Diagrama de Fases PDF

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Diagramas de Fases

Eng. Amadeus Galvão


[email protected]
(1) Introdução; [Slide: 03]
(2) Definições & Conceitos Básicos; [Slide: 04]
(3) Limite de Solubilidade; [Slide: 05]
(4) Fases; [Slide: 07]
(5) Microestrutura; [Slide: 08]
(6) Equilibro de Fases; [Slide: 09]
(7) Diagramas de Fases em Condições de Equilíbrio; [Slide: 11]
(8) Sistemas Isomorfos Binários; [Slide: 12]
(9) Interpretação dos Diagramas de Fases; [Slide: 16]
(10) Desenvolvimento da Microestrutura em Ligas Isomorfas [Resfriamento em Condições de Equilíbrio];
[Slide: 30]
(11) Desenvolvimento da Microestrutura em Ligas Isomorfas [Resfriamento Fora das Condições de
Equilíbrio]; [Slide: 32]
(12) Sistemas Eutéticos Binários; [Slide: 38]
(13) Desenvolvimento da Microestrutura em Ligas Eutéticas; [Slide: 43]
(14) Diagramas de Equilíbrio que Possuem Fases ou Compostos Intermediários; [Slide: 57]
(15) Principais Reações; [Slide: 63]
(16) Transformações de Fases; [Slide: 68]
(17) A Lei das Fases de Gibbs; [Slide: 71]
(18) O Sistema Ferro-Carbono; [Slide: 74]
(19) O Diagrama de Fases Ferro-Carbeto de Ferro (Cementita) (Fe-Fe3C); [Slide: 75]
(20) Classificação das Ligas Ferrosas; [Slide: 83]
(21) Desenvolvimento das Microestruturas em Ligas Ferro-Carbono; [Slide: 85]
(22) Resfriamento Fora das Condições de Equilíbrio; [Slide: 102]
(23) A Influência de Outros Elementos de Liga; [Slide: 103]
O conhecimento e a compreensão de diagramas de fases são importantes para:

(1) O projeto e o controle dos procedimentos utilizados em tratamentos


térmicos.

(2) As Propriedades dos Materiais (Físicas, Térmicas, Químicas,


Magnéticas, Elétricas dentre outras) são funções de suas microestruturas e
conseqüentemente de seu histórico térmico.

(3) Para sistemas de ligas é importante, pois existe uma forte correlação
entra a microestrutura e as Propriedades Mecânicas dos materiais (Resistência a
Tração, Elasticidade, Ductilidade, Fluência, Fadiga, Dureza e Tenacidade).

(4) O desenvolvimento de uma microestrutura está relacionado às


características do seu diagrama de fases.

Microestrutura da Perlita Grossa (esquerda) e Fina (direita) formada


(1) Componentes: São os metais puros ou compostos que compõem uma liga.
Exemplo: No latão, os componentes são o Cobre e o Zinco. No Aço, os
componentes são o Fe e o Carbeto e Ferro (Cementita, Fe3C).

(2) Soluto: É o elemento ou composto que está presente em menor concentração.

(3) Solvente: É o elemento ou composto que está presente em maior quantidade.

(4) Sistema: Está relacionando a uma série de possíveis ligas que consistem nos
mesmos componentes, por exemplo: sistema Ferro-Carbono.

(5) Solução Sólida: Consiste de átomos de dois tipos diferentes; os átomos do


soluto ocupam posições intersticiais ou substitutivas no retículo cristalino do
solvente, e a estrutura cristalina do solvente é mantida.

Exemplo: O Latão, tem como


componentes o Cobre-Zinco
formando o Sistema Cu-Zn.
Def: É a concentração máxima de átomos de soluto que pode se dissolver no
solvente, a uma dada temperatura, para formar uma solução sólida.

Considere o sistema Água-Açúcar.


Inicialmente, à proporção que o açúcar é adicionado à água, forma-se uma solução
ou xarope açúcar-água. À medida que mais açúcar é introduzido, a solução se
torna mais concentrada, até que o limite de solubilidade é atingido, quando então a
solução fica saturada com açúcar. Nesse instante, o solvente não é capaz de
dissolver qualquer açúcar adicional, e as adições seguintes simplesmente se
sedimentam no fundo do recipiente. Dessa forma o sistema consiste agora em duas
substâncias separadas: uma solução liquida de xarope açúcar-água e cristais
sólidos de açúcar que não foram dissolvidos.
O limite de solubilidade do açúcar na água depende essencialmente da
temperatura da água e pode ser representado em forma de gráfico (Eixo Y:
Temperatura, Eixo X: composição em porcentagem em peso dos componentes).
O limite de solubilidade é representado pela linha quase vertical no gráfico.
Para composições e temperaturas à esquerda da curva de solubilidade, existe
somente a solução liquida de xarope; à direita da curva, coexistem o xarope e o
açúcar sólido.
A 20°C a solubilidade máxima de açúcar na água é de 65%p (% em peso).
Fase: é uma porção homogênea de um sistema que possui características físicas e
químicas uniformes.
A solução de xarope açúcar-água é uma fase enquanto o açúcar sólido é outra
fase. Nesse exemplo, cada fase possui propriedades físicas diferentes (uma é
liquida e a outra é sólida) assim como propriedades químicas diferentes (uma é
açúcar puro e a outra é uma solução).
Não é necessário que existam diferenças tanto nas propriedades químicas e nas
físicas, exemplo: Água e gelo, são duas fases, possuem as mesmas propriedades
químicas, mas possuem propriedades físicas distintas. Ou Ainda quando uma
substancia pode existir em duas ou mais formas polimórficas (estruturas CCC e
CFC, exemplo, Ferrita-α (CCC) e Austenita (CFC)) cada uma dessas estruturas
consistem em uma fase separada, pois suas características físicas são diferentes.
As propriedades físicas e o comportamento mecânico dos materiais dependem de
sua microestrutura.
Em ligas metálicas sua microestrutura é caracterizada por fatores tais como:
(1) Número de fases presentes;
(2) As proporções das fases presentes;
(3) A maneira pela qual as fases estão distribuídas ou arranjadas.
Após o polimento e o ataque químico apropriado, as diferentes fases podem ser
percebidas pelas suas aparências (no caso de uma liga bifásica, uma fase pode
aparecer mais clara e a outra mais escura).
Quando somente uma única fase está presente, a textura será uniforme, exceto
pelos contornos dos grãos, que podem ser revelados.

Microestrutura de um Aço 1020.


Um sistema está em equilíbrio quando:
(1) A sua energia livre se encontra em um valor mínimo para alguma
combinação especifica de temperatura, pressão e composição.
(2) As características do sistema não mudam ao longo do tempo, mas
persistem indefinidamente; isto é, o sistema é estável.

Uma alteração na temperatura, na pressão ou na composição de um sistema em


equilíbrio resultará em aumento na energia livre e em possível mudança
espontânea para outro estado no qual a energia livre seja reduzida, buscando o
equilíbrio.

Energia Livre: É uma função da energia interna (entalpia “H”) de um sistema e


também da aleatoriedade molecular (entropia “S”).
Energia Livre = F(entalpia, entropia) = F(H, S).

Resumo: O equilíbrio é função da energia livre que, por conseguinte é função da


entalpia e entropia que, por conseguinte é função da temperatura, pressão e
composição.

