A Onomástica Na Bíblia (Tese)
A Onomástica Na Bíblia (Tese)
A Onomástica Na Bíblia (Tese)
CENTRO DE HUMANIADADES
CURSO DE LICENCIATURA EM LETRAS
DEPARTAMENTO DE LINGUAS E LITERATURA- DLL
A ONOMÁSTICA NA BÍBLIA
TARRAFAS-CE
2008
TARRAFAS-CE
2008
ANTONIA OSCARINA ALCANTARA
A ONOMÁSTICA NA BÍBLIA
TARRAFAS-CE
2008
ANTONIA OSCARINA ALCANTARA
BANCA EXAMINADORA:
________________________________________
Profa. Ms. Maria Socorro de Morais Martins
Orientadora
__________________________________________
Profa. Ms. Samara Inácio da Silva
Examinadora
A Deus, pelo amor com que tem me amado em toda a minha vida, principalmente, pelos
anos que me proporcionou nessa jornada acadêmica, fazendo-me andar sempre em
LUGARES ALTOS.
À minha família: Maria do Carmo (minha mãe), Ivanildo (meu pai), e as minhas irmãs:
Dida, Iraneide, Zefinha e Verônica. Essas são as minhas únicas certezas nos momentos
incertos. Meus amados, que sempre estiveram do meu lado, dentro do meu coração.
Aos meus amigos mais chegados que um irmão, que sorriram, brincaram, se alegraram e
não me abandonaram na dor. Obrigada! Por repreenderem com amor e por nunca terem
recusado seus ombros para as minhas lágrimas.
Aos meus professores e aos companheiros da FUNDETEC que me deram estímulos
para meu desenvolvimento.
À amada irmã Socorro Martins, que aceitou o desafio de ser minha orientadora.
Aos colegas do curso de Letras com os quais vivo momentos inesquecíveis.
Minha palavra - síntese é:
Gratidão
AMIGOS
Tenho amigos que não sabe o quanto são meus amigos. Não percebe o amor com que os
devotos e a absoluta necessidade que tenho deles. A amizade é um sentimento mais
nobre que o amor, eis que permite que o objeto dela se devida em outros afetos,
enquanto o amor tem intrínseco o ciúme que não admite a rivalidade. E eu poderia
suportar, embora sem dor, que tivesse morrido todos os meus amores, mas
enlouqueceria se morressem todos os meus amigos! [...].
A gente não faz amigos, RECONHECE-OS.
(VINÍCIOS DE MORAIS)
“...Apareceu em sonho, um anjo do Senhor, Dizendo:José filho de Davi, não temas
receber Maria, tua Mulher, porque o que nela foi gerado é do Espírito Santo.Ela dará a
luz a um filho e lhe porás o nome de Jesus, porque Ele salvará seu povo dos pecados
deles...Eis que a virgem conceberá e dará a luz a um filho, e Ele será chamado pelo o
nome de Emanuel (que quer dizer: Deus conosco.)”. (MATEUS 1: 20-21 e 23).
SUMÁRIO
1
Introdução--------------------------------------------------------------------------------------------
-10
2 A Força do
nome--------------------------------------------------------------------------------------12
3 O Nome na Cultura Hebraica----------------------------------------------------------------------19
4 O Recado do nome na
bíblia-----------------------------------------------------------------------23
4.1 Nomes mudados por
Deus-------------------------------------------------------------------------23
4.2 Nomes mudados por
homens----------------------------------------------------------------------26
4.3 “Maus” nomes e bons comportamentos e “Bons” nomes e maus
comportamentos-----30
4.4 Nomes não mudados, mas atribuídos por
significados---------------------------------------32
4.5 A importância do
nome----------------------------------------------------------------------------36
5 Conclusões
Finais-------------------------------------------------------------------------------------38
Bibliografia------------------------------------------------------------------------------------------
-----40
Glossário----------------------------------------------------------------------------------------------
----42
1. INTRODUÇÃO
2. A Força do nome
Os nomes estão registrados em todas as línguas, raças e povos desde as eras mais
primitivas, fazendo parte, de maneira universal dentro das diversas etnias. Os nomes
foram uma das mais sábias descobertas dos seres humanos, pois servem para distinguir
as pessoas da família e da sociedade, facilitando assim a identificação de cada um de
seus membros. A palavra nome vem da terminologia hebraica SHEM e do grego
ONOMA. E segundo o dicionário Aurélio é oriundo do latim NOMEM; vocábulo com
que se determina ou designa pessoa, animal ou coisa. Partindo do termo grego onoma,
na lingüística designou-se o estudo onomástico, limitado para as explicações dos nomes
próprios, onde também se inclui a antroponímia, que é restrito ao campo do estudo dos
nomes próprios de pessoas.
