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7908403539574
ITABIRITO-MG
PREFEITURA MUNICIPAL DE ITABIRITO - MINAS GERAIS
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Português
1. Sentido próprio e sentido figurado. ........................................................................................................................................... 5
2. Funções de linguagem. .............................................................................................................................................................. 7
3. Texto e discurso: intertextualidade, paródia. ............................................................................................................................. 8
4. Leitura e interpretação de textos: informações implícitas e explícitas....................................................................................... 9
5. Significação contextual de palavras e expressões....................................................................................................................... 17
6. Ponto de vista do autor. ............................................................................................................................................................. 17
7. Linguagem verbal e não verbal. ................................................................................................................................................. 18
8. Tipologia textual e gêneros discursivos de circulação social: estrutura composicional.............................................................. 19
9. Objetivos discursivos do texto; contexto de circulação.............................................................................................................. 21
10. Aspectos linguísticos. Texto e textualidade: coesão, coerência e outros fatores de textualidade.............................................. 24
11. Variação linguística: heterogeneidade linguística: aspectos culturais, históricos, sociais e regionais no uso da língua portu-
guesa. Registros formal e informal da escrita padrão................................................................................................................. 25
12. Fonética e fonologia: tonicidade, ortografia e acentuação gráfica............................................................................................. 27
13. Crase. ......................................................................................................................................................................................... 28
14. Sinais de pontuação como fatores de coesão............................................................................................................................. 29
15. Morfologia: classificação e flexão das palavras, emprego de nomes, pronomes, conjunções, advérbios, preposições. Conjun-
ções, interjeições, modos e tempos verbais. Análise morfológica............................................................................................. 30
16. Sintaxe: frase, oração, período. Termos da oração. Coordenação e subordinação. Análise sintática......................................... 37
17. Conhecimento gramatical de acordo com o padrão culto da língua.......................................................................................... 39
18. Ortografia oficial – novo acordo ortográfico............................................................................................................................... 39
19. Concordância e regência verbal e nominal................................................................................................................................. 40
20. Colocação pronominal aplicadas ao texto......................................................................................................................... 43
Legislação
1. Constituição da República Federativa do Brasil - 1988: Título I; Título II/Capítulo I; Título V/Capítulo III.......................... 53
2. Lei Federal n° 8.069, de 13/07/1990 - Estatuto da Criança e do Adolescente ECA;........................................................... 56
3. Lei Federal 13.022/2014; Estatuto Geral das Guardas Municipais. Capítulos I, II e III....................................................... 93
4. Decreto Federal n° 9.847 de 25 de Junho de 2019............................................................................................................ 96
5. Lei Federal 13.869 de 05 de Setembro de 2019 (Abuso de autoridade)............................................................................ 105
6. Lei nº 2.848/1940 - Código Penal. Parte Geral, Títulos, I, II, III e IV.................................................................................... 108
7. Parte Especial, Título XI - Dos Crimes Praticados por Funcionário Público Contra a Administração em Geral, art. 312 ao
327..................................................................................................................................................................................... 112
8. Lei nº 11.340, de 7 de agosto de 2006 - Da violência doméstica e familiar contra a mulher............................................. 113
9. Estatuto do Idoso, Lei Federal n.º 10.741/2003................................................................................................................. 120
10. Lei Federal 13675 - Institui o SUSP; Capítulos II e III.................................................................................................................... 130
11. Lei Municipal nº 3904/2023 (Plano de cargos e vencimentos – PCV dos servidores da área da atividade de segurança pública
que atuam na Guarda Civil Municipal do Município de Itabirito)................................................................................................ 134
12. Lei 3911/2023 (Estatuto da Guarda Civil Municipal de Itabirito)................................................................................................ 134
ÍNDICE
Código de Trânsito
1. Regras Gerais de Circulação: Normas Gerais de Circulação e Conduta; Regra de Preferência; Conversões; Dos Pedestres e
Condutores não Motorizados; Classificação das Vias................................................................................................................. 139
2. Legislação de Trânsito: Dos Veículos; Registro, Licenciamento; Dos Documentos de Porte Obrigatório; Da Habilitação; Das
Penalidades; Medidas e Processo Administrativo...................................................................................................................... 156
3. Das Infrações............................................................................................................................................................................... 166
4. Lei Federal 9503 /97- Capítulo XIX – Dos crimes de Trânsito..................................................................................................... 177
Informática
1. Sistema Operacional Microsoft Windows: área de trabalho, área de transferência, ícones, barra de tarefas e ferramentas,
comandos e recursos; unidades de armazenamento................................................................................................................. 185
2. conceito de pastas, arquivos e atalhos; visualização, exibição e manipulação de arquivos e pastas; uso dos menus, programas
e aplicativos; painel de controle; interação com o conjunto de aplicativos MS-Office 2010 ou versões mais recentes............. 192
3. Editor de textos Microsoft Word (2010/2016): criação, edição, formatação e impressão de documentos; utilização de janelas
e menus; criação e manipulação de tabelas; símbolos e figuras; geração de mala direta, envelopes e etiquetas; proteção de
documentos; utilização das ferramentas.................................................................................................................................... 195
4. Microsoft Excel (2010/2016): modelos e pastas de trabalho; criação, importação, edição, formatação e impressão de plani-
lhas; classificação e organização de dados................................................................................................................................. 204
5. Microsoft Outlook (2010/2016): comandos, atalhos e recursos; uso do correio eletrônico; preparo e envio de mensagens;
anexação de arquivos; modos de exibição; organização de e-mails, gerenciador de contatos.................................................. 218
6. Internet: navegação, busca de documentos e conteúdo, segurança. Internet: navegação e princípios de acesso à internet;
downloads; conceitos básicos: (URL, links, sites, vírus, portais, segurança, navegação, conceito e padrões da tecnologia Web,
Intranets e Extranets), utilização dos principais navegadores e correio eletrônico.................................................................... 221
7. utilização dos mecanismos de busca (Google, Yahoo, Bing, etc.)............................................................................................... 228
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Anacoluto: quebra da estrutura sintática da oração. O tipo mais Paranomásia: palavras com sons semelhantes, mas de signi-
comum é aquele em que um termo parece que vai ser o sujeito da ficados diferentes, vulgarmente chamada de trocadilho. Exemplo:
oração, mas a construção se modifica e ele acaba sem função sintá- Comemos fora todos os dias! A gente até dispensa a despensa.
tica. Essa figura é usada geralmente para pôr em relevo a ideia que
consideramos mais importante, destacando-a do resto. Exemplo: Neologismo: criação de novas palavras. Exemplo: Estou a fim
O Alexandre, as coisas não lhe estão indo muito bem. do João. (estou interessado). Vou fazer um bico. (trabalho tempo-
A velha hipocrisia, recordo-me dela com vergonha. (Camilo rário).
Castelo Branco)
Figuras de Pensamento
Silepse: concordância de gênero, número ou pessoa é feita Utilizadas para produzir maior expressividade à comunicação,
com ideias ou termos subentendidos na frase e não claramente ex- as figuras de pensamento trabalham com a combinação de ideias,
pressos. A silepse pode ser: pensamentos.
- de gênero. Exemplo: Vossa Majestade parece desanimado. (o Antítese: Corresponde à aproximação de palavras contrárias,
adjetivo desanimado concorda não com o pronome de tratamento que têm sentidos opostos. Exemplo: O ódio e o amor andam de
Vossa Majestade, de forma feminina, mas com a pessoa a quem mãos dadas.
esse pronome se refere – pessoa do sexo masculino).
- de número. Exemplo: O pessoal ficou apavorado e saíram cor- Apóstrofe: interrupção do texto para se chamar a atenção de
rendo. (o verbo sair concordou com a ideia de plural que a palavra alguém ou de coisas personificadas. Sintaticamente, a apóstrofe
pessoal sugere). corresponde ao vocativo. Exemplo: Tende piedade, Senhor, de to-
- de pessoa. Exemplo: Os brasileiros amamos futebol. (o sujeito das as mulheres.
os brasileiros levaria o verbo na 3ª pessoa do plural, mas a concor-
dância foi feita com a 1ª pessoa do plural, indicando que a pessoa Eufemismo: Atenua o sentido das palavras, suavizando as ex-
que fala está incluída em os brasileiros). pressões do discurso Exemplo: Ele foi para o céu. (Neste caso, a ex-
pressão “para a céu”, ameniza o discurso real: ele morreu.)
Onomatopeia: Ocorre quando se tentam reproduzir na forma
de palavras os sons da realidade. Gradação: os termos da frase são fruto de hierarquia (ordem
Exemplos: Os sinos faziam blem, blem, blem, blem. crescente ou decrescente). Exemplo: As pessoas chegaram à festa,
Miau, miau. (Som emitido pelo gato) sentaram, comeram e dançaram.
Tic-tac, tic-tac fazia o relógio da sala de jantar.
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A função poética não pertence somente aos textos literários. obra que originou a referência, o autor deve fazer uma prévia da
Podemos encontrar a função poética também na publicidade ou existência do excerto em outro texto, deixando a hipertextualidade
nas expressões cotidianas em que há o uso frequente de metáforas evidente.
(provérbios, anedotas, trocadilhos, músicas). As características da intertextualidade explícita são:
– Conexão direta com o texto anterior;
Exemplo: – Obviedade, de fácil identificação por parte do leitor, sem
“Basta-me um pequeno gesto, necessidade de esforço ou deduções;
feito de longe e de leve, – Não demanda que o leitor tenha conhecimento preliminar
para que venhas comigo do conteúdo;
e eu para sempre te leve...” – Os elementos extraídos do outro texto estão claramente
(Cecília Meireles) transcritos e referenciados.
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2 – Paráfrase: aqui, ocorre a reafirmação sentido do texto 6) Epígrafe: é a transição de uma pequena passagem do texto
inicial, porém, a estrutura da nova produção nada tem a ver com de origem na abertura do texto corrente. Em geral, a epígrafe está
a primeira. É a reprodução de um texto com as palavras de quem localizada no início da página, à direita e em itálico. Mesmo sendo
escreve o novo texto, isto é, os conceitos do primeiro texto são uma passagem “solta”, esse tipo de intertextualidade está sempre
preservados, porém, são relatados de forma diferente. Exemplos: relacionado ao teor do novo texto.
observe as frases originais e suas respectivas paráfrases: Exemplo:
“Deus ajuda quem cedo madruga” – A professora ajuda quem “A tarefa não é tanto ver aquilo que ninguém viu,
muito estuda. mas pensar o que ninguém ainda pensou sobre
“To be or not to be, that is the question” – Tupi or not tupi, that aquilo que todo mundo vê.”
is the question. Arthur Schopenhauser
Apreensão
Captação das relações que cada parte mantém com as outras no interior
do texto. No entanto, ela não é suficiente para entender o sentido integral.
Uma pessoa que conhece todas as palavras do texto, mas não
compreende o universo dos discursos, as relações extratextuais
desse texto, não entende o significado do mesmo. Por isso, é preci-
so colocá-lo dentro do universo discursivo a que ele pertence e no
interior do qual ganha sentido.
Fonte: https://www.correiobraziliense.com.br 1 PLATÃO, Fiorin, Lições sobre o texto. Ática 2011.
2 LEFFA, Vilson. Interpretar não é compreender: um estudo preliminar sobre a
interpretação de texto.
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Compreensão
Alguns teóricos chamam o universo discursivo de “conhecimento de mundo”, mas chamaremos essa operação de compreensão.
A palavra compreender vem da união de duas palavras grega: cum que significa ‘junto’ e prehendere que significa ‘pegar’. Dessa forma,
a compreensão envolve além da decodificação das estruturas linguísticas e das partes do texto presentes na apreensão, mas uma junção
disso com todo o conhecimento de mundo que você já possui. Ela envolve entender os significados das palavras juntamente com todo o
contexto de discursos e conhecimentos em torno do leitor e do próprio texto. Dessa maneira a compreensão envolve uma série de etapas:
1. Decodificação do código linguístico: conhecer a língua em que o texto foi escrito para decodificar os significados das palavras ali
empregadas.
2. A montagem das partes do texto: relacionar as palavras, frases e parágrafos dentro do texto, compreendendo as ideias construídas
dentro do texto
3. Recuperação do saber do leitor: aliar as informações obtidas na leitura do texto com os conhecimentos que ele já possui, procu-
rando em sua memória os saberes que ele tem relacionados ao que é lido.
4. Planejamento da leitura: estabelecer qual seu objetivo ao ler o texto. Quais informações são relevantes dentro do texto para o
leitor naquele momento? Quais são as informações ele precisa para responder uma determinada questão? Para isso utilizamos várias téc-
nicas de leitura como o escaneamento geral das informações contidas no texto e a localização das informações procuradas.
E assim teremos:
Apreensão + Compreensão = Entendimento do texto
Interpretação
Envolve uma dissecação do texto, na qual o leitor além de compreender e relacionar os possíveis sentidos presentes ali, posiciona-se
em relação a eles. O processo interpretativo envolve uma espécie de conversa entre o leitor e o texto, na qual o leitor identifica e questiona
a intenção do autor do texto, deduz sentidos e realiza conclusões, formando opiniões.
https://epoca.globo.com/vida/noticia/2015/01/o-mundo-visto-bpor-mafaldab.html
3 https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/redacao/o-que-texto.htm
KOCH, Ingedore V. e ELIAS, Vanda M. Ler e Compreender os Sentidos do Texto. São Paulo: Contexto, 2006.
4 https://www.enemvirtual.com.br/o-que-e-texto-e-contexto/
5 PLATÃO, Fiorin, Lições sobre o texto. Ática 2011.
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Na tirinha anterior, a personagem Mafalda afirma ao Felipe que há c) Intertexto/Intertextualidade: ocorre quando percebemos a
um doente na casa dela. Quando pensamos na palavra doente, já pensa- presença de marcas de outro(s) texto(s) dentro daquele que esta-
mos em um ser vivo com alguma enfermidade. Entretanto, ao adentrar mos lendo. Observemos o exemplo a seguir
o quarto, o leitor se depara com o globo terrestre deitado sobre a cama.
A interpretação desse texto, constituído de linguagem verbal e visual,
ocorre pela relação que estabelecemos entre o texto e o contexto extra-
linguístico. Se pensarmos nas possíveis doenças do mundo, há diversas
possibilidades de sentido de acordo com o contexto relacionado, dentre
as quais listamos: problemas ambientais, corrupção, problemas ditato-
riais (relacionados ao contexto de produção das tiras da Mafalda), entre
outros.
Observemos agora um exemplo de intralinguístico
https://priscilapantaleao.wordpress.com/2013/06/26/tipos-de-in-
tertextualidade/
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mento prévio é criado e utilizado. Por exemplo, um livro científico Os sentidos no texto
que explica um conceito e depois fala sobre a utilização desse con- Interpretar é lidar com diferentes sentidos construídos dentro
ceito. É preciso ter o conhecimento prévio sobre o conceito para do texto. Alguns desses sentidos são mais literais enquanto outros
se aprofundar no tema, ou seja, é algo gradativo. Em leitura, o co- são mais figurados, e exigem um esforço maior de compreensão
nhecimento prévio são informações que a pessoa que está lendo por parte do leitor. Outros são mais imediatos e outros estão mais
necessita possuir para ler o texto e compreendê-lo sem grandes escondidos e precisam se localizados.
dificuldades. Isso é muito importante para a criação de inferências,
ou seja, a construção de informações que não são apresentadas no Sentidos denotativo ou próprio
texto de forma explícita e para a pessoa que lê conectar partes do O sentido próprio é aquele sentido usual da palavra, o sentido
texto construindo sua coerência. em estado de dicionário. O sentido geral que ela tem na maioria dos
Conhecimento linguístico: conhecimento da linguagem; Capa- contextos em que ocorre. No exemplo “A flor é bela”, a palavra flor
cidade de decodificar o código linguístico utilizado; Saber acerca do está em seu sentido denotativo, uma vez que esse é o sentido lite-
funcionamento do sistema linguístico utilizado (verbal, visual, vo- ral dessa palavra (planta). O sentido próprio, na acepção tradicional
cal). não é próprio ao contexto, mas ao termo.
Conhecimento genérico: saber relacionado ao gênero textu-
al utilizado. Para compreender um texto é importante conhecer a Sentido conotativo ou figurado
estrutura e funcionamento do gênero em que ele foi escrito, es- O sentido conotativo é aquele sentido figurado, o qual é muito
pecialmente a função social em que esse gênero é usualmente em- presente em metáforas e a interpretação é geralmente subjetiva e
pregado. relacionada ao contexto. É o sentido da palavra desviado do usual,
Conhecimento interacional: relacionado à situação de produ- isto é, aquele que se distancia do sentido próprio e costumeiro. As-
ção e circulação do texto. Muitas vezes, para entender os sentidos sim, em “Maria é uma flor” diz-se que “flor” tem um sentido figura-
presente no texto, é importante nos atentarmos para os diversos do, pois significa delicadeza e beleza.
participantes da interação social (autor, leitor, texto e contexto de
produção). Sentidos explícitos e implícitos9
Os sentidos podem estar expressos linguisticamente no texto
Diferentes Fases de Leitura8 ou podem ser compreendidos por uma inferência (uma dedução) a
Um texto se constitui de diferentes camadas. Há as mais super- partir da relação com os contextos extra e intralinguísticos. Frente
ficiais, relacionadas à organização das estruturas linguísticas, e as a isso, afirmamos que há dois tipos de informações: as explícitas e
mais profundas, relacionadas à organização das informações e das as implícitas.
ideias contidas no texto. Além disso, existem aqueles sentidos que As informações explícitas são aquelas que estão verbalizadas
não estão imediatamente acessíveis ao leitor, mas requerem uma dentro de um texto, enquanto as implícitas são aquelas informa-
ativação de outros saberes ou relações com outros textos. ções contidas nas “entrelinhas”, as quais precisam ser interpretadas
Para um entendimento amplo e profundo do texto é necessário a partir de relações com outras informações e conhecimentos pré-
passar por todas essas camadas. Por esse motivo, dizemos que há vios do leitor.
diferentes fases da leitura de um texto.
Leitura de reconhecimento ou pré-leitura: classificada como Observemos o exemplo abaixo
leitura prévia ou de contato. É a primeira fase de leitura de um Maria é mãe de Joana e Luzia.
texto, na qual você faz um reconhecimento do “território” do tex- Na frase anterior, podemos encontrar duas informações: uma
to. Nesse momento identificamos os elementos que compõem o explícita e uma implícita. A explícita refere-se ao fato de Maria ter
enunciado. Observamos o título, subtítulos, ilustrações, gráficos. É duas filhas, Joana e Luzia. Essa informação já acessamos instanta-
nessa fase que entramos em contato pela primeira vez com o as- neamente, em um primeiro nível de leitura. Já a informação implí-
sunto, com as opiniões e com as informações discutidas no texto. cita, que é o fato de Joana ser irmã de Luzia, só é compreendida a
Leitura seletiva: leitura com vistas a localizar e selecionar in- medida que o leitor entende previamente que duas pessoas que
formações específicas. Geralmente utilizamos essa fase na busca de possuem a mesma mãe são irmãs.
alguma informação requerida em alguma questão de prova. A lei-
tura seletiva seleciona os períodos e parágrafos que possivelmente Observemos mais um exemplo:
contém uma determinada informação procurada. “Neto ainda está longe de se igualar a qualquer um desses cra-
Leitura crítica ou reflexiva: leitura com vistas a analisar infor- ques (Rivelino, Ademir da Guia, Pedro Rocha e Pelé), mas ainda tem
mações. Análise e reflexão das intenções do autor no texto. Muito um longo caminho a trilhar (...).”
utilizada para responder àquelas questões que requerem a identifi- (Veja São Paulo,1990)
cação de algum ponto de vista do autor. Analisamos, comparamos e
julgamos as informações discutidas no texto. Esse texto diz explicitamente que:
Leitura interpretativa: leitura mais completa, um aprofunda- - Rivelino, Ademir da Guia, Pedro Rocha e Pelé são craques;
mento nas ideias discutidas no texto. Relacionamos as informações - Neto não tem o mesmo nível desses craques;
presentes no texto com diferentes contextos e com problemáticas - Neto tem muito tempo de carreira pela frente.
em geral. Nessa fase há um posicionamento do leitor quanto ao
que foi lido e criam-se opiniões que concordam ou se contrapõem
8 CAVALCANTE FILHO, U. ESTRATÉGIAS DE LEITURA, ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO
DE TEXTOS NA UNIVERSIDADE: DA DECODIFICAÇÃO À LEITURA CRÍTICA. In: 9 http://educacao.globo.com/portugues/assunto/estudo-do-texto/implicitos-e-
ANAIS DO XV CONGRESSO NACIONAL DE LINGUÍSTICA E FILOLOGIA -pressupostos.html
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PORTUGUÊS
O texto deixa implícito que: Ex.: Os brasileiros que não se importam com a coletividade só
- Existe a possibilidade de Neto um dia aproximar-se dos cra- se preocupam com seu bemestar e, por isso, jogam lixo na rua, fe-
ques citados; cham os cruzamentos, etc.
- Esses craques são referência de alto nível em sua especialida- Nesse caso, o pressuposto é outro: “alguns” brasileiros não se
de esportiva; importam com a coletividade.
- Há uma oposição entre Neto e esses craques no que diz res-
peito ao tempo disponível para evoluir. No primeiro caso, a oração é explicativa; no segundo, é restriti-
va. As explicativas pressupõem que o que elas expressam se refere à
Há dois tipos de informações implícitas: os pressupostos e os totalidade dos elementos de um conjunto; as restritivas, que o que
subentendidos elas dizem concerne apenas a parte dos elementos de um conjun-
A) Pressupostos: são sentidos implícitos que decorrem logica- to. O produtor do texto escreverá uma restritiva ou uma explicativa
mente a partir de ideias e palavras presentes no texto. Apesar do segundo o pressuposto que quiser comunicar.
pressuposto não estar explícito, sua interpretação ocorre a partir
da relação com marcas linguísticas e informações explícitas. Obser- B) Subentendidos: são sentidos e valorações entendidos que
vemos um exemplo: não estão marcados linguisticamente no texto. A compreensão do
Maria está bem melhor hoje subentendido se dá a partir de relações que você estabelece com
seus conhecimentos prévios e fatos extralinguísticos. Observemos
Na leitura da frase acima, é possível compreender a seguinte o exemplo a seguir:
informação pressuposta: Maria não estava bem nos dias passados.
Consideramos essa informação um pressuposto pois ela pode ser Uma visita, em um dia muito quente e ensolarado, chega em
deduzida a partir da presença da palavra “hoje”. sua casa. Após sentar em seu sofá, ela diz:
- Nossa! Esse calor dá uma sede.
Marcadores de Pressupostos
- Adjetivos ou palavras similares modificadoras do substan- A partir dessa frase, você pode interpretar que a pessoa precisa
tivo ou quer água, o que poderia levá-lo a oferecer água para a visita.
Ex.: Julinha foi minha primeira filha. Essa interpretação não ocorre pela presença de uma palavra expres-
“Primeira” pressupõe que tenho outras filhas e que as outras sa, mas pela relação entre a frase e o contexto de produção dela.
nasceram depois de Julinha.
Inferência
Ex.: Destruíram a outra igreja do povoado. A inferência é um processo de dedução dos sentidos contidos no
“Outra” pressupõe a existência de pelo menos uma igreja além texto. Ela consiste em descobrir os significados que estão nas entreli-
da usada como referência. nhas. Por meio de relações intra e extratextuais, podemos compreender
e interpretar aqueles sentidos que não estão linguisticamente materia-
- Certos verbos lizados no texto. Toda vez que uma questão de prova pedir para você
Ex.: Renato continua doente. inferir sobre um determinado sentido, você deverá deduzir os sentidos
O verbo “continua” indica que Renato já estava doente no mo- baseados na relação que essa palavra ou frase estabelece com as outras
mento anterior ao presente. ao seu redor (contexto intralinguístico) e nas relações estabelecidas com
os contextos sócio-histórico-cultural (contexto extralinguístico).
Ex.: Nossos dicionários já aportuguesaram a palavra copydesk.
O verbo “aportuguesar” estabelece o pressuposto de que copi- Segue abaixo uma ilustração para análise exemplificação:
desque não existia em português.
- Certos advérbios
Ex.: A produção automobilística brasileira está totalmente nas
mãos das multinacionais.
O advérbio “totalmente” pressupõe que não há no Brasil indús-
tria automobilística nacional.
- Orações adjetivas
Ex.: Os brasileiros, que não se importam com a coletividade,
só se preocupam com seu bemestar e, por isso, jogam lixo na rua,
fecham os cruzamentos, etc.
O pressuposto é que “todos” os brasileiros não se importam https://esteeomeusangue.wordpress.com/2010/09/28/cristo-re-
com a coletividade. dentor-e-eleito-uma-das-maravilhas-do-mundo
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PORTUGUÊS
Na imagem há uma combinação de linguagem verbal e não ver- A palavra girassol, formada de gira (do verbo girar) + sol, não
bal, juntas elas fornecem o insumo necessário para o bom entendi- pode ser usada para designar, por exemplo, um astro que gira em
mento e compreensão da temática. torno do Sol: seu sentido sofreu restrição, e ela serve para designar
Em uma leitura superficial, uma leitura sem inferências, o leitor apenas um tipo de flor que tem a propriedade de acompanhar o
poderia cair no erro de não perceber a intenção real do autor, a movimento do Sol.
denúncia sobre a violência. Portanto, para realizar uma boa inter-
pretação é necessário atentar-se aos detalhes e fazer certos ques- Há certas palavras que, além do significado explícito, contêm
tionamentos como: outros implícitos (ou pressupostos).
- Por que o Cristo Redentor sente-se “incomodado” e “exposto Os exemplos são muitos. É o caso do adjetivo outro, por exem-
a riscos”? plo, que indica certa pessoa ou coisa, pressupondo necessariamen-
- O que significam as balas que o cercam por todos os lados? te a existência de ao menos uma além daquela indicada.
- Por que o Cristo Redentor está usando colete à prova de ba- Prova disso é que não faz sentido, para um escritor que nunca
las? lançou um livro, dizer que ele estará autografando seu outro livro.
O uso de outro pressupõe necessariamente ao menos um livro além
A partir de questionamentos como os citados acima é possível daquele que está sendo autografado.
adentrar no contexto social, Rio de Janeiro violento, que instaura
críticas e denúncias a determinada realidade. A interpretação e a organização do texto e a ideia central
Portanto, ao inferir, o leitor é capaz de constatar os detalhes Em muitas questões de prova, é requerido ao candidato a iden-
ocultos que transformam a leitura simples em uma leitura reflexiva. tificação da ideia principal do texto e do ponto de vista defendido
pelo autor. Isso exige de você a capacidade de localizar, selecionar
Ampliação de Sentido e resumir informações dentro do texto. Para isso é necessário um
Fala-se em ampliação de sentido quando a palavra passa a de- conhecimento acerca da forma como um texto é construído e como
signar uma quantidade mais ampla de objetos ou noções do que as ideias são organizadas.
originariamente. Geralmente, esse tipo de questão aborda, predominantemen-
“Embarcar”, por exemplo, que originariamente era usada para te, o tipo argumentativo. Dessa forma, abordaremos essa organiza-
designar o ato de viajar em um barco, ampliou consideravelmente ção das informações dentro de um texto argumentativo e as formas
o sentido e passou a designar a ação de viajar em outros veículos. de como encontrar as ideias principais bem como as opiniões de-
Hoje se diz, por ampliação de sentido, que um passageiro: fendidas pelo autor.
- embarcou num ter. Observemos o seguinte exemplo
- embarcou no ônibus dás dez.
- embarcou no avião da força aérea. O que é arquitetura?
- embarcou num transatlântico. Definir o que seja arquitetura, tal como ela significa na atu-
alidade, é como tentar fazê-lo para as demais artes, técnicas ou
“Alpinista”, na origem, era usado para indicar aquele que esca- ciências, pois, em um mundo complexo e sujeito a mudanças tão
la os Alpes (cadeia montanhosa europeia). Depois, por ampliação aceleradas, a dinâmica da vida toma indispensável um constante
de sentido, passou a designar qualquer tipo de praticante do espor- reexame do pensamento teórico e prático. Entretanto, há um notá-
te de escalar montanhas. vel consenso acerca da definição dada a seguir, conforme foi sugeri-
da, já em 1940, pelo arquiteto e urbanista Lúcio Costa (1902-1998):
Restrição de Sentido “Arquitetura é antes de mais nada construção, mas constru-
Ao lado da ampliação de sentido, existe o movimento inverso, ção concebida com o propósito primordial de ordenar e organizar
isto é, uma palavra passa a designar uma quantidade mais restrita o espaço para determinada finalidade e visando a determinada in-
de objetos ou noções do que originariamente. É o caso, por exem- tenção. E, nesse processo fundamental de ordenar e expressar-se,
plo, das palavras que saem da língua geral e passam a ser usadas ela se revela igualmente arte plástica, porquanto nos inumeráveis
com sentido determinado, dentro de um universo restrito do co- problemas com que se defronta o arquiteto desde a germinação do
nhecimento. projeto até a conclusão efetiva da obra, há sempre, para cada caso
A palavra aglutinação, por exemplo, na nomenclatura grama- específico, certa margem final de opção entre os limites — máximo
tical, é bom exemplo de especialização de sentido. Na língua geral, e mínimo —determinados pelo cálculo, preconizados pela técnica,
ela significa qualquer junção de elementos para formar um todo, condicionados pelo meio, reclamados pela função ou impostos pelo
porém em Gramática designa apenas um tipo de formação de pa- programa, — cabendo então ao sentimento individual do arquiteto,
lavras por composição em que a junção dos elementos acarreta al- no que ele tem de artista, portanto, escolher, na escala dos valores
teração de pronúncia, como é o caso de pernilongo (perna + longa). contidos entre dois valores extremos, a forma plástica apropriada a
Se não houver alteração de pronúncia, já não se diz mais aglu- cada pormenor em função da unidade última da obra idealizada.”
tinação, mas justaposição. A palavra Pernalonga, por exemplo, que
designa uma personagem de desenhos animados, não se formou COSTA, Lúcio (1902-1998). Considerações sobre arte contemporânea
por aglutinação, mas por justaposição. (1940). In: Lúcio Costa. Registro de uma vivência. São Paulo: Empresa
Em linguagem científica é muito comum restringir-se o signifi- das Artes, 1995 (fragmento), com adaptações.
cado das palavras para dar precisão à comunicação.
Todo texto dissertativo-argumentativo desenvolve-se em torno
de uma ideia principal. No texto anterior podemos observar que
toda construção de frases e parágrafos se faz em torno da ideia de
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PORTUGUÊS
se conceituar arquitetura. Essa discussão em um texto argumentati- Segundo Conceito do Texto: “Começou estudando casos clíni-
vo não é desordenada, mas há um padrão de estruturação da ideia cos de comportamentos anômalos ou patológicos, com a ajuda da
central e das ideias secundárias. hipnose e em colaboração com os colegas Joseph Breuer e Martin
As ideias discutidas são estruturadas entre os parágrafos que Charcot (Estudos sobre a histeria, 1895). Insatisfeito com os resul-
constituem o texto. Cada parágrafo se constrói em torno de uma tados obtidos pelo hipnotismo, inventou o método que até hoje
ideia diferente. Porém, todas elas apontam para a ideia central. é usado pela psicanálise: o das ‘livres associações’ de ideias e de
Dentre os vários períodos que compõem o parágrafo, um traz a sentimentos, estimuladas pela terapeuta por palavras dirigidas ao
ideia principal, denominado tópico-frasal. Para localizar as ideias paciente com o fim de descobrir a fonte das perturbações mentais.”
principais do texto, é necessário encontrar cada um deles nos pa- A segunda ideia núcleo mostra que Freud deu início a sua pesquisa
rágrafos. estudando os comportamentos humanos anormais ou doentios por
No texto acima possuímos dois parágrafos. Cada um deles é meio da hipnose. Insatisfeito com esse método, criou o das “livres
construído em torno de uma ideia núcleo. No primeiro parágrafo associações de ideias e de sentimentos”.
podemos perceber que a ideia principal está expressa já no primei-
ro período “Definir o que seja arquitetura, tal como ela significa na Terceiro Conceito do Texto: “Para este caminho de regresso às
atualidade, é como tentar fazê-lo para as demais artes técnicas ou origens de um trauma, Freud se utilizou especialmente da lingua-
ciências”. Por ser a introdução desse parágrafo, sabemos que essa gem onírica dos pacientes, considerando os sonhos como compen-
também é a ideia principal do texto. Dessa forma, concluímos que sação dos desejos insatisfeitos na fase de vigília.” Aqui, está explici-
todo o texto se construirá em torno da definição do conceito de tado que a descoberta das raízes de um trauma se faz por meio da
arquitetura. Já no segundo parágrafo, também temos uma ideia compreensão dos sonhos, que seriam uma linguagem metafórica
principal, expressa no período “Arquitetura é antes de mais nada dos desejos não realizados ao longo da vida do dia a dia.
construção, mas construção concebida com o propósito primordial
de ordenar e organizar o espaço para determinada finalidade e vi- Quarto Conceito do Texto: “Mas a grande novidade de Freud,
sando a determinada intenção”. Todas as informações que apare- que escandalizou o mundo cultural da época, foi a apresentação da
cem no restante de cada um desses parágrafos apontam para as tese de que toda neurose é de origem sexual.” Por fim, o texto afir-
respectivas ideias principais, com vistas a desenvolvê-la, justificá-la, ma que Freud escandalizou a sociedade de seu tempo, afirmando
exemplificá-la, entre outros propósitos. a novidade de que todo o trauma psicológico é de origem sexual.
Para compreender as temáticas bem como as opiniões discuti-
das é importante encontrar cada uma dessas ideias núcleos como Relação entre ideias
veremos no exemplo abaixo A relação entre ideias é um dos elementos mais importantes na
construção de um texto coeso e coerente. A capacidade de conec-
“Incalculável é a contribuição do famoso neurologtista aus- tar pensamentos e conceitos de forma lógica é fundamental para
tríaco no tocante aos estudos sobre a formação da personalidade que o leitor possa compreender a mensagem que o autor deseja
humana. Sigmund Freud (1859-1939) conseguiu acender luzes nas transmitir.
camadas mais profundas da psique humana: o inconsciente e sub- Essa conexão pode ser estabelecida de diversas maneiras,
consciente. Começou estudando casos clínicos de comportamentos como por exemplo através de palavras-chave que indicam uma
anômalos ou patológicos, com a ajuda da hipnose e em colabora- relação de causa e efeito, comparação, contraste, exemplificação,
ção com os colegas Joseph Breuer e Martin Charcot (Estudos sobre entre outras. Também é possível utilizar recursos de coesão textual,
a histeria, 1895). Insatisfeito com os resultados obtidos pelo hipno- como pronomes e conectivos, para indicar a relação entre as ideias.
tismo, inventou o método que até hoje é usado pela psicanálise: o Além disso, é importante que as ideias apresentadas no texto
das ‘livres associações’ de ideias e de sentimentos, estimuladas pela estejam organizadas de forma coerente e estruturada. Isso significa
terapeuta por palavras dirigidas ao paciente com o fim de descobrir que as informações devem ser apresentadas de forma clara e em
a fonte das perturbações mentais. Para este caminho de regresso às uma ordem que faça sentido, de modo que o leitor possa acompa-
origens de um trauma, Freud se utilizou especialmente da lingua- nhar o raciocínio do autor e compreender a mensagem de maneira
gem onírica dos pacientes, considerando os sonhos como compen- efetiva.
sação dos desejos insatisfeitos na fase de vigília. Vale ressaltar que a relação entre as ideias não se limita apenas
Mas a grande novidade de Freud, que escandalizou o mundo à conexão entre frases e parágrafos, mas também envolve a relação
cultural da época, foi a apresentação da tese de que toda neurose entre o tema do texto e as informações apresentadas. É fundamen-
é de origem sexual.” tal que o autor mantenha o foco no assunto abordado e estabeleça
(Salvatore D’Onofrio) uma relação clara entre as ideias e o tema central do texto.
Portanto, para produzir um texto de qualidade e eficiente, é
Primeiro Conceito do Texto: “Incalculável é a contribuição do necessário dominar a habilidade de estabelecer relações entre as
famoso neurologista austríaco no tocante aos estudos sobre a ideias apresentadas. Essa habilidade é essencial para garantir que
formação da personalidade humana. Sigmund Freud (1859-1939) o texto seja coeso, coerente e capaz de transmitir a mensagem de
conseguiu acender luzes nas camadas mais profundas da psique forma clara e objetiva ao leitor.
humana: o inconsciente e subconsciente.” O autor do texto afirma,
inicialmente, que Sigmund Freud ajudou a ciência a compreender
os níveis mais profundos da personalidade humana, o inconsciente
e subconsciente.
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Outras dicas para Interpretar um Texto 4. Contradição: a contradição às vezes pode ser um recurso
- Faça uma primeira leitura superficial, para identificar a ideia cen- de argumentação dentro do texto. A fim de defender um ponto de
tral do texto, e assim, levantar hipóteses e saber sobre o que se fala. vista, o autor coloca opiniões em contradição. É necessário tomar
- Leia as questões antes de fazer uma segunda leitura mais de- cuidado para não interpretar erroneamente e confundir a opinião
talhada. Assim, você economiza tempo se no meio da leitura identi- defendida pelo autor.
ficar uma possível resposta. 5. Atenção: mesmo que você tenha sua opinião, na hora de
- Preste atenção nas informações não verbais. Tudo que vem discutir as ideias do texto, você deve considerar a opiniões do autor,
junto com o texto, é para ser usado ao seu favor. Por isso, imagens, materializadas e defendidas no texto.
gráficos, tabelas, etc., servem para facilitar nossa leitura.
- Use o texto. Rabisque, anote, grife, circule... enfim, procure a ESTRUTURA E ORGANIZAÇÃO DO TEXTO E DOS
melhor forma para você, pois cada um tem seu jeito de resumir e PARÁGRAFOS
pontuar melhor os assuntos de um texto. São três os elementos essenciais para a composição de um tex-
- Durante a interpretação grife palavras-chave, passagens im- to: a introdução, o desenvolvimento e a conclusão. Vamos estudar
portantes; tente localizar a ideia central de cada parágrafo. cada uma de forma isolada a seguir:
- Marque palavras como não, exceto, respectivamente, etc.,
pois fazem diferença na escolha adequada. Introdução
- Retorne ao texto mesmo que pareça ser perda de tempo. Leia É a apresentação direta e objetiva da ideia central do texto. A
a frase anterior e posterior para ter ideia do sentido global proposto introdução é caracterizada por ser o parágrafo inicial.
pelo autor.
- Leia bastantes textos de diversas áreas, assuntos distintos nos Desenvolvimento
trazem diferentes formas de pensar. Leia textos de bom nível. Quando tratamos de estrutura, é a maior parte do texto. O
- Pratique com exercícios de interpretação. Questões simples, desenvolvimento estabelece uma conexão entre a introdução e a
mas que nos ajudam a ter certeza que estamos prestando atenção conclusão, pois é nesta parte que as ideias, argumentos e posicio-
na leitura. namento do autor vão sendo formados e desenvolvidos com a fina-
- Cuidado com o “olho ninja”, aquele que quando damos conta, lidade de dirigir a atenção do leitor para a conclusão.
já está no final da página, e nem lembra o que lemos no meio dela. Em um bom desenvolvimento as ideias devem ser claras e ap-
Talvez seja hora de descansar um pouco, ou voltar a ler aquele pon- tas a fazer com que o leitor anteceda qual será a conclusão.
to no qual estávamos mais atentos.
- Ative seu conhecimento prévio antes de iniciar o texto. Qual- São três principais erros que podem ser cometidos na elabora-
quer informação, mínima que seja, nos ajuda a compreender me- ção do desenvolvimento:
lhor o assunto do texto. - Distanciar-se do texto em relação ao tema inicial.
- Focar em apenas um tópico do tema e esquecer dos outros.
Além dessas dicas importantes, você também pode grifar pa- - Falar sobre muitas informações e não conseguir organizá-las,
lavras novas, e procurar seu significado para aumentar seu vocabu- dificultando a linha de compreensão do leitor.
lário, fazer atividades como caça-palavras, ou cruzadinhas são uma
distração, mas também um aprendizado. Conclusão
Não se esqueça, além da prática da leitura aprimorar a compre- Ponto final de todas as argumentações discorridas no desen-
ensão do texto e ajudar a aprovação, ela também estimula nossa volvimento, ou seja, o encerramento do texto e dos questionamen-
imaginação, distrai, relaxa, informa, educa, atualiza, melhora nos- tos levantados pelo autor.
so foco, cria perspectivas, nos torna reflexivos, pensantes, além de Ao fazermos a conclusão devemos evitar expressões como:
melhorar nossa habilidade de fala, de escrita e de memória. “Concluindo...”, “Em conclusão, ...”, “Como já dissemos antes...”.
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PORTUGUÊS
Existem muitas linguagens e cada uma delas é composta de diversos elementos. Alguns exemplos: letras e palavras são elementos
da linguagem escrita; cores e formas são elementos da linguagem visual; timbre e ritmo são alguns dos elementos da linguagem sonora.
A linguagem expressa, cria, produz ou comunica algo. Há linguagens verbais e não verbais. Cada uma delas é composta por diversos
elementos. Alguns exemplos: letras e palavras são elementos da linguagem verbal; cores e formas são elementos da linguagem visual;
timbre e ritmo são alguns dos elementos da linguagem sonora.
Linguagem verbal
A linguagem verbal é caracterizada pela comunicação através do uso de palavras. Essas palavras podem ser faladas ou escritas. O
conjunto das palavras utilizadas em uma língua é chamado de léxico.
Tirinhas
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Gráficos
Tipologia Textual
A partir da estrutura linguística, da função social e da finalidade de um texto, é possível identificar a qual tipo e gênero ele pertence.
Antes, é preciso entender a diferença entre essas duas classificações.
Tipos textuais
A tipologia textual se classifica a partir da estrutura e da finalidade do texto, ou seja, está relacionada ao modo como o texto se apre-
senta. A partir de sua função, é possível estabelecer um padrão específico para se fazer a enunciação.
Veja, no quadro abaixo, os principais tipos e suas características:
Apresenta um enredo, com ações e relações entre personagens, que ocorre em determinados espaço e tempo.
TEXTO NARRATIVO É contado por um narrador, e se estrutura da seguinte maneira: apresentação > desenvolvimento > clímax >
desfecho
TEXTO
Tem o objetivo de defender determinado ponto de vista, persuadindo o leitor a partir do uso de argumentos
DISSERTATIVO
sólidos. Sua estrutura comum é: introdução > desenvolvimento > conclusão.
ARGUMENTATIVO
Procura expor ideias, sem a necessidade de defender algum ponto de vista. Para isso, usa-se comparações,
TEXTO EXPOSITIVO
informações, definições, conceitualizações etc. A estrutura segue a do texto dissertativo-argumentativo.
Expõe acontecimentos, lugares, pessoas, de modo que sua finalidade é descrever, ou seja, caracterizar algo ou
TEXTO DESCRITIVO
alguém. Com isso, é um texto rico em adjetivos e em verbos de ligação.
Oferece instruções, com o objetivo de orientar o leitor. Sua maior característica são os verbos no modo
TEXTO INJUNTIVO
imperativo.
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Balada Farsa
Uma das mais primitivas manifestações poéticas, são cantigas A farsa consiste no exagero do cômico, graças ao emprego de pro-
de amigo (elegias) com ritmo característico e refrão vocal que se cessos como o absurdo, as incongruências, os equívocos, a caricatura,
destinam à dança. o humor primário, as situações ridículas e, em especial, o engano.
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Os verbos declarativos podem, além de introduzir a fala, indicar A certo ponto da conversação, Glória me disse que desejava
atitudes, estados interiores ou situações emocionais das persona- muito conhecer Carlota e perguntou por que não a levei comigo.
gens como, por exemplo, os verbos protestar, gritar, ordenar e ou- (Ciro dos Anjos)
tros. Esse efeito pode ser também obtido com o uso de adjetivos ou
advérbios aliados aos verbos de elocução: falou calmamente, gritou Fui ter com ela, e perguntei se a mãe havia dito alguma coisa;
histérica, respondeu irritada, explicou docemente. respondeu-me que não.
(Machado de Assis)
Exemplo:
— O amor, prosseguiu sonhadora, é a grande realização de nos- Discurso indireto livre
sas vidas. Resultante da mistura dos discursos direto e indireto, existe
Ao utilizar o discurso direto – diálogos (com ou sem travessão) en- uma terceira modalidade de técnica narrativa, o chamado discurso
tre as personagens –, você deve optar por um dos três estilos a seguir: indireto livre, processo de grande efeito estilístico. Por meio dele,
o narrador pode, não apenas reproduzir indiretamente falas das
Estilo 1: personagens, mas também o que elas não falam, mas pensam, so-
João perguntou: nham, desejam etc. Neste caso, discurso indireto livre corresponde
— Que tal o carro? ao monólogo interior das personagens, mas expresso pelo narrador.
As orações do discurso indireto livre são, em regra, independentes,
Estilo 2: sem verbos dicendi, sem pontuação que marque a passagem da fala do
João perguntou: “Que tal o carro?” (As aspas são optativas) narrador para a da personagem, mas com transposições do tempo do
Antônio respondeu: “horroroso” (As aspas são optativas) verbo (pretérito imperfeito) e dos pronomes (terceira pessoa). O foco
narrativo deve ser de terceira pessoa. Esse discurso é muito emprega-
Estilo 3: do na narrativa moderna, pela fluência e ritmo que confere ao texto.
Verbos de elocução no meio da fala:
— Estou vendo, disse efusivamente João, que você adorou o carro. Fabiano ouviu o relatório desconexo do bêbado, caiu numa in-
— Você, retrucou Antônio, está completamente enganado. decisão dolorosa. Ele também dizia palavras sem sentido, conversa
à toa. Mas irou-se com a comparação, deu marradas na parede. Era
Verbos de elocução no fim da fala: bruto, sim senhor, nunca havia aprendido, não sabia explicar-se.
— Estou vendo que você adorou o carro — disse efusivamente João. Estava preso por isso? Como era? Então mete- se um homem na
— Você está completamente enganado — retrucou Antônio. cadeia por que ele não sabe falar direito?
(Graciliano Ramos)
Os trechos que apresentam verbos de elocução podem vir com
travessões ou com vírgulas. Observe os seguintes exemplos: Observe que se o trecho “Era bruto, sim” estivesse um discur-
— Não posso, disse ela daí a alguns instantes, não deixo meu so direto, apresentaria a seguinte formulação: Sou bruto, sim; em
filho. (Machado de Assis) discurso indireto: Ele admitiu que era bruto; em discurso indireto
— Não vá sem eu lhe ensinar a minha filosofia da miséria, disse livre: Era bruto, sim.
ele, escarrachando-se diante de mim. (Machado de Assis)
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Para produzir discurso indireto livre que exprima o mundo interior da personagem (seus pensamentos, desejos, sonhos, fantasias etc.),
o narrador precisa ser onisciente. Observe que os pensamentos da personagem aparecem, no trecho transcrito, principalmente nas orações
interrogativas, entremeadas com o discurso do narrador.
Transposição de discurso
Na narração, para reconstituir a fala da personagem, utiliza-se a estrutura de um discurso direto ou de um discurso indireto. O domínio
dessas estruturas é importante tanto para se empregar corretamente os tipos de discurso na redação.
Os sinais de pontuação (aspas, travessão, dois-pontos) e outros recursos como grifo ou itálico, presentes no discurso direto, não apare-
cem no discurso indireto, a não ser que se queira insistir na atribuição do enunciado à personagem, não ao narrador. Tal insistência, porém, é
desnecessária e excessiva, pois, se o texto for bem construído, a identificação do discurso indireto livre não oferece dificuldade.
Discurso Direto
• Presente
A enfermeira afirmou:
– É uma menina.
• Pretérito perfeito
– Já esperei demais, retrucou com indignação.
• Futuro do presente
Pedrinho gritou:
– Não sairei do carro.
• Imperativo
Olhou-a e disse secamente:
– Deixe-me em paz.
Outras alterações
• Primeira ou segunda pessoa
Maria disse:
– Não quero sair com Roberto hoje.
• Vocativo
– Você quer café, João?, perguntou a prima.
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Discurso Indireto
• Pretérito imperfeito
A enfermeira afirmou que era uma menina.
• Futuro do pretérito
Pedrinho gritou que não sairia do carro.
• Pretérito mais-que-perfeito
Retrucou com indignação que já esperara (ou tinha esperado) demais.
• Pretérito imperfeito do subjuntivo
Olhou-a e disse secamente que o deixasse em paz.
Outras alterações
• Terceira pessoa
Maria disse que não queria sair com Roberto naquele dia.
• Objeto indireto na oração principal
A prima perguntou a João se ele queria café.
• Forma declarativa
Abriu o estojo, contou os lápis e depois perguntou ansiosa pelo amarelo.
lá, dali, de lá, naquele momento, naquele dia, no dia anterior, na véspera, no dia seguinte, aquela(s), aquele(s), aquilo, seu, sua (dele,
dela), seu, sua (deles, delas)
A coerência e a coesão são essenciais na escrita e na interpretação de textos. Ambos se referem à relação adequada entre os compo-
nentes do texto, de modo que são independentes entre si. Isso quer dizer que um texto pode estar coeso, porém incoerente, e vice-versa.
Enquanto a coesão tem foco nas questões gramaticais, ou seja, ligação entre palavras, frases e parágrafos, a coerência diz respeito ao
conteúdo, isto é, uma sequência lógica entre as ideias.
Coesão
A coesão textual ocorre, normalmente, por meio do uso de conectivos (preposições, conjunções, advérbios). Ela pode ser obtida a
partir da anáfora (retoma um componente) e da catáfora (antecipa um componente).
Confira, então, as principais regras que garantem a coesão textual:
Coerência
Nesse caso, é importante conferir se a mensagem e a conexão de ideias fazem sentido, e seguem uma linha clara de raciocínio.
Existem alguns conceitos básicos que ajudam a garantir a coerência. Veja quais são os principais princípios para um texto coerente:
• Princípio da não contradição: não deve haver ideias contraditórias em diferentes partes do texto.
• Princípio da não tautologia: a ideia não deve estar redundante, ainda que seja expressa com palavras diferentes.
• Princípio da relevância: as ideias devem se relacionar entre si, não sendo fragmentadas nem sem propósito para a argumentação.
• Princípio da continuidade temática: é preciso que o assunto tenha um seguimento em relação ao assunto tratado.
• Princípio da progressão semântica: inserir informações novas, que sejam ordenadas de maneira adequada em relação à progressão
de ideias.
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Para atender a todos os princípios, alguns fatores são recomen- As variações mais importantes, para o interesse do concurso
dáveis para garantir a coerência textual, como amplo conhecimen- público, são os seguintes:
to de mundo, isto é, a bagagem de informações que adquirimos ao Existem diferentes variações ocorridas na língua, entre elas es-
longo da vida; inferências acerca do conhecimento de mundo do tão:
leitor; e informatividade, ou seja, conhecimentos ricos, interessan- Variação Histórica - Aquela que sofre transformações ao longo
tes e pouco previsíveis. do tempo. Como por exemplo, a palavra “Você”, que antes era vos-
mecê e que agora, diante da linguagem reduzida no meio eletrôni-
co, é apenas VC. O mesmo acontece com as palavras escritas com
VARIAÇÃO LINGUÍSTICA: HETEROGENEIDADE PH, como era o caso de pharmácia, agora, farmácia.
LINGUÍSTICA: ASPECTOS CULTURAIS, HISTÓRICOS, Variação Regional (os chamados dialetos) - São as variações
SOCIAIS E REGIONAIS NO USO DA LÍNGUA ocorridas de acordo com a cultura de uma determinada região, to-
PORTUGUESA. REGISTROS FORMAL E INFORMAL DA mamos como exemplo a palavra mandioca, que em certas regiões é
ESCRITA PADRÃO tratada por macaxeira; e abóbora, que é conhecida como jerimum.
Destaca-se também o caso do dialeto caipira, o qual pertence
Variações linguísticas reúnem as variantes da língua que foram àquelas pessoas que não tiveram a oportunidade de ter uma educa-
criadas pelos homens e são reinventadas a cada dia. ção formal, e em função disso, não conhecem a linguagem “culta”.
Dessas reinvenções surgem as variações que envolvem diver- Variação Social - É aquela pertencente a um grupo específico
sos aspectos históricos, sociais, culturais e geográficos. de pessoas. Neste caso, podemos destacar as gírias, as quais per-
No Brasil, é possível encontrar muitas variações linguísticas, tencem a grupos de surfistas, tatuadores, entre outros; a linguagem
por exemplo, na linguagem regional. Todas as pessoas que falam coloquial, usada no dia a dia das pessoas; e a linguagem formal, que
uma determinada língua conhecem as estruturas gerais, básicas, é aquela utilizada pelas pessoas de maior prestígio social.
de funcionamento podem sofrer variações devido à influência de Fazendo parte deste grupo estão os jargões, que pertencem a
inúmeros fatores. uma classe profissional mais específica, como é o caso dos médicos,
Nenhuma língua é usada de maneira uniforme por todos os profissionais da informática, dentre outros.
seus falantes em todos os lugares e em qualquer situação. Sabe-se Variação Situacional: ocorre de acordo com o contexto o qual
que, numa mesma língua, há formas distintas para traduzir o mes- está inserido, por exemplo, as situações formais e informais.
mo significado dentro de um mesmo contexto.
As variações que distinguem uma variante de outra se mani- Preconceito Linguístico
festam em quatro planos distintos, a saber: fônico, morfológico, Está intimamente relacionado com as variações linguísticas,
sintático e lexical. uma vez que ele surge para julgar as manifestações linguísticas di-
tas “superiores”.
Variações Fônicas Para pensarmos nele não precisamos ir muito longe, pois em
Ocorrem no modo de pronunciar os sons constituintes da pa- nosso país, embora o mesmo idioma seja falado em todas as regi-
lavra. Os exemplos de variação fônica são abundantes e, ao lado do ões, cada uma possui suas peculiaridades que envolvem diversos
vocabulário, constituem os domínios em que se percebe com mais aspectos históricos e culturais.
nitidez a diferença entre uma variante e outra. A maneira de falar do norte é muito diferente da falada no sul
do país. Isso ocorre porque nos atos comunicativos, os falantes da
Variações Morfológicas língua vão determinando expressões, sotaques e entonações de
São as que ocorrem nas formas constituintes da palavra. Nesse acordo com as necessidades linguísticas.
domínio, as diferenças entre as variantes não são tão numerosas O preconceito linguístico surge no tom de deboche, sendo a
quanto as de natureza fônica, mas não são desprezíveis. variação apontada de maneira pejorativa e estigmatizada.
É importante ressaltar que todas variações são aceitas e ne-
Variações Sintáticas nhuma delas é superior, ou considerada a mais correta.
Dizem respeito às correlações entre as palavras da frase. No
domínio da sintaxe, como no da morfologia, não são tantas as dife- NORMA CULTA
renças entre uma variante e outra. A norma culta é um conjunto de padrões que definem quando
um idioma está sendo empregado corretamente pelos seus falan-
Variações Léxicas tes. Trata-se de uma expressão empregada pelos linguistas brasilei-
É o conjunto de palavras de uma língua. As variantes do plano ros para designar o conjunto de variedades linguísticas produzidas
do léxico, como as do plano fônico, são muito numerosas e carac- pelos falantes classificado como cidadãos nascidos e criados em
terizam com nitidez uma variante em confronto com outra. zona urbana e com nível de escolaridade elevado. Assim, a norma
culta define o uso correto da Língua Portuguesa com base no que
Tipos de Variação está escrito nos livros de gramática.
Não tem sido fácil para os estudiosos encontrar para as varian- A aprendizagem da língua inicia-se em casa, no contexto fa-
tes linguísticas um sistema de classificação que seja simples e, ao miliar, que é o primeiro círculo social para uma criança. A criança
mesmo tempo, capaz de dar conta de todas as diferenças que ca- imita o que ouve e aprende, aos poucos, o vocabulário e as leis
racterizam os múltiplos modos de falar dentro de uma comunidade combinatórias da língua. Um falante ao entrar em contato com ou-
linguística. O principal problema é que os critérios adotados, muitas tras pessoas em diferentes ambientes sociais como a rua, a escola
vezes, se superpõem, em vez de atuarem isoladamente. e etc., começa a perceber que nem todos falam da mesma forma.
Há pessoas que falam de forma diferente por pertencerem a outras
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PORTUGUÊS
cidades ou regiões do país, ou por fazerem parte de outro grupo Dúvidas mais comuns da norma culta
ou classe social. Essas diferenças no uso da língua constituem as
variedades linguísticas. - Obrigada ou Obrigado?
Certas palavras e construções que empregamos acabam de- O indivíduo do sexo masculino, ao agradecer por algo, deve di-
nunciando quem somos socialmente, ou seja, em que região do zer obrigado;
país nascemos, qual nosso nível social e escolar, nossa formação e, O indivíduo do sexo feminino, ao agradecer por algo, deve dizer
às vezes, até nossos valores, círculo de amizades e hobbies. obrigada.
O uso da língua também pode informar nossa timidez, sobre
nossa capacidade de nos adaptarmos às situações novas e nossa - Encima ou em cima?
insegurança. A palavra em questão pode ser utilizada em ambos os for-
A norma culta é a variedade linguística ensinada nas escolas, matos, porém, “encima”, escrita de modo junto, é um formato de
contida na maior parte dos livros, registros escritos, nas mídias te- verbo unicamente utilizado na linguagem formal, na 3ª pessoa do
levisivas, entre outros. Como variantes da norma padrão aparecem: singular do indicativo ou na segunda pessoa do imperativo, com o
a linguagem regional, a gíria, a linguagem específica de grupos ou significado de coroar ou colocar alguma coisa no alto.
profissões. O ensino da língua culta na escola não tem a finalidade Exemplo: “Uma coroa amarela encima ao cabelo daquele ho-
de condenar ou eliminar a língua que falamos em nossa família ou mem”.
em nossa comunidade. O domínio da língua culta, somado ao do-
mínio de outras variedades linguísticas, torna-nos mais preparados Já a palavra ‘em cima’, em seu formato separado, é muito mais
para nos comunicarmos nos diferentes contextos lingísticos, já que comum – tanto na linguagem coloquial como formal. O objetivo
a linguagem utilizada em reuniões de trabalho não deve ser a mes- dela é dizer que algo está em uma posição mais alta e/ou elevada
ma utilizada em uma reunião de amigos no final de semana. do que outra.
Portanto, saber usar bem uma língua equivale a saber empre- Exemplo: “Coloquei suas chaves de casa em cima da escriva-
gá-la de modo adequado às mais diferentes situações sociais de que ninha”.
participamos.
- Mau ou mal?
Norma culta, norma padrão e norma popular “Mau” é um adjetivo que significa algo contrário ao que é bom.
Norma Culta: é uma expressão empregada pelos linguistas Sendo assim, ele é comumente utilizado em frases que indicam
brasileiros para designar o conjunto de variantes linguísticas efeti- uma pessoa com atitudes ruins ou como um sinônimo de palavras
vamente faladas, na vida cotidiana pelos falantes cultos, sendo as- como: difícil, indelicado, indecente, incapaz.
sim classificando os cidadãos nascidos e criados em zonas urbanas Exemplo: “Eu acho ele um mau aluno”.
e com grau de instrução superior completo. É a variante de maior A palavra ‘mal’ é caracterizada como um advérbio utilizado
prestígio social na comunidade, sendo realizada com certa unifor- como um antônimo do que é de bem. Sendo assim, ele indica algo
midade pelos membros do grupo social de padrão cultural mais sendo feito errônea ou incorretamente.
elevado Exemplo: “Ele mal sabe como lidar com essa situação”.
De modo geral, um falante culto, em situação comunicativa
formal, buscará seguir as regras da norma explícita de sua língua e Além disso, a palavra ‘mal’ também pode ser utilizada – neste
ainda procurará seguir, no que diz respeito ao léxico, um repertório caso, como substantivo – para significar uma angústia, doença ou
que, se não for erudito, também não será vulgar. desgosto, retratando algo que aparentemente é nocivo ou perigo-
Norma Padrão: está vinculada a uma língua modelo. Segue so. Neste sentido.
prescrições representadas na gramática, mas é marcada pela língua Exemplo: “Você precisa colocar o seu sono em dia, pois está
produzida em certo momento da história e em uma determinada dormindo muito mal”.
sociedade. Como a língua está em constante mudança, diferentes
formas de linguagem que hoje não são consideradas pela Norma - Mas ou mais
Padrão, com o tempo podem vir a se legitimar. ‘Mas’ é uma palavra que pode ser utilizada como sinônimo de
Norma Popular:teria menos prestígio opondo-se à Norma Cul- todavia ou porém, transmitindo a ideia de oposto.
ta mais prestigiada, e a Norma Padrão se eleva sobre as duas ante- Exemplo: “Queria comprar roupas, mas não tenho dinheiro”.
riores. A Norma Popular é aquela linguagem que não é formal, ou
seja, não segue padrões rígidos, é a linguagem popular, falada no A palavra ‘mais’ é um advérbio que tem como principal objeti-
cotidiano. vo o de transmitir noções de acréscimo ou intensidade, sendo tam-
O nível popular está associado à simplicidade da utilização lin- bém um oposto a palavra ‘menos’.
guística em termos lexicais, fonéticos, sintáticos e semânticos. É uti-
lizado em contextos informais. Exemplo: Ela é a mais chata do curso.
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PORTUGUÊS
Lembre-se que:
FONÉTICA E FONOLOGIA: TONICIDADE, ORTOGRAFIA Tônica: a sílaba mais forte da palavra, que tem autonomia fonética.
E ACENTUAÇÃO GRÁFICA Átona: a sílaba mais fraca da palavra, que não tem autonomia fonética.
Na palavra telefone: te-, le-, ne- são sílabas átonas, pois são
Muitas pessoas acham que fonética e fonologia são sinônimos. Mas, em- mais fracas, enquanto que fo- é a sílaba tônica, já que é a pronun-
bora as duas pertençam a uma mesma área de estudo, elas são diferentes. ciada com mais força.
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PORTUGUÊS
Regras fundamentais
Regras especiais
REGRA EXEMPLOS
Acentua-se quando “I” e “U” tônicos formarem hiato com a vogal anterior, acompanhados ou não saída, faísca, baú, país
de “S”, desde que não sejam seguidos por “NH” feiura, Bocaiuva,
OBS: Não serão mais acentuados “I” e “U” tônicos formando hiato quando vierem depois de ditongo Sauipe
Acentua-se a 3ª pessoa do plural do presente do indicativo dos verbos “TER” e “VIR” e seus têm, obtêm, contêm,
compostos vêm
Não são acentuados hiatos “OO” e “EE” leem, voo, enjoo
Não são acentuadas palavras homógrafas
pelo, pera, para
OBS: A forma verbal “PÔDE” é uma exceção
CRASE.
Crase é o nome dado à contração de duas letras “A” em uma só: preposição “a” + artigo “a” em palavras femininas. Ela é demarcada
com o uso do acento grave (à), de modo que crase não é considerada um acento em si, mas sim o fenômeno dessa fusão.
Veja, abaixo, as principais situações em que será correto o emprego da crase:
• Palavras femininas: Peça o material emprestado àquela aluna.
• Indicação de horas, em casos de horas definidas e especificadas: Chegaremos em Belo Horizonte às 7 horas.
• Locuções prepositivas: A aluna foi aprovada à custa de muito estresse.
• Locuções conjuntivas: À medida que crescemos vamos deixando de lado a capacidade de imaginar.
• Locuções adverbiais de tempo, modo e lugar: Vire na próxima à esquerda.
DICA: Como a crase só ocorre em palavras no feminino, em caso de dúvida, basta substituir por uma palavra equivalente no masculino.
Se aparecer “ao”, deve-se usar a crase: Amanhã iremos à escola / Amanhã iremos ao colégio.
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PORTUGUÊS
Os sinais de pontuação são recursos gráficos que se encontram na linguagem escrita, e suas funções são demarcar unidades e sinalizar
limites de estruturas sintáticas. É também usado como um recurso estilístico, contribuindo para a coerência e a coesão dos textos.
São eles: o ponto (.), a vírgula (,), o ponto e vírgula (;), os dois pontos (:), o ponto de exclamação (!), o ponto de interrogação (?), as
reticências (...), as aspas (“”), os parênteses ( ( ) ), o travessão (—), a meia-risca (–), o apóstrofo (‘), o asterisco (*), o hífen (-), o colchetes
([]) e a barra (/).
Confira, no quadro a seguir, os principais sinais de pontuação e suas regras de uso.
Vírgula
A vírgula é um sinal de pontuação com muitas funções, usada para marcar uma pausa no enunciado. Veja, a seguir, as principais regras
de uso obrigatório da vírgula.
• Separar termos coordenados: Fui à feira e comprei abacate, mamão, manga, morango e abacaxi.
• Separar aposto (termo explicativo): Belo Horizonte, capital mineira, só tem uma linha de metrô.
• Isolar vocativo: Boa tarde, Maria.
• Isolar expressões que indicam circunstâncias adverbiais (modo, lugar, tempo etc): Todos os moradores, calmamente, deixaram o prédio.
• Isolar termos explicativos: A educação, a meu ver, é a solução de vários problemas sociais.
• Separar conjunções intercaladas, e antes dos conectivos “mas”, “porém”, “pois”, “contudo”, “logo”: A menina acordou cedo, mas não
conseguiu chegar a tempo na escola. Não explicou, porém, o motivo para a professora.
• Separar o conteúdo pleonástico: A ela, nada mais abala.
No caso da vírgula, é importante saber que, em alguns casos, ela não deve ser usada. Assim, não há vírgula para separar:
• Sujeito de predicado.
• Objeto de verbo.
• Adjunto adnominal de nome.
• Complemento nominal de nome.
• Predicativo do objeto do objeto.
• Oração principal da subordinada substantiva.
• Termos coordenados ligados por “e”, “ou”, “nem”.
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PORTUGUÊS
Classes de Palavras
Para entender sobre a estrutura das funções sintáticas, é preciso conhecer as classes de palavras, também conhecidas por classes
morfológicas. A gramática tradicional pressupõe 10 classes gramaticais de palavras, sendo elas: adjetivo, advérbio, artigo, conjunção, in-
terjeição, numeral, pronome, preposição, substantivo e verbo.
Veja, a seguir, as características principais de cada uma delas.
Substantivo
Tipos de substantivos
Os substantivos podem ter diferentes classificações, de acordo com os conceitos apresentados abaixo:
• Comum: usado para nomear seres e objetos generalizados. Ex: mulher; gato; cidade...
• Próprio: geralmente escrito com letra maiúscula, serve para especificar e particularizar. Ex: Maria; Garfield; Belo Horizonte...
• Coletivo: é um nome no singular que expressa ideia de plural, para designar grupos e conjuntos de seres ou objetos de uma mesma
espécie. Ex: matilha; enxame; cardume...
• Concreto: nomeia algo que existe de modo independente de outro ser (objetos, pessoas, animais, lugares etc.). Ex: menina; cachor-
ro; praça...
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PORTUGUÊS
• Abstrato: depende de um ser concreto para existir, designan- Novo Acordo Ortográfico
do sentimentos, estados, qualidades, ações etc. Ex: saudade; sede; De acordo com o Novo Acordo Ortográfico da Língua Portugue-
imaginação... sa, as letras maiúsculas devem ser usadas em nomes próprios de
• Primitivo: substantivo que dá origem a outras palavras. Ex: pessoas, lugares (cidades, estados, países, rios), animais, acidentes
livro; água; noite... geográficos, instituições, entidades, nomes astronômicos, de festas
• Derivado: formado a partir de outra(s) palavra(s). Ex: pedrei- e festividades, em títulos de periódicos e em siglas, símbolos ou
ro; livraria; noturno... abreviaturas.
• Simples: nomes formados por apenas uma palavra (um radi- Já as letras minúsculas podem ser usadas em dias de semana,
cal). Ex: casa; pessoa; cheiro... meses, estações do ano e em pontos cardeais.
• Composto: nomes formados por mais de uma palavra (mais Existem, ainda, casos em que o uso de maiúscula ou minúscula
de um radical). Ex: passatempo; guarda-roupa; girassol... é facultativo, como em título de livros, nomes de áreas do saber,
disciplinas e matérias, palavras ligadas a alguma religião e em pala-
Flexão de gênero vras de categorização.
Na língua portuguesa, todo substantivo é flexionado em um
dos dois gêneros possíveis: feminino e masculino. Adjetivo
O substantivo biforme é aquele que flexiona entre masculino Os adjetivos podem ser simples (vermelho) ou compostos (mal-
e feminino, mudando a desinência de gênero, isto é, geralmente -educado); primitivos (alegre) ou derivados (tristonho). Eles podem
o final da palavra sendo -o ou -a, respectivamente (Ex: menino / flexionar entre o feminino (estudiosa) e o masculino (engraçado), e
menina). Há, ainda, os que se diferenciam por meio da pronúncia / o singular (bonito) e o plural (bonitos).
acentuação (Ex: avô / avó), e aqueles em que há ausência ou pre- Há, também, os adjetivos pátrios ou gentílicos, sendo aqueles
sença de desinência (Ex: irmão / irmã; cantor / cantora). que indicam o local de origem de uma pessoa, ou seja, sua naciona-
O substantivo uniforme é aquele que possui apenas uma for- lidade (brasileiro; mineiro).
ma, independente do gênero, podendo ser diferenciados quanto É possível, ainda, que existam locuções adjetivas, isto é, conjun-
ao gênero a partir da flexão de gênero no artigo ou adjetivo que o to de duas ou mais palavras usadas para caracterizar o substantivo.
acompanha (Ex: a cadeira / o poste). Pode ser classificado em epi- São formadas, em sua maioria, pela preposição DE + substantivo:
ceno (refere-se aos animais), sobrecomum (refere-se a pessoas) e • de criança = infantil
comum de dois gêneros (identificado por meio do artigo). • de mãe = maternal
É preciso ficar atento à mudança semântica que ocorre com • de cabelo = capilar
alguns substantivos quando usados no masculino ou no feminino,
trazendo alguma especificidade em relação a ele. No exemplo o fru- Variação de grau
to X a fruta temos significados diferentes: o primeiro diz respeito ao Os adjetivos podem se encontrar em grau normal (sem ênfa-
órgão que protege a semente dos alimentos, enquanto o segundo é ses), ou com intensidade, classificando-se entre comparativo e su-
o termo popular para um tipo específico de fruto. perlativo.
• Normal: A Bruna é inteligente.
Flexão de número • Comparativo de superioridade: A Bruna é mais inteligente
No português, é possível que o substantivo esteja no singu- que o Lucas.
lar, usado para designar apenas uma única coisa, pessoa, lugar • Comparativo de inferioridade: O Gustavo é menos inteligente
(Ex: bola; escada; casa) ou no plural, usado para designar maiores que a Bruna.
quantidades (Ex: bolas; escadas; casas) — sendo este último repre- • Comparativo de igualdade: A Bruna é tão inteligente quanto
sentado, geralmente, com o acréscimo da letra S ao final da palavra. a Maria.
Há, também, casos em que o substantivo não se altera, de • Superlativo relativo de superioridade: A Bruna é a mais inte-
modo que o plural ou singular devem estar marcados a partir do ligente da turma.
contexto, pelo uso do artigo adequado (Ex: o lápis / os lápis). • Superlativo relativo de inferioridade: O Gustavo é o menos
inteligente da turma.
Variação de grau • Superlativo absoluto analítico: A Bruna é muito inteligente.
Usada para marcar diferença na grandeza de um determinado • Superlativo absoluto sintético: A Bruna é inteligentíssima.
substantivo, a variação de grau pode ser classificada em aumenta-
tivo e diminutivo. Adjetivos de relação
Quando acompanhados de um substantivo que indica grandeza São chamados adjetivos de relação aqueles que não podem so-
ou pequenez, é considerado analítico (Ex: menino grande / menino frer variação de grau, uma vez que possui valor semântico objetivo,
pequeno). isto é, não depende de uma impressão pessoal (subjetiva). Além
Quando acrescentados sufixos indicadores de aumento ou di- disso, eles aparecem após o substantivo, sendo formados por sufi-
minuição, é considerado sintético (Ex: meninão / menininho). xação de um substantivo (Ex: vinho do Chile = vinho chileno).
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PORTUGUÊS
Advérbio
Os advérbios são palavras que modificam um verbo, um adjetivo ou um outro advérbio. Eles se classificam de acordo com a tabela
abaixo:
Advérbios interrogativos
São os advérbios ou locuções adverbiais utilizadas para introduzir perguntas, podendo expressar circunstâncias de:
• Lugar: onde, aonde, de onde
• Tempo: quando
• Modo: como
• Causa: por que, por quê
Grau do advérbio
Os advérbios podem ser comparativos ou superlativos.
• Comparativo de igualdade: tão/tanto + advérbio + quanto
• Comparativo de superioridade: mais + advérbio + (do) que
• Comparativo de inferioridade: menos + advérbio + (do) que
• Superlativo analítico: muito cedo
• Superlativo sintético: cedíssimo
Curiosidades
Na linguagem coloquial, algumas variações do superlativo são aceitas, como o diminutivo (cedinho), o aumentativo (cedão) e o uso
de alguns prefixos (supercedo).
Existem advérbios que exprimem ideia de exclusão (somente; salvo; exclusivamente; apenas), inclusão (também; ainda; mesmo) e
ordem (ultimamente; depois; primeiramente).
Alguns advérbios, além de algumas preposições, aparecem sendo usados como uma palavra denotativa, acrescentando um sentido
próprio ao enunciado, podendo ser elas de inclusão (até, mesmo, inclusive); de exclusão (apenas, senão, salvo); de designação (eis); de
realce (cá, lá, só, é que); de retificação (aliás, ou melhor, isto é) e de situação (afinal, agora, então, e aí).
Pronomes
Os pronomes são palavras que fazem referência aos nomes, isto é, aos substantivos. Assim, dependendo de sua função no enunciado,
ele pode ser classificado da seguinte maneira:
• Pronomes pessoais: indicam as 3 pessoas do discurso, e podem ser retos (eu, tu, ele...) ou oblíquos (mim, me, te, nos, si...).
• Pronomes possessivos: indicam posse (meu, minha, sua, teu, nossos...)
• Pronomes demonstrativos: indicam localização de seres no tempo ou no espaço. (este, isso, essa, aquela, aquilo...)
• Pronomes interrogativos: auxiliam na formação de questionamentos (qual, quem, onde, quando, que, quantas...)
• Pronomes relativos: retomam o substantivo, substituindo-o na oração seguinte (que, quem, onde, cujo, o qual...)
• Pronomes indefinidos: substituem o substantivo de maneira imprecisa (alguma, nenhum, certa, vários, qualquer...)
• Pronomes de tratamento: empregados, geralmente, em situações formais (senhor, Vossa Majestade, Vossa Excelência, você...)
Colocação pronominal
Diz respeito ao conjunto de regras que indicam a posição do pronome oblíquo átono (me, te, se, nos, vos, lhe, lhes, o, a, os, as, lo, la,
no, na...) em relação ao verbo, podendo haver próclise (antes do verbo), ênclise (depois do verbo) ou mesóclise (no meio do verbo).
Veja, então, quais as principais situações para cada um deles:
• Próclise: expressões negativas; conjunções subordinativas; advérbios sem vírgula; pronomes indefinidos, relativos ou demonstrati-
vos; frases exclamativas ou que exprimem desejo; verbos no gerúndio antecedidos por “em”.
Nada me faria mais feliz.
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PORTUGUÊS
• Ênclise: verbo no imperativo afirmativo; verbo no início da • Pronominais: verbos conjugados com pronomes oblíquos
frase (não estando no futuro e nem no pretérito); verbo no gerún- átonos, indicando ação reflexiva (suicidar-se, queixar-se, sentar-se,
dio não acompanhado por “em”; verbo no infinitivo pessoal. pentear-se...)
Inscreveu-se no concurso para tentar realizar um sonho. • Auxiliares: usados em tempos compostos ou em locuções
verbais (ser, estar, ter, haver, ir...)
• Mesóclise: verbo no futuro iniciando uma oração. • Principais: transmitem totalidade da ação verbal por si pró-
Orgulhar-me-ei de meus alunos. prios (comer, dançar, nascer, morrer, sorrir...)
• De ligação: indicam um estado, ligando uma característica ao
DICA: o pronome não deve aparecer no início de frases ou ora- sujeito (ser, estar, parecer, ficar, continuar...)
ções, nem após ponto-e-vírgula.
Vozes verbais
Verbos As vozes verbais indicam se o sujeito pratica ou recebe a ação,
Os verbos podem ser flexionados em três tempos: pretérito podendo ser três tipos diferentes:
(passado), presente e futuro, de maneira que o pretérito e o futuro • Voz ativa: sujeito é o agente da ação (Vi o pássaro)
possuem subdivisões. • Voz passiva: sujeito sofre a ação (O pássaro foi visto)
Eles também se dividem em três flexões de modo: indicativo • Voz reflexiva: sujeito pratica e sofre a ação (Vi-me no reflexo
(certeza sobre o que é passado), subjuntivo (incerteza sobre o que é do lago)
passado) e imperativo (expressar ordem, pedido, comando).
• Tempos simples do modo indicativo: presente, pretérito per- Ao passar um discurso para a voz passiva, é comum utilizar a
feito, pretérito imperfeito, pretérito mais-que-perfeito, futuro do partícula apassivadora “se”, fazendo com o que o pronome seja
presente, futuro do pretérito. equivalente ao verbo “ser”.
• Tempos simples do modo subjuntivo: presente, pretérito im-
perfeito, futuro. Conjugação de verbos
Os tempos verbais são primitivos quando não derivam de ou-
Os tempos verbais compostos são formados por um verbo tros tempos da língua portuguesa. Já os tempos verbais derivados
auxiliar e um verbo principal, de modo que o verbo auxiliar sofre são aqueles que se originam a partir de verbos primitivos, de modo
flexão em tempo e pessoa, e o verbo principal permanece no parti- que suas conjugações seguem o mesmo padrão do verbo de ori-
cípio. Os verbos auxiliares mais utilizados são “ter” e “haver”. gem.
• Tempos compostos do modo indicativo: pretérito perfeito, • 1ª conjugação: verbos terminados em “-ar” (aproveitar, ima-
pretérito mais-que-perfeito, futuro do presente, futuro do preté- ginar, jogar...)
rito. • 2ª conjugação: verbos terminados em “-er” (beber, correr,
• Tempos compostos do modo subjuntivo: pretérito perfeito, erguer...)
pretérito mais-que-perfeito, futuro. • 3ª conjugação: verbos terminados em “-ir” (dormir, agir, ou-
vir...)
As formas nominais do verbo são o infinitivo (dar, fazerem,
aprender), o particípio (dado, feito, aprendido) e o gerúndio (dando, Confira os exemplos de conjugação apresentados abaixo:
fazendo, aprendendo). Eles podem ter função de verbo ou função
de nome, atuando como substantivo (infinitivo), adjetivo (particí-
pio) ou advérbio (gerúndio).
Tipos de verbos
Os verbos se classificam de acordo com a sua flexão verbal.
Desse modo, os verbos se dividem em:
Regulares: possuem regras fixas para a flexão (cantar, amar,
vender, abrir...)
• Irregulares: possuem alterações nos radicais e nas termina-
ções quando conjugados (medir, fazer, poder, haver...)
• Anômalos: possuem diferentes radicais quando conjugados
(ser, ir...)
• Defectivos: não são conjugados em todas as pessoas verbais
(falir, banir, colorir, adequar...)
• Impessoais: não apresentam sujeitos, sendo conjugados sem-
pre na 3ª pessoa do singular (chover, nevar, escurecer, anoitecer...)
• Unipessoais: apesar de apresentarem sujeitos, são sempre
conjugados na 3ª pessoa do singular ou do plural (latir, miar, custar,
acontecer...)
• Abundantes: possuem duas formas no particípio, uma regular
e outra irregular (aceitar = aceito, aceitado)
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Fonte: www.conjugação.com.br/verbo-lutar
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Fonte: www.conjugação.com.br/verbo-impor
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Tipos de Orações
Levando em consideração o que foi aprendido anteriormente sobre oração, vamos aprender sobre os dois tipos de oração que existem
na língua portuguesa: oração coordenada e oração subordinada.
Orações coordenadas
São aquelas que não dependem sintaticamente uma da outra, ligando-se apenas pelo sentido. Elas aparecem quando há um período
composto, sendo conectadas por meio do uso de conjunções (sindéticas), ou por meio da vírgula (assindéticas).
No caso das orações coordenadas sindéticas, a classificação depende do sentido entre as orações, representado por um grupo de
conjunções adequadas:
Orações subordinadas
São aquelas que dependem sintaticamente em relação à oração principal. Elas aparecem quando o período é composto por duas ou
mais orações.
A classificação das orações subordinadas se dá por meio de sua função: orações subordinadas substantivas, quando fazem o papel
de substantivo da oração; orações subordinadas adjetivas, quando modificam o substantivo, exercendo a função do adjetivo; orações
subordinadas adverbiais, quando modificam o advérbio.
Cada uma dessas sofre uma segunda classificação, como pode ser observado nos quadros abaixo.
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PORTUGUÊS
A ortografia oficial diz respeito às regras gramaticais referentes à escrita correta das palavras. Para melhor entendê-las, é preciso analisar caso a caso. Lembre-
-se de que a melhor maneira de memorizar a ortografia correta de uma língua é por meio da leitura, que também faz aumentar o vocabulário do leitor.
Neste capítulo serão abordadas regras para dúvidas frequentes entre os falantes do português. No entanto, é importante ressaltar que
existem inúmeras exceções para essas regras, portanto, fique atento!
