Deformação Plástica e Mecanismos de Endurecimento
Deformação Plástica e Mecanismos de Endurecimento
Deformação Plástica e Mecanismos de Endurecimento
de endurecimento
R. Vilar
Professor Catedrático DEQ/IST
Deslocações nos materiais
Deslocação cunha
Deslocação parafuso
Mista
Cunha
Parafuso Parafuso
Cunha
5
Deformação plástica e movimento de deslocações
6
Movimento das deslocações e ligação química
electron cloud ion cores
• Metais:
• Movimento das deslocações fácil + + + + + + + +
• Ligação não-direcional + + + + + + + +
• Empacotamento compacto + + + + + + + +
(http://www.copper.org/resources/properties/microstructure/brasses.html)
Deslizamento nos metais HC
Célula
unitária Átomos
Átomos
Célula unitária
Biblio: http://www.doitpoms.ac.uk/tlplib/deslizamento/printall.php
Lei de Schmid
• Tensão de corte efectiva, τR
Tensão aplicada Tensão de corte Relação entre σ e τR
σ= F/A efetiva
τR =Fs /A s τR = FS /AS
F Normal ao
τR
A plano de
deslizamento F cosλ A / cos φ
plano, ns
AS
F λ nS φ
FS
A
FS AS
τR
F
τR = σ cos λ cos φ 14
Activação dos sistemas de deslizamento
σ σ σ
τR = 0 τR = σ /2 τR = 0
λ = 90° λ = 45° φ = 90°
φ = 45°
Plano de macla
Tensão
Planos de corte
Planos de
deslizamento de
macla
Maclas de deformação em Zn
Deformado 70%
19
http://vacaero.com/information-resources/metallography-with-george-vander-voort/1440-deformation-and-annealing-of-cartridge-brass.html
Deslizamento em policristais
• Os policristais são mais σ
resistentes do que os monocristais
porque as fronteiras de grão agem
como barreiras ao movimento das
deslocações
• Os planos e as direções de
deslizamento e os ângulos (λ, φ)
variam de cristal para cristal
21
Anisotropia na deformação de materiais
• A deformação plástica induz anisotropia nas propriedades
dos materiais
Antes de laminagem Depois de laminagem
Anisotrópico
Isotrópico A laminagem
Grão equiaxiais e modifica a forma e
orientados orientação dos
aleatoriamente grãos
22
Deformação plástica dos metais
CCC CFC HC
Sistemas de 48 12 3
deslizamento (mais a alta
temperatura)
Probabilidade de Alta Moderada Baixa
deslizamento
Ductilidade (>5) Moderada Boa Frágil
Exemplo Cr Cu, Al Ti
Ferro alfa Ferro (912ºC ~
(<912ºC or 1394ºC)
>1394ºC)
23
Mecanismos de endurecimento: refinamento de grão
• A resistência do obstáculo
aumenta com a desorientação
entre os grãos
• A resistência oferecida ao
deslizamento é tanto maior
quanto menor for o tamanho
médio de grão.
• Hall-Petch equation:
σ yield = σo + k y d −1 / 2
24
Mecanismos de endurecimento: refinamento de grão
A C
B D
Atmosfera de Cottrell
28
Endurecimento do cobre por solução sólida
120
300
200 60
0 10 20 30 40 50 0 10 20 30 40 50
% Ni %Ni
• Relação empírica: σ y ~ C 1/ 2
• A adição de elementos de liga aumenta σy e Rt
29
Mecanismos de endurecimento: endurecimento por
precipitação
• As deslocações têm dificuldade em ultrapassar as partículas de
precipitados
• Ex: partículas cerâmicas numa matriz metálica (SiC em Fe ou Al).
precipitado
É necessária uma tensão de corte muito
Vista lateral elevada para forçar a deslocação a
atravessar o precipitado
S Distância S.
1
• Endurecimento por precipitação: σy ~
S
30
Mecanismos de endurecimento: endurecimento por
precipitação nas ligas Al-Cu
T1
T2
31
Mecanismos de endurecimento: endurecimento por
precipitação nas ligas Al-Cu
Micrograph showing θ
precipitates in Al-4%Cu,
aged for 45 mins at 450 °C.
