Laser Tera Pia

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Laserterapia: Led, Lip, Diodo, Q-Switch,

Érbium, Co2 Fracionado, Nd-Yag,


Nd-Yap e Alexandrite

Brasília-DF.
Elaboração

Taís Amadio Menegat

Produção

Equipe Técnica de Avaliação, Revisão Linguística e Editoração


Sumário

APRESENTAÇÃO.................................................................................................................................. 5

ORGANIZAÇÃO DO CADERNO DE ESTUDOS E PESQUISA..................................................................... 6

INTRODUÇÃO.................................................................................................................................... 8

UNIDADE I
LASERTERAPIA......................................................................................................................................... 9

CAPÍTULO 1
INTRODUÇÃO À LASERTERAPIA.................................................................................................. 9

CAPÍTULO 2
TIPOS DE LASER....................................................................................................................... 28

UNIDADE II
TRATAMENTO DE REJUVENESCIMENTO COM LASER............................................................................... 40

CAPÍTULO 1
RESURFACING – LASER CO2.................................................................................................... 40

CAPÍTULO 2
TRATAMENTO VASCULAR COM LASER...................................................................................... 52

CAPÍTULO 3
TRATAMENTO DE LESÕES PIGMENTADAS COM LASER............................................................... 64

UNIDADE III
TRATAMENTO DE REMOÇÃO DE TATUAGEM .......................................................................................... 73

CAPÍTULO 1
TRATAMENTO DE REMOÇÃO DE TATUAGEM ............................................................................ 73

CAPÍTULO 2
TRATAMENTO DE REMOÇÃO DE PELOS COM LASER................................................................. 80

UNIDADE IV
TRATAMENTO DE ESTRIAS, CICATRIZ DE ACNE COM LASER.................................................................... 97

CAPÍTULO 1
TRATAMENTO DE ESTRIAS, CICATRIZ DE ACNE COM LASER....................................................... 97

CAPÍTULO 2
TRATAMENTO DE HIPERHIDROSE............................................................................................. 102
CAPÍTULO 3
LUZ INTENSA PULSADA – LIP.................................................................................................... 106

UNIDADE V
LIGHT EMITTING DIODES..................................................................................................................... 117

CAPÍTULO 1
LEDS (LIGHT EMITTING DIODES).............................................................................................. 117

REFERÊNCIAS................................................................................................................................. 128
Apresentação

Caro aluno

A proposta editorial deste Caderno de Estudos e Pesquisa reúne elementos que se


entendem necessários para o desenvolvimento do estudo com segurança e qualidade.
Caracteriza-se pela atualidade, dinâmica e pertinência de seu conteúdo, bem como pela
interatividade e modernidade de sua estrutura formal, adequadas à metodologia da
Educação a Distância – EaD.

Pretende-se, com este material, levá-lo à reflexão e à compreensão da pluralidade


dos conhecimentos a serem oferecidos, possibilitando-lhe ampliar conceitos
específicos da área e atuar de forma competente e conscienciosa, como convém
ao profissional que busca a formação continuada para vencer os desafios que a
evolução científico-tecnológica impõe ao mundo contemporâneo.

Elaborou-se a presente publicação com a intenção de torná-la subsídio valioso, de modo


a facilitar sua caminhada na trajetória a ser percorrida tanto na vida pessoal quanto na
profissional. Utilize-a como instrumento para seu sucesso na carreira.

Conselho Editorial

5
Organização do Caderno
de Estudos e Pesquisa

Para facilitar seu estudo, os conteúdos são organizados em unidades, subdivididas em


capítulos, de forma didática, objetiva e coerente. Eles serão abordados por meio de textos
básicos, com questões para reflexão, entre outros recursos editoriais que visam a tornar
sua leitura mais agradável. Ao final, serão indicadas, também, fontes de consulta, para
aprofundar os estudos com leituras e pesquisas complementares.

A seguir, uma breve descrição dos ícones utilizados na organização dos Cadernos de
Estudos e Pesquisa.

Provocação

Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes
mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o autor
conteudista.

Para refletir

Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma pausa e reflita
sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocínio. É importante
que ele verifique seus conhecimentos, suas experiências e seus sentimentos. As
reflexões são o ponto de partida para a construção de suas conclusões.

Sugestão de estudo complementar

Sugestões de leituras adicionais, filmes e sites para aprofundamento do estudo,


discussões em fóruns ou encontros presenciais quando for o caso.

Praticando

Sugestão de atividades, no decorrer das leituras, com o objetivo didático de fortalecer


o processo de aprendizagem do aluno.

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Atenção

Chamadas para alertar detalhes/tópicos importantes que contribuam para a


síntese/conclusão do assunto abordado.

Saiba mais

Informações complementares para elucidar a construção das sínteses/conclusões


sobre o assunto abordado.

Sintetizando

Trecho que busca resumir informações relevantes do conteúdo, facilitando o


entendimento pelo aluno sobre trechos mais complexos.

Exercício de fixação

Atividades que buscam reforçar a assimilação e fixação dos períodos que o autor/
conteudista achar mais relevante em relação a aprendizagem de seu módulo (não
há registro de menção).

Avaliação Final

Questionário com 10 questões objetivas, baseadas nos objetivos do curso,


que visam verificar a aprendizagem do curso (há registro de menção). É a única
atividade do curso que vale nota, ou seja, é a atividade que o aluno fará para saber
se pode ou não receber a certificação.

Para (não) finalizar

Texto integrador, ao final do módulo, que motiva o aluno a continuar a aprendizagem


ou estimula ponderações complementares sobre o módulo estudado.

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Introdução
Convido você a vir mergulhar no mundo mágico do Laser. Nas próximas páginas você
poderá aprender como agregar todos os benefícios terapêuticos e fisiológicos dessa
técnica em distúrbios como: pré e pós-operatório de cirurgia plástica, anti-aging,
estrias, psoríase, olheiras, entre outras disfunções. A técnica aplicada nesta apostila é o
modelo mais atual do mercado.

Objetivos
»» Obter a Introdução aos Lasers e LED’s, aprendendo sobre os componentes
dos Lasers e LED’s; dosimentria; propriedades ópticas da pele; interação
Laser Tecido; fototermólise seletiva; dano térmico; parâmetros;
comprimento de onda; spot size; duração do pulso e resfriamento da pele.

»» Promover o conhecimento fisiológico, farmacológico e terapêutico dos


Lasers Ablativos (Vaporização CO2 e Érbio, Resurfacing, Lasers Não
Ablativo).

»» Compreender a aplicação e o mecanismo dos lasers nos tratamentos de


lesões Vasculares Cutâneas, Lesões Pigmentadas, Remoção de Tatuagens,
Disfunções Estéticas.

»» Compreender a aplicação e o mecanismo do uso do LED no


Rejuvenescimento.

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LASERTERAPIA UNIDADE I

CAPÍTULO 1
Introdução à laserterapia

Introdução
Em 1917, Albert Einstein publicou a teoria quântica que elucidava os princípios da emissão
de radiação espontânea e estimulada. “Luz é um sistema extremamente complexo de
energia radiante que é composto por fótons (unidade fundamental de energia) e ondas.
Está organizado dentro do espectro eletromagnético para o tamanho (comprimento)
das ondas, frequentemente medida em metros de frações.”. (BAGNATO, 2005)

O inicial e verdadeiro laser, foi Laser de Ruby desenvolvido em 1960, por Theodore
Maiman trabalhando para a Hughes Corporation, o primeiro MASER ótico, e
sugeriu o nome de LOSER (LIGHT OSCILLATION BY STIMULATED EMISSION
OF RADIATION), mas como LOSER, em inglês, significa perdedor, foi trocado para
LASER (LIGHT AMPLIFICATION BY STIMULATED EMISSION OF RADIATION ─
Amplificação da luz por emissão estimulada de radiação). Em julho de 1960 Theodore
Maimann anunciou o primeiro laser, sendo de Rubi. Em 1961, foi desenvolvido o Laser
Hélio-Neônio por Javan e Nd:YAG por Johnson. Em 1962 foi desenvolvido o Laser de
Argônio por Bennet, e em 1964 foi desenvolvido o laser Dióxido de Carbono por Patel
(GRINBLAT; MAKARON, 2003).

O laser é destinado à amplificação da luz por meio da estimulação de emissão de radiação,


e existe um processo físico pelo qual um laser produz luz. Os lasers são fontes únicas
de luz estabelecidas no processo de emissão estimulada. Uma discussão dos princípios
do laser começa com a formulação dos princípios de radiação eletromagnética feita
por Einstein. A radiação eletromagnética é uma forma básica de energia que pode
exibir ondas e propriedades de partículas. Um “quantum” de energia eletromagnética
chamada fóton pode estimular um átomo excitado para emitir outro fóton com a mesma

9
UNIDADE I │ LASERTERAPIA

energia. Os fótons resultantes têm energia e tamanho de ondas iguais e estão em fase
(temporal e espacial). (PATRIOTA, 2007)

Em 1960, Theodore Maiman observou a estimulação de uma luz vermelha numa


lâmpada de flash excitada por um cristal de Rubi. No início dos anos de 1960 o
Dr. Leon Goldman tornou-se o primeiro médico a utilizar o laser em humanos. Quatro
componentes essenciais formam os sistemas de todos os lasers:

»» meio líquido, sólido ou gasoso que possam ser excitados para emitir a luz
do laser;

»» uma fonte de energia para excitar o meio;

»» espelhos nos finais do laser, formando a “cavidade”;

»» um sistema de entrega.

(VLADIMIROV et al, 2004)

Em 1973, Heinrich Plogg de Fort Coulombe, Canadá, apresentou um trabalho sobre


“O uso do laser em acupuntura sem agulhas”, para atenuação de dores. A partir do
final dessa década, começaram a ser desenvolvidos lasers de Diodo, dando origem ao
primeiro Diodo operando na região do infravermelho próximo (904 nm), constituído
por um cristal de arseneto de gálio (As-Ga). (ALMEIDA-LOPES, 2002)

Em 1981, apareceu pela primeira vez o relato da aplicação clínica de um laser de Diodo
de As-Ga-Al, publicado por Glen Calderhead, Japão, utilizando um laser de Nd:YAG,
operando em 1064nm.

A partir dos anos de 1990, diferentes dopantes (agente dopante = impureza que altera
as propriedades de uma substância pura) foram introduzidos visando à obtenção de
lasers de Diodos diferentes, capazes de gerar comprimentos de ondas diversas. Com a
disponibilização dessa tecnologia, hoje podemos contar com aparelhos pequenos, de
fácil manuseio e transporte, com alta durabilidade e baixo custo.

Bases físicas do laser


A luz pode ser descrita como uma emissão eletromagnética, e, como tal, tem
algumas características que a identifica plenamente. Essas emissões são conhecidas,
genericamente, por radiações ou ondas eletromagnéticas, e estão contidas em uma
grande faixa, que está subdividida de acordo com algumas características físicas
peculiares. Existem as que não podemos ver, tais como as ondas de rádio AM e FM, e

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LASERTERAPIA │ UNIDADE I

aquelas que podemos ver, as luminosas, compostas por fótons, tais como a luz emitida
pelas lâmpadas dos lustres das casas (GRINBLAT; MAKARON, 2003).

As emissões estão organizadas no Espectro de Radiações Eletromagnéticas, baseado


em uma característica particular: o Comprimento de Onda. Esse espectro é composto
por radiações infravermelhas, radiações visíveis, radiações ultravioletas, radiações
ionizantes. Os lasers utilizados para tratamento médico emitem radiações que estão
situadas na faixa das radiações visíveis, infravermelha e ultravioleta, e não são
ionizantes. (BAGNATO, 2005)

Figura 1. Espectro eletromagnético. I.

Fonte: Peter Hermes Furian / Shutterstock.com.

Na escala de comprimento de onda, abaixo da faixa de emissões que chamamos


de “visível”, temos o ultravioleta, que é uma faixa muito ampla. A emissão
ultravioleta é responsável pelo escurecimento de nossa pele quando nos
expomos ao sol. (VLADIMIROV et al, 2004)

Acima da faixa de emissões que chamamos de “visível”, temos o infravermelho,


que é também uma faixa muito mais ampla do que a faixa que conseguimos
enxergar. Esse tipo de emissão é o responsável pelo aquecimento que
observamos na luz gerada pelos aparelhos fotopolimerizadores, que utilizam
fonte de luz halógena, e que é comumente chamada de calor. O laser nada
mais é do que luz, e, portanto, tem o comportamento de luz, ou seja, pode ser
refletido, absorvido ou transmitido, sofrendo ou não espalhamento no processo.
Entretanto, é uma luz com características muito especiais, tais como: colimação,
coerência e monocromaticidade. (VLADIMIROV et al, 2004)

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UNIDADE I │ LASERTERAPIA

A inversão da população (funcionamento) ocorre quando uma quantia maior do que


a metade dos átomos existentes no meio envolvente do laser é excitada por uma fonte
de energia, isso é um pré-requisito para que um laser funcione. Com a inversão da
população, os fótons viajando nesse meio têm uma maior tendência para encontrar um
átomo excitado (liderando-o para emissão estimulada) do que um átomo em repouso
que pode simplesmente absorver a luz. Conforme a luz viaja para frente e para trás
entre os espelhos do laser, uma intensidade muito grande pode ser alcançada. A luz
do laser tem várias propriedades que são difíceis ou impossíveis de serem alcançadas
com outras fontes de luz. Elas são monocromaticidade, coerência e alta intensidade.
(NUNES et al, 2010)

Os raios do laser podem viajar em longas distâncias sem perda significante de


intensidade. Os lasers podem ser divididos em instrumentos contínuos ou pulsantes.
(ALMEIDA-LOPES, 2002)

No modo onda-contínua (CW = Continuous Wave), os lasers emitem um raio constante


de luz. Os lasers Argon são um exemplo desse tipo de laser. Esses lasers frequentemente
têm um poder de pico limitado, enquanto que poderes de pico elevados podem ser
alcançados por laser pulsantes durante períodos curto de tempo. Lasers Q-switched
produzem pulsos muito curtos com um poder muito alto de pico. Que refere-se a um
fator de qualidade de depósito de energia do laser, o qual é mudado repentinamente
para produzir uma explosão curta e intensa de luz. O nível de repetição para lasers
pulsantes é expressado em hertz. Alguns lasers emitem uma série rápida de baixos
pulsos de energia que se comportam cirurgicamente como lasers CW, e são chamados
de quase contínuos. (ALMEIDA-LOPES,2002)

Dermatologicamente os lasers Q-switched são designados para produzir pulsos


de 10-100ns, com fluência tipicamente na faixa de 2-10J/cm2. Esses pulsos curtos
e de alto-poder são úteis na remoção seletiva de tatuagens e lesões pigmentadas.
(ALMEIDA-LOPES,2002)

Componentes dos Lasers, LIP e LEDs


Várias são as características que diferenciam a luz do laser da Luz e Led:

»» Coerente: a emissão de fótons estão espacialmente e temporariamente


lado a lado uma com a outra. A luz viaja com uniformidade entre cristas
e vales dos comprimentos de onda.

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LASERTERAPIA │ UNIDADE I

»» Monocromático: convencionalmente, monocromático é a energia


emitida do laser que se refere a apenas um único comprimento de
onda ou uma banda estreita (narrow band) de comprimento de ondas.

»» Colimadas: são as ondas que viajam paralelas umas a outras através


do espaço. São essas propriedades de colimação e coerência que
permitem que a energia do laser possa ser transmitida por meio de
longas distâncias sem significativa divergência do feixe luminoso, e
também permitem que essa energia seja precisamente focada em um
pequeno feixe de luz.

»» Alta intensidade: o número de fótons emitidos por um laser, por


unidade de área, é muito grande quando comparado com todas as
outras fontes de radiação eletromagnética, incluindo a luz solar.

»» Teoria do Quantum: quando um átomo entra em estado de excitação


e retorna espontaneamente ao repouso, ele emite energia (photon
de luz) que pertence a um comprimento de onda específico. – Se o
photon chocar-se com outro átomo excitado, este último retornará
ao estado de repouso, emitindo outro photon sincrônico temporal
e espacialmente com o primeiro photon. A partir dessa teoria: foi
desenvolvido o primeiro laser em 1960 -> Laser de Ruby (faixa de
comprimento de onda =694nm) (NUNES, et al., 2010)

Todos os lasers apresentam quatro componentes básicos:

»» uma cavidade óptica ou ressonadora;

»» um laser médio;

»» uma fonte de energia;

»» um sistema de transmissão (lançamento).

Veremos a seguir mais explicações sobre os componentes do laser, luz pulsada e Led.

A luz branca contém todas as cores. Ao passar pelo prisma ocorre uma decomposição,
que separa a luz branca em seus diversos componentes. Essas várias cores, projetadas
em um anteparo, diferenciam-se pelos seus chamados comprimentos de onda, ou
frequências, as cores vão passando de uma a outra continuamente; temos o chamado
espectro contínuo. (BAGNATO, 2005)

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UNIDADE I │ LASERTERAPIA

Figura 2. Espectro de emissão de uma lâmpada de luz branca.

Fonte: (BAGNATO, 2005)

Comprimento de onda
É a distância medida entre dois picos consecutivos de uma trajetória ondulatória. A
unidade utilizada para expressar grandeza é uma fração do metro, normalmente o
nanômetro, que é equivalente a 0,000000001 m (ou 10-9) (Figura 3). (BAGNATO, 2001)

Figura 3. Mensuração comprimento onda.

Fonte: <www.nupen.com.br >. Acesso em: 9 jul. 2015.

É uma característica extremamente importante, pois é o que define a profundidade de


penetração no tecido-alvo. Diferentes comprimentos de onda apresentam diferentes
coeficientes de absorção para um mesmo tecido. Como podemos observar, as radiações
emitidas na região do ultravioleta e na região do infravermelho médio apresentam

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LASERTERAPIA │ UNIDADE I

alto coeficiente de absorção pela pele, fazendo com que a radiação seja absorvida na
superfície, enquanto que na região no infravermelho próximo (820 nm e 840 nm)
constata-se baixo coeficiente de absorção, implicando máxima penetração no tecido.
Os tecidos são heterogêneos do ponto de vista óptico e, portanto, absorvem e refletem
energia de maneira distinta. (ALMEIDA-LOPES, 2002)

É a cor de luz usada. Conforme o comprimento de onda haverá uma absorção por um
determinado cromóforo-alvo e determinada profundidade de penetração e atuação.
Quanto maior o comprimento de onda, maior a penetração. Por exemplo, para atingir
uma melanose, que é superficial, necessitamos de comprimentos de onda menores;
e para atingir pelos que são mais profundos precisamos de comprimentos maiores.
(BAGNATO, 2001)

Cromóforo: grupo de átomos que confere cor a uma substância e absorve um


comprimento de onda específico.

Os principais cromóforos da pele são a oxiemoglobina, melanina e a água. Lesões


vasculares contêm pigmento de oxiemoglobina, tornando-se alvo para a luz do Laser
absorvida por esse pigmento.

Figura 4. Curva de absorção dos principais cromóforos da pele.

Fonte: (CAMPOS et al,2009)

São lasers que trabalham em nanosegundos.

Switched = transferir, conduzir, dirigir, desligar ou interromper corrente.

Q-switched = quality switched.

Designa um grupo de lasers que possui dispositivo eletroóptico dentro da cavidade


óptica, que permite a liberação de energia armazenada em um curto pulso, da ordem
de nanosegundos.

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UNIDADE I │ LASERTERAPIA

Monocromaticidade
Dá-se em virtude de a luz emitida possuir um único comprimento de onda, que oscila
na mesma frequência e, consequentemente, apresenta uma única cor, diferente da
luz branca que é formada pela composição de várias cores, que cada cor corresponde
a uma frequência determinada. Esse conceito caracteriza a luz produzida por um
laser como monocromático; a maior parte da radiação emitida pelo aparelho de
uso terapêutico agrupa-se em torno de um único comprimento de onda, com uma
amplitude muito limitada da faixa de ondas. Em contraste, a luz gerada por outras
fontes é formada por uma enorme variedade de comprimentos de onda, algumas
vezes variando desde o ultravioleta até o infravermelho, o que resulta na sensação
da cor branca, quando a luz colide com a retina de um observador humano. A
luz comum é composta por um conglomerado de vários comprimentos de onda:
vermelho, laranja, amarelo, verde, azul, anil e violeta, todas unidas para produzir a
luz “branca”. (ALMEIDA-LOPES, 2002)

Figura 5. Monocromaticidade.

Fonte: <www.nupen.com.br >. Acesso em: 9 jun.2015.

Colimação
Na luz de um laser, os fótons produzidos pelo aparelho de laser são, para todas as
finalidades práticas, paralelos, praticamente inexistindo qualquer divergência da
radiação emitida, ao longo da distância percorrida. Essa propriedade mantém a
potência óptica do aparelho enfeixada em uma área relativamente pequena ao longo de
distâncias consideráveis e, até certo ponto, mesmo durante o trajeto através dos tecidos
(ALMEIDA-LOPES, 2002)

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LASERTERAPIA │ UNIDADE I

Figura 6. Colimação.

Fonte:<www.nupen.com.br >.Acesso em: 9 jun. 2015.

Coerência
Emissão da radiação laser se dá devido ao alinhamento das ondas eletromagnéticas
no tempo e no espaço. A coerência é a propriedade que denota vários aspectos. Todos
os fótons de luz emitidos pela radiação laser têm o mesmo comprimento de onda.
As depressões e picos das ondas da luz emitida “encaixam-se” perfeitamente no tempo
(coerência temporal); e as ondas viajam na mesma direção (coerência espacial).
(ALMEIDA-LOPES,2002)

Figura 7. Coerência.

Fonte: <www.nupen.com.br >. Acesso em: 9 jun.2015.

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UNIDADE I │ LASERTERAPIA

As aplicações da radiação laser, em geral, realizam-se sobre a pele, a qual apresenta


uma capacidade de reflexão e um coeficiente de absorção específico para os diferentes
comprimentos de onda. A penetração do laser será tanto maior quanto maior for o
comprimento de onda. (ALMEIDA-LOPES,2002)

Produção do laser
São necessárias algumas condições especiais. Primeiramente, necessita-se de um
“Meio Ativo”, composto por substâncias (gasosas, líquidas, sólidas ou ainda por suas
associações) que geram luz quando excitadas por uma fonte de energia externa. Esse
processo de excitação é denominado Bombeamento e sua função é transformar o
meio ativo em meio amplificador de radiação, já que promove neste o fenômeno
denominado Inversão de População, ou seja, os elétrons da camada de valência do
meio absorvem a energia bombeada e saltam para um nível de energia mais externo.
Como esse segundo nível está mais distante da influência do núcleo, seu nível de energia
é maior. Chamamos essa situação de estado metaestável. Quando o primeiro elétron
decai, retornando ao nível com menor energia, ocorre a liberação de energia altamente
concentrada, a qual chamamos de fóton. Esse fóton acaba por excitar o decaimento dos
demais átomos que já estavam no estado excitado. Isso gera um processo em cascata
e com crescimento em progressão geométrica, que resulta na emissão estimulada de
radiação. (BAGNATO, 2001)

Esquema simplificado das partes que constituem um laser. O bombeamento fornece


energia ao meio ativo. Com isso, há acúmulo de energia na cavidade. Nessa, um espelho
semitransparente permite um pequeno vazamento da luz produzida, que constitui o
feixe de luz laser . (BAGNATO, 2005)

Figura 8. Esquema simplificado da produção do laser.

Fonte: <www.gentequeeduca.org.br>. Acesso em: 6 jun. 2015.

18
LASERTERAPIA │ UNIDADE I

Fonte de energia

Essa energia lançada vai excitar os elétrons do meio ativo do laser médio para iniciar a
amplificação do processo.

A fonte de energia externa, pode ser térmica, elétrica ou ótica.

Essa ativação pode ser acompanhada:

»» pelo uso de uma corrente elétrica direta como no laser de Argônio;

»» pela estimulação óptica de outro laser ou flashlamp, como no dye laser;

»» pela excitação por radiofrequência como em muitos lasers de CO2;

» » pelas reações químicas nas quais ligações químicas são quebradas


para promover desprendimento de energia, como no laser
hidrogênio-fluorado.

Sistema de Transmissão: o sistema de transmissão ou entrega pode consistir em


uma flexível cavidade de guias de onda, fibras ópticas, ou um braço articulado com
espelhos ajustados.

O meio ativo deve estar contido em reservatório denominado Cavidade Ressonante.


Nas extremidades internas dessa cavidade devem existir espelhos, sendo um deles
de reflexão total e outro de reflexão parcial. Isso assegurará que esse sistema
composto por reação óptica e meio ativo, seja a sede de uma oscilação laser. Como
a cavidade do laser é composta por espelhos em suas extremidades, essa radiação é
amplificada, ou seja, os fótons emitidos por estimulação entram em fase e permitem
que ocorra um incremento a cada reflexões múltiplas completadas dentro da
cavidade. (BAGNATO, 2001)

Existem muitos tipos de laser, porém o principio básico para se produzir um feixe
de laser é o mesmo para todos eles, quer seja um laser cirúrgico, terapêutico ou de
diagnóstico. (BAGNATO, 2001)

19
UNIDADE I │ LASERTERAPIA

Figura 9. Diagrama do laser.

Fonte: <www.nupen.com.br>. Acesso em: 9 jun. 2015.

Para a identificação do laser, precisamos conhecer sua fonte geradora, caracterizada


pelo meio-ativo que vai gerar a luz laser; e sua intensidade, caracterizada pela
densidade de potência óptica produzida ou energia gerada do laser. Do mesmo modo
que as lâmpadas residências são identificadas pelas potências, normalmente expressas
em Watts, também utilizamos essa unidade (ou uma fração dela), para identificar a
potência do laser (1mW = miliWatt = 0,001W). (BAGNATO, 2001)

A última característica relevante do laser é referente ao seu regime de funcionamento,


isto é, existem aqueles que quando acionados permanecem ligados continuamente até
serem desligados (laser contínuos, CW), e existem outros tipos que funcionam de forma
pulsada ou chaveada, ou seja, estão parte de tempo ligados e parte de tempo desligados.
A maioria dos lasers terapêuticos opera de modo contínuo. (BAGNATO, 2001)

Figura 10. Diagrama que demonstra o funcionamento do laser.

Fonte: <www.nupen.com.br >.Acesso em: 9 jun. 2015.

20
LASERTERAPIA │ UNIDADE I

Conceitos importantes
»» TRT = Tempo de Relaxamento Térmico.

»» Tempo de relaxamento térmico é o tempo necessário para um objeto


resfriar em 50% da temperatura adquirida imediatamente após a
exposição ao laser sem conduzir calor ao tecido circunjacente. Laser que
respeita o TRT apresenta melhores resultados.

»» Para atingir máxima precisão, ou fototermólise seletiva, o tempo de


exposição deve ser mais curto que o TRT.

»» Se a exposição exceder ou for igual ao TRT, a energia térmica será


transferida aos tecidos adjacentes, resultando em danos térmicos não
específicos (queimaduras e cicatrizes).

»» Dessa forma, sempre que estamos utilizando um laser ou fonte de energia


em determinado ponto e vamos realizar nova passagem naquele ponto,
é importante aguardar de alguns segundos a minutos para que aquela
região se resfrie para depois aplicar-se o laser novamente.

(ALMEIDA-LOPES et al, 2003)

Irradiância: sinônimo para densidade de potência (DP), que é definida como sendo
a potência óptica útil do laser, expressa em Watts (W), dividida pela área irradiada,
expressa em centímetros quadrados (cm²). É por meio do controle da irradiância que
o cirurgião pode cortar, vaporizar, coagular o tecido, quando da utilização de laser
cirúrgico.

Fluência: é o termo utilizado para descrever a taxa de energia que está sendo aplicada
no tecido biológico. Ao multiplicarmos a irradiância pelo tempo de exposição obteremos
a fluência ou densidade de energia, ou ainda dose de energia (DE) expressa em Joules
por centímetro quadrado (J/cm²).

Energia: é uma grandeza física que, no caso da laserterapia, representa a quantidade


de luz laser que está sendo depositada no tecido, e é definida multiplicando-se a potência
óptica útil do aparelho laser pelo tempo de exposição. O resultado obtido tem como
representação a unidade Joule (J).

Para uma dada potência, variações na irradiância podem produzir efeitos sobre o tecido
biológico, que são nitidamente diferenciadas. Por exemplo, um laser com potência de
saída de 10 W, irradiando uma área de 10 cm², apresentará irradiância igual a 1 W/cm².
Se o mesmo laser for focalizado sobre uma área de 1 cm², a irradiância será aumentada

21
UNIDADE I │ LASERTERAPIA

em 10 vezes, provavelmente gerando dano térmico ao tecido biológico, dependendo do


tempo de exposição.

