Orientações de Trabalho Psicologia Educativa Nas Escolas
Orientações de Trabalho Psicologia Educativa Nas Escolas
Orientações de Trabalho Psicologia Educativa Nas Escolas
2018
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As Orientações para o Trabalho em Psicologia Educativa nas Escolas resultam de um processo
amplamente participado envolvendo a administração educativa, técnicos superiores da área
de psicologia em exercício de funções públicas nos agrupamentos de escolas e escolas não
agrupadas, doravante designados por escolas. Complementarmente foi realizada uma consulta
pública alargada.
Por uma questão de facilidade na leitura, os termos utilizados, embora no masculino, referem-
se indistintamente ao género feminino e masculino.
1
NOTA DE ABERTURA
A educação enfrenta hoje novos desafios que motivam um muito participado debate global.
Discute-se como promover mais equidade, como garantir não só o acesso às aprendizagens,
mas sobretudo como garantir qualidade na educação para todos. É um momento em que se
discute o propósito da educação e um tempo em que tomamos uma consciência coletiva de
que todos significa TODOS.
Esta é uma missão de todos os que se envolvem no processo educativo. Das famílias aos
professores, das organizações e instituições que trabalham com a escola. É função do
currículo, dos programas e projetos, da educação artística, das bibliotecas. É tarefa que
envolve também os alunos que aparentam não precisar de medidas específicas, mas que
precisam de crescer no apoio aos seus colegas. E esta missão não vive sem os psicólogos
escolares – indispensáveis ao sucesso dos projetos educativos das escolas e cruciais para
abraçarmos o desafio da inclusão.
Estas Orientações, construídas num diálogo intenso e construtivo com a Ordem dos Psicólogos
Portugueses (OPP), visam apoiar os psicólogos no exercício das suas atividades, sobretudo
tendo em conta a produção de nova legislação sobre inclusão e currículo e o desenvolvimento
de várias medidas de apoio ao desenvolvimento de um sentimento de pertença em cada
aluno: apoios tutoriais específicos, programas integrados municipais, sinalização precoce de
dificuldades, reforço da educação estética e artística, entre tantas outras medidas que visam a
geração de sentimento de felicidade e bem-estar junto dos alunos.
Entendemos que o psicólogo não pode ter tudo sobre os seus ombros. A inclusão é
responsabilidade de todos, a aprendizagem efetiva é tarefa de toda a escola. Mas sabemos
que o psicólogo é o pivô fundamental para um olhar especializado para as necessidades
2
específicas de muitos alunos, para ser um agente da integração das medidas e recursos que
existem em cada escola, para um melhor trabalho dirigido a estes fins.
João Costa
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ÍNDICE
INTRODUÇÃO ...................................................................................................................... 5
1. ENQUADRAMENTO LEGAL E ORGANIZACIONAL ............................................................... 7
1.1. Enquadramento Legal ..................................................................................................................... 7
1.2. Enquadramento Organizacional ..................................................................................................... 7
2. PRESSUPOSTOS ............................................................................................................... 9
3. FINALIDADES ................................................................................................................. 10
4. PRINCÍPIOS .................................................................................................................... 12
5. DOMÍNIOS DE INTERVENÇÃO ......................................................................................... 14
5. 1. Apoio Psicológico e Psicopedagógico .......................................................................................... 15
5.2. Apoio ao Desenvolvimento de Sistemas de Relações da Comunidade Educativa ....................... 16
5.3.Orientação Vocacional ................................................................................................................... 22
6. PROCEDIMENTOS E ESTRATÉGIAS .................................................................................. 23
6.1. Apoio técnico-científico ................................................................................................................ 24
6.2. Avaliação Psicológica e Psicopedagógica ...................................................................................... 25
6.3. Acompanhamento Psicológico e Psicopedagógico ....................................................................... 26
7. INSTRUMENTOS E MODALIDADES DE INTERVENÇÃO...................................................... 27
7.1. Instrumentos................................................................................................................................. 27
7.1.1. Entrevista Psicológica ............................................................................................... 27
7.1.2. Testes Psicológicos ................................................................................................... 28
7.1.3. Observação ............................................................................................................... 28
7.1.4. Relatórios .................................................................................................................. 29
7.2 Modalidades de Intervenção ......................................................................................................... 29
8. OS PROFISSIONAIS ......................................................................................................... 31
8.1 Conteúdo Funcional ....................................................................................................................... 31
NOTAS FINAIS.................................................................................................................... 32
REFERÊNCIAS BILIOGRÁFICAS ............................................................................................ 33
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INTRODUÇÃO
As presentes Orientações visam consolidar a prática destes profissionais, clarificar a sua ação
em ambiente escolar enquanto técnicos superiores especializados, focando a sua intervenção
nos domínios que melhor respondem às necessidades atuais do sistema educativo, com base
em modelos de intervenção testados e validados cientificamente em contextos educativos
específicos.