Aristóteles, filósofo grego, numa abordagem filosófica, procurava a verdade das
coisas na propriedade dos nomes. Para ele, o nome possui a capacidade de traduzir o
caráter da pessoa ou coisa que traz. Segundo Mansun Guerreiro os antropônimos
(nomes próprios de pessoas), quando surgiram, levavam consigo um significado que em
geral traduziam qualquer realidade condizente com os indivíduos, seus portadores ou
que tivesse influência para as pessoas que escolheram o nome. Já para os babilônicos,
não ter nome era um sinal de não existir. O fato é que os antigos relacionavam o nome
inextricavelmente ao portador. Era tal a crença que na Mesopotâmia, como no Egito, o
conhecimento do nome era tido por sagrado. A importância que os antigos davam aos
nomes próprios era conferida por uma grande religiosidade, que a princípio parecia
razoável, mas que se generalizou de forma rápida numa visão supersticiosa. As pessoas
passaram a ver o nome como algo místico, e que, cada individuo levava em si uma
influência direta de bênção, ou de maldição, e, passaram a escolher com mais cautela os
nomes próprios, alguns cujos significados fossem de “feliz sorte”. A igreja romana, com
base nas superstições, passou a influenciar seus fiéis no ato de escolha, na definição do
nome com a qual batizavam seus filhos. A igreja católica, empenhou-se desde o
princípio para o crescimento das superstições antroponímias e contribuiu para que seus
fiéis tivessem nomes santificados, daí então, o surgimento das “marias” em homenagem
à virgem que concebera do Espírito Santo, “Josés” exaltando aquele que aceitou a
vontade de Deus e dos “santos” personagens bíblicos e não bíblicos, que operaram
sinais de temor a Deus e que a igreja tinha como nomes santificados.
Todos quantos, pois, são das obras da lei estão debaixo de maldição; porque está escrito:
maldito todo aquele que não permanece em todas as coisas escrita no Livro da lei, para praticá-
las. (Gl 3.10) e, Bendito o Deus e pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que nos tem abençoado com
toda sorte de bênção espiritual nas regiões celestiais em Cristo. (EFÉSIO, 1: 3).
O nome tem seu significado, mas não que ele seja capaz de tornar o portador o
seu significado. Lúcifer significa anjo, e, tão somente no hebraico “portador da luz”,
mas numa visão teológica, Lúcifer é o anjo das trevas, o próprio diabo. Então quem
ousaria nomear seu filho por Lúcifer, mesmo que esse tenha um bom significado. Faz-se
necessário um estudo sócio-religioso. Não se devem nomear os filhos apenas pelo o
significado do nome, mas pela aceitação desse nome na sociedade. O contexto social
falará diretamente por essa escolha e o portador poderá sofrer o resto da sua vida por
uma escolha supersticiosa, ou por algum tipo de homenagem, sem que antes, tenha uma
reflexão previa desse nome, e qual a força que ele representa na sociedade, na família e
na própria vida do portador.
