Centrífuga Modelo CE01-B1 ● Pinça de madeira
● Conta-gotas ● Bico de Bunsen

3.1.3 REAGENTES

● NaCl 0,2 mol.L-1 ● NaNO2 0,2 mol.L-1


● HNO3 6 mol.L-1 ● KI (sólido)
● AgNO3 0,2 mol.L-1 ● NaF (sólido)
● NH4OH 0,5 mol.L-1 ● Na2SO4 0,2 mol.l-1
● KBr 0,2 mol.L-1 ● HCl 6 mol.L-1
● HNO3 4 mol.L-1 ● BaCl2 0,2 mol.L-1
● CCl4 ● Na2CO3 0,2 mol.l-1
● KMnO4 0,02 mol.L-1 ● H2SO4 6 mol.L-1
● NaBr (sólido) ● Ba(OH)2 (saturado)
● H2SO4 (concentrado) ● H2SO4 2 mol.L-1
● KI 0,2 mol.L-1 ● H2O2 3%
● H2SO4 2 mol.L-1 ● K2CrO4 1 mol.L-1
3.2 PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

3.2.1. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL 1


3.2.1.1. ÍONS CLORETO (Cl-)

1. Inicialmente, adicionou-se 5 gotas de uma solução 0,2 mol.L-1 de NaCl seguido de


2 gotas da solução 6 mol.L-1 de HNO3;
2. Em seguida, verificou-se, com o auxílio de uma tira de papel indicador universal, se
o meio reacional estava ácido;
3. Então, adicionou-se 5 gotas da solução de AgNO3 0,2 mol.L-1 e observou-se a
formação de um precipitado branco;
4. Logo após, centrifugou-se a solução, desprezando o sobrenadante;
5. Após separar o precipitado do sobrenadante, tratou-o com 20 gotas de uma solução
0,5 mol.L-1 de NH4OH até sua completa solubilização;
6. Então, adicionou-se, novamente a solução, 3 gotas da solução de ácido nítrico 6
mol.L-1 e observou-se se o precipitado branco voltaria a se formar.

3.2.1.2. ÍONS BROMETO (BR-)


3.2.1.2.1. Reação com íons prata, Ag+

1. Inicialmente, adicionou-se, em um tubo de ensaio, 5 gotas da solução de NaBr 0,2


mol.L-1 e adicionou-se, também duas gotas da solução de HNO3 6 mol.L-1;
2. Depois, verificou-se se a solução estava ácida com o auxílio de uma tira de papel
indicador universal;
3. Em seguida, adicionou-se 5 gotas de AgNO3 0,2 mol.L-1 e observou-se a formação
de um precipitado amarelo;
4. Após a formação do precipitado, centrifugou-se a solução, desprezando o
sobrenadante;
5. Depois de separada, tratou-se o precipitado com 20 gotas de NH4OH 0,5 mol.L-1
até a sua completa solubilização;
6. Logo, em seguida, adicionou-se, novamente a solução, 3 gotas de ácido nítrico 6
mol.L-1 e, em seguida, observou-se se o precipitado amarelo voltaria a se formar.
3.2.1.2.2. Oxidação com KMnO4

1. Inicialmente, adicionou-se 5 gotas da solução de brometo de sódio 0,2 mol.L -1 em


um tubos de ensaio e, em seguida, adicionou-se, lentamente, algumas gotas de
solução de HNO3 4 mol.L-1 até o meio reacional ficar ácido, verificado com uma tira de
papel universal;
2. Em seguida, adicionou-se, ao tubo, 5 gotas da solução de CCl4 e duas gotas da
solução de KMnO4 0,02 mol.L-1;
3. Logo, agitou-se o tubo vigorosamente até observar a mudança de coloração da fase
orgânica para alaranjada.

3.2.1.2.3. Reação com H2SO4 (concentrado)

1. Inicialmente, colocou-se em um tubo de ensaio, uma ponta de espátula de KBr


sólido e adicionou-se 6 gotas de H2SO4 concentrado;
2. Após, aqueceu-se o tubo de ensaio em banho-maria por alguns minutos até a
observação do desprendimento de um gás marrom.