Para uma dada quantidade de energia a ser depositada, variações na fluência podem
produzir efeitos sobre o tecido biológico, que são nitidamente diferenciadas. Por
exemplo, uma dose total de 30J sobre um ponto. Em uma primeira hipótese, imaginemos
que os 30J sejam aplicados em um segundo, sobre uma área de 1 cm². Teremos,
então, irradiância igual a 30W/cm², o que provavelmente ocasionará dano térmico ao
tecido biológico. Imaginemos agora que os 30J sejam aplicados sobre a mesma área
em 30 segundos. Teremos, para essa situação, irradiância igual a 1W/cm², o que não
ocasionará dano térmico ao tecido biológico.

Lembro que quanto maior a energia, maior será a força destrutiva do laser.
Na laserterapia, será indicada a dose expressa em Joules (energia, que é a quantidade
de luz laser depositada no tecido), a fluência expressa em J/cm² (joules por centímetro
quadrado), que é a taxa de deposição dessa energia (o modo como a energia será
depositada) e número estimado de sessões.

Por exemplo, esse esquema representa dois tipos de tratamento vascular. No primeiro
desenho a púrpura é causada pela distribuição muito rápida de energia que leva à ruptura
do vaso. Isso é recomendado nos casos de hemangioma e mancha vinho do porto.
No segundo desenho, o laser foi aplicado com maior duração de pulso, ocasionando
tratamentos com mínima púrpura, pois o vaso sanguíneo é coagulado mais gentilmente.
Indicado nos tratamentos de rosácea e vasos da face, que o paciente não quer ficar com
púrpura no rosto.

Figura 11. Esquema de tratamento.

Fonte: BAGNATO, 2001.

Spot Size: quanto maior o spot, maior a penetração no tecido e melhor a distribuição da
energia. Spots menores penetram menos na superfície da pele e concentram a energia.
São maiores produzem penetração mais profunda e diminuem o tempo de tratamento
nos casos de depilação a laser. Para tratamento de lesões vasculares é recomendável
spots menores que condensam a energia e atuam somente no alvo. Dependendo da

22
LASERTERAPIA │ UNIDADE I

distância do spot na pele, o feixe de luz pode mudar. A aplicação do feixe acoplado
totalmente na pele produz um feixe de energia mais profunda e focada. (BAGNATO,
2001)

Figura 12. Spot Size.

Fonte: <www.nupen.com.br >. Acesso em: 9 jun. 2015.

Fluência, energia, densidade, difusividade e


formatos dos objetos
Quantidade de energia entregue por unidade de área: J/cm.

A energia do laser é medida em Joules (J)

A densidade energética (fluência) é igual à potência do laser (watts) vezes a duração de


pulso (segundos) dividida pelo tamanho efetivo da ponteira (centímetros quadrados),
sendo medida em Joules por centímetro quadrado.

O resfriamento das estruturas microscópicas teciduais é determinada pela condução de


calor.

Condução é a transferência de calor entre dois sistemas interagindo, e é dirigida por


uma temperatura gradiente (uniforme) entre os dois sistemas.

O tempo de relaxamento térmico para a condução de calor é proporcional ao quadrado


do tamanho do objeto. Ele é aproximadamente calculado pela fórmula TRT = d²/4k,
onde d é o diâmetro do objeto ou espessura da camada tecidual e k é a difusividade
termal. Difusividade termal é a propriedade do material que expressa a habilidade do
calor para difundir. O tempo de resfriamento de um objeto depende do seu formato
devido a diferenças no volume e superfície de área. Em geral, comparando alguns tipos

23
UNIDADE I │ LASERTERAPIA

de formatos, esferas esfriam mais rapidamente que cilindros, os quais resfriam mais
rapidamente que planos.

Pequenos objetos resfriam mais rapidamente que grandes objetos. Para objetos com o
mesmo formato e material, um objeto com a metade do tamanho resfria em um quarto
do tempo e o mesmo objeto com um décimo do tamanho resfria em um centésimo do
tempo.

A duração do pulso auxilia no resfriamento e na proteção ou dano aos cromóforos-alvo.


Quanto maior a duração de pulso maior é o tempo de resfriamento do cromóforo-alvo.

(ALMEIDA-LOPES et al, 2003)

Óptica da pele
A luz pode ser absorvida ou difundida através da pele. Em geral, os efeitos nos tecidos
ocorrem somente quando a luz é absorvida.

Conforme a luz atinge a superfície da pele, ocorre uma reflexão de 4-7% devida à diferença
no índice refratário entre o ar (n=0) e a camada córnea (n=1.45). Isso é chamado de
reflexão de Fresnel porque segue as equações de Fresnel relacionando a reflexão com o
ângulo de incidência, plano de polarização e índice de refração. O restante 93-96% da
incidência da luz entra na pele, onde é espalhada e absorvida.

O coeficiente de absorção é definido como a probabilidade de extensão por unidade


que um fóton em um comprimento de onda particular será absorvido, e depende da
concentração de cromóforos (molecular de absorção) presentes. A difusão ocorre
quando o fóton muda a sua direção de propagação. Toda luz retornando da pele, é,
desse modo, luz dissipada. Quando a absorção ocorre, o fóton entrega a sua energia a
um átomo ou molécula chamada de cromóforo. Uma vez absorvido pelo cromóforo, o
fóton cessa de existir e o cromóforo se torna excitado.

A absorção de ultravioleta (UV) e luz visível leva à excitação eletrônica do cromóforo.


Luz infravermelha tende a causar excitação vibracional. Os três cromóforos primários
na pele são água, hemoglobina e melanina. Os cromóforos exibem faixas características
de absorção em certos comprimentos de onda.

É esse fato que permite o delineamento de alvos específicos para a atividade de laser.
A melanina é largamente absorvida por meio do espectro. Em contraste, a absorção do
sangue é dominada pela oxihemoglobina e ocorre reduzida absorção de hemoglobina, a
qual exibe fortes faixas no UV, azul, verde e faixas amarelas.

24
LASERTERAPIA │ UNIDADE I

Na epiderme normalmente pigmentada, a absorção é o processo dominante sobre a


maioria do espectro óptico (200-1000nm). Na derme, a difusão pelas fibras colágenas
pode ocorrer. A penetração da luz na derme é largamente dominada pela difusão, a qual
varia inversamente com o comprimento da onda. A profundidade de penetração está
geralmente inversamente relacionada com o comprimento de onda entre 280-1300nm.
Nessa região correspondente ao UVB, UVA, visível e próximo do infravermelho, quanto
mais longo o comprimento de onda, mais profunda a penetração. Luz dissipada é maior
com comprimentos de ondas curtos. Em um comprimento de onda abaixo de 300 nm,
há uma forte absorção por proteínas, ácido urocânico e DNA. Acima de 1300 nm, a
penetração diminui devido à absorção da luz pela água. A luz se apresenta branca
ou branco-amarelada porque contém todos os diferentes comprimentos de onda do
espectro de luz visível. Um prisma colocado em frente a uma lâmpada irá refratar a luz,
e as cores que o constituem irão separar-se em forma de arco-íris. A luz do laser é pura
e monocromática tendo, portanto, atração por um cromóforo-alvo específico. A maior
região de penetração do comprimento de onda é a 650-1200 nm vermelha e perto da
região do espectro infravermelho. As regiões menos penetráveis são as distantes do
ultravioleta e distantes do infravermelho.

A capacidade de condensar energia luminosa em pulsos ultracurtos permite que


moléculas-alvo possam ser excitadas até níveis energéticos mais elevados, absorvendo
mais a energia no cromóforo-alvo e liberando uma energia total menor para os tecidos
ao redor.

(CATORZE, 2009)

Normas de segurança

Os lasers são classificados em categorias segundo seu grau de periculosidade. De acordo


com cada categoria, são exigidas normas de segurança que devem ser aplicadas e que
envolvem o cirurgião-dentista, seu auxiliar e o paciente. (PINHEIRO,1995)

Não existe em nosso país um órgão governamental que regulamente o uso do laser,
por isso, a norma que temos adotado é a ABNT IEC, que é a versão europeia da norma
americana 21CFR, capítulo 1, Parte 1040 e, de acordo com ela, os equipamentos de
laser são classificados em seis categorias: Classe I, Classe ll e lla, Classe Ill e Classe IV
e que dependem, basicamente, da densidade de potência óptica emitida por eles e do
comprimento de onda gerado por eles. Classe I – São equipamentos inofensivos e não
demandam a utilização de nenhum procedimento ou equipamento de segurança.

25
UNIDADE I │ LASERTERAPIA

Classe II – São equipamentos inofensivos e não demandam a utilização de nenhum


procedimento ou equipamento de segurança.

Classe lla – São equipamentos inofensivos e não demandam a utilização de nenhum


procedimento ou equipamento de segurança.

Classe Illa – São equipamentos que podem provocar danos aos olhos, sendo, portanto,
imprescindível a utilização de óculos de proteção compatíveis com o comprimento de
onda gerado pelo laser em questão.

Classe lllb – São equipamentos que podem provocar danos aos olhos, sendo
imprescindível a utilização de óculos de proteção compatíveis com o comprimento de
onda gerado pelo laser em questão. Os equipamentos enquadrados nessa categoria
devem ainda contar com dispositivos de interrupção internos, a fim de evitar acidentes
quando da manipulação dos circuitos internos do equipamento.

Classe IV – Essa é a categoria onde estão classificados todos os lasers cirúrgicos. Portanto,
são equipamentos que podem provocar danos tanto aos olhos quanto a outros tipos
de tecido, sendo imprescindível a utilização de óculos de proteção compatíveis com o
comprimento de onda gerado pelo laser em questão. Os equipamentos enquadrados
nessa categoria devem ainda contar com dispositivos internos e externos de proteção
e monitoramento. A sala onde esses equipamentos estão instalados deve dispor de
dispositivos de proteção, de modo a evitar que alguma pessoa seja submetida à exposição
acidental ao entrar na referida sala durante uma aplicação de laser.
(PINHEIRO,1995)

Quadro 1. Segurança durante aplicação.

Comprimento de onda Duração da emissão Limite máximo


<30000s 24mJ x k1 x k2
180 a 400 nm
>30000s 0,8nW x k1 x k2
1ns a 20 ms 0,2nW x k1 x k2
10ms a 10 s 0,7nW x k1 x k2 x t¾
10s a 10000s 3,9mJ x k1 x k2
401 a 1400 nm 10000s 0,39mW x k1 x k2
1 ns a 10s 10 J/cm² sr x k1 x k2 x t 1/3
10s a 10000s 20 J/cm² sr x k1 x k2
10000s 2mW/cm² sr x k1 x k2
1ns a 0,1ms 79 mJ x k1 x k2
1401 a 2500nm 0,1 ms a 10s 4,4 mJ x k1 x k2 x t ¾
10s 0,79mW x k1 x k2
1ns a 0,1ms 10mJ/cm² x k1 x k2
2501 nm a 1mm 0,1 ms a 10 s 0,56 J/cm² x k1 x k2 x t1/4
10 s 0,1 J/cm² x k1 x k2 x t
k1 e k2 são fatores de correção relacionados ao comprimento de onda
t= tempo de exposição
Fonte: <www.nupen.com.br >. Acesso em: 18 jun. 2015.

26
LASERTERAPIA │ UNIDADE I

Os óculos de proteção são específicos para cada equipamento laser, e dependem do


comprimento de onda emitido e da máxima potência óptica gerada por ele. É importante
mencionar que não existem óculos universais para os lasers cirúrgicos, mas para os
lasers terapêuticos já existem lentes especiais que podem ser utilizadas tanto para
os lasers que emitem comprimentos de onda visível como para os que emitem laser
infravermelho. (PINHEIRO,1995)

Fototermólise seletiva
O conceito de Fototermólise Seletiva foi inicialmente desenvolvido para o
tratamento de manchas de vinho do porto em pacientes jovens, e houve o
início do uso de lasers pulsantes de tintura na medicina. Com a seleção de um
comprimento de onda de laser preferencialmente absorvido e sua descarga
em uma duração e fluência de pulso apropriado, alvos específicos podem ser
destruídos enquanto limitam o dano nos tecidos circunvizinhos. O aquecimento
seletivo é alcançado por uma combinação de absorção de luz seletiva, e uma
duração de pulso menor ou aproximadamente igual ao TRT do alvo de ação.
Isso produz calor localizado e seletivo com destruição focal do alvo. Em geral,
a Fototermólise seletiva de várias lesões é melhor alcançada usando pulso em
vez da tecnologia de laser contínuo, por causa dos pequenos TRT’s dos alvos
cutâneos, tais como vasos sanguíneos e células pigmentadas. Para a maioria
dos tecidos, o tempo de relaxamento termal de uma dada estrutura-alvo em
segundos é aproximadamente igual ao quadrado da dimensão do alvo em
milímetros. (CATORZE, 2009)

Há uma relação primária entre a duração da exposição e o aprisionamento da


injúria termal. O TRT de um alvo é proporcional ao quadrado de seu tamanho.
Para um dado material e forma, um objeto com metade do tamanho, esfriará
em um quarto do tempo. Em geral, ótima duração de pulso para Fototermólise
Seletiva é igual aproximadamente ao TRT. Vasos sanguíneos são uma ampla
categoria e incluem capilares com um TRT de décimos de microssegundos; as
veias das pernas, com um TRT de centenas de milissegundos; e as grandes veias
de adultos com manchas de vinho do porto, as quais tem TRTs acima de décimos
de milissegundos. TRT também está relacionado com a forma do alvo. Para uma
dada espessura, esferas esfriam mais rápidas do que cilindros, os quais esfriam
mais rápidos do que planos. (CATORZE, 2009)

Os alvos pequenos pigmentados, tais como Nevos de Ota, são melhores tratados
com pulsos curtos (nanosegundos), enquanto estruturas maiores, tais como
folículos pilosos, tem TRTs grandes e são melhores tratados com pulsos maiores.
(CATORZE, 2009)

27
CAPÍTULO 2
Tipos de laser

Tipos de lasers
Existem vários tipos de laser. Laser médio ou meio ─ A ação do laser médio
geralmente dá ao laser seu nome e pode ser composto de um meio gasoso, líquido ou
sólido. Trata-se do meio que será ativado. Ex.: CO2, Diodo, Ruby etc.

Laser – Meio Gasoso ─ CO2 (Dióxido de Carbono); - Argônio; - Gold Vapor Laser.

Laser – Meio Líquido ─ Dye laser (utilizam líquido com pigmento rhodamina); -
Dye = pigmento, corante, tintura.

Laser – Meio Sólido ─ Ruby; - Nd:YAG (Nd:YAG crystal); - Diodo; - Alexandrite


(Alexandrite crystal).

(MAZER, 2000)

Figura 13. Tipos de laser.

Fonte:<http://slideplayer.es/slide/1096252>.Acesso em: 18 jun. /2015.

Normalmente, o laser é designado pelo tipo de material empregado na sua geração.

Lasers de estado sólido


O meio ativo está incorporado em uma matriz hospedeira, que pode ser tanto cristalina
quanto amorfa. (MAZER, 2000)

28
LASERTERAPIA │ UNIDADE I

Na concentração do íon dopante, como no nosso exemplo acima, o neodímio é geralmente


muito pequeno, 1:100. Porém, mesmo assim, isso significa que existe em torno de 10²º
íons por centímetro cúbico. Por esse motivo, pequenos lasers em estado sólido podem
apresentar altíssima potência no seu feixe de saída. Embora, tenha sido desenvolvida
uma grande gama de lasers em estado sólido, com muitas aplicações interessantes,
poucos são comercializados. Os mais vendidos são Nd: YAG. Além do YAG: YLF
(fluoreto de ítrio e lítio), YVO (vanadato de ítrio), YAP (perovsquita de alumínio e ítrio)
e YSGG (granada de ítrio, escândio e gálio), que apresentam características materiais
promissoras. (MAZER, 2000)

Lasers semicondutores
Também chamados de lasers de Diodo, baseados em materiais sólidos. Esses dispositivos
eletrônicos costumam ser muito pequenos e utilizam baixa energia. (MAZER, 2002)

É um pequeno cubo de material semicondutor com dimensões milimétricas, que


converte diretamente corrente elétrica em energia luminosa. O material é crescido em
camadas, de baixo para cima, dentro de um recipiente especial, similar ao crescimento
de um cristal quartzo na natureza. A energia luminosa é emitida em forma de feixe
de laser por uma das faces do cubo e apresenta, no máximo, uma potência de poucos
watts. (MAZER, 2002)

Até o momento, arranjos de lasers de Diodo com alta potência de saída só existem
para algumas faixas de comprimento de onda, em razão da complexidade dessa técnica.
Essas faixas se estendem de 630 a 1.050 nm. (MAZER, 2002)

Os Diodos são classificados em Diodos de emissão contínua (cw) e emissão quase


contínua (qcw). Esse último modo de operação é essencialmente uma emissão
contínua interrompida. Existem também os Diodos pulsados de baixa potência, que
operam pulsos de 100 ns (nanossegundos) com potência com picos de 500 watts.
(MAZER, 2002)

Lasers a gás
Um dos sistemas de laser mais vendidos no mundo é o sistema laser a gás, de dióxido
de carbono CO2. Como o nome sugere, o meio ativo está na forma de vapor ou gasosa.
Existem pelo menos cinco tipos de laser a gás. Eles são classificados como laser de átomos
(Hélio-Neônio), laser íons (Argônio) ou laser molécula (CO2). Existe também o laser
de vapor metálico (laser de cobre) e de excímero (ArF). Os excímeros são geralmente

29
UNIDADE I │ LASERTERAPIA

aletos de gases raros, que consistem de dois átomos e emitem no ultravioleta, portanto
são especialmente adequados para fazer aplicação por meio de fotodissociação (quebra
de estrutura das moléculas). (BEYLOT, 2008)

Lasers de excímero
Até recentemente, esses lasers eram conhecidos pela necessidade de manutenção
frequente e baixa potência de saída. Embora tenha havido um avanço tecnológico
significativo nos últimos cinco anos, esse laser ainda apresenta alto custo. Os lasers de
excímero operam no ultravioleta e, portanto, interagem com a matéria, principalmente
por meio da fotodissociação. Esse processo é indicado à aplicação de microfuração e
ablação superficial. Os efeitos danosos causados ao tecido biológico pela radiação
ultravioleta não são totalmente conhecidos, é necessária muita cautela ao utilizar essa
radiação. (BEYLOT, 2008)

Os lasers de excímero disponíveis no mercado usam fluoreto de gases raros com emissão
estreitas entre 193 e 351 nm. (BEYLOT, 2008)

Lasers de corantes
Utilizam corantes orgânicos complexos, tais como a rodamina 6G, em solução líquida
ou suspensão, como materiais de geração do laser. Podem ser ajustados em uma ampla
faixa de comprimentos de onda.

Quadro 2. Distribuição dos diferentes equipamentos com os seus respectivos comprimento de onda, regime de

pulso e ação.

Comprimento de Regime de
Material Indicação
onda pulso
Cristais
Rubi 694nm Pulsado e Contínuo Remoção tatuagem e pelo.
Alexandrite 755nm Pulsado Remoção de pelo.
Neodímio– YAG 1064nm Pulsado Coagulação de tumores.
Hólmio – YAG 2130nm Pulsado Endodontia.
Érbio- YAG 2940nm Pulsado Peeling.
Semicondutores
AlGalnP 630 – 685nm Contínuo Bioestimulante.
AsGaAl 780-870nm Continuo Bioestimulante.
AsGa 904nm Pulsado Bioestimulante.
Gases
Excímeros 193, 248, 308 nm Pulsado Cirurgia vascular e oftálmica.
Argon 350 – 514 nm Continuo Cirurgia oftálmica e dermatológica.

30
LASERTERAPIA │ UNIDADE I

Comprimento de Regime de
Material Indicação
onda pulso
Vapor de Cobre 578nm Pulsado e Contínuo Cirurgia dermatológica.
HeNe 632,8nm Continuo Bioestimulante.
CO2 10600nm Pulsado e Contínuo Cirurgia dermatológica.
Fonte: Taís Amadio Menegat 2015.

Profundidade – penetração da radiação do


laser
Vários autores relacionam a profundidade do laser com os tecidos biológicos. Todos são
unânimes em afirmar que os estratos biológicos são uma grande barreira à penetração da
radiação óptica. Em relação às diferentes profundidades, cabe ressaltar que diferentes
estudos relacionam a profundidade de penetração com diferentes porcentagens de
energia. A radiação laser pode atingir entre 9,7 a 14,2mm com 1% de energia incidente.
(CAVALCANTI, 2011)

Devido à complexa estrutura dos estratos cutâneos, há uma grande dificuldade na


quantificação tanto de absorção quanto de penetração da radiação laser. São quatro
os processos que podem estar presentes nos diferentes segmentos cutâneos: reflexão,
absorção, transmissão e difusão. A pele absorve cerca de 50% do laser incidente a cada
0,4 -1,0 mm de tecido.

Figura 14. Feixo de reflexo.

Fonte: CAVALCANTI, 2011.

O laser AsGa com 904 nm (comprimento de onda) apresenta poder de penetração


maior, próximo de 1,0 mm de profundidade com 50% e radiação incidente, enquanto o
laser HeNe tem 632,8 nm, aproximadamente 0,40 mm. Apesar da vantagem de maior
penetração do laser AsGa apresentada, a desvantagem de emitir radiação somente no

31
UNIDADE I │ LASERTERAPIA

regime pulsado é que diminui muito a energia depositada, por causa disso, atualmente
tem-se dado preferência aos equipamentos de emissão contínua. (CAVALCANTI, 2011)

Vários autores relatam que a profundidade de penetração da radiação laser é de poucos


milímetros e que a sua absorção se dá em nível superficial; assim existem algumas teorias
que explicam o efeito à distância. Quando os níveis de energia dos quantuns sobrepassa
os 4 ev (eletro-volts) pode-se levar à ruptura das ligações químicas dos compostos de
carbono, hidrogênio ou nitrogênio, que as forças de união são inferiores a 4 ev; nesse
caso há um efeito acumulativo da radiação. Porém, quando a radiação possui níveis de
energia de 1 a 4 ev, não é possível produzir tal ruptura, e sim um desprendimento dos
elétrons, excitação eletrônica, que cessa imediatamente com o término da irradiação.
Os elétrons desprendidos voltam ao seu estado estável de origem sem a possibilidade
de apresentar efeitos acumulativos. As radiações com níveis energéticos inferiores a 1
ev promovem um efeito de vibração molecular com grande capacidade de penetração,
provocando um aumento da temperatura. As radiações laser atualmente utilizadas na
prática clínica promovem somente uma excitação eletrônica, uma vez que o seu nível
energético está abaixo de 4 ev. Q

uadro 3. Nível da resposta com energia.

Nível de Resposta Nível de Energia


Vibração Molecular < 0,8 ev
Excitação de elétron 1,0 a 4,0 ev
Ionização > 6,0 ev
Fonte: Taís Amadio Menegat 2015.

Quadro 4. Recursos terapêuticos.

Recurso Terapêutico Nível de Energia


Infravermelho 0,0012 ev
AsGa 1,37 ev
HeNe 1,94 ev
Ultravioleta C 6,0 ev
Fonte: Taís Amadio Menegat 2015.

Reflexão: pode ocorrer na interface entre os diferentes estratos, devido à diferença do


índice de reflexão.

Absorção: iniciará um processo bioquímico ou bielétrico. A absorção da radiação


pelos diferentes tecidos dependerá do laser utilizado, uma vez que cada tecido absorve
diferentes comprimentos de onda. HeNe é absorvido por tecidos, preferencialmente
vermelhos, e o AsGa por tecidos brancos e translúcidos.

32
LASERTERAPIA │ UNIDADE I

Transmissão: é o percurso da radiação nos diferentes estratos.

Difusão: ocorre em partes pelas moléculas, fibras ou células no interior dos estratos.
É dependente das dimensões das partículas que formam o estrato em relação ao
comprimento da onda em que se emite a radiação.

(CAVALCANTI, 2011)

Funcionamento da radiação a laser na pele


A luz pode ser absorvida ou difundida através da pele. Em geral os efeitos nos tecidos
ocorrem somente quando a luz é absorvida. (ANTONIO, 2010)

Quando a absorção ocorre, o fóton entrega a sua energia a um átomo ou molécula


chamada de cromóforo. Uma vez absorvido pelo cromóforo, o fóton cessa de existir e o
cromóforo se torna excitado. (ANTONIO, 2010)

Figura 15. Profundidade do laser.

Fonte: <http://www.bemestarmed.com.br/site/radiacao-luminosa-laser-e-luz-intensa-pulsada-fundamentos-dos-tratamentos-
esteticos/>. Acesso em: 20 jun. 2015.

A absorção de ultravioleta (UV) e luz visível levam à excitação eletrônica do cromóforo.


