Laser Tera Pia
Laser Tera Pia
Laser Tera Pia
Brasília-DF.
Elaboração
Produção
APRESENTAÇÃO.................................................................................................................................. 5
INTRODUÇÃO.................................................................................................................................... 8
UNIDADE I
LASERTERAPIA......................................................................................................................................... 9
CAPÍTULO 1
INTRODUÇÃO À LASERTERAPIA.................................................................................................. 9
CAPÍTULO 2
TIPOS DE LASER....................................................................................................................... 28
UNIDADE II
TRATAMENTO DE REJUVENESCIMENTO COM LASER............................................................................... 40
CAPÍTULO 1
RESURFACING – LASER CO2.................................................................................................... 40
CAPÍTULO 2
TRATAMENTO VASCULAR COM LASER...................................................................................... 52
CAPÍTULO 3
TRATAMENTO DE LESÕES PIGMENTADAS COM LASER............................................................... 64
UNIDADE III
TRATAMENTO DE REMOÇÃO DE TATUAGEM .......................................................................................... 73
CAPÍTULO 1
TRATAMENTO DE REMOÇÃO DE TATUAGEM ............................................................................ 73
CAPÍTULO 2
TRATAMENTO DE REMOÇÃO DE PELOS COM LASER................................................................. 80
UNIDADE IV
TRATAMENTO DE ESTRIAS, CICATRIZ DE ACNE COM LASER.................................................................... 97
CAPÍTULO 1
TRATAMENTO DE ESTRIAS, CICATRIZ DE ACNE COM LASER....................................................... 97
CAPÍTULO 2
TRATAMENTO DE HIPERHIDROSE............................................................................................. 102
CAPÍTULO 3
LUZ INTENSA PULSADA – LIP.................................................................................................... 106
UNIDADE V
LIGHT EMITTING DIODES..................................................................................................................... 117
CAPÍTULO 1
LEDS (LIGHT EMITTING DIODES).............................................................................................. 117
REFERÊNCIAS................................................................................................................................. 128
Apresentação
Caro aluno
Conselho Editorial
5
Organização do Caderno
de Estudos e Pesquisa
A seguir, uma breve descrição dos ícones utilizados na organização dos Cadernos de
Estudos e Pesquisa.
Provocação
Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes
mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o autor
conteudista.
Para refletir
Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma pausa e reflita
sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocínio. É importante
que ele verifique seus conhecimentos, suas experiências e seus sentimentos. As
reflexões são o ponto de partida para a construção de suas conclusões.
Praticando
6
Atenção
Saiba mais
Sintetizando
Exercício de fixação
Atividades que buscam reforçar a assimilação e fixação dos períodos que o autor/
conteudista achar mais relevante em relação a aprendizagem de seu módulo (não
há registro de menção).
Avaliação Final
7
Introdução
Convido você a vir mergulhar no mundo mágico do Laser. Nas próximas páginas você
poderá aprender como agregar todos os benefícios terapêuticos e fisiológicos dessa
técnica em distúrbios como: pré e pós-operatório de cirurgia plástica, anti-aging,
estrias, psoríase, olheiras, entre outras disfunções. A técnica aplicada nesta apostila é o
modelo mais atual do mercado.
Objetivos
»» Obter a Introdução aos Lasers e LED’s, aprendendo sobre os componentes
dos Lasers e LED’s; dosimentria; propriedades ópticas da pele; interação
Laser Tecido; fototermólise seletiva; dano térmico; parâmetros;
comprimento de onda; spot size; duração do pulso e resfriamento da pele.
8
LASERTERAPIA UNIDADE I
CAPÍTULO 1
Introdução à laserterapia
Introdução
Em 1917, Albert Einstein publicou a teoria quântica que elucidava os princípios da emissão
de radiação espontânea e estimulada. “Luz é um sistema extremamente complexo de
energia radiante que é composto por fótons (unidade fundamental de energia) e ondas.
Está organizado dentro do espectro eletromagnético para o tamanho (comprimento)
das ondas, frequentemente medida em metros de frações.”. (BAGNATO, 2005)
O inicial e verdadeiro laser, foi Laser de Ruby desenvolvido em 1960, por Theodore
Maiman trabalhando para a Hughes Corporation, o primeiro MASER ótico, e
sugeriu o nome de LOSER (LIGHT OSCILLATION BY STIMULATED EMISSION
OF RADIATION), mas como LOSER, em inglês, significa perdedor, foi trocado para
LASER (LIGHT AMPLIFICATION BY STIMULATED EMISSION OF RADIATION ─
Amplificação da luz por emissão estimulada de radiação). Em julho de 1960 Theodore
Maimann anunciou o primeiro laser, sendo de Rubi. Em 1961, foi desenvolvido o Laser
Hélio-Neônio por Javan e Nd:YAG por Johnson. Em 1962 foi desenvolvido o Laser de
Argônio por Bennet, e em 1964 foi desenvolvido o laser Dióxido de Carbono por Patel
(GRINBLAT; MAKARON, 2003).
9
UNIDADE I │ LASERTERAPIA
energia. Os fótons resultantes têm energia e tamanho de ondas iguais e estão em fase
(temporal e espacial). (PATRIOTA, 2007)
»» meio líquido, sólido ou gasoso que possam ser excitados para emitir a luz
do laser;
»» um sistema de entrega.
Em 1981, apareceu pela primeira vez o relato da aplicação clínica de um laser de Diodo
de As-Ga-Al, publicado por Glen Calderhead, Japão, utilizando um laser de Nd:YAG,
operando em 1064nm.
A partir dos anos de 1990, diferentes dopantes (agente dopante = impureza que altera
as propriedades de uma substância pura) foram introduzidos visando à obtenção de
lasers de Diodos diferentes, capazes de gerar comprimentos de ondas diversas. Com a
disponibilização dessa tecnologia, hoje podemos contar com aparelhos pequenos, de
fácil manuseio e transporte, com alta durabilidade e baixo custo.
10
LASERTERAPIA │ UNIDADE I
aquelas que podemos ver, as luminosas, compostas por fótons, tais como a luz emitida
pelas lâmpadas dos lustres das casas (GRINBLAT; MAKARON, 2003).
11
UNIDADE I │ LASERTERAPIA
12
LASERTERAPIA │ UNIDADE I
»» um laser médio;
Veremos a seguir mais explicações sobre os componentes do laser, luz pulsada e Led.
A luz branca contém todas as cores. Ao passar pelo prisma ocorre uma decomposição,
que separa a luz branca em seus diversos componentes. Essas várias cores, projetadas
em um anteparo, diferenciam-se pelos seus chamados comprimentos de onda, ou
frequências, as cores vão passando de uma a outra continuamente; temos o chamado
espectro contínuo. (BAGNATO, 2005)
13
UNIDADE I │ LASERTERAPIA
Comprimento de onda
É a distância medida entre dois picos consecutivos de uma trajetória ondulatória. A
unidade utilizada para expressar grandeza é uma fração do metro, normalmente o
nanômetro, que é equivalente a 0,000000001 m (ou 10-9) (Figura 3). (BAGNATO, 2001)
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LASERTERAPIA │ UNIDADE I
alto coeficiente de absorção pela pele, fazendo com que a radiação seja absorvida na
superfície, enquanto que na região no infravermelho próximo (820 nm e 840 nm)
constata-se baixo coeficiente de absorção, implicando máxima penetração no tecido.
Os tecidos são heterogêneos do ponto de vista óptico e, portanto, absorvem e refletem
energia de maneira distinta. (ALMEIDA-LOPES, 2002)
É a cor de luz usada. Conforme o comprimento de onda haverá uma absorção por um
determinado cromóforo-alvo e determinada profundidade de penetração e atuação.
Quanto maior o comprimento de onda, maior a penetração. Por exemplo, para atingir
uma melanose, que é superficial, necessitamos de comprimentos de onda menores;
e para atingir pelos que são mais profundos precisamos de comprimentos maiores.
(BAGNATO, 2001)
15
UNIDADE I │ LASERTERAPIA
Monocromaticidade
Dá-se em virtude de a luz emitida possuir um único comprimento de onda, que oscila
na mesma frequência e, consequentemente, apresenta uma única cor, diferente da
luz branca que é formada pela composição de várias cores, que cada cor corresponde
a uma frequência determinada. Esse conceito caracteriza a luz produzida por um
laser como monocromático; a maior parte da radiação emitida pelo aparelho de
uso terapêutico agrupa-se em torno de um único comprimento de onda, com uma
amplitude muito limitada da faixa de ondas. Em contraste, a luz gerada por outras
fontes é formada por uma enorme variedade de comprimentos de onda, algumas
vezes variando desde o ultravioleta até o infravermelho, o que resulta na sensação
da cor branca, quando a luz colide com a retina de um observador humano. A
luz comum é composta por um conglomerado de vários comprimentos de onda:
vermelho, laranja, amarelo, verde, azul, anil e violeta, todas unidas para produzir a
luz “branca”. (ALMEIDA-LOPES, 2002)
Figura 5. Monocromaticidade.
Colimação
Na luz de um laser, os fótons produzidos pelo aparelho de laser são, para todas as
finalidades práticas, paralelos, praticamente inexistindo qualquer divergência da
radiação emitida, ao longo da distância percorrida. Essa propriedade mantém a
potência óptica do aparelho enfeixada em uma área relativamente pequena ao longo de
distâncias consideráveis e, até certo ponto, mesmo durante o trajeto através dos tecidos
(ALMEIDA-LOPES, 2002)
16
LASERTERAPIA │ UNIDADE I
Figura 6. Colimação.
Coerência
Emissão da radiação laser se dá devido ao alinhamento das ondas eletromagnéticas
no tempo e no espaço. A coerência é a propriedade que denota vários aspectos. Todos
os fótons de luz emitidos pela radiação laser têm o mesmo comprimento de onda.
As depressões e picos das ondas da luz emitida “encaixam-se” perfeitamente no tempo
(coerência temporal); e as ondas viajam na mesma direção (coerência espacial).
(ALMEIDA-LOPES,2002)
Figura 7. Coerência.
17
UNIDADE I │ LASERTERAPIA
Produção do laser
São necessárias algumas condições especiais. Primeiramente, necessita-se de um
“Meio Ativo”, composto por substâncias (gasosas, líquidas, sólidas ou ainda por suas
associações) que geram luz quando excitadas por uma fonte de energia externa. Esse
processo de excitação é denominado Bombeamento e sua função é transformar o
meio ativo em meio amplificador de radiação, já que promove neste o fenômeno
denominado Inversão de População, ou seja, os elétrons da camada de valência do
meio absorvem a energia bombeada e saltam para um nível de energia mais externo.
Como esse segundo nível está mais distante da influência do núcleo, seu nível de energia
é maior. Chamamos essa situação de estado metaestável. Quando o primeiro elétron
decai, retornando ao nível com menor energia, ocorre a liberação de energia altamente
concentrada, a qual chamamos de fóton. Esse fóton acaba por excitar o decaimento dos
demais átomos que já estavam no estado excitado. Isso gera um processo em cascata
e com crescimento em progressão geométrica, que resulta na emissão estimulada de
radiação. (BAGNATO, 2001)
18
LASERTERAPIA │ UNIDADE I
Fonte de energia
Essa energia lançada vai excitar os elétrons do meio ativo do laser médio para iniciar a
amplificação do processo.