Alfabeto
O primeiro passo para compreender a ortografia oficial é conhecer o alfabeto (os sinais gráficos e seus sons). No português, o alfabeto
se constitui 26 letras, divididas entre vogais (a, e, i, o, u) e consoantes (restante das letras).
Com o Novo Acordo Ortográfico, as consoantes K, W e Y foram reintroduzidas ao alfabeto oficial da língua portuguesa, de modo que
elas são usadas apenas em duas ocorrências: transcrição de nomes próprios e abreviaturas e símbolos de uso internacional.
Uso do “X”
Algumas dicas são relevantes para saber o momento de usar o X no lugar do CH:
• Depois das sílabas iniciais “me” e “en” (ex: mexerica; enxergar)
• Depois de ditongos (ex: caixa)
• Palavras de origem indígena ou africana (ex: abacaxi; orixá)
Os diferentes porquês
POR QUE Usado para fazer perguntas. Pode ser substituído por “por qual motivo”
PORQUE Usado em respostas e explicações. Pode ser substituído por “pois”
POR QUÊ O “que” é acentuado quando aparece como a última palavra da frase, antes da pontuação final (interrogação, exclamação, ponto final)
PORQUÊ É um substantivo, portanto costuma vir acompanhado de um artigo, numeral, adjetivo ou pronome
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PORTUGUÊS
Parônimos e homônimos
As palavras parônimas são aquelas que possuem grafia e pronúncia semelhantes, porém com significados distintos.
Ex: cumprimento (saudação) X comprimento (extensão); tráfego (trânsito) X tráfico (comércio ilegal).
Já as palavras homônimas são aquelas que possuem a mesma grafia e pronúncia, porém têm significados diferentes. Ex: rio (verbo
“rir”) X rio (curso d’água); manga (blusa) X manga (fruta).
Concordância é o efeito gramatical causado por uma relação harmônica entre dois ou mais termos. Desse modo, ela pode ser verbal
— refere-se ao verbo em relação ao sujeito — ou nominal — refere-se ao substantivo e suas formas relacionadas.
• Concordância em gênero: flexão em masculino e feminino
• Concordância em número: flexão em singular e plural
• Concordância em pessoa: 1ª, 2ª e 3ª pessoa
Concordância nominal
Para que a concordância nominal esteja adequada, adjetivos, artigos, pronomes e numerais devem flexionar em número e gênero,
de acordo com o substantivo. Há algumas regras principais que ajudam na hora de empregar a concordância, mas é preciso estar atento,
também, aos casos específicos.
Quando há dois ou mais adjetivos para apenas um substantivo, o substantivo permanece no singular se houver um artigo entre os
adjetivos. Caso contrário, o substantivo deve estar no plural:
• A comida mexicana e a japonesa. / As comidas mexicana e japonesa.
Quando há dois ou mais substantivos para apenas um adjetivo, a concordância depende da posição de cada um deles. Se o adjetivo
vem antes dos substantivos, o adjetivo deve concordar com o substantivo mais próximo:
• Linda casa e bairro.
Se o adjetivo vem depois dos substantivos, ele pode concordar tanto com o substantivo mais próximo, ou com todos os substantivos
(sendo usado no plural):
• Casa e apartamento arrumado. / Apartamento e casa arrumada.
• Casa e apartamento arrumados. / Apartamento e casa arrumados.
Quando há a modificação de dois ou mais nomes próprios ou de parentesco, os adjetivos devem ser flexionados no plural:
• As talentosas Clarice Lispector e Lygia Fagundes Telles estão entre os melhores escritores brasileiros.
Quando o adjetivo assume função de predicativo de um sujeito ou objeto, ele deve ser flexionado no plural caso o sujeito ou objeto
seja ocupado por dois substantivos ou mais:
• O operário e sua família estavam preocupados com as consequências do acidente.
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PORTUGUÊS
Concordância verbal
Para que a concordância verbal esteja adequada, é preciso haver flexão do verbo em número e pessoa, a depender do sujeito com o
qual ele se relaciona.
Mas, se o sujeito composto aparece depois do verbo, o verbo pode tanto ficar no plural quanto concordar com o sujeito mais próximo:
• Discutiram marido e mulher. / Discutiu marido e mulher.
Se o sujeito composto for formado por pessoas gramaticais diferentes, o verbo deve ficar no plural e concordando com a pessoa que
tem prioridade, a nível gramatical — 1ª pessoa (eu, nós) tem prioridade em relação à 2ª (tu, vós); a 2ª tem prioridade em relação à 3ª (ele,
eles):
• Eu e vós vamos à festa.
Quando o sujeito apresenta uma expressão partitiva (sugere “parte de algo”), seguida de substantivo ou pronome no plural, o verbo
pode ficar tanto no singular quanto no plural:
• A maioria dos alunos não se preparou para o simulado. / A maioria dos alunos não se prepararam para o simulado.
Quando o sujeito apresenta uma porcentagem, deve concordar com o valor da expressão. No entanto, quanto seguida de um subs-
tantivo (expressão partitiva), o verbo poderá concordar tanto com o numeral quanto com o substantivo:
• 27% deixaram de ir às urnas ano passado. / 1% dos eleitores votou nulo / 1% dos eleitores votaram nulo.
Quando o sujeito apresenta alguma expressão que indique quantidade aproximada, o verbo concorda com o substantivo que segue
a expressão:
• Cerca de duzentas mil pessoas compareceram à manifestação. / Mais de um aluno ficou abaixo da média na prova.
Quando o sujeito é indeterminado, o verbo deve estar sempre na terceira pessoa do singular:
• Precisa-se de balconistas. / Precisa-se de balconista.
Quando o sujeito é coletivo, o verbo permanece no singular, concordando com o coletivo partitivo:
• A multidão delirou com a entrada triunfal dos artistas. / A matilha cansou depois de tanto puxar o trenó.
Quando não existe sujeito na oração, o verbo fica na terceira pessoa do singular (impessoal):
• Faz chuva hoje
Quando o pronome relativo “que” atua como sujeito, o verbo deverá concordar em número e pessoa com o termo da oração principal
ao qual o pronome faz referência:
• Foi Maria que arrumou a casa.
Quando o sujeito da oração é o pronome relativo “quem”, o verbo pode concordar tanto com o antecedente do pronome quanto com
o próprio nome, na 3ª pessoa do singular:
• Fui eu quem arrumei a casa. / Fui eu quem arrumou a casa.
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PORTUGUÊS
Quando o pronome indefinido ou interrogativo, atuando como sujeito, estiver no singular, o verbo deve ficar na 3ª pessoa do singular:
• Nenhum de nós merece adoecer.
Quando houver um substantivo que apresenta forma plural, porém com sentido singular, o verbo deve permanecer no singular. Ex-
ceto caso o substantivo vier precedido por determinante:
• Férias é indispensável para qualquer pessoa. / Meus óculos sumiram.
A regência estuda as relações de concordâncias entre os termos que completam o sentido tanto dos verbos quanto dos nomes. Dessa
maneira, há uma relação entre o termo regente (principal) e o termo regido (complemento).
A regência está relacionada à transitividade do verbo ou do nome, isto é, sua complementação necessária, de modo que essa relação
é sempre intermediada com o uso adequado de alguma preposição.
Regência nominal
Na regência nominal, o termo regente é o nome, podendo ser um substantivo, um adjetivo ou um advérbio, e o termo regido é o
complemento nominal, que pode ser um substantivo, um pronome ou um numeral.
Vale lembrar que alguns nomes permitem mais de uma preposição. Veja no quadro abaixo as principais preposições e as palavras que
pedem seu complemento:
PREPOSIÇÃO NOMES
acessível; acostumado; adaptado; adequado; agradável; alusão; análogo; anterior; atento; benefício;
comum; contrário; desfavorável; devoto; equivalente; fiel; grato; horror; idêntico; imune; indiferente; inferior;
A
leal; necessário; nocivo; obediente; paralelo; posterior; preferência; propenso; próximo; semelhante; sensível; útil;
visível...
amante; amigo; capaz; certo; contemporâneo; convicto; cúmplice; descendente; destituído; devoto; diferente;
DE dotado; escasso; fácil; feliz; imbuído; impossível; incapaz; indigno; inimigo; inseparável; isento; junto; longe; medo;
natural; orgulhoso; passível; possível; seguro; suspeito; temeroso...
opinião; discurso; discussão; dúvida; insistência; influência; informação; preponderante; proeminência;
SOBRE
triunfo...
acostumado; amoroso; analogia; compatível; cuidadoso; descontente; generoso; impaciente; ingrato;
COM
intolerante; mal; misericordioso; ocupado; parecido; relacionado; satisfeito; severo; solícito; triste...
abundante; bacharel; constante; doutor; erudito; firme; hábil; incansável; inconstante; indeciso; morador;
EM
negligente; perito; prático; residente; versado...
atentado; blasfêmia; combate; conspiração; declaração; fúria; impotência; litígio; luta; protesto; reclamação;
CONTRA
representação...
PARA bom; mau; odioso; próprio; útil...
Regência verbal
Na regência verbal, o termo regente é o verbo, e o termo regido poderá ser tanto um objeto direto (não preposicionado) quanto um
objeto indireto (preposicionado), podendo ser caracterizado também por adjuntos adverbiais.
Com isso, temos que os verbos podem se classificar entre transitivos e intransitivos. É importante ressaltar que a transitividade do
verbo vai depender do seu contexto.
Verbos intransitivos: não exigem complemento, de modo que fazem sentido por si só. Em alguns casos, pode estar acompanhado
de um adjunto adverbial (modifica o verbo, indicando tempo, lugar, modo, intensidade etc.), que, por ser um termo acessório, pode ser
retirado da frase sem alterar sua estrutura sintática:
• Viajou para São Paulo. / Choveu forte ontem.
Verbos transitivos diretos: exigem complemento (objeto direto), sem preposição, para que o sentido do verbo esteja completo:
• A aluna entregou o trabalho. / A criança quer bolo.
Verbos transitivos indiretos: exigem complemento (objeto indireto), de modo que uma preposição é necessária para estabelecer o
sentido completo:
• Gostamos da viagem de férias. / O cidadão duvidou da campanha eleitoral.
Verbos transitivos diretos e indiretos: em algumas situações, o verbo precisa ser acompanhado de um objeto direto (sem preposição)
e de um objeto indireto (com preposição):
• Apresentou a dissertação à banca. / O menino ofereceu ajuda à senhora.
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constante articulação 11democrática, você não sentiria muito a pre- igualdade, passamos aos gestos frios, nos quais indiferença e dis-
sença do tema 12diversidade neste instante. Há o termo diversidade tância são fenômenos inseparáveis. Neles, apesar de iguais, somos
porque há 13uma diversidade que implica o uso e o abuso de poder, estrangeiros ao destino de nossos semelhantes. […]
de uma 14perspectiva ética, religiosa, de raça, de classe.
[…] (Mary Del Priore. Histórias do cotidiano. São Paulo: Contexto, 2001.
p.68)
Rosa Maria Torres
15
O tema da diversidade, como tantos outros, hoje em dia, abre Dentre todos os sinônimos apresentados no texto para o vo-
16
muitas versões possíveis de projeto educativo e de projeto 17po- cábulo indiferença, o que melhor se aplica a ele, considerando-se
lítico e social. É uma bandeira pela qual temos que reivindicar, 18e o contexto, é
pela qual temos reivindicado há muitos anos, a necessidade 19de (A) ceticismo.
reconhecer que há distinções, grupos, valores distintos, e 20que a (B) desdém.
escola deve adequar-se às necessidades de cada grupo. 21Porém, o (C) apatia.
tema da diversidade também pode dar lugar a uma 22série de coisas (D) desinteresse.
indesejadas. (E) negligência.
[…]
4. (CASAN – 2015) Observe as sentenças.
Adaptado da Revista Pátio, Diversidade na educação: limites e possibi- I. Com medo do escuro, a criança ascendeu a luz.
lidades. Ano V, nº 20, fev./abr. 2002, p. 29. II. É melhor deixares a vida fluir num ritmo tranquilo.
III. O tráfico nas grandes cidades torna-se cada dia mais difícil
Do enunciado “O tema da diversidade tem a ver com o tema para os carros e os pedestres.
identidade.” (ref. 1), pode-se inferir que
I – “Diversidade e identidade” fazem parte do mesmo campo Assinale a alternativa correta quanto ao uso adequado de ho-
semântico, sendo a palavra “identidade” considerada um hiperôni- mônimos e parônimos.
mo, em relação à “diversidade”. (A) I e III.
II – há uma relação de intercomplementariedade entre “diversi- (B) II e III.
dade e identidade”, em função do efeito de sentido que se instaura (C) II apenas.
no paradigma argumentativo do enunciado. (D) Todas incorretas.
III – a expressão “tem a ver” pode ser considerada de uso co-
loquial e indica nesse contexto um vínculo temático entre “diversi- 5. (UFMS – 2009)
dade e identidade”. Leia o artigo abaixo, intitulado “Uma questão de tempo”, de
Miguel Sanches Neto, extraído da Revista Nova Escola Online, em
Marque a alternativa abaixo que apresenta a(s) proposi- 30/09/08. Em seguida, responda.
ção(ões) verdadeira(s). “Demorei para aprender ortografia. E essa aprendizagem con-
(A) I, apenas tou com a ajuda dos editores de texto, no computador. Quando eu
(B) II e III cometia uma infração, pequena ou grande, o programa grifava em
(C) III, apenas vermelho meu deslize. Fui assim me obrigando a escrever minima-
(D) II, apenas mente do jeito correto.
(E) I e II Mas de meu tempo de escola trago uma grande descoberta,
a do monstro ortográfico. O nome dele era Qüeqüi Güegüi. Sim,
3. (UNIFOR CE – 2006) esse animal existiu de fato. A professora de Português nos disse que
Dia desses, por alguns momentos, a cidade parou. As televi- devíamos usar trema nas sílabas qüe, qüi, güe e güi quando o u é
sões hipnotizaram os espectadores que assistiram, sem piscar, ao pronunciado. Fiquei com essa expressão tão sonora quanto enig-
resgate de uma mãe e de uma filha. Seu automóvel caíra em um mática na cabeça.
rio. Assisti ao evento em um local público. Ao acabar o noticiário, o Quando meditava sobre algum problema terrível – pois na pré-
silêncio em volta do aparelho se desfez e as pessoas retomaram as -adolescência sempre temos problemas terríveis –, eu tentava me
suas ocupações habituais. Os celulares recomeçaram a tocar. Per- libertar da coisa repetindo em voz alta: “Qüeqüi Güegüi”. Se numa
guntei-me: indiferença? Se tomarmos a definição ao pé da letra, prova de Matemática eu não conseguia me lembrar de uma fórmu-
indiferença é sinônimo de desdém, de insensibilidade, de apatia e la, lá vinham as palavras mágicas.
de negligência. Mas podemos considerá-la também uma forma de Um desses problemas terríveis, uma namorada, ouvindo minha
ceticismo e desinteresse, um “estado físico que não apresenta nada evocação, quis saber o que era esse tal de Qüeqüi Güegüi.
de particular”; enfim, explica o Aurélio, uma atitude de neutralida- – Você nunca ouviu falar nele? – perguntei.
de. – Ainda não fomos apresentados – ela disse.
Conclusão? Impassíveis diante da emoção, imperturbáveis – É o abominável monstro ortográfico – fiz uma falsa voz de
diante da paixão, imunes à angústia, vamos hoje burilando nossa terror.
indiferença. Não nos indignamos mais! À distância de tudo, segui- – E ele faz o quê?
mos surdos ao barulho do mundo lá fora. Dos movimentos de mas- – Atrapalha a gente na hora de escrever.
sa “quentes” (lembram-se do “Diretas Já”?) onde nos fundíamos na Ela riu e se desinteressou do assunto. Provavelmente não sabia
usar trema nem se lembrava da regrinha.
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Aos poucos, eu me habituei a colocar as letras e os sinais no 10. (MACK-SP) “Não se fazem motocicletas como antigamen-
lugar certo. Como essa aprendizagem foi demorada, não sei se con- te”. O termo destacado funciona como:
seguirei escrever de outra forma – agora que teremos novas regras. (A) Objeto indireto
Por isso, peço desde já que perdoem meus futuros erros, que servi- (B) Objeto direto
rão ao menos para determinar minha idade. (C) Adjunto adnominal
– Esse aí é do tempo do trema.” (D) Vocativo
(E) Sujeito
Assinale a alternativa correta.
(A) As expressões “monstro ortográfico” e “abominável mons- 11. (UFRJ) Esparadrapo
tro ortográfico” mantêm uma relação hiperonímica entre si. Há palavras que parecem exatamente o que querem dizer. “Es-
(B) Em “– Atrapalha a gente na hora de escrever”, conforme a paradrapo”, por exemplo. Quem quebrou a cara fica mesmo com cara
norma culta do português, a palavra “gente” pode ser substitu- de esparadrapo. No entanto, há outras, aliás de nobre sentido, que
ída por “nós”. parecem estar insinuando outra coisa. Por exemplo, “incunábulo*”.
(C) A frase “Fui-me obrigando a escrever minimamente do jeito
correto”, o emprego do pronome oblíquo átono está correto de QUINTANA, Mário. Da preguiça como método de trabalho. Rio de
acordo com a norma culta da língua portuguesa. Janeiro, Globo. 1987. p. 83.
(D) De acordo com as explicações do autor, as palavras pregüiça
e tranqüilo não serão mais grafadas com o trema. *Incunábulo: [do lat. Incunabulu; berço]. Adj. 1- Diz-se do livro
(E) A palavra “evocação” (3° parágrafo) pode ser substituída no impresso até o ano de 1500./ S.m. 2 – Começo, origem.
texto por “recordação”, mas haverá alteração de sentido.
A locução “No entanto” tem importante papel na estrutura do
6. (FMU) Leia as expressões destacadas na seguinte passagem: texto. Sua função resume-se em:
“E comecei a sentir falta das pequenas brigas por causa do tempero (A) ligar duas orações que querem dizer exatamente a mesma
na salada – o meu jeito de querer bem.” coisa.
Tais expressões exercem, respectivamente, a função sintática (B) separar acontecimentos que se sucedem cronologicamen-
de: te.
(A) objeto indireto e aposto (C) ligar duas observações contrárias acerca do mesmo assun-
(B) objeto indireto e predicativo do sujeito to.
(C) complemento nominal e adjunto adverbial de modo (D) apresentar uma alternativa para a primeira ideia expressa.
(D) complemento nominal e aposto (E) introduzir uma conclusão após os argumentos apresenta-
(E) adjunto adnominal e adjunto adverbial de modo dos.
7. (PUC-SP) Dê a função sintática do termo destacado em: “De- 12. (IBFC – 2013) Leia as sentenças:
pressa esqueci o Quincas Borba”. É preciso que ela se encante por mim!
(A) objeto direto Chegou à conclusão de que saiu no prejuízo.
(B) sujeito
(C) agente da passiva Assinale abaixo a alternativa que classifica, correta e respecti-
(D) adjunto adverbial vamente, as orações subordinadas substantivas (O.S.S.) destacadas:
(E) aposto (A) O.S.S. objetiva direta e O.S.S. objetiva indireta.
(B) O.S.S. subjetiva e O.S.S. completiva nominal
8. (MACK-SP) Aponte a alternativa que expressa a função sintá- (C) O.S.S. subjetiva e O.S.S. objetiva indireta.
tica do termo destacado: “Parece enfermo, seu irmão”. (D) O.S.S. objetiva direta e O.S.S. completiva nominal.
(A) Sujeito
(B) Objeto direto 13. (ADVISE-2013) Todos os enunciados abaixo correspondem
(C) Predicativo do sujeito a orações subordinadas substantivas, exceto:
(D) Adjunto adverbial (A) Espero sinceramente isto: que vocês não faltem mais.
(E) Adjunto adnominal (B) Desejo que ela volte.
(C) Gostaria de que todos me apoiassem.
9. (OSEC-SP) “Ninguém parecia disposto ao trabalho naquela (D) Tenho medo de que esses assessores me traiam.
manhã de segunda-feira”. (E) Os jogadores que foram convocados apresentaram-se on-
(A) Predicativo tem.
(B) Complemento nominal
(C) Objeto indireto 14. (PUC-SP) “Pode-se dizer que a tarefa é puramente formal.”
(D) Adjunto adverbial No texto acima temos uma oração destacada que é ________e
(E) Adjunto adnominal um “se” que é . ________.
(A) substantiva objetiva direta, partícula apassivadora
(B) substantiva predicativa, índice de indeterminação do sujeito
(C) relativa, pronome reflexivo
(D) substantiva subjetiva, partícula apassivadora
(E) adverbial consecutiva, índice de indeterminação do sujeito
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15. (UEMG) “De repente chegou o dia dos meus setenta anos. 17. (ITA - 1997) Assinale a opção que completa corretamente
Fiquei entre surpresa e divertida, setenta, eu? Mas tudo parece as lacunas do texto a seguir:
ter sido ontem! No século em que a maioria quer ter vinte anos “Todas as amigas estavam _______________ ansiosas
(trinta a gente ainda aguenta), eu estava fazendo setenta. Pior: du- _______________ ler os jornais, pois foram informadas de que as crí-
vidando disso, pois ainda escutava em mim as risadas da menina ticas foram ______________ indulgentes ______________ rapaz, o
que queria correr nas lajes do pátio quando chovia, que pescava qual, embora tivesse mais aptidão _______________ ciências exatas,
lambaris com o pai no laguinho, que chorava em filme do Gordo e demonstrava uma certa propensão _______________ arte.”
Magro, quando a mãe a levava à matinê. (Eu chorava alto com pena
dos dois, a mãe ficava furiosa.) (A) meio - para - bastante - para com o - para - para a
A menina que levava castigo na escola porque ria fora de hora, (B) muito - em - bastante - com o - nas - em
porque se distraía olhando o céu e nuvens pela janela em lugar de (C) bastante - por - meias - ao - a - à
prestar atenção, porque devagarinho empurrava o estojo de lápis (D) meias - para - muito - pelo - em - por
até a beira da mesa, e deixava cair com estrondo sabendo que os (E) bem - por - meio - para o - pelas – na
meninos, mais que as meninas, se botariam de quatro catando lá-
pis, canetas, borracha – as tediosas regras de ordem e quietude se- 18. (Mackenzie) Há uma concordância inaceitável de acordo
riam rompidas mais uma vez. com a gramática:
Fazendo a toda hora perguntas loucas, ela aborrecia os profes- I - Os brasileiros somos todos eternos sonhadores.
sores e divertia a turma: apenas porque não queria ser diferente, II - Muito obrigadas! – disseram as moças.
queria ser amada, queria ser natural, não queria que soubessem III - Sr. Deputado, V. Exa. Está enganada.
que ela, doze anos, além de histórias em quadrinhos e novelinhas IV - A pobre senhora ficou meio confusa.
açucaradas, lia teatro grego – sem entender – e achava emocionan- V - São muito estudiosos os alunos e as alunas deste curso.
te.
(E até do futuro namorado, aos quinze anos, esconderia isso.) (A) em I e II
O meu aniversário: primeiro pensei numa grande celebração, (B) apenas em IV
eu que sou avessa a badalações e gosto de grupos bem pequenos. (C) apenas em III
Mas pensei, setenta vale a pena! Afinal já é bastante tempo! Logo (D) em II, III e IV
me dei conta de que hoje setenta é quase banal, muita gente com (E) apenas em II
oitenta ainda está ativo e presente.
Decidi apenas reunir filhos e amigos mais chegados (tarefa difí- 19. (CESCEM–SP) Já ___ anos, ___ neste local árvores e flores.
cil, escolher), e deixar aquela festona para outra década.” Hoje, só ___ ervas daninhas.
(A) fazem, havia, existe
LUFT, 2014, p.104-105 (B) fazem, havia, existe
(C) fazem, haviam, existem
Leia atentamente a oração destacada no período a seguir: (D) faz, havia, existem
“(...) pois ainda escutava em mim as risadas da menina que (E) faz, havia, existe
queria correr nas lajes do pátio (...)”
20. (IBGE) Indique a opção correta, no que se refere à concor-
Assinale a alternativa em que a oração em negrito e sublinhada dância verbal, de acordo com a norma culta:
apresenta a mesma classificação sintática da destacada acima. (A) Haviam muitos candidatos esperando a hora da prova.
(A) “A menina que levava castigo na escola porque ria fora de (B) Choveu pedaços de granizo na serra gaúcha.
hora (...)” (C) Faz muitos anos que a equipe do IBGE não vem aqui.
(B) “(...) e deixava cair com estrondo sabendo que os meninos, (D) Bateu três horas quando o entrevistador chegou.
mais que as meninas, se botariam de quatro catando lápis, ca- (E) Fui eu que abriu a porta para o agente do censo.
netas, borracha (...)”
(C) “(...) não queria que soubessem que ela (...)” 21. (FUVEST – 2001) A única frase que NÃO apresenta desvio em
(D) “Logo me dei conta de que hoje setenta é quase banal (...)” relação à regência (nominal e verbal) recomendada pela norma culta é:
(A) O governador insistia em afirmar que o assunto principal
16. (FUNRIO – 2012) “Todos querem que nós seria “as grandes questões nacionais”, com o que discordavam
____________________.” líderes pefelistas.
(B) Enquanto Cuba monopolizava as atenções de um clube, do
Apenas uma das alternativas completa coerente e adequada- qual nem sequer pediu para integrar, a situação dos outros pa-
mente a frase acima. Assinale-a. íses passou despercebida.
(A) desfilando pelas passarelas internacionais. (C) Em busca da realização pessoal, profissionais escolhem a
(B) desista da ação contra aquele salafrário. dedo aonde trabalhar, priorizando à empresas com atuação
(C) estejamos prontos em breve para o trabalho. social.
(D) recuperássemos a vaga de motorista da firma. (D) Uma família de sem-teto descobriu um sofá deixado por um
(E) tentamos aquele emprego novamente. morador não muito consciente com a limpeza da cidade.
(E) O roteiro do filme oferece uma versão de como consegui-
mos um dia preferir a estrada à casa, a paixão e o sonho à regra,
a aventura à repetição.
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22. (FUVEST) Assinale a alternativa que preenche corretamen- 27. (ALTERNATIVE CONCURSOS/2016 – CÂMARA DE BANDEI-
te as lacunas correspondentes. RANTES-SC) Algumas palavras são usadas no nosso cotidiano de
A arma ___ se feriu desapareceu. forma incorreta, ou seja, estão em desacordo com a norma culta
Estas são as pessoas ___ lhe falei. padrão. Todas as alternativas abaixo apresentam palavras escritas
Aqui está a foto ___ me referi. erroneamente, exceto em:
Encontrei um amigo de infância ___ nome não me lembrava. (A) Na bandeija estavam as xícaras antigas da vovó.
Passamos por uma fazenda ___ se criam búfalos. (B) É um privilégio estar aqui hoje.
(C) Fiz a sombrancelha no salão novo da cidade.
(A) que, de que, à que, cujo, que. (D) A criança estava com desinteria.
(B) com que, que, a que, cujo qual, onde. (E) O bebedoro da escola estava estragado.
(C) com que, das quais, a que, de cujo, onde.
(D) com a qual, de que, que, do qual, onde. 28. (SEDUC/SP – 2018) Preencha as lacunas das frases abaixo
(E) que, cujas, as quais, do cujo, na cuja. com “por que”, “porque”, “por quê” ou “porquê”. Depois, assinale a
alternativa que apresenta a ordem correta, de cima para baixo, de
23. (FESP) Observe a regência verbal e assinale a opção falsa: classificação.
(A) Avisaram-no que chegaríamos logo. “____________ o céu é azul?”
(B) Informei-lhe a nota obtida. “Meus pais chegaram atrasados, ____________ pegaram trân-
(C) Os motoristas irresponsáveis, em geral, não obedecem aos sito pelo caminho.”
sinais de trânsito. “Gostaria muito de saber o ____________ de você ter faltado
(D) Há bastante tempo que assistimos em São Paulo. ao nosso encontro.”
(E) Muita gordura não implica saúde. “A Alemanha é considerada uma das grandes potências mun-
diais. ____________?”
24. (IBGE) Assinale a opção em que todos os adjetivos devem
ser seguidos pela mesma preposição: (A) Porque – porquê – por que – Por quê
(A) ávido / bom / inconsequente (B) Porque – porquê – por que – Por quê
(B) indigno / odioso / perito (C) Por que – porque – porquê – Por quê
(C) leal / limpo / oneroso (D) Porquê – porque – por quê – Por que
(D) orgulhoso / rico / sedento (E) Por que – porque – por quê – Porquê
(E) oposto / pálido / sábio
29. (CEITEC – 2012) Os vocábulos Emergir e Imergir são parô-
25. (TRE-MG) Observe a regência dos verbos das frases reescri- nimos: empregar um pelo outro acarreta grave confusão no que
tas nos itens a seguir: se quer expressar. Nas alternativas abaixo, só uma apresenta uma
I - Chamaremos os inimigos de hipócritas. Chamaremos aos ini- frase em que se respeita o devido sentido dos vocábulos, selecio-
migos de hipócritas; nando convenientemente o parônimo adequado à frase elaborada.
II - Informei-lhe o meu desprezo por tudo. Informei-lhe do meu Assinale-a.
desprezo por tudo; (A) A descoberta do plano de conquista era eminente.
III - O funcionário esqueceu o importante acontecimento. O (B) O infrator foi preso em flagrante.
funcionário esqueceu-se do importante acontecimento. (C) O candidato recebeu despensa das duas últimas provas.
(D) O metal delatou ao ser submetido à alta temperatura.
A frase reescrita está com a regência correta em: (E) Os culpados espiam suas culpas na prisão.
(A) I apenas
(B) II apenas 30. (FMU) Assinale a alternativa em que todas as palavras estão
(C) III apenas grafadas corretamente.
(D) I e III apenas (A) paralisar, pesquisar, ironizar, deslizar
(E) I, II e III (B) alteza, empreza, francesa, miudeza
(C) cuscus, chimpazé, encharcar, encher
26. (INSTITUTO AOCP/2017 – EBSERH) Assinale a alternativa (D) incenso, abcesso, obsessão, luxação
em que todas as palavras estão adequadamente grafadas. (E) chineza, marquês, garrucha, meretriz
(A) Silhueta, entretenimento, autoestima.
(B) Rítimo, silueta, cérebro, entretenimento.
(C) Altoestima, entreterimento, memorização, silhueta.
(D) Célebro, ansiedade, auto-estima, ritmo.
(E) Memorização, anciedade, cérebro, ritmo.
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31. (VUNESP/2017 – TJ-SP) Assinale a alternativa em que todas 36. (IFAL - 2011)
as palavras estão corretamente grafadas, considerando-se as regras
de acentuação da língua padrão. Parágrafo do Editorial “Nossas crianças, hoje”.
(A) Remígio era homem de carater, o que surpreendeu D. Firmi- “Oportunamente serão divulgados os resultados de tão impor-
na, que aceitou o matrimônio de sua filha. tante encontro, mas enquanto nordestinos e alagoanos sentimos
(B) O consôlo de Fadinha foi ver que Remígio queria desposa-la na pele e na alma a dor dos mais altos índices de sofrimento da
apesar de sua beleza ter ido embora depois da doença. infância mais pobre. Nosso Estado e nossa região padece de índices
(C) Com a saúde de Fadinha comprometida, Remígio não con- vergonhosos no tocante à mortalidade infantil, à educação básica e
seguia se recompôr e viver tranquilo. tantos outros indicadores terríveis.” (Gazeta de Alagoas, seção Opi-
(D) Com o triúnfo do bem sobre o mal, Fadinha se recuperou, nião, 12.10.2010)
Remígio resolveu pedí-la em casamento. O primeiro período desse parágrafo está corretamente pontua-
(E) Fadinha não tinha mágoa por não ser mais tão bela; agora, do na alternativa:
interessava-lhe viver no paraíso com Remígio. (A) “Oportunamente, serão divulgados os resultados de tão
importante encontro, mas enquanto nordestinos e alagoanos,
32. (PUC-RJ) Aponte a opção em que as duas palavras são acen- sentimos na pele e na alma a dor dos mais altos índices de so-
tuadas devido à mesma regra: frimento da infância mais pobre.”
(A) saí – dói (B) “Oportunamente serão divulgados os resultados de tão
(B) relógio – própria importante encontro, mas enquanto nordestinos e alagoanos
(C) só – sóis sentimos, na pele e na alma, a dor dos mais altos índices de
(D) dá – custará sofrimento da infância mais pobre.”
(E) até – pé (C) “Oportunamente, serão divulgados os resultados de tão
importante encontro, mas enquanto nordestinos e alagoanos,
33. (UEPG ADAPTADA) Sobre a acentuação gráfica das palavras sentimos na pele e na alma, a dor dos mais altos índices de
agradável, automóvel e possível, assinale o que for correto. sofrimento da infância mais pobre.”
(A) Em razão de a letra L no final das palavras transferir a toni- (D) “Oportunamente serão divulgados os resultados de tão
cidade para a última sílaba, é necessário que se marque grafi- importante encontro, mas, enquanto nordestinos e alagoanos
camente a sílaba tônica das paroxítonas terminadas em L, se sentimos, na pele e na alma a dor dos mais altos índices de
isso não fosse feito, poderiam ser lidas como palavras oxítonas. sofrimento, da infância mais pobre.”
(B) São acentuadas porque são proparoxítonas terminadas em (E) “Oportunamente, serão divulgados os resultados de tão
L. importante encontro, mas, enquanto nordestinos e alagoanos,
(C) São acentuadas porque são oxítonas terminadas em L. sentimos, na pele e na alma, a dor dos mais altos índices de
(D) São acentuadas porque terminam em ditongo fonético – sofrimento da infância mais pobre.”
eu.
(E) São acentuadas porque são paroxítonas terminadas em L. 37. (F.E. BAURU) Assinale a alternativa em que há erro de pon-
tuação:
34. (IFAL – 2016 ADAPTADA) Quanto à acentuação das palavras, (A) Era do conhecimento de todos a hora da prova, mas, alguns
assinale a afirmação verdadeira. se atrasaram.
(A) A palavra “tendem” deveria ser acentuada graficamente, (B) A hora da prova era do conhecimento de todos; alguns se
como “também” e “porém”. atrasaram, porém.
(B) As palavras “saíra”, “destruída” e “aí” acentuam-se pela (C) Todos conhecem a hora da prova; não se atrasem, pois.
mesma razão. (D) Todos conhecem a hora da prova, portanto não se atrasem.
(C) O nome “Luiz” deveria ser acentuado graficamente, pela (E) N.D.A
mesma razão que a palavra “país”.
(D) Os vocábulos “é”, “já” e “só” recebem acento por constituí- 38. (VUNESP – 2020) Assinale a alternativa correta quanto à
rem monossílabos tônicos fechados. pontuação.
(E) Acentuam-se “simpática”, “centímetros”, “simbólica” por- (A) Colaboradores da Universidade Federal do Paraná afirma-
que todas as paroxítonas são acentuadas. ram: “Os cristais de urato podem provocar graves danos nas
articulações.”.
35. (MACKENZIE) Indique a alternativa em que nenhuma pala- (B) A prescrição de remédios e a adesão, ao tratamento, por
vra é acentuada graficamente: parte dos pacientes são baixas.
(A) lapis, canoa, abacaxi, jovens (C) É uma inflamação, que desencadeia a crise de gota; diag-
(B) ruim, sozinho, aquele, traiu nosticada a partir do reconhecimento de intensa dor, no local.
(C) saudade, onix, grau, orquídea (D) A ausência de dor não pode ser motivo para a interrupção
(D) voo, legua, assim, tênis do tratamento conforme o editorial diz: – (é preciso que o do-
(E) flores, açucar, album, virus ente confie em seu médico).
(E) A qualidade de vida, do paciente, diminui pois a dor no local
da inflamação é bastante intensa!
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Sinais de pontuação são símbolos gráficos usados para organizar a escrita e ajudar na compreensão da mensagem. No texto, o sentido
não é alterado em caso de substituição dos travessões por
(A) aspas, para colocar em destaque a informação seguinte
(B) vírgulas, para acrescentar uma caracterização de Davi Akkerman.
(C) reticências, para deixar subetendida a formação do especialista.
(D) dois-pontos, para acrescentar uma informação introduzida anteriormente.
(E) ponto e vírgula, para enumerar informações fundamentais para o desenvolvimento temático.
Sobre fonética e fonologia e conceitos relacionados a essas áreas, considere as seguintes afirmações, segundo Bechara:
I. A fonologia estuda o número de oposições utilizadas e suas relações mútuas, enquanto a fonética experimental determina a natu-
reza física e fisiológica das distinções observadas.
II. Fonema é uma realidade acústica, opositiva, que nosso ouvido registra; já letra, também chamada de grafema, é o sinal empregado
para representar na escrita o sistema sonoro de uma língua.
III. Denominam-se fonema os sons elementares e produtores da significação de cada um dos vocábulos produzidos pelos falantes da
língua portuguesa.
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41. (CEPERJ) Na palavra “fazer”, notam-se 5 fonemas. O mesmo 46. (UNIFESP - 2015) Leia o seguinte texto:
número de fonemas ocorre na palavra da seguinte alternativa: Você conseguiria ficar 99 dias sem o Facebook?
(A) Tatuar Uma organização não governamental holandesa está propondo
(B) Quando um desafio que muitos poderão considerar impossível: ficar 99 dias
(C) Doutor sem dar nem uma “olhadinha” no Facebook. O objetivo é medir o
(D) Ainda grau de felicidade dos usuários longe da rede social.
(E) Além O projeto também é uma resposta aos experimentos psicológi-
cos realizados pelo próprio Facebook. A diferença neste caso é que
42. (OSEC) Em que conjunto de signos só há consoantes sono- o teste é completamente voluntário. Ironicamente, para poder par-
ras? ticipar, o usuário deve trocar a foto do perfil no Facebook e postar
(A) rosa, deve, navegador; um contador na rede social.
(B) barcos, grande, colado; Os pesquisadores irão avaliar o grau de satisfação e felicidade
(C) luta, após, triste; dos participantes no 33º dia, no 66º e no último dia da abstinência.
(D) ringue, tão, pinga; Os responsáveis apontam que os usuários do Facebook gastam
(E) que, ser, tão. em média 17 minutos por dia na rede social. Em 99 dias sem acesso,
a soma média seria equivalente a mais de 28 horas, 2que poderiam
43. (UFRGS – 2010) No terceiro e no quarto parágrafos do tex- ser utilizadas em “atividades emocionalmente mais realizadoras”.
to, o autor faz referência a uma oposição entre dois níveis de análi-
se de uma língua: o fonético e o gramatical. (http://codigofonte.uol.com.br. Adaptado.)
Verifique a que nível se referem as características do português
falado em Portugal a seguir descritas, identificando-as com o núme- Após ler o texto acima, examine as passagens do primeiro pa-
ro 1 (fonético) ou com o número 2 (gramatical). rágrafo: “Uma organização não governamental holandesa está pro-
( ) Construções com infinitivo, como estou a fazer, em lugar de pondo um desafio” “O objetivo é medir o grau de felicidade dos
formas com gerúndio, como estou fazendo. usuários longe da rede social.”
( ) Emprego frequente da vogal tônica com timbre aberto em A utilização dos artigos destacados justifica-se em razão:
palavras como académico e antónimo, (A) da retomada de informações que podem ser facilmente de-
( ) Uso frequente de consoante com som de k final da sílaba, preendidas pelo contexto, sendo ambas equivalentes seman-
como em contacto e facto. ticamente.
( ) Certos empregos do pretérito imperfeito para designar fu- (B) de informações conhecidas, nas duas ocorrências, sendo
turo do pretérito, como em Eu gostava de ir até lá por Eu gostaria possível a troca dos artigos nos enunciados, pois isso não alte-
de ir até lá. raria o sentido do texto.
(C) da generalização, no primeiro caso, com a introdução de
A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de informação conhecida, e da especificação, no segundo, com
cima para baixo, é: informação nova.
(A) 2 – 1 – 1 – 2. (D) da introdução de uma informação nova, no primeiro caso,
(B) 2 – 1 – 2 – 1. e da retomada de uma informação já conhecida, no segundo.
(C) 1 – 2 – 1 – 2. (E) de informações novas, nas duas ocorrências, motivo pelo
(D) 1 – 1 – 2 – 2. qual são introduzidas de forma mais generalizada
(E) 1 – 2 – 2 – 1.
47. (UFMG-ADAPTADA) As expressões em negrito correspon-
44. (FUVEST-SP) Foram formadas pelo mesmo processo as se- dem a um adjetivo, exceto em:
guintes palavras: (A) João Fanhoso anda amanhecendo sem entusiasmo.
(A) vendavais, naufrágios, polêmicas (B) Demorava-se de propósito naquele complicado banho.
(B) descompõem, desempregados, desejava (C) Os bichos da terra fugiam em desabalada carreira.
(C) estendendo, escritório, espírito (D) Noite fechada sobre aqueles ermos perdidos da caatinga
(D) quietação, sabonete, nadador sem fim.
(E) religião, irmão, solidão (E) E ainda me vem com essa conversa de homem da roça.
45. (FUVEST) Assinale a alternativa em que uma das palavras 48. (UMESP) Na frase “As negociações estariam meio abertas
não é formada por prefixação: só depois de meio período de trabalho”, as palavras destacadas são,
(A) readquirir, predestinado, propor respectivamente:
(B) irregular, amoral, demover (A) adjetivo, adjetivo
(C) remeter, conter, antegozar (B) advérbio, advérbio
(D) irrestrito, antípoda, prever (C) advérbio, adjetivo
(E) dever, deter, antever (D) numeral, adjetivo
(E) numeral, advérbio
50
PORTUGUÊS
49. (ITA-SP)
25 E
Beber é mal, mas é muito bom.
26 A
(FERNANDES, Millôr. Mais! Folha de S. Paulo, 5 ago. 2001, p. 28.) 27 B
A palavra “mal”, no caso específico da frase de Millôr, é: 28 C
(A) adjetivo 29 B
(B) substantivo
30 A
(C) pronome
(D) advérbio 31 E
(E) preposição 32 B
50. (PUC-SP) “É uma espécie... nova... completamente nova! 33 E
(Mas já) tem nome... Batizei-(a) logo... Vou-(lhe) mostrar...”. Sob o 34 B
ponto de vista morfológico, as palavras destacadas correspondem
pela ordem, a: 35 B
(A) conjunção, preposição, artigo, pronome 36 E
(B) advérbio, advérbio, pronome, pronome
37 A
(C) conjunção, interjeição, artigo, advérbio
(D) advérbio, advérbio, substantivo, pronome 38 A
(E) conjunção, advérbio, pronome, pronome 39 B
40 C
GABARITO
41 B
42 D
1 C
43 A
2 B
44 D
3 D
45 E
4 C
46 D
5 C
47 B
6 A
48 B
7 D
49 B
8 C
50 E
9 B
10 E
11 C
ANOTAÇÕES
12 B
______________________________________________________
13 E
14 B ______________________________________________________
15 A ______________________________________________________
16 C
______________________________________________________
17 A
______________________________________________________
18 C
19 D ______________________________________________________
20 C ______________________________________________________
21 E
______________________________________________________
22 C
23 A ______________________________________________________
24 D ______________________________________________________
51
PORTUGUÊS
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LEGISLAÇÃO
TÍTULO II
CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO DOS DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS
BRASIL - 1988: TÍTULO I; TÍTULO II/CAPÍTULO I; TÍTULO
V/CAPÍTULO III. CAPÍTULO I
DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS
CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL DE
1988 Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qual-
quer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros re-
TÍTULO I sidentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à
DOS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união termos desta Constituição;
indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, consti- II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma
tui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos: coisa senão em virtude de lei;
I - a soberania; III - ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desu-
II - a cidadania mano ou degradante;
III - a dignidade da pessoa humana; IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o
IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;(Vide Lei anonimato;
nº 13.874, de 2019) V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo,
V - o pluralismo político. além da indenização por dano material, moral ou à imagem;
Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo
por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na for-
desta Constituição. ma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias;
Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmônicos VII - é assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência
entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário. religiosa nas entidades civis e militares de internação coletiva;
Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Fede- VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença re-
rativa do Brasil: ligiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para
I - construir uma sociedade livre, justa e solidária; eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir
II - garantir o desenvolvimento nacional; prestação alternativa, fixada em lei;
III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigual- IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística, cientí-
dades sociais e regionais; fica e de comunicação, independentemente de censura ou licença;
IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a ima-
raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação. gem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano ma-
Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas rela- terial ou moral decorrente de sua violação;
ções internacionais pelos seguintes princípios: XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo
I - independência nacional; penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagran-
II - prevalência dos direitos humanos; te delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia,
III - autodeterminação dos povos; por determinação judicial; (Vide Lei nº 13.105, de 2015) (Vigência)
IV - não-intervenção; XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das comunica-
V - igualdade entre os Estados; ções telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo,
VI - defesa da paz; no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a
VII - solução pacífica dos conflitos; lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução pro-
VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo; cessual penal; (Vide Lei nº 9.296, de 1996)
IX - cooperação entre os povos para o progresso da humani- XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profis-
dade; são, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer;
X - concessão de asilo político. XIV - é assegurado a todos o acesso à informação e resguarda-
Parágrafo único. A República Federativa do Brasil buscará a in- do o sigilo da fonte, quando necessário ao exercício profissional;
tegração econômica, política, social e cultural dos povos da América XV - é livre a locomoção no território nacional em tempo de
Latina, visando à formação de uma comunidade latino-americana paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar, per-
de nações. manecer ou dele sair com seus bens;
53
LEGISLAÇÃO
XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em lo- XXXIV - são a todos assegurados, independentemente do pa-
cais abertos ao público, independentemente de autorização, desde gamento de taxas:
que não frustrem outra reunião anteriormente convocada para o a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direi-
mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade com- tos ou contra ilegalidade ou abuso de poder;
petente; b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defe-
XVII - é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada sa de direitos e esclarecimento de situações de interesse pessoal;
a de caráter paramilitar; XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão
XVIII - a criação de associações e, na forma da lei, a de coope- ou ameaça a direito;
rativas independem de autorização, sendo vedada a interferência XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico
estatal em seu funcionamento; perfeito e a coisa julgada;
XIX - as associações só poderão ser compulsoriamente dissolvi- XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de exceção;
das ou ter suas atividades suspensas por decisão judicial, exigindo- XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a organização
-se, no primeiro caso, o trânsito em julgado; que lhe der a lei, assegurados:
XX - ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a perma- a) a plenitude de defesa;
necer associado; b) o sigilo das votações;
XXI - as entidades associativas, quando expressamente auto- c) a soberania dos veredictos;
rizadas, têm legitimidade para representar seus filiados judicial ou d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra
extrajudicialmente; a vida;
XXII - é garantido o direito de propriedade; XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena
XXIII - a propriedade atenderá a sua função social; sem prévia cominação legal;
XXIV - a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação XL - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu;
por necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social, me- XLI - a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos direi-
diante justa e prévia indenização em dinheiro, ressalvados os casos tos e liberdades fundamentais;
previstos nesta Constituição; XLII - a prática do racismo constitui crime inafiançável e impres-
XXV - no caso de iminente perigo público, a autoridade com- critível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei;
petente poderá usar de propriedade particular, assegurada ao pro- XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de
prietário indenização ulterior, se houver dano; graça ou anistia a prática da tortura , o tráfico ilícito de entorpecen-
XXVI - a pequena propriedade rural, assim definida em lei, des- tes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes hedion-
de que trabalhada pela família, não será objeto de penhora para dos, por eles respondendo os mandantes, os executores e os que,
pagamento de débitos decorrentes de sua atividade produtiva, dis- podendo evitá-los, se omitirem; (Regulamento)
pondo a lei sobre os meios de financiar o seu desenvolvimento; XLIV - constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de
XXVII - aos autores pertence o direito exclusivo de utilização, grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e
publicação ou reprodução de suas obras, transmissível aos herdei- o Estado Democrático;
ros pelo tempo que a lei fixar; XLV - nenhuma pena passará da pessoa do condenado, poden-
XXVIII - são assegurados, nos termos da lei: do a obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento de
a) a proteção às participações individuais em obras coletivas e bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles
à reprodução da imagem e voz humanas, inclusive nas atividades executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido;
desportivas; XLVI - a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre
b) o direito de fiscalização do aproveitamento econômico das outras, as seguintes:
obras que criarem ou de que participarem aos criadores, aos intér- a) privação ou restrição da liberdade;
pretes e às respectivas representações sindicais e associativas; b) perda de bens;
XXIX - a lei assegurará aos autores de inventos industriais pri- c) multa;
vilégio temporário para sua utilização, bem como proteção às cria- d) prestação social alternativa;
ções industriais, à propriedade das marcas, aos nomes de empresas e) suspensão ou interdição de direitos;
e a outros signos distintivos, tendo em vista o interesse social e o XLVII - não haverá penas:
desenvolvimento tecnológico e econômico do País; a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do
XXX - é garantido o direito de herança; art. 84, XIX;
XXXI - a sucessão de bens de estrangeiros situados no País será b) de caráter perpétuo;
regulada pela lei brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos c) de trabalhos forçados;
brasileiros, sempre que não lhes seja mais favorável a lei pessoal d) de banimento;
do “de cujus”; e) cruéis;
XXXII - o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do con- XLVIII - a pena será cumprida em estabelecimentos distintos,
sumidor; de acordo com a natureza do delito, a idade e o sexo do apenado;
XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos in- XLIX - é assegurado aos presos o respeito à integridade física
formações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou e moral;
geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsa- L - às presidiárias serão asseguradas condições para que pos-
bilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segu- sam permanecer com seus filhos durante o período de amamen-
rança da sociedade e do Estado; (Regulamento) (Vide Lei nº 12.527, tação;
de 2011)
54
LEGISLAÇÃO
LI - nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, LXXII - conceder-se-á habeas data:
em caso de crime comum, praticado antes da naturalização, ou de a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à
comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e pessoa do impetrante, constantes de registros ou bancos de dados
drogas afins, na forma da lei; de entidades governamentais ou de caráter público;
LII - não será concedida extradição de estrangeiro por crime b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo
político ou de opinião; por processo sigiloso, judicial ou administrativo;
LIII - ninguém será processado nem sentenciado senão pela au- LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor ação
toridade competente; popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de
LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa,
devido processo legal; ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o
LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus
acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, da sucumbência;
com os meios e recursos a ela inerentes; LXXIV - o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita
LVI - são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por aos que comprovarem insuficiência de recursos;
meios ilícitos; LXXV - o Estado indenizará o condenado por erro judiciário, as-
LVII - ninguém será considerado culpado até o trânsito em jul- sim como o que ficar preso além do tempo fixado na sentença;
gado de sentença penal condenatória; LXXVI - são gratuitos para os reconhecidamente pobres, na for-
LVIII - o civilmente identificado não será submetido a identifi- ma da lei: (Vide Lei nº 7.844, de 1989)
cação criminal, salvo nas hipóteses previstas em lei; (Regulamento) a) o registro civil de nascimento;
LIX - será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se b) a certidão de óbito;
esta não for intentada no prazo legal; LXXVII - são gratuitas as ações de habeas corpus e habeas data,
LX - a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais e, na forma da lei, os atos necessários ao exercício da cidadania.
quando a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem; (Regulamento)
LXI - ninguém será preso senão em flagrante delito ou por or- LXXVIII - a todos, no âmbito judicial e administrativo, são asse-
dem escrita e fundamentada de autoridade judiciária competente, gurados a razoável duração do processo e os meios que garantam a
salvo nos casos de transgressão militar ou crime propriamente mi- celeridade de sua tramitação. (Incluído pela Emenda Constitucional
litar, definidos em lei; nº 45, de 2004) (Vide ADIN 3392)
LXII - a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre LXXIX - é assegurado, nos termos da lei, o direito à proteção dos
serão comunicados imediatamente ao juiz competente e à família dados pessoais, inclusive nos meios digitais. (Incluído pela Emenda
do preso ou à pessoa por ele indicada; Constitucional nº 115, de 2022)
LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre os quais o §1º As normas definidoras dos direitos e garantias fundamen-
de permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assistência da famí- tais têm aplicação imediata.
lia e de advogado; §2º Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não ex-
LXIV - o preso tem direito à identificação dos responsáveis por cluem outros decorrentes do regime e dos princípios por ela adota-
sua prisão ou por seu interrogatório policial; dos, ou dos tratados internacionais em que a República Federativa
LXV - a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autori- do Brasil seja parte.
dade judiciária; §3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos hu-
LXVI - ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a manos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional,
lei admitir a liberdade provisória, com ou sem fiança; em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos mem-
LXVII - não haverá prisão civil por dívida, salvo a do responsável bros, serão equivalentes às emendas constitucionais.(Incluído pela
pelo inadimplemento voluntário e inescusável de obrigação alimen- Emenda Constitucional nº 45, de 2004) (Vide DLG nº 186, de 2008),
tícia e a do depositário infiel; (Vide Decreto nº 6.949, de 2009), (Vide DLG 261, de 2015), (Vide
LXVIII - conceder-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer Decreto nº 9.522, de 2018) (Vide ADIN 3392) (Vide DLG 1, de 2021),
ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberda- (Vide Decreto nº 10.932, de 2022)
de de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder; §4º O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal Inter-
LXIX - conceder-se-á mandado de segurança para proteger di- nacional a cuja criação tenha manifestado adesão. (Incluído pela
reito líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
data, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for
autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de (...)
atribuições do Poder Público; TÍTULO V
LXX - o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado DA DEFESA DO ESTADO E DAS INSTITUIÇÕES DEMOCRÁTICAS
por:
a) partido político com representação no Congresso Nacional; CAPÍTULO III
b) organização sindical, entidade de classe ou associação legal- DA SEGURANÇA PÚBLICA
mente constituída e em funcionamento há pelo menos um ano, em
defesa dos interesses de seus membros ou associados; Art. 144. A segurança pública, dever do Estado, direito e res-
LXXI - conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta ponsabilidade de todos, é exercida para a preservação da ordem
de norma regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, através dos
liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionali- seguintes órgãos:
dade, à soberania e à cidadania; I - polícia federal;
55
LEGISLAÇÃO
II - polícia rodoviária federal; §10. A segurança viária, exercida para a preservação da ordem
III - polícia ferroviária federal; pública e da incolumidade das pessoas e do seu patrimônio nas vias
IV - polícias civis; públicas: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 82, de 2014)
V - polícias militares e corpos de bombeiros militares. I - compreende a educação, engenharia e fiscalização de trân-
VI - polícias penais federal, estaduais e distrital. (Redação dada sito, além de outras atividades previstas em lei, que assegurem ao
pela Emenda Constitucional nº 104, de 2019) cidadão o direito à mobilidade urbana eficiente; e (Incluído pela
§1º A polícia federal, instituída por lei como órgão permanente, Emenda Constitucional nº 82, de 2014)
organizado e mantido pela União e estruturado em carreira, des- II - compete, no âmbito dos Estados, do Distrito Federal e dos
tina-se a:” (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de Municípios, aos respectivos órgãos ou entidades executivos e seus
1998) agentes de trânsito, estruturados em Carreira, na forma da lei. (In-
I - apurar infrações penais contra a ordem política e social ou cluído pela Emenda Constitucional nº 82, de 2014)
em detrimento de bens, serviços e interesses da União ou de suas
entidades autárquicas e empresas públicas, assim como outras in-
frações cuja prática tenha repercussão interestadual ou internacio-
LEI FEDERAL N° 8.069, DE 13/07/1990 - ESTATUTO DA
nal e exija repressão uniforme, segundo se dispuser em lei;
CRIANÇA E DO ADOLESCENTE ECA;
II - prevenir e reprimir o tráfico ilícito de entorpecentes e dro-
gas afins, o contrabando e o descaminho, sem prejuízo da ação fa- LEI FEDERAL Nº 8.069/90 – DISPÕE SOBRE O ESTATUTO DA
zendária e de outros órgãos públicos nas respectivas áreas de com- CRIANÇA E DO ADOLESCENTE;
petência;
III - exercer as funções de polícia marítima, aeroportuária e de Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente e dá ou-
fronteiras; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de tras providências.
1998)
IV - exercer, com exclusividade, as funções de polícia judiciária O PRESIDENTE DA REPÚBLICA: Faço saber que o Congresso Na-
da União. cional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
§2º A polícia rodoviária federal, órgão permanente, organizado
e mantido pela União e estruturado em carreira, destina-se, na for- TÍTULO I
ma da lei, ao patrulhamento ostensivo das rodovias federais. (Re- DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
dação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
§3º A polícia ferroviária federal, órgão permanente, organizado Art. 1º Esta Lei dispõe sobre a proteção integral à criança e ao
e mantido pela União e estruturado em carreira, destina-se, na for- adolescente.
ma da lei, ao patrulhamento ostensivo das ferrovias federais. (Re- Art. 2º Considera-se criança, para os efeitos desta Lei, a pessoa
dação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) até doze anos de idade incompletos, e adolescente aquela entre
§4º Às polícias civis, dirigidas por delegados de polícia de car- doze e dezoito anos de idade.
reira, incumbem, ressalvada a competência da União, as funções Parágrafo único. Nos casos expressos em lei, aplica-se excep-
de polícia judiciária e a apuração de infrações penais, exceto as mi- cionalmente este Estatuto às pessoas entre dezoito e vinte e um
litares. anos de idade.
§5º Às polícias militares cabem a polícia ostensiva e a preser- Art. 3º A criança e o adolescente gozam de todos os direitos
vação da ordem pública; aos corpos de bombeiros militares, além fundamentais inerentes à pessoa humana, sem prejuízo da prote-
das atribuições definidas em lei, incumbe a execução de atividades ção integral de que trata esta Lei, assegurando-se-lhes, por lei ou
de defesa civil. por outros meios, todas as oportunidades e facilidades, a fim de
§5º-A. Às polícias penais, vinculadas ao órgão administrador do lhes facultar o desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e
sistema penal da unidade federativa a que pertencem, cabe a segu- social, em condições de liberdade e de dignidade.
rança dos estabelecimentos penais. (Redação dada pela Emenda Parágrafo único. Os direitos enunciados nesta Lei aplicam-se a
Constitucional nº 104, de 2019) todas as crianças e adolescentes, sem discriminação de nascimento,
§6º As polícias militares e os corpos de bombeiros militares, situação familiar, idade, sexo, raça, etnia ou cor, religião ou crença,
forças auxiliares e reserva do Exército subordinam-se, juntamente deficiência, condição pessoal de desenvolvimento e aprendizagem,
com as polícias civis e as polícias penais estaduais e distrital, aos condição econômica, ambiente social, região e local de moradia ou
Governadores dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios. outra condição que diferencie as pessoas, as famílias ou a comuni-
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 104, de 2019) dade em que vivem. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
§7º A lei disciplinará a organização e o funcionamento dos ór- Art. 4º É dever da família, da comunidade, da sociedade em
gãos responsáveis pela segurança pública, de maneira a garantir a geral e do poder público assegurar, com absoluta prioridade, a efe-
eficiência de suas atividades. (Vide Lei nº 13.675, de 2018) Vigên- tivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à edu-
cia cação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignida-
§8º Os Municípios poderão constituir guardas municipais des- de, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária.
tinadas à proteção de seus bens, serviços e instalações, conforme Parágrafo único. A garantia de prioridade compreende:
dispuser a lei. (Vide Lei nº 13.022, de 2014) a) primazia de receber proteção e socorro em quaisquer cir-
§9º A remuneração dos servidores policiais integrantes dos ór- cunstâncias;
gãos relacionados neste artigo será fixada na forma do §4º do art. b) precedência de atendimento nos serviços públicos ou de re-
39. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) levância pública;
56
LEGISLAÇÃO
c) preferência na formulação e na execução das políticas sociais §8º A gestante tem direito a acompanhamento saudável duran-
públicas; te toda a gestação e a parto natural cuidadoso, estabelecendo-se a
d) destinação privilegiada de recursos públicos nas áreas rela- aplicação de cesariana e outras intervenções cirúrgicas por motivos
cionadas com a proteção à infância e à juventude. médicos. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
Art. 5º Nenhuma criança ou adolescente será objeto de qual- §9º A atenção primária à saúde fará a busca ativa da gestante
quer forma de negligência, discriminação, exploração, violência, que não iniciar ou que abandonar as consultas de pré-natal, bem
crueldade e opressão, punido na forma da lei qualquer atentado, como da puérpera que não comparecer às consultas pós-parto. (In-
por ação ou omissão, aos seus direitos fundamentais. cluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
Art. 6º Na interpretação desta Lei levar-se-ão em conta os fins §10. Incumbe ao poder público garantir, à gestante e à mulher
sociais a que ela se dirige, as exigências do bem comum, os direitos com filho na primeira infância que se encontrem sob custódia em
e deveres individuais e coletivos, e a condição peculiar da criança e unidade de privação de liberdade, ambiência que atenda às normas
do adolescente como pessoas em desenvolvimento. sanitárias e assistenciais do Sistema Único de Saúde para o acolhi-
mento do filho, em articulação com o sistema de ensino competen-
TÍTULO II te, visando ao desenvolvimento integral da criança. (Incluído pela
DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS Lei nº 13.257, de 2016)
Art. 8º-A. Fica instituída a Semana Nacional de Prevenção da
CAPÍTULO I Gravidez na Adolescência, a ser realizada anualmente na semana
DO DIREITO À VIDA E À SAÚDE que incluir o dia 1º de fevereiro, com o objetivo de disseminar in-
formações sobre medidas preventivas e educativas que contribuam
Art. 7º A criança e o adolescente têm direito a proteção à vida para a redução da incidência da gravidez na adolescência. (Incluído
e à saúde, mediante a efetivação de políticas sociais públicas que pela Lei nº 13.798, de 2019)
permitam o nascimento e o desenvolvimento sadio e harmonioso, Parágrafo único. As ações destinadas a efetivar o disposto no
em condições dignas de existência. caput deste artigo ficarão a cargo do poder público, em conjunto
Art. 8 o É assegurado a todas as mulheres o acesso aos progra- com organizações da sociedade civil, e serão dirigidas prioritaria-
mas e às políticas de saúde da mulher e de planejamento reprodu- mente ao público adolescente. (Incluído pela Lei nº 13.798, de
tivo e, às gestantes, nutrição adequada, atenção humanizada à gra- 2019)
videz, ao parto e ao puerpério e atendimento pré-natal, perinatal e Art. 9º O poder público, as instituições e os empregadores pro-
pós-natal integral no âmbito do Sistema Único de Saúde. (Redação piciarão condições adequadas ao aleitamento materno, inclusive
dada pela Lei nº 13.257, de 2016) aos filhos de mães submetidas a medida privativa de liberdade.
§1º O atendimento pré-natal será realizado por profissionais da §1º Os profissionais das unidades primárias de saúde desenvol-
atenção primária. (Redação dada pela Lei nº 13.257, de 2016) verão ações sistemáticas, individuais ou coletivas, visando ao pla-
§2º Os profissionais de saúde de referência da gestante garan- nejamento, à implementação e à avaliação de ações de promoção,
tirão sua vinculação, no último trimestre da gestação, ao estabele- proteção e apoio ao aleitamento materno e à alimentação comple-
cimento em que será realizado o parto, garantido o direito de opção mentar saudável, de forma contínua. (Incluído pela Lei nº 13.257,
da mulher. (Redação dada pela Lei nº 13.257, de 2016) de 2016)
§3º Os serviços de saúde onde o parto for realizado assegu- §2º Os serviços de unidades de terapia intensiva neonatal de-
rarão às mulheres e aos seus filhos recém-nascidos alta hospitalar verão dispor de banco de leite humano ou unidade de coleta de
responsável e contrarreferência na atenção primária, bem como o leite humano. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
acesso a outros serviços e a grupos de apoio à amamentação. (Re- Art. 10. Os hospitais e demais estabelecimentos de atenção à
dação dada pela Lei nº 13.257, de 2016) saúde de gestantes, públicos e particulares, são obrigados a:
§4º Incumbe ao poder público proporcionar assistência psi- I-manter registro das atividades desenvolvidas, através de
cológica à gestante e à mãe, no período pré e pós-natal, inclusive prontuários individuais, pelo prazo de dezoito anos;
como forma de prevenir ou minorar as consequências do estado II-identificar o recém-nascido mediante o registro de sua im-
puerperal. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência pressão plantar e digital e da impressão digital da mãe, sem preju-
§5º A assistência referida no§4º deste artigo deverá ser pres- ízo de outras formas normatizadas pela autoridade administrativa
tada também a gestantes e mães que manifestem interesse em en- competente;
tregar seus filhos para adoção, bem como a gestantes e mães que III-proceder a exames visando ao diagnóstico e terapêutica de
se encontrem em situação de privação de liberdade. (Redação dada anormalidades no metabolismo do recém-nascido, bem como pres-
pela Lei nº 13.257, de 2016) tar orientação aos pais;
§6º A gestante e a parturiente têm direito a 1 (um) acompa- IV-fornecer declaração de nascimento onde constem neces-
nhante de sua preferência durante o período do pré-natal, do traba- sariamente as intercorrências do parto e do desenvolvimento do
lho de parto e do pós-parto imediato. (Incluído pela Lei nº 13.257, neonato;
de 2016) V-manter alojamento conjunto, possibilitando ao neonato a
§7º A gestante deverá receber orientação sobre aleitamento permanência junto à mãe.
materno, alimentação complementar saudável e crescimento e de- VI-acompanhar a prática do processo de amamentação, pres-
senvolvimento infantil, bem como sobre formas de favorecer a cria- tando orientações quanto à técnica adequada, enquanto a mãe
ção de vínculos afetivos e de estimular o desenvolvimento integral permanecer na unidade hospitalar, utilizando o corpo técnico já
da criança. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016) existente. (Incluído pela Lei nº 13.436, de 2017) (Vigência)
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LEGISLAÇÃO
§1º Os testes para o rastreamento de doenças no recém-nasci- §2º Incumbe ao poder público fornecer gratuitamente, àqueles
do serão disponibilizados pelo Sistema Único de Saúde, no âmbito que necessitarem, medicamentos, órteses, próteses e outras tecno-
do Programa Nacional de Triagem Neonatal (PNTN), na forma da logias assistivas relativas ao tratamento, habilitação ou reabilitação
regulamentação elaborada pelo Ministério da Saúde, com imple- para crianças e adolescentes, de acordo com as linhas de cuidado
mentação de forma escalonada, de acordo com a seguinte ordem voltadas às suas necessidades específicas. (Redação dada pela Lei
de progressão: (Incluído pela Lei nº 14.154, de 2021) Vigência nº 13.257, de 2016)
I – etapa 1: (Incluído pela Lei nº 14.154, de 2021) Vigência §3º Os profissionais que atuam no cuidado diário ou frequente
a) fenilcetonúria e outras hiperfenilalaninemias; (Incluída pela de crianças na primeira infância receberão formação específica e
Lei nº 14.154, de 2021) Vigência permanente para a detecção de sinais de risco para o desenvolvi-
b) hipotireoidismo congênito; (Incluída pela Lei nº 14.154, de mento psíquico, bem como para o acompanhamento que se fizer
2021) Vigência necessário. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
c) doença falciforme e outras hemoglobinopatias; (Incluída Art. 12. Os estabelecimentos de atendimento à saúde, inclu-
pela Lei nº 14.154, de 2021) Vigência sive as unidades neonatais, de terapia intensiva e de cuidados in-
d) fibrose cística; (Incluída pela Lei nº 14.154, de 2021) Vigência termediários, deverão proporcionar condições para a permanência
e) hiperplasia adrenal congênita; (Incluída pela Lei nº 14.154, em tempo integral de um dos pais ou responsável, nos casos de
de 2021) Vigência internação de criança ou adolescente. (Redação dada pela Lei nº
f) deficiência de biotinidase; (Incluída pela Lei nº 14.154, de 13.257, de 2016)
2021) Vigência Art. 13. Os casos de suspeita ou confirmação de castigo físico,
g) toxoplasmose congênita; (Incluída pela Lei nº 14.154, de de tratamento cruel ou degradante e de maus-tratos contra criança
2021) Vigência ou adolescente serão obrigatoriamente comunicados ao Conselho
II – etapa 2: (Incluído pela Lei nº 14.154, de 2021) Vigência Tutelar da respectiva localidade, sem prejuízo de outras providên-
a) galactosemias; (Incluída pela Lei nº 14.154, de 2021) Vigên- cias legais. (Redação dada pela Lei nº 13.010, de 2014)
cia §1º As gestantes ou mães que manifestem interesse em entre-
b) aminoacidopatias; (Incluída pela Lei nº 14.154, de 2021) Vi- gar seus filhos para adoção serão obrigatoriamente encaminhadas,
gência sem constrangimento, à Justiça da Infância e da Juventude. (Incluí-
c) distúrbios do ciclo da ureia; (Incluída pela Lei nº 14.154, de do pela Lei nº 13.257, de 2016)
2021) Vigência §2º Os serviços de saúde em suas diferentes portas de entrada,
d) distúrbios da betaoxidação dos ácidos graxos; (Incluída pela os serviços de assistência social em seu componente especializado,
Lei nº 14.154, de 2021) Vigência o Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas) e
III – etapa 3: doenças lisossômicas; (Incluído pela Lei nº 14.154, os demais órgãos do Sistema de Garantia de Direitos da Criança e
de 2021) Vigência do Adolescente deverão conferir máxima prioridade ao atendimen-
IV – etapa 4: imunodeficiências primárias; (Incluído pela Lei nº to das crianças na faixa etária da primeira infância com suspeita ou
14.154, de 2021) Vigência confirmação de violência de qualquer natureza, formulando projeto
V – etapa 5: atrofia muscular espinhal. (Incluído pela Lei nº terapêutico singular que inclua intervenção em rede e, se necessá-
14.154, de 2021) Vigência rio, acompanhamento domiciliar. (Incluído pela Lei nº 13.257, de
§2º A delimitação de doenças a serem rastreadas pelo teste do 2016)
pezinho, no âmbito do PNTN, será revisada periodicamente, com Art. 14. O Sistema Único de Saúde promoverá programas de
base em evidências científicas, considerados os benefícios do ras- assistência médica e odontológica para a prevenção das enfermida-
treamento, do diagnóstico e do tratamento precoce, priorizando as des que ordinariamente afetam a população infantil, e campanhas
doenças com maior prevalência no País, com protocolo de trata- de educação sanitária para pais, educadores e alunos.
mento aprovado e com tratamento incorporado no Sistema Único §1º É obrigatória a vacinação das crianças nos casos recomen-
de Saúde. (Incluído pela Lei nº 14.154, de 2021) Vigência dados pelas autoridades sanitárias. (Renumerado do parágrafo úni-
§3º O rol de doenças constante do§1º deste artigo poderá ser co pela Lei nº 13.257, de 2016)
expandido pelo poder público com base nos critérios estabelecidos §2º O Sistema Único de Saúde promoverá a atenção à saúde
no§2º deste artigo. (Incluído pela Lei nº 14.154, de 2021) Vigência bucal das crianças e das gestantes, de forma transversal, integral e
§4º Durante os atendimentos de pré-natal e de puerpério ime- intersetorial com as demais linhas de cuidado direcionadas à mu-
diato, os profissionais de saúde devem informar a gestante e os lher e à criança. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
acompanhantes sobre a importância do teste do pezinho e sobre as §3º A atenção odontológica à criança terá função educativa
eventuais diferenças existentes entre as modalidades oferecidas no protetiva e será prestada, inicialmente, antes de o bebê nascer, por
Sistema Único de Saúde e na rede privada de saúde. (Incluído pela meio de aconselhamento pré-natal, e, posteriormente, no sexto e
Lei nº 14.154, de 2021) Vigência no décimo segundo anos de vida, com orientações sobre saúde bu-
Art. 11. É assegurado acesso integral às linhas de cuidado vol- cal. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
tadas à saúde da criança e do adolescente, por intermédio do Siste- §4º A criança com necessidade de cuidados odontológicos es-
ma Único de Saúde, observado o princípio da equidade no acesso a peciais será atendida pelo Sistema Único de Saúde. (Incluído pela
ações e serviços para promoção, proteção e recuperação da saúde. Lei nº 13.257, de 2016)
(Redação dada pela Lei nº 13.257, de 2016) §5º É obrigatória a aplicação a todas as crianças, nos seus pri-
§1º A criança e o adolescente com deficiência serão atendidos, meiros dezoito meses de vida, de protocolo ou outro instrumen-
sem discriminação ou segregação, em suas necessidades gerais de to construído com a finalidade de facilitar a detecção, em consul-
saúde e específicas de habilitação e reabilitação. (Redação dada
pela Lei nº 13.257, de 2016)
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LEGISLAÇÃO
ta pediátrica de acompanhamento da criança, de risco para o seu I-encaminhamento a programa oficial ou comunitário de prote-
desenvolvimento psíquico. (Incluído pela Lei nº 13.438, de 2017) ção à família; (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
(Vigência) II-encaminhamento a tratamento psicológico ou psiquiátrico;
(Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
CAPÍTULO II III-encaminhamento a cursos ou programas de orientação; (In-
DO DIREITO À LIBERDADE, AO RESPEITO E À DIGNIDADE cluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
IV-obrigação de encaminhar a criança a tratamento especializa-
Art. 15. A criança e o adolescente têm direito à liberdade, ao do; (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
respeito e à dignidade como pessoas humanas em processo de de- V-advertência. (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
senvolvimento e como sujeitos de direitos civis, humanos e sociais VI-garantia de tratamento de saúde especializado à vítima. (In-
garantidos na Constituição e nas leis. cluído pela Lei nº 14.344, de 2022) Vigência
Art. 16. O direito à liberdade compreende os seguintes aspec- Parágrafo único. As medidas previstas neste artigo serão apli-
tos: cadas pelo Conselho Tutelar, sem prejuízo de outras providências
I-ir, vir e estar nos logradouros públicos e espaços comunitá- legais. (Incluído pela Lei
rios, ressalvadas as restrições legais; nº 13.010, de 2014)
II-opinião e expressão;
III-crença e culto religioso; CAPÍTULO III
IV-brincar, praticar esportes e divertir-se; DO DIREITO À CONVIVÊNCIA FAMILIAR E COMUNITÁRIA
V-participar da vida familiar e comunitária, sem discriminação;
VI-participar da vida política, na forma da lei; SEÇÃO I
VII-buscar refúgio, auxílio e orientação. DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 17. O direito ao respeito consiste na inviolabilidade da inte-
gridade física, psíquica e moral da criança e do adolescente, abran- Art. 19. É direito da criança e do adolescente ser criado e edu-
gendo a preservação da imagem, da identidade, da autonomia, dos cado no seio de sua família e, excepcionalmente, em família substi-
valores, idéias e crenças, dos espaços e objetos pessoais. tuta, assegurada a convivência familiar e comunitária, em ambiente
Art. 18. É dever de todos velar pela dignidade da criança e do que garanta seu desenvolvimento integral. (Redação dada pela Lei
adolescente, pondo-os a salvo de qualquer tratamento desumano, nº 13.257, de 2016)
violento, aterrorizante, vexatório ou constrangedor. §1º Toda criança ou adolescente que estiver inserido em pro-
Art. 18-A. A criança e o adolescente têm o direito de ser educa- grama de acolhimento familiar ou institucional terá sua situação re-
dos e cuidados sem o uso de castigo físico ou de tratamento cruel avaliada, no máximo, a cada 3 (três) meses, devendo a autoridade
ou degradante, como formas de correção, disciplina, educação ou judiciária competente, com base em relatório elaborado por equipe
qualquer outro pretexto, pelos pais, pelos integrantes da família interprofissional ou multidisciplinar, decidir de forma fundamenta-
ampliada, pelos responsáveis, pelos agentes públicos executores de da pela possibilidade de reintegração familiar ou pela colocação em
medidas socioeducativas ou por qualquer pessoa encarregada de família substituta, em quaisquer das modalidades previstas no art.
cuidar deles, tratá-los, educá-los ou protegê-los. (Incluído pela Lei 28 desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017)
nº 13.010, de 2014) §2º A permanência da criança e do adolescente em programa
Parágrafo único. Para os fins desta Lei, considera-se: (Incluído de acolhimento institucional não se prolongará por mais de 18 (de-
pela Lei nº 13.010, de 2014) zoito meses), salvo comprovada necessidade que atenda ao seu
I-castigo físico: ação de natureza disciplinar ou punitiva aplica- superior interesse, devidamente fundamentada pela autoridade
da com o uso da força física sobre a criança ou o adolescente que judiciária. (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017)
resulte em: (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014) §3º A manutenção ou a reintegração de criança ou adolescente
a) sofrimento físico; ou (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014) à sua família terá preferência em relação a qualquer outra provi-
b) lesão; (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014) dência, caso em que será esta incluída em serviços e programas de
II-tratamento cruel ou degradante: conduta ou forma cruel de proteção, apoio e promoção, nos termos do§1º do art. 23, dos in-
tratamento em relação à criança ou ao adolescente que: (Incluído cisos I e IV do caput do art. 101 e dos incisos I a IV do caput do art.
pela Lei nº 13.010, de 2014) 129 desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 13.257, de 2016)
a) humilhe; ou (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014) §4º Será garantida a convivência da criança e do adolescente
b) ameace gravemente; ou (Incluído pela Lei nº 13.010, de com a mãe ou o pai privado de liberdade, por meio de visitas perió-
2014) dicas promovidas pelo responsável ou, nas hipóteses de acolhimen-
c) ridicularize. (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014) to institucional, pela entidade responsável, independentemente de
Art. 18-B. Os pais, os integrantes da família ampliada, os res- autorização judicial. (Incluído pela Lei nº 12.962, de 2014)
ponsáveis, os agentes públicos executores de medidas socioeduca- §5º Será garantida a convivência integral da criança com a mãe
tivas ou qualquer pessoa encarregada de cuidar de crianças e de adolescente que estiver em acolhimento institucional. (Incluído
adolescentes, tratá-los, educá-los ou protegê-los que utilizarem pela Lei nº 13.509, de 2017)
castigo físico ou tratamento cruel ou degradante como formas de §6º A mãe adolescente será assistida por equipe especializada
correção, disciplina, educação ou qualquer outro pretexto estarão multidisciplinar. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
sujeitos, sem prejuízo de outras sanções cabíveis, às seguintes me- Art. 19-A. A gestante ou mãe que manifeste interesse em en-
didas, que serão aplicadas de acordo com a gravidade do caso: (In- tregar seu filho para adoção, antes ou logo após o nascimento, será
cluído pela Lei nº 13.010, de 2014) encaminhada à Justiça da Infância e da Juventude. (Incluído pela Lei
nº 13.509, de 2017)
59
LEGISLAÇÃO
§1º A gestante ou mãe será ouvida pela equipe interprofissio- §2º Podem ser padrinhos ou madrinhas pessoas maiores de
nal da Justiça da Infância e da Juventude, que apresentará relatório 18 (dezoito) anos não inscritas nos cadastros de adoção, desde que
à autoridade judiciária, considerando inclusive os eventuais efeitos cumpram os requisitos exigidos pelo programa de apadrinhamento
do estado gestacional e puerperal. (Incluído pela Lei nº 13.509, de de que fazem parte. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
2017) §3º Pessoas jurídicas podem apadrinhar criança ou adolescen-
§2º De posse do relatório, a autoridade judiciária poderá de- te a fim de colaborar para o seu desenvolvimento. (Incluído pela Lei
terminar o encaminhamento da gestante ou mãe, mediante sua nº 13.509, de 2017)
expressa concordância, à rede pública de saúde e assistência so- §4º O perfil da criança ou do adolescente a ser apadrinhado
cial para atendimento especializado. (Incluído pela Lei nº 13.509, será definido no âmbito de cada programa de apadrinhamento,
de 2017) com prioridade para crianças ou adolescentes com remota possibi-
§3º A busca à família extensa, conforme definida nos termos do lidade de reinserção familiar ou colocação em família adotiva. (In-
parágrafo único do art. 25 desta Lei, respeitará o prazo máximo de cluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
90 (noventa) dias, prorrogável por igual período. (Incluído pela Lei §5º Os programas ou serviços de apadrinhamento apoiados
nº 13.509, de 2017) pela Justiça da Infância e da Juventude poderão ser executados por
§4º Na hipótese de não haver a indicação do genitor e de não órgãos públicos ou por organizações da sociedade civil. (Incluído
existir outro representante da família extensa apto a receber a guar- pela Lei nº 13.509, de 2017)
da, a autoridade judiciária competente deverá decretar a extinção §6º Se ocorrer violação das regras de apadrinhamento, os res-
do poder familiar e determinar a colocação da criança sob a guarda ponsáveis pelo programa e pelos serviços de acolhimento deverão
provisória de quem estiver habilitado a adotá-la ou de entidade que imediatamente notificar a autoridade judiciária competente. (Inclu-
desenvolva programa de acolhimento familiar ou institucional. (In- ído pela Lei nº 13.509, de 2017)
cluído pela Lei nº 13.509, de 2017) Art. 20. Os filhos, havidos ou não da relação do casamento,
§5º Após o nascimento da criança, a vontade da mãe ou de ou por adoção, terão os mesmos direitos e qualificações, proibidas
ambos os genitores, se houver pai registral ou pai indicado, deve quaisquer designações discriminatórias relativas à filiação.
ser manifestada na audiência a que se refere o§1º do art. 166 desta Art. 21. O pátrio poder poder familiar será exercido, em igual-
Lei, garantido o sigilo sobre a entrega. (Incluído pela Lei nº 13.509, dade de condições, pelo pai e pela mãe, na forma do que dispuser
de 2017) a legislação civil, assegurado a qualquer deles o direito de, em caso
§6º Na hipótese de não comparecerem à audiência nem o ge- de discordância, recorrer à autoridade judiciária competente para a
nitor nem representante da família extensa para confirmar a inten- solução da divergência. (Expressão substituída pela Lei nº 12.010,
ção de exercer o poder familiar ou a guarda, a autoridade judiciária de 2009) Vigência
suspenderá o poder familiar da mãe, e a criança será colocada sob Art. 22. Aos pais incumbe o dever de sustento, guarda e edu-
a guarda provisória de quem esteja habilitado a adotá-la. (Incluído cação dos filhos menores, cabendo-lhes ainda, no interesse destes,
pela Lei nº 13.509, de 2017) a obrigação de cumprir e fazer cumprir as determinações judiciais.
