ABSORCIOMETRIA S PDF
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ABSORCIOMETRIA NO UV-VIS
1) INTRODUÇÃO
Históricamente, o termo espectroscopia refere-se ao ramo da ciência no qual estuda-se a luz e
a sua separaçãose em vários componentes chamados comprimentos de onda, que constituem o que
denominamos espectro. O conhecimento da composição da luz foi a base para o desenvolvimento da
teoria atomica moderna, além de permitir que a espectroscopia se tornasse uma ferramenta valiosa
para a análise quali e quantitativa.
Assim, a espectroscopia desenvolveu-se de tal forma que criaram-se ramos de estudo
envolvendo faixas definidas do espectro tais como raios-X, ultravioleta, infravermelho, microondas e
rádio-frequência.
Este item de nosso estudo será voltado para o uso da radiação UV e visível com fins
analíticos.
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5) O ESPECTRO ELETROMAGNÉTICO
O espectro eletromagnético engloba uma enorme faixa de comprimentos de onda e energias.
Por exemplo, um fóton de raio-X (λ≈10-10 m) é aproximadamente 10000 vêzes mais energético do
que um fóton emitido por um fio de tungstênio incandescente (λ≈10-6 m) e 1011 vêzes mais
energético do que um fóton na faixa de rádio-frequência.
A Figura 3 apresenta o espectro eletromagnético com faixas características. Uma pequena
fração do espectro constitui o que chamamos de espectro visível. A Figura 3 apresenta a região
visível do espectro. Tais radiações diversas como os raios gama ou as ondas de rádio, diferem da luz
visível apenas em matéria de frequência e, consequentemente, de energia.
A Figura 3 indica as regiões do espectro que são usadas para propósitos analíticos e as
respectivas transições, moleculares ou atômicas responsáveis pela absorção ou emissão de radiação
em cada região.
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6) ABSORÇÃO DE RADIAÇÃO
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Quando um feixe de luz policromática (uv ou visível) passa através de um meio contendo
átomos no estado de vapor, apenas poucas frequências são atenuadas por absorção, e o espectro
consiste de um número de várias linhas de absorção, muito estreitas (≈ 0,005 nm). A Figura 4a
apesenta um exemplo de espectro de absorção no visível para átomos de sódio. A ordenada é a
absorvância a qual é o parâmetro de medida da atenuação do feixe. A Figura 4b é um diagrama
parcial para o sódio que mostra as transições responsáveis pelas três linhas de absorção em 4a. As
transições envolvem a excitação do único elétron da camada externa do átomo de sódio de seu
estado fundamental no orbin\tal 3s para orbitais superiores 3p, 4p e 5p. Estas excitações ocorrem
pela absorção de fótons cuja energias são exatamente iguais àquelas das transições entre os estados
excitados e o fundamental 3s.
O espectro atômico dos metais alcalinos são muito mais simples do que aqueles dos
elementos com elétrons adicionais na camada externa. O espectro atômico dos metais de transição
são particularmente ricos em linhas, com alguns elementos exibindo milhares delas.
7) ABSORÇÃO MOLECULAR
As moléculas sofrem três tipos de transições qando excitadas por radiação uv, visível e
infravermelha. Para radiação uv e visível, a excitação envolve a promoção de elétron residente em
um orbital atômico ou molecular de baixa energia, para um orbital de alta energia. A energia do
fóton deverá ser exatamente aquela da transição entre os dois orbitais. A transição de um elétron
entre dois orbitais é chamada de transição eletrônica e o processo de absorção é chamado de
absorção eletrônica.
Adicionalmente às transições eletrônicas, as moléculas exibem dois outros tipos de transições
induzidas por radiação: transições vibracionais e transições rotacionais. Estas transições relacionam-
se com os vários níveis de energia quantizada associados às ligações da molécula. A energia total E,
associada com uma molécula é dada pelo somatório das energias de transição eletrônica, vibracional,
rotacional e translacional: E = Eeletronica+Evibracional+Erotacional+Etranslacional.
