Apostila ADM165
Apostila ADM165
Apostila ADM165
Milton Xavier
INTRODUÇÃO À ADMINISTRAÇÃO (ADM165) [email protected]
TURMA 640
PLANEJAMENTO DOCENTE: CURSOS DE ADMINISTRAÇÃO
E DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS (2010.2)
“Caros Alunos!
2010 é o ano decisivo para o Brasil. Superamos a crise econômica de 2008, a comunidade internacional
reconhece nosso potencial de desenvolvimento, o povo brasileiro é bom, mas a corrupção dos políticos
continua, alimentada pela impunidade. Precisamos nos esforçar para escolher os melhores candidatos nas
próximas eleições de outubro. No Haiti, o país mais pobre das Américas, estamos presentes, mostrando ao
mundo nossa solidariedade, sem interesses de domínio econômico.
No ambiente interno, é a hora do empreendedorismo e, formar empreendedores é um dos principais objetivos
deste curso de Administração. Os acontecimentos se sucedem rapidamente, assim, procurem ler os jornais, de
modo a se manterem atualizados com os fatos do Brasil e do mundo.”
Administrar, do latim: atuar, em nome do ministro; tomar conta das coisas. Hoje temos os sinônimos
gerência, gestão, management. Administração é o processo de trabalhar com pessoas e recursos para realizar
objetivos organizacionais. Bons administradores fazem isto eficazmente. Ser eficaz é atingir os objetivos
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organizacionais com o mínimo de dispêndio de recursos. O processo administrativo envolve quatro funções: planejar,
organizar, liderar,ou dirigir, e controlar.
Níveis administrativos: institucional, tático ou gerencial, e o operacional.
Habilidades do Administrador (Katz): técnicas, humanas, conceituais.
Papéis desempenhados pelo gerente, segundo Mintzberg: Líder, símbolo da organização, de ligação, monitor e
disseminador de informações, empreendedor, negociador, alocador de recursos, controlador de distúrbios. O bom
administrador sabe combinar adequadamente seu papel de maestro e de cirurgião, ou seja, de gerente e de
especialista.
“Atenção ao limite mínimo de freqüência às aulas, de 75%, determinado pelo Ministério da Educação. Na dúvida, fale com o
professor. Procure formar seu grupo de colegas de turma, para intercâmbio de informações. Aproveite o início e o término da aula
para expor ao professor alguma questão, ou dúvida, que você considere fora da disciplina.”
Nota: Estão em evidência os cursos de MBA (Master in Business Administration), cumpre assinalar que eles são
diferentes, e menos do que Master in Sciences (MSc)
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• Aula 2: Principais Teorias da Administração clássica (científica, clássica e a burocracia)
(Atenção: este texto é apenas um resumo da matéria e, portanto, não substitui o livro-texto nem o ensinado em aula)
O quadro em anexo resume os principais conceitos das teorias de Taylor, Fayol e de Max Weber. Interessa
ao administrador adaptar os ensinamentos daquelas escolas à atualidade, à realidade específica de sua empresa.
A linha de montagem, criada em 1920, por Henry Ford resultou da aplicação dos princípios de Taylor. Vale para
qualquer fábrica que hoje utilize aquela linha para a produção em série.
Taylor se aplica, também, nas prestadoras de serviços: lanchonetes de fast-food; manutenção de rodas de
automóvel; lavanderias, construtoras.
Fayol se aplica hoje a todas as empresas que planejem, organizem, executem e controlem suas atividades
cotidianas. A burocracia do Max Weber é necessária em algumas atividades, não só da administração pública, mas
também da empresa privada. Acontece que suas características, destinadas a gerar eficiência, podem eventualmente se
deformar, acarretando disfunções que conduzem a resultados opostos daqueles idealizados por Max weber.
Burocracia, no Brasil, se tornou sinônimo de ineficácia, insensibilidade ao ser humano, e abriu brechas para o mau
uso dos recursos públicos. A racionalidade é faca de dois gumes, bastando lembrar que ambas as guerras mundiais
foram conseqüência da combinação perversa da ideologia com a racionalidade funcional. A racionalidade exclui a
intuição e as condutas movidas pelo sentimento.
Nota: ao final de cada capítulo, o livro-texto apresenta um estudo de caso metodologia muito utilizada nos
cursos de Administração, posto que ela ajuda a aprimorar a capacidade de análise e de tomada de decisão. Sugere-se:
leitura do caso, releitura; identificação das principais aspectos do problema; discussão, e sua possível solução. Em
geral, não existe uma resposta padrão ou única.
• Aula 3: Abordagem Comportamental, Escola das Relações Humanas e Teoria dos Sistemas
(Atenção: este texto é apenas um resumo da matéria e, portanto, não substitui o livro-texto nem o ensinado em aula)
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ambiente externo. Sistemas abertos e fechados. Sinergia: o todo é maior do que a soma das partes. Eqüifinalidade _
existem vários caminhos que conduzem ao mesmo resultado
A organização é a interação de dois sistemas interdependentes, o técnico e o social.
Enfoque da Qualidade Total_ Evoluiu da era da inspeção, em que os produtos eram verificados um a um, para a era
do controle estatístico (verificação por amostragem), cujo pioneiro foi Walter Shewhart e daí, para a qualidade total, em
que todo o processo produtivo passou a ser controlado.
William Deming, em 1947, é considerado a figura mais importante da Qualidade Total. Ela é assunto de todos os
funcionários da empresa e abrange todas as atividades da empresa. Os conceitos mais importantes ensinados por Deming:
corrente de clientes, fazer certo da primeira vez, seus 14 princípios, inspeção não produz qualidade , ciclo PDCA, visando
melhorias contínuas .
A TQM (total quality management), ou GQT, utiliza, pelo menos, duas outras ferramentas, além do ciclo PDCA_
planeja, faz a mudança, checa os efeitos, os resultados, ação ( ações corretivas,ou incorporar o procedimento).
Diagrama de causa e efeito, da espinha de peixe, de Ishikawa. Para cada defeito vai-se pesquisando suas causas, a
começar pelos 6M _ mátéria-prima, mão-de-obra, máquina e método, meio ambiente, método de aferição.
Pergunte cinco vezes: por que? até chegar à causa do defeito. Princípio de Pareto, princípio, segundo o qual, em uma
relação entre causas e efeitos, devemos nos concentrar nas poucas causas geradoras da maioria dos efeitos, ou dos mais
importantes. E, muitas causas gerando poucos defeitos.
Na vida, perguntar três vezes, sucessivamente para que? ajuda a escolhermos bons caminhos para nossos objetivos.
Temos os círculos de controle da qualidade, formado por funcionários voluntários, e as auditorias do sistema de qualidade.
Qualidade passou a significar atendimento às necessidades do cliente; a conformidade com o que se quer, ou a aceitação
pelo cliente.
Normas ISO_ Internacional Standardization Organization, da qual a ABNT — Associação Brasileira de normas
Técnicas — é membro fundador. ISO 9000 são um conjunto de normas de avaliação do sistema de qualidade, e foram
adotadas por vários países para credenciar fornecedores e garantir a qualidade dos produtos importados. Os certificados
ISO são fornecidos por escritórios internacionais de credenciamento, mas custam caro.
Modelo japonês de administração, resultou da combinação dos princípios da GQT, do sistema Toyota de produção e da
base cultural japonesa_ muita dedicação ao trabalho e à empresa. Sistema Toyota: eliminação dos desperdícios_ produção
enxuta, o just in time substituiu o just in case, e fabricação com qualidade, pelo aprimoramento contínuo Kaisen;
Outros modelos ou abordagens da administração: abordagem quantitativa (MS), abordagem contingencial, organizações
inteligentes, reengenharia, organizações virtuais.
Administração Quantitativa, da Pesquisa Operacional, ou Management Science nasceu durante a Segunda Guerra
Mundial. Utiliza a análise quantitativa, os modelos matemáticos e físicos para as decisões administrativas. Suas
ferramentas: a teoria estatística da decisão, a programação linear, a teoria das filas, a simulação, a previsão, o modelo de
estocagem, as redes, a análise do ponto de equilíbrio, e outras.
Limitações da MS: não serve para os problemas humanos, e muitos administradores não gostam de adotar soluções
apoiadas em conhecimentos que eles não dominam completamente.
Perspectiva Contingencial da Administração: rejeita, refuta, os princípios universais da Administração e afirma que não
existe uma "única melhor solução" porque as circunstâncias variam. Usamos a abordagem, ou escola, de acordo com a
situação.
Organizações Inteligentes (que aprendem): as empresas devem ser flexíveis e adaptáveis às mudanças do ambiente
externo; é dada aos funcionários a oportunidade de saber o que está ocorrendo, de pensar construtivamente, de buscar
oportunidades para aprender novas idéias para solucionar problemas.
O Jornal do Conselho Regional de Administração, de 19/08/97, publicou uma síntese dos pontos comuns encontrados nas
organizações que aprendem, ou seja, as inteligentes: as pessoas sentem que estão fazendo algo que importa; cada
indivíduo na organização está se expandindo, de algum modo, crescendo ou melhorando sua capacidade de criar; as
pessoas são mais inteligentes juntas do que separadas; a base de conhecimentos aumenta continuamente; as pessoas
sentem-se livres para indagar, experimentar.
Reengenharia constitui um processo de iniciar tudo novamente, a partir do zero, reconstruindo a empresa. Lançada com
muita empolgação nos anos noventa, não mostrou a eficácia esperada. Ela requer uma perspectiva completamente diferente
da prática de administração. Tem alguma validade quando se trata de informatizar a empresa, de criar um sistema nervoso
digital na empresa.
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Organizações virtuais são aquelas que estão nascendo graças às modernas técnicas de comunicação e em especial a
Internet. A venda do conhecimento e da informação não exige mais espaço físico do que a sala de um computador
conectado à Internet.
Organizações e Administração
Uma organização é um sistema que transforma recursos, insumos, em produtos ou serviços, e estes constituem os objetivos
da organização.
Empresa é a organização formal que realiza atividades econômicas. Nem toda organização é uma empresa, mas toda
empresa é uma organização.
Tecnologia é a aplicação de conhecimentos à produção de bens e serviços. É o conjunto de métodos, máquinas e
ferramentas utilizadas na produção. Inovação é a mudança, para melhor, da tecnologia. Para obtê-la as empresas investem
em pesquisa e desenvolvimento, compram-na de outra empresa, adquirem direitos de uso da patente, reproduzem processos
não patenteados, firmam contrato de desenvolvimento com entidades de pesquisa, as universidades, por exemplo, ou
participam de intercâmbio técnico _feiras, exposições, congressos.
Os grupos informais refletem tanto o clima quanto a cultura organizacionais.
Eficiência é realizar as tarefas de maneira certa, e mede-se pela relação entre o resultado e o esforço. Pode ser
medida pela produtividade e pela qualidade.