Luz infravermelha tende a causar excitação vibracional. Os três cromóforos primários
na pele são água, hemoglobina e melanina. Os cromóforos exibem faixas características
de absorção em certos comprimentos de onda. É esse fato que permite o delineamento
de alvos específicos para a atividade do laser. A melanina é largamente absorvida por
meio do espectro. Em contraste, a absorção do sangue é dominada pela oxihemoglobina

33
UNIDADE I │ LASERTERAPIA

e ocorre reduzida absorção de hemoglobina, a qual exibe fortes faixas no UV, azul, verde
e faixas amarelas. (ANTONIO, 2010)

Na epiderme, normalmente pigmentada, a absorção é o processo dominante sobre a


maioria do espectro óptico (200 – 1000nm). Na derme, a difusão pelas fibras de colágeno
pode ocorrer. A penetração da luz na derme é largamente dominada pela difusão, a qual
varia inversamente com o comprimento da onda. A profundidade de penetração está,
geralmente, inversamente relacionada com o comprimento de onda entre 280 – 1300
nm. Nessa região corresponde ao UVB e UVA, visíveis e próximos do infravermelho;
quanto mais longo o comprimento de onda, mais profunda a penetração. A luz dissipada
é maior com comprimentos de ondas curtos. Em um comprimento de onda abaixo de
300 nm há uma forte absorção para proteínas, ácido urocânico e DNA. Acima de 1300
nm, a penetração diminui devido à absorção da luz pela água. (ANTONIO, 2010)

A luz se apresenta branca ou branco-amarelada porque contém todos os diferentes


comprimentos de onda do espectro de luz visível. Um prisma colocado em frente a
uma lâmpada irá refratar a luz e as cores que o constituem, irão separar-se em forma
de arco-íris. A luz do laser é pura e monocromática tendo, portanto, atração por um
cromóforo-alvo específico. A maior região de penetração do comprimento de onda é a
650 – 1200 nm, vermelha e perto da região do espectro infravermelho. As regiões menos
penetráveis são as distantes do ultravioleta e do infravermelho. (ANTONIO, 2010)

A capacidade de condensar energia luminosa em pulsos ultracurtos permite que


moléculas-alvo possam ser excitadas até níveis energéticos mais elevados, absorvendo
mais a energia no cromóforo-alvo e liberando uma energia total menor para os tecidos
ao redor. (ANTONIO, 2010)

Em termos práticos, temos:

Tratamento de tatuagens e lesões pigmentadas benignas: a melanina tem


absorção da luz e consequente ruptura da molécula nos comprimentos de onda
entre 400 nm e 600 nm. Laser com comprimento de onda nessa faixa, como é o
caso do Nd: Yag QS (532 nm), obtém bons resultados em lesões superficiais. Já
tatuagens têm uma resposta específica para cada cor. Assim, tintas preta e azul
absorvem radiação em uma ampla faixa de comprimento de onda no espectro
visível e infravermelho proximal. Já a tinta verde responde melhor ao laser no
comprimento de onda de 694 nm (QS de Rubi) e 755 nm (QS de Alexandrite). A
cor amarela e as cores pastel são de difícil tratamento, e a resolução completa é
incomum. As tatuagens feitas por amadores geralmente necessitam de menos
tratamento do que as tatuagens feitas por profissionais. (TRINDADE, 2009)

34
LASERTERAPIA │ UNIDADE I

Redução de pelos: o mecanismo exato e o cromóforo responsável ainda


permanecem incompletamente compreendidos. Supõe-se que o cromóforo
absorvente seja a melanina na haste do pelo e nas células da matriz. Por esse
motivo, pelos grisalhos e brancos são altamente resistentes ao tratamento.
Observa-se uma boa resposta na radiação de espectro entre 600 e 1200 nm.
Portanto, lasers de Rubi (694nm), Alexandrite (755nm), Diodo (800 nm) e Nd: Yag
(1.064nm) são os mais utilizados. (TRINDADE, 2009)

Lesões vasculares: a hemoglobina possui pico de absorção da luz nos


comprimentos de onda entre 400 nm e 600 nm ultrapassando apenas em alguns
comprimentos a absorção de luz da melanina. Utilizando-se desses comprimentos
consegue-se maior lesão vascular com menor risco de hipocromia. (TRINDADE,
2009)

Resurfacing: esse é um capítulo a parte, uma vez que o princípio do tratamento


é a lesão de todas as moléculas até o cromóforo, que na verdade tem papel
de limitar a lesão ao absorver a energia. São os chamados lasers ablativos,
que se destacam em relação aos anteriormente descritos. Essa classe de lasers
tem como cromóforo a água e comprimento de onda elevado. Seus principais
representantes são o laser de CO2 (10.600 nm) e Erbium:Yag (2.940 nm).
(TRINDADE, 2009)

Interações terminais

Em aplicações dermatológicas, a maioria dos procedimentos que utilizam laser produz


calor. Conforme a temperatura sobe, muitas das estruturas essenciais dentro das células
são desnaturadas; isso inclui DNA, RNA e membrana das células. A desnaturação
resulta na perda da função celular via coagulação das macromoléculas. A coagulação
termal produz necrose na célula e, se difundida, uma queimadura. (COSTA et al, 2011)

A maioria das células humanas podem facilmente resistir a temperaturas até 40º C.
A combinação de tempo e temperatura determina se uma dada população celular
pode sobreviver em temperaturas mais elevadas. Isso ocorre porque a desnaturação
termal é um processo de proporção: o calor aumenta à velocidade que as moléculas se
desnaturam. (TOREZAN et al, 1999)

A exposição a temperaturas elevadas, na maioria dos organismos e células, induz uma


reação chamada resposta ao calor de choque. (TOREZAN et al, 1999)

35
UNIDADE I │ LASERTERAPIA

Essa resposta é caracterizada pela inibição da síntese proteica normal, e indução da


síntese de um particular conjunto de proteínas chamadas de proteínas de choque de
calor (HSPs), as quais conferem alguma resistência à lesão termal. Um exemplo que
encontramos na natureza são algumas bactérias termofílicas que podem sobreviver de
80 a 90º C. Esses organismos têm membranas termalmente estáveis que são protegidas
pela produção de HSPs. (COSTA et al, 2011)

Lesões termais por indução de laser são bem descritas por um modelo ARTHENIUS,
o qual diz que o nível de desnaturação celular é exponencialmente relacionado à
temperatura. Assim, o acúmulo do material desnaturado aumenta exponencialmente
com a temperatura, e proporcionalmente com o tempo. Próximo de uma temperatura
crítica (que é diferente para diferentes tecidos) ocorre uma rápida coagulação: isso é
importante para as bem definidas margens histológicas de coagulação no laser e outras
lesões termais. Na derme, a matriz estrutural proteica extracelular, o colágeno, tem um
papel predominante na coagulação. (COSTA et al, 2011)

A elastina é termalmente estável e pode sobreviver à fervura sem lesão aparente. Por
contraste, o colágeno tem transição aguda de derretimento por uma forma fibrilar entre
80 a 70ºC. Nessa, ou acima dessa temperatura, podem surgir cicatrizes. A fototermólise
seletiva permite o aquecimento selecionado dos alvos dentro da derme, tais como vasos
sanguíneos e folículos pilosos, com a preservação da derme entre os alvos. Um limite
superior é colocado pela absoluta necessidade de manter a pele numa temperatura
abaixo de 60 a 70ºC. (TOREZAN et al, 1999)

Quanto mais o tecido ficar exposto à energia do laser, maior disseminação da energia
termal para os tecidos circunvizinhos. Para limitar a exposição do tempo para uma dada
fluência, o poder do laser deve ser aumentado para compensar; ou seja, a fototermólise
visa destruir um tecido-alvo de forma controlada e localizada, lesionando ao mínimo os
tecidos adjacentes. (TOREZAN et al, 1999)

Uma vez que a luz do laser foi absorvida pelo tecido, a energia é convertida em energia de
calor. Por meio da condução, o tecido circunvizinho torna-se aquecido. O processo pelo
qual o calor se torna difuso dentro do tecido por condução é chamado de relaxamento
termal. O tempo de relaxamento termal (TRT) é definido por uma dada estrutura de
tecido, com o tempo necessário para o tecido aquecido perder metade de seu calor.
A chave para desfazer a ablação do tecido é ser capaz de torná-lo mais rápido do que o
calor, que é conduzido para o tecido circunvizinho. (TOREZAN et al, 1999)

36
LASERTERAPIA │ UNIDADE I

Interações laser – tecido

Um número de parâmetros controla os efeitos laser-tecido, incluindo comprimento


de onda, fluência, irradiação, tamanho da lesão e a quantidade de tempo que o tecido
é exposto à luz do laser. Com lesões menores, a luz é mais facilmente removida por
difusão quando comparada com lesões maiores. Para alcançar a maior profundidade de
penetração efetiva na pele, é utilizado em lesões grandes a combinação de comprimento
da onda de 600 a 1300 nm. (ANTONIO, 2010)

Resfriamento da pele

A melanina epidérmica é frequentemente um indesejado alvo cromóforo durante o


tratamento a laser. Dano epidérmico pode ser minimizado com o uso de resfriamento da
pele. Isso é especialmente importante no tratamento de tipos de pele mais pigmentada,
nas quais os efeitos colaterais são mais comuns.

Todos os métodos de resfriamento envolvem a extração do calor por condução à


superfície da pele. O agente de refrigeração pode se mover ao longo da pele, como no
caso de escoamento de gás ou líquido ou um sólido em movimento. Para o resfriamento
de spray, o agente de resfriamento é um líquido cuja temperatura é mais baixa do que
a temperatura da superfície cutânea. Nesse caso, o resfriamento é via evaporação; a
camada refrigerante desenvolve num tempo enquanto o líquido ferve e evapora. Em
refrigeramento com um contato sólido, o agente ativo é tipicamente um sólido com alta
capacidade termal e condutividade. Com gel frio, o resfriamento passivo ocorre.
A combinação da temperatura, qualidade de contato, e condutividade termal do meio
frio determinam com que rapidez o calor pode ser extraído da pele.

Há três tipos básicos de resfriamento da pele: pré-resfriamento, resfriamento paralelo


e pós-resfriamento, que corresponde à extração do calor da pele, antes, durante e após
a exposição ao laser. O pré-resfriamento diminui a temperatura antes da chegada do
pulso do laser. Para pulsos mais curtos do que 5 ms, tais como o Q-switched, o tempo
necessário para extrair calor de toda a epiderme é minimizado, o pré-resfriamento
fornece toda a proteção necessária. Aparelhos de resfriamento dinâmico, tais como
spray líquido de cryogen, fornecem um pré-resfriamento mais agressivo e superficial.

O resfriamento paralelo se refere ao resfriamento durante o pulso laser, e é mais efetivo


para pulsos mais longos do que 5 a 10 ms. Spray de resfriamento interfere fisicamente

37
UNIDADE I │ LASERTERAPIA

com o pulso do laser e é, portanto, não adequado para o resfriamento paralelo. Com
a safira fria pressionada à pele, justamente antes ou durante o pulso longo do laser, é
possível evitar seguramente fluências muito grandes, mesmo em peles pigmentadas.
O pós-resfriamento é usado para minimizar a dor e o eritema.

Esquema de resfriamento na emissão de luz pulsada para vasos. O uso do gel gelado
minimiza dano térmico à epiderme e permite a termocoagulação do vaso. Sem o gel a
epiderme já é afetada antes de ocorrer a coagulação do vaso. (ZHANG et al, 2013)

Figura 16. Resfriamento da pele.

Fonte: (KAMINSKY, 2009).

No próximo exemplo ilustrativo, o spray de criogênico está sendo liberado sobre a


pele milissegundos antes do pulso de laser. O resfriamento é rápido e ocorre somente
na camada superior da epiderme. Pode ser controlada a quantidade de gás liberada e
tempo de ação sobre a pele. Não resfria as estruturas abaixo da superfície da pele. Não
impede a visibilidade durante o tratamento.

Figura 17. Resfriamento da pele durante aplicação.

Fonte: (KAMINSKY, 2009)

38
LASERTERAPIA │ UNIDADE I

Caso tenha interesse em saber mais sobre este assunto indico os seguintes
artigos:

»» Wang G. Low level laser therapy (LLLT). Technology Assessment.


2004, p.34.

»» Patriota RCR. Laser um aliado na dermatologia. Rev Med São Paulo.


2007 abr.-jun.; 86(2):64-70.64

39
TRATAMENTO DE
REJUVENESCIMENTO UNIDADE II
COM LASER

CAPÍTULO 1
Resurfacing – Laser CO2

Resurfacing – laser CO2

Introdução

Foi desenvolvido, em 1964, que o comprimento de onda é intensamente absorvido


pela água intra e extracelular. Laser de CO2 contínuo foi primeiro desenvolvido como
instrumento de corte cirúrgico. Seu uso foi limitado pelo perigo de desidratação dos
tecidos adjacentes. Essa limitação fez com que fossem desenvolvidos lasers de CO2
pulsados, que permitem um resurfacing com precisão e menores riscos. (CAMPOS,
2010)

Várias modificações, relativamente recentes, têm sido aplicadas aos lasers de CO2,
permitindo seu uso corrente como laser de escolha para resurfacing cutâneo profundo
e para cicatrizes de acne. Apresentam também indicações para o tratamento de rugas,
lesões superficiais, outros tipos de cicatrizes e fotoenvelhecimento. No entanto,
pode ocasionar alguns efeitos colaterais significantes como infecção bacteriana e
viral pós-operatória, cicatrizes, eritema prolongado e hipopigmentação permanente.
(CAMPOS et al, 2009)

Desde a descoberta da fototermólise seletiva por Anderson e Parrish, os lasers têm sido
utilizados no tratamento do rejuvenescimento da pele, com início no Brasil na década
de 1990. Os lasers de CO2 10.600nm e de Erbium 2.940nm não fracionados de primeira
geração foram os primeiros a ser usados. A penetração depende do conteúdo de água e
independe da melanina e da hemoglobina, sendo seu coeficiente de absorção de água
de 800/cm. A duração média de um pulso é inferior a um milissegundo e penetra
cerca de 20 μm no tecido. Os resultados foram muito animadores mas, como fazem

40
RATAMENTO DE REJUVENESCIMENTO COM LASER │ UNIDADE II

a ablação completa da epiderme, ambos apresentam todas as possíveis complicações


da exposição total da derme no período pós-operatório (PO). O Erbium é um pouco
mais suave, e tem menor incidência de efeitos colaterais. Por ser um procedimento
tão agressivo, frequentemente gera um problema pessoal e familiar ao paciente. Todas
essas dificuldades técnicas fizeram com que, após um período de grande entusiasmo, o
CO2 e o Ebrium fossem realizados com menor frequência. (CAMPOS, 2010)

Em laser de CO2 há uma mistura de gases de dióxido de carbono, hélio e nitrogênio.


Durante a operação laser, os elétrons da corrente de descarga colidem com as moléculas
de N2, que entram em um estado excitado. Colidindo nesse estado com uma molécula
de CO2, eles podem transferir sua energia de excitação para essa nova molécula que,
recebendo a energia, salta para o nível energético laser superior. (CAMPOS et al, 2009)

Diferentes vibrações da molécula de CO2

Diferencialmente de um laser sólido, a molécula de CO2 não acumula a energia de


excitação por meio de elétron, que salta para órbitas mais altas, mas por meio de uma
vibração relativa entre átomos da molécula.

Figura 18. Vibração molécula CO².

Estado de Repouso

Vibração antissimétrica do estiramento – nível laser superior.

Vibração simétrica de estiramento – nível laser inferior para emissão em 10,6 µm.

41
UNIDADE II │ RATAMENTO DE REJUVENESCIMENTO COM LASER

Oscilação de flexão – nível laser inferior para emissão em 9,6 µm.

Fonte: CAMPOS, 2010

Após transferência de energia da molécula de nitrogênio para o CO2 por meio de uma
colisão entre ambos, o CO2 executa uma vibração assimétrica de estiramento. Desse
nível de energia, a molécula decai sob a emissão de um fóton para o nível laser inferior.
Desse nível, a molécula retorna rapidamente para o nível fundamental, principalmente
pela adição de hélio, que consegue retirar de maneira eficiente à energia restante
da molécula de CO2. Além de ajudar no resfriamento do CO2, o hélio também tem
propriedade de ajudar manter uma alta concentração de elétrons na área de descarga.
(CAMPOS et al, 2009)

Tipos de laser CO2

Os lasers CO2 podem ser: contínuo, superpulsado, ultrapulsado e fracionado. Com a


tecnologia utilizando laser de CO2, uma das primeiras tecnologias a serem utilizadas por
terem um comprimento de onda muito alto, com atração não seletiva por cromóforos
específicos (o CO2 atinge a água), tornou-se agressivo, com down time elevado e
algumas complicações quanto à cicatrização, tendo sido ultrapassado por outras novas
tecnologias. Atualmente, tem seu uso enaltecido por ter sido associada à tecnologia
fracionada com atuação aleatória na pele.

»» Pulsado: energia constante, dano tecidual intenso -> utilização para


corte e coagulação. Devido à condução do calor, cerca de 1 mm do tecido
colateral é lesado.

»» Superpulsado: pulsos extremamente rápidos, de forma que o tecido


interpreta de maneira continua, embora o dano tecidual colateral seja
menor.

»» Ultrapulsado: altos picos de energia, pulsos mais longos e intervalos


entre os pulsos mais demorados, levando à vaporização do tecido com
mínimo dano térmico à distância.

42
RATAMENTO DE REJUVENESCIMENTO COM LASER │ UNIDADE II

»» Flashcan: utiliza fonte continua em que espelhos computadorizados


focalizam o feixe no tecido, distribuindo-o em forma de espiral. Menos
de 0,1 mm de dano colateral.

»» Fracionado: emite luz de maneira fracionada e aleatória, promovendo


menor down time, menor dor e resultados satisfatórios.

(CAMPOS, 2010)

Indicações

Existem três indicações primárias para o uso do CO2:

»» rugas e fotoenvelhecimento;cicatrizes traumáticas e de acne;

»» lesões de pele.

(CAMPOS, 2010)

Rugas e fotoenvelhecimento

As rugas faciais podem ser divididas em duas categorias: estáticas, que são o resultado de
fotoexposição crônica e do processo normal de envelhecimento, e dinâmicas, causadas
por expressões faciais repetidas e ação muscular. (GUIRRO; GUIRRO, 2001)

Desses dois tipos, as estáticas e o fotoenvelhecimento respondem melhor ao tratamento


a laser. Para rugas dinâmicas é necessário associação com outros procedimentos
visando à diminuição da ação muscular, causadora da ruga. (GUIRRO; GUIRRO, 2001)

Pacientes com rugas generalizadas, periorbitais e rugas periorais terão uma melhora
significante e duradora com a aplicação do laser CO2. (CAMPOS, 2010)

Figura 19. Envelhecimento.

Fonte: <http://www.dermatofuncional.pt/envelhecimento-cutâneo>. Acesso em: 10 jun.2015.

43
UNIDADE II │ RATAMENTO DE REJUVENESCIMENTO COM LASER

Cicatrizes traumáticas e de acne

O laser de CO2 no tratamento de cicatrizes pode ser utilizado para rebaixá-las ou


aplainar os tecidos vizinhos, no caso de cicatrizes atróficas, como sequela de acne.
Outros procedimentos podem ser associados com o objetivo de otimizar o resultado,
como, por exemplo, subincisão ou preenchimento. (CAMPOS, 2010)

Figura 19. Cicatriz de acne.

Fonte: <www.dermatologia.net>. Acesso em: 10 jun. 2015.

Lesões de pele

A principal indicação para o laser de CO2 são as lesões epidérmicas, como queratose
actínica e seborreica, nevo epidérmico, verrugas, queilite actínica, dermatose papulosa
nigra (CAMPOS, 2010)

Figura 20. Lesão epidérmica.

Fonte: <www.dermatologia.net>. Acesso em: 10 jun. 2015.

44
RATAMENTO DE REJUVENESCIMENTO COM LASER │ UNIDADE II

Lesões dérmicas também podem ser tratadas com o laser de CO2, apesar de não ser o
ideal, pois o dano térmico profundo poderá levar à formação de cicatrizes. Essas lesões
incluem: hiperplasia sebácea, siringomas, nevos intradérmicos, veno misto e rinofima.
(CAMPOS, 2010)

Mecanismo de ação do laser CO2


O laser CO2 opera na parte mediana da porção invisível do espectro
eletromagnético, em 10.600 nm. Nessa faixa, não há um cromóforo específico
que absorva o laser, ocorrendo, portanto, absorção não seletiva da luz pela água
intra e extra vascular. (AVRAM, 2009)

Quando aplicado o laser CO2, a primeira passada remove a epiderme. A segunda


e a terceira passadas fazem com que o colágeno se encolha, sendo produzido um
efeito térmico controlado. Em longo prazo, ocorre a estimulação da formação de
neocolágeno. (AVRAM, 2009)

Passadas sucessivas terão pouco efeito ablativo em razão da falta do cromóforo


(água), trazendo efeitos térmicos cumulativos, impossíveis de serem previstos
e controlados. Assim, o laser de CO2 tem efeito ablativo menor e térmico maior,
quando comparado ao érbio. (AVRAM, 2009)

O mecanismo de rejuvenescimento facial com o laser de CO2 ocorre de três


maneiras:

»» remoção da pele fotoenvelhecida;

»» encolhimento das fibras de colágeno;

»» a longo prazo, estimulação de neocolágeno.

Dependendo da quantidade e da concentração de energia que incide no tecido,


serão obtidos efeitos de ablação, podendo ser usado para corte (concentração
de energia em um ponto) ou resurfacing (ponteira colimada). (AVRAM, 2009)

Em geral, o mecanismo de ação dos lasers é pela produção de calor: pequenas


elevações de temperatura produzem bioestimulação; elevações entre 60°C e
85°C provocam a coagulação; acima de 85°C, a carbonização; e a vaporização
ocorre com temperatura próxima aos 100°C. (AVRAM, 2009)

No laser de CO2, a vaporização ocorre quando o ele atinge a pele, através do


aquecimento muito rápido da água – fenômeno que gera a ablação, remoção

45
UNIDADE II │ RATAMENTO DE REJUVENESCIMENTO COM LASER

tecidual responsável pelo resurfacing ablativo. Além disso, essa reação é


exotérmica, ou seja, libera calor que se dissipa pelas células adjacentes, gerando
um efeito térmico residual. Essa transferência de calor é provavelmente
responsável pela desnaturação do colágeno. A desnaturação do colágeno
contribui para a contração em si do tecido (frequentemente visível a olho nu
durante o procedimento) e a melhora das rugas e flacidez que ocorre após o
procedimento. Esse fenômeno também induz uma reação tecidual que gera
neocolagênese nos seis meses posteriores ao procedimento. Em resumo, o laser
de CO2 produz rejuvenescimento da pele através da ablação (remoção da pele
fotolesada), contração de colágeno e neocolagênese. (AVRAM, 2009).

Vantagens da técnica: os resultados são excelentes após uma única sessão.

Desvantagens e limitações: sendo a técnica muito agressiva, o PO é longo e


desconfortável, com risco relativamente alto de cicatrizes. Não deve ser feito nas épocas
de maiores radiações solares, o que nem sempre é possível de se evitar em algumas
regiões do Brasil.

Contraindicações

Absolutas:

»» Infecção herpética ativa.

»» Acne ativa.

»» Doenças do colágeno (esclerodermia).

»» Vitiligo.

»» Áreas submetidas à radioterapia ou queimaduras.

»» História de queloide, cicatriz hipertrófica.

»» Uso de isotretinoína nos últimos dois anos (essa droga promove atrofia
dos anexos cutâneos, que são responsáveis pela reepitelização).

Relativas:

»» Herpes Zoster.

»» Atrofia ou cicatriz pós peeling químico, mecânico ou eletrólise.

»» Peles sensíveis.

46
RATAMENTO DE REJUVENESCIMENTO COM LASER │ UNIDADE II

»» Pele tipo Fitzpatrick V e VI.

»» Descolamento ou retalho cutâneo recente.

(FIFE,2009)

Técnica passo a passo

Um mês antes: recomendar o uso de filtro solar, ácidos retinóicos, glicólico ou


vitamina C.

Pré-procedimento: o uso de antiviral sistêmico é sempre obrigatório para a prevenção


do herpes simples na face, sendo discutível o uso de antifúngicos e antibióticos
profiláticos.

Em peles mais claras, com menor risco de hiperpigmentação, produtos contendo ácido
retinoico e hidroquinona serão utilizados por um período de duas a quatro semanas
anteriormente à aplicação do laser CO2. Em peles mais escuras, deve se dar maior
atenção à supressão da pigmentação com o uso de ácido glicólico, hidroquinona e kójico,
por um período mais prolongado, dependendo da resposta da pele até por 12 semanas.

Procedimento: por ser muito doloroso, vários recursos devem ser utilizados para
minimizar a dor do paciente. A anestesia tópica deve ser iniciada uma hora antes da
sessão, acrescida do uso de sedativos orais e analgésicos. Muitas vezes, dependendo do
nível de ansiedade do paciente, indica-se anestesia geral ou sedação.

O aspirador de fumaça deve ser usado durante todo o procedimento, que só deve ser
iniciado após a limpeza meticulosa da pele, eliminando-se quaisquer resquícios de
creme anestésico. A anestesia troncular é bastante útil na analgesia das regiões malar e
supralabial. O resfriamento da pele com ar frio entre os disparos (para não atrapalhar o
aspirador de fumaça) alivia muito a sensação de queimadura que o laser de CO2 produz.

Após o procedimento: o paciente deve ser mantido em sala bem resfriada, com
máscara fria e ar gelado voltado para a face tratada, e se necessário deve ser prescrito
um analgésico oral. O paciente deve deixar o consultório apenas após o alívio da dor.
Utilizam-se compressas de solução salina para limpeza, creme cicatrizante e antiviral
sistêmico até a epitelização completa. Nesse período, o paciente deve ser visto pelo
médico diariamente ou em dias alternados. Antibiótico e antifúngicos sistêmicos devem
ser imediatamente prescritos se houver indícios clínicos de infecção bacteriana ou
monilíase. O LED (Luz Emitida por Diodo) tem efeito anti-inflamatório e cicatrizante,
e pode ser usado no pós-operatório.

47
UNIDADE II │ RATAMENTO DE REJUVENESCIMENTO COM LASER

O paciente deve ser orientado a não se expor diretamente ao sol por, no mínimo, seis
meses após o procedimento. O paciente é instruído a usar filtro solar UVA/UVB não
oleoso, contendo um bloqueador físico. No PO poderá ser associado à uma base cor da
pele, para disfarçar o eritema.

Resultados esperados: são muito exuberantes após uma única sessão, mas a técnica
é invasiva e o paciente apresenta uma limitação social por 30 dias, mantendo-se a pele
fotossensível e eritematosa por até seis meses.

Assim, como nos demais procedimentos a laser, com o Laser de CO2 existe a necessidade
de documentação fotográfica padronizada prévia e posterior, para a segurança do
médico e demonstração dos resultados ao paciente, sendo também recomendável a
obtenção do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.

Laser Erbium: YAG

Introdução

O Erbium: YAG foi o segundo laser desenvolvido para Resurfacing ablativo. Emite um
raio com comprimento de onda de 2.940 nm na faixa infravermelha, que se aproxima
do pico de absorção de água (coeficiente de absorção de água = 12.000). Esse laser tem
profundidade de penetração limitada a 1 a 3 μm de tecido por J/cm2, enquanto o CO2
atinge 20 a 30 μm. O efeito térmico residual também é muito menor com o Er:YAG. Isso
provoca uma ablação mais precisa da pele com um mínimo de danos para os tecidos (valor
estimado de 10 a 40 μm). Ocorre sangramento durante o tratamento, caracterizando
um inconveniente desse laser. A eficácia global do Laser Er:YAG é comparável à do
Laser de CO2; no entanto, os resultados desse último são ainda considerados superiores
na maioria dos estudos comparativos. Contudo, o Laser Er:YAG induz cicatrização mais
rápida e com efeitos colaterais menos frequentes e menos graves. Melhores indicações:
envelhecimento facial moderado, tratando lesões pigmentadas e melhorando cicatrizes.
É indicado para pacientes que querem rejuvenescer sem correr os riscos dos efeitos
colaterais do Laser de CO2 (STEINER et al, 2011).

Segundo Dr. Hughes, o Laser Erbium: YAG produz contração cutânea de 14% após 16
semanas de aplicação, decorrente do remodelamento da derme.

Zweig et al publicaram, em 1988, um estudo comparativo da interação tecidual do


laser Erbium: YAG infravermelho médio, que opera a 2,94 ųm e o de CO2 a 10.6 ųm.
Chegaram à conclusão de que o dano térmico adjacente às aplicações do laser é mais
reduzido com Erbium: YAG. Esse laser é capaz de promover na pele uma correção

48
RATAMENTO DE REJUVENESCIMENTO COM LASER │ UNIDADE II

precisa de suas imperfeições por meio de um efeito controlado de vaporização tecidual,


enquanto produz um estiramento zona residual de destruição térmica.

Mecanismo de ação do Laser Erbium: YAG

Na água a profundidade de penetração do comprimento de onda do Erbium:


YAG é de somente 0,75 ųm, sendo do CO2 de 10 ųm. Assim, esse laser
possui um comprimento de onda de 2,94 ųm e apresenta um coeficiente de
absorção de água 13 vezes maior em relação ao Laser de CO2. Como o tecido
é constituído substancialmente por H2O, a radiação por qualquer desses dois
comprimentos de onda serve bem para cortes de alta precisão. Porém, em
razão da disponibilidade de guias de onda óptica apropriada ao nível de 2,94
ųm, pode-se observar uma gama de aplicações cirúrgicas muito maior para o
Erbium: YAG. (STEINER et al, 2011)

Um comprimento de onda de 2940 nm, pulsado com duração de 350 ms por


pulso, também tem sido utilizado para resurfacing, com a vantagem de produzir
menor eritema e ablação superficial com menor injúria térmica que o Laser de
CO2. Apresenta absorção 20 vezes superior ao CO2, assim sua penetração é 20
vezes menor que o CO2. (STEINER et al, 2011)

Vantagens da técnica: resultados visíveis após uma única sessão. Desvantagens


e limitações: em caso de fotoenvelhecimento severo, há necessidade de repetir
o tratamento. O risco de efeitos colaterais não é desprezível, porém menor
quando comparado ao CO2. (STEINER et al, 2011)

Indicações

Considera-se que as principais indicações para o uso do Laser Erbium: YAG sejam para
o tratamento de:

»» Melanoses e queratoses solares.

»» Rugas periorbiculares e periorais.

»» Rugas finas.

»» Rejuvenescimento cutâneo.

»» Nevos.
49
UNIDADE II │ RATAMENTO DE REJUVENESCIMENTO COM LASER

»» Hidradenoma sebáceo.

»» Rinofima.

»» Xandelasma.

»» Cicatrizes atróficas de acne.

»» Cicatrizes pós-traumáticas.

»» Implante capilar.

Contraindicações

Considera-se que as principais contraindicações sejam:

»» infecções;

»» alergias;

»» alterações psíquicas graves.

(NORONHA et al, 2005)

Técnica passo a passo

Um mês antes: conduta semelhante à do Laser CO2.

Pré-procedimento: obrigatório o uso de antiviral oral no caso de história prévia de


herpes simples na face.

Procedimento: proceder à limpeza da pele e utilizar o aspirador de fumaça; pode


ser feito apenas com anestésico tópico, havendo necessidade eventual de sedação ou
anestesia geral.

Após o procedimento: a conduta é idêntica à do laser anterior, com a ressalva de


que, com o uso do Laser Er:YAG, os fenômenos dolorosos e inflamatórios são de menor
intensidade.

Resultados esperados: os resultados são altamente satisfatórios para o


fotoenvelhecimento moderado; em casos de fotoenvelhecimento severo, devem ser
indicadas sessões complementares.