Sistema em Equilíbrio  Energia Livre Min.  (Entalpia, Entropia) 


(Temperatura, Pressão e Composição).
Supondo que um xarope açúcar-água esteja contido no interior de um vaso fechado
(sistema), e que a solução esteja em contato com açúcar no estado sólido a 20°C
(região bifásica).
Se o sistema se encontra em equilíbrio, a composição do xarope é de 65%p
C12H22O11 - 35%p H2O, e as quantidades e composições de xarope e de açúcar
sólido irão permanecer constantes ao longo do tempo.
Se a temperatura do sistema for aumentada repentinamente para 100°C, esse
equilíbrio ou balanço ficará temporariamente perturbado (Energia Livre saiu de um
valor mínimo devido à mudança de temperatura, mudaram a Entalpia e Entropia do
sistema) no sentido de que o limite de solubilidade foi aumentado para 80%p
C12H22O11 - 20%p H2O. Dessa forma, parte do açúcar sólido irá se transferir para a
solução, no xarope. Os diagramas de fases fornecem
informações sobre as características
de equilíbrio, porém eles não indicam o
intervalo de tempo necessário para
que se atinja um novo estado de
equilíbrio.
Em muitos sistemas sólidos, o estado
de equilíbrio nunca é completamente
atingido, pois a taxa segundo a qual se
chega ao equilíbrio é extremamente
lenta (baixíssimas taxa de difusão); diz
então que tal sistema se encontra em
um estado de não-equilíbrio ou
metaestável (experimenta somente
alterações extremamente pequenas).
Os diagramas de fases são úteis para:

(1) Dá informações sobre o controle da microestrutura;


(2) Apresentar de maneira concisa as transformações de fases de um
sistema de ligas;
(3) Mostrar as alterações nas fases (transformações de fases) quando a
temperatura é alterada;
(4) São úteis para prever as transformações de fases e as microestruturas
resultantes.

Uma liga binária é uma que contém dois componentes.

A pressão externa também é um parâmetro que influencia a estrutura das fases.


Contudo, na prática, a pressão permanece virtualmente constante na maioria das
aplicações.
Um sistema é chamado de isomorfo quando existe uma completa solubilidade dos dois
componentes tanto no estado líquido como no estado sólido (Solução Sólida).

Três campos de fases diferentes aparecem no diagrama


(1) Um campo alfa (α);
Consiste em uma solução sólida substitutiva (os átomos do soluto ocupam posições
intersticiais no retículo cristalino do solvente) que contém átomos tanto de Cu como de Ni.
(2) Um campo líquido (L);
Consiste em uma solução líquida homogênea, composta tanto por cobre como por níquel)
(3) Um campo bifásico (α + L).
A temperatura abaixo de aproximadamente 1080°C, o cobre e o níquel são
mutuamente solúveis um no outro no estado sólido, para toda e qualquer
composição.
Para ligas metálicas, as soluções sólidas são designadas usualmente por letras
gregas minúsculas (α, β, γ, etc.).
(1) A curva que separa os campos das fases α+L e L é chamada de curva
liquidus. A fase líquida está presente em todas as temperaturas e composições
localizadas acima desta curva.

(2) A curva que separa os campos das fases α+L e α é chamada de curva solidus.
A fase sólida está presente em todas as temperaturas e composições localizadas
abaixo desta curva.

As curvas solidus e liquidus se


interceptam nas duas extremidades
de composição; esses pontos
correspondem às temperaturas de
fusão dos componentes puros.

Curva Liquidus:
α+L (Aquecimento)  L

Curva Solidus:
α+L (Resfriamento)  α
Por exemplo, ao se aquecer uma liga com composição de 50%p Ni-50%p Cu, a
fusão tem início a uma temperatura de aproximadamente 1280°C; a quantidade da
fase líquida aumenta continuamente com a elevação da temperatura (perceba pela
regra da alavanca explicitada pela diferenciação de cores no gráfico) até
aproximadamente 1320°C, quando então a liga fica completamente líquida.
Para um sistema binário com composição e temperatura conhecidas, ou seja, dado
um ponto específico no diagrama de fases, pelo menos três tipos de informações
são disponíveis:

(1) As Fases que Estão Presentes;

(2) A Composição das Fases;

(3) A Porcentagem/Quantidade das fases.


Precisa-se apenas localizar o ponto temperatura-composição no diagrama de fases e
observar em qual campo de fases o dado ponto se localiza.

Exemplo: Uma liga com composição 60%p Ni-40%p Cu a 1100°C estaria localizada no ponto
A da figura; uma vez que esse ponto encontra-se dentro da região α, então apenas a fase α
estará presente.
Exemplo: uma liga com composição de 35%p Ni-65%p Cu que se encontra a 1250°C (ponto
B) consistirá tanto na fase α como na fase líquida.
O primeiro passo é encontrar o ponto temperatura-composição correspondente no diagrama
de fases.

Métodos diferentes são usados para regiões monofásicas e regiões bifásicas.


O procedimento é trivial: a composição dessa fase é simplesmente a mesma da composição
global da liga.

Exemplo: Considere uma liga 60%p Ni-40%p Cu a 1100°C. Nessa composição e


temperatura, somente a fase α está presente, e com uma composição de 60%p Ni-40%p Cu.
Em todas as regiões bifásicas, podem ser imaginadas diversas linhas horizontais, uma para cada
temperatura diferente; cada uma dessas linhas é conhecida por linhas isotermas. Essas linhas de
amarração se estendem através da região bifásica e terminam nas curvas de fronteira (Linha liquidus e
Linha solidus).

Para calcular as concentrações das duas fases, é usado o seguinte procedimento:


(1) Constrói-se uma linha Isoterma através da região bifásica para a dada temperatura;
(2) Anotam-se as interseções da linha Isoterma com as linhas liquidus e solidus;
(3) Traçam-se linhas perpendiculares à linha isoterma a partir dessas interseções até o eixo horizontal
das composições, onde a composição para cada uma das respectivas fases pode ser lida.
Exemplo: considere a liga com 35%p Ni-65%p Cu (C0) a 1250°C, localizada no ponto B, e que se encontra
dentro da região α+L. Assim, queremos determinar a composição (em %p Ni e %p Cu) tanto para a fase α
como para a fase líquida. A linha Isoterma foi construída através da região de fases α+L, como está
mostrado. A linha perpendicular a partir da interseção da linha Isoterma com a linha liquidus se encontra
com o eixo das composições em 31,5%p Ni-68,5%p Cu, que é a composição da fase líquida, CL. De
maneira semelhante, para a interseção da linha Isoterma com a curva solidus, encontramos uma
composição para a fase composta pela solução sólida α, Cα, de 42,5%p Ni-57,5%p Cu.
O primeiro passo é encontrar o ponto temperatura-composição correspondente no diagrama
de fases.

Métodos diferentes são usados para regiões monofásicas e regiões bifásicas.


O procedimento é trivial: uma vez que somente uma fase está presente, a liga é composta
inteiramente por aquela fase; isto é, a fração/porcentagem da fase é de 100% (ou uma
unidade).

Exemplo: Considere uma liga com 60%p Ni-40%p Cu a 1100°C. Somente a fase α está
presente; portanto, a liga é composta totalmente ou em 100% pela fase α.
Em todas as regiões bifásicas, podem ser imaginadas diversas linhas horizontais, uma para cada
temperatura diferente; cada uma dessas linhas é conhecida por linhas isotermas. Essas linhas de
amarração se estendem através da região bifásica e terminam nas curvas de fronteira (Linha liquidus e
Linha solidus).

Para a determinação da porcentagem/Quantidade das fases, a linha de amarração deve ser utilizada em
conjunto com um procedimento chamado de Regra da Alavanca (ou Regra da Alavanca Inversa).
A Regra da Alavanca é aplicada da seguinte maneira:

(1) Constrói-se uma linha Isoterma através da região bifásica para a dada temperatura.

(2) A composição global da liga (Co) é localizada sobre a linha de amarração.