Inicialmente, para a identificação do ser, apenas um nome era suficiente. Nos
estudos antigos percebe-se que Noé e Abrão não tinham sobrenomes, assim como outros
diversos personagens bíblicos. Com o crescimentos das famílias e conseqüentemente o
crescente índice populacional das comunidades, muitos nomes começaram a se
popularizar e serem usados por descendentes de outras famílias. Geraram-se, dessa
forma, dificuldades na distinção de cada pessoa, surgindo a necessidade de um segundo
nome, ou, nome complemento para identificar melhor a pessoa referente. Naturalmente
surgiu o segundo nome, a princípio, relacionado à cidade onde o portador morava como,
por exemplo: Jesus de Nazaré, Saulo de Tarso, Maria de Betania. E, posteriormente
foram surgindo naturalmente outras complementações aliado à peculiaridade referente à
pessoa, identificando-a assim imediatamente. Como: João Batista dos Reis, relacionado
aos três reis magos da história cristã; Maria de Deus do Espírito Santo, em veneração à
santa mãe de Jesus, ao Deus pai e ao Deis Espírito; João Batista, ou João, o peregrino
que batizou Jesus. Assim, com essas formas simples foram surgindo nomes que seriam
adotados como sobrenomes, simplificando a identificação dos indivíduos e das famílias
dentro das comunidades. Segundo José Serpa:
Enquanto que os sobrenomes, como resultam se seu próprio valor semântico, é aquele que se
opõe ao nome depois de formado ou completo para defini-lo de nome igual e preservar o escopo
identificador que absolutamente não passa ser pedido na hipótese de homonímia, e com esse
sentido será perfeitamente acolhível o “mutatio nomius” [...], o agnome patronímico é o nome
da família daquele que recebe o pré-nome para distinguir das demais famílias, sendo formado
pelo nome apenas de um genitor ou de ambos os progenitores do nomeado. o sobrenome é,
ainda, o vocábulo aposto após o nome patronímico visando distinguir o nomeando de qualquer
outro de sua família, e que, segundo PORCHART, é o elemento contingente ‘que por último se
acrescenta o nome fixo já completo’[...] (SERPA,1993: p. 103).
Disse também Deus: ajuntem-se as águas debaixo dos céus num só lugar, e apareça a porção
seca. E assim se fez. Á porção seca chamou Deus terra e o ajuntamento das águas, mares[...].
“[...]Disse também Deus: povoem-se as águas de enxames de seres viventes;e voem as aves
sobre a terra, sob o firmamento dos céus. Criou pois Deus os grandes animais[...]”. (GÊNESES
1:9-10 e 20-21).
Falou mais Deus a Moisés, e disse: Eu Sou YHWH. Aparece a Abraão, a Isaque e a Jacó, como
o Deus Todo-Poderoso; mas pelo meu nome YHWH, não lhes fui conhecido. Estabelece meu
pacto com eles para lhes dar a terra de Canaã, a terra de suas peregrinações, na qual foram
peregrinos. (ÊXODO 6:2-4).
por tetragrama por serem quatro letras, e quando lemos senhor, grande parte das vezes,
pode substituir por YHWH, porque é o que realmente está escrito no original.
Ao escrever os nomes na língua hebraica, os autores bíblicos escreviam apenas
consoantes, pois o alfabeto não possuía vogal. A ausência das vogais não prejudicava as
leituras, porque a afinidade com a língua permitia saber qual a pronuncia de cada
palavra. Assim, no original hebraico o tetragrama era formado de quatro consoantes. Os
Israelitas conheciam as pronuncias corretas dos nomes e, quando se depravam com o
nome de Deus por escrito, intuitivamente sabiam como pronunciar. O terceiro dos dez
mandamentos diz: “não tomarás o nome do Senhor em vão, porque o senhor não terá
por inocente aquele que tomar o seu nome em vão”. (Ex 20:7). Devido à interpretação
distorcida desde mandamento, surgiu a superstição de que era errado falar o nome de
Deus em voz alta. Quando se deparavam com um texto com a presença do tetragrama,
pronunciava-se o termo hebraico ADONAI (Senhor). Este fato, unido ao que o hebraico
se tinha deixado de usar na conversação diária desde o cativeiro babilônico,
contribuíram para que se fosse perdendo a pronuncia hebraica original do nome.
Para assegurar que a pronuncia da língua hebraica não se perdesse, Judeus
eruditos, na segunda metade do primeiro milênio da Era de Cristo, criaram um sistema
de pontos que apresentavam as vogais. Estes rodeavam as consoantes, deixando o texto
em sua origem intacto e era preservada também a pronuncia. No casa do nome de Deus,
como para não falarem o nome em voz alta, pronunciava-se como Adonai. Introduzindo
assim no tetragrama, as vogais da palavra Adonai, para lembrar que o título deveria ser
usado em vez do nome Deus ou Senhor.
Na teoria da pronuncia segundo CHOURAQUE, existem lingüistas que
consideravam YHWH uma forma derivada dos nomes YAN ou YAHOU. Diversos
nomes hebraicos relatam da inclusão do tetragrama, por Exemplo: IESH’YAHOU
(Isaías) e, IRMEYAHOU (Jeremias) profetas muito conhecidos que significam
respectivamente “salvação de YHWH” e, “YHWH estabelece” ou “YHWH exalta”.
