Ficha Lucíola

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Livros Vestibular – 2018 – UFSC - Literatura

Lucíola
Autor José de Alencar
Escola literária Romantismo

Gênero literário Épico/narrativo


Gênero textual Romance urbano
Tipo de romance Urbano
Tema Prostituição – casamento - /+ humanismo progressista x final
conservador/ a força do acaso x mobilidade social
Ano
Tempo Cronológico 1855/1856

Espaço Aberto – fechado – casa de Lúcia, teatro, casa de Lúcia no IcaraÍ.


Foco narrativo 3ª pessoa – onisciente – Paulo escreve a GM
Enredo Linear – com flashback - epistolar
Característica da obra Perfil de mulher - Alencar - “ Deixem que raivem os moralistas”
Personagens Lúcia – Maria da Glória – garota pobre que se vê prostituída pela
condição financeira da família em vista da febre espanhola
Cortesã de luxo – 17 anos
Paulo – Moço pequeno-burguês, sem muito dinheiro. Ingênuo e sonhador
– romântico, deslumbrado com a corte
Outros Couto: devasso, inescrupuloso
Sá: convencional, preocupado com as regras sociais
Rochinha: moço gasto pelo vício – bebida e sexo
Nina e Laura: prostitutas
GM: senhora da sociedade que ousa falar de prostituição – Alter
ego de Alencar?

Capítulos
Prólogo G.M. O narrador, e remetente, diz a sua correspondente que
reuniu as cartas que esta lhe mandou e fez um livro. Aponta que o
nome da moça de quem a amiga falava lembrou-lhe um inseto:
um vampiro noturno – Lucíola – que vive e brilha no seio das
travas à beira dos charcos.

Capítulo I O narrador se diz indulgente pelas criaturas infelizes que


Indulgência sobre as escandalizaram a sociedade com luxo e extravagâncias
cortesãs

Capítulo II Paulo vê Lúcia, ele está junto de Sá, e julga que Lúcia é uma
Pureza x devassidão senhora – tem ares de devota. Sá desmente a impressão de Paulo,
e se propõe a apresentar-lhe a linda mulher. Paulo nota que errou,
confundiu simplicidade e inocência com vício [sexo].

Capítulo III Sem ter o que fazer, Paulo vai visitar Lúcia, mas ele tem segundas
Tributo pago à novidade intenções. Apenas conversam, inclusive sobre a viagem de Lúcia.
Paulo as com dúvidas sobre Lúcia. Encontra Sá, que o convida e
para cear no sábado.

Capítulo IV Paulo vai à casa de Lúcia na sexta-feira, ela está com mesma roupa
do 1º encontro. Lúcia diz a Paulo que falta que ele sente não
precisa existir. Ele diz que ela sabe o que ele quer ali, na casa de
Lúcia. E pergunta se a desagrada, se assim for ele irá embora.
Lúcia leva Paulo para o quarto e transforma-se em outra mulher.
Era uma transformação completa. Ela se despe e dobra-se sobre
Paulo como se fosse uma cobra. Os cabelos, soltos rolam pelos
ombros arrufando ao contato da pele. Seus olhos nadam em
ondas de luz no esplendor de sua nudez. Delírio. Convulsão de
prazer. Imenso deleite. Lúcia não cobra.

Capítulo V Paulo vai ao teatro, conversa com Cunha, ex-amante de Lúcia.


Ouve que Lúcia é excêntrica, e que não aceita que ALGUÉM seja
seu dono. Ao conversar com Lúcia, Paulo aceita o convite para ir a
uma ceia na casa de Sá.

Capítulo VI Estão presentes: Sá, Couto (um velho galanteador), Rochinha


(moço devasso) e Paulo.
As mulheres: Lúcia, Nina, Laura e uma moça francesa. Estão
celebrando o prazer. O que deveriam fazer: comer, beber e ... –
orgia - . Lúcia fere o dedo e o mergulha na traça de Paulo, que
bebe vinho e sangue.

Capítulo VII Conversas banais e piadas (trolam-se). Paulo critica a moral. Lúcia
está chateada. Há quadros de Lesbos (sexo). Paulo descreve Lúcia
nua, idealiza-a. Lúcia faz o que lhe pagam para fazer: dança
imitando as imagens dos quadros, completamente nua. Paulo sai.

Capítulo VIII Volta para espiar. Lúcia é ofendida por Nina. Lúcia sai e encontra
Paulo: “Tive dó dessa Paulo que lhe pergunta por que fizera algo tão degradante. Em
moça.” seguida, revela-se apaixonado: “Quero-te para sempre! Ela
promete que nunca mais fará o que acabara de fazer.”

Capítulo IX Paulo faz as contas, vê que pode comprar um bracelete e uns


brincos para Lúcia. O bracelete é de ouro, os brincos, de azeviche,
algo sem valor. Lúcia despreza o bracelete, mas adora os brincos,
justamente pelo valor. Os dois jantam. Estreitam-se os laços.

Capítulo X Sá adverte Paulo: “Queres te divertir, é justo, é mesmo necessário;


porém não tomes Lúcia a sério. “
Lúcia dá dinheiro para Laura pagar seu aluguel (de Laura), Paulo
vê. Lúcia diz que Paulo será o dono e senhor da casa.

Capítulo XI A relação de Paulo e Lúcia já dura um mês. Paulo passa o tempo


lendo para Lúcia, principalmente a Bíblia. A narrativa de Paulo
para a amiga GM demonstra que Lúcia está passando por uma
mudança muito radical. Virou pudica. Não mais se entrega aos
amores com Paulo, embora este veja que ela arde de desejos.
Paulo coloca dinheiro para Lúcia, em uma gaveta, um pagamento?
Ela vê, mas finge não perceber.
Lúcia visita certo senhor. Sá chama a atenção de Paulo de que
estão falando de que Paulo vive às custas de Lúcia. Ao sair Paulo
encontra Lúcia, briga com ela e vai para um (o) hotel.