(3) A fração de uma fase é calculada tomando-se o comprimento da linha de amarração desde a composição
global da liga (Co) até a fronteira entre fases com a outra fase (por isso regra da Alavanca Inversa), (R=Co-
CL, para a porcentagem da fase sólida ou S=Cα-Co para a porcentagem da fase líquida) e então
dividindo-se esse valor pelo comprimento total da linha de amarração (R+S=Cα-CL).
Assim, para a regra da Alavanca, teremos:
Considere uma liga com 35%p Ni-65%p Cu (Co) a 1250°C, onde ambas as fases, α e líquida, estão presentes
(Ponto B). A linha de amarração foi construída para a determinação das composições das fases α e L para a
dada temperatura. A composição global da liga (Co) está localizada ao longo da linha de amarração,
enquanto as frações mássicas estão representadas por WL e Wα para as respectivas fases L e α. A partir da
regra da alavanca, o valor de WL e Wα pode ser calculado de acordo com a expressão:
Para ligas multifásicas, muitas vezes é mais conveniente especificar a quantidade relativa das
fases em termos da fração volumétrica e não da fração mássica.
As frações volumétricas das fases são preferíveis, pois elas podem ser determinadas a partir
do exame da microestrutura através de um microscópio.

Para uma liga que consiste nas fases α e β, a fração volumétrica das fases α e β, Vα e Vβ, é
definida como sendo:

Podemos ainda usar as relações de Densidade:


Perceba que também podemos usar:

Quando as densidades das fases em uma liga bifásica diferirem significativamente uma da
outra, haverá uma grande disparidade entre as frações mássica e volumétrica.
Primeiramente, trataremos da situação em que
o resfriamento ocorre muito lentamente,
representando uma situação de equilíbrio entre
as fases.
Vamos considerar o sistema cobre-níquel com
composição 35%p Ni-65%p Cu na medida em
que este sistema é resfriado a partir de uma
temperatura de 1300°C.

(1) A 1300°C, no ponto a, a liga está


completamente líquida (com composição de
35%p Ni-65%p Cu).

(2) À medida que o resfriamento tem seu início,


nenhuma alteração microestrutural ou
composicional irá ocorrer até que seja atingida
a curva liquidus (ponto b, 1260°C). Neste
ponto, o primeiro sólido α começa a se formar, o
qual tem uma composição que está
especificada pela linha de amarração traçada a
essa temperatura, 46% Ni-54%p Cu, e a
composição do líquido ainda é de
aproximadamente 35%p Ni-65%p Cu.
(3) A uma temperatura de 1250°C, no ponto
c, as composições das fases líquida e α são
de 32%p Ni-68%p Cu e 43%p Ni-57%p Cu.
Perceba também através da Regra da
Alavanca que a fase α tem aumentado em
quantidade no decorrer do resfriamento.

(4) O processo de solidificação está


virtualmente encerrado a uma temperatura
de aproximadamente 1220°C, ponto d; a
composição do sólido α é de
aproximadamente 35%p Ni-65%p Cu (a
composição global da liga), enquanto a
composição para a última fração líquida que
permanece é de 24%p Ni-76%p Cu. Perceba
que a fração de Cu na fase líquida é
crescente com o resfriamento, isso se deve
ao fato do Ponto de Fusão do Cu ser menor
do que o Ni.

(5) Ao cruzar a curva solidus, esse resto de


fase líquida se solidifica; o produto final é
então uma solução sólida de fase α, que
possui uma composição uniforme de 35%p
Ni-65%p Cu, ponto e.
As condições de solidificação (resfriamento) em equilíbrio e o desenvolvimento de
microestruturas, conforme descrito na seção anterior, são conseguidas somente para taxas de
resfriamento extremamente lentas.

A razão para tal é que, com as alterações na temperatura, devem existir reajustes nas
composições das fases sólida e líquida (Regra da Alavanca), de acordo com o diagrama de
fases.

Esses reajustes são conseguidos mediante processos de difusão, isto é, a difusão tanto na
fase sólida como na fase líquida, e ainda através da interface sólido-líquido.

Uma vez que a difusão é um fenômeno dependente do tempo, para se manter o equilíbrio
durante o resfriamento deve-se permitir que o sistema fique tempo suficiente para cada
temperatura para que os reajustes apropriados de composição tenham lugar.

As taxas de difusão são especialmente baixas para a fase sólida e, para ambas as fases,
diminuem com a redução na temperatura.

Resfriamento  Reajustes nas Composições Sol.&Liq.  Processos de Difusão  Dep. Tempo & Temperatura.
Com o objetivo de simplificar essa discussão,
será admitido que as taxas de difusão na
fase líquida são suficientemente rápidas para
manter o equilíbrio no líquido.
Vamos considerar o sistema cobre-níquel
com composição 35%p Ni-65%p Cu na
medida em que este sistema é resfriado a
partir de uma temperatura de 1300°C.

(1) A 1300°C, no ponto a’, a liga está


completamente líquida (com composição
de 35%p Ni-65%p Cu). Nenhuma
alteração ocorre enquanto se resfria ao
longo da região da fase líquida (o que
vale dizer que as taxas de difusão na
fase líquida são suficientemente rápidas
para manter o equilíbrio no líquido).

(2) No ponto b', a aproximadamente


1260°C, as partículas da fase α começam a
se formar, as quais, a partir da linha de
amarração construída, possuem uma
composição de 46%p Ni-54%p Cu.
(3) No ponto c', a aproximadamente
1240°C, a composição do líquido se
deslocou para 29%p Ni-71%p Cu; além
disso, nessa temperatura a composição da
fase α que se solidificou é de 40%p Ni-60%p
Cu.
Contudo, uma vez que a difusão na fase α
sólida é relativamente lenta, a fase α que se
formou no ponto b' não alterou a sua
composição de maneira apreciável — isto é,
ainda é de aproximadamente 46%p Ni — e a
composição dos grãos da fase α foram se
alterando continuamente ao longo da sua
posição radial, desde 46%p Ni no centro dos
grãos até 40%p Ni nos perímetros externos
dos grãos.
Assim, no ponto c', a composição média
dos grãos sólidos da fase α que se formaram
seria uma composição média ponderada
pelo volume dos grãos, situada entre 46 e
40%p Ni; para prosseguir com esta
discussão, vamos considerar que essa
composição média seja de 42%p Ni-58%p
Cu.
(4) No ponto d', a aproximadamente
1220°C, e para taxas de resfriamento em
condições de equilíbrio, a solidificação
deveria estar completa, contudo, para essa
condição de solidificação fora de equilíbrio,
ainda existe uma proporção apreciável de
líquido que permanece no sistema (perceba
pela Regra da Alavanca estendida para essa
situação), e a fase α que está se formando
possui uma composição de 35 %p Ni; ainda,
a composição média da fase α neste ponto
é de 38%p Ni.

(5) No ponto e’, a aproximadamente


1205°C, a solidificação na ausência de
equilíbrio atinge finalmente o seu término. A
composição da última fase α a solidificar
neste ponto é de aproximadamente 31%p Ni;
a composição média da fase α ao final da
solidificação é de 35 %p Ni (Idêntica à
composição Global).
Perceba que, com base nos cálculos pela regra
da alavanca, uma maior proporção de líquido
está presente para essas condições fora de
equilíbrio do que em um resfriamento em
condições de equilíbrio, isso se deve porque a
curva solidus no diagrama de fases foi
deslocada para maiores teores de Ni e está
representada pela linha tracejada.

Não existe uma alteração equivalente na curva


liquidus, uma vez que se admitiu que o
equilíbrio fosse mantido na fase líquida durante
o resfriamento, como resultado de taxas de
difusão suficientemente rápidas.

O grau de deslocamento da curva solidus para


condições fora de equilíbrio em relação à curva
solidus para condições de equilíbrio irá
depender da taxa de resfriamento. Quanto mais
lenta for a taxa de resfriamento, menor será
esse deslocamento (Ângulo formado). Além
disso, se a taxa de difusão na fase sólida for
aumentada, esse deslocamento será diminuído.
A distribuição dos dois elementos dentro dos
grãos não é uniforme, um fenômeno conhecido
por Segregação/Zoneamento; isto é, são
estabelecidos gradientes de concentração ao
longo dos grãos. O centro de cada grão, que
consiste na primeira parte a se solidificar, é rico
no elemento com maior ponto de fusão (por
exemplo, no caso deste sistema Cu-Ni, este
elemento é o Ni).