A Figura 5a representa alguns dos processos que ocorrem quando espécies poliatômicas
absorvem radiação infrevermelha, visível e ultravioleta. As energias E1 e E2 dois dos muitos estados
eletronicamente excitados em uma molécula, são mostrados relativamente à energia de seu estado
fundamental E0. Adicionalmente, as energias relativas de alguns dos muitos estados vibracionais
associados com cada esado eletrônico são indicados pelas linhas horizontais mais claras.
Como as transições vibracionais e rotacionais estão mais ligadas à absorção de radiação
infravermelha, não seria interessante investirmos mais tempo neste tema. O que mais nos interessa
agora é a absorção de radiação uv e visível.
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molecular frequentemente torna-se distorcida devido ao espalhamento das energias dos estados
quânticos por colisões, produzindo assim, picos de absorção contínuos e suaves.
- Processos de relaxação
O tempo de vida de uma espécie excitada é breve devido aos muitos mecanismos pelos quais
uma molécula ou átomo excitado podem doar sua energia excedente e relaxar ao estado
fundamental. Os dois mecanismos mais importantes são a relaxação não-radiativa e a relaxação
fluorescente, apresentadas nas Figuras 5b e 5c. Os tempos de vida destes estados variam de 10-15s a
10-6 s.
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8.1) TRANSMITÂNCIA
A Figura 6 apresenta um feixe de radiação paralelo antes e após passar através de uma
camada de solução com uma espessura de b cm e uma concentração c de uma espécie absorvedora.
Como consequência das interações entre os fótons e as partículas absorvedoras, a potência do feixe é
atenuado de P0 a P. A transmitância T da solução é definida como a fração da radiação incidente
P
transmitida pela solução T= Equação 3
P0
A transmitância é normalmente expressa em percentagem.
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8.2) ABSORVÂNCIA
A absdorvância A de uma solução é definida pela equação
P
A = − log T = log 0 Equação 4
P
Observar que, em contraste com a transmitância, a absorvância de uma solução aumenta com
o aumento da atenuação do feixe de radiação. Se um espectrofotômetro é calibrado em transmitância
e absorvância, a Equação requererá que a escala de absorvância seja logarítmica.
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As perdas por reflexão são sustanciais. Por exemplo, pode ser mostrado que cerca de 8,5% de
um feixe de luz amarela é perdido por reflexão quando passa verticalmente através de um becher de
vidro cheio com água. Em adição às perdas refletivas, o espalhamento por moléculas grandes ou
inomogeneidades no solvente pode causar uma diminuição na potência do feixe assim que ele passa
pela solução.
De forma a compensar estes efeitos, a potência do feixe transmitido através da cela contendo
a solução absorvedora é geralmente comparado com aquela do feixe que passa através de uma cela
idêntica contendo apenas o solvente. Uma absorvância experimental é então definida pela equação
Psolvente P
A = log = log 0 Equação 7
Psolução P
Tais absorvâncias experimentais obedecem a lei de Beer e são presumivelmente boas aproximações
das absorvâncias verdadeiras. Daqui por diante, o termo absorvância irá se referir à razão definida
pela equação 7, sendo P0 a potencia da radiação após a passagem pela cela contendo apenas o
solvente e P sendo a potência após a passagem através de idêntica cela contendo a solução do
analito.
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Exemplo:
Uma série de soluções contendo várias concentrações de um indicador ácido Hin (Ka=1,42x10-5) foi
preparada em HCl 0,1M e NaOH 0,1M. Em ambos os meios, uma relação linear entre a absorvância
e a concentração foi observada a 430 e 570 nm. Da magniture da constante de dissociação ácida, é
aparente que , para todos os propósitos práticos, o indicador está inteiramente na forma não
dissociada (HIn) na solução de HCl e compleamente dissociado como In- em NaOH. As
absortividades molares nos dois comprimentos de onda são:
ε430 ε570
2
HIn (em HCl) 6,30x10 7,12x103
In- (em NaOH) 2,06x104 9,60x102
Derive dados de absorvância (cela de 1,00 cm) nos dois comprimentos de onda para soluções não
tamponadas com as concentrações do indicador na faixa de 2x10-5 a 16x10-5 M. Grafique os dados.