50
RATAMENTO DE REJUVENESCIMENTO COM LASER │ UNIDADE II

Caso tenha interesse em saber mais sobre este assunto indico os seguintes
artigos:

»» CAMPOS, V.; MATTOS, R.A.; FILLIPPO, A.; TOREZAN, L.A. Laser no


rejuvenescimento facial. Surgical and Cosmetic Dermatology
2009;1(1):29-36

»» SALUJA, R.; KHOURY, J.; DETWILER, S.P.; GOLDMAN, M.P. Histologic


and clinical response to varying density settings with a fractionally
scanned carbon dioxide laser. J Drugs Dermatol. 2009;8(1):17-20.

51
CAPÍTULO 2
Tratamento vascular com laser

Introdução
Os lasers apresentam excelentes resultados no tratamento das lesões vasculares.
Tanto emitido em luz visível (Argônio, vapor de cobre, laser corante pulsado), como
invisível (CO2 e Nd: YAG) têm sido utilizados no tratamento dessas desordens cutâneas
(CARVALHO et al, 2010).

Cada um desses lasers produz diferentes comprimentos de onda e amplitudes de


pulsos e envolve um método diferente de distribuição de energia, onda contínua, quase
contínua, pulsada e Q-swiched cujas características determinam seu efeito no tecido
vascular (CARVALHO et al, 2010).

As lesões vasculares são constituídas de cromóforos vermelho-azulados, nos quais


a principal substância que absorve luz é oxihemoglobina. Uma vez que a luz
incide e é absorvida pela hemoglobina, ocorre sua conversão em calor, que danifica o
endotélio e o tecido conectivo adjacente, alterando suas características e destruindo o
vaso. Os picos de absorção da oxihemoglobina verificam-se principalmente na porção
azul-verde-amarela da luz visível (400 a 600 nm) com menor absorção entre 800 a
1.100 nm. A luz visível tem sido o principal instrumento usado para o tratamento das
lesões vasculares. Maiores comprimentos de onda penetram mais profundamente na
pele com menor dispersão. Os comprimentos de onda de 577 a 585 nm, que coincidem
com um pico de absorção da hemoglobina, têm sido os raios utilizados na maioria
dos equipamentos para o tratamento dessas lesões (CARVALHO et al, 2010).

Os lasers com maior comprimento de onda (532 a 690 nm) permitem a penetração
mais profunda da luz, demonstrando maior seletividade para hemoglobina do que
para melanina. Os de menor comprimento de onda (488 a 532 nm) tendem a ser
melanina-específico, causando competição com a melanina. Quanto mais amarela
a luz, maior afinidade com hemoglobina; quanto mais verde, maior afinidade
com a melanina. Os lasers quase contínuos são excelentes para o tratamento de
telangiectasias de grande calibre, em razão da sua capacidade de produzir mais
calor profundo. Nas telangiectasias de pequeno calibre, ou pequenos vasos, e
em hemangiomas, pode ser utilizada a luz intensa pulsada, 532 nm (NAVARRO
et al, 2001).

52
RATAMENTO DE REJUVENESCIMENTO COM LASER │ UNIDADE II

Classificações das lesões vasculares


Podem ser classificadas de acordo com sua evolução, em congênitas ou adquiridas.

Congênitas

»» Manchas cor de vinho do porto (PWS).

»» Hemangiomas.

»» Más-formações venosas.

»» Linfangiomas.

Adquiridas

»» Telangiectasias.

»» Angiomas em “cereja”.

»» Lagos venosos.

»» Granuloma piogênico.

»» Poiquilodermia de Civatte.

»» Sarcoma de Kaposi.

As lesões congênitas são mais frequentes na cabeça e região cervical, e por definição
aparecem na infância. Por outro lado, as adquiridas desenvolvem-se em qualquer
período de vida, como resultado de traumas, influência hormonal, degeneração solar,
ou como sinal de uma síndrome.

(CARVALHO et al, 2010)

Principais indicações do uso do laser em


lesões vasculares
»» Mancha cor de vinho do porto (PWS).

»» Hemangiomas.

»» Telangiectasias.

53
UNIDADE II │ RATAMENTO DE REJUVENESCIMENTO COM LASER

»» Poiquilodermia de Civatte.

»» Angioma em “cereja”.

»» Rosáceas.

(NAVARRO et al, 2001)

Sistema a laser utilizado para tratamento de


lesões vasculares
Na década de 1970 a 1980 o Laser de Argônio e outros lasers de onda contínua e quase
contínua foram os sistemas de escolha para o tratamento das lesões vasculares. Embora
em alguns casos os resultados fossem satisfatórios, havia 25% de incidência de formação
de cicatrizes inestéticas, o que limitou o uso dessa tecnologia. (CORCOS et al, 2005)

Com o desenvolvimento da teoria da fototermólise seletiva por Anderson e Parrish,


em 1983, foi possível considerar que os cromóforos da pele, tais como a hemoglobina
e a melanina, poderiam ser seletivamente destruídos por lasers que emitissem luz com
comprimento de onda e duração de pulsos específicos. A proposta seria causar dano
vascular específico, com o uso de um comprimento de onda bem absorvido pelo alvo e
duração de pulso rápido suficiente para limitar o dano térmico. A absorção localizada
do laser, com subsequente produção de calor no alvo, causa danos seletivos sem
comprometimento da pele adjacente.

No entanto, se a energia do laser for absorvida pelos vasos, mas a duração da exposição
for excessiva, haverá geração de calor capaz de produzir coagulação não específica dos
tecidos adjacentes. Essas dispersões de energia dificultam a chegada dos comprimentos
de onda desejados ao cromóforo-alvo, e aumentam o risco de efeitos adversos tais como
cicatrizes. (CORCOS et al, 2005)

Embora cada sistema a laser tenha sua vantagem, nenhum deles revelou-se tão específico
como o laser de corante pulsado (PDL). O PDL original foi sendo modificado, minimizando
seus efeitos colaterais. Esse laser inicialmente foi desenvolvido com comprimento de onda
de 577 nm, correspondendo a um dos picos de absorção da oxihemoglobina, com spot
size de 5 mm e velocidade de um pulso a cada 3s. Posteriormente, desenvolveu-se o
modelo 585 nm de comprimento de onda, proporcionando melhor absorção, sem perda
da especificidade vascular. Esse laser dispõe de vários spot size, inclusive um de 10 mm
que permite a penetração dérmica mais profunda. O aparelho possibilita o tratamento de
áreas específicas com menor número de pulsos e velocidade de um pulso por segundo,
diminuindo o tempo de aplicação.

54
RATAMENTO DE REJUVENESCIMENTO COM LASER │ UNIDADE II

Tipos dos lasers para lesão vascular

Os lasers usados para lesões vasculares são separados em três categorias: lasers
contínuos e quase contínuos, lasers pulsados e fontes levemente pulsadas. (CORCOS
et al, 2005)

Laser de onda contínua e quase contínua

A primeira categoria inclui lasers tais como o laser de Argônio (488 nm-514 nm), o
laser de Argônio bombeado ajustável na cor (488- 638 nm), o vapor de cobre e lasers
de brometo de cobre (578 nm), o laser de fosfato de potássio e titânio (KTP-532 nm) e o
laser de criptônio (568 nm). O laser de Argônio foi o tratamento de escolha para muitas
lesões vasculares dos anos de 1970 até o fim da década de 1980. Apesar da absorção
seletiva da luz de laser de Argônio, pela hemoglobina, em vasos sanguíneos, a natureza
contínua do raio de luz produz uma lesão, por causa do calor (térmico) não específico
no tecido adjacente aos alvos vasculares, aumentando a probabilidade de formação de
cicatriz. Além do mais, a absorção concomitante pela melanina leva frequentemente a
mudanças de pigmentação que são permanentes após a terapia a laser. Apesar do alto
índice de efeitos adversos, o laser Argônio ainda é útil no tratamento de manchas vinho
do porto nodulares (PWS’s), telangiectasias faciais, angiomas em aranha de fluxo alto,
granulomas piogênicos e lagos venosos espessos. Os lasers de ondas semicontínuas
(cobre, brometo, criptônio e KTP) têm sido usados para muitas lesões vasculares
diferentes, mas devido ao seu curto intervalo entre os pulsos, os vasos não resfriam
adequadamente depois da pulsação do laser, e a lesão vascular produzida é idêntica
àquela de laser CW. Em um esforço para otimizar o tratamento e limitar o prejuízo
dos tecidos adjacentes, aparelhos cuidadosamente examinados foram anexados aos
lasers CW e de ondas semicontínuas, distribuindo pontos pequenos e não adjacentes
em uma área de tratamento predeterminada. Ainda, a duração do pulso permaneceu
longa demais para fototermólise seletiva a ser realizada, aumentando o risco de prejuízo
térmico extensivo. (CORCOS et al, 2005)

Laser pulsado

Estes são divididos em três categorias principais: lasers de corantes pulsados, os lasers
KTP pulsados e os lasers pulsados infravermelhos (IR).

55
UNIDADE II │ RATAMENTO DE REJUVENESCIMENTO COM LASER

Laser de contate pulsado


O laser de corante pulsado, Pulsed Dye Laser (PDL), o primeiro laser desenvolvido
baseado na teoria da fototermólise seletiva, foi projetado especialmente para tratar
interiormente vasos nas PWSs em crianças. Ele usa uma lanterna de luz de alto poder
para energizar uma tintura orgânica (rodamina) e para produzir um pulso verdadeiro
de luz amarela. A PDL original emitiu um comprimento de onda de 577 nm, coincidindo
com o último pico de absorção de oxihemoglobina. A tintura foi então modificada para
produzir luz em 585 nm e para levar em consideração a penetração de tecido mais
profundo da luz, apesar de uma ação vascular levemente menos seletiva. A duração
do pulso da PDL tradicional (450 cs) é mais curta do que o tempo de relaxamento
térmico calculado da vasculatura cutânea (1 a 3 ms por diâmetro de vaso de 10 a 100
cm, respectivamente) e leva em consideração a absorção de energia suficiente pela
oxihemoglobina, ao causar coagulação das hemáceas. Um exame histológico das PWSs,
após tratamento com PDL’s, demonstra uma epiderme intacta com vasos sanguíneos
da pele superficiais, contendo eritrócitos aglutinados, fibrina e trombina Esses achados
histológicos correlacionam-se com a púrpura vista clinicamente, imediatamente após
exposição aos PDL’s. Um mês após o tratamento, os vasos destruídos são substituídos
por vasos de aparência normal, sem evidência de cicatriz na pele. (MEDEIROS, 2005)

O PDL clássico é considerado o tratamento de escolha para muitas lesões vasculares,


tais como as PWS’s, particularmente em bebês e crianças, telangiectasia facial, incluindo
angiomas em aranha, eritema e telangiectasia associados com rosácea, hemangioma
superficial e poiquiloderma de Civatte. O uso de PDL’s foi também expandido para
incluir lesões não vasculares, tais como verrugas, cicatrizes hipertróficas, estrias
extensas, rugas e psoríase. Modificações mais recentes no PDL incluíram a adição de
sistemas de resfriamento ativo, tais como um sistema de resfriamento em spray que
distribui esguichos a temperaturas baixas na superfície da pele antes da pulsação a
laser (aparelho de resfriamento dinâmico, Candela, Wayland, MA), ou um sistema
de resfriamento de ar com um fluxo contínuo de ar resfriado na área de tratamento,
durante a aplicação do laser (SmartCool, Cynosure, Chelmsford, MA). Protegendo a
epiderme, esses métodos de resfriamento permitem o uso de doses de luz de incidência
mais alta para o tratamento de lesões vasculares resistentes e reduzem a dor e a aflição
associados à terapia a laser. (MEDEIROS, 2005)

Apesar da eficácia de PDL’s clássicos em uma variedade de entidades vasculares, algumas


lesões profundas com vasos sanguíneos maiores, tais como telangiectasias da perna
e alguns PWS’s são resistentes a essa terapêutica. O desenvolvimento de púrpura
no pós-operatório, que geralmente dura de duas a três semanas, permanece um fator
limitante para muitos pacientes. Além do mais, estudos mostraram que a duração do

56
RATAMENTO DE REJUVENESCIMENTO COM LASER │ UNIDADE II

pulso ótimo para o tratamento de vasos de 30-50 cm de diâmetro está situada no domínio
de 1-10 ms. Essas observações levaram ao desenvolvimento de PDL’s com comprimentos
de onda de penetração mais profunda (595 e 600 nm) e durações levemente mais
longas (1,5 ms), que aquecem os vasos mais suavemente, produzindo púrpura menos
profunda e de menor duração do que os PDL’s tradicionais (clássicos). Usados com um
spray resfriador e um software que permite fluências muito altas, os lasers de tintura
de pulso longo alcançaram resultados impressionantes nas PWSs e hemangiomas, com
clareamento mais rápido das lesões e menos sessões de tratamento. Vasos faciais que
não foram receptivos ao tratamento de PDL clássico, assim como o PDL azul e os vasos
mais profundos nas cavidades paranasais, também mostraram resposta significante
após o tratamento com os lasers de tintura de pulso longo. O tratamento de veias na
perna de menos de 0,4 mm de diâmetro também indica promessa, mas os resultados no
tratamento de vasos de calibre mais grosso foram decepcionantes. Os lasers mais novos
de corante de pulso variado ou ultralongo (V-Beam, Candela, Wayland, MA; V Star,
Cynosure, Chelmsford, MA) foram recentemente adicionados ao grupo de sistemas de
PDL. Ao distribuir fluências de laser equivalentes sobre durações de pulso variáveis
(mais de 40 ms), esses aparelhos versáteis de laser são capazes de tratar vasos de vários
tamanhos. Além disso, sua duração de pulso mais longa permite um aquecimento mais
suave e uniforme dos vasos atingidos, resultando em redução ou ausência de púrpura
pós-operatória. Estudos clínicos indicaram que esse tipo de laser é altamente eficiente
no tratamento de eritema facial (sem vasos visíveis), com fluências que não resultam
em púrpura. O tratamento de telangiectasias faciais visíveis ou PWS’s pode também ser
realizado, mas com fluências imediatamente acima do limiar para indução de púrpura
(MEDEIROS, 2005).

Laser KTP pulsado


Lasers KTP pulsados ou Nd:YAG de dupla frequência e longo pulso, que emitem luz
verde em 532 nm, também foram desenvolvidos em um esforço em tratar anomalias
vasculares sem púrpura, no período pós-operatório. Vários lasers KTP pulsados
estão atualmente em uso clínico, com durações de pulso variando de 1 ms a 100 ms,
atingidos no tecido por meio de um aparelho de fibra óptica. Estudos mostraram que
esses lasers são eficazes no tratamento de telangiectasia facial e uma variedade de
anomalias vasculares, mas a sua eficácia no tratamento de PWS’s e telangiectasias na
perna está ainda sob investigação. As vantagens distintas desse grupo de lasers são a
forte absorção de seu comprimento de onda, de 532 nm, pela hemoglobina e ausência
de púrpura no período pós-operatório. Os últimos resultados do aquecimento lento
de vasos sanguíneos em durações de pulso mais longas levaram em consideração o

57
UNIDADE II │ RATAMENTO DE REJUVENESCIMENTO COM LASER

resfriamento dos vasos, sem a ruptura da parede do vaso ou extravasamento de células


sanguíneas dentro dos espaços intersticiais. A desvantagem dos lasers KTP pulsados
é a sua profundidade limitada de penetração na pele, devido a seu comprimento de
onda curto. Além disso, a luz de 532 nm compete pela absorção com melanina mais
do que os comprimentos de onda mais longos, resultando em mudanças potenciais
de pigmentos, particularmente em pacientes com pele de pigmentação mais escura.
(KALIL et al, 2009)

Laser infravermelho de pulso longo


Oxihemoglobina e hemoglobina reduzida têm características de absorção com ligações
no espectro próximo a infravermelho (700 - 1200 nm) e na velocidade ms. Vários lasers
pulsados emitindo no espectro próximo ao infravermelho foram usados no tratamento
de veias nas pernas, tais como a Alexandrite (755 nm), o Diodo (800 nm) e o Nd:YAG
(1064 nm). Seu comprimento de onda é menos absorvido pela melanina, portanto
permite uma penetração mais profunda na pele, mas a sua absorção pela hemoglobina
é muito menor do que outros lasers vasculares específicos. É, entretanto, suficiente
para fotocoagular veias reticulares superficiais e mais profundas (com mais de 3 mm
de diâmetro) de forma eficaz, através de pele clara ou com pigmentação mais escura.

A seguir, vamos ver os lasers usados para lesões vasculares: lasers contínuos e
quase contínuos, lasers pulsados de modo mais específico

Quadros 5. Lesões Vasculares – Lasers Específicos.

Tipo de Laser Especificações Vantagens Desvantagens


Nd:YAG Menos específico para lesões vasculares,
Ausência de púrpura, bom resultado em
532nm – Q-switched não indicado em crianças com lesões
Frequência dobrada grandes vasos
extensas (PWS).
Menos específico para lesões vasculares,
Ausência de púrpura, bom resultado em
532nm – quase contínuo não indicado em crianças com lesões
grandes vasos
extensas (PWS).
KTP
Menos específico para lesões vasculares,
568nm – 511nm quase Ausência de púrpura, bom resultado em
não indicado em crianças com lesões
contínuo grandes vasos, comprimento de onda dupla
extensas (PWS).
Menos específico para lesões vasculares,
Ausência de púrpura, bom resultado em
Laser Argônio 577nm quase contínuo não indicado em crianças com lesões
grandes vasos
extensas (PWS).
Menos específico para lesões vasculares,
Ausência de púrpura, bom resultado em
Laser Vapor de cobre 578nm quase continuo não indicado em crianças com lesões
grandes vasos, comprimento de onda dupla
extensas (PWS).
Melhor especificidade vascular, seguro em
Laser Corante pulsado 585nm pulsado Púrpura após o tratamento.
crianças
Laser corante pulsado Boa especificidade vascular, penetração mais
590 – 600nm pulsado Púrpura mais discreta.
de longo pulso profunda
Fonte de luz intensa Os parâmetros de tratamento necessitam
550-900nm pulsado Ausência de púrpura, penetração mais profunda
pulsada ser mais bem definidos.

58
RATAMENTO DE REJUVENESCIMENTO COM LASER │ UNIDADE II

Lesões Vasculares – Resposta aos Tratamentos de Laser


Lesão Vascular
Tipo de Laser Telangiectasias Poiquilodermia de Telangiectasias
Hemangioma PWS
Faciais Civatte em MMII
Nd:YAG Pobre Pobre Boa Desconhecida Regular
KTP Regular Pobre Boa Pobre Regular/Pobre
Criptônio Desconhecida Regular Boa Desconhecida Pobre
Argônio Regular Regular Boa Pobre Pobre
Vapor de cobre Regular Regular Boa Pobre Desconhecida
corante pulsado Excelente Excelente Excelente Excelente Pobre
Corante pulsado
Excelente Excelente Excelente Excelente Boa
de longo pulso
LIP Desconhecida Regular Boa Boa Regular
Fonte: Tais Amadio Menegat, 2015.

Laser de onda contínua

Laser Argônio

Até o desenvolvimento dos PDL, o laser Argônio era o tratamento de escolha para
PWS. Emite luz em seis diferentes comprimentos de onda, que variam de 457,9 a
515,4 nm, em faixa azul/verde do espectro visível e produz onda contínua, embora
possa ser intermitente. A profundidade de dano vascular é aproximadamente 1 mm
e os comprimentos de onda são absorvidos tanto pela oxihemoglobina quanto pela
melanina. Em razão da competição entre esses dois cromóforos, há menor penetração
do laser ao nível do vaso em pacientes fototipo IV, V, VI e bronzeados.

Diferentemente dos PDL, que causam dano térmico limitado no vaso, o laser Argônio
causa dano não seletivo das estruturas adjacentes, e como resultado da absorção da luz
pela melanina, hipo e hiperpigmentação ocorrem em grande porcentagem nos pacientes;
5 a 25% dos casos resultam em cicatrizes inestéticas ou atróficas. O tratamento com laser
Argônio é doloroso e necessita anestesia. Os cuidados pós-operatórios são importantes,
uma vez que o tratamento leva ao deslocamento imediato da derme e epiderme.

Laser CO2

Emite onda de 10.600 nm, infravermelha, que é primariamente absorvida pela água,
resultando na vaporização do tecido durante a coagulação de vasos sanguíneos. O dano
térmico produzido pelo laser de CO2 é não seletivo, causando agressão à epiderme
e derme, com maiores efeitos colaterais. Embora, não seja um laser de escolha para
lesões vasculares, foi utilizado no passado. (BEYLOT, 2008)

59
UNIDADE II │ RATAMENTO DE REJUVENESCIMENTO COM LASER

Laser de onda quase contínua

Há lasers que, embora não emitam ondas contínuas de radiação, apresentam


características pulsáteis tão rápidas que a pele as interpreta como uma fonte contínua
de energia. São: laser de criptônio (520 a 568nm), Dye laser (577 a 585nm), laser de
vapor de cobre, que emite luz de 511 a 578nm e o laser KTP em 532nm.

Laser de vapor de cobre

Esse laser emite onda única de 578 nm ou combinada com uma de 511 nm. A série
de pulsos é de 10 a 40 ns, com 2mJ de energia por pulso. Esse comprimento de
onda é bem absorvido pela oxihemoglobina e pode penetrar mais profundamente
no tecido-alvo. Os pulsos não podem ser emitidos individualmente. Os disparos
seriados levam à destruição térmica do vaso-alvo e também ao dano térmico não
seletivo. Embora não existam estudos comparativos com outros lasers, o laser de
vapor de cobre parece ser efetivo em telangiectasias, PWS planas e escuras ou
maduras e hipertróficas. No entanto, o dano seletivo pode levar à formação de
cicatrizes, principalmente no tratamento de vasos menores.

Laser KTP (Potássio/Tritanil/Fosfato)

Muitos lasers KTP pulsados são utilizados para lesões vasculares. O laser KTP de 532
nm foi escolhido por ter comprimento de onda com boa absorção pela hemoglobina.
Embora o mecanismo desse equipamento seja variável, todos produzem pulsos de
532 nm. O resultado de tratamento de lesões faciais é excelente. Não causa púrpura,
podendo, no entanto, causar eritema, que em geral desaparece em menos de 24 horas.
Sua limitação deve-se ao fato de que esse comprimento de onda trata bem os vasos
superficiais, porém tem pouca penetração na pele, não atingindo vasos mais profundos.
Como sua absorção pela melanina está aumentada, esse laser deve ser usado com
cautela em pacientes foto tipo IV ou mais, pelo maior risco de desenvolver alterações
pigmentares. (KALIL et al, 2009)

Laser pulsado

Laser corante pulsado

O laser corante pulsado, Pulsed Dye Laser (PDL), o primeiro laser desenvolvido
baseado na teoria da fototermólise seletiva, foi projetado especialmente para tratar
interiormente vasos nas PWS em crianças. Apresenta comprimento de onda específico

60
RATAMENTO DE REJUVENESCIMENTO COM LASER │ UNIDADE II

para os cromóforos da hemoglobina e segue o princípio da fototermólise seletiva.


O modelo inicial de 577 nm correspondia a um dos picos de absorção da hemoglobina,
sendo posteriormente ajustado para 585 nm, permitindo penetração mais profunda
na derme, sem perda da especificidade vascular. Foram desenvolvidos para causar
dano vascular específico nos vasos dérmicos de diâmetro de 100 ųm ou menos.
Os parâmetros requeridos são: amplitude de pulso (pulsewidth) de menos 1 ms,
comprimento de onda próximo ao pico de absorção da oxihemoglobina (541 a 577nm)
e alto pico de densidade de energia, próximo a 10 Jm². A curta duração de pulso e
o alto pico de densidade de energia distinguem esse laser de outros disponíveis para
o tratamento das lesões vasculares. A amplitude de pulso menor que o tempo de
relaxamento térmico dos pequenos vasos agride seletivamente as hemácias e as células
endoteliais, sem causar dano térmico ao colágeno adjacente. Esse dano específico pode
ser demonstrado histologicamente em uma profundidade de 1,2 mm nas PWS tratadas,
encontrando-se hemácias, fibrinas e plaquetas aglutinadas dentro dos vasos irradiados
situados na derme papilar e reticular. A junção dermoepidérmica aparece intacta e os
vasos sanguíneos são substituídos por estruturas dérmicas normais e capilares, sem
fibrose, dentro de um mês após o tratamento. (CARDOSO et al, 2006)

O efeito imediato da aplicação é a formação de manchas púrpuras cutâneas, que duram


de 10 a 14 dias. Os lasers de corante pulsado utilizam o corante rodamina, que produz
comprimento de onda de 585 a 600 nm. Os equipamentos mais recentes, com duração
de pulsos maiores, têm a capacidade de penetrar mais profundamente e tratar lesões de
maior calibre. (CARDOSO et al, 2006)

Um exame histológico das PWS, após tratamento com PDL, demonstra uma epiderme
intacta com vasos sanguíneos da pele superficial contendo eritrócitos aglutinados,
fibrina e trombina. Esses achados histológicos correlacionam-se com a púrpura vista
clinicamente, imediatamente após exposição aos PDL. Um mês após o tratamento, os
vasos destruídos são substituídos por vasos de aparência normal, sem evidência de
cicatriz na pele. (CARDOSO et al, 2006)

Os lasers mais novos de corante pulsado, variado ou ultra longo foram recentemente
adicionados ao grupo de sistemas de PDL. Ao distribuir fluência de laser equivalente
sobre durações de pulsos variáveis (mais de 40ms), esses aparelhos são capazes de
tratar vasos de vários tamanhos. (CARDOSO et al 2006)

Laser pulsado de longo pulso

Foram inicialmente utilizados no tratamento de telangiectasias de perna de pequeno


calibre e hoje já são empregados em grande variedade de lesões vasculares. Casos

61
UNIDADE II │ RATAMENTO DE REJUVENESCIMENTO COM LASER

de PWS resistentes ou recalcitrantes podem agora ter resultados mais encorajadores


utilizando-se o laser de pulso maior, com amplitude de pulso de 1,5 ms. Lasers pulsados
de longo pulso, que emitem comprimento de onda de 590 a 600 nm com pulsos de 1 a
10 ms, são usados para tratar vasos de grande calibre e mais profundos, sendo também
úteis no tratamento de lesões recalcitrantes de PWS. Outra área em que seu uso pode ser
promissor é no tratamento das telangiectasias das pernas de maior calibre. (CORCOS
et al, 2005)

Laser Alexandrite

O laser de Alexandrite tem comprimento de onda de 755 nm. É utilizado principalmente


para remoção de pelos. Esse comprimento de onda mais longo penetra mais
profundamente na pele e é menos absorvido pela melanina superficial. Modelo:
Q-switched, 50-100μs Long pulsed, 10-50ms; Lasers Q-switched produzem pulsos
muito curtos com um poder muito alto de pico. Variando a duração de pulso, as ondas
podem ser distribuídas em milissegundos (Alexandrite 20ms; Diodo 10 a 250 ms).
Esses lasers são também efetivos no tratamento de lesões vasculares e potencialmente
úteis para tratar telangiectasias nas pernas e outras más-formações congênitas. Podem
ter resultado satisfatório também em vasos de maior calibre. (TRINDADE, 2009)

Laser Nd:YAG

Laser de luz infravermelha que emite comprimento de onda de 1.064 nm. Pode ser
distribuído em modo contínuo ou pulsado (Q-swiched). Esse comprimento de onda
é pouco absorvido pelos cromóforos da pele, permitindo uma maior penetração em
profundidade de 4 a 6 mm e ampla difusão de raios, resultando em dano térmico
inespecífico para a pele. (NORONHA et al, 2004)

O laser Nd: YAG tem boa indicação para tratamentos de PWS volumosa e de
hemangiomas, porém pode causar dano térmico inespecífico, é difícil prevenir o
desenvolvimento de cicatrizes hipertróficas e alterações pigmentares permanentes, o
que tem limitado seu uso no tratamento das lesões vasculares superficiais. (NORONHA
et al, 2004)

Os lasers Nd: YAG pulsados de frequência dobrada emitem luz verde com 532 nm.
Para produzir luz 532 nm, o comprimento de onda é divido ao meio e a frequência
dobrada com um cristal óptico de Potássio/Tritanil/Fosfato (KTP). Esse comprimento
de onda é próximo de um dos picos de absorção de hemoglobina, e a amplitude de
pulso resultante em alguns sistemas de laser operam em milissegundos, próxima ao

62
RATAMENTO DE REJUVENESCIMENTO COM LASER │ UNIDADE II

relaxamento térmico dos pequenos vasos cutâneos, aquecendo o vaso mais lentamente
e causando dano térmico sem que ele seja rompido. (NORONHA et al, 2004)

Não há formação de púrpura e o tratamento é bem aceito pelos pacientes. As aplicações


são realizadas em vasos individualmente, sendo difícil tratar áreas extensas como
nos lasers pulsados. A penetração da luz 532 nm é mais superficial, mais difícil nas
peles pigmentadas e menos efetiva por sessão de tratamento que nos lasers pulsados.
(NORONHA et al, 2004)

Caso tenha interesse em saber mais sobre este assunto indico os seguintes
artigos:

»» PATRIOTA, R.C.R. Laser um aliado na dermatologia. Rev Med São Paulo.