Produtividade é a relação produto ou serviço pelo total de recursos despendidos. Exemplos: produção por KW-hora; alunos
por professor.
Eficácia é a relação entre os objetivos alcançados e os recursos despendidos.
Segundo Peter Drucker, eficácia é fazer as coisas certas, enquanto eficiência é fazer certo o que tiver que ser feito.
Organizações e o ambiente externo
Mencionado antes, o ambiente externo compreende todas as pessoas, organizações, eventos, componentes que têm
influência sobre nossa organização. Stakeholders são todas as pessoas afetadas pela nossa organização: clientes, acionistas,
empregados, os membros da comunidade. Eles contribuem para a organização e dela recebem recompensas, havendo,
portanto, uma troca de energia entre a organização e o ambiente. Isto é uma abordagem sistêmica.
Integram, obrigatoriamente, o ambiente externo: Conjuntura econômica, a política governamental, a demografia, hábitos da
sociedade, a evolução tecnológica, a concorrência, os sindicatos, a clientela.
Competitividade é o atributo, a vantagem, que tem uma empresa de superar a concorrência na venda de seu produto ou
serviço. As principais vantagens competitivas são: qualidade, velocidade, flexibilidade, inovação, custo baixo ( este
conseguido pela eliminação de desperdícios, racionalização do trabalho,redesenho de processos).
A GLOBALIZAÇÃO é o termo genérico que, na atualidade, evidencia a múltipla dependência e a inter-relação dos
negócios entre os países do mundo. Ela resulta, também, no rápido fluxo de capital e de seus lucros de um país para outro.
A circulação quase imediata das informações precedeu e alimentou a globalização, graças à moderna tecnologia utilizadora
dos satélites. A derrubada do muro de Berlim, em 1989, marcou definitivamente o início de um mundo globalizado. A
globalização forçou as empresas brasileiras a serem mais competitivas, mas, acabou gerando desemprego em massa.
Os filósofos ligados aos temas sociais têm advertido sobre a necessidade de se globalizar a solidariedade. E, quanto à
proteção ao meio ambiente, os cientistas, há quatro décadas, desde a conferência de Estocolmo, na Suécia em 1972, têm
demonstrado que as conseqüências da poluição ambiental são de escala planetária. A globalização tem componentes
políticas, tecnológicas, culturais, de direitos humanos, de consciência ecológica, além das econômicas propriamente ditas.
Em 2010, estamos presenciando o forte calor no Rio de Janeiro, 48 dias de chuvas fortes inundando a cidade de São Paulo,
fortes nevascas no Hemisfério Norte, são conseqüências do aquecimento global, em razão do excesso de CO 2 na
atmosfera.
Em pouco mais de uma década, que privilegiou a componente econômico-financeira da globalização, evidenciou-
se sua perversidade contra os valores humanos. Os países do primeiro mundo tornaram-se mais ricos e, os pobres, mais
pobres, na Ásia, na África e na América Latina. Protestos contra a política econômica mundial surgiram em diferentes
cidades do mundo. Em oposição ao fórum econômico de Davos, Suíça, surgiu o de Porto Alegre, que em 2003, reuniu cem
mil pessoas, representando os excluídos da sociedade globalizada, neoliberal.
O processo de ampliação do comércio internacional é irreversível. E o Brasil precisa exportar para sobreviver. A questão é
conseguir acordos mais justos para ambas as partes. Poucos países perderam mais do que nós, na última década. A crise
financeira iniciada em 2007, e que nos atinge frontalmente, é consequência da especulação financeira globalizada.
Trading companies são empresas especializadas em exportação e importação. As melhores políticas econômicas
incentivam as exportações e restringem as importações.
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► Estudo de Caso VISITA À EMPRESA DE ALIMENTOS MINEIROS (2006)
Alex, estudante universitário de Administração, teve a oportunidade de ser convidado para conhecer a empresa
cuja mãe do diretor mora na mesma rua. A chance apareceu depois que Dona Maria, agradecida pela ajuda de Alex, no dia
do temporal de verão, soube que ele queria ser empresário.
Às 8.30h. Alex se dirigiu ao porteiro da fábrica Produtos Alimentícios de Minas Ltda., e este, pelo telefone, comunicou-
se com o supervisor de segurança. — Favor aguardar na poltrona, a chegada da secretária do Diretor, Senhor Francisco.
Enquanto esperava, lendo o folheto institucional, Alex viu chegarem alguns empregados e, pelos cumprimentos do
porteiro, ia identificando algumas funções: — Bom dia, Seu Caixa, será que o pagamento sai hoje? Bom dia, Seu Carlos!
— Quais as ocorrências da noite, passadas pelo vigia?
— A luz do corredor principal queimou, o Zé do portão está atrasado, deve ter chovido muito no bairro dele. O segurança
viu um rato entrar aqui, vindo da rua, mas não deu para caçá-lo. Bom dia, Seu Vendas, será que vão comprar nossos
biscoitos no festival da canção?
— Não quero papo, o juiz anulou aquele gol no final do segundo tempo.
— Dona Marta, este jovem está aguardando o Senhor Pedro.
—Tudo bem, ele me avisou, Alex, vamos subir e tomar um cafezinho, enquanto conversamos sobre a De MINAS. Sei que
você estuda Administração. Eu fiz Pedagogia e estou de Secretária, por enquanto, porque a empresa ainda não comporta
um setor de treinamento.
O Senhor Pedro chegou, foi direto ao gabinete, recebeu o Carlos, administrador, transmitiu, por telefone, alguma
ordem e, finalmente, pediu à Maria que trouxesse o Alex `a sua sala.
— Muito prazer em conhecê-lo, minha mãe fez elogios a você. De fato, é raro, algum jovem, na rua se preocupar em
ajudar alguém, na emergência. Formei-me em Administração, pela Gama Filho, e tive muita dificuldade em passar da
teoria para a prática. Meu avô tinha este terreno, meu pai não conseguiu vendê-lo por preço razoável, e eu, resolvi tentar
ser empreendedor, enquanto jovem, para não me lamentar na velhice, por não ter experimentado. Queria fabricar alguma
coisa útil, e seguir o exemplo de meu pai, que gerou empregos para a gente desta cidade. Depois de dois anos de procura,
fiz sociedade com o Senhor Paulo, de família de fazendeiros, e bom de comércio.
Produzimos este pão-de-mel, o doce com fruta da região, e o biscoito salgado, todos com valor nutritivo adequado
a qualquer faixa etária. O departamento de produção é chefiado pelo engenheiro mecânico, auxiliado por uma engenheira
de alimentos. Compras e vendas estão concentradas no mesmo setor. Eles sabem negociar, regatear preços e prazos. O
Carlos, que vai acompanhar você na visita, cuida do RH, da Contabilidade, cujo encarregado é formado em Ciências
Contábeis, e da manutenção, exceto a das máquinas, e da segurança patrimonial. O caixa, ou tesoureiro, subordina-se
diretamente a mim, ou ao Paulo, porque nos revezamos a cada seis meses na direção da empresa, enquanto o outro exerce
a supervisão-geral. Entendemo-nos muito bem. Quando necessário, por motivo de viagem ou emergência, um substitui o
outro.
Durante o percurso pelas instalações da fábrica, Carlos foi explicando: Metade dos empregados, uns quarenta, está
na produção, e isto inclui a estocagem de matéria-prima e dos produtos acabados. A entrega é terceirizada, mas disponho
de um furgão para compras, que, de repente, tem que ajudar nas entregas extras.
O departamento de comercial tem quinze funcionários, cinco deles vão até os produtores, no campo, checar a qualidade das
frutas e de outros insumos. E inclui o marketing. Tenho vinte e dois colaboradores para os serviços de manutenção,
limpeza, vigilância, informática com seis terminais, refeitório, mas o restaurante é terceirizado, e serviços externos. A
fábrica funciona em dois turnos, de modo a otimizar o uso das máquinas.
No inverno, tiramos férias coletivas e, neste ano vamos para o parque nacional da Serra da Canastra. Incentivamos o time
de vôlei, que até já disputou campeonato entre as cidades vizinhas.
Pagamos o salário do mercado, e de acordo com a lei. Ajudamos os interessados a completarem, pelo menos o ensino
fundamental, com aulas após o trabalho. Você gostaria de ter alguma informação de seu interesse especial?
— Como é a produção?
— A Rita, engenheira de alimentos vai lhe explicar.
— Nossos três produtos contêm, ao todo, dez insumos principais, dentre eles, a fruta regional, que exige mais trabalho,
porque compramos tudo nos dois meses da safra, precisamos transformá-la em pasta básica, que é armazenada em baixa
temperatura, e será consumida durante o restante do ano. Com ela, destas duas panelas industriais, saem o doce que já foi
aprovado pelos brasileiros e europeus. Sua embalagem, em pote de vidro, se faz naquele outro setor. O pão-de-mel exige
duas etapas bem diferentes, e sua embalagem é ainda, manual, porque a máquina automática é cara e exige uma produção
em larga escala. Idem para o biscoito salgado.
Manutenção, limpeza, qualidade são atividades críticas. O defeito em um equipamento paralisa a produção, deixa
os operários à toa. Quem produz alimentos tem que ser exigente na higiene e limpeza, e estamos conseguindo ampliar o
mercado graças à qualidade, diante da concorrência. Regulamos o estoque para equilibrar as flutuações da demanda.
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Pode perguntar. Segredo é apenas o da receita de cada produto. Demoramos um ano até conseguirmos a proporção ideal
dos ingredientes. No rótulo indicamos apenas o necessário para o consumidor.
— Agora, convido-o para o almoço, no refeitório, falou o administrador.
Na mesa principal ocuparam seus lugares o Sr. Paulo, CEO da empresa, os chefes de departamento e o tesoureiro. A
conversa começou com o futebol, e logo passou ao Gumercindo, das vendas, que tem sempre novidades trazidas da rua,
nas visitas aos clientes:
— Sabem vocês, o que estava colado no outdoor, em frente ao palácio da Justiça?
Não fale mal do magistrado, se não ele manda o hediondo te pegar!
E aí que a conversa tomou rumo animado durante o almoço.
► Identifique e descreva os sete elementos da empresa De Minas:Pessoas, Tarefas, estrutura, recompensas, tecnologia,
clima organizacional, ou ambiente interno, e ambiente externo.
Decisões são escolhas que as pessoas fazem para enfrentar problemas, desafios ou para aproveitar oportunidades
do ambiente.
O processo racional de tomada de decisão tem quatro etapas: identificação do problema, possíveis alternativas,
escolha da decisão, execução ( alguns autores não incluem esta etapa, mas, se não vamos cumprir o decidido, então para
que perder tempo com a solução do problema?) Quando não se dispõe de todas as informações necessárias, usa-se a
intuição_ habilidade muito valorizada neste mundo de incertezas.