§7º Os detentores da guarda possuem o prazo de 15 (quinze) Parágrafo único. A mãe e o pai, ou os responsáveis, têm direi-
dias para propor a ação de adoção, contado do dia seguinte à data tos iguais e deveres e responsabilidades compartilhados no cuida-
do término do estágio de convivência. (Incluído pela Lei nº 13.509, do e na educação da criança, devendo ser resguardado o direito
de 2017) de transmissão familiar de suas crenças e culturas, assegurados
§8º Na hipótese de desistência pelos genitores-manifestada os direitos da criança estabelecidos nesta Lei. (Incluído pela Lei nº
em audiência ou perante a equipe interprofissional-da entrega da 13.257, de 2016)
criança após o nascimento, a criança será mantida com os genito- Art. 23. A falta ou a carência de recursos materiais não consti-
res, e será determinado pela Justiça da Infância e da Juventude o tui motivo suficiente para a perda ou a suspensão do pátrio poder
acompanhamento familiar pelo prazo de 180 (cento e oitenta) dias. poder familiar . (Expressão substituída pela Lei nº 12.010, de 2009)
(Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017) Vigência
§9º É garantido à mãe o direito ao sigilo sobre o nascimen- §1º Não existindo outro motivo que por si só autorize a decre-
to, respeitado o disposto no art. 48 desta Lei. (Incluído pela Lei nº tação da medida, a criança ou o adolescente será mantido em sua
13.509, de 2017) família de origem, a qual deverá obrigatoriamente ser incluída em
§10. Serão cadastrados para adoção recém-nascidos e crianças serviços e programas oficiais de proteção, apoio e promoção. (Re-
acolhidas não procuradas por suas famílias no prazo de 30 (trinta) dação dada pela Lei nº 13.257, de 2016)
dias, contado a partir do dia do acolhimento. (Incluído pela Lei nº §2º A condenação criminal do pai ou da mãe não implicará a
13.509, de 2017) destituição do poder familiar, exceto na hipótese de condenação
Art. 19-B. A criança e o adolescente em programa de acolhi- por crime doloso sujeito à pena de reclusão contra outrem igual-
mento institucional ou familiar poderão participar de programa de mente titular do mesmo poder familiar ou contra filho, filha ou ou-
apadrinhamento. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017) tro descendente. (Redação dada pela Lei nº 13.715, de 2018)
§1º O apadrinhamento consiste em estabelecer e proporcio- Art. 24. A perda e a suspensão do pátrio poder poder familiar
nar à criança e ao adolescente vínculos externos à instituição para serão decretadas judicialmente, em procedimento contraditório,
fins de convivência familiar e comunitária e colaboração com o seu nos casos previstos na legislação civil, bem como na hipótese de
desenvolvimento nos aspectos social, moral, físico, cognitivo, edu- descumprimento injustificado dos deveres e obrigações a que alu-
cacional e financeiro. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017) de o art. 22. (Expressão substituída pela Lei nº 12.010, de 2009)
Vigência
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LEGISLAÇÃO
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LEGISLAÇÃO
§2º Na hipótese do§1º deste artigo a pessoa ou casal cadastra- Art. 40. O adotando deve contar com, no máximo, dezoito anos
do no programa de acolhimento familiar poderá receber a criança à data do pedido, salvo se já estiver sob a guarda ou tutela dos ado-
ou adolescente mediante guarda, observado o disposto nos arts. 28 tantes.
a 33 desta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência Art. 41. A adoção atribui a condição de filho ao adotado, com
§3º A União apoiará a implementação de serviços de acolhi- os mesmos direitos e deveres, inclusive sucessórios, desligando-o
mento em família acolhedora como política pública, os quais de- de qualquer vínculo com pais e parentes, salvo os impedimentos
verão dispor de equipe que organize o acolhimento temporário de matrimoniais.
crianças e de adolescentes em residências de famílias selecionadas, §1º Se um dos cônjuges ou concubinos adota o filho do outro,
capacitadas e acompanhadas que não estejam no cadastro de ado- mantêm-se os vínculos de filiação entre o adotado e o cônjuge ou
ção. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016) concubino do adotante e os respectivos parentes.
§4º Poderão ser utilizados recursos federais, estaduais, distri- §2º É recíproco o direito sucessório entre o adotado, seus des-
tais e municipais para a manutenção dos serviços de acolhimento cendentes, o adotante, seus ascendentes, descendentes e colate-
em família acolhedora, facultando-se o repasse de recursos para a rais até o 4º grau, observada a ordem de vocação hereditária.
própria família acolhedora. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016) Art. 42. Podem adotar os maiores de 18 (dezoito) anos, inde-
Art. 35. A guarda poderá ser revogada a qualquer tempo, me- pendentemente do estado civil. (Redação dada pela Lei nº 12.010,
diante ato judicial fundamentado, ouvido o Ministério Público. de 2009) Vigência
§1º Não podem adotar os ascendentes e os irmãos do adotan-
SUBSEÇÃO III do.
DA TUTELA §2º Para adoção conjunta, é indispensável que os adotantes
sejam casados civilmente ou mantenham união estável, comprova-
Art. 36. A tutela será deferida, nos termos da lei civil, a pessoa da a estabilidade da família. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de
de até 18 (dezoito) anos incompletos. (Redação dada pela Lei nº 2009) Vigência
12.010, de 2009) Vigência §3º O adotante há de ser, pelo menos, dezesseis anos mais ve-
Parágrafo único. O deferimento da tutela pressupõe a prévia lho do que o adotando.
decretação da perda ou suspensão do pátrio poder poder familiar e §4º Os divorciados, os judicialmente separados e os ex-com-
implica necessariamente o dever de guarda. (Expressão substituída panheiros podem adotar conjuntamente, contanto que acordem
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência sobre a guarda e o regime de visitas e desde que o estágio de con-
Art. 37. O tutor nomeado por testamento ou qualquer docu- vivência tenha sido iniciado na constância do período de convivên-
mento autêntico, conforme previsto no parágrafo único do art. cia e que seja comprovada a existência de vínculos de afinidade e
1.729 da Lei n o 10.406, de 10 de janeiro de 2002-Código Civil , afetividade com aquele não detentor da guarda, que justifiquem a
deverá, no prazo de 30 (trinta) dias após a abertura da sucessão, in- excepcionalidade da concessão. (Redação dada pela Lei nº 12.010,
gressar com pedido destinado ao controle judicial do ato, observan- de 2009) Vigência
do o procedimento previsto nos arts. 165 a 170 desta Lei. (Redação §5º Nos casos do§4º deste artigo, desde que demonstrado
dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência efetivo benefício ao adotando, será assegurada a guarda comparti-
Parágrafo único. Na apreciação do pedido, serão observados lhada, conforme previsto no art. 1.584 da Lei n o 10.406, de 10 de
os requisitos previstos nos arts. 28 e 29 desta Lei, somente sendo janeiro de 2002-Código Civil . (Redação dada pela Lei nº 12.010, de
deferida a tutela à pessoa indicada na disposição de última vonta- 2009) Vigência
de, se restar comprovado que a medida é vantajosa ao tutelando e §6º A adoção poderá ser deferida ao adotante que, após ine-
que não existe outra pessoa em melhores condições de assumi-la. quívoca manifestação de vontade, vier a falecer no curso do pro-
(Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência cedimento, antes de prolatada a sentença. (Incluído pela Lei nº
Art. 38. Aplica-se à destituição da tutela o disposto no art. 24. 12.010, de 2009) Vigência
Art. 43. A adoção será deferida quando apresentar reais vanta-
SUBSEÇÃO IV gens para o adotando e fundar-se em motivos legítimos.
DA ADOÇÃO Art. 44. Enquanto não der conta de sua administração e saldar
o seu alcance, não pode o tutor ou o curador adotar o pupilo ou o
Art. 39. A adoção de criança e de adolescente reger-se-á segun- curatelado.
do o disposto nesta Lei. Art. 45. A adoção depende do consentimento dos pais ou do
§1º A adoção é medida excepcional e irrevogável, à qual se representante legal do adotando.
deve recorrer apenas quando esgotados os recursos de manuten- §1º. O consentimento será dispensado em relação à criança ou
ção da criança ou adolescente na família natural ou extensa, na adolescente cujos pais sejam desconhecidos ou tenham sido desti-
forma do parágrafo único do art. 25 desta Lei. (Incluído pela Lei nº tuídos do pátrio poder poder familiar . (Expressão substituída pela
12.010, de 2009) Vigência Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
§2º É vedada a adoção por procuração. (Incluído pela Lei nº §2º. Em se tratando de adotando maior de doze anos de idade,
12.010, de 2009) Vigência será também necessário o seu consentimento.
§3º Em caso de conflito entre direitos e interesses do adotando Art. 46. A adoção será precedida de estágio de convivência com
e de outras pessoas, inclusive seus pais biológicos, devem preva- a criança ou adolescente, pelo prazo máximo de 90 (noventa) dias,
lecer os direitos e os interesses do adotando. (Incluído pela Lei nº observadas a idade da criança ou adolescente e as peculiaridades
13.509, de 2017) do caso. (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017)
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LEGISLAÇÃO
§1º O estágio de convivência poderá ser dispensado se o ado- §8º O processo relativo à adoção assim como outros a ele rela-
tando já estiver sob a tutela ou guarda legal do adotante durante cionados serão mantidos em arquivo, admitindo-se seu armazena-
tempo suficiente para que seja possível avaliar a conveniência da mento em microfilme ou por outros meios, garantida a sua conser-
constituição do vínculo. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) vação para consulta a qualquer tempo. (Incluído pela Lei nº 12.010,
Vigência de 2009) Vigência
§2º A simples guarda de fato não autoriza, por si só, a dispensa §9º Terão prioridade de tramitação os processos de adoção em
da realização do estágio de convivência. (Redação dada pela Lei nº que o adotando for criança ou adolescente com deficiência ou com
12.010, de 2009) Vigência doença crônica. (Incluído pela Lei nº 12.955, de 2014)
§2º -A. O prazo máximo estabelecido no caput deste artigo §10. O prazo máximo para conclusão da ação de adoção será
pode ser prorrogado por até igual período, mediante decisão fun- de 120 (cento e vinte) dias, prorrogável uma única vez por igual
damentada da autoridade judiciária. (Incluído pela Lei nº 13.509, período, mediante decisão fundamentada da autoridade judiciária.
de 2017) (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
§3º Em caso de adoção por pessoa ou casal residente ou domi- Art. 48. O adotado tem direito de conhecer sua origem bioló-
ciliado fora do País, o estágio de convivência será de, no mínimo, 30 gica, bem como de obter acesso irrestrito ao processo no qual a
(trinta) dias e, no máximo, 45 (quarenta e cinco) dias, prorrogável medida foi aplicada e seus eventuais incidentes, após completar 18
por até igual período, uma única vez, mediante decisão fundamen- (dezoito) anos. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
tada da autoridade judiciária. (Redação dada pela Lei nº 13.509, de Parágrafo único. O acesso ao processo de adoção poderá ser
2017) também deferido ao adotado menor de 18 (dezoito) anos, a seu
§3º -A. Ao final do prazo previsto no§3º deste artigo, deverá ser pedido, assegurada orientação e assistência jurídica e psicológica.
apresentado laudo fundamentado pela equipe mencionada no§4º (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
deste artigo, que recomendará ou não o deferimento da adoção à Art. 49. A morte dos adotantes não restabelece o pátrio poder
autoridade judiciária. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017) poder familiar dos pais naturais. (Expressão substituída pela Lei nº
§4º O estágio de convivência será acompanhado pela equipe 12.010, de 2009) Vigência
interprofissional a serviço da Justiça da Infância e da Juventude, Art. 50. A autoridade judiciária manterá, em cada comarca ou
preferencialmente com apoio dos técnicos responsáveis pela exe- foro regional, um registro de crianças e adolescentes em condições
cução da política de garantia do direito à convivência familiar, que de serem adotados e outro de pessoas interessadas na adoção.
apresentarão relatório minucioso acerca da conveniência do defe- (Vide Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
rimento da medida. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência §1º O deferimento da inscrição dar-se-á após prévia consulta
§5º O estágio de convivência será cumprido no território na- aos órgãos técnicos do juizado, ouvido o Ministério Público.
cional, preferencialmente na comarca de residência da criança ou §2º Não será deferida a inscrição se o interessado não satisfizer
adolescente, ou, a critério do juiz, em cidade limítrofe, respeitada, os requisitos legais, ou verificada qualquer das hipóteses previstas
em qualquer hipótese, a competência do juízo da comarca de resi- no art. 29.
dência da criança. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017) §3º A inscrição de postulantes à adoção será precedida de um
Art. 47. O vínculo da adoção constitui-se por sentença judicial, período de preparação psicossocial e jurídica, orientado pela equi-
que será inscrita no registro civil mediante mandado do qual não se pe técnica da Justiça da Infância e da Juventude, preferencialmente
fornecerá certidão. com apoio dos técnicos responsáveis pela execução da política mu-
§1º A inscrição consignará o nome dos adotantes como pais, nicipal de garantia do direito à convivência familiar. (Incluído pela
bem como o nome de seus ascendentes. Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
§2º O mandado judicial, que será arquivado, cancelará o regis- §4º Sempre que possível e recomendável, a preparação refe-
tro original do adotado. rida no§3º deste artigo incluirá o contato com crianças e adoles-
§3º A pedido do adotante, o novo registro poderá ser lavrado centes em acolhimento familiar ou institucional em condições de
no Cartório do Registro Civil do Município de sua residência. (Reda- serem adotados, a ser realizado sob a orientação, supervisão e ava-
ção dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência liação da equipe técnica da Justiça da Infância e da Juventude, com
§4º Nenhuma observação sobre a origem do ato poderá cons- apoio dos técnicos responsáveis pelo programa de acolhimento e
tar nas certidões do registro. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de pela execução da política municipal de garantia do direito à convi-
2009) Vigência vência familiar. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
§5º A sentença conferirá ao adotado o nome do adotante e, §5º Serão criados e implementados cadastros estaduais e na-
a pedido de qualquer deles, poderá determinar a modificação do cional de crianças e adolescentes em condições de serem adotados
prenome. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência e de pessoas ou casais habilitados à adoção. (Incluído pela Lei nº
§6º Caso a modificação de prenome seja requerida pelo ado- 12.010, de 2009) Vigência
tante, é obrigatória a oitiva do adotando, observado o disposto §6º Haverá cadastros distintos para pessoas ou casais residen-
nos§§1º e 2 o do art. 28 desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 12.010, tes fora do País, que somente serão consultados na inexistência
de 2009) Vigência de postulantes nacionais habilitados nos cadastros mencionados
§7º A adoção produz seus efeitos a partir do trânsito em julga- no§5º deste artigo. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
do da sentença constitutiva, exceto na hipótese prevista no§6º do §7º As autoridades estaduais e federais em matéria de adoção
art. 42 desta Lei, caso em que terá força retroativa à data do óbito. terão acesso integral aos cadastros, incumbindo-lhes a troca de in-
(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência formações e a cooperação mútua, para melhoria do sistema. (Inclu-
ído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
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LEGISLAÇÃO
§8º A autoridade judiciária providenciará, no prazo de 48 (qua- II-que foram esgotadas todas as possibilidades de colocação da
renta e oito) horas, a inscrição das crianças e adolescentes em con- criança ou adolescente em família adotiva brasileira, com a com-
dições de serem adotados que não tiveram colocação familiar na provação, certificada nos autos, da inexistência de adotantes habi-
comarca de origem, e das pessoas ou casais que tiveram deferida litados residentes no Brasil com perfil compatível com a criança ou
sua habilitação à adoção nos cadastros estadual e nacional refe- adolescente, após consulta aos cadastros mencionados nesta Lei;
ridos no§5º deste artigo, sob pena de responsabilidade. (Incluído (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017)
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência III-que, em se tratando de adoção de adolescente, este foi con-
§9º Compete à Autoridade Central Estadual zelar pela manu- sultado, por meios adequados ao seu estágio de desenvolvimento,
tenção e correta alimentação dos cadastros, com posterior comuni- e que se encontra preparado para a medida, mediante parecer ela-
cação à Autoridade Central Federal Brasileira. (Incluído pela Lei nº borado por equipe interprofissional, observado o disposto nos§§1º
12.010, de 2009) Vigência e 2 o do art. 28 desta Lei. (Incluída pela Lei nº 12.010, de 2009)
§10. Consultados os cadastros e verificada a ausência de pre- Vigência
tendentes habilitados residentes no País com perfil compatível e §2º Os brasileiros residentes no exterior terão preferência aos
interesse manifesto pela adoção de criança ou adolescente inscri- estrangeiros, nos casos de adoção internacional de criança ou ado-
to nos cadastros existentes, será realizado o encaminhamento da lescente brasileiro. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vi-
criança ou adolescente à adoção internacional. (Redação dada pela gência
Lei nº 13.509, de 2017) §3º A adoção internacional pressupõe a intervenção das Auto-
§11. Enquanto não localizada pessoa ou casal interessado em ridades Centrais Estaduais e Federal em matéria de adoção interna-
sua adoção, a criança ou o adolescente, sempre que possível e re- cional. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
comendável, será colocado sob guarda de família cadastrada em §4º (Revogado pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
programa de acolhimento familiar. (Incluído pela Lei nº 12.010, de Art. 52. A adoção internacional observará o procedimento pre-
2009) Vigência visto nos arts. 165 a 170 desta Lei, com as seguintes adaptações:
§12. A alimentação do cadastro e a convocação criteriosa dos (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
postulantes à adoção serão fiscalizadas pelo Ministério Público. (In- I-a pessoa ou casal estrangeiro, interessado em adotar criança
cluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência ou adolescente brasileiro, deverá formular pedido de habilitação à
§13. Somente poderá ser deferida adoção em favor de candi- adoção perante a Autoridade Central em matéria de adoção inter-
dato domiciliado no Brasil não cadastrado previamente nos termos nacional no país de acolhida, assim entendido aquele onde está si-
desta Lei quando: (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência tuada sua residência habitual; (Incluída pela Lei nº 12.010, de 2009)
I-se tratar de pedido de adoção unilateral; (Incluído pela Lei nº Vigência
12.010, de 2009) Vigência II-se a Autoridade Central do país de acolhida considerar que
II-for formulada por parente com o qual a criança ou adoles- os solicitantes estão habilitados e aptos para adotar, emitirá um re-
cente mantenha vínculos de afinidade e afetividade; (Incluído pela latório que contenha informações sobre a identidade, a capacidade
Lei nº 12.010, de 2009) Vigência jurídica e adequação dos solicitantes para adotar, sua situação pes-
III-oriundo o pedido de quem detém a tutela ou guarda legal soal, familiar e médica, seu meio social, os motivos que os animam
de criança maior de 3 (três) anos ou adolescente, desde que o lapso e sua aptidão para assumir uma adoção internacional; (Incluída
de tempo de convivência comprove a fixação de laços de afinidade pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
e afetividade, e não seja constatada a ocorrência de má-fé ou qual- III-a Autoridade Central do país de acolhida enviará o relatório
quer das situações previstas nos arts. 237º u 238 desta Lei. (Incluído à Autoridade Central Estadual, com cópia para a Autoridade Central
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência Federal Brasileira; (Incluída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
§14. Nas hipóteses previstas no§13 deste artigo, o candidato IV-o relatório será instruído com toda a documentação neces-
deverá comprovar, no curso do procedimento, que preenche os re- sária, incluindo estudo psicossocial elaborado por equipe interpro-
quisitos necessários à adoção, conforme previsto nesta Lei. (Incluí- fissional habilitada e cópia autenticada da legislação pertinente,
do pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência acompanhada da respectiva prova de vigência; (Incluída pela Lei nº
§15. Será assegurada prioridade no cadastro a pessoas inte- 12.010, de 2009) Vigência
ressadas em adotar criança ou adolescente com deficiência, com V-os documentos em língua estrangeira serão devidamente
doença crônica ou com necessidades específicas de saúde, além de autenticados pela autoridade consular, observados os tratados e
grupo de irmãos. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017) convenções internacionais, e acompanhados da respectiva tradu-
Art. 51. Considera-se adoção internacional aquela na qual o ção, por tradutor público juramentado; (Incluída pela Lei nº 12.010,
pretendente possui residência habitual em país-parte da Conven- de 2009) Vigência
ção de Haia, de 29 de maio de 1993, Relativa à Proteção das Crian- VI-a Autoridade Central Estadual poderá fazer exigências e so-
ças e à Cooperação em Matéria de Adoção Internacional, promul- licitar complementação sobre o estudo psicossocial do postulante
gada pelo Decreto n o 3.087, de 21 junho de 1999 , e deseja adotar estrangeiro à adoção, já realizado no país de acolhida; (Incluída pela
criança em outro país-parte da Convenção. (Redação dada pela Lei Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
nº 13.509, de 2017) VII-verificada, após estudo realizado pela Autoridade Central
§1º A adoção internacional de criança ou adolescente brasilei- Estadual, a compatibilidade da legislação estrangeira com a nacio-
ro ou domiciliado no Brasil somente terá lugar quando restar com- nal, além do preenchimento por parte dos postulantes à medida
provado: (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência dos requisitos objetivos e subjetivos necessários ao seu deferimen-
I-que a colocação em família adotiva é a solução adequada ao to, tanto à luz do que dispõe esta Lei como da legislação do país de
caso concreto; (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017)
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LEGISLAÇÃO
acolhida, será expedido laudo de habilitação à adoção internacio- V-enviar relatório pós-adotivo semestral para a Autoridade
nal, que terá validade por, no máximo, 1 (um) ano; (Incluída pela Lei Central Estadual, com cópia para a Autoridade Central Federal Bra-
nº 12.010, de 2009) Vigência sileira, pelo período mínimo de 2 (dois) anos. O envio do relatório
VIII-de posse do laudo de habilitação, o interessado será auto- será mantido até a juntada de cópia autenticada do registro civil,
rizado a formalizar pedido de adoção perante o Juízo da Infância e estabelecendo a cidadania do país de acolhida para o adotado; (In-
da Juventude do local em que se encontra a criança ou adolescente, cluída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
conforme indicação efetuada pela Autoridade Central Estadual. (In- VI-tomar as medidas necessárias para garantir que os adotan-
cluída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência tes encaminhem à Autoridade Central Federal Brasileira cópia da
§1º Se a legislação do país de acolhida assim o autorizar, admi- certidão de registro de nascimento estrangeira e do certificado de
te-se que os pedidos de habilitação à adoção internacional sejam nacionalidade tão logo lhes sejam concedidos. (Incluída pela Lei nº
intermediados por organismos credenciados. (Incluída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
12.010, de 2009) Vigência §5º A não apresentação dos relatórios referidos no§4º deste
§2º Incumbe à Autoridade Central Federal Brasileira o creden- artigo pelo organismo credenciado poderá acarretar a suspensão
ciamento de organismos nacionais e estrangeiros encarregados de de seu credenciamento. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vi-
intermediar pedidos de habilitação à adoção internacional, com gência
posterior comunicação às Autoridades Centrais Estaduais e publica- §6º O credenciamento de organismo nacional ou estrangeiro
ção nos órgãos oficiais de imprensa e em sítio próprio da internet. encarregado de intermediar pedidos de adoção internacional terá
(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência validade de 2 (dois) anos. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vi-
§3º Somente será admissível o credenciamento de organismos gência
que: (Incluída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência §7º A renovação do credenciamento poderá ser concedida
I-sejam oriundos de países que ratificaram a Convenção de mediante requerimento protocolado na Autoridade Central Federal
Haia e estejam devidamente credenciados pela Autoridade Central Brasileira nos 60 (sessenta) dias anteriores ao término do respecti-
do país onde estiverem sediados e no país de acolhida do adotando vo prazo de validade. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
para atuar em adoção internacional no Brasil; (Incluída pela Lei nº §8º Antes de transitada em julgado a decisão que concedeu a
12.010, de 2009) Vigência adoção internacional, não será permitida a saída do adotando do
II-satisfizerem as condições de integridade moral, competência território nacional. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
profissional, experiência e responsabilidade exigidas pelos países §9º Transitada em julgado a decisão, a autoridade judiciária de-
respectivos e pela Autoridade Central Federal Brasileira; (Incluída terminará a expedição de alvará com autorização de viagem, bem
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência como para obtenção de passaporte, constando, obrigatoriamente,
III-forem qualificados por seus padrões éticos e sua formação as características da criança ou adolescente adotado, como idade,
e experiência para atuar na área de adoção internacional; (Incluída cor, sexo, eventuais sinais ou traços peculiares, assim como foto
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência recente e a aposição da impressão digital do seu polegar direito,
IV-cumprirem os requisitos exigidos pelo ordenamento jurídi- instruindo o documento com cópia autenticada da decisão e certi-
co brasileiro e pelas normas estabelecidas pela Autoridade Central dão de trânsito em julgado. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)
Federal Brasileira. (Incluída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência Vigência
§4º Os organismos credenciados deverão ainda: (Incluído pela §10. A Autoridade Central Federal Brasileira poderá, a qualquer
Lei nº 12.010, de 2009) Vigência momento, solicitar informações sobre a situação das crianças e ado-
I-perseguir unicamente fins não lucrativos, nas condições e lescentes adotados (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
dentro dos limites fixados pelas autoridades competentes do país §11. A cobrança de valores por parte dos organismos creden-
onde estiverem sediados, do país de acolhida e pela Autoridade ciados, que sejam considerados abusivos pela Autoridade Central
Central Federal Brasileira; (Incluída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vi- Federal Brasileira e que não estejam devidamente comprovados, é
gência causa de seu descredenciamento. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
II-ser dirigidos e administrados por pessoas qualificadas e de 2009) Vigência
reconhecida idoneidade moral, com comprovada formação ou ex- §12. Uma mesma pessoa ou seu cônjuge não podem ser re-
periência para atuar na área de adoção internacional, cadastradas presentados por mais de uma entidade credenciada para atuar na
pelo Departamento de Polícia Federal e aprovadas pela Autorida- cooperação em adoção internacional. (Incluído pela Lei nº 12.010,
de Central Federal Brasileira, mediante publicação de portaria do de 2009) Vigência
órgão federal competente; (Incluída pela Lei nº 12.010, de 2009) §13. A habilitação de postulante estrangeiro ou domiciliado
Vigência fora do Brasil terá validade máxima de 1 (um) ano, podendo ser
III-estar submetidos à supervisão das autoridades competentes renovada. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
do país onde estiverem sediados e no país de acolhida, inclusive §14. É vedado o contato direto de representantes de organis-
quanto à sua composição, funcionamento e situação financeira; (In- mos de adoção, nacionais ou estrangeiros, com dirigentes de pro-
cluída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência gramas de acolhimento institucional ou familiar, assim como com
IV-apresentar à Autoridade Central Federal Brasileira, a cada crianças e adolescentes em condições de serem adotados, sem a
ano, relatório geral das atividades desenvolvidas, bem como relató- devida autorização judicial. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)
rio de acompanhamento das adoções internacionais efetuadas no Vigência
período, cuja cópia será encaminhada ao Departamento de Polícia §15. A Autoridade Central Federal Brasileira poderá limitar ou
Federal; (Incluída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência suspender a concessão de novos credenciamentos sempre que jul-
gar necessário, mediante ato administrativo fundamentado. (Inclu-
ído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
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LEGISLAÇÃO
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LEGISLAÇÃO
Art. 57. O poder público estimulará pesquisas, experiências e I-respeito à condição peculiar de pessoa em desenvolvimento;
novas propostas relativas a calendário, seriação, currículo, metodo- II-capacitação profissional adequada ao mercado de trabalho.
logia, didática e avaliação, com vistas à inserção de crianças e ado-
lescentes excluídos do ensino fundamental obrigatório. TÍTULO III
Art. 58. No processo educacional respeitar-se-ão os valores cul- DA PREVENÇÃO
turais, artísticos e históricos próprios do contexto social da criança
e do adolescente, garantindo-se a estes a liberdade da criação e o CAPÍTULO I
acesso às fontes de cultura. DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 59. Os municípios, com apoio dos estados e da União, es-
timularão e facilitarão a destinação de recursos e espaços para pro- Art. 70. É dever de todos prevenir a ocorrência de ameaça ou
gramações culturais, esportivas e de lazer voltadas para a infância violação dos direitos da criança e do adolescente.
e a juventude. Art. 70-A. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municí-
pios deverão atuar de forma articulada na elaboração de políticas
CAPÍTULO V públicas e na execução de ações destinadas a coibir o uso de castigo
DO DIREITO À PROFISSIONALIZAÇÃO E À PROTEÇÃO NO físico ou de tratamento cruel ou degradante e difundir formas não
TRABALHO violentas de educação de crianças e de adolescentes, tendo como
principais ações: (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
Art. 60. É proibido qualquer trabalho a menores de quatorze I-a promoção de campanhas educativas permanentes para a di-
anos de idade, salvo na condição de aprendiz. (Vide Constituição vulgação do direito da criança e do adolescente de serem educados
Federal) e cuidados sem o uso de castigo físico ou de tratamento cruel ou
Art. 61. A proteção ao trabalho dos adolescentes é regulada degradante e dos instrumentos de proteção aos direitos humanos;
por legislação especial, sem prejuízo do disposto nesta Lei. (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
Art. 62. Considera-se aprendizagem a formação técnico-pro- II-a integração com os órgãos do Poder Judiciário, do Ministério
fissional ministrada segundo as diretrizes e bases da legislação de Público e da Defensoria Pública, com o Conselho Tutelar, com os
educação em vigor. Conselhos de Direitos da Criança e do Adolescente e com as en-
Art. 63. A formação técnico-profissional obedecerá aos seguin- tidades não governamentais que atuam na promoção, proteção e
tes princípios: defesa dos direitos da criança e do adolescente; (Incluído pela Lei
I-garantia de acesso e freqüência obrigatória ao ensino regular; nº 13.010, de 2014)
II-atividade compatível com o desenvolvimento do adolescen- III-a formação continuada e a capacitação dos profissionais de
te; saúde, educação e assistência social e dos demais agentes que atu-
III-horário especial para o exercício das atividades. am na promoção, proteção e defesa dos direitos da criança e do
Art. 64. Ao adolescente até quatorze anos de idade é assegura- adolescente para o desenvolvimento das competências necessárias
da bolsa de aprendizagem. à prevenção, à identificação de evidências, ao diagnóstico e ao en-
Art. 65. Ao adolescente aprendiz, maior de quatorze anos, são frentamento de todas as formas de violência contra a criança e o
assegurados os direitos trabalhistas e previdenciários. adolescente; (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
Art. 66. Ao adolescente portador de deficiência é assegurado IV-o apoio e o incentivo às práticas de resolução pacífica de
trabalho protegido. conflitos que envolvam violência contra a criança e o adolescente;
Art. 67. Ao adolescente empregado, aprendiz, em regime fa- (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
miliar de trabalho, aluno de escola técnica, assistido em entidade V-a inclusão, nas políticas públicas, de ações que visem a garan-
governamental ou não-governamental, é vedado trabalho: tir os direitos da criança e do adolescente, desde a atenção pré-na-
I-noturno, realizado entre as vinte e duas horas de um dia e as tal, e de atividades junto aos pais e responsáveis com o objetivo de
cinco horas do dia seguinte; promover a informação, a reflexão, o debate e a orientação sobre
II-perigoso, insalubre ou penoso; alternativas ao uso de castigo físico ou de tratamento cruel ou de-
III-realizado em locais prejudiciais à sua formação e ao seu de- gradante no processo educativo; (Incluído pela Lei nº 13.010, de
senvolvimento físico, psíquico, moral e social; 2014)
IV-realizado em horários e locais que não permitam a freqüên- VI-a promoção de espaços intersetoriais locais para a articula-
cia à escola. ção de ações e a elaboração de planos de atuação conjunta focados
Art. 68. O programa social que tenha por base o trabalho edu- nas famílias em situação de violência, com participação de profis-
cativo, sob responsabilidade de entidade governamental ou não- sionais de saúde, de assistência social e de educação e de órgãos de
-governamental sem fins lucrativos, deverá assegurar ao adolescen- promoção, proteção e defesa dos direitos da criança e do adoles-
te que dele participe condições de capacitação para o exercício de cente. (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
atividade regular remunerada. VII-a promoção de estudos e pesquisas, de estatísticas e de ou-
§1º Entende-se por trabalho educativo a atividade laboral em tras informações relevantes às consequências e à frequência das
que as exigências pedagógicas relativas ao desenvolvimento pes- formas de violência contra a criança e o adolescente para a sistema-
soal e social do educando prevalecem sobre o aspecto produtivo. tização de dados nacionalmente unificados e a avaliação periódica
§2º A remuneração que o adolescente recebe pelo trabalho dos resultados das medidas adotadas; (Incluído pela Lei nº 14.344,
efetuado ou a participação na venda dos produtos de seu trabalho de 2022) Vigência
não desfigura o caráter educativo.
Art. 69. O adolescente tem direito à profissionalização e à pro-
teção no trabalho, observados os seguintes aspectos, entre outros:
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LEGISLAÇÃO
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LEGISLAÇÃO
IV-fogos de estampido e de artifício, exceto aqueles que pelo IV-serviço de identificação e localização de pais, responsável,
seu reduzido potencial sejam incapazes de provocar qualquer dano crianças e adolescentes desaparecidos;
físico em caso de utilização indevida; V-proteção jurídico-social por entidades de defesa dos direitos
V-revistas e publicações a que alude o art. 78; da criança e do adolescente.
VI-bilhetes lotéricos e equivalentes. VI-políticas e programas destinados a prevenir ou abreviar o
Art. 82. É proibida a hospedagem de criança ou adolescente período de afastamento do convívio familiar e a garantir o efetivo
em hotel, motel, pensão ou estabelecimento congênere, salvo se exercício do direito à convivência familiar de crianças e adolescen-
autorizado ou acompanhado pelos pais ou responsável. tes; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
VII-campanhas de estímulo ao acolhimento sob forma de
SEÇÃO III guarda de crianças e adolescentes afastados do convívio familiar e
DA AUTORIZAÇÃO PARA VIAJAR à adoção, especificamente inter-racial, de crianças maiores ou de
adolescentes, com necessidades específicas de saúde ou com de-
Art. 83. Nenhuma criança ou adolescente menor de 16 (dezes- ficiências e de grupos de irmãos. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
seis) anos poderá viajar para fora da comarca onde reside desacom- 2009) Vigência
panhado dos pais ou dos responsáveis sem expressa autorização Parágrafo único. A linha de ação da política de atendimento a
judicial. (Redação dada pela Lei nº 13.812, de 2019) que se refere o inciso IV do caput deste artigo será executada em
§1º A autorização não será exigida quando: cooperação com o Cadastro Nacional de Pessoas Desaparecidas,
a) tratar-se de comarca contígua à da residência da criança ou criado pela Lei nº 13.812, de 16 de março de 2019, com o Cadastro
do adolescente menor de 16 (dezesseis) anos, se na mesma unida- Nacional de Crianças e Adolescentes Desaparecidos, criado pela Lei
de da Federação, ou incluída na mesma região metropolitana; (Re- nº 12.127, de 17 de dezembro de 2009, e com os demais cadastros,
dação dada pela Lei nº 13.812, de 2019) sejam eles nacionais, estaduais ou municipais. (Incluído pela Lei nº
b) a criança ou o adolescente menor de 16 (dezesseis) anos 14.548, de 2023)
estiver acompanhado: (Redação dada pela Lei nº 13.812, de 2019) Art. 88. São diretrizes da política de atendimento:
1) de ascendente ou colateral maior, até o terceiro grau, com- I-municipalização do atendimento;
provado documentalmente o parentesco; II-criação de conselhos municipais, estaduais e nacional dos
2) de pessoa maior, expressamente autorizada pelo pai, mãe direitos da criança e do adolescente, órgãos deliberativos e contro-
ou responsável. ladores das ações em todos os níveis, assegurada a participação po-
§2º A autoridade judiciária poderá, a pedido dos pais ou res- pular paritária por meio de organizações representativas, segundo
ponsável, conceder autorização válida por dois anos. leis federal, estaduais e municipais;
Art. 84. Quando se tratar de viagem ao exterior, a autorização é III-criação e manutenção de programas específicos, observada
dispensável, se a criança ou adolescente: a descentralização político-administrativa;
I-estiver acompanhado de ambos os pais ou responsável; IV-manutenção de fundos nacional, estaduais e municipais
II-viajar na companhia de um dos pais, autorizado expressa- vinculados aos respectivos conselhos dos direitos da criança e do
mente pelo outro através de documento com firma reconhecida. adolescente;
Art. 85. Sem prévia e expressa autorização judicial, nenhuma V-integração operacional de órgãos do Judiciário, Ministério
criança ou adolescente nascido em território nacional poderá sair Público, Defensoria, Segurança Pública e Assistência Social, pre-
do País em companhia de estrangeiro residente ou domiciliado no ferencialmente em um mesmo local, para efeito de agilização do
exterior. atendimento inicial a adolescente a quem se atribua autoria de ato
infracional;
PARTE ESPECIAL VI-integração operacional de órgãos do Judiciário, Ministério
Público, Defensoria, Conselho Tutelar e encarregados da execução
TÍTULO I das políticas sociais básicas e de assistência social, para efeito de
DA POLÍTICA DE ATENDIMENTO agilização do atendimento de crianças e de adolescentes inseridos
em programas de acolhimento familiar ou institucional, com vista
CAPÍTULO I na sua rápida reintegração à família de origem ou, se tal solução se
DISPOSIÇÕES GERAIS mostrar comprovadamente inviável, sua colocação em família subs-
tituta, em quaisquer das modalidades previstas no art. 28 desta Lei;
Art. 86. A política de atendimento dos direitos da criança e do (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
adolescente far-se-á através de um conjunto articulado de ações VII-mobilização da opinião pública para a indispensável parti-
governamentais e não-governamentais, da União, dos estados, do cipação dos diversos segmentos da sociedade. (Incluído pela Lei nº
Distrito Federal e dos municípios. 12.010, de 2009) Vigência
Art. 87. São linhas de ação da política de atendimento: VIII-especialização e formação continuada dos profissionais
I-políticas sociais básicas; que trabalham nas diferentes áreas da atenção à primeira infância,
II-serviços, programas, projetos e benefícios de assistência so- incluindo os conhecimentos sobre direitos da criança e sobre de-
cial de garantia de proteção social e de prevenção e redução de vio- senvolvimento infantil; (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
lações de direitos, seus agravamentos ou reincidências; (Redação IX-formação profissional com abrangência dos diversos direitos
dada pela Lei nº 13.257, de 2016) da criança e do adolescente que favoreça a intersetorialidade no
III-serviços especiais de prevenção e atendimento médico e atendimento da criança e do adolescente e seu desenvolvimento
psicossocial às vítimas de negligência, maus-tratos, exploração, integral; (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
abuso, crueldade e opressão;
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X-realização e divulgação de pesquisas sobre desenvolvimento III-em se tratando de programas de acolhimento institucional
infantil e sobre prevenção da violência. (Incluído pela Lei nº 13.257, ou familiar, serão considerados os índices de sucesso na reintegra-
de 2016) ção familiar ou de adaptação à família substituta, conforme o caso.
Art. 89. A função de membro do conselho nacional e dos conse- (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
lhos estaduais e municipais dos direitos da criança e do adolescente Art. 91. As entidades não-governamentais somente poderão
é considerada de interesse público relevante e não será remunera- funcionar depois de registradas no Conselho Municipal dos Direi-
da. tos da Criança e do Adolescente, o qual comunicará o registro ao
Conselho Tutelar e à autoridade judiciária da respectiva localidade.
CAPÍTULO II §1º Será negado o registro à entidade que: (Incluído pela Lei nº
DAS ENTIDADES DE ATENDIMENTO 12.010, de 2009) Vigência
a) não ofereça instalações físicas em condições adequadas de
SEÇÃO I habitabilidade, higiene, salubridade e segurança;
DISPOSIÇÕES GERAIS b) não apresente plano de trabalho compatível com os princí-
pios desta Lei;
Art. 90. As entidades de atendimento são responsáveis pela c) esteja irregularmente constituída;
manutenção das próprias unidades, assim como pelo planejamento d) tenha em seus quadros pessoas inidôneas.
e execução de programas de proteção e sócio-educativos destina- e) não se adequar ou deixar de cumprir as resoluções e delibe-
dos a crianças e adolescentes, em regime de: (Vide) rações relativas à modalidade de atendimento prestado expedidas
I-orientação e apoio sócio-familiar; pelos Conselhos de Direitos da Criança e do Adolescente, em todos
II-apoio sócio-educativo em meio aberto; os níveis. (Incluída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
III-colocação familiar; §2º O registro terá validade máxima de 4 (quatro) anos, caben-
IV-acolhimento institucional; (Redação dada pela Lei nº 12.010, do ao Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente,
de 2009) Vigência periodicamente, reavaliar o cabimento de sua renovação, observa-
V-prestação de serviços à comunidade; (Redação dada pela Lei do o disposto no§1º deste artigo. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
nº 12.594, de 2012) (Vide) 2009) Vigência
VI-liberdade assistida; (Redação dada pela Lei nº 12.594, de Art. 92. As entidades que desenvolvam programas de acolhi-
2012) (Vide) mento familiar ou institucional deverão adotar os seguintes princí-
VII-semiliberdade; e (Redação dada pela Lei nº 12.594, de pios: (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
2012) (Vide) I-preservação dos vínculos familiares e promoção da reintegra-
VIII-internação. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) ção familiar; (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
§1º As entidades governamentais e não governamentais deve- II-integração em família substituta, quando esgotados os recur-
rão proceder à inscrição de seus programas, especificando os regi- sos de manutenção na família natural ou extensa; (Redação dada
mes de atendimento, na forma definida neste artigo, no Conselho pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, o qual manterá III-atendimento personalizado e em pequenos grupos;
registro das inscrições e de suas alterações, do que fará comunica- IV-desenvolvimento de atividades em regime de co-educação;
ção ao Conselho Tutelar e à autoridade judiciária. (Incluído pela Lei V-não desmembramento de grupos de irmãos;
nº 12.010, de 2009) Vigência VI-evitar, sempre que possível, a transferência para outras enti-
§2º Os recursos destinados à implementação e manutenção dades de crianças e adolescentes abrigados;
dos programas relacionados neste artigo serão previstos nas dota- VII-participação na vida da comunidade local;
ções orçamentárias dos órgãos públicos encarregados das áreas de VIII-preparação gradativa para o desligamento;
Educação, Saúde e Assistência Social, dentre outros, observando-se IX-participação de pessoas da comunidade no processo educa-
o princípio da prioridade absoluta à criança e ao adolescente preco- tivo.
nizado pelo caput do art. 227 da Constituição Federal e pelo caput §1º O dirigente de entidade que desenvolve programa de aco-
e parágrafo único do art. 4º desta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010, lhimento institucional é equiparado ao guardião, para todos os efei-
de 2009) Vigência tos de direito. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
§3º Os programas em execução serão reavaliados pelo Conse- §2º Os dirigentes de entidades que desenvolvem programas de
lho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, no máxi- acolhimento familiar ou institucional remeterão à autoridade judi-
mo, a cada 2 (dois) anos, constituindo-se critérios para renovação ciária, no máximo a cada 6 (seis) meses, relatório circunstanciado
da autorização de funcionamento: (Incluído pela Lei nº 12.010, de acerca da situação de cada criança ou adolescente acolhido e sua
2009) Vigência família, para fins da reavaliação prevista no§1º do art. 19 desta Lei.
I-o efetivo respeito às regras e princípios desta Lei, bem como (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
às resoluções relativas à modalidade de atendimento prestado ex- §3º Os entes federados, por intermédio dos Poderes Executivo
pedidas pelos Conselhos de Direitos da Criança e do Adolescente, e Judiciário, promoverão conjuntamente a permanente qualificação
em todos os níveis; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência dos profissionais que atuam direta ou indiretamente em programas
II-a qualidade e eficiência do trabalho desenvolvido, atestadas de acolhimento institucional e destinados à colocação familiar de
pelo Conselho Tutelar, pelo Ministério Público e pela Justiça da In- crianças e adolescentes, incluindo membros do Poder Judiciário,
fância e da Juventude; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigên- Ministério Público e Conselho Tutelar. (Incluído pela Lei nº 12.010,
cia de 2009) Vigência
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LEGISLAÇÃO
§4º Salvo determinação em contrário da autoridade judiciária XII-propiciar assistência religiosa àqueles que desejarem, de
competente, as entidades que desenvolvem programas de aco- acordo com suas crenças;
lhimento familiar ou institucional, se necessário com o auxílio do XIII-proceder a estudo social e pessoal de cada caso;
Conselho Tutelar e dos órgãos de assistência social, estimularão o XIV-reavaliar periodicamente cada caso, com intervalo máximo
contato da criança ou adolescente com seus pais e parentes, em de seis meses, dando ciência dos resultados à autoridade compe-
cumprimento ao disposto nos incisos I e VIII do caput deste artigo. tente;
(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência XV-informar, periodicamente, o adolescente internado sobre
§5º As entidades que desenvolvem programas de acolhimento sua situação processual;
familiar ou institucional somente poderão receber recursos públi- XVI-comunicar às autoridades competentes todos os casos de
cos se comprovado o atendimento dos princípios, exigências e fi- adolescentes portadores de moléstias infecto-contagiosas;
nalidades desta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência XVII-fornecer comprovante de depósito dos pertences dos ado-
§6º O descumprimento das disposições desta Lei pelo dirigente lescentes;
de entidade que desenvolva programas de acolhimento familiar ou XVIII-manter programas destinados ao apoio e acompanha-
institucional é causa de sua destituição, sem prejuízo da apuração mento de egressos;
de sua responsabilidade administrativa, civil e criminal. (Incluído XIX-providenciar os documentos necessários ao exercício da ci-
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência dadania àqueles que não os tiverem;
§7º Quando se tratar de criança de 0 (zero) a 3 (três) anos em XX-manter arquivo de anotações onde constem data e circuns-
acolhimento institucional, dar-se-á especial atenção à atuação de tâncias do atendimento, nome do adolescente, seus pais ou respon-
educadores de referência estáveis e qualitativamente significativos, sável, parentes, endereços, sexo, idade, acompanhamento da sua
às rotinas específicas e ao atendimento das necessidades básicas, formação, relação de seus pertences e demais dados que possibili-
incluindo as de afeto como prioritárias. (Incluído pela Lei nº 13.257, tem sua identificação e a individualização do atendimento.
de 2016) §1º Aplicam-se, no que couber, as obrigações constantes deste
Art. 93. As entidades que mantenham programa de acolhi- artigo às entidades que mantêm programas de acolhimento insti-
mento institucional poderão, em caráter excepcional e de urgência, tucional e familiar. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vi-
acolher crianças e adolescentes sem prévia determinação da auto- gência
ridade competente, fazendo comunicação do fato em até 24 (vinte §2º No cumprimento das obrigações a que alude este artigo as
e quatro) horas ao Juiz da Infância e da Juventude, sob pena de res- entidades utilizarão preferencialmente os recursos da comunidade.
ponsabilidade. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência Art. 94-A. As entidades, públicas ou privadas, que abriguem ou
Parágrafo único. Recebida a comunicação, a autoridade judiciá- recepcionem crianças e adolescentes, ainda que em caráter tem-
ria, ouvido o Ministério Público e se necessário com o apoio do Con- porário, devem ter, em seus quadros, profissionais capacitados a
selho Tutelar local, tomará as medidas necessárias para promover a reconhecer e reportar ao Conselho Tutelar suspeitas ou ocorrências
imediata reintegração familiar da criança ou do adolescente ou, se de maus-tratos. (Incluído pela Lei nº 13.046, de 2014)
por qualquer razão não for isso possível ou recomendável, para seu
encaminhamento a programa de acolhimento familiar, institucional SEÇÃO II
ou a família substituta, observado o disposto no §2º do art. 101 DA FISCALIZAÇÃO DAS ENTIDADES
desta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
Art. 94. As entidades que desenvolvem programas de interna- Art. 95. As entidades governamentais e não-governamentais
ção têm as seguintes obrigações, entre outras: referidas no art. 90 serão fiscalizadas pelo Judiciário, pelo Ministé-
I-observar os direitos e garantias de que são titulares os ado- rio Público e pelos Conselhos Tutelares.
lescentes; Art. 96. Os planos de aplicação e as prestações de contas serão
II-não restringir nenhum direito que não tenha sido objeto de apresentados ao estado ou ao município, conforme a origem das
restrição na decisão de internação; dotações orçamentárias.
III-oferecer atendimento personalizado, em pequenas unida- Art. 97. São medidas aplicáveis às entidades de atendimento
des e grupos reduzidos; que descumprirem obrigação constante do art. 94, sem prejuízo da
IV-preservar a identidade e oferecer ambiente de respeito e responsabilidade civil e criminal de seus dirigentes ou prepostos:
dignidade ao adolescente; I-às entidades governamentais:
V-diligenciar no sentido do restabelecimento e da preservação a) advertência;
dos vínculos familiares; b) afastamento provisório de seus dirigentes;
VI-comunicar à autoridade judiciária, periodicamente, os casos c) afastamento definitivo de seus dirigentes;
em que se mostre inviável ou impossível o reatamento dos vínculos d) fechamento de unidade ou interdição de programa.
familiares; II-às entidades não-governamentais:
VII-oferecer instalações físicas em condições adequadas de ha- a) advertência;
bitabilidade, higiene, salubridade e segurança e os objetos necessá- b) suspensão total ou parcial do repasse de verbas públicas;
rios à higiene pessoal; c) interdição de unidades ou suspensão de programa;
VIII-oferecer vestuário e alimentação suficientes e adequados à d) cassação do registro.
faixa etária dos adolescentes atendidos; §1º Em caso de reiteradas infrações cometidas por entidades
IX-oferecer cuidados médicos, psicológicos, odontológicos e de atendimento, que coloquem em risco os direitos assegurados
farmacêuticos; nesta Lei, deverá ser o fato comunicado ao Ministério Público ou re-
X-propiciar escolarização e profissionalização;
XI-propiciar atividades culturais, esportivas e de lazer;
71
LEGISLAÇÃO
presentado perante autoridade judiciária competente para as pro- VI-intervenção precoce: a intervenção das autoridades compe-
vidências cabíveis, inclusive suspensão das atividades ou dissolução tentes deve ser efetuada logo que a situação de perigo seja conhe-
da entidade. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência cida; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
§2º As pessoas jurídicas de direito público e as organizações VII-intervenção mínima: a intervenção deve ser exercida exclu-
não governamentais responderão pelos danos que seus agentes sivamente pelas autoridades e instituições cuja ação seja indispen-
causarem às crianças e aos adolescentes, caracterizado o descum- sável à efetiva promoção dos direitos e à proteção da criança e do
primento dos princípios norteadores das atividades de proteção es- adolescente; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
pecífica. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência VIII-proporcionalidade e atualidade: a intervenção deve ser a
necessária e adequada à situação de perigo em que a criança ou o
TÍTULO II adolescente se encontram no momento em que a decisão é toma-
DAS MEDIDAS DE PROTEÇÃO da; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
IX-responsabilidade parental: a intervenção deve ser efetuada
CAPÍTULO I de modo que os pais assumam os seus deveres para com a criança e
DISPOSIÇÕES GERAIS o adolescente; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
X-prevalência da família: na promoção de direitos e na prote-
Art. 98. As medidas de proteção à criança e ao adolescente ção da criança e do adolescente deve ser dada prevalência às me-
são aplicáveis sempre que os direitos reconhecidos nesta Lei forem didas que os mantenham ou reintegrem na sua família natural ou
ameaçados ou violados: extensa ou, se isso não for possível, que promovam a sua integração
I-por ação ou omissão da sociedade ou do Estado; em família adotiva; (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017)
II-por falta, omissão ou abuso dos pais ou responsável; XI-obrigatoriedade da informação: a criança e o adolescente,
III-em razão de sua conduta. respeitado seu estágio de desenvolvimento e capacidade de com-
preensão, seus pais ou responsável devem ser informados dos seus
CAPÍTULO II direitos, dos motivos que determinaram a intervenção e da forma
DAS MEDIDAS ESPECÍFICAS DE PROTEÇÃO como esta se processa; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vi-
gência
Art. 99. As medidas previstas neste Capítulo poderão ser apli- XII-oitiva obrigatória e participação: a criança e o adolescen-
cadas isolada ou cumulativamente, bem como substituídas a qual- te, em separado ou na companhia dos pais, de responsável ou de
quer tempo. pessoa por si indicada, bem como os seus pais ou responsável, têm
Art. 100. Na aplicação das medidas levar-se-ão em conta as ne- direito a ser ouvidos e a participar nos atos e na definição da me-
cessidades pedagógicas, preferindo-se aquelas que visem ao forta- dida de promoção dos direitos e de proteção, sendo sua opinião
lecimento dos vínculos familiares e comunitários. devidamente considerada pela autoridade judiciária competente,
Parágrafo único. São também princípios que regem a aplicação observado o disposto nos§§1º e 2 o do art. 28 desta Lei. (Incluído
das medidas: (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
I-condição da criança e do adolescente como sujeitos de direi- Art. 101. Verificada qualquer das hipóteses previstas no art. 98,
tos: crianças e adolescentes são os titulares dos direitos previstos a autoridade competente poderá determinar, dentre outras, as se-
nesta e em outras Leis, bem como na Constituição Federal; (Incluído guintes medidas:
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência I-encaminhamento aos pais ou responsável, mediante termo
II-proteção integral e prioritária: a interpretação e aplicação de de responsabilidade;
toda e qualquer norma contida nesta Lei deve ser voltada à prote- II-orientação, apoio e acompanhamento temporários;
ção integral e prioritária dos direitos de que crianças e adolescentes III-matrícula e freqüência obrigatórias em estabelecimento ofi-
são titulares; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência cial de ensino fundamental;
III-responsabilidade primária e solidária do poder público: a IV-inclusão em serviços e programas oficiais ou comunitários
plena efetivação dos direitos assegurados a crianças e a adolescen- de proteção, apoio e promoção da família, da criança e do adoles-
tes por esta Lei e pela Constituição Federal, salvo nos casos por esta cente; (Redação dada pela Lei nº 13.257, de 2016)
expressamente ressalvados, é de responsabilidade primária e soli- V-requisição de tratamento médico, psicológico ou psiquiátri-
dária das 3 (três) esferas de governo, sem prejuízo da municipaliza- co, em regime hospitalar ou ambulatorial;
ção do atendimento e da possibilidade da execução de programas VI-inclusão em programa oficial ou comunitário de auxílio,
por entidades não governamentais; (Incluído pela Lei nº 12.010, de orientação e tratamento a alcoólatras e toxicômanos;
2009) Vigência VII-acolhimento institucional; (Redação dada pela Lei nº
IV-interesse superior da criança e do adolescente: a interven- 12.010, de 2009) Vigência
ção deve atender prioritariamente aos interesses e direitos da VIII-inclusão em programa de acolhimento familiar; (Redação
criança e do adolescente, sem prejuízo da consideração que for dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
devida a outros interesses legítimos no âmbito da pluralidade dos IX-colocação em família substituta. (Incluído pela Lei nº 12.010,
interesses presentes no caso concreto; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
de 2009) Vigência §1º O acolhimento institucional e o acolhimento familiar são
V-privacidade: a promoção dos direitos e proteção da criança medidas provisórias e excepcionais, utilizáveis como forma de tran-
e do adolescente deve ser efetuada no respeito pela intimidade, sição para reintegração familiar ou, não sendo esta possível, para
direito à imagem e reserva da sua vida privada; (Incluído pela Lei nº colocação em família substituta, não implicando privação de liber-
12.010, de 2009) Vigência dade. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
72
LEGISLAÇÃO
§2º Sem prejuízo da tomada de medidas emergenciais para §8º Verificada a possibilidade de reintegração familiar, o res-
proteção de vítimas de violência ou abuso sexual e das providên- ponsável pelo programa de acolhimento familiar ou institucional
cias a que alude o art. 130 desta Lei, o afastamento da criança ou fará imediata comunicação à autoridade judiciária, que dará vista
adolescente do convívio familiar é de competência exclusiva da au- ao Ministério Público, pelo prazo de 5 (cinco) dias, decidindo em
toridade judiciária e importará na deflagração, a pedido do Ministé- igual prazo. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
rio Público ou de quem tenha legítimo interesse, de procedimento §9º Em sendo constatada a impossibilidade de reintegração
judicial contencioso, no qual se garanta aos pais ou ao responsável da criança ou do adolescente à família de origem, após seu enca-
legal o exercício do contraditório e da ampla defesa. (Incluído pela minhamento a programas oficiais ou comunitários de orientação,
Lei nº 12.010, de 2009) Vigência apoio e promoção social, será enviado relatório fundamentado ao
§3º Crianças e adolescentes somente poderão ser encami- Ministério Público, no qual conste a descrição pormenorizada das
nhados às instituições que executam programas de acolhimento providências tomadas e a expressa recomendação, subscrita pelos
institucional, governamentais ou não, por meio de uma Guia de técnicos da entidade ou responsáveis pela execução da política mu-
Acolhimento, expedida pela autoridade judiciária, na qual obriga- nicipal de garantia do direito à convivência familiar, para a destitui-
toriamente constará, dentre outros: (Incluído pela Lei nº 12.010, de ção do poder familiar, ou destituição de tutela ou guarda. (Incluído
2009) Vigência pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
I-sua identificação e a qualificação completa de seus pais ou §10. Recebido o relatório, o Ministério Público terá o prazo de
de seu responsável, se conhecidos; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 15 (quinze) dias para o ingresso com a ação de destituição do po-
2009) Vigência der familiar, salvo se entender necessária a realização de estudos
II-o endereço de residência dos pais ou do responsável, com complementares ou de outras providências indispensáveis ao ajui-
pontos de referência; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência zamento da demanda. (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017)
III-os nomes de parentes ou de terceiros interessados em tê-los §11. A autoridade judiciária manterá, em cada comarca ou foro
sob sua guarda; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência regional, um cadastro contendo informações atualizadas sobre as
IV-os motivos da retirada ou da não reintegração ao convívio crianças e adolescentes em regime de acolhimento familiar e insti-
familiar. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência tucional sob sua responsabilidade, com informações pormenoriza-
§4º Imediatamente após o acolhimento da criança ou do ado- das sobre a situação jurídica de cada um, bem como as providências
lescente, a entidade responsável pelo programa de acolhimento tomadas para sua reintegração familiar ou colocação em família
institucional ou familiar elaborará um plano individual de atendi- substituta, em qualquer das modalidades previstas no art. 28 desta
mento, visando à reintegração familiar, ressalvada a existência de Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
ordem escrita e fundamentada em contrário de autoridade judiciá- §12. Terão acesso ao cadastro o Ministério Público, o Con-
ria competente, caso em que também deverá contemplar sua colo- selho Tutelar, o órgão gestor da Assistência Social e os Conselhos
cação em família substituta, observadas as regras e princípios desta Municipais dos Direitos da Criança e do Adolescente e da Assis-
Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência tência Social, aos quais incumbe deliberar sobre a implementação
§5º O plano individual será elaborado sob a responsabilidade de políticas públicas que permitam reduzir o número de crianças
da equipe técnica do respectivo programa de atendimento e levará e adolescentes afastados do convívio familiar e abreviar o período
em consideração a opinião da criança ou do adolescente e a oitiva de permanência em programa de acolhimento. (Incluído pela Lei nº
dos pais ou do responsável. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) 12.010, de 2009) Vigência
Vigência Art. 102. As medidas de proteção de que trata este Capítulo
§6º Constarão do plano individual, dentre outros: (Incluído serão acompanhadas da regularização do registro civil. (Vide Lei nº
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência 12.010, de 2009) Vigência
I-os resultados da avaliação interdisciplinar; (Incluído pela Lei §1º Verificada a inexistência de registro anterior, o assento de
nº 12.010, de 2009) Vigência nascimento da criança ou adolescente será feito à vista dos elemen-
II-os compromissos assumidos pelos pais ou responsável; e (In- tos disponíveis, mediante requisição da autoridade judiciária.
cluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência §2º Os registros e certidões necessários à regularização de que
III-a previsão das atividades a serem desenvolvidas com a crian- trata este artigo são isentos de multas, custas e emolumentos, go-
ça ou com o adolescente acolhido e seus pais ou responsável, com zando de absoluta prioridade.
vista na reintegração familiar ou, caso seja esta vedada por expres- §3º Caso ainda não definida a paternidade, será deflagrado
sa e fundamentada determinação judicial, as providências a serem procedimento específico destinado à sua averiguação, conforme
tomadas para sua colocação em família substituta, sob direta su- previsto pela Lei n o 8.560, de 29 de dezembro de 1992. (Incluído
pervisão da autoridade judiciária. (Incluído pela Lei nº 12.010, de pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
2009) Vigência §4º Nas hipóteses previstas no§3º deste artigo, é dispensável o
§7º O acolhimento familiar ou institucional ocorrerá no local ajuizamento de ação de investigação de paternidade pelo Ministé-
mais próximo à residência dos pais ou do responsável e, como parte rio Público se, após o não comparecimento ou a recusa do suposto
do processo de reintegração familiar, sempre que identificada a ne- pai em assumir a paternidade a ele atribuída, a criança for encami-
cessidade, a família de origem será incluída em programas oficiais nhada para adoção. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
de orientação, de apoio e de promoção social, sendo facilitado e §5º Os registros e certidões necessários à inclusão, a qualquer
estimulado o contato com a criança ou com o adolescente acolhido. tempo, do nome do pai no assento de nascimento são isentos de
(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência multas, custas e emolumentos, gozando de absoluta prioridade. (In-
cluído dada pela Lei nº 13.257, de 2016)
73
LEGISLAÇÃO
§6º São gratuitas, a qualquer tempo, a averbação requerida do V-direito de ser ouvido pessoalmente pela autoridade compe-
reconhecimento de paternidade no assento de nascimento e a cer- tente;
tidão correspondente. (Incluído dada pela Lei nº 13.257, de 2016) VI-direito de solicitar a presença de seus pais ou responsável
em qualquer fase do pro
TÍTULO III cedimento.
DA PRÁTICA DE ATO INFRACIONAL CAPÍTULO IV
DAS MEDIDAS SÓCIO-EDUCATIVAS
CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS SEÇÃO I
DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 103. Considera-se ato infracional a conduta descrita como
crime ou contravenção penal. Art. 112. Verificada a prática de ato infracional, a autoridade
Art. 104. São penalmente inimputáveis os menores de dezoito competente poderá aplicar ao adolescente as seguintes medidas:
anos, sujeitos às medidas previstas nesta Lei. I-advertência;
Parágrafo único. Para os efeitos desta Lei, deve ser considerada II-obrigação de reparar o dano;
a idade do adolescente à data do fato. III-prestação de serviços à comunidade;
Art. 105. Ao ato infracional praticado por criança corresponde- IV-liberdade assistida;
rão as medidas previstas no art. 101. V-inserção em regime de semi-liberdade;
VI-internação em estabelecimento educacional;
CAPÍTULO II VII-qualquer uma das previstas no art. 101, I a VI.
DOS DIREITOS INDIVIDUAIS §1º A medida aplicada ao adolescente levará em conta a sua
capacidade de cumpri-la, as circunstâncias e a gravidade da infra-
Art. 106. Nenhum adolescente será privado de sua liberdade ção.
senão em flagrante de ato infracional ou por ordem escrita e funda- §2º Em hipótese alguma e sob pretexto algum, será admitida a
mentada da autoridade judiciária competente. prestação de trabalho forçado.
Parágrafo único. O adolescente tem direito à identificação dos §3º Os adolescentes portadores de doença ou deficiência men-
responsáveis pela sua apreensão, devendo ser informado acerca de tal receberão tratamento individual e especializado, em local ade-
seus direitos. quado às suas condições.
Art. 107. A apreensão de qualquer adolescente e o local onde Art. 113. Aplica-se a este Capítulo o disposto nos arts. 99 e 100.
se encontra recolhido serão incontinenti comunicados à autoridade Art. 114. A imposição das medidas previstas nos incisos II a VI
judiciária competente e à família do apreendido ou à pessoa por do art. 112 pressupõe a existência de provas suficientes da autoria
ele indicada. e da materialidade da infração, ressalvada a hipótese de remissão,
Parágrafo único. Examinar-se-á, desde logo e sob pena de res- nos termos do art. 127.
ponsabilidade, a possibilidade de liberação imediata. Parágrafo único. A advertência poderá ser aplicada sempre que
Art. 108. A internação, antes da sentença, pode ser determina- houver prova da materialidade e indícios suficientes da autoria.
da pelo prazo máximo de quarenta e cinco dias.
Parágrafo único. A decisão deverá ser fundamentada e basear- SEÇÃO II
-se em indícios suficientes de autoria e materialidade, demonstrada DA ADVERTÊNCIA
a necessidade imperiosa da medida.
Art. 109. O adolescente civilmente identificado não será sub- Art. 115. A advertência consistirá em admoestação verbal, que
metido a identificação compulsória pelos órgãos policiais, de prote- será reduzida a termo e assinada.
ção e judiciais, salvo para efeito de confrontação, havendo dúvida
fundada. SEÇÃO III
DA OBRIGAÇÃO DE REPARAR O DANO
CAPÍTULO III
DAS GARANTIAS PROCESSUAIS Art. 116. Em se tratando de ato infracional com reflexos pa-
trimoniais, a autoridade poderá determinar, se for o caso, que o
Art. 110. Nenhum adolescente será privado de sua liberdade adolescente restitua a coisa, promova o ressarcimento do dano, ou,
sem o devido processo legal. por outra forma, compense o prejuízo da vítima.
Art. 111. São asseguradas ao adolescente, entre outras, as se- Parágrafo único. Havendo manifesta impossibilidade, a medida
guintes garantias: poderá ser substituída por outra adequada.
I-pleno e formal conhecimento da atribuição de ato infracional,
mediante citação ou meio equivalente; SEÇÃO IV
II-igualdade na relação processual, podendo confrontar-se com DA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS À COMUNIDADE
vítimas e testemunhas e produzir todas as provas necessárias à sua
defesa; Art. 117. A prestação de serviços comunitários consiste na re-
III-defesa técnica por advogado; alização de tarefas gratuitas de interesse geral, por período não
IV-assistência judiciária gratuita e integral aos necessitados, na excedente a seis meses, junto a entidades assistenciais, hospitais,
forma da lei; escolas e outros estabelecimentos congêneres, bem como em pro-
gramas comunitários ou governamentais.
74
LEGISLAÇÃO
Parágrafo único. As tarefas serão atribuídas conforme as apti- §4º Atingido o limite estabelecido no parágrafo anterior, o ado-
dões do adolescente, devendo ser cumpridas durante jornada má- lescente deverá ser liberado, colocado em regime de semi-liberda-
xima de oito horas semanais, aos sábados, domingos e feriados ou de ou de liberdade assistida.
em dias úteis, de modo a não prejudicar a freqüência à escola ou à §5º A liberação será compulsória aos vinte e um anos de idade.
jornada normal de trabalho. §6º Em qualquer hipótese a desinternação será precedida de
autorização judicial, ouvido o Ministério Público.
SEÇÃO V §7º A determinação judicial mencionada no§1º poderá ser re-
DA LIBERDADE ASSISTIDA vista a qualquer tempo pela autoridade judiciária. (Incluído pela Lei
nº 12.594, de 2012) (Vide)
Art. 118. A liberdade assistida será adotada sempre que se afi- Art. 122. A medida de internação só poderá ser aplicada quan-
gurar a medida mais adequada para o fim de acompanhar, auxiliar do:
e orientar o adolescente. I-tratar-se de ato infracional cometido mediante grave ameaça
§1º A autoridade designará pessoa capacitada para acompa- ou violência a pessoa;
nhar o caso, a qual poderá ser recomendada por entidade ou pro- II-por reiteração no cometimento de outras infrações graves;
grama de atendimento. III-por descumprimento reiterado e injustificável da medida an-
§2º A liberdade assistida será fixada pelo prazo mínimo de seis teriormente imposta.
meses, podendo a qualquer tempo ser prorrogada, revogada ou §1º O prazo de internação na hipótese do inciso III deste artigo
substituída por outra medida, ouvido o orientador, o Ministério Pú- não poderá ser superior a 3 (três) meses, devendo ser decretada
blico e o defensor. judicialmente após o devido processo legal. (Redação dada pela Lei
Art. 119. Incumbe ao orientador, com o apoio e a supervisão da nº 12.594, de 2012) (Vide)
autoridade competente, a realização dos seguintes encargos, entre §2º. Em nenhuma hipótese será aplicada a internação, haven-
outros: do outra medida adequada.
I-promover socialmente o adolescente e sua família, fornecen- Art. 123. A internação deverá ser cumprida em entidade ex-
do-lhes orientação e inserindo-os, se necessário, em programa ofi- clusiva para adolescentes, em local distinto daquele destinado ao
cial ou comunitário de auxílio e assistência social; abrigo, obedecida rigorosa separação por critérios de idade, com-
II-supervisionar a freqüência e o aproveitamento escolar do pleição física e gravidade da infração.
adolescente, promovendo, inclusive, sua matrícula; Parágrafo único. Durante o período de internação, inclusive
III-diligenciar no sentido da profissionalização do adolescente e provisória, serão obrigatórias atividades pedagógicas.
de sua inserção no mercado de trabalho; Art. 124. São direitos do adolescente privado de liberdade, en-
IV-apresentar relatório do caso. tre outros, os seguintes:
I-entrevistar-se pessoalmente com o representante do Minis-
SEÇÃO VI tério Público;
DO REGIME DE SEMI-LIBERDADE II-peticionar diretamente a qualquer autoridade;
III-avistar-se reservadamente com seu defensor;
Art. 120. O regime de semi-liberdade pode ser determinado IV-ser informado de sua situação processual, sempre que so-
desde o início, ou como forma de transição para o meio aberto, pos- licitada;
sibilitada a realização de atividades externas, independentemente V-ser tratado com respeito e dignidade;
de autorização judicial. VI-permanecer internado na mesma localidade ou naquela
§1º São obrigatórias a escolarização e a profissionalização, de- mais próxima ao domicílio de seus pais ou responsável;
vendo, sempre que possível, ser utilizados os recursos existentes na VII-receber visitas, ao menos, semanalmente;
comunidade. VIII-corresponder-se com seus familiares e amigos;
§2º A medida não comporta prazo determinado aplicando-se, IX-ter acesso aos objetos necessários à higiene e asseio pes-
no que couber, as disposições relativas à internação. soal;
X-habitar alojamento em condições adequadas de higiene e
SEÇÃO VII salubridade;
DA INTERNAÇÃO XI-receber escolarização e profissionalização;
XII-realizar atividades culturais, esportivas e de lazer:
Art. 121. A internação constitui medida privativa da liberdade, XIII-ter acesso aos meios de comunicação social;
sujeita aos princípios de brevidade, excepcionalidade e respeito à XIV-receber assistência religiosa, segundo a sua crença, e desde
condição peculiar de pessoa em desenvolvimento. que assim o deseje;
§1º Será permitida a realização de atividades externas, a cri- XV-manter a posse de seus objetos pessoais e dispor de local
tério da equipe técnica da entidade, salvo expressa determinação seguro para guardá-los, recebendo comprovante daqueles porven-
judicial em contrário. tura depositados em poder da entidade;
§2º A medida não comporta prazo determinado, devendo sua XVI-receber, quando de sua desinternação, os documentos
manutenção ser reavaliada, mediante decisão fundamentada, no pessoais indispensáveis à vida em sociedade.
máximo a cada seis meses. §1º Em nenhum caso haverá incomunicabilidade.
§3º Em nenhuma hipótese o período máximo de internação §2º A autoridade judiciária poderá suspender temporariamen-
excederá a três anos. te a visita, inclusive de pais ou responsável, se existirem motivos
sérios e fundados de sua prejudicialidade aos interesses do ado-
lescente.
75
LEGISLAÇÃO
Art. 125. É dever do Estado zelar pela integridade física e men- TÍTULO V
tal dos internos, cabendo-lhe adotar as medidas adequadas de con- DO CONSELHO TUTELAR
tenção e segurança.
CAPÍTULO I
CAPÍTULO V DISPOSIÇÕES GERAIS
DA REMISSÃO
Art. 131. O Conselho Tutelar é órgão permanente e autônomo,
Art. 126. Antes de iniciado o procedimento judicial para apu- não jurisdicional, encarregado pela sociedade de zelar pelo cumpri-
ração de ato infracional, o representante do Ministério Público po- mento dos direitos da criança e do adolescente, definidos nesta Lei.
derá conceder a remissão, como forma de exclusão do processo, Art. 132. Em cada Município e em cada Região Administrati-
atendendo às circunstâncias e conseqüências do fato, ao contexto va do Distrito Federal haverá, no mínimo, 1 (um) Conselho Tutelar
social, bem como à personalidade do adolescente e sua maior ou como órgão integrante da administração pública local, composto de
menor participação no ato infracional. 5 (cinco) membros, escolhidos pela população local para mandato
Parágrafo único. Iniciado o procedimento, a concessão da re- de 4 (quatro) anos, permitida recondução por novos processos de
missão pela autoridade judiciária importará na suspensão ou extin- escolha. (Redação dada pela Lei nº 13.824, de 2019)
ção do processo. Art. 133. Para a candidatura a membro do Conselho Tutelar,
Art. 127. A remissão não implica necessariamente o reconhe- serão exigidos os seguintes requisitos:
cimento ou comprovação da responsabilidade, nem prevalece para I-reconhecida idoneidade moral;
efeito de antecedentes, podendo incluir eventualmente a aplicação II-idade superior a vinte e um anos;
de qualquer das medidas previstas em lei, exceto a colocação em III-residir no município.
regime de semi-liberdade e a internação. Art. 134. Lei municipal ou distrital disporá sobre o local, dia e
Art. 128. A medida aplicada por força da remissão poderá ser horário de funcionamento do Conselho Tutelar, inclusive quanto à
revista judicialmente, a qualquer tempo, mediante pedido expres- remuneração dos respectivos membros, aos quais é assegurado o
so do adolescente ou de seu representante legal, ou do Ministério direito a: (Redação dada pela Lei nº 12.696, de 2012)
Público. I-cobertura previdenciária; (Incluído pela Lei nº 12.696, de
2012)
TÍTULO IV II-gozo de férias anuais remuneradas, acrescidas de 1/3 (um
DAS MEDIDAS PERTINENTES AOS PAIS OU RESPONSÁVEL terço) do valor da remuneração mensal; (Incluído pela Lei nº
12.696, de 2012)
Art. 129. São medidas aplicáveis aos pais ou responsável: III-licença-maternidade; (Incluído pela Lei nº 12.696, de 2012)
I-encaminhamento a serviços e programas oficiais ou comu- IV-licença-paternidade; (Incluído pela Lei nº 12.696, de 2012)
nitários de proteção, apoio e promoção da família; (Redação dada V-gratificação natalina. (Incluído pela Lei nº 12.696, de 2012)
dada pela Lei nº 13.257, de 2016) Parágrafo único. Constará da lei orçamentária municipal e da
II-inclusão em programa oficial ou comunitário de auxílio, do Distrito Federal previsão dos recursos necessários ao funciona-
orientação e tratamento a alcoólatras e toxicômanos; mento do Conselho Tutelar e à remuneração e formação continu-
III-encaminhamento a tratamento psicológico ou psiquiátrico; ada dos conselheiros tutelares. (Redação dada pela Lei nº 12.696,
IV-encaminhamento a cursos ou programas de orientação; de 2012)
V-obrigação de matricular o filho ou pupilo e acompanhar sua Art. 135. O exercício efetivo da função de conselheiro constitui-
freqüência e aproveitamento escolar; rá serviço público relevante e estabelecerá presunção de idoneida-
VI-obrigação de encaminhar a criança ou adolescente a trata- de moral. (Redação dada pela Lei nº 12.696, de 2012)
mento especializado;
VII-advertência; CAPÍTULO II
VIII-perda da guarda; DAS ATRIBUIÇÕES DO CONSELHO
IX-destituição da tutela;
X-suspensão ou destituição do pátrio poder poder familiar . Art. 136. São atribuições do Conselho Tutelar:
(Expressão substituída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência I-atender as crianças e adolescentes nas hipóteses previstas
Parágrafo único. Na aplicação das medidas previstas nos incisos nos arts. 98 e 105, aplicando as medidas previstas no art. 101, I a
IX e X deste artigo, observar-se-á o disposto nos arts. 23 e 24. VII;
Art. 130. Verificada a hipótese de maus-tratos, opressão ou II-atender e aconselhar os pais ou responsável, aplicando as
abuso sexual impostos pelos pais ou responsável, a autoridade judi- medidas previstas no art. 129, I a VII;
ciária poderá determinar, como medida cautelar, o afastamento do III-promover a execução de suas decisões, podendo para tanto:
agressor da moradia comum. a) requisitar serviços públicos nas áreas de saúde, educação,
Parágrafo único. Da medida cautelar constará, ainda, a fixação serviço social, previdência, trabalho e segurança;
provisória dos alimentos de que necessitem a criança ou o adoles- b) representar junto à autoridade judiciária nos casos de des-
cente dependentes do agressor. (Incluído pela Lei nº 12.415, de cumprimento injustificado de suas deliberações.
2011) IV-encaminhar ao Ministério Público notícia de fato que cons-
titua infração administrativa ou penal contra os direitos da criança
ou adolescente;
V-encaminhar à autoridade judiciária os casos de sua compe-
tência;
76
LEGISLAÇÃO
VI-providenciar a medida estabelecida pela autoridade judici- ciante de informações de crimes que envolvam violência domésti-
ária, dentre as previstas no art. 101, de I a VI, para o adolescente ca e familiar contra a criança e o adolescente. (Incluído pela Lei nº
autor de ato infracional; 14.344, de 2022) Vigência
VII-expedir notificações; Parágrafo único. Se, no exercício de suas atribuições, o Conse-
VIII-requisitar certidões de nascimento e de óbito de criança ou lho Tutelar entender necessário o afastamento do convívio familiar,
adolescente quando necessário; comunicará incontinenti o fato ao Ministério Público, prestando-lhe
IX-assessorar o Poder Executivo local na elaboração da propos- informações sobre os motivos de tal entendimento e as providên-
ta orçamentária para planos e programas de atendimento dos direi- cias tomadas para a orientação, o apoio e a promoção social da fa-
tos da criança e do adolescente; mília. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
X-representar, em nome da pessoa e da família, contra a viola- Art. 137. As decisões do Conselho Tutelar somente poderão ser
ção dos direitos previstos no art. 220,§3º, inciso II, da Constituição revistas pela autoridade judiciária a pedido de quem tenha legítimo
Federal ; interesse.