Percebe-se que há uma mudança das letras hebraicas no decorrer dos tempos,
como qualquer outra língua. Em hebraico arcaico o nome do Senhor escrevia-se desde
modo: HUHY, e, corresponde nos alfabetos ocidentais (na ordem inversa) ao seguinte:
YHWH. Parece que muitos procuram fazer crer que a pronuncia do tetragrama ficou
irremediavelmente perdida na história. Mesmo se assim fosse, continuaria o nome de
Deus a ser, o seu nome. Porém, felizmente, existem inúmeros vestígios da sua pronuncia
que nos permitem chegar cada vez mais próximo de sua pronuncia original. Ao lermos a
Bíblia hebraica, facilmente compreendemos que o Senhor nos deixou vestígios da
pronuncia correta de seu nome. De modo algum este nome é impronunciável.
O Nome do Pai está no Filho. Ao Filho foi dado o nome que é sobre todo o
nome. Antes da encarnação o Filho Chamava-se pelo o nome do Pai, YHWH. Tal como
na antiga aliança, eram muitas vezes acrescentados títulos ao nome do Senhor, Como:
Ó Deus tu és o meu Deus forte, o Grande El-Shaddai. Todo poderoso, Adonai. Teu nome é
Maravilhoso, Conselheiro, Príncipe da Paz. Yeshuahamashia, Deus Emanuel.O Pastor de Israel,
o Guarda de Sião, a Brilhante Estrela da manhã. Jesus teu nome é precioso Meu Senhor e
Cristo, O nome sobre todos pelo qual existo. Jirêh, o Deus da minha provisão. Shalom,o
Senhor é a minha paz .Shamah, Deus presente sempre está. El-elion, outro igual não há.
Jeovah Rafa meu Senhor, que cura toda dor. Tsedekenu Yaveh, minha justiça é. Elohim, Elohim,
Deus, no controle está meu Deus. Tudo governa. O Pastor de Israel, o Guarda de Sião, a
Brilhante Estrela da manhã. Jesus teu nome é precioso Meu Senhor e Cristo, O nome sobre
todos pelo qual existo. Jirêh, o Deus da minha provisão. Shalom,o Senhor é a minha paz
.Shamah, Deus presente sempre está. El-elion, outro igual não há. Jeovah Rafa meu Senhor,
que cura toda dor. Tsedekenu Yaveh, minha justiça é, Elohim, Elohim, Deus, no controle está
meu Deus. Tudo governa. O Pastor de Israel, o Guarda de Sião, a Brilhante Estrela da manhã.
Jesus teu nome é precioso Meu SenhoR e Cristo, O nome sobre todos pelo qual existo.
(KLEBER LUCAS).[1]
Pelo que YHWH também exaltou soberamente, e lhe deu o nome que é a cima
de todo nome; para que ao nome de YAHUSHUA se dobre todo joelho dos que estão
nos céus, e na terra, e debaixo da terra e toda língua confesse que YAHUSHUA
MASSHICH é YHWH. Para a Glória de YHWH, (Fl. 2:9-11). O nome na cultura
hebraica é tão importante como a própria religião. Chegamos à compreensão dessa
importância pelo o nome do soberano Senhor.
Analisaremos a seguir, alguns personagens bíblicos hebreus e não hebreus, seus nomes,
Quando atingiu Abrão a idade de noventa anos, apareceu-lhe o Senhor e dissi-lhe: Eu sou o
Deus Todo-Poderoso; anda na minha presença e sê perfeito. Farei uma aliança entre mim e ti e
te multiplicarei extraordinariamente. Prostrou-se Abrão, rosto em terra e Deus lhe falaram:
quanto a mim, será contigo a minha aliança; serás pai de inúmeras nações. Abrão já não será teu
nome, e sim Abraão; porque por pai de inúmeras nações te constitui...Disse também Deus a
Abraão; Sarai, tua mulher, já não se chamarás Sarai, porém Sara”.(GÊNESES 17:1-5).
