Turismo, Psicologia e Lazer PDF
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JOSÉ CLERTON DE OLIVEIRA MARTINS
RESUMO
Introdução
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Doutor em Psicologia pela Universidade de Barcelona/Espanha, professor titular do mestrado em
Psicologia, graduação em psicologia e turismo da Universidade de Fortaleza.
Tratando-se de um tema que, por si, sugere um olhar multidisciplinar, o objetivo
deste estudo é: demonstrar a amplitude do campo de estudo do turismo e a
importância de sua reflexão enquanto fenômeno complexo, próprio do momento
contemporâneo elaborado pelo homo faber ocidental. Para tal, utilizamo-nos da
revisão de alguns direcionamentos teóricos, tomando como base os estudos
empreendidos por Aguirre Baztan da Universidade de Barcelona, Espanha, a partir do
enfoque da psicologia cultural e antropologia.
Ao analisarmos a produção teórica sobre o turismo, a primeira percepção que
nos é oferecida é a da superficialidade. Em afirmações como: o turismo é visto como
uma área frívola da cultura (lazer) a ser evitada por estudiosos sérios (Nash, 1981 in
Burns 2002: 94), ou, ainda, na mesma referência, um fenômeno moderno/pós-
moderno que não é digno da atenção antropológica, ambas encontradas em
referências de pesquisadores há de se perguntar sobre o que, na realidade, significa
fazer ciência e quais seriam os objetivos de se fazer ciência.
Considerações que partem do princípio de que algumas áreas são prioritárias
em detrimento de outras, levam-nos a um pensamento de limitação de direção, ou
seja, o que não sugere aplicação utilitária imediata não merece seriedade. No caso do
turismo, perguntaríamos: como não pensar os fenômenos sociais, econômicos e
culturais, que são reflexos da ação do turismo como algo que não seja sério e
merecedor de estudos científicos? Ou ainda, como não pensar seriamente em algo
que pode devastar áreas do planeta, mudar os costumes, alterar valores, gerar
riquezas, produzir bens, aproximar/afastar povos, promover o conhecimento de
culturas, proporcionar mudanças em todas as áreas, como algo que, em sua ação, é
tão afeto à antropologia, geografia, psicologia, direito, administração, política,
educação etc.? Parece que precisamos olhar com mais atenção o mundo que nos
cerca antes de proferir palavras ao vento do alto de nosso etnocentrismo acadêmico
ou corporativismo profissional, utilizando-nos de alguma ilusão de poder. Afinal
observar a realidade e sua lógica é um princípio básico para se pensar ciência.
Alguns elementos teóricos que norteiam o estudo do turismo podem observar a
partir antropologia clássica:
Robert Mcintosh (in IGNARRA1998, p.24) diz que “Turismo pode ser
definido como a ciência, a arte e a atividade de atrair e transportar visitantes, alojá-los
cortesmente, satisfazer suas necessidades e desejos.”
Em Jafer Jafari, (IGNARRA 1998, p.24), turismo “é o estudo do homem
longe do seu local de residência, e da indústria, que satisfaz suas necessidades, e dos
impactos que ambos, ele e a indústria, geram sobre os ambientes físico, econômico e
sóciocultural da área receptora.”
Mais adiante, Fuster, (op.cit, p.24), definiu que ”turismo é, de um lado,
conjunto de turistas; de outro, os fenômenos e as relações que essa massa produz em
conseqüência de suas viagens.”
Oscar de La Torre definiu da seguinte forma:
Referências bibliográficas