1
Neste documento entende-se por Psicólogo o trabalhador com formação académica e estágio profissional na área
de psicologia, que exerce funções públicas nos agrupamentos de escola e nas escolas não agrupadas da rede pública
do Ministério da Educação, independentemente do tipo de vínculo que possua.
5
Trata-se de um documento orientador do exercício de funções nas escolas públicas,
independentemente da natureza do respetivo vínculo contratual ou da sua entidade
empregadora.
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1. ENQUADRAMENTO LEGAL E ORGANIZACIONAL
O exercício de funções destes profissionais rege-se pelo regime legal aplicável aos demais
trabalhadores que exercem funções públicas no que respeita, designadamente, ao tipo de
vínculo, progressão, conteúdo funcional, regime de avaliação, estatuto disciplinar, exceto no
que respeita aos deveres específicos constantes no Decreto-Lei nº 184/2004, de 29 de julho, e
demais legislação especial que lhes seja aplicável.
Nas últimas décadas tem vindo a ser atribuído aos psicólogos um papel ativo na prossecução
das grandes finalidades das políticas educativas associadas ao trabalho das escolas, na garantia
à aprendizagem e ao sucesso educativo dos seus alunos, numa escolaridade alargada de 12
anos e na necessidade da orientação vocacional dos jovens para a transição e inserção no
mercado.
A recente publicação de um conjunto de diplomas legais veio contribuir para concorrer para a
convergência e para a articulação das decisões inerentes às várias dimensões do trabalho
educativo que acontece diariamente nas escolas, a saber:
7
As Orientações Curriculares para a Educação Pré-Escolar (OCEPE), Despacho n.º
9180/2016, de 19 de julho.
Estas Orientações têm como objetivo clarificar, junto dos órgão de gestão, docentes,
encarregados de educação e demais técnicos especializados, a intervenção dos psicólogos em
contexto escolar, constituindo-se como um documento de apoio à tomada de decisão e à
definição de estratégias a nível pedagógico e psicológico, de modo que todos os alunos
alcancem as competências previstas no Perfil do Aluno à Saída da Escolaridade Obrigatória,
bem como se desenvolvam de forma integral nas suas diferentes dimensões cognitiva,
comportamental, social e emocional, com vista ao seu bem-estar e saúde mental.
8
2. PRESSUPOSTOS
A intervenção dos psicólogos, tal como a de outros agentes da comunidade educativa, rege-se
pelos normativos em vigor aplicáveis aos demais trabalhadores que exercem funções públicas
e pelos normativos especiais organizadores do sistema educativo, designadamente:
A Projeto Education 2030 que, numa visão partilhada, realça a importância dos
currículos numa era caracterizada pela proliferação de conhecimento científico e por
uma crescente diversidade e complexidade de problemas sociais;
2
Education 2030 Framework for Action, UNESCO (2016)
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3. FINALIDADES
EDUCAÇÃO
Garantir que o Perfil dos Alunos à Saída da Escolaridade Obrigatória seja atingido por
todos, ainda que através de percursos diferenciados, os quais permitem a cada um
progredir com sucesso no currículo;
SAÚDE E BEM-ESTAR
Promover o bem-estar e a saúde mental dos alunos e reduzir o impacto dos problemas
comportamentais, sociais e emocionais no desempenho escolar;
Capacitar os diferentes agentes educativos para agir neste domínio dentro das suas
competências.