3.2.1.3 ÍONS IODETO (I-)


3.2.1.3.1. Reação com íons prata, Ag+

1. Inicialmente, em um tubo de ensaio, adicionou-se 5 gotas da solução de KI 0,2


mol.L-1 e duas gotas da solução de HNO3 6 mol.L-1;
2. Logo, verificou-se se a solução dentro do tubo de ensaio estava ácida com o auxílio
de uma tira de papel indicador universal;
3. Em seguida, adicionou-se 5 gotas da solução de nitrato de prata 0,2 mol.L -1 e
observou-se a formação de um precipitado branco;
4. Após a formação do precipitado, centrifugou-se o mesmo e desprezou-se o
sobrenadante;
5. Em seguida, testou-se a solubilidade do precipitado adicionando algumas gotas da
solução de amônio 0,5 mol.L-1.
3.2.1.3.2. Reação com íons nitrito, NO2-

1. Inicialmente, adicionou-se 6 gotas da solução de KI 0,2 mol.L-1 e, em seguida,


adicionou-se, lentamente, algumas gotas da solução de ácido sulfúrico 2 mol.L -1 até
acidificar a solução, verificado utilizando uma tira de papel indicador universal;
2. Logo após, adicionou-se 3 gotas de solução de NaNO2 0,2 mol.L-1 e 5 gotas da
solução de CCl4;
3. Então, agitou-se o tubo vigorosamente até observar a mudança de coloração da
fase orgânica para violeta.

3.2.1.3.3. Reação com H2SO4 (concentrado)

1. Inicialmente, adicionou-se uma ponta de espátula de KI sólido e 5 gotas de ácido


sulfúrico concentrado em um tubo de ensaio;
2. Então, observou-se o desprendimento de vapores violeta.

3.2.1.4 ÍOS FLUORETO (F-)

1. Inicialmente, adicionou-se, em um cadinho de chumbo, uma ponta de espátula de


NaF sólido e adicionou-se 10 gotas de ácido sulfúrico concentrado;
2. Em seguida, tampou-se o cadinho com uma lâmina de vidro;
3. Então, colocou-se o cadinho com a lâmina de vidro em uma chapa aquecedora e
aqueceu-o até observar a corrosão do vidro.

3.2.2. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL 2


3.2.2.1. ÍONS SULFATO (SO42-)

1. Inicialmente, adicionou-se 5 gotas da solução 0,2 mol.L-1 de Na2SO4 em um tubo


de ensaio, seguido pela adição, lentamente, de algumas gotas de HCl 6 mol.L-1 até o
meio reacional se tornar ácido, verificado utilizando-se uma tira de papel indicador
universal;
2. Em seguida, adicionou-se 5 gotas da solução de BaCl2 0,2 mol.L-1 e observou-se a
formação de um precipitado branco.

3.2.2.2. ÍONS CARBONATO (CO32-)

1. Em um tubo de ensaio, adicionou-se 5 gotas da solução de Na2CO3 0,2 mol.L-1 e


adicionou-se 3 gotas da solução de ácido sulfúrico 6 mol.L-1 para acidificar a solução,
verificado utilizando-se uma tira de papel indicador universal;
2. Em seguida, encheu-se um conta-gotas com uma solução saturada de Ba(OH)2 e,
sem comprimir o bulbo do conta-gotas, introduziu-se a ponta do mesmo dentro do tubo
de ensaio.

3.2.2.3. ÍONS PERMANGANATO (MnO4-)

1. Em um tubo de ensaio, adicionou-se 5 gotas da solução de permanganato de


potássio 0,02 mol.L-1 e, lentamente, foram adicionados algumas gotas da solução de
ácido sulfúrico 2 mol.L-1 até acidificar a solução, verificado utilizando-se uma tira de
papel indicador universal;
2. Em seguida, adicionou-se 1 mL (aproximadamente 20 gotas) da solução de
peróxido de hidrogênio 3%;
3. E então, observou-se a descoloração da solução juntamente com a liberação de
gás.

3.2.2.4. ÍONS CROMATO (CrO42-)

1. Inicialmente, em um tubo de ensaio, colocou-se 5 gotas de solução de K2CrO4 1


mol.L-1 e adicionou-se, ao tubo, 20 gotas (1 mL) da solução de nitrato de prata 0,2
mol.L-1;
2. Logo, observou-se a formação de um precipitado;
3. Então, testou-se a solubilidade do precipitado obtido com HNO3 6 mol.L-1.
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1. ÍONS CLORETO (Cl-)