As propriedades de uma estrutura zonada são


inferiores às ótimas; à medida que uma peça
fundida que possui uma estrutura zonada é
reaquecida, as regiões dos contornos dos grãos
irão fundir em primeiro lugar, já que elas são
mais ricas em termos do componente com
menor temperatura de fusão. Isso produz uma
perda repentina da integridade mecânica devido
à fina película líquida que separa os grãos.

A estrutura zonada pode ser eliminada através


de um tratamento térmico de homogeneização
executado a uma temperatura abaixo do ponto
solidus para a composição específica da liga.
Outro tipo comum e relativamente simples de diagrama de fases encontrado para ligas
binárias é conhecido como diagrama de fases eutético binário.
Diversas características desse diagrama de fases são importantes e dignas de observação:

(1) São encontradas três regiões monofásicas


distintas no diagrama: α (solução sólida rica em
cobre), β (solução sólida rica em prata) e
líquida.

(2) A solubilidade em cada uma dessas fases


sólidas (α e β) está limitada, a qualquer
temperatura abaixo da curva BEG apenas uma
concentração limitada de prata irá se dissolver no
cobre (para a fase α) e apenas uma concentração
limitada de cobre irá se dissolver na prata (para a
fase β).

(3) O limite de solubilidade para a fase α


corresponde à curva de fronteira, identificada por
CBA. Ele aumenta com a temperatura até um
valor máximo de 8,0%p Ag a 779°C, no ponto B, e
diminui novamente para zero na temperatura de
fusão do cobre puro, (ponto A, 1085°C).

(4) A solubilidade máxima do cobre na fase β *Eutético; Facilmente Fundida (Grego).


também ocorre a 779°C no ponto G (8,8%p Cu).
(5) A curva do limite de solubilidade do sólido, que
separa as regiões das fases α + β e α, é
conhecida por curva solvus e a curva que separa
as regiões das fases α + L e α é a curva solidus.

(6) A curva do limite de solubilidade do sólido, que


separa as regiões das fases α + β e β, é
conhecida por curva solvus e a curva que separa
as regiões das fases β + L e β é a curva solidus.

(7) A linha horizontal BEG, paralela ao eixo das


composições e que se estende entre essas
posições de solubilidade máxima, representa a
temperatura mais baixa na qual uma fase líquida
pode existir para qualquer liga cobre-prata que se
encontre em equilíbrio.

(8) Existem também três regiões bifásicas que


podem ser encontradas em um sistema cobre-
prata: α + L , β + L , e α + β.

(9) As composições e as quantidades relativas


das fases podem ser determinadas usando-se
linhas de amarração e a regra da alavanca
respectivamente.

Curva Solvus α+βα &α+ββ

Curvas Limite de Solubilidade Curva Solidus α+Lα&β+Lβ


Curva Liquidus α+LL &β+LL
(10) À medida que a prata é adicionada ao
cobre, a temperatura na qual a liga se torna
totalmente líquida diminui ao longo da
curva liquidus, curva AE; dessa forma, a
temperatura de fusão do cobre é reduzida
por adições de prata. Esse comportamento
é diferente dos diagramas Isomorfos.

(11) À medida que o cobre é adicionado a


prata, a temperatura na qual a liga se torna
totalmente líquida diminui ao longo da
curva liquidus, curva FE; dessa forma, a
temperatura de fusão da prata é reduzida
por adições de cobre. Esse comportamento
é diferente dos diagramas Isomorfos.

(12) Essas curvas liquidus se encontram no


ponto E do diagrama de fases através do
qual também passa a linha isoterma
horizontal BEG. O ponto E é chamado de
ponto invariante e tem composição CE
(Composição Eutética) (71,9%p Ag) e pela Ponto Invariante: é o encontro das Linhas
temperatura TE (Temperatura Eutética) Líquidus e a menor temperatura na qual a
(779° C). liga pode estar líquida para dada
composição .
(13) Ocorre uma reação importante para
uma liga com composição CE (Composição
Eutética) à medida que ela muda de
temperatura ao passar através de TE
(Temperatura Eutética).

Essa reação, reação eutética, pode ser


escrita da seguinte maneira:

(14) A curva solidus horizontal em TE é


chamada de isoterma eutética

(15) Para um sistema eutético, três fases


(α, β e L) podem estar em equilíbrio, porém
somente nos pontos ao longo da isoterma
eutética.
Outro sistema eutético comum é aquele
para o chumbo e o estanho.

(1) A fase α representa uma solução sólida


de estanho em chumbo, enquanto na
fase β o estanho é o solvente e o
chumbo é o soluto.

(2) O ponto invariante eutético está


localizado em 61,9%p Sn e 183°C.

Aplicação Prática: Ocasionalmente, são


preparadas ligas com baixa temperatura de
fusão que têm composições próximas às
do eutético. Um exemplo familiar é a solda
de estanho 60-40, que contém 60%p Sn e
40%p Pb. Uma liga com essa composição
está completamente fundida a uma
temperatura de aproximadamente 185°C, o
que torna esse material especialmente
atrativo como uma solda para baixas
temperaturas, uma vez que ele se funde
com facilidade.
Dependendo da composição, são possíveis vários tipos diferentes de microestruturas para o
resfriamento lento (condições de equilíbrio) de ligas que pertencem a sistemas eutéticos
binários.
A seguir serão apresentados 4 exemplos de desenvolvimentos de microestruturas para o
sistema eutético binário Pb-Sn a diferentes composições.
O primeiro exemplo é para composições que variam entre a de um componente puro e a solubilidade sólida máxima para
aquele componente à temperatura ambiente (20°C) (para o sistema Pb-Sn, isso inclui as ligas ricas em chumbo, que
contêm entre 0 e 2%p Sn (solução sólida que compõe a fase α), e também entre aproximadamente 99%p Sn e estanho
puro (para a fase β).

Considere uma liga com composição C1 à medida que


ela é resfriada lentamente a partir de uma temperatura
dentro da região da fase líquida.

(1) A liga permanece totalmente líquida e com a


composição C1 até que a curva liquidus seja
cruzada, a uma temperatura de aproximadamente
330°C, quando a fase α sólida começa a se
formar.

(2) Ao se passar através dessa estreita região das


fases α+L, a solidificação prossegue; isto é, com o
prosseguimento do resfriamento, se forma maior
quantidade da fase α sólida.

(3) A solidificação atinge o seu término no ponto onde


a linha ww' cruza a curva solidus.

(4) A liga resultante tem uma composição uniforme de


C1, e nenhuma alteração subseqüente irá ocorrer com
o resfriamento até a temperatura ambiente.
O segundo exemplo é para composições que se encontram na faixa entre o limite de solubilidade à temperatura
ambiente e a solubilidade sólida máxima na temperatura do eutético. Para o sistema Pb-Sn, essas composições se
estendem desde aproximadamente 2%p Sn até 18,3%p Sn (para ligas ricas em chumbo) e desde 97,8%p Sn até
aproximadamente 99%p Sn (para ligas ricas em estanho).

Considere uma liga com composição C2, à medida que


ela é resfriada ao longo da linha vertical xx’.

(1) Na descida até a interseção da linha xx’ com a


curva solvus, as alterações que ocorrem são
semelhantes ao que ocorre para o caso anterior.

(2) Imediatamente acima da interseção com a curva


solvus, ponto f, a microestrutura consiste em grãos da
fase α com composição C2.