10
EMPREGO
EQUIDADE SOCIAL
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4. PRINCÍPIOS
Tendo em vista a prossecução das finalidades, a atuação dos psicólogos assenta nos princípios
plasmados nos normativos em vigor que enformam o sistema educativo, aplicáveis aos demais
agentes educativos, designadamente:
Equidade - a garantia de que todos e cada um dos alunos têm acesso aos apoios
necessários de modo a concretizar o seu potencial de aprendizagem e
desenvolvimento;
12
Respeito pela dignidade e direitos da pessoa – respeito pela autonomia e
autodeterminação das pessoas com quem estabelecem relações profissionais,
salvaguarda do respeito pelos princípios do consentimento informado, privacidade e
confidencialidade;
Respeito pelos direitos dos alunos - defesa dos direitos fundamentais de todos os
alunos, destacando-se o direito a serem ouvidos e a participarem de forma efetiva no
seu processo educativo;
13
5. DOMÍNIOS DE INTERVENÇÃO
Assim, o psicólogo, enquanto recurso humano da escola, desenvolve a sua atividade em três
domínios: apoio psicológico e psicopedagógico, apoio ao desenvolvimento de sistemas de
relações da comunidade educativa e orientação escolar e profissional. As atividades a
desenvolver, em cada um destes domínios, variam de acordo com o contexto e as prioridades
definidas nos instrumentos orientadores da escola. Estes domínios de intervenção estão
interligados e têm um caráter de complementaridade havendo, contudo, algumas
especificidades pelo que irão ser abordados, nestas Orientações, de forma autónoma. A
avaliação permanente e sistemática que o psicólogo faz da eficácia da sua intervenção é
transversal a todos os domínios e contribui para o aperfeiçoamento das práticas.
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5. 1. Apoio Psicológico e Psicopedagógico
15
Organização de ambientes formais e não formais de
aprendizagem potenciando a:
relação entre professores e alunos;
relação entre professores e famílias;
Áreas de relação entre alunos;
Referência promoção de estratégias de autorregulação individual
e grupal;
prevenção da indisciplina;
motivação intrínseca e envolvimento com a
aprendizagem e com a escola;
prevenção de comportamentos de risco.
16
colaborar com os órgãos de direção da escola através da elaboração de projetos,
documentos e pareceres;
colaborar em ações comunitárias destinadas a prevenir as retenções e o
abandono escolar e a promover a saúde mental e o bem-estar, nomeadamente
através da elaboração de projetos, da articulação com instituições da
comunidade e da organização de ações dirigidas a diferentes intervenientes
educativos;
estabelecer articulação com outros serviços de apoio socioeducativo necessários
ao desenvolvimento e implementação de medidas de promoção do sucesso
Atividades educativo;
colaborar em ações de formação e participar na realização de experiências
pedagógicas;
colaborar com docentes, pais e encarregados de educação e outros agentes
educativos, na perspetiva do seu aconselhamento psicológico e psicoeducativo,
através da realização de reuniões, da participação nos conselhos de turma e na
organização de ações de formação;
colaborar na celebração de protocolos com serviços, empresas e outros agentes
da comunidade;
articular com outros serviços e recursos da comunidade (Justiça, Segurança Social
e Saúde);
desenvolver ações de literacia, sensibilização e formação dirigidas a pais e
encarregados de educação e comunidade em geral sobre desenvolvimento e
aprendizagem.
17
escolar e melhorar a qualidade do sucesso educativo.
Participar na elaboração da proposta e na avaliação da oferta educativa e formativa.
Elaborar pareceres e participar na decisão de órgãos de direção da escola relativamente às
parcerias externas com entidades que desenvolvem funções nos domínios da psicologia e
orientação.
Apresentar informação que apoie o trabalho de constituição de turmas.
Recorrer a metodologias cientificamente válidas para a recolha e análise de dados relativos
a fatores de risco e de proteção, bem como sobre as suas consequências no
desenvolvimento e na aprendizagem dos alunos.
Colaborar na definição, implementação e avaliação de processos de comunicação eficaz de
conteúdos chave para as audiências diversificadas (alunos, pais e encarregados de
educação, docentes, funcionários, parceiros, entre outros).