2007 abr.-jun.;86(2):64-70.64

63
CAPÍTULO 3
Tratamento de lesões pigmentadas
com laser

Introdução
O tratamento das lesões pigmentadas a laser foi realizado inicialmente com laser
não seletivo, que apenas cauterizava as lesões, queimando indistintamente todos os
componentes da pele. O princípio da fototermólise seletiva permitiu tratar de maneira
seletiva as lesões pigmentadas. O primeiro laser desenvolvido utilizando esse conceito
foi o flashlamp-pumped pulsed dye laser para tratamento de lesões vasculares. Todavia,
os primeiros experimentos para tratamento de lesões pigmentadas foram realizados no
início da década de 1960, por Goldman, que utilizou o laser Rubi no modo normal.

A intenção do tratamento a laser para lesões pigmentadas é a de remover o


pigmento indesejado, a melanina, sem, no entanto, destruir as estruturas
circunjacentes. O melanossoma, organela intracelular que armazena melanina é
o alvo que deve se atingir.

Podem-se utilizar diversos lasers para tratar lesões pigmentadas, pois a melanina tem a
capacidade de absorver vários comprimentos de onda. Os lasers com comprimento de
onda maiores penetram mais profundamente na pele, podendo tratar lesões dérmicas,
além de epidérmicas. Os lasers com comprimento de onda mais curtos tratam
eficientemente as lesões epidérmicas, porém não são eficientes para tratar pigmentos
dérmicos.

Classificação das lesões pigmentadas


Para decidir qual laser utilizar, deve-se determinar a localização do pigmento, se
está localizado na epiderme ou derme. Além disso, a correta identificação da lesão
determinará se o laser é a melhor indicação de tratamento (GUIRRO; GUIRRO, 2001).

Quadro 6. Principais características clínicas das lesões pigmentadas tratadas com laser.

Lesões Epidérmicas Lesões Dérmicas Lesões Mistas


Melanoses Nevo de Ota
Pigmentação pós-inflamatória
Efélides Nevo de Ito
Manchas café com leite Nevo melanocítico Melasma
Nevo de Becker Nevo azul Nevo spilus
Fonte: Taís Amadio Menegat 2015.

64
RATAMENTO DE REJUVENESCIMENTO COM LASER │ UNIDADE II

Lesões

Epidérmicas

Melanose solar: manchas acastanhadas de tamanho variável, que aparecem nas áreas
mais expostas ao sol, como o dorso da mão, antebraço, face e colo, embora possam
aparecer em qualquer região do corpo. Podem aumentar de tamanho e número com o
passar dos anos e com a maior exposição ao sol. (BORGES, 2006)

Figura 21. Melanose solar.

Fonte: <www.dermatologia.net>.Acesso em: 8 jun. 2015.

Efélides: sardas são manchas acastanhadas de 1 a 2 mm, que podem aparecer na


infância desde as primeiras exposições ao sol, nos indivíduos predispostos, geralmente
loiros e ruivos (BORGES, 2006)

Figura 22. Efélides.

Fonte: <www.dermatologia.net> - 8/6/2015

65
UNIDADE II │ RATAMENTO DE REJUVENESCIMENTO COM LASER

Manchas Café com leite: manchas castanho-claras, geralmente presentes desde


o nascimento ou que aparecem na primeira infância. O tamanho é variável, podendo
atingir vários centímetros e acometendo qualquer área do corpo. Geralmente são
únicas, podendo ser múltiplas como, por exemplo, na neurofibromatose de Von
Recklinghausen. (BORGES, 2006)

Figura 23. Mancha café com leite.

Fonte: <www.dermatologia.net> - 8/6/2015

Nevo de Becker: manchas raras e localizadas na região deltoidea ou escapular. Tem


coloração acastanhada, geralmente recoberta por pelos grossos e curtos. O seu tamanho
é variável, podendo atingir grandes diâmetros. (BORGES, 2006)

Figura 24. Nevo de Becker.

Fonte: <www.dermatologia.net>. Acesso em: 8 jun. 2015.

66
RATAMENTO DE REJUVENESCIMENTO COM LASER │ UNIDADE II

Lesões dérmicas

Nevo de Ota: caracteriza-se por manchas azul-acinzentadas na face, geralmente


unilaterais, localizadas na área de inervação do primeiro e segundo ramo do nervo
trigêmeo, ao redor dos olhos, têmporas e região malar. A esclera pode apresentar-se
pigmentada no lado afetado e mais raramente pode haver pigmentação da mucosa
nasal, palatina ou faríngea. São comuns em pacientes asiáticos. (GUIRRO; GUIRRO,
2001)

Figura 25. Nevo de Ota.

Fonte: <www.dermatologia.net> 8/6/2015

Nevo Melanocítico: podem ser congênitos ou adquiridos. Localizam-se em qualquer


parte do corpo. Sua coloração varia do castanho ao preto, com dimensões entre poucos
milímetros e vários centímetros, podendo ou não ser recobertos por pelos. (GUIRRO;
GUIRRO, 2001)

Sabe-se que alguns nevos podem sofrer transformações malignas, como um melanoma,
principalmente os congênitos e gigantes. A cor dos nevos está intimamente ligada à
quantidade de pigmento e a sua localização na pele.

FOTO 26. Nevo Melanócitico.

Fonte: <www.dermatologia.net>. Acesso em: 8 jun.2015.

67
UNIDADE II │ RATAMENTO DE REJUVENESCIMENTO COM LASER

Nevo de Ito: caracteriza-se por mancha com característica semelhante à do nevo de


Ota, porém muito mais raro e localizado no ombro e braço, áreas inervadas pelos nervos
supraclaviculares superior e braquial lateral (GUIRRO; GUIRRO, 2001)

Figura 27. Nevo de Ito.

Fonte : <www.dermatologia.net>.Acesso em: 8 jun. 2015.

Nevo Azul: lesão de cor azulada a preta, redonda ou ovalada, de superfície plana ou
elevada e de pequena dimensão, até 1 cm. Em geral, é lesão única, mais frequentemente
localizada na face e dorso da mão. A transformação maligna dessa lesão é muito rara.
(GUIRRO; GUIRRO, 2001)

Figura 28. Nevo azul.

Fonte: <www.dermis.net>. Aceso em: 9 jun.2015.

Mancha Mongólica: mancha de cor azul-acinzentada localizada na região


lombossacral e de tamanho variável. Surge desde o nascimento, desaparecendo quase
sempre com a idade. É mais comum em indivíduos negros e asiáticos. (GUIRRO;
GUIRRO, 2001)

68
RATAMENTO DE REJUVENESCIMENTO COM LASER │ UNIDADE II

Figura 29. Mancha mongólica.

Fonte: <www.dermis.net>. Acesso em: 9 jun. 2015.

Lesões mistas – Dermoepidérmica

Nevo spilus: é também conhecida como nevo sobre nevo, pois sobre uma mancha
acastanhada maior, do tipo café com leite, surgem lesões puntiformes mais escuras, que
representam nevos juncionais ou compostos. Ocorre mais frequentemente no tronco.
(GUIRRO; GUIRRO, 2001)

Figura 30. Nevo spilus.

Fonte: <www.dermis.net>.Acesso em: 9 jun. 2015.

Melasma: também conhecido como cloasma, é uma mancha castanho-clara a escura,


de causa desconhecida, que acomete a face, principalmente as regiões malar e frontal.
É muito mais comum nas mulheres e pode ser desencadeada por sol, gravidez ou uso
de anticoncepcional ou terapia de reposição hormonal na menopausa. (GUIRRO;
GUIRRO, 2001)
69
UNIDADE II │ RATAMENTO DE REJUVENESCIMENTO COM LASER

Figura 31. Melasma.

Fonte : <www.dermatologia.net>. Acesso em: 9 jun. 2015.

Pigmentação pós-inflamatória: é uma mancha acastanhada que surge em áreas


de traumatismo ocasionadas por corte, contusão ou queimadura. É mais comum em
pessoas de pele mais escura, mas pode aparecer em qualquer tipo de pele. O mecanismo
provável de aparecimento é o derrame pigmentar ocasionado pelo traumatismo,
deslocando a melanina que se deposita na derme superficial ou profunda. (GUIRRO;
GUIRRO, 2001)

Figura 32. Pigmentação pós inflamatória.

Fonte : <www.dermatologia.net>. Acesso em: 9 jun. 2015.

Lasers utilizados
Para obter um bom resultado com o tratamento a laser para lesões pigmentadas, é
preciso levar em conta alguns fatores: a correta identificação da lesão; escolha adequada
do aparelho, com base na profundidade do pigmento na pele e escolha da energia
adequada a ser utilizada. (MAIO, 2004)

Laser não seletivo


Os lasers não seletivos não possuem capacidade de destruir especificamente o pigmento
e lesam indistintamente todos os componentes da pele. Os mais utilizados são os lasers

70
RATAMENTO DE REJUVENESCIMENTO COM LASER │ UNIDADE II

de CO2 e Er: YAG. Ambos os lasers têm afinidade pela água e, portanto, destroem
indistintamente todas as estruturas da pele. (MAIO, 2004)

Podem ser utilizados para tratar lesões pigmentadas epidérmicas com relevo, com os
nevos verrugosos e a queratose seborreica pigmentada. Embora, possam tratar efélides
e melanoses eficientemente, uma vez que promovem a remoção da camada da pele, seu
uso implica incidência maior de efeitos colaterais. (MAIO, 2004)

Lasers seletivos
São os mais adequados para o tratamento de lesões pigmentadas. O estudo da absorção
da melanina mostra que ela absorve luz em uma faixa grande de comprimento de onda.
A oxihemoglobina, no entanto, também absorve a luz em alguns desses comprimentos
de onda. Os lasers para tratar pigmento devem, portanto, possuir comprimento de
onda que seja preferencialmente absorvido pela melanina e pouco absorvido pela
oxihemoglobina. A duração de pulso do laser deve ser muito pequena, menor do que
o tempo de relaxamento térmico da estrutura-alvo, a melanina, para que o calor seja
confinado apenas a essa estrutura e o mínimo de calor seja irradiado para os tecidos
vizinhos. Os estudos mostram que o alvo é a melanossomas, estrutura celular que
armazena a melanina.

Tipos de laser

Laser quase contínuo

Dentre os lasers chamados de quase contínuos, aqueles com comprimento de onda


pequenos, entre 510 e 532 nm, são excelentes para o tratamento de lesões pigmentadas
epidérmicas. Embora seus pulsos sejam longos, maiores do que o tempo de relaxamento
térmico do melanossoma, penetram superficialmente na pele, de modo a não gerar
calor desnecessário na derme.

Laser pulsado Q-Switched

Esses lasers possuem pulsos de curta duração, confinando o dano térmico ao


alvo. Os lasers Q-switched armazenam grande quantidade de energia, que é
liberada abruptamente, na forma de pulsos muito curtos e que atingem altíssimas
temperaturas.

71
UNIDADE II │ RATAMENTO DE REJUVENESCIMENTO COM LASER

Quadro 7. Tipo de Laser com Comprimento de Onda, Duração de Pulso e Principal Indicação.

Diâmetro da
Tipo de lesão Tipo de laser Fluência (J/cm²)
ponteira (mm)
Rubi 6,5 3–5
Nd:YAG 4 3
Melanoses
Alexandrite 4 3,4
Corante pulsado 3 2,5
Rubi 6,5 3 – 4,5
Nd:YAG 3 1 – 1,5
Mancha café com leite
Alexandrite 3 2,5 – 3,5
Corante pulsado 5 2 – 3,5
Rubi 6,5 4,5
Nd:YAG 3 1,5 – 1,8
Nevo de Becker
CO2 3 4–5
Alexandrite 3 6
Rubi 6,5 4,5
Nevo Spilus Nd:YAG 3 1,5 – 2
CO2 3 4 – 4,4
Rubi 6,5 5–6
Nevo de Ota Nd:YAG 3 5
Alexandrite 3 6,5
Fonte: Taís Amadio Menegat 2015.

Para que se obtenham bons resultados com o mínimo de efeitos colaterais, devem-se
levar em consideração alguns aspectos:

»» O paciente não deverá estar bronzeado.

»» Foto tipo IV e V devem ser alertados do maior risco de hipo ou


hiperpigmentação.

»» Fazer uma boa documentação fotográfica.

(MAIO, 2004)

72
TRATAMENTO DE
REMOÇÃO DE UNIDADE III
TATUAGEM

CAPÍTULO 1
Tratamento de remoção de tatuagem

Introdução

As tentativas de remoção de tatuagens são tão antigas quanto o hábito de fazê-las.


Os métodos mais antigos incluem dermoabrasão, salabrasão, crioterapia com nitrogênio
líquido, quimiocirurgia, destruição térmica e excisão cirúrgica, com ou sem enxertia.
Todos esses métodos podem resultar em cicatrizes inestéticas, muitas vezes piores do
que a própria tatuagem. Os lasers oferecem grande vantagem nesse tipo de tratamento,
pois, em razão da sua seletividade, superam todos os outros métodos em relação à baixa
incidência de cicatrizes. (MAIO, 2004)

As primeiras tentativas para remoção de tatuagem com laser ocorreram na década de


1960, com o uso do laser de Rubi, Q-switched. Esses experimentos foram abandonados
na época por falta de recursos técnicos, mas foram retomados em 1983, com o
desenvolvimento do conceito de fototermólise seletiva. Nesse intervalo de tempo,
utilizaram-se lasers de onda contínua tais como Argônio, CO2 e Rubi, que embora
fossem efetivos para remoção de pigmentos na derme, quase sempre deixavam sequelas.
(MAIO, 2004)

O conceito da fototermólise seletiva permitiu tratar determinados alvos na pele,


poupando as estruturas circunvizinhas. Dessa forma, é possível atravessar a epiderme
e fragmentar a tinta da tatuagem localizada na derme. A combinação do comprimento
de onda ideal e do tempo de duração de pulso torna possível o confinamento da energia
laser apenas no alvo. (SACKS; BARCAUI, 2004)

73
UNIDADE III │ TRATAMENTO DE REMOÇÃO DE TATUAGEM

Tipos de tatuagem
As tatuagens são classificadas em: médicas, amadoras, traumáticas, profissionais e
cosméticas.

Tatuagens Médicas: geralmente utilizadas para a marcação de radioterapia e


introdução de cateter.

Figura 33. Tatuagem médica.

Fonte: <www.tattotatuagem.com.br> – 12/6/2015

Tatuagens Amadoras: são feitas de modo artesanal, geralmente com agulhas,


utilizando nanquim ou grafite. São de cor cinza ou preta azulado, desbotadas e de
contorno mal definido, pois a quantidade de tinta que se injeta é menor do que na
tatuagem profissional. Raramente são coloridas (figura 34).

Figura 34. Tatuagem amadora.

Fonte: <www.doencasdapele.com.br>. Acesso em: 12 jun. 2015.

Tatuagens Profissionais: são feitas com máquina manual que injeta pigmento
na derme profunda, de modo uniforme. Essas tatuagens podem ser de cor única ou
multicoloridas e as tintas utilizadas são corante organometálico. Com o tempo a cor
pode desbotar, tornando mais fácil o tratamento (figura 35).

74
TRATAMENTO DE REMOÇÃO DE TATUAGEM │ UNIDADE III

Figura 35. Tatuagem profissional.

Fonte: <www.fotolog.com.br>. 12/6/2015

Tatuagens Cosméticas: também conhecidas como maquiagem definitiva, são feitas


manualmente. As tintas utilizadas são geralmente preta e marrom nas pálpebras e
supercílios, e tons de vermelho a rosa nos lábios. Tintas de coloração da pele são usadas
para correção de tatuagens cosméticas mal elaboradas e também para a correção de
cicatrizes e manchas acrômicas.

Figura 36. Tatuagem cosmética.

Fonte: <www.magestética.com.br>. Acesso em: 12 jun. 2015.

Mecanismo de eliminação das tatuagens


O clareamento das tatuagens deve-se a três mecanismos que ocorrem
simultaneamente:

»» Eliminação transepidérmica: em razão do grande impacto que o laser


provoca sobre os pigmentos das tatuagens, parte deles é lançada
por meio da epiderme. Quando as crostas se destacam, podem-se
observar fragmentos de tinta a elas aderida.

75
UNIDADE III │ TRATAMENTO DE REMOÇÃO DE TATUAGEM

»» O principal mecanismo conhecido é a fragmentação dos pigmentos


em pequenas partículas, que podem então ser fagocitadas pelos
macrófagos e removidas por via linfática.

»» Há a possibilidade de ocorrerem também alterações físico-químicas


nos pigmentos, tornando-os menos visíveis.

(SACKS; BARCAUI, 2004)

Tipos de Laser

Laser não seletivo

Laser CO2

O laser CO2 foi muito utilizado no passado para remoção de tatuagens de modo
não seletivo. Com o desenvolvimento do laser seletivo para pigmento, o seu uso foi
praticamente abandonado, em razão da alta incidência de sequelas. Sua indicação é
limitada àqueles casos em que o paciente deseja rápida remoção da tatuagem, em áreas
não propensas à formação de queloides, ou em tatuagens de pequenas dimensões.
(BEYLOT, 2008)

O procedimento é doloroso, necessitando infiltração de anestesia. Habitualmente se


utiliza a ponteira de 1 a 3 mm com fluência de 8 a 10 j/cm² no modo focada. A área
carbonizada deve ser removida com gases embebidas em soro fisiológico e parte da
tinta da tatuagem é removida nesse momento. Podem ser feitas passadas subsequentes
para a remoção da tinta nas camadas mais profundas. Em seguida, é feita a limpeza
com água oxigenada ou boricada. Durante todo tempo de epitelização deve-se fazer
curativos com creme cicatrizante contendo antibiótico local. Na crosta que se destaca,
também há restos de tinta eliminada. No caso de o clareamento ser incompleto, pode-se
recorrer a uma segunda intervenção. (BEYLOT, 2008)

Laser seletivo

Os lasers seletivos combinam um comprimento de onda adequado, com duração de


pulso muito pequeno, confiando o dano térmico apenas ao alvo. As tatuagens possuem
tintas de várias cores e cada cor absorve preferencialmente um comprimento de onda,
de modo que, às vezes, é necessário mais de um laser para tratar uma tatuagem. Por
meio do estudo de complementaridade das cores, sabe-se que o verde é complementar
ao vermelho, portanto, a luz do laser YAG de frequência dobrada (532 nm) e dye laser

76
TRATAMENTO DE REMOÇÃO DE TATUAGEM │ UNIDADE III

(510 nm) é mais absorvida pela cor vermelha. Da mesma forma, a luz vermelha do laser
Rubi é mais bem absorvida pelo pigmento verde. (MAIO, 2004)

Quadro 8.Tipo de laser e suas indicações.

Resposta
Tipo de laser Parâmetro Tinta cor da
Tinta preta Tinta verde Tinta vermelha
pele
512nm
Corante pulsado Ruim Ruim Ótima Pode escurecer
300ns
532nm
Nd:YAG freq. Dobrada Ruim Ruim Ótima Geralmente escurece
10 - 40ns
694nm
Rubi Ótima Boa Ruim Geralmente escurece
25-50ns
755nm
Alexandrite Ótima Ótima Ruim Geralmente escurece
50 – 100ns
1064
Nd:YAG Ótima Regular Ruim Geralmente escurece
10ns
Fonte: Taís Amadio Menegat 2015

Laser Rubi

Possui comprimento de onda de 694 nm e duração de pulso de 20 a 40 ns. Foi o primeiro


laser seletivo desenvolvido para remoção de pigmentação de tatuagem. Q-switch
significa Quality-switch, um dispositivo que altera a ressonância da luz do laser, que
passa a ser emitida em pulsos muito breves e de alta energia. (MAIO, 2004)

Em pacientes com foto tipo IV e V deve-se ter cuidado, pois a alta absorção pela
melanina epidérmica pode ocasionar hipocromia ou acrômia permanente. Nesses casos
aconselha-se utilizar energia mais baixa. O laser Rubi é efetivo para remover pigmentos
preto, azul e verde. (MAIO, 2004)

Laser Alexandrite

O laser Alexandrite foi concebido exclusivamente para fins medicinais, como, por
exemplo, retirada de tatuagens multicolridas, sem destruir a epidérmica do tecido, o que
se torna ─ uma vantagem em relação a outros lasers com mesma ação; tratamento de
tumores benignos vasculares infantis e varizes no corpo, visto que tem a característica
de penetrar mais profundamente na pele (3 a 5 mm) ─ Ruby (3mm), atingindo as
raízes mais profundas. ─ remoção de pelos no corpo, operando sob o princípio da
fototermólise seletiva. ─ Seu comprimento de onda é menos absorvido pela melanina,
portanto, permite uma penetração mais profunda na pele, mas a sua absorção pela
hemoglobina é muito menor do que outros lasers vasculares específicos. É, entretanto,
77
UNIDADE III │ TRATAMENTO DE REMOÇÃO DE TATUAGEM

suficiente para fotocoagular veias reticulares superficiais e mais profundas (com mais
de 3 mm de diâmetro) de forma eficaz, através de pele clara ou com pigmentação mais
escura. (TRINDADE, 2009)

Possui comprimento de onda de 755 nm e duração de pulso de 50 a 100 ns. É efetivo


para remoção de pigmentos preto, azul, embora sejam necessárias várias sessões. É a
melhor opção para tratar pigmento verde. Os pulsos são liberados a uma velocidade de
1Hz (TRINDADE, 2009)

Laser Nd: YAG

Comprimento de onda de 1064 nm e duração de pulso de 10 ns, liberados com uma


velocidade de até 10 Hz (o intervalo entre os pulsos pode ser controlado de maneira a
tornar a sessão mais rápida).

Trata eficientemente os pigmentos preto e azul. A sua vantagem sobre os outros lasers
Q-switched é a penetração mais profunda na derme, permitindo o tratamento de peles
mais pigmentadas. (MAIO, 2004)

Laser Nd: YAG de frequência dobrada

Utilizando um cristal, a frequência do Nd: YAG pode ser dobrada, diminuindo o seu
comprimento de 1064 nm pela metade, ou seja, 532 nm. A velocidade de liberação
dos pulsos pode chegar a 10 Hz. Este laser pode tratar de maneira eficaz o pigmento
vermelho e, algumas vezes, o pigmento amarelo. (MAIO, 2004)

Dye Laser

Possui comprimento de onda de 510 nm e duração de pulso de 300 ns. É eficaz para
tratamento de tatuagens de cores vermelha, amarela e laranja. (MAIO, 2004)

Luz Pulsada de Alta Energia

A luz pulsada é uma luz não coerente e não monocromática, portanto não é laser, mas se
comporta de maneira muito semelhante a ele. Essa tecnologia permite variar a duração
de pulso, o intervalo entre eles e o comprimento de onda.

Utilizando filtros de corte, pode-se selecionar comprimento de ondas mais adequado


para cada tipo de pele e cor de tatuagem. Os resultados com esses aparelhos têm-se
mostrado inferiores àqueles obtidos com os lasers. São frequentes as alterações de

78
TRATAMENTO DE REMOÇÃO DE TATUAGEM │ UNIDADE III

textura, as cicatrizes hipertrófica e queloide, bem como a remoção incompleta do


pigmento.

(SACKS; BARCAUI, 2004)

Outras considerações
O prognóstico quanto ao número de sessões para remoção de tatuagem depende da
avaliação clínica da lesão. De modo geral, as tatuagens amadoras são mais facilmente
removíveis, uma vez que os pigmentos utilizados, o grafite e a tinta nanquim, são
eficazmente destruídos pelo laser e a quantidade de pigmento na derme costuma ser
bem menor do que na tatuagem profissional. O número estimado é de um a quatro.
(SACKS; BARCAUI, 2004)

As tatuagens profissionais utilizam os corantes organometálicos, menos suscetíveis


ao laser, e são aplicadas em maior quantidade na pele. A quantidade de tinta é
muito importante para avaliação do tratamento, portanto é necessário interrogar o
paciente sobre retoques nas tatuagens antigas e sobreposição de tatuagem. A média de
aplicações para se remover uma tatuagem profissional é de oito a dez sessões. (SACKS;
BARCAUI, 2004)

As tatuagens realizadas sobre cicatrizes são mais difíceis de remover, pois nem sempre
a penetração do laser no tecido cicatricial se faz de maneira desejada. Isso vale também
para as tatuagens que já tenham sido tratadas previamente com outro método não
seletivo, como criocirurgia ou dermoabrasão. (SACKS; BARCAUI, 2004)

As tinturas de cor escura como preto, azul escuro e alguns tons de verde, são mais
facilmente removíveis, enquanto o amarelo, vermelho e azul são mais difíceis de
remover nem todos os tipos de laser são capazes de fazê-lo. (SACKS; BARCAUI, 2004)

79
CAPÍTULO 2
Tratamento de remoção de pelos com laser

Introdução
O crescimento dos pelos em locais ou quantidade indesejáveis, que se denomina
hirsutismo e hipertricose, pode resultar de distúrbios ou tumores de origem endócrina,
de efeito colateral de medicamentos, ou ainda ser resultado de doenças ou traços
genéticos. (GUIRRO; GUIRRO, 2001)

A epilação a laser foi utilizada inicialmente para triquíase e áreas doadoras de enxertos
obtidos de áreas pilosas no final da década de 1980. (GUIRRO; GUIRRO, 2001)

Anatomia e biologia do folículo piloso


O folículo piloso é uma estrutura anexial complexa localizada na derme profunda e possui
diâmetro médio de 100 a 300 ų. Pode ser dividido longitudinalmente em três partes:

»» Bulbo: segmento mais inferior do folículo piloso e que se estende desde a


base dele até a inserção do músculo eretor do pelo.

»» Istmo: porção média entre o músculo eretor do pelo e o ducto da glândula


sebácea.

»» Infundíbulo: região localizada acima do ducto da glândula sebácea até a


superfície da pele.

Figura 37. Folículo piloso.

Fonte: <http://www.sandro.com.br>. Acesso em: 15 jun. 2015.

80
TRATAMENTO DE REMOÇÃO DE TATUAGEM │ UNIDADE III

O bulbo contém células matriz em rápida divisão, induzidas e mantidas pela papila
dérmica.

Recentes investigações em camundongos indicam que células denominadas células


tronco teriam importância fundamental para a formação dos novos pelos e estariam
localizadas na área chamada de bulge, próximas ao local da inserção do músculo eretor
do pelo passasse da fase anágena. À medida que o pelo passa da fase anágena (ou
crescimento ativo) para as fases seguintes catágena e telógena (ou de repouso), a papila
dérmica se moveria para cima aproximando-se das células do bulbo, estimulando assim
essas células a se proliferarem, formando uma nova matriz pilosa e ativa. As células se
moveriam então novamente para baixo com a papila e se transformariam em células
da matriz no início da nova fase anágena, continuando a dividir-se para a formação
de nova haste do pelo. Na fase catágena, cessa a proliferação das células da matriz e
esta regride antes de a papila mover-se para cima novamente e entrar na fase telógena.
(BORGES, 2006)

Figura 38. Fase crescimento do pelo.

Fonte: <depilacaoalaser.net>. Acesso em: 15/6/2015.

Mecanismo da fotodestruição dos folículos


pilosos
Há três mecanismos pelos quais a luz pode destruir folículo piloso:

»» Térmico ou fototérmico ─ em razão do aquecimento local.

81
UNIDADE III │ TRATAMENTO DE REMOÇÃO DE TATUAGEM

»» Mecânico ─ em razão da cavitação.

»» Fotoquímico ─ em razão da geração de medidores tóxicos como o oxigênio.