Os nomes desses personagens foram mudados por uma promessa divina, de uma
descendência. Assim como mudou o nome de Jacó (suplantador), nome dado pela
situação ou circunstância do seu nascimento, pois Jacó nascera logo após seu irmão
Esaú, segurando o calcanhar do seu irmão. Eis aqui a razão pela a qual seus pais lhe
chamarão Jacó, portanto definido por aquele que agarra o calcanhar. Mas então de onde
viera o significado “Enganador”?Veio da ira, da mágoa e da revolta de Esaú que, ao vê-
se privados das bênçãos da primogenitura, disse: “Não é o seu nome justamente Jacó,
tanto já duas vezes me enganou?[...]”, (Gn. 27:36). Nessa expressão de Esaú, o nome
Jacó está preso à raiz hebraica “AKOB” com o sentido de enganar, passando a significar
“enganador”, mas essa etimologia é suspeita, pois está relacionado à expressão de
alguém irado até a morte. Além disso, a acusação de Esaú de qualificar seu irmão como
enganador, também não é totalmente apropriado, afinal, Esaú vendeu sue direito de
primogenitura para Jacó de livre e espontânea vontade, (Hb. 12:16 e17). O nome de
Jacó (suplantador) foi mudado para Israel (o que luta com Deus) pela circunstancia de
que, uma vez quebrado por Deus foi restituído. Lutou e prevaleceu até que recebeu a
bênção de Deus. “Perguntou-lhe, pois: como te chamas? Ele respondeu: Jacó. Então,
disse: Já não te chamarás Jacó, e sim Israel, pois como príncipe lutou com Deus e com
os homens e prevaleceste, (GÊNESES 32: 28 e 29)”.
A bênção de Deus na vida de Jacó surgiu a partir do seu encontro com o anjo
do Senhor em Peniel (Heb.Lit.”face de Deus”)onde teve seu nome mudado para Israel
que significa: “Campeão com Deus , o que luta, ou prevaleceu com Deus”. O fato de o
patriarca se chamar Jacó ou Israel não causou nenhuma alteração em sua vida. A aliança
de Deus com Jacó não estava condicionada a uma mudança de nome, antes estava
ligada única e exclusivamente na encantadora graça divina. Logo, dizer que o nome de
Jacó pode trazer influencia negativa na pessoa do seu portador é fechar os olhos para
todas essas verdades espirituais, fundamentadas em provas irrefragáveis e mergulhar no
mais profundo abismo da superstição.
Esaú que significa peludo, também teve seu nome mudado. Chamou-se Edom,
que por si durante toda sua história fora designado inimigo do povo de Deus. Assim
como foi com Abrão, Sarai, Jacó e Esaú no Velho Testamento, também temos exemplos
de nomes mudados por Deus no novo testamento, vejamos as mudanças do nome de
Simão e Saulo respectivamente.
Simão significa “famoso”, peregrinava como seguidor de João Batista.
Tornou-se discípulo e teve seu nome mudado.
Ele chamou primeiro o seu próprio irmão, Simão, a quem disse:
Achamos o Messias (que quer dizer Cristo), e levou-o a Jesus.
Olhando Jesus para ele, disse: Tu és Simão filho de João; tu serás
chamado Cefas (que quer dizer Pedro). (JOÃO 1:41 e 42).
Simão, não perdeu sua identidade quando o Senhor mudou seu nome, nem tão
pouco deixou de ser famoso. Simão passou a ser conhecido por Cefas, no hebraico,
“rocha ou pedra o mesmo que Pedro”. É fabuloso analisar-se a onomástica nesses
personagens. Saulo, por outro lado foi um martírio da história bíblica e dos estudos
antropônimos no Novo Testamento. Porque poucos foram os nomes mudados por Deus
na era de Cristo, no Antigo Testamento esse fato ocorria com mais freqüência. No
caminho de Damasco, Saulo inspirava ameaças de morte contra os discípulos do
Senhor, quando ouviu uma voz que descia do céu e dizia: Saulo, Saulo, porque me
persegues? (At. 9: 4b). Saulo passou a chamar-se Paulo, que tem como significado
“pequeno”. Não bastante foi o maior dos apóstolos, um baluarte na fé, e, o maior
expoente do pensamente Cristã. Foi ele quem lançou as bases doutrinárias da igreja,
difundiu o evangelho em quase todo o mundo conhecido de sua época. Saulo de Tarso
recebeu o nome de Paulo quando estava indo matar os servos de Deus, Jesus apareceu
no caminho e a partir desse momento a vida de Saulo seria outra.