(3) Com o cruzamento da curva solvus, a solubilidade


sólida da fase α é excedida, o que resulta na formação
de pequenas partículas da fase β.

(4) Com o prosseguimento do resfriamento, essas


partículas crescerão em tamanho (basta perceber o
decaimento da linha solvus favorecendo a fase β para
regra da alavanca com a diminuição da temperatura),
pois a fração mássica da fase β aumenta ligeiramente
com a diminuição da temperatura.
O terceiro exemplo envolve a solidificação de uma composição eutética, 61,9%p Sn. Considere uma liga que
possui essa composição e que é resfriada desde uma temperatura dentro da região da fase líquida, até a linha
vertical yy’.

(1) Na medida em que a temperatura é reduzida, nenhuma


alteração ocorre até que a temperatura do eutético, 183°C,
seja atingida.

(2) Ao cruzar a isoterma eutética, o líquido se transforma


nas duas fases, α e β (onde as composições das fases α e
β são ditadas pelos pontos nas extremidades da isoterma
eutética). Essa transformação pode ser representada pela
reação:

(3) Durante essa transformação, deve existir


necessariamente uma redistribuição dos componentes
chumbo e estanho, visto que as fases α e β possuem
composições diferentes e nenhuma delas é igual à
composição do líquido. Essa redistribuição é obtida
mediante difusão atômica.
A microestrutura do sólido que resulta dessa transformação consiste em camadas alternadas
(algumas vezes chamadas de lamelas) das fases α e β, e que se formam simultaneamente durante
a transformação.

Essa microestrutura é chamada de estrutura eutética, e é característica dessa reação.


A alteração microestrutural que acompanha
essa transformação eutética está
representada esquematicamente na figura;
nela está mostrado a estrutura eutética em
camadas α e β crescendo para dentro e
substituindo a fase líquida.

O processo de redistribuição do chumbo e do


estanho ocorre por difusão no líquido
imediatamente à frente da interface eutético-
líquido.

Os átomos de chumbo se difundem em


direção às camadas da fase α, uma vez que
essa fase α é rica em chumbo (18,3%p Sn);
de maneira oposta, a direção da difusão do
estanho se dá no sentido das camadas da
fase β, rica em estanho (97,8%p Sn).
Fotomicrografía mostrando a microestrutura de uma liga chumbo-estanho com a composição eutética. Essa
microestrutura consiste em camadas alternadas de uma solução sólida da fase α rica em chumbo (camadas
escuras) e de uma solução sólida da fase β rica em estanho (camadas claras).
O quarto exemplo envolve todas as composições que não são aquelas para o eutético mas que, quando
resfriadas, cruzam a isoterma eutética.

(1) Considere, por exemplo, a composição C4, que se


encontra à esquerda do eutético.

(2) O desenvolvimento microestrutural entre os pontos j &


l é semelhante àquele apresentado pelo segundo caso, de
tal modo que imediatamente antes do cruzamento da
isoterma eutética (ponto l) as fases α e líquida estão
presentes e possuem composições de aproximadamente
18,3 e 61,9%p Sn, respectivamente, conforme
determinado a partir da linha de amarração apropriada.

(3) À proporção que a temperatura for reduzida para


imediatamente abaixo daquela do eutético, a fase líquida
se transformará na estrutura do eutético (isto é,
apresentará lamelas alternadas compostas pelas fases α
e β).

(4) Alterações insignificantes irão ocorrer com a fase α


que se formou durante o resfriamento através da região
α+L.

(5) Essa microestrutura está representada


esquematicamente no detalhe para o ponto m.
Dessa forma, a fase α estará presente tanto na estrutura eutética como também naquela fase
que se formou durante o resfriamento através do campo das fases α+L.

Para distinguir uma fase α da outra, aquela que reside na estrutura eutética é conhecida por α
eutética, enquanto aquela que se formou na região α+L é conhecida por α primária.

Algumas vezes é conveniente usar o termo microconstituinte, isto é, um elemento da


microestrutura que possui uma estrutura característica e identificável. Por exemplo, no detalhe,
existem dois microconstituintes, a fase α primária e a estrutura eutética.
É possível calcular as quantidades relativas de ambos os microconstituintes, (estrutura eutética
e α primária).

Uma vez que o microconstituinte eutético sempre se forma a partir do líquido que possui a
composição eutética, pode-se admitir que esse microconstituinte possui uma composição de
61,9%p Sn.

Assim, a regra da alavanca é aplicada usando-se uma linha de amarração entre a fronteira
entre as fases α-(α+β ) (18,3%p Sn) e a composição eutética (61,9%p Sn).
Exemplo: Considere a liga com composição C4.

A fração do microconstituinte eutético, We, é simplesmente a mesma fração do líquido WL, a


partir do qual ele se transformou:

A fração do microconstituinte α-primário, Wa, é simplesmente a fração da fase α que existia


antes da transformação eutética:
As frações das fases α total, Wα (α-eutética + α-primária) e também da fase β total, Wβ, são
determinadas pelo uso da regra da alavanca juntamente com uma linha de amarração que se
estende totalmente através do campo das fases α+β.

Exemplo: Considere a liga com composição C4.

A fração total da fase α, Wα, é simplesmente a somatória das fases α-eutética + α-primária.

A fração da fase β, Wβ, é simplesmente a parte presente na microestrutura eutética.

Transformações e microestruturas análogas


resultam para ligas que possuem composições à
direita do eutético (isto é, entre 61,9 e 97,8%p Sn).

Entretanto, abaixo da temperatura do eutético, a


microestrutura consistirá nos microconstituintes
eutético e β-primário, pois, com o resfriamento a
partir da fase líquida, passamos através do campo
das fases β+líquido.
Fotomicrografía mostrando a microestrutura de uma liga chumbo-estanho com composição
de 50%p Sn-50%p Pb. Essa microestrutura é composta por uma fase α-primária rica em
chumbo (grandes regiões escuras) no interior de uma estrutura eutética lamelar que consiste
de uma fase (β rica em estanho (camadas claras) e uma fase α rica em chumbo (camadas
escuras).
O quinto exemplo é quando não forem mantidas condições de equilíbrio ao se passar através
da região das fases α+líquido ou β+líquido.

Irão resultar as seguintes conseqüências para a microestrutura ao se cruzar a isoterma


eutética:
(1) Os grãos do microconstituinte primário serão zonados, isto é, os grãos
apresentarão uma distribuição nao-uniforme do soluto em seu interior;
(2) A fração do microconstituinte eutético que será formado será maior do que em
uma situação de equilíbrio, devido a uma declinação característica da Linha Sólidus.
Os diagramas de fases isomorfos e eutéticos discutidos até agora são relativamente simples,
porém aqueles para muitos sistemas de ligas binárias são muito mais complexos.

Os diagramas de fases eutéticos para os sistemas Cu-Ag e Pb-Sn possuem apenas duas
fases sólidas, α e β e essas fases são algumas vezes chamadas de soluções sólidas
terminais, pois existem ao longo de faixas de composição próximas, às extremidades de
concentração do diagrama de fases.
Para outros sistemas de ligas, podem ser encontradas soluções sólidas intermediárias (ou fases
intermediárias).

Soluções Sólidas Intermediárias aparecem para o sistema Cu-Zn (latão).

Além disso, existem seis soluções sólidas diferentes:


(1) Duas soluções sólidas terminais (α e η)
(2) Quatro soluções sólidas intermediárias (β, γ, δ e Ɛ).
Algumas curvas de fronteiras entre fases próximas à parte inferior da figura estão
representadas com linhas tracejadas para indicar que as suas posições relativas não foram
determinadas com exatidão.