Tipos de decisão: programada, não programada, estratégica, administrativa, operacional, individual, coletiva e, quanto ao
mérito, ela pode ser satisfatória, maximizada, otimizada, aceitável, exeqüível.
Fatores que afetam a tomada de decisão: tempo disponível, a ética, informação disponível, a percepção, a
competência, propensão ao risco, os recursos disponíveis, a inteligência. As dificuldades em resolver problemas estão
relacionadas a estes fatores.
Ferramentas para a resolução de problemas
Processo racional; produção de informações: banco de dados, SIG, SAD; brainstorming; princípio de Pareto
(poucas causas ocasionam muitos defeitos); diagrama de Ishikawa, ou da espinha de peixe; árvore de decisões;
análise de vantagens e desvantagens; análise do campo de forças; ponderação de critérios (preço, conforto,
durabilidade, assistência técnica, outros); combinação da racionalidade com a intuição; matriz de resultados;
pesquisa operacional (programação linear, teoria das filas, modelos matemáticos); técnica Delfos, análise de séries
temporais; gerência de rendimentos; evitar vieses ( estes são defeitos inconscientes na tomada de decisão).
Observação: quando o dado numérico estiver relacionado à probabilidade de ocorrência lembramos que Valor esperado =
valor possível x sua probabilidade. Probabilidade é a relação entre o número de eventos favoráveis e número de eventos
possíveis.
Matriz de Resultados: é uma tabela que mostra o resultado esperado de cada alternativa de decisão.
Árvore de Decisão - tipo de rede usada para apresentar uma progressão de decisões que envolvem incerteza. A árvore
ajuda a visualizar o caminho de opções a serem escolhidas. É fácil de ser explicada aos interessados, chefes, subordinados
ou clientes.Vejamos um exercício prático:
► Desenhar uma árvore de decisão representativa de uma seqüência de três decisões, a serem tomadas nesta semana, em
maio e em agosto, respectivamente: comprar R$100.000.00 em matéria-prima (A), ou aplicá-los no mercado financeiro
(B) ? O economista fez as seguintes projeções:
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Se você multiplicar cada lucro pela sua respectiva probabilidade terá o ganho provável de cada opção. E, neste
critério a melhor opção seria a BAB.
Probabilidade é assunto sério, não devemos nos esquecer que 80 ou 90 % de probabilidade de acerto, não exclui, nem
impede, os 20% ou 10% de dar errado. E se a certeza for absoluta, então não há o que se decidir. Exclua os caminhos que
podem levá-lo a resultados inaceitáveis para a empresa, ou para sua vida pessoal. Acostume-se a decidir, e aceite a
impossibilidade de se ganhar sempre.
Planejar é estabelecer, definir, o conjunto de ações a serem realizadas no futuro.O bom administrador planeja
adotando uma atitude proativa_ antecipa-se aos problemas que poderão surgir, e estes são identificados pelo
acompanhamento e a análise dos ambientes externo e interno. A empresa se adapta continuamente às novas situações.
Planeja-se para evitar surpresas, caso contrário, estaremos apenas reagindo às pressões.
Fayol dizia que administrar é prever. Só podemos planejar se sabemos onde queremos chegar, ou seja, a partir dos
objetivos definidos, ou da missão, que é um objetivo mais amplo. Os objetivos de uma organização podem ser gerais ou
específicos, explícitos ou implícitos, principais ou secundários. Associadas ao planejamento temos as políticas, ou
diretrizes, que orientam o comportamento dos empregados, no longo prazo. Do planejamento resulta um plano, que pode
ser permanente ou singular, de longo ou de curto prazo, geral ou específico, estratégico, funcional ou operacional.
Planejamento Estratégico é o de mais alto nível em uma organização. Os autores de Administração apresentam
diferentes seqüências das etapas do processo de planejamento estratégico, entretanto, elas coincidem quanto à essência, e
ao resultado final_ um plano de longo prazo que abrange todas as atividades da empresa.
Processo de Planejamento estratégico ( e de administração estratégica) (metodologia da FGV 1994)
1.definição da missão socioeconômica da empresa, coerente com as responsabilidades sociais e com os valores enunciados
pelos dirigentes.
2.Análise do ambiente externo_ identificação de oportunidades e ameaças.
3.Análise do ambiente interno_ identificação dos pontos forte, fracos e neutros da empresa.
4.Definição dos objetivos e das metas, todos coerentes com a missão.
5.Análise prospectiva, dos hiatos entre onde estamos e onde queremos chegar. Busca e delineamento das possíveis
alternativas estratégicas. Análise SWOT, confronto entre os pontos fortes-strenghts, fracos- weaken, as opportunities e as
ameaças-threats.
6.Tomada da decisão estratégica, a escolha da estratégia fundamental, que deverá ser adequada, exeqüível e aceitável.
7. Elaboração dos programas, projetos, orçamentos, cronogramas, e outros que constituirão o plano estratégico.
8.Implementação do plano estratégico. Cumprir o que foi decidido.
9.Avaliação e controle do plano estratégico, de modo a introduzirmos alguma adaptação, caso necessária, porque o
ambiente externo muda continuamente.
Todas as etapas são igualmente importantes, mas a excelência do planejamento estratégico se mede pela
criatividade na geração das possíveis estratégias, a partir da análise ambiental. Vejamos, como exemplo, ferramentas para
se delinear possíveis estratégias:
Aproveitamento de vantagens competitivas existentes, ou criação de alguma, de modo a superar a concorrência ( as quatro
vantagens mais importantes são: custo, qualidade, velocidade e inovação).
Matriz BCG (do Boston Consulting Group), de análise do portfólio (carteira) dos produtos da empresa, segundo dois
critérios; a participação no mercado e o crescimento do mercado. Na figura do LT temos os produtos vaca leiteira, vira-
latas, pontos de interrogação e os estrela.
Benchmarking é a técnica de se compara nossa empresa com outra, do mesmo ramo, e de desempenho excelente. (Ela
disfarça o plágio).
Estratégia se confunde, às vezes, com política. Mas há diferenças significativas entre uma e outra. Política é mais flexível,
podemos adaptá-la gradativamente, às circunstâncias determinadas pelo ambiente externo.
ADMINISTRAÇÃO ESTRATÉGICA integra o planejamento estratégico e a administração, ou seja, as funções
organização, execução e o controle em um processo único e contínuo. Na administração estratégica os funcionários de
diferentes níveis hierárquicos da empresa participam da elaboração do plano. Antes, só os chefes e consultores elaboravam
o plano, e quanto fracassava, a culpa caía sobre os empregados. Se o ambiente externo muda continuamente, o plano
estratégico deve se atualizar, o que reforça o conceito de administração estratégica. A função controle vai realimentar o
plano continuamente. Um plano estratégico só pode ser considerado bem sucedido quando se alcançar os objetivos,
coerentes com a missão.
Exercício O plano estratégico da empresa Faz Tudo, a partir da missão, fabricar bons produtos e vendê-los a preço
justo, definiu o objetivo de aumentar em 20% a produção em 24 meses, mantendo a mesma margem de lucro. A estratégia
escolhida, e os programas e projetos decorrentes determinaram: a filial Alfa será divida em duas, criar a filial Beta no outro
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estado; suprimir o departamento Charlie, e montar o Delta; dispensar 5 % dos atuais funcionários e admitir outros, até o
limite de 8%; cancelar a terceirização do treinamento, e montar a divisão educacional; lançar os produtos Echo e Face a
serem fabricados no novo prédio Golf; modernizar o sistema de comunicação interna e externa. Implemente este plano
estratégico.
EXEMPLO DE ORÇAMENTO
Atividade Janeiro Fevereiro Março A'bril Total
Transporte R$2000,00 R$1500,00 R$1500,00 R$1500,00 R$6500,00
Material R$5000,00 R$2000,00 R$3000,00 R$2000,00 R$12000,00
Mão-de-obra R$2000,00 R$5000,00 R$2000,00 R$3500,00 R$12500,00
TOTAL R$9000,00 R$8500,00 R$6500,00 R$7000,00 R$ 31.000,00
Organizar é dispor os recursos em uma estrutura que facilite a realização dos objetivos. Seu resultado é a divisão
da empresa, em partes, que deverão continuar funcionando interligadas, de modo a se alcançar os objetivos. Então, é
correto dizer: vamos organizar nossa organização. Isto corresponde a estruturar nossa empresa, definindo autoridade e
responsabilidade, a divisão do trabalho, as tarefas, a comunicação entre as pessoas, e especialmente, a
departamentalização. Convém recordar que a divisão do trabalho decorreu da especialização. O organograma é o desenho
representativo da estrutura da empresa.
Funções organizacionais: operações, marketing, finanças, engenharia, logística, vendas, e outras. Função é também
a atividade exercida pelo empregado na empresa, o papel a desempenhar. Cargo é a posição do empregado na estrutura
administrativa organizacional, e a ele correspondem uma ou mais funções.
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Critérios de departamentalização por: produto, função, processo, projetos, ou matricial, clientes, regiões ou geográfico,
disciplinas, quantidades, tempo ou turno, e outros. Na maioria das empresas adota-se a combinação de dois ou mais
tipos de departamentalização.
A autoridade formal é o direito de se dar ordens e ser obedecido. No capítulo sobre liderança, trataremos da
diferença entre autoridade e poder.
Centralização e descentralização mede o grau de decisão, a variedade de funções sob a direção e o controle de
uma só pessoa. Descentraliza-se mediante transferência de autoridade e responsabilidade aos subordinados. Delega-se
autoridade, mas não, a responsabilidade.
Amplitude de controle (span of control) é o número de pessoas subordinadas ao mesmo chefe, e a amplitude ideal
dependerá da similaridade das funções, da proximidade dos subordinados, da complexidade das tarefas, do nível de
capacitação dos subordinados, da coordenação requerida.
O termo divisão = agrupamento de departamentos, nas empresas americanas, tem significado diferente no Brasil, porque
seguimos a nomenclatura da administração pública: Ministério, departamento, diretorias, divisões, seções. Aprovável
origem do termo em Inglês remonta às divisões do Exercito dos países europeus.
Departamentalização: por função — industrial, marketing, finanças, logística, recursos humanos, engenharia,
operacional, segurança;
por produto, ou serviços — brinquedos de plástico, eletrônicos, jogos, e de borracha; automóveis, caminhões, ônibus,
vans, pick-ups. No caso de uma concessionária poderia ser: veículos novos, veículos usados, oficina de manutenção;
Matricial ou por projetos: combina a por produtos com a funcional. É adequada para produtos ou serviços de
porte, únicos, às vezes inovadores, de duração finita no tempo: navios, aviões, prédios, construção de estradas, feiras e
grandes eventos. Os projetos são feitos sob encomenda do cliente. A organização por projetos é bastante variada, podendo
assumir diferentes modelos: um só departamento cria um ou vários projetos, inteiramente subordinados a ele, que detém
todos os recursos necessários; ou uma organização funcional cria um projeto específico, e recebe recursos humanos e
materiais dos outros departamentos da empresa. Normalmente se designa um chefe para cuidar exclusivamente do projeto,
ocorrendo, eventualmente a dupla subordinação do pessoal integrante do projeto. A estrutura matricial se caracteriza pela
flexibilidade.
