Identificação de Um Metal Por Sua Massa Molar

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Universidade Estadual de Campinas

QG -109
Profº José de Alencar Simoni - Turma A

EXPERIMENTO 5:
IDENTIFICAÇÃO DE UM METAL POR SUA MASSA MOLAR

Tainá Balestrin Batista - 224577


Helen Raquel da Silva Neves - 198692

Campinas, 13 de setembro de 2018


1. Introdução

Existem vários tipos de degradação na natureza, sendo uma delas denominada


corrosão. A mais comum é a corrosão eletroquímica, que ocorre quando um metal, geralmente
na presença de água, entra em contato com um eletrólito. Esta é evidenciada nas reações de
oxirredução, caracterizadas por um processo espontâneo de transferência de elétrons na qual
uma substância oxida e a outra reduz.
A oxidação de metais é um exemplo de corrosão eletroquímica que gera problemas
que impactam o cotidiano da vida urbana desde a Idade dos Metais, que marca o fim da
pré-história. Os metais mais empregados na atualidade, como bronze e ferro, são sensíveis à
corrosão, representando grandes perdas econômicas.
Tal fenômeno interfere, por exemplo, na construção civil e até mesmo naval. Esta
última, muito significativa na logística do comércio internacional. Nos navios, a corrosão se
faz presente em seus cascos, em sua maioria forjados a ferro. Ao estar em contato direto com
a água do mar e o ar, sofrem oxidação acelerada.
Então, a fim de aumentar sua vida útil, estes cascos são revestidos com magnésio,
mais reativo que o ferro. D
essa forma, corrói preferencialmente assumindo a função de proteger o metal. Neste
caso, o magnésio leva o nome de metal de sacrifício.
Outra situação na qual a oxirredução se faz presente na dinâmica laboratorial é a
reação entre um metal não-nobre e soluções de caráter ácido. Esta reação sucede pois os
metais têm uma maior predisposição em ceder elétrons, induzindo o cátion H+ presente nas
soluções ácidas, a reduzir, formando gás H2. À vista disso, é possível identificar o metal que
reagiu usando estequiometria e estudo dos gases.
Como químicos, aprender tal processo caracterizado pela reação de oxirredução, se faz
importante para alcançar os meios que minimizem o impacto da corrosão de metais que
afetam a economia mundial, além de fornecer entendimento acerca das propriedades reativas
de substâncias metálicas.

2. Objetivo

Identificar um metal pela sua massa molar através de uma reação de oxi-redução entre
este e uma solução ácida, usando estequiometria e conceitos de físico-química.

3. Procedimento experimental

Materiais utilizados:
● Bureta 50 ml;
● Becker;
● Fio de cobre;
● Rolha;
● Amostra de metal “B”;
● Amostra de solução ácida “B”;
● Termômetro;
● Barômetro.

Identifica-se qual a temperatura e pressão atuais na localidade do experimento, com


auxílio do termômetro e barômetro dispostos no laboratório. O metal identificado como
“amostra B” estava oxidado, sendo necessário limpá-lo com uma lixa para não atrapalhar a
reação. É pesada a amostra do metal escolhido, de forma que a massa deste fique entre 20 a
40 miligramas.
Enrola-se o metal numa das pontas do fio de cobre, de forma que somente seu centro
fique preso. Assim, permite uma maior área de contato do metal com o líquido, interferindo
menos na ocorrência da reação. A outra ponta é presa passando pelo orifício da rolha,
devendo-se existir um comprimento de aproximadamente 4 cm de fio entre a amostra e a
vedação.
É introduzida na bureta a solução ácida, completando até o marco zero. Coloca-se a
rolha com a amostra na abertura da bureta visando vedá-la, sem permitir que o metal entre em
contato com o líquido. Com cuidado, inverte-se a bureta a 180º, com um becker disposto
abaixo para receber o líquido que escorre no andamento da reação.
Paralisa-se o volume da solução ao oxidar todo o metal, indicando que a reação
acabou. É possível observar bolhas de ar presas no fio de cobre e na parede da vidraria,
devendo ser desprendidas dando leves batidas, para evitar influência no volume da coluna de
solução restante.
Com isso, mede-se com uma régua a altura da coluna final de ácido. Inverte-se a
bureta para observar na escala quanto da solução foi gasta. O mesmo procedimento é repetido
mais duas vezes.

4. Resultados e discussão
Para o experimento, padronizou-se as unidades de medidas de acordo com o Sistema
Internacional de Unidades.

Tabela 1: conversões úteis para o experimento.


Valores das grandezas

Temperatura 24ºC 297 K

Pressão 760 mmHg 101325,0 Pa

Massa 1g 0,001 kg
atm . L J
Constante universal dos gases 0,082 mol . k
8,314 kg . mol

Volume 1 ml 0,000001 m3
A tabela abaixo fornece os os valores essenciais para a análise do experimento. A
altura da coluna de ácido foi medida com uma régua, enquanto a bureta estava ainda invertida,
após a reação ter cessado. Já o volume de ácido consumido, foi observado pela graduação da
bureta ao retorná-la à sua posição inicial. Todos os valores foram convertidos para condizer
com o Sistema Internacional de Unidades.

Tabela 2: valores obtidos experimentalmente.


Massa metal B (g) Altura coluna (m) Solução consumida ( m3 )

1º caso 0,033 0,141 0,0000402

2º caso 0,032 0,189 0,0000378

3º caso 0,038 0,132 0,0000415

Com os dados acima, calculando a pressão da coluna da solução (item 2 do apêndice),


considerando que a temperatura do líquido era de T = 24ºC, que a pressão ambiente de Patm =
711 mmHg e que PvH2O = 22,3 mmHg, pode-se calcular a pressão de H2 liberado dentro do
recipiente, pela relação obtida a partir da lei de Dalton:

Patm = Pcoluna + PvaporH2O + PH2

ou seja, a pressão atmosférica corresponde a soma de todas as pressões parciais do sistema.