A razão para tal é que a baixas temperaturas as taxas de difusão são muito lentas e são
necessários tempos irregularmente longos para que se atinjam condições de equilíbrio.
Os latões comerciais consistem em ligas Cu-Zn ricas em cobre; por exemplo, o latão para
cartuchos de balas possui uma composição de 70%p Cu, além de uma microestrutura que
consiste em uma única fase α.
Para alguns sistemas podem ser encontrados compostos intermediários discretos no
diagrama de fases, e esses compostos possuem fórmulas químicas distintas; Para sistemas
metal-metal, eles são chamados de compostos intermetálicos.

Por exemplo considere o sistema Mg-Pb, o composto Mg2Pb possui uma composição
equivalente a 19%p Mg-81%p Pb, e está representado como uma linha vertical no diagrama,
em vez de uma região de fases com largura finita; dessa forma, o Mg2Pb pode existir por si só
somente nessa exata condição de composição.
Vale a pena observar algumas outras
características importantes em relação a
esse sistema Mg-Pb.

(1) O composto Mg2Pb se funde a uma


temperatura de aproximadamente 550°C.

(2) A solubilidade do chumbo no magnésio


é razoavelmente extensa, como está
indicado pela composição relativamente
grande para o campo da fase α.

(3) A solubilidade do magnésio no chumbo


é extremamente limitada, isso fica evidente
a partir da região da solução sólida terminal
que compõe a fase β que é muito estreita.

(4) Esse diagrama de fases pode ser


considerado como se ele fosse dois
diagramas eutéticos simples unidos lado a
lado, um para o sistema Mg-Mg2Pb, e o
outro para o sistema Mg2Pb-Pb; como tal, o
composto Mg2Pb é realmente considerado
como se fosse um componente.
Outros pontos invariantes envolvendo três fases diferentes são encontrados para
alguns sistemas de ligas.

(1) Reação Eutética;

(2) Reação Eutetóide;

(3) Reação Peritética;


São reações aonde, mediante resfriamento, uma fase Líquida dá origem à duas outras fases
sólidas.
Com o resfriamento, uma fase sólida § se transforma em duas outras fases sólidas γ+Ɛ , de acordo com a
reação:

O ponto invariante é chamado de Ponto Eutetóide e a linha de amarração horizontal é chamada de Isoterma
Eutetóide.

A característica que distingue um “eutetóide” de um “eutético” é o fato de que uma fase sólida, ao invés de
um líquido, se transforma em duas outras fases sólidas em uma única temperatura.
Com o resfriamento, uma fase líquida (L) + Sólida (§) se transformam em uma outra fase
Sólida distinta (Ɛ).
Uma região do diagrama de fases para o sistema cobre-zinco que foi ampliada para mostrar
os pontos invariantes eutetóide e peritético, identificados por E (560°C, 74%p Zn) e P
(598°C, 78,6%p Zn), respectivamente.
As transformações de fases podem ser classificadas de acordo com o fato de haver
ou não qualquer alteração na composição para as fases envolvidas.

(1) Transformações Congruentes;

(2) Transformações Incongruentes;


As Transformações Congruentes são aquelas para as quais não existem alterações na
composição, quando há transformação de fase. Exemplos de Transformações Congruentes
incluem as transformações alotrópicas e a fusão de materiais puros.

Exemplo: O composto intermetálico Mg2Pb funde de maneira congruente no ponto designado


por M no diagrama de fases para o sistema Magnésio-Chumbo.
Exemplo: No sistema Níquel-Titânio, existe um ponto de fusão congruente para a solução
sólida v, que corresponde ao ponto de tangencia para os pares de curvas liquidus e solidus, a
1310°C e 44,9%p Ti.
As Transformações Incongruentes são aquelas em que pelo menos uma das fases irá
experimentar uma alteração em sua composição quando há transformação de fase.

Exemplo: As reações Eutéticas e Eutetóides, bem como a fusão de uma liga que pertence a
um sistema isomorfo.
Essa lei representa um critério para o número de fases que irá coexistir dentro de um sistema
que se encontra em condições de equilíbrio, e é expressa através da equação, de
características simples.
“P” é o número de fases presentes.
“F” é conhecido por número de graus de
liberdade, ou o número de variáveis
externamente controladas (por exemplo:
temperatura, pressão, composição) que deve
ser especificado de modo a definir por completo
o estado do sistema.

“N” é a quantidade de
variáveis do processo que
não estão relacionadas
com a composição (por
exemplo: temperatura e
pressão).
Normalmente esse valor é 1
(A pressão)

“C” é o número de componentes


no sistema.
Os componentes são em geral
elementos ou compostos
estáveis.
Vamos demonstrar a lei das fases pela aplicação desta a um diagrama de fases temperatura-
composição para um sistema binário, o sistema Cobre-Prata.
Uma vez que a pressão
é constante (1 atm), o
parâmetro N vale 1.
A Pressão é a única
Considere o caso variável que não está
de campos relacionada com a
monofásicos no composição.
diagrama de fases,
por exemplo, as
regiões α, β e O Número de
líquida. Componentes
Isso significa que para descrever completamente as
características de qualquer liga que exista no interior
presentes são
de qualquer um desses campos de fases devemos dois, Cu e Ag.
especificar dois parâmetros; são eles a composição e
a temperatura, que localizam, respectivamente, as
posições horizontal e vertical da liga no diagrama de
fases.

Para uma situação na qual duas fases coexistem sob determinadas


condições, como acontece, por exemplo, nas regiões das fases α+L,
β+L, e α+β, a lei das fases estipula que existe apenas um grau de
liberdade, Dessa forma, é necessário especificar ou a temperatura
ou a composição de uma das fases para definir por completo o
sistema
Para sistemas binários, quando três fases estão presentes, não existem graus de liberdade,
uma vez que: Uma vez que a pressão
é constante (1 atm), o
parâmetro N vale 1.
A Pressão é a única
Considere o caso variável que não está
do ponto invariante relacionada com a
ou ponto Eutético composição.
no diagrama de
fases onde
encontramos α, β e O Número de
líquida em Componentes
equilíbrio. Isso significa que as composições de todas as presentes são
três fases, bem como a temperatura da liga, dois, Cu e Ag.
estão estabelecidas.

Essa condição é atendida para um Sistema


Eutético pela isoterma eutética, nessa
temperatura, 779°C, os pontos onde cada um
dos campos das fases α, β, Líquido tocam a
curva isoterma correspondem às respectivas
composições das fases, isto é, a composição
da fase α está fixada em 8,0%p Ag, a da fase
líquida em 71,9%p Ag, e a da fase β em
91,2%p Ag. Além disso, todas as três fases
estarão em equilíbrio para qualquer
composição de liga que esteja localizada ao
longo da extensão da isoterma eutética.
De todos os sistemas de ligas binárias, o que é possivelmente o mais importante é aquele
formado pelo ferro e o carbono.

Aços e ferros fundidos são os principais materiais estruturais em toda e qualquer cultura
tecnologicamente avançada e são essencialmente ligas ferro-carbono.
O Ferro Puro, ao ser aquecido,
experimenta duas alterações na sua
Estrutura Cristalina antes de se fundir.

(1) À temperatura ambiente, a forma


estável, é conhecida por Ferrita,
ou Ferro α, e possui uma
estrutura cristalina CCC.

(2) A Ferrita experimenta uma


Transformação Polimórfica para
Austenita, ou Ferro γ, com estrutura
cristalina CFC, à temperatura de
912°C.

(3) Essa Austenita persiste até


1394°C, temperatura em que a
Austenita CFC reverte novamente
para uma fase com estrutura CCC,
conhecida por Ferrita δ, a qual
finalmente se funde a uma
temperatura de 1538°C.
O eixo das composições se
estende somente até 6,70%p C;
nessa concentração, se forma o
composto intermediário ou
composto intermetálico, Carbeto
de Ferro, ou Cementita (Fe3C),
representado por uma linha
vertical no diagrama de fases.