Existem muitos tipos de laser, porém o principio básico para se produzir um feixe
de laser é o mesmo para todos eles, quer seja um laser cirúrgico, terapêutico ou de
diagnóstico. (BAGNATO, 2001)
19
UNIDADE I │ LASERTERAPIA
20
LASERTERAPIA │ UNIDADE I
Conceitos importantes
»» TRT = Tempo de Relaxamento Térmico.
Irradiância: sinônimo para densidade de potência (DP), que é definida como sendo
a potência óptica útil do laser, expressa em Watts (W), dividida pela área irradiada,
expressa em centímetros quadrados (cm²). É por meio do controle da irradiância que
o cirurgião pode cortar, vaporizar, coagular o tecido, quando da utilização de laser
cirúrgico.
Fluência: é o termo utilizado para descrever a taxa de energia que está sendo aplicada
no tecido biológico. Ao multiplicarmos a irradiância pelo tempo de exposição obteremos
a fluência ou densidade de energia, ou ainda dose de energia (DE) expressa em Joules
por centímetro quadrado (J/cm²).
Para uma dada potência, variações na irradiância podem produzir efeitos sobre o tecido
biológico, que são nitidamente diferenciadas. Por exemplo, um laser com potência de
saída de 10 W, irradiando uma área de 10 cm², apresentará irradiância igual a 1 W/cm².
Se o mesmo laser for focalizado sobre uma área de 1 cm², a irradiância será aumentada
21
UNIDADE I │ LASERTERAPIA
Para uma dada quantidade de energia a ser depositada, variações na fluência podem
produzir efeitos sobre o tecido biológico, que são nitidamente diferenciadas. Por
exemplo, uma dose total de 30J sobre um ponto. Em uma primeira hipótese, imaginemos
que os 30J sejam aplicados em um segundo, sobre uma área de 1 cm². Teremos,
então, irradiância igual a 30W/cm², o que provavelmente ocasionará dano térmico ao
tecido biológico. Imaginemos agora que os 30J sejam aplicados sobre a mesma área
em 30 segundos. Teremos, para essa situação, irradiância igual a 1W/cm², o que não
ocasionará dano térmico ao tecido biológico.
Lembro que quanto maior a energia, maior será a força destrutiva do laser.
Na laserterapia, será indicada a dose expressa em Joules (energia, que é a quantidade
de luz laser depositada no tecido), a fluência expressa em J/cm² (joules por centímetro
quadrado), que é a taxa de deposição dessa energia (o modo como a energia será
depositada) e número estimado de sessões.
Por exemplo, esse esquema representa dois tipos de tratamento vascular. No primeiro
desenho a púrpura é causada pela distribuição muito rápida de energia que leva à ruptura
do vaso. Isso é recomendado nos casos de hemangioma e mancha vinho do porto.
No segundo desenho, o laser foi aplicado com maior duração de pulso, ocasionando
tratamentos com mínima púrpura, pois o vaso sanguíneo é coagulado mais gentilmente.
Indicado nos tratamentos de rosácea e vasos da face, que o paciente não quer ficar com
púrpura no rosto.
Spot Size: quanto maior o spot, maior a penetração no tecido e melhor a distribuição da
energia. Spots menores penetram menos na superfície da pele e concentram a energia.
São maiores produzem penetração mais profunda e diminuem o tempo de tratamento
nos casos de depilação a laser. Para tratamento de lesões vasculares é recomendável
spots menores que condensam a energia e atuam somente no alvo. Dependendo da
22
LASERTERAPIA │ UNIDADE I
distância do spot na pele, o feixe de luz pode mudar. A aplicação do feixe acoplado
totalmente na pele produz um feixe de energia mais profunda e focada. (BAGNATO,
2001)
23
UNIDADE I │ LASERTERAPIA
de formatos, esferas esfriam mais rapidamente que cilindros, os quais resfriam mais
rapidamente que planos.
Pequenos objetos resfriam mais rapidamente que grandes objetos. Para objetos com o
mesmo formato e material, um objeto com a metade do tamanho resfria em um quarto
do tempo e o mesmo objeto com um décimo do tamanho resfria em um centésimo do
tempo.
Óptica da pele
A luz pode ser absorvida ou difundida através da pele. Em geral, os efeitos nos tecidos
ocorrem somente quando a luz é absorvida.
Conforme a luz atinge a superfície da pele, ocorre uma reflexão de 4-7% devida à diferença
no índice refratário entre o ar (n=0) e a camada córnea (n=1.45). Isso é chamado de
reflexão de Fresnel porque segue as equações de Fresnel relacionando a reflexão com o
ângulo de incidência, plano de polarização e índice de refração. O restante 93-96% da
incidência da luz entra na pele, onde é espalhada e absorvida.
É esse fato que permite o delineamento de alvos específicos para a atividade de laser.
A melanina é largamente absorvida por meio do espectro. Em contraste, a absorção do
sangue é dominada pela oxihemoglobina e ocorre reduzida absorção de hemoglobina, a
qual exibe fortes faixas no UV, azul, verde e faixas amarelas.
24
LASERTERAPIA │ UNIDADE I
(CATORZE, 2009)
Normas de segurança
Não existe em nosso país um órgão governamental que regulamente o uso do laser,
por isso, a norma que temos adotado é a ABNT IEC, que é a versão europeia da norma
americana 21CFR, capítulo 1, Parte 1040 e, de acordo com ela, os equipamentos de
laser são classificados em seis categorias: Classe I, Classe ll e lla, Classe Ill e Classe IV
e que dependem, basicamente, da densidade de potência óptica emitida por eles e do
comprimento de onda gerado por eles. Classe I – São equipamentos inofensivos e não
demandam a utilização de nenhum procedimento ou equipamento de segurança.
25
UNIDADE I │ LASERTERAPIA
Classe Illa – São equipamentos que podem provocar danos aos olhos, sendo, portanto,
imprescindível a utilização de óculos de proteção compatíveis com o comprimento de
onda gerado pelo laser em questão.
Classe lllb – São equipamentos que podem provocar danos aos olhos, sendo
imprescindível a utilização de óculos de proteção compatíveis com o comprimento de
onda gerado pelo laser em questão. Os equipamentos enquadrados nessa categoria
devem ainda contar com dispositivos de interrupção internos, a fim de evitar acidentes
quando da manipulação dos circuitos internos do equipamento.
Classe IV – Essa é a categoria onde estão classificados todos os lasers cirúrgicos. Portanto,
são equipamentos que podem provocar danos tanto aos olhos quanto a outros tipos
de tecido, sendo imprescindível a utilização de óculos de proteção compatíveis com o
comprimento de onda gerado pelo laser em questão. Os equipamentos enquadrados
nessa categoria devem ainda contar com dispositivos internos e externos de proteção
e monitoramento. A sala onde esses equipamentos estão instalados deve dispor de
dispositivos de proteção, de modo a evitar que alguma pessoa seja submetida à exposição
acidental ao entrar na referida sala durante uma aplicação de laser.
(PINHEIRO,1995)
26
LASERTERAPIA │ UNIDADE I
Fototermólise seletiva
O conceito de Fototermólise Seletiva foi inicialmente desenvolvido para o
tratamento de manchas de vinho do porto em pacientes jovens, e houve o
início do uso de lasers pulsantes de tintura na medicina. Com a seleção de um
comprimento de onda de laser preferencialmente absorvido e sua descarga
em uma duração e fluência de pulso apropriado, alvos específicos podem ser
destruídos enquanto limitam o dano nos tecidos circunvizinhos. O aquecimento
seletivo é alcançado por uma combinação de absorção de luz seletiva, e uma
duração de pulso menor ou aproximadamente igual ao TRT do alvo de ação.
Isso produz calor localizado e seletivo com destruição focal do alvo. Em geral,
a Fototermólise seletiva de várias lesões é melhor alcançada usando pulso em
vez da tecnologia de laser contínuo, por causa dos pequenos TRT’s dos alvos
cutâneos, tais como vasos sanguíneos e células pigmentadas. Para a maioria
dos tecidos, o tempo de relaxamento termal de uma dada estrutura-alvo em
segundos é aproximadamente igual ao quadrado da dimensão do alvo em
milímetros. (CATORZE, 2009)
Os alvos pequenos pigmentados, tais como Nevos de Ota, são melhores tratados
com pulsos curtos (nanosegundos), enquanto estruturas maiores, tais como
folículos pilosos, tem TRTs grandes e são melhores tratados com pulsos maiores.
(CATORZE, 2009)
27
CAPÍTULO 2
Tipos de laser
Tipos de lasers
Existem vários tipos de laser. Laser médio ou meio ─ A ação do laser médio
geralmente dá ao laser seu nome e pode ser composto de um meio gasoso, líquido ou
sólido. Trata-se do meio que será ativado. Ex.: CO2, Diodo, Ruby etc.
Laser – Meio Gasoso ─ CO2 (Dióxido de Carbono); - Argônio; - Gold Vapor Laser.
Laser – Meio Líquido ─ Dye laser (utilizam líquido com pigmento rhodamina); -
Dye = pigmento, corante, tintura.
(MAZER, 2000)
28
LASERTERAPIA │ UNIDADE I
Lasers semicondutores
Também chamados de lasers de Diodo, baseados em materiais sólidos. Esses dispositivos
eletrônicos costumam ser muito pequenos e utilizam baixa energia. (MAZER, 2002)
Até o momento, arranjos de lasers de Diodo com alta potência de saída só existem
para algumas faixas de comprimento de onda, em razão da complexidade dessa técnica.
Essas faixas se estendem de 630 a 1.050 nm. (MAZER, 2002)
Lasers a gás
Um dos sistemas de laser mais vendidos no mundo é o sistema laser a gás, de dióxido
de carbono CO2. Como o nome sugere, o meio ativo está na forma de vapor ou gasosa.
Existem pelo menos cinco tipos de laser a gás. Eles são classificados como laser de átomos
(Hélio-Neônio), laser íons (Argônio) ou laser molécula (CO2). Existe também o laser
de vapor metálico (laser de cobre) e de excímero (ArF). Os excímeros são geralmente
29
UNIDADE I │ LASERTERAPIA
aletos de gases raros, que consistem de dois átomos e emitem no ultravioleta, portanto
são especialmente adequados para fazer aplicação por meio de fotodissociação (quebra
de estrutura das moléculas). (BEYLOT, 2008)
Lasers de excímero
Até recentemente, esses lasers eram conhecidos pela necessidade de manutenção
frequente e baixa potência de saída. Embora tenha havido um avanço tecnológico
significativo nos últimos cinco anos, esse laser ainda apresenta alto custo. Os lasers de
excímero operam no ultravioleta e, portanto, interagem com a matéria, principalmente
por meio da fotodissociação. Esse processo é indicado à aplicação de microfuração e
ablação superficial. Os efeitos danosos causados ao tecido biológico pela radiação
ultravioleta não são totalmente conhecidos, é necessária muita cautela ao utilizar essa
radiação. (BEYLOT, 2008)
Os lasers de excímero disponíveis no mercado usam fluoreto de gases raros com emissão
estreitas entre 193 e 351 nm. (BEYLOT, 2008)
Lasers de corantes
Utilizam corantes orgânicos complexos, tais como a rodamina 6G, em solução líquida
ou suspensão, como materiais de geração do laser. Podem ser ajustados em uma ampla
faixa de comprimentos de onda.
Quadro 2. Distribuição dos diferentes equipamentos com os seus respectivos comprimento de onda, regime de
pulso e ação.