Gb
τ~
l
Endurecimento por precipitação de ligas de alumínio
• A precipitação é obtida
adicionando ao alumínio
elementos de liga apropriados
1.5µm 34
Utilização das ligas de alumínio em aviação
Ligas de alumínio utilizadas em aviação
Enformação por deformação plástica
1. Deformação a frio: verifica-se encruamento
2. Deformação a quente: não se verifica encruamento
Laminagem Forjamento,
estampagem
Extrusão Trefilagem
Estrutura das deslocações depois da deformação a
frio
• O movimento das
deslocações torna-se muito
mais difícil. A resistência
mecânica aumenta:
Encruamento
38
Aumento da densidade de deslocações devido
ao trabalho a frio
40
Interação entre deslocações
O aumento de temperatura,
ao permitir a difusão, permite
às deslocações assumir
configurações de menor
energia: recozimento
41
Efeito do recozimento após trabalho a frio
• O tratamento térmico a Trec diminui Rt e aumenda a
ductilidade
• Os efeitos de trabalho a frio são eliminados
Temperatura de recozimento (ºC)
100 200 300 400 500 600 700 • 3 estágios de recozimento
600 60
Rt
50 1. Recuperação
2. Recristalização
Rt (MPa)
500
3. Cresimento de grão
Extensão %
40
400 30
ductilidade 20
300
42
Estágios de recozimento: 1 - Recuperação
Redução da densidade de deslocações por recombinação e aniquilação
Plano adicional
de átomos
• Cenário 2
τR
3. As deslocações sobem passando
para um novo plano atómico
0.6 mm 0.6 mm
0.6 mm 0.6 mm
Após 4 s Após 8 s
45
Estágios de recozimento: 3 – Crescimento de
grão
• Para tempos de recozimento longos e temperaturas de
recozimento elevadas os cristais crescem excessivamente
ao mesmo tempo que o seu número decresce: coalescência
0.6 mm 0.6 mm
Diâmetro de grau d n − d on = Kt
no instante t. 46
Recuperação, recristalização e crescimento de
grão
Tamanho
de grão
Recuperação Recrista
lização Crescimento
de grão
47
Temperatura de recristalização
48
Deformação a frio e a quente
49
Propriedades mecânicas dos polímeros –
curvas de tração
Polímero frágil
plástico
elastómero
Módulo de Young menor
que metais e cerâmicos
Polímero frágil
plástico
elastómero
Módulo de Young menor
que metais e cerâmicos
Molécula de polietileno: o
monómero está indicado
Polymer Structures
http://www.learneasy.info/MDME/MEMmods/MEM30007A/polymers/polymers.html
Estrutura molecular dos polímeros
Molécula de polietileno
Partícula de polietileno
Cristal de polietileno
Mecanismos de deformação
Polímeros com ligações cruzadas e em rede
σ(MPa) Estrutura
fibrosa
x Fractura frágil
Perto da rutura
Inicio da estrição
Fractura dúctil
x
ε
Os blocos
cristalinos
fragmentam-
Estrutura não se
deformada As regiões
As regiões
amorfas
cristalinas
alongam-se
alinham-se 54
Mecanismos de deformação - Elastómeros
σ(MPa)
x Fractura frágil
Fractura dúctil
x
elastómero
final: as cadeias
estão direitas e as
ε ligações cruzadas
mantêm-se
inicial: as cadeias Deformação
amorfas estão reversivel: elástica
dobradas e com
ligações cruzadas
55
Propriedades dos polímeros
56
http://www.learneasy.info/MDME/MEMmods/MEM30007A/polymers/polymers.html
Bibliografia
57
Mecanismos de fractura
• Fractura dúctil
– Acompanhada por deformação plástica
perceptível
• Fractura frágil
• Não é acompanhada de deformação
plástica
• Catastrófica
58
Fractura dúctil e frágil
• Classificação:
Fractura Muito Moderadamente
Frágil
dúctil dúctil
• Fractura dúctil
- deformação
• Fractura frágil:
- fragmentação
- ausência de deformação
60
Fractura dúctil e frágil
61
Fractura dúctil: estágios de fractura
Nucleação Crescimento
de e Corte
Estrição cavidades coalescência Fractura
σ
Fácies de 50
50mm
mm
fractura (aço)
As cavidades
nucleiam em
precipitados 100 mm
Fracture surface of tire cord wire
loaded in tension. Courtesy of F.
Roehrig, CC Technologies, Dublin,
OH. Used with permission.
62
Fractura frágil
63
Morfologias de fractura frágil
• Intergranular • Transgranular
160 mm
4 mm
Al Oxide
Polypropylene
(ceramic)
(polymer)
3 mm
1 mm
64
Efeito de concentração de tensão: modelo de
Griffith
• Fissura de Griffith
1/ 2
⎛a⎞
σm = 2σo ⎜⎜ ⎟⎟ = K t σo
⎝ ρt ⎠
ρt em que
ρt = raio de curvatura
σo = tensão aplicada
σm = tensão no bordo da fissura
65
Efeito de concentração de tensão: modelo de Griffith
66
Proteção contra a fractura
• Evitar reentrâncias com raio pequeno
σ0 σmax
Factor de concentração de tensão, Kt =
σ0
w
σmax
2.5
h
r
2.0 Cresce com w/h
Raio de
concordância
1.5
1.0 r/h
0 0.5 1.0
Cresce quando r/h decresce
67
Teoria da propagação de fissuras
68
Critério para a propagação de fissuras
A fissura propaga-se se a tensão na sua
extremidade (σm) exceder uma tensão crítica (σc).
Para materiais frágeis:
⎛ 2Eγ s ⎞
1/2
σm > σc σc = ⎜
⎝ π a ⎟⎠
Em que
– E = módulo de Young
– γs = energia superficial específica
– a = comprimento característico da fissura
69
Ensaio de impacto (Charpy)
• Ensaio de impacto:
• Ensaio em condições muito severas
• Alta velocidade de deformação torna os materiais frágeis
• Baixas temperaturas diminuem tenacidade
(Charpy)
70
Influencia da temperatura na energia de
impacto
• Transição dúctil- frágil
Temperatura
Temperatura de
transição dúctil-frágil
71
Fractura frágil a baixas temperaturas: acidentes dos
Liberty Ships
73