Outros critérios de departamentalização: por clientes, regiões ou geográfico, disciplinas, quantidades, tempo ou
turno, e outros.
Na maioria das empresas adota-se a combinação de dois ou mais tipos de departamentalização.
Para qualquer dos critérios de departamentalização, cada órgão pode ser classificado como: departamento de linha, de
apoio, assessoria, ou conselho..
Unidade Estratégica de Negócios - UEN, unidade de negócios. Adotada nas grandes empresas, quando a
diferenciação das atividades passa a exigir a descentralização, seja por regiões, por produtos, ou serviços. No caso
extremo, a UEN dispõe dos recursos e é responsável pelos resultados, podendo ser até uma empresa autônoma,
subordinada a holding.
Organograma é o desenho representativo da estrutura funcional da empresa. Ele exibe os departamentos, a
hierarquia entre eles, e as linhas de autoridade e de comunicação formal.
Exercício: procure desenhar o organograma da empresa em que você trabalha.
Comunicação é a transmissão de idéias entre duas ou mais pessoas e, na organização da empresa, ela é imprescindível
para garantir a boa ligação dos departamentos, ou seja, a boa coordenação, esta exercida pelo gerente, pelo chefe comum
dos departamentos envolvidos. Compreende cinco elementos: transmissor, codificador, o canal ( por onde passa a
mensagem), o decodificador e o receptor.
A Neurolingüística estuda a comunicação pelos gestos, pela vestimenta, pelo ambiente, entonação da voz , e por
outros artifícios, todos eles de efeito psicológico.
Comunicação vertical_ para cima ou para baixo na linha hierárquica. Comunicação lateral, ou horizontal_ entre as
unidades de trabalho do mesmo nível hierárquico.
Os modernos recursos de comunicação, de processamento e gerenciamento de dados facilitam a adoção de uma variedade
de estruturas organizacionais, e o administrador escolhe aquela que proporcione flexibilidade, economia de recursos e
melhor atenda à clientela.
Administração de processos organizacionais. A empresa é vista como conjunto de processos interligados em uma
cadeia horizontal. Exemplo: a cadeia de suprimentos formada pelos fornecedores, compras, produção, logística e clientes.
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• Aula 9: Dinâmica Organizacional, Motivação e Desempenho. Estudo de Caso Começando do Zero.
(Atenção: este texto é apenas um resumo da matéria e, portanto, não substitui o livro-texto nem o ensinado em aula)
As organizações modernas têm que adaptar sua estrutura em razão da dinamicidade do ambiente externo. Segundo
autores tradicionais, existem dois modelos básicos de estrutura, o mecanicista e o orgânico. Ao primeiro associamos a
escola de Taylor e de Max Weber, ao segundo, associamos a administração de Fayol e, principalmente, a abordagem das
relações humanas. Burns & Stalker e Likert, nos anos sessenta, e Gouldner, em 1971, concluíam que ambientes e mercados
estáveis permitem modelos mecanicistas, enquanto ambientes externos dinâmicos exigem estruturas orgânicas. Likert
identificava quatro modelos de organização: autoritário-coercitivo, autoritário-benevolente, consultivo e participativo.
Estes dois últimos correspondem às estruturas orgânicas e, portanto, dão maior ênfase às pessoas, eles têm maior
autonomia, e prevalece a comunicação informal; a fonte da autoridade é o conhecimento, a liderança é democrática, o nível
de especialização é reduzido, as decisões são compartilhadas entre chefes e subordinados.
As organizações devem ser estruturadas de modo a atender ou responder a fatores externos e internos. Alfred Chandler, em
1962, afirmava que a estrutura deve se adaptar à estratégia da empresa. Além da estratégia, a tecnologia, o ambiente
externo e o elemento humano influenciam o modelo organizacional.
Quanto à tecnologia, temos três tipos principais de produção: em massa (carros, aparelhos eletrônicos...), por processo
contínuo ( gasolina, açúcar, tintas...), e unitária ou em pequenos lotes ( navios, prédios, cozinhas modulares, produtos sob
encomenda).
A tendência moderna é de se dar o toque personalizado à produção em massa.
Lawrence e Lorsch, em 1969, estudaram a relação entre estrutura e o ambiente externo, e formularam três conceitos:
diferenciação_departamentalização, atributos comportamentais e grau tipo da estrutura, mecanicista ou orgânico. Na
mesma empresa, um departamento difere do outro. Lidar com o público é diferente de lidar com as finanças, ou com a
manutenção.
Integração_ colaboração para alcançar unidade de esforços. Se temos muita diferenciação precisamos da
integração.
Ambiente (externo) com sub-ambientes: de mercado, científico e o técnico-econômico, político, e outros.
Para ser eficaz a empresa vai combinar a diferenciação com a integração de acordo com a exigência do ambiente externo.
O elemento humano tem influência sobre a estrutura organizacional. Um departamento onde prevaleçam funcionários de
nível superior funciona diferentemente de outro com a maioria de empregados de nível técnico. Professor e médico de
ambulatório exercem tarefas individualizadas, enquanto cirurgiões e engenheiros trabalham em equipe.
Tamanho e estrutura: na medida em que a empresa cresce, naturalmente ela tende a se tornar mais burocratizada.
Daí os esforços das melhores e maiores empresas se tornarem pequenas por dentro. O downsizing é uma redução
planejada dos níveis hierárquicos. A formação de grupos, ou equipes de trabalho favorece a organicidade da estrutura.
Motivação e desempenho.
Visto na abordagem das Relações Humanas, motivação é o que move as pessoas para alguma ação ou atitude. E, segundo
Maslow (1943), a alavanca da motivação são as necessidades humanas: básicas ou fisiológicas, de segurança, de estima ou
participação, de auto-estima, e de auto-realização.
O bom desempenho no trabalho é resultante de dois fatores_ sua competência ( habilidades e aptidões) e sua
motivação. Poderíamos até afirmar que o desempenho é a média geométrica da competência e da motivação. O
desempenho tende a melhorar com a educação e treinamento, com a interação social, com a experiência adquirida.
Herzberg, em 1959, propôs a teoria dos dois fatores: os motivacionais e os higiênicos. Estes corresponderiam às
necessidades básicas e de segurança propostas por Maslow.
Ontem, e principalmente hoje, existem necessidades socialmente adquiridas, que são geradas pelos usos e costumes, pelos
valores, pela propaganda, educação, religião.
O prestígio de uma determinada profissão muda com o tempo. No Brasil, os médicos sempre foram valorizados pela
sociedade, mas, com o aumento do número de graduados em Medicina, aquel prestígio diminuiu. O que sempre existiu, e
continua, de fato, é a valorização do diploma de nível superior.
Sistemas motivacionais compreendem todos os incentivos e recompensas que as organizações oferecem a seus
empregados na tentativa de conseguir melhorar o desempenho de seus empregados. A motivação parte do íntimo do
indivíduo. Estímulos externos podem despertar a motivação.
Enriquecimento do trabalho ( empowerment): rodízio de cargos, treinamento e desenvolvimento, participação em
grupos ou equipes de trabalho, autocontrole, auto-avaliação, participação em programas de orientação de estagiários;
autogestão do grupo de trabalho; programas de incentivos ( prêmios, gratificação ou prêmio pelas vendas ou produção,
viagens, condecorações)
A eficácia de determinado sistema motivacional dependerá das necessidades individuais, e cada empregado tem a sua
prioridade, de acordo com sua crença, sua formação, sua ética. Os cientistas, os maiores músicos, artistas plásticos,
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escritores, médicos que a humanidade produziu tinham em comum o menor apego ao dinheiro. E isto bate de frente com a
mentalidade anglo-saxônica de priorizar o lucro, de se tentar motivar o empregado oferecendo mais dinheiro, ainda que
dissimulado em premiação.
Cultura organizacional é o conjunto de normas de conduta compartilhados e aceitas pelos indivíduos da
organização, e compreende valores, rituais, crenças e hábitos dos empregados. Ela faz parte do clima organizacional.
De volta para casa, após o décimo fracasso na dinâmica de grupo para selecionar candidatos ao emprego de quatro
salários mínimos, Zeco resolveu atender ao apelo da mãe viúva, e fez uma avaliação consciente de sua situação atual
diante do futuro.
Seu currículo: formado há seis meses em Contabilidade, depois de transferência da Administração; média final
cinco; dispensado do estágio remunerado em função da conclusão do curso; conhecimentos de Informática, Inglês,
Português, Matemática e de outras disciplinas, apenas os exigidos pela Faculdade; nenhuma habilidade técnica que pudesse
valorizar o currículo; nenhuma habilidade artística ou desportiva. Situação sócioeconômica: mora com a mãe, em casa
alugada, e ela sobrevive com a pensão, ajuda do filho casado, que reside em outra cidade, e mais algum extra por serviço
eventualmente prestado às vizinhas, há mais de trinta anos. Na vida social, perdera o contato com os colegas da
Universidade, e os amigos se limitavam aos do bairro. De positivo mesmo, só a vontade de trabalhar, a saúde, a juventude.
E a mãe acrescentou: honesto, sem dívida para com a sociedade, endereço limpo.
Pela primeira vez consciente de suas limitações, de sua desvantagem competitiva, diante do mundo globalizado,
decidiu assumir seu papel na família e na sociedade. Dialogando demoradamente com a mãe, ela lamentava que a idade
não lhe permitia mudar de bairro, que os recursos financeiros não acompanhavam os aumentos dos remédios, e os extras
diminuíam devido à concorrência de outras pessoas, em situação semelhante. Pensou: só é livre quem se sustenta com
recursos próprios, não sou livre.
Folheou as apostilas, as cópias de capítulos avulsos, sem continuidade, os cadernos com anotações de aula, contou
vinte livros em sua estante, alguns desatualizados. Dizem que a Internet tem tudo, mas perdi o acesso a ela, e não
disponho de computador. Meu patrimônio econômico se resume aos objetos do quarto de dormir.