Desse modo, o sistema Ferro-


Carbono pode ser dividido em
duas partes: uma porção rica em
Ferro e a outra (não mostrada)
para composições localizadas
entre 6,70 e 100%p C (Grafite
Puro).

Na prática, todos os aços e ferros


fundidos possuem teores de
carbono inferiores a 6,70%p C.

A convenção e a conveniência, no
entanto, ditam que a composição
ainda seja expressa em termos de
"%p C" e não por "%p Fe3C";
6,70%p C corresponde a 100%p
Fe3C.
O Carbono é uma impureza
intersticial no Ferro e forma uma
solução sólida tanto com a Ferrita α
como com a Ferrita δ, e também
com a Austenita (γ), como está
indicado pelos campos monofásicos
α, δ e γ.

(1) Na Ferrita α, com estrutura CCC,


somente pequenas concentrações
de carbono são solúveis; a
solubilidade máxima é de 0,022%p a
727°C. A solubilidade limitada pode
ser explicada pela forma e pelo
tamanho das posições intersticiais
nas estruturas CCC, que tornam
difícil acomodar os átomos de
carbono. Embora esteja presente em
concentrações relativamente baixas,
o carbono influencia de maneira
significativa as propriedades
mecânicas da Ferrita α. Essa fase
ferro-carbono, em particular, é
relativamente macia, pode ser
tornada magnética a temperaturas
abaixo de 768°C e possui uma
densidade de 7,88 g/cm3.
(2) A Austenita, ou fase γ do ferro,
quando ligada somente com
carbono, não é estável a uma
temperatura inferior a 727°C. A
solubilidade máxima do carbono
na austenita, 2,14%p, ocorre a
1147°C. Essa solubilidade é
aproximadamente 100 vezes maior
do que o valor máximo para a
Ferrita com estrutura CCC, uma
vez que as posições intersticiais
na estrutura cristalina CFC são
maiores e, portanto, as
deformações impostas sobre os
átomos de ferro que se encontram
em volta do átomo de carbono são
muito menores.
(3) A Ferrita δ é virtualmente a
mesma que a Ferrita α, exceto
pela faixa de temperaturas em que
cada uma existe. Uma vez que a
Ferrita δ é estável somente a
temperaturas relativamente
elevadas, ela não é de qualquer
importância tecnológica.
(4) A Cementita (Fe3C) se forma
quando o limite de solubilidade para o
carbono na Ferrita α é excedido a
temperaturas abaixo de 727°C (para
composições dentro da região das
fases α + Fe3C). O Fe3C também
coexistirá com a fase γ entre as
temperaturas de 727 e 1147°C.
Mecanicamente, a Cementita é muito
dura e frágil; a resistência de alguns
aços é aumentada substancialmente
pela sua presença.
Rigorosamente falando, a Cementita
é um material apenas metaestável;
isto é, à temperatura ambiente, ela
permanecerá indefinidamente como
um composto. Virtualmente todo o
carbono no aço estará na forma de
Fe3C, e não de grafite, e o diagrama
de fases para o sistema Ferro-Carbeto
de Ferro será válido para todos os fins
práticos.
A adição de silício a ferros fundidos
acelera enormemente essa reação de
decomposição da Cementita para
formar grafite.
Pode ser observado que existe um Eutético para o sistema Ferro-Carbeto de Ferro,
localizado a 4,30%p C e 1147°C ; para essa Reação Eutética:
Pode ser observado que existe um Eutetóide para uma composição de 0,76%p C e a uma
temperatura de 727° C. Essa reação eutetóide pode ser representada como
As Ligas Ferrosas são aquelas nas quais o Ferro é o componente principal, porém o
Carbono, assim como Outros Elementos de formação de liga, poderão estar presentes.

A classificação das Ligas Ferrosas com base no teor de carbono, existem três tipos de ligas:
Ferro, Aço e Ferro Fundido.

Ferro: Comercialmente puro contém menos do que 0,008%p C e, a partir do diagrama de


fases, é composto à temperatura ambiente quase que exclusivamente pela fase Ferrita α.

Aços: As ligas Ferro-Carbono que contém entre 0,008 e 2,14%p C são classificadas como
aços. Na maioria dos aços, a microestrutura consiste tanto da Ferrita α como de fase Fe3C.
Embora na prática uma liga de aço possa conter até 2,14%p C, as concentrações de carbono
raramente excedem 1,0%p.

Ferros Fundidos: São classificados como ligas ferrosas que contêm entre 2,14 e 6,70%p C.
Entretanto, os ferros fundidos comerciais contêm normalmente menos que 4,5%p C.
Será mostrado que a microestrutura que se desenvolve depende tanto do Teor de Carbono
como do Tratamento Térmico.

A discussão ficará restrita ao resfriamento muito lento de ligas de aço, para as quais o
equilíbrio é mantido continuamente.
As mudanças de fases que ocorrem
mediante a passagem da região γ para o
campo das fases α + Fe3C são
semelhantes àquelas descritas para os
Sistemas Eutéticos.

(1) Considere, por exemplo, uma liga de


composição Eutetóide (0,76%p C) à
medida que ela é resfriada de uma
temperatura dentro da região da fase
γ, digamos, a 800°C. Inicialmente, a
liga é totalmente composta pela fase
Austenita, tendo uma composição de
0,76%p C e a microestrutura
correspondente indicada na figura. À
medida que a liga é resfriada, não
ocorrerão alterações até que a
Temperatura Eutetóide (727°C) seja
atingida. Ao cruzar essa temperatura e
até o ponto b, a Austenita se
transforma de acordo com a equação:
(2) A microestrutura para esse Aço
Eutetóide que é lentamente resfriado
através da Temperatura Eutetóide consiste
em camadas alternadas ou lamelas
compostas pelas duas fases (α + Fe3C),
que se formam simultaneamente durante a
transformação.

Essa microestrutura, que está


representada esquematicamente na figura
é conhecida por Perlita.
A figura mostra uma Fotomicrografía de um Aço Eutetóide exibindo a Perlita.

As camadas claras mais grossas representam a fase Ferrita α, enquanto a fase Cementita
(Fe3C) aparece como lamelas finas (Através da regra da Alavanca podemos perceber que a
Ferrita α se encontra em maior proporção), a maioria apresentando cor escura. Muitas
camadas de Cementita são tão finas que os contornos adjacentes entre fases não
conseguem ser distinguidos; essas camadas aparecem escuras nessa ampliação.
Mecanicamente, a Perlita apresenta
propriedades intermediarias entre a Ferrita
(macia e dútil) e a Cementita (dura e
frágil).

As camadas alternadas Ferrita α e Fe3C


na Perlita se formam como tal pela
mesma razão que se forma a estrutura
Eutética, porque a composição da fase
que lhe deu origem (nesse caso a
austenita (0,76%p C) é diferente de ambas
as fases geradas como produto [Ferrita
α(0,022%p C) e Cementita (6,7%p C)], e
porque a transformação de fases exige
que exista uma redistribuição do carbono
por Difusão.
A figura ilustra esquematicamente as
alterações microestruturais que
acompanham essa Reação Eutetóide;
aqui as direções da difusão do Carbono
estão indicadas pelas setas.

Os átomos de Carbono se difundem


para longe das regiões da Ferrita, com
0,022%p, e em direção às camadas de
Cementita, com 6,7%p C, à medida
que a Perlita se estende do contorno
do grão para o interior do grão de
Austenita não reagido.

Então, a Perlita se forma em camadas


porque com a formação dessa
estrutura os átomos de carbono
precisam se difundir apenas ao longo
de distâncias mínimas, Além do mais, o
resfriamento subseqüente da Perlita
produzirá alterações microestruturais
relativamente insignificantes.
Considere uma composição C0 à esquerda
do Eutetóide, entre 0,022 e 0,76%p C; essa é
conhecida como uma Liga Hipoeutetóide
(menos do que o Eutetóide).