Um dos personagens bíblicos que teve seu nome mudado por homens foi
Benoni, segundo filho de Raquel esposa de Jacó.
Depois, disse Faraó a José: Visto que Deus te fez saber tudo isto,
ninguém há tão juizado e sábio como tu. Administrarás a minha casa,
e a tua palavra obedecerá todo o meu povo; apenas no trono eu serei
maior do que tu. Disse mais Faraó a José: Vês que te faço autoridade
sobre toda a terra do Egito, então tirou Faraó o seu anel de sinete da
mão e pôs na mão de José, fé-lo vestir roupas de linho fino e lhe pôs
ao escoço um colar de ouro e fé-lo subir ao segundo carro, e
clamavam diante dele: Inclinai-vos! Desse modo, o constituio sobre
toda a terra do Egito. Disse ainda Faraó a José: eu sou Faraó, sem ti,
pois ninguém levantará a mão ou o pé, em toda a terra do Egito.
Faraó chamou a José Zefanate-Panéia[...](GÊNESES.41: 39-45a).
José teve seu nome mudado por Faraó para Zafenate- Panéia, um nome
egípcio que significa governador de causas impossíveis. José tornou-se governador do
Egito e com sabedoria administrava todas as coisas que eram colocadas diante dele. O
nome que Faraó chamou a José correspondeu com a situação que ele se encontrava, José
estava diante de uma causa impossível aos olhos humanos, mas foi digno e visto por
Faraó como único capaz de governar o Egito e tira do vexame e da angustia o povo
egípcio.
O nome de Oséias que significa “salvação”, Moisés o chamou de Josué no
hebraico “YEHOSHUA”, que significa “o Senhor Salva”.
Noemi é uma personagem feminina bíblica, que tem seu nome mudado por ela
mesma:
Então, ambas se foram, até que chegaram a Belém; sucedeu que, ao
chegarem ali toda a cidade se comoveu por causa delas, e as mulheres
diziam: Não é esta Noemi?.Porém ela lhes dizia: Não me chameis
Noemi; chamai-me Mara, porque grande amargura me tem dado o
Todo-Poderoso. Cheia partir, porém vazia o Senhor me fez voltar;
porque, pois, chamareis Noemi?. (RUTE 1: 19-21).
Então Davi vaio a Bate-Seba, consolou-a e se deitou com ela; teve ela
um filho a quem Davi deu o nome de Salomão; e o Senhor o amou.
Davi o entregou nas mãos do profeta Natã. E este lhe chamou
Jededias, por amor ao Senhor (2 SAMUEL 12: 24 e 25).
Nesse meio tempo chegou a Éfeso um Judeu, natural de Alexandria, chamado Apolo, homem
eloqüente e poderoso nas escrituras. Era ele instruído no caminho do Senhor; e, sendo fervoroso
de espírito, falava e ensinava com precisão a respeito de Jesus, conhecendo apenas o batismo de
João (ATOS 18:24 e 25).
Adão é igual a homem, isto é terreno; natural do lugar; terra vermelha. “E Deus
fez o homem do pó da terra e lhe soprou nas narinas o fôlego de vida, e o homem
passou a ser alma vivente” (Gn. 2:7). Note-se que para a terminologia medieval HOMO,
relaciona-se com a terra, barro HUMUS “o homem do barro”. Percebe-se a grande
relação no estudo antropônimo do seu nome, e do significado com a circunstância da
qual foi formado.
Noé significa “repouso”. O pai de Noé, ao dar-lhe este nome disse: “este nos
trará descanso, consolo”. O Senhor mandou o dilúvio, antes que a corrupção espiritual
fosse total e irremediável e vemos em sua história que ele iniciou uma nova geração e
descansou no seu Deus.
O filho da promessa Isaque, teve seu nome atribuído à ocasião que o Senhor
anunciou a sua geração. O nome Isaque está ligado ao riso porque “ele ri”. Não
queremos com isso afirmar que o significado faz referência apenas à risada de Abraão e
de Sara, mas ao favor que Deus mostrou a seu filho.