Decidiu agir com o objetivo de melhorar o currículo, arranjar trabalho avulso ou autônomo, continuar a procura do
emprego, sem queimar sua imagem nas agências de seleção. Tudo exigia algum dispêndio monetário, e não havia folga no
orçamento doméstico. Estabeleceu a rotina diária de ajudar no trabalho da casa, estudar durante duas horas na biblioteca da
Universidade, e mais duas, em casa, à noite, percorrer os bairros adjacentes à procura de alguma oportunidade, seguindo a
intuição e os anúncios do jornal de domingo. Em atenção ao pedido da mãe, destinou as manhãs de sábado ao trabalho
voluntário, coordenado pela igreja local. Lazer, privilégio dos independentes, só no final de semana. Já praticava uma hora
de exercício físico ao dia. Com isto preencheria o tempo, até conseguir emprego ou serviço.
Para se oferecer serviços de contabilidade seria preciso saber tudo sobre o assunto. Quando se trabalha em alguma
empresa, o chefe, ou os colegas, nos orientam. Daí o acerto em voltar aos estudos, para cobrir as lacunas deixadas em
diferentes disciplinas. No Brasil, o país das oportunidades, os autônomos ganham a vida na área comercial, ou trabalhando
diretamente na execução de trabalhos, na prestação de serviços. Mas existem muitos outros que faturam servindo apenas de
intermediários entre o produtor, ou prestador de serviços, e os clientes. Geralmente, o maior lucro vai para o intermediário.
Zeco, influenciado pelas muitas vezes que escutara, em casa, a palavra honestidade, assumiu, naturalmente, o
compromisso de ser ético, de ganhar dinheiro com seu trabalho, sem explorar os outros.
Vou administrar a casa, trabalhar no bairro, até conseguir minha própria empresa. Se vivemos no mundo da informação,
do conhecimento, vou criar meu banco de dados, a partir da pergunta: de que serviço as pessoas precisam? E, daí vou
atendê-las, ao menor preço possível. Embora nosso bairro seja pobre, com renda mensal média de cinco salários,
começarei pela minha rua até conhecer todas as atividades econômicas das redondezas. Alguma oportunidade de negócio
vai surgir. No país das desigualdades sociais, se meu bairro é pobre, vou procurar as pessoas ricas ou empreendedoras
que precisam de algum serviço.
Com a dica e a ajuda do irmão, comprou, em suaves prestações, um PC da empresa que acabara de modernizar o
sistema de informática. Ao ter conhecimento da mensalidade do plano básico de saúde privada, e depois de três horas na
fila do hospital público, reconheceu que saúde é valioso patrimônio individual. No dia seguinte, cuidou da limpeza da
caixa d’água, se interessou pela arte culinária, deixou de correr nas avenidas poluídas pelo diesel barato e prestou mais
atenção aos artigos sobre prevenção das doenças, nos jornais de domingo.
Havia certa correlação entre a hierarquia das necessidades de Maslow, o filme O Náufrago, e sua vida de desempregado.
Se a casa e a comida estavam garantidas, cuidou da estima participando dos eventos socioculturais do bairro. Descobriu
que o acesso à cultura e à arte não custavam caro, desde que se aproveitasse os museus, exposições, bibliotecas, os
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espetáculos patrocinados pelas grandes empresas e o governo. A auto-estima ia melhorando em razão do estudos e da
busca de algum trabalho.
Eis o balanço dos resultados, após seis meses: superou as deficiências escolares correspondentes aos dois primeiros
anos do curso de graduação; começou a entender o significado da expressão alguma cultura geral, diferente de carnaval,
futebol, a última piada, a nova gíria é...; conseguiu ler um bom romance brasileiro. De seu banco de dados constava
informações sobre os melhores profissionais de nível técnico, disponíveis no bairro_ bombeiro, marceneiro, pintor,
eletricista, mecânico, serviços de eletrônica, de computação, jardineiro, pedreiro. Ao constatar que os melhores faturavam
mais do que muitos dos graduados, decidiu matricular-se em curso do SENAI.
A listagem dos profissionais liberais disponíveis nas redondezas_ médicos, dentistas, advogados, engenheiros,
fisioterapeutas, e outros_ foi útil apenas uma vez, mas compensou todo o trabalho: nosso herói identificou um prédio de
apartamentos, cuja construção estava paralisada há dez anos, comentou o fato com o advogado, e este despertou o interesse
de um empreendedor, residente em outro bairro, que já ganhara muito dinheiro comprando imóveis desvalorizados em
razão de disputas judiciais. A iniciativa e os serviços de localização dos proprietários dos apartamentos lhe renderam cinco
salários. *( março de 2000)
Facilmente montou a listagem dos estabelecimentos comerciais assinalando suas peculiaridades quanto ao produto,
o preço, e o atendimento ao cliente. Não tinha nada a comprar, mas se alguém precisasse... Com algum trabalho e muita
paciência conseguiu completar as informações referentes aos serviços estaduais e municipais. Para cada um dos serviços
públicos do bairro, Zeco conseguiu descobrir o telefone, o endereço do órgão público e o nome do funcionário responsável:
iluminação pública, limpeza urbana, pavimentação, concessão de transporte, telefone, fornecimento de energia,
arborização, escola, posto de saúde, policiamento, arrecadação fiscal, defesa sanitária, fiscalização de posturas, defesa
civil, corpo de bombeiros e, nomes dos vereadores e deputados estaduais que haviam recebido mais votos dos moradores,
nas últimas eleições. O brasileiro não sabe os direitos que tem e o quanto paga de impostos, por serviços deficientes.
Quando resolveu participar das reuniões da associação de moradores, aquele conhecimento se mostrou da maior
utilidade.
Trabalhou de graça, fez muitos amigos, que mais tarde lhe ajudaram de algum modo. O mesmo ia acontecendo,
aparentemente por coincidência, com o trabalho comunitário. Uma senhora idosa, que observara sua boa educação no trato
com as pessoas humildes, perguntou se ele não gostaria de participar também da equipe de Amigos da Escola. Tudo bem
enquanto não arranjo meu emprego, respondeu. E ela: estou precisando de alguém que faça uns serviços para mim, no
banco e no comércio, quinzenalmente. Meu sobrinho que cuidava disso, mudou-se para o interior, depois da formatura.
Antônio José foi escolhido, dentre trinta outros candidatos, para um emprego de dois salários, 20 horas semanais,
exatamente dois anos depois daquele décimo fracasso. Gostou da opção de meio expediente, porque não queria abandonar
suas atividades na associação de moradores e, muito menos, suas três horas semanais de trabalho voluntário, na escola
pública. Os serviços avulsos lhe rendiam meio salário.
Os exemplos da árvore plantada por ele, na rua, do conserto da fachada da casa e da calçada foram seguidos por
quatro vizinhos. Superou todas as dívidas de aprendizado e, distraía-se com a leitura dos livros. O banco de dados, agora
ligado à Internet, ampliara-se, a ponto de servir de fonte de consulta diária. Depois de duas visitas ao SEBRAE, delineou
seu plano de longo prazo, em direção à auto-realização: ser micro-empresário.
O melhor de tudo, entretanto, era sua integração ao novo grupo de amigos, que se iniciou ao acaso, na longa fila de
espera para ingresso, a preços populares, da última apresentação da La Bohéme. Reuniam-se em todos os finais de semana.
Escreveu na agenda: trabalho e boa educação ajudam a abrir portas, e uma porta dá acesso a outra. É o Windows da vida.
P.S. Um empresário meio filósofo, ao ler este texto comentou: quando entendemos suas mensagens, já não precisamos
mais.
* em setembro de 2004, um empreendedor comprou o esqueleto do prédio, solucionou as pendências jurídicas e lançou
no mercado um edifício com 20 apartamentos de alto luxo, na zona sul do Rio de Janeiro.
► Trabalho em grupo: Cada participante deverá expor aos colegas seu entendimento sobre o texto, e o grupo deverá:
selecionar duas idéias ou conceitos possivelmente úteis na atualidade; apresentar duas críticas ao texto e as propostas para
corrigi-las.
Liderança é a capacidade de influenciar as pessoas para atingir os objetivos da empresa. Substituiu o termo
direção, comando, que vêm desde a escola clássica do Fayol. É interpessoal, pois não existe líderes sem liderados, e vice
versa.
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Segundo Silvino Fritzen, em seu livro Dinâmica de Grupo, editora Vozes, o líder é otimista, democrático, seguro,
eficaz, corajoso, disponível, acolhedor, sociável, desinteressado, sincero, firme e suave, catalisador, tem juízo maduro, tem
confiança nos outros, dá apoio e é previsor.
Primeiramente os psicólogos tentaram identificar as características, os traços pessoais do líder. É popular a tradição de que
os líderes nascem feitos, mas os pesquisadores profissionais discordam e afirmam que a capacidade de liderança pode ser
desenvolvida pelo indivíduo.
Napoleão era baixinho, Abraham Lincoln, melancólico e introvertido. Gandhi era o mais pacífico dos indianos,
Madre Tereza de Calcutá e a Irmã Dulce da Bahia, franzinas e tranqüilas. As mulheres estão ganhando espaço nas funções
que exigem liderança. Não há, portanto, qualquer característica física associada à capacidade de liderança. Assim não
interessa o que os lideres eram, mas sim o que eles faziam para administrar.
Funções de liderança são as atividades de manutenção do grupo e relacionadas às tarefas que devem ser realizadas pelo
líder para que o grupo tenha um desempenho eficaz, ou seja, alcance o objetivo organizacional.
Os termos autoridade, poder e influência têm sido usados de modos diferentes, às vezes, conflitantes. Poder é a
capacidade de uma pessoa, ou grupo, influenciar outro indivíduo, fazendo-o cumprir uma ordem. (independentemente da
vontade de cumpri-la ou não). Autoridade é o tipo de poder baseado no reconhecimento, pelo cumpridor da ordem, da
legitimidade ou da legalidade daquele poder. É a aceitação da ordem Daí se designar poder legal como sinônimo de
autoridade.
Autoridade e poder se mesclam em uma gradação contínua. Na prática é muito difícil ocorrer 100% de autoridade
ou 100% de poder, e ambos envolvem quatro elementos: quem dá a ordem, quem a recebe, sua natureza, e o ambiente no
momento do cumprimento da ordem. O exemplo máximo de autoridade foi o de Gandhi, com relação aos indianos, seus
seguidores. O limite máximo do poder é o do assaltante com o revólver apontado para a vítima. Entre esses dois extremos
existe uma gradação contínua. Quando seu chefe lhe dá uma ordem rigorosa, está combinando sua autoridade de chefe,
com o poder de puni-lo de alguma forma, caso você não a cumpra.
O motorista reconhece a autoridade do policial do trânsito, e ainda que a ordem não seja muito correta, vai cumpri-
la ciente que o policial tem o poder de multá-lo ou de prendê-lo.
A liderança se liga à autoridade, porque implica o reconhecimento pelo subordinado, da legitimidade do poder do chefe.
Em síntese, na autoridade, segundo Barnard, o subordinado aceita a ordem e decide cumpri-la. Herbert Simon denomina
área de aceitação às inclinações que condicionam os indivíduos a aceitar ordens que estejam dentro dos limites habituais
da responsabilidade ou da atividade.