Comprimento de Regime de
Material Indicação
onda pulso
Cristais
Rubi 694nm Pulsado e Contínuo Remoção tatuagem e pelo.
Alexandrite 755nm Pulsado Remoção de pelo.
Neodímio– YAG 1064nm Pulsado Coagulação de tumores.
Hólmio – YAG 2130nm Pulsado Endodontia.
Érbio- YAG 2940nm Pulsado Peeling.
Semicondutores
AlGalnP 630 – 685nm Contínuo Bioestimulante.
AsGaAl 780-870nm Continuo Bioestimulante.
AsGa 904nm Pulsado Bioestimulante.
Gases
Excímeros 193, 248, 308 nm Pulsado Cirurgia vascular e oftálmica.
Argon 350 – 514 nm Continuo Cirurgia oftálmica e dermatológica.
30
LASERTERAPIA │ UNIDADE I
Comprimento de Regime de
Material Indicação
onda pulso
Vapor de Cobre 578nm Pulsado e Contínuo Cirurgia dermatológica.
HeNe 632,8nm Continuo Bioestimulante.
CO2 10600nm Pulsado e Contínuo Cirurgia dermatológica.
Fonte: Taís Amadio Menegat 2015.
31
UNIDADE I │ LASERTERAPIA
regime pulsado é que diminui muito a energia depositada, por causa disso, atualmente
tem-se dado preferência aos equipamentos de emissão contínua. (CAVALCANTI, 2011)
32
LASERTERAPIA │ UNIDADE I
Difusão: ocorre em partes pelas moléculas, fibras ou células no interior dos estratos.
É dependente das dimensões das partículas que formam o estrato em relação ao
comprimento da onda em que se emite a radiação.
(CAVALCANTI, 2011)
Fonte: <http://www.bemestarmed.com.br/site/radiacao-luminosa-laser-e-luz-intensa-pulsada-fundamentos-dos-tratamentos-
esteticos/>. Acesso em: 20 jun. 2015.
33
UNIDADE I │ LASERTERAPIA
e ocorre reduzida absorção de hemoglobina, a qual exibe fortes faixas no UV, azul, verde
e faixas amarelas. (ANTONIO, 2010)
34
LASERTERAPIA │ UNIDADE I
Interações terminais
A maioria das células humanas podem facilmente resistir a temperaturas até 40º C.
A combinação de tempo e temperatura determina se uma dada população celular
pode sobreviver em temperaturas mais elevadas. Isso ocorre porque a desnaturação
termal é um processo de proporção: o calor aumenta à velocidade que as moléculas se
desnaturam. (TOREZAN et al, 1999)
35
UNIDADE I │ LASERTERAPIA
Lesões termais por indução de laser são bem descritas por um modelo ARTHENIUS,
o qual diz que o nível de desnaturação celular é exponencialmente relacionado à
temperatura. Assim, o acúmulo do material desnaturado aumenta exponencialmente
com a temperatura, e proporcionalmente com o tempo. Próximo de uma temperatura
crítica (que é diferente para diferentes tecidos) ocorre uma rápida coagulação: isso é
importante para as bem definidas margens histológicas de coagulação no laser e outras
lesões termais. Na derme, a matriz estrutural proteica extracelular, o colágeno, tem um
papel predominante na coagulação. (COSTA et al, 2011)
A elastina é termalmente estável e pode sobreviver à fervura sem lesão aparente. Por
contraste, o colágeno tem transição aguda de derretimento por uma forma fibrilar entre
80 a 70ºC. Nessa, ou acima dessa temperatura, podem surgir cicatrizes. A fototermólise
seletiva permite o aquecimento selecionado dos alvos dentro da derme, tais como vasos
sanguíneos e folículos pilosos, com a preservação da derme entre os alvos. Um limite
superior é colocado pela absoluta necessidade de manter a pele numa temperatura
abaixo de 60 a 70ºC. (TOREZAN et al, 1999)
Quanto mais o tecido ficar exposto à energia do laser, maior disseminação da energia
termal para os tecidos circunvizinhos. Para limitar a exposição do tempo para uma dada
fluência, o poder do laser deve ser aumentado para compensar; ou seja, a fototermólise
visa destruir um tecido-alvo de forma controlada e localizada, lesionando ao mínimo os
tecidos adjacentes. (TOREZAN et al, 1999)
Uma vez que a luz do laser foi absorvida pelo tecido, a energia é convertida em energia de
calor. Por meio da condução, o tecido circunvizinho torna-se aquecido. O processo pelo
qual o calor se torna difuso dentro do tecido por condução é chamado de relaxamento
termal. O tempo de relaxamento termal (TRT) é definido por uma dada estrutura de
tecido, com o tempo necessário para o tecido aquecido perder metade de seu calor.
A chave para desfazer a ablação do tecido é ser capaz de torná-lo mais rápido do que o
calor, que é conduzido para o tecido circunvizinho. (TOREZAN et al, 1999)
36
LASERTERAPIA │ UNIDADE I
Resfriamento da pele
37
UNIDADE I │ LASERTERAPIA
com o pulso do laser e é, portanto, não adequado para o resfriamento paralelo. Com
a safira fria pressionada à pele, justamente antes ou durante o pulso longo do laser, é
possível evitar seguramente fluências muito grandes, mesmo em peles pigmentadas.
O pós-resfriamento é usado para minimizar a dor e o eritema.
Esquema de resfriamento na emissão de luz pulsada para vasos. O uso do gel gelado
minimiza dano térmico à epiderme e permite a termocoagulação do vaso. Sem o gel a
epiderme já é afetada antes de ocorrer a coagulação do vaso. (ZHANG et al, 2013)
38
LASERTERAPIA │ UNIDADE I
Caso tenha interesse em saber mais sobre este assunto indico os seguintes
artigos:
39
TRATAMENTO DE
REJUVENESCIMENTO UNIDADE II
COM LASER
CAPÍTULO 1
Resurfacing – Laser CO2
Introdução
Várias modificações, relativamente recentes, têm sido aplicadas aos lasers de CO2,
permitindo seu uso corrente como laser de escolha para resurfacing cutâneo profundo
e para cicatrizes de acne. Apresentam também indicações para o tratamento de rugas,
lesões superficiais, outros tipos de cicatrizes e fotoenvelhecimento. No entanto,
pode ocasionar alguns efeitos colaterais significantes como infecção bacteriana e
viral pós-operatória, cicatrizes, eritema prolongado e hipopigmentação permanente.
(CAMPOS et al, 2009)
Desde a descoberta da fototermólise seletiva por Anderson e Parrish, os lasers têm sido
utilizados no tratamento do rejuvenescimento da pele, com início no Brasil na década
de 1990. Os lasers de CO2 10.600nm e de Erbium 2.940nm não fracionados de primeira
geração foram os primeiros a ser usados. A penetração depende do conteúdo de água e
independe da melanina e da hemoglobina, sendo seu coeficiente de absorção de água
de 800/cm. A duração média de um pulso é inferior a um milissegundo e penetra
cerca de 20 μm no tecido. Os resultados foram muito animadores mas, como fazem
40
RATAMENTO DE REJUVENESCIMENTO COM LASER │ UNIDADE II
Estado de Repouso
Vibração simétrica de estiramento – nível laser inferior para emissão em 10,6 µm.
41
UNIDADE II │ RATAMENTO DE REJUVENESCIMENTO COM LASER
Após transferência de energia da molécula de nitrogênio para o CO2 por meio de uma
colisão entre ambos, o CO2 executa uma vibração assimétrica de estiramento. Desse
nível de energia, a molécula decai sob a emissão de um fóton para o nível laser inferior.
Desse nível, a molécula retorna rapidamente para o nível fundamental, principalmente
pela adição de hélio, que consegue retirar de maneira eficiente à energia restante
da molécula de CO2. Além de ajudar no resfriamento do CO2, o hélio também tem
propriedade de ajudar manter uma alta concentração de elétrons na área de descarga.
(CAMPOS et al, 2009)
42
RATAMENTO DE REJUVENESCIMENTO COM LASER │ UNIDADE II
(CAMPOS, 2010)
Indicações
»» lesões de pele.
(CAMPOS, 2010)
Rugas e fotoenvelhecimento
As rugas faciais podem ser divididas em duas categorias: estáticas, que são o resultado de
fotoexposição crônica e do processo normal de envelhecimento, e dinâmicas, causadas
por expressões faciais repetidas e ação muscular. (GUIRRO; GUIRRO, 2001)
Pacientes com rugas generalizadas, periorbitais e rugas periorais terão uma melhora
significante e duradora com a aplicação do laser CO2. (CAMPOS, 2010)
43
UNIDADE II │ RATAMENTO DE REJUVENESCIMENTO COM LASER
Lesões de pele
A principal indicação para o laser de CO2 são as lesões epidérmicas, como queratose
actínica e seborreica, nevo epidérmico, verrugas, queilite actínica, dermatose papulosa
nigra (CAMPOS, 2010)
44
RATAMENTO DE REJUVENESCIMENTO COM LASER │ UNIDADE II
Lesões dérmicas também podem ser tratadas com o laser de CO2, apesar de não ser o
ideal, pois o dano térmico profundo poderá levar à formação de cicatrizes. Essas lesões
incluem: hiperplasia sebácea, siringomas, nevos intradérmicos, veno misto e rinofima.
(CAMPOS, 2010)
45
UNIDADE II │ RATAMENTO DE REJUVENESCIMENTO COM LASER
Contraindicações
Absolutas:
»» Acne ativa.
»» Vitiligo.
»» Uso de isotretinoína nos últimos dois anos (essa droga promove atrofia
dos anexos cutâneos, que são responsáveis pela reepitelização).
Relativas:
»» Herpes Zoster.
»» Peles sensíveis.
46
RATAMENTO DE REJUVENESCIMENTO COM LASER │ UNIDADE II
(FIFE,2009)
Em peles mais claras, com menor risco de hiperpigmentação, produtos contendo ácido
retinoico e hidroquinona serão utilizados por um período de duas a quatro semanas
anteriormente à aplicação do laser CO2. Em peles mais escuras, deve se dar maior
atenção à supressão da pigmentação com o uso de ácido glicólico, hidroquinona e kójico,
por um período mais prolongado, dependendo da resposta da pele até por 12 semanas.
Procedimento: por ser muito doloroso, vários recursos devem ser utilizados para
minimizar a dor do paciente. A anestesia tópica deve ser iniciada uma hora antes da
sessão, acrescida do uso de sedativos orais e analgésicos. Muitas vezes, dependendo do
nível de ansiedade do paciente, indica-se anestesia geral ou sedação.
O aspirador de fumaça deve ser usado durante todo o procedimento, que só deve ser
iniciado após a limpeza meticulosa da pele, eliminando-se quaisquer resquícios de
creme anestésico. A anestesia troncular é bastante útil na analgesia das regiões malar e
supralabial. O resfriamento da pele com ar frio entre os disparos (para não atrapalhar o
aspirador de fumaça) alivia muito a sensação de queimadura que o laser de CO2 produz.
Após o procedimento: o paciente deve ser mantido em sala bem resfriada, com
máscara fria e ar gelado voltado para a face tratada, e se necessário deve ser prescrito
um analgésico oral. O paciente deve deixar o consultório apenas após o alívio da dor.
Utilizam-se compressas de solução salina para limpeza, creme cicatrizante e antiviral
sistêmico até a epitelização completa. Nesse período, o paciente deve ser visto pelo
médico diariamente ou em dias alternados. Antibiótico e antifúngicos sistêmicos devem
ser imediatamente prescritos se houver indícios clínicos de infecção bacteriana ou
monilíase. O LED (Luz Emitida por Diodo) tem efeito anti-inflamatório e cicatrizante,
e pode ser usado no pós-operatório.