Com o valor da pressão de H2, foi obtido a quantidade de mols (n) do gás, pela
equação de estado dos gases ideais, indicado no apêndice. Realizou-se estes cálculos para as
três alturas das colunas encontradas, cada qual, gera um valor diferente de pressão que
modifica o valor de “n”.
Para identificação do metal, considerou-se que existem três possíveis números de
oxidação para este tipo de elemento, sendo 1+, 2+ e 3+, respectivamente pertencente às
famílias 1A, 2A e 3A. Assim houve três possibilidades de reações:

+ + 1
1. Metal (s) + H ⟶M + 2
H2
+
2. Metal (s) + 2H ⟶ M 2+ + H2
+
3. Metal (s) + 3H ⟶ M 3+ + 32 H2

Dessa forma, foi feito uma relação de números de mols de H2 produzidos para cada
mol de metal. Pela equação de “n” (item 4 do apêndice), encontrou-se os valores de massa
molar do metal para cada situação desejada.
Tabela 3: valores de pressão da coluna e pressão e quantidade de mols de H2.
1º caso 2º caso 3º caso

Pcoluna (Pa) 1374,8 1842,8 1287,0

PH2 (Pa) 90444,3 89976,3 90532,1

nH (mol) 1,47× 10−3 1,37× 10−3 1,52× 10−3


* Casos são as repetições do experimento para massas diferentes.

Tabela 4: características calculadas para o metal em questão.


1º caso 2º caso 3º caso

nmetal 1+ (mol) 2,94× 10−3 1,47× 10−3 9,81× 10−4

nmetal 2+ (mol) 2,75× 10−3 1,37× 10−3 9,13× 10−4

nmetal 3+ (mol) 3,04× 10−3 1,52× 10−3 1,01× 10−3

Massa molar 1+ (g/mol) 11,22 11,60 12,5

Massa molar 2+ (g/mol) 22,44 23,30 25

Massa molar 3+ (g/mol) 33,60 35,00 37,6


* Casos são as repetições do experimento para massas diferentes.

Observou-se que os valores de massas molares obtidas não ultrapassaram o valor de


38,0 g/mol, sendo assim, de acordo com a tabela periódica o metal desejado não pode estar
abaixo do 3º período (potássio - 4º período/1A: 39,09 g/mol).
Devido a flutuação dos mesmos valores para cada uma das repetições experimentais,
uma média das massas molares, foi realizada associando uma incerteza.

Massa molar 1+: 11,77 ± 0,7 g/mol


Massa molar 2+: 23,58 ± 1 g/mol
Massa molar 3+: 35,4 ± 2 g/mol

Sendo assim, considerando as massas acima e o número de oxidação, o valor que mais
se aproximou do literário, foi para o Magnésio ( M g 2+ ), com MM = 24,3 g/mol. Isso se deu
pois, para a primeira massa, o Lítio é o que mais se aproxima e para a terceira, o Potássio.
Porém destas comparações, estas duas tem uma discrepância bem maior de valores
experimentais para com os literários. Com isso, o Mg melhor se adequa ao resultado.

Para reação com Mg, a solução B pode ser ácido clorídrico, mostrado pela reação:

Mg(s) + 2 HCl(aq) → MgCl2(aq) + H2(g)


5. Conclusão

Diante das análises dos dados experimentais, encontrou-se uma média de massa molar
satisfatória para descoberta da identidade do metal B utilizado.

Metal B = Magnésio ( M g 2+ )

MM Experimental MM Literatura
23,58 ± 1 g/mol 24,3 g/ mol

Apesar do valor encontrado não ser exato, pode-se dizer que ele foi preciso e
condizente. Sua discrepância centesimal pode ter sido dada ao conceber as possíveis
dificuldades envolvendo o experimento, como limpeza da amostra de metal, impurezas
contidas na bureta ou falha do operador no manuseio e averiguação de medidas do sistema.
Assim, este experimento se faz aplicável no cotidiano laboratorial, ao entender o
processo de oxirredução de um metal com um ácido, conclui-se que este último não pode ser
armazenado em recipientes cujo metal seja reativo, evitando riscos e danos nos laboratórios e
aos operadores.

6. Referências

● Atkins, P.; Jones, L.; Princípios de química: Questionando a vida moderna e o meio
ambiente, 5ª. ed., Bookman, Porto Alegre, 2012, p. 1, p.2 e p.548.
● Halliday, D.; Resnick, R; Walker, J.; Fundamentos de física, v. 1: Mecânica, 4a ed,
Livros técnicos e científicos S.A., Rio de Janeiro, 1996, p. 310, 311.
● <http://www.inmetro.gov.br/inovacao/publicacoes/sistema_internacional_de_unidades
_suplemento_2014-2016-Jan.pdf> Acesso em: 17/09/2018.
Apêndice

Fórmulas utilizadas:

1. Cálculo para densidade.

m
ρ= V
m: massa total.
V: volume total.

2. Cálculo da pressão da coluna:

P col = ρgh
ρ: densidade líquido na dada temperatura.
g: valor da gravidade.
h: altura da coluna de ácido.

3. Equação de estado dos gases ideais

pV = nRT
p: Pressão
V: Volume
n: Número de mols
R: Constante universal dos gases
T: Temperatura

4. Número de mols (n):

m
n= MM

m: massa (g)
MM: massa molar (g/mol)

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