XI-representar ao Ministério Público para efeito das ações de
perda ou suspensão do poder familiar, após esgotadas as possibili- CAPÍTULO III
dades de manutenção da criança ou do adolescente junto à família DA COMPETÊNCIA
natural. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
XII-promover e incentivar, na comunidade e nos grupos profis- Art. 138. Aplica-se ao Conselho Tutelar a regra de competência
sionais, ações de divulgação e treinamento para o reconhecimento constante do art. 147.
de sintomas de maus-tratos em crianças e adolescentes. (Incluído
pela Lei nº 13.046, de 2014) CAPÍTULO IV
XIII-adotar, na esfera de sua competência, ações articuladas DA ESCOLHA DOS CONSELHEIROS
e efetivas direcionadas à identificação da agressão, à agilidade no
atendimento da criança e do adolescente vítima de violência do- Art. 139. O processo para a escolha dos membros do Conselho
méstica e familiar e à responsabilização do agressor; (Incluído pela Tutelar será estabelecido em lei municipal e realizado sob a respon-
Lei nº 14.344, de 2022) Vigência sabilidade do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Ado-
XIV-atender à criança e ao adolescente vítima ou testemunha lescente, e a fiscalização do Ministério Público. (Redação dada pela
de violência doméstica e familiar, ou submetido a tratamento cruel Lei nº 8.242, de 12.10.1991)
ou degradante ou a formas violentas de educação, correção ou dis- §1º O processo de escolha dos membros do Conselho Tutelar
ciplina, a seus familiares e a testemunhas, de forma a prover orien- ocorrerá em data unificada em todo o território nacional a cada 4
tação e aconselhamento acerca de seus direitos e dos encaminha- (quatro) anos, no primeiro domingo do mês de outubro do ano sub-
mentos necessários; (Incluído pela Lei nº 14.344, de 2022) Vigência sequente ao da eleição presidencial. (Incluído pela Lei nº 12.696,
XV-representar à autoridade judicial ou policial para requerer de 2012)
o afastamento do agressor do lar, do domicílio ou do local de con- §2º A posse dos conselheiros tutelares ocorrerá no dia 10 de
vivência com a vítima nos casos de violência doméstica e familiar janeiro do ano subsequente ao processo de escolha. (Incluído pela
contra a criança e o adolescente; (Incluído pela Lei nº 14.344, de Lei nº 12.696, de 2012)
2022) Vigência §3º No processo de escolha dos membros do Conselho Tute-
XVI-representar à autoridade judicial para requerer a conces- lar, é vedado ao candidato doar, oferecer, prometer ou entregar ao
são de medida protetiva de urgência à criança ou ao adolescente eleitor bem ou vantagem pessoal de qualquer natureza, inclusive
vítima ou testemunha de violência doméstica e familiar, bem como brindes de pequeno valor. (Incluído pela Lei nº 12.696, de 2012)
a revisão daquelas já concedidas; (Incluído pela Lei nº 14.344, de
2022) Vigência CAPÍTULO V
XVII-representar ao Ministério Público para requerer a propo- DOS IMPEDIMENTOS
situra de ação cautelar de antecipação de produção de prova nas
causas que envolvam violência contra a criança e o adolescente; Art. 140. São impedidos de servir no mesmo Conselho marido
(Incluído pela Lei nº 14.344, de 2022) Vigência e mulher, ascendentes e descendentes, sogro e genro ou nora, ir-
XVIII-tomar as providências cabíveis, na esfera de sua compe- mãos, cunhados, durante o cunhadio, tio e sobrinho, padrasto ou
tência, ao receber comunicação da ocorrência de ação ou omissão, madrasta e enteado.
praticada em local público ou privado, que constitua violência do- Parágrafo único. Estende-se o impedimento do conselheiro, na
méstica e familiar contra a criança e o adolescente; (Incluído pela forma deste artigo, em relação à autoridade judiciária e ao repre-
Lei nº 14.344, de 2022) Vigência sentante do Ministério Público com atuação na Justiça da Infância
XIX-receber e encaminhar, quando for o caso, as informações e da Juventude, em exercício na comarca, foro regional ou distrital.
reveladas por noticiantes ou denunciantes relativas à prática de
violência, ao uso de tratamento cruel ou degradante ou de formas
violentas de educação, correção ou disciplina contra a criança e o
adolescente; (Incluído pela Lei nº 14.344, de 2022) Vigência
XX-representar à autoridade judicial ou ao Ministério Público
para requerer a concessão de medidas cautelares direta ou indire-
tamente relacionada à eficácia da proteção de noticiante ou denun-
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§4º Na hipótese de os genitores encontrarem-se em local in- §4º Quando o procedimento de destituição de poder familiar
certo ou não sabido, serão citados por edital no prazo de 10 (dez) for iniciado pelo Ministério Público, não haverá necessidade de no-
dias, em publicação única, dispensado o envio de ofícios para a lo- meação de curador especial em favor da criança ou adolescente.
calização. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017) (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
Art. 159. Se o requerido não tiver possibilidade de constituir Art. 163. O prazo máximo para conclusão do procedimento
advogado, sem prejuízo do próprio sustento e de sua família, po- será de 120 (cento e vinte) dias, e caberá ao juiz, no caso de notória
derá requerer, em cartório, que lhe seja nomeado dativo, ao qual inviabilidade de manutenção do poder familiar, dirigir esforços para
incumbirá a apresentação de resposta, contando-se o prazo a partir preparar a criança ou o adolescente com vistas à colocação em fa-
da intimação do despacho de nomeação. mília substituta. (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017)
Parágrafo único. Na hipótese de requerido privado de liberda- Parágrafo único. A sentença que decretar a perda ou a suspen-
de, o oficial de justiça deverá perguntar, no momento da citação são do poder familiar será averbada à margem do registro de nas-
pessoal, se deseja que lhe seja nomeado defensor. (Incluído pela cimento da criança ou do adolescente. (Incluído pela Lei nº 12.010,
Lei nº 12.962, de 2014) de 2009) Vigência
Art. 160. Sendo necessário, a autoridade judiciária requisitará
de qualquer repartição ou órgão público a apresentação de docu- SEÇÃO III
mento que interesse à causa, de ofício ou a requerimento das par- DA DESTITUIÇÃO DA TUTELA
tes ou do Ministério Público.
Art. 161. Se não for contestado o pedido e tiver sido concluído Art. 164. Na destituição da tutela, observar-se-á o procedimen-
o estudo social ou a perícia realizada por equipe interprofissional to para a remoção de tutor previsto na lei processual civil e, no que
ou multidisciplinar, a autoridade judiciária dará vista dos autos ao couber, o disposto na seção anterior.
Ministério Público, por 5 (cinco) dias, salvo quando este for o reque-
rente, e decidirá em igual prazo. (Redação dada pela Lei nº 13.509, SEÇÃO IV
de 2017) DA COLOCAÇÃO EM FAMÍLIA SUBSTITUTA
§1º A autoridade judiciária, de ofício ou a requerimento das
partes ou do Ministério Público, determinará a oitiva de testemu- Art. 165. São requisitos para a concessão de pedidos de coloca-
nhas que comprovem a presença de uma das causas de suspensão ção em família substituta:
ou destituição do poder familiar previstas nos arts. 1.637 e 1.638 da I-qualificação completa do requerente e de seu eventual cônju-
Lei n o 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil) , ou no art. 24 ge, ou companheiro, com expressa anuência deste;
desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017) II-indicação de eventual parentesco do requerente e de seu
§2º (Revogado) . (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017) cônjuge, ou companheiro, com a criança ou adolescente, especifi-
§3º Se o pedido importar em modificação de guarda, será cando se tem ou não parente vivo;
obrigatória, desde que possível e razoável, a oitiva da criança ou III-qualificação completa da criança ou adolescente e de seus
adolescente, respeitado seu estágio de desenvolvimento e grau de pais, se conhecidos;
compreensão sobre as implicações da medida. (Incluído pela Lei nº IV-indicação do cartório onde foi inscrito nascimento, anexan-
12.010, de 2009) Vigência do, se possível, uma cópia da respectiva certidão;
§4º É obrigatória a oitiva dos pais sempre que eles forem iden- V-declaração sobre a existência de bens, direitos ou rendimen-
tificados e estiverem em local conhecido, ressalvados os casos de tos relativos à criança ou ao adolescente.
não comparecimento perante a Justiça quando devidamente cita- Parágrafo único. Em se tratando de adoção, observar-se-ão
dos. (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017) também os requisitos específicos.
§5º Se o pai ou a mãe estiverem privados de liberdade, a auto- Art. 166. Se os pais forem falecidos, tiverem sido destituídos ou
ridade judicial requisitará sua apresentação para a oitiva. (Incluído suspensos do poder familiar, ou houverem aderido expressamente
pela Lei nº 12.962, de 2014) ao pedido de colocação em família substituta, este poderá ser for-
Art. 162. Apresentada a resposta, a autoridade judiciária dará mulado diretamente em cartório, em petição assinada pelos pró-
vista dos autos ao Ministério Público, por cinco dias, salvo quando prios requerentes, dispensada a assistência de advogado. (Redação
este for o requerente, designando, desde logo, audiência de instru- dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
ção e julgamento. §1º Na hipótese de concordância dos pais, o juiz: (Redação
§1º (Revogado) . (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017) dada pela Lei nº 13.509, de 2017)
§2º Na audiência, presentes as partes e o Ministério Público, I-na presença do Ministério Público, ouvirá as partes, devi-
serão ouvidas as testemunhas, colhendo-se oralmente o parecer damente assistidas por advogado ou por defensor público, para
técnico, salvo quando apresentado por escrito, manifestando-se verificar sua concordância com a adoção, no prazo máximo de 10
sucessivamente o requerente, o requerido e o Ministério Público, (dez) dias, contado da data do protocolo da petição ou da entrega
pelo tempo de 20 (vinte) minutos cada um, prorrogável por mais 10 da criança em juízo, tomando por termo as declarações; e (Incluído
(dez) minutos. (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017) pela Lei nº 13.509, de 2017)
§3º A decisão será proferida na audiência, podendo a autori- II-declarará a extinção do poder familiar. (Incluído pela Lei nº
dade judiciária, excepcionalmente, designar data para sua leitura 13.509, de 2017)
no prazo máximo de 5 (cinco) dias. (Incluído pela Lei nº 13.509, de §2º O consentimento dos titulares do poder familiar será pre-
2017) cedido de orientações e esclarecimentos prestados pela equipe in-
terprofissional da Justiça da Infância e da Juventude, em especial,
no caso de adoção, sobre a irrevogabilidade da medida. (Incluído
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
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§3º São garantidos a livre manifestação de vontade dos deten- Parágrafo único. Havendo repartição policial especializada para
tores do poder familiar e o direito ao sigilo das informações. (Reda- atendimento de adolescente e em se tratando de ato infracional
ção dada pela Lei nº 13.509, de 2017) praticado em co-autoria com maior, prevalecerá a atribuição da re-
§4º O consentimento prestado por escrito não terá validade se partição especializada, que, após as providências necessárias e con-
não for ratificado na audiência a que se refere o§1º deste artigo. forme o caso, encaminhará o adulto à repartição policial própria.
(Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017) Art. 173. Em caso de flagrante de ato infracional cometido me-
§5º O consentimento é retratável até a data da realização da diante violência ou grave ameaça a pessoa, a autoridade policial,
audiência especificada no§1º deste artigo, e os pais podem exercer sem prejuízo do disposto nos arts. 106, parágrafo único, e 107, de-
o arrependimento no prazo de 10 (dez) dias, contado da data de verá:
prolação da sentença de extinção do poder familiar. (Redação dada I-lavrar auto de apreensão, ouvidos as testemunhas e o ado-
pela Lei nº 13.509, de 2017) lescente;
§6º O consentimento somente terá valor se for dado após o II-apreender o produto e os instrumentos da infração;
nascimento da criança. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vi- III-requisitar os exames ou perícias necessários à comprovação
gência da materialidade e autoria da infração.
§7º A família natural e a família substituta receberão a devida Parágrafo único. Nas demais hipóteses de flagrante, a lavratura
orientação por intermédio de equipe técnica interprofissional a ser- do auto poderá ser substituída por boletim de ocorrência circuns-
viço da Justiça da Infância e da Juventude, preferencialmente com tanciada.
apoio dos técnicos responsáveis pela execução da política municipal Art. 174. Comparecendo qualquer dos pais ou responsável, o
de garantia do direito à convivência familiar. (Redação dada pela Lei adolescente será prontamente liberado pela autoridade policial,
nº 13.509, de 2017) sob termo de compromisso e responsabilidade de sua apresenta-
Art. 167. A autoridade judiciária, de ofício ou a requerimento ção ao representante do Ministério Público, no mesmo dia ou, sen-
das partes ou do Ministério Público, determinará a realização de do impossível, no primeiro dia útil imediato, exceto quando, pela
estudo social ou, se possível, perícia por equipe interprofissional, gravidade do ato infracional e sua repercussão social, deva o ado-
decidindo sobre a concessão de guarda provisória, bem como, no lescente permanecer sob internação para garantia de sua seguran-
caso de adoção, sobre o estágio de convivência. ça pessoal ou manutenção da ordem pública.
Parágrafo único. Deferida a concessão da guarda provisória ou Art. 175. Em caso de não liberação, a autoridade policial enca-
do estágio de convivência, a criança ou o adolescente será entregue minhará, desde logo, o adolescente ao representante do Ministério
ao interessado, mediante termo de responsabilidade. (Incluído pela Público, juntamente com cópia do auto de apreensão ou boletim
Lei nº 12.010, de 2009) Vigência de ocorrência.
Art. 168. Apresentado o relatório social ou o laudo pericial, e §1º Sendo impossível a apresentação imediata, a autoridade
ouvida, sempre que possível, a criança ou o adolescente, dar-se-á policial encaminhará o adolescente à entidade de atendimento,
vista dos autos ao Ministério Público, pelo prazo de cinco dias, deci- que fará a apresentação ao representante do Ministério Público no
dindo a autoridade judiciária em igual prazo. prazo de vinte e quatro horas.
Art. 169. Nas hipóteses em que a destituição da tutela, a perda §2º Nas localidades onde não houver entidade de atendi-
ou a suspensão do pátrio poder poder familiar constituir pressupos- mento, a apresentação far-se-á pela autoridade policial. À falta de
to lógico da medida principal de colocação em família substituta, repartição policial especializada, o adolescente aguardará a apre-
será observado o procedimento contraditório previsto nas Seções sentação em dependência separada da destinada a maiores, não
II e III deste Capítulo. (Expressão substituída pela Lei nº 12.010, de podendo, em qualquer hipótese, exceder o prazo referido no pará-
2009) Vigência grafo anterior.
Parágrafo único. A perda ou a modificação da guarda poderá Art. 176. Sendo o adolescente liberado, a autoridade policial
ser decretada nos mesmos autos do procedimento, observado o encaminhará imediatamente ao representante do Ministério Públi-
disposto no art. 35. co cópia do auto de apreensão ou boletim de ocorrência.
Art. 170. Concedida a guarda ou a tutela, observar-se-á o dis- Art. 177. Se, afastada a hipótese de flagrante, houver indícios
posto no art. 32, e, quanto à adoção, o contido no art. 47. de participação de adolescente na prática de ato infracional, a auto-
Parágrafo único. A colocação de criança ou adolescente sob ridade policial encaminhará ao representante do Ministério Público
a guarda de pessoa inscrita em programa de acolhimento familiar relatório das investigações e demais documentos.
será comunicada pela autoridade judiciária à entidade por este res- Art. 178. O adolescente a quem se atribua autoria de ato in-
ponsável no prazo máximo de 5 (cinco) dias. (Incluído pela Lei nº fracional não poderá ser conduzido ou transportado em compar-
12.010, de 2009) Vigência timento fechado de veículo policial, em condições atentatórias à
sua dignidade, ou que impliquem risco à sua integridade física ou
SEÇÃO V mental, sob pena de responsabilidade.
DA APURAÇÃO DE ATO INFRACIONAL ATRIBUÍDO A ADOLES- Art. 179. Apresentado o adolescente, o representante do Mi-
CENTE nistério Público, no mesmo dia e à vista do auto de apreensão, bole-
tim de ocorrência ou relatório policial, devidamente autuados pelo
Art. 171. O adolescente apreendido por força de ordem judicial cartório judicial e com informação sobre os antecedentes do ado-
será, desde logo, encaminhado à autoridade judiciária. lescente, procederá imediata e informalmente à sua oitiva e, em
Art. 172. O adolescente apreendido em flagrante de ato infra- sendo possível, de seus pais ou responsável, vítima e testemunhas.
cional será, desde logo, encaminhado à autoridade policial compe-
tente.
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LEGISLAÇÃO
Parágrafo único. Em caso de não apresentação, o represen- §2º Sendo impossível a pronta transferência, o adolescente
tante do Ministério Público notificará os pais ou responsável para aguardará sua remoção em repartição policial, desde que em seção
apresentação do adolescente, podendo requisitar o concurso das isolada dos adultos e com instalações apropriadas, não podendo
polícias civil e militar. ultrapassar o prazo máximo de cinco dias, sob pena de responsa-
Art. 180. Adotadas as providências a que alude o artigo ante- bilidade.
rior, o representante do Ministério Público poderá: Art. 186. Comparecendo o adolescente, seus pais ou responsá-
I-promover o arquivamento dos autos; vel, a autoridade judiciária procederá à oitiva dos mesmos, poden-
II-conceder a remissão; do solicitar opinião de profissional qualificado.
III-representar à autoridade judiciária para aplicação de medi- §1º Se a autoridade judiciária entender adequada a remissão,
da sócio-educativa. ouvirá o representante do Ministério Público, proferindo decisão.
Art. 181. Promovido o arquivamento dos autos ou concedida a §2º Sendo o fato grave, passível de aplicação de medida de in-
remissão pelo representante do Ministério Público, mediante ter- ternação ou colocação em regime de semi-liberdade, a autorida-
mo fundamentado, que conterá o resumo dos fatos, os autos serão de judiciária, verificando que o adolescente não possui advogado
conclusos à autoridade judiciária para homologação. constituído, nomeará defensor, designando, desde logo, audiência
§1º Homologado o arquivamento ou a remissão, a autoridade em continuação, podendo determinar a realização de diligências e
judiciária determinará, conforme o caso, o cumprimento da medi- estudo do caso.
da. §3º O advogado constituído ou o defensor nomeado, no prazo
§2º Discordando, a autoridade judiciária fará remessa dos au- de três dias contado da audiência de apresentação, oferecerá defe-
tos ao Procurador-Geral de Justiça, mediante despacho fundamen- sa prévia e rol de testemunhas.
tado, e este oferecerá representação, designará outro membro do §4º Na audiência em continuação, ouvidas as testemunhas
Ministério Público para apresentá-la, ou ratificará o arquivamento arroladas na representação e na defesa prévia, cumpridas as dili-
ou a remissão, que só então estará a autoridade judiciária obrigada gências e juntado o relatório da equipe interprofissional, será dada
a homologar. a palavra ao representante do Ministério Público e ao defensor,
Art. 182. Se, por qualquer razão, o representante do Ministério sucessivamente, pelo tempo de vinte minutos para cada um, pror-
Público não promover o arquivamento ou conceder a remissão, ofe- rogável por mais dez, a critério da autoridade judiciária, que em
recerá representação à autoridade judiciária, propondo a instaura- seguida proferirá decisão.
ção de procedimento para aplicação da medida sócio-educativa que Art. 187. Se o adolescente, devidamente notificado, não com-
se afigurar a mais adequada. parecer, injustificadamente à audiência de apresentação, a autori-
§1º A representação será oferecida por petição, que conterá o dade judiciária designará nova data, determinando sua condução
breve resumo dos fatos e a classificação do ato infracional e, quan- coercitiva.
do necessário, o rol de testemunhas, podendo ser deduzida oral- Art. 188. A remissão, como forma de extinção ou suspensão do
mente, em sessão diária instalada pela autoridade judiciária. processo, poderá ser aplicada em qualquer fase do procedimento,
§2º A representação independe de prova pré-constituída da antes da sentença.
autoria e materialidade. Art. 189. A autoridade judiciária não aplicará qualquer medida,
Art. 183. O prazo máximo e improrrogável para a conclusão do desde que reconheça na sentença:
procedimento, estando o adolescente internado provisoriamente, I-estar provada a inexistência do fato;
será de quarenta e cinco dias. II-não haver prova da existência do fato;
Art. 184. Oferecida a representação, a autoridade judiciária III-não constituir o fato ato infracional;
designará audiência de apresentação do adolescente, decidindo, IV-não existir prova de ter o adolescente concorrido para o ato
desde logo, sobre a decretação ou manutenção da internação, ob- infracional.
servado o disposto no art. 108 e parágrafo. Parágrafo único. Na hipótese deste artigo, estando o adoles-
§1º O adolescente e seus pais ou responsável serão cientifica- cente internado, será imediatamente colocado em liberdade.
dos do teor da representação, e notificados a comparecer à audiên- Art. 190. A intimação da sentença que aplicar medida de inter-
cia, acompanhados de advogado. nação ou regime de semi-liberdade será feita:
§2º Se os pais ou responsável não forem localizados, a autori- I-ao adolescente e ao seu defensor;
dade judiciária dará curador especial ao adolescente. II-quando não for encontrado o adolescente, a seus pais ou res-
§3º Não sendo localizado o adolescente, a autoridade judiciária ponsável, sem prejuízo do defensor.
expedirá mandado de busca e apreensão, determinando o sobres- §1º Sendo outra a medida aplicada, a intimação far-se-á unica-
tamento do feito, até a efetiva apresentação. mente na pessoa do defensor.
§4º Estando o adolescente internado, será requisitada a sua §2º Recaindo a intimação na pessoa do adolescente, deverá
apresentação, sem prejuízo da notificação dos pais ou responsável. este manifestar se deseja ou não recorrer da sentença.
Art. 185. A internação, decretada ou mantida pela autoridade
judiciária, não poderá ser cumprida em estabelecimento prisional.
§1º Inexistindo na comarca entidade com as características de-
finidas no art. 123, o adolescente deverá ser imediatamente trans-
ferido para a localidade mais próxima.
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LEGISLAÇÃO
SEÇÃO V-A Parágrafo único. O agente policial infiltrado que deixar de ob-
(Incluído pela Lei nº 13.441, de 2017) servar a estrita finalidade da investigação responderá pelos exces-
DA INFILTRAÇÃO DE AGENTES DE POLÍCIA PARA A INVESTI- sos praticados. (Incluído pela Lei nº 13.441, de 2017)
GAÇÃO DE CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL DE CRIAN- Art. 190-D. Os órgãos de registro e cadastro público poderão
ÇA E DE ADOLESCENTE” incluir nos bancos de dados próprios, mediante procedimento si-
giloso e requisição da autoridade judicial, as informações necessá-
Art. 190-A. A infiltração de agentes de polícia na internet com rias à efetividade da identidade fictícia criada. (Incluído pela Lei nº
o fim de investigar os crimes previstos nos arts. 240 , 241 , 241-A 13.441, de 2017)
, 241-B , 241-C e 241-D desta Lei e nos arts. 154-A , 217-A , 218 , Parágrafo único. O procedimento sigiloso de que trata esta Se-
218-A e 218-B do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 ção será numerado e tombado em livro específico. (Incluído pela Lei
(Código Penal) , obedecerá às seguintes regras: (Incluído pela Lei nº nº 13.441, de 2017)
13.441, de 2017) Art. 190-E. Concluída a investigação, todos os atos eletrônicos
I – será precedida de autorização judicial devidamente circuns- praticados durante a operação deverão ser registrados, gravados,
tanciada e fundamentada, que estabelecerá os limites da infiltração armazenados e encaminhados ao juiz e ao Ministério Público, jun-
para obtenção de prova, ouvido o Ministério Público; (Incluído pela tamente com relatório circunstanciado. (Incluído pela Lei nº 13.441,
Lei nº 13.441, de 2017) de 2017)
II – dar-se-á mediante requerimento do Ministério Público ou Parágrafo único. Os atos eletrônicos registrados citados no
representação de delegado de polícia e conterá a demonstração de caput deste artigo serão reunidos em autos apartados e apensados
sua necessidade, o alcance das tarefas dos policiais, os nomes ou ao processo criminal juntamente com o inquérito policial, assegu-
apelidos das pessoas investigadas e, quando possível, os dados de rando-se a preservação da identidade do agente policial infiltrado e
conexão ou cadastrais que permitam a identificação dessas pesso- a intimidade das crianças e dos adolescentes envolvidos. (Incluído
as; (Incluído pela Lei nº 13.441, de 2017) pela Lei nº 13.441, de 2017)
III – não poderá exceder o prazo de 90 (noventa) dias, sem pre-
juízo de eventuais renovações, desde que o total não exceda a 720 SEÇÃO VI
(setecentos e vinte) dias e seja demonstrada sua efetiva necessida- DA APURAÇÃO DE IRREGULARIDADES EM ENTIDADE DE
de, a critério da autoridade judicial. (Incluído pela Lei nº 13.441, de ATENDIMENTO
2017)
§1 º A autoridade judicial e o Ministério Público poderão requi- Art. 191. O procedimento de apuração de irregularidades em
sitar relatórios parciais da operação de infiltração antes do término entidade governamental e não-governamental terá início median-
do prazo de que trata o inciso II do§1 º deste artigo. (Incluído pela te portaria da autoridade judiciária ou representação do Ministério
Lei nº 13.441, de 2017) Público ou do Conselho Tutelar, onde conste, necessariamente, re-
§2 º Para efeitos do disposto no inciso I do§1 º deste artigo, sumo dos fatos.
consideram-se: (Incluído pela Lei nº 13.441, de 2017) Parágrafo único. Havendo motivo grave, poderá a autoridade
I – dados de conexão: informações referentes a hora, data, iní- judiciária, ouvido o Ministério Público, decretar liminarmente o
cio, término, duração, endereço de Protocolo de Internet (IP) utili- afastamento provisório do dirigente da entidade, mediante decisão
zado e terminal de origem da conexão; (Incluído pela Lei nº 13.441, fundamentada.
de 2017) Art. 192. O dirigente da entidade será citado para, no prazo de
II – dados cadastrais: informações referentes a nome e ende- dez dias, oferecer resposta escrita, podendo juntar documentos e
reço de assinante ou de usuário registrado ou autenticado para a indicar as provas a produzir.
conexão a quem endereço de IP, identificação de usuário ou código Art. 193. Apresentada ou não a resposta, e sendo necessário, a
de acesso tenha sido atribuído no momento da conexão. autoridade judiciária designará audiência de instrução e julgamen-
§3 º A infiltração de agentes de polícia na internet não será ad- to, intimando as partes.
mitida se a prova puder ser obtida por outros meios. (Incluído pela §1º Salvo manifestação em audiência, as partes e o Ministério
Lei nº 13.441, de 2017) Público terão cinco dias para oferecer alegações finais, decidindo a
Art. 190-B. As informações da operação de infiltração serão autoridade judiciária em igual prazo.
encaminhadas diretamente ao juiz responsável pela autorização da §2º Em se tratando de afastamento provisório ou definitivo de
medida, que zelará por seu sigilo. (Incluído pela Lei nº 13.441, de dirigente de entidade governamental, a autoridade judiciária oficia-
2017) rá à autoridade administrativa imediatamente superior ao afastado,
Parágrafo único. Antes da conclusão da operação, o acesso aos marcando prazo para a substituição.
autos será reservado ao juiz, ao Ministério Público e ao delegado §3º Antes de aplicar qualquer das medidas, a autoridade judi-
de polícia responsável pela operação, com o objetivo de garantir o ciária poderá fixar prazo para a remoção das irregularidades verifi-
sigilo das investigações. (Incluído pela Lei nº 13.441, de 2017) cadas. Satisfeitas as exigências, o processo será extinto, sem julga-
Art. 190-C. Não comete crime o policial que oculta a sua iden- mento de mérito.
tidade para, por meio da internet, colher indícios de autoria e ma- §4º A multa e a advertência serão impostas ao dirigente da en-
terialidade dos crimes previstos nos arts. 240 , 241 , 241-A , 241-B tidade ou programa de atendimento.
, 241-C e 241-D desta Lei e nos arts. 154-A , 217-A , 218 , 218-A e
218-B do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código
Penal) . (Incluído pela Lei nº 13.441, de 2017)
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Art. 197-E. Deferida a habilitação, o postulante será inscrito nos Art. 199. Contra as decisões proferidas com base no art. 149
cadastros referidos no art. 50 desta Lei, sendo a sua convocação caberá recurso de apelação.
para a adoção feita de acordo com ordem cronológica de habilita- Art. 199-A. A sentença que deferir a adoção produz efeito des-
ção e conforme a disponibilidade de crianças ou adolescentes ado- de logo, embora sujeita a apelação, que será recebida exclusiva-
táveis. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência mente no efeito devolutivo, salvo se se tratar de adoção internacio-
§1º A ordem cronológica das habilitações somente poderá nal ou se houver perigo de dano irreparável ou de difícil reparação
deixar de ser observada pela autoridade judiciária nas hipóteses ao adotando. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
previstas no§13 do art. 50 desta Lei, quando comprovado ser essa Art. 199-B. A sentença que destituir ambos ou qualquer dos
a melhor solução no interesse do adotando. (Incluído pela Lei nº genitores do poder familiar fica sujeita a apelação, que deverá ser
12.010, de 2009) Vigência recebida apenas no efeito devolutivo. (Incluído pela Lei nº 12.010,
§2º A habilitação à adoção deverá ser renovada no mínimo de 2009) Vigência
trienalmente mediante avaliação por equipe interprofissional. (Re- Art. 199-C. Os recursos nos procedimentos de adoção e de des-
dação dada pela Lei nº 13.509, de 2017) tituição de poder familiar, em face da relevância das questões, serão
§3º Quando o adotante candidatar-se a uma nova adoção, será processados com prioridade absoluta, devendo ser imediatamente
dispensável a renovação da habilitação, bastando a avaliação por distribuídos, ficando vedado que aguardem, em qualquer situação,
equipe interprofissional. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017) oportuna distribuição, e serão colocados em mesa para julgamento
§4º Após 3 (três) recusas injustificadas, pelo habilitado, à ado- sem revisão e com parecer urgente do Ministério Público. (Incluído
ção de crianças ou adolescentes indicados dentro do perfil escolhi- pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
do, haverá reavaliação da habilitação concedida. (Incluído pela Lei Art. 199-D. O relator deverá colocar o processo em mesa para
nº 13.509, de 2017) julgamento no prazo máximo de 60 (sessenta) dias, contado da sua
§5º A desistência do pretendente em relação à guarda para fins conclusão. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
de adoção ou a devolução da criança ou do adolescente depois do Parágrafo único. O Ministério Público será intimado da data do
trânsito em julgado da sentença de adoção importará na sua exclu- julgamento e poderá na sessão, se entender necessário, apresen-
são dos cadastros de adoção e na vedação de renovação da habilita- tar oralmente seu parecer. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)
ção, salvo decisão judicial fundamentada, sem prejuízo das demais Vigência
sanções previstas na legislação vigente. (Incluído pela Lei nº 13.509, Art. 199-E. O Ministério Público poderá requerer a instauração
de 2017) de procedimento para apuração de responsabilidades se constatar
Art. 197-F. O prazo máximo para conclusão da habilitação à o descumprimento das providências e do prazo previstos nos arti-
adoção será de 120 (cento e vinte) dias, prorrogável por igual pe- gos anteriores. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
ríodo, mediante decisão fundamentada da autoridade judiciária.
(Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017) CAPÍTULO V
DO MINISTÉRIO PÚBLICO
CAPÍTULO IV
DOS RECURSOS Art. 200. As funções do Ministério Público previstas nesta Lei
serão exercidas nos termos da respectiva lei orgânica.
Art. 198. Nos procedimentos afetos à Justiça da Infância e da Art. 201. Compete ao Ministério Público:
Juventude, inclusive os relativos à execução das medidas socioe- I-conceder a remissão como forma de exclusão do processo;
ducativas, adotar-se-á o sistema recursal da Lei n o 5.869, de 11 de II-promover e acompanhar os procedimentos relativos às infra-
janeiro de 1973 (Código de Processo Civil) , com as seguintes adap- ções atribuídas a adolescentes;
tações: (Redação dada pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) III-promover e acompanhar as ações de alimentos e os procedi-
I-os recursos serão interpostos independentemente de prepa- mentos de suspensão e destituição do pátrio poder poder familiar ,
ro; nomeação e remoção de tutores, curadores e guardiães, bem como
II-em todos os recursos, salvo nos embargos de declaração, o oficiar em todos os demais procedimentos da competência da Jus-
prazo para o Ministério Público e para a defesa será sempre de 10 tiça da Infância e da Juventude; (Expressão substituída pela Lei nº
(dez) dias; (Redação dada pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) 12.010, de 2009) Vigência
III-os recursos terão preferência de julgamento e dispensarão IV-promover, de ofício ou por solicitação dos interessados, a
revisor; especialização e a inscrição de hipoteca legal e a prestação de con-
IV-(Revogado pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência tas dos tutores, curadores e quaisquer administradores de bens de
V-(Revogado pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência crianças e adolescentes nas hipóteses do art. 98;
VI-(Revogado pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência V-promover o inquérito civil e a ação civil pública para a prote-
VII-antes de determinar a remessa dos autos à superior instân- ção dos interesses individuais, difusos ou coletivos relativos à infân-
cia, no caso de apelação, ou do instrumento, no caso de agravo, a cia e à adolescência, inclusive os definidos no art. 220,§3º inciso II,
autoridade judiciária proferirá despacho fundamentado, mantendo da Constituição Federal ;
ou reformando a decisão, no prazo de cinco dias; VI-instaurar procedimentos administrativos e, para instruí-los:
VIII-mantida a decisão apelada ou agravada, o escrivão reme- a) expedir notificações para colher depoimentos ou esclareci-
terá os autos ou o instrumento à superior instância dentro de vinte mentos e, em caso de não comparecimento injustificado, requisitar
e quatro horas, independentemente de novo pedido do recorrente; condução coercitiva, inclusive pela polícia civil ou militar;
se a reformar, a remessa dos autos dependerá de pedido expresso
da parte interessada ou do Ministério Público, no prazo de cinco
dias, contados da intimação.
85
LEGISLAÇÃO
b) requisitar informações, exames, perícias e documentos de Art. 205. As manifestações processuais do representante do
autoridades municipais, estaduais e federais, da administração di- Ministério Público deverão ser fundamentadas.
reta ou indireta, bem como promover inspeções e diligências inves-
tigatórias; CAPÍTULO VI
c) requisitar informações e documentos a particulares e insti- DO ADVOGADO
tuições privadas;
VII-instaurar sindicâncias, requisitar diligências investigatórias Art. 206. A criança ou o adolescente, seus pais ou responsável,
e determinar a instauração de inquérito policial, para apuração de e qualquer pessoa que tenha legítimo interesse na solução da lide
ilícitos ou infrações às normas de proteção à infância e à juventude; poderão intervir nos procedimentos de que trata esta Lei, através
VIII-zelar pelo efetivo respeito aos direitos e garantias legais de advogado, o qual será intimado para todos os atos, pessoalmen-
assegurados às crianças e adolescentes, promovendo as medidas te ou por publicação oficial, respeitado o segredo de justiça.
judiciais e extrajudiciais cabíveis; Parágrafo único. Será prestada assistência judiciária integral e
IX-impetrar mandado de segurança, de injunção e habeas cor- gratuita àqueles que dela necessitarem.
pus, em qualquer juízo, instância ou tribunal, na defesa dos inte- Art. 207. Nenhum adolescente a quem se atribua a prática de
resses sociais e individuais indisponíveis afetos à criança e ao ado- ato infracional, ainda que ausente ou foragido, será processado sem
lescente; defensor.
X-representar ao juízo visando à aplicação de penalidade por §1º Se o adolescente não tiver defensor, ser-lhe-á nomeado
infrações cometidas contra as normas de proteção à infância e à pelo juiz, ressalvado o direito de, a todo tempo, constituir outro de
juventude, sem prejuízo da promoção da responsabilidade civil e sua preferência.
penal do infrator, quando cabível; §2º A ausência do defensor não determinará o adiamento de
XI-inspecionar as entidades públicas e particulares de atendi- nenhum ato do processo, devendo o juiz nomear substituto, ainda
mento e os programas de que trata esta Lei, adotando de pronto que provisoriamente, ou para o só efeito do ato.
as medidas administrativas ou judiciais necessárias à remoção de §3º Será dispensada a outorga de mandato, quando se tratar
irregularidades porventura verificadas; de defensor nomeado ou, sido constituído, tiver sido indicado por
XII-requisitar força policial, bem como a colaboração dos servi- ocasião de ato formal com a presença da autoridade judiciária.
ços médicos, hospitalares, educacionais e de assistência social, pú-
blicos ou privados, para o desempenho de suas atribuições. CAPÍTULO VII
XIII-intervir, quando não for parte, nas causas cíveis e criminais DA PROTEÇÃO JUDICIAL DOS INTERESSES INDIVIDUAIS, DIFU-
decorrentes de violência doméstica e familiar contra a criança e o SOS E COLETIVOS
adolescente. (Incluído pela Lei nº 14.344, de 2022) Vigência
§1º A legitimação do Ministério Público para as ações cíveis Art. 208. Regem-se pelas disposições desta Lei as ações de res-
previstas neste artigo não impede a de terceiros, nas mesmas hipó- ponsabilidade por ofensa aos direitos assegurados à criança e ao
teses, segundo dispuserem a Constituição e esta Lei. adolescente, referentes ao não oferecimento ou oferta irregular:
§2º As atribuições constantes deste artigo não excluem outras, I-do ensino obrigatório;
desde que compatíveis com a finalidade do Ministério Público. II-de atendimento educacional especializado aos portadores de
§3º O representante do Ministério Público, no exercício de suas deficiência;
funções, terá livre acesso a todo local onde se encontre criança ou III – de atendimento em creche e pré-escola às crianças de zero
adolescente. a cinco anos de idade; (Redação dada pela Lei nº 13.306, de 2016)
§4º O representante do Ministério Público será responsável IV-de ensino noturno regular, adequado às condições do edu-
pelo uso indevido das informações e documentos que requisitar, cando;
nas hipóteses legais de sigilo. V-de programas suplementares de oferta de material didático-
§5º Para o exercício da atribuição de que trata o inciso VIII des- -escolar, transporte e assistência à saúde do educando do ensino
te artigo, poderá o representante do Ministério Público: fundamental;
a) reduzir a termo as declarações do reclamante, instaurando o VI-de serviço de assistência social visando à proteção à família,
competente procedimento, sob sua presidência; à maternidade, à infância e à adolescência, bem como ao amparo
b) entender-se diretamente com a pessoa ou autoridade recla- às crianças e adolescentes que dele necessitem;
mada, em dia, local e horário previamente notificados ou acertados; VII-de acesso às ações e serviços de saúde;
c) efetuar recomendações visando à melhoria dos serviços pú- VIII-de escolarização e profissionalização dos adolescentes pri-
blicos e de relevância pública afetos à criança e ao adolescente, fi- vados de liberdade.
xando prazo razoável para sua perfeita adequação. IX-de ações, serviços e programas de orientação, apoio e pro-
Art. 202. Nos processos e procedimentos em que não for parte, moção social de famílias e destinados ao pleno exercício do direito
atuará obrigatoriamente o Ministério Público na defesa dos direitos à convivência familiar por crianças e adolescentes. (Incluído pela Lei
e interesses de que cuida esta Lei, hipótese em que terá vista dos nº 12.010, de 2009) Vigência
autos depois das partes, podendo juntar documentos e requerer X-de programas de atendimento para a execução das medidas
diligências, usando os recursos cabíveis. socioeducativas e aplicação de medidas de proteção. (Incluído pela
Art. 203. A intimação do Ministério Público, em qualquer caso, Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
será feita pessoalmente. XI-de políticas e programas integrados de atendimento à crian-
Art. 204. A falta de intervenção do Ministério Público acarreta a ça e ao adolescente vítima ou testemunha de violência. (Incluído
nulidade do feito, que será declarada de ofício pelo juiz ou a reque- pela Lei nº 13.431, de 2017) (Vigência)
rimento de qualquer interessado.
86
LEGISLAÇÃO
§1º As hipóteses previstas neste artigo não excluem da prote- §3º A multa só será exigível do réu após o trânsito em julgado
ção judicial outros interesses individuais, difusos ou coletivos, pró- da sentença favorável ao autor, mas será devida desde o dia em que
prios da infância e da adolescência, protegidos pela Constituição se houver configurado o descumprimento.
e pela Lei. (Renumerado do Parágrafo único pela Lei nº 11.259, de Art. 214. Os valores das multas reverterão ao fundo gerido pelo
2005) Conselho dos Direitos da Criança e do Adolescente do respectivo
§2º A investigação do desaparecimento de crianças ou adoles- município.
centes será realizada imediatamente após notificação aos órgãos §1º As multas não recolhidas até trinta dias após o trânsito em
competentes, que deverão comunicar o fato aos portos, aeropor- julgado da decisão serão exigidas através de execução promovida
tos, Polícia Rodoviária e companhias de transporte interestaduais e pelo Ministério Público, nos mesmos autos, facultada igual iniciati-
internacionais, fornecendo-lhes todos os dados necessários à iden- va aos demais legitimados.
tificação do desaparecido. (Incluído pela Lei nº 11.259, de 2005) §2º Enquanto o fundo não for regulamentado, o dinheiro ficará
§3º A notificação a que se refere o§2º deste artigo será ime- depositado em estabelecimento oficial de crédito, em conta com
diatamente comunicada ao Cadastro Nacional de Pessoas Desapa- correção monetária.
recidas e ao Cadastro Nacional de Crianças e Adolescentes Desa- Art. 215. O juiz poderá conferir efeito suspensivo aos recursos,
parecidos, que deverão ser prontamente atualizados a cada nova para evitar dano irreparável à parte.
informação. (Incluído pela Lei nº 14.548, de 2023) Art. 216. Transitada em julgado a sentença que impuser con-
Art. 209. As ações previstas neste Capítulo serão propostas no denação ao poder público, o juiz determinará a remessa de peças à
foro do local onde ocorreu ou deva ocorrer a ação ou omissão, cujo autoridade competente, para apuração da responsabilidade civil e
juízo terá competência absoluta para processar a causa, ressalvadas administrativa do agente a que se atribua a ação ou omissão.
a competência da Justiça Federal e a competência originária dos Art. 217. Decorridos sessenta dias do trânsito em julgado da
tribunais superiores. sentença condenatória sem que a associação autora lhe promova a
Art. 210. Para as ações cíveis fundadas em interesses coletivos execução, deverá fazê-lo o Ministério Público, facultada igual inicia-
ou difusos, consideram-se legitimados concorrentemente: tiva aos demais legitimados.
I-o Ministério Público; Art. 218. O juiz condenará a associação autora a pagar ao réu
II-a União, os estados, os municípios, o Distrito Federal e os ter- os honorários advocatícios arbitrados na conformidade do§4º do
ritórios; art. 20 da Lei n.º 5.869, de 11 de janeiro de 1973 (Código de Pro-
III-as associações legalmente constituídas há pelo menos um cesso Civil) , quando reconhecer que a pretensão é manifestamente
ano e que incluam entre seus fins institucionais a defesa dos inte- infundada.
resses e direitos protegidos por esta Lei, dispensada a autorização Parágrafo único. Em caso de litigância de má-fé, a associação
da assembléia, se houver prévia autorização estatutária. autora e os diretores responsáveis pela propositura da ação serão
§1º Admitir-se-á litisconsórcio facultativo entre os Ministérios solidariamente condenados ao décuplo das custas, sem prejuízo de
Públicos da União e dos estados na defesa dos interesses e direitos responsabilidade por perdas e danos.
de que cuida esta Lei. Art. 219. Nas ações de que trata este Capítulo, não have-
§2º Em caso de desistência ou abandono da ação por associa- rá adiantamento de custas, emolumentos, honorários periciais e
ção legitimada, o Ministério Público ou outro legitimado poderá as- quaisquer outras despesas.
sumir a titularidade ativa. Art. 220. Qualquer pessoa poderá e o servidor público deverá
Art. 211. Os órgãos públicos legitimados poderão tomar dos provocar a iniciativa do Ministério Público, prestando-lhe informa-
interessados compromisso de ajustamento de sua conduta às exi- ções sobre fatos que constituam objeto de ação civil, e indicando-
gências legais, o qual terá eficácia de título executivo extrajudicial. -lhe os elementos de convicção.
Art. 212. Para defesa dos direitos e interesses protegidos por Art. 221. Se, no exercício de suas funções, os juízos e tribunais
esta Lei, são admissíveis todas as espécies de ações pertinentes. tiverem conhecimento de fatos que possam ensejar a propositura
§1º Aplicam-se às ações previstas neste Capítulo as normas do de ação civil, remeterão peças ao Ministério Público para as provi-
Código de Processo Civil. dências cabíveis.
§2º Contra atos ilegais ou abusivos de autoridade pública ou Art. 222. Para instruir a petição inicial, o interessado poderá re-
agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do poder pú- querer às autoridades competentes as certidões e informações que
blico, que lesem direito líquido e certo previsto nesta Lei, caberá julgar necessárias, que serão fornecidas no prazo de quinze dias.
ação mandamental, que se regerá pelas normas da lei do mandado Art. 223. O Ministério Público poderá instaurar, sob sua presi-
de segurança. dência, inquérito civil, ou requisitar, de qualquer pessoa, organismo
Art. 213. Na ação que tenha por objeto o cumprimento de obri- público ou particular, certidões, informações, exames ou perícias,
gação de fazer ou não fazer, o juiz concederá a tutela específica da no prazo que assinalar, o qual não poderá ser inferior a dez dias
obrigação ou determinará providências que assegurem o resultado úteis.
prático equivalente ao do adimplemento. §1º Se o órgão do Ministério Público, esgotadas todas as dili-
§1º Sendo relevante o fundamento da demanda e havendo gências, se convencer da inexistência de fundamento para a pro-
justificado receio de ineficácia do provimento final, é lícito ao juiz positura da ação cível, promoverá o arquivamento dos autos do
conceder a tutela liminarmente ou após justificação prévia, citando inquérito civil ou das peças informativas, fazendo-o fundamenta-
o réu. damente.
§2º O juiz poderá, na hipótese do parágrafo anterior ou na sen- §2º Os autos do inquérito civil ou as peças de informação ar-
tença, impor multa diária ao réu, independentemente de pedido quivados serão remetidos, sob pena de se incorrer em falta grave,
do autor, se for suficiente ou compatível com a obrigação, fixando no prazo de três dias, ao Conselho Superior do Ministério Público.
prazo razoável para o cumprimento do preceito.
87
LEGISLAÇÃO
§3º Até que seja homologada ou rejeitada a promoção de ar- Parágrafo único. Se o crime é culposo:
quivamento, em sessão do Conselho Superior do Ministério públi- Pena-detenção de dois a seis meses, ou multa.
co, poderão as associações legitimadas apresentar razões escritas Art. 229. Deixar o médico, enfermeiro ou dirigente de estabe-
ou documentos, que serão juntados aos autos do inquérito ou ane- lecimento de atenção à saúde de gestante de identificar correta-
xados às peças de informação. mente o neonato e a parturiente, por ocasião do parto, bem como
§4º A promoção de arquivamento será submetida a exame e deixar de proceder aos exames referidos no art. 10 desta Lei:
deliberação do Conselho Superior do Ministério Público, conforme Pena-detenção de seis meses a dois anos.
dispuser o seu regimento. Parágrafo único. Se o crime é culposo:
§5º Deixando o Conselho Superior de homologar a promoção Pena-detenção de dois a seis meses, ou multa.
de arquivamento, designará, desde logo, outro órgão do Ministério Art. 230. Privar a criança ou o adolescente de sua liberdade,
Público para o ajuizamento da ação. procedendo à sua apreensão sem estar em flagrante de ato infra-
Art. 224. Aplicam-se subsidiariamente, no que couber, as dis- cional ou inexistindo ordem escrita da autoridade judiciária com-
posições da Lei n.º 7.347, de 24 de julho de 1985 . petente:
Pena-detenção de seis meses a dois anos.
TÍTULO VII Parágrafo único. Incide na mesma pena aquele que procede à
DOS CRIMES E DAS INFRAÇÕES ADMINISTRATIVAS apreensão sem observância das formalidades legais.
Art. 231. Deixar a autoridade policial responsável pela apre-
CAPÍTULO I ensão de criança ou adolescente de fazer imediata comunicação à
DOS CRIMES autoridade judiciária competente e à família do apreendido ou à
pessoa por ele indicada:
SEÇÃO I Pena-detenção de seis meses a dois anos.
DISPOSIÇÕES GERAIS Art. 232. Submeter criança ou adolescente sob sua autoridade,
guarda ou vigilância a vexame ou a constrangimento:
Art. 225. Este Capítulo dispõe sobre crimes praticados contra Pena-detenção de seis meses a dois anos.
a criança e o adolescente, por ação ou omissão, sem prejuízo do Art. 233. (Revogado pela Lei nº 9.455, de 7.4.1997 :
disposto na legislação penal. Art. 234. Deixar a autoridade competente, sem justa causa, de
Art. 226. Aplicam-se aos crimes definidos nesta Lei as normas ordenar a imediata liberação de criança ou adolescente, tão logo
da Parte Geral do Código Penal e, quanto ao processo, as pertinen- tenha conhecimento da ilegalidade da apreensão:
tes ao Código de Processo Penal. Pena-detenção de seis meses a dois anos.
§1º Aos crimes cometidos contra a criança e o adolescente, in- Art. 235. Descumprir, injustificadamente, prazo fixado nesta Lei
dependentemente da pena prevista, não se aplica a Lei nº 9.099, em benefício de adolescente privado de liberdade:
de 26 de setembro de 1995. (Incluído pela Lei nº 14.344, de 2022) Pena-detenção de seis meses a dois anos.
Vigência Art. 236. Impedir ou embaraçar a ação de autoridade judiciária,
§2º Nos casos de violência doméstica e familiar contra a crian- membro do Conselho Tutelar ou representante do Ministério Públi-
ça e o adolescente, é vedada a aplicação de penas de cesta básica co no exercício de função prevista nesta Lei:
ou de outras de prestação pecuniária, bem como a substituição de Pena-detenção de seis meses a dois anos.
pena que implique o pagamento isolado de multa. (Incluído pela Lei Art. 237. Subtrair criança ou adolescente ao poder de quem o
nº 14.344, de 2022) Vigência tem sob sua guarda em virtude de lei ou ordem judicial, com o fim
Art. 227. Os crimes definidos nesta Lei são de ação pública in- de colocação em lar substituto:
condicionada. Pena-reclusão de dois a seis anos, e multa.
Art. 227-A Os efeitos da condenação prevista no inciso I do Art. 238. Prometer ou efetivar a entrega de filho ou pupilo a
caput do art. 92 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 terceiro, mediante paga ou recompensa:
(Código Penal), para os crimes previstos nesta Lei, praticados por Pena-reclusão de um a quatro anos, e multa.
servidores públicos com abuso de autoridade, são condicionados Parágrafo único. Incide nas mesmas penas quem oferece ou
à ocorrência de reincidência. (Incluído pela Lei nº 13.869. de 2019) efetiva a paga ou recompensa.
Parágrafo único. A perda do cargo, do mandato ou da função, Art. 239. Promover ou auxiliar a efetivação de ato destinado ao
nesse caso, independerá da pena aplicada na reincidência. (Incluído envio de criança ou adolescente para o exterior com inobservância
pela Lei nº 13.869. de 2019) das formalidades legais ou com o fito de obter lucro:
Pena-reclusão de quatro a seis anos, e multa.
SEÇÃO II Parágrafo único. Se há emprego de violência, grave ameaça ou
DOS CRIMES EM ESPÉCIE fraude: (Incluído pela Lei nº 10.764, de 12.11.2003)
Pena-reclusão, de 6 (seis) a 8 (oito) anos, além da pena corres-
Art. 228. Deixar o encarregado de serviço ou o dirigente de es- pondente à violência.
tabelecimento de atenção à saúde de gestante de manter registro Art. 240. Produzir, reproduzir, dirigir, fotografar, filmar ou regis-
das atividades desenvolvidas, na forma e prazo referidos no art. 10 trar, por qualquer meio, cena de sexo explícito ou pornográfica, en-
desta Lei, bem como de fornecer à parturiente ou a seu responsá- volvendo criança ou adolescente: (Redação dada pela Lei nº 11.829,
vel, por ocasião da alta médica, declaração de nascimento, onde de 2008)
constem as intercorrências do parto e do desenvolvimento do ne- Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa. (Reda-
onato: ção dada pela Lei nº 11.829, de 2008)
Pena-detenção de seis meses a dois anos.
88
LEGISLAÇÃO
§1º Incorre nas mesmas penas quem agencia, facilita, recruta, II – membro de entidade, legalmente constituída, que inclua,
coage, ou de qualquer modo intermedeia a participação de criança entre suas finalidades institucionais, o recebimento, o processa-
ou adolescente nas cenas referidas no caput deste artigo, ou ainda mento e o encaminhamento de notícia dos crimes referidos neste
quem com esses contracena. (Redação dada pela Lei nº 11.829, de parágrafo; (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
2008) III – representante legal e funcionários responsáveis de prove-
§2º Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se o agente comete dor de acesso ou serviço prestado por meio de rede de computado-
o crime: (Redação dada pela Lei nº 11.829, de 2008) res, até o recebimento do material relativo à notícia feita à autori-
I – no exercício de cargo ou função pública ou a pretexto de dade policial, ao Ministério Público ou ao Poder Judiciário. (Incluído
exercê-la; (Redação dada pela Lei nº 11.829, de 2008) pela Lei nº 11.829, de 2008)
II – prevalecendo-se de relações domésticas, de coabitação ou §3º As pessoas referidas no §2º deste artigo deverão manter
de hospitalidade; ou (Redação dada pela Lei nº 11.829, de 2008) sob sigilo o material ilícito referido. (Incluído pela Lei nº 11.829, de
III – prevalecendo-se de relações de parentesco consangüíneo 2008)
ou afim até o terceiro grau, ou por adoção, de tutor, curador, pre- Art. 241-C. Simular a participação de criança ou adolescente
ceptor, empregador da vítima ou de quem, a qualquer outro título, em cena de sexo explícito ou pornográfica por meio de adultera-
tenha autoridade sobre ela, ou com seu consentimento. (Incluído ção, montagem ou modificação de fotografia, vídeo ou qualquer
pela Lei nº 11.829, de 2008) outra forma de representação visual: (Incluído pela Lei nº 11.829,
Art. 241. Vender ou expor à venda fotografia, vídeo ou outro de 2008)
registro que contenha cena de sexo explícito ou pornográfica envol- Pena – reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa. (Incluído
vendo criança ou adolescente: (Redação dada pela Lei nº 11.829, pela Lei nº 11.829, de 2008)
de 2008) Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas quem vende, ex-
Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa. (Reda- põe à venda, disponibiliza, distribui, publica ou divulga por qual-
ção dada pela Lei nº 11.829, de 2008) quer meio, adquire, possui ou armazena o material produzido na
Art. 241-A. Oferecer, trocar, disponibilizar, transmitir, distribuir, forma do caput deste artigo. (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
publicar ou divulgar por qualquer meio, inclusive por meio de siste- Art. 241-D. Aliciar, assediar, instigar ou constranger, por qual-
ma de informática ou telemático, fotografia, vídeo ou outro registro quer meio de comunicação, criança, com o fim de com ela praticar
que contenha cena de sexo explícito ou pornográfica envolvendo ato libidinoso: (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
criança ou adolescente: (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008) Pena – reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa. (Incluído
Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa. (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
pela Lei nº 11.829, de 2008) Parágrafo único. Nas mesmas penas incorre quem: (Incluído
§1º Nas mesmas penas incorre quem: (Incluído pela Lei nº pela Lei nº 11.829, de 2008)
11.829, de 2008) I – facilita ou induz o acesso à criança de material contendo
I – assegura os meios ou serviços para o armazenamento das cena de sexo explícito ou pornográfica com o fim de com ela prati-
fotografias, cenas ou imagens de que trata o caput deste artigo; (In- car ato libidinoso; (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
cluído pela Lei nº 11.829, de 2008) II – pratica as condutas descritas no caput deste artigo com o
II – assegura, por qualquer meio, o acesso por rede de compu- fim de induzir criança a se exibir de forma pornográfica ou sexual-
tadores às fotografias, cenas ou imagens de que trata o caput deste mente explícita. (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
artigo. (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008) Art. 241-E. Para efeito dos crimes previstos nesta Lei, a expres-
§2º As condutas tipificadas nos incisos I e II do§1º deste artigo são “cena de sexo explícito ou pornográfica” compreende qualquer
são puníveis quando o responsável legal pela prestação do serviço, situação que envolva criança ou adolescente em atividades sexuais
oficialmente notificado, deixa de desabilitar o acesso ao conteúdo explícitas, reais ou simuladas, ou exibição dos órgãos genitais de
ilícito de que trata o caput deste artigo. (Incluído pela Lei nº 11.829, uma criança ou adolescente para fins primordialmente sexuais. (In-
de 2008) cluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
Art. 241-B. Adquirir, possuir ou armazenar, por qualquer meio, Art. 242. Vender, fornecer ainda que gratuitamente ou entre-
fotografia, vídeo ou outra forma de registro que contenha cena de gar, de qualquer forma, a criança ou adolescente arma, munição
sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ou adolescente: ou explosivo:
(Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008) Pena-reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos. (Redação dada pela
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. (Incluído Lei nº 10.764, de 12.11.2003)
pela Lei nº 11.829, de 2008) Art. 243. Vender, fornecer, servir, ministrar ou entregar, ainda
§1º A pena é diminuída de 1 (um) a 2/3 (dois terços) se de pe- que gratuitamente, de qualquer forma, a criança ou a adolescente,
quena quantidade o material a que se refere o caput deste artigo. bebida alcoólica ou, sem justa causa, outros produtos cujos com-
(Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008) ponentes possam causar dependência física ou psíquica: (Redação
§2º Não há crime se a posse ou o armazenamento tem a fi- dada pela Lei nº 13.106, de 2015)
nalidade de comunicar às autoridades competentes a ocorrência Pena-detenção de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa, se o fato
das condutas descritas nos arts. 240, 241, 241-A e 241-C desta Lei, não constitui crime mais grave. (Redação dada pela Lei nº 13.106,
quando a comunicação for feita por: (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2015)
de 2008) Art. 244. Vender, fornecer ainda que gratuitamente ou entre-
I – agente público no exercício de suas funções; (Incluído pela gar, de qualquer forma, a criança ou adolescente fogos de estampi-
Lei nº 11.829, de 2008) do ou de artifício, exceto aqueles que, pelo seu reduzido potencial,
sejam incapazes de provocar qualquer dano físico em caso de utili-
zação indevida:
89
LEGISLAÇÃO
Pena-detenção de seis meses a dois anos, e multa. a suspensão da programação da emissora até por dois dias, bem
Art. 244-A. Submeter criança ou adolescente, como tais defi- como da publicação do periódico até por dois números. (Expressão
nidos no caput do art. 2 o desta Lei, à prostituição ou à exploração declarada inconstitucional pela ADIN 869).
sexual: (Incluído pela Lei nº 9.975, de 23.6.2000) Art. 248. (Revogado pela Lei nº 13.431, de 2017) (Vigência)
Pena – reclusão de quatro a dez anos e multa, além da perda Art. 249. Descumprir, dolosa ou culposamente, os deveres ine-
de bens e valores utilizados na prática criminosa em favor do Fundo rentes ao pátrio poder poder familiar ou decorrente de tutela ou
dos Direitos da Criança e do Adolescente da unidade da Federação guarda, bem assim determinação da autoridade judiciária ou Con-
(Estado ou Distrito Federal) em que foi cometido o crime, ressalva- selho Tutelar: (Expressão substituída pela Lei nº 12.010, de 2009)
do o direito de terceiro de boa-fé. (Redação dada pela Lei nº 13.440, Vigência
de 2017) Pena-multa de três a vinte salários de referência, aplicando-se
§1º Incorrem nas mesmas penas o proprietário, o gerente ou o o dobro em caso de reincidência.
responsável pelo local em que se verifique a submissão de criança Art. 250. Hospedar criança ou adolescente desacompanhado
ou adolescente às práticas referidas no caput deste artigo. (Incluído dos pais ou responsável, ou sem autorização escrita desses ou da
pela Lei nº 9.975, de 23.6.2000) autoridade judiciária, em hotel, pensão, motel ou congênere: (Re-
§2º Constitui efeito obrigatório da condenação a cassação da dação dada pela Lei nº 12.038, de 2009).
licença de localização e de funcionamento do estabelecimento. (In- Pena – multa. (Redação dada pela Lei nº 12.038, de 2009).
cluído pela Lei nº 9.975, de 23.6.2000) §1 º Em caso de reincidência, sem prejuízo da pena de multa,
Art. 244-B. Corromper ou facilitar a corrupção de menor de 18 a autoridade judiciária poderá determinar o fechamento do esta-
(dezoito) anos, com ele praticando infração penal ou induzindo-o a belecimento por até 15 (quinze) dias. (Incluído pela Lei nº 12.038,
praticá-la: (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009) de 2009).
Pena-reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos. (Incluído pela Lei §2 º Se comprovada a reincidência em período inferior a 30
nº 12.015, de 2009) (trinta) dias, o estabelecimento será definitivamente fechado e terá
§1º Incorre nas penas previstas no caput deste artigo quem sua licença cassada. (Incluído pela Lei nº 12.038, de 2009).
pratica as condutas ali tipificadas utilizando-se de quaisquer meios Art. 251. Transportar criança ou adolescente, por qualquer
eletrônicos, inclusive salas de bate-papo da internet. (Incluído pela meio, com inobservância do disposto nos arts. 83, 84 e 85 desta Lei:
Lei nº 12.015, de 2009) Pena-multa de três a vinte salários de referência, aplicando-se
§2º As penas previstas no caput deste artigo são aumentadas o dobro em caso de reincidência.
de um terço no caso de a infração cometida ou induzida estar in- Art. 252. Deixar o responsável por diversão ou espetáculo pú-
cluída no rol do art. 1 o da Lei n o 8.072, de 25 de julho de 1990 . blico de afixar, em lugar visível e de fácil acesso, à entrada do local
(Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009) de exibição, informação destacada sobre a natureza da diversão ou
espetáculo e a faixa etária especificada no certificado de classifica-
CAPÍTULO II ção:
DAS INFRAÇÕES ADMINISTRATIVAS Pena-multa de três a vinte salários de referência, aplicando-se
o dobro em caso de reincidência.
Art. 245. Deixar o médico, professor ou responsável por esta- Art. 253. Anunciar peças teatrais, filmes ou quaisquer repre-
belecimento de atenção à saúde e de ensino fundamental, pré-es- sentações ou espetáculos, sem indicar os limites de idade a que não
cola ou creche, de comunicar à autoridade competente os casos de se recomendem:
que tenha conhecimento, envolvendo suspeita ou confirmação de Pena-multa de três a vinte salários de referência, duplicada em
maus-tratos contra criança ou adolescente: caso de reincidência, aplicável, separadamente, à casa de espetácu-
Pena-multa de três a vinte salários de referência, aplicando-se lo e aos órgãos de divulgação ou publicidade.
o dobro em caso de reincidência. Art. 254. Transmitir, através de rádio ou televisão, espetáculo
Art. 246. Impedir o responsável ou funcionário de entidade de em horário diverso do autorizado ou sem aviso de sua classificação:
atendimento o exercício dos direitos constantes nos incisos II, III, (Expressão declarada inconstitucional pela ADI 2.404).
VII, VIII e XI do art. 124 desta Lei: Pena-multa de vinte a cem salários de referência; duplicada em
Pena-multa de três a vinte salários de referência, aplicando-se caso de reincidência a autoridade judiciária poderá determinar a
o dobro em caso de reincidência. suspensão da programação da emissora por até dois dias.
Art. 247. Divulgar, total ou parcialmente, sem autorização devi- Art. 255. Exibir filme, trailer, peça, amostra ou congênere clas-
da, por qualquer meio de comunicação, nome, ato ou documento sificado pelo órgão competente como inadequado às crianças ou
de procedimento policial, administrativo ou judicial relativo a crian- adolescentes admitidos ao espetáculo:
ça ou adolescente a que se atribua ato infracional: Pena-multa de vinte a cem salários de referência; na reincidên-
Pena-multa de três a vinte salários de referência, aplicando-se cia, a autoridade poderá determinar a suspensão do espetáculo ou
o dobro em caso de reincidência. o fechamento do estabelecimento por até quinze dias.
§1º Incorre na mesma pena quem exibe, total ou parcialmente, Art. 256. Vender ou locar a criança ou adolescente fita de pro-
fotografia de criança ou adolescente envolvido em ato infracional, gramação em vídeo, em desacordo com a classificação atribuída
ou qualquer ilustração que lhe diga respeito ou se refira a atos que pelo órgão competente:
lhe sejam atribuídos, de forma a permitir sua identificação, direta Pena-multa de três a vinte salários de referência; em caso de
ou indiretamente. reincidência, a autoridade judiciária poderá determinar o fecha-
§2º Se o fato for praticado por órgão de imprensa ou emissora mento do estabelecimento por até quinze dias.
de rádio ou televisão, além da pena prevista neste artigo, a autori- Art. 257. Descumprir obrigação constante dos arts. 78 e 79 des-
dade judiciária poderá determinar a apreensão da publicação ou ta Lei:
90
LEGISLAÇÃO
Pena-multa de três a vinte salários de referência, duplicando- II-6% (seis por cento) do imposto sobre a renda apurado pelas
-se a pena em caso de reincidência, sem prejuízo de apreensão da pessoas físicas na Declaração de Ajuste Anual, observado o disposto
revista ou publicação. no art. 22 da Lei n o 9.532, de 10 de dezembro de 1997 . (Redação
Art. 258. Deixar o responsável pelo estabelecimento ou o em- dada pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
presário de observar o que dispõe esta Lei sobre o acesso de criança §1º-(Revogado pela Lei nº 9.532, de 1997) (Produção de efeito)
ou adolescente aos locais de diversão, ou sobre sua participação no §1º -A. Na definição das prioridades a serem atendidas com
espetáculo: os recursos captados pelos fundos nacional, estaduais e municipais
Pena-multa de três a vinte salários de referência; em caso de dos direitos da criança e do adolescente, serão consideradas as
reincidência, a autoridade judiciária poderá determinar o fecha- disposições do Plano Nacional de Promoção, Proteção e Defesa do
mento do estabelecimento por até quinze dias. Direito de Crianças e Adolescentes à Convivência Familiar e Comu-
Art. 258-A. Deixar a autoridade competente de providenciar a nitária e as do Plano Nacional pela Primeira Infância. (Redação dada
instalação e operacionalização dos cadastros previstos no art. 50 e dada pela Lei nº 13.257, de 2016)
no§11 do art. 101 desta Lei: (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) §2º Os conselhos nacional, estaduais e municipais dos direi-
Vigência tos da criança e do adolescente fixarão critérios de utilização, por
Pena-multa de R$ 1.000,00 (mil reais) a R$ 3.000,00 (três mil meio de planos de aplicação, das dotações subsidiadas e demais
reais). (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência receitas, aplicando necessariamente percentual para incentivo ao
Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas a autoridade que acolhimento, sob a forma de guarda, de crianças e adolescentes e
deixa de efetuar o cadastramento de crianças e de adolescentes em para programas de atenção integral à primeira infância em áreas
condições de serem adotadas, de pessoas ou casais habilitados à de maior carência socioeconômica e em situações de calamidade.
adoção e de crianças e adolescentes em regime de acolhimento ins- (Redação dada dada pela Lei nº 13.257, de 2016)
titucional ou familiar. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência §3º O Departamento da Receita Federal, do Ministério da Eco-
Art. 258-B. Deixar o médico, enfermeiro ou dirigente de esta- nomia, Fazenda e Planejamento, regulamentará a comprovação das
belecimento de atenção à saúde de gestante de efetuar imediato doações feitas aos fundos, nos termos deste artigo. (Incluído pela
encaminhamento à autoridade judiciária de caso de que tenha co- Lei nº 8.242, de 12.10.1991)
nhecimento de mãe ou gestante interessada em entregar seu filho §4º O Ministério Público determinará em cada comarca a for-
para adoção: (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência ma de fiscalização da aplicação, pelo Fundo Municipal dos Direitos
Pena-multa de R$ 1.000,00 (mil reais) a R$ 3.000,00 (três mil da Criança e do Adolescente, dos incentivos fiscais referidos neste
reais). (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência artigo. (Incluído pela Lei nº 8.242, de 12.10.1991)
Parágrafo único. Incorre na mesma pena o funcionário de pro- §5º Observado o disposto no§4º do art. 3 o da Lei n o 9.249, de
grama oficial ou comunitário destinado à garantia do direito à con- 26 de dezembro de 1995 , a dedução de que trata o inciso I do caput
vivência familiar que deixa de efetuar a comunicação referida no : (Redação dada pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
caput deste artigo. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência I-será considerada isoladamente, não se submetendo a limite
Art. 258-C. Descumprir a proibição estabelecida no inciso II do em conjunto com outras deduções do imposto; e (Incluído pela Lei
art. 81: (Redação dada pela Lei nº 13.106, de 2015) nº 12.594, de 2012) (Vide)
Pena-multa de R$ 3.000,00 (três mil reais) a R$ 10.000,00 (dez II-não poderá ser computada como despesa operacional na
mil reais); (Redação dada pela Lei nº 13.106, de 2015) apuração do lucro real. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
Medida Administrativa-interdição do estabelecimento comer- Art. 260-A. A partir do exercício de 2010, ano-calendário de
cial até o recolhimento da multa aplicada. (Redação dada pela Lei 2009, a pessoa física poderá optar pela doação de que trata o inciso
nº 13.106, de 2015) II do caput do art. 260 diretamente em sua Declaração de Ajuste
Anual. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS §1º A doação de que trata o caput poderá ser deduzida até os
seguintes percentuais aplicados sobre o imposto apurado na decla-
Art. 259. A União, no prazo de noventa dias contados da publi- ração: (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
cação deste Estatuto, elaborará projeto de lei dispondo sobre a cria- I-(VETADO); (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
ção ou adaptação de seus órgãos às diretrizes da política de atendi- II-(VETADO); (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
mento fixadas no art. 88 e ao que estabelece o Título V do Livro II. III-3% (três por cento) a partir do exercício de 2012. (Incluído
Parágrafo único. Compete aos estados e municípios promove- pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
rem a adaptação de seus órgãos e programas às diretrizes e princí- §2º A dedução de que trata o caput : (Incluído pela Lei nº
pios estabelecidos nesta Lei. 12.594, de 2012) (Vide)
Art. 260. Os contribuintes poderão efetuar doações aos Fundos I-está sujeita ao limite de 6% (seis por cento) do imposto sobre
dos Direitos da Criança e do Adolescente nacional, distrital, esta- a renda apurado na declaração de que trata o inciso II do caput do
duais ou municipais, devidamente comprovadas, sendo essas inte- art. 260; (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
gralmente deduzidas do imposto de renda, obedecidos os seguintes II-não se aplica à pessoa física que: (Incluído pela Lei nº 12.594,
limites: (Redação dada pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) de 2012) (Vide)
I-1% (um por cento) do imposto sobre a renda devido apurado a) utilizar o desconto simplificado; (Incluído pela Lei nº 12.594,
pelas pessoas jurídicas tributadas com base no lucro real; e (Reda- de 2012) (Vide)
ção dada pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) b) apresentar declaração em formulário; ou (Incluído pela Lei
nº 12.594, de 2012) (Vide)
c) entregar a declaração fora do prazo; (Incluído pela Lei nº
12.594, de 2012) (Vide)
91
LEGISLAÇÃO
III-só se aplica às doações em espécie; e (Incluído pela Lei nº §2º No caso de doação em bens, o comprovante deve conter
12.594, de 2012) (Vide) a identificação dos bens, mediante descrição em campo próprio ou
IV-não exclui ou reduz outros benefícios ou deduções em vigor. em relação anexa ao comprovante, informando também se houve
(Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) avaliação, o nome, CPF ou CNPJ e endereço dos avaliadores. (Incluí-
§3º O pagamento da doação deve ser efetuado até a data de do pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
vencimento da primeira quota ou quota única do imposto, observa- Art. 260-E. Na hipótese da doação em bens, o doador deverá:
das instruções específicas da Secretaria da Receita Federal do Brasil. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
(Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) I-comprovar a propriedade dos bens, mediante documentação
§4º O não pagamento da doação no prazo estabelecido no§3º hábil; (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
implica a glosa definitiva desta parcela de dedução, ficando a pes- II-baixar os bens doados na declaração de bens e direitos,
soa física obrigada ao recolhimento da diferença de imposto devido quando se tratar de pessoa física, e na escrituração, no caso de pes-
apurado na Declaração de Ajuste Anual com os acréscimos legais soa jurídica; e (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
previstos na legislação. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) III-considerar como valor dos bens doados: (Incluído pela Lei nº
§5º A pessoa física poderá deduzir do imposto apurado na De- 12.594, de 2012) (Vide)
claração de Ajuste Anual as doações feitas, no respectivo ano-ca- a) para as pessoas físicas, o valor constante da última declara-
lendário, aos fundos controlados pelos Conselhos dos Direitos da ção do imposto de renda, desde que não exceda o valor de merca-
Criança e do Adolescente municipais, distrital, estaduais e nacional do; (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
concomitantemente com a opção de que trata o caput , respeitado b) para as pessoas jurídicas, o valor contábil dos bens. (Incluído
o limite previsto no inciso II do art. 260. (Incluído pela Lei nº 12.594, pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
de 2012) (Vide) Parágrafo único. O preço obtido em caso de leilão não será con-
Art. 260-B. A doação de que trata o inciso I do art. 260 poderá siderado na determinação do valor dos bens doados, exceto se o
ser deduzida: (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) leilão for determinado por autoridade judiciária. (Incluído pela Lei
I-do imposto devido no trimestre, para as pessoas jurídicas que nº 12.594, de 2012) (Vide)
apuram o imposto trimestralmente; e (Incluído pela Lei nº 12.594, Art. 260-F. Os documentos a que se referem os arts. 260-D e
de 2012) (Vide) 260-E devem ser mantidos pelo contribuinte por um prazo de 5 (cin-
II-do imposto devido mensalmente e no ajuste anual, para as co) anos para fins de comprovação da dedução perante a Receita
pessoas jurídicas que apuram o imposto anualmente. (Incluído pela Federal do Brasil. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) Art. 260-G. Os órgãos responsáveis pela administração das con-
Parágrafo único. A doação deverá ser efetuada dentro do pe- tas dos Fundos dos Direitos da Criança e do Adolescente nacional,
ríodo a que se refere a apuração do imposto. (Incluído pela Lei nº estaduais, distrital e municipais devem: (Incluído pela Lei nº 12.594,
12.594, de 2012) (Vide) de 2012) (Vide)
Art. 260-C. As doações de que trata o art. 260 desta Lei podem I-manter conta bancária específica destinada exclusivamente a
ser efetuadas em espécie ou em bens. (Incluído pela Lei nº 12.594, gerir os recursos do Fundo; (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012)
de 2012) (Vide) (Vide)
Parágrafo único. As doações efetuadas em espécie devem ser II-manter controle das doações recebidas; e (Incluído pela Lei
depositadas em conta específica, em instituição financeira pública, nº 12.594, de 2012) (Vide)
vinculadas aos respectivos fundos de que trata o art. 260. (Incluído III-informar anualmente à Secretaria da Receita Federal do Bra-
pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) sil as doações recebidas mês a mês, identificando os seguintes da-
Art. 260-D. Os órgãos responsáveis pela administração das con- dos por doador: (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
tas dos Fundos dos Direitos da Criança e do Adolescente nacional, a) nome, CNPJ ou CPF; (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012)
estaduais, distrital e municipais devem emitir recibo em favor do (Vide)
doador, assinado por pessoa competente e pelo presidente do Con- b) valor doado, especificando se a doação foi em espécie ou em
selho correspondente, especificando: (Incluído pela Lei nº 12.594, bens. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
de 2012) (Vide) Art. 260-H. Em caso de descumprimento das obrigações pre-
I-número de ordem; (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) vistas no art. 260-G, a Secretaria da Receita Federal do Brasil dará
(Vide) conhecimento do fato ao Ministério Público. (Incluído pela Lei nº
II-nome, Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ) e endere- 12.594, de 2012) (Vide)
ço do emitente; (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) Art. 260-I. Os Conselhos dos Direitos da Criança e do Adoles-
III-nome, CNPJ ou Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) do doador; cente nacional, estaduais, distrital e municipais divulgarão ampla-
(Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) mente à comunidade: (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
IV-data da doação e valor efetivamente recebido; e (Incluído I-o calendário de suas reuniões; (Incluído pela Lei nº 12.594,
pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) de 2012) (Vide)
V-ano-calendário a que se refere a doação. (Incluído pela Lei nº II-as ações prioritárias para aplicação das políticas de atendi-
12.594, de 2012) (Vide) mento à criança e ao adolescente; (Incluído pela Lei nº 12.594, de
§1º O comprovante de que trata o caput deste artigo pode ser 2012) (Vide)
emitido anualmente, desde que discrimine os valores doados mês a III-os requisitos para a apresentação de projetos a serem be-
mês. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) neficiados com recursos dos Fundos dos Direitos da Criança e do
Adolescente nacional, estaduais, distrital ou municipais; (Incluído
pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
92
LEGISLAÇÃO
IV-a relação dos projetos aprovados em cada ano-calendário e §3º Aumenta-se a pena de um terço, se o crime é praticado
o valor dos recursos previstos para implementação das ações, por contra pessoa menor de catorze anos.
projeto; (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) 4) Art. 213 ..................................................................
V-o total dos recursos recebidos e a respectiva destinação, por Parágrafo único. Se a ofendida é menor de catorze anos:
projeto atendido, inclusive com cadastramento na base de dados Pena-reclusão de quatro a dez anos.
do Sistema de Informações sobre a Infância e a Adolescência; e (In- 5) Art. 214...................................................................
cluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) Parágrafo único. Se o ofendido é menor de catorze anos:
VI-a avaliação dos resultados dos projetos beneficiados com Pena-reclusão de três a nove anos.»
recursos dos Fundos dos Direitos da Criança e do Adolescente na- Art. 264. O art. 102 da Lei n.º 6.015, de 31 de dezembro de
cional, estaduais, distrital e municipais. (Incluído pela Lei nº 12.594, 1973 , fica acrescido do seguinte item:
de 2012) (Vide) “Art. 102 ....................................................................
Art. 260-J. O Ministério Público determinará, em cada Comarca, 6º) a perda e a suspensão do pátrio poder. “
a forma de fiscalização da aplicação dos incentivos fiscais referidos Art. 265. A Imprensa Nacional e demais gráficas da União, da
no art. 260 desta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) administração direta ou indireta, inclusive fundações instituídas e
Parágrafo único. O descumprimento do disposto nos arts. 260- mantidas pelo poder público federal promoverão edição popular
G e 260-I sujeitará os infratores a responder por ação judicial pro- do texto integral deste Estatuto, que será posto à disposição das
posta pelo Ministério Público, que poderá atuar de ofício, a requeri- escolas e das entidades de atendimento e de defesa dos direitos da
mento ou representação de qualquer cidadão. (Incluído pela Lei nº criança e do adolescente.
12.594, de 2012) (Vide) Art. 265-A. O poder público fará periodicamente ampla divul-
Art. 260-K. A Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da gação dos direitos da criança e do adolescente nos meios de comu-
República (SDH/PR) encaminhará à Secretaria da Receita Federal do nicação social. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
Brasil, até 31 de outubro de cada ano, arquivo eletrônico conten- Parágrafo único. A divulgação a que se refere o caput será vei-
do a relação atualizada dos Fundos dos Direitos da Criança e do culada em linguagem clara, compreensível e adequada a crianças
Adolescente nacional, distrital, estaduais e municipais, com a indi- e adolescentes, especialmente às crianças com idade inferior a 6
cação dos respectivos números de inscrição no CNPJ e das contas (seis) anos. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
bancárias específicas mantidas em instituições financeiras públicas, Art. 266. Esta Lei entra em vigor noventa dias após sua publi-
destinadas exclusivamente a gerir os recursos dos Fundos. (Incluído cação.
pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) Parágrafo único. Durante o período de vacância deverão ser
Art. 260-L. A Secretaria da Receita Federal do Brasil expedirá as promovidas atividades e campanhas de divulgação e esclarecimen-
instruções necessárias à aplicação do disposto nos arts. 260 a 260- tos acerca do disposto nesta Lei.
K. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) Art. 267. Revogam-se as Leis n.º 4.513, de 1964 , e 6.697, de 10
Art. 261. A falta dos conselhos municipais dos direitos da crian- de outubro de 1979 (Código de Menores), e as demais disposições
ça e do adolescente, os registros, inscrições e alterações a que se em contrário.
referem os arts. 90, parágrafo único, e 91 desta Lei serão efetuados Brasília, 13 de julho de 1990; 169º da Independência e 102º da
perante a autoridade judiciária da comarca a que pertencer a enti- República.
dade.
Parágrafo único. A União fica autorizada a repassar aos estados
e municípios, e os estados aos municípios, os recursos referentes
LEI FEDERAL 13.022/2014; ESTATUTO GERAL DAS
aos programas e atividades previstos nesta Lei, tão logo estejam
GUARDAS MUNICIPAIS. CAPÍTULOS I, II E III.
criados os conselhos dos direitos da criança e do adolescente nos
seus respectivos níveis. LEI Nº 13.022, DE 8 DE AGOSTO DE 2014.
Art. 262. Enquanto não instalados os Conselhos Tutelares, as
atribuições a eles conferidas serão exercidas pela autoridade judi- Dispõe sobre o Estatuto Geral das Guardas Municipais.
ciária.
Art. 263. O Decreto-Lei n.º 2.848, de 7 de dezembro de 1940 CAPÍTULO I
(Código Penal), passa a vigorar com as seguintes alterações: DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
1) Art. 121 ............................................................
§4º No homicídio culposo, a pena é aumentada de um terço, Art. 1º Esta Lei institui normas gerais para as guardas munici-
se o crime resulta de inobservância de regra técnica de profissão, pais, disciplinando o §8º do art. 144 da Constituição Federal.
arte ou ofício, ou se o agente deixa de prestar imediato socorro à Art. 2º Incumbe às guardas municipais, instituições de caráter
vítima, não procura diminuir as conseqüências do seu ato, ou foge civil, uniformizadas e armadas conforme previsto em lei, a função
para evitar prisão em flagrante. Sendo doloso o homicídio, a pena de proteção municipal preventiva, ressalvadas as competências da
é aumentada de um terço, se o crime é praticado contra pessoa União, dos Estados e do Distrito Federal.
menor de catorze anos.
2) Art. 129 ............................................................... CAPÍTULO II
§7º Aumenta-se a pena de um terço, se ocorrer qualquer das DOS PRINCÍPIOS
hipóteses do art. 121,§4º.
§8º Aplica-se à lesão culposa o disposto no§5º do art. 121. Art. 3º São princípios mínimos de atuação das guardas muni-
3) Art. 136................................................................. cipais:
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LEGISLAÇÃO
I - proteção dos direitos humanos fundamentais, do exercício XV - contribuir no estudo de impacto na segurança local, con-
da cidadania e das liberdades públicas; forme plano diretor municipal, por ocasião da construção de em-
II - preservação da vida, redução do sofrimento e diminuição preendimentos de grande porte;
das perdas; XVI - desenvolver ações de prevenção primária à violência, iso-
III - patrulhamento preventivo; ladamente ou em conjunto com os demais órgãos da própria muni-
IV - compromisso com a evolução social da comunidade; e cipalidade, de outros Municípios ou das esferas estadual e federal;
V - uso progressivo da força. XVII - auxiliar na segurança de grandes eventos e na proteção
de autoridades e dignatários; e
CAPÍTULO III XVIII - atuar mediante ações preventivas na segurança escolar,
DAS COMPETÉNCIAS zelando pelo entorno e participando de ações educativas com o cor-
po discente e docente das unidades de ensino municipal, de forma
Art. 4º É competência geral das guardas municipais a proteção a colaborar com a implantação da cultura de paz na comunidade
de bens, serviços, logradouros públicos municipais e instalações do local.