(MAIO, 2004)

Mecanismo térmico ou fototérmico


Lasers fontes de luz não coerente foram introduzidos para induzir dano seletivo
ao folículo piloso, e seu mecanismo segue o princípio da fototermólise seletiva.
Esse princípio prediz que ocorrerá dano térmico seletivo de uma estrutura-alvo
pigmentada quando se aplica luz com fluência suficiente, em comprimento
de onda preferencialmente absorvido pelo cromóforo-alvo, durante um
tempo igual ou inferior ao tempo de relaxamento térmico da estrutura-alvo.
(TRELLERS, 2009)

No caso do folículo piloso, o cromóforo é a melanina endógena, localizada no


bulbo piloso, na haste e no epitélio folicular, e ausente na derme. Para atingir a
melanina folicular, comprimentos de onda na região do vermelho e infravermelho
(300 a 1.100nm) são preferencialmente empregados. (TRELLERS, 2009)

Acredita-se que a duração do pulso do laser tenha papel importante, como


sugerido pela teoria da transferência térmica. A condução térmica durante
o pulso do laser aquece uma região ao redor de cada local microscópico de
absorção da energia óptica. Portanto, a área de confinamento térmico, assim
como o dano térmico resultante, é fortemente relacionado à duração do
pulso do laser. Pulso do laser Q-switched danifica efetivamente apenas células
pigmentadas individuais pelo confinamento do calor aos melanossomas, em
consequência disso, por exemplo, há leucotríquia, mas não perde o pelo em
animais após pulsos de laser Rubi Q-switched. Laser Q-switched não promoveram
perda permanente de pelos. (NUNES et al, 2010)

Lasers ou fonte de luz que operem na região do vermelho ou infravermelho


são: laser de Rubi, Alexandrite, Diodo, Nd:YAG e fontes de luz não coerente com
filtros chamados de corte. O comprimento de onda desses lasers compõem a
melanina e penetração profunda da derme. Assim, na região entre 600 a 1.100
nm é possível haver o aquecimento seletivo e profundo da haste do pelo, do
epitélio do folículo piloso e da matriz. (TRINDADE, 2009)

Contudo, a melanina na epiderme representa um local competitivo pela absorção,


principalmente em indivíduos de pele morena e negra. Assim, nesses casos, para

82
TRATAMENTO DE REMOÇÃO DE TATUAGEM │ UNIDADE III

proteger a epiderme deve-se utilizar duração de pulso maior, comprimento de


onda mais longo e intensificar o resfriamento da epiderme. (TRELLERS, 2009)

Com o resfriamento seletivo da epiderme consegue-se minimizar a lesão


epidérmica. O resfriamento externo da pele pode ser realizado de várias maneiras:
aplicação tópica de gel gelado, câmara de vidro resfriada ou ponta de contato de
safira ativamente resfriada adaptada ao laser, ou ainda spray criogênico pulsado
acoplado à peça de mão do laser. (TRELLERS, 2009)

Fontes de luz laser e não laser atualmente em


uso
Até o momento, os seguintes lasers foram aprovados pela FDA para epilação:

»» laser de Rubi;

»» laser Alexandrite de pulso longo;

»» laser de Diodo pulsado;

»» laser Nd:YAG;

»» fonte de luz intensa e pulsada;

»» laser Qs-Nd:YAG (NUNES et al, 2010)

Quadro 9. Lasers Utilizados para Epilação.

Comprimento Duração Dispositivo Características


Laser Fluência Spot size Scanner
de onda do pulso resfriamento especiais
Lasers Rubi
E2000 10-40 J/ Reciclagem de
694 nm 3-100 ms 10-20 mm Contato Não
(Palomar) cm² fótons
Epitouch 20-40 J/
694 nm 1,2 ms 4-6 mm Gel gelado Sim Modo duplo
(Sharplan) cm²
Epistar 25-40 J/
694 nm 2 ms 7 mm Não tem Sim Modo duplo
(Aesculap) cm²

Lasers Alexandrite
Apogee-40 7,10 e 12
755 nm 5-50 J/cm² 5-40 ms Ponteira resfriada Não -
(Cynosure) mm
Epitouch 10-25 J/
755 nm 2 ms 5 a 10 mm Gel gelado Sim -
(Sharplan) cm²
Gentlelase 10-100 J/
755 nm 3 ms 8-18 mm DCD Não DCD
(Candela) cm²

83
UNIDADE III │ TRATAMENTO DE REMOÇÃO DE TATUAGEM

Comprimento Duração Dispositivo Características


Laser Fluência Spot size Scanner
de onda do pulso resfriamento especiais
Lasers Diodo
Light Sheer 800 nm 10-40 J/
5-100 ms 9x9 mm Contato Não -
(Coherent) cm²
Featherlite 800 nm Até 60w 50-250
2,4 mm Contato Sim Scanner
(LaserLite) ms
Epistar (Nidek) 800 nm Até 50 J/ Até 100
4,7 mm Não Não -
cm² ms
Até 40 J/
Iriderm 800 nm 10-30 ms 7-10 mm Contato Não -
cm²
Laser Nd:YAG Q-switched
Softlight Suspensão de
1.064 nm 1-3 J/cm² 10 ns 7 mm Não Não
(Thermolase) carbono
Medlite IV
1.064 nm Até 8 J/cm² 8 ns 4 mm Não Não -
(Conbio)
Laser Nd:YAG de pulso longo
Cool Glide 10-100
1064 nm 100 J/cm² 9x9 mm Não Não -
(Altus Medical) ms
Lyra Até 150 J/
1064 nm 10-50 ms 3-5 mm Não Não -
(Lasercope) cm²
Lâmpadas de flash pulsadas com filtro
Epilight (ESC) 590-120 0nm Ajustável Variável 8x33 mm Não Não Pulsos múltiplos
Ellipse(DDD) 600-950 nm Ajustável Variável 10x48mm Não Não Pulsos múltiplos
Fonte: DCD: Dynamic Cooling Device 2014.

Laser Rubi

O laser Rubi é bem absorvido pela melanina folicular. O modo normal (NMRL) produz
pulsos mais longos do que o modo Q-switched. Há pelo menos três lasers de Rubi
aprovado para remoção de pelo: Epilaser/E2000(Palomar), Epitouch Ruby (Sharplan/
ESC) e o Ruby Star (Aesculp Meditec). (MAIO, 2004)

O Eiplaser foi amplamente utilizado nos EUA, tendo sido suplantado atualmente pelo
E/2000, que libera pulsos de 3 a 100 ms, nos quais a energia do laser é dividida em
dois pulsos de 3 ms, separados por intervalos de 100 ms. O E/2000 emprega também
mecanismo denominado reciclagem de fótons, em que a luz dispersa de volta é refletida
novamente para a pele, aumentando, assim, a fluência efetiva. (MAIO, 2004)

O Epitouch e Ruby Star são ambos lasers de Rubi modo duplo, que podem operar tanto
no modo Q-switched como no modo pulsado normal para atingir os folículos pilosos.
No modo pulsado longo, o Epitouch libera pulso de 1,2 ms, com spot size de 4 a 6 mm, e
fluência de até 40J/cm² com spot menor. Gel gelado é usado para proteger a epiderme
de dano térmico. O Ruby Star libera pulsos de 2 ms com spot size de até 12 mm, e

84
TRATAMENTO DE REMOÇÃO DE TATUAGEM │ UNIDADE III

fluência de até 35J/cm². Uma peça de mão, com resfriamento por água, resfria a pele
antes de liberação de pulso do laser. (MAIO, 2004)

Grossman, inicialmente tratou um grupo de 13 pessoas portadoras de pele clara e


pelos escuros com NMRL, pulsos de 270 ųs, spot size de 6 mm e fluência de 20 a
60 35J /cm².

O exame histopatológico das áreas tratadas com o laser mostrou vaporização das hastes
dos pelos, lesão extensa e seletiva ao epitélio folicular evidenciada por rupturas focais,
eosinofilia citoplasmática e condensação nuclear, e com áreas formando placas de
necrose no epitélio folicular. O crescimento dos pelos foi avaliado em 1,3 e 6 meses após
sessão única de tratamento.

Após um e três meses observou-se retardo estatisticamente significante em todas as


fluências, tanto nos locais depilados com cera como nos raspados previamente ao
tratamento.

Após seis meses, houve redução significativa no número de pelos nas áreas raspadas e
tratadas com 60 J/cm². Embora em 5 de 13 pacientes tenha havido novo crescimento
completo de pelo, 4 pacientes ainda obtiveram taxas inferiores a 50%, que se mantiveram
no seguimento de dois anos após o tratamento. Os autores desse estudo concluíram que
as duas respostas diferentes, atraso no crescimento e perda permanente de pelo são
provavelmente causadas pela indução de telógeno e minimaturização de folículo piloso
terminais.

Laser Alexandrite de pulso longo

O laser Alexandrite emite luz de 755 nm e como o laser de Rubi tem por alvo a melanina
folicular. Embora sua absorção pela melanina seja discretamente menor que a do laser
de Rubi, sua absorção efetiva pela haste do pelo não é muito diferente, porque o tamanho
relativamente grande do folículo permite a absorção de toda energia alcançada. De fato,
isso pode ser vantajoso, porque a absorção não desejada pela melanina epidérmica é
reduzida. Outras vantagens incluem, ao menos teoricamente, profundidade maior de
penetração, duração maior do pulso mais próxima ao tempo de relaxamento térmico
do folículo piloso e frequência dos pulsos de até 5 Hz em alguns sistemas. Estudos
revelaram que quando aplicado três a cinco sessões espaçadas em um total de cinco a
oito meses, consegue-se a erradicação do pelo de 75 até 95%. (TRINDADE, 2009)

85
UNIDADE III │ TRATAMENTO DE REMOÇÃO DE TATUAGEM

Laser Diodo pulsado


O sistema de laser de Diodo é um laser de 800 nm semicondutor, composto de matriz
de arseniato de gálio. É naturalmente incolor, mas para aumentar a segurança foi
adicionado o alumínio à luz invisível do laser, com o intuito de conferir uma tonalidade
avermelhada à radiação, impondo assim mais cuidado por parte do operador. É destinado
ao tratamento dos pelos indesejáveis, de manchas pigmentadas e de teleangectasias
vasculares. (IBRAHIMI, 2012)

Figura 39. Ponteira Diodo.

Fonte: Light sheer, 2013.

Suas contraindicações são:

a. História de cicatriz queloideana.

b. Infecção ativa ou história de herpes simples na área tratada.

c. Vitiligo.

d. Uso de Isotretinoína oral nos quatro meses que antecedem o tratamento


(relativa).

e. Pacientes ruivos e com pelos muito claros.

f. Pelos brancos.

g. Distúrbio hormonal podem fazer voltar os pelos (cuidado: menopausa


pode ser um distúrbio hormonal).

h. Aplicação sobre nevo displásico.

86
TRATAMENTO DE REMOÇÃO DE TATUAGEM │ UNIDADE III

Irá atuar na absorção da radiação pela melanina da haste do pelo que leva a um
superaquecimento do folículo, com consequentemente propagação do calor para as
células mãe agrupadas em volta da sua camada mais externa, na área próxima à inserção
do músculo eretor do pelo (bulge). A artéria e veia nutridora de cada folículo também
são atingidas, aumentando ainda mais a eficácia do tratamento. (IBRAHIMI, 2012)

A melanina da epiderme compete com a melanina do pelo na absorção da luz, aumentando


o risco de efeitos colaterais. Quanto maior a barreira de melanina da epiderme, menor
a margem de segurança do tratamento, por isso o risco é maior em peles morenas ou
bronzeadas. (HALACMI, 2012)

A duração ideal do pulso deve ser aquela em que o intervalo de tempo entre um feixe de
raio e outro seja maior do que o tempo de relaxamento térmico da epiderme e próxima
ou menor que o tempo de relaxamento térmico do bulbo. Com isso consegue-se a
destruição de toda a estrutura do folículo, poupando a epiderme do calor excessivo.
(HALACMI, 2012)

Também no sentido de poupar a epiderme, a ponteira do aparelho é resfriada. Ela entra


em contato direto com a superfície da pele resfriando-a, aumentando assim a margem
de segurança. (HALACMI, 2012)

Para que o tratamento seja eficaz é necessário que o folículo piloso esteja na fase
anágena, pois nessa fase há uma maior concentração de melanina no bulbo capilar,
sendo portanto mais atingido pelo laser. (IBRAHIMI, 2012)

Ao término das sessões nota-se a ausência de pelos na área tratada. Geralmente, os


pelos terminais não retornam mais. Após algum tempo pode-se notar a presença de
pelos lanugos (enugem) nos locais tratados, mas eles não causam incômodo ao paciente.
(IBRAHIMI, 2012)

Em alguns casos, vários meses após a última sessão, começam a se observar pelos
terminais que já haviam desaparecido. Muito provavelmente trata-se de pelos de
evolução muito lenta que infelizmente não foram atingidos nem uma vez na fase
anágena. Nesse caso, deve-se explicar ao paciente e propor mais uma sessão para
finalizar. (HALACMI, 2012)

Para um bom resultado é necessário respeitar o ciclo de crescimento dos pelos, que
varia de acordo com a região do corpo. O intervalo entre as sessões é o intervalo entre
as fases anágenas dos pelos. (IBRAHIMI, 2012)

87
UNIDADE III │ TRATAMENTO DE REMOÇÃO DE TATUAGEM

Quadro 10. Tabela de intervalo de sessão.

Intervalo entre as sessões


Área tratada
(semanas)
Face 4
Axilas 4
Virilha 4
Dorso 4a8
Pernas 4a8
Fonte: Taís Amadio Menegat, 2015.

O número de sessões também varia de acordo com a área a ser tratada. Geralmente,
são necessárias de três a seis sessões para completar o tratamento. No caso do buço,
deve-se orientar o cliente que nesse local necessárias é necessário um número maior
de sessões (em média de cinco a seis) por tratar-se de pelos muito finos. No caso da
barba masculina são necessárias seis ou sete sessões para tratamento completo, pela
alta densidade de fios. (IBRAHIMI, 2012)

A técnica é muito simples. É considerado o aparelho de laser de mais fácil operação.


Iniciamos passando um anestésico tópico (Emla ou Anestop) 45 min antes do
procedimento, limpamos a área tratada com sabonete neutro ou clorexidine; são
retirados objetos refletores da área a ser tratada e a sala deve estar refrigerada.
O uso de proteção ocular é obrigatório tanto para paciente quanto para o terapeuta.
(HALACMI, 2012)

É obrigatório raspar o local a ser tratado antes do procedimento. Se o pelo estiver grande
ocorrerá um superaquecimento da sua parte externa, o que queimará a epiderme, além
de sequestrar um pouco de energia que iria para o bulbo. (HALACMI, 2012)

Para iniciar a aplicação do laser de Diodo devemos aplicar o um gel base de água
na área a ser tratada. No primeiro disparo devemos fazer o teste inicial observando-se
a resposta cutânea que geralmente responde com eritema e edema perifolicular.
Alguns pelos ficam queimados e saem facilmente com a pinça, sem resistência. Em
indivíduos de pele clara essa resposta é facilmente observada, em pacientes de pele
escura essa resposta não é observada com muita clareza. Se houver muito eritema
nesses pacientes é necessário diminuir a fluência do aparelho, pois pode significar
complicações futuras. Outro sinal de perigo é o eritema muito marcado com o formato
de lente. (IBRAHIMI, 2012)

Durante a realização do procedimento deve-se tomar o cuidado de limpar a ponteira


do aparelho para evitar a presença de substâncias que impeçam a passagem de luz.
Aplica-se em toda a área a ser epilada com o cuidado de se fazer um pouco de superposição.
Não há problema em aplicar na mesma área duas vezes. (IBRAHIMI, 2012)

88
TRATAMENTO DE REMOÇÃO DE TATUAGEM │ UNIDADE III

No quadro, estão indicados os parâmetros iniciais para todos os tipos de tratamentos.


Ressalto que podem existir variações num mesmo fototipo e, portanto, deve-se sempre
fazer o teste inicial. (HALACMI, 2012)

Quadro 11. Parâmetro de tratamento.

Foto tipo Diâmetro do Pelo Densidade Fluência/ Duração


Fino Independe 35/ auto
I Baixa 35/30
Grosso
Alta 30/30
Fino Independe 25/auto
II Baixa 30/30
Grosso
Alta 25/30
Fino Independe 25/auto
III Baixa 30/30
Grosso
Alta 25/30
Fino Independe 25/30
IV Baixa 25/100
Grosso
Alta 25/100 ou 400
Fino Independe 20/100
V Baixa 20-25/400
Grosso
Alta 20/400
Baixa 15-20/100
Fino
Alto 15-20/400
VI
Baixa 15-20/400
Grosso
Alta 15-18/400
Fonte: Taís Amadio Menegat 2015

Se estiver tratando a barba masculina deve-se abaixar 5 J dos parâmetros indicados.

Nas sessões subsequentes, antes de iniciar, pergunte ao paciente sobre bolhas, crostas
ou alterações da pigmentação. De acordo com a resposta aumente ou abaixe as fluências
iniciais.

Temos que ter alguns cuidados pós-tratamento como:

a. Fazer compressas frias de soro ou de gelo nos locais tratados.

b. Usar um creme calmante imediatamente após o tratamento, três vezes ao


dia, até sumir o eritema (Diprogenta ®).

c. As crostículas que se formam após o laser são normais e não devem ser
retiradas. Caem naturalmente entre dois e três dias.

d. Usar filtro solar diariamente nas áreas tratadas a cada três horas.

89
UNIDADE III │ TRATAMENTO DE REMOÇÃO DE TATUAGEM

Laser Nd: YAG


Onda contínua, pulsado e Q-switching com pulsos de 10 ns, comprimento de onda de 1064
nm, pulsado e com duração de pulso de 10 ns para pigmentos escuros, remodelação não
ablasiva, remoção de pelos, cromóforo-alvo proteína tecidual. (NORONHA et al,2004)

Estudos realizados com o laser Nd:YAG de pulso longo, de 50 ms, ponteira de conta
resfriada (-4ºC) e fluência de 50 a 100 J/cm² demonstram que menor a fluência efetiva
é melhor para diminuir a ocorrência de efeitos adversos. (NORONHAet al,2004)

Kilmer, em 2000, avaliou a eficácia e segurança desse laser na remoção de pelos, e


obteve os melhores resultados com fluência de 50 a 60 J/cm² e pulsos de 15 a 30 ms,
respectivamente. Houve uma redução média de pelos em 27%, 3 meses após a primeira
sessão e em 47%, 6 meses após a segunda aplicação, realizada com intervalo de 3 meses.

Destruição mecânica

A destruição fotomecânica dos pelos foi utilizada exclusivamente para fins cosméticos.
A técnica se chama Softlight, utilizava inicialmente um cromóforo aplicado de
forma exógena. Nessa técnica, suspensão de óleo mineral de partículas de carbono
era aplicada à pele antes do tratamento. As áreas eram então expostas aos pulsos
extremamente curtos de ordem de nanossegundos do Qs Nd:YAG. Foi postulado que
a absorção de luz pelas partículas de carbono dentro dos folículos e seu aumento
rápido de temperatura geravam ondas fotoacústicas. Esse efeito causaria, portanto,
desrupção mecânica de células foliculares, causando um retardo no novo crescimento
dos pelos. (NUNES et al, 2010)

Laser QS Nd:YAG

O laser neodímio: ítrio alumínio granado Q-switched (QS Nd:YAG) foi utilizado
inicialmente para remoção de pelos. Emite irradiação laser de 1064 nm e comprimento
de onda absorvido em menor grau pela melanina. Estudo utilizando essa abordagem
em região axilar e inguinal com sessões repetidas e intervalo de um mês, durante
quatro meses documentou ao menos a eficácia temporária desse método. Vários outros
autores demonstram em estudos similares a perda significativa em 12 semanas após
o tratamento, mas não se manteve depois de 6 meses, mesmo após sessões múltiplas.
(NUNES et al, 2010)

90
TRATAMENTO DE REMOÇÃO DE TATUAGEM │ UNIDADE III

Estudos recentes mostram que em aplicação sem o uso de preparação tópica adjuvante e
utilizando com spot size de 4 mm com fluência de 10J /cm², ocorre a redução temporária
do crescimento do pelo, de duração de um a quatro meses, decorrente, provavelmente,
mais do prolongamento da fase telógena. A redução permanente não é usual, mas pode
ser vista em até 30% dos pacientes, após pelo menos três sessões. (NUNES et al, 2010)

Apesar do efeito temporário, o laser QS Nd:YAG tem algumas vantagens: é o mais


rápido entre todos os lasers e, por não depender da melanina folicular, teoricamente
pode ser utilizado para tratar várias cores de pelos. Além disso, a melanina epidérmica
não é afetada, evitando-se, assim, muitos dos efeitos colaterais que podem ocorrer com
outros lasers. Por essa qualidade e por ser relativamente indolor, esse laser foi utilizado
com bons resultados em crianças com hipertricose langinosa congênita. Relatam-se
também bons resultados para pseudofoliculite de barba. (NUNES et al, 2010)

Mecanismo fotoquímico – terapia


fotodinâmica
Essa técnica emprega a combinação de radiação não ionizante com drogas
fotossensibilizantes que se localizam temporariamente dentro dos tecidos-alvo. A ativação
dessa droga por comprimento de onda adequada selecionado de luz laser ou não laser
causa destruição tecidual seletiva, enquanto minimiza a lesão dos tecidos circundantes.
Ácido Aminolevulínico (ALA), administrado por via oral, induziu necrose epidérmica
focal e lesão fototóxica às glândulas sebáceas e aos folículos pilosos de camundongos
pela indução da síntese de protoprofirina. A aplicação tópica da ALA à pele poderia
induzir a formação de protoporfirina IX pelas células foliculares, e a ativação pela luz
causaria dano folicular e morte celular. (MACHADO, 2000)

Um estudo de 1995 utilizou esse princípio para remover pelos indesejados. Onze
pacientes foram envolvidos nesse estudo. Cada área foi depilada, sendo aplicado, em
seguida, ALA tópico a 20%. Três horas após, as áreas tratadas foram expostas à luz de
comprimento de onda de 630 nm e fluência de 100 a 200 J/cm². O exame histopatológico
posterior evidenciou lesão seletiva à epiderme e folículo piloso, com preservação da
derme. (MACHADO, 2000)

A vantagem dessa terapia é que ela pode ser utilizada em pacientes com variedade de
cores de pelos e de pele. Embora se suponha que a fotossensibilidade ativada possa
causar dano à membrana celular pela formação de oxigênio para as estruturas celulares,
transformação e mutagênese significativa foram demonstradas em sistemas de culturas
de mamíferos. Como ainda não há relatos sobre o seguimento em longo prazo de
pacientes, são necessários mais trabalhos clínicos antes que a terapia fotodinâmica seja

91
UNIDADE III │ TRATAMENTO DE REMOÇÃO DE TATUAGEM

utilizada como método confiável para remoção de pelos em longo prazo. (MACHADO,
2000)

Quadro 12. Lasers Utilizados para Epilação.

Comprimento Duração Dispositivo Características


Laser Fluência Spot size Scanner
de onda do pulso resfriamento especiais
Lasers Rubi
10-40 J/ Reciclagem de
E2000 (Palomar) 694 nm 3-100 ms 10-20 mm Contato Não
cm² fótons
Epitouch 20-40 J/
694 nm 1,2 ms 4-6 mm Gel gelado Sim Modo duplo
(Sharplan) cm²
Epistar 25-40 J/
694 nm 2 ms 7 mm Não tem Sim Modo duplo
(Aesculap) cm²

Lasers Alexandrite
Apogee-40 7,10 e 12
755 nm 5-50 J/cm² 5-40 ms Ponteira resfriada Não -
(Cynosure) mm
Epitouch 10-25 J/
755 nm 2 ms 5 a 10 mm Gel gelado Sim -
(Sharplan) cm²
Gentlelase 10-100 J/
755 nm 3 ms 8-18 mm DCD Não DCD
(Candela) cm²

Lasers Diodo
Light Sheer 800 nm 10-40 J/
(Coherent) cm² 5-100 ms 9x9 mm Contato Não -

Featherlite 800 nm Até 60w


50-250 ms 2,4 mm Contato Sim Scanner
(LaserLite)
Epistar (Nidek) 800 nm Até 50 J/
Até 100 ms 4,7 mm Não Não -
cm²
Soprano – Gold 1 - 20 J/ Contato termoelétrico
810 nm 5-30 ms 10x12mm Não -
Standard cm² (TEC)

Laser Nd:YAG Q-switched


Softlight Suspensão de
1.064 nm 1-3 J/cm² 10 ns 7 mm Não Não
(Thermolase) carbono
Medlite IV
1.064 nm Até 8 J/cm² 8 ns 4 mm Não Não -
(Conbio)

Laser Nd:YAG de pulso longo


Cool Glide (Altus
1064 nm 100 J/cm² 10-100 ms 9x9 mm Não Não -
Medical)
Até 150 J/
Lyra (Lasercope) 1064 nm 10-50 ms 3-5 mm Não Não -
cm²

Lâmpadas de flash pulsadas com filtro


Epilight (ESC) 590-120 0nm Ajustável Variável 8x33mm Não Não Pulsos múltiplos
Ellipse(DDD) 600-950 nm Ajustável Variável 10x48mm Não Não Pulsos múltiplos
Fonte: Taís Amadio Menegat 2015

92
TRATAMENTO DE REMOÇÃO DE TATUAGEM │ UNIDADE III

Soprano – Gold Standard


O Soprano é um sistema de epilação a laser de Diodo – Gold Standard com 812 nm foi
desenvolvido pensando no bem-estar do paciente. É o primeiro sistema de epilação a
laser que realiza o procedimento com desconforto mínimo em qualquer tipo de pele
e pelo. Possui sistema de resfriamento através da ponteira resfriada; o procedimento
é realizado com a ponteira IN MOTIONTM Technology, que permite o aquecimento
gradual dos folículos pilosos com menor absorção de energia na superfície da pele, esse
processo é chamado de Fototermólise Volumétrica. (MENEGHEL et al, 2009)

Modo de operação

Possui dois modos de operação empregando a tecnologia CW™ (Continuous Wave):

Modo SHR (Super Hair Removal): utiliza uma série de pulsos de baixa potência
e alta frequência (10 Hz) para aumentar gradativamente a temperatura do folículo até
50º C enquanto os tecidos ao redor alcançam cerca de 45º C. A aplicação gradual de
calor, em movimento, usa os cromóforos dos tecidos ao redor como reservatórios de
calor para aumentar a temperatura do folículo. Isso, junto com a energia absorvida pelo
folículo, o destrói e previne o crescimento dos pelos. A aplicação gradual de energia em
movimento resulta em um procedimento muito rápido e sem dor. (MENEGHEL et al,
2009)

O objetivo da aplicação no modo SHR é alcançar o acúmulo de energia (KJ) para uma
determinada área (100 cm²). Seguir os parâmetros conforme a quadro 13.

Quadro 13. Modo SHR.

Foto tipo de pele Fluência (J/cm²) Tamanho da área Energia acumulada (KJ)
(cm²)

I 10 100 10-12

II 10 100 10-12

II 10 100 10-12

IV 8 100 10-12

V 7 100 10-12

VI 5 100 10-12

Fonte: Soprano, 2014.

93
UNIDADE III │ TRATAMENTO DE REMOÇÃO DE TATUAGEM

Uma forma alternativa para determinar os parâmetros é por área anatômica conforme
descrito a seguir.

Quadro 14. Parâmetro por área.

Área (Tipo de pele) Foto tipo de pele Fluência (J/cm²) Área (cm²) Energia acumulada (KJ)
I a III 9-10 60 6,0-7,2
Axilas IV a V 8-9 60 6,0-7,2
VI 5 60 6,0-7,2
I a III 7 15 1,5-1,8
Buço IV a V 6 15 1,5-1,8
VI 5 15 1,5-1,8
I a III 8-9 30 3,0-3,6
Virilha IV 6 30 3,0-3,6
V a VI 5 30 3,0-3,6
I a III 7 25 2,5-3,0
Barba IV 6 25 2,5-3,0
V a VI 5 25 2,5-3,0

Fonte: Soprano 2014

Modo HR(Hair Removal): utiliza pulso único contínuo e de alta energia para ser
absorvido pelo folículo por meio da fotosseletividade. A energia absorvida causa dano
térmico ao folículo e previne o crescimento dos pelos. A repetição dos pulsos chega a
3 Hz e providencia um tratamento rápido. O resfriamento em “Dual Mode” garante
melhor conforto ao paciente (MENEGHEL et al, 2009)

Figura 40. DUAL MODE.

Fonte: MENEGHEL, et al., 2009

94
TRATAMENTO DE REMOÇÃO DE TATUAGEM │ UNIDADE III

Quadro15. Modo HR.