Riu-se, pois, Sara no íntimo, dizendo consigo mesma: Depois de velha, e velho também o meu
senhor, terei ainda prazer?...e disse Sara: Deus me deu motivo de riso e todo aquele que ouvir
isso vai rir-se juntamente comigo (GÊNESES 18:12, 21-26).
Ismael, irmão paterno de Isaque, tem dois significados, “Deus ouve” e “contra a
face de Deus”. E como Isaque e Jacó foram pais de doze príncipes, porque Deus fizera
promessa com Ismael na Circuncisão e marcou sua prática na graça de Deus. Já Samuel,
outro personagem, significa “Deus ouviu”, sua mãe Ana era estéril e clamou ao seu
Deus um filho e o Senhor o concedeu. Samuel cresceu na presença do Senhor e foi
consagrado a Deus. Recebeu esse nome como gratidão a Deus como motivo de louvor.
Moisés, nome semelhante ao verbo hebraico MASSHAH “tirado para fora”, Seu
nome é um símbolo das circunstancias na qual Moisés foi achado:
Então disse a filha de Faraó: leva este menino e cria-mo; pagar-te-ei o teu salário. A meulher
tomou o menino e o criou. Sendo o menino já grande, ela o trouxe à filha de Faraó, da qual
passou ele a ser filho. Esta lhe chamou Moisés a disse: porque das águas o tirei (ÊXODO 2: 9 e
10).
Lia, a esposa não amada, traz no significado do seu nome o que viveu em sua
vida. Lia “desprezada” na literatura hebraica “odiada ou rejeitada”. Todos os filhos de
Lia também trazem um significado de sua busca em Deus, sempre que dava a luz a um
filho recitava algo que expressava os desejos do seu coração, vejamos alguns: Rubén,
nome escolhido por sua própria mãe, significa “o senhor atendeu a minha aflição”,
agora me amará meu marido. Simão, “soube o Senhor que era desprezada”. Levi, “agora
se unirá mais a mim meu marido” e Judá, “esta vez louvarei ao Senhor”. Exatamente
dessa forma, Lia em suas circunstancias, tentou agradar seu marido com filhos. Para
cada filho que nascia ela dizia uma frase que demonstrava o que sentia e enriqueceu a
onomástica bíblica.
Outro personagem é Jeremias, seu nome atribuído por significado “Javé exalta”.
Sua história mostra que seu nome foi exaltado. Jeremias quando ainda no ventre
(YEDA) “Deus o conhecia”, foi consagrado (QADASH) “separado por Deus para um
fim”. “A mim me veio, pois, a palavra do SENHOR, dizendo: Antes que te formasse no ventre
materno, eu te conheci,e, antes que saísse da madre te consagrei e te constitui profeta entre as
nações”. (JEREMIAS 1: 4 e 5).
A escolha do nome de uma pessoa, embora, hoje em dia, a maior parte das
pessoas a faz de forma leviana, desde os antepassados foi, é e será de uma importância
absoluta. Do ponto de vista Jurídico, é essencial, pois é com ele que o indivíduo adquire
bens e torna-se “gente”. No ponto de vista bíblico a sua essência é revelar ao portador
que seu nome, na etimologia, não influencia a sua personalidade, e sim, sua vida e as
circunstancia vivida é que iria influenciar na escolha do nome.
A triste realidade é que a importância do nome ficou para traz. Os pais não
levam em consideração o valor do nome próprio. Hoje muito mais vale o sobrenome das
famílias, do que, o próprio nome. Muitos nomes são escolhidos num grau muito elevado
de misticismo, religiosidade, ou em homenagens a pessoas da família e a amigos,
“alguns já mortos”. Hoje, na modernidade, também vemos a influencia das invenções.
Nomes muitas vezes fora dos padrões das línguas. Está havendo certa “disputa” de
intencionalidades na sociedade. Assim, os filhos que serão os pais do futuro, ficam
traumatizados e levam em si um peso muito grande em suas identidades. Se o homem
não gostar do seu nome como será elevado seu ego, se todos diariamente pronunciam
constantemente. Muitos filhos suportam e lutam na justiça para uma possível mudança
no nome. O interessante, que mesmo repudiando o nome, muitos desses, quando já pais
continuam investindo no “comercio de Invenção”.