Município. Parágrafo único. No exercício de suas competências, a guarda
Parágrafo único. Os bens mencionados no caput abrangem os municipal poderá colaborar ou atuar conjuntamente com órgãos de
de uso comum, os de uso especial e os dominiais. segurança pública da União, dos Estados e do Distrito Federal ou de
Art. 5º São competências específicas das guardas municipais, congêneres de Municípios vizinhos e, nas hipóteses previstas nos
respeitadas as competências dos órgãos federais e estaduais: incisos XIII e XIV deste artigo, diante do comparecimento de órgão
I - zelar pelos bens, equipamentos e prédios públicos do Mu- descrito nos incisos do caput do art. 144 da Constituição Federal ,
nicípio; deverá a guarda municipal prestar todo o apoio à continuidade do
II - prevenir e inibir, pela presença e vigilância, bem como coi- atendimento.
bir, infrações penais ou administrativas e atos infracionais que aten-
tem contra os bens, serviços e instalações municipais; CAPÍTULO IV
III - atuar, preventiva e permanentemente, no território do Mu- DA CRIAÇÃO
nicípio, para a proteção sistêmica da população que utiliza os bens,
serviços e instalações municipais; Art. 6º O Município pode criar, por lei, sua guarda municipal.
IV - colaborar, de forma integrada com os órgãos de segurança Parágrafo único. A guarda municipal é subordinada ao chefe do
pública, em ações conjuntas que contribuam com a paz social; Poder Executivo municipal.
V - colaborar com a pacificação de conflitos que seus integran- Art. 7º As guardas municipais não poderão ter efetivo superior
tes presenciarem, atentando para o respeito aos direitos funda- a:
mentais das pessoas; I - 0,4% (quatro décimos por cento) da população, em Municí-
VI - exercer as competências de trânsito que lhes forem confe- pios com até 50.000 (cinquenta mil) habitantes;
ridas, nas vias e logradouros municipais, nos termos da Lei nº 9.503, II - 0,3% (três décimos por cento) da população, em Municípios
de 23 de setembro de 1997 (Código de Trânsito Brasileiro), ou de com mais de 50.000 (cinquenta mil) e menos de 500.000 (quinhen-
forma concorrente, mediante convênio celebrado com órgão de tos mil) habitantes, desde que o efetivo não seja inferior ao dispos-
trânsito estadual ou municipal; to no inciso I;
VII - proteger o patrimônio ecológico, histórico, cultural, ar- III - 0,2% (dois décimos por cento) da população, em Municí-
quitetônico e ambiental do Município, inclusive adotando medidas pios com mais de 500.000 (quinhentos mil) habitantes, desde que o
educativas e preventivas; efetivo não seja inferior ao disposto no inciso II.
VIII - cooperar com os demais órgãos de defesa civil em suas Parágrafo único. Se houver redução da população referida em
atividades; censo ou estimativa oficial da Fundação Instituto Brasileiro de Ge-
IX - interagir com a sociedade civil para discussão de soluções ografia e Estatística (IBGE), é garantida a preservação do efetivo
de problemas e projetos locais voltados à melhoria das condições existente, o qual deverá ser ajustado à variação populacional, nos
de segurança das comunidades; termos de lei municipal.
X - estabelecer parcerias com os órgãos estaduais e da União, Art. 8º Municípios limítrofes podem, mediante consórcio pú-
ou de Municípios vizinhos, por meio da celebração de convênios blico, utilizar, reciprocamente, os serviços da guarda municipal de
ou consórcios, com vistas ao desenvolvimento de ações preventivas maneira compartilhada.
integradas; Art. 9º A guarda municipal é formada por servidores públicos
XI - articular-se com os órgãos municipais de políticas sociais, integrantes de carreira única e plano de cargos e salários, conforme
visando à adoção de ações interdisciplinares de segurança no Mu- disposto em lei municipal.
nicípio;
XII - integrar-se com os demais órgãos de poder de polícia ad- CAPÍTULO V
ministrativa, visando a contribuir para a normatização e a fiscaliza- DAS EXIGÊNCIAS PARA INVESTIDURA
ção das posturas e ordenamento urbano municipal;
XIII - garantir o atendimento de ocorrências emergenciais, ou Art. 10. São requisitos básicos para investidura em cargo públi-
prestá-lo direta e imediatamente quando deparar-se com elas; co na guarda municipal:
XIV - encaminhar ao delegado de polícia, diante de flagrante I - nacionalidade brasileira;
delito, o autor da infração, preservando o local do crime, quando II - gozo dos direitos políticos;
possível e sempre que necessário; III - quitação com as obrigações militares e eleitorais;
IV - nível médio completo de escolaridade;
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LEGISLAÇÃO
V - idade mínima de 18 (dezoito) anos; Parágrafo único. As guardas municipais não podem ficar sujei-
VI - aptidão física, mental e psicológica; e tas a regulamentos disciplinares de natureza militar.
VII - idoneidade moral comprovada por investigação social e
certidões expedidas perante o Poder Judiciário estadual, federal e CAPÍTULO VIII
distrital. DAS PRERROGATIVAS
Parágrafo único. Outros requisitos poderão ser estabelecidos
em lei municipal. Art. 15. Os cargos em comissão das guardas municipais deve-
rão ser providos por membros efetivos do quadro de carreira do
CAPÍTULO VI órgão ou entidade.
DA CAPACITAÇÃO §1º Nos primeiros 4 (quatro) anos de funcionamento, a guarda
municipal poderá ser dirigida por profissional estranho a seus qua-
Art. 11. O exercício das atribuições dos cargos da guarda muni- dros, preferencialmente com experiência ou formação na área de
cipal requer capacitação específica, com matriz curricular compatí- segurança ou defesa social, atendido o disposto no caput .
vel com suas atividades. §2º Para ocupação dos cargos em todos os níveis da carreira da
Parágrafo único. Para fins do disposto no caput , poderá ser guarda municipal, deverá ser observado o percentual mínimo para
adaptada a matriz curricular nacional para formação em segurança o sexo feminino, definido em lei municipal.
pública, elaborada pela Secretaria Nacional de Segurança Pública §3º Deverá ser garantida a progressão funcional da carreira em
(Senasp) do Ministério da Justiça. todos os níveis.
Art. 12. É facultada ao Município a criação de órgão de for- Art. 16. Aos guardas municipais é autorizado o porte de arma
mação, treinamento e aperfeiçoamento dos integrantes da guarda de fogo, conforme previsto em lei.
municipal, tendo como princípios norteadores os mencionados no Parágrafo único. Suspende-se o direito ao porte de arma de
art. 3º . fogo em razão de restrição médica, decisão judicial ou justificativa
§1º Os Municípios poderão firmar convênios ou consorciar-se, da adoção da medida pelo respectivo dirigente.
visando ao atendimento do disposto no caput deste artigo. Art. 17. A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) des-
§2º O Estado poderá, mediante convênio com os Municípios tinará linha telefônica de número 153 e faixa exclusiva de frequên-
interessados, manter órgão de formação e aperfeiçoamento centra- cia de rádio aos Municípios que possuam guarda municipal.
lizado, em cujo conselho gestor seja assegurada a participação dos Art. 18. É assegurado ao guarda municipal o recolhimento à
Municípios conveniados. cela, isoladamente dos demais presos, quando sujeito à prisão an-
§3º O órgão referido no §2º não pode ser o mesmo destinado tes de condenação definitiva.
a formação, treinamento ou aperfeiçoamento de forças militares.
CAPÍTULO IX
CAPÍTULO VII DAS VEDAÇÕES
DO CONTROLE
Art. 19. A estrutura hierárquica da guarda municipal não pode
Art. 13. O funcionamento das guardas municipais será acom- utilizar denominação idêntica à das forças militares, quanto aos pos-
panhado por órgãos próprios, permanentes, autônomos e com atri- tos e graduações, títulos, uniformes, distintivos e condecorações.
buições de fiscalização, investigação e auditoria, mediante:
I - controle interno, exercido por corregedoria, naquelas com CAPÍTULO X
efetivo superior a 50 (cinquenta) servidores da guarda e em todas DA REPRESENTATIVIDADE
as que utilizam arma de fogo, para apurar as infrações disciplinares
atribuídas aos integrantes de seu quadro; e Art. 20. É reconhecida a representatividade das guardas mu-
II - controle externo, exercido por ouvidoria, independente em nicipais no Conselho Nacional de Segurança Pública, no Conselho
relação à direção da respectiva guarda, qualquer que seja o número Nacional das Guardas Municipais e, no interesse dos Municípios,
de servidores da guarda municipal, para receber, examinar e enca- no Conselho Nacional de Secretários e Gestores Municipais de Se-
minhar reclamações, sugestões, elogios e denúncias acerca da con- gurança Pública.
duta de seus dirigentes e integrantes e das atividades do órgão, pro-
por soluções, oferecer recomendações e informar os resultados aos CAPÍTULO XI
interessados, garantindo-lhes orientação, informação e resposta. DISPOSIÇÕES DIVERSAS E TRANSITÓRIAS
§1º O Poder Executivo municipal poderá criar órgão colegiado
para exercer o controle social das atividades de segurança do Mu- Art. 21. As guardas municipais utilizarão uniforme e equipa-
nicípio, analisar a alocação e aplicação dos recursos públicos e mo- mentos padronizados, preferencialmente, na cor azul-marinho.
nitorar os objetivos e metas da política municipal de segurança e, Art. 22. Aplica-se esta Lei a todas as guardas municipais exis-
posteriormente, a adequação e eventual necessidade de adaptação tentes na data de sua publicação, a cujas disposições devem adap-
das medidas adotadas face aos resultados obtidos. tar-se no prazo de 2 (dois) anos.
§2º Os corregedores e ouvidores terão mandato cuja perda Parágrafo único. É assegurada a utilização de outras denomina-
será decidida pela maioria absoluta da Câmara Municipal, fundada ções consagradas pelo uso, como guarda civil, guarda civil munici-
em razão relevante e específica prevista em lei municipal. pal, guarda metropolitana e guarda civil metropolitana.
Art. 14. Para efeito do disposto no inciso I do caput do art. 13, Art. 23. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
a guarda municipal terá código de conduta próprio, conforme dis- Brasília, 8 de agosto de 2014; 193º da Independência e 126º
puser lei municipal. da República.
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LEGISLAÇÃO
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe Art. 3º O Sinarm, instituído no âmbito da Polícia Federal do
confere o art. 84, caput, inciso IV, da Constituição, e tendo em vista Ministério da Justiça e Segurança Pública, manterá cadastro nacio-
o disposto na Lei nº 10.826, de 22 de dezembro de 2003, nal, das armas de fogo importadas, produzidas e comercializadas
no País.
DECRETA: §1º A Polícia Federal manterá o registro de armas de fogo de
CAPÍTULO I competência do Sinarm.
DISPOSIÇÕES GERAIS §2º Serão cadastrados no Sinarm:
I - os armeiros em atividade no País e as respectivas licenças
Art. 1º (Revogado pelo Decreto nº 11.366, de 2023) para o exercício da atividade profissional;
Art. 2º Para fins do disposto neste Decreto, adotam-se as defi- II - os produtores, os atacadistas, os varejistas, os exportado-
nições e classificações constantes do Anexo I ao Decreto nº 10.030, res e os importadores autorizados de armas de fogo, acessórios e
de 30 de setembro de 2019 , e considera-se, ainda: (Redação dada munições;
pelo Decreto nº 10.630, de 2021) Vigência III - os instrutores de armamento e de tiro credenciados para a
I - registros precários - dados referentes ao estoque de armas aplicação de teste de capacidade técnica, ainda que digam respeito
de fogo, acessórios e munições das empresas autorizadas a comer- a arma de fogo de uso restrito; e
cializá-los; e (Redação dada pelo Decreto nº 10.630, de 2021) Vi- IV - os psicólogos credenciados para a aplicação do exame de
gência aptidão psicológica a que se refere o inciso III do caput do art. 4º da
II - registros próprios - aqueles realizados por órgãos, institui- Lei nº 10.826, de 2003.
ções e corporações em documentos oficiais de caráter permanente. §3º Serão cadastradas no Sinarm as armas de fogo:
(Redação dada pelo Decreto nº 10.630, de 2021) Vigência I - importadas, produzidas e comercializadas no País, de uso
III - (Revogado pelo Decreto nº 10.630, de 2021) Vigência permitido ou restrito, exceto aquelas pertencentes às Forças Arma-
IV - (Revogado pelo Decreto nº 10.630, de 2021) Vigência das e Auxiliares, ao Gabinete de Segurança Institucional da Presi-
V - (Revogado pelo Decreto nº 10.630, de 2021) Vigência dência da República e à Agência Brasileira de Inteligência;
VI - (Revogado pelo Decreto nº 10.630, de 2021) Vigência II - apreendidas, ainda que não constem dos cadastros do Si-
VII - (Revogado pelo Decreto nº 10.630, de 2021) Vigência narm ou do Sigma, incluídas aquelas vinculadas a procedimentos
VIII - (Revogado pelo Decreto nº 10.630, de 2021) Vigência policiais e judiciais;
IX -(Revogado pelo Decreto nº 10.630, de 2021) Vigência III - institucionais, observado o disposto no inciso I, constantes
X - (Revogado pelo Decreto nº 10.630, de 2021) Vigência de cadastros próprios:
XI - (Revogado pelo Decreto nº 10.630, de 2021) Vigência a) da Polícia Federal;
XII - (Revogado pelo Decreto nº 10.630, de 2021) Vigência b) da Polícia Rodoviária Federal;
XIII - (Revogado pelo Decreto nº 10.630, de 2021) Vigência c) da Força Nacional de Segurança Pública;
XIV - (Revogado pelo Decreto nº 10.630, de 2021) Vigência d) dos órgãos do sistema penitenciário federal, estadual ou dis-
§1º Fica proibida a produção de réplicas e simulacros que pos- trital;(Redação dada pelo Decreto nº 10.630, de 2021) Vigência
sam ser confundidos com arma de fogo, nos termos do disposto no e) das polícias civis dos Estados e do Distrito Federal;
art. 26 da Lei nº 10.826, de 2003, que não sejam classificados como f) dos órgãos policiais da Câmara dos Deputados e do Senado
arma de pressão nem destinados à instrução, ao adestramento, ou Federal, a que se referem, respectivamente, o inciso IV do caput do
à coleção de usuário autorizado. art. 51 e o inciso XIII do caput do art. 52 da Constituição;
§2º O Comando do Exército estabelecerá os parâmetros de g) das guardas municipais;
aferição e a listagem dos calibres nominais que se enquadrem nos h) dos órgãos públicos aos quais sejam vinculados os agentes
limites estabelecidos nos incisos I, II e IV do parágrafo único do art. e os guardas prisionais e os integrantes das escoltas de presos dos
3º do Anexo I do Decreto nº 10.030, de 2019 , no prazo de sessenta Estados e das guardas portuárias;
dias, contado da data de publicação deste Decreto. (Redação dada i) dos órgãos do Poder Judiciário, para uso exclusivo de servido-
pelo Decreto nº 10.630, de 2021) Vigência res de seus quadros pessoais que efetivamente estejam no exercí-
§3º Ato conjunto do Ministro de Estado da Defesa e do Minis- cio de funções de segurança, na forma do regulamento estabeleci-
tro de Estado da Justiça e Segurança Pública estabelecerá as quanti- do pelo Conselho Nacional de Justiça;
dades de munições passíveis de aquisição pelas pessoas físicas au- j) dos órgãos dos Ministérios Públicos da União, dos Estados e
torizadas a adquirir ou portar arma de fogo e pelos integrantes dos do Distrito Federal e Territórios, para uso exclusivo de servidores de
órgãos e das instituições a que se referem os incisos I a VII e X do seus quadros pessoais que efetivamente estejam no exercício de
caput do art. 6º da Lei nº 10.826, de 2003, observada a legislação, funções de segurança, na forma do regulamento estabelecido pelo
Conselho Nacional do Ministério Público;
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LEGISLAÇÃO
k) da Secretaria Especial da Receita Federal do Brasil do Minis- §8º A Polícia Federal deverá informar às secretarias de segu-
tério da Economia, adquiridas para uso dos integrantes da Carreira rança pública dos Estados e do Distrito Federal os registros e as
de Auditoria da Receita Federal do Brasil, compostos pelos cargos autorizações de porte de armas de fogo existentes nos respectivos
de Auditor-Fiscal e Analista-Tributário; territórios.
l) do órgão ao qual se vincula a Carreira de Auditoria-Fiscal do §9º A Polícia Federal poderá celebrar convênios com os órgãos
Trabalho, adquiridas para uso de seus integrantes; de segurança pública dos Estados e do Distrito Federal para possibi-
m) dos órgãos públicos cujos servidores tenham autorização, litar a integração de seus sistemas correlatos ao Sinarm.
concedida por legislação específica, para portar arma de fogo em §10. As especificações e os procedimentos para o cadastro das
serviço e que não tenham sido mencionados nas alíneas “a” a “l”; e armas de fogo de que trata este artigo serão estabelecidos em ato
n) do Poder Judiciário e do Ministério Público, adquiridas para do Diretor-Geral da Polícia Federal.
uso de seus membros; §11. O registro e o cadastro das armas de fogo a que se refere
IV - dos integrantes: o inciso II do §3º serão feitos por meio de comunicação das autori-
a) da Polícia Federal; dades competentes à Polícia Federal.
b) da Polícia Rodoviária Federal; §12. Sem prejuízo do disposto neste artigo, as unidades de cri-
c) dos órgãos do sistema penitenciário federal, estadual ou dis- minalística da União, dos Estados e do Distrito Federal responsáveis
trital; (Redação dada pelo Decreto nº 10.630, de 2021) Vigência por realizar perícia em armas de fogo apreendidas deverão encami-
d) das polícias civis dos Estados e do Distrito Federal; nhar, trimestralmente, arquivo eletrônico com a relação das armas
e) dos órgãos policiais da Câmara dos Deputados e do Senado de fogo periciadas para cadastro e eventuais correções no Sinarm,
Federal, a que se referem, respectivamente, o inciso IV do caput do na forma estabelecida em ato do Diretor-Geral da Polícia Federal.
art. 51 e o inciso XIII do caput do art. 52 da Constituição;
f) das guardas municipais; SEÇÃO II
g) dos quadros efetivos dos agentes e guardas prisionais, das DO SISTEMA DE GERENCIAMENTO MILITAR DE ARMAS
escoltas de presos dos Estados e das guardas portuárias;
h) do quadro efetivo dos órgãos do Poder Judiciário que efeti- Art. 4º O Sigma, instituído no âmbito do Comando do Exército
vamente estejam no exercício de funções de segurança, na forma do Ministério da Defesa, manterá cadastro nacional das armas de
do regulamento estabelecido pelo Conselho Nacional de Justiça; fogo importadas, produzidas e comercializadas no País que não es-
i) do quadro efetivo dos órgãos dos Ministérios Públicos da tejam previstas no art. 3º.
União, dos Estados e do Distrito Federal e Territórios que efetiva- §1º O Comando do Exército manterá o registro de proprietá-
mente estejam no exercício de funções de segurança, na forma do rios de armas de fogo de competência do Sigma.
regulamento estabelecido pelo Conselho Nacional do Ministério §2º Serão cadastradas no Sigma as armas de fogo:
Público; I - institucionais, constantes de registros próprios:
j) dos quadros efetivos da Carreira de Auditoria da Receita Fe- a) das Forças Armadas;
deral do Brasil da Secretaria Especial da Receita Federal do Brasil do b) das polícias militares e dos corpos de bombeiros militares
Ministério da Economia, composta pelos cargos de Auditor-Fiscal dos Estados e do Distrito Federal;
e Analista-Tributário, e da Carreira de Auditoria-Fiscal do Trabalho; c) da Agência Brasileira de Inteligência; e
k) dos quadros efetivos dos órgãos públicos cujos servidores te- d) do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da
nham autorização, concedida por legislação específica, para portar República;
arma de fogo em serviço e que não tenham sido mencionados nas II - dos integrantes:
alíneas “a” a “j”; a) das Forças Armadas;
l) dos membros do Poder Judiciário e do Ministério Público; e b) das polícias militares e dos corpos de bombeiros militares
m) das empresas de segurança privada e de transporte de va- dos Estados e do Distrito Federal;
lores; c) da Agência Brasileira de Inteligência; e
V - dos instrutores de armamento e tiro credenciados pela Po- d) do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da
lícia Federal, exceto aquelas que já estiverem, obrigatoriamente, República;
cadastradas no Sigma; e (Redação dada pelo Decreto nº 10.630, III - obsoletas;
de 2021) Vigência IV - das representações diplomáticas; e
VI - adquiridas por qualquer cidadão autorizado na forma do V - importadas ou adquiridas no País com a finalidade de servir
disposto no §1º do art. 4º da Lei nº 10.826, de 2003. como instrumento para a realização de testes e avaliações técnicas.
§4º O disposto no inciso III ao inciso V do §3º aplica-se às ar- §3º O disposto no §2º aplica-se às armas de fogo de uso per-
mas de fogo de uso restrito. mitido.
§5º O cadastramento de armas de fogo adulteradas, sem nu- §4º Serão, ainda, cadastradas no Sigma as informações relati-
meração ou com numeração raspada será feito no Sinarm com as vas às importações e às exportações de armas de fogo, munições e
características que permitam a sua identificação. demais produtos controlados.
§6º Serão, ainda, cadastradas no Sinarm as ocorrências de ex- §5º Os processos de autorização para aquisição, registro e ca-
travio, furto, roubo, recuperação e apreensão de armas de fogo de dastro de armas de fogo no Sigma tramitarão de maneira descentra-
uso permitido ou restrito. lizada, na forma estabelecida em ato do Comandante do Exército.
§7º As ocorrências de extravio, furto, roubo, recuperação e Seção III
apreensão de armas de fogo serão imediatamente comunicadas à Do cadastro e da gestão dos Sistemas
Polícia Federal pela autoridade competente. (Redação dada pelo
Decreto nº 10.030, de 2019)
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LEGISLAÇÃO
Art. 5º O Sinarm e o Sigma conterão, no mínimo, as seguintes §6º Os dados necessários ao cadastro das informações a que
informações, para fins de cadastro e de registro das armas de fogo, se refere a alínea “k” do inciso I do caput serão enviados ao Sinarm
conforme o caso: ou ao Sigma, conforme o caso:
I - relativas à arma de fogo: I - pelo produtor, conforme marcação e testes por ele realiza-
a) o número do cadastro no Sinarm ou no Sigma, conforme o dos; ou
caso; II - pelo importador, conforme marcação e testes realizados, de
b) a identificação do produtor e do vendedor; acordo com padrões internacionais, pelo produtor ou por institui-
c) o número e a data da nota fiscal de venda; ção por ele contratada.
d) a espécie, a marca e o modelo; Art. 6º As regras referentes ao credenciamento e à fiscalização
e) o calibre e a capacidade dos cartuchos; de psicólogos, instrutores de tiro e armeiros serão estabelecidas em
f) a forma de funcionamento; ato do Diretor-Geral da Polícia Federal.
g) a quantidade de canos e o comprimento; Art. 7º O Comando do Exército fornecerá à Polícia Federal as
h) o tipo de alma, lisa ou raiada; informações necessárias ao cadastramento dos produtores, ataca-
i) a quantidade de raias e o sentido delas; distas, varejistas, exportadores e importadores autorizados de arma
j) o número de série gravado no cano da arma de fogo; e de fogo, acessórios e munições do País.
k) a identificação do cano da arma de fogo, as características Art. 8º Os dados do Sinarm e do Sigma serão compartilhados
das impressões de raiamento e de microestriamento do projétil dis- entre si e com o Sistema Nacional de Informações de Segurança
parado; e Pública - Sinesp.
II - relativas ao proprietário: Parágrafo único. Ato conjunto do Diretor-Geral da Polícia Fede-
a) o nome, a filiação, a data e o local de nascimento; ral e do Comandante do Exército estabelecerá as regras para intero-
b) o domicílio e o endereço residencial; perabilidade e compartilhamento dos dados existentes no Sinarm
c) o endereço da empresa ou do órgão em que trabalhe; e no Sigma, no prazo de um ano, contado da data de entrada em
d) a profissão; vigor deste Decreto.
e) o número da cédula de identidade, a data de expedição, o Art. 9º Fica permitida a venda de armas de fogo de porte e
órgão e o ente federativo expedidor; e portáteis, munições e acessórios por estabelecimento comercial
f) o número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas - CPF credenciado pelo Comando do Exército.
ou no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica - CNPJ. Art. 10. Os estabelecimentos que comercializarem armas de
§1º Os produtores e os importadores de armas de fogo infor- fogo, munições e acessórios ficam obrigados a comunicar, mensal-
marão à Polícia Federal, no prazo de quarenta e oito horas, para fins mente, à Polícia Federal ou ao Comando do Exército, conforme o
de cadastro no Sinarm, quando da saída do estoque, relação das caso, as vendas que efetuarem e a quantidade de mercadorias dis-
armas produzidas e importadas, com as informações a que se refere poníveis em estoque.
o inciso I do caput e os dados dos adquirentes. §1º As mercadorias disponíveis em estoque são de responsabi-
§2º As empresas autorizadas pelo Comando do Exército a co- lidade do estabelecimento comercial e serão registradas, de forma
mercializar armas de fogo, munições e acessórios encaminharão as precária, como de sua propriedade, enquanto não forem vendidas.
informações a que se referem os incisos I e II do caput à Polícia Fe- §2º Os estabelecimentos a que se refere o caput manterão à
deral ou ao Comando do Exército, para fins de cadastro e registro da disposição da Polícia Federal e do Comando do Exército a relação
arma de fogo, da munição ou do acessório no Sinarm ou no Sigma, dos estoques e das vendas efetuadas mensalmente nos últimos cin-
conforme o caso, no prazo de quarenta e oito horas, contado da co anos.
data de efetivação da venda. §3º Os procedimentos e a forma pela qual será efetivada a
§3º Os adquirentes informarão a aquisição de armas de fogo, comunicação a que se refere o caput serão disciplinados em ato
munições ou acessórios à Polícia Federal ou ao Comando do Exér- do Comandante do Exército ou do Diretor-Geral da Polícia Federal,
cito, para fins de registro da arma de fogo, da munição ou do aces- conforme o caso.
sório no Sinarm ou no Sigma, conforme o caso, no prazo de sete Art. 11. A comercialização de armas de fogo, de acessórios,
dias úteis, contado da data de sua aquisição, com as seguintes in- de munições e de insumos para recarga só poderá ser efetuada em
formações: estabelecimento comercial credenciado pelo Comando do Exército.
I - a identificação do produtor, do importador ou do comercian- Art. 12. (Revogado pelo Decreto nº 11.366, de 2023)
te de quem as armas de fogo, as munições e os acessórios tenham Art. 13. (Revogado pelo Decreto nº 11.366, de 2023)
sido adquiridos; e Art. 14. (Revogado pelo Decreto nº 11.366, de 2023)
II - o endereço em que serão armazenadas as armas de fogo, as Art. 15. (Revogado pelo Decreto nº 11.366, de 2023)
munições e os acessórios adquiridos. Art. 16. O porte de arma de fogo é documento obrigatório para
§4º Na hipótese de estarem relacionados a integrantes da a condução da arma e deverá conter os seguintes dados:
Agência Brasileira de Inteligência, o cadastro e o registro das armas I - abrangência territorial;
de fogo, das munições e dos acessórios no Sigma estarão restritos II - eficácia temporal;
ao número da matrícula funcional, no que se refere à qualificação III - características das armas; (Redação dada pelo Decreto nº
pessoal, inclusive nas operações de compra e venda e nas ocorrên- 10.630, de 2021) Vigência
cias de extravio, furto, roubo ou recuperação de arma de fogo ou de IV - número dos cadastros de, ao menos, uma das armas no
seus documentos. Sinarm ou Sigma;(Redação dada pelo Decreto nº 10.630, de 2021)
§5º Fica vedado o registro ou a renovação de registro de armas Vigência
de fogo adulteradas, sem numeração ou com numeração raspada. V - identificação do proprietário das armas; e (Redação dada
pelo Decreto nº 10.630, de 2021) Vigência
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LEGISLAÇÃO
VI - assinatura, cargo e função da autoridade concedente. aos agentes e guardas prisionais, em razão do desempenho de suas
Art. 17. (Revogado pelo Decreto nº 11.366, de 2023) funções institucionais. (Incluído pelo Decreto nº 10.630, de 2021)
Art. 18. (Revogado pelo Decreto nº 10.630, de 2021) Vigência Vigência
Art. 19. O titular do porte de arma de fogo deverá comunicar Art. 25. A autorização para o porte de arma de fogo previsto
imediatamente: em legislação própria, na forma prevista no caput do art. 6º da Lei
I - a mudança de domicílio ao órgão expedidor do porte de nº 10.826, de 2003, fica condicionada ao atendimento dos requisi-
arma de fogo; e tos previstos no inciso III do caput do art. 4º da referida Lei.
II - o extravio, o furto ou o roubo da arma de fogo, à unidade Art. 26. Os órgãos, as instituições e as corporações a que se
policial mais próxima e, posteriormente, à Polícia Federal. referem os incisos I, II, III, V, VI, VII e X do caput do art. 6º da Lei nº
Parágrafo único. A inobservância ao disposto neste artigo im- 10.826, de 2003, estabelecerão, em normas próprias, os procedi-
plicará na suspensão do porte de arma de fogo por prazo a ser esti- mentos relativos às condições para a utilização das armas de fogo
pulado pela autoridade concedente. de sua propriedade, ainda que fora de serviço.
Art. 20. O titular de porte de arma de fogo para defesa pessoal §1º As instituições a que se referem o inciso IV do caput do art.
concedido nos termos do disposto no art. 10 da Lei nº 10.826, de 6º da Lei nº 10.826, de 2003, estabelecerão, em normas próprias,
2003, não poderá conduzi-la ostensivamente ou com ela adentrar os procedimentos relativos às condições para a utilização, em servi-
ou permanecer em locais públicos, tais como igrejas, escolas, está- ço, das armas de fogo de sua propriedade.
dios desportivos, clubes, agências bancárias ou outros locais onde §2º As instituições, os órgãos e as corporações, ao definir os
haja aglomeração de pessoas em decorrência de eventos de qual- procedimentos a que se refere o caput, disciplinarão as normas ge-
quer natureza. rais de uso de arma de fogo de sua propriedade, fora do serviço,
§1º A inobservância ao disposto neste artigo implicará na cas- quando se tratar de locais onde haja aglomeração de pessoas, em
sação do porte de arma de fogo e na apreensão da arma, pela au- decorrência de evento de qualquer natureza, tais como no interior
toridade competente, que adotará as medidas legais pertinentes. de igrejas, escolas, estádios desportivos e clubes, públicos e priva-
§2º Aplica-se o disposto no §1º na hipótese de o titular do dos.
porte de arma de fogo portar o armamento em estado de embria- §3º Os órgãos e as instituições que tenham os portes de arma
guez ou sob o efeito de drogas ou medicamentos que provoquem de seus agentes públicos ou políticos estabelecidos em lei própria,
alteração do desempenho intelectual ou motor. na forma prevista no caput do art. 6º da Lei nº 10.826, de 2003,
Art. 21. (Revogado pelo Decreto nº 11.366, de 2023) deverão encaminhar à Polícia Federal a relação das pessoas autori-
Art. 22. Observado o princípio da reciprocidade previsto em zadas a portar arma de fogo, observado, no que couber, o disposto
convenções internacionais de que a República Federativa do Brasil no art. 20.
seja signatária, poderá ser autorizado o porte de arma de fogo pela §4º Não será concedida a autorização para o porte de arma de
Polícia Federal a diplomatas de missões diplomáticas e consulares fogo de que trata o art. 15 a integrantes de órgãos, instituições e
acreditadas junto ao Governo brasileiro, e a agentes de segurança corporações não autorizados a portar arma de fogo fora de serviço,
de dignitários estrangeiros durante a permanência no País, inde- exceto se comprovarem o risco à sua integridade física, observado
pendentemente dos requisitos estabelecidos neste Decreto. o disposto no art. 11 da Lei nº 10.826, de 2003.
Art. 23. Caberá à Polícia Federal estabelecer os procedimentos §5º O porte de que tratam os incisos V, VI e X do caput do art.
relativos à concessão e à renovação do porte de arma de fogo. 6º da Lei nº 10.826, de 2003, e aquele previsto em lei própria, na
Art. 24. O porte de arma de fogo é deferido aos militares das forma prevista no caput do art. 6º da Lei nº 10.826, de 2003, serão
Forças Armadas, aos policiais federais, estaduais e distritais, civis e concedidos, exclusivamente, para defesa pessoal, hipótese em que
militares, aos corpos de bombeiros militares e aos policiais da Câ- será vedado aos seus titulares o porte ostensivo da arma de fogo.
mara dos Deputados e do Senado Federal em razão do desempe- §6º A vedação prevista no §5º não se aplica aos servidores
nho de suas funções institucionais. designados para execução da atividade fiscalizatória do Instituto
§1º O porte de arma de fogo é garantido às praças das Forças Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
Armadas com estabilidade de que trata a alínea “a” do inciso IV do - Ibama e do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversi-
caput do art. 50 da Lei nº 6.880, de 9 de dezembro de 1980 - Esta- dade - Instituto Chico Mendes.
tuto dos Militares. Art. 27. Poderá ser autorizado, em casos excepcionais, pelo ór-
§2º A autorização do porte de arma de fogo para as praças sem gão competente, o uso, em serviço, de arma de fogo de proprieda-
estabilidade assegurada será regulamentada em ato do Comandan- de dos integrantes dos órgãos, das instituições ou das corporações
te da Força correspondente. a que se referem os incisos I, II, III, V, VI e VII do caput do art. 6º da
§3º Ato do Comandante da Força correspondente disporá so- Lei nº 10.826, de 2003.(Redação dada pelo Decreto nº 10.630, de
bre as hipóteses excecpcionais de suspensão, cassação e demais 2021) Vigência
procedimentos relativos ao porte de arma de fogo de que trata este §1º A autorização de que trata o caput será regulamentada em
artigo. ato próprio do órgão, da instituição ou da corporação competente.
§4º Atos dos comandantes-gerais das corporações disporão §2º Na hipótese prevista neste artigo, a arma de fogo deverá
sobre o porte de arma de fogo dos policiais militares e dos bom- ser sempre conduzida com o seu Certificado de Registro de Arma
beiros militares. de Fogo.
§5º(Revogado pelo Decreto nº 9.981, de 2019) §3º Para fins do disposto no caput , deverá ser observado o
Art. 24-A. O porte de arma de fogo também será deferido aos disposto no §1º-B do art. 6º da Lei nº 10.826, de 2003 , em relação
integrantes das entidades de que tratam os incisos III, IV, V, X e XI aos integrantes do quadro efetivo das polícias penais federal, esta-
do caput do art. 6º da Lei nº 10.826, de 2003 , aos integrantes do dual ou distrital e aos agentes e guardas prisionais . (Incluído pelo
quadro efetivo das polícias penais federal, estadual ou distrital e Decreto nº 10.630, de 2021) Vigência
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LEGISLAÇÃO
Art. 28. As armas de fogo particulares de que trata o art. 27 e II - cem horas, para arma de fogo semiautomática. (Incluído
as institucionais não brasonadas deverão ser conduzidas com o seu pelo Decreto nº 10.030, de 2019)
Certificado de Registro de Arma de Fogo ou com o termo de cautela II - cem horas, para arma de fogo semiautomática; e (Redação
decorrente de autorização judicial para uso, sob pena de aplicação dada pelo Decreto nº 10.630, de 2021) Vigência
das sanções penais cabíveis. III - sessenta horas, para arma de fogo automática, caso a insti-
Art. 29. A capacidade técnica e a aptidão psicológica para o ma- tuição possua este tipo de armamento em sua dotação. (Redação
nuseio de armas de fogo, para os integrantes das instituições a que dada pelo Decreto nº 11.035, de 2022)
se referem os incisos III, IV, V, VI, VII, X e XI do caput do art. 6º da §1º O treinamento de que trata o caput destinará, no mínimo,
Lei nº 10.826, de 2003 , poderão ser atestadas por profissionais da sessenta e cinco por cento de sua carga horária ao conteúdo práti-
própria instituição ou por instrutores de armamento e tiro creden- co. (Incluído pelo Decreto nº 10.030, de 2019)
ciados, depois de cumpridos os requisitos técnicos e psicológicos §2º O curso de formação dos profissionais das guardas munici-
estabelecidos pela Polícia Federal, nos termos do disposto neste pais de que trata o art. 29-A conterá técnicas de tiro defensivo e de
Decreto. (Redação dada pelo Decreto nº 10.630, de 2021) Vigência defesa pessoal. (Incluído pelo Decreto nº 10.030, de 2019)
Parágrafo único. Caberá à Polícia Federal expedir o porte de §3º Os profissionais das guardas municipais com porte de
arma de fogo para os guardas portuários. arma de fogo serão submetidos a estágio de qualificação profissio-
Art. 29-A. A Polícia Federal, diretamente ou por meio de con- nal por, no mínimo, oitenta horas anuais. (Incluído pelo Decreto nº
vênio com os órgãos de segurança pública dos Estados, do Distrito 10.030, de 2019)
Federal e dos Municípios, nos termos do disposto no §3º do art. 6º Art. 29-D. A Polícia Federal poderá conceder porte de arma de
da Lei nº 10.826, de 2003, e observada a supervisão do Ministério fogo, nos termos do disposto no §3º do art. 6º da Lei nº 10.826, de
da Justiça e Segurança Pública: (Incluído pelo Decreto nº 10.030, 2003, às guardas municipais dos Municípios que tenham instituído:
de 2019) (Incluído pelo Decreto nº 10.030, de 2019)
I - estabelecerá o currículo da disciplina de armamento e tiro I - corregedoria própria e independente para a apuração de in-
dos cursos de formação das guardas municipais; (Incluído pelo De- frações disciplinares atribuídas aos servidores integrantes da guar-
creto nº 10.030, de 2019) da municipal; e (Incluído pelo Decreto nº 10.030, de 2019)
II - concederá porte de arma de fogo funcional aos integran- II - ouvidoria, como órgão permanente, autônomo e indepen-
tes das guardas municipais, com validade pelo prazo de dez anos, dente, com competência para fiscalizar, investigar, auditar e propor
contado da data de emissão do porte, nos limites territoriais do Es- políticas de qualificação das atividades desenvolvidas pelos inte-
tado em que exerce a função; e (Incluído pelo Decreto nº 10.030, grantes das guardas municipais. (Incluído pelo Decreto nº 10.030,
de 2019) de 2019)
III - fiscalizará os cursos de formação para assegurar o cumpri- Art. 30. Os integrantes das Forças Armadas e os servidores dos
mento do currículo da disciplina a que se refere o inciso I. (Incluído órgãos, instituições e corporações mencionados nos incisos II, V, VI
pelo Decreto nº 10.030, de 2019) e VII do caput do art. 6º da Lei nº 10.826, de 2003, transferidos para
Parágrafo único. Os guardas municipais autorizados a portar a reserva remunerada ou aposentados, para conservarem a autori-
arma de fogo, nos termos do inciso II do caput, poderão portá-la zação de porte de arma de fogo de sua propriedade deverão sub-
nos deslocamentos para suas residências, mesmo quando localiza- meter-se, a cada dez anos, aos testes de avaliação psicológica a que
das em município situado em Estado limítrofe. (Incluído pelo Decre- faz menção o inciso III do caput do art. 4º da Lei nº 10.826, de 2003.
to nº 10.030, de 2019) §1º O cumprimento dos requisitos a que se refere o caput será
Art. 29-B. A formação de guardas municipais poderá ocorrer atestado pelos órgãos, instituições e corporações de vinculação.
somente em: (Incluído pelo Decreto nº 10.030, de 2019) §2º Não se aplicam aos integrantes da reserva não remunera-
I - estabelecimento de ensino de atividade policial; (Incluído da das Forças Armadas e Auxiliares as prerrogativas mencionadas
pelo Decreto nº 10.030, de 2019) no caput.
II - órgão municipal para formação, treinamento e aperfeiçoa- Art. 31. A entrada de arma de fogo e munição no País, como
mento de integrantes da guarda municipal; (Incluído pelo Decreto bagagem de atletas, destinadas ao uso em competições internacio-
nº 10.030, de 2019) nais será autorizada pelo Comando do Exército.
III - órgão de formação criado e mantido por Municípios con- §1º O porte de trânsito das armas a serem utilizadas por dele-
sorciados para treinamento e aperfeiçoamento dos integrantes da gações estrangeiras em competição oficial de tiro no País será expe-
guarda municipal; ou (Incluído pelo Decreto nº 10.030, de 2019) dido pelo Comando do Exército.
IV - órgão estadual centralizado e conveniado a seus Municí- §2º Os responsáveis pelas delegações estrangeiras e brasileiras
pios, para formação e aperfeiçoamento de guardas municipais, no em competição oficial de tiro no País e os seus integrantes transpor-
qual seja assegurada a participação dos municípios conveniados no tarão as suas armas desmuniciadas.
conselho gestor. (Incluído pelo Decreto nº 10.030, de 2019) Art. 32. As empresas de segurança privada e de transporte de
Art. 29-C. O porte de arma de fogo aos integrantes das insti- valores solicitarão à Polícia Federal autorização para aquisição de
tuições de que tratam os incisos III e IV do caput do art. 6º da Lei nº armas de fogo.
10.826, de 2003, será concedido somente mediante comprovação §1º A autorização de que trata o caput:
de treinamento técnico de, no mínimo: (Incluído pelo Decreto nº I - será concedida se houver comprovação de que a empresa
10.030, de 2019) possui autorização de funcionamento válida e justificativa da neces-
I - sessenta horas, para armas de repetição, caso a instituição sidade de aquisição com base na atividade autorizada; e
possua este tipo de armamento em sua dotação;(Redação dada II - será válida apenas para a utilização da arma de fogo em
pelo Decreto nº 10.630, de 2021) Vigência serviço.
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LEGISLAÇÃO
§2º As empresas de que trata o caput encaminharão, trimes- §1º Ato do Comandante do Exército disporá sobre os proce-
tralmente, à Polícia Federal a relação nominal dos vigilantes que dimentos relativos à comunicação prévia a que se refere o caput e
utilizem armas de fogo de sua propriedade. sobre as informações que dela devam constar.
§3º A transferência de armas de fogo entre estabelecimentos §1º-A Para a concessão da autorização a que se refere o caput,
da mesma empresa ou para empresa diversa será autorizada pela os órgãos, as instituições e as corporações comunicarão previamen-
Polícia Federal, desde que cumpridos os requisitos de que trata o te ao Comando do Exército o quantitativo de armas e munições
§1º. de uso restrito que pretendem adquirir. (Incluído pelo Decreto nº
§4º Durante o trâmite do processo de transferência de armas 10.030, de 2019)
de fogo de que trata o §3º, a Polícia Federal poderá autorizar a em- §2º Serão, ainda, autorizadas a adquirir e importar armas de
presa adquirente a utilizar as armas de fogo em fase de aquisição, fogo, munições, acessórios e demais produtos controlados: (Reda-
em seus postos de serviço, antes da expedição do novo Certificado ção dada pelo Decreto nº 10.030, de 2019)
de Registro de Arma de Fogo. I - os integrantes das instituições a que se referem os incisos
§5º É vedada a utilização em serviço de arma de fogo particu- I a XIII do caput ;(Redação dada pelo Decreto nº 10.630, de 2021)
lar do empregado das empresas de que trata este artigo. Vigência
§6º É de responsabilidade das empresas de segurança privada II - pessoas naturais autorizadas a adquirir arma de fogo, muni-
a guarda e o armazenamento das armas, das munições e dos aces- ções ou acessórios, de uso permitido ou restrito, conforme o caso,
sórios de sua propriedade, nos termos da legislação específica. nos termos do disposto no art. 12, nos limites da autorização obti-
§7º A perda, o furto, o roubo ou outras formas de extravio de da;
arma de fogo, de acessório e de munições que estejam sob a guarda III - pessoas jurídicas credenciadas no Comando do Exército
das empresas de segurança privada e de transporte de valores de- para comercializar armas de fogo, munições e produtos controla-
verão ser comunicadas à Polícia Federal, no prazo de vinte e quatro dos; e
horas, contado da ocorrência do fato, sob pena de responsabiliza- IV - os integrantes das Forças Armadas.
ção do proprietário ou do responsável legal. §3º Ato do Comandante do Exército disporá sobre as condi-
Art. 33. A classificação legal, técnica e geral, a definição das ar- ções para a importação de armas de fogo, munições, acessórios e
mas de fogo e a dos demais produtos controlados são aquelas cons- demais produtos controlados a que se refere o §2º, no prazo de
tantes do Decreto nº 10.030, de 2019 , e de sua legislação comple- trinta dias, contado da data de publicação do Decreto nº 10.030, de
mentar.(Redação dada pelo Decreto nº 10.630, de 2021) Vigência 30 de setembro de 2019. (Redação dada pelo Decreto nº 10.030,
de 2019)
CAPÍTULO III §4º O disposto nesse artigo não se aplica aos comandos mili-
DA IMPORTAÇÃO E DA EXPORTAÇÃO tares.
§5º A autorização de que trata o caput poderá ser concedida
Art. 34. O Comando do Exército autorizará previamente a aqui- pelo Comando do Exército após avaliação e aprovação de planeja-
sição e a importação de armas de fogo de uso restrito, munições de mento estratégico, com duração de, no máximo, quatro anos, para a
uso restrito e demais produtos controlados de uso restrito, para os aquisição de armas, munições e produtos controlados de uso restri-
seguintes órgãos, instituições e corporações: (Redação dada pelo to pelos órgãos, pelas instituições e pelas corporações de que trata
Decreto nº 10.030, de 2019) o caput . (Redação dada pelo Decreto nº 10.630, de 2021) Vigência
I - a Polícia Federal; §5º-A A autorização de que trata o caput poderá, excepcional-
II - a Polícia Rodoviária Federal; mente, ser concedida antes da aprovação do planejamento estra-
III - o Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da tégico de que trata o §5º, em consideração aos argumentos apre-
República; sentados pela instituição demandante. (Incluído pelo Decreto nº
IV - a Agência Brasileira de Inteligência; 10.630, de 2021) Vigência
V - os órgãos do sistema penitenciário federal, estadual e distri- §5º-B Na ausência de manifestação do Comando do Exército
tal; (Redação dada pelo Decreto nº 10.630, de 2021) Vigência no prazo de sessenta dias úteis, contado da data do recebimento
VI - a Força Nacional de Segurança Pública, por meio da Secre- do processo, a autorização de que trata o caput será considerada
taria Nacional de Segurança Pública; tacitamente concedida. (Incluído pelo Decreto nº 10.630, de 2021)
VII - os órgãos policiais da Câmara dos Deputados e do Senado Vigência
Federal a que se referem, respectivamente, o inciso IV do caput do §5º-C Na hipótese de serem verificadas irregularidades ou a
art. 51 e o inciso XIII do caput do art. 52 da Constituição; falta de documentos nos planejamentos estratégicos, o prazo de
VIII - as polícias civis dos Estados e do Distrito Federal; que trata o §5º-B ficará suspenso até a correção do processo. (In-
IX - as polícias militares dos Estados e do Distrito Federal; cluído pelo Decreto nº 10.630, de 2021) Vigência
X - os corpos de bombeiros militares dos Estados e do Distrito §6º A aquisição de armas de fogo e munições de uso permitido
Federal;(Redação dada pelo Decreto nº 10.630, de 2021) Vigência pelos órgãos, pelas instituições e pelas corporações a que se refere
XI - as guardas municipais; (Redação dada pelo Decreto nº o caput será comunicada ao Comando do Exército. (Incluído pelo
10.630, de 2021) Vigência Decreto nº 10.030, de 2019)
XII- os tribunais e o Ministério Público; e(Incluído pelo Decreto Art. 35. Compete ao Comando do Exército:
nº 10.630, de 2021) Vigência I - autorizar e fiscalizar a produção, a exportação, a importação,
XIII - a Secretaria da Receita Federal do Brasil do Ministério da o desembaraço alfandegário e o comércio de armas, munições e
Economia. (Incluído pelo Decreto nº 10.630, de 2021) Vigência demais produtos controlados no território nacional;
II - manter banco de dados atualizado com as informações
acerca das armas de fogo, acessórios e munições importados; e
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LEGISLAÇÃO
III - editar normas: §3º A Secretaria Especial da Receita Federal do Brasil do Minis-
a) para dispor sobre a forma de acondicionamento das muni- tério da Economia fiscalizará a entrada e a saída do País dos produ-
ções em embalagens com sistema de rastreamento; tos a que se refere este artigo.
b) para dispor sobre a definição dos dispositivos de segurança Art. 42. Fica vedada a importação de armas de fogo completas
e de identificação de que trata o §3º do art. 23 da Lei nº 10.826, de e suas partes essenciais, armações, culatras, ferrolhos e canos, e
2003; de munições e seus insumos para recarga, do tipo pólvora ou outra
c) para que, na comercialização de munições para os órgãos carga propulsora e espoletas, por meio do serviço postal e similares.
referidos no art. 6º da Lei nº 10.826, de 2003, estas contenham gra- (Redação dada pelo Decreto nº 10.630, de 2021) Vigência
vação na base dos estojos que permita identificar o fabricante, o Art. 43. O Comando do Exército autorizará a exportação de
lote de venda e o adquirente; e armas, munições e demais produtos controlados, nos termos esta-
d) para o controle da produção, da importação, do comércio, belecidos em legislação específica para exportação de produtos de
da utilização de simulacros de armas de fogo, nos termos do dispos- defesa e no disposto no art. 24 da Lei nº 10.826, de 2003.
to no parágrafo único do art. 26 da Lei nº 10.826, de 2003. Art. 44. O desembaraço aduaneiro de armas de fogo, munições
Parágrafo único. Para fins do disposto no inciso III do caput, o e demais produtos controlados será feito pela Secretaria Especial da
Comando do Exército ouvirá previamente o Ministério da Justiça e Receita Federal do Brasil do Ministério da Economia, após autoriza-
Segurança Pública. ção do Comando do Exército.
Art. 36. Concedida a autorização a que se refere o art. 34, a §1º O desembaraço aduaneiro de que trata o caput incluirá:
importação de armas de fogo, munições e demais produtos contro- I - as operações de importação e de exportação, sob qualquer
lados pelas instituições e pelos órgãos a que se referem o inciso I ao regime;
inciso XI do caput do art. 34 ficará sujeita ao regime de licenciamen- II - a internação de mercadoria em entrepostos aduaneiros;
to automático da mercadoria. III - a nacionalização de mercadoria entrepostada;
Art. 37. A importação de armas de fogo, munições e demais IV - a entrada e a saída do País de armas de fogo e de munição
produtos controlados pelas pessoas a que se refere o §2º do art. 34 de atletas brasileiros e estrangeiros inscritos em competições na-
ficará sujeita ao regime de licenciamento não automático prévio ao cionais ou internacionais;
embarque da mercadoria no exterior. V - a entrada e a saída do País de armas de fogo e de munição
§1º O Comando do Exército expedirá o Certificado Internacio- trazidas por agentes de segurança de dignitários estrangeiros em
nal de Importação após a comunicação a que se refere o §1º do visita ao País;
art. 34. VI - a entrada e a saída de armas de fogo e de munição de ór-
§2º O Certificado Internacional de Importação a que se refere gãos de segurança estrangeiros, para participação em operações,
o §1º terá validade até o término do processo de importação. exercícios e instruções de natureza oficial; e
Art. 38. As instituições, os órgãos e as pessoas de que trata VII - as armas de fogo, as munições, as suas partes e as suas
o art. 34, quando interessadas na importação de armas de fogo, peças, trazidas como bagagem acompanhada ou desacompanhada.
munições e demais produtos controlados, deverão preencher a Li- §2º O desembaraço aduaneiro de armas de fogo e de munição
cença de Importação no Sistema Integrado de Comércio Exterior ficará condicionado ao cumprimento das normas específicas sobre
- Siscomex. marcação estabelecidas pelo Comando do Exército.
§1º O desembaraço aduaneiro das mercadorias ocorrerá após
o cumprimento do disposto no caput. CAPÍTULO IV
§2º A Licença de Importação a que se refere o caput terá vali- DISPOSIÇÕES FINAIS
dade até o término do processo de importação.
Art. 39. As importações realizadas pelas Forças Armadas serão Art. 45. As armas de fogo apreendidas, após a finalização dos
comunicadas ao Ministério da Defesa. procedimentos relativos à elaboração do laudo pericial e quando
Art. 40. A Secretaria Especial da Receita Federal do Brasil do não mais interessarem à persecução penal, serão encaminhadas
Ministério da Economia e o Comando do Exército fornecerão à Po- pelo juiz competente ao Comando do Exército, no prazo de qua-
lícia Federal as informações relativas às importações de que trata renta e oito horas, para doação aos órgãos de segurança pública ou
este Capítulo e que devam constar do Sinarm. às Forças Armadas ou para destruição quando inservíveis.(Redação
Art. 41. Fica autorizada a entrada temporária no País, por prazo dada pelo Decreto nº 10.630, de 2021) Vigência
determinado, de armas de fogo, munições e acessórios para fins de §1º O Comando do Exército indicará no relatório trimestral re-
demonstração, exposição, conserto, mostruário ou testes, por meio servado de que trata o §1º do art. 25 da Lei nº 10.826, de 2003 , as
de comunicação do interessado, de seus representantes legais ou armas, as munições e os acessórios passíveis de doação.(Redação
das representações diplomáticas do país de origem ao Comando dada pelo Decreto nº 10.630, de 2021) Vigência
do Exército. §2º Os órgãos de segurança pública ou as Forças Armadas ma-
§1º A importação sob o regime de admissão temporária será nifestarão interesse pelas armas de fogo apreendidas, ao Comando
autorizada por meio do Certificado Internacional de Importação. do Exército, no prazo de trinta dias, contado da data do recebimen-
§2º Terminado o evento que motivou a importação, o material to do relatório reservado trimestral por aquelas instituições. (Reda-
deverá retornar ao seu país de origem e não poderá ser doado ou ção dada pelo Decreto nº 10.630, de 2021) Vigência
vendido no território nacional, exceto se a doação for destinada aos §3º Os órgãos de segurança pública ou as Forças Armadas que
museus dos órgãos e das instituições a que se referem o inciso I ao efetivaram a apreensão terão preferência na doação das armas.
inciso XI do caput do art. 34. (Redação dada pelo Decreto nº 10.630, de 2021) Vigência
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LEGISLAÇÃO
§4º O Comando do Exército se manifestará favoravelmente à Art. 45-A. As armas de fogo e munições apreendidas em de-
doação de que trata este artigo, no prazo de trinta dias, na hipótese corrência do tráfico de drogas ou de qualquer forma utilizadas em
de serem atendidos os critérios de priorização estabelecidos pelo atividades ilícitas de produção ou comercialização de drogas, ou
Ministério da Justiça e Segurança Pública, nos termos do disposto ainda, que tenham sido adquiridas com recursos provenientes do
no §1º do art. 25 da Lei nº 10.826, de 2003 , dentre os quais, desta- tráfico de drogas, perdidas em favor da União e encaminhadas para
que-se: (Redação dada pelo Decreto nº 10.630, de 2021) Vigência o Comando do Exército, serão destinadas à doação, após perícia ou
I - a comprovação da necessidade de destinação do armamen- vistoria que atestem seu bom estado, observado o seguinte critério
to; e (Redação dada pelo Decreto nº 10.630, de 2021) Vigência de prioridade: (Incluído pelo Decreto nº 10.630, de 2021) Vigência
II - a adequação das armas de fogo ao padrão de cada institui- I - órgão de segurança pública responsável pela apreensão;(In-
ção. (Redação dada pelo Decreto nº 10.630, de 2021) Vigência cluído pelo Decreto nº 10.630, de 2021) Vigência
§5º Os critérios de priorização a que se refere o §4º deverão II - demais órgãos de segurança pública ou do sistema peniten-
ser atendidos inclusive pelos órgãos de segurança pública ou pelas ciário do ente federativo responsável pela apreensão; e (Incluído
Forças Armadas responsáveis pela apreensão.(Redação dada pelo pelo Decreto nº 10.630, de 2021) Vigência
Decreto nº 10.630, de 2021) Vigência III - órgãos de segurança pública ou do sistema penitenciário
§6º Cumpridos os requisitos de que trata o §4º e observada a dos demais entes federativos. (Incluído pelo Decreto nº 10.630, de
regra de preferência do órgão apreensor, o Comando do Exército 2021) Vigência
encaminhará, no prazo de trinta dias, a relação das armas de fogo §1º O pedido do ente federativo deverá ser feito no prazo de
a serem doadas ao juiz competente, que determinará o seu perdi- vinte dias, contado da data do recebimento do relatório trimestral
mento em favor do órgão ou da Força Armada beneficiária. (Reda- reservado, observado o critério de prioridade de que trata o caput .
ção dada pelo Decreto nº 10.630, de 2021) Vigência (Incluído pelo Decreto nº 10.630, de 2021) Vigência
§7º As armas de fogo de valor histórico ou obsoletas poderão §2º O pedido de doação previsto neste artigo deverá atender
ser objeto de doação a museus das Forças Armadas ou de institui- aos critérios de priorização estabelecidos pelo Ministério da Justiça
ções policiais indicados pelo Comando do Exército. (Redação dada e Segurança Pública, nos termos do disposto no §4º do art. 45. (In-
pelo Decreto nº 10.630, de 2021) Vigência cluído pelo Decreto nº 10.630, de 2021) Vigência
§8º A decisão sobre o destino final das armas de fogo não do- Art. 45-B. As armas de fogo apreendidas poderão ser devolvi-
adas aos órgãos interessados nos termos do disposto neste Decre- das pela autoridade competente aos seus legítimos proprietários
to caberá ao Comando do Exército, que deverá concluir pela sua na hipótese de serem cumpridos os requisitos de que trata o art.
destruição ou pela doação às Forças Armadas. (Redação dada pelo 4º da Lei nº 10.826, de 2003 . (Incluído pelo Decreto nº 10.630, de
Decreto nº 10.630, de 2021) Vigência 2021) Vigência
§9º As munições e os acessórios apreendidos, concluídos os Art. 46. As solicitações dos órgãos de segurança pública so-
procedimentos relativos à elaboração do laudo pericial e quando bre informações relativas ao cadastro de armas de fogo, munições
não mais interessarem à persecução penal, serão encaminhados e demais produtos controlados junto ao Sinarm e ao Sigma serão
pelo juiz competente ao Comando do Exército, no prazo de quaren- encaminhadas diretamente à Polícia Federal ou ao Comando do
ta e oito horas, para destruição ou doação aos órgãos de segurança Exército, conforme o caso.
pública ou às Forças Armadas, na forma estabelecida neste artigo. Art. 47. Na hipótese de falecimento ou interdição do proprie-
(Redação dada pelo Decreto nº 10.630, de 2021) Vigência tário de arma de fogo, o administrador da herança ou o curador,
§10. O órgão de segurança pública ou as Forças Armadas res- conforme o caso, providenciará a transferência da propriedade da
ponsáveis pela apreensão das munições serão o destinatário da arma, por meio de alvará judicial ou de autorização firmada por
doação, desde que manifestem interesse, no prazo de trinta dias, todos os herdeiros, desde que sejam maiores de idade e capazes,
contado da data do recebimento do relatório trimestral reservado. observado o disposto no art. 12.
(Redação dada pelo Decreto nº 10.630, de 2021) Vigência §1º O administrador da herança ou o curador comunicará à Po-
§11. Na hipótese de não haver interesse por parte do órgão lícia Federal ou ao Comando do Exército, conforme o caso, a morte
ou das Forças Armadas responsáveis pela apreensão, as munições ou a interdição do proprietário da arma de fogo.
serão destinadas ao primeiro órgão que manifestar interesse. (Re- §2º Na hipótese de que trata o caput, a arma de fogo per-
dação dada pelo Decreto nº 10.630, de 2021) Vigência manecerá sob a guarda e a responsabilidade do administrador da
§12. Compete ao órgão de segurança pública beneficiário da herança ou do curador, depositada em local seguro, até a expedição
doação das munições periciá-las para atestar a sua validade e enca- do Certificado de Registro de Arma de Fogo e a entrega ao novo
minhá-las ao Comando do Exército para destruição, na hipótese de proprietário.
ser constatado que são inservíveis. (Redação dada pelo Decreto nº §3º A inobservância ao disposto no §2º implicará a apreensão
10.630, de 2021) Vigência da arma de fogo pela autoridade competente, sem prejuízo das san-
§13. As armas de fogo, as munições e os acessórios apreen- ções penais cabíveis.
didos que forem de propriedade das instituições a que se referem Art. 48. O valor da indenização de que tratam os art. 31 e art.
os incisos I a XIII do caput do art. 34 serão devolvidos à instituição 32 da Lei nº 10.826, de 2003, e o procedimento para o respectivo
após a realização de perícia, exceto se determinada sua retenção pagamento serão fixados pelo Ministério da Justiça e Segurança Pú-
até o final do processo pelo juízo competente.(Redação dada pelo blica.
Decreto nº 10.630, de 2021) Vigência Art. 49. Os recursos financeiros necessários ao cumprimento
§14. (Revogado pelo Decreto nº 10.630, de 2021) Vigência do disposto nos art. 31 e art. 32 da Lei nº 10.826, de 2003, serão
§15. (Revogado pelo Decreto nº 10.630, de 2021) Vigência custeados por dotação orçamentária específica consignada ao Mi-
nistério da Justiça e Segurança Pública.
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LEGISLAÇÃO
Art. 50. Será presumida a boa-fé dos possuidores e dos pro- Art. 55. Os recursos arrecadados em razão das taxas e das san-
prietários de armas de fogo que as entregar espontaneamente à ções pecuniárias de caráter administrativo previstas neste Decreto
Polícia Federal ou aos postos de recolhimento credenciados, nos serão aplicados nos termos do disposto no §1º do art. 11 da Lei nº
termos do disposto no art. 32 da Lei nº 10.826, de 2003. 10.826, de 2003.
Art. 51. A entrega da arma de fogo de que tratam os art. 31 Art. 56. As receitas destinadas ao Sinarm serão recolhidas ao
e art. 32 da Lei nº 10.826, de 2003, de seus acessórios ou de sua Banco do Brasil S.A., na conta Fundo para Aparelhamento e Opera-
munição será feita na Polícia Federal ou em órgãos e entidades cre- cionalização das Atividades-Fim da Polícia Federal, e serão alocadas
denciados pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública. para o reaparelhamento, a manutenção e o custeio das atividades
§1º Para o transporte da arma de fogo até o local de entrega, de controle e de fiscalização da circulação de armas de fogo e de
será exigida guia de trânsito, expedida pela Polícia Federal ou por repressão ao seu tráfico ilícito, de competência da Polícia Federal.
órgão por ela credenciado, que conterá as especificações mínimas Art. 57. Os requerimentos formulados ao Comando do Exér-
estabelecidas pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública. cito, ao Sigma, à Polícia Federal e ao Sinarm referentes aos proce-
§2º A guia de trânsito de que trata o §1º poderá ser expedida dimentos previstos neste Decreto serão apreciados e julgados no
pela internet, na forma estabelecida em ato do Diretor-Geral da Po- prazo de sessenta dias.
lícia Federal. §1º A apreciação e o julgamento a que se refere o caput fica-
§3º A guia de trânsito de que trata o §1º autorizará tão-somen- rão condicionados à apresentação do requerimento devidamente
te o transporte da arma, devidamente desmuniciada e acondiciona- instruído à autoridade competente.
da de maneira que seu uso não possa ser imediato, limitado para o §2º O prazo a que se refere o caput será contado da data:
percurso nela autorizado. I - da entrega do requerimento devidamente instruído; ou
§4º O transporte da arma de fogo sem a guia de trânsito, ou o II - da entrega da documentação completa de instrução do re-
transporte realizado com a guia, mas sem a observância ao que nela querimento, na hipótese de as datas da entrega do requerimento e
estiver estipulado, sujeitará o infrator às sanções penais cabíveis. dos documentos que o instruem não coincidirem.
Art. 52. As disposições sobre a entrega de armas de fogo de §3º Transcorrido o prazo a que se refere o caput sem a aprecia-
que tratam os art. 31 e art. 32 da Lei nº 10.826, de 2003, não se apli- ção e o julgamento do requerimento, observado o disposto no §1º,
cam às empresas de segurança privada e de transporte de valores. consideram-se aprovados tacitamente os pedidos nele formulados.
Art. 53. Será aplicada pelo órgão competente pela fiscalização §4º A aprovação tácita não impede a continuidade da aprecia-
multa de: ção do requerimento, que poderá ser cassado, caso constatado o
I - R$ 100.000,00 (cem mil reais): não cumprimento dos requisitos legais.
a) à empresa de transporte aéreo, rodoviário, ferroviário, marí- Art. 57-A. Os procedimentos previstos neste Decreto serão re-
timo, fluvial ou lacustre que permita o transporte de arma de fogo, alizados prioritariamente de forma eletrônica, dispensado o com-
munição ou acessórios sem a devida autorização ou com inobser- parecimento pessoal do requerente, exceto se houver necessida-
vância às normas de segurança; e de especificamente motivada e comunicada de apresentação dos
b) à empresa de produção ou de comercialização de armas de documentos originais. (Incluído pelo Decreto nº 10.630, de 2021)
fogo que realize publicidade para estimular a venda e o uso indiscri- Vigência
minado de armas de fogo, acessórios e munição, exceto nas publi- Art. 58. O Decreto nº 9.607, de 12 de dezembro de 2018, passa
cações especializadas; a vigorar com as seguintes alterações:
II - R$ 200.000,00 (duzentos mil reais), sem prejuízo das san- “Art. 34-B. A autorização para importação de Prode, conforme
ções penais cabíveis: definido em ato do Ministro de Estado da Defesa, poderá ser con-
a) à empresa de transporte aéreo, rodoviário, ferroviário, ma- cedida:
rítimo, fluvial ou lacustre que deliberadamente, por qualquer meio, I - aos órgãos e às entidades da administração pública;
realize, promova ou facilite o transporte de arma de fogo ou de mu- II - aos fabricantes de Prode em quantidade necessária à reali-
nição sem a devida autorização ou com inobservância às normas de zação de pesquisa, estudos e testes, à composição de sistemas de
segurança; e Prode ou à fabricação de Prode;
b) à empresa de produção ou de comercialização de armas de III - aos representantes de empresas estrangeiras, em regime de
fogo que reincidir na conduta de que trata a alínea “b” do inciso I admissão temporária, para fins de experiências, testes ou demons-
do caput; e tração, junto às Forças Armadas do Brasil ou a órgãos ou entidades
III - R$ 300.000,00 (trezentos mil reais), sem prejuízo das san- públicas, desde que comprovem exercer a representação comercial
ções penais cabíveis, à empresa que reincidir na conduta de que do fabricante estrangeiro no território nacional e apresentem do-
tratam a alínea “a” do inciso I e as alíneas “a” e “b” do inciso II. cumento comprobatório do interesse das instituições envolvidas;
Art. 54. A empresa de segurança e de transporte de valores IV - aos expositores, para participação em feiras, mostras, ex-
ficará sujeita às penalidades de que trata o art. 23 da Lei nº 7.102, posições e eventos, por período determinado;
de 20 de junho de 1983, na hipótese de não apresentar, nos termos V - aos agentes de segurança de dignitários estrangeiros em
do disposto nos §2º e §3º do art. 7º da Lei nº 10.826, de 2003: visita ao País, em caráter temporário;
I - a documentação comprobatória do cumprimento dos requi- VI - às representações diplomáticas;
sitos constantes do art. 4º da Lei nº 10.826, de 2003, quanto aos VII - aos integrantes de Forças Armadas do Brasil ou de órgãos
empregados que portarão arma de fogo; e de segurança estrangeiros, em caráter temporário, para:
II - semestralmente, ao Sinarm, a listagem atualizada de seus a) participação em exercícios combinados; ou
empregados.
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LEGISLAÇÃO
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LEGISLAÇÃO
Art. 19. Impedir ou retardar, injustificadamente, o envio de plei- Art. 25. Proceder à obtenção de prova, em procedimento de
to de preso à autoridade judiciária competente para a apreciação investigação ou fiscalização, por meio manifestamente ilícito:
da legalidade de sua prisão ou das circunstâncias de sua custódia: Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem faz uso de pro-
Parágrafo único. Incorre na mesma pena o magistrado que, va, em desfavor do investigado ou fiscalizado, com prévio conheci-
ciente do impedimento ou da demora, deixa de tomar as providên- mento de sua ilicitude.
cias tendentes a saná-lo ou, não sendo competente para decidir Art. 26. (VETADO).
sobre a prisão, deixa de enviar o pedido à autoridade judiciária que Art. 27. Requisitar instauração ou instaurar procedimento in-
o seja. vestigatório de infração penal ou administrativa, em desfavor de
Art. 20. Impedir, sem justa causa, a entrevista pessoal e reser- alguém, à falta de qualquer indício da prática de crime, de ilícito
vada do preso com seu advogado: funcional ou de infração administrativa: (Vide ADIN 6234) (Vide
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa. ADIN 6240)
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem impede o preso, Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
o réu solto ou o investigado de entrevistar-se pessoal e reservada- Parágrafo único. Não há crime quando se tratar de sindicância
mente com seu advogado ou defensor, por prazo razoável, antes de ou investigação preliminar sumária, devidamente justificada.
audiência judicial, e de sentar-se ao seu lado e com ele comunicar- Art. 28. Divulgar gravação ou trecho de gravação sem relação
-se durante a audiência, salvo no curso de interrogatório ou no caso com a prova que se pretenda produzir, expondo a intimidade ou
de audiência realizada por videoconferência. a vida privada ou ferindo a honra ou a imagem do investigado ou
Art. 21. Manter presos de ambos os sexos na mesma cela ou acusado:
espaço de confinamento: Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. Art. 29. Prestar informação falsa sobre procedimento judicial,
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem mantém, na policial, fiscal ou administrativo com o fim de prejudicar interesse
mesma cela, criança ou adolescente na companhia de maior de de investigado: (Vide ADIN 6234) (Vide ADIN 6240)
idade ou em ambiente inadequado, observado o disposto na Lei Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
nº 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adoles- Parágrafo único. (VETADO).
cente). Art. 30. Dar início ou proceder à persecução penal, civil ou ad-
Art. 22. Invadir ou adentrar, clandestina ou astuciosamente, ou ministrativa sem justa causa fundamentada ou contra quem sabe
à revelia da vontade do ocupante, imóvel alheio ou suas dependên- inocente:
cias, ou nele permanecer nas mesmas condições, sem determina- Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
ção judicial ou fora das condições estabelecidas em lei: Art. 31. Estender injustificadamente a investigação, procras-
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. tinando-a em prejuízo do investigado ou fiscalizado: (Vide ADIN
§1º Incorre na mesma pena, na forma prevista no caput deste 6234) (Vide ADIN 6240)
artigo, quem: Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
I - coage alguém, mediante violência ou grave ameaça, a fran- Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem, inexistindo
quear-lhe o acesso a imóvel ou suas dependências; prazo para execução ou conclusão de procedimento, o estende de
II - (VETADO); forma imotivada, procrastinando-o em prejuízo do investigado ou
III - cumpre mandado de busca e apreensão domiciliar após as do fiscalizado.
21h (vinte e uma horas) ou antes das 5h (cinco horas). Art. 32. Negar ao interessado, seu defensor ou advogado aces-
§2º Não haverá crime se o ingresso for para prestar socorro, ou so aos autos de investigação preliminar, ao termo circunstanciado,
quando houver fundados indícios que indiquem a necessidade do ao inquérito ou a qualquer outro procedimento investigatório de
ingresso em razão de situação de flagrante delito ou de desastre. infração penal, civil ou administrativa, assim como impedir a ob-
Art. 23. Inovar artificiosamente, no curso de diligência, de in- tenção de cópias, ressalvado o acesso a peças relativas a diligências
vestigação ou de processo, o estado de lugar, de coisa ou de pessoa, em curso, ou que indiquem a realização de diligências futuras, cujo
com o fim de eximir-se de responsabilidade ou de responsabilizar sigilo seja imprescindível:
criminalmente alguém ou agravar-lhe a responsabilidade: Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. Art. 33. Exigir informação ou cumprimento de obrigação, inclu-
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem pratica a condu- sive o dever de fazer ou de não fazer, sem expresso amparo legal:
ta com o intuito de: Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
I - eximir-se de responsabilidade civil ou administrativa por ex- Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem se utiliza de car-
cesso praticado no curso de diligência; go ou função pública ou invoca a condição de agente público para
II - omitir dados ou informações ou divulgar dados ou informa- se eximir de obrigação legal ou para obter vantagem ou privilégio
ções incompletos para desviar o curso da investigação, da diligência indevido.
ou do processo. Art. 34. (VETADO).
Art. 24. Constranger, sob violência ou grave ameaça, funcio- Art. 35. (VETADO).
nário ou empregado de instituição hospitalar pública ou privada a Art. 36. Decretar, em processo judicial, a indisponibilidade de
admitir para tratamento pessoa cujo óbito já tenha ocorrido, com ativos financeiros em quantia que extrapole exacerbadamente o va-
o fim de alterar local ou momento de crime, prejudicando sua apu- lor estimado para a satisfação da dívida da parte e, ante a demons-
ração: tração, pela parte, da excessividade da medida, deixar de corrigi-la:
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa, além da Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
pena correspondente à violência.
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Art. 37. Demorar demasiada e injustificadamente no exame de ‘Art. 7º-B Constitui crime violar direito ou prerrogativa de ad-
processo de que tenha requerido vista em órgão colegiado, com o vogado previstos nos incisos II, III, IV e V do caput do art. 7º desta
intuito de procrastinar seu andamento ou retardar o julgamento: Lei:
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa. Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa.’”
Art. 38. Antecipar o responsável pelas investigações, por meio Art. 44. Revogam-se a Lei nº 4.898, de 9 de dezembro de 1965,
de comunicação, inclusive rede social, atribuição de culpa, antes de e o §2º do art. 150 e o art. 350, ambos do Decreto-Lei nº 2.848, de
concluídas as apurações e formalizada a acusação: 7 de dezembro de 1940 (Código Penal).
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa. Art. 45. Esta Lei entra em vigor após decorridos 120 (cento e
vinte) dias de sua publicação oficial.
CAPÍTULO VII Brasília, 5 de setembro de 2019; 198º da Independência e 131º
DO PROCEDIMENTO da República.
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LEGISLAÇÃO
mercantes ou de propriedade privada, que se achem, respectiva- b) houve requisição do Ministro da Justiça. (Incluído pela Lei nº
mente, no espaço aéreo correspondente ou em alto-mar. (Redação 7.209, de 1984)
dada pela Lei nº 7.209, de 1984)
§2º - É também aplicável a lei brasileira aos crimes praticados Pena cumprida no estrangeiro (Redação dada pela Lei nº
a bordo de aeronaves ou embarcações estrangeiras de propriedade 7.209, de 11.7.1984)
privada, achando-se aquelas em pouso no território nacional ou em Art. 8º - A pena cumprida no estrangeiro atenua a pena impos-
vôo no espaço aéreo correspondente, e estas em porto ou mar ter- ta no Brasil pelo mesmo crime, quando diversas, ou nela é com-
ritorial do Brasil.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984) putada, quando idênticas. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984)
Lugar do crime (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984)
Art. 6º - Considera-se praticado o crime no lugar em que ocor- Eficácia de sentença estrangeira (Redação dada pela Lei nº
reu a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como onde se 7.209, de 11.7.1984)
produziu ou deveria produzir-se o resultado.(Redação dada pela Lei Art. 9º - A sentença estrangeira, quando a aplicação da lei
nº 7.209, de 1984) brasileira produz na espécie as mesmas conseqüências, pode ser
homologada no Brasil para: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
Extraterritorialidade (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984) 11.7.1984)
Art. 7º - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no I - obrigar o condenado à reparação do dano, a restituições e a
estrangeiro: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984) outros efeitos civis; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
I - os crimes: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) II - sujeitá-lo a medida de segurança.(Incluído pela Lei nº 7.209,
a) contra a vida ou a liberdade do Presidente da República; (In- de 11.7.1984)
cluído pela Lei nº 7.209, de 1984) Parágrafo único - A homologação depende: (Incluído pela Lei nº
b) contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito 7.209, de 11.7.1984)
Federal, de Estado, de Território, de Município, de empresa públi- a) para os efeitos previstos no inciso I, de pedido da parte inte-
ca, sociedade de economia mista, autarquia ou fundação instituída ressada; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
pelo Poder Público; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984) b) para os outros efeitos, da existência de tratado de extradição
c) contra a administração pública, por quem está a seu serviço; com o país de cuja autoridade judiciária emanou a sentença, ou, na
(Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984) falta de tratado, de requisição do Ministro da Justiça. (Incluído pela
d) de genocídio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
no Brasil; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984)
II - os crimes: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Contagem de prazo (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
a) que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a repri- 11.7.1984)
mir; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984) Art. 10 - O dia do começo inclui-se no cômputo do prazo. Con-
b) praticados por brasileiro; (Incluído pela Lei nº 7.209, de tam-se os dias, os meses e os anos pelo calendário comum. (Reda-
1984) ção dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
c) praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras, mer-
cantes ou de propriedade privada, quando em território estrangeiro Frações não computáveis da pena (Redação dada pela Lei nº
e aí não sejam julgados. (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984) 7.209, de 11.7.1984)
§1º - Nos casos do inciso I, o agente é punido segundo a lei bra- Art. 11 - Desprezam-se, nas penas privativas de liberdade e nas
sileira, ainda que absolvido ou condenado no estrangeiro.(Incluído restritivas de direitos, as frações de dia, e, na pena de multa, as
pela Lei nº 7.209, de 1984) frações de cruzeiro. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
§2º - Nos casos do inciso II, a aplicação da lei brasileira depende
do concurso das seguintes condições: (Incluído pela Lei nº 7.209, Legislação especial (Incluída pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
de 1984) Art. 12 - As regras gerais deste Código aplicam-se aos fatos in-
a) entrar o agente no território nacional; (Incluído pela Lei nº criminados por lei especial, se esta não dispuser de modo diverso.
7.209, de 1984) (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
b) ser o fato punível também no país em que foi praticado; (In-
cluído pela Lei nº 7.209, de 1984) TÍTULO II
c) estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei brasilei- DO CRIME
ra autoriza a extradição; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984)
d) não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou não ter aí Relação de causalidade (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
cumprido a pena; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984) 11.7.1984)
e) não ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por outro Art. 13 - O resultado, de que depende a existência do crime,
motivo, não estar extinta a punibilidade, segundo a lei mais favorá- somente é imputável a quem lhe deu causa. Considera-se causa a
vel. (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984) ação ou omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido. (Reda-
§3º - A lei brasileira aplica-se também ao crime cometido por ção dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
estrangeiro contra brasileiro fora do Brasil, se, reunidas as condi-
ções previstas no parágrafo anterior: (Incluído pela Lei nº 7.209, de Superveniência de causa independente (Incluído pela Lei nº
1984) 7.209, de 11.7.1984)
a) não foi pedida ou foi negada a extradição; (Incluído pela Lei
nº 7.209, de 1984)
109
LEGISLAÇÃO
§1º - A superveniência de causa relativamente independente Crime culposo (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
exclui a imputação quando, por si só, produziu o resultado; os fatos II - culposo, quando o agente deu causa ao resultado por im-
anteriores, entretanto, imputam-se a quem os praticou. (Incluído prudência, negligência ou imperícia. (Incluído pela Lei nº 7.209, de
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 11.7.1984)
Parágrafo único - Salvo os casos expressos em lei, ninguém
Relevância da omissão (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) pode ser punido por fato previsto como crime, senão quando o pra-
§2º - A omissão é penalmente relevante quando o omitente tica dolosamente. (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
devia e podia agir para evitar o resultado. O dever de agir incumbe
a quem:(Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Agravação pelo resultado (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
a) tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância; 11.7.1984)
(Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Art. 19 - Pelo resultado que agrava especialmente a pena, só
b) de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o responde o agente que o houver causado ao menos culposamente.
resultado; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
c) com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorrência Erro sobre elementos do tipo (Redação dada pela Lei nº 7.209,
do resultado. (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) de 11.7.1984)
Art. 14 - Diz-se o crime: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de Art. 20 - O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de
11.7.1984) crime exclui o dolo, mas permite a punição por crime culposo, se
previsto em lei. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Crime consumado (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
I - consumado, quando nele se reúnem todos os elementos de Descriminantes putativas (Incluído pela Lei nº 7.209, de
sua definição legal; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 11.7.1984)
§1º - É isento de pena quem, por erro plenamente justificado
Tentativa (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) pelas circunstâncias, supõe situação de fato que, se existisse, torna-
II - tentado, quando, iniciada a execução, não se consuma por ria a ação legítima. Não há isenção de pena quando o erro deriva de
circunstâncias alheias à vontade do agente. (Incluído pela Lei nº culpa e o fato é punível como crime culposo.(Redação dada pela Lei
7.209, de 11.7.1984) nº 7.209, de 11.7.1984)
Pena de tentativa (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Erro determinado por terceiro (Incluído pela Lei nº 7.209, de
Parágrafo único - Salvo disposição em contrário, pune-se a ten- 11.7.1984)
tativa com a pena correspondente ao crime consumado, diminuída §2º - Responde pelo crime o terceiro que determina o erro.
de um a dois terços.(Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Erro sobre a pessoa (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Desistência voluntária e arrependimento eficaz (Redação §3º - O erro quanto à pessoa contra a qual o crime é praticado
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) não isenta de pena. Não se consideram, neste caso, as condições
Art. 15 - O agente que, voluntariamente, desiste de prosse- ou qualidades da vítima, senão as da pessoa contra quem o agente
guir na execução ou impede que o resultado se produza, só res- queria praticar o crime. (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
ponde pelos atos já praticados.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984) Erro sobre a ilicitude do fato (Redação dada pela Lei nº 7.209,
de 11.7.1984)
Arrependimento posterior (Redação dada pela Lei nº 7.209, de Art. 21 - O desconhecimento da lei é inescusável. O erro sobre
11.7.1984) a ilicitude do fato, se inevitável, isenta de pena; se evitável, poderá
Art. 16 - Nos crimes cometidos sem violência ou grave ameaça diminuí-la de um sexto a um terço. (Redação dada pela Lei nº 7.209,
à pessoa, reparado o dano ou restituída a coisa, até o recebimento de 11.7.1984)
da denúncia ou da queixa, por ato voluntário do agente, a pena será Parágrafo único - Considera-se evitável o erro se o agente atua
reduzida de um a dois terços. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de ou se omite sem a consciência da ilicitude do fato, quando lhe era
11.7.1984) possível, nas circunstâncias, ter ou atingir essa consciência. (Reda-
ção dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Crime impossível (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984) Coação irresistível e obediência hierárquica (Redação dada
Art. 17 - Não se pune a tentativa quando, por ineficácia abso- pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
luta do meio ou por absoluta impropriedade do objeto, é impos- Art. 22 - Se o fato é cometido sob coação irresistível ou em
sível consumar-se o crime.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de estrita obediência a ordem, não manifestamente ilegal, de superior
11.7.1984) hierárquico, só é punível o autor da coação ou da ordem.(Redação
Art. 18 - Diz-se o crime: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
11.7.1984)
Exclusão de ilicitude (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
Crime doloso (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 11.7.1984)
I - doloso, quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco Art. 23 - Não há crime quando o agente pratica o fato: (Redação
de produzi-lo;(Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
110
LEGISLAÇÃO
Redução de pena
Parágrafo único - A pena pode ser reduzida de um a dois terços,
se o agente, em virtude de perturbação de saúde mental ou por
desenvolvimento mental incompleto ou retardado não era inteira-
mente capaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-
-se de acordo com esse entendimento.(Redação dada pela Lei nº
7.209, de 11.7.1984)
111
LEGISLAÇÃO
Peculato Concussão
Art. 312 - Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor Art. 316 - Exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamen-
ou qualquer outro bem móvel, público ou particular, de que tem te, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão
a posse em razão do cargo, ou desviá-lo, em proveito próprio ou dela, vantagem indevida:
alheio: Pena - reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. (Redação
Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa. dada pela Lei nº 13.964, de 2019)
§1º - Aplica-se a mesma pena, se o funcionário público, embora
não tendo a posse do dinheiro, valor ou bem, o subtrai, ou concorre Excesso de exação
para que seja subtraído, em proveito próprio ou alheio, valendo-se §1º - Se o funcionário exige tributo ou contribuição social que
de facilidade que lhe proporciona a qualidade de funcionário. sabe ou deveria saber indevido, ou, quando devido, emprega na co-
brança meio vexatório ou gravoso, que a lei não autoriza: (Redação
Peculato culposo dada pela Lei nº 8.137, de 27.12.1990)
§2º - Se o funcionário concorre culposamente para o crime de Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa. (Redação
outrem: dada pela Lei nº 8.137, de 27.12.1990)
Pena - detenção, de três meses a um ano. §2º - Se o funcionário desvia, em proveito próprio ou de ou-
§3º - No caso do parágrafo anterior, a reparação do dano, se trem, o que recebeu indevidamente para recolher aos cofres pú-
precede à sentença irrecorrível, extingue a punibilidade; se lhe é blicos:
posterior, reduz de metade a pena imposta. Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa.