Para a identificação do ânion cloreto (Cl-), utilizou-se a reação com os íons prata (Ag+).
Após a adição da solução nitrato de prata ao tubo de ensaio contendo uma solução
ácida de cloreto de sódio, observou-se a formação de um precipitado branco. Logo,
observou-se a formação do cloreto de prata (AgCl), “um precipitado branco e
floculento” conforme descreve Vogel (1981). Segundo o mesmo autor (1981), esse
precipitado é insolúvel em água e em ácido nítrico diluído. A formação do precipitado
branco de cloreto de prata pode ser descrita pela seguinte equação (1) química:

Cl-(aq) + Ag+(aq) ⇌ AgCl(s) (1)

Em seguida, ao ser tratado com 20 gotas de hidróxido de amônio, observou-se que o


precipitado branco solubilizou. Isso, pois, o AgCl é solúvel em soluções diluídas de
NH4OH, devido a formação do complexo diaminoargentato (VOGEL,1981), conforme
descrita pela equação (2) química abaixo:

AgCl(s) + 2 NH3(aq) ⇌ [Ag(NH3)2]+(aq) + Cl-(aq) (2)

Ao adicionar novamente a solução de ácido nítrico tem-se que o ácido neutraliza o


excesso de amônia da solução deslocando o equilíbrio favorecendo a formação dos
reagentes, ou seja, favorecendo a formação do cloreto de prata, consequentemente,
reprecipitando-o (VOGEL, 1981). Confirmando, portanto, a presença do íon cloreto.

[Ag(NH3)2]+(aq) + Cl-(aq) + 2H+(aq) ⇌ AgCl(s) + 2 NH4+(aq) (3)


4.2. ÍONS BROMETO (Br-)

4.2.1. REAÇÃO COM ÍONS PRATA, Ag+

Ao adicionar à solução acidificada de NaBr 5 gotas da solução de nitrato de prata,


pôde-se observar a formação de um precipitado de coloração amarelada, devido a
formação do precipitado de AgBr. A adição da solução de ácido nítrico deve-se ao fato
do brometo de prata (precipitado amarelado formado) ser insolúvel na presença do
ácido diluído, conforme Baccan et al. (1988). A reação de formação do AgBr é descrita
pela equação (3), abaixo:

Br-(aq) + Ag+(aq) ⇌ AgBr(s) (4)

Ao tratar o precipitado de AgBr com a solução de NH4OH 0,5 mol.L-1 não foi possível
verificar uma solubilização significante do mesmo. Isso, porque esse precipitado é “[...]
escassamente solúvel em solução de amônia diluída, mas prontamente solúvel em
solução de amônia concentrada” (VOGEL, 1981, p.358). Portanto, para que se
observasse a solubilização do AgBr precipitado, dever-se-ia ter utilizado uma solução
de hidróxido de amônio mais concentrado.
Para confirmar a presença do íon Br-, adicionou-se novamente a solução do ácido
fazendo com que ocorresse a reprecipitação do AgBr.

4.2.2. OXIDAÇÃO COM KMNO4

O íon MnO4- é um agente oxidante muito forte. Logo, a identificação dos íons brometos
utilizados nesse procedimento se dá pela sua oxidação em Br2, em meio ácido,
provocada pelo permanganato de potássio. Conforme descrito pela equação (5)
química abaixo:

2 MnO4-(aq) + 10 Br-(aq) + 16 H+(aq) ⇌ 2 Mn2+(aq) + 5 Br2(g) + 8 H2O(l) (5)

Nesta reação, ocorre a formação do gás brometo que é imediatamente solubilizada


na CCl4 (um reagente orgânico), ou seja, na fase orgânica. Logo, percebe-se que a
esta mesma fase adquire uma coloração marrom, revelando a formação do bromo.
Concomitantemente, a coloração violeta da fase aquosa, caracterizado pelo
permanganato, desaparece devido a formação dos íons Mn2+ (RIBEIRO, 2011).