Foto tipo de pele 1a sessão 2a sessão 3a sessão 4a sessão 5a sessão


I 45-55 50-60 55-65 60-70 65-75
II 40-50 45-55 50-60 55-65 60-70
III 35-45 40-50 45-55 50-60 55-65
IV 30-40 35-45 40-50 45-55 50-60
V 25-35 30-40 35-45 40-50 45-55
---- ---- BARBA HOMEM ---- ----
I a III (IV) 25 (IV) 30 (III) 35 (III/II) 40 (III/II) 45
IV (V) 20 (V) 25 (IV) 30 (IV) 35 (IV)40
V (VI) 15 (VI) 20 (V) 25 (V) 30 (V) 35
Fonte: Soprano, 2014.

Figura 41. SHR E HR.

1. Nessa imagem vemos o equipamento configurado para aplicação do laser de Diodo no modo HR (Hair Removal),
que trabalha ponto a ponto utilizando altas energias. Essa configuração é mais comumente indicada para o
tratamento de pequenas áreas.

2. Na segunda imagem, o equipamento está configurado para operar no modo SHR In Motion TM (Super Hair Removal),
onde a aplicação é contínua e com baixas energias, sendo indicado para o tratamento de grandes áreas e de maior
sensibilidade.

Fonte: ORRINGER et al, 2006.

Cuidados pós-tratamento

»» Evitar exposição solar e maquiagem por 12 horas.

»» Evitar manipular a pele.

»» Lavar a região com sabonete antisséptico.

»» Aplicar diariamente gel cicatrizante com filtro solar.

»» Não usar no local creme gorduroso.

(ORRINGER et al, 2006)

95
UNIDADE III │ TRATAMENTO DE REMOÇÃO DE TATUAGEM

Caso tenha interesse em saber mais sobre este assunto indico os seguintes
artigos:

»» SOPRANO, X.L. Achieves Efficacious Hair Removal with Decreased Pain


The Aesthetic Guide March/April 2009 Study will be presented at the
ASLMS annual conference April 2009.

96
TRATAMENTO DE
ESTRIAS, CICATRIZ DE UNIDADE IV
ACNE COM LASER

CAPÍTULO 1
Tratamento de estrias, cicatriz de acne
com laser

Introdução
Tanto para as estrias recentes quanto para as já instaladas, o tratamento vai dispor das
mesmas técnicas, a quantidade de sessões e a combinação de protocolos é que varia.
Atualmente, o emprego do laser tem possibilitado resultados muito satisfatórios no
tratamento de estrias em ambas as fases.

Nas estrias rosadas, ele provoca um fechamento dos pequenos vasos sanguíneos e
estimula a formação de um novo colágeno, dando à estria uma tonalidade próxima à da
pele e uma diminuição do seu tamanho.

Já nas estrias nacaradas, o laser vai atuar basicamente estimulando um novo colágeno,
visando somente à diminuição do seu tamanho.

O tratamento a laser é feito em sessões mensais cujo número dependerá da largura,


aquelas mais estreitas respondem e desaparecem completamente nas primeiras
sessões, as mais largas, no entanto, exigirão sessões adicionais e melhoram de forma
variável, e da sua localização, áreas que não estão sujeitas a hiperestiramento melhoram
rapidamente.

Lasers mais utilizados


Os trabalhos referentes a estrias nos quais se nota mais rigor científico são os que citam
a aplicação de Dye Laser, CoolTouch e Nd:YAG, apesar de existirem alguns trabalhos
que citam o laser CO2. (BEYLOT, 2008)

97
UNIDADE IV │ TRATAMENTO DE ESTRIAS, CICATRIZ DE ACNE COM LASER

Na década de 1980, quando se iniciou o uso do pulsed Dye Laser (seletivo para vasos)
para tratamento de hemangiomas, observou-se melhora da qualidade das cicatrizes
deixadas por tratamentos anteriores com laser de Argônio (não seletivo). Essa eficácia
se traduzia na diminuição de eritema (cor avermelhada) e normalização da textura
da pele. Foram feitos estudos posteriores tratando especificamente esse tipo de lesão,
vindo a confirmar os achados preliminares. (BEYLOT, 2008)

Atualmente, os lasers seletivos de ação vascular, particularmente o Dye Laser,


têm comprovada ação nas cicatrizes eritematosas (avermelhadas), hipertróficas e
queloides, além de melhorar a textura e a maleabilidade das cicatrizes de queimadura.
(BEYLOT, 2008)

Dye laser

Trata-se do mais seletivo laser para o cromóforo-alvo oxihemoglobina, contida no


sangue e transformado em energia térmica, havendo coagulação dos vasos. Meio líquido
corante orgânico rodamina foi o primeiro de uma série de novos aparelhos de sistemas
de laser designada a tratar cromóforos específicos e consequentemente especificar
lesões. O conceito de fototermólise foi desenvolvido por Anderson e Parish em Harvard
no início de 1980 e foi subsequentemente aplicado no desenvolvimento desse laser.
(MEDEIROS, 2005)

Usa de 577 a 600 nm com luz amarela, apresenta flashlamp como fonte de energia e
meio líquido com corante orgânico e base rodamina no meio ativo. Duração de pulsos
de 450 ųseg, havendo necrose intravascular e ruptura de parede do vaso. Logo após o
tratamento ocorre formação de púrpura em virtude essa ruptura. (MEDEIROS, 2005)

O Dye Laser vem sendo utilizado para tratamento de cicatrizes hipertróficas, queloides
e estrias. Apesar de antagônicas indicações, parece um mesmo mecanismo, agindo no
processo de remodelação da cicatriz por intermédio da regressão de vasos sanguíneos
neoformados e, portanto, na migração de fibroblastos da cicatriz, melhora a qualidade
das cicatrizes e estrias. Esse ganho não é constante em todo paciente, não desaparece
totalmente. (MEDEIROS, 2005).

Existem várias hipóteses para explicar a melhora do Dye Laser nessa afecção:

»» A destruição da vasculatura das lesões levaria à isquemia, resultando na


alteração do metabolismo do colágeno e liberação da colagenase.

98
TRATAMENTO DE ESTRIAS, CICATRIZ DE ACNE COM LASER │ UNIDADE IV

»» O laser, embora seja de ação seletiva nos vasos, acaba por realizar
hipertermia na derme circunjacente, promovendo assim a formação e
reorganização do colágeno.

»» O aumento de mastócitos que ocorre na área irradiada pelo laser,


possivelmente também desempenha algum papel nesse processo.
A histamina (liberada pelos mastócitos) pode ter ação estimulante ou
inibitória sobre a síntese de colágeno (os estudos são controversos).

»» Lasers no espectro da luz visível, utilizados com fluências baixas, podem


estimular a proliferação de fibroblastos, levando ao aumento na produção
de fibras reticulares, colágenas e elastinas.

Há evidencias histológicas de aumento das fibras elásticas e redução clínica das estrias,
após o uso do Dye Laser em fluência baixa de 3 J/cm² e feixe de 10 mm de diâmetro,
com intervalos maiores, de dois a quatro meses, para que haja tempo suficiente para a
formação de colágeno.(MEDEIROS, 2005)

Figura 42. Dye Laser estrias.

Fonte: MEDEIROS, 2005

Os efeitos colaterais mais frequentes são púrpuras que duram de uma a duas
semanas e discromias transitórias. Raramente ocorrem vesículas, crostas, alteração
na textura da pele e cicatrizes. Os aparelhos mais modernos de PDL têm maiores
comprimentos de onda (585 nm, 590 nm, 595 nm e 600 nm), pulsos mais longos
(1,5 a 40 milisegundos), fluências variando de 5 a 15 J/cm2, permitindo tratamento
de lesões mais profundas, com menor risco de púrpura e mantendo a especificidade
vascular. (MEDEIROS, 2005)

99
UNIDADE IV │ TRATAMENTO DE ESTRIAS, CICATRIZ DE ACNE COM LASER

Laser não ablativo


Os lasers Nd: YAG pulsados de frequência dobrada emitem luz verde com 532 nm.
Para produzir luz 532 nm, o comprimento de onda é divido ao meio e a frequência
dobrada com um cristal óptico de Potássio/Tritanil/Fosfato (KTP). Esse comprimento
de onda é próximo de um dos picos de absorção de hemoglobina, e a amplitude de
pulso resultante em alguns sistemas de laser operam em milissegundos, próximo ao
relaxamento térmico dos pequenos vasos cutâneos, aquecendo o vaso mais lentamente
e causando dano térmico sem que esse seja rompido. (NORONHA et al, 2004)

Estudos realizados com o laser Nd:YAG de pulso longo, de 50 ms, ponteira de conta
resfriada (-4ºC) e fluência de 50 a 100 J/cm² demonstram que menor a fluência efetiva
é melhor para diminuir a ocorrência de efeitos adversos. (NORONHA et al,2004)

O laser de Nd:YAG 1320 nm, por sua vez, opera na faixa de absorção pela água, não
havendo competição por outros cromóforos, o que diminui a incidência dos efeitos
adversos de pigmentação cutânea. A absorção da luz pela água do tecido leva à dissipação
da energia térmica por toda a área tratada, podendo haver aquecimento de até 2 mm de
profundidade. (NORONHA et al, 2004)

O uso desse laser envolve mecanismos de proteção da epiderme com um spray de


criógeno antes, durante e após o disparo do feixe (CoolTouch®, Roseville, CA – EUA).
É o chamado laser não ablativo cujo nome comercial é Cooltouch ou Termacool.

O laser não ablativo não é uma boa indicação para peles com alterações de
superfície. Sua principal indicação é o estímulo da síntese e remodelação do colágeno
(ALEXIADES-ARMENAKAS, 2008).

Por não atingir a epiderme, quem se submete a ele não precisa se afastar de suas
atividades diárias, pois nenhum efeito é perceptível após o tratamento, podendo ocorrer
apenas discreta vermelhidão durante algumas horas. Em compensação, os resultados
também não são perceptíveis no curto prazo, sendo necessárias várias sessões para que
sejam notadas melhoras nas rugas ou cicatrizes (ALEXIADES-ARMENAKAS, 2008)

O laser Cooltouch funciona provocando uma coagulação seletiva do colágeno, que


atinge temperaturas ao redor de 42º graus. Um spray de nitrogênio é acionado quase
simultaneamente ao tiro de laser, resfriando a epiderme e evitando queimaduras na sua
superfície. (ALEXIADES-ARMENAKAS, 2008)

Os raios promovem colunas de coagulação na pele, mantendo a epiderme do local


intacta, ou seja, não promovem sua ablação. Nessa coluna, inicia-se um processo de
recomposição de toda a área coagulada, no sentido dermo-epidérmico, após algumas

100
TRATAMENTO DE ESTRIAS, CICATRIZ DE ACNE COM LASER │ UNIDADE IV

horas, com duração de 14 dias. O colágeno e as frações de pigmentos e de vasos que


foram coagulados são eliminados através da epiderme. (ALEXIADES-ARMENAKAS,
2008)

Dependendo da fluência, a penetração dos raios é variável. Quanto maior a energia


liberada, mais profunda será a ação e maior a colagênese, permitindo a modulação do
resultado desejado. (ALEXIADES-ARMENAKAS, 2008)

Apesar de a melanina e hemoglobina não serem alvos desses lasers, a coluna do raio
coagula parte de pigmentos e/ou vasos que forem atingidos por ela no momento da
penetração na pele. Assim, mesmo indiretamente, ocorre remoção de pigmentos
epidérmicos e dérmicos superficiais e também de alguns vasos sanguíneos menores.
(ALEXIADES-ARMENAKAS, 2008)

Os aparelhos mais usados no Brasil são os de 1.550 nm e 1.540 nm, existindo algumas
diferenças entre eles. No laser de 1.540 nm, os raios são liberados de modo estático,
“em carimbo”, em pulsos de 10-100 ms. Há duas ponteiras, uma com ação mais
superficial (15 mm) e outra mais profunda (10 mm). As fluências usadas variam de 20 a
100 mJ/cm². São capazes de causar dano térmico médio de 333 µ de largura e 1 mm de
profundidade quando usadas com altas fluências. No 1.550 nm, os raios são liberados
de maneira dinâmica por meio de uma ponteira coaptada ao handpiece. Somente com
a movimentação desta sobre a pele é iniciado o tratamento. Esse aparelho permite
controle automático da densidade dos raios, bem como da largura e profundidade das
colunas de coagulação.

101
CAPÍTULO 2
Tratamento de hiperhidrose

Introdução

Quando a adrenalina entra em ação, seja por fatores emocionais, esforços físicos ou
calor, as glândulas sudoríparas causam uma secreção que todos conhecemos por
“suor”. No caso dos portadores de hiperidrose axilar, o suor é excessivo. (GONTIJO
et al, 2011)

Não se tratando de doença grave, mas de situação extremamente desconfortável,


que causa profundo embaraço social e transtornos de relacionamento e psicológicos
no portador, este frequentemente se isola socialmente e adquire hábitos procurando
esconder o seu problema. A hiperidrose é situação relativamente frequente, com
incidência relatada entre 0,6 a 1% da população. (GONTIJO et al, 2011)

A sudorese excessiva envolvendo as glândulas sudoríparas écrinas e que excede


as necessidades fisiológicas é chamada de hiperidrose, podendo acarretar sérias
repercussões no âmbio social e profissional. Esse efeito pode provocar desde um
simples constrangimento social, por estar usando uma roupa manchada por suor,
até a necessidade, eventualmente, de mudar sua atividade de trabalho. (GONTIJO
et al, 2011)

O suor detectado no aperto de mão pode passar uma falsa impressão de insegurança e
nervosismo que podem a levar ao isolamento social e dificultar a relação interpessoal.
Há, enfim, uma enorme variedade decorrentes de hiperidrose e que interferem
negativamente na vida das pessoas afetadas. (GONTIJO et al, 2011)

Sintomas

O início dos sintomas pode ocorrer na infância, na adolescência ou somente na idade


adulta, por razões desconhecidas. Eventualmente podemos encontrar história familiar.
(SOLISH et al, 2007)

102
TRATAMENTO DE ESTRIAS, CICATRIZ DE ACNE COM LASER │ UNIDADE IV

Os pacientes referem sudorese constante, às vezes inesperada, mas a maioria deles


relata fatores agravantes. Os fatores desencadeantes da sudorese excessiva são
o aumento da temperatura ambiente, o exercício, a febre, a ansiedade e a ingestão
de comidas condimentadas. Geralmente há melhora dos sintomas durante o sono.
(SOLISH et al, 2007)

O suor pode ser quente ou frio, mas a sudorese é constante. Pode afetar todo o corpo ou
ser confinada à região palmar, plantar, axilar, inframamária, inguinal ou craniofacial.
(SOLISH et al, 2007)

As roupas ficam constantemente molhadas e manchadas, com aspecto de má higiene e


impressão de descontrole emocional. (SOLISH et al, 2007)

A pessoa que sofre desse mal frequentemente se isola socialmente e adquire hábitos
para esconder a sudorese excessiva. Simples atividades diárias como escrever, apertar a
mão de outra pessoa, segurar papéis podem ser muito complicadas para os portadores
de hiperidrose. (SOLISH et al, 2007)

Causas da hiperidrose

A termorregulação (regulação da temperatura corporal) está associada a dois tipos


de glândulas na pele: as glândulas apócrinas e as glândulas écrinas. (CONNOLLY
et al, 2003)

As glândulas apócrinas estão associadas aos folículos pilosos, então estão presentes
em locais da pele nos quais possuem pelos. Mas sua relação com a hiperidrose é pouco
importante. (CONNOLLY et al, 2003)

A hipersecreção das glândulas écrinas é que causam as alterações descritas. As glândulas


écrinas estão mais concentradas nas axilas, palmas das mãos e plantas dos pés, e elas
sim têm importante papel na termoregulação. O excesso de secreção dessa glândula
écrina é que causa a hiperidrose.

103
UNIDADE IV │ TRATAMENTO DE ESTRIAS, CICATRIZ DE ACNE COM LASER

Figura 43. Existem de 2 a 5 milhões de glândulas écrinas distribuídas por todo o corpo.

Fonte: (CONNOLLY et al, 2003)

As causas podem ser as mais diversas, desde obesidade, menopausa, uso de drogas
antidepressivas, alterações endócrinas e neurológicas com disfunção do sistema nervoso
e até mesmo desconhecidas, em alguns casos. (CONNOLLY et al,2003)

Quando o quadro de hiperidrose é grave, ocorre gotejamento espontâneo na região


afetada. Nos casos mais graves, a pele pode ficar macerada ou mesmo fissurada.
(CONNOLLY et al,2003)

Quando a sudorese é mais intensa na região axilar, outros sintomas desagradáveis são
relatados. O exsudado pode causar odor fétido (bromidrose). O odor fétido é causado
pela decomposição do suor e debris celulares de bactérias e fungos. Assim, pode
contribuir para o aparecimento e manutenção de outras doenças de pele como infecções
piogênicas, fúngicas, dermatite de contato etc. (CONNOLLY et al,2003)

Classificação da hiperidrose
A hiperidrose pode ser dividida em primária e secundária, mas também pode ser
classificada em generalizada ou focal. A forma primária é aquela em que não há uma
etiologia definida. Geralmente, envolve as palmas e plantas, além das axilas que são áreas
de maior concentração de glândulas sudoríparas écrinas. Está principalmente relacionada
aos fatores emocionais e por isso é chamada de hiperidrose cortical ou emocional. Esse
quadro melhora durante o sono e após sedação. (REISFELD et al, 2008).

A hiperidrose secundária pode estar associada à obesidade, menopausa, drogas,


distúrbios endocrinológicos (hipoglicemia, hipertireoidismo, feocromocitoma) e
condições neurológicas autonômicas. (REISFELD et al, 2008)

104
TRATAMENTO DE ESTRIAS, CICATRIZ DE ACNE COM LASER │ UNIDADE IV

Figura 44. Hiperhidrose.

A ─ axila seca ou úmida.


B ─ axila molhada.
C ─ axila molhada e gotejante.
D ─ axila molhada e muito gotejante.
Fonte: Menezes, 2014.

Ação do laser na hiperidrose


Recentemente, foi desenvolvida uma técnica que utiliza o laser 1064, para o tratamento
da hiperidrose axilar. Com duas das três pequenas incisões de 1 mm na região das
axilas, o laser é aplicado a nível dérmico, onde se encontram as glândulas sudoríparas.
(GONTIJO et al, 2011)

A ação do laser ocorre pelo calor e as glândulas, sendo termosensíveis, vão sofrendo
essa ação térmica até serem destruídas. Como não há necessidade de eliminação total
das glândulas, a redução delas é feita até atingir níveis compatíveis com uma situação de
sudorese que seja confortável para o convívio social do paciente. (GONTIJO et al,2011)

O procedimento a laser é realizado sob anestesia local e sedação, não havendo


restrições maiores, a não ser o bloqueio da exposição solar na área axilar pelo período
de 30 dias. Esse é mais um avanço da tecnologia médica que vem contribuir para o
sucesso dos procedimentos médicos e a consequente qualidade de vida do paciente.
(GONTIJO et al, 2011)

105
CAPÍTULO 3
Luz Intensa Pulsada – LIP

Introdução
Conhecida como Luz Intensa Pulsada, Luz Pulsada Variável ou Luz Pulsada Controlada
é compreendida pela emissão de um relâmpago de luz de alta intensidade e duração
controlada diretamente sobre a pele do paciente na região em tratamento por intermédio
de um sistema eletrônico microprocessado específico para essa finalidade (emitindo de
515 a 1200 nm). Esse dispositivo produz luz pulsada não coerente em durações de pulso
variáveis e intervalos. Uma série de filtros descontínuos é usada para mudar o espectro
no alcance, aumentado de 515 a 590 nm, a fim de tratar lesões vasculares. (SICA, 2009)

A técnica de Luz Intensa Pulsada oferece uma série de vantagens em comparação com
os sistemas de fototerapia tradicionais que utilizam a luz Laser, a começar pelo seu
custo que é bastante inferior. As áreas de emissão luminosa dos sistemas de Luz Intensa
Pulsada são muito maiores que as dos sistemas laser e, além disso, os sistemas de Luz
Intensa Pulsada são muito mais flexíveis e seguramente adaptáveis aos diferentes tipos
de coloração de pele. (ROSS, 2006)

O aparelho gera uma variedade de fluência (acima de 80 J/cm2) nos modos de pulso
único, duplo ou triplo, no domínio 2-10 ms. A luz é distribuída por uma fibra em uma
abertura de 8x15 mm ou 8x35 mm ou em outras configurações conforme o aparelho,
permitindo o tratamento de áreas amplas. Em um esforço para diminuir o prejuízo na
epiderme e aumentar a eficácia da energia da luz em vasos mais profundos, um gel de
resfriamento de ligação é aplicado na pele. A maior vantagem desse aparelho é a sua
versatilidade, apresentando amplo alcance dos comprimentos de onda e as durações de
pulso, que permitem o tratamento de lesões vasculares mais profundas. A púrpura no
pós-operatório não é produzida na maior parte dos pacientes, mas pode ocorrer com
o uso de altas fluências e durações de pulso curtas. As desvantagens da fonte IPL são:
períodos mais longos de tratamento, se comparados ao PDL; o número maior de sessões
de tratamento exigido para tratar lesões vasculares e o grau de experiência e paciência
necessário pelo operador do laser para obter resultados excelentes. (HEYMANN, 2007)

Uma incidência maior de efeitos adversos, tais como alterações no pigmento, formação
de bolhas e de cicatrizes, foram relatados, mas recentes melhoras no software têm
ajudado a reduzir o risco de efeitos adversos. A fonte de IPL mostrou ser eficaz no
tratamento de telangiectasias faciais e dos membros inferiores, hemangiomas e PWSs.

106
TRATAMENTO DE ESTRIAS, CICATRIZ DE ACNE COM LASER │ UNIDADE IV

Também foi usada em fotorrejuvenescimento sem uso de corte e para destruir folículos
pilosos. (SICA, 2009)

Mecanismo de ação
É gerada por lâminas de flash que liberam comprimentos de onda entre 550
e 1.100 nm, emitindo uma luz policromática, não colimada e não coerente.
Comprimentos de onda particulares podem ser escolhidos utilizando-se filtros
denominados cortes, que impedem a passagem de comprimento de onda
abaixo daquele especificado no filtro, permitindo apenas a passagem dos
comprimentos de onda maiores daquele. (HEYMANN, 2007)

Uma série de filtros descontínuos é usada para mudar o espectro no alcance,


aumentando de 515 a 590 nm, a fim de tratar lesões vasculares. O aparelho gera
uma variedade de fluência nos modos único, duplo ou triplo, no domínio de 2 a
10 ms. A luz é distribuída por uma fibra em uma abertura de 8x15 mm ou 8x35
mm ou em outras configurações conforme o aparelho, permitindo o tratamento
de áreas amplas. (ROSS, 2006)

A energia luminosa filtrada é distribuída geralmente por uma série de pulsos


curtos com duração controlada e intensidades que vão, tipicamente, de 16 J/
cm² a 56 J/cm², podendo chegar em 90 J/cm² em alguns tratamentos especiais.
(BELLEW et al, 2005)

Em um esforço para diminuir o prejuízo na epiderme e aumentar a eficácia da


energia da luz em vasos mais profundos, um gel de resfriamento de ligação
é aplicado na pele. A maior vantagem desse aparelho é sua versatilidade,
apresentando amplo alcance dos comprimentos de onda e as durações de pulso,
que permite o tratamento de lesões vasculares mais profundas. A púrpura no
pós-operatório não é produzida na maior parte dos pacientes, mas pode ocorrer
com o uso de altas fluências e durações de pulsos curtas. (BELLEW et al, 2005)

Entre as ações e respostas biológicas do organismo ao estímulo pelo tratamento


com LIP podem-se destacar, entre muitas outras, a produção de colágeno e
elastina nos tratamentos de fotorrejuvenescimento, a ação bactericida nos
tratamentos de acne ativa, a ação sobre a melanina nos tratamentos de manchas
hiperpigmentadas e a ação sobre a hemoglobina nos tratamentos de manchas
vermelhas e pequenas lesões vasculares. Nos tratamentos de epilação duradoura
a estrutura-alvo é a melanina dos pelos, e o efeito desejado é a fototermólise
seletiva. (HEYMANN, 2007)

107
UNIDADE IV │ TRATAMENTO DE ESTRIAS, CICATRIZ DE ACNE COM LASER

As moléculas das estruturas biológicas e celulares comportam-se como uma


antena para a captura da energia luminosa irradiada. Na próxima figura fica
evidente que diferentes estruturas moleculares do organismo capturam a
energia em diferentes faixas de comprimentos de onda do espectro luminoso.
Desta forma, é possível afirmar que tais estruturas agem como um cromóforo
natural para os tratamentos com LIP. (ROSS, 2006)

Para cada tratamento é imperativo que o comprimento ou a faixa de


comprimentos de onda da emissão luminosa sejam cuidadosamente escolhidos
dado que, para cada caso específico, uma determinada estrutura molecular do
organismo está diretamente relacionada. (BELLEW et al, 2005)

Cada um dos cinco diferentes manípulos aplicadores é dotado de filtros ópticos


de corte ou de passagem de energia luminosa em bandas ou comprimentos de
onda muito bem definidos que permitem ao usuário selecionar e estimular com
facilidade as diferentes estruturas-alvo nos diversos tratamentos de LIP sem que
outras estruturas moleculares sejam indesejadamente atingidas ou estimuladas,
restringindo a resposta do tratamento somente aos efeitos desejados. (BELLEW
et al, 2005)

Figura 45. Cromóforo alvo.

Fonte: <www.negocioestetica.com.br>. Acesso em: 18 jun. 2015.

Considerando que a luz é uma onda eletromagnética e que esta se propaga no vácuo a
uma velocidade com o valor de 3x108 m/s, podemos calcular o comprimento de onda
(λ) dessa radiação por meio da fórmula λ = c/f, na qual f é a frequência dessa onda no
vácuo. Desta forma, em função do comprimento de onda, o espectro de luz visível pode

108
TRATAMENTO DE ESTRIAS, CICATRIZ DE ACNE COM LASER │ UNIDADE IV

então assumir diversas cores (desde o violeta até o vermelho), como exposto na tabela
ao a seguir. (HEYMANN, 2007)

Cor Comprimento de Onda (nm)


Violeta 380 – 440
Azul 440 – 490
Verde 490 – 565
Amarelo 565 – 590
Laranja 590 – 630
Vermelho 630 – 780

Indicações e contraindicações
Distúrbios estéticos que se beneficiam com a tecnologia da LIP:

»» remoção de pelos;

»» rosáceas;

»» cicatrizes inestéticas;

»» melanoses;

»» acne;

»» rejuvenescimento não ablasivo;

»» telangiectasias;

»» cicatriz de acne;

(KLIGMAN et al, 2004)

As principais contraindicações são:

»» pele bronzeada;

»» doenças crônicas descontroladas;

»» tumores malignos;

»» gravidez;

»» isotretinoina oral;

»» colagenoses (lúpus...);

109
UNIDADE IV │ TRATAMENTO DE ESTRIAS, CICATRIZ DE ACNE COM LASER

»» medicamentos fotossensíveis (vitamina a e k);

»» herpes ativa;

»» fotossensibilidade (alergia luz solar);

»» feridas abertas.

(KLIGMAN et al, 2004)

390 ~ 510 nm: ação bactericida, tratamentos de acne, psoríase e vitiligo.

520 ~ 1200 nm: melanina e hemoglobina (melanoses, rejuvenescimento, telangiectasias).

590 ~ 1200 nm: manchas hiperpigmentadas, fotorrejuvenescimento e pelos de peles


foto tipos I e II.

640 ~ 1200 nm: epilação duradoura de peles foto tipos III e IV, cor vermelho.

750 ~ 1200 nm: epilação duradoura em peles fototipos V e VI, cor vermelho intenso.

Podemos destacar as seguintes vantagens do procedimento:

»» menor tempo de recuperação;não há eritema prolongado;ausência de


cicatriz;

»» melhora em relação a rugas finas;

»» estimulação do colágeno;

»» retirada de manchas da pele;

»» remoção de vasos da região;

»» melhora na textura da pele.