112
LEGISLAÇÃO
Art. 319-A. Deixar o Diretor de Penitenciária e/ou agente pú- Pena – reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa. (Incluído
blico, de cumprir seu dever de vedar ao preso o acesso a aparelho pela Lei nº 9.983, de 2000)
telefônico, de rádio ou similar, que permita a comunicação com
outros presos ou com o ambiente externo: (Incluído pela Lei nº Violação do sigilo de proposta de concorrência
11.466, de 2007). Art. 326 - Devassar o sigilo de proposta de concorrência públi-
Pena: detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano. ca, ou proporcionar a terceiro o ensejo de devassá-lo:
Pena - Detenção, de três meses a um ano, e multa.
Condescendência criminosa
Art. 320 - Deixar o funcionário, por indulgência, de responsa- Funcionário público
bilizar subordinado que cometeu infração no exercício do cargo ou, Art. 327 - Considera-se funcionário público, para os efeitos pe-
quando lhe falte competência, não levar o fato ao conhecimento da nais, quem, embora transitoriamente ou sem remuneração, exerce
autoridade competente: cargo, emprego ou função pública.
Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa. §1º - Equipara-se a funcionário público quem exerce cargo,
emprego ou função em entidade paraestatal, e quem trabalha para
Advocacia administrativa empresa prestadora de serviço contratada ou conveniada para a
Art. 321 - Patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado execução de atividade típica da Administração Pública. (Incluído
perante a administração pública, valendo-se da qualidade de fun- pela Lei nº 9.983, de 2000)
cionário: §2º - A pena será aumentada da terça parte quando os autores
Pena - detenção, de um a três meses, ou multa. dos crimes previstos neste Capítulo forem ocupantes de cargos em
Parágrafo único - Se o interesse é ilegítimo: comissão ou de função de direção ou assessoramento de órgão da
Pena - detenção, de três meses a um ano, além da multa. administração direta, sociedade de economia mista, empresa pú-
Violência arbitrária blica ou fundação instituída pelo poder público. (Incluído pela Lei
Art. 322 - Praticar violência, no exercício de função ou a pretex- nº 6.799, de 1980)
to de exercê-la:
Pena - detenção, de seis meses a três anos, além da pena cor-
respondente à violência.
LEI Nº 11.340, DE 7 DE AGOSTO DE 2006 - DA
VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR CONTRA A
Abandono de função
MULHER
Art. 323 - Abandonar cargo público, fora dos casos permitidos
em lei: LEI Nº 11.340, DE 7 DE AGOSTO DE 2006
Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa.
§1º - Se do fato resulta prejuízo público: Cria mecanismos para coibir a violência doméstica e familiar
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa. contra a mulher, nos termos do § 8º do art. 226 da Constituição
§2º - Se o fato ocorre em lugar compreendido na faixa de fron- Federal, da Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de
teira: Discriminação contra as Mulheres e da Convenção Interamericana
Pena - detenção, de um a três anos, e multa. para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a Mulher; dispõe
sobre a criação dos Juizados de Violência Doméstica e Familiar con-
Exercício funcional ilegalmente antecipado ou prolongado tra a Mulher; altera o Código de Processo Penal, o Código Penal e a
Art. 324 - Entrar no exercício de função pública antes de sa- Lei de Execução Penal; e dá outras providências.
tisfeitas as exigências legais, ou continuar a exercê-la, sem autori-
zação, depois de saber oficialmente que foi exonerado, removido, O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Na-
substituído ou suspenso: cional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa.
TÍTULO I
Violação de sigilo funcional DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
Art. 325 - Revelar fato de que tem ciência em razão do cargo e
que deva permanecer em segredo, ou facilitar-lhe a revelação: Art. 1º Esta Lei cria mecanismos para coibir e prevenir a vio-
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa, se o fato lência doméstica e familiar contra a mulher, nos termos do §8º do
não constitui crime mais grave. art. 226 da Constituição Federal, da Convenção sobre a Eliminação
§1º Nas mesmas penas deste artigo incorre quem: (Incluído de Todas as Formas de Violência contra a Mulher, da Convenção
pela Lei nº 9.983, de 2000) Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra
I – permite ou facilita, mediante atribuição, fornecimento e a Mulher e de outros tratados internacionais ratificados pela Re-
empréstimo de senha ou qualquer outra forma, o acesso de pesso- pública Federativa do Brasil; dispõe sobre a criação dos Juizados de
as não autorizadas a sistemas de informações ou banco de dados da Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher; e estabelece medi-
Administração Pública; (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) das de assistência e proteção às mulheres em situação de violência
II – se utiliza, indevidamente, do acesso restrito. (Incluído pela doméstica e familiar.
Lei nº 9.983, de 2000) Art. 2º Toda mulher, independentemente de classe, raça, etnia,
§2º Se da ação ou omissão resulta dano à Administração Públi- orientação sexual, renda, cultura, nível educacional, idade e reli-
ca ou a outrem: (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) gião, goza dos direitos fundamentais inerentes à pessoa humana,
113
LEGISLAÇÃO
sendo-lhe asseguradas as oportunidades e facilidades para viver ploração e limitação do direito de ir e vir ou qualquer outro meio
sem violência, preservar sua saúde física e mental e seu aperfeiçoa- que lhe cause prejuízo à saúde psicológica e à autodeterminação;
mento moral, intelectual e social. (Redação dada pela Lei nº 13.772, de 2018)
Art. 3º Serão asseguradas às mulheres as condições para o III - a violência sexual, entendida como qualquer conduta que
exercício efetivo dos direitos à vida, à segurança, à saúde, à alimen- a constranja a presenciar, a manter ou a participar de relação sexu-
tação, à educação, à cultura, à moradia, ao acesso à justiça, ao es- al não desejada, mediante intimidação, ameaça, coação ou uso da
porte, ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à liberdade, à dignidade, força; que a induza a comercializar ou a utilizar, de qualquer modo,
ao respeito e à convivência familiar e comunitária. a sua sexualidade, que a impeça de usar qualquer método contra-
§1º O poder público desenvolverá políticas que visem garantir ceptivo ou que a force ao matrimônio, à gravidez, ao aborto ou à
os direitos humanos das mulheres no âmbito das relações domésti- prostituição, mediante coação, chantagem, suborno ou manipula-
cas e familiares no sentido de resguardá-las de toda forma de negli- ção; ou que limite ou anule o exercício de seus direitos sexuais e
gência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão. reprodutivos;
§2º Cabe à família, à sociedade e ao poder público criar as con- IV - a violência patrimonial, entendida como qualquer condu-
dições necessárias para o efetivo exercício dos direitos enunciados ta que configure retenção, subtração, destruição parcial ou total
no caput. de seus objetos, instrumentos de trabalho, documentos pessoais,
Art. 4º Na interpretação desta Lei, serão considerados os fins bens, valores e direitos ou recursos econômicos, incluindo os desti-
sociais a que ela se destina e, especialmente, as condições pecu- nados a satisfazer suas necessidades;
liares das mulheres em situação de violência doméstica e familiar. V - a violência moral, entendida como qualquer conduta que
configure calúnia, difamação ou injúria.
TÍTULO II
DA VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR CONTRA A MULHER TÍTULO III
DA ASSISTÊNCIA À MULHER EM SITUAÇÃO DE VIOLÊNCIA
CAPÍTULO I DOMÉSTICA E FAMILIAR
DISPOSIÇÕES GERAIS
CAPÍTULO I
Art. 5º Para os efeitos desta Lei, configura violência doméstica DAS MEDIDAS INTEGRADAS DE PREVENÇÃO
e familiar contra a mulher qualquer ação ou omissão baseada no
gênero que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psi- Art. 8º A política pública que visa coibir a violência doméstica
cológico e dano moral ou patrimonial: (Vide Lei complementar nº e familiar contra a mulher far-se-á por meio de um conjunto arti-
150, de 2015) culado de ações da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
I - no âmbito da unidade doméstica, compreendida como o Municípios e de ações não-governamentais, tendo por diretrizes:
espaço de convívio permanente de pessoas, com ou sem vínculo I - a integração operacional do Poder Judiciário, do Ministério
familiar, inclusive as esporadicamente agregadas; Público e da Defensoria Pública com as áreas de segurança pública,
II - no âmbito da família, compreendida como a comunidade assistência social, saúde, educação, trabalho e habitação;
formada por indivíduos que são ou se consideram aparentados, II - a promoção de estudos e pesquisas, estatísticas e outras
unidos por laços naturais, por afinidade ou por vontade expressa; informações relevantes, com a perspectiva de gênero e de raça ou
III - em qualquer relação íntima de afeto, na qual o agressor etnia, concernentes às causas, às conseqüências e à freqüência da
conviva ou tenha convivido com a ofendida, independentemente violência doméstica e familiar contra a mulher, para a sistematiza-
de coabitação. ção de dados, a serem unificados nacionalmente, e a avaliação pe-
Parágrafo único. As relações pessoais enunciadas neste artigo riódica dos resultados das medidas adotadas;
independem de orientação sexual. III - o respeito, nos meios de comunicação social, dos valores
Art. 6º A violência doméstica e familiar contra a mulher consti- éticos e sociais da pessoa e da família, de forma a coibir os papéis
tui uma das formas de violação dos direitos humanos. estereotipados que legitimem ou exacerbem a violência domésti-
ca e familiar, de acordo com o estabelecido no inciso III do art. 1º
CAPÍTULO II , no inciso IV do art. 3º e no inciso IV do art. 221 da Constituição
DAS FORMAS DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR CON- Federal ;
TRA A MULHER IV - a implementação de atendimento policial especializado
para as mulheres, em particular nas Delegacias de Atendimento à
Art. 7º São formas de violência doméstica e familiar contra a Mulher;
mulher, entre outras: V - a promoção e a realização de campanhas educativas de pre-
I - a violência física, entendida como qualquer conduta que venção da violência doméstica e familiar contra a mulher, voltadas
ofenda sua integridade ou saúde corporal; ao público escolar e à sociedade em geral, e a difusão desta Lei e
II - a violência psicológica, entendida como qualquer condu- dos instrumentos de proteção aos direitos humanos das mulheres;
ta que lhe cause dano emocional e diminuição da autoestima ou VI - a celebração de convênios, protocolos, ajustes, termos ou
que lhe prejudique e perturbe o pleno desenvolvimento ou que outros instrumentos de promoção de parceria entre órgãos gover-
vise degradar ou controlar suas ações, comportamentos, crenças namentais ou entre estes e entidades não-governamentais, tendo
e decisões, mediante ameaça, constrangimento, humilhação, ma- por objetivo a implementação de programas de erradicação da vio-
nipulação, isolamento, vigilância constante, perseguição contumaz, lência doméstica e familiar contra a mulher;
insulto, chantagem, violação de sua intimidade, ridicularização, ex-
114
LEGISLAÇÃO
VII - a capacitação permanente das Polícias Civil e Militar, da §6º O ressarcimento de que tratam os §§ 4º e 5º deste arti-
Guarda Municipal, do Corpo de Bombeiros e dos profissionais per- go não poderá importar ônus de qualquer natureza ao patrimônio
tencentes aos órgãos e às áreas enunciados no inciso I quanto às da mulher e dos seus dependentes, nem configurar atenuante ou
questões de gênero e de raça ou etnia; ensejar possibilidade de substituição da pena aplicada.(Vide Lei nº
VIII - a promoção de programas educacionais que disseminem 13.871, de 2019) (Vigência)
valores éticos de irrestrito respeito à dignidade da pessoa humana §7º A mulher em situação de violência doméstica e familiar
com a perspectiva de gênero e de raça ou etnia; tem prioridade para matricular seus dependentes em instituição
IX - o destaque, nos currículos escolares de todos os níveis de de educação básica mais próxima de seu domicílio, ou transferi-los
ensino, para os conteúdos relativos aos direitos humanos, à eqüida- para essa instituição, mediante a apresentação dos documentos
de de gênero e de raça ou etnia e ao problema da violência domés- comprobatórios do registro da ocorrência policial ou do processo
tica e familiar contra a mulher. de violência doméstica e familiar em curso. (Incluído pela Lei nº
13.882, de 2019)
CAPÍTULO II §8º Serão sigilosos os dados da ofendida e de seus dependen-
DA ASSISTÊNCIA À MULHER EM SITUAÇÃO DE VIOLÊNCIA tes matriculados ou transferidos conforme o disposto no §7º deste
DOMÉSTICA E FAMILIAR artigo, e o acesso às informações será reservado ao juiz, ao Minis-
tério Público e aos órgãos competentes do poder público.(Incluído
Art. 9º A assistência à mulher em situação de violência domés- pela Lei nº 13.882, de 2019)
tica e familiar será prestada de forma articulada e conforme os prin-
cípios e as diretrizes previstos na Lei Orgânica da Assistência Social, CAPÍTULO III
no Sistema Único de Saúde, no Sistema Único de Segurança Pública, DO ATENDIMENTO PELA AUTORIDADE POLICIAL
entre outras normas e políticas públicas de proteção, e emergen-
cialmente quando for o caso. Art. 10. Na hipótese da iminência ou da prática de violência do-
§1º O juiz determinará, por prazo certo, a inclusão da mulher méstica e familiar contra a mulher, a autoridade policial que tomar
em situação de violência doméstica e familiar no cadastro de pro- conhecimento da ocorrência adotará, de imediato, as providências
gramas assistenciais do governo federal, estadual e municipal. legais cabíveis.
§2º O juiz assegurará à mulher em situação de violência domés- Parágrafo único. Aplica-se o disposto no caput deste artigo ao
tica e familiar, para preservar sua integridade física e psicológica: descumprimento de medida protetiva de urgência deferida.
I - acesso prioritário à remoção quando servidora pública, inte- Art. 10-A. É direito da mulher em situação de violência do-
grante da administração direta ou indireta; méstica e familiar o atendimento policial e pericial especializado,
II - manutenção do vínculo trabalhista, quando necessário o ininterrupto e prestado por servidores - preferencialmente do sexo
afastamento do local de trabalho, por até seis meses. feminino - previamente capacitados.(Incluído pela Lei nº 13.505, de
III - encaminhamento à assistência judiciária, quando for o 2017)
caso, inclusive para eventual ajuizamento da ação de separação ju- §1º A inquirição de mulher em situação de violência doméstica
dicial, de divórcio, de anulação de casamento ou de dissolução de e familiar ou de testemunha de violência doméstica, quando se tra-
união estável perante o juízo competente. (Incluído pela Lei nº tar de crime contra a mulher, obedecerá às seguintes diretrizes:(In-
13.894, de 2019) cluído pela Lei nº 13.505, de 2017)
§3º A assistência à mulher em situação de violência domésti- I - salvaguarda da integridade física, psíquica e emocional da
ca e familiar compreenderá o acesso aos benefícios decorrentes do depoente, considerada a sua condição peculiar de pessoa em situ-
desenvolvimento científico e tecnológico, incluindo os serviços de ação de violência doméstica e familiar;(Incluído pela Lei nº 13.505,
contracepção de emergência, a profilaxia das Doenças Sexualmente de 2017)
Transmissíveis (DST) e da Síndrome da Imunodeficiência Adquirida II - garantia de que, em nenhuma hipótese, a mulher em si-
(AIDS) e outros procedimentos médicos necessários e cabíveis nos tuação de violência doméstica e familiar, familiares e testemunhas
casos de violência sexual. terão contato direto com investigados ou suspeitos e pessoas a eles
§4º Aquele que, por ação ou omissão, causar lesão, violência relacionadas;(Incluído pela Lei nº 13.505, de 2017)
física, sexual ou psicológica e dano moral ou patrimonial a mulher III - não revitimização da depoente, evitando sucessivas inquiri-
fica obrigado a ressarcir todos os danos causados, inclusive ressarcir ções sobre o mesmo fato nos âmbitos criminal, cível e administrati-
ao Sistema Único de Saúde (SUS), de acordo com a tabela SUS, os vo, bem como questionamentos sobre a vida privada.(Incluído pela
custos relativos aos serviços de saúde prestados para o total trata- Lei nº 13.505, de 2017)
mento das vítimas em situação de violência doméstica e familiar, §2º Na inquirição de mulher em situação de violência domés-
recolhidos os recursos assim arrecadados ao Fundo de Saúde do tica e familiar ou de testemunha de delitos de que trata esta Lei,
ente federado responsável pelas unidades de saúde que prestarem adotar-se-á, preferencialmente, o seguinte procedimento:(Incluído
os serviços.(Vide Lei nº 13.871, de 2019) (Vigência) pela Lei nº 13.505, de 2017)
§5º Os dispositivos de segurança destinados ao uso em caso I - a inquirição será feita em recinto especialmente projetado
de perigo iminente e disponibilizados para o monitoramento das para esse fim, o qual conterá os equipamentos próprios e adequa-
vítimas de violência doméstica ou familiar amparadas por medidas dos à idade da mulher em situação de violência doméstica e familiar
protetivas terão seus custos ressarcidos pelo agressor.(Vide Lei nº ou testemunha e ao tipo e à gravidade da violência sofrida;(Incluído
13.871, de 2019) (Vigência) pela Lei nº 13.505, de 2017)
115
LEGISLAÇÃO
II - quando for o caso, a inquirição será intermediada por pro- §2º A autoridade policial deverá anexar ao documento referido
fissional especializado em violência doméstica e familiar designado no §1º o boletim de ocorrência e cópia de todos os documentos
pela autoridade judiciária ou policial;(Incluído pela Lei nº 13.505, disponíveis em posse da ofendida.
de 2017) §3º Serão admitidos como meios de prova os laudos ou prontu-
III - o depoimento será registrado em meio eletrônico ou mag- ários médicos fornecidos por hospitais e postos de saúde.
nético, devendo a degravação e a mídia integrar o inquérito.(Incluí- Art. 12-A. Os Estados e o Distrito Federal, na formulação de
do pela Lei nº 13.505, de 2017) suas políticas e planos de atendimento à mulher em situação de
Art. 11. No atendimento à mulher em situação de violência do- violência doméstica e familiar, darão prioridade, no âmbito da Po-
méstica e familiar, a autoridade policial deverá, entre outras provi- lícia Civil, à criação de Delegacias Especializadas de Atendimento
dências: à Mulher (Deams), de Núcleos Investigativos de Feminicídio e de
I - garantir proteção policial, quando necessário, comunicando equipes especializadas para o atendimento e a investigação das vio-
de imediato ao Ministério Público e ao Poder Judiciário; lências graves contra a mulher.
II - encaminhar a ofendida ao hospital ou posto de saúde e ao Art. 12-B. (VETADO).(Incluído pela Lei nº 13.505, de 2017)
Instituto Médico Legal; §1º (VETADO).(Incluído pela Lei nº 13.505, de 2017)
III - fornecer transporte para a ofendida e seus dependentes §2º (VETADO.(Incluído pela Lei nº 13.505, de 2017)
para abrigo ou local seguro, quando houver risco de vida; §3º A autoridade policial poderá requisitar os serviços públicos
IV - se necessário, acompanhar a ofendida para assegurar a necessários à defesa da mulher em situação de violência doméstica
retirada de seus pertences do local da ocorrência ou do domicílio e familiar e de seus dependentes.(Incluído pela Lei nº 13.505, de
familiar; 2017)
V - informar à ofendida os direitos a ela conferidos nesta Lei e Art. 12-C. Verificada a existência de risco atual ou iminente à
os serviços disponíveis, inclusive os de assistência judiciária para o vida ou à integridade física ou psicológica da mulher em situação de
eventual ajuizamento perante o juízo competente da ação de sepa- violência doméstica e familiar, ou de seus dependentes, o agressor
ração judicial, de divórcio, de anulação de casamento ou de dissolu- será imediatamente afastado do lar, domicílio ou local de convivên-
ção de união estável. (Redação dada pela Lei nº 13.894, de 2019) cia com a ofendida: (Redação dada pela Lei nº 14.188, de 2021)
Art. 12. Em todos os casos de violência doméstica e familiar I - pela autoridade judicial;(Incluído pela Lei nº 13.827, de 2019)
contra a mulher, feito o registro da ocorrência, deverá a autoridade II - pelo delegado de polícia, quando o Município não for sede
policial adotar, de imediato, os seguintes procedimentos, sem pre- de comarca; ou(Incluído pela Lei nº 13.827, de 2019)
juízo daqueles previstos no Código de Processo Penal: III - pelo policial, quando o Município não for sede de comarca
I - ouvir a ofendida, lavrar o boletim de ocorrência e tomar a e não houver delegado disponível no momento da denúncia.(Inclu-
representação a termo, se apresentada; ído pela Lei nº 13.827, de 2019)
II - colher todas as provas que servirem para o esclarecimento §1º Nas hipóteses dos incisos II e III do caput deste artigo, o
do fato e de suas circunstâncias; juiz será comunicado no prazo máximo de 24 (vinte e quatro) horas
III - remeter, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, expediente e decidirá, em igual prazo, sobre a manutenção ou a revogação da
apartado ao juiz com o pedido da ofendida, para a concessão de medida aplicada, devendo dar ciência ao Ministério Público conco-
medidas protetivas de urgência; mitantemente.(Incluído pela Lei nº 13.827, de 2019)
IV - determinar que se proceda ao exame de corpo de delito da §2º Nos casos de risco à integridade física da ofendida ou à
ofendida e requisitar outros exames periciais necessários; efetividade da medida protetiva de urgência, não será concedida
V - ouvir o agressor e as testemunhas; liberdade provisória ao preso.(Incluído pela Lei nº 13.827, de 2019)
VI - ordenar a identificação do agressor e fazer juntar aos autos
sua folha de antecedentes criminais, indicando a existência de man- TÍTULO IV
dado de prisão ou registro de outras ocorrências policiais contra DOS PROCEDIMENTOS
ele;
VI-A - verificar se o agressor possui registro de porte ou pos- CAPÍTULO I
se de arma de fogo e, na hipótese de existência, juntar aos autos DISPOSIÇÕES GERAIS
essa informação, bem como notificar a ocorrência à instituição res-
ponsável pela concessão do registro ou da emissão do porte, nos Art. 13. Ao processo, ao julgamento e à execução das causas
termos da Lei nº 10.826, de 22 de dezembro de 2003 (Estatuto do cíveis e criminais decorrentes da prática de violência doméstica e
Desarmamento); (Incluído pela Lei nº 13.880, de 2019) familiar contra a mulher aplicar-se-ão as normas dos Códigos de
VII - remeter, no prazo legal, os autos do inquérito policial ao Processo Penal e Processo Civil e da legislação específica relativa
juiz e ao Ministério Público. à criança, ao adolescente e ao idoso que não conflitarem com o
§1º O pedido da ofendida será tomado a termo pela autorida- estabelecido nesta Lei.
de policial e deverá conter: Art. 14. Os Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a
I - qualificação da ofendida e do agressor; Mulher, órgãos da Justiça Ordinária com competência cível e crimi-
II - nome e idade dos dependentes; nal, poderão ser criados pela União, no Distrito Federal e nos Terri-
III - descrição sucinta do fato e das medidas protetivas solicita- tórios, e pelos Estados, para o processo, o julgamento e a execução
das pela ofendida. das causas decorrentes da prática de violência doméstica e familiar
IV - informação sobre a condição de a ofendida ser pessoa com contra a mulher.
deficiência e se da violência sofrida resultou deficiência ou agrava- Parágrafo único. Os atos processuais poderão realizar-se em
mento de deficiência preexistente.(Incluído pela Lei nº 13.836, de horário noturno, conforme dispuserem as normas de organização
2019) judiciária.
116
LEGISLAÇÃO
Art. 14-A. A ofendida tem a opção de propor ação de divórcio §4º As medidas protetivas de urgência serão concedidas em
ou de dissolução de união estável no Juizado de Violência Domésti- juízo de cognição sumária a partir do depoimento da ofendida pe-
ca e Familiar contra a Mulher. (Incluído pela Lei nº 13.894, de 2019) rante a autoridade policial ou da apresentação de suas alegações
§1º Exclui-se da competência dos Juizados de Violência Domés- escritas e poderão ser indeferidas no caso de avaliação pela auto-
tica e Familiar contra a Mulher a pretensão relacionada à partilha ridade de inexistência de risco à integridade física, psicológica, se-
de bens. (Incluído pela Lei nº 13.894, de 2019) xual, patrimonial ou moral da ofendida ou de seus dependentes.
§2º Iniciada a situação de violência doméstica e familiar após o (Incluído pela Lei nº 14.550, de 2023)
ajuizamento da ação de divórcio ou de dissolução de união estável, §5º As medidas protetivas de urgência serão concedidas inde-
a ação terá preferência no juízo onde estiver. (Incluído pela Lei nº pendentemente da tipificação penal da violência, do ajuizamento
13.894, de 2019) de ação penal ou cível, da existência de inquérito policial ou do
Art. 15. É competente, por opção da ofendida, para os proces- registro de boletim de ocorrência. (Incluído pela Lei nº 14.550, de
sos cíveis regidos por esta Lei, o Juizado: 2023)
I - do seu domicílio ou de sua residência; §6º As medidas protetivas de urgência vigorarão enquanto per-
II - do lugar do fato em que se baseou a demanda; sistir risco à integridade física, psicológica, sexual, patrimonial ou
III - do domicílio do agressor. moral da ofendida ou de seus dependentes. (Incluído pela Lei nº
Art. 16. Nas ações penais públicas condicionadas à representa- 14.550, de 2023)
ção da ofendida de que trata esta Lei, só será admitida a renúncia à Art. 20. Em qualquer fase do inquérito policial ou da instrução
representação perante o juiz, em audiência especialmente designa- criminal, caberá a prisão preventiva do agressor, decretada pelo
da com tal finalidade, antes do recebimento da denúncia e ouvido juiz, de ofício, a requerimento do Ministério Público ou mediante
o Ministério Público. representação da autoridade policial.
Art. 17. É vedada a aplicação, nos casos de violência doméstica Parágrafo único. O juiz poderá revogar a prisão preventiva se,
e familiar contra a mulher, de penas de cesta básica ou outras de no curso do processo, verificar a falta de motivo para que subsista,
prestação pecuniária, bem como a substituição de pena que impli- bem como de novo decretá-la, se sobrevierem razões que a justifi-
que o pagamento isolado de multa. quem.
Art. 21. A ofendida deverá ser notificada dos atos processuais
CAPÍTULO II relativos ao agressor, especialmente dos pertinentes ao ingresso e à
DAS MEDIDAS PROTETIVAS DE URGÊNCIA saída da prisão, sem prejuízo da intimação do advogado constituído
ou do defensor público.
SEÇÃO I Parágrafo único. A ofendida não poderá entregar intimação ou
DISPOSIÇÕES GERAIS notificação ao agressor .
117
LEGISLAÇÃO
118
LEGISLAÇÃO
e à Defensoria Pública, mediante laudos ou verbalmente em audi- Art. 38. As estatísticas sobre a violência doméstica e familiar
ência, e desenvolver trabalhos de orientação, encaminhamento, contra a mulher serão incluídas nas bases de dados dos órgãos ofi-
prevenção e outras medidas, voltados para a ofendida, o agressor e ciais do Sistema de Justiça e Segurança a fim de subsidiar o sistema
os familiares, com especial atenção às crianças e aos adolescentes. nacional de dados e informações relativo às mulheres.
Art. 31. Quando a complexidade do caso exigir avaliação mais Parágrafo único. As Secretarias de Segurança Pública dos Esta-
aprofundada, o juiz poderá determinar a manifestação de profissio- dos e do Distrito Federal poderão remeter suas informações crimi-
nal especializado, mediante a indicação da equipe de atendimento nais para a base de dados do Ministério da Justiça.
multidisciplinar. Art. 38-A. O juiz competente providenciará o registro da medi-
Art. 32. O Poder Judiciário, na elaboração de sua proposta or- da protetiva de urgência.(Incluído pela Lei nº 13.827, de 2019)
çamentária, poderá prever recursos para a criação e manutenção Parágrafo único. As medidas protetivas de urgência serão, após
da equipe de atendimento multidisciplinar, nos termos da Lei de sua concessão, imediatamente registradas em banco de dados man-
Diretrizes Orçamentárias. tido e regulamentado pelo Conselho Nacional de Justiça, garantido
o acesso instantâneo do Ministério Público, da Defensoria Pública e
TÍTULO VI dos órgãos de segurança pública e de assistência social, com vistas
DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS à fiscalização e à efetividade das medidas protetivas.(Redação dada
Lei nº 14.310, de 2022) Vigência
Art. 33. Enquanto não estruturados os Juizados de Violência Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios,
Doméstica e Familiar contra a Mulher, as varas criminais acumula- no limite de suas competências e nos termos das respectivas leis de
rão as competências cível e criminal para conhecer e julgar as cau- diretrizes orçamentárias, poderão estabelecer dotações orçamen-
sas decorrentes da prática de violência doméstica e familiar contra tárias específicas, em cada exercício financeiro, para a implementa-
a mulher, observadas as previsões do Título IV desta Lei, subsidiada ção das medidas estabelecidas nesta Lei.
pela legislação processual pertinente. Art. 40. As obrigações previstas nesta Lei não excluem outras
Parágrafo único. Será garantido o direito de preferência, nas va- decorrentes dos princípios por ela adotados.
ras criminais, para o processo e o julgamento das causas referidas Art. 40-A. Esta Lei será aplicada a todas as situações previstas
no caput. no seu art. 5º, independentemente da causa ou da motivação dos
atos de violência e da condição do ofensor ou da ofendida. (Incluído
TÍTULO VII pela Lei nº 14.550, de 2023)
DISPOSIÇÕES FINAIS Art. 41. Aos crimes praticados com violência doméstica e fami-
liar contra a mulher, independentemente da pena prevista, não se
Art. 34. A instituição dos Juizados de Violência Doméstica e Fa- aplica a Lei nº 9.099, de 26 de setembro de 1995.
miliar contra a Mulher poderá ser acompanhada pela implantação Art. 42. O art. 313 do Decreto-Lei nº 3.689, de 3 de outubro
das curadorias necessárias e do serviço de assistência judiciária. de 1941 (Código de Processo Penal), passa a vigorar acrescido do
Art. 35. A União, o Distrito Federal, os Estados e os Municípios seguinte inciso IV:
poderão criar e promover, no limite das respectivas competências:(- “Art. 313. .................................................
Vide Lei nº 14.316, de 2022) ................................................................
I - centros de atendimento integral e multidisciplinar para mu- IV - se o crime envolver violência doméstica e familiar contra a
lheres e respectivos dependentes em situação de violência domés- mulher, nos termos da lei específica, para garantir a execução das
tica e familiar; medidas protetivas de urgência.” (NR)
II - casas-abrigos para mulheres e respectivos dependentes me- Art. 43. A alínea f do inciso II do art. 61 do Decreto-Lei nº 2.848,
nores em situação de violência doméstica e familiar; de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), passa a vigorar com a
III - delegacias, núcleos de defensoria pública, serviços de saú- seguinte redação:
de e centros de perícia médico-legal especializados no atendimento “Art. 61. ..................................................
à mulher em situação de violência doméstica e familiar; .................................................................
IV - programas e campanhas de enfrentamento da violência do- II - ............................................................
méstica e familiar; .................................................................
V - centros de educação e de reabilitação para os agressores. f) com abuso de autoridade ou prevalecendo-se de relações
Art. 36. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios domésticas, de coabitação ou de hospitalidade, ou com violência
promoverão a adaptação de seus órgãos e de seus programas às contra a mulher na forma da lei específica;
diretrizes e aos princípios desta Lei. ........................................................... ” (NR)
Art. 37. A defesa dos interesses e direitos transindividuais pre- Art. 44. O art. 129 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro
vistos nesta Lei poderá ser exercida, concorrentemente, pelo Mi- de 1940 (Código Penal), passa a vigorar com as seguintes altera-
nistério Público e por associação de atuação na área, regularmente ções:
constituída há pelo menos um ano, nos termos da legislação civil. “Art. 129. ..................................................
Parágrafo único. O requisito da pré-constituição poderá ser ..................................................................
dispensado pelo juiz quando entender que não há outra entidade §9º Se a lesão for praticada contra ascendente, descendente,
com representatividade adequada para o ajuizamento da demanda irmão, cônjuge ou companheiro, ou com quem conviva ou tenha
coletiva. convivido, ou, ainda, prevalecendo-se o agente das relações domés-
ticas, de coabitação ou de hospitalidade:
Pena - detenção, de 3 (três) meses a 3 (três) anos.
..................................................................
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LEGISLAÇÃO
§11. Na hipótese do §9º deste artigo, a pena será aumentada V – priorização do atendimento da pessoa idosa por sua pró-
de um terço se o crime for cometido contra pessoa portadora de pria família, em detrimento do atendimento asilar, exceto dos que
deficiência.” (NR) não a possuam ou careçam de condições de manutenção da própria
Art. 45. O art. 152 da Lei nº 7.210, de 11 de julho de 1984 (Lei sobrevivência;(Redação dada pela Lei nº 14.423, de 2022)
de Execução Penal), passa a vigorar com a seguinte redação: VI – capacitação e reciclagem dos recursos humanos nas áreas
“Art. 152. ................................................... de geriatria e gerontologia e na prestação de serviços às pessoas
Parágrafo único. Nos casos de violência doméstica contra a idosas;(Redação dada pela Lei nº 14.423, de 2022)
mulher, o juiz poderá determinar o comparecimento obrigatório do VII – estabelecimento de mecanismos que favoreçam a divul-
agressor a programas de recuperação e reeducação.” (NR) gação de informações de caráter educativo sobre os aspectos biop-
Art. 46. Esta Lei entra em vigor 45 (quarenta e cinco) dias após sicossociais de envelhecimento;
sua publicação. VIII – garantia de acesso à rede de serviços de saúde e de assis-
Brasília, 7 de agosto de 2006; 185º da Independência e 118º tência social locais.
da República. IX – prioridade no recebimento da restituição do Imposto de
Renda.(Incluído pela Lei nº 11.765, de 2008).
§2º Entre as pessoas idosas, é assegurada prioridade especial
ESTATUTO DO IDOSO, LEI FEDERAL N.º 10.741/2003 aos maiores de 80 (oitenta) anos, atendendo-se suas necessidades
sempre preferencialmente em relação às demais pessoas idosas.
LEI FEDERAL Nº 10.741/2003 (Redação dada pela Lei nº 14.423, de 2022)
Art. 4º Nenhuma pessoa idosa será objeto de qualquer tipo
Dispõe sobre o Estatuto da Pessoa Idosa e dá outras providên- de negligência, discriminação, violência, crueldade ou opressão, e
cias. (Redação dada pela Lei nº 14.423, de 2022) todo atentado aos seus direitos, por ação ou omissão, será punido
na forma da lei.(Redação dada pela Lei nº 14.423, de 2022)
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Na- §1º É dever de todos prevenir a ameaça ou violação aos di-
cional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: reitos da pessoa idosa.(Redação dada pela Lei nº 14.423, de 2022)
§2º As obrigações previstas nesta Lei não excluem da preven-
TÍTULO I ção outras decorrentes dos princípios por ela adotados.
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES Art. 5oA inobservância das normas de prevenção importará em
responsabilidade à pessoa física ou jurídica nos termos da lei.
Art. 1º É instituído o Estatuto da Pessoa Idosa, destinado a re- Art. 6oTodo cidadão tem o dever de comunicar à autoridade
gular os direitos assegurados às pessoas com idade igual ou supe- competente qualquer forma de violação a esta Lei que tenha teste-
rior a 60 (sessenta) anos.(Redação dada pela Lei nº 14.423, de 2022) munhado ou de que tenha conhecimento.
Art. 2º A pessoa idosa goza de todos os direitos fundamentais Art. 7º Os Conselhos Nacional, Estaduais, do Distrito Federal e
inerentes à pessoa humana, sem prejuízo da proteção integral de Municipais da Pessoa Idosa, previstos naLei nº 8.842, de 4 de janei-
que trata esta Lei, assegurando-se-lhe, por lei ou por outros meios, ro de 1994, zelarão pelo cumprimento dos direitos da pessoa idosa,
todas as oportunidades e facilidades, para preservação de sua saú- definidos nesta Lei.(Redação dada pela Lei nº 14.423, de 2022)
de física e mental e seu aperfeiçoamento moral, intelectual, espiri-
tual e social, em condições de liberdade e dignidade.(Redação dada TÍTULO II
pela Lei nº 14.423, de 2022) DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS
Art. 3º É obrigação da família, da comunidade, da sociedade
e do poder público assegurar à pessoa idosa, com absoluta priori- CAPÍTULO I
dade, a efetivação do direito à vida, à saúde, à alimentação, à edu- DO DIREITO À VIDA
cação, à cultura, ao esporte, ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à
liberdade, à dignidade, ao respeito e à convivência familiar e comu- Art. 8oO envelhecimento é um direito personalíssimo e a sua
nitária.(Redação dada pela Lei nº 14.423, de 2022) proteção um direito social, nos termos desta Lei e da legislação vi-
§1º A garantia de prioridade compreende:(Redação dada pela gente.
Lei nº 13.466, de 2017) Art. 9oÉ obrigação do Estado, garantir à pessoa idosa a prote-
I – atendimento preferencial imediato e individualizado junto ção à vida e à saúde, mediante efetivação de políticas sociais públi-
aos órgãos públicos e privados prestadores de serviços à população; cas que permitam um envelhecimento saudável e em condições de
II – preferência na formulação e na execução de políticas sociais dignidade.
públicas específicas;
III – destinação privilegiada de recursos públicos nas áreas re- CAPÍTULO II
lacionadas com a proteção à pessoa idosa;(Redação dada pela Lei DO DIREITO À LIBERDADE, AO RESPEITO E À DIGNIDADE
nº 14.423, de 2022)
IV – viabilização de formas alternativas de participação, ocupa- Art. 10. É obrigação do Estado e da sociedade assegurar à pes-
ção e convívio da pessoa idosa com as demais gerações;(Redação soa idosa a liberdade, o respeito e a dignidade, como pessoa huma-
dada pela Lei nº 14.423, de 2022) na e sujeito de direitos civis, políticos, individuais e sociais, garan-
tidos na Constituição e nas leis.(Redação dada pela Lei nº 14.423,
de 2022)
§1º O direito à liberdade compreende, entre outros, os seguin-
tes aspectos:
120
LEGISLAÇÃO
I – faculdade de ir, vir e estar nos logradouros públicos e espa- §2º Incumbe ao poder público fornecer às pessoas idosas,
ços comunitários, ressalvadas as restrições legais; gratuitamente, medicamentos, especialmente os de uso continu-
II – opinião e expressão; ado, assim como próteses, órteses e outros recursos relativos ao
III – crença e culto religioso; tratamento, habilitação ou reabilitação.(Redação dada pela Lei nº
IV – prática de esportes e de diversões; 14.423, de 2022)
V – participação na vida familiar e comunitária; §3º É vedada a discriminação da pessoa idosa nos planos de
VI – participação na vida política, na forma da lei; saúde pela cobrança de valores diferenciados em razão da idade.
VII – faculdade de buscar refúgio, auxílio e orientação. (Redação dada pela Lei nº 14.423, de 2022)
§2º O direito ao respeito consiste na inviolabilidade da inte- §4º As pessoas idosas com deficiência ou com limitação inca-
gridade física, psíquica e moral, abrangendo a preservação da ima- pacitante terão atendimento especializado, nos termos da lei.(Re-
gem, da identidade, da autonomia, de valores, idéias e crenças, dos dação dada pela Lei nº 14.423, de 2022)
espaços e dos objetos pessoais. §5º É vedado exigir o comparecimento da pessoa idosa enfer-
§3º É dever de todos zelar pela dignidade da pessoa idosa, ma perante os órgãos públicos, hipótese na qual será admitido o
colocando-a a salvo de qualquer tratamento desumano, violento, seguinte procedimento:(Redação dada pela Lei nº 14.423, de 2022)
aterrorizante, vexatório ou constrangedor.(Redação dada pela Lei I - quando de interesse do poder público, o agente promoverá
nº 14.423, de 2022) o contato necessário com a pessoa idosa em sua residência; ou(Re-
dação dada pela Lei nº 14.423, de 2022)
CAPÍTULO III II - quando de interesse da própria pessoa idosa, esta se fará
DOS ALIMENTOS representar por procurador legalmente constituído.(Redação dada
pela Lei nº 14.423, de 2022)
Art. 11. Os alimentos serão prestados à pessoa idosa na forma §6º É assegurado à pessoa idosa enferma o atendimento do-
da lei civil.(Redação dada pela Lei nº 14.423, de 2022) miciliar pela perícia médica do Instituto Nacional do Seguro Social
Art. 12. A obrigação alimentar é solidária, podendo a pessoa (INSS), pelo serviço público de saúde ou pelo serviço privado de
idosa optar entre os prestadores.(Redação dada pela Lei nº 14.423, saúde, contratado ou conveniado, que integre o SUS, para expe-
de 2022) dição do laudo de saúde necessário ao exercício de seus direitos
Art. 13. As transações relativas a alimentos poderão ser cele- sociais e de isenção tributária.(Redação dada pela Lei nº 14.423,
bradas perante o Promotor de Justiça ou Defensor Público, que as de 2022)
referendará, e passarão a ter efeito de título executivo extrajudicial §7º Em todo atendimento de saúde, os maiores de 80 (oiten-
nos termos da lei processual civil.(Redação dada pela Lei nº 11.737, ta) anos terão preferência especial sobre as demais pessoas idosas,
de 2008) exceto em caso de emergência.(Redação dada pela Lei nº 14.423,
Art. 14. Se a pessoa idosa ou seus familiares não possuírem de 2022)
condições econômicas de prover o seu sustento, impõe-se ao poder Art. 16. À pessoa idosa internada ou em observação é assegu-
público esse provimento, no âmbito da assistência social.(Redação rado o direito a acompanhante, devendo o órgão de saúde propor-
dada pela Lei nº 14.423, de 2022) cionar as condições adequadas para a sua permanência em tem-
po integral, segundo o critério médico.(Redação dada pela Lei nº
CAPÍTULO IV 14.423, de 2022)
DO DIREITO À SAÚDE Parágrafo único. Caberá ao profissional de saúde responsável
pelo tratamento conceder autorização para o acompanhamento da
Art. 15. É assegurada a atenção integral à saúde da pessoa ido- pessoa idosa ou, no caso de impossibilidade, justificá-la por escrito.
sa, por intermédio do Sistema Único de Saúde (SUS), garantindo-lhe (Redação dada pela Lei nº 14.423, de 2022)
o acesso universal e igualitário, em conjunto articulado e contínuo Art. 17. À pessoa idosa que esteja no domínio de suas facul-
das ações e serviços, para a prevenção, promoção, proteção e re- dades mentais é assegurado o direito de optar pelo tratamento de
cuperação da saúde, incluindo a atenção especial às doenças que saúde que lhe for reputado mais favorável.(Redação dada pela Lei
afetam preferencialmente as pessoas idosas.(Redação dada pela Lei nº 14.423, de 2022)
nº 14.423, de 2022) Parágrafo único. Não estando a pessoa idosa em condições de
§1º A prevenção e a manutenção da saúde da pessoa idosa se- proceder à opção, esta será feita:(Redação dada pela Lei nº 14.423,
rão efetivadas por meio de:(Redação dada pela Lei nº 14.423, de de 2022)
2022) I – pelo curador, quando a pessoa idosa for interditada;(Reda-
I – cadastramento da população idosa em base territorial; ção dada pela Lei nº 14.423, de 2022)
II – atendimento geriátrico e gerontológico em ambulatórios; II – pelos familiares, quando a pessoa idosa não tiver curador
III – unidades geriátricas de referência, com pessoal especiali- ou este não puder ser contactado em tempo hábil;(Redação dada
zado nas áreas de geriatria e gerontologia social; pela Lei nº 14.423, de 2022)
IV – atendimento domiciliar, incluindo a internação, para a III – pelo médico, quando ocorrer iminente risco de vida e não
população que dele necessitar e esteja impossibilitada de se loco- houver tempo hábil para consulta a curador ou familiar;
mover, inclusive para as pessoas idosas abrigadas e acolhidas por IV – pelo próprio médico, quando não houver curador ou fami-
instituições públicas, filantrópicas ou sem fins lucrativos e eventu- liar conhecido, caso em que deverá comunicar o fato ao Ministério
almente conveniadas com o poder público, nos meios urbano e ru- Público.
ral;(Redação dada pela Lei nº 14.423, de 2022)
V – reabilitação orientada pela geriatria e gerontologia, para
redução das seqüelas decorrentes do agravo da saúde.
121
LEGISLAÇÃO
Art. 18. As instituições de saúde devem atender aos critérios Art. 25. As instituições de educação superior ofertarão às pes-
mínimos para o atendimento às necessidades da pessoa idosa, pro- soas idosas, na perspectiva da educação ao longo da vida, cursos e
movendo o treinamento e a capacitação dos profissionais, assim programas de extensão, presenciais ou a distância, constituídos por
como orientação a cuidadores familiares e grupos de autoajuda. atividades formais e não formais. (Redação dada pela lei nº 13.535,
(Redação dada pela Lei nº 14.423, de 2022) de 2017)
Art. 19. Os casos de suspeita ou confirmação de violência prati- Parágrafo único. O poder público apoiará a criação de univer-
cada contra pessoas idosas serão objeto de notificação compulsória sidade aberta para as pessoas idosas e incentivará a publicação de
pelos serviços de saúde públicos e privados à autoridade sanitária, livros e periódicos, de conteúdo e padrão editorial adequados à
bem como serão obrigatoriamente comunicados por eles a quais- pessoa idosa, que facilitem a leitura, considerada a natural redução
quer dos seguintes órgãos:(Redação dada pela Lei nº 14.423, de da capacidade visual.(Redação dada pela Lei nº 14.423, de 2022)
2022)
I – autoridade policial; CAPÍTULO VI
II – Ministério Público; DA PROFISSIONALIZAÇÃO E DO TRABALHO
III – Conselho Municipal da Pessoa Idosa;(Redação dada pela
Lei nº 14.423, de 2022) Art. 26. A pessoa idosa tem direito ao exercício de atividade
IV – Conselho Estadual da Pessoa Idosa;(Redação dada pela Lei profissional, respeitadas suas condições físicas, intelectuais e psí-
nº 14.423, de 2022) quicas. (Redação dada pela Lei nº 14.423, de 2022)
V – Conselho Nacional da Pessoa Idosa.(Redação dada pela Lei Art. 27. Na admissão da pessoa idosa em qualquer trabalho ou
nº 14.423, de 2022) emprego, são vedadas a discriminação e a fixação de limite máximo
§1º Para os efeitos desta Lei, considera-se violência contra a de idade, inclusive para concursos, ressalvados os casos em que a
pessoa idosa qualquer ação ou omissão praticada em local público natureza do cargo o exigir. (Redação dada pela Lei nº 14.423, de
ou privado que lhe cause morte, dano ou sofrimento físico ou psi- 2022)
cológico.(Redação dada pela Lei nº 14.423, de 2022) Parágrafo único. O primeiro critério de desempate em concur-
§2º Aplica-se, no que couber, à notificação compulsória previs- so público será a idade, dando-se preferência ao de idade mais ele-
ta nocaputdeste artigo, o disposto naLei no 6.259, de 30 de outubro vada.
de 1975.(Incluído pela Lei nº 12.461, de 2011) Art. 28.O Poder Público criará e estimulará programas de:
I – profissionalização especializada para as pessoas idosas,
CAPÍTULO V aproveitando seus potenciais e habilidades para atividades regula-
DA EDUCAÇÃO, CULTURA, ESPORTE E LAZER res e remuneradas;(Redação dada pela Lei nº 14.423, de 2022)
II – preparação dos trabalhadores para a aposentadoria, com
Art. 20. A pessoa idosa tem direito a educação, cultura, espor- antecedência mínima de 1 (um) ano, por meio de estímulo a novos
te, lazer, diversões, espetáculos, produtos e serviços que respeitem projetos sociais, conforme seus interesses, e de esclarecimento so-
sua peculiar condição de idade.(Redação dada pela Lei nº 14.423, bre os direitos sociais e de cidadania;
de 2022) III – estímulo às empresas privadas para admissão de pessoas
Art. 21. O poder público criará oportunidades de acesso da pes- idosas ao trabalho.(Redação dada pela Lei nº 14.423, de 2022)
soa idosa à educação, adequando currículos, metodologias e mate-
rial didático aos programas educacionais a ela destinados.(Redação CAPÍTULO VII
dada pela Lei nº 14.423, de 2022) DA PREVIDÊNCIA SOCIAL
§1º Os cursos especiais para pessoas idosas incluirão conteúdo
relativo às técnicas de comunicação, computação e demais avanços Art. 29.Os benefícios de aposentadoria e pensão do Regime
tecnológicos, para sua integração à vida moderna.(Redação dada Geral da Previdência Social observarão, na sua concessão, critérios
pela Lei nº 14.423, de 2022) de cálculo que preservem o valor real dos salários sobre os quais
§2º As pessoas idosas participarão das comemorações de cará- incidiram contribuição, nos termos da legislação vigente.
ter cívico ou cultural, para transmissão de conhecimentos e vivên- Parágrafo único. Os valores dos benefícios em manutenção se-
cias às demais gerações, no sentido da preservação da memória e rão reajustados na mesma data de reajuste do salário-mínimo,pro
da identidade culturais.(Redação dada pela Lei nº 14.423, de 2022) rata, de acordo com suas respectivas datas de início ou do seu úl-
Art. 22. Nos currículos mínimos dos diversos níveis de ensino timo reajustamento, com base em percentual definido em regula-
formal serão inseridos conteúdos voltados ao processo de envelhe- mento, observados os critérios estabelecidos pelaLei no 8.213, de
cimento, ao respeito e à valorização da pessoa idosa, de forma a 24 de julho de 1991.
eliminar o preconceito e a produzir conhecimentos sobre a matéria. Art. 30.A perda da condição de segurado não será considerada
(Redação dada pela Lei nº 14.423, de 2022) para a concessão da aposentadoria por idade, desde que a pessoa
Art. 23. A participação das pessoas idosas em atividades cultu- conte com, no mínimo, o tempo de contribuição correspondente
rais e de lazer será proporcionada mediante descontos de pelo me- ao exigido para efeito de carência na data de requerimento do be-
nos 50% (cinquenta por cento) nos ingressos para eventos artísti- nefício.
cos, culturais, esportivos e de lazer, bem como o acesso preferencial Parágrafo único. O cálculo do valor do benefício previsto no-
aos respectivos locais.(Redação dada pela Lei nº 14.423, de 2022) caputobservará o disposto nocapute§2º do art. 3º da Lei nº 9.876,
Art. 24. Os meios de comunicação manterão espaços ou horá- de 26 de novembro de 1999, ou, não havendo salários-de-contri-
rios especiais voltados às pessoas idosas, com finalidade informati- buição recolhidos a partir da competência de julho de 1994, o dis-
va, educativa, artística e cultural, e ao público sobre o processo de posto noart. 35 da Lei no 8.213, de 1991.
envelhecimento.(Redação dada pela Lei nº 14.423, de 2022)
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LEGISLAÇÃO
Art. 31. O pagamento de parcelas relativas a benefícios, efe- §3º As instituições que abrigarem pessoas idosas são obrigadas
tuado com atraso por responsabilidade da Previdência Social, será a manter padrões de habitação compatíveis com as necessidades
atualizado pelo mesmo índice utilizado para os reajustamentos dos delas, bem como provê-las com alimentação regular e higiene in-
benefícios do Regime Geral de Previdência Social, verificado no pe- dispensáveis às normas sanitárias e com estas condizentes, sob as
ríodo compreendido entre o mês que deveria ter sido pago e o mês penas da lei.(Redação dada pela Lei nº 14.423, de 2022)
do efetivo pagamento. Art. 38. Nos programas habitacionais, públicos ou subsidiados
Art. 32. O Dia Mundial do Trabalho, 1º de Maio, é a data-base com recursos públicos, a pessoa idosa goza de prioridade na aqui-
dos aposentados e pensionistas. sição de imóvel para moradia própria, observado o seguinte:(Reda-
ção dada pela Lei nº 14.423, de 2022)
CAPÍTULO VIII I - reserva de pelo menos 3% (três por cento) das unidades ha-
DA ASSISTÊNCIA SOCIAL bitacionais residenciais para atendimento às pessoas idosas;(Reda-
ção dada pela Lei nº 14.423, de 2022)
Art. 33. A assistência social às pessoas idosas será prestada, II – implantação de equipamentos urbanos comunitários vol-
de forma articulada, conforme os princípios e diretrizes previstos tados à pessoa idosa;(Redação dada pela Lei nº 14.423, de 2022)
na Lei Orgânica da Assistência Social (Loas), na Política Nacional da III – eliminação de barreiras arquitetônicas e urbanísticas, para
Pessoa Idosa, no SUS e nas demais normas pertinentes(Redação garantia de acessibilidade à pessoa idosa;(Redação dada pela Lei nº
dada pela Lei nº 14.423, de 2022) 14.423, de 2022)
Art. 34. Às pessoas idosas, a partir de 65 (sessenta e cinco) IV – critérios de financiamento compatíveis com os rendimen-
anos, que não possuam meios para prover sua subsistência, nem de tos de aposentadoria e pensão.
tê-la provida por sua família, é assegurado o benefício mensal de 1 Parágrafo único. As unidades residenciais reservadas para aten-
(um) salário mínimo, nos termos da Loas.(Vide Decreto nº 6.214, de dimento a pessoas idosas devem situar-se, preferencialmente, no
2007)(Redação dada pela Lei nº 14.423, de 2022) pavimento térreo.(Redação dada pela Lei nº 14.423, de 2022)
Parágrafo único. O benefício já concedido a qualquer membro
da família nos termos docaputnão será computado para os fins do CAPÍTULO X
cálculo da renda familiarper capitaa que se refere a Loas. DO TRANSPORTE
Art. 35.Todas as entidades de longa permanência, ou casa-lar,
são obrigadas a firmar contrato de prestação de serviços com a pes- Art. 39.Aos maiores de 65 (sessenta e cinco) anos fica assegu-
soa idosa abrigada. rada a gratuidade dos transportes coletivos públicos urbanos e se-
§1º No caso de entidade filantrópica, ou casa-lar, é facultada a mi-urbanos, exceto nos serviços seletivos e especiais, quando pres-
cobrança de participação da pessoa idosa no custeio da entidade. tados paralelamente aos serviços regulares.
(Redação dada pela Lei nº 14.423, de 2022) §1º Para ter acesso à gratuidade, basta que a pessoa idosa
§2º O Conselho Municipal da Pessoa Idosa ou o Conselho Mu- apresente qualquer documento pessoal que faça prova de sua ida-
nicipal da Assistência Social estabelecerá a forma de participação de.(Redação dada pela Lei nº 14.423, de 2022)
prevista no §1º deste artigo, que não poderá exceder a 70% (seten- §2º Nos veículos de transporte coletivo de que trata este arti-
ta por cento) de qualquer benefício previdenciário ou de assistên- go, serão reservados 10% (dez por cento) dos assentos para as pes-
cia social percebido pela pessoa idosa.(Redação dada pela Lei nº soas idosas, devidamente identificados com a placa de reservado
14.423, de 2022) preferencialmente para pessoas idosas.(Redação dada pela Lei nº
§3º Se a pessoa idosa for incapaz, caberá a seu representante 14.423, de 2022)
legal firmar o contrato a que se refere ocaputdeste artigo. §3º No caso das pessoas compreendidas na faixa etária entre
Art. 36. O acolhimento de pessoas idosas em situação de risco 60 (sessenta) e 65 (sessenta e cinco) anos, ficará a critério da legisla-
social, por adulto ou núcleo familiar, caracteriza a dependência eco- ção local dispor sobre as condições para exercício da gratuidade nos
nômica, para os efeitos legais.(Vigência)(Redação dada pela Lei nº meios de transporte previstos nocaputdeste artigo.
14.423, de 2022) Art. 40.No sistema de transporte coletivo interestadual obser-
var-se-á, nos termos da legislação específica:(Regulamento)(Vide
CAPÍTULO IX Decreto nº 5.934, de 2006)
DA HABITAÇÃO I – a reserva de 2 (duas) vagas gratuitas por veículo para pes-
soas idosas com renda igual ou inferior a 2 (dois) salários míni-
Art. 37. A pessoa idosa tem direito a moradia digna, no seio da mos;(Redação dada pela Lei nº 14.423, de 2022)
família natural ou substituta, ou desacompanhada de seus familia- II – desconto de 50% (cinquenta por cento), no mínimo, no va-
res, quando assim o desejar, ou, ainda, em instituição pública ou lor das passagens, para as pessoas idosas que excederem as vagas
privada.(Redação dada pela Lei nº 14.423, de 2022) gratuitas, com renda igual ou inferior a 2 (dois) salários mínimos.
§1º A assistência integral na modalidade de entidade de longa (Redação dada pela Lei nº 14.423, de 2022)
permanência será prestada quando verificada inexistência de gru- Parágrafo único. Caberá aos órgãos competentes definir os me-
po familiar, casa-lar, abandono ou carência de recursos financeiros canismos e os critérios para o exercício dos direitos previstos nos
próprios ou da família. incisos I e II.
§2º Toda instituição dedicada ao atendimento à pessoa idosa Art. 41. É assegurada a reserva para as pessoas idosas, nos
fica obrigada a manter identificação externa visível, sob pena de termos da lei local, de 5% (cinco por cento) das vagas nos estacio-
interdição, além de atender toda a legislação pertinente.(Redação namentos públicos e privados, as quais deverão ser posicionadas
dada pela Lei nº 14.423, de 2022) de forma a garantir a melhor comodidade à pessoa idosa.(Redação
dada pela Lei nº 14.423, de 2022)
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LEGISLAÇÃO
Art. 42. São asseguradas a prioridade e a segurança da pessoa III – serviços especiais de prevenção e atendimento às vítimas
idosa nos procedimentos de embarque e desembarque nos veícu- de negligência, maus-tratos, exploração, abuso, crueldade e opres-
los do sistema de transporte coletivo.(Redação dada pela Lei nº são;
14.423, de 2022) IV – serviço de identificação e localização de parentes ou res-
ponsáveis por pessoas idosas abandonados em hospitais e institui-
TÍTULO III ções de longa permanência;(Redação dada pela Lei nº 14.423, de
DAS MEDIDAS DE PROTEÇÃO 2022)
V – proteção jurídico-social por entidades de defesa dos direi-
CAPÍTULO I tos das pessoas idosas;(Redação dada pela Lei nº 14.423, de 2022)
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS VI – mobilização da opinião pública no sentido da participação
Art. 43. As medidas de proteção à pessoa idosa são aplicáveis dos diversos segmentos da sociedade no atendimento da pessoa
sempre que os direitos reconhecidos nesta Lei forem ameaçados ou idosa.(Redação dada pela Lei nº 14.423, de 2022)
violados:(Redação dada pela Lei nº 14.423, de 2022)
I – por ação ou omissão da sociedade ou do Estado; CAPÍTULO II
II – por falta, omissão ou abuso da família, curador ou entidade DAS ENTIDADES DE ATENDIMENTO AO IDOSO
de atendimento;
III – em razão de sua condição pessoal. Art. 48. As entidades de atendimento são responsáveis pela
manutenção das próprias unidades, observadas as normas de pla-
CAPÍTULO II nejamento e execução emanadas do órgão competente da Política
DAS MEDIDAS ESPECÍFICAS DE PROTEÇÃO Nacional da Pessoa Idosa, conforme aLei nº 8.842, de 4 de janeiro
de 1994.(Redação dada pela Lei nº 14.423, de 2022)
Art. 44. As medidas de proteção à pessoa idosa previstas nes- Parágrafo único. As entidades governamentais e não governa-
ta Lei poderão ser aplicadas, isolada ou cumulativamente, e leva- mentais de assistência à pessoa idosa ficam sujeitas à inscrição de
rão em conta os fins sociais a que se destinam e o fortalecimento seus programas perante o órgão competente da Vigilância Sanitária
dos vínculos familiares e comunitários.(Redação dada pela Lei nº e o Conselho Municipal da Pessoa Idosa e, em sua falta, perante o
14.423, de 2022) Conselho Estadual ou Nacional da Pessoa Idosa, especificando os
Art. 45. Verificada qualquer das hipóteses previstas no art. 43, regimes de atendimento, observados os seguintes requisitos:(Reda-
o Ministério Público ou o Poder Judiciário, a requerimento daquele, ção dada pela Lei nº 14.423, de 2022)
poderá determinar, dentre outras, as seguintes medidas: I – oferecer instalações físicas em condições adequadas de ha-
I – encaminhamento à família ou curador, mediante termo de bitabilidade, higiene, salubridade e segurança;
responsabilidade; II – apresentar objetivos estatutários e plano de trabalho com-
II – orientação, apoio e acompanhamento temporários; patíveis com os princípios desta Lei;
III – requisição para tratamento de sua saúde, em regime am- III – estar regularmente constituída;
bulatorial, hospitalar ou domiciliar; IV – demonstrar a idoneidade de seus dirigentes.
IV – inclusão em programa oficial ou comunitário de auxílio, Art. 49.As entidades que desenvolvam programas de institucio-
orientação e tratamento a usuários dependentes de drogas lícitas nalização de longa permanência adotarão os seguintes princípios:
ou ilícitas, à própria pessoa idosa ou à pessoa de sua convivência I – preservação dos vínculos familiares;
que lhe cause perturbação;(Redação dada pela Lei nº 14.423, de II – atendimento personalizado e em pequenos grupos;
2022) III – manutenção da pessoa idosa na mesma instituição, salvo
V – abrigo em entidade; em caso de força maior;(Redação dada pela Lei nº 14.423, de 2022)
V – abrigo em entidade; IV – participação da pessoa idosa nas atividades comunitárias,
VI – abrigo temporário. de caráter interno e externo;(Redação dada pela Lei nº 14.423, de
2022)
TÍTULO IV V – observância dos direitos e garantias das pessoas idosas;(Re-
DA POLÍTICA DE ATENDIMENTO AO IDOSO dação dada pela Lei nº 14.423, de 2022)
VI – preservação da identidade da pessoa idosa e oferecimen-
CAPÍTULO I to de ambiente de respeito e dignidade.(Redação dada pela Lei nº
DISPOSIÇÕES GERAIS 14.423, de 2022)
Parágrafo único. O dirigente de instituição prestadora de aten-
Art. 46. A política de atendimento à pessoa idosa far-se-á por dimento à pessoa idosa responderá civil e criminalmente pelos atos
meio do conjunto articulado de ações governamentais e não gover- que praticar em detrimento da pessoa idosa, sem prejuízo das san-
namentais da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municí- ções administrativas.(Redação dada pela Lei nº 14.423, de 2022)
pios.(Redação dada pela Lei nº 14.423, de 2022) Art. 50.Constituem obrigações das entidades de atendimento:
Art. 47.São linhas de ação da política de atendimento: I – celebrar contrato escrito de prestação de serviço com a pes-
I – políticas sociais básicas, previstas naLei no 8.842, de 4 de soa idosa, especificando o tipo de atendimento, as obrigações da
janeiro de 1994; entidade e prestações decorrentes do contrato, com os respectivos
II – políticas e programas de assistência social, em caráter su- preços, se for o caso;(Redação dada pela Lei nº 14.423, de 2022)
pletivo, para aqueles que necessitarem; II – observar os direitos e as garantias de que são titulares as
pessoas idosas;(Redação dada pela Lei nº 14.423, de 2022)
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LEGISLAÇÃO
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LEGISLAÇÃO
Pena – multa de R$ 500,00 (quinhentos reais) a R$ 1.000,00 Art. 67.O dirigente da entidade será citado para, no prazo de 10
(mil reais) e multa civil a ser estipulada pelo juiz, conforme o dano (dez) dias, oferecer resposta escrita, podendo juntar documentos e
sofrido pela pessoa idosa.(Redação dada pela Lei nº 14.423, de indicar as provas a produzir.
2022) Art. 68.Apresentada a defesa, o juiz procederá na conformida-
de do art. 69 ou, se necessário, designará audiência de instrução e
CAPÍTULO V julgamento, deliberando sobre a necessidade de produção de ou-
DA APURAÇÃO ADMINISTRATIVA DE INFRAÇÃO ÀS tras provas.
NORMAS DE PROTEÇÃO À PESSOA IDOSA §1º Salvo manifestação em audiência, as partes e o Ministério
(Redação dada pela Lei nº 14.423, de 2022) Público terão 5 (cinco) dias para oferecer alegações finais, decidin-
do a autoridade judiciária em igual prazo.
Art. 59.Os valores monetários expressos no Capítulo IV serão §2º Em se tratando de afastamento provisório ou definitivo de
atualizados anualmente, na forma da lei. dirigente de entidade governamental, a autoridade judiciária ofi-
Art. 60. O procedimento para a imposição de penalidade admi- ciará a autoridade administrativa imediatamente superior ao afas-
nistrativa por infração às normas de proteção à pessoa idosa terá tado, fixando-lhe prazo de 24 (vinte e quatro) horas para proceder
início com requisição do Ministério Público ou auto de infração à substituição.
elaborado por servidor efetivo e assinado, se possível, por 2 (duas) §3º Antes de aplicar qualquer das medidas, a autoridade judi-
testemunhas.(Redação dada pela Lei nº 14.423, de 2022) ciária poderá fixar prazo para a remoção das irregularidades verifi-
§1º No procedimento iniciado com o auto de infração poderão cadas. Satisfeitas as exigências, o processo será extinto, sem julga-
ser usadas fórmulas impressas, especificando-se a natureza e as cir- mento do mérito.
cunstâncias da infração. §4º A multa e a advertência serão impostas ao dirigente da en-
§2º Sempre que possível, à verificação da infração seguir-se-á a tidade ou ao responsável pelo programa de atendimento.
lavratura do auto, ou este será lavrado dentro de 24 (vinte e quatro)
horas, por motivo justificado. TÍTULO V
Art. 61. O autuado terá prazo de 10 (dez) dias para a apresenta- DO ACESSO À JUSTIÇA
ção da defesa, contado da data da intimação, que será feita:
I – pelo autuante, no instrumento de autuação, quando for la- CAPÍTULO I
vrado na presença do infrator; DISPOSIÇÕES GERAIS
II – por via postal, com aviso de recebimento.
Art. 62. Havendo risco para a vida ou à saúde da pessoa idosa, a Art. 69.Aplica-se, subsidiariamente, às disposições deste Capí-
autoridade competente aplicará à entidade de atendimento as san- tulo, o procedimento sumário previsto no Código de Processo Civil,
ções regulamentares, sem prejuízo da iniciativa e das providências naquilo que não contrarie os prazos previstos nesta Lei.
que vierem a ser adotadas pelo Ministério Público ou pelas demais Art. 70. O poder público poderá criar varas especializadas e ex-
instituições legitimadas para a fiscalização.(Redação dada pela Lei clusivas da pessoa idosa.(Redação dada pela Lei nº 14.423, de 2022)
nº 14.423, de 2022) Art. 71. É assegurada prioridade na tramitação dos processos
Art. 63. Nos casos em que não houver risco para a vida ou a e procedimentos e na execução dos atos e diligências judiciais em
saúde da pessoa idosa abrigada, a autoridade competente aplicará que figure como parte ou interveniente pessoa com idade igual ou
à entidade de atendimento as sanções regulamentares, sem preju- superior a 60 (sessenta) anos, em qualquer instância.
ízo da iniciativa e das providências que vierem a ser adotadas pelo §1º O interessado na obtenção da prioridade a que alude este
Ministério Público ou pelas demais instituições legitimadas para a artigo, fazendo prova de sua idade, requererá o benefício à autori-
fiscalização. dade judiciária competente para decidir o feito, que determinará
as providências a serem cumpridas, anotando-se essa circunstância
CAPÍTULO VI em local visível nos autos do processo.
DA APURAÇÃO JUDICIAL DE IRREGULARIDADES EM §2º A prioridade não cessará com a morte do beneficiado, es-
ENTIDADE DE ATENDIMENTO tendendo-se em favor do cônjuge supérstite, companheiro ou com-
panheira, com união estável, maior de 60 (sessenta) anos.
Art. 64.Aplicam-se, subsidiariamente, ao procedimento ad- §3º A prioridade se estende aos processos e procedimentos na
ministrativo de que trata este Capítulo as disposições dasLeis nos Administração Pública, empresas prestadoras de serviços públicos e
6.437, de 20 de agosto de 1977, e9.784, de 29 de janeiro de 1999. instituições financeiras, ao atendimento preferencial junto à Defen-
Art. 65. O procedimento de apuração de irregularidade em soria Publica da União, dos Estados e do Distrito Federal em relação
entidade governamental e não governamental de atendimento à aos Serviços de Assistência Judiciária.
pessoa idosa terá início mediante petição fundamentada de pessoa §4º Para o atendimento prioritário, será garantido à pessoa
interessada ou iniciativa do Ministério Público.(Redação dada pela idosa o fácil acesso aos assentos e caixas, identificados com a desti-
Lei nº 14.423, de 2022) nação a pessoas idosas em local visível e caracteres legíveis.(Reda-
Art. 66. Havendo motivo grave, poderá a autoridade judiciária, ção dada pela Lei nº 14.423, de 2022)
ouvido o Ministério Público, decretar liminarmente o afastamento §5º Dentre os processos de pessoas idosas, dar-se-á prioridade
provisório do dirigente da entidade ou outras medidas que julgar especial aos das maiores de 80 (oitenta) anos.(Redação dada pela
adequadas, para evitar lesão aos direitos da pessoa idosa, mediante Lei nº 14.423, de 2022)
decisão fundamentada.(Redação dada pela Lei nº 14.423, de 2022)
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LEGISLAÇÃO
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LEGISLAÇÃO
Parágrafo único. Contra atos ilegais ou abusivos de autoridade Art. 92.O Ministério Público poderá instaurar sob sua presidên-
pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições de cia, inquérito civil, ou requisitar, de qualquer pessoa, organismo pú-
Poder Público, que lesem direito líquido e certo previsto nesta Lei, blico ou particular, certidões, informações, exames ou perícias, no
caberá ação mandamental, que se regerá pelas normas da lei do prazo que assinalar, o qual não poderá ser inferior a 10 (dez) dias.
mandado de segurança. §1º Se o órgão do Ministério Público, esgotadas todas as dili-
Art. 83.Na ação que tenha por objeto o cumprimento de obri- gências, se convencer da inexistência de fundamento para a pro-
gação de fazer ou não-fazer, o juiz concederá a tutela específica da positura da ação civil ou de peças informativas, determinará o seu
obrigação ou determinará providências que assegurem o resultado arquivamento, fazendo-o fundamentadamente.
prático equivalente ao adimplemento. §2º Os autos do inquérito civil ou as peças de informação arqui-
§1º Sendo relevante o fundamento da demanda e havendo jus- vados serão remetidos, sob pena de se incorrer em falta grave, no
tificado receio de ineficácia do provimento final, é lícito ao juiz con- prazo de 3 (três) dias, ao Conselho Superior do Ministério Público
ceder a tutela liminarmente ou após justificação prévia, na forma ou à Câmara de Coordenação e Revisão do Ministério Público.
doart. 273 do Código de Processo Civil. §3º Até que seja homologado ou rejeitado o arquivamento,
§2º O juiz poderá, na hipótese do §1º ou na sentença, impor pelo Conselho Superior do Ministério Público ou por Câmara de Co-
multa diária ao réu, independentemente do pedido do autor, se for ordenação e Revisão do Ministério Público, as associações legitima-
suficiente ou compatível com a obrigação, fixando prazo razoável das poderão apresentar razões escritas ou documentos, que serão
para o cumprimento do preceito. juntados ou anexados às peças de informação.
§3º A multa só será exigível do réu após o trânsito em julgado §4º Deixando o Conselho Superior ou a Câmara de Coordena-
da sentença favorável ao autor, mas será devida desde o dia em que ção e Revisão do Ministério Público de homologar a promoção de
se houver configurado. arquivamento, será designado outro membro do Ministério Público
Art. 84. Os valores das multas previstas nesta Lei reverterão ao para o ajuizamento da ação.
Fundo da Pessoa Idosa, onde houver, ou na falta deste, ao Fundo
Municipal de Assistência Social, ficando vinculados ao atendimento TÍTULO VI
à pessoa idosa.(Redação dada pela Lei nº 14.423, de 2022) DOS CRIMES
Parágrafo único. As multas não recolhidas até 30 (trinta) dias
após o trânsito em julgado da decisão serão exigidas por meio de CAPÍTULO I
execução promovida pelo Ministério Público, nos mesmos autos, DISPOSIÇÕES GERAIS
facultada igual iniciativa aos demais legitimados em caso de inércia
daquele. Art. 93.Aplicam-se subsidiariamente, no que couber, as disposi-
Art. 85.O juiz poderá conferir efeito suspensivo aos recursos, ções daLei no 7.347, de 24 de julho de 1985.
para evitar dano irreparável à parte. Art. 94.Aos crimes previstos nesta Lei, cuja pena máxima pri-
Art. 86.Transitada em julgado a sentença que impuser conde- vativa de liberdade não ultrapasse 4 (quatro) anos, aplica-se o pro-
nação ao Poder Público, o juiz determinará a remessa de peças à cedimento previsto naLei no 9.099, de 26 de setembro de 1995, e,
autoridade competente, para apuração da responsabilidade civil e subsidiariamente, no que couber, as disposições do Código Penal e
administrativa do agente a que se atribua a ação ou omissão. do Código de Processo Penal.(Vide ADIN 3.096-5 - STF)
Art. 87. Decorridos 60 (sessenta) dias do trânsito em julgado
da sentença condenatória favorável à pessoa idosa sem que o autor CAPÍTULO II
lhe promova a execução, deverá fazê-lo o Ministério Público, facul- DOS CRIMES EM ESPÉCIE
tada igual iniciativa aos demais legitimados, como assistentes ou
assumindo o polo ativo, em caso de inércia desse órgão.(Redação Art. 95.Os crimes definidos nesta Lei são de ação penal pública
dada pela Lei nº 14.423, de 2022) incondicionada, não se lhes aplicando osarts. 181e182 do Código
Art. 88. Nas ações de que trata este Capítulo, não haverá adian- Penal.
tamento de custas, emolumentos, honorários periciais e quaisquer Art. 96. Discriminar pessoa idosa, impedindo ou dificultando
outras despesas. seu acesso a operações bancárias, aos meios de transporte, ao di-
Parágrafo único. Não se imporá sucumbência ao Ministério reito de contratar ou por qualquer outro meio ou instrumento ne-
Público. cessário ao exercício da cidadania, por motivo de idade:
Art. 89.Qualquer pessoa poderá, e o servidor deverá, provocar Pena – reclusão de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa.
a iniciativa do Ministério Público, prestando-lhe informações sobre §1º Na mesma pena incorre quem desdenhar, humilhar, me-
os fatos que constituam objeto de ação civil e indicando-lhe os ele- nosprezar ou discriminar pessoa idosa, por qualquer motivo.
mentos de convicção. §2º A pena será aumentada de 1/3 (um terço) se a vítima se
Art. 90. Os agentes públicos em geral, os juízes e tribunais, no encontrar sob os cuidados ou responsabilidade do agente.
exercício de suas funções, quando tiverem conhecimento de fatos §3º Não constitui crime a negativa de crédito motivada por
que possam configurar crime de ação pública contra a pessoa idosa superendividamento da pessoa idosa.(Redação dada pela Lei nº
ou ensejar a propositura de ação para sua defesa, devem encami- 14.423, de 2022)
nhar as peças pertinentes ao Ministério Público, para as providên- Art. 97. Deixar de prestar assistência à pessoa idosa, quando
cias cabíveis.(Redação dada pela Lei nº 14.423, de 2022) possível fazê-lo sem risco pessoal, em situação de iminente perigo,
Art. 91.Para instruir a petição inicial, o interessado poderá re- ou recusar, retardar ou dificultar sua assistência à saúde, sem justa
querer às autoridades competentes as certidões e informações que causa, ou não pedir, nesses casos, o socorro de autoridade públi-
julgar necessárias, que serão fornecidas no prazo de 10 (dez) dias. ca:(Redação dada pela Lei nº 14.423, de 2022)
Pena – detenção de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa.
128
LEGISLAÇÃO
Parágrafo único. A pena é aumentada de metade, se da omis- Art. 107. Coagir, de qualquer modo, a pessoa idosa a doar,
são resulta lesão corporal de natureza grave, e triplicada, se resulta contratar, testar ou outorgar procuração:(Redação dada pela Lei nº
a morte. 14.423, de 2022)
Art. 98. Abandonar a pessoa idosa em hospitais, casas de saú- Pena – reclusão de 2 (dois) a 5 (cinco) anos.
de, entidades de longa permanência, ou congêneres, ou não pro- Art. 108.Lavrar ato notarial que envolva pessoa idosa sem dis-
ver suas necessidades básicas, quando obrigado por lei ou manda- cernimento de seus atos, sem a devida representação legal:
do:(Redação dada pela Lei nº 14.423, de 2022) Pena – reclusão de 2 (dois) a 4 (quatro) anos.
Pena – detenção de 6 (seis) meses a 3 (três) anos e multa.
Art. 99. Expor a perigo a integridade e a saúde, física ou psí- TÍTULO VII
quica, da pessoa idosa, submetendo-a a condições desumanas ou DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS
degradantes ou privando-a de alimentos e cuidados indispensáveis,
quando obrigado a fazê-lo, ou sujeitando-a a trabalho excessivo ou Art. 109.Impedir ou embaraçar ato do representante do Minis-
inadequado:(Redação dada pela Lei nº 14.423, de 2022) tério Público ou de qualquer outro agente fiscalizador:
Pena – detenção de 2 (dois) meses a 1 (um) ano e multa. Pena – reclusão de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa.
§1º Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave: Art. 110.O Decreto-Lei no2.848, de 7 de dezembro de 1940,
Pena – reclusão de 1 (um) a 4 (quatro) anos. Código Penal, passa a vigorar com as seguintes alterações:
§2º Se resulta a morte: “Art. 61. ............................................................................
Pena – reclusão de 4 (quatro) a 12 (doze) anos. ............................................................................
Art. 100.Constitui crime punível com reclusão de 6 (seis) meses II - ............................................................................
a 1 (um) ano e multa: ............................................................................
I – obstar o acesso de alguém a qualquer cargo público por mo- h)contra criança, maior de 60 (sessenta) anos, enfermo ou mu-
tivo de idade; lher grávida;
II – negar a alguém, por motivo de idade, emprego ou trabalho; .............................................................................” (NR)
III – recusar, retardar ou dificultar atendimento ou deixar de “Art. 121. ............................................................................
prestar assistência à saúde, sem justa causa, a pessoa idosa; ............................................................................