47
UNIDADE II │ RATAMENTO DE REJUVENESCIMENTO COM LASER
O paciente deve ser orientado a não se expor diretamente ao sol por, no mínimo, seis
meses após o procedimento. O paciente é instruído a usar filtro solar UVA/UVB não
oleoso, contendo um bloqueador físico. No PO poderá ser associado à uma base cor da
pele, para disfarçar o eritema.
Resultados esperados: são muito exuberantes após uma única sessão, mas a técnica
é invasiva e o paciente apresenta uma limitação social por 30 dias, mantendo-se a pele
fotossensível e eritematosa por até seis meses.
Assim, como nos demais procedimentos a laser, com o Laser de CO2 existe a necessidade
de documentação fotográfica padronizada prévia e posterior, para a segurança do
médico e demonstração dos resultados ao paciente, sendo também recomendável a
obtenção do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.
Introdução
O Erbium: YAG foi o segundo laser desenvolvido para Resurfacing ablativo. Emite um
raio com comprimento de onda de 2.940 nm na faixa infravermelha, que se aproxima
do pico de absorção de água (coeficiente de absorção de água = 12.000). Esse laser tem
profundidade de penetração limitada a 1 a 3 μm de tecido por J/cm2, enquanto o CO2
atinge 20 a 30 μm. O efeito térmico residual também é muito menor com o Er:YAG. Isso
provoca uma ablação mais precisa da pele com um mínimo de danos para os tecidos (valor
estimado de 10 a 40 μm). Ocorre sangramento durante o tratamento, caracterizando
um inconveniente desse laser. A eficácia global do Laser Er:YAG é comparável à do
Laser de CO2; no entanto, os resultados desse último são ainda considerados superiores
na maioria dos estudos comparativos. Contudo, o Laser Er:YAG induz cicatrização mais
rápida e com efeitos colaterais menos frequentes e menos graves. Melhores indicações:
envelhecimento facial moderado, tratando lesões pigmentadas e melhorando cicatrizes.
É indicado para pacientes que querem rejuvenescer sem correr os riscos dos efeitos
colaterais do Laser de CO2 (STEINER et al, 2011).
Segundo Dr. Hughes, o Laser Erbium: YAG produz contração cutânea de 14% após 16
semanas de aplicação, decorrente do remodelamento da derme.
48
RATAMENTO DE REJUVENESCIMENTO COM LASER │ UNIDADE II
Indicações
Considera-se que as principais indicações para o uso do Laser Erbium: YAG sejam para
o tratamento de:
»» Rugas finas.
»» Rejuvenescimento cutâneo.
»» Nevos.
49
UNIDADE II │ RATAMENTO DE REJUVENESCIMENTO COM LASER
»» Hidradenoma sebáceo.
»» Rinofima.
»» Xandelasma.
»» Cicatrizes pós-traumáticas.
»» Implante capilar.
Contraindicações
»» infecções;
»» alergias;
50
RATAMENTO DE REJUVENESCIMENTO COM LASER │ UNIDADE II
Caso tenha interesse em saber mais sobre este assunto indico os seguintes
artigos:
51
CAPÍTULO 2
Tratamento vascular com laser
Introdução
Os lasers apresentam excelentes resultados no tratamento das lesões vasculares.
Tanto emitido em luz visível (Argônio, vapor de cobre, laser corante pulsado), como
invisível (CO2 e Nd: YAG) têm sido utilizados no tratamento dessas desordens cutâneas
(CARVALHO et al, 2010).
Os lasers com maior comprimento de onda (532 a 690 nm) permitem a penetração
mais profunda da luz, demonstrando maior seletividade para hemoglobina do que
para melanina. Os de menor comprimento de onda (488 a 532 nm) tendem a ser
melanina-específico, causando competição com a melanina. Quanto mais amarela
a luz, maior afinidade com hemoglobina; quanto mais verde, maior afinidade
com a melanina. Os lasers quase contínuos são excelentes para o tratamento de
telangiectasias de grande calibre, em razão da sua capacidade de produzir mais
calor profundo. Nas telangiectasias de pequeno calibre, ou pequenos vasos, e
em hemangiomas, pode ser utilizada a luz intensa pulsada, 532 nm (NAVARRO
et al, 2001).
52
RATAMENTO DE REJUVENESCIMENTO COM LASER │ UNIDADE II
Congênitas
»» Hemangiomas.
»» Más-formações venosas.
»» Linfangiomas.
Adquiridas
»» Telangiectasias.
»» Angiomas em “cereja”.
»» Lagos venosos.
»» Granuloma piogênico.
»» Poiquilodermia de Civatte.
»» Sarcoma de Kaposi.
As lesões congênitas são mais frequentes na cabeça e região cervical, e por definição
aparecem na infância. Por outro lado, as adquiridas desenvolvem-se em qualquer
período de vida, como resultado de traumas, influência hormonal, degeneração solar,
ou como sinal de uma síndrome.
»» Hemangiomas.
»» Telangiectasias.
53
UNIDADE II │ RATAMENTO DE REJUVENESCIMENTO COM LASER
»» Poiquilodermia de Civatte.
»» Angioma em “cereja”.
»» Rosáceas.
No entanto, se a energia do laser for absorvida pelos vasos, mas a duração da exposição
for excessiva, haverá geração de calor capaz de produzir coagulação não específica dos
tecidos adjacentes. Essas dispersões de energia dificultam a chegada dos comprimentos
de onda desejados ao cromóforo-alvo, e aumentam o risco de efeitos adversos tais como
cicatrizes. (CORCOS et al, 2005)
Embora cada sistema a laser tenha sua vantagem, nenhum deles revelou-se tão específico
como o laser de corante pulsado (PDL). O PDL original foi sendo modificado, minimizando
seus efeitos colaterais. Esse laser inicialmente foi desenvolvido com comprimento de onda
de 577 nm, correspondendo a um dos picos de absorção da oxihemoglobina, com spot
size de 5 mm e velocidade de um pulso a cada 3s. Posteriormente, desenvolveu-se o
modelo 585 nm de comprimento de onda, proporcionando melhor absorção, sem perda
da especificidade vascular. Esse laser dispõe de vários spot size, inclusive um de 10 mm
que permite a penetração dérmica mais profunda. O aparelho possibilita o tratamento de
áreas específicas com menor número de pulsos e velocidade de um pulso por segundo,
diminuindo o tempo de aplicação.
54
RATAMENTO DE REJUVENESCIMENTO COM LASER │ UNIDADE II
Os lasers usados para lesões vasculares são separados em três categorias: lasers
contínuos e quase contínuos, lasers pulsados e fontes levemente pulsadas. (CORCOS
et al, 2005)
A primeira categoria inclui lasers tais como o laser de Argônio (488 nm-514 nm), o
laser de Argônio bombeado ajustável na cor (488- 638 nm), o vapor de cobre e lasers
de brometo de cobre (578 nm), o laser de fosfato de potássio e titânio (KTP-532 nm) e o
laser de criptônio (568 nm). O laser de Argônio foi o tratamento de escolha para muitas
lesões vasculares dos anos de 1970 até o fim da década de 1980. Apesar da absorção
seletiva da luz de laser de Argônio, pela hemoglobina, em vasos sanguíneos, a natureza
contínua do raio de luz produz uma lesão, por causa do calor (térmico) não específico
no tecido adjacente aos alvos vasculares, aumentando a probabilidade de formação de
cicatriz. Além do mais, a absorção concomitante pela melanina leva frequentemente a
mudanças de pigmentação que são permanentes após a terapia a laser. Apesar do alto
índice de efeitos adversos, o laser Argônio ainda é útil no tratamento de manchas vinho
do porto nodulares (PWS’s), telangiectasias faciais, angiomas em aranha de fluxo alto,
granulomas piogênicos e lagos venosos espessos. Os lasers de ondas semicontínuas
(cobre, brometo, criptônio e KTP) têm sido usados para muitas lesões vasculares
diferentes, mas devido ao seu curto intervalo entre os pulsos, os vasos não resfriam
adequadamente depois da pulsação do laser, e a lesão vascular produzida é idêntica
àquela de laser CW. Em um esforço para otimizar o tratamento e limitar o prejuízo
dos tecidos adjacentes, aparelhos cuidadosamente examinados foram anexados aos
lasers CW e de ondas semicontínuas, distribuindo pontos pequenos e não adjacentes
em uma área de tratamento predeterminada. Ainda, a duração do pulso permaneceu
longa demais para fototermólise seletiva a ser realizada, aumentando o risco de prejuízo
térmico extensivo. (CORCOS et al, 2005)
Laser pulsado
Estes são divididos em três categorias principais: lasers de corantes pulsados, os lasers
KTP pulsados e os lasers pulsados infravermelhos (IR).
55
UNIDADE II │ RATAMENTO DE REJUVENESCIMENTO COM LASER
56
RATAMENTO DE REJUVENESCIMENTO COM LASER │ UNIDADE II
pulso ótimo para o tratamento de vasos de 30-50 cm de diâmetro está situada no domínio
de 1-10 ms. Essas observações levaram ao desenvolvimento de PDL’s com comprimentos
de onda de penetração mais profunda (595 e 600 nm) e durações levemente mais
longas (1,5 ms), que aquecem os vasos mais suavemente, produzindo púrpura menos
profunda e de menor duração do que os PDL’s tradicionais (clássicos). Usados com um
spray resfriador e um software que permite fluências muito altas, os lasers de tintura
de pulso longo alcançaram resultados impressionantes nas PWSs e hemangiomas, com
clareamento mais rápido das lesões e menos sessões de tratamento. Vasos faciais que
não foram receptivos ao tratamento de PDL clássico, assim como o PDL azul e os vasos
mais profundos nas cavidades paranasais, também mostraram resposta significante
após o tratamento com os lasers de tintura de pulso longo. O tratamento de veias na
perna de menos de 0,4 mm de diâmetro também indica promessa, mas os resultados no
tratamento de vasos de calibre mais grosso foram decepcionantes. Os lasers mais novos
de corante de pulso variado ou ultralongo (V-Beam, Candela, Wayland, MA; V Star,
Cynosure, Chelmsford, MA) foram recentemente adicionados ao grupo de sistemas de
PDL. Ao distribuir fluências de laser equivalentes sobre durações de pulso variáveis
(mais de 40 ms), esses aparelhos versáteis de laser são capazes de tratar vasos de vários
tamanhos. Além disso, sua duração de pulso mais longa permite um aquecimento mais
suave e uniforme dos vasos atingidos, resultando em redução ou ausência de púrpura
pós-operatória. Estudos clínicos indicaram que esse tipo de laser é altamente eficiente
no tratamento de eritema facial (sem vasos visíveis), com fluências que não resultam
em púrpura. O tratamento de telangiectasias faciais visíveis ou PWS’s pode também ser
realizado, mas com fluências imediatamente acima do limiar para indução de púrpura
(MEDEIROS, 2005).