Capítulo XII Paulo está preocupado com os comentários e decide romper a


relação. Não mais quer a exclusividade sobre Lúcia. Lúcia
obedece e torna-se amante de Couto – o velhinho -. Haverá um
baile.

Capítulo XIII Paulo vai à casa de Lúcia e a encontra esperando Couto. Ela diz
que se ELE quiser ela não irá ao baile. Couto chega e Lúcia o
dispensa. Ele sai puta da vida. Paulo chama Couto de volta e diz
que Lúcia irá ao baile. Paulo vinga-se Lúcia combinando encontro
com Nina após o baile. Ele sabe que Lúcia está ouvindo tudo.

Capítulo XIV Paulo sai do baile com Rochinha, o qual lhe diz que Lúcia jamais
suportou o Couto. Ele, então, vai à casa de Lúcia. Ela não está. Ele
vai dormir. Antes vai conversar com Nina, para pedir desculpas,
pois a deixara esperando após o baile. Nina o recebe feliz da vida,
e lhe agradece o presente que recebera. Paulo nota que ela
ostenta a pulseira que deu à Lúcia. Paulo procura Lúcia
novamente e se desculpam apaixonadamente. Lúcia vai dormir
de maneira desmazelada, com roupas simples. Uma cândida
imagem!

Capítulo XV Paulo encontra Lúcia lendo As damas de camélias, de Dumas. Ele


percebe que ela está mudada. Muito mais serena. Na carta à GM,
Paulo diz que assistia às transformações em silêncio. Até tentava
acender o antigo fogo de Lúcia, mas era em vão. Ela estava fria,
pálida. Paulo já não vai mais com tanta frequência à casa de Lúcia.
Sentia que sua presença era bem-vinda, mas não havia mais o
prazer.

Capítulo XVI Lúcia faz vagos comentários sobre sua infância. Pela primeira vez
ela se recusa a ficar com Paulo, decide sair. Á noite ela está
indisposta, uma enfermeira passa a cuidar de Lúcia. Ela continua
fria com Paulo, embora tenha melhorado de saúde. Paulo
desconfia que ela possa ter um amante. Ele quer a antiga Lúcia,
fogosa, disponível, mas a doença não a permite ser assim. Ele diz
que se ela tivesse um amante ele entendia a razão de Lúcia não o
procurar mais para o sexo, mas assim ...

Capítulo XVII Paulo não vai visitar Lúcia e finge não vê-la quando se cruza com
ela na rua. Lúcia o procura e quer reconciliação. Lúcia, querendo
agradar Paulo, arruma-lhe a casa. Os dois jantam juntos. Ela deita
cedo, alegando fadiga. O quarto de Lúcia foi mudado, está
simples, com um crucifixo. Paulo sabe que Lúcia não mexe no
dinheiro que ele lhe deixa.

Capítulo XV III Lúcia embriaga-se para ter relações com Paulo. Ele nota e a
questiona o que há. Lúcia fala que uma relação sexual pode gerar
um filho e que não quer. A relação entre os dois segue serena e
casta. Ela agora mora em Icaraí.

Capítulo XIX Paulo encontra Lúcia conversando com um homem, desarrumado


e indigno dela. Dias depois Paulo sabe que o homem com quem
Lúcia conversava é o mesmo homem que comprara as coisas de
Lucia.

Capítulo XIX Lúcia revela o seu passado. Era pobre, os pais estavam doentes,
emprega-se na casa de Couto, que a seduz e a prostitui. O pai
expulsa Lúcia de casa. O nome dela é Maria da Glória, Lúcia é a
amiga que morre tísica. Ela assumiu o nome da amiga. Ela morreu
para a família e para o mundo. O homem, Jacinto, que comprara
as coisas de Lúcia era seu cafetão, no início da prostituição. O
dinheiro que ela ganhava mandava para a família. Foi neste início
da vida como cortesã que Lúcia foi à Europa, viagem paga por um
de seus amantes. Ela tem, agora, uma irmã que está num colégio
interno. Paulo diz que Lúcia é o um anjo, o ”Meu anjo”

Capítulo XX Paulo acompanha Lúcia até a nova casa, onde ela morará com a
irmã. Todos os dias ele a visita. Lúcia já não quer ser chamada de
Lúcia, mas, sim, de Maria. Ela deixa apólices (dinheiro) em nome
da irmã e se torna amiga das vizinhas.
Observações: pode-se ver neste capítulo a recuperação de Lúcia:
quer o nome Maria – santa; não quer gastar seu dinheiro deixa
para a irmã, purificação; faz amizade com pessoas simples,
purificação.
Um dia aparece Couto, o homem que lhe tirou a virgindade. Ele
está na chácara vizinha. Ela diz que agora ela se sente virgem de
coração, e pede que Paulo perdoe Couto.

Capítulo XXI Lúcia passa alguns dias indisposta. Ela pede a Paulo que se case
com Ana, a irmã, já que Ana se parece com Lúcia, Paulo estaria
casando-se com Lúcia. Em seguida ela desmaia. Ao despertar fica
sabendo que teve um aborto. Ela não acredita. Sua saúde piora
cada vez mais. Passa a delirar, quando diz que Paulo a salvou,
purificando-a com os lábios. Lúcia, enfim, pede que Paulo abra a
janela, a noite está muito bonita. Lúcia sente que a morte chega,
pede a Paulo, por fim, que a receba. O narrador diz ter terminado
seu manuscrito na noite anterior, eu que ainda estão cheios de
lágrimas.

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