As fontes do poder e da autoridade: John French e Bertram Raven, em 1959, identificaram cinco fontes do poder:
de recompensa, ou seja, o de premiar de alguma forma, o cumpridor da ordem; coercitivo, o poder de punir pelo não
cumprimento da ordem; legítimo ( apoiado na Lei); de competência, baseado no reconhecimento pelo subordinado, da
competência técnico-profissional, do autor da ordem. De referência, baseia-se no desejo do subordinado de seguir ou de
imitar seu chefe. Acrescentamos o carismático, apoiado em valores espirituais, como exemplo o de Gandhi, do Dalai
Lama e do Papa João Paulo II.
Segundo nosso entendimento, os poderes legítimo, de competência e de referência associam-se ao conceito de
Autoridade, enquanto os de recompensa e o coercitivo se ligam ao Poder propriamente dito. Max Weber, muito antes, já
havia definido as três bases da autoridade_ a tradicional, a carismática e a legal-racional.
Os americanos não gostam de tratar objetivamente do conceito de poder, porque se associa ao regime autoritário, que eles
detestam e proíbem desde a Constituição de 1776. Ela estabelece e limita os poderes, mediante um sistema de limitações
e equilíbrios ( check and balances). A Carta dos Direitos_ Bill of Rights, e várias emendas posteriores, foram promulgadas
para proteger os direitos do indivíduo.
Passando para o Brasil, século XXI, na prática vemos que a ameaça da perda do emprego, ou de não melhoria do
salário, transfere aos chefes um poder muito forte, principalmente com relação aos níveis mais baixos da estrutura
organizacional. O operário só tem em sua defesa a lei trabalhista, e a consciência ética do seu chefe. Os melhores chefes
apóiam sua autoridade na liderança.
John Kotter, em 1976, listou seis qualidades dos administradores bem sucedidos quanto ao exercício do poder:
são sensíveis à fonte de seu poder; reconhecem os diversos custos, riscos e benefícios das cinco bases do poder;
admitem que cada uma daquelas bases têm seus méritos; possuem objetivos de carreira que lhes permitem
desenvolver e usar o poder; agem com maturidade e exercitam o auto controle; compreendem que o poder é
necessário para realizar as coisas.
O poder e a autoridade não estão limitados aos administradores, mas a todas as pessoas que trabalham em uma
organização. Uma enfermeira experiente exerce influência sobre os médicos novos, e o mestre de obras, sobre o
engenheiro novato.
Delegação de autoridade: desde o Fayol, delegar é atribuir a um subordinado a autoridade formal pela realização
de uma atividade específica, mas, não se delega a responsabilidade, esta pertence ao chefe. Continuo responsável, perante
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meu chefe, pelo cumprimento das tarefas que deleguei a meus subordinados. A delegação oferece, pelo menos, as
seguintes vantagens: incentiva os subordinados a progredirem no trabalho, tornando-o mais interessante; favorece o
espírito de iniciativa; permite que o chefe dedique mais tempo às outras tarefas complexas; acelera a decisão.
O bom administrador escolhe corretamente as tarefas que podem ser delegadas e a quem elas devem ser transferidas.
Diretrizes para a delegação eficaz: estabelecer uma linha clara de autoridade; unidade de comando, cada
pessoa deve prestar contas a apenas um superior; assegurar de que a pessoa que recebe a tarefa dispõe das
informações necessárias; dar ao subordinado a autoridade suficiente para bem desempenhar a tarefa que lhe foi
delegada; definir os resultados específicos que se espera do subordinado; estabelecer um feedback eficiente para
acompanhar o andamento da tarefa delegada.
Lembrete: os modernos meios de comunicação e a disponibilidade dos sistemas computadorizados expandiram a
potencialidade da delegação de autoridade, porque facilitam sobremodo o controle pelo superior.
Em 1964, Blake & Mouton criaram a grade de liderança. Um par de eixos cartesianos, representando, o eixo dos X o
interesse na produção, na tarefa, e o eixo Y, o interesse nas pessoas, respectivamente.
Dentre as diferentes abordagens da liderança, a SITUACIONAL nos parece a melhor. Os comportamentos eficazes de
liderança variam de uma situação para outra. O melhor líder para determinada situação não será necessariamente o melhor
em outra situação diferente, a menos que modifique seu comportamento, seu estilo de liderança.
A literatura sobre liderança é abundante, mas todas enfatizam o alcance do objetivo como medida da liderança, e o
grau de participação dos integrantes do grupo.
Devemos criar cargos motivadores. Douglas Mc Gregor, da teoria Y, já afirmava que as pessoas gostavam de receber
responsabilidades. Rodízio, expansão e enriquecimento de cargos são procedimentos que motivam o funcionário no
desempenho de suas tarefas.
► Exercício: assista aos filmes seguintes e identifique as qualidades de um líder: Invictus, O Gladiador, O resgate do
Soldado Ryan, Mestre dos Mares, seriado Band of Brothers, Hotel Ruanda, Ghandi, Mandela,
Grupos, comissões e trabalho em equipe
Esta é uma realidade das empresas modernas. Todos trabalham em grupo, ou estão prontos para formar equipes, e
a estrutura da organização se torna mais flexível e dinâmica, para enfrentar a turbulência do ambiente externo. Grupos
formais e informais, funcionais permanentes e temporários, comissões e comitês, grupos de interesse, e outros.
Com a equipe, a produtividade aumenta, reduz-se o custo, facilita-se a mudança e propicia-se a inovação. O planejamento é
feito em conjunto, as pessoas ampliam e diversificam suas habilidades, o aprendizado é contínuo, e os métodos de
trabalham se aprimoram.
A liderança participativa evolui para a liderança em equipe. De modo semelhante à liderança, mede-se a eficácia
da equipe pelos resultados. E, se o comportamento do grupo não tiver agradado a algum dos participantes mesmo tendo-se
alcançado o objetivo? É preciso, então, mantermos a coesão do grupo no dia-a-dia.
Em nosso livro-texto, Maximiano enuncia os fatores críticos para o bom desempenho do grupo: objetivos claros,
tarefa desafiadora, realização pessoal, líder e colegas competentes, recompensa coerente com a expectativa.
Desde a gestão da qualidade total, e principalmente na atualidade, nas empresas modernas, prevalece a
administração por equipes, em nível operacional ou gerencial.
Nos grupos consultivos é necessária certa divergência de opinião entre seus integrantes, por representarem interesses
conflitantes.
Controle é o processo de garantir que as atividades realizadas se igualem ao que foi planejado. Suas etapas básicas
são o estabelecimento de padrões e de métodos para medir o desempenho, a medição do desempenho, a sua comparação
com o estabelecido, o planejado, e a ação corretiva ou o aprimoramento dos padrões.
As três etapas que se seguem à primeira são realizadas contínua e permanentemente, e quanto mais rápido for o
ciclo do controle, melhor, porque acrescenta vantagem competitiva ao produto ou serviço. A definição correta e precisa dos
objetivos é o ponto de partida para o controle. Controlamos para melhorar a qualidade do nosso produto. Lee Iacocca,
constatou que o mesmo carro com a marca Mitsubischi era percebido como de melhor qualidade nos EUA,
comparativamente à marca Chrysler. Atualmente os operários participam diretamente do controle da qualidade, como
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inspetores. Na Toyota eles podem interromper, com um sinal, a linha de produção. O processo de controle mantém o
sistema orientado para o objetivo.
A cibernética consiste essencialmente em conseguirmos o autocontrole de nosso sistema. No lançamento de um
foguete, por exemplo, o mecanismo de controle corrige, a cada centésimo de segundo, a posição do foguete.
Tipos e métodos de controle: controle pré-ação, de direção, de triagem, e pós-ação. O controle pré-ação atua sobre os
insumos, o RH, materiais, financeiros, e outros. O cronograma é um controle prévio do tempo. O controle de direção atua
sobre os insumos e sobre o processamento. Eles permitem que a correção seja feita antes de ser concluído o
processamento. Controle sim/não, passa/não passa, ou de triagem, o operário examina cada peça e retira aquelas suspeitas
ou defeituosas. Exemplo: saque de quantias elevadas, só com autorização do gerente. Finalmente, o controle pós-ação
mede os resultados após ser completada a ação. Exemplo: reclamação dos clientes, call back.
Nosso livro-texto, do Maximiano, adota os termos controle prévio, simultâneo e final. As principais características
de um controle eficaz: foco estratégico, precisão, rapidez, objetividade, economia, critérios múltiplos, ênfase na exceção,
aceitação.
Defina o que precisa ser controlado. Controle exagerado irrita os funcionários e resulta em gastos desnecessários.
Ele abrange todos os níveis hierárquicos da empresa. Os índices são excelentes ferramentas para o controle. Complete seu
entendimento com o livro-texto.
Na produção, temos índices de qualidade, quantidade, de custo, o giro dos estoques. No marketing temos o volume
de vendas, as despesas de vendas, a despesa de publicidade, a participação no mercado, o mix inovação.
Na gerência de pessoal temos a produtividade do pessoal, o turnover, o absenteísmo, as relações trabalhistas.
Nas finanças temos os gastos de capital, a alavancagem (dívidas/ativos) os estoques, o fluxo de capital, a liquidez, o
retorno sobre investimentos (lucro/capital).
Liquidez é a capacidade de converter ativos em dinheiro, para atender a necessidades financeiras correntes.
Liquidez é a relação entre os ativos correntes e os passivos correntes. Mede a solvência de curto prazo da empresa.
Lucratividade é a relação entre os lucros depois dos impostos e os ativos totais. Mede a produtividade dos ativos.
Situação financeira geral, em longo prazo, o ativo da empresa depois de serem deduzidos os passivos. Rentabilidade,
capacidade de obter lucro com regularidade durante longo período.
Os demonstrativos financeiros são controle pós-ação. Balanço é o retrato financeiro da empresa, em determinado
momento.
Ativo = passivo + patrimônio líquido
Acostume-se a ler os balanços das grandes empresas, publicados nos jornais, inclusive o parecer dos auditores
independentes. Estes defendem os interesses de todos os acionistas, inclusive os minoritários. Um Administrador deve
saber, ao menos, o significado de cada uma das parcelas que formam o balanço e o demonstrativo de resultados.
Análise de Índices é o relatório dos números significativos retirados do demonstrativo financeiro, geralmente expressos em
percentagem. Mas a informação útil está nas comparações, dos índices atuais com seus correspondentes, no ano anterior,
ou ainda, a comparação dos índices de uma empresa com os correspondentes de outra, que opera no mesmo ramo de
negócios.
Controle orçamentário: o orçamento traduz o planejamento da aplicação dos recursos, para determinado período de
tempo.