RESOLUÇÃO:
Vamos calcular a concentração de HIn e In- na solução não tamponada de 2x10-5 do indicador. Da
equação para a reação de dissociação, é aparente que:
[H+]=[In-]
Assim,
[In-] + [HIn] = 2,00x10-5 M
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[In-] = 1,12x10-5
[HIn] = 2,00x10-5 - 1,12x10-5 = 0,88x10-5
A absorvância nos dois comprimentos de onda são encontradas substituindo as concentrações encontradas
na Equação 8:
A430 = (6,30x102 x 1,00 x 0,88x10-5) + (2,06x104 x 1,00 x 1,12x10-5) A430 = 0,236
A570 = (7,12x10 x 1,00 x 0,88 x10 ) + (9,6x10 x 1,00 x 1,12x10 ) A570 = 0,073
3 -5 2 -5
Os dados da tabela abaixo foram derivados da mesma forma e encontram-se graficados na Figura 8.
0
P1 ε1bc 0 − ε 1 bc
= 10 P1 = P1 10
P1
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0
P2 ε 2 bc 0 − ε 2 bc
= 10 P2 = P2 10
P2
0 0
P1 + P2
A m = log 0 − ε1bc 0 − ε 2 bc
P1 10 + P2 10
0 0 0 − ε1bc 0 − ε 2 bc
A m = log(P1 + P2 ) − log(P1 10 + P2 10 )
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d(∆A / A ) 0,4343∆P 10 ln 10 10
A A
=− − 2 Equação
dA P0 A A
A condição para o valor mínimo de ∆A/ A é que o membro da direita da Equação seja zero. Isso
significa que o fator dentro do parênteses deve ser zero, ou
A A
10 ln 10 10 1
= 2 , donde A= = 0,4343
A A ln 10
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Isso significa que o melhor valor para a absorvância é 0,4343, o que corresponde a uma
transmitância T = 36,8%. O erro relativo em uma análise com um erro de 1% na medida fotométrica,
por variação da transmitância ou absorvância, é mostrado graficamente na Figura 12. A situação
poderia talvez ser visualizada mais facilmente, especialmente para aqueles que seguem o cálculo
com dificuldade, com o auxílio da Figura 13 , onde a lei de Beer é colocada em um gráfico na forma
P/Po = 10-abc . Um valor arbitrário de ∆T = 1% é colocado em um gráfico em três posições, a 10%,
37% e 90% de T. A incerteza correspondente, em porcentagem de concentração, é maior em valor
absoluto no ponto 10% de T, o que resulta em uma baixa precisão. No outro extremo, 90% de T, a
incerteza é muito menor, mas representa uma grande fração da concentração total, o que novamente
fornece baixa precisão. É evidente que deve existir um ponto intermediário em que as duas
tendências se igualam e o erro é mínimo. Esse ponto corresponde aos 37%.
Figura 12 – Erro relativo com função da Figura 13 – Lei de Beer, colocada como
Transmitância transmitância em função da concentração.
É aparente na Figura 12 que, apesar do erro ser mínimo a 37% de T, isso não será muito
importante num intervalo de transmitância entre 15 e 65% (absorvância 0,8 a 0,2).
O gráfico de calibração de uma análise fotométrica pode ser representado tanto pela curva
exponencial da Figura 13 como pela linha reta de um gráfico de calibração. Esta tem a vantagem de
mostrar a região onde se segue a lei de Beer, mas não fornece nenhuma indicação da precisão
relativa nos vários níveis de absorvância. A Figura 14 mostra a curva obtida relacionando-se a
porcentagem de transmitância em função do logaritmo da concentração. Se se abrange um intervalo
suficientemente grande de concentrações, sempre resulta uma curva em S, algumas vezes chamada
curva de Ringbom. Se o sistema segue a lei de Beer, o ponto de inflexão ocorre a uma transmitância
de 37% ; se não, a inflexão ocorre em outro valor, mas a forma geral da curva é a mesma. A curva
geralmente apresenta uma considerável região em que é praticamente reta. A extensão dessa parte
reta indica diretamente o intervalo ótimo de concentrações para uma determinada análise
fotométrica.