4.2.3. REAÇÃO COM H2SO4 (CONCENTRADO)

Para esse procedimento, tem-se que ao adicionar o ácido sulfúrico concentrado no


tubo de ensaio contendo a amostra sólida de brometo (KBr) foi possível perceber de
que a solução adquiriu uma coloração marrom. Depois de levada ao aquecimento, a
observou-se o desprendimento de um gás marrom da solução. Isso deve-se à
formação de HBr e de Br2 (BACCAN et al., 1988).
De acordo com os autores (1988), após o tratamento da amostra sólida com o ácido
concentrado, os íons brometos presentes reagem com o ácido para formar o HBr que
é desprendido da solução e que são, parcialmente, oxidados a Br2 pelo mesmo ácido.
O aquecimento realizado no procedimento serve para acelerar as duas reações que
ocorrem no tubo de ensaio e que são descritas pelas equações (6) e (7) abaixo
(VOGEL, 1981):

KBr(s) + H2SO4(aq) ⇌ HBr(g) + HSO4-(aq) + K+(aq) (6)


HBr(g) + 2 H2SO4(aq) ⇌ Br2(g) + SO2(g) + 2 H2O(l) (7)

Tanto os vapores de bromo quanto os vapores de brometo de hidrogênio possuem a


mesma cor marrom. Além disso, esse procedimento foi realizado na capela uma vez
que os dois compostos formados são altamente perigosos se inalado (ANIDROL,
2013; QUIMLAB, 2016).

4.3. ÍONS IODETO (I-)

4.3.1. REAÇÃO COM ÍONS PRATA, Ag+

Após adicionar todos os reagentes no tubo de ensaio, tem-se que os íons brometos
da solução de iodeto de potássio reagem com os cátions presentes na solução de
nitrato de prata, em meio ácido, levando à formação de um precipitado de coloração
amarelo intenso, caracterizado pela formação do AgI (BACCAN et al., 1988). A reação
de formação do iodeto de prata pode ser descrita pela seguinte equação (8):

I-(aq) + Ag+(aq) ⇌ AgI(s) (8)

Em seguida, após testar a solubilidade do precipitado com uma solução de NH 4OH,


observou-se que o AgI formado solubilizou lentamente, porém não completamente.
Isso, pois, segundo Vogel (1981), o iodeto de prata é ligeiramente solúvel em solução
de amônia concentrada. Logo, como foi utilizado uma solução diluída, logo, essa
solubilidade é diminuída. Consequentemente, o iodeto de prata torna-se insolúvel
tanto em ácido nítrico quanto em solução diluída de hidróxido de amônio.

4.3.2. REAÇÃO COM ÍONS NITRITO, NO2-

Ao adicionar o nitrito de sódio à solução de iodeto acidificado com o ácido sulfúrico


diluído, tem-se que os íons I- são facilmente oxidados a iodo pelos íons NO2-. Como
produto dessa reação de oxirredução, ocorre a formação do iodo conforme descrita
pela equação química (9) abaixo (VOGEL, 1981):

2 I-(aq) + 2 NO2-(aq) + 4 H+(aq) ⇌ I2(aq) + 2 NO(g) + 2 H2O(l) (9)

O iodo formado pôde ser identificado ao adicionar à solução de CCl4. Após a agitação
vigorosa do tubo de ensaio, tem-se que o iodo foi solubilizado na fase orgânica,
alterando a coloração desta de transparente para violeta (VOGEL, 1981).

4.3.3. REAÇÃO COM H2SO4 (CONCENTRADO)

Ao reagir o iodeto sólido com ácido sulfúrico concentrado, pode-se observar o


desprendimento de vapores de coloração violeta caracterizado pela formação do iodo
(I2), conforme afirma Baccan et al. (1988). A equação (9) abaixo descreve a reação
em questão:

2 I-(aq) + 2 H2SO4(aq) ⇌ I2(g) + SO42-(aq) + 2 H2O(l) (10)


O procedimento em questão, foi realizado na capela, uma vez que os vapores de iodo
não são os únicos produtos formados desta reação. Além dele, há, também a
formação do iodeto de hidrogênio, dióxido de enxofre, sulfeto de hidrogênio e enxofre
que são descritas pelas equações químicas (11 – 13), conforme elucidado por Vogel
(1981).

I-(aq) + H2SO4(aq) ⇌ HI(g) + HSO4-(aq) (11)


6 I-(aq) + 4 H2SO4(aq) ⇌ 3 I2(g) + S(s) + 3 SO42-(aq) + 4 H2O(l) (12)
8 I-(aq) + 5 H2SO4(aq) ⇌ 4 I2(g) + H2S(g) + 4 SO42-(aq) + 4 H2O(l) (13)

O sulfeto de hidrogênio e o iodeto de hidrogênio, são dois gases tóxicos formados no


teste de identificação de ânions iodeto utilizando o ácido sulfúrico concentrado
(MAINIER; VIOLA, 2005; ANIDROL, 2014).