(1) A aproximadamente 875°C, ponto c, a


microestrutura consistirá inteiramente em
grãos da fase Austenita (γ), como
mostrado esquematicamente na figura.

(2) Ao resfriar até o ponto d, a uma


temperatura de aproximadamente 775°C, e
que se encontra dentro da região das fases
α+γ, essas duas fases coexistirão como está
mostrado na microestrutura esquemática.

(3) A maioria das pequenas partículas α se


formará ao longo dos contornos originais dos
grãos γ.

(4) As composições tanto da fase α como da


fase γ podem ser determinadas utilizando a
linha de amarração apropriada.
(5) Enquanto se resfria uma liga através da
região das fases α+γ, a composição da fase
Ferrita-α se altera com a temperatura ao
longo do contorno entre as fases α-(α+γ),
curva MN, tornando-se ligeiramente mais
rica em carbono. Por outro lado, a alteração
na composição da Austenita é mais
dramática, prosseguindo ao longo da
fronteira (α+γ)-γ, curva MO, à medida que a
temperatura é reduzida.

(6) O resfriamento do ponto d até o ponto e,


imediatamente acima do eutetóide, porém
ainda na região α+γ, produzirá uma
proporção maior da fase α, bem como uma
microestrutura semelhante àquela também
mostrada: as partículas α crescerão em
tamanho.
(7) À medida que a temperatura é abaixada
para imediatamente abaixo do Eutetóide,
até o ponto f, toda a fase γ que estava
presente à temperatura Te (e que possuía a
composição do eutetóide) se transformará
em Perlita, de acordo com a reação abaixo.

(8) Virtualmente não existirá qualquer


alteração na fase α que existia no ponto e
ao se cruzar a temperatura eutetóide — ela
estará normalmente presente como uma
fase matriz contínua ao redor das colônias
de Perlita isoladas.
(9) Assim, a fase Ferrita-α estará presente na Perlita e também como a fase que se formou
enquanto se resfriava ao longo da região das fases α+γ. A Ferrita-α que está presente na
Perlita é chamada de Ferrita Eutetóide, enquanto a outra, aquela que se formou a
temperaturas acima de Te, é conhecida por Ferrita Proeutetóide (significando pré-, ou
antes, do eutetóide).

(10) Também deve ser observado que dois microconstituintes — a Ferrita Proeutetóide e a
Perlita — estão presentes nessas micrografias e aparecerão em todas as ligas Ferro-
Carbono Hipoeutetóides que são resfriadas lentamente até uma temperatura abaixo da
Eutetóide.
A figura mostra uma Fotomicrografía de um aço com 0,38%p C.

As regiões brancas, com maiores dimensões, correspondem à Ferrita Proeutetóide.


Uma micrografia eletrônica de varredura que mostra a microestrutura de um aço carbono
simples com 0,44%p de C.
As grandes áreas escuras são Ferrita Proeutetóide.
As regiões que apresentam estrutura lamelar alternando entre claro e escuro são Perlita; as
camadas escuras e claras na perlita correspondem, respectivamente, às fases Ferrita-α e
Cementita.
As quantidades relativas de α-Proeutetóide e Perlita podem ser determinadas de maneira semelhante
àquela que foi descrita para os microconstituintes Primário e Eutético.

Uma vez que a Perlita é o produto da transformação da Austenita que possui essa composição.

Por Exemplo: Vamos considerar uma liga com composição C0’.

(1) A fração de Perlita, Wp, pode ser determinada de acordo com a relação:

(2) A fração de α-Proeutetóide, Wα., é calculada como a seguir:

As frações tanto de α Total (Eutetóide e Proeutetóide) como de Cementita são determinadas utilizando-se a
Regra da Alavanca, juntamente com uma Linha de Amarração que se estende através da totalidade da
região que compreende as fases α+Fe3C, desde 0,022 até 6,7%p C.
Resultam transformações e
microestruturas análogas para as Ligas
Hipereutetóides que são aquelas que
contêm entre 0,76 e 2,14%p C, que são
resfriadas a partir de temperaturas dentro
do campo da fase γ (Austenita).

(1) Considere uma liga com composição


C1, a qual, mediante resfriamento, se
move verticalmente para baixo ao longo da
linha zz'. No ponto g, somente a fase γ
estará presente com uma composição de
C1, a microestrutura aparecerá conforme
está mostrado, apresentando apenas os
grãos da fase γ.
(2) Com o resfriamento para dentro do
campo das fases γ+Fe3C, isto é, até o
ponto h, a fase Cementita começará a se
formar ao longo dos contornos dos grãos
iniciais da fase γ (Austenita). Essa
Cementita é chamada Cementita
Proeutetóide, aquela que se forma antes
da reação Eutetóide.

Obviamente, a composição da Cementita


permanece constante (6,70%p C) à
medida que a temperatura é alterada.

(3) À medida que a temperatura é reduzida


através da Eutetóide até o ponto í, toda a
Austenita restante com composição
Eutetóide será convertida em Perlita;
assim, a microestrutura resultante
consistirá em Perlita e Cementita
Proeutetóide como microconstituintes.
Na Fotomicrografía de um aço com 1,4%p C, observe que a Cementita Proeutetóide
aparece clara. Uma vez que ela tem uma aparência muito semelhante à da Ferrita
Proeutetóide, existe alguma dificuldade em se distinguir entre os aços Hipoeutetóide e
Hipereutetóide simplesmente com base na microestrutura
As quantidades relativas dos dois Microconstituintes— Perlita e Fe3C Proeutetóide — podem ser
calculadas para ligas de aços Hipereutetóides de maneira análoga à que foi empregada para os materiais
Hipoeutetóides.

A linha de amarração apropriada se estende entre 0,76 e 6,70%p C.

Exemplo: Para uma liga que possui uma composição C1.

(1) A fração da Perlita, Wp :

(2) A fração da Cementita Proeutetóide, WFe3C :


Nessa discussão sobre o desenvolvimento microestrutural de ligas Ferro-Carbono supôs-se
que, durante o resfriamento, condições de equilíbrio eram continuamente mantidas; isto é,
era dado tempo suficiente em cada nova temperatura para qualquer ajuste necessário nas
composições e nas quantidades relativas das fases, conforme previsto a partir do diagrama
de fases para o sistema Fe-Fe3C.

Na maioria das situações, essas taxas de resfriamento são impraticavelmente lentas e


realmente desnecessárias; de fato, em muitas ocasiões são desejáveis condições fora do
equilíbrio.

Dois efeitos de importância prática fora das condições de equilíbrio são:

(1) A ocorrência de mudanças ou transformações de fases em temperaturas que não aquelas


previstas pelas curvas os contornos entre fases no diagrama de fases;

(2) A existência à temperatura ambiente de fases fora do equilíbrio que não aparecem no
diagrama de fases.
As adições de outros elementos de liga (Cr, Ni, Ti etc.) trazem alterações um tanto dramáticas no diagrama
de fases binário para o sistema Ferro-Carbeto de ferro.

Uma das importantes alterações é o deslocamento da posição eutetóide em relação à temperatura e à


concentração de carbono.

Esses efeitos estão ilustrados nas Figuras, que plotam a Temperatura Eutetóide e a Composição Eutetóide
(em %p C) como uma função da concentração para vários outros elementos de liga.

Dessa forma, outras adições de liga não alteram somente a Temperatura da reação Eutetóide, mas
também as frações relativas das fases Perlita e Proeutetóide que se formam.

Os aços são normalmente ligados por outras razões — geralmente para melhorar a sua resistência à
corrosão ou para torná-los acessíveis a um tratamento térmico.

A dependência da temperatura eutetóide em função da A dependência da composição eutetóide (%p C) em função


concentração da liga para vários elementos de liga no aço. da concentração da liga para vários elementos de liga no
aço.

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