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Além disso, a precisão da análise pode ser calculada pela inclinação da curva, pois, quanto
mais íngreme for a curva, mais sensível será a determinação. Por um procedimento diferencial,
pode-se mostrar que, se o erro fotométrico absoluto for de 1 %, o erro relativo percentual na análise
será dado por 230/S, onde S é a inclinação considerada como a variação de transmitância em
porcentagem (lida na escala de ordenada), correspondendo a uma variação de dez vezes na
concentração. O erro relativo na determinação do permanganato pela curva 1 da Figura 14 é
mostrado por uma aplicação dessa relação como sendo aproximadamente 2,8% para 1% de erro
fotométrico absoluto. Se o erro na leitura do fotômetro (reprodutibilidade) for 0,2% (um valor
razoável com os instrumentos modernos), então o erro relativo da análise será ao redor de 0,6%.
Uma análise semelhante por meio da curva 4 seria bem menos precisa. A precisão com as curvas 2
ou 3 é aproximadamente a mesma que com a curva 1, mas o intervalo de concentrações utilizáveis é
deslocado para valores maiores. Uma comparação detalhada das Figuras 14 e 15 mostrará os
motivos disso.
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11) INSTRUMENTAL
11.1) COMPONENTES DE UM INSTRUMENTO
Muitos instrumentos espectroscópicos são feitos basicamente de cinco componetes:
1) Uma fonte estável de energia radiante;
2) Um seletor de comprimentos de onda que permita o isolamento de uma região restrita de
comprimento de onda;
3) Um ou mais compartimentos para a amostra e/ou referência;
4) Um detector, o qual converta a energia radiante a um sinal mensurável (usualmente elétrico);
5) Um processador de sinal e leitura.
11.1.1) FONTES
Os equipamentos destinados à absorciometria no UV-VIS, necessitam de uma fonte de
radiação externa que seja constante e intensa o suficiente que torne a detecção e a medida, fáceis.
Típicamente, a potencia radiante de uma fonte varia exponencialmente com a tensão de sua fonte
elétrica. Por esta razão, são requeridos, frequentemente, reguladores de tensão para alimentar as
fontes de potência destes equipamentos.
O problema da estabilidade da fonte é algumas vêzes resolvido através da divisão do feixe da
fonte em um feixe de referência, o qual passa através do solvente, e de um feixe de amostra, o qual
passa através da solução do analito. O detector é então iluminado alternadamente como os dois
feixes, ou os feixes são monitorados por dois detectores simultâneamente (detectores “casados”). A
razão das intensidades dos dois feixes fornece um parâmetro analítico que é grandemente
independente de flutuações da fonte. Serão descritas brevemente, a seguir, as fontes contínuas mais
comuns de ultravioleta e visível.
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Figura 16 – Componentes dos instrumentos de feixe simples (a) e feixe duplo (b).
Ee = E * =E ' +E '' + hν
H2 H H
onde E * é a energia quântica fixada de H2* e E ' e E '' são as energia cinéticas do sdois átomos
H2 H H
de hidrogênio. A soma destas duas últimas energias pode variar de zero até H2*. Assim a energia e a
frequência dos fótons pode também variar cdentro desta faixa de energia. Assim, quando as suas
energias cinéticas são pequenas, hν é grande, e quanto as duas energias são grandes hν é pequeno. A
consequência é um espectro verdadeiramente contínuo de cerca de 160 nm até o início da região do
visível.
As lâmpadas de deutério e hidrogênio fornecem um espectro contínuo na regial de 160 a 375
nm, como mostrado na Figura 17.
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contíguos chamada de banda; estes comprimentos de onda são distribuídos mais ou menos
simétricamente em torno do comprimento de onda nominal central. Como mostrado na Figura 19
largura efetiva de banda ou largura de banda de um seletor é definida como a largura da banda em
unidades de comprimento de onda à meia altura do pico. As larguras de banda variam muito de um
equipamento para outro. Por exemplo, um espectrômetro de boa qualidade na região do visível, pode
ter uma banda efetiva de alguns décimos de nanômetro, ao passo que um filtro na mesma região
pode possuir uma largura de banda de 200 nm ou mais. Como mostrado na Tabela 3, dois tipos
gerais de seletores de comprimento de onda, filtros e monocromadores, são usados para produzir
bandas estreitas de radiação. Os monocromadores têm a vantagem de que o comprimento de onda de
sua saída pode variar contínuamente sobre umafaixa espectral considerável.
