FichaAvaliacaoFormativa1 U3
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GRUPO I
Leia o poema.
Desamparadas, inocentes,
leves.
Tecidas são de luz
e são a noite.
15 E mesmo pálidas
15 verdes paraísos lembram ainda.
LUÍS DE CAMÕES, Os Lusíadas, Canto I, estâncias 4 e 5, edição de Álvaro Júlio da Costa Pimpão,
5.ª ed., Lisboa, Ministério dos Negócios Estrangeiros, Instituto Camões, 2003.
NOTAS
4. Explicite o pedido formulado pelo Poeta nestas duas estâncias, comprovando com elementos
textuais.
5. O Poeta alude a dois tipos de poesia: um que já cultivou e outro que quer experimentar.
5.1. Identifique os dois tipos de poesia a que o Poeta se refere e faça o levantamento das expressões que os
caracterizam.
Leia o texto.
A 21 de março celebra-se o Dia Mundial da Poesia. A UNESCO, em 1999, para preservar a diversidade
linguística da Humanidade, decidiu criar um Dia que servisse para refletir a identidade dos povos a partir da
sua Língua.
Portugal já o faz há algumas décadas porque o dia da sua identidade multicultural, 10 de Junho, é
5 também o do maior poeta de Língua Portuguesa: Luís Vaz de Camões. Por Portugal ser um país de Poetas?
Sim, penso que este lugar-comum tem mais profundidade do que aparenta. Mas não pela versão popular
de que em cada português há um lírico.
A Poesia, ao contrário do que pensam muitos, não é um jeito especial para a rima. Há grandes poetas
que não só rejeitam a rima como insistem em fugir à sua música. Apenas porque o que procuram acima de
10 qualquer toque de prazer, ou beleza, é a verdade sublime das coisas.
A procura da verdade, do saber, é o primado da poesia. Mas também ir ao fundo, mais fundo, da iden-
tidade humana e social. O que é o ser humano? Qual é o nosso limite para nos conhecermos e nos relacio-
narmos com os outros? Porque amamos e odiamos? Porque somos altruístas e vingativos? Porque nos
transcendemos na paixão e nos suicidamos no desespero? Porque toleramos ditadores e fazemos revolu-
15 ções? Sei que todas as ciências sociais têm uma, ou duas, destas preocupações humanas para resolver. A
Poesia e a Filosofia têm-nas no seu conjunto. Mas, enquanto a Filosofia procura o ontológico para pensar o
mundo, a poesia ousa fazê-lo a partir de dentro (há quem goste do coração como metáfora). De dentro, e
do mais profundo poço da razão, do amor e do ódio que é possível ao que é humano.
É por isso (e só por isso) que a poesia exige esforço e empenho de todos os sentidos. A quem a escreve
20 e a quem a lê. Eduardo Lourenço lembra-nos que:
«[…] a Poesia — quer dizer, a longa trama dos poemas onde a humanidade a si mesma se construiu, a
única Arca de Noé que sobrevive a todos os dilúvios — não é a nossa maneira de nos evadirmos do que
somos, mas de nos apercebermos de quem verdadeiramente somos. É uma barca de palavras, mas tem o
poder de transfigurar o que é opaco e não humano naquela realidade que tem um sol no meio e a que
25 chamamos vida, a nossa vida, a nossa única vida.»
Se hoje, ao olharmos para um livro de poesia — fino, pequeno, reduzido ao essencial —, este não tem
a força de nos interpelar, é porque o poder nos vigia e ameaça — com o peso das palavras que transfor-
mam a linguagem e a comunicação num palavreado demagógico com que esse poder insiste em confirmar
a sua (pouca) importância. Não será este o momento certo para perguntar se não nos condenaram já à
30 pena capital do medo? Como a seu tempo nos avisou, com a sua habitual lucidez, o poeta Alexandre
O’Neill, no seu «Poema pouco original do medo».
1. Ao afirmar que um livro de poesia é «fino, pequeno, reduzido ao essencial» (linha 26), a autora
pretende sublinhar
2. Segundo a autora, a afinidade que os Portugueses têm com a poesia está relacionada com
8. Identifique a função sintática desempenhada pelo constituinte «em 1999» (linha 1).
9. Classifique a oração «que servisse para refletir a identidade dos povos a partir da sua Língua»
(linhas 2 e 3).
10. Identifique o mecanismo de coesão textual advindo do uso do pronome em «Portugal já o faz há
algumas décadas» (linha 4).
GRUPO III
«Foi sempre pelos olhos dos nossos poetas que o português viu mais longe e mais fundo.»
EUGÉNIO DE ANDRADE
Elabore um texto de opinião bem estruturado, com um mínimo de duzentas e um máximo de trezentas palavras,
em que defenda um ponto de vista pessoal sobre as ideias expostas na citação de Eugénio de Andrade acima
apresentada.
Fundamente o seu ponto de vista recorrendo, no mínimo, a dois argumentos e ilustre cada um deles com, pelo
menos, um exemplo significativo.
Observações:
1. Para efeitos de contagem, considera-se uma palavra qualquer sequência delimitada por espaços em branco, mesmo
quando esta integre elementos ligados por hífen (ex.: /opôs-se-lhe/). Qualquer número conta como uma única palavra,
independentemente dos algarismos que o constituam (ex.: /2016/).
2. Relativamente ao desvio dos limites de extensão indicados — entre duzentas e trezentas palavras —, há que atender ao
seguinte:
— um desvio dos limites de extensão indicados implica uma desvalorização parcial (até 5 pontos) do texto produzido;
— um texto com extensão inferior a oitenta palavras é classificado com zero pontos.