Os nomes de significados não aceitos são vistos criticamente na sociedade, até
mesmo no meio familiar. O nome já é o espelho de quem somos. É justamente o que a
sociedade vê. Os pais são os criadores que nomeiam, e os filhos as criaturas que são
nomeadas. Nossos nomes são a escolha dos nossos pais, é comum constatarmos nas
famílias nomes com rimatórios, como: Se o pai é Ivanildo os filhos: Iranildo, Irandi,
Iraneide e Iraíde. Ou ainda se o pai é torcedor por algum time os filhos trarão os nomes
dos jogadores, cantores, apresentadores de TV, celebridades políticas já foram motivo
de muitos nomes em nosso contexto social. Assim, a onomástica, que em geral, procura
explicar a raiz etimológica dos nomes próprios, a antroponímia, em especial os nomes
das pessoas, delimitando assim seu campo de pesquisa, despertam as sociedades para a
reflexão, da importância da identidade, como fato única e individual de cada homem,
traduzindo para os pais o valor daquela palavra marca, projetada na vida do filho: o
nome.
Considerações Finais
Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz as Igrejas: Ao vencedor, darei a comer do maná
celeste, e lhe darei uma pedra branca, e na pedra um novo nome escrito, o qual ninguém
conhece senão Aquele que o recebeu (APOCALIPSE 2:17).
O Nome é tão importante nesta vida como na vida futura, para aqueles que
crêem os cristãos, pois na eternidade, também os escolhidos do senhor receberão um
novo nome. Nesses argumentos compreendemos que o nome é nossa identidade, não
apenas na terra, como também nos céus. A palavra de Deus diz que o nome que seu
povo receberá é correspondente com a nova vida que receberá em um corpo
transformado de glória. Não mais nossos pais, irmãos, tios ou parentes nos nomearão,
mas o próprio Deus nos chamará pelo nosso nome. Nome esse que apenas o senhor e
aquele que o recebe conhecerá.
Sendo o nome nossa identidade, primeiramente, devemos ser zelosos ao
nomearmos as pessoas, e enquanto não houver uma reflexão mais profunda da
onomástica, nesse conhecimento em especial os antropônimos, pessoas serão frustradas,
crianças serão zombadas, jovens não aceitarão seus nomes e a sociedade perderá muito
nesse sentido.
Sendo também a onomástica um campo tão vasto, outros caminhos estão abertos
para pesquisas no ramo.
Esperamos contribuir assim, com algumas reflexões a respeito do importante ato
de chamar ou nomear alguém. Nossa preocupação é despertar o interesse da sociedade a
entrar nesse ramo da estilística e ter a convicção da importância do nome na vida de um
individuo, pois esse nome recebido seja considerado belo ou não é a identidade mais
presente no dia a dia das pessoas e que levaremos por toda a nossa história. Outro
desejo desse trabalho é despertar em outros acadêmicos o interesse por esse campo de
estudo, não apenas se limitando ao Livro Sagrado, mas a outras obras e outros
contextos.
Nosso trabalho não se pretende ser fechado, mas uma pesquisa presa à
onomástica estilística cujo propósito é a funcionalidade tanto no plano de advertência
quanto em relação à adequação do nome ao contexto seja como ênfase ou como avesso
do significado.
BIBLIOGRAFIA
ALMEIDA. João Ferreira de. Bíblia Sagrada. 2. Ed. São Paulo:Sociedade Bíblica do
Brasil, 1988.
ALMEIDA. João Ferreira de. A Bíblia da Mulher. 2. ed. São Paulo: Mundo Cristão e
Sociedade Bíblica do Brasil, 2003.
ALMEIDA. João Ferreira de. Bíblia de Estudo de Genebra. 2. ed. São Paulo: Cultura
Cristã e Sociedade bíblica do Brasil, 1999.
BUARQUE. Aurélio. Mini Aurélio. 5.ed. Revista ampliada. Rio de Janeiro: Nova
fronteira, 2001.
SALVATO Claudino. Dicionário de nomes próprios. Ed. Editora Thirê Ltda, São
Paulo,1996
KURY, Adriano da Gama. Mini Dicionário, 1º ed. FTD. São Paulo. 2001.
www.cifras.com.br / gospel
GLOSSÁRIO
[1] KLEBER LUCAS- cantor evangélico. Letra retirado do Seit- www.cifras.com.br , página
gospel, em 10/07/2007.