Processo orçamentário pode ser de cima para baixo ou de baixo para cima. No primeiro caso, começamos com as
projeções econômicas do ramo de negócios, e no segundo, começamos a partir dos planos operacionais.
Payback (tempo de retorno) ou período de payback é o tempo para se recuperar o investimento, ou o necessário para que o
total dos fluxo de caixa positivos se igualem ao investimento.
Valor atual, ou valor presente líquido, é o valor hoje, dos fluxos de caixa futuros gerados pelo investimento.
Taxa Interna de Retorno - TIR é a taxa de desconto que torna o valor presente líquido dos fluxos de caixa futuros igual ao
investimento inicial do projeto. Um bom projeto tem alta taxa de retorno interno.
ORÇAMENTO de BASE ZERO é uma abordagem orçamentária onde se usa análise de custo-benefício para
justificar todas as decisões orçamentárias, em vez de se usar o orçamento do ano anterior como ponto de partida. Ele ajuda
a priorizar as despesas. É desse que o governo brasileiro precisa. Só assim eliminaria uma multiplicidade de despesas
tradicionais, já caducas, sem retorno algum para a sociedade. O orçamento federal é votado e aprovado, pelo congresso
Nacional, a cada ano.
Auditoria é o processo de verificação criteriosa das atividades da empresa, com o propósito de descobrir eventuais
pontos de ineficiência, em qualquer dos setores . Inclui, forçosamente, uma verificação contábil, um levantamento dos
estoques e dos demais recursos, uma verificação do cumprimento das normas legais. A auditoria externa é executada por
consultores não pertencentes à empresa, o que lhes dá maior independência e isenção na análise dos fatos e das
informações.
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Uma boa empresa tem, funcionando permanentemente, seu serviço de auditoria interna. Um grupo de funcionários
de confiança que inspeciona e analisa criticamente as atividades da empresa, e assim deteta, com antecedência, focos
potenciais de graves problemas futuros. A IBM usa o sistema de portas abertas para receber críticas e informações de seus
funcionários.
Exemplos de controle na administração pública:
Do trânsito, na cidade, pela CET-Rio; do tráfego aéreo, pela Aeronáutica; das doenças infecto-contagiosas, pelos órgãos da
Secretaria de Saúde; das pragas agrícolas, pelo Ministério da Saúde; do orçamento nacional, pelo Ministério da Fazenda;
do pagamento de impostos dos cidadãos, pelos órgãos da Receita Federal, ou estadual.
Neste ponto temos algumas considerações diferentes das descritas nos livros norte-americanos. Somos latinos e
eles, anglo-saxões. Nossa hierarquia de valores é diferente, em alguns aspectos. Isto se nota nos casos sobre ética e
responsabilidade social apresentados ao final dos capítulos dos livros por eles editados.
Dentre os direitos e deveres individuais e coletivos, estabelecidos em nossa Constituição Federal de 1988, o XXIII
determina que a propriedade atenda a sua função social. Mais adiante, no artigo 170, dos nove princípios para a ordem
econômica, um deles estabelece que a propriedade tem função social, e outro trata da defesa do consumidor.
A responsabilidade social da empresa se traduz em levar em conta as conseqüências de suas ações para a
sociedade, não visando exclusivamente o aumento dos lucros. As empresas são responsáveis por ajudar o bem-estar da
sociedade a que pertencem.
Bons exemplos de responsabilidade social existem, e muitos: as campanhas contra a fome, as empresas que se
solidarizaram, prestando ajuda às vítimas de enchentes. Os restaurantes que distribuem sobras de comida aos pobres; os
colégios particulares que, à noite, dão curso gratuito para os pobres, gratuitamente. Na atualidade brasileira, qualquer
empresa que escolha soluções geradoras de emprego, estará demonstrando plena consciência de sua responsabilidade
social.
Ética: estudo dos juízos de apreciação que se referem à conduta humana susceptível de qualificação do ponto de
vista do bem e do mal, seja relativamente à sociedade, seja de modo absoluto. (dicionário Aurélio); Ética: ramo da
Filosofia que estuda os valores morais e a maneira conveniente de portar-se o homem em face dos valores. (enciclopédia
Barsa).
Aristóteles, filósofo grego escreveu, 300 anos antes de Cristo, A Ética, que trata do bem, inclusive do bem
comum, que é um conceito político. No livro, o Mundo de Sofia de Jostein Gaarder, o autor explica que Aristóteles
procurou responder à questão: o que o homem precisa para ter uma vida feliz? E concluía: ter prazeres e satisfações, ser
cidadão livre e pesquisar, ou seja, filosofar. Aristóteles valorizava o meio-termo, o equilíbrio na forma de proceder. Mais
adiante, ele explica que o conceito foi reduzido ao conjunto de regras, a partir das quais, podemos viver sem pisar no pé de
nossos semelhantes.
Vocês já devem ter escutado a expressão: não fazer aos outros o que não queremos para nós. Spinoza, outro
filósofo, porém do século XVII, e vários outros, religiosos ou não, escreveram obras sobre a Ética, e ele a ligava à moral.
Na vida profissional, o administrador ético vende seus produtos e serviços pelo preço justo; paga salários de acordo com os
do mercado, não polui o meio ambiente, assume responsabilidade das conseqüências de seus atos.
O livro Ética, de Dante Pacini, 2ª ed. 1988, esclarece que a Ética se relaciona com a moral, a razão e o sentimento humano,
e tem tríplice forma: mística, moral e estética. Não consigo separar conceitos éticos dos conceitos morais. Cada indivíduo
tem seu nível de entendimento e de avaliação particular.
Segundo Leonardo Boff, Ética vem de Ethos, designa a morada humana. Significa tudo aquilo que ajuda a tornar melhor o
ambiente em que vivemos, o mundo. Moral (morale =relativo aos costumes) conjunto de regras de conduta consideradas
válidas pela sociedade, quer de modo absoluto, para qualquer tempo e lugar, quer de modo relativo a determinado grupo.
(Aurélio).
No caso brasileiro da atualidade, cumprir a lei e as normas estabelecidas seria um bom ponto de partida, mas ser
ético e ter responsabilidade social, vai mais além, porque a legislação não prevê tudo, e se desatualiza rapidamente.
SebastiãoTeixeira, em Administração, editado pela McGraw Hill, 1997, Lisboa. Pág. 214, lista sete normas que balizam
orientam os procedimentos éticos: atuar como gostaríamos que os outros atuassem em relação a nós; atuar de modo que
resulte no maior proveito para o maior número de pessoas; imperativo de KANT= agir de forma que ação pudesse se
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enquadrar numa lei, em um comportamento universal; atuar de forma que as ações sejam consideradas corretas pelos
colegas profissionais; sentir-se à vontade se tivesse de explicar na TV as razões de sua decisão; agir de acordo com a lei; a
decisão deve se assentar na verdade, ser justa com relação às pessoas envolvidas, ser benéfica...
Devemos nos precaver do risco de se assumir que tudo que é legal seja ético, à vista das distorções do sistema
democrático brasileiro. De fato, se 90% das leis brasileiras estão de acordo com a Ética, existem, pelo menos 10 % delas
que afrontam os princípios éticos: elevados salários dos representantes dos poderes Legislativo e Judiciário; juros
extorsivos cobrados pelos bancos, elevado custo dos medicamentos, propaganda enganosa com a conivência dos
governantes, reeleição, eleição e candidatos corruptos ( escondidos na morosidade da Justiça e na imunidade
parlamentar).
Em síntese, a ética deve reger a convivência universal e pacífica; enquanto a moral se refere aos hábitos e
costumes aceitos pelos membros da sociedade.
Os temas sobre a Ética, discutidos há 2500 anos, têm merecido mais atenção da sociedade mundial na atualidade, porque
estamos todos sofrendo as conseqüências da falta de Ética na comunidade, nos governos, e especialmente, em algum outro
país. Pouco importa aos outros, se estamos prejudicados pela globalização do comércio, ou pela guerra, nos Bálcãs, no
Oriente médio ou na África. Duas questões são atuais:
Quem decide o que é ético ou não?
Qual a punição pela ação antiética?
Se alguns dos melhores filósofos da atualidade podem concluir que a convivência universal pacífica se consegue
repudiando a qualquer tipo de violência, outros poderiam achar que a paz será conseguida pela força, a exemplo da guerra
nos Bálcãs, em 1998 e no Líbano, em 2006. Algum filósofo poderia considerar ético a pena de morte, enquanto outros
mantêm o princípio da supremacia do respeito à vida. Finalmente, alguém pode achar que prevalecem os interesses da
geração atual, enquanto outros, a exemplo dos índios norte-americanos, seguem a norma de que o procedimento só será
correto se pensar nas gerações futuras. Estas questões levam a Ética a se entremear com a moral e com a religião, a
dimensão espiritual do gênero humano.
Resumindo: Ética é o ramo da Filosofia que trata das normas de conduta humana visando o bem comum e a harmonia da
sociedade.
Identificamos quatro níveis de questões éticas nas empresas: a sociedade, os donos e acionistas, os empregados e
nós mesmos. As questões éticas devem ser enfrentadas nesses quatro níveis. É difícil, mas necessário, para o bem da
sociedade.
Dentre os temas para exame da Ética numa decisão empresarial, convém memorizar: como você definiria o
problema caso estivesse do outro lado do balcão? A quem você é leal na empresa? A quem sua decisão pode prejudicar?
Auditoria social: é a avaliação e análise das atividades de uma empresa numa determinada área de interesse social, como
proteção ambiental, segurança no trabalho, ou envolvimento com a comunidade. Ombudsman: um dirigente da empresa
encarregado de investigar questões éticas da empresa; ouvidor-geral.
A moral tem componentes de ordem cultural, então pode acontecer que a atitude correta do país exportador seja incorreta
no país importador, ou da filial. Há que se respeitar os princípios morais de ambos os países. Não existe moral pela metade.
Do livro Uma ética para o novo milênio, do DALAI LAMA no exílio, Rio, editora Sextante, 2000, 256 p.: todos
nós desejamos a felicidade e queremos evitar os sofrimentos. Uma das coisas que determinam se uma ação está ou não de
acordo com a ética, é seu efeito sobre a experiência ou a expectativa de felicidade dos outros.
Será ético o procedimento que não prejudique o direito à vida, à liberdade e à felicidade, de cada um dos
seres humanos do planeta. (Dalai Lama)
Na atualidade brasileira, diante dos crimes praticados contra crianças, em casa e na rua, devemos reconhecer que o
primeiro princípio de conduta ética da sociedade terá que ser o de proteção à criança. Todos somos responsáveis.
Projeto é uma atividade nova, fora da rotina da empresa, limitada no tempo, e que vai resultar em um produto ou
serviço novo, para atender a alguma encomenda, ou à estratégia da empresa. Suas características, portanto: atividade finita,
recursos limitados, incerteza do sucesso, objetivo singular, um conjunto definido de clientes.