IV – deixar de cumprir, retardar ou frustrar, sem justo motivo, §4º No homicídio culposo, a pena é aumentada de 1/3 (um ter-
a execução de ordem judicial expedida na ação civil a que alude ço), se o crime resulta de inobservância de regra técnica de profis-
esta Lei; são, arte ou ofício, ou se o agente deixa de prestar imediato socorro
V – recusar, retardar ou omitir dados técnicos indispensáveis à à vítima, não procura diminuir as conseqüências do seu ato, ou foge
propositura da ação civil objeto desta Lei, quando requisitados pelo para evitar prisão em flagrante. Sendo doloso o homicídio, a pena é
Ministério Público. aumentada de 1/3 (um terço) se o crime é praticado contra pessoa
Art. 101. Deixar de cumprir, retardar ou frustrar, sem justo mo- menor de 14 (quatorze) ou maior de 60 (sessenta) anos.
tivo, a execução de ordem judicial expedida nas ações em que for .............................................................................” (NR)
parte ou interveniente a pessoa idosa:(Redação dada pela Lei nº “Art. 133. ............................................................................
14.423, de 2022) ............................................................................
Pena – detenção de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa. §3º ............................................................................
Art. 102. Apropriar-se de ou desviar bens, proventos, pensão ............................................................................
ou qualquer outro rendimento da pessoa idosa, dando-lhes aplica- III –se a vítima é maior de 60 (sessenta) anos.” (NR)
ção diversa da de sua finalidade:(Redação dada pela Lei nº 14.423, “Art. 140. ............................................................................
de 2022) ............................................................................
Pena – reclusão de 1 (um) a 4 (quatro) anos e multa. §3º Se a injúria consiste na utilização de elementos referentes
Art. 103. Negar o acolhimento ou a permanência da pessoa a raça, cor, etnia, religião, origem ou a condição de pessoa idosa ou
idosa, como abrigada, por recusa desta em outorgar procuração portadora de deficiência:
à entidade de atendimento:(Redação dada pela Lei nº 14.423, de ............................................................................ (NR)
2022) “Art. 141. ............................................................................
Pena – detenção de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa. ............................................................................
Art. 104. Reter o cartão magnético de conta bancária relativa a IV –contra pessoa maior de 60 (sessenta) anos ou portadora de
benefícios, proventos ou pensão da pessoa idosa, bem como qual- deficiência, exceto no caso de injúria.
quer outro documento com objetivo de assegurar recebimento ou .............................................................................” (NR)
ressarcimento de dívida:(Redação dada pela Lei nº 14.423, de 2022) “Art. 148. ............................................................................
Pena – detenção de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos e multa. ............................................................................
Art. 105. Exibir ou veicular, por qualquer meio de comunicação, §1º ............................................................................
informações ou imagens depreciativas ou injuriosas à pessoa ido- I –se a vítima é ascendente, descendente, cônjuge do agente
sa:(Redação dada pela Lei nº 14.423, de 2022) ou maior de 60 (sessenta) anos.
Pena – detenção de 1 (um) a 3 (três) anos e multa. ............................................................................” (NR)
Art. 106.Induzir pessoa idosa sem discernimento de seus atos “Art. 159............................................................................
a outorgar procuração para fins de administração de bens ou deles ............................................................................
dispor livremente: §1º Se o seqüestro dura mais de 24 (vinte e quatro) horas, se
Pena – reclusão de 2 (dois) a 4 (quatro) anos. o seqüestrado é menor de 18 (dezoito) ou maior de 60 (sessenta)
anos, ou se o crime é cometido por bando ou quadrilha.
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LEGISLAÇÃO
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LEGISLAÇÃO
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LEGISLAÇÃO
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LEGISLAÇÃO
§ 1º O Susp será coordenado pelo Ministério Extraordinário da d) a quantidade de presos condenados atendidos de acordo
Segurança Pública. com os parâmetros estabelecidos pelos incisos do caput deste arti-
§ 2º As operações combinadas, planejadas e desencadeadas go, com observância de critérios objetivos e transparentes.
em equipe poderão ser ostensivas, investigativas, de inteligência ou § 1º A aferição considerará aspectos relativos à estrutura de
mistas, e contar com a participação de órgãos integrantes do Susp trabalho físico e de equipamentos, bem como de efetivo.
e, nos limites de suas competências, com o Sisbin e outros órgãos § 2º A aferição de que trata o inciso I do caput deste artigo de-
dos sistemas federal, estadual, distrital ou municipal, não necessa- verá distinguir as autorias definidas em razão de prisão em flagrante
riamente vinculados diretamente aos órgãos de segurança pública das autorias resultantes de diligências investigatórias.
e defesa social, especialmente quando se tratar de enfrentamento Art. 13. O Ministério Extraordinário da Segurança Pública, res-
a organizações criminosas. ponsável pela gestão do Susp, deverá orientar e acompanhar as
§ 3º O planejamento e a coordenação das operações referidas atividades dos órgãos integrados ao Sistema, além de promover as
no § 2º deste artigo serão exercidos conjuntamente pelos partici- seguintes ações:
pantes. I - apoiar os programas de aparelhamento e modernização dos
§ 4º O compartilhamento de informações será feito preferen- órgãos de segurança pública e defesa social do País;
cialmente por meio eletrônico, com acesso recíproco aos bancos de II - implementar, manter e expandir, observadas as restrições
dados, nos termos estabelecidos pelo Ministério Extraordinário da previstas em lei quanto a sigilo, o Sistema Nacional de Informações
Segurança Pública. e de Gestão de Segurança Pública e Defesa Social;
§ 5º O intercâmbio de conhecimentos técnicos e científicos III - efetivar o intercâmbio de experiências técnicas e operacio-
para qualificação dos profissionais de segurança pública e defesa nais entre os órgãos policiais federais, estaduais, distrital e as guar-
social dar-se-á, entre outras formas, pela reciprocidade na abertura das municipais;
de vagas nos cursos de especialização, aperfeiçoamento e estudos IV - valorizar a autonomia técnica, científica e funcional dos
estratégicos, respeitadas as peculiaridades e o regime jurídico de institutos oficiais de criminalística, medicina legal e identificação,
cada instituição, e observada, sempre que possível, a matriz curri- garantindo-lhes condições plenas para o exercício de suas funções;
cular nacional. V - promover a qualificação profissional dos integrantes da se-
Art. 11. O Ministério Extraordinário da Segurança Pública fi- gurança pública e defesa social, especialmente nas dimensões ope-
xará, anualmente, metas de excelência no âmbito das respectivas racional, ética e técnico-científica;
competências, visando à prevenção e à repressão das infrações pe- VI - realizar estudos e pesquisas nacionais e consolidar dados e
nais e administrativas e à prevenção dos desastres, e utilizará indi- informações estatísticas sobre criminalidade e vitimização;
cadores públicos que demonstrem de forma objetiva os resultados VII - coordenar as atividades de inteligência da segurança públi-
pretendidos. ca e defesa social integradas ao Sisbin;
Art. 12 . A aferição anual de metas deverá observar os seguin- VIII - desenvolver a doutrina de inteligência policial.
tes parâmetros: Art. 14. É de responsabilidade do Ministério Extraordinário da
I - as atividades de polícia judiciária e de apuração das infra- Segurança Pública:
ções penais serão aferidas, entre outros fatores, pelos índices de I - disponibilizar sistema padronizado, informatizado e seguro
elucidação dos delitos, a partir dos registros de ocorrências poli- que permita o intercâmbio de informações entre os integrantes do
ciais, especialmente os de crimes dolosos com resultado em morte Susp;
e de roubo, pela identificação, prisão dos autores e cumprimento II - apoiar e avaliar periodicamente a infraestrutura tecnológica
de mandados de prisão de condenados a crimes com penas de re- e a segurança dos processos, das redes e dos sistemas;
clusão, e pela recuperação do produto de crime em determinada III - estabelecer cronograma para adequação dos integrantes
circunscrição; do Susp às normas e aos procedimentos de funcionamento do Sis-
II - as atividades periciais serão aferidas mediante critérios téc- tema.
nicos emitidos pelo órgão responsável pela coordenação das perí- Art. 15. A União poderá apoiar os Estados, o Distrito Federal
cias oficiais, considerando os laudos periciais e o resultado na pro- e os Municípios, quando não dispuserem de condições técnicas e
dução qualificada das provas relevantes à instrução criminal; operacionais necessárias à implementação do Susp.
III - as atividades de polícia ostensiva e de preservação da or- Art. 16. Os órgãos integrantes do Susp poderão atuar em vias
dem pública serão aferidas, entre outros fatores, pela maior ou me- urbanas, rodovias, terminais rodoviários, ferrovias e hidrovias fe-
nor incidência de infrações penais e administrativas em determina- derais, estaduais, distrital ou municipais, portos e aeroportos, no
da área, seguindo os parâmetros do Sinesp; âmbito das respectivas competências, em efetiva integração com o
IV - as atividades dos corpos de bombeiros militares serão afe- órgão cujo local de atuação esteja sob sua circunscrição, ressalvado
ridas, entre outros fatores, pelas ações de prevenção, preparação o sigilo das investigações policiais.
para emergências e desastres, índices de tempo de resposta aos Art. 17. Regulamento disciplinará os critérios de aplicação de
desastres e de recuperação de locais atingidos, considerando-se recursos do Fundo Nacional de Segurança Pública (FNSP) e do Fun-
áreas determinadas; do Penitenciário Nacional (Funpen), respeitando-se a atribuição
V - a eficiência do sistema prisional será aferida com base nos constitucional dos órgãos que integram o Susp, os aspectos geográ-
seguintes fatores, entre outros: ficos, populacionais e socioeconômicos dos entes federados, bem
a) o número de vagas ofertadas no sistema; como o estabelecimento de metas e resultados a serem alcançados.
b) a relação existente entre o número de presos e a quantidade Parágrafo único. Entre os critérios de aplicação dos recursos do
de vagas ofertadas; FNSP serão incluídos metas e resultados relativos à prevenção e ao
c) o índice de reiteração criminal dos egressos; combate à violência contra a mulher. (Incluído pela Lei nº 14.316,
de 2022) Produção de efeitos
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LEGISLAÇÃO
Bons estudos!
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LEGISLAÇÃO
3. IBFC - 2019 - Prefeitura de Conde - PB - Guarda Civil Munici- 5. INSTITUTO AOCP - 2022 - MPE-MS - Promotor de Justiça
pal - 3ª Classe Substituto
Sobre a competência das guardas municipais, estabelecida pelo De acordo com o Direito dos Idosos, assinale a alternativa IN-
Estatuto Geral das Guardas Municipais (Lei Federal nº 13.022/2014), CORRETA.
assinale a alternativa correta. (A)É dever do poder público prover à assistência social econô-
(A)Para a proteção sistêmica da população que utiliza os bens, mica aos idosos ou de seus familiares que não possuírem con-
serviços e instalações municipais, as guardas municipais devem dições econômicas de sustento.
atuar apenas posteriormente à ocorrência de dano (B)É desnecessária a intervenção do Ministério Público, na qua-
(B)Ações conjuntas que contribuam com a paz social são com- lidade de fiscal da lei, em demandas que não envolvam direitos
petência do Estado e da sociedade civil, não merecendo cola- coletivos ou em que não haja exposição de idoso aos riscos pre-
boração das guardas municipais vistos no art. 43 do Estatuto da Pessoa Idosa.
(C)Ao presenciar uma ocorrência emergencial, o(a) guarda (C)É considerado idoso a pessoa com idade igual ou superior a
municipal deverá garantir o seu atendimento, mas não poderá 60 (sessenta) anos, porém somente é garantida a gratuidade
prestá-lo direta e imediatamente quando deparar-se com elas dos transportes coletivos urbanos aos maiores de 65 (sessenta
(D)É competência geral das guardas municipais a proteção de e cinco).
bens, serviços, logradouros públicos municipais e instalações (D)As transações relativas a alimentos poderão ser celebradas
do Município perante o Promotor de Justiça que as referendará e passarão
a ter efeito de título executivo extrajudicial nos termos da lei
4. Quadrix - 2019 - CRF-PR - Advogado processual civil.
O Capítulo I do Título XI do Código Penal trata dos crimes fun- (E)Segundo entendimento jurisprudencial do Superior Tribu-
cionais, praticados por determinado grupo de pessoas (funcioná- nal de Justiça, o reajuste de mensalidade de plano de saúde
rios públicos) no exercício de sua função, associados ou não com individual ou familiar fundado na mudança de faixa etária do
pessoa alheia aos quadros administrativos, impregnando o correto beneficiário é inválido, mesmo que haja previsão contratual,
funcionamento dos órgãos do Estado. A propósito, a Administração que sejam observadas normas expedidas pelos órgãos gover-
Pública em geral (direta, indireta e empresas privadas prestadoras namentais reguladores e que sejam aplicados percentuais arra-
de serviços públicos, contratadas ou conveniadas) será vítima pri- zoados que concretamente não discriminem o idoso.
mária e constante, podendo, secundariamente, figurar no paio pas-
sivo eventual administrado prejudicado. 6. FCC - 2018 - MPE-PE - Analista Ministerial - Área Jurídica
Rogério Sanches Cunha. Manual de direto penal: parte especial Cassiano tem 70 anos, reside em Recife apenas com sua irmã
(art. 121 ao 361). 9.ª ed., rev., ampl. e atual. Salvador: JusPODIVM, Valéria, e sua renda se resume ao recebimento do benefício da as-
2017 (com adaptações). sistência social de um salário-mínimo mensal conforme previsão no
Tendo o texto acima como referência inicial, assinale a alterna- Estatuto do Idoso. Valéria tem 65 anos de idade e não possui meios
tiva correta acerca dos crimes contra a Administração Pública. para prover sua subsistência nem de tê-la provida por sua família,
(A)Exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ain- mormente porque precisa de muitos medicamentos e vitaminas
da que fora da função ou antes de assumi‐la, mas em razão para preservar sua saúde. De acordo com a Lei n° 10.741/2003 (Es-
dela, vantagem indevida trata‐se de crime de concussão. tatuto do Idoso), nesse caso, à Valéria
(B)Não é considerado como crime patrocinar, indiretamente, (A)não será assegurado nenhum benefício mensal de assistên-
interesse privado perante a Administração Pública, valendo‐se cia social tendo em vista que ainda não alcançou a idade de 70
da qualidade de funcionário. anos.
(C)Abandonar cargo público, fora dos casos previstos em lei, (B)não será assegurado outro benefício mensal de assistência
apesar de ser uma prática considerada como ímproba, não é social, tendo em vista que o benefício já concedido a qualquer
tipificada como crime previsto no Código Penal. membro da família será computado para os fins do cálculo de
(D)Deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício ou praticá‐ renda familiar per capita a que se refere a Loas e, sendo assim,
lo contra disposição expressa de lei para satisfazer interesse ocorre a referida vedação.
ou sentimento pessoal é tipificado como crime de advocacia (C)será assegurado o benefício mensal de um salário-mínimo,
administrativa. nos termos da Lei Orgânica da Assistência Social - Loas, pois o
(E)Chefe que, por indulgência, deixar de responsabilizar su- benefício já concedido a qualquer membro da família não será
bordinado que cometeu infração no exercício do cargo será computado para os fins do cálculo de renda familiar per capita
tipificado por ter praticado o exercício funcional ilegalmente a que se refere a Loas.
antecipado. (D)será assegurado o benefício mensal de meio salário-míni-
mo, nos termos da Lei Orgânica da Assistência Social - Loas,
tendo em vista o já percebimento do benefício por outro mem-
bro da família.
(E)será assegurado o benefício mensal de um salário-mínimo
apenas se Cassiano optar por não receber o benefício, cance-
lando-o por escrito, ou se solicitar sua redução, percebendo
Valéria, neste caso, o quanto restar para completar um salá-
rio-mínimo.
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7. FUNDATEC - 2022 - CEASA-RS - Analista - Tecnólogo em Se- 10. MetroCapital Soluções - 2022 - Prefeitura de Nova Odessa -
gurança Pública SP - Guarda Municipal - Nível III - Masculino/Feminino
Considerando a criação do Sistema Único de Segurança Pública De acordo com o artigo 3º da Constituição da República Fede-
(SUSP), instituído pela Lei nº 13.675/2018, analise o trecho abaixo: rativa do Brasil – CRFB, não se constitui objetivo fundamental da
O Sistema Único de Segurança Pública (SUSP) tem como ór- nação:
gão central o ______________________ e é integrado pelas Polí- (A)construir uma sociedade livre, justa e solidária.
cias Federal, Rodoviária Federal; Civis, Militares, Força Nacional de (B)garantir o desenvolvimento nacional.
Segurança Pública e Corpos de Bombeiros Militares. Além desses, (C)promover igualdade entre os Estados.
também farão parte do SUSP: agentes penitenciários, guardas mu- (D)erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigual-
nicipais e demais integrantes estratégicos e operacionais do seg- dades sociais e regionais.
mento da Segurança Pública. (E)promover o bem de todos, sem preconceitos de origem,
Assinale a alternativa que preenche corretamente a lacuna no raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discrimi-
trecho acima. nação.
(A)Conselho Nacional de Segurança
(B)Ministério da Justiça 11. Avança SP - 2021 - Prefeitura de Louveira - SP - Guarda Mu-
(C)Ministério Extraordinário da Segurança Pública nicipal Feminino
(D)Conselho Nacional de Justiça No que se refere aos fundamentos da República Federativa do
(E)Ministério da Defesa Brasil (CF, art. 1°), analise os itens a seguir e, ao final, assinale a
alternativa correta:
8. Instituto Consulplan - 2023 - Prefeitura de Vila Velha - ES - I – dignidade da pessoa jurídica.
Guarda Municipal II – cidadania.
“A República Federativa do Brasil é uma autoridade que não III – desenvolvimento nacional.
pode ser limitada por nenhum outro poder, salvo, naturalmente, (A)Apenas o item I é verdadeiro.
as restrições que decorrem dos imperativos de convivência pacífica (B)Apenas o item II é verdadeiro.
dos Estados soberanos no plano do direito internacional.” O concei- (C)Apenas o item III é verdadeiro.
to citado reflete qual fundamento do Estado Democrático de Direi- (D)Apenas os itens I e III são verdadeiros.
to, segundo a Constituição de 1988? (E)Todos os itens são verdadeiros.
(A)A cidadania.
(B)A soberania. 12. MS Concursos e Consultoria - 2023 - Prefeitura de Luís Edu-
(C)O pluralismo político. ardo Magalhães - BA - Guarda Municipal
(D)A dignidade da pessoa humana. De acordo com o artigo 144 da Constituição Federal de 1988, é
incorreto afirmar:
9. Avança SP - 2022 - Prefeitura de Laranjal Paulista - SP - Guar- (A)Os Municípios poderão constituir guardas municipais desti-
da Civil Municipal nadas à proteção de seus bens, serviços e instalações, confor-
O Estatuto da Criança e do Adolescente dispõe em relação aos me dispuser a lei.
seus direitos fundamentais todas as alternativas abaixo, exceto: (B)A polícia rodoviária federal, órgão permanente, organizado
(A) A parturiente será atendida, preferencialmente, pelo mes- e mantido pela União e estruturado em carreira, destina-se, na
mo médico que a acompanhou, na fase pré-natal; forma da lei, ao patrulhamento ostensivo das rodovias federais
(B) A criança e o adolescente têm direito à proteção à vida e à (C)Às polícias civis, dirigidas por delegados de polícia de carrei-
saúde, mediante a efetivação de políticas sociais públicas que ra, incumbem, ressalvada a competência da União, as funções
permitam o nascimento e o desenvolvimento sadio e harmo- de polícia judiciária e a apuração de infrações penais, inclusive
nioso, em condições dignas de existência; as militares.
(C) É assegurado a todas as mulheres o acesso aos programas e (D)Às polícias militares cabem a polícia ostensiva e a preser-
às políticas de saúde da mulher e de planejamento reprodutivo vação da ordem pública; aos corpos de bombeiros militares,
e, às gestantes, nutrição adequada, atenção humanizada à gra- além das atribuições definidas em lei, incumbe a execução de
videz, ao parto e ao puerpério e atendimento pré-natal, perina- atividades de defesa civil.
tal e pós-natal integral no âmbito do Sistema Único de Saúde; (E)Às polícias penais, vinculadas ao órgão administrador do
(D) O atendimento pré-natal será realizado por profissionais da sistema penal da unidade federativa a que pertencem, cabe a
atenção primária; segurança dos estabelecimentos penais.
(E) Os profissionais de saúde de referência da gestante garan-
tirão sua vinculação, no último trimestre da gestação, ao esta-
belecimento em que será realizado o parto, garantido o direito
de opção da mulher.
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CÓDIGO DE TRÂNSITO
Fundo: Branco
REGRAS GERAIS DE CIRCULAÇÃO: NORMAS GERAIS DE Tarja: Vermelha
CIRCULAÇÃO E CONDUTA; REGRA DE PREFERÊNCIA; Orla: Vermelha
CONVERSÕES; DOS PEDESTRES E CONDUTORES
NÃO MOTORIZADOS; CLASSIFICAÇÃO DAS VIAS ; Símbolo: Preto
GESTOS E SINAIS SONOROS; CONJUNTO DE SINAIS Letras: Pretas
DE REGULAMENTAÇÃO; CONJUNTO DE SINAIS DE
ADVERTÊNCIA
— Sinalização Vertical
A sinalização vertical é composta por placas fixadas ao lado ou
suspensas sobre a pista, que têm o propósito de transmitir mensa-
gens de perfil permanente. Essa forma de sinalização é classificada
em três tipos distintos, de acordo com sua função: R-2 (Dê a Preferência)
Fundo: Branco
Sinalização de Regulamentação Letras: Vermelha
As placas de regulamentação têm como objetivo informar aos
usuários as condições, proibições, restrições ou obrigações no uso Informações complementares
da via. Suas mensagens são de caráter imperativo, e desobedecer
a essas orientações constitui uma infração. O formato padrão do
sinal de regulamentação é circular, apresentando-se em cores es-
pecíficas:
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CÓDIGO DE TRÂNSITO
Sendo necessário acrescentar informações como período de validade, características e uso do veículo, condições de estacionamento,
entre outras, é recomendado que seja anexada uma placa adicional abaixo da sinalização principal ou incorporada à placa original, forman-
do uma só placa. O padrão de cores a ser seguido é o seguinte:
Fundo: Branco
Tarja: Vermelha
Orla Interna: Vermelha
Orla Externa: Branca
Símbolo: Preto
Legendas: Pretas
Fonte:https://www.cursosdetransito.com.br/blog/2016/05/18/placas-de-transito-e-seus-significados/
Sinalização de Advertência
As placas de advertência têm a finalidade de alertar os usuários da via sobre condições potencialmente perigosas, indicando a sua
natureza.
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CÓDIGO DE TRÂNSITO
Exemplos:
a) Para faixas ou pistas exclusivas de ônibus
Constituem exceção quanto à cor, os sinais:
b) Para pedestres
A-24 (Obras)
Fundo e orla externa: laranja
141
CÓDIGO DE TRÂNSITO
– de Pedágio
Forma: retangular, com lado maior na horizontal
Fundo: Azul
– de regiões de interesse de tráfego e logradouros Orla Interna: Branca
Forma: retangular, com lado maior na horizontal Orla Externa: Azul
Fundo: Azul Tarja, Seta e Legendas: Brancas
Orla Interna: Branca
Orla Externa: Azul
Tarja, Seta e Legendas: Brancas
142
CÓDIGO DE TRÂNSITO
– Indicativas de Distância
– Placas Diagramada
c) Placas educativas: tem a função de educar os usuários com relação a comportamento adequado e podem conter reforço quanto às
normas gerais de circulação e conduta.
Forma: Retangular, lado maior na horizontal
Fundo: Branco
Orla Interna: Preta
Orla Externa: Branca
Tarja, Legendas e Pictogramas: Pretos
Exemplos:
d) Placas de serviços auxiliares: indicam/orientam locais onde estão os serviços indicados. Exemplos:
– para condutores
Forma: retangular, com quadro interno quadrado
Fundo: Azul
Quadro Interno: Branco
Seta e Legenda: Branca
Pictograma: Preto (Constitui exceção a placa indicativa de Pronto Socorro onde o símbolo deve ser vermelho)
143
CÓDIGO DE TRÂNSITO
– para Pedestres
Forma: Retangular, lado maior na horizontal
Fundo: Azul
Orla Interna: Branca
Orla Externa: Azul
Quadro Interno: Branco
Tarja, Setas e Legendas: Brancas
Pictograma: Preto
e) Placas de atrativos turísticos: indicam a localização de atrativos turísticos, orientando sobre direção e pontos de interesse.
Fundo: Marrom
144
CÓDIGO DE TRÂNSITO
145
CÓDIGO DE TRÂNSITO
Dupla Contínua:
Não permite ultrapassagem e deslocamentos laterais Proibida a mudança de faixa entre A-B-C. Permitida ultrapassa-
gem e mudança de faixa entre D-E-F
146
CÓDIGO DE TRÂNSITO
Exemplo de aplicação:
Exemplo de aplicação
Exemplo de aplicação:
147
CÓDIGO DE TRÂNSITO
e) Marcação de cruzamentos rodocicloviários (BRANCA) g) Marcação de área de cruzamento com faixa exclusiva (AMA-
Ciclovia: RELA ou BRANCA)
Ciclofaixa:
3. Marcas de canalização
Separação de fluxo de tráfego de sentidos opostos
148
CÓDIGO DE TRÂNSITO
b) Símbolos
Exemplos:
Dê a preferência
Exemplo de aplicação:
c) Legendas (BRANCA)
5. Inscrições no pavimento
a) Setas indicativas de posicionamento na pista para a execução
de movimentos (BRANCA)
149
CÓDIGO DE TRÂNSITO
1. Delimitadores
Os elementos utilizados para aprimorar a percepção do condutor em relação aos limites do espaço destinado ao tráfego e sua sepa-
ração em faixas de circulação são chamados de “dispositivos de demarcação viária”. Esses dispositivos têm o propósito de fornecer uma
orientação clara aos motoristas, ajudando-os a manter a trajetória correta e evitar invadir faixas adjacentes.
– Balizadores
– Cilindros delimitadores
2. Canalização
Elementos apostos em série sobre a superfície pavimentada em substituição às guias quando não for possível a construção imediata
delas ou para evitar que veículos transponham determinado local ou faixa de tráfego. Exemplos:
– Prismas
150
CÓDIGO DE TRÂNSITO
– Segregadores
3. Sinalização de alerta
A sinalização de alerta é um conjunto de elementos colocados ou aplicados próximos a obstáculos e ao longo de curvas horizontais,
com o objetivo de aprimorar a percepção do condutor em relação a possíveis mudanças bruscas no alinhamento horizontal da via.
Esses elementos visuais têm o propósito de alertar o motorista sobre situações que requerem uma atenção redobrada, como curvas
acentuadas ou obstáculos no caminho. Dessa forma, a sinalização de alerta contribui para uma condução mais segura e consciente, permi-
tindo que o condutor esteja preparado para adaptar sua velocidade e trajetória conforme as características da via. Exemplos:
– Marcação de obstáculos
– Marcadores de perigo
151
CÓDIGO DE TRÂNSITO
– Tambores
– Barreiras de concretos
– Fita zebrada
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CÓDIGO DE TRÂNSITO
– Cancelas
– Tapumes
– Com símbolos
O símbolo pode estar sozinho ou integrando um semáforo de
três ou duas luzes. Indicam: direção controlada; controle de faixa
reversível e direção livre.
– Faixas
Sinalização Semafórica
A sinalização semafórica é um tipo de sinalização viária que
utiliza indicações luminosas acionadas de forma alternada ou inter-
mitente, com a função específica de controlar os deslocamentos de
veículos e pedestres. Direção controlada (amarelo com seta é opcional)
Esses semáforos, também conhecidos como sinais de trânsito,
são responsáveis por regular o fluxo de tráfego em cruzamentos,
interseções e pontos estratégicos das vias. As indicações luminosas
apresentam as cores vermelha, amarela e verde, que orientam os
condutores e pedestres sobre o momento adequado para avançar, Direção livre
parar ou aguardar.
153
CÓDIGO DE TRÂNSITO
No caso focal de regulamentação, admite-se o uso isolado da indicação luminosa em Amarelo intermitente, em determinados horários
e situações específicas.
Sinalização de Obras
A sinalização de obras tem como objetivo preservar as condições de segurança e fluidez do trânsito, bem como garantir a acessibilida-
de, e para isso, utiliza os sinais e elementos da sinalização vertical, horizontal, semafórica e dispositivos auxiliares.
Na sinalização de obras, os elementos que compõem a sinalização vertical de regulamentação, a sinalização horizontal e a sinalização
semafórica mantêm suas características específicas. Esses elementos são devidamente adaptados e utilizados de forma adequada para
alertar os condutores e pedestres sobre as condições especiais presentes na área da obra.
Cores
Fundo: Laranja
Símbolo: Preta
Orla: Preta
Tarjas, Setas e Letras: Preta
Exemplo:
154
CÓDIGO DE TRÂNSITO
Gestos
1. Agentes de trânsito
Os gestos dos agentes de trânsito são movimentos convencionais de braço utilizados para orientar e indicar o direito de passagem dos
veículos. A sinalização realizada pelos agentes tem prioridade sobre as regras de circulação e as normas estabelecidas por outros sinais de
trânsito.
Quando um agente de trânsito está presente no local, suas instruções devem ser seguidas pelos condutores, prevalecendo sobre
as sinalizações de trânsito estáticas, como semáforos e placas. Os gestos do agente têm a finalidade de garantir uma condução segura e
organizada, especialmente em situações de tráfego intenso, obras na via, eventos ou qualquer outro cenário que exija intervenção direta.
As ordens emanadas por gestos de agentes de trânsito prevalecem sobre as regras de circulação e as normas definidas por outros
sinais de trânsito.
2. Condutores
Os gestos do condutor dos veículos são realizados com o braço esquerdo para sinalizar suas intenções de mudança de direção, redu-
ção brusca de velocidade ou parada.
Sinais Sonoros
Os sinais sonoros somente devem ser utilizados em conjunto com os gestos do agente.
155
CÓDIGO DE TRÂNSITO
Além da sinalização através de apitos realizada pelos agentes da autoridade de trânsito nas vias públicas, podemos encontrar sinais
sonoros em equipamentos eletrônicos.
Um exemplo é a sinalização sincronizada com o semáforo, geralmente instalada em locais próximos a hospitais, institutos de cegos,
clínicas e lugares específicos de movimentação de deficientes visuais, para auxiliar a travessia de portadores de deficiência visual. Também
o alarme sonoro instalado nos cruzamentos de vias férreas, que alertam os motoristas e pedestres sobre a passagem de trens no local.
CAPÍTULO IX
DOS VEÍCULOS
SEÇÃO I
DISPOSIÇÕES GERAIS
156
CÓDIGO DE TRÂNSITO
157
CÓDIGO DE TRÂNSITO
158
CÓDIGO DE TRÂNSITO
Art. 109. O transporte de carga em veículos destinados ao Câmaras Municipais, dos Presidentes dos Tribunais Estaduais e do
transporte de passageiros só pode ser realizado de acordo com as Distrito Federal, e do respectivo chefe do Ministério Público e ainda
normas estabelecidas pelo CONTRAN. dos Oficiais Generais das Forças Armadas terão placas especiais, de
Art. 110. O veículo que tiver alterada qualquer de suas carac- acordo com os modelos estabelecidos pelo CONTRAN.
terísticas para competição ou finalidade análoga só poderá circular § 4o Os aparelhos automotores destinados a puxar ou a arras-
nas vias públicas com licença especial da autoridade de trânsito, em tar maquinaria de qualquer natureza ou a executar trabalhos de
itinerário e horário fixados. construção ou de pavimentação são sujeitos ao registro na repar-
Art. 111. É vedado, nas áreas envidraçadas do veículo: tição competente, se transitarem em via pública, dispensados o li-
I - (VETADO) cenciamento e o emplacamento. (Redação dada pela Lei nº 13.154,
II - o uso de cortinas, persianas fechadas ou similares nos veí- de 2015) (Vide)
culos em movimento, salvo nos que possuam espelhos retrovisores § 4º-A. Os tratores e demais aparelhos automotores destinados
em ambos os lados. a puxar ou a arrastar maquinaria agrícola ou a executar trabalhos
III - aposição de inscrições, películas refletivas ou não, painéis agrícolas, desde que facultados a transitar em via pública, são sujei-
decorativos ou pinturas, quando comprometer a segurança do veí- tos ao registro único, sem ônus, em cadastro específico do Ministé-
culo, na forma de regulamentação do CONTRAN. (Incluído pela Lei rio da Agricultura e Pecuária, acessível aos componentes do Siste-
nº 9.602, de 1998) ma Nacional de Trânsito.(Redação dada pela Lei nº 14.599, de 2023)
Parágrafo único. É proibido o uso de inscrição de caráter publi- § 5º O disposto neste artigo não se aplica aos veículos de uso
citário ou qualquer outra que possa desviar a atenção dos condu- bélico.
tores em toda a extensão do pára-brisa e da traseira dos veículos, § 6º Os veículos de duas ou três rodas são dispensados da pla-
salvo se não colocar em risco a segurança do trânsito. ca dianteira.
Art. 112.(Revogado pela Lei nº 9.792, de 1999) § 7o Excepcionalmente, mediante autorização específica e
Art. 113. Os importadores, as montadoras, as encarroçadoras fundamentada das respectivas corregedorias e com a devida comu-
e fabricantes de veículos e autopeças são responsáveis civil e crimi- nicação aos órgãos de trânsito competentes, os veículos utilizados
nalmente por danos causados aos usuários, a terceiros, e ao meio por membros do Poder Judiciário e do Ministério Público que exer-
ambiente, decorrentes de falhas oriundas de projetos e da qualida- çam competência ou atribuição criminal poderão temporariamen-
de dos materiais e equipamentos utilizados na sua fabricação. te ter placas especiais, de forma a impedir a identificação de seus
usuários específicos, na forma de regulamento a ser emitido, con-
SEÇÃO III juntamente, pelo Conselho Nacional de Justiça - CNJ, pelo Conselho
DA IDENTIFICAÇÃO DO VEÍCULO Nacional do Ministério Público - CNMP e pelo Conselho Nacional de
Trânsito - CONTRAN.(Incluído pela Lei nº 12.694, de 2012)
Art. 114. O veículo será identificado obrigatoriamente por ca- § 8o Os veículos artesanais utilizados para trabalho agrícola
racteres gravados no chassi ou no monobloco, reproduzidos em ou- (jericos), para efeito do registro de que trata o § 4o-A, ficam dispen-
tras partes, conforme dispuser o CONTRAN. sados da exigência prevista no art. 106. (Incluído pela Lei nº 13.154,
§ 1º A gravação será realizada pelo fabricante ou montador, de de 2015)
modo a identificar o veículo, seu fabricante e as suas características, § 9º As placas que possuírem tecnologia que permita a identifi-
além do ano de fabricação, que não poderá ser alterado. cação do veículo ao qual estão atreladas são dispensadas da utiliza-
§ 2º As regravações, quando necessárias, dependerão de ção do lacre previsto no caput, na forma a ser regulamentada pelo
prévia autorização da autoridade executiva de trânsito e somente Contran. (Incluído pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência)
serão processadas por estabelecimento por ela credenciado, me- § 10. O Contran estabelecerá os meios técnicos, de uso obriga-
diante a comprovação de propriedade do veículo, mantida a mesma tório, para garantir a identificação dos veículos que transitarem por
identificação anterior, inclusive o ano de fabricação. rodovias e vias urbanas com cobrança de uso pelo sistema de livre
§ 3º Nenhum proprietário poderá, sem prévia permissão da passagem.(Incluído pela Lei nº 14.157, de 2021)
autoridade executiva de trânsito, fazer, ou ordenar que se faça, mo- Art. 116. Os veículos de propriedade da União, dos Estados e do
dificações da identificação de seu veículo. Distrito Federal, devidamente registrados e licenciados, ou aqueles
Art. 115. O veículo será identificado externamente por meio sob posse dos órgãos de segurança pública, somente quando estri-
de placas dianteira e traseira, sendo esta lacrada em sua estrutura, tamente usados em serviço reservado de caráter policial, poderão
obedecidas as especificações e modelos estabelecidos pelo CON- usar placas particulares, obedecidos os critérios e os limites estabe-
TRAN. lecidos pela legislação que regula o uso de veículo oficial.(Redação
§ 1º Os caracteres das placas serão individualizados para cada dada pela Lei nº 14.599, de 2023)
veículo e o acompanharão até a baixa do registro, sendo vedado seu Parágrafo único. As placas a que se refere o caput deste arti-
reaproveitamento. go serão concedidas mediante solicitação aos órgãos executivos
§ 2º As placas com as cores verde e amarela da Bandeira Nacio- de trânsito dos Estados e do Distrito Federal e serão vinculadas ao
nal serão usadas somente pelos veículos de representação pessoal órgão de segurança pública solicitante. (Redação dada pela Lei nº
do Presidente e do Vice-Presidente da República, dos Presidentes 14.599, de 2023)
do Senado Federal e da Câmara dos Deputados, do Presidente e dos Art. 117. Os veículos de transporte de carga e os coletivos de
Ministros do Supremo Tribunal Federal, dos Ministros de Estado, do passageiros deverão conter, em local facilmente visível, a inscrição
Advogado-Geral da União e do Procurador-Geral da República. indicativa de sua tara, do peso bruto total (PBT), do peso bruto total
§ 3º Os veículos de representação dos Presidentes dos Tribu- combinado (PBTC) ou capacidade máxima de tração (CMT) e de sua
nais Federais, dos Governadores, Prefeitos, Secretários Estaduais lotação, vedado o uso em desacordo com sua classificação.
e Municipais, dos Presidentes das Assembléias Legislativas, das
159
CÓDIGO DE TRÂNSITO
160
CÓDIGO DE TRÂNSITO
Parágrafo único. As informações recebidas pelo RENAVAM § 2º No caso de transferência de residência ou domicílio, é
serão repassadas ao órgão executivo de trânsito responsável pelo válido, durante o exercício, o licenciamento de origem.
registro, devendo este comunicar ao RENAVAM, tão logo seja o ve- Art. 131. O Certificado de Licenciamento Anual será expedi-
ículo registrado. do ao veículo licenciado, vinculado ao Certificado de Registro de
Art. 126. O proprietário de veículo irrecuperável, ou destinado Veículo, em meio físico e/ou digital, à escolha do proprietário, de
à desmontagem, deverá requerer a baixa do registro, no prazo e for- acordo com o modelo e com as especificações estabelecidos pelo
ma estabelecidos pelo Contran, vedada a remontagem do veículo Contran. (Redação dada pela Lei nº 14.071, de 2020) (Vigência)
sobre o mesmo chassi de forma a manter o registro anterior. (Re- § 1º O primeiro licenciamento será feito simultaneamente ao
dação dada pela Lei nº 12.977, de 2014) (Vigência) registro.
§ 1º. A obrigação de que trata este artigo é da companhia se- § 2º O veículo somente será considerado licenciado estando
guradora ou do adquirente do veículo destinado à desmontagem, quitados os débitos relativos a tributos, encargos e multas de trân-
quando estes sucederem ao proprietário. (Incluído pela Lei nº sito e ambientais, vinculados ao veículo, independentemente da
14.440, de 2022) responsabilidade pelas infrações cometidas. (Vide ADIN 2998)
§ 2º A existência de débitos fiscais ou de multas de trânsito e § 3º Ao licenciar o veículo, o proprietário deverá comprovar
ambientais vinculadas ao veículo não impede a baixa do registro. sua aprovação nas inspeções de segurança veicular e de controle
(Incluído pela Lei nº 14.440, de 2022) de emissões de gases poluentes e de ruído, conforme disposto no
Art. 127. O órgão executivo de trânsito competente só efetuará art. 104.
a baixa do registro após prévia consulta ao cadastro do RENAVAM. § 4º As informações referentes às campanhas de chamamento
Parágrafo único. Efetuada a baixa do registro, deverá ser esta de consumidores para substituição ou reparo de veículos realizadas
comunicada, de imediato, ao RENAVAM. a partir de 1º de outubro de 2019 e não atendidas no prazo de 1
Art. 128. Não será expedido novo Certificado de Registro de (um) ano, contado da data de sua comunicação, deverão constar
Veículo enquanto houver débitos fiscais e de multas de trânsito e do Certificado de Licenciamento Anual. (Redação dada pela Lei nº
ambientais, vinculadas ao veículo, independentemente da respon- 14.229, de 2021)
sabilidade pelas infrações cometidas. (Vide ADIN 2998) § 5º Após a inclusão das informações de que trata o § 4º deste
Art. 129. O registro e o licenciamento dos veículos de propul- artigo no Certificado de Licenciamento Anual, o veículo somente
são humana e dos veículos de tração animal obedecerão à regula- será licenciado mediante comprovação do atendimento às campa-
mentação estabelecida em legislação municipal do domicílio ou re- nhas de chamamento de consumidores para substituição ou reparo
sidência de seus proprietários. (Redação dada pela Lei nº 13.154, de veículos. (Incluído pela Lei nº 14.071, de 2020) (Vigência)
de 2015) § 6º O Contran regulamentará a inserção dos dados no Cer-
Art. 129-A. O registro dos tratores e demais aparelhos automo- tificado de Licenciamento Anual referentes às campanhas de cha-
tores destinados a puxar ou a arrastar maquinaria agrícola ou a exe- mamento de consumidores para substituição ou reparo de veículos
cutar trabalhos agrícolas será efetuado, sem ônus, pelo Ministério realizadas antes da data prevista no § 4º deste artigo.(Incluído pela
da Agricultura e Pecuária, diretamente ou mediante convênio. (Re- Lei nº 14.229, de 2021)
dação dada pela Lei nº 14.599, de 2023) § 7º O Contran, excepcionalmente, poderá prorrogar a exigên-
Art. 129-B. O registro de contratos de garantias de alienação cia do disposto no § 5º deste artigo diante da comprovada falta de
fiduciária em operações financeiras, consórcio, arrendamento mer- peças ou da necessidade de escalonamento para o atendimento ao
cantil, reserva de domínio ou penhor será realizado nos órgãos ou chamamento dos consumidores, avaliadas as questões de seguran-
entidades executivos de trânsito dos Estados e do Distrito Federal, ça viária.(Incluído dada pela Lei nº 14.599, de 2023)
em observância ao disposto no § 1º do art. 1.361 da Lei nº 10.406, Art. 132. Os veículos novos não estão sujeitos ao licenciamen-
de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil) , e na Lei nº 13.709, de 14 to e terão sua circulação regulada pelo CONTRAN durante o trajeto
de agosto de 2018 (Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais) . (In- entre a fábrica e o Município de destino.
cluído pela Lei nº 14.071, de 2020) (Vigência) § 1o O disposto neste artigo aplica-se, igualmente, aos veícu-
Parágrafo único. O registro previsto no caput deste artigo será los importados, durante o trajeto entre a alfândega ou entreposto
executado por empresas registradoras de contrato especializadas, alfandegário e o Município de destino.(Renumerado do parágrafo
na modalidade de credenciamento pelos órgãos executivos de trân- único pela Lei nº 13.103, de 2015)(Vigência)
sito dos Estados e do Distrito Federal, observado o disposto no in- § 2o(Revogado pela Lei nº 13.154, de 2015)
ciso III do parágrafo único do art. 79 da Lei nº 14.133, de 1º de abril Art. 133. É obrigatório o porte do Certificado de Licenciamento
de 2021.(Incluído dada pela Lei nº 14.599, de 2023) Anual.
Parágrafo único. O porte será dispensado quando, no momen-
CAPÍTULO XII to da fiscalização, for possível ter acesso ao devido sistema informa-
DO LICENCIAMENTO tizado para verificar se o veículo está licenciado. (Incluído pela Lei
nº 13. 281, de 2016) (Vigência)
Art. 130. Todo veículo automotor, articulado, reboque ou se- Art. 134. No caso de transferência de propriedade, expirado
mirreboque, para transitar na via, deverá ser licenciado anualmen- o prazo previsto no § 1º do art. 123 deste Código sem que o novo
te pelo órgão executivo de trânsito do Estado, ou do Distrito Fede- proprietário tenha tomado as providências necessárias à efetivação
ral, onde estiver registrado o veículo. (Redação dada pela Lei nº da expedição do novo Certificado de Registro de Veículo, o antigo
14.599, de 2023) proprietário deverá encaminhar ao órgão executivo de trânsito do
§ 1º O disposto neste artigo não se aplica a veículo de uso Estado ou do Distrito Federal, no prazo de 60 (sessenta) dias, cópia
bélico. autenticada do comprovante de transferência de propriedade, de-
vidamente assinado e datado, sob pena de ter que se responsabili-
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CÓDIGO DE TRÂNSITO
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CÓDIGO DE TRÂNSITO
I - Categoria A - condutor de veículo motorizado de duas ou III - não ter cometido mais de uma infração gravíssima nos últi-
três rodas, com ou sem carro lateral; mos 12 (doze) meses; (Redação dada pela Lei nº 14.071, de 2020)
II - Categoria B - condutor de veículo motorizado, não abran- (Vigência)
gido pela categoria A, cujo peso bruto total não exceda a três mil e IV - ser aprovado em curso especializado e em curso de trei-
quinhentos quilogramas e cuja lotação não exceda a oito lugares, namento de prática veicular em situação de risco, nos termos da
excluído o do motorista; normatização do CONTRAN.
III - Categoria C - condutor de veículo abrangido pela catego- Parágrafo único. A participação em curso especializado pre-
ria B e de veículo motorizado utilizado em transporte de carga cujo visto no inciso IV independe da observância do disposto no inciso
peso bruto total exceda a 3.500 kg (três mil e quinhentos quilogra- III. (Incluído pela Lei nº 12.619, de 2012)(Vigência)
mas); (Redação dada pela Lei nº 14.440, de 2022) § 2o (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.154, de 2015)
IV - Categoria D - condutor de veículo abrangido pelas catego- Art. 145-A. Além do disposto no art. 145, para conduzir ambu-
rias B e C e de veículo motorizado utilizado no transporte de passa- lâncias, o candidato deverá comprovar treinamento especializado e
geiros cuja lotação exceda a 8 (oito) lugares, excluído o do motoris- reciclagem em cursos específicos a cada 5 (cinco) anos, nos termos
ta;(Redação dada pela Lei nº 14.440, de 2022) da normatização do Contran. (Incluído pela Lei nº 12.998, de 2014)
V - Categoria E - condutor de combinação de veículos em que Art. 146. Para conduzir veículos de outra categoria o condutor
a unidade tratora se enquadre nas categorias B, C ou D e cuja uni- deverá realizar exames complementares exigidos para habilitação
dade acoplada, reboque, semirreboque, trailer ou articulada tenha na categoria pretendida.
6.000 kg (seis mil quilogramas) ou mais de peso bruto total, ou cuja Art. 147. O candidato à habilitação deverá submeter-se a exa-
lotação exceda a 8 (oito) lugares.(Redação dada pela Lei nº 12.452, mes realizados pelo órgão executivo de trânsito, na ordem descri-
de 2011) ta a seguir, e os exames de aptidão física e mental e a avaliação
§ 1º Para habilitar-se na categoria C, o condutor deverá estar psicológica deverão ser realizados por médicos e psicólogos peritos
habilitado no mínimo há 1 (um) ano na categoria B e não ter co- examinadores, respectivamente, com titulação de especialista em
metido mais de uma infração gravíssima nos últimos 12 (doze) me- medicina do tráfego e em psicologia do trânsito, conferida pelo res-
ses. (Redação dada pela Lei nº 14.440, de 2022) pectivo conselho profissional, conforme regulamentação do Con-
§ 2o São os condutores da categoria B autorizados a conduzir tran: (Redação dada pela Lei nº 14.071, de 2020) (Parte pro-
veículo automotor da espécie motor-casa, definida nos termos do mulgada pelo Congresso Nacional) (Vide Lei nº 14.071, de 2020)
Anexo I deste Código, cujo peso não exceda a 6.000 kg (seis mil qui- I - de aptidão física e mental;
logramas), ou cuja lotação não exceda a 8 (oito) lugares, excluído o II - (VETADO)
do motorista. (Incluído pela Lei nº 12.452, de 2011) III - escrito, sobre legislação de trânsito;
§ 3º Aplica-se o disposto no inciso V ao condutor da combina- IV - de noções de primeiros socorros, conforme regulamenta-
ção de veículos com mais de uma unidade tracionada, independen- ção do CONTRAN;
temente da capacidade de tração ou do peso bruto total. (Renume- V - de direção veicular, realizado na via pública, em veículo da
rado pela Lei nº 12.452, de 2011) categoria para a qual estiver habilitando-se.
§ 4º Respeitada a capacidade máxima de tração da unidade § 1º Os resultados dos exames e a identificação dos respecti-
tratora, os condutores das categorias B, C e D podem conduzir com- vos examinadores serão registrados no RENACH. (Renumerado do
binação de veículos cuja unidade tratora se enquadre na respectiva parágrafo único, pela Lei nº 9.602, de 1998)
categoria de habilitação e cuja unidade acoplada, reboque, semirre- § 2º O exame de aptidão física e mental, a ser realizado no
boque, trailer ou articulada tenha menos de 6.000 kg (seis mil qui- local de residência ou domicílio do examinado, será preliminar e
logramas) de peso bruto total, e cuja lotação não exceda a 8 (oito) renovável com a seguinte periodicidade: (Redação dada pela Lei nº
lugares.(Incluído pela Lei nº 14.440, de 2022) 14.071, de 2020)
Art. 144. O trator de roda, o trator de esteira, o trator misto I - a cada 10 (dez) anos, para condutores com idade inferior a
ou o equipamento automotor destinado à movimentação de cargas 50 (cinquenta) anos; (Incluído pela Lei nº 14.071, de 2020) (Vi-
ou execução de trabalho agrícola, de terraplenagem, de construção gência)
ou de pavimentação só podem ser conduzidos na via pública por II - a cada 5 (cinco) anos, para condutores com idade igual ou
condutor habilitado nas categorias C, D ou E. superior a 50 (cinquenta) anos e inferior a 70 (setenta) anos; (Inclu-
Parágrafo único. O trator de roda e os equipamentos automo- ído pela Lei nº 14.071, de 2020) (Vigência)
tores destinados a executar trabalhos agrícolas poderão ser condu- III - a cada 3 (três) anos, para condutores com idade igual
zidos em via pública também por condutor habilitado na categoria ou superior a 70 (setenta) anos. (Incluído pela Lei nº 14.071, de
B. (Incluído pela Lei nº 13.097, de 2015) 2020) (Vigência)
Art. 145. Para habilitar-se nas categorias D e E ou para condu- § 3o O exame previsto no § 2o incluirá avaliação psicológica
zir veículo de transporte coletivo de passageiros, de escolares, de preliminar e complementar sempre que a ele se submeter o condu-
emergência ou de produto perigoso, o candidato deverá preencher tor que exerce atividade remunerada ao veículo, incluindo-se esta
os seguintes requisitos: avaliação para os demais candidatos apenas no exame referente à
I - ser maior de vinte e um anos; primeira habilitação.(Redação dada pela Lei nº 10.350, de 2001)
II - estar habilitado: § 4º Quando houver indícios de deficiência física ou mental,
a) no mínimo há dois anos na categoria B, ou no mínimo há um ou de progressividade de doença que possa diminuir a capacidade
ano na categoria C, quando pretender habilitar-se na categoria D; e para conduzir o veículo, os prazos previstos nos incisos I, II e III do
b) no mínimo há um ano na categoria C, quando pretender § 2º deste artigo poderão ser diminuídos por proposta do perito
habilitar-se na categoria E; examinador. (Redação dada pela Lei nº 14.071, de 2020) (Vigência)
163
CÓDIGO DE TRÂNSITO
§ 5o O condutor que exerce atividade remunerada ao veículo § 1o O exame de que trata este artigo buscará aferir o consumo
terá essa informação incluída na sua Carteira Nacional de Habili- de substâncias psicoativas que, comprovadamente, comprometam
tação, conforme especificações do Conselho Nacional de Trânsito a capacidade de direção e deverá ter janela de detecção mínima de
– Contran.(Incluído pela Lei nº 10.350, de 2001) 90 (noventa) dias, nos termos das normas do Contran. (Incluído
§ 6º Os exames de aptidão física e mental e a avaliação psi- pela Lei nº 13.103, de 2015) (Vigência)
cológica deverão ser analisados objetivamente pelos examinados, § 2º Além da realização do exame previsto no caput deste ar-
limitados aos aspectos técnicos dos procedimentos realizados, tigo, os condutores das categorias C, D e E com idade inferior a 70
conforme regulamentação do Contran, e subsidiarão a fiscaliza- (setenta) anos serão submetidos a novo exame a cada período de 2
ção prevista no § 7º deste artigo. (Incluído pela Lei nº 14.071, de (dois) anos e 6 (seis) meses, a partir da obtenção ou renovação da
2020) (Vigência) Carteira Nacional de Habilitação, independentemente da validade
§ 7º Os órgãos ou entidades executivos de trânsito dos Esta- dos demais exames de que trata o inciso I do caput do art. 147 deste
dos e do Distrito Federal, com a colaboração dos conselhos profis- Código. (Redação dada pela Lei nº 14.071, de 2020) (Vigência)
sionais de medicina e psicologia, deverão fiscalizar as entidades e os § 3º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.071, de
profissionais responsáveis pelos exames de aptidão física e mental 2020) (Vigência)
e pela avaliação psicológica no mínimo 1 (uma) vez por ano. (Inclu- § 4º É garantido o direito de contraprova e de recurso adminis-
ído pela Lei nº 14.071, de 2020) (Vigência) trativo, sem efeito suspensivo, no caso de resultado positivo para
Art. 147-A. Ao candidato com deficiência auditiva é assegura- os exames de que trata este artigo, nos termos das normas do Con-
da acessibilidade de comunicação, mediante emprego de tecnolo- tran. (Redação dada pela Lei nº 14.071, de 2020)(Vigência)
gias assistivas ou de ajudas técnicas em todas as etapas do processo § 5º O resultado positivo no exame previsto no § 2º deste artigo
de habilitação. (Incluído pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência) acarretará ao condutor: (Redação dada pela Lei nº 14.599, de 2023)
§ 1o O material didático audiovisual utilizado em aulas teóricas I - (VETADO); e(Incluído pela Lei nº 14.599, de 2023)
dos cursos que precedem os exames previstos no art. 147 desta Lei II - a suspensão do direito de dirigir pelo período de 3 (três)
deve ser acessível, por meio de subtitulação com legenda oculta meses, condicionado o levantamento da suspensão à inclusão no
associada à tradução simultânea em Libras. (Incluído pela Lei nº Renach de resultado negativo em novo exame, vedada a aplicação
13.146, de 2015) (Vigência) de outras penalidades, ainda que acessórias. (Incluído pela Lei nº
§ 2o É assegurado também ao candidato com deficiência audi- 14.599, de 2023)
tiva requerer, no ato de sua inscrição, os serviços de intérprete da § 6o O resultado do exame somente será divulgado para o in-
Libras, para acompanhamento em aulas práticas e teóricas. (Incluí- teressado e não poderá ser utilizado para fins estranhos ao disposto
do pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência) neste artigo ou no § 6o do art. 168 da Consolidação das Leis do
Art. 148. Os exames de habilitação, exceto os de direção vei- Trabalho - CLT, aprovada pelo Decreto-Lei no 5.452, de 1o de maio
cular, poderão ser aplicados por entidades públicas ou privadas cre- de 1943. (Incluído pela Lei nº 13.103, de 2015) (Vigência)
denciadas pelo órgão executivo de trânsito dos Estados e do Distrito § 7º O exame será realizado, em regime de livre concorrência,
Federal, de acordo com as normas estabelecidas pelo CONTRAN. pelos laboratórios credenciados pelo órgão máximo executivo de
§ 1º A formação de condutores deverá incluir, obrigatoriamen- trânsito da União, nos termos das normas do Contran, vedado aos
te, conceitos de direção defensiva e de proteção ao meio ambiente entes públicos: (Redação dada pela Lei nº 14.440, de 2022)
relacionados com o trânsito. (Redação dada pela Medida Provisó- I - fixar preços para os exames; (Incluído pela Lei nº 13.103, de
ria nº 1.153, de 2022) 2015) (Vigência)
§ 2º Ao candidato aprovado será conferida Permissão para Di- II - limitar o número de empresas ou o número de locais em
rigir, com validade de um ano. que a atividade pode ser exercida; e (Incluído pela Lei nº 13.103,
§ 3º A Carteira Nacional de Habilitação será conferida ao con- de 2015) (Vigência)
dutor no término de um ano, desde que o mesmo não tenha co- III - estabelecer regras de exclusividade territorial. (Incluído
metido nenhuma infração de natureza grave ou gravíssima ou seja pela Lei nº 13.103, de 2015) (Vigência)
reincidente em infração média. § 8º A não realização do exame previsto neste artigo acarretará
§ 4º A não obtenção da Carteira Nacional de Habilitação, tendo ao condutor:(Incluído pela Lei nº 14.599, de 2023)
em vista a incapacidade de atendimento do disposto no parágrafo I - nos casos de que trata o caput deste artigo, o impedimento
anterior, obriga o candidato a reiniciar todo o processo de habilita- de obter ou de renovar a Carteira Nacional de Habilitação até que
ção. seja realizado o exame com resultado negativo e a aplicação das
§ 5º O Conselho Nacional de Trânsito - CONTRAN poderá dis- sanções previstas no art. 165-B deste Código; e(Incluído pela Lei nº
pensar os tripulantes de aeronaves que apresentarem o cartão de 14.599, de 2023)
saúde expedido pelas Forças Armadas ou pelo Departamento de II - no caso do § 2º, a aplicação das sanções previstas no § 5º
Aeronáutica Civil, respectivamente, da prestação do exame de apti- deste artigo e nos arts. 165-B e 165-D deste Código, conforme a
dão física e mental. (Incluído pela Lei nº 9.602, de 1998) irregularidade verificada. (Incluído pela Lei nº 14.599, de 2023)
Art. 148-A. Os condutores das categorias C, D e E deverão com- § 9º Compete ao órgão máximo executivo de trânsito da União
provar resultado negativo em exame toxicológico para a obtenção comunicar aos condutores, por meio do sistema de notificação ele-
e a renovação da Carteira Nacional de Habilitação. (Redação dada trônica de que trata o art. 282-A deste Código, o vencimento do pra-
pela Lei nº 14.071, de 2020) (Vigência) (Vide Lei nº 14.599, de zo para a realização do exame com 30 (trinta) dias de antecedência,
2023) bem como as penalidades decorrentes da sua não realização. (In-
cluído pela Lei nº 14.599, de 2023)
Art. 149. (VETADO)
164
CÓDIGO DE TRÂNSITO
Art. 150. Ao renovar os exames previstos no artigo anterior, Art. 156. O CONTRAN regulamentará o credenciamento para
o condutor que não tenha curso de direção defensiva e primeiros prestação de serviço pelas auto-escolas e outras entidades desti-
socorros deverá a eles ser submetido, conforme normatização do nadas à formação de condutores e às exigências necessárias para o
CONTRAN. exercício das atividades de instrutor e examinador.
Parágrafo único. A empresa que utiliza condutores contratados Art. 157. (VETADO)
para operar a sua frota de veículos é obrigada a fornecer curso de Art. 158. A aprendizagem só poderá realizar-se:
direção defensiva, primeiros socorros e outros conforme normati- I - nos termos, horários e locais estabelecidos pelo órgão exe-
zação do CONTRAN. cutivo de trânsito;
Art. 151. (Revogado pela Lei nº 14.071, de 2020) (Vigência) II - acompanhado o aprendiz por instrutor autorizado.
Art. 152. O exame de direção veicular será realizado perante § 1º Além do aprendiz e do instrutor, o veículo utilizado na
comissão integrada por 3 (três) membros designados pelo dirigen- aprendizagem poderá conduzir apenas mais um acompanhante.
te do órgão executivo local de trânsito. (Redação dada pela Lei nº (Renumerado do parágrafo único pela Lei nº 12.217, de 2010).
13.281, de 2016) (Vigência) § 2o (Revogado pela Lei nº 14.071, de 2020)(Vigência)
§ 1º Na comissão de exame de direção veicular, pelo menos Art. 159. A Carteira Nacional de Habilitação, expedida em meio
um membro deverá ser habilitado na categoria igual ou superior à físico e digital, de acordo com as especificações do Contran, aten-
pretendida pelo candidato. didos os pré-requisitos estabelecidos neste Código, conterá foto-
§ 2º Os militares das Forças Armadas e os policiais e bombei- grafia, identificação e número de inscrição no Cadastro de Pessoas
ros dos órgãos de segurança pública da União, dos Estados e do Físicas (CPF) do condutor, terá fé pública e equivalerá a documento
Distrito Federal que possuírem curso de formação de condutor mi- de identidade em todo o território nacional.(Redação dada pela Lei
nistrado em suas corporações serão dispensados, para a concessão nº 14.440, de 2022)
do documento de habilitação, dos exames aos quais se houverem § 1º É obrigatório o porte da Permissão para Dirigir ou da Car-
submetido com aprovação naquele curso, desde que neles sejam teira Nacional de Habilitação quando o condutor estiver à direção
observadas as normas estabelecidas pelo Contran. (Redação dada do veículo.
pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência) § 1º-A O porte do documento de habilitação será dispensa-
§ 3º O militar, o policial ou o bombeiro militar interessado na do quando, no momento da fiscalização, for possível ter acesso ao
dispensa de que trata o § 2º instruirá seu requerimento com ofício sistema informatizado para verificar se o condutor está habilita-
do comandante, chefe ou diretor da unidade administrativa onde do. (Incluído pela Lei nº 14.071, de 2020)(Vigência)
prestar serviço, do qual constarão o número do registro de identi- § 2º (VETADO)
ficação, naturalidade, nome, filiação, idade e categoria em que se § 3º A emissão de nova via da Carteira Nacional de Habilitação
habilitou a conduzir, acompanhado de cópia das atas dos exames será regulamentada pelo CONTRAN.
prestados. (Redação dada pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência) § 4º (VETADO)
§ 4º (VETADO) § 5º A Carteira Nacional de Habilitação e a Permissão para Di-
Art. 153. O candidato habilitado terá em seu prontuário a iden- rigir somente terão validade para a condução de veículo quando
tificação de seus instrutores e examinadores, que serão passíveis apresentada em original.
de punição conforme regulamentação a ser estabelecida pelo CON- § 6º A identificação da Carteira Nacional de Habilitação expe-
TRAN. dida e a da autoridade expedidora serão registradas no RENACH.
Parágrafo único. As penalidades aplicadas aos instrutores e § 7º A cada condutor corresponderá um único registro no RE-
examinadores serão de advertência, suspensão e cancelamento da NACH, agregando-se neste todas as informações.
autorização para o exercício da atividade, conforme a falta come- § 8º A renovação da validade da Carteira Nacional de Habili-
tida. tação ou a emissão de uma nova via somente será realizada após
Art. 154. Os veículos destinados à formação de condutores se- quitação de débitos constantes do prontuário do condutor.
rão identificados por uma faixa amarela, de vinte centímetros de § 9º (VETADO)
largura, pintada ao longo da carroçaria, à meia altura, com a inscri- § 10. A validade da Carteira Nacional de Habilitação está con-
ção AUTO-ESCOLA na cor preta. dicionada ao prazo de vigência do exame de aptidão física e men-
Parágrafo único. No veículo eventualmente utilizado para tal. (Incluído pela Lei nº 9.602, de 1998)
aprendizagem, quando autorizado para servir a esse fim, deverá § 11. (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.071, de
ser afixada ao longo de sua carroçaria, à meia altura, faixa branca 2020) (Vigência)
removível, de vinte centímetros de largura, com a inscrição AUTO- § 12. Os órgãos ou entidades executivos de trânsito dos Es-
-ESCOLA na cor preta. tados e do Distrito Federal enviarão por meio eletrônico, com 30
Art. 155. A formação de condutor de veículo automotor será (trinta) dias de antecedência, aviso de vencimento da validade da
realizada por instrutor autorizado pelo órgão executivo de trânsito Carteira Nacional de Habilitação a todos os condutores cadastrados
dos Estados ou do Distrito Federal, pertencente ou não à entidade no Renach com endereço na respectiva unidade da Federação. (In-
credenciada.(Redação dada pela Lei nº 14.599, de 2023) cluído pela Lei nº 14.071, de 2020)(Vigência)
Parágrafo único. Ao aprendiz será expedida autorização para Art. 160. O condutor condenado por delito de trânsito deverá
aprendizagem, de acordo com a regulamentação do CONTRAN, ser submetido a novos exames para que possa voltar a dirigir, de
após aprovação nos exames de aptidão física, mental, de primeiros acordo com as normas estabelecidas pelo CONTRAN, independen-
socorros e sobre legislação de trânsito.(Incluído pela Lei nº 9.602, temente do reconhecimento da prescrição, em face da pena concre-
de 1998) tizada na sentença.
165
CÓDIGO DE TRÂNSITO
§ 1º Em caso de sinistro grave, o condutor nele envolvido pode- Penalidade - multa; (Redação dada pela Lei nº 14.440, de 2022)
rá ser submetido aos exames exigidos neste artigo, a juízo da auto- Medida administrativa - retenção do veículo até a apresentação
ridade executiva estadual de trânsito, assegurada ampla defesa ao de condutor habilitado;(Redação dada pela Lei nº 14.440, de 2022)
condutor.(Redação dada pela Lei nº 14.599, de 2023) VI - sem usar lentes corretoras de visão, aparelho auxiliar de
§ 2º No caso do parágrafo anterior, a autoridade executiva es- audição, de prótese física ou as adaptações do veículo impostas por
tadual de trânsito poderá apreender o documento de habilitação do ocasião da concessão ou da renovação da licença para conduzir:
condutor até a sua aprovação nos exames realizados. Infração - gravíssima;
Penalidade - multa;
Medida administrativa - retenção do veículo até o saneamento
DAS INFRAÇÕES da irregularidade ou apresentação de condutor habilitado.
VII - sem possuir os cursos especializados ou específicos obriga-
CAPÍTULO XV tórios:(Incluído dada pela Lei nº 14.440, de 2022)
DAS INFRAÇÕES Infração - gravíssima;(Incluído dada pela Lei nº 14.440, de 2022)
Penalidade - multa; (Incluído dada pela Lei nº 14.440, de 2022)
Art. 161. Constitui infração de trânsito a inobservância de Medida administrativa - retenção do veículo até a apresenta-
qualquer preceito deste Código ou da legislação complementar, e ção de condutor habilitado.(Incluído dad
o infrator sujeita-se às penalidades e às medidas administrativas Art. 163. Entregar a direção do veículo a pessoa nas condições
indicadas em cada artigo deste Capítulo e às punições previstas no previstas no artigo anterior:
Capítulo XIX deste Código. (Redação dada pela Lei nº 14.071, de Infração - as mesmas previstas no artigo anterior;
2020)(Vigência) Penalidade - as mesmas previstas no artigo anterior;
Parágrafo único. (Revogado). (Redação dada pela Lei nº Medida administrativa - a mesma prevista no inciso III do ar-
14.071, de 2020) (Vigência) tigo anterior.
Art. 162. Dirigir veículo: Art. 164. Permitir que pessoa nas condições referidas nos in-
I - sem possuir Carteira Nacional de Habilitação, Permissão cisos do art. 162 tome posse do veículo automotor e passe a con-
para Dirigir ou Autorização para Conduzir Ciclomotor:(Redação duzi-lo na via:
dada pela Lei nº 13.281, de 2016)(Vigência) Infração - as mesmas previstas nos incisos do art. 162;
Infração - gravíssima;(Redação dada pela Lei nº 13.281, de Penalidade - as mesmas previstas no art. 162;
2016)(Vigência) Medida administrativa - a mesma prevista no inciso III do art.
Penalidade - multa (três vezes);(Redação dada pela Lei nº 162.
13.281, de 2016)(Vigência) Art. 165. Dirigir sob a influência de álcool ou de qualquer outra
Medida administrativa - retenção do veículo até a apresenta- substância psicoativa que determine dependência:(Redação dada
ção de condutor habilitado;(Incluído pela Lei nº 13.281, de 2016) pela Lei nº 11.705, de 2008)
(Vigência) Infração - gravíssima;(Redação dada pela Lei nº 11.705, de
II - com Carteira Nacional de Habilitação, Permissão para Dirigir 2008)
ou Autorização para Conduzir Ciclomotor cassada ou com suspen- Penalidade - multa (dez vezes) e suspensão do direito de dirigir
são do direito de dirigir:(Redação dada pela Lei nº 13.281, de 2016) por 12 (doze) meses. (Redação dada pela Lei nº 12.760, de 2012)
(Vigência) Medida administrativa - recolhimento do documento de habi-
Infração - gravíssima;(Redação dada pela Lei nº 13.281, de litação e retenção do veículo, observado o disposto no § 4o do art.
2016)(Vigência) 270 da Lei no 9.503, de 23 de setembro de 1997 - do Código de
Penalidade - multa (três vezes);(Redação dada pela Lei nº Trânsito Brasileiro.(Redação dada pela Lei nº 12.760, de 2012)
13.281, de 2016)(Vigência) Parágrafo único. Aplica-se em dobro a multa prevista
Medida administrativa - recolhimento do documento de habili- no caput em caso de reincidência no período de até 12 (doze) me-
tação e retenção do veículo até a apresentação de condutor habili- ses. (Redação dada pela Lei nº 12.760, de 2012)
tado;(Incluído pela Lei nº 13.281, de 2016)(Vigência) Art. 165-A. Recusar-se a ser submetido a teste, exame clínico,
III - com Carteira Nacional de Habilitação ou Permissão para perícia ou outro procedimento que permita certificar influência de
Dirigir de categoria diferente da do veículo que esteja conduzin- álcool ou outra substância psicoativa, na forma estabelecida pelo
do:(Redação dada pela Lei nº 13.281, de 2016)(Vigência) art. 277:(Incluído pela Lei nº 13.281, de 2016)(Vigência)
Infração - gravíssima;(Redação dada pela Lei nº 13.281, de Infração - gravíssima;(Incluído pela Lei nº 13.281, de 2016)(Vi-
2016)(Vigência) gência)
Penalidade - multa (duas vezes);(Redação dada pela Lei nº Penalidade - multa (dez vezes) e suspensão do direito de dirigir
13.281, de 2016)(Vigência) por 12 (doze) meses;(Incluído pela Lei nº 13.281, de 2016)(Vigência)
Medida administrativa - retenção do veículo até a apresenta- Medida administrativa - recolhimento do documento de habi-
ção de condutor habilitado;(Redação dada pela Lei nº 13.281, de litação e retenção do veículo, observado o disposto no § 4º do art.
2016)(Vigência) 270.(Incluído pela Lei nº 13.281, de 2016)(Vigência)
IV - (VETADO) Parágrafo único. Aplica-se em dobro a multa prevista
V - com Carteira Nacional de Habilitação vencida há mais de 30 no caput em caso de reincidência no período de até 12 (doze) me-
(trinta) dias:(Redação dada pela Lei nº 14.440, de 2022) ses(Incluído pela Lei nº 13.281, de 2016)(Vigência)
Infração - gravíssima;(Redação dada pela Lei nº 14.440, de Art. 165-B. Dirigir veículo sem realizar o exame toxicológi-
2022) co previsto no art. 148-A deste Código:(Redação dada pela Lei nº
14.599, de 2023) Produção de efeitos
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CÓDIGO DE TRÂNSITO
Penalidade - multa; Art. 183. Parar o veículo sobre a faixa de pedestres na mudan-
Medida administrativa - remoção do veículo. ça de sinal luminoso:
XX - nas vagas reservadas às pessoas com deficiência ou ido- Infração - média;
sos, sem credencial que comprove tal condição:(Incluído pela Lei nº Penalidade - multa.
13.281, de 2016)(Vigência) Art. 184. Transitar com o veículo:
Infração - gravíssima;(Incluído pela Lei nº 13.281, de 2016)(Vi- I - na faixa ou pista da direita, regulamentada como de circula-
gência) ção exclusiva para determinado tipo de veículo, exceto para acesso
Penalidade - multa;(Incluído pela Lei nº 13.281, de 2016)(Vi- a imóveis lindeiros ou conversões à direita:
gência) Infração - leve;
Medida administrativa - remoção do veículo.(Incluído pela Lei Penalidade - multa;
nº 13.281, de 2016)(Vigência) II - na faixa ou pista da esquerda regulamentada como de cir-
§ 1º Nos casos previstos neste artigo, a autoridade de trânsito culação exclusiva para determinado tipo de veículo:
aplicará a penalidade preferencialmente após a remoção do veícu- Infração - grave;
lo. Penalidade - multa.
§ 2º No caso previsto no inciso XVI é proibido abandonar o III - na faixa ou via de trânsito exclusivo, regulamentada com
calço de segurança na via. circulação destinada aos veículos de transporte público coletivo de
Art. 182. Parar o veículo: passageiros, salvo casos de força maior e com autorização do poder
I - nas esquinas e a menos de cinco metros do bordo do alinha- público competente: (Incluído pela Lei nº 13.154, de 2015)
mento da via transversal: Infração - gravíssima;(Incluído pela Lei nº 13.154, de 2015)
Infração - média; Penalidade - multa e apreensão do veículo;(Incluído pela Lei nº
Penalidade - multa; 13.154, de 2015)
II - afastado da guia da calçada (meio-fio) de cinqüenta centí- Medida Administrativa - remoção do veículo.(Incluído pela Lei
metros a um metro: nº 13.154, de 2015)
Infração - leve; Art. 185. Quando o veículo estiver em movimento, deixar de
Penalidade - multa; conservá-lo:
III - afastado da guia da calçada (meio-fio) a mais de um metro: I - na faixa a ele destinada pela sinalização de regulamentação,
Infração - média; exceto em situações de emergência;
Penalidade - multa; II - nas faixas da direita, os veículos lentos e de maior porte:
IV - em desacordo com as posições estabelecidas neste Código: Infração - média;
Infração - leve; Penalidade - multa.
Penalidade - multa; Art. 186. Transitar pela contramão de direção em:
V - na pista de rolamento das estradas, das rodovias, das vias I - vias com duplo sentido de circulação, exceto para ultrapas-
de trânsito rápido e das demais vias dotadas de acostamento: sar outro veículo e apenas pelo tempo necessário, respeitada a pre-
Infração - grave; ferência do veículo que transitar em sentido contrário:
Penalidade - multa; Infração - grave;
VI - no passeio ou sobre faixa destinada a pedestres, nas ilhas, Penalidade - multa;
refúgios, canteiros centrais e divisores de pista de rolamento e mar- II - vias com sinalização de regulamentação de sentido único
cas de canalização: de circulação:
Infração - leve; Infração - gravíssima;
Penalidade - multa; Penalidade - multa.
VII - na área de cruzamento de vias, prejudicando a circulação Art. 187. Transitar em locais e horários não permitidos pela
de veículos e pedestres: regulamentação estabelecida pela autoridade competente:
Infração - média; I - para todos os tipos de veículos:
Penalidade - multa; Infração - média;
VIII - nos viadutos, pontes e túneis: Penalidade - multa;
Infração - média; II - (Revogado pela Lei nº 9.602, de 1998)
Penalidade - multa; Art. 188. Transitar ao lado de outro veículo, interrompendo ou
IX - na contramão de direção: perturbando o trânsito:
Infração - média; Infração - média;
Penalidade - multa; Penalidade - multa.
X - em local e horário proibidos especificamente pela sinaliza- Art. 189. Deixar de dar passagem aos veículos precedidos de
ção (placa - Proibido Parar): batedores, de socorro de incêndio e salvamento, de polícia, de ope-
Infração - média; ração e fiscalização de trânsito e às ambulâncias, quando em servi-
Penalidade - multa. ço de urgência e devidamente identificados por dispositivos regu-
XI - sobre ciclovia ou ciclofaixa: (Incluído pela Lei nº 14.071, lamentados de alarme sonoro e iluminação intermitente:(Redação
de 2020) (Vigência) dada pela Lei nº 14.440, de 2022)
Infração - grave; (Incluído pela Lei nº 14.071, de 2020)(Vigên- Infração - gravíssima;
cia) Penalidade - multa.
Penalidade - multa. (Incluído pela Lei nº 14.071, de 2020) (Vi-
gência)
169
CÓDIGO DE TRÂNSITO
Art. 190. Seguir veículo em serviço de urgência, estando este Infração - gravíssima;
com prioridade de passagem devidamente identificada por dispo- Penalidade - multa.
sitivos regulamentares de alarme sonoro e iluminação intermiten- Art. 201. Deixar de guardar a distância lateral de um metro e
te: (Redação dada pela Lei nº 14.440, de 2022) cinqüenta centímetros ao passar ou ultrapassar bicicleta:
Infração - grave; Infração - média;
Penalidade - multa. Penalidade - multa.
Art. 191. Forçar passagem entre veículos que, transitando em Art. 202. Ultrapassar outro veículo:
sentidos opostos, estejam na iminência de passar um pelo outro ao I - pelo acostamento;
realizar operação de ultrapassagem: II - em interseções e passagens de nível;
Infração - gravíssima; Infração - gravíssima; (Redação dada pela Lei nº 12.971, de
Penalidade - multa (dez vezes) e suspensão do direito de diri- 2014) (Vigência)
gir. (Redação dada pela Lei nº 12.971, de 2014) (Vigência) Penalidade - multa (cinco vezes). (Redação dada pela Lei nº
Parágrafo único. Aplica-se em dobro a multa prevista 12.971, de 2014) (Vigência)
no caput em caso de reincidência no período de até 12 (doze) me- Art. 203. Ultrapassar pela contramão outro veículo:
ses da infração anterior. (Incluído pela Lei nº 12.971, de 2014) (Vi- I - nas curvas, aclives e declives, sem visibilidade suficiente;
gência) II - nas faixas de pedestre;
Art. 192. Deixar de guardar distância de segurança lateral e III - nas pontes, viadutos ou túneis;
frontal entre o seu veículo e os demais, bem como em relação ao IV - parado em fila junto a sinais luminosos, porteiras, cancelas,
bordo da pista, considerando-se, no momento, a velocidade, as cruzamentos ou qualquer outro impedimento à livre circulação;
condições climáticas do local da circulação e do veículo: V - onde houver marcação viária longitudinal de divisão de flu-
Infração - grave; xos opostos do tipo linha dupla contínua ou simples contínua ama-
Penalidade - multa. rela:
Art. 193. Transitar com o veículo em calçadas, passeios, passa- Infração - gravíssima; (Redação dada pela Lei nº 12.971, de
relas, ciclovias, ciclofaixas, ilhas, refúgios, ajardinamentos, cantei- 2014) (Vigência)
ros centrais e divisores de pista de rolamento, acostamentos, mar- Penalidade - multa (cinco vezes).(Redação dada pela Lei nº
cas de canalização, gramados e jardins públicos: 12.971, de 2014) (Vigência)
Infração - gravíssima; Parágrafo único. Aplica-se em dobro a multa prevista
Penalidade - multa (três vezes). no caput em caso de reincidência no período de até 12 (doze) me-
Art. 194. Transitar em marcha à ré, salvo na distância neces- ses da infração anterior. (Incluído pela Lei nº 12.971, de 2014) (Vi-
sária a pequenas manobras e de forma a não causar riscos à segu- gência)
rança: Art. 204. Deixar de parar o veículo no acostamento à direita,
Infração - grave; para aguardar a oportunidade de cruzar a pista ou entrar à esquer-
Penalidade - multa. da, onde não houver local apropriado para operação de retorno:
Art. 195. Desobedecer às ordens emanadas da autoridade Infração - grave;
competente de trânsito ou de seus agentes: Penalidade - multa.
Infração - grave; Art. 205. Ultrapassar veículo em movimento que integre corte-
Penalidade - multa. jo, préstito, desfile e formações militares, salvo com autorização da
Art. 196. Deixar de indicar com antecedência, mediante gesto autoridade de trânsito ou de seus agentes:
regulamentar de braço ou luz indicadora de direção do veículo, o Infração - leve;
início da marcha, a realização da manobra de parar o veículo, a mu- Penalidade - multa.
dança de direção ou de faixa de circulação: Art. 206. Executar operação de retorno:
Infração - grave; I - em locais proibidos pela sinalização;
Penalidade - multa. II - nas curvas, aclives, declives, pontes, viadutos e túneis;
Art. 197. Deixar de deslocar, com antecedência, o veículo para III - passando por cima de calçada, passeio, ilhas, ajardinamen-
a faixa mais à esquerda ou mais à direita, dentro da respectiva mão to ou canteiros de divisões de pista de rolamento, refúgios e faixas
de direção, quando for manobrar para um desses lados: de pedestres e nas de veículos não motorizados;
Infração - média; IV - nas interseções, entrando na contramão de direção da via
Penalidade - multa. transversal;
Art. 198. Deixar de dar passagem pela esquerda, quando so- V - com prejuízo da livre circulação ou da segurança, ainda que
licitado: em locais permitidos:
Infração - média; Infração - gravíssima;
Penalidade - multa. Penalidade - multa.
Art. 199. Ultrapassar pela direita, salvo quando o veículo da Art. 207. Executar operação de conversão à direita ou à es-
frente estiver colocado na faixa apropriada e der sinal de que vai querda em locais proibidos pela sinalização:
entrar à esquerda: Infração - grave;
Infração - média; Penalidade - multa.
Penalidade - multa. Art. 208. Avançar o sinal vermelho do semáforo ou o de para-
Art. 200. Ultrapassar pela direita veículo de transporte coletivo da obrigatória, exceto onde houver sinalização que permita a livre
ou de escolares, parado para embarque ou desembarque de passa- conversão à direita prevista no art. 44-A deste Código: (Redação
geiros, salvo quando houver refúgio de segurança para o pedestre: dada pela Lei nº 14.071, de 2020) (Vigência)
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Art. 232. Conduzir veículo sem os documentos de porte obriga- Penalidade - multa.
tório referidos neste Código: Art. 242. Fazer falsa declaração de domicílio para fins de regis-
Infração - leve; tro, licenciamento ou habilitação:
Penalidade - multa; Infração - gravíssima;
Medida administrativa - retenção do veículo até a apresenta- Penalidade - multa.
