Solstício

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A :. G:. D:. G:. A:. D:. U:.

AUG:. RESP:. LOJ:. SIMB:. VIGILANTES DA LEI 30 N° 76

C:. E:. M:.


Apr:. M:. HEITOR L:. GIOPPO

OS SOLSTÍCIOS E A MAÇONARIA

Os Solstícios são as épocas em que o Sol passa pela sua maior


declinação boreal ou austral, e durante a qual cessa de afastar-se do
equador. Os solstícios situam-se, respectivamente, nos dias 22/ 23 de
junho para a maior declinação boreal, e nos dias 22/ 23 de dezembro
para a maior declinação austral do Sol. No hemisfério sul, a primeira
data se denomina solstício de inverno e a segunda solstício de verão.

Nossos antepassados se assombravam ante a um sol que se via em


pontos distintos do horizonte aos amanheceres ao longo do ano. A
passagem pela abóbada celeste é mais baixa no inverno e mais alta no
verão. Os extremos destes traçados astronômicos foram considerados
signos divinos desde a mais remota antiguidade nas sociedades que
levantaram os monumentos de Stonhenge, no Sol-Vishnu da India, no
deus Mithra da Pérsia, na lenda de Osíris o deus sol dos egípcios, na
festa das luzes dos Judeus (Yanuca), e no natal dos Cristãos.

No zodíaco cada signo tem seu mistério e ensinamento especial. As


peculiaridades de Capricórnio e Câncer ( solstícios de inverno e verão
no hemisfério norte ) são estudadas na Maçonaria na forma da relação
que os solstícios tem com as colunas J e B e com os dois primeiros
graus da vida Maçônica. Solstícios são datas em que há predominância
de duração do dia sobre a noite ou vice-versa. Capricórnio é regido por
Saturno, aquele pai que devora os próprios filhos, regente do tempo, da
eternidade, da ordem e da disciplina. Câncer é regido pela Lua, a Mãe
que compreende, nutre, protege e rege a família; a tradição, o amor
emocional e os ciclos. Um simboliza o meio-dia e o outro a meia-noite.
Estes solstícios e sua simbologia nos trazem a imagem dos dois São
João -- São João Batista e São João Evangelista.
Um velho ritual pagão que festejava o sol no mês de Junho, foi
apropriado pelo culto romano da Deusa Vesta, patrona do Fogo e,
posteriormente pelo Cristianismo, que o atribuiu a João Batista, no
Solstício de junho. Etimologicamente “Junho” deriva do latim Junios-
Junior, que significa o mais novo, ou o que renova. Para o cristianismo
João Batista é o testemunho da luz, do verbo incarnado, o que introduz
o rito do batismo, ou seja, da renovação. De igual modo estabelecemos
a relação dos solstícios com os ciclos naturais. A relação entre o
movimento de translação da terra e a fonte de luz, de vida, de energia
que é o Sol. Conjuntamente percorremos os trilhos da atribuição mítica
dos momentos solsticiais, essência do mito do eterno retorno.

Na ritualística maçônica, assim como nas antigas tradições dos druidas,


os solstícios recebem uma atenção especial na forma de um ritual de
Banquete muito importante, forte e significativo. Na mística milenar, são
datas relacionadas ao nascimento e à morte da Luz ou de seu portador.
Este Banquete ou “Loja da Mesa” é a sessão ritualística em que os
Maçons se confraternizam em torno de uma mesa de refeições. A Loja
da Mesa deve ser instalada no solstício de inverno. Nos primórdios da
Franco Maçonaria, ainda operativa, eram comuns nos solstício, esses
repastos fraternais. Posteriormente, por influências da igreja e dada a
proximidade das datas dos solstícios com as datas dedicadas aos dois
São João, eles passaram a ser realizados nestas.

A mesa de banquete é disposta em forma de ferradura, com as


extremidades correspondendo ao Ocidente e a cabeceira ao Oriente. O
Venerável ocupa o centro da parte da mesa que corresponde ao
Oriente. Na parte interna da mesa, sobre um pedestal colocado junto à
mesa de honra, à frente do Venerável Mestre, estarão as Três Grandes
Luzes Emblemáticas da Maçonaria, o Livro da Lei, o Esquadro e o
Compasso, dispostos no grau de Aprendiz de Maçon. Também sobre a
mesa de honra estará um candelabro de sete braços (o menorá
hebraico), um pedaço de pão e um copo de vinho tinto. A frente do 1°
Vigilante um candelabro de cinco braços e a frente do 2° Vigilante um
candelabro de três braços. A presença do pão e do vinho é uma
lembrança do ritual hebraico do kidush, incrementado pelos essênios. O
kidush, reunindo membros de uma confraria, era uma ceia realizada à
véspera dos dias santificados, ou na véspera do shabat (sábado). Para
realçar a santificação do dia e durante a qual o principal dos convivas
lançava as bênçãos sobre o pão e o vinho, distribuindo-os aos demais.
Quando o kidush precedia a Pessach (Páscoa), o kidush era antecipado
para a quinta-feira, porque a sexta-feira era o dia destinado a organizar
e preparar o seder (jantar de Pessach). A chamada última ceia de
Jesus, com seus companheiros (shaberim), membros de uma confraria
(shaburá), foi um kidush, realizado antes da Páscoa.

No ritual todos os participantes da Loja de Mesa devem estar


paramentados e as Dignidades e Oficiais devem usar as jóias de seus
cargos.

Rio de Janeiro, julho de 2003

Bibliografia:

1) Dicionário de Termos Maçônicos


Ir:. José Castellani

2) Um Solstício Singular
Ir:. José Schlosser

3) Festa de São João


Ir:. Ambrosio Peters

4) Prancha “Solstício de Verão”


Ir:. Luis Conceição

5) Dicionário Aurélio

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