57
UNIDADE II │ RATAMENTO DE REJUVENESCIMENTO COM LASER
A seguir, vamos ver os lasers usados para lesões vasculares: lasers contínuos e
quase contínuos, lasers pulsados de modo mais específico
58
RATAMENTO DE REJUVENESCIMENTO COM LASER │ UNIDADE II
Laser Argônio
Até o desenvolvimento dos PDL, o laser Argônio era o tratamento de escolha para
PWS. Emite luz em seis diferentes comprimentos de onda, que variam de 457,9 a
515,4 nm, em faixa azul/verde do espectro visível e produz onda contínua, embora
possa ser intermitente. A profundidade de dano vascular é aproximadamente 1 mm
e os comprimentos de onda são absorvidos tanto pela oxihemoglobina quanto pela
melanina. Em razão da competição entre esses dois cromóforos, há menor penetração
do laser ao nível do vaso em pacientes fototipo IV, V, VI e bronzeados.
Diferentemente dos PDL, que causam dano térmico limitado no vaso, o laser Argônio
causa dano não seletivo das estruturas adjacentes, e como resultado da absorção da luz
pela melanina, hipo e hiperpigmentação ocorrem em grande porcentagem nos pacientes;
5 a 25% dos casos resultam em cicatrizes inestéticas ou atróficas. O tratamento com laser
Argônio é doloroso e necessita anestesia. Os cuidados pós-operatórios são importantes,
uma vez que o tratamento leva ao deslocamento imediato da derme e epiderme.
Laser CO2
Emite onda de 10.600 nm, infravermelha, que é primariamente absorvida pela água,
resultando na vaporização do tecido durante a coagulação de vasos sanguíneos. O dano
térmico produzido pelo laser de CO2 é não seletivo, causando agressão à epiderme
e derme, com maiores efeitos colaterais. Embora, não seja um laser de escolha para
lesões vasculares, foi utilizado no passado. (BEYLOT, 2008)
59
UNIDADE II │ RATAMENTO DE REJUVENESCIMENTO COM LASER
Esse laser emite onda única de 578 nm ou combinada com uma de 511 nm. A série
de pulsos é de 10 a 40 ns, com 2mJ de energia por pulso. Esse comprimento de
onda é bem absorvido pela oxihemoglobina e pode penetrar mais profundamente
no tecido-alvo. Os pulsos não podem ser emitidos individualmente. Os disparos
seriados levam à destruição térmica do vaso-alvo e também ao dano térmico não
seletivo. Embora não existam estudos comparativos com outros lasers, o laser de
vapor de cobre parece ser efetivo em telangiectasias, PWS planas e escuras ou
maduras e hipertróficas. No entanto, o dano seletivo pode levar à formação de
cicatrizes, principalmente no tratamento de vasos menores.
Muitos lasers KTP pulsados são utilizados para lesões vasculares. O laser KTP de 532
nm foi escolhido por ter comprimento de onda com boa absorção pela hemoglobina.
Embora o mecanismo desse equipamento seja variável, todos produzem pulsos de
532 nm. O resultado de tratamento de lesões faciais é excelente. Não causa púrpura,
podendo, no entanto, causar eritema, que em geral desaparece em menos de 24 horas.
Sua limitação deve-se ao fato de que esse comprimento de onda trata bem os vasos
superficiais, porém tem pouca penetração na pele, não atingindo vasos mais profundos.
Como sua absorção pela melanina está aumentada, esse laser deve ser usado com
cautela em pacientes foto tipo IV ou mais, pelo maior risco de desenvolver alterações
pigmentares. (KALIL et al, 2009)
Laser pulsado
O laser corante pulsado, Pulsed Dye Laser (PDL), o primeiro laser desenvolvido
baseado na teoria da fototermólise seletiva, foi projetado especialmente para tratar
interiormente vasos nas PWS em crianças. Apresenta comprimento de onda específico
60
RATAMENTO DE REJUVENESCIMENTO COM LASER │ UNIDADE II
Um exame histológico das PWS, após tratamento com PDL, demonstra uma epiderme
intacta com vasos sanguíneos da pele superficial contendo eritrócitos aglutinados,
fibrina e trombina. Esses achados histológicos correlacionam-se com a púrpura vista
clinicamente, imediatamente após exposição aos PDL. Um mês após o tratamento, os
vasos destruídos são substituídos por vasos de aparência normal, sem evidência de
cicatriz na pele. (CARDOSO et al, 2006)
Os lasers mais novos de corante pulsado, variado ou ultra longo foram recentemente
adicionados ao grupo de sistemas de PDL. Ao distribuir fluência de laser equivalente
sobre durações de pulsos variáveis (mais de 40ms), esses aparelhos são capazes de
tratar vasos de vários tamanhos. (CARDOSO et al 2006)
61
UNIDADE II │ RATAMENTO DE REJUVENESCIMENTO COM LASER
Laser Alexandrite
Laser Nd:YAG
Laser de luz infravermelha que emite comprimento de onda de 1.064 nm. Pode ser
distribuído em modo contínuo ou pulsado (Q-swiched). Esse comprimento de onda
é pouco absorvido pelos cromóforos da pele, permitindo uma maior penetração em
profundidade de 4 a 6 mm e ampla difusão de raios, resultando em dano térmico
inespecífico para a pele. (NORONHA et al, 2004)
O laser Nd: YAG tem boa indicação para tratamentos de PWS volumosa e de
hemangiomas, porém pode causar dano térmico inespecífico, é difícil prevenir o
desenvolvimento de cicatrizes hipertróficas e alterações pigmentares permanentes, o
que tem limitado seu uso no tratamento das lesões vasculares superficiais. (NORONHA
et al, 2004)
Os lasers Nd: YAG pulsados de frequência dobrada emitem luz verde com 532 nm.
Para produzir luz 532 nm, o comprimento de onda é divido ao meio e a frequência
dobrada com um cristal óptico de Potássio/Tritanil/Fosfato (KTP). Esse comprimento
de onda é próximo de um dos picos de absorção de hemoglobina, e a amplitude de
pulso resultante em alguns sistemas de laser operam em milissegundos, próxima ao
62
RATAMENTO DE REJUVENESCIMENTO COM LASER │ UNIDADE II
relaxamento térmico dos pequenos vasos cutâneos, aquecendo o vaso mais lentamente
e causando dano térmico sem que ele seja rompido. (NORONHA et al, 2004)
Caso tenha interesse em saber mais sobre este assunto indico os seguintes
artigos:
63
CAPÍTULO 3
Tratamento de lesões pigmentadas
com laser
Introdução
O tratamento das lesões pigmentadas a laser foi realizado inicialmente com laser
não seletivo, que apenas cauterizava as lesões, queimando indistintamente todos os
componentes da pele. O princípio da fototermólise seletiva permitiu tratar de maneira
seletiva as lesões pigmentadas. O primeiro laser desenvolvido utilizando esse conceito
foi o flashlamp-pumped pulsed dye laser para tratamento de lesões vasculares. Todavia,
os primeiros experimentos para tratamento de lesões pigmentadas foram realizados no
início da década de 1960, por Goldman, que utilizou o laser Rubi no modo normal.
Podem-se utilizar diversos lasers para tratar lesões pigmentadas, pois a melanina tem a
capacidade de absorver vários comprimentos de onda. Os lasers com comprimento de
onda maiores penetram mais profundamente na pele, podendo tratar lesões dérmicas,
além de epidérmicas. Os lasers com comprimento de onda mais curtos tratam
eficientemente as lesões epidérmicas, porém não são eficientes para tratar pigmentos
dérmicos.
Quadro 6. Principais características clínicas das lesões pigmentadas tratadas com laser.
64
RATAMENTO DE REJUVENESCIMENTO COM LASER │ UNIDADE II
Lesões
Epidérmicas
Melanose solar: manchas acastanhadas de tamanho variável, que aparecem nas áreas
mais expostas ao sol, como o dorso da mão, antebraço, face e colo, embora possam
aparecer em qualquer região do corpo. Podem aumentar de tamanho e número com o
passar dos anos e com a maior exposição ao sol. (BORGES, 2006)
65
UNIDADE II │ RATAMENTO DE REJUVENESCIMENTO COM LASER
66
RATAMENTO DE REJUVENESCIMENTO COM LASER │ UNIDADE II
Lesões dérmicas
Sabe-se que alguns nevos podem sofrer transformações malignas, como um melanoma,
principalmente os congênitos e gigantes. A cor dos nevos está intimamente ligada à
quantidade de pigmento e a sua localização na pele.
67
UNIDADE II │ RATAMENTO DE REJUVENESCIMENTO COM LASER
Nevo Azul: lesão de cor azulada a preta, redonda ou ovalada, de superfície plana ou
elevada e de pequena dimensão, até 1 cm. Em geral, é lesão única, mais frequentemente
localizada na face e dorso da mão. A transformação maligna dessa lesão é muito rara.
(GUIRRO; GUIRRO, 2001)
68
RATAMENTO DE REJUVENESCIMENTO COM LASER │ UNIDADE II
Nevo spilus: é também conhecida como nevo sobre nevo, pois sobre uma mancha
acastanhada maior, do tipo café com leite, surgem lesões puntiformes mais escuras, que
representam nevos juncionais ou compostos. Ocorre mais frequentemente no tronco.
(GUIRRO; GUIRRO, 2001)
Lasers utilizados
Para obter um bom resultado com o tratamento a laser para lesões pigmentadas, é
preciso levar em conta alguns fatores: a correta identificação da lesão; escolha adequada
do aparelho, com base na profundidade do pigmento na pele e escolha da energia
adequada a ser utilizada. (MAIO, 2004)
70
RATAMENTO DE REJUVENESCIMENTO COM LASER │ UNIDADE II
de CO2 e Er: YAG. Ambos os lasers têm afinidade pela água e, portanto, destroem
indistintamente todas as estruturas da pele. (MAIO, 2004)
Podem ser utilizados para tratar lesões pigmentadas epidérmicas com relevo, com os
nevos verrugosos e a queratose seborreica pigmentada. Embora, possam tratar efélides
e melanoses eficientemente, uma vez que promovem a remoção da camada da pele, seu
uso implica incidência maior de efeitos colaterais. (MAIO, 2004)
Lasers seletivos
São os mais adequados para o tratamento de lesões pigmentadas. O estudo da absorção
da melanina mostra que ela absorve luz em uma faixa grande de comprimento de onda.
A oxihemoglobina, no entanto, também absorve a luz em alguns desses comprimentos
de onda. Os lasers para tratar pigmento devem, portanto, possuir comprimento de
onda que seja preferencialmente absorvido pela melanina e pouco absorvido pela
oxihemoglobina. A duração de pulso do laser deve ser muito pequena, menor do que
o tempo de relaxamento térmico da estrutura-alvo, a melanina, para que o calor seja
confinado apenas a essa estrutura e o mínimo de calor seja irradiado para os tecidos
vizinhos. Os estudos mostram que o alvo é a melanossomas, estrutura celular que
armazena a melanina.
Tipos de laser
71
UNIDADE II │ RATAMENTO DE REJUVENESCIMENTO COM LASER
Quadro 7. Tipo de Laser com Comprimento de Onda, Duração de Pulso e Principal Indicação.
Diâmetro da
Tipo de lesão Tipo de laser Fluência (J/cm²)
ponteira (mm)
Rubi 6,5 3–5
Nd:YAG 4 3
Melanoses
Alexandrite 4 3,4
Corante pulsado 3 2,5
Rubi 6,5 3 – 4,5
Nd:YAG 3 1 – 1,5
Mancha café com leite
Alexandrite 3 2,5 – 3,5
Corante pulsado 5 2 – 3,5
Rubi 6,5 4,5
Nd:YAG 3 1,5 – 1,8
Nevo de Becker
CO2 3 4–5
Alexandrite 3 6
Rubi 6,5 4,5
Nevo Spilus Nd:YAG 3 1,5 – 2
CO2 3 4 – 4,4
Rubi 6,5 5–6
Nevo de Ota Nd:YAG 3 5
Alexandrite 3 6,5
Fonte: Taís Amadio Menegat 2015.