4.4. ÍONS FLUORETO (F-)

O teste de identificação dos ânions fluoretos baseia-se na reação do ácido fluorídrico


com uma lâmina de vidro. Para isso, reagiu-se um composto de fluoreto sólido com o
ácido sulfúrico concentrado. Como descrito pela equação química (14), tem-se que
desta reação há a formação do fluoreto de hidrogênio, um gás incolor e corrosivo
(VOGEL, 1981).

2 NaF(s) + 2 H2SO4(aq) ⇌ H2F2(g) + 2 Na+(aq) + 2 HSO4-(aq) (14)

Logo, o gás produzido na reação forma um vapor devido a umidade do ar e ao se


encontrar com o a lâmina de vidro, pôde-se observar que esta adquire um aspecto
oleoso característico do resultado da ação corrosiva do vapor sobre a sílica, que
constitui o vidro (VOGEL, 1981). O vapor de ácido fluorídrico produzido possui como
propriedade a capacidade de reagir com SiO2 e silicatos em gerais (BACCAN et al.,
1988). A reação da oxidação do SiO2, presente no vidro, em tetrafluoreto de silício
(SiF4), é descrito pela seguinte equação (15):

SiO2(s) + 4 H2F2(g) ⇌ SiF4(g) + 2 H2O(l) (15)


4.5. ÍONS SULFATO (SO42-)

Para identificação dos ânions sulfatos, foi realizado a reação desses íons com os íons
bário (Ba2+). Logo, ao adicionar o cloreto de bário à solução acidificada de sulfato de
sódio, pôde-se observar a formação de um precipitado branco, caracterizado pela
precipitação do sulfato de bário (VOGEL, 1981). A reação química da precipitação do
sulfato de bário é representada pela seguinte equação química (16):

Ba2+(aq) + SO42-(aq) ⇌ BaSO4(s) (16)

Dentre os ânions que formam sais de bário insolúveis, o íon sulfato é o único que
precipita em soluções fortemente ácidas como informa Baccan et al. (1988). Além
disso, Vogel (1981) complementa que não se pode utilizar o ácido clorídrico
concentrado, pois precipitados de cloreto de bário podem ser formados.

4.6. ÍONS CARBONATO (CO32-)

Neste procedimento, ao acidificar a solução inicial do sulfato de carbonato de sódio,


tem-se que houve o desprendimento de gás da solução. O gás formado é o gás
carbônico (CO2) que é produzido devido a decomposição do ácido carbônico
(RIBEIRO, 2010), produto da reação entre o carbonato de sódio e o ácido sulfúrico,
conforme evidenciado pelas equações químicas (17) e (18):

CO32-(aq) + 2 H+(aq) ⇌ H2CO3(aq) (17)


H2CO3(aq) ⇌ CO2(g) + H2O(l) (18)

Logo, as equações (17) e (18) podem ser sintetizadas na seguinte equação química
(19):

CO32-(aq) + 2 H+(aq) → CO2(g) + H2O(l) (19)

Em seguida, ao inserir a ponta do conta-gotas no tubo de ensaio foi possível perceber


que a solução na ponta do conta-gotas ficou turva. Ao colocar dentro da solução, essa
turbidez ficou mais nítida, observando, portanto, a formação de um precipitado branco
na ponta do material. Esse precipitado é o carbonato de bário formado pela reação do
hidróxido de bário com o gás carbônico, conforme descrito pelas seguintes equações
(20) e (21) (BACCAN et al., 1988):

CO2(g) + H2O(l) ⇌ CO3-(aq) + H2O(l) (20)


CO3-(aq) + Ba2+(aq) ⇌ BaCO3(s) (21)

Portanto, para a identificação dos íons carbonatos, o teste se baseia na reação dos
gases formados pela sua reação com ácidos (BACCAN et al., 1988).

4.7. ÍONS PERMANGANATO (MnO4-)

Na identificação dos íons permanganato, ao adicionar o peróxido de hidrogênio 3% na


solução acidificada de permanganato de potássio, pôde-se perceber que a solução,
antes de coloração violeta, passou para incolor e, também, pôde-se observar o
desprendimento de gases da solução. Conforme Vogel (1981), esses dois indícios
indicam a presença do ânion permanganato, uma vez que a mudança de coloração
da solução sugere a redução da espécie (MnO4-) em manganês (II) e que o
desprendimento de gás se deve à formação de gás oxigênio. A reação em questão
pode ser verificada e descrita pela seguinte equação química (22):