Na construção civil, cada edifício pode ser considerado um projeto; o novo avião da Embraer é um projeto; a olimpíada
de Atenas resultou de um projeto muito complexo; cada campanha de vacinação no Brasil é um projeto, inserido no
Programa de saúde preventiva.
Administração de projetos, ou gerenciamento de projetos, compreende as técnicas utilizadas para administrar
atividades caracterizadas como projetos. É, por natureza, multifuncional e multidisciplinar. A organização matricial se
aplica especialmente a empresas cujos produtos ou serviços são projetos.
Um projeto compreende as fases de preparação, estruturação, execução e conclusão. Estas incluem: definição de objetivos,
definição de recursos (pessoas, materiais, financeiros, outros); listagem das tarefas a serem executadas, elaboração do
orçamento (para que, quando e quanto); designação do gerente responsável pelo projeto; monitoramento ou controle
quanto ao prazo, recursos despendidos, especificações técnicas.. Geralmente, o projeto envolve todos os departamentos da
empresa, e só terá sucesso se contar com o apoio contínuo e efetivo da administração superior.
A estimativa de custos e dos demais recursos é condição sine qua non para o êxito do projeto. Alguma
flexibilidade será necessária. Fayol já dizia que é impossível se prever tudo. Um bom gerente de projetos será planejador,
organizador, líder (sabe lidar com as pessoas), articulador com os demais departamentos, administrador de tecnologia,
competente,homem de ação; formulador de métodos, forte sentimento de responsabilidade.
O projeto Apolo, de viagem à Lua, iniciado em 1961 e concluído em 1969 pode ser considerado o maior empreendimento
do século XX, mas não se compara, guardadas as proporções, às grandes navegações portuguesas do final do século XV,
que resultaram na descoberta do caminho marítimo para as Índias. Infelizmente, os países do primeiro mundo não
reconhecem os méritos passados de Portugal e da Espanha.
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subterrânea, de cascalho; tecnologia inovadora:o telefone celular, a Internet. O Brasil, hoje, continua sendo o país da
oportunidade de novos negócios.
Perigos da capacidade empreendedora: em pequenos negócios não erros pequenos, todos são grandes. Os negócios
familiares correm o risco de afundarem após a morte do fundador. Sobre este tema Peter Drucker oferece o seguinte
conselho: membros da família que trabalham no negócio devem ao menos ser tão capazes e trabalhar duro quanto os outros
empregados. Ao menos uma posição-chave deve ser ocupada por alguém de fora da família; e alguém de fora da família
deveria auxiliar no planejamento da sucessão que, em geral, é um tema difícil, gerador de conflitos.
Na atualidade brasileira, faltam bons técnicos de nível médio, comparativamente aos graduados em nível superior. A
assistência técnica pode ser tão valiosa quanto o capital. Encorajar o empreendimento interno é uma boa política para
qualquer empresa, porquanto todas elas necessitam da inovação.
No Brasil, o SEBRAE — Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas— se constitui um excelente orientador
para as pessoas que queiram abrir pequenas empresas. Publicações do tipo Globo Rural, Franchising, Empreendedor,
Pequenas Empresas Grandes Negócios, são muito úteis aos novos empreendedores.
Alguns de vocês terão a oportunidade de serem empresários. Aproveitem a chance de visitar feiras e exposições, de
produtos ou serviços; elas ampliam nosso conhecimento do mercado, das inovações, Elas fertilizam nossa criatividade,
materializam um brainstorming associado ao lazer.
O administrador está acompanhando continuamente o ambiente externo, atento às mudanças que podem afetar suas
decisões cotidianas, não se esquecendo de que a realidade brasileira difere daquela vigente nos países mais desenvolvidos.
Neste sentido selecionamos artigos de jornais e revistas que retrataram a atualidade brasileira.
Há consenso dos educadores de que o aluno deva aprender a aprender; deva aprimorar sua capacidade de
pensamento, de análise crítica; deva se acostumar com interdisciplinaridade, a lidar com temas multidisciplinares, se
familiarizar com outros idiomas, com a linguagem técnica, ambas indispensáveis ao intercâmbio do conhecimento. Os
novos conceitos de inteligência têm demonstrado que a genialidade resulta da combinação perfeita da intuição e do
emocional com a racionalidade cartesiana. Simplificadamente, inteligência é a capacidade de resolver problemas, ou de
formulá-los. Para Howard Gardner existem várias formas de inteligência, inclusive a pessoal, associada ao senso de eu.
Esta questão é sensível, posto que ninguém gosta de ser considerado menos inteligente. Reconhecemos, no máximo, a falta
de memória.
Agora, com a facilidade de se armazenar milhões de informações em uma agenda eletrônica, somos obrigados a
organizar nosso banco de dados de uso pessoal, e de tê-lo disponível, para consulta imediata, sem o que corremos o risco
de sermos rotulados de ignorantes, incompetentes, comprometendo nosso emprego. Precisamos organizar e manter
atualizadas as informações. Um bom gerenciamento das informações pode ajudar decisivamente a memória menos
desenvolvida e até a inteligência menos privilegiada. O administrador lida permanentemente com as pessoas, individual ou
coletivamente. Daí a importância da sua capacidade de expressão oral e escrita, de sua habilidade de argumentação. Isto se
aprimora pela boa leitura, pelo diálogo, pela participação em trabalhos de grupo, em comissões. A argumentação é
ferramenta básica da negociação. E nesta devemos entender a motivação e as razões das idéias diferentes das nossas.
Trabalhos em grupo, para serem proveitosos, exigem comportamento ético dos participantes: a democracia deve
prevalecer, desde a formação do grupo; se o direito individual termina onde começa o do outro, o comportamento singular
de um não deve prejudicar os demais; colaboração e participação de todos é essencial ao sucesso do grupo, materializado
no relatório final. Vejamos um exemplo prático de administração:
O processo administrativo se aplica perfeitamente ao cotidiano das organizações já estruturadas quanto
departamentalização, a hierarquia, as cadeias de autoridade/poder, e da tomada de decisão. E principalmente, com seus
recursos humanos e materiais bem definidos. Nossa empresa é do ramo de manutenção e reparo de equipamentos de porte.
( podem ser aviões, tratores, ônibus, caldeiras, centrais de ar condicionado, motores-geradores, elevadores, aparelhos de
raios-X, bombas hidráulicas, turbinas, e outros).
Planejamento: a nossa empresa estabeleceu para o corrente ano o objetivo de aumentar o faturamento para
quinhentos mil reais, mantendo a tradicional margem de lucro líquido de 10%.
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A política básica é de manter os clientes antigos, pelo oferecimento da melhor relação qualidade/preço do reparo.
A política de pessoal se apóia na remuneração justa e proporcional à eficiência, além do contínuo aperfeiçoamento técnico,
conseguido pelo treinamento patrocinado pelos fabricantes dos equipamentos.
Dentre as opções de diversificar marcas e produtos, ou de se concentrar nos equipamentos tradicionalmente
mantidos pela empresa, escolheu-se a estratégia da diversificação. Isto implica novos desafios de treinamento do pessoal.
O programa de trabalho, consiste no cumprimento de um plano básico que inclui um cronograma (PERT), uma planilha
para cálculo do orçamento de cada serviço, e outra para a alocação de mão-de-obra.
A etapa da organização é realizada inteiramente pelo Administrador, e consiste das seguintes tarefas: Acertado
com o cliente as condições do serviço de manutenção do equipamento, o administrador decide se o trabalho vai ser
realizado ou não onde ele está operando;_identificado o defeito pela equipe técnica, o administrador determina o custo do
reparo e o prazo de prontificação. Concordância do cliente. Determina-se o transporte do equipamento para a oficina da
empresa, designa-se os operários que cuidarão da desmontagem e do diagnóstico final, pelo supervisor. Obtenção, junto
aos fornecedores, das peças que serão substituídas. Definição do prazo de montagem, comunicação ao cliente. Concluído o
reparo, o administrador supervisiona o teste final. Determina a entrega do equipamento, sua montagem no local, e recebe o
pagamento.
A etapa da Liderança, Direção ou execução, está entremeada com os itens acima descritos para a organização.
Organizo o cronograma, o pessoal envolvido no serviço, e executo o transporte, a desmontagem, a substituição das peças
avariadas, ou com prazo de horas de funcionamento já vencido, a montagem e o teste final.
A quarta etapa, CONTROLE, acontece também, a cada etapa da execução do reparo: _ o equipamento chegou à oficina,
ou ainda não conseguiram trazê-lo, por falta de transporte?
_ o diagnóstico das causas do defeito está correto, ou na desmontagem apareceram outros problemas?_ o prazo de entrega
prometido ao cliente vai ser cumprido, ou o operário responsável está doente e não previmos seu substituto?_ Tudo bem no
teste; o cliente pagou corretamente. Por telefone, trinta dias depois, vamos checar se o equipamento continua funcionando
bem, ou se já quebrou novamente, e o cliente está procurando nova firma de manutenção. Tudo é simples, mas importante,
e o Administrador cuida do acompanhamento diário de dez, vinte ou trinta equipamentos de porte, cada qual com seu
defeito ou particularidade diferente: a peça não mais é fabricada; o técnico que entende daquela marca está de férias ; o
cliente achou caro o acréscimo no orçamento; não temos mais espaço para tanto serviço, posto que somos os melhores em
manutenção; os técnicos mais experientes estão querendo aumento , caso contrário, irão para a empresa concorrente. Se
não existirem mais estes desafios, não haverá lugar para o Administrador, perdemos o emprego.
Mencionado antes, o Administrador deve saber muito bem como trabalhar em equipe, participar, ouvir , ceder,
fazer valer seu ponto de vista e, quando lhe couber a chefia do grupo, ter sentimento para aparar arestas, propor
rapidamente a solução que aproveite duas boas idéias e elimine uma terceira que não atenda à solução do problema.
Um dos ensinamentos mais significativos do aprendizado da TGA, ou seja, da seqüência cronológica das diferentes
abordagens, é o de que cada uma delas procurava superar os desafios de sua época, e foram bem sucedidas, até surgirem
novos fatos que provocavam a busca de outras soluções. Cada teoria, ou abordagem, tem suas vantagens e desvantagens.
Na prática, todas elas se aplicam parcialmente, até hoje, decorrido quase um século desde as primeiras. O desafio
para o profissional de Administração é saber aplicar a teoria que melhor se adapte à sua empresa e, mais do que isso,
combinar diferentes teorias dentro da mesma organização, ou empresa, ou seja, adotar a abordagem contingencial. Você
tem potencial para elaborar novas soluções para os desafios que surgirão durante sua longa vida profissional.
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• Aula 16: Vista do GQ2 e Revisão para o GQ3.
• Término da Disciplina
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