LIP no rejuvenescimento e cicatriz


A melhora da aparência das rugas, tamanho dos poros e na textura da pele que o paciente
observa após o tratamento de fotorrejuvenescimento ocorrem por meio da produção de
colágeno subdérmico e intradérmico e utiliza o princípio da seletividade fotocinética.
O acúmulo de novo colágeno dérmico por intermédio de múltiplos tratamentos
resulta em um espessamento da derme e uma suavização na aparência das rugas, das
irregularidades na textura ou no tratamento dos poros. (ABALI et al, ,2014)

110
TRATAMENTO DE ESTRIAS, CICATRIZ DE ACNE COM LASER │ UNIDADE IV

A técnica de fotorrejuvenescimento implica resolução gradual dos sinais de


envelhecimento e das manchas, juntamente com a produção intradérmica de colágeno
e da reorganização do colágeno existente. Essas mudanças devem ocorrer com mínimo
risco e sem que seja necessário nenhum tempo de recuperação. (ABALI et al,,2014)

O tratamento promove uma mudança substancial e visível na aparência da pele,


amenizando os sinais causados pelo fotoenvelhecimento, rosácea, telangectasias,
hiperpigmentação, discromia, rugas finas, cicatrizes de acne e irregularidades na
textura da pele, resultando em uma pele mais jovem e saudável, sem que o paciente
tenha de se ausentar das suas atividades regulares. (ABALI et al,, 2014)

A fim de aprimorar os resultados, é de grande importância estabelecer um programa


de tratamento específico para as características da pele do paciente. Geralmente,
faz-se uma sessão por mês, em média de cinco sessões. Para garantir a manutenção
dos resultados do tratamento, o paciente pode necessitar de uma nova sessão a cada
3-4 meses. (ABALI et al ,2014)

LIP para tratamento de acne


O tratamento para acne ocorre por meio do combate à bactéria e à inflamação no
folículo causador da acne, o que acontece quando utilizamos a LIP, uma vez que a luz
age diretamente na acne, tornando a porfirina (enzima integrante do ciclo da bactéria)
quimicamente ativa e induzindo-a a liberar oxigênio. Este age diretamente na bactéria,
que é anaeróbica, e a destrói. Concomitante a isso, o processo inflamatório cessa, e,
desse modo, há a finalização da reação química e destruição total da propionibacterium
acnes. (WILLEY et. al,, 2007)

LIP para epilação


O melhor período para executar-se uma epilação utilizando a LIP é desde o momento
final da fase anágena até o início da fase catágena, sendo necessário que a maior
parte dos pelos da área a ser epilada esteja efetivamente nesse período. (CAMERON,
S. et al, 2008).

A LIP irá realizar a absorção seletiva da melanina presente no pelo, ocorrendo o


aquecimento de sua estrutura, destruindo a célula germinativa, mas preservando a
epiderme e tecidos adjacentes. (CAMERON, S. et al 2008).

Nesse intervalo de tempo é certo que os pelos estejam em contato direto com suas
matrizes germinativas, porém, como nem todos os pelos encontram-se ao mesmo tempo
111
UNIDADE IV │ TRATAMENTO DE ESTRIAS, CICATRIZ DE ACNE COM LASER

em igual fase de desenvolvimento, em face da dificuldade em determiná-la com exatidão,


não se pode pretender uma epilação definitiva numa única sessão. (CAMERON, S. et al,
2008).

LIP nas lesões pigmentadas


A LIP será absorvida pela pigmentação da lesão elevando a temperatura local, usando
fragmentação levará a um dano célula pigmentada, clareando a lesão, porém sem
lesionar a epiderme ou tecidos adjacentes. (SORIA et al, 2009)

São necessárias de duas a seis sessões e terá como reação imediata um eritema, sensação
de ardência, escurecimento da lesão, anel avermelhado, crostas. É de suma importância
a utilização de protetor solar. (SORIA et al, 2009)

É mais indicada nas lesões pigmentadas:

»» melanoses, efélides, lentigos;

»» manchas café com leite;

»» hiperpigmentação;

»» melasma.

(SORIA et al, 2009)

Dicas:

»» Realize a limpeza de toda a pele a ser tratada, de maneira uniforme,


utilizando algodão ou gaze embebida em loção de limpeza ou soro
fisiológico.

»» Encaixe o anteparo no aplicador de modo que atinja toda a área.

»» Posicione o vão do anteparo sobre o local e execute de dois a três disparos,


a fim de que a energia aplicada seja suficiente para estimular a melanina
da mancha e fazê-la ficar em um tom mais acastanhado. Repita o mesmo
procedimento na outra mancha. Obs.: pode ser que o número de disparos
seja superior a três.

»» Repare após a aplicação, o eritema sobre a mancha e posteriormente


haverá o seu escurecimento.

»» Finalize com protetor ou bloqueador solar.


112
TRATAMENTO DE ESTRIAS, CICATRIZ DE ACNE COM LASER │ UNIDADE IV

»» Orienta-se proteger a pele sadia ao redor da mancha ou acne com


micropore branco para proteção.

LIP nas lesões vasculares

A LIP será absorvida pela oxihemoglobina do sangue, provocando aumento da


temperatura no interior dos vasos, alta suficiente para ocorrer à coagulação intravascular,
levando a uma trombose do vaso. (WILLEY et. al, 2007)

É mais indicada no tratamento de rosáceas, hemangioma plano, telangiectasias,


poiquilodermia. Pode variar de duas a oito sessões dependendo do distúrbio. (WILLEY
et. al, 2007)

»» Orienta-se proteger a pele sadia ao redor da mancha ou acne com


micropore branco para proteção. (WILLEY et. al., 2007)

Cuidados antes da aplicação

»» Suspender o uso de qualquer tipo de ácido por uma semana antes da


aplicação.

»» Não estar com a pele bronzeada.

»» Vir no dia da aplicação sem maquiagem, somente com protetor solar.

»» Não realizar a aplicação se possuir pinos ou placas metálicas ou aparelho


no local.

»» Na hora do procedimento o máximo que poderá sentir é um leve


formigamento, se sentir dor ou queimação deverá informar a profissional.

»» Caso seja na axila vir sem desodorante e não usar desodorante com álcool
por uma semana.

»» Para a depilação, comparecer com a região sem pelos, caso contrário não
será realizada a aplicação.

»» É normal que logo após a aplicação a pele fique vermelha e sensível.

113
UNIDADE IV │ TRATAMENTO DE ESTRIAS, CICATRIZ DE ACNE COM LASER

A aplicação

1. Aplique uma camada fina (2-3 mm) de gel frio sobre a área inteira a ser
tratada.

2. Ligue a máquina e ajuste os parâmetros.

Quadro 16. Parâmetro LIP.

Foto tipo Indicação Filtro Fluência Observação


Acne, psoríase, vitiligo e hipocromia. 390 a 510 nm 16 a 26 J/cm²
Hipercromia, melasma, lesões 520 nm 24 a 32 J/cm² Lesão mais superficial.
pigmentadas, telangiectasias e Lesão profunda.
I a II vasinhos. 590 a 640 nm 28 a 36 J/cm²

Revitalização, rugas e cicatrizes. 520 a 640 nm 23 a 35 J/cm²


Pelos. 590 a 750 nm 40 a 47 J/cm²
Acne, psoríase, vitiligo e hipocromia. 390 a 510 nm 16 a 26 J/cm²
Hipercromia, melasma, lesões 520 nm 20 a 26 J/cm² Lesão superficial.
pigmentadas, telangiectasias e 590 nm a 640 nm 28 a 36 J/cm² Lesão profunda.
vasinhos.
Revitalização, rugas e cicatrizes. 520 a 640 nm 20 a 28 J/cm²
III e IV 590 nm 40 a 47 J/cm² III: Pelo fino e castanho.
42 a 47 J/cm² III: Preto, fino e normal.
640 nm
Pelos. 36 a 45 J/cm² IV: Preto, fino e normal.
42 a 47 J/cm² III: Pelo grosso e escuro.
750 nm
40 a 47 J/cm² IV: Pelo preto e grosso.
Acne, psoríase, vitiligo e hipocromia. 390 a 510 nm 16 a 26 J/cm²
Hipercromia, melasma, lesões 520 nm 15 a 20 J/cm² Lesão superficial.
pigmentadas, telangiectasias e 590 nm a 640 nm 24 a 30 J/cm² Lesão profunda.
vasinhos.
V e VI Revitalização, rugas e cicatrizes. 750nm 16 a 22 J/cm²
V: áreas pequenas - barba, axila,
24 a 36 J/cm²
virilha.
Pelos. 750nm
VI: áreas pequenas - barba, axila,
18 a 28 J/cm²
virilha.
Fonte: Taís Amadio Menegat, 2015.

3. Aproxime a cabeça do manípulo perpendicular a área do tratamento.

Figura 46. Colocação manipulo.

Fonte: Celebrim, 2014.

114
TRATAMENTO DE ESTRIAS, CICATRIZ DE ACNE COM LASER │ UNIDADE IV

4. Pressione a tecla do disparador no punho do manípulo para começar o


tratamento.

5. Mova até ficar metade do quadrado anterior e faça um novo disparo


remova o gel da área previamente tratada.

6. Aplique máscara calmante (tília), se desejar, ou compressa de água


gelada; caso seja tratamento de revitalização poderá ser aplicado gel com
DMAE.

Após o tratamento
»» Não se expor ao sol por 15 dias.

»» Não usar maquiagem por 48 horas.

»» Não ir a piscinas e/ou mar por 15 dias.

»» Não manipular a pele (realizar tratamentos em cima do local) por 15 dias.

»» Lavar a região somente com sabonete neutro duas vezes ao dia.

»» Aplicar diariamente protetor solar não gorduroso com fator de proteção


60.

»» Não aplicar cremes que contenham ácidos por 15 dias.

»» Caso a pele fique sensível, poderão ser realizadas compressas de soro


fisiológico gelado ou BEPANTOL LÍQUIDO três vezes ao dia.

»» Caso a região se apresente mais avermelhada e com ardor, utilizar pomada


BEPANTOL DERMA três vezes ao dia por 20 dias.

Reações adversas
Não existem registros significantes de efeitos colaterais mais sérios (transitórios ou
permanentes) decorrentes do uso da terapia por Luz Intensa Pulsada, desde que as
dosagens de aplicação sejam adequadas ao paciente; porém podem ocorrer:

»» Hiperpigmentação transitória (resolve-se sem tratamentos adjuvantes


em no máximo seis meses após a aplicação).

115
UNIDADE IV │ TRATAMENTO DE ESTRIAS, CICATRIZ DE ACNE COM LASER

»» Prurido.

»» Discromias.

»» Queimaduras.

»» Eritema ou edema local (de 30 minutos a 72 horas).

(CAMERON, S. et al, 2008).

116
LIGHT EMITTING UNIDADE V
DIODES

CAPÍTULO 1
LEDs (Light Emitting Diodes)

Introdução
Os efeitos da radiação luminosa sobre os tecidos já são bastante conhecidas na área
da saúde por meio da ação dos lasers de baixa potência que atuam muito bem na
bioestimulação dos tecidos, com as características de monocromaticidade, colimação
e coerência. A luz laser no passado já foi vista como tema de filmes futuristas e arma
de guerra, mas hoje já pode ser incorporada no dia a dia dos consultórios. A coerência
é uma das propriedades da luz laser, que ao penetrar no tecido perde sua propriedade
nos primeiros extratos da pele. Isso ocorre devido à grande variedade de estruturas
celulares que compõem a pele, mas apesar da perda da coerência no interior dos tecidos,
a radiação do laser de baixa potência é absorvida pelas células gerando alterações no seu
metabolismo, tanto em tecidos superficiais como em profundos. O efeito de estimulação
luminosa depende do comprimento de onda, da dose e da intensidade da luz utilizada
na irradiação. Na terapia com laser de baixa potência, a luz apresenta uma interação
não térmica com o tecido, de origem fotoquímica (SCHAFFER et al, 2000), ou seja,
radiações com baixa densidade de potência (DP) 0,01 W/cm2 a 1 W/cm2 e também baixa
densidade de energia (DE) de 1 a 10J/cm2, nesses limites se produz um pequeno e não
significante aumento de temperatura, o qual não ultrapassa 1º Celsius (KARU,1987).

O Laser de Baixa Potência LBP age principalmente sobre organelas celulares


(mitocôndrias e membranas), gerando aumento da síntese de ATP e modificando o
transporte iônico. Esses processos ocorrem por meio dos fotorreceptores celulares.
Dessa forma, o LBP acelera, no curto prazo, a glicólise e a oxidação fosforilativa e, em
longo prazo, a transcrição e a replicação do DNA (KARU, 1987). A função fotorreguladora
ocorre em função dos fotorreceptores. Essas são moléculas de variedade morfológica,

117
UNIDADE V │ LIGHT EMITTING DIODES

que encontram-se distribuídas nas células do organismo, tais como flavoproteínas,


porfirinas, citocromo, tirosinas, aspargina e outras. Tais moléculas interferem no
metabolismo celular sem a necessidade de energia luminosa, mas na presença de
radiação luminosa com comprimento de onda específico, desencadeiam-se reações
fotoquímicas que conduzem a variações no metabolismo celular. (RIGAU 1996)

Pesquisas demonstram que quando se realiza uma terapia com luz, não é importante o
seu princípio ativo, sólido, líquido ou gasoso, mas sim o comprimento de onda que age
sobre os tecidos. Muitas pesquisas dão ênfase à monocromaticidade e à coerência da
luz, mas pouco se pesquisa sobre atuação da luz difusa e sobre ação de comprimentos
de onda de largo espectro sobre os organismos vivos. A corrida espacial despertou a
necessidade de se realizarem novas pesquisas perante o desafio de voo ao espaço de
longa duração, pois os astronautas expostos a microgravidade apresentavam sérios
problemas de cicatrização e atrofias musculares e de tecido ósseo. A NASA iniciou a
pesquisa com um Diodo emissor de luz LED na tentativa de minimizar os efeitos danosos
por longos períodos no espaço, sendo a plataforma espacial um importante laboratório
de pesquisa no estudo enfermidades na área da saúde. (PAKHCHYAN, 2008)

O uso da terapia com LED, Diodos emissores de luz da NASA, foi aprovado para terapia
em humanos pelo FDA americano, pois possibilitou às missões espaciais em melhor
controle das enfermidades dos astronautas expostos a microgravidade em longos
períodos sem exposição a luz, sendo essas intercorrências muito similares às que
ocorrem aqui na terra também, beneficiando civis e militares. Os Diodos light-emitting
(Diodos emissores de luz) possibilitaram uma alternativa eficaz aos lasers, pois podem
ser produzidos com múltiplos arranjados em forma de cluster e permitir o tratamento
de grandes áreas, com muito mais potência a um baixo custo. Os lasers, entretanto,
têm algumas características inerentes que fazem seu uso clínico problemático, como
limitações em comprimentos de onda e em largura do feixe, limitando o seu uso em
grandes áreas Os Diodos emissores de luz LED, se apresentam como uma alternativa ao
uso de laser de baixa potência, pois proporcionam resultados terapêuticos semelhantes,
com amplas vantagens já que podem cobrir grandes áreas com uma exposição de tempo
menor.. Os benefícios da ledterapia incluem o tratamento de queimaduras, lesões de
pele, úlceras de origem venosa, arterial ou isquêmica, fraturas dos ossos, dores de origem
reumáticas ou articulares, bem como a aceleração da cicatrização etc. A ledterapia
tornou-se uma importante arma em operações especiais, como alternativa móvel,
leve e prática em missões civis e militares no tratamento de ferimentos e em missões
submarinas de longa duração. Não apresenta efeitos colaterais e térmicos, podendo ser
utilizada mesmo em casa no alívio das dores e como auxiliar da cicatrização. Analisando
varias publicações, conclui-se que os resultados clínicos dos lasers apresentam os
mesmos resultados terapêuticos dos LEDs. (DOURADO et al, 2011)

118
LIGHT EMITTING DIODES │ UNIDADE V

Figura 47.Visão interna Led.

Fonte: Dourado et al, 2011.

As propriedades coerentes de luz laser não têm continuidade quando o raio interage com
um tecido, portanto não penetram mais profundamente que a luz LED. Experimentos
desenvolvidos comparando à luz coerente dos lasers e não coerente dos LEDs, com
o mesmo comprimento de onda, intensidade e tempo de irradiação, proporcionam
o mesmo efeito biológico. O uso bem sucedido de LEDs em várias áreas da prática
clínica também confirma essa conclusão (MANUAL PHOTONICS BIOMÉDICA, 2003).
E, “princípios fotobiológicos de aplicações terapêuticas de radiação laser,” publicados
pela Yu. Vladimirov A., et al em Bioquímica Moscou ─ Volume 69, Number 1 / Janeiro
de 2004.

Conceitos
Diodo é um componente eletromagnético composto de cristal semicondutor de silício
envolto numa película cristalina que, quando submetido a uma corrente elétrica, emite
luz. (DOURADO et al, 2011)

Figura 48. Matriz do Diodo.

Fonte: <http://www.talkingelectronics.com>.Acesso em:15 jun. 2015.

119
UNIDADE V │ LIGHT EMITTING DIODES

Nanômetro (nm) é uma unidade de comprimento, usada para medição de comprimento


de onda de luz visível (de 400 nm a 700 nm). (DOURADO et al, 2011)

Energia emitida por cada cor é medida pelo comprimento de onda de emissão (distância
entre dois pontos atingida pela radiação eletromagnética) (DOURADO et al, 2011)

Figura 49 Comprimento onda LED.

Fonte: SANTOS et al, 2013.

Mecanismo ação
A fototerapia por LEDs atinge as camadas mais profundas da pele transportando
energia para as células através de irradiação eletromagnética de baixa frequência.
A fototerapia não é invasiva nem ionizável, não emite raios UV, não causa
aumento da temperatura da superfície da pele (epitélio), permitindo assim um
resultado gradativo, seguro e indolor. Após seu uso, pode ser associada a outras
técnicas de tratamentos estéticos. (PAKHCHYAN, 2008)

As principais vantagens dos LEDs são o fato de serem compactos, emitirem


luz, necessitando apenas de uma pequena corrente, não aquecerem
significativamente e durarem até cerca de dez anos. Os LEDs têm algumas
particularidades que não devem ser esquecidas, são polarizados, e o contato
positivo do LED (ânodo), geralmente o mais comprido, deve ser ligado ao polo
positivo da bateria, enquanto o contato negativo (cátodo), normalmente o mais
curto, deve ser ligado ao polo positivo. No caso de a ligação ser feita ao contrário,
o LED não se estraga, simplesmente não acende. Além disso, esses dispositivos
precisam de uma quantidade adequada e predefinida de voltagem e fluxo de
corrente provida por uma bateria, de forma a acender. A voltagem dos LEDs
é diferente consoante a cor do LED. Geralmente, os LEDs vermelhos, verdes e

120
LIGHT EMITTING DIODES │ UNIDADE V

amarelos precisam de uma voltagem entre os 2.2 V e os 2.4 V, enquanto os azuis


e os brancos brilhantes necessitam de mais do que 3.4 V. No que diz respeito ao
fluxo de corrente, a maioria dos LEDs precisam apenas de 20 mAh, e é sempre
necessário ligar uma resistência entre a bateria e o LED. (DOURADO et al, 2011)

Os Diodos emissores de luz (LEDs) são semicondutores complexos que


convertem corrente elétrica em um espectro luminoso estreito não coerente.
Em 1993, uma empresa japonesa começou a produzir luz branca a partir da
combinação da lua azul, vermelha e verde, o que abriu um importante campo
para essa tecnologia. A luz emitida vai do comprimento de onda do ultravioleta
ao visível e ao infravermelho, que vai dos 247 aos 1300 nanômetros (nm). Uma
diferença significante entre lasers e LEDs é o modo como a energia luminosa
é liberada. O pico de energia liberada no LED é mensurado em mili Watts, já o
laser é em Watts, porém apresentam o mesmo comprimento de onda. Os LEDs
não liberam energia suficiente para causar danos aos tecidos humanos e não
oferece o mesmo risco de acidentes aos olhos que o laser. A terapia luminosa
por luz visível e infravermelha é julgada como sendo de risco insignificante pela
Administração de Medicamentos e Alimentos (FDA) e tem sido aprovada para
uso em humanos. Dentre outras vantagens sobre o laser inclui-se a possibilidade
de combinar comprimentos de onda de vários tamanhos. (DOURADO et al, 2011)

O LED dispersa a luz por uma superfície maior comparada com o laser e pode
ser usada onde grandes áreas são indicadas ao tratamento, resultando em
redução no tempo de tratamento. Segundo os parâmetros utilizados, os efeitos
biológicos dependem de: comprimento de onda, dose (fluência), intensidade
(densidade de potência), tempo de irradiação, modo contínuo ou pulsado da
onda e padrões de pulso, por exemplo. Clinicamente, fatores como frequência,
intervalo entre os tratamentos e número total de tratamentos são considerados.
Quanto à segurança, o LED é seguro, não é térmico, nem tóxico e invasivo, e não
há relato na literatura de efeitos colaterais. Porém, a atenção deve ser enfatizada
em pacientes com epilepsia ou com fotofobia quando se utiliza LEDs de modo
pulsado. (BAROLET, 2008)

A ledterapia pode ser aplicada de várias formas na clínica diária: pontual ou


varredura. Uma vez determinado o sistema de terapia que será adotado, deve-se
definir ainda se a técnica utilizada será por contato ou não contato. Utilizando
a técnica de contato, as aplicações serão sempre feitas com a ponteira o mais
perpendicular possível em relação ao tecido-alvo. Recomenda-se envolver a
ponteira do aparelho com um fino filme plástico para evitar contaminação
cruzada (magi pack) e utilizar óculos de proteção. Nos casos de bioestimulação de

121
UNIDADE V │ LIGHT EMITTING DIODES

tecidos mais profundos, recomenda-se realizar uma pequena compressão com


a ponteira do aparelho contra a pele na tentativa de diminuir a distância entre
a pele e o tecido a ser atingido. Nos casos de feridas abertas ou queimaduras
recomenda-se dividir a área em quadrantes e usar a técnica de não contato,
manter feixe em 3 cm diâmetro e aplicar tantos pontos quanto necessários para
cobrir cada quadrante.

Indicações:

»» No controle do edema.

»» No controle da inflamação.

»» Na melhora da vascularização.

»» Na redução no tempo de reparação das feridas.

»» Na qualidade da cicatrização.

»» No controle da dor.

»» Na redução do tempo de internação.

»» Na dermatologia.

»» No controle das acnes.

»» Na atenuação das rugas.

»» No controle de estrias e celulites.

»» Nas queimaduras.

»» No controle de queloides e fibroses.

»» No estimulo de colágeno e elastina.

»» Na psoríase.

»» Na alopecia.

»» Na terapia fotodinâmica.

»» No controle de micoses de unha.

122
LIGHT EMITTING DIODES │ UNIDADE V

Nas patologias diversas:

»» No pé diabético.

»» Nas escaras.

»» Nas úlceras varicosas.

»» No controle das flebites.

»» No controle do herpes zoster e simples.

»» Na fibromialgia.

»» Nas sinusites.

»» Nos processos inflamatórios.

Contraindicações:

»» Câncer.

»» Gravidez.

»» Albinismo.

»» Enxaqueca.

Efeitos biológicos

Fotoestimulação - fotoregeneração –
dermotonificação

Luz vermelha (640 nm)

A irradiação da luz vermelha possui efeito bioestimulante, regenerador e


anti-inflamatório. Os termorreceptores absorvem essa energia e reagem aumentando
a capacidade de produção dos fibroblastos, havendo maior regeneração de colágeno,
reativando as células, aumentando sua permeabilidade e a dermotonificação cutânea.
Favorece o rejuvenescimento facial, a tonicidade da pele, minimizando linhas de
expressão, melhorando a qualidade da pele.

123
UNIDADE V │ LIGHT EMITTING DIODES

Benefícios e especificações

Led vermelho

»» 640 nm revigora pele.

»» Melhora da textura.

»» Reorganiza colágeno.

»» Trata linhas de expressões e rugas.

»» Trata hiperemia provocada por rosácea e eczema.

Luz azul (470 nm)


A irradiação da luz azul tem ação bactericida, oxigenante e cicatrizante. Na acne ativa,
tem efeito fotodestruidor da bactéria propionibacterium acnes, agindo diretamente na
excessiva produção de gordura inibindo o excesso de secreção sebácea, auxiliando na
oxigenação e na regeneração do tecido.

Benefícios e especificações

Led azul

»» 470 nm combate acne.

»» Resultados efetivos na redução da bactéria causadora da acne, reduzindo


manchas causadas por ela.

Luz amarela (590 nm)


A irradiação da luz amarela tem propriedades drenantes e desintoxicantes, melhorando
a circulação sanguínea e linfática, minimizando edemas, estimulando a presença de
água, e tem efeito calmante nos casos de vermelhidão causada por rosácea.

Benefícios e especificações

Led amarelo

»» 590 nm calmante, desintoxincante.

»» Utilizada pra hiperemia, calmante e desintoxicante.

»» Absorvida pelos fluidos corporais, promove a melhora da circulação


sanguínea.

124
LIGHT EMITTING DIODES │ UNIDADE V

Luz verde (525 nm)

A irradiação da luz verde age na inibição do estímulo dos melanócitos que provocam
a hiperpigmentação, sendo que a pele provavelmente pode se encontrar em estado
agravado pelo efeito dos raios solares. A discromia também pode ser causada por
disfunções hormonais, efeitos medicamentosos, uso indevido de cosméticos ou
por melasma (gravidez). A luz verde sendo também absorvida pelas moléculas
fotossensibilizadoras (cromóforos), por uma reação bioquímica, age transportando
iluminação para a superfície da pele.

Benefícios e especificações

Led verde

»» 525 nm mancha senil.

»» trata hiperpigmentação.

»» Rejuvenescimento.

Dosagem de energia sugerida

A dosagem de energia sugerida a ser aplicada deverá ser baseada no tipo de tecido.

1. Mucosa 4 a 6 j/cm² = 20 s.

2. Pele 6 a 8 j/cm² = 20 a 30 s.

3. Músculo 8 a 10j/cm² = 30 a 40 s.

4. Tecido ósseo 10 a 14j/cm² = 40 a 60 s.

Preparo da pele

1. Limpeza da área a ser tratada.

2. Esfoliação.

3. Secagem da região.

4. Proteção dos olhos: embeber algodão com água ou soro e colocar sobre os
olhos da cliente ou usar óculos de proteção. Não direcionar a luz para os
seus olhos, ou também usar óculos de proteção.

125
UNIDADE V │ LIGHT EMITTING DIODES

5. Aplicação do LED conforme protocolo.

6. Finalizar com Sérum de acordo com o tratamento e bloqueador solar ou


associar outras técnicas cosméticas ou eletroterápicas.

Aplicação

A emissão de luz tem que ser sempre perpendicular à pele, para maior absorção da
fototerapia. Pode ser trabalhador cinco pontos por hemiface: queixo, comissura labial,
face, temporal e frontal e finalizar aplicando por toda a região.

Pode ser aplicado de uma a três vezes por semana em dias alternados, de 15 a 30 minutos
por sessão, em um total de 20 aplicações.

Intensidade
(Low) Baixa para as sessões iniciais e/ou sensibilidade da pele causada por peelings
químicos, físicos ou mecânicos, lesões de acne, rosácea, e em peles morenas.

(High) Alta para peles mais resistentes e conforme a evolução do tratamento.

Protocolo/Combinação
Deve-se primeiramente fazer uma Anamnese para chegar o mais próximo possível das
reais causas de cada problema de pele. O Dermabrite auxiliará em todo tratamento,
podendo ser complementado, após seu uso, a outras técnicas estéticas para incrementar
o tratamento e se obter o resultado desejado.

Rejuvenescimento

»» Luz Vermelha – aplicar por 15 a 30 minutos.

»» Luz Vermelha associada à Luz Amarela – aplicar por 15 minutos e finalizar


com a Luz Verde por mais 5 minutos.

»» Violeta: Luz Vermelha associada à Luz Azul ─ aplicar por 15 minutos.

Acne

»» Luz Azul – aplicar por 20 a 30 minutos.

»» Luz Azul por 20 minutos, finalizar com Luz Vermelha (anti-inflamatória)


por mais 5 minutos.

126
LIGHT EMITTING DIODES │ UNIDADE V

»» Violeta: Luz Vermelha associada à Luz Azul - aplicar por 15 minutos ou


por 2 a 3 minutos em cada lesão.

Discromias

»» Luz Verde – aplicar por 5 minutos em cada mancha, em um total de 15 a


20 minutos em toda região.

»» Luz Vermelha associada à Luz Verde – aplicar por 15 minutos nas


discromias.

Olheira

»» Luz Amarela – aplicar por 5 minutos na região dos olhos, finalizar com a
Luz Verde por mais 5 minutos (por hemi-face).

»» Luz Amarela associada à Luz Verde – aplicar por 5 minutos na região dos
olhos (por hemi-face).

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