2 MnO4-(aq) + 5 H2O2(aq) + 6 H+(aq) ⇌ 5 O2(g) + 2 Mn2+(aq) + 8 H2O(l) (22)

4.8. ÍONS CROMATO (CrO42-)

Após adicionar a solução de nitrato de prata na solução de cromato de potássio,


observou-se a formação de um precipitado de coloração marrom avermelhado,
caracterizada pela formação do AgCrO4 (VOGEL, 1981), conforme descrito pela
equação (23):

CrO42-(aq) + 2 Ag+(aq) ⇌ Ag2CrO4(s) (23)


Então, ao testar a solubilidade do precipitado adicionando uma solução de ácido
nítrico diluído, foi observado que o precipitado solubilizou. Logo, foi evidenciado que
o cromato de prata é solúvel no reagente, o que corrobora com Vogel (1981). Segundo
o autor (1988), o precipitado é solúvel em ácido nítrico diluído e em solução de amônia,
em contrapartida é insolúvel em ácido acético.
Ainda sobre a solubilidade do composto no ácido, Vogel (1981) afirma que na
presença de íons H+, os cromatos são convertidos em íons dicromatos. O que foi
notado, uma vez que a solução final possuía uma coloração vermelho alaranjada.
Portanto, ao adicionar HNO3 no precipitado, ocorreu a seguinte reação química
(Equação 24):

2 Ag2CrO4(s) + 2 H+(aq) ⇌ 4 Ag+(aq) + Cr2O72-(aq) + H2O(l) (24)


5 CONCLUSÃO

Diante dos resultados expostos, pôde-se verificar a complexidade para a


identificação de ânions, que diferentemente dos cátions não é possível separá-los
em grupos, tornando imprescindível o conhecimento de testes específicos para
esses íons. Além disso, pôde-se verificar o comportamento de ânions frente à
alguns reagentes, em especial a solubilidade dos compostos em ácidos e bases,
sejam eles concentrados ou diluídos. Essa capacidade de formar compostos
insolúveis ou solúveis pode ser utilizada como teste prévio, separando assim alguns
ânions, facilitando, portanto, o procedimento de identificação. Um exemplo para tal
fenômeno é que se verificou que os cloretos, brometos e iodetos possuem a
solubilidade semelhante frente ao nitrato de prata, hidróxido de amônio e ácido
nítrico, diferenciando-os dos demais ânions. Logo, esse é um possível candidato
para teste prévio. Em seguida, deve-se realizar os testes específicos para a
confirmação.
Referências

ANIDROL. Ficha de informação de produtos químicos - FISPQ. Ácido bromídico


48% PA. 2013. Disponível em:
http://www.anidrol.com.br/fispq/ACIDO%20BROMIDRICO-48-A-1085.pdf. Acesso
em: 24 jun. 2019.
________. ANIDROL. Ficha de informação de produtos químicos - FISPQ. Ácido
fluorídrico 70%. 2014. Disponível em:
http://www.anidrol.com.br/fispq/ACIDO%20FLUORIDRICO%20PA%2070%20%20A-
1111%20ONU%201790.pdf. Acesso em: 25 jun. 2019.
BACCAN, N.; GODINHO, O. E. S.; ALEIXO, L. M.; STEIN, E. Introdução à
semimicroanálise qualitativa. 7. ed. Campinas: Editora da UNICAMP, 1988.
QUIMLAB. Ficha de informação de produtos químicos - FISPQ. Solução de água
de bromo. 2016. Disponível em:
http://www.quimlab.com.br/_sistema_quimicafina/sistema/FISPQ/FISPQ%2053%20
%20BR2%20Solução%20de%20Água%20de%20Bromo%20NBR1472542012%20S
PECSOL%20Rev.pdf. Acesso em: 24 jun. 2019.
MAINER, F. B.; VIOLA, E. D. M. O sulfeto de hidrogênio (H2S) e o meio ambiente.
II Simpósio de Excelência em Gestão e Tecnologia. 2005. pp. 612-618. Disponível em:
https://www.aedb.br/seget/arquivos/artigos05/261_H2S.pdf. Acesso em: 25 jun. 2019.
RIBEIRO, J. Química Analítica I. 1. ed. Vitória: UFES, Núcleo de Educação Aberta e
a Distância, 2010.
VOGEL, Arthur Israel. Química analítica qualitativa. 5. ed. São Paulo: Mestre Jou,
1981.

Você também pode gostar