Para que se obtenham bons resultados com o mínimo de efeitos colaterais, devem-se
levar em consideração alguns aspectos:
(MAIO, 2004)
72
TRATAMENTO DE
REMOÇÃO DE UNIDADE III
TATUAGEM
CAPÍTULO 1
Tratamento de remoção de tatuagem
Introdução
73
UNIDADE III │ TRATAMENTO DE REMOÇÃO DE TATUAGEM
Tipos de tatuagem
As tatuagens são classificadas em: médicas, amadoras, traumáticas, profissionais e
cosméticas.
Tatuagens Profissionais: são feitas com máquina manual que injeta pigmento
na derme profunda, de modo uniforme. Essas tatuagens podem ser de cor única ou
multicoloridas e as tintas utilizadas são corante organometálico. Com o tempo a cor
pode desbotar, tornando mais fácil o tratamento (figura 35).
74
TRATAMENTO DE REMOÇÃO DE TATUAGEM │ UNIDADE III
75
UNIDADE III │ TRATAMENTO DE REMOÇÃO DE TATUAGEM
Tipos de Laser
Laser CO2
O laser CO2 foi muito utilizado no passado para remoção de tatuagens de modo
não seletivo. Com o desenvolvimento do laser seletivo para pigmento, o seu uso foi
praticamente abandonado, em razão da alta incidência de sequelas. Sua indicação é
limitada àqueles casos em que o paciente deseja rápida remoção da tatuagem, em áreas
não propensas à formação de queloides, ou em tatuagens de pequenas dimensões.
(BEYLOT, 2008)
Laser seletivo
76
TRATAMENTO DE REMOÇÃO DE TATUAGEM │ UNIDADE III
(510 nm) é mais absorvida pela cor vermelha. Da mesma forma, a luz vermelha do laser
Rubi é mais bem absorvida pelo pigmento verde. (MAIO, 2004)
Resposta
Tipo de laser Parâmetro Tinta cor da
Tinta preta Tinta verde Tinta vermelha
pele
512nm
Corante pulsado Ruim Ruim Ótima Pode escurecer
300ns
532nm
Nd:YAG freq. Dobrada Ruim Ruim Ótima Geralmente escurece
10 - 40ns
694nm
Rubi Ótima Boa Ruim Geralmente escurece
25-50ns
755nm
Alexandrite Ótima Ótima Ruim Geralmente escurece
50 – 100ns
1064
Nd:YAG Ótima Regular Ruim Geralmente escurece
10ns
Fonte: Taís Amadio Menegat 2015
Laser Rubi
Em pacientes com foto tipo IV e V deve-se ter cuidado, pois a alta absorção pela
melanina epidérmica pode ocasionar hipocromia ou acrômia permanente. Nesses casos
aconselha-se utilizar energia mais baixa. O laser Rubi é efetivo para remover pigmentos
preto, azul e verde. (MAIO, 2004)
Laser Alexandrite
O laser Alexandrite foi concebido exclusivamente para fins medicinais, como, por
exemplo, retirada de tatuagens multicolridas, sem destruir a epidérmica do tecido, o que
se torna ─ uma vantagem em relação a outros lasers com mesma ação; tratamento de
tumores benignos vasculares infantis e varizes no corpo, visto que tem a característica
de penetrar mais profundamente na pele (3 a 5 mm) ─ Ruby (3mm), atingindo as
raízes mais profundas. ─ remoção de pelos no corpo, operando sob o princípio da
fototermólise seletiva. ─ Seu comprimento de onda é menos absorvido pela melanina,
portanto, permite uma penetração mais profunda na pele, mas a sua absorção pela
hemoglobina é muito menor do que outros lasers vasculares específicos. É, entretanto,
77
UNIDADE III │ TRATAMENTO DE REMOÇÃO DE TATUAGEM
suficiente para fotocoagular veias reticulares superficiais e mais profundas (com mais
de 3 mm de diâmetro) de forma eficaz, através de pele clara ou com pigmentação mais
escura. (TRINDADE, 2009)
Trata eficientemente os pigmentos preto e azul. A sua vantagem sobre os outros lasers
Q-switched é a penetração mais profunda na derme, permitindo o tratamento de peles
mais pigmentadas. (MAIO, 2004)
Utilizando um cristal, a frequência do Nd: YAG pode ser dobrada, diminuindo o seu
comprimento de 1064 nm pela metade, ou seja, 532 nm. A velocidade de liberação
dos pulsos pode chegar a 10 Hz. Este laser pode tratar de maneira eficaz o pigmento
vermelho e, algumas vezes, o pigmento amarelo. (MAIO, 2004)
Dye Laser
Possui comprimento de onda de 510 nm e duração de pulso de 300 ns. É eficaz para
tratamento de tatuagens de cores vermelha, amarela e laranja. (MAIO, 2004)
A luz pulsada é uma luz não coerente e não monocromática, portanto não é laser, mas se
comporta de maneira muito semelhante a ele. Essa tecnologia permite variar a duração
de pulso, o intervalo entre eles e o comprimento de onda.
78
TRATAMENTO DE REMOÇÃO DE TATUAGEM │ UNIDADE III
Outras considerações
O prognóstico quanto ao número de sessões para remoção de tatuagem depende da
avaliação clínica da lesão. De modo geral, as tatuagens amadoras são mais facilmente
removíveis, uma vez que os pigmentos utilizados, o grafite e a tinta nanquim, são
eficazmente destruídos pelo laser e a quantidade de pigmento na derme costuma ser
bem menor do que na tatuagem profissional. O número estimado é de um a quatro.
(SACKS; BARCAUI, 2004)
As tatuagens realizadas sobre cicatrizes são mais difíceis de remover, pois nem sempre
a penetração do laser no tecido cicatricial se faz de maneira desejada. Isso vale também
para as tatuagens que já tenham sido tratadas previamente com outro método não
seletivo, como criocirurgia ou dermoabrasão. (SACKS; BARCAUI, 2004)
As tinturas de cor escura como preto, azul escuro e alguns tons de verde, são mais
facilmente removíveis, enquanto o amarelo, vermelho e azul são mais difíceis de
remover nem todos os tipos de laser são capazes de fazê-lo. (SACKS; BARCAUI, 2004)
79
CAPÍTULO 2
Tratamento de remoção de pelos com laser
Introdução
O crescimento dos pelos em locais ou quantidade indesejáveis, que se denomina
hirsutismo e hipertricose, pode resultar de distúrbios ou tumores de origem endócrina,
de efeito colateral de medicamentos, ou ainda ser resultado de doenças ou traços
genéticos. (GUIRRO; GUIRRO, 2001)
A epilação a laser foi utilizada inicialmente para triquíase e áreas doadoras de enxertos
obtidos de áreas pilosas no final da década de 1980. (GUIRRO; GUIRRO, 2001)
80
TRATAMENTO DE REMOÇÃO DE TATUAGEM │ UNIDADE III
O bulbo contém células matriz em rápida divisão, induzidas e mantidas pela papila
dérmica.
81
UNIDADE III │ TRATAMENTO DE REMOÇÃO DE TATUAGEM
(MAIO, 2004)
82
TRATAMENTO DE REMOÇÃO DE TATUAGEM │ UNIDADE III
»» laser de Rubi;
»» laser Nd:YAG;
Lasers Alexandrite
Apogee-40 7,10 e 12
755 nm 5-50 J/cm² 5-40 ms Ponteira resfriada Não -
(Cynosure) mm
Epitouch 10-25 J/
755 nm 2 ms 5 a 10 mm Gel gelado Sim -
(Sharplan) cm²
Gentlelase 10-100 J/
755 nm 3 ms 8-18 mm DCD Não DCD
(Candela) cm²
83
UNIDADE III │ TRATAMENTO DE REMOÇÃO DE TATUAGEM
Laser Rubi
O laser Rubi é bem absorvido pela melanina folicular. O modo normal (NMRL) produz
pulsos mais longos do que o modo Q-switched. Há pelo menos três lasers de Rubi
aprovado para remoção de pelo: Epilaser/E2000(Palomar), Epitouch Ruby (Sharplan/
ESC) e o Ruby Star (Aesculp Meditec). (MAIO, 2004)
O Eiplaser foi amplamente utilizado nos EUA, tendo sido suplantado atualmente pelo
E/2000, que libera pulsos de 3 a 100 ms, nos quais a energia do laser é dividida em
dois pulsos de 3 ms, separados por intervalos de 100 ms. O E/2000 emprega também
mecanismo denominado reciclagem de fótons, em que a luz dispersa de volta é refletida
novamente para a pele, aumentando, assim, a fluência efetiva. (MAIO, 2004)
O Epitouch e Ruby Star são ambos lasers de Rubi modo duplo, que podem operar tanto
no modo Q-switched como no modo pulsado normal para atingir os folículos pilosos.
No modo pulsado longo, o Epitouch libera pulso de 1,2 ms, com spot size de 4 a 6 mm, e
fluência de até 40J/cm² com spot menor. Gel gelado é usado para proteger a epiderme
de dano térmico. O Ruby Star libera pulsos de 2 ms com spot size de até 12 mm, e
84
TRATAMENTO DE REMOÇÃO DE TATUAGEM │ UNIDADE III
fluência de até 35J/cm². Uma peça de mão, com resfriamento por água, resfria a pele
antes de liberação de pulso do laser. (MAIO, 2004)
O exame histopatológico das áreas tratadas com o laser mostrou vaporização das hastes
dos pelos, lesão extensa e seletiva ao epitélio folicular evidenciada por rupturas focais,
eosinofilia citoplasmática e condensação nuclear, e com áreas formando placas de
necrose no epitélio folicular. O crescimento dos pelos foi avaliado em 1,3 e 6 meses após
sessão única de tratamento.
Após seis meses, houve redução significativa no número de pelos nas áreas raspadas e
tratadas com 60 J/cm². Embora em 5 de 13 pacientes tenha havido novo crescimento
completo de pelo, 4 pacientes ainda obtiveram taxas inferiores a 50%, que se mantiveram
no seguimento de dois anos após o tratamento. Os autores desse estudo concluíram que
as duas respostas diferentes, atraso no crescimento e perda permanente de pelo são
provavelmente causadas pela indução de telógeno e minimaturização de folículo piloso
terminais.
O laser Alexandrite emite luz de 755 nm e como o laser de Rubi tem por alvo a melanina
folicular. Embora sua absorção pela melanina seja discretamente menor que a do laser
de Rubi, sua absorção efetiva pela haste do pelo não é muito diferente, porque o tamanho
relativamente grande do folículo permite a absorção de toda energia alcançada. De fato,
isso pode ser vantajoso, porque a absorção não desejada pela melanina epidérmica é
reduzida. Outras vantagens incluem, ao menos teoricamente, profundidade maior de
penetração, duração maior do pulso mais próxima ao tempo de relaxamento térmico
do folículo piloso e frequência dos pulsos de até 5 Hz em alguns sistemas. Estudos
revelaram que quando aplicado três a cinco sessões espaçadas em um total de cinco a
oito meses, consegue-se a erradicação do pelo de 75 até 95%. (TRINDADE, 2009)
85
UNIDADE III │ TRATAMENTO DE REMOÇÃO DE TATUAGEM
c. Vitiligo.
f. Pelos brancos.