Colaborar na construção e implementação de planos de melhoria e de sistemas de
autoavaliação da escola.
Docentes
Colaborar com diretores de turma, conselhos de docentes e de turma e outros docentes na
análise e reforço de facilitadores e na eliminação de barreiras ao desenvolvimento e à
aprendizagem, tendo em vista a implementação e avaliação de estratégias tendentes à sua
respetiva promoção, prevenção e eliminação.
Desenvolver ações de capacitação, nomeadamente ao nível das práticas inclusivas,
da prevenção de situações de abandono escolar e da indisciplina, e promotoras da
interação com os pais e encarregados de educação.
Colaborar, no âmbito do funcionamento da equipa multidisciplinar de apoio á educação
inclusiva, na tomada de decisão quanto à necessidade de mobilização de medidas de
suporte à aprendizagem e à inclusão.
Assistentes Operacionais
Desenvolver ações de capacitação ao nível da comunicação e da relação interpessoal.
Colaborar no desenvolvimento de ações de sensibilização promotoras de uma escola
inclusiva.
Desenvolver ações de sensibilização para a deteção de situações de risco.
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Promover, dinamizar e/ou participar em reuniões de pais e encarregados de educação.
Centros Qualifica
Autarquias
19
COMPETÊNCIA DA EQUIPA MULTIDISCIPLINAR DE APOIO À EDUCAÇÃO INCLUSIVA
A. Propor medidas de suporte à aprendizagem e à inclusão a mobilizar
Contribuição do psicólogo na equipa
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COMPETÊNCIA DA EQUIPA MULTIDISCIPLINAR DE APOIO À EDUCAÇÃO INCLUSIVA
C. Prestar aconselhamento aos docentes na implementação de práticas pedagógicas
inclusivas
Colaborar na capacitação para a implementação da abordagem multinível e do
desenho universal para a aprendizagem;
Colaborar na organização de ambientes formais e não-formais de aprendizagem
potenciando a:
relação entre professores e alunos;
Contribuição do psicólogo na equipa
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COMPETÊNCIA DA EQUIPA MULTIDISCIPLINAR DE APOIO À EDUCAÇÃO INCLUSIVA
E. Acompanhar o funcionamento do centro de apoio à aprendizagem
Contribuição do psicólogo na equipa
vida pós-escolar;
Promover e apoiar o acesso ao lazer, à participação social e à vida autónoma;
Apoiar técnico-cientificamente os docentes do grupo ou turma a que os
alunos pertencem, no desenvolvimento de experiências pedagógicas
eficazes;
Apoiar a construção de instrumentos de ensino/aprendizagem para as
diversas componentes do currículo;
Colaborar na criação de ambientes estruturados, ricos em comunicação e
interação, fomentadores da aprendizagem;
Apoiar a organização do processo de transição para a vida pós-escolar.
5.3.Orientação Vocacional
22
incentivar iniciativas de aprendizagem em contextos concretos de
atividade, como voluntariado, estágios e jobshadowing;
dinamizar ações de informação e sensibilização dos pais e
encarregados de educação e da comunidade em geral, sobre aspetos
inerentes a tomadas de decisão de carreira.
Pretende-se, assim, capacitar os alunos para a construção e gestão equilibrada dos seus
projetos de vida e de carreira, através da aquisição de estratégias de:
6. PROCEDIMENTOS E ESTRATÉGIAS
23
princípios específicos de salvaguarda do superior interesse da criança e do jovem, de
consentimento informado e respetiva autorização do representante legal, de privacidade e
confidencialidade inerentes a todo o processo de avaliação e intervenção psicológica, de
respeito pelos limites nas relações profissionais que estabelecem e de observância de outros
cuidados inerentes à avaliação e intervenção. O procedimento relativo à sinalização dos
alunos, aos critérios a considerar, o tipo e as prioridades de intervenção deve estar definido.
Situações de exceção, que justifiquem a inexistência de sinalização formal, uma intervenção
imediata ou a ausência de autorização do representante legal, devem ficar salvaguardadas.