ção do documento. Art. 243. Deixar a empresa seguradora de comunicar ao órgão
Art. 233. Deixar de efetuar o registro de veículo no prazo de executivo de trânsito competente a ocorrência de perda total do
trinta dias, junto ao órgão executivo de trânsito, ocorridas as hipó- veículo e de lhe devolver as respectivas placas e documentos:
teses previstas no art. 123: Infração - grave;
Infração - média; (Redação dada pela Lei nº 14.071, de Penalidade - multa;
2020) (Vigência) Medida administrativa - Recolhimento das placas e dos docu-
Penalidade - multa; (Redação dada pela Lei nº 14.071, de mentos.
2020)(Vigência) Art. 244. Conduzir motocicleta, motoneta ou ciclomotor: (Re-
Medida administrativa - remoção do veículo. (Redação dada dação dada pela Lei nº 14.071, de 2020) (Vigência)
pela Lei nº 14.071, de 2020) (Vigência) I - sem usar capacete de segurança ou vestuário de acordo com
Art. 233-A. (VETADO). (Incluído pela Lei nº 14.071, de as normas e as especificações aprovadas pelo Contran; (Redação
2020) (Vigência) dada pela Lei nº 14.071, de 2020) (Vigência)
Art. 234. Falsificar ou adulterar documento de habilitação e de II - transportando passageiro sem o capacete de segurança, na
identificação do veículo: forma estabelecida no inciso anterior, ou fora do assento suplemen-
Infração - gravíssima; tar colocado atrás do condutor ou em carro lateral;
Penalidade - multa e apreensão do veículo; III - fazendo malabarismo ou equilibrando-se apenas em uma
Medida administrativa - remoção do veículo. roda;
Art. 235. Conduzir pessoas, animais ou carga nas partes exter- IV - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 14.071, de 2020)
nas do veículo, salvo nos casos devidamente autorizados: (Vigência)
Infração - grave; V - transportando criança menor de 10 (dez) anos de idade ou
Penalidade - multa; que não tenha, nas circunstâncias, condições de cuidar da própria
Medida administrativa - retenção do veículo para transbordo. segurança: (Redação dada pela Lei nº 14.071, de 2020) (Vigência)
Art. 236. Rebocar outro veículo com cabo flexível ou corda, Infração - gravíssima; (Redação dada pela Lei nº 14.071, de
salvo em casos de emergência: 2020)(Vigência)
Infração - média; Penalidade - multa e suspensão do direito de dirigir; (Redação
Penalidade - multa. dada pela Lei nº 14.071, de 2020) (Vigência)
Art. 237. Transitar com o veículo em desacordo com as espe- Medida administrativa - retenção do veículo até regularização
cificações, e com falta de inscrição e simbologia necessárias à sua e recolhimento do documento de habilitação; (Redação dada pela
identificação, quando exigidas pela legislação: Lei nº 14.071, de 2020) (Vigência)
Infração - grave; VI - rebocando outro veículo;
Penalidade - multa; VII - sem segurar o guidom com ambas as mãos, salvo eventu-
Medida administrativa - retenção do veículo para regulariza- almente para indicação de manobras;
ção. VIII – transportando carga incompatível com suas especifica-
Art. 238. Recusar-se a entregar à autoridade de trânsito ou a ções ou em desacordo com o previsto no § 2o do art. 139-A desta
seus agentes, mediante recibo, os documentos de habilitação, de Lei; (Incluído pela Lei nº 12.009, de 2009)
registro, de licenciamento de veículo e outros exigidos por lei, para IX – efetuando transporte remunerado de mercadorias em de-
averiguação de sua autenticidade: sacordo com o previsto no art. 139-A desta Lei ou com as normas
Infração - gravíssima; que regem a atividade profissional dos mototaxistas: (Incluído pela
Penalidade - multa e apreensão do veículo; Lei nº 12.009, de 2009)
Medida administrativa - remoção do veículo. Infração – grave; (Incluído pela Lei nº 12.009, de 2009)
Art. 239. Retirar do local veículo legalmente retido para re- Penalidade – multa; (Incluído pela Lei nº 12.009, de 2009)
gularização, sem permissão da autoridade competente ou de seus Medida administrativa – apreensão do veículo para regulariza-
agentes: ção.(Incluído pela Lei nº 12.009, de 2009)
Infração - gravíssima; X - com a utilização de capacete de segurança sem viseira ou
Penalidade - multa e apreensão do veículo; óculos de proteção ou com viseira ou óculos de proteção em de-
Medida administrativa - remoção do veículo. sacordo com a regulamentação do Contran; (Incluído pela Lei nº
Art. 240. Deixar o responsável de promover a baixa do registro 14.071, de 2020) (Vigência)
de veículo irrecuperável ou definitivamente desmontado: XI - transportando passageiro com o capacete de segurança uti-
Infração - grave; lizado na forma prevista no inciso X do caput deste artigo: (Incluí-
Penalidade - multa; do pela Lei nº 14.071, de 2020) (Vigência)
Medida administrativa - Recolhimento do Certificado de Regis- Infração - média; (Incluído pela Lei nº 14.071, de 2020) (Vi-
tro e do Certificado de Licenciamento Anual. gência)
Art. 241. Deixar de atualizar o cadastro de registro do veículo Penalidade - multa; (Incluído pela Lei nº 14.071, de 2020) (Vi-
ou de habilitação do condutor: gência)
Infração - leve;
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Medida administrativa - retenção do veículo até regulariza- b) de dia, em túneis e sob chuva, neblina ou cerração; (Reda-
ção; (Incluído pela Lei nº 14.071, de 2020) (Vigência) ção dada pela Lei nº 14.071, de 2020) (Vigência)
XII – (VETADO). (Incluído pela Lei nº 14.071, de 2020) (Vigên- c) de dia, no caso de veículos de transporte coletivo de passa-
cia) geiros em circulação em faixas ou pistas a eles destinadas; (Reda-
§ 1º Para ciclos aplica-se o disposto nos incisos III, VII e VIII, ção dada pela Lei nº 14.071, de 2020) (Vigência)
além de: d) de dia, no caso de motocicletas, motonetas e ciclomoto-
a) conduzir passageiro fora da garupa ou do assento especial res; (Redação dada pela Lei nº 14.071, de 2020)(Vigência)
a ele destinado; e) de dia, em rodovias de pista simples situadas fora dos perí-
b) transitar em vias de trânsito rápido ou rodovias, salvo onde metros urbanos, no caso de veículos desprovidos de luzes de roda-
houver acostamento ou faixas de rolamento próprias; gem diurna; (Incluído pela Lei nº 14.071, de 2020) (Vigência)
c) transportar crianças que não tenham, nas circunstâncias, II - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 14.071, de 2020)
condições de cuidar de sua própria segurança. (Vigência)
§ 2º Aplica-se aos ciclomotores o disposto na alínea b do pa- III - deixar de manter a placa traseira iluminada, à noite;
rágrafo anterior: Infração - média;
Infração - média; Penalidade - multa.
Penalidade - multa. IV - deixar o veículo de transporte público coletivo de passagei-
§ 3o A restrição imposta pelo inciso VI do caput deste artigo ros ou de escolares de manter a porta fechada: (Incluído pela Lei
não se aplica às motocicletas e motonetas que tracionem semi-re- nº 14.440, de 2022)
boques especialmente projetados para esse fim e devidamente ho- Infração - gravíssima; (Incluído pela Lei nº 14.440, de 2022)
mologados pelo órgão competente.(Incluído pela Lei nº 10.517, de Penalidade - multa;(Incluído pela Lei nº 14.440, de 2022)
2002) Medida administrativa - retenção do veículo até a regulariza-
Art. 245. Utilizar a via para depósito de mercadorias, materiais ção.(Incluído pela Lei nº 14.440, de 2022)
ou equipamentos, sem autorização do órgão ou entidade de trânsi- Art. 251. Utilizar as luzes do veículo:
to com circunscrição sobre a via: I - o pisca-alerta, exceto em imobilizações ou situações de
Infração - grave; emergência;
Penalidade - multa; II - baixa e alta de forma intermitente, exceto nas seguintes
Medida administrativa - remoção da mercadoria ou do mate- situações:
rial. a) a curtos intervalos, quando for conveniente advertir a outro
Parágrafo único. A penalidade e a medida administrativa inci- condutor que se tem o propósito de ultrapassá-lo;
dirão sobre a pessoa física ou jurídica responsável. b) em imobilizações ou situação de emergência, como adver-
Art. 246. Deixar de sinalizar qualquer obstáculo à livre circula- tência, utilizando pisca-alerta;
ção, à segurança de veículo e pedestres, tanto no leito da via terres- c) quando a sinalização de regulamentação da via determinar
tre como na calçada, ou obstaculizar a via indevidamente: o uso do pisca-alerta:
Infração - gravíssima; Infração - média;
Penalidade - multa, agravada em até cinco vezes, a critério da Penalidade - multa.
autoridade de trânsito, conforme o risco à segurança. Art. 252. Dirigir o veículo:
Parágrafo único. A penalidade será aplicada à pessoa física ou I - com o braço do lado de fora;
jurídica responsável pela obstrução, devendo a autoridade com cir- II - transportando pessoas, animais ou volume à sua esquerda
cunscrição sobre a via providenciar a sinalização de emergência, às ou entre os braços e pernas;
expensas do responsável, ou, se possível, promover a desobstrução. III - com incapacidade física ou mental temporária que com-
Art. 247. Deixar de conduzir pelo bordo da pista de rolamento, prometa a segurança do trânsito;
em fila única, os veículos de tração ou propulsão humana e os de IV - usando calçado que não se firme nos pés ou que compro-
tração animal, sempre que não houver acostamento ou faixa a eles meta a utilização dos pedais;
destinados: V - com apenas uma das mãos, exceto quando deva fazer sinais
Infração - média; regulamentares de braço, mudar a marcha do veículo, ou acionar
Penalidade - multa. equipamentos e acessórios do veículo;
Art. 248. Transportar em veículo destinado ao transporte de VI - utilizando-se de fones nos ouvidos conectados a aparelha-
passageiros carga excedente em desacordo com o estabelecido no gem sonora ou de telefone celular;
art. 109: Infração - média;
Infração - grave; Penalidade - multa.
Penalidade - multa; VII - realizando a cobrança de tarifa com o veículo em movi-
Medida administrativa - retenção para o transbordo. mento:(Incluído pela Lei nº 13.154, de 2015)
Art. 249. Deixar de manter acesas, à noite, as luzes de posição, Infração - média;(Incluído pela Lei nº 13.154, de 2015)
quando o veículo estiver parado, para fins de embarque ou desem- Penalidade - multa.(Incluído pela Lei nº 13.154, de 2015)
barque de passageiros e carga ou descarga de mercadorias: Parágrafo único. A hipótese prevista no inciso V caracterizar-se-
Infração - média; -á como infração gravíssima no caso de o condutor estar seguran-
Penalidade - multa. do ou manuseando telefone celular.(Incluído pela Lei nº 13.281, de
Art. 250. Quando o veículo estiver em movimento: 2016)(Vigência)
I - deixar de manter acesa a luz baixa: Art. 253. Bloquear a via com veículo:
a) durante a noite; Infração - gravíssima;
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CÓDIGO DE TRÂNSITO
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CÓDIGO DE TRÂNSITO
VI - gestos do agente de trânsito e do condutor. § 2o Nas hipóteses previstas no § 1o deste artigo, deverá ser
Art. 88. Nenhuma via pavimentada poderá ser entregue após instaurado inquérito policial para a investigação da infração pe-
sua construção, ou reaberta ao trânsito após a realização de obras nal. (Incluído pela Lei nº 11.705, de 2008)
ou de manutenção, enquanto não estiver devidamente sinalizada, § 3º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.546, de 2017) (Vi-
vertical e horizontalmente, de forma a garantir as condições ade- gência)
quadas de segurança na circulação. § 4º O juiz fixará a pena-base segundo as diretrizes previstas
Parágrafo único. Nas vias ou trechos de vias em obras deverá no art. 59 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Có-
ser afixada sinalização específica e adequada. digo Penal), dando especial atenção à culpabilidade do agente e às
Art. 89. A sinalização terá a seguinte ordem de prevalência: circunstâncias e consequências do crime. (Incluído pela Lei nº
I - as ordens do agente de trânsito sobre as normas de circula- 13.546, de 2017) (Vigência)
ção e outros sinais; Art. 292. A suspensão ou a proibição de se obter a permissão
II - as indicações do semáforo sobre os demais sinais; ou a habilitação para dirigir veículo automotor pode ser imposta
III - as indicações dos sinais sobre as demais normas de trân- isolada ou cumulativamente com outras penalidades. (Redação
sito. dada pela Lei nº 12.971, de 2014) (Vigência)
Art. 90. Não serão aplicadas as sanções previstas neste Códi- Art. 293. A penalidade de suspensão ou de proibição de se
go por inobservância à sinalização quando esta for insuficiente ou obter a permissão ou a habilitação, para dirigir veículo automotor,
incorreta. tem a duração de dois meses a cinco anos.
§ 1º O órgão ou entidade de trânsito com circunscrição sobre § 1º Transitada em julgado a sentença condenatória, o réu será
a via é responsável pela implantação da sinalização, respondendo intimado a entregar à autoridade judiciária, em quarenta e oito ho-
pela sua falta, insuficiência ou incorreta colocação. ras, a Permissão para Dirigir ou a Carteira de Habilitação.
§ 2º O CONTRAN editará normas complementares no que se § 2º A penalidade de suspensão ou de proibição de se obter
refere à interpretação, colocação e uso da sinalização. a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor não se
inicia enquanto o sentenciado, por efeito de condenação penal, es-
tiver recolhido a estabelecimento prisional.
Art. 294. Em qualquer fase da investigação ou da ação penal,
Prezado Candidato, o tema acima supracitado, já foi abordado havendo necessidade para a garantia da ordem pública, poderá o
em tópicos anteriores. juiz, como medida cautelar, de ofício, ou a requerimento do Minis-
tério Público ou ainda mediante representação da autoridade poli-
cial, decretar, em decisão motivada, a suspensão da permissão ou
LEI FEDERAL 9503 /97- CAPÍTULO XIX – DOS CRIMES da habilitação para dirigir veículo automotor, ou a proibição de sua
DE TRÂNSITO obtenção.
Parágrafo único. Da decisão que decretar a suspensão ou a
CAPÍTULO XIX medida cautelar, ou da que indeferir o requerimento do Ministério
DOS CRIMES DE TRÂNSITO Público, caberá recurso em sentido estrito, sem efeito suspensivo.
Art. 295. A suspensão para dirigir veículo automotor ou a proi-
SEÇÃO I bição de se obter a permissão ou a habilitação será sempre comu-
DISPOSIÇÕES GERAIS nicada pela autoridade judiciária ao Conselho Nacional de Trânsito
- CONTRAN, e ao órgão de trânsito do Estado em que o indiciado ou
Art. 291. Aos crimes cometidos na direção de veículos auto- réu for domiciliado ou residente.
motores, previstos neste Código, aplicam-se as normas gerais do Art. 296. Se o réu for reincidente na prática de crime previsto
Código Penal e do Código de Processo Penal, se este Capítulo não neste Código, o juiz aplicará a penalidade de suspensão da permis-
dispuser de modo diverso, bem como a Lei nº 9.099, de 26 de se- são ou habilitação para dirigir veículo automotor, sem prejuízo das
tembro de 1995, no que couber. demais sanções penais cabíveis. (Redação dada pela Lei nº 11.705,
§ 1o Aplica-se aos crimes de trânsito de lesão corporal culposa de 2008)
o disposto nos arts. 74, 76 e 88 da Lei no 9.099, de 26 de setembro Art. 297. A penalidade de multa reparatória consiste no pa-
de 1995, exceto se o agente estiver: (Renumerado do parágrafo gamento, mediante depósito judicial em favor da vítima, ou seus
único pela Lei nº 11.705, de 2008) sucessores, de quantia calculada com base no disposto no § 1º do
I - sob a influência de álcool ou qualquer outra substância psi- art. 49 do Código Penal, sempre que houver prejuízo material resul-
coativa que determine dependência; (Incluído pela Lei nº 11.705, tante do crime.
de 2008) § 1º A multa reparatória não poderá ser superior ao valor do
II - participando, em via pública, de corrida, disputa ou com- prejuízo demonstrado no processo.
petição automobilística, de exibição ou demonstração de perícia § 2º Aplica-se à multa reparatória o disposto nos arts. 50 a 52
em manobra de veículo automotor, não autorizada pela autoridade do Código Penal.
competente; (Incluído pela Lei nº 11.705, de 2008) § 3º Na indenização civil do dano, o valor da multa reparatória
III - transitando em velocidade superior à máxima permitida será descontado.
para a via em 50 km/h (cinqüenta quilômetros por hora). (Incluído Art. 298. São circunstâncias que sempre agravam as penali-
pela Lei nº 11.705, de 2008) dades dos crimes de trânsito ter o condutor do veículo cometido
a infração:
I - com dano potencial para duas ou mais pessoas ou com gran-
de risco de grave dano patrimonial a terceiros;
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CÓDIGO DE TRÂNSITO
II - utilizando o veículo sem placas, com placas falsas ou adul- § 2o A pena privativa de liberdade é de reclusão de dois a
teradas; cinco anos, sem prejuízo das outras penas previstas neste artigo,
III - sem possuir Permissão para Dirigir ou Carteira de Habili- se o agente conduz o veículo com capacidade psicomotora alterada
tação; em razão da influência de álcool ou de outra substância psicoativa
IV - com Permissão para Dirigir ou Carteira de Habilitação de que determine dependência, e se do crime resultar lesão corporal
categoria diferente da do veículo; de natureza grave ou gravíssima. (Incluído pela Lei nº 13.546, de
V - quando a sua profissão ou atividade exigir cuidados espe- 2017) (Vigência)
ciais com o transporte de passageiros ou de carga; Art. 304. Deixar o condutor do veículo, na ocasião do sinistro,
VI - utilizando veículo em que tenham sido adulterados equi- de prestar imediato socorro à vítima, ou, não podendo fazê-lo dire-
pamentos ou características que afetem a sua segurança ou o seu tamente, por justa causa, deixar de solicitar auxílio da autoridade
funcionamento de acordo com os limites de velocidade prescritos pública: (Redação dada pela Lei nº 14.599, de 2023)
nas especificações do fabricante; Penas - detenção, de seis meses a um ano, ou multa, se o fato
VII - sobre faixa de trânsito temporária ou permanentemente não constituir elemento de crime mais grave.
destinada a pedestres. Parágrafo único. Incide nas penas previstas neste artigo o con-
Parágrafo único. (VETADO). (Incluído pela Lei nº 14.304, de dutor do veículo, ainda que a sua omissão seja suprida por terceiros
2022) (Vigência) ou que se trate de vítima com morte instantânea ou com ferimen-
Art. 299. (VETADO) tos leves.
Art. 300. (VETADO) Art. 305. Afastar-se o condutor do veículo do local do sinistro,
Art. 301. Ao condutor de veículo, nos casos de sinistros de trân- para fugir à responsabilidade penal ou civil que lhe possa ser atribu-
sito que resultem em vítima, não se imporá a prisão em flagrante ída:(Redação dada pela Lei nº 14.599, de 2023)
nem se exigirá fiança, se prestar pronto e integral socorro àque- Penas - detenção, de seis meses a um ano, ou multa.
la. (Redação dada pela Lei nº 14.599, de 2023) Art. 306. Conduzir veículo automotor com capacidade psico-
motora alterada em razão da influência de álcool ou de outra subs-
SEÇÃO II tância psicoativa que determine dependência: (Redação dada pela
DOS CRIMES EM ESPÉCIE Lei nº 12.760, de 2012)
Penas - detenção, de seis meses a três anos, multa e suspensão
Art. 302. Praticar homicídio culposo na direção de veículo au- ou proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir
tomotor: veículo automotor.
Penas - detenção, de dois a quatro anos, e suspensão ou proi- § 1o As condutas previstas no caput serão constatadas
bição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo por: (Incluído pela Lei nº 12.760, de 2012)
automotor. I - concentração igual ou superior a 6 decigramas de álcool por
§ 1o No homicídio culposo cometido na direção de veículo litro de sangue ou igual ou superior a 0,3 miligrama de álcool por
automotor, a pena é aumentada de 1/3 (um terço) à metade, se o litro de ar alveolar; ou (Incluído pela Lei nº 12.760, de 2012)
agente: (Incluído pela Lei nº 12.971, de 2014) (Vigência) II - sinais que indiquem, na forma disciplinada pelo Contran,
I - não possuir Permissão para Dirigir ou Carteira de Habilita- alteração da capacidade psicomotora. (Incluído pela Lei nº 12.760,
ção; (Incluído pela Lei nº 12.971, de 2014) (Vigência) de 2012)
II - praticá-lo em faixa de pedestres ou na calçada; (Incluído § 2o A verificação do disposto neste artigo poderá ser obtida
pela Lei nº 12.971, de 2014) (Vigência) mediante teste de alcoolemia ou toxicológico, exame clínico, perí-
III - deixar de prestar socorro, quando possível fazê-lo sem risco cia, vídeo, prova testemunhal ou outros meios de prova em direito
pessoal, à vítima do sinistro; (Redação dada pela Lei nº 14.599, admitidos, observado o direito à contraprova. (Redação dada pela
de 2023) Lei nº 12.971, de 2014) (Vigência)
IV - no exercício de sua profissão ou atividade, estiver condu- § 3o O Contran disporá sobre a equivalência entre os distintos
zindo veículo de transporte de passageiros. (Incluído pela Lei nº testes de alcoolemia ou toxicológicos para efeito de caracterização
12.971, de 2014) (Vigência) do crime tipificado neste artigo. (Redação dada pela Lei nº 12.971,
V - (Revogado pela Lei nº 11.705, de 2008) de 2014) (Vigência)
§ 2o (Revogado pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência) § 4º Poderá ser empregado qualquer aparelho homologado
§ 3o Se o agente conduz veículo automotor sob a influência de pelo Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia - IN-
álcool ou de qualquer outra substância psicoativa que determine METRO - para se determinar o previsto no caput. (Incluído pela
dependência: (Incluído pela Lei nº 13.546, de 2017) (Vigência) Lei nº 13.840, de 2019)
Penas - reclusão, de cinco a oito anos, e suspensão ou proibição Art. 307. Violar a suspensão ou a proibição de se obter a per-
do direito de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veí- missão ou a habilitação para dirigir veículo automotor imposta com
culo automotor. (Incluído pela Lei nº 13.546, de 2017) (Vigência) fundamento neste Código:
Art. 303. Praticar lesão corporal culposa na direção de veículo Penas - detenção, de seis meses a um ano e multa, com nova
automotor: imposição adicional de idêntico prazo de suspensão ou de proibi-
Penas - detenção, de seis meses a dois anos e suspensão ou ção.
proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veí- Parágrafo único. Nas mesmas penas incorre o condenado que
culo automotor. deixa de entregar, no prazo estabelecido no § 1º do art. 293, a Per-
§ 1o Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) à metade, se ocor- missão para Dirigir ou a Carteira de Habilitação.
rer qualquer das hipóteses do § 1o do art. 302. (Renumerado do
parágrafo único pela Lei nº 13.546, de 2017) (Vigência)
178
CÓDIGO DE TRÂNSITO
Art. 308. Participar, na direção de veículo automotor, em via II - trabalho em unidades de pronto-socorro de hospitais da
pública, de corrida, disputa ou competição automobilística ou ain- rede pública que recebem vítimas de sinistro de trânsito e politrau-
da de exibição ou demonstração de perícia em manobra de veículo matizados; (Redação dada pela Lei nº 14.599, de 2023)
automotor, não autorizada pela autoridade competente, gerando III - trabalho em clínicas ou instituições especializadas na re-
situação de risco à incolumidade pública ou privada: (Redação cuperação de sinistrados de trânsito; (Redação dada pela Lei nº
dada pela Lei nº 13.546, de 2017) (Vigência) 14.599, de 2023)
Penas - detenção, de 6 (seis) meses a 3 (três) anos, multa e IV - outras atividades relacionadas a resgate, atendimento e re-
suspensão ou proibição de se obter a permissão ou a habilitação cuperação de vítimas de sinistros de trânsito. (Redação dada pela
para dirigir veículo automotor. (Redação dada pela Lei nº 12.971, Lei nº 14.599, de 2023)
de 2014) (Vigência) Art. 312-B. Aos crimes previstos no § 3º do art. 302 e no §
§ 1o Se da prática do crime previsto no caput resultar lesão 2º do art. 303 deste Código não se aplica o disposto no inciso I
corporal de natureza grave, e as circunstâncias demonstrarem que do caput do art. 44 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro
o agente não quis o resultado nem assumiu o risco de produzi-lo, a de 1940 (Código Penal) . (Incluído pela Lei nº 14.071, de 2020)
pena privativa de liberdade é de reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos,
sem prejuízo das outras penas previstas neste artigo. (Incluído
pela Lei nº 12.971, de 2014) (Vigência) QUESTÕES
§ 2o Se da prática do crime previsto no caput resultar morte, e
as circunstâncias demonstrarem que o agente não quis o resultado 1. Avança SP - 2023
nem assumiu o risco de produzi-lo, a pena privativa de liberdade é De acordo com o Art. 89 CTB. A sinalização terá a seguinte or-
de reclusão de 5 (cinco) a 10 (dez) anos, sem prejuízo das outras dem de prevalência:
penas previstas neste artigo. (Incluído pela Lei nº 12.971, de I - as ordens do agente de trânsito sobre as normas de circula-
2014) (Vigência) ção e outros sinais;
Art. 309. Dirigir veículo automotor, em via pública, sem a de- II - pelo fabricante ou montadora, antes da comercialização, no
vida Permissão para Dirigir ou Habilitação ou, ainda, se cassado o caso de veículo nacional;
direito de dirigir, gerando perigo de dano: III - inspeção semestral para verificação dos equipamentos
Penas - detenção, de seis meses a um ano, ou multa. obrigatórios e de segurança.
Art. 310. Permitir, confiar ou entregar a direção de veículo au- (A) Apenas I está correto.
tomotor a pessoa não habilitada, com habilitação cassada ou com (B) Apenas II está correto.
o direito de dirigir suspenso, ou, ainda, a quem, por seu estado de (C) Apenas III está correto.
saúde, física ou mental, ou por embriaguez, não esteja em condi- (D) Apenas I e II estão corretos.
ções de conduzi-lo com segurança: (E) I II e III estão corretos.
Penas - detenção, de seis meses a um ano, ou multa.
Art. 310-A. (VETADO) (Incluído pela Lei nº 12.619, de 2. Avança SP - 2023
2012) (Vigência) De acordo com o Código de Trânsito Brasileiro, Art. 87. Os sinais
Art. 311. Trafegar em velocidade incompatível com a seguran- de trânsito classificam-se em:
ça nas proximidades de escolas, hospitais, estações de embarque e I - verticais; II - horizontais; III - dispositivos de sinalização au-
desembarque de passageiros, logradouros estreitos, ou onde haja xiliar;
grande movimentação ou concentração de pessoas, gerando perigo (A) Apenas I está correto
de dano: (B) Apenas II está correto
Penas - detenção, de seis meses a um ano, ou multa. (C) Apenas I e II estão corretos
Art. 312. Inovar artificiosamente, em caso de sinistro automo- (D) I, II e III estão corretos
bilístico com vítima, na pendência do respectivo procedimento po- (E) Apenas III está correto
licial preparatório, inquérito policial ou processo penal, o estado de
lugar, de coisa ou de pessoa, a fim de induzir a erro o agente policial, 3. OBJETIVA - 2023
o perito ou o juiz: (Redação dada pela Lei nº 14.599, de 2023) Dispositivos auxiliares são itens inseridos na via ou em obstá-
Penas - detenção, de seis meses a um ano, ou multa. culos próximos a ela, tornando mais eficiente e seguro o trânsito de
Parágrafo único. Aplica-se o disposto neste artigo, ainda que veículos automotores e pedestres. A respeito dos aspectos legais
não iniciados, quando da inovação, o procedimento preparatório, o dos dispositivos auxiliares, marcar C para as afirmativas Certas, E
inquérito ou o processo aos quais se refere. para as Erradas e, após, assinalar a alternativa que apresenta a se-
Art. 312-A. Para os crimes relacionados nos arts. 302 a 312 quência CORRETA:
deste Código, nas situações em que o juiz aplicar a substituição ( ) Os dispositivos auxiliares são utilizados para substituir a si-
de pena privativa de liberdade por pena restritiva de direitos, esta nalização padronizada.
deverá ser de prestação de serviço à comunidade ou a entidades ( ) Isolados, os dispositivos auxiliares têm função de regula-
públicas, em uma das seguintes atividades: (Incluído pela Lei nº mentar a circulação nas vias públicas.
13.281, de 2016) (Vigência) ( ) Dispositivos auxiliares delimitadores são dispositivos utiliza-
I - trabalho, aos fins de semana, em equipes de resgate dos dos para orientar o condutor quanto aos limites do espaço destina-
corpos de bombeiros e em outras unidades móveis especializadas do ao rolamento e a sua separação em faixas de trânsito.
no atendimento a vítimas de trânsito; (Incluído pela Lei nº 13.281, (A) C - C - E.
de 2016) (Vigência) (B) E - E - C.
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CÓDIGO DE TRÂNSITO
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CÓDIGO DE TRÂNSITO
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CÓDIGO DE TRÂNSITO
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GABARITO ______________________________________________________
______________________________________________________
1 A
______________________________________________________
2 D
3 B ______________________________________________________
4 B ______________________________________________________
5 A
______________________________________________________
6 D
7 E ______________________________________________________
8 D ______________________________________________________
9 B
______________________________________________________
10 C
11 A ______________________________________________________
12 D ______________________________________________________
13 E
______________________________________________________
14 A
15 E ______________________________________________________
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ANOTAÇÕES ______________________________________________________
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INFORMÁTICA
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INFORMÁTICA
Área de transferência
A área de transferência é muito importante e funciona em se-
gundo plano. Ela funciona de forma temporária guardando vários
tipos de itens, tais como arquivos, informações etc.
– Quando executamos comandos como “Copiar” ou “Ctrl + C”,
estamos copiando dados para esta área intermediária.
Facilidades
Música e Vídeo
Temos o Media Player como player nativo para ouvir músicas
e assistir vídeos. O Windows Media Player é uma excelente expe-
riência de entretenimento, nele pode-se administrar bibliotecas
de música, fotografia, vídeos no seu computador, copiar CDs, criar
playlists e etc., isso também é válido para o media center.
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INFORMÁTICA
Ferramentas do sistema
• A limpeza de disco é uma ferramenta importante, pois o pró-
prio Windows sugere arquivos inúteis e podemos simplesmente
confirmar sua exclusão.
WINDOWS 8
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INFORMÁTICA
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INFORMÁTICA
Jogos
Programas e aplicativos Temos também jogos anexados ao Windows 8.
Transferência
O recurso de transferência fácil do Windows 8 é muito impor-
tante, pois pode ajudar na escolha de seus arquivos para serem sal-
vos, tendo assim uma cópia de segurança.
Interação com o conjunto de aplicativos
Vamos separar esta interação do usuário por categoria para en-
tendermos melhor as funções categorizadas.
Facilidades
Música e Vídeo
Temos o Media Player como player nativo para ouvir músicas
e assistir vídeos. O Windows Media Player é uma excelente expe-
riência de entretenimento, nele pode-se administrar bibliotecas
de música, fotografia, vídeos no seu computador, copiar CDs, criar
playlists e etc., isso também é válido para o media center.
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INFORMÁTICA
Área de transferência
A área de transferência é muito importante e funciona em se-
gundo plano. Ela funciona de forma temporária guardando vários
tipos de itens, tais como arquivos, informações etc.
– Quando executamos comandos como “Copiar” ou “Ctrl + C”,
estamos copiando dados para esta área intermediária.
– Quando executamos comandos como “Colar” ou “Ctrl + V”,
estamos colando, isto é, estamos pegando o que está gravado na
área de transferência.
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INFORMÁTICA
Inicialização e finalização
– Ferramentas do sistema
• A limpeza de disco é uma ferramenta importante, pois o pró-
prio Windows sugere arquivos inúteis e podemos simplesmente
confirmar sua exclusão.
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INFORMÁTICA
Pasta
São estruturas que dividem o disco em várias partes de tamanhos variados as quais podem pode armazenar arquivos e outras pastas
(subpastas)1.
Arquivo
É a representação de dados/informações no computador os quais ficam dentro das pastas e possuem uma extensão que identifica o
tipo de dado que ele representa.
Extensões de arquivos
Existem vários tipos de arquivos como arquivos de textos, arquivos de som, imagem, planilhas, etc. Alguns arquivos são universais
podendo ser aberto em qualquer sistema. Mas temos outros que dependem de um programa específico como os arquivos do Corel Draw
que necessita o programa para visualizar. Nós identificamos um arquivo através de sua extensão. A extensão são aquelas letras que ficam
no final do nome do arquivo.
Exemplos:
.txt: arquivo de texto sem formatação.
.html: texto da internet.
.rtf: arquivo do WordPad.
.doc e .docx: arquivo do editor de texto Word com formatação.
É possível alterar vários tipos de arquivos, como um documento do Word (.docx) para o PDF (.pdf) como para o editor de texto do
LibreOffice (.odt). Mas atenção, tem algumas extensões que não são possíveis e caso você tente poderá deixar o arquivo inutilizável.
1 https://docente.ifrn.edu.br/elieziosoares/disciplinas/informatica/aula-05-manipulacao-de-arquivos-e-pastas
192
INFORMÁTICA
Bibliotecas
Criadas para facilitar o gerenciamento de arquivos e pastas, são um local virtual que agregam conteúdo de múltiplos locais em um só.
Estão divididas inicialmente em 4 categorias:
– Documentos;
– Imagens;
– Músicas;
– Vídeos.
Windows Explorer
O Windows Explorer é um gerenciador de informações, arquivos, pastas e programas do sistema operacional Windows da Microsoft2.
Todo e qualquer arquivo que esteja gravado no seu computador e toda pasta que exista nele pode ser vista pelo Windows Explorer.
Possui uma interface fácil e intuitiva.
Na versão em português ele é chamado de Gerenciador de arquivo ou Explorador de arquivos.
O seu arquivo é chamado de Explorer.exe
Normalmente você o encontra na barra de tarefas ou no botão Iniciar > Programas > Acessórios.
2 https://centraldefavoritos.com.br/2019/06/05/conceitos-de-organizacao-e-de-gerenciamento-de-informacoes-arquivos-pastas-e-programas/
193
INFORMÁTICA
Na parte de cima do Windows Explorer você terá acesso a muitas funções de gerenciamento como criar pastas, excluir, renomear, ex-
cluir históricos, ter acesso ao prompt de comando entre outras funcionalidades que aparecem sempre que você selecionar algum arquivo.
A coluna do lado esquerdo te dá acesso direto para tudo que você quer encontrar no computador. As pastas mais utilizadas são as de
Download, documentos e imagens.
Arquivos ocultos
São arquivos que normalmente são relacionados ao sistema. Eles ficam ocultos (invisíveis) por que se o usuário fizer alguma alteração,
poderá danificar o Sistema Operacional.
Apesar de estarem ocultos e não serem exibido pelo Windows Explorer na sua configuração padrão, eles ocupam espaço no disco.
194
INFORMÁTICA
O Word faz parte da suíte de aplicativos Office, e é considerado um dos principais produtos da Microsoft sendo a suíte que domina o
mercado de suítes de escritório.
Word é um processador de textos versátil com recursos avançados de editoração eletrônica capaz de criar textos, elementos gráficos,
cartas, relatórios, páginas da Internet e e-mail3.
A versão 2010 trouxe muitos novos recursos úteis para o programa, junto com alterações importantes na interface do usuário que foi
projetada para aprimorar o acesso a toda a ampla variedade de recursos do Word.
A interface do Word 2010 é bem diferente da versão 2003 e bem parecida com o Word 2007. Dentre as vantagens oferecidas pelo
aplicativo, podemos destacar: efeitos de formatação como preenchimentos de gradiente e reflexos, diretamente no texto do documento,
aplicar ao texto e às formas, muitos dos mesmos efeitos que talvez já use para imagens, gráficos e elementos gráficos SmartArt, uso do
Painel de Navegação que facilita a pesquisa e até a reorganização do conteúdo do documento em poucos cliques, além de ferramentas
para trabalhos em rede.
1. Barra de título: exibe o nome de arquivo do documento que está sendo editado e o nome do software que você está usando4. Ele
também inclui a minimizar padrão, restauração, botões e fechar.
2. Ferramentas de acesso rápido: comandos que costumam ser usados, como Salvar, Desfazer, e Refazer estão localizados aqui. No
final da barra de ferramentas de acesso rápido é um menu suspenso onde você pode adicionar outros comumente usados ou necessários
comumente comandos.
3. Guia de arquivo: clique neste botão para localizar comandos que atuam no documento, em vez do conteúdo do documento, como
o Novo, Abrir, Salvar como, Imprimir e Fechar.
4. A faixa de opções: comandos necessários para o seu trabalho estão localizados aqui. A aparência da faixa de opções será alterada
dependendo do tamanho do seu monitor. O Word irá compactar a faixa de opções alterando a organização dos controles para acomodar
monitores menores.
5. Janela de editar: mostra o conteúdo do documento que você está editando.
3 Monteiro, E. Microsoft Word 2007.
4 https://support.microsoft.com/pt-br/office/word-para-novos-usu%C3%A1rios-cace0fd8-eed9-4aa2-b3c6-07d39895886c#ID0EAABAAA=Office_2010
195
INFORMÁTICA
6. Barra de rolagem: permite a você alterar a posição de exibi- 2. Ao manter pressionado o botão esquerdo do mouse, movê-
ção do documento que você está editando. -la para a direita (chamada de “arrastar”) para selecionar o texto.
7. Barra de status: exibe informações sobre o documento que Uma cor de plano de fundo é adicionada no local do texto selecio-
você está editando. nado para indicar que o intervalo de seleção.
8. Botões de exibição: permite a você alterar o modo de exi- A maioria das ferramentas de formatação de texto são encon-
bição do documento que você está editando para atender às suas trados clicando na guia página inicial e, em seguida, escolhendo no
necessidades. grupo fonte.
9. Controle de slide de zoom: permite que você alterar as con-
figurações de zoom do documento que você está editando.
É possível abrir um documento do Word para continuar seu tra- Novo (Ctrl + O): exibe um novo docu-
balho. Para abrir um documento, faça o seguinte: mento em branco.
1. Clique no botão Iniciar e, em seguida, clique em documen-
tos. Ctrl + A (Abrir): abre documentos ante-
2. Navegue até o local onde você armazenou o arquivo e clique riormente salvos.
duas vezes no arquivo. Aparece a tela de inicialização do Word e,
em seguida, o documento é exibido.
Ctrl + B (Salvar): grava o arquivo.
É possível também abrir um documento a partir do Word cli-
cando na guia arquivo e, em seguida, clicando em Abrir. Para abrir
um documento que salvo recentemente, clique em recentes. Ctrl + P (Imprimir): imprime o documen-
to.
Criando documentos no Word
O texto padrão criado no Word é chamado de documento, Visualizar a impressão.
quando salvos no computador, este documento recebe o nome de-
finido pelo usuário e a extensão .DOCX (ponto DOCX).
Ao salvar um documento do Word, você também poderá criar Verificar Ortografia e Gramática F7
seus próprios modelos no Word. Bastando para isso informar que o
arquivo será salvo no formato Modelo de documento, na janela do Ctrl+U (Substituir): permite substituir
comando Arquivo/Salvar como... um texto no documento.
Neste caso, a extensão adotada pelo arquivo será .DOTX e se-
rão gravados em uma pasta específica, ao invés da extensão para Ctrl + X (Copiar): copia dados para a Área
documentos comuns .DOCX. Também é possível usar o comando de Transferência sem deixar de exibir a
Arquivo/Salvar como para salvar seu documento em diferentes for- imagem na tela.
matos como .HTM, .PDF, .ODT e .DOC utilizado pelas versões mais Ctrl + C (Copiar): copia dados para a Área
antigas do Word. de Transferência sem deixar de exibir a
imagem na tela.
Editar e formatar texto
Antes de editar ou formatar texto, primeiro selecione o texto. Ctrl + V (Colar): recupera dados enviados
Siga as etapas abaixo para selecionar o texto. para a Área de Transferência.
1. Coloque o cursor no início do texto que você gostaria de
editar ou formatar e, em seguida, pressione o botão esquerdo do Ctrl+Shift+C e Ctrl+Shift+V (Pincel): co-
mouse. pia e cola formatações de texto.
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INFORMÁTICA
Ctrl + K (Inserir Hiperlink): insere links de Shift+F3: alternar entre maiúsculas e mi-
parágrafos, arquivos ou Web. núsculas.
Desenho: exibe ou oculta a Barra de Fer- Marcadores: aplica marcadores aos pa-
ramentas Desenho. rágrafos selecionados.
Ctrl + *: exibe ou oculta caracteres não Numeração: formata como lista numera-
imprimíveis. da os parágrafos selecionados.
Efeito de Texto: atribui um efeito visual Tab (para descer um nível) e Shift+Tab
(brilho, sombra ou reflexo) ao texto se- (para subir um nível): numeração de Vá-
lecionado. rios Níveis: formata os parágrafos com
lista numerada em vários níveis.
Shift + F3 (Maiúsculas e Minúsculas): al-
terna a capitalização do texto. Diminuir recuo: avança o texto em dire-
ção à margem esquerda.
F1: Ajuda do Word
Aumentar recuo: distancia o texto da
margem esquerda.
Alterar Estilos: exibe o painel de forma-
tação de estilo. Classificar: coloca em ordem alfabética
parágrafos iniciados por textos ou núme-
Ctrl+Shift+F (Fonte): apresenta uma lista ros.
de opções para modificar a tipografia da
fonte (letra). Ctrl+Shift+* (Mostrar Tudo): exibe/Ocul-
ta caracteres não imprimíveis
Ctrl+Shift+P (Tamanho da Fonte): apre-
senta uma lista de opções para modificar
o tamanho da fonte. Ctrl+Q: alinhar à esquerda.
Limpar Formatação.
Ctrl+J: justificar
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INFORMÁTICA
Essa versão de edição de textos vem com novas ferramentas e que em Compartilhar para gerar um link ou enviar um convite por
novos recursos para que o usuário crie, edite e compartilhe docu- e-mail. Quando seus colegas abrem o documento e concordam em
mentos de maneira fácil e prática5. compartilhar automaticamente as alterações, você vê o trabalho
O Word 2016 está com um visual moderno, mas ao mesmo em tempo real.
tempo simples e prático, possui muitas melhorias, modelos de do-
cumentos e estilos de formatações predefinidos para agilizar e dar
um toque de requinte aos trabalhos desenvolvidos. Trouxe pou-
quíssimas novidades, seguiu as tendências atuais da computação,
permitindo o compartilhamento de documentos e possuindo inte-
gração direta com vários outros serviços da web, como Facebook,
Flickr, Youtube, Onedrive, Twitter, entre outros.
198
INFORMÁTICA
– Formatação de formas mais rápida: quando você insere formas da Galeria de Formas, é possível escolher entre uma coleção de
preenchimentos predefinidos e cores de tema para aplicar rapidamente o visual desejado.
– Guia Layout: o nome da Guia Layout da Página na versão 2010/2013 do Microsoft Word mudou para apenas Layout6.
Interface Gráfica
199
INFORMÁTICA
Faixa de Opções
Faixa de Opções é o local onde estão os principais comandos do Word, todas organizadas em grupos e distribuídas por meio de guias,
que permitem fácil localização e acesso. As faixas de Opções são separadas por nove guias: Arquivos; Página Inicial, Inserir, Design, Layout,
Referências, Correspondências, Revisão e Exibir.
200
INFORMÁTICA
– Página Inicial: possui ferramentas básicas para formatação de texto, como tamanho e cor da fonte, estilos de marcador, alinhamento
de texto, entre outras.
Grupo Fonte
201
INFORMÁTICA
Fonte: permite que selecionar uma fonte, ou seja, um tipo de letra a ser exibido em seu texto. Em cada
texto pode haver mais de um tipo de fontes diferentes.
Tamanho da fonte: é o tamanho da letra do texto. Permite escolher entre diferentes tamanhos de
fonte na lista ou que digite um tamanho manualmente.
Negrito: aplica o formato negrito (escuro) ao texto selecionado. Se o cursor estiver sobre uma palavra,
ela ficará toda em negrito. Se a seleção ou a palavra já estiver em negrito, a formatação será removida.
Itálico: aplica o formato itálico (deitado) ao texto selecionado. Se o cursor estiver sobre uma palavra,
ela ficará toda em itálico. Se a seleção ou palavra já estiver em itálico, a formatação será removida.
Sublinhado: sublinha, ou seja, insere ou remove uma linha embaixo do texto selecionado. Se o cursor
não está em uma palavra, o novo texto inserido será sublinhado.
Tachado: risca uma linha, uma palavra ou apenas uma letra no texto selecionado ou, se o cursor so-
mente estiver sobre uma palavra, esta palavra ficará riscada.
Cor do realce do texto: aplica um destaque colorido sobre a palavra, assim como uma caneta marca
texto.
Grupo Parágrafo
202
INFORMÁTICA
Espaçamento de linha e parágrafo: escolhe o espaçamento entre as linhas do texto ou entre parágra-
fos.
Sombreamento: aplica uma cor de fundo no parágrafo onde o cursor está posicionado.
Grupo Estilo
Possui vários estilos pré-definidos que permite salvar configurações relativas ao tamanho e cor da fonte, espaçamento entre linhas do
parágrafo.
Grupo Edição
CTRL+L: ao clicar nesse ícone é aberta a janela lateral, denominada navegação, onde é possível localizar
um uma palavra ou trecho dentro do texto.
CTRL+U: pesquisa no documento a palavra ou parte do texto que você quer mudar e o substitui por
outro de seu desejo.
Inserir: a guia inserir permite a inclusão de elementos ao texto, como: imagens, gráficos, formas, configurações de quebra de página,
equações, entre outras.
203
INFORMÁTICA
Adiciona uma folha inicial em seu documento, parecido como uma capa.
Uma seção divide um documento em partes determinadas pelo usuário para que sejam aplicados dife-
rentes estilos de formatação na mesma ou facilitar a numeração das páginas dentro dela.
Permite inserir uma tabela, uma planilha do Excel, desenhar uma tabela, tabelas rápidas ou converter o texto em tabela e
vice-versa.
Design: esta guia agrupa todos os estilos e formatações disponíveis para aplicar ao layout do documento.
Layout: a guia layout define configurações características ao formato da página, como tamanho, orientação, recuo, entre outras.
Referências: é utilizada para configurações de itens como sumário, notas de rodapé, legendas entre outros itens relacionados a iden-
tificação de conteúdo.
Correspondências: possui configuração para edição de cartas, mala direta, envelopes e etiquetas.
Revisão: agrupa ferramentas úteis para realização de revisão de conteúdo do texto, como ortografia e gramática, dicionário de sinô-
nimos, entre outras.
204
INFORMÁTICA
Formatos de arquivos
Veja abaixo alguns formatos de arquivos suportados pelo Word 2016:
.docx: formato xml.
.doc: formato da versão 2003 e anteriores.
.docm: formato que contém macro (vba).
.dot: formato de modelo (carta, currículo...) de documento da versão 2003 e anteriores.
.dotx: formato de modelo (carta, currículo...) com o padrão xml.
.odt: formato de arquivo do Libre Office Writer.
.rtf: formato de arquivos do WordPad.
.xml: formato de arquivos para Web.
.html: formato de arquivos para Web.
.pdf: arquivos portáteis.
MICROSOFT EXCEL (2010/2016): MODELOS E PASTAS DE TRABALHO; CRIAÇÃO, IMPORTAÇÃO, EDIÇÃO, FORMATAÇÃO
E IMPRESSÃO DE PLANILHAS; CLASSIFICAÇÃO E ORGANIZAÇÃO DE DADOS
O Microsoft Excel 2010 é um programa de planilha eletrônica de cálculos, em que as informações são digitadas em pequenos quadra-
dos chamadas de células.
É um programa voltado para construção de tabelas simples até as mais complexas. Ao abrir o aplicativo, o que se visualiza é uma folha
composta de colunas e linhas formando células.
205
INFORMÁTICA
Nessa versão temos uma maior quantidade de linhas e colunas, sendo especificamente, 1.048.576 linhas e 16.384 colunas.
Planilha Eletrônica
A Planilha Eletrônica é uma folha de cálculo disposta em forma de tabela, na qual poderão ser efetuados rapidamente vários tipos de
cálculos matemáticos, simples ou complexos.
Além disso, a planilha eletrônica permite criar tabelas que calculam automaticamente os totais de valores numéricos inseridos, impri-
mir tabelas em layouts organizados e criar gráficos simples.
9 http://www.prolinfo.com.br
206
INFORMÁTICA
Barra de Fórmulas
Nesta barra é onde inserimos o conteúdo de uma célula podendo conter fórmulas, cálculos ou textos, mais adiante mostraremos
melhor a sua utilidade.
Barra de Fórmulas.
Guia de Planilhas
Quando abrirmos um arquivo do Excel, na verdade estamos abrindo uma pasta de trabalho onde pode conter planilhas, gráficos, tabe-
las dinâmicas, então essas abas são identificadoras de cada item contido na pasta de trabalho, onde consta o nome de cada um.
Nesta versão quando abrimos uma pasta de trabalho, por padrão encontramos apenas uma planilha.
Guia de Planilhas.
Células.
A volta do “Arquivo”: o botão “Arquivo”, que ficou amplamente divulgado nas versões anteriores à versão 2007 retorna na versão
2010. Na versão 2007 este botão havia sido substituído pelo “Botão do Office”, mas na versão 2010, ele voltou a ser chamado de “Arquivo”,
que ao receber o clique, ingressará no “modo de exibição do Microsoft Office Backstage”.
A faixa de opções está organizada em guias/grupos e comandos. Nas versões anteriores ao MS Excel 2007 a faixa de opções era co-
nhecida como menu.
1. Guias: existem sete guias na parte superior. Cada uma representa tarefas principais executadas no Excel.
2. Grupos: cada guia tem grupos que mostram itens relacionados reunidos.
3. Comandos: um comando é um botão, uma caixa para inserir informações ou um menu.
207
INFORMÁTICA
Pasta de trabalho
É denominada pasta todo arquivo que for criado no MS Excel. Tudo que for criado será um arquivo com extensão: xls, xlsx, xlsm, xltx
ou xlsb.
Fórmulas
Fórmulas são equações que executam cálculos sobre valores na planilha. Uma fórmula sempre inicia com um sinal de igual (=).
Uma fórmula também pode conter os seguintes itens: funções, referências, operadores e constantes.
– Referências: uma referência identifica uma célula ou um intervalo de células em uma planilha e informa ao Microsoft Excel onde
procurar os valores ou dados a serem usados em uma fórmula.
– Operadores: um sinal ou símbolo que especifica o tipo de cálculo a ser executado dentro de uma expressão. Existem operadores
matemáticos, de comparação, lógicos e de referência.
– Constantes: é um valor que não é calculado, e que, portanto, não é alterado. Por exemplo: =C3+5.
O número 5 é uma constante. Uma expressão ou um valor resultante de uma expressão não é considerado uma constante.
Os cálculos são executados de acordo com a prioridade matemática, conforme esta sequência mostrada, podendo ser utilizados pa-
rênteses “ () ” para definir uma nova prioridade de cálculo.
208
INFORMÁTICA
Alça de Preenchimento.
Funções
Funções são fórmulas predefinidas que efetuam cálculos usando valores específicos, denominados argumentos, em uma determinada
ordem ou estrutura. As funções podem ser usadas para executar cálculos simples ou complexos.
Assim como as fórmulas, as funções também possuem uma estrutura (sintaxe), conforme ilustrado abaixo:
Estrutura da função.
NOME DA FUNÇÃO: todas as funções que o Excel permite usar em suas células tem um nome exclusivo.
Para obter uma lista das funções disponíveis, clique em uma célula e pressione SHIFT+F3.
ARGUMENTOS: os argumentos podem ser números, texto, valores lógicos, como VERDADEIRO ou FALSO, matrizes, valores de erro
como #N/D ou referências de célula. O argumento que você atribuir deve produzir um valor válido para esse argumento. Os argumentos
também podem ser constantes, fórmulas ou outras funções.
Função SOMA
Esta função soma todos os números que você especifica como argumentos. Cada argumento pode ser um intervalo, uma referência
de célula, uma matriz, uma constante, uma fórmula ou o resultado de outra função. Por exemplo, SOMA (A1:A5) soma todos os números
contidos nas células de A1 a A5. Outro exemplo: SOMA (A1;A3; A5) soma os números contidos nas células A1, A3 e A5.
209
INFORMÁTICA
Função MÉDIA
Esta função calcula a média aritmética de uma determinada faixa de células contendo números. Para tal, efetua o cálculo somando os
conteúdos dessas células e dividindo pela quantidade de células que foram somadas.
Função SE
A função SE é uma função do grupo de lógica, onde temos que tomar uma decisão baseada na lógica do problema. A função SE verifica
uma condição que pode ser Verdadeira ou Falsa, diante de um teste lógico.
Sintaxe
SE (teste lógico; valor se verdadeiro; valor se falso)
Exemplo:
Na planilha abaixo, como saber se o número é negativo, temos que verificar se ele é menor que zero.
Na célula A2 digitaremos a seguinte formula:
210
INFORMÁTICA
Função SOMASE
A função SOMASE é uma junção de duas funções já estudadas
aqui, a função SOMA e SE, onde buscaremos somar valores desde
que atenda a uma condição especificada: Aproveitando o mesmo exemplo da função anterior, podemos
contar a quantidade de homens e mulheres.
Sintaxe Na planilha acima, na célula C9 digitaremos a função =CONT.SE
SOMASE (intervalo analisado; critério; intervalo a ser somado) (B2:B7;”M”) para obter a quantidade de vendedores.
Onde:
Intervalo analisado (obrigatório): intervalo em que a função vai O Microsoft Excel 2016 é um software para criação e manuten-
analisar o critério. ção de Planilhas Eletrônicas.
A grande mudança de interface do aplicativo ocorreu a partir do
Critério (obrigatório): Valor ou Texto a ser procurado no inter- Excel 2007 (e de todos os aplicativos do Office 2007 em relação as
valo a ser analisado. versões anteriores). A interface do Excel, a partir da versão 2007, é
Intervalo a ser somado (opcional): caso o critério seja atendido muito diferente em relação as versões anteriores (até o Excel 2003).
é efetuado a soma da referida célula analisada. Não pode conter O Excel 2016 introduziu novas mudanças, para corrigir problemas e
texto neste intervalo. inconsistências relatadas pelos usuários do Excel 2010 e 2013.
Na versão 2016, temos uma maior quantidade de linhas e colu-
nas, sendo um total de 1.048.576 linhas por 16.384 colunas.
O Excel 2016 manteve as funcionalidades e recursos que já es-
tamos acostumados, além de implementar alguns novos, como10:
- 6 tipos novos de gráficos: Cascata, Gráfico Estatístico, Histo-
grama, Pareto e Caixa e Caixa Estreita.
- Pesquise, encontra e reúna os dados necessários em um único
local utilizando “Obter e Transformar Dados” (nas versões anterio-
res era Power Query disponível como suplemento.
- Utilize Mapas 3D (em versões anteriores com Power Map dis-
ponível como suplemento) para mostrar histórias junto com seus
Exemplo: dados.
Vamos calcular a somas das vendas dos vendedores por Gêne-
ro. Observando a planilha acima, na célula C9 digitaremos a função Especificamente sobre o Excel 2016, seu diferencial é a criação
=SOMASE (B2:B7;”M”; C2:C7) para obter a soma dos vendedores. e edição de planilhas a partir de dispositivos móveis de forma mais
fácil e intuitivo, vendo que atualmente, os usuários ainda não utili-
Função CONT.SE zam de forma intensa o Excel em dispositivos móveis.
Esta função conta quantas células se atender ao critério solici-
tado. Ela pede apenas dois argumentos, o intervalo a ser analisado
e o critério para ser verificado.
Sintaxe
CONT.SE (intervalo analisado; critério)
Onde:
Intervalo analisado (obrigatório): intervalo em que a função vai
analisar o critério.
10 https://ninjadoexcel.com.br/microsoft-excel-2016/
211
INFORMÁTICA
Ao abrir uma planilha em branco ou uma planilha, é exibida a área de trabalho do Excel 2016 com todas as ferramentas necessárias
para criar e editar planilhas11.
212
INFORMÁTICA
– Bancos de dados: você pode classificar pesquisar e administrar facilmente uma grande quantidade de informações utilizando ope-
rações de bancos de dados padronizadas.
– Gráficos: você pode rapidamente apresentar de forma visual seus dados. Além de escolher tipos pré-definidos de gráficos, você
pode personalizar qualquer gráfico da maneira desejada.
– Apresentações: Você pode usar estilos de células, ferramentas de desenho, galeria de gráficos e formatos de tabela para criar apre-
sentações de alta qualidade.
– Macros: as tarefas que são frequentemente utilizadas podem ser automatizadas pela criação e armazenamento de suas próprias
macros.
Planilha Eletrônica
A Planilha Eletrônica é uma folha de cálculo disposta em forma de tabela, na qual poderão ser efetuados rapidamente vários tipos de
cálculos matemáticos, simples ou complexos.
Além disso, a planilha eletrônica permite criar tabelas que calculam automaticamente os totais de valores numéricos inseridos, impri-
mir tabelas em layouts organizados e criar gráficos simples.
Barra de Fórmulas
Nesta barra é onde inserimos o conteúdo de uma célula podendo conter fórmulas, cálculos ou textos, mais adiante mostraremos
melhor a sua utilidade.
Barra de Fórmulas.
Guia de Planilhas
Quando abrirmos um arquivo do Excel, na verdade estamos abrindo uma pasta de trabalho onde pode conter planilhas, gráficos, tabe-
las dinâmicas, então essas abas são identificadoras de cada item contido na pasta de trabalho, onde consta o nome de cada um.
Nesta versão quando abrimos uma pasta de trabalho, por padrão encontramos apenas uma planilha.
Guia de Planilhas.
– Coluna: é o espaçamento entre dois traços na vertical. As colunas do Excel são representadas em letras de acordo com a ordem
alfabética crescente sendo que a ordem vai de “A” até “XFD”, e tem no total de 16.384 colunas em cada planilha.
213
INFORMÁTICA
– Linha: é o espaçamento entre dois traços na horizontal. As linhas de uma planilha são representadas em números, formam um total
de 1.048.576 linhas e estão localizadas na parte vertical esquerda da planilha.
Linhas e colunas.
Célula: é o cruzamento de uma linha com uma coluna. Na figura abaixo podemos notar que a célula selecionada possui um endereço
que é o resultado do cruzamento da linha 4 e a coluna B, então a célula será chamada B4, como mostra na caixa de nome logo acima da
planilha.
Células.
Pasta de trabalho
É denominada pasta todo arquivo que for criado no MS Excel. Tudo que for criado será um arquivo com extensão: xls, xlsx, xlsm, xltx
ou xlsb.
Fórmulas
Fórmulas são equações que executam cálculos sobre valores na planilha. Uma fórmula sempre inicia com um sinal de igual (=).
Uma fórmula também pode conter os seguintes itens: funções, referências, operadores e constantes.
– Referências: uma referência identifica uma célula ou um intervalo de células em uma planilha e informa ao Microsoft Excel onde
procurar os valores ou dados a serem usados em uma fórmula.
– Operadores: um sinal ou símbolo que especifica o tipo de cálculo a ser executado dentro de uma expressão. Existem operadores
matemáticos, de comparação, lógicos e de referência.
214
INFORMÁTICA
– Constantes: é um valor que não é calculado, e que, portanto, não é alterado. Por exemplo: =C3+5.
O número 5 é uma constante. Uma expressão ou um valor resultante de uma expressão não é considerado uma constante.
Funções
Funções são fórmulas predefinidas que efetuam cálculos usando valores específicos, denominados argumentos, em uma determinada
ordem ou estrutura. As funções podem ser usadas para executar cálculos simples ou complexos.
Assim como as fórmulas, as funções também possuem uma estrutura (sintaxe), conforme ilustrado abaixo:
Estrutura da função.
215
INFORMÁTICA
NOME DA FUNÇÃO: todas as funções que o Excel permite usar em suas células tem um nome exclusivo.
Para obter uma lista das funções disponíveis, clique em uma célula e pressione SHIFT+F3.
ARGUMENTOS: os argumentos podem ser números, texto, valores lógicos, como VERDADEIRO ou FALSO, matrizes, valores de erro
como #N/D ou referências de célula. O argumento que você atribuir deve produzir um valor válido para esse argumento. Os argumentos
também podem ser constantes, fórmulas ou outras funções.
Função SOMA
Esta função soma todos os números que você especifica como argumentos. Cada argumento pode ser um intervalo, uma referência
de célula, uma matriz, uma constante, uma fórmula ou o resultado de outra função. Por exemplo, SOMA (A1:A5) soma todos os números
contidos nas células de A1 a A5. Outro exemplo: SOMA (A1;A3; A5) soma os números contidos nas células A1, A3 e A5.
Função MÉDIA
Esta função calcula a média aritmética de uma determinada faixa de células contendo números. Para tal, efetua o cálculo somando os
conteúdos dessas células e dividindo pela quantidade de células que foram somadas.
216
INFORMÁTICA
Função SE
A função SE é uma função do grupo de lógica, onde temos que tomar uma decisão baseada na lógica do problema. A função SE verifica
uma condição que pode ser Verdadeira ou Falsa, diante de um teste lógico.
Sintaxe
SE (teste lógico; valor se verdadeiro; valor se falso)
Exemplo:
Na planilha abaixo, como saber se o número é negativo, temos que verificar se ele é menor que zero.
Na célula A2 digitaremos a seguinte formula:
Função SOMASE
A função SOMASE é uma junção de duas funções já estudadas aqui, a função SOMA e SE, onde buscaremos somar valores desde que
atenda a uma condição especificada:
Sintaxe
SOMASE (intervalo analisado; critério; intervalo a ser somado)
Onde:
Intervalo analisado (obrigatório): intervalo em que a função vai analisar o critério.
Critério (obrigatório): Valor ou Texto a ser procurado no intervalo a ser analisado.
Intervalo a ser somado (opcional): caso o critério seja atendido é efetuado a soma da referida célula analisada. Não pode conter texto
neste intervalo.
217
INFORMÁTICA
Exemplo:
Vamos calcular a somas das vendas dos vendedores por Gênero. Observando a planilha acima, na célula C9 digitaremos a função
=SOMASE (B2:B7;”M”; C2:C7) para obter a soma dos vendedores.
Função CONT.SE
Esta função conta quantas células se atender ao critério solicitado. Ela pede apenas dois argumentos, o intervalo a ser analisado e o
critério para ser verificado.
Sintaxe
CONT.SE (intervalo analisado; critério)
Onde:
Intervalo analisado (obrigatório): intervalo em que a função vai analisar o critério.
Critério (obrigatório): Valor ou Texto a ser procurado no intervalo a ser analisado.
Aproveitando o mesmo exemplo da função anterior, podemos contar a quantidade de homens e mulheres.
Na planilha acima, na célula C9 digitaremos a função =CONT.SE (B2:B7;”M”) para obter a quantidade de vendedores.
O Microsoft Outlook é um gerenciador de e-mail usado principalmente para enviar e receber e-mails. O Microsoft Outlook também
pode ser usado para administrar vários tipos de dados pessoais, incluindo compromissos de calendário e entradas, tarefas, contatos e
anotações.
218
INFORMÁTICA
Endereços de e-mail
• Nome do Usuário – é o nome de login escolhido pelo usuário na hora de fazer seu e-mail. Exemplo: joaodasilva, no caso este é nome
do usuário;
• @ – Símbolo padronizado para uso;
• Nome do domínio – domínio a que o e-mail pertence, isto é, na maioria das vezes, a empresa. Vejamos um exemplo real: joaodasil-
[email protected];
• Caixa de Entrada – Onde ficam armazenadas as mensagens recebidas;
• Caixa de Saída – Onde ficam armazenadas as mensagens ainda não enviadas;
• E-mails Enviados – Como próprio nome diz, e aonde ficam os e-mails que foram enviados;
• Rascunho – Guarda as mensagens que ainda não terminadas;
• Lixeira – Armazena as mensagens excluídas;
Escrevendo e-mails
Ao escrever uma mensagem, temos os seguintes campos:
• Para – é o campo onde será inserido o endereço do destinatário do e-mail;
• CC – este campo é usado para mandar cópias da mesma mensagem. Ao usar este campo os endereços aparecerão para todos os
destinatários envolvidos.
• CCO – sua funcionalidade é semelhante ao campo anterior, no entanto os endereços só aparecerão para os respectivos donos;
• Assunto – campo destinado ao assunto da mensagem.
• Anexos – são dados que são anexados à mensagem (imagens, programas, música, textos e outros.)
• Corpo da Mensagem – espaço onde será escrita a mensagem.
Contas de e-mail
É um endereço de e-mail vinculado a um domínio, que está apto a receber e enviar mensagens, ou até mesmo guarda-las conforme
a necessidade.
219
INFORMÁTICA
Enviar
De acordo com a imagem a seguir, o botão Enviar fica em evi-
dência para o envio de e-mails.
220
INFORMÁTICA
221
INFORMÁTICA
• WAN: É uma rede com grande abrangência física, maior que Dentro deste contexto vamos relatar funcionalidades de alguns
a MAN, Estado, País; podemos citar até a INTERNET para entender- dos principais navegadores de internet: Microsoft Internet Explorer,
mos o conceito. Mozilla Firefox e Google Chrome.
Internet Explorer 11
• Identificar o ambiente
• Sites
Uma coleção de páginas associadas a um endereço www. é
chamada web site. Através de navegadores, conseguimos acessar
web sites para operações diversas.
• Links
O link nada mais é que uma referência a um documento, onde
o usuário pode clicar. No caso da internet, o Link geralmente aponta
para uma determinada página, pode apontar para um documento
qualquer para se fazer o download ou simplesmente abrir.
222
INFORMÁTICA
À primeira vista notamos uma grande área disponível para visualização, além de percebemos que a barra de ferramentas fica automa-
ticamente desativada, possibilitando uma maior área de exibição.
2. Barra de Endereços
Esta é a área principal, onde digitamos o endereço da página procurada;
4. Abas de Conteúdo
São mostradas as abas das páginas carregadas.
Mozila Firefox
223
INFORMÁTICA
5 Barra de Endereços
Google Chrome O que vimos até aqui, são opções que já estamos acostuma-
dos ao navegar na Internet, mesmo estando no Ubuntu, percebe-
mos que o Chrome é o mesmo navegador, apenas está instalado
em outro sistema operacional. Como o Chrome é o mais comum
atualmente, a seguir conferimos um pouco mais sobre suas funcio-
nalidades.
• Favoritos
No Chrome é possível adicionar sites aos favoritos. Para adi-
cionar uma página aos favoritos, clique na estrela que fica à direita
O Chrome é o navegador mais popular atualmente e disponi- da barra de endereços, digite um nome ou mantenha o sugerido, e
biliza inúmeras funções que, por serem ótimas, foram implementa- pronto.
das por concorrentes. Por padrão, o Chrome salva seus sites favoritos na Barra de Fa-
Vejamos: voritos, mas você pode criar pastas para organizar melhor sua lista.
Para removê-lo, basta clicar em excluir.
• Sobre as abas
No Chrome temos o conceito de abas que são conhecidas tam-
bém como guias. No exemplo abaixo temos uma aba aberta, se qui-
sermos abrir outra para digitar ou localizar outro site, temos o sinal
(+).
A barra de endereços é o local em que se digita o link da página
visitada. Uma outra função desta barra é a de busca, sendo que ao
digitar palavras-chave na barra, o mecanismo de busca do Google é
acionado e exibe os resultados.
224
INFORMÁTICA
• Histórico
O Histórico no Chrome funciona de maneira semelhante ao
Firefox. Ele armazena os endereços dos sites visitados e, para aces-
sá-lo, podemos clicar em Histórico no menu, ou utilizar atalho do
teclado Ctrl + H. Neste caso o histórico irá abrir em uma nova aba, • Sincronização
onde podemos pesquisá-lo por parte do nome do site ou mesmo Uma nota importante sobre este tema: A sincronização é im-
dia a dia se preferir. portante para manter atualizadas nossas operações, desta forma,
se por algum motivo trocarmos de computador, nossos dados esta-
rão disponíveis na sua conta Google.
Por exemplo:
– Favoritos, histórico, senhas e outras configurações estarão
disponíveis.
– Informações do seu perfil são salvas na sua Conta do Google.
• Pesquisar palavras
Muitas vezes ao acessar um determinado site, estamos em
busca de uma palavra ou frase específica. Neste caso, utilizamos
o atalho do teclado Ctrl + F para abrir uma caixa de texto na qual
podemos digitar parte do que procuramos, e será localizado. Safari
• Downloads
Fazer um download é quando se copia um arquivo de algum
site direto para o seu computador (texto, músicas, filmes etc.). Nes-
te caso, o Chrome possui um item no menu, onde podemos ver o
progresso e os downloads concluídos.
225
INFORMÁTICA
Vejamos:
• Guias
4 Barra de Endereço.
5 Adicionar Favoritos
6 Ajustes Gerais
8 Lista de Leitura
226
INFORMÁTICA
• Downloads
Fazer um download é quando se copia um arquivo de um al-
gum site direto para o seu computador (texto, músicas, filmes etc.).
Neste caso, o Safari possui um item no menu onde podemos ver o
progresso e os downloads concluídos.
• Histórico e Favoritos
Correio Eletrônico
O correio eletrônico, também conhecido como e-mail, é um
serviço utilizado para envio e recebimento de mensagens de texto
e outras funções adicionais como anexos junto com a mensagem.
227
INFORMÁTICA
• Uso do correio eletrônico Uma função adicional quando criamos mensagens é de ane-
– Inicialmente o usuário deverá ter uma conta de e-mail; xar um documento à mensagem, enviando assim juntamente com
– Esta conta poderá ser fornecida pela empresa ou criada atra- o texto.
vés de sites que fornecem o serviço. As diretrizes gerais sobre a cria-
ção de contas estão no tópico acima; • Boas práticas para anexar arquivos à mensagem
– Uma vez criada a conta, o usuário poderá utilizar um cliente – E-mails tem limites de tamanho, não podemos enviar coisas
de e-mail na internet ou um gerenciador de e-mail disponível; que excedem o tamanho, estas mensagens irão retornar;
– Atualmente existem vários gerenciadores disponíveis no – Deveremos evitar arquivos grandes pois além do limite do
mercado, tais como: Microsoft Outlook, Mozila Thunderbird, Opera e-mail, estes demoram em excesso para serem carregados.
Mail, Gmail, etc.;
– O Microsoft outlook é talvez o mais conhecido gerenciador UTILIZAÇÃO DOS MECANISMOS DE BUSCA (GOOGLE,
de e-mail, dentro deste contexto vamos usá-lo como exemplo nos YAHOO, BING, ETC.)
tópicos adiante, lembrando que todos funcionam de formas bas-
tante parecidas.
Sites de busca são mecanismos de pesquisa que permitem
buscar documentos, imagens, vídeos e quaisquer tipos de informa-
• Preparo e envio de mensagens
ções na rede. Eles utilizam um algoritmo capaz de varrer todas as
informações da internet para buscar as informações desejadas. São
exemplos de sites de busca mais comuns: Google, Bing e Yahoo.
Formas de acesso
• Boas práticas para criação de mensagens
– Uma mensagem deverá ter um assunto. É possível enviar
mensagem sem o Assunto, porém não é o adequado; GOOGLE www.google.com.br
– A mensagem deverá ser clara, evite mensagens grandes ao BING www.bing.com.br
extremo dando muitas voltas;
– Verificar com cuidado os destinatários para o envio correto YAHOO www.yahoo.com.br
de e-mails, evitando assim problemas de envios equivocados.
Tipos de buscadores
Buscadores Horizontais: São aqueles buscadores que varrem
a Internet inteira.
Por exemplo, temos o Google que vai em busca de qualquer
conteúdo relacionado a palavra chave.
228
INFORMÁTICA
Por exemplo, temos o Youtube que é um repositório de vídeos, Menu do Google à direita, conforme a imagem acima
logo ao pesquisarmos dentro dele a busca será limitada aos vídeos.
GMAIL Acesso ao E-mail do Google;
Atualmente o site de busca mais utilizado é o Google vejamos
mais detalhes: Acesso a barra de pesquisa imagens,
neste caso o buscador irá atuar somente
na procura de imagens, podemos digitar
IMAGENS
uma palavra-chave, ou até mesmo colar
uma imagem na barra para iniciar a
pesquisa;
Acesso a informações de cadastro,
CONTA
nome, celular, etc.;
PESQUISA Acesso ao buscador de pesquisas
Acesso a informações de endereço e
MAPS localização. No caso do celular funciona
como um GPS;
1 – Nesta barra digitaremos o endereço do site: www.google. YOUTUBE ACESSO A VÍDEOS PUBLICADOS;
com.br; Acesso a loja de aplicativos, no caso
2 – Nesta barra digitaremos a palavra-chave que queremos en- PLAY do celular temos a Play Store onde
contrar; encontramos aplicativos;
3 – Podemos também acionar este microfone para falar a pala-
vra-chave e a mesma será escrita na barra de pesquisa; NOTICIAS Acesso a notícias;
4 – Podemos também acessar um teclado virtual que irá surgir MEET Acesso a Reuniões (vídeo chamadas);
na tela, permitindo a seleção dos caracteres desejados.
CONTATOS Acesso a todos os contatos;
Acesso ao local de armazenamento na
DRIVE
internet de arquivos, fotos, vídeos, etc.;
Acesso a agenda. É um local onde
AGENDA podemos marcar compromissos, tarefas,
etc.;
TRADUTOR Acesso ao tradutor do Google;
Acesso a todas as fotos armazenadas
no drive, estas fotos são armazenadas
Após a entrada da palavra-chave, estamos prontos para realizar na sua conta google. Conforme
a pesquisa. usamos o celular, enviamos as fotos
FOTOS
automaticamente para o drive, a
Outras funções do site de pesquisa do google frequência deste envio depende de
uma configuração prévia que temos que
realizar;
Acesso a livros, neste caso somos
LIVROS remetidos para uma barra somente para
a pesquisa de livros.
Acesso a documentos, neste caso
são textos em geral, semelhantes a
DOCUMENTOS documentos em WORD, podemos
acessar e até criar documentos para o
uso;
Acesso a planilhas eletrônicas, neste
caso são planilhas semelhantes ao
PLANILHAS
EXCEL, podemos acessar e até criar
planilhas para o uso;
229
INFORMÁTICA
Permite a criação e gerenciamento de 5. (IBASE PREF. DE LINHARES – ES) Quando locamos servido-
um blog. Blog é um site que permite res e armazenamento compartilhados, com software disponível e
BLOGGUER a atualização rápida através de localizados em Data-Centers remotos, aos quais não temos acesso
postagens, isso deve-se a sua estrutura presencial, chamamos esse serviço de:
extremamente flexível de uso; (A) Computação On-Line.
(B) Computação na nuvem.
Acesso a uma plataforma Google, onde (C) Computação em Tempo Real.
HANGOUTS podemos conectar pessoas através de (D) Computação em Block Time.
vídeo conferencia e mensagens, etc. (E) Computação Visual
A Google está frequentemente atualizando esse menu, visto a 6. (CESPE – SEDF) Com relação aos conceitos básicos e modos
adequação de aplicativos ao contexto atual. de utilização de tecnologias, ferramentas, aplicativos e procedimen-
tos associados à Internet, julgue o próximo item.
QUESTÕES Embora exista uma série de ferramentas disponíveis na Inter-
net para diversas finalidades, ainda não é possível extrair apenas o
áudio de um vídeo armazenado na Internet, como, por exemplo, no
1. (FGV-SEDUC -AM) O dispositivo de hardware que tem como Youtube (http://www.youtube.com).
principal função a digitalização de imagens e textos, convertendo as ( ) CERTO
versões em papel para o formato digital, é denominado ( ) ERRADO
(A) joystick.
(B) plotter. 7. (CESP-MEC WEB DESIGNER) Na utilização de um browser, a
(C) scanner. execução de JavaScripts ou de programas Java hostis pode provocar
(D) webcam. danos ao computador do usuário.
(E) pendrive. ( ) CERTO
( ) ERRADO
2. (CKM-FUNDAÇÃO LIBERATO SALZANO) João comprou um
novo jogo para seu computador e o instalou sem que ocorressem 8. (FGV – SEDUC -AM) Um Assistente Técnico recebe um e-mail
erros. No entanto, o jogo executou de forma lenta e apresentou com arquivo anexo em seu computador e o antivírus acusa existên-
baixa resolução. Considerando esse contexto, selecione a alterna- cia de vírus.
tiva que contém a placa de expansão que poderá ser trocada ou Assinale a opção que indica o procedimento de segurança a ser
adicionada para resolver o problema constatado por João. adotado no exemplo acima.
(A) Placa de som (A) Abrir o e-mail para verificar o conteúdo, antes de enviá-lo
(B) Placa de fax modem ao administrador de rede.
(C) Placa usb (B) Executar o arquivo anexo, com o objetivo de verificar o tipo
(D) Placa de captura de vírus.
(E) Placa de vídeo (C) Apagar o e-mail, sem abri-lo.
(D) Armazenar o e-mail na área de backup, para fins de moni-
3. (CKM-FUNDAÇÃO LIBERATO SALZANO) Há vários tipos de pe- toramento.
riféricos utilizados em um computador, como os periféricos de saída (E) Enviar o e-mail suspeito para a pasta de spam, visando a
e os de entrada. Dessa forma, assinale a alternativa que apresenta analisá-lo posteriormente.
um exemplo de periférico somente de entrada.
(A) Monitor 9. (CESPE – PEFOCE) Entre os sistemas operacionais Windows
(B) Impressora 7, Windows Vista e Windows XP, apenas este último não possui ver-
(C) Caixa de som são para processadores de 64 bits.
(D) Headphone ( ) CERTO
(E) Mouse ( ) ERRADO
4. (VUNESP-2019 – SEDUC-SP) Na rede mundial de computado- 10. (CPCON – PREF, PORTALEGRE) Existem muitas versões do
res, Internet, os serviços de comunicação e informação são disponi- Microsoft Windows disponíveis para os usuários. No entanto, não é
bilizados por meio de endereços e links com formatos padronizados uma versão oficial do Microsoft Windows
URL (Uniform Resource Locator). Um exemplo de formato de ende- (A) Windows 7
reço válido na Internet é: (B) Windows 10
(A) http:@site.com.br (C) Windows 8.1
(B) HTML:site.estado.gov (D) Windows 9
(C) html://www.mundo.com (E) Windows Server 2012
(D) https://meusite.org.br
(E) www.#social.*site.com
230
INFORMÁTICA
11. (MOURA MELO – CAJAMAR) É uma versão inexistente do (D) FrontPage é usado para o envio e recebimento de mensa-
Windows: gens de correio eletrônico.
(A) Windows Gold. (E) Outlook é utilizado, por usuários cadastrados, para o envio
(B) Windows 8. e recebimento de páginas web.
(C) Windows 7.
(D) Windows XP. 18. (FUNDEP – UFVJM-MG) Assinale a alternativa que apresen-
ta uma ação que não pode ser realizada pelas opções da aba “Pági-
12. (QUADRIX CRN) Nos sistemas operacionais Windows 7 e na Inicial” do Word 2010.
Windows 8, qual, destas funções, a Ferramenta de Captura não exe- (A) Definir o tipo de fonte a ser usada no documento.
cuta? (B) Recortar um trecho do texto para incluí-lo em outra parte
(A) Capturar qualquer item da área de trabalho. do documento.
(B) Capturar uma imagem a partir de um scanner. (C) Definir o alinhamento do texto.
(C) Capturar uma janela inteira (D) Inserir uma tabela no texto
(D) Capturar uma seção retangular da tela.
(E) Capturar um contorno à mão livre feito com o mouse ou 19. (CESPE – TRE-AL) Considerando a janela do PowerPoint
uma caneta eletrônica 2002 ilustrada abaixo julgue os itens a seguir, relativos a esse apli-
cativo.
13. (IF-PB) Acerca dos sistemas operacionais Windows 7 e 8, A apresentação ilustrada na janela contém 22 slides ?.
assinale a alternativa INCORRETA:
(A) O Windows 8 é o sucessor do 7, e ambos são desenvolvidos
pela Microsoft.
(B) O Windows 8 apresentou uma grande revolução na interfa-
ce do Windows. Nessa versão, o botão “iniciar” não está sem-
pre visível ao usuário.
(C) É possível executar aplicativos desenvolvidos para Windows
7 dentro do Windows 8.
(D) O Windows 8 possui um antivírus próprio, denominado ( ) CERTO
Kapersky. ( ) ERRADO
(E) O Windows 7 possui versões direcionadas para computado-
res x86 e 64 bits. 20. (CESPE – CAIXA) O PowerPoint permite adicionar efeitos so-
noros à apresentação em elaboração.
14. (CESPE BANCO DA AMAZÔNIA) O Linux, um sistema multi- ( ) CERTO
tarefa e multiusuário, é disponível em várias distribuições, entre as ( ) ERRADO
quais, Debian, Ubuntu, Mandriva e Fedora.
( ) CERTO
( ) ERRADO GABARITO
231
INFORMÁTICA
16 CERTO ______________________________________________________
17 A ______________________________________________________
18 D ______________________________________________________
19 CERTO
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20 CERTO
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ANOTAÇÕES ______________________________________________________
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