86
TRATAMENTO DE REMOÇÃO DE TATUAGEM │ UNIDADE III
Irá atuar na absorção da radiação pela melanina da haste do pelo que leva a um
superaquecimento do folículo, com consequentemente propagação do calor para as
células mãe agrupadas em volta da sua camada mais externa, na área próxima à inserção
do músculo eretor do pelo (bulge). A artéria e veia nutridora de cada folículo também
são atingidas, aumentando ainda mais a eficácia do tratamento. (IBRAHIMI, 2012)
A duração ideal do pulso deve ser aquela em que o intervalo de tempo entre um feixe de
raio e outro seja maior do que o tempo de relaxamento térmico da epiderme e próxima
ou menor que o tempo de relaxamento térmico do bulbo. Com isso consegue-se a
destruição de toda a estrutura do folículo, poupando a epiderme do calor excessivo.
(HALACMI, 2012)
Para que o tratamento seja eficaz é necessário que o folículo piloso esteja na fase
anágena, pois nessa fase há uma maior concentração de melanina no bulbo capilar,
sendo portanto mais atingido pelo laser. (IBRAHIMI, 2012)
Em alguns casos, vários meses após a última sessão, começam a se observar pelos
terminais que já haviam desaparecido. Muito provavelmente trata-se de pelos de
evolução muito lenta que infelizmente não foram atingidos nem uma vez na fase
anágena. Nesse caso, deve-se explicar ao paciente e propor mais uma sessão para
finalizar. (HALACMI, 2012)
Para um bom resultado é necessário respeitar o ciclo de crescimento dos pelos, que
varia de acordo com a região do corpo. O intervalo entre as sessões é o intervalo entre
as fases anágenas dos pelos. (IBRAHIMI, 2012)
87
UNIDADE III │ TRATAMENTO DE REMOÇÃO DE TATUAGEM
O número de sessões também varia de acordo com a área a ser tratada. Geralmente,
são necessárias de três a seis sessões para completar o tratamento. No caso do buço,
deve-se orientar o cliente que nesse local necessárias é necessário um número maior
de sessões (em média de cinco a seis) por tratar-se de pelos muito finos. No caso da
barba masculina são necessárias seis ou sete sessões para tratamento completo, pela
alta densidade de fios. (IBRAHIMI, 2012)
É obrigatório raspar o local a ser tratado antes do procedimento. Se o pelo estiver grande
ocorrerá um superaquecimento da sua parte externa, o que queimará a epiderme, além
de sequestrar um pouco de energia que iria para o bulbo. (HALACMI, 2012)
Para iniciar a aplicação do laser de Diodo devemos aplicar o um gel base de água
na área a ser tratada. No primeiro disparo devemos fazer o teste inicial observando-se
a resposta cutânea que geralmente responde com eritema e edema perifolicular.
Alguns pelos ficam queimados e saem facilmente com a pinça, sem resistência. Em
indivíduos de pele clara essa resposta é facilmente observada, em pacientes de pele
escura essa resposta não é observada com muita clareza. Se houver muito eritema
nesses pacientes é necessário diminuir a fluência do aparelho, pois pode significar
complicações futuras. Outro sinal de perigo é o eritema muito marcado com o formato
de lente. (IBRAHIMI, 2012)
88
TRATAMENTO DE REMOÇÃO DE TATUAGEM │ UNIDADE III
Nas sessões subsequentes, antes de iniciar, pergunte ao paciente sobre bolhas, crostas
ou alterações da pigmentação. De acordo com a resposta aumente ou abaixe as fluências
iniciais.
c. As crostículas que se formam após o laser são normais e não devem ser
retiradas. Caem naturalmente entre dois e três dias.
d. Usar filtro solar diariamente nas áreas tratadas a cada três horas.
89
UNIDADE III │ TRATAMENTO DE REMOÇÃO DE TATUAGEM
Estudos realizados com o laser Nd:YAG de pulso longo, de 50 ms, ponteira de conta
resfriada (-4ºC) e fluência de 50 a 100 J/cm² demonstram que menor a fluência efetiva
é melhor para diminuir a ocorrência de efeitos adversos. (NORONHAet al,2004)
Destruição mecânica
A destruição fotomecânica dos pelos foi utilizada exclusivamente para fins cosméticos.
A técnica se chama Softlight, utilizava inicialmente um cromóforo aplicado de
forma exógena. Nessa técnica, suspensão de óleo mineral de partículas de carbono
era aplicada à pele antes do tratamento. As áreas eram então expostas aos pulsos
extremamente curtos de ordem de nanossegundos do Qs Nd:YAG. Foi postulado que
a absorção de luz pelas partículas de carbono dentro dos folículos e seu aumento
rápido de temperatura geravam ondas fotoacústicas. Esse efeito causaria, portanto,
desrupção mecânica de células foliculares, causando um retardo no novo crescimento
dos pelos. (NUNES et al, 2010)
Laser QS Nd:YAG
O laser neodímio: ítrio alumínio granado Q-switched (QS Nd:YAG) foi utilizado
inicialmente para remoção de pelos. Emite irradiação laser de 1064 nm e comprimento
de onda absorvido em menor grau pela melanina. Estudo utilizando essa abordagem
em região axilar e inguinal com sessões repetidas e intervalo de um mês, durante
quatro meses documentou ao menos a eficácia temporária desse método. Vários outros
autores demonstram em estudos similares a perda significativa em 12 semanas após
o tratamento, mas não se manteve depois de 6 meses, mesmo após sessões múltiplas.
(NUNES et al, 2010)
90
TRATAMENTO DE REMOÇÃO DE TATUAGEM │ UNIDADE III
Estudos recentes mostram que em aplicação sem o uso de preparação tópica adjuvante e
utilizando com spot size de 4 mm com fluência de 10J /cm², ocorre a redução temporária
do crescimento do pelo, de duração de um a quatro meses, decorrente, provavelmente,
mais do prolongamento da fase telógena. A redução permanente não é usual, mas pode
ser vista em até 30% dos pacientes, após pelo menos três sessões. (NUNES et al, 2010)
Um estudo de 1995 utilizou esse princípio para remover pelos indesejados. Onze
pacientes foram envolvidos nesse estudo. Cada área foi depilada, sendo aplicado, em
seguida, ALA tópico a 20%. Três horas após, as áreas tratadas foram expostas à luz de
comprimento de onda de 630 nm e fluência de 100 a 200 J/cm². O exame histopatológico
posterior evidenciou lesão seletiva à epiderme e folículo piloso, com preservação da
derme. (MACHADO, 2000)
A vantagem dessa terapia é que ela pode ser utilizada em pacientes com variedade de
cores de pelos e de pele. Embora se suponha que a fotossensibilidade ativada possa
causar dano à membrana celular pela formação de oxigênio para as estruturas celulares,
transformação e mutagênese significativa foram demonstradas em sistemas de culturas
de mamíferos. Como ainda não há relatos sobre o seguimento em longo prazo de
pacientes, são necessários mais trabalhos clínicos antes que a terapia fotodinâmica seja
91
UNIDADE III │ TRATAMENTO DE REMOÇÃO DE TATUAGEM
utilizada como método confiável para remoção de pelos em longo prazo. (MACHADO,
2000)
Lasers Alexandrite
Apogee-40 7,10 e 12
755 nm 5-50 J/cm² 5-40 ms Ponteira resfriada Não -
(Cynosure) mm
Epitouch 10-25 J/
755 nm 2 ms 5 a 10 mm Gel gelado Sim -
(Sharplan) cm²
Gentlelase 10-100 J/
755 nm 3 ms 8-18 mm DCD Não DCD
(Candela) cm²
Lasers Diodo
Light Sheer 800 nm 10-40 J/
(Coherent) cm² 5-100 ms 9x9 mm Contato Não -
92
TRATAMENTO DE REMOÇÃO DE TATUAGEM │ UNIDADE III
Modo de operação
Modo SHR (Super Hair Removal): utiliza uma série de pulsos de baixa potência
e alta frequência (10 Hz) para aumentar gradativamente a temperatura do folículo até
50º C enquanto os tecidos ao redor alcançam cerca de 45º C. A aplicação gradual de
calor, em movimento, usa os cromóforos dos tecidos ao redor como reservatórios de
calor para aumentar a temperatura do folículo. Isso, junto com a energia absorvida pelo
folículo, o destrói e previne o crescimento dos pelos. A aplicação gradual de energia em
movimento resulta em um procedimento muito rápido e sem dor. (MENEGHEL et al,
2009)
O objetivo da aplicação no modo SHR é alcançar o acúmulo de energia (KJ) para uma
determinada área (100 cm²). Seguir os parâmetros conforme a quadro 13.
Foto tipo de pele Fluência (J/cm²) Tamanho da área Energia acumulada (KJ)
(cm²)
I 10 100 10-12
II 10 100 10-12
II 10 100 10-12
IV 8 100 10-12
V 7 100 10-12
VI 5 100 10-12
93
UNIDADE III │ TRATAMENTO DE REMOÇÃO DE TATUAGEM
Uma forma alternativa para determinar os parâmetros é por área anatômica conforme
descrito a seguir.
Área (Tipo de pele) Foto tipo de pele Fluência (J/cm²) Área (cm²) Energia acumulada (KJ)
I a III 9-10 60 6,0-7,2
Axilas IV a V 8-9 60 6,0-7,2
VI 5 60 6,0-7,2
I a III 7 15 1,5-1,8
Buço IV a V 6 15 1,5-1,8
VI 5 15 1,5-1,8
I a III 8-9 30 3,0-3,6
Virilha IV 6 30 3,0-3,6
V a VI 5 30 3,0-3,6
I a III 7 25 2,5-3,0
Barba IV 6 25 2,5-3,0
V a VI 5 25 2,5-3,0
Modo HR(Hair Removal): utiliza pulso único contínuo e de alta energia para ser
absorvido pelo folículo por meio da fotosseletividade. A energia absorvida causa dano
térmico ao folículo e previne o crescimento dos pelos. A repetição dos pulsos chega a
3 Hz e providencia um tratamento rápido. O resfriamento em “Dual Mode” garante
melhor conforto ao paciente (MENEGHEL et al, 2009)
94
TRATAMENTO DE REMOÇÃO DE TATUAGEM │ UNIDADE III
1. Nessa imagem vemos o equipamento configurado para aplicação do laser de Diodo no modo HR (Hair Removal),
que trabalha ponto a ponto utilizando altas energias. Essa configuração é mais comumente indicada para o
tratamento de pequenas áreas.
2. Na segunda imagem, o equipamento está configurado para operar no modo SHR In Motion TM (Super Hair Removal),
onde a aplicação é contínua e com baixas energias, sendo indicado para o tratamento de grandes áreas e de maior
sensibilidade.
Cuidados pós-tratamento
95
UNIDADE III │ TRATAMENTO DE REMOÇÃO DE TATUAGEM
Caso tenha interesse em saber mais sobre este assunto indico os seguintes
artigos:
96
TRATAMENTO DE
ESTRIAS, CICATRIZ DE UNIDADE IV
ACNE COM LASER
CAPÍTULO 1
Tratamento de estrias, cicatriz de acne
com laser
Introdução
Tanto para as estrias recentes quanto para as já instaladas, o tratamento vai dispor das
mesmas técnicas, a quantidade de sessões e a combinação de protocolos é que varia.