DESCONTÍNUA
FILTRO DE INTERFERÊNCIA 200 - 14000
FILTRO DE
ABSORÇÃO
380 – 750
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11.1.2.1) FILTROS
Os filtros operam pela absorção total de uma banda restrita de radiação de uma fonte
contínua. Como mostrado na Figura 20, um filtro é geralmente caracterizado pelo seu comprimento
de onda nominal, sua transmitância percentual máxima e sua largura efetiva de banda.
λmáx = 2tη/n
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filtro de interferência. Muitos filtros deste tipo possuem larguras de banda melhores que 1,5% do
comprimento de onda nominal, embora esta figura seja diminuída para 0,15% em alguns filtros de
banda estreita; este último possui uma transmitância máxima de 10%.
11.1.2.2) MONOCROMADORES
Os monocromadores podem ser de dois tipos: de rede de difração ou de prisma. A Figura 21
mostra um diagrama de um monocromador de rede típico. A radiação entra no monocromador
através de uma abartura retangular estreita chamada “fenda de entrada”. Para finalidade ilustrativa, a
figura apresenta um feixe de radiação consistindo de apenas dois comprimentos de onda, λ1 e λ2,
sendo que o primeiro é mais longo que o segundo (ou seja o primeiro está mais para o vermelho e o
segundo mais para o azul). O caminho da radiação mais longa após ser refletida pela rede é mostrado
por linhas tracejadas; as linhas sólidas mostram o caminho do comprimento de onda mais curto.
Observem que a radiação λ2 é refletida pela rede em um ângulo mais estreito do que λ1. Assim, a
dispersão angular da radiação ocorre. A dispersão angular resulta da difração, a qual ocorre na
superfície refletora. Os dois comprimentos de onda são focalizados por outro espelho concavo no
plano focal do monocromador, onde eles aparecem como duas imagens da fenda de entrada, um para
λ1 e outro para λ2. Rotacionando-se a rede, ambos λ1 ou λ2 podem ser focalizados na fenda de saída
do monocromador. Se colocarmos um detector após a fenda de saída, e se a rede é rotacionada,
poderemos investigar todo o espectro produzido pela rede, no que chamamos de “varredura
espectral”. A largura de banda efetiva do monocromador, depende do tamanho e da qualidade do
elemento dispersor, das larguras das fendas de da distância focal do monocromador. Um
monocromador de alta qualidade exibirá uma largura de banda de alguns décimos de nm, ou menos,
no UV e visível. Uma largura de banda satisfatória para muitas aplicações quantitativas encontra-se
na faixa de 1 a 20 nm.
Muitos monocromadores são equipados com fendas ajustáveis para permitir um controle
sobre a largura de banda. Uma fenda estreita diminui a largura da banda mas diminui também a
potência do feixe emergente. Assim, uma largura de banda mínima que seja prática deve ser limitada
pela sensibilidade do detector. Para análise qualitativa, fendas estreitas e larguras de banda mínimas
são requeridas se um especro consiste de picos estreitos. Para trabalho quantitativo, ao contrário,
fendas largas permitem a operação do sistema do detector a uma amplificação baixa, a qual diminui
fornece maior reprodutibilidade de resposta.
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Instrumentos com detectores que possuem uma resposta com corrente escura alta, são equipados
com um circuito de compensação que permite a subtração do sinal proporcional à corrente escura,
reduzindo sua leitura a zero.
Como mostrado na Tabela 4, são dois os tipos de transdutores os mais usados: os que
respondem a fótons e os que respondem ao calor. Todos os detectores de fótons, são baseados na
interação da radiação com uma superfície reativa para produzir elétrons (fotoemissão) ou para
promover os elétrons a estados de energia nos quais eles possam conduzir eletricidade
(fotocondução). Apenas a radiação ultravioleta, visível ou infravermelha próxima tem suficiente
energia para causar estes processos; assim os detectores de fótons são limitados a comprimentos de
onda mais curtos do que cerca de 2 µm.
Os detectores fotônicos podem ser divididos em quatro grandes grupos: 1) fototubos; 2) tubos
fotomultiplicadores; 3) fotodiodos de silício; 4) células fotovoltaicas.