24
Facilita uma abordagem global, inter, transdisciplinar e de corresponsabilização dos
problemas da escola e dos alunos;
Valoriza os aspetos da relação numa lógica de reciprocidade, conhecimento,
compreensão mútuos e negociação de decisões;
Enfatiza a mutualidade dos processos e o respeito pela diversidade e pela inclusão;
Cria condições para ultrapassar padrões de autoridade e de dependência, na medida
em que o poder é partilhado e a natureza da ação emancipatória e capacitadora.
O apoio técnico-científico prestado pelo psicólogo em contexto escolar assenta numa base
colaborativa, desenvolve-se de forma intencional, sistemática e estruturada numa
sequencialidade de fases.
A escolha dos instrumentos é uma decisão técnica que serve o propósito de responder ao
objetivo inicial, pelo que deve ser devidamente cuidada e fundamentada. A análise e
integração dos resultados da avaliação permitem indicar algumas recomendações ao
25
indivíduo em avaliação, docentes, pais e encarregados de educação. A compilação dos
resultados da avaliação psicológica integra questões relativas à elaboração de relatórios,
realização de reuniões para devolução de resultados ao representante legal e partilha de
informação em equipa multidisciplinar. É de salientar que a partilha da informação com outros
profissionais está devidamente autorizada, com respeito pelo cumprimento do código
deontológico da profissão.
26
7. INSTRUMENTOS E MODALIDADES DE INTERVENÇÃO
Cada vez mais, a intervenção do psicólogo assume um caráter abrangente e holístico. Nestas
situações é necessária uma fundamentação especializada e uma visão integrada e integradora
das informações disponíveis ou a recolher e das estratégias de intervenção a mobilizar. Para o
efeito recorre a um conjunto de instrumentos, recursos e modalidades de intervenção que o
ajudam na sua ação, seja ela de caráter preventivo, ou mais direcionada para a resolução de
problemas. Neste sentido, a identificação clara e a seleção adequada dos instrumentos,
recursos e modalidades de intervenção a utilizar por estes profissionais são cruciais para a
eficácia da intervenção.
7.1. Instrumentos
27
técnicas, designadamente, grupos focais ou técnicas ativas para recolha e triangulação de
informação de suporte à planificação das intervenções.
Num processo de avaliação psicológica, o recurso a testes psicológicos pode ser justificável,
contudo, importa fazer a distinção entre o processo de avaliação e a aplicação de provas de
avaliação. A avaliação psicológica é um processo abrangente, da competência exclusiva do
psicólogo, na qual a aplicação de testes se pode revelar necessária.
O recurso a testes psicológicos pode auxiliar o psicólogo na sua avaliação e contribuir para
contornar alguma parte da subjetividade das suas perceções, contudo, a leitura isolada e
descontextualizada dos resultados dos testes pode permitir descrever aspetos do
funcionamento psicológico provável dos alunos, mas não os definem em termos absolutos, daí
a relevância da complementaridade de outras fontes de informação, designadamente a
observação dos alunos e das suas produções e comportamentos em contextos diversificados.
7.1.3. Observação
28
7.1.4. Relatórios
Na elaboração de um relatório deve ser tido em conta o destinatário, uma vez que este tipo de
documentos poderá ser lido por um conjunto heterogéneo de intervenientes (alunos, pais e
encarregados de educação, docentes, diretores, entre outros). Neste sentido, deverá ser
acautelada a utilização de linguagem técnica, salvaguardando-se a precisão e mantendo a
objetividade e a clareza. Ao optar-se pela apresentação de dados quantitativos, estes devem
ser criteriosamente selecionados e explicados de acordo com o destinatário do relatório.
Tendo presente o respeito pela confidencialidade, deve ser especificado quem tem acesso aos
dados dos relatórios.
29
intervenção a distância. Este profissional intervém individualmente sempre que a natureza
associada à intervenção ou as características do aluno não sejam passíveis de uma abordagem
coletiva. Alicerçadas no papel dos pares, na partilha de vivências e no desenvolvimento de
atitudes, as intervenções em grupo acrescentam valor concorrendo para:
30
8. OS PROFISSIONAIS
31
NOTAS FINAIS
Este documento Orientações par para o Trabalho em Psicologia Educativa nas Escolas será
alvo de reapreciação periódica de 3 em 3 anos, para análise e adequação da sua validade e
propósitos.
32
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