11.1.2.3.1) Fototubos
Como apresentado na Figura 22 um fototubo consiste de um catodo semicilíndrico e um fio
como anodo selados à vácuo, dentro de um envelope transparente. A superfície côncava do catodo
suporta uma camada de material emissivo, tal como um metal alcalino ou seu óxido, que tende a
emitir elétrons quando sendo irradiado. Quando um potencial é aplicado através dos eletrodos, os
fotoelétrons emitidos fluem para o anodo, produzindo uma corrente que é facilmente amplificada e
direcionada para um mostrador ou simplesmente gravada.
O número de elétrons ejetados da superfície fotoemissiva é diretamente proporcional à
potência radiante do feixe que atinje aquela superfície. Com um potencial aplicado de cerca de 90V,
todos esses elétrons atingem o anodo para produzir uma corrente que é também proporcional à
potência radiante. Os fototubos frequentemente produzem uma pequena corrente escura na ausência
de radiação, que resulta da emissão eletrônica térmicamente induzida.
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Figura 25 – Diagrama de um
espectrômetro multicanal do tipo “diode
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Limpeza e manuseio das celas. Medidas espectrofotométricas precisas requerem o uso de celas de
boa qualidade, que são regularmente calibradas contra uma outra para se detectar diferenças vindas
de riscos ou abrasão. Igualmente é importante a limpeza dos lados exteriores (as janelas) antes de as
celas serem inseridas no equipamento. O método preferido é o de se limpar as janelas com um papel
tipo “Klinex” que tenha sido humidecido em metanol; o metanol é evaporado ao ar, deixando as
janelas livres de contaminantes. Este procedimento é superior àquele onde simplesmente passa-se
uma toalha de papel seca nas janelas, o que leva a se deixar um resíduo de fibras e um filme sobre a
janela.
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mistura em cada comprimento de onda. Para analisar esta mistura, as absortividades molares para a e
B são determinadas nos comprimentos de onda λ1 e λ2 com padrões suficientes para se ter a certeza
do obedecimento da lei de Beer sobre a faixa de absorvâncias que acompanha a absorvância da
amostra. Observem que os comprimentos de onda selecionados são aqueles onde os dois espectros
diferem significativamente. Para completar a análise, a absorvância da mistura é determinada nos
mesmos dois comprimentos de onda.
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Neste método, soluções do cátion e do ligante com concentrações analíticas idênticas são
misturadas de tal forma que o volume total e o número total de moles dos reagentes em cada mistura
seja constante mais a razão molar dos reagentes varie sistematicamente (e.g., 1:9; 2:8; 3:7, e assim
por diante). A absorvância de cada solução é então medida e corigida para qualquer absorvância que
a mistura possa exibir se nhenhuma reação tenha ocorrido. A absorvância corrigida é graficada
contra a fração de volume da solução de um dos reagentes, assim, VM/(VM+VL), onde VM é o
volume da solução do cátion e VL, a do ligante. Um gráfico típico é mostrado na Figura 28. Um
máximo (ou mínimo, se o complexo absorver menos que os reagentes) ocorre a uma razão de
volumes VM/VL correspondente à razão em que cátion e ligante estão combinados no complexo. Na
Figura 28, VM/(VM+VL) é 0,33 e VL/(VM+VL) é 0,66; assim VM/VL encontra-se na proporção de 1:2,
sugerindo que o complexo tenha a formula geral ML2.
A curvatura das linhas experimentais na Figura 28 é o resultado vindo do fato de que a reação
de formação do complexo não se completou. A constante de formação para o complexo pode ser
avaliada de medidas dos desvios das linhas retas teóricas.
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Absorciometria no UV-VIS – Prof. Evelton Casartelli – DEQUIM – ICE – UFRRJ – 1/2003
onde CM e CL são as concentrações analíticas molares dos dois reagentes. Agora vamos assumir que
em altas concentrações analíticas de L, o equilíbrio é deslocado para a direita de modo que
[M]<< x[MxLy]. Sob estas circunstâncias, o primeiro balanço de massa simplifica-se para:
CM = x[MxLy]
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