Atualmente, o emprego do laser tem possibilitado resultados muito satisfatórios no
tratamento de estrias em ambas as fases.
Nas estrias rosadas, ele provoca um fechamento dos pequenos vasos sanguíneos e
estimula a formação de um novo colágeno, dando à estria uma tonalidade próxima à da
pele e uma diminuição do seu tamanho.
Já nas estrias nacaradas, o laser vai atuar basicamente estimulando um novo colágeno,
visando somente à diminuição do seu tamanho.
97
UNIDADE IV │ TRATAMENTO DE ESTRIAS, CICATRIZ DE ACNE COM LASER
Na década de 1980, quando se iniciou o uso do pulsed Dye Laser (seletivo para vasos)
para tratamento de hemangiomas, observou-se melhora da qualidade das cicatrizes
deixadas por tratamentos anteriores com laser de Argônio (não seletivo). Essa eficácia
se traduzia na diminuição de eritema (cor avermelhada) e normalização da textura
da pele. Foram feitos estudos posteriores tratando especificamente esse tipo de lesão,
vindo a confirmar os achados preliminares. (BEYLOT, 2008)
Dye laser
Usa de 577 a 600 nm com luz amarela, apresenta flashlamp como fonte de energia e
meio líquido com corante orgânico e base rodamina no meio ativo. Duração de pulsos
de 450 ųseg, havendo necrose intravascular e ruptura de parede do vaso. Logo após o
tratamento ocorre formação de púrpura em virtude essa ruptura. (MEDEIROS, 2005)
O Dye Laser vem sendo utilizado para tratamento de cicatrizes hipertróficas, queloides
e estrias. Apesar de antagônicas indicações, parece um mesmo mecanismo, agindo no
processo de remodelação da cicatriz por intermédio da regressão de vasos sanguíneos
neoformados e, portanto, na migração de fibroblastos da cicatriz, melhora a qualidade
das cicatrizes e estrias. Esse ganho não é constante em todo paciente, não desaparece
totalmente. (MEDEIROS, 2005).
Existem várias hipóteses para explicar a melhora do Dye Laser nessa afecção:
98
TRATAMENTO DE ESTRIAS, CICATRIZ DE ACNE COM LASER │ UNIDADE IV
»» O laser, embora seja de ação seletiva nos vasos, acaba por realizar
hipertermia na derme circunjacente, promovendo assim a formação e
reorganização do colágeno.
Há evidencias histológicas de aumento das fibras elásticas e redução clínica das estrias,
após o uso do Dye Laser em fluência baixa de 3 J/cm² e feixe de 10 mm de diâmetro,
com intervalos maiores, de dois a quatro meses, para que haja tempo suficiente para a
formação de colágeno.(MEDEIROS, 2005)
Os efeitos colaterais mais frequentes são púrpuras que duram de uma a duas
semanas e discromias transitórias. Raramente ocorrem vesículas, crostas, alteração
na textura da pele e cicatrizes. Os aparelhos mais modernos de PDL têm maiores
comprimentos de onda (585 nm, 590 nm, 595 nm e 600 nm), pulsos mais longos
(1,5 a 40 milisegundos), fluências variando de 5 a 15 J/cm2, permitindo tratamento
de lesões mais profundas, com menor risco de púrpura e mantendo a especificidade
vascular. (MEDEIROS, 2005)
99
UNIDADE IV │ TRATAMENTO DE ESTRIAS, CICATRIZ DE ACNE COM LASER
Estudos realizados com o laser Nd:YAG de pulso longo, de 50 ms, ponteira de conta
resfriada (-4ºC) e fluência de 50 a 100 J/cm² demonstram que menor a fluência efetiva
é melhor para diminuir a ocorrência de efeitos adversos. (NORONHA et al,2004)
O laser de Nd:YAG 1320 nm, por sua vez, opera na faixa de absorção pela água, não
havendo competição por outros cromóforos, o que diminui a incidência dos efeitos
adversos de pigmentação cutânea. A absorção da luz pela água do tecido leva à dissipação
da energia térmica por toda a área tratada, podendo haver aquecimento de até 2 mm de
profundidade. (NORONHA et al, 2004)
O laser não ablativo não é uma boa indicação para peles com alterações de
superfície. Sua principal indicação é o estímulo da síntese e remodelação do colágeno
(ALEXIADES-ARMENAKAS, 2008).
Por não atingir a epiderme, quem se submete a ele não precisa se afastar de suas
atividades diárias, pois nenhum efeito é perceptível após o tratamento, podendo ocorrer
apenas discreta vermelhidão durante algumas horas. Em compensação, os resultados
também não são perceptíveis no curto prazo, sendo necessárias várias sessões para que
sejam notadas melhoras nas rugas ou cicatrizes (ALEXIADES-ARMENAKAS, 2008)
100
TRATAMENTO DE ESTRIAS, CICATRIZ DE ACNE COM LASER │ UNIDADE IV
Apesar de a melanina e hemoglobina não serem alvos desses lasers, a coluna do raio
coagula parte de pigmentos e/ou vasos que forem atingidos por ela no momento da
penetração na pele. Assim, mesmo indiretamente, ocorre remoção de pigmentos
epidérmicos e dérmicos superficiais e também de alguns vasos sanguíneos menores.
(ALEXIADES-ARMENAKAS, 2008)
Os aparelhos mais usados no Brasil são os de 1.550 nm e 1.540 nm, existindo algumas
diferenças entre eles. No laser de 1.540 nm, os raios são liberados de modo estático,
“em carimbo”, em pulsos de 10-100 ms. Há duas ponteiras, uma com ação mais
superficial (15 mm) e outra mais profunda (10 mm). As fluências usadas variam de 20 a
100 mJ/cm². São capazes de causar dano térmico médio de 333 µ de largura e 1 mm de
profundidade quando usadas com altas fluências. No 1.550 nm, os raios são liberados
de maneira dinâmica por meio de uma ponteira coaptada ao handpiece. Somente com
a movimentação desta sobre a pele é iniciado o tratamento. Esse aparelho permite
controle automático da densidade dos raios, bem como da largura e profundidade das
colunas de coagulação.
101
CAPÍTULO 2
Tratamento de hiperhidrose
Introdução
Quando a adrenalina entra em ação, seja por fatores emocionais, esforços físicos ou
calor, as glândulas sudoríparas causam uma secreção que todos conhecemos por
“suor”. No caso dos portadores de hiperidrose axilar, o suor é excessivo. (GONTIJO
et al, 2011)
O suor detectado no aperto de mão pode passar uma falsa impressão de insegurança e
nervosismo que podem a levar ao isolamento social e dificultar a relação interpessoal.
Há, enfim, uma enorme variedade decorrentes de hiperidrose e que interferem
negativamente na vida das pessoas afetadas. (GONTIJO et al, 2011)
Sintomas
102
TRATAMENTO DE ESTRIAS, CICATRIZ DE ACNE COM LASER │ UNIDADE IV
O suor pode ser quente ou frio, mas a sudorese é constante. Pode afetar todo o corpo ou
ser confinada à região palmar, plantar, axilar, inframamária, inguinal ou craniofacial.
(SOLISH et al, 2007)
A pessoa que sofre desse mal frequentemente se isola socialmente e adquire hábitos
para esconder a sudorese excessiva. Simples atividades diárias como escrever, apertar a
mão de outra pessoa, segurar papéis podem ser muito complicadas para os portadores
de hiperidrose. (SOLISH et al, 2007)
Causas da hiperidrose
As glândulas apócrinas estão associadas aos folículos pilosos, então estão presentes
em locais da pele nos quais possuem pelos. Mas sua relação com a hiperidrose é pouco
importante. (CONNOLLY et al, 2003)
103
UNIDADE IV │ TRATAMENTO DE ESTRIAS, CICATRIZ DE ACNE COM LASER
Figura 43. Existem de 2 a 5 milhões de glândulas écrinas distribuídas por todo o corpo.
As causas podem ser as mais diversas, desde obesidade, menopausa, uso de drogas
antidepressivas, alterações endócrinas e neurológicas com disfunção do sistema nervoso
e até mesmo desconhecidas, em alguns casos. (CONNOLLY et al,2003)
Quando a sudorese é mais intensa na região axilar, outros sintomas desagradáveis são
relatados. O exsudado pode causar odor fétido (bromidrose). O odor fétido é causado
pela decomposição do suor e debris celulares de bactérias e fungos. Assim, pode
contribuir para o aparecimento e manutenção de outras doenças de pele como infecções
piogênicas, fúngicas, dermatite de contato etc. (CONNOLLY et al,2003)
Classificação da hiperidrose
A hiperidrose pode ser dividida em primária e secundária, mas também pode ser
classificada em generalizada ou focal. A forma primária é aquela em que não há uma
etiologia definida. Geralmente, envolve as palmas e plantas, além das axilas que são áreas
de maior concentração de glândulas sudoríparas écrinas. Está principalmente relacionada
aos fatores emocionais e por isso é chamada de hiperidrose cortical ou emocional. Esse
quadro melhora durante o sono e após sedação. (REISFELD et al, 2008).
104
TRATAMENTO DE ESTRIAS, CICATRIZ DE ACNE COM LASER │ UNIDADE IV
A ação do laser ocorre pelo calor e as glândulas, sendo termosensíveis, vão sofrendo
essa ação térmica até serem destruídas. Como não há necessidade de eliminação total
das glândulas, a redução delas é feita até atingir níveis compatíveis com uma situação de
sudorese que seja confortável para o convívio social do paciente. (GONTIJO et al,2011)
105
CAPÍTULO 3
Luz Intensa Pulsada – LIP
Introdução
Conhecida como Luz Intensa Pulsada, Luz Pulsada Variável ou Luz Pulsada Controlada
é compreendida pela emissão de um relâmpago de luz de alta intensidade e duração
controlada diretamente sobre a pele do paciente na região em tratamento por intermédio
de um sistema eletrônico microprocessado específico para essa finalidade (emitindo de
515 a 1200 nm). Esse dispositivo produz luz pulsada não coerente em durações de pulso
variáveis e intervalos. Uma série de filtros descontínuos é usada para mudar o espectro
no alcance, aumentado de 515 a 590 nm, a fim de tratar lesões vasculares. (SICA, 2009)
A técnica de Luz Intensa Pulsada oferece uma série de vantagens em comparação com
os sistemas de fototerapia tradicionais que utilizam a luz Laser, a começar pelo seu
custo que é bastante inferior. As áreas de emissão luminosa dos sistemas de Luz Intensa
Pulsada são muito maiores que as dos sistemas laser e, além disso, os sistemas de Luz
Intensa Pulsada são muito mais flexíveis e seguramente adaptáveis aos diferentes tipos
de coloração de pele. (ROSS, 2006)
O aparelho gera uma variedade de fluência (acima de 80 J/cm2) nos modos de pulso
único, duplo ou triplo, no domínio 2-10 ms. A luz é distribuída por uma fibra em uma
abertura de 8x15 mm ou 8x35 mm ou em outras configurações conforme o aparelho,
permitindo o tratamento de áreas amplas. Em um esforço para diminuir o prejuízo na
epiderme e aumentar a eficácia da energia da luz em vasos mais profundos, um gel de
resfriamento de ligação é aplicado na pele. A maior vantagem desse aparelho é a sua
versatilidade, apresentando amplo alcance dos comprimentos de onda e as durações de
pulso, que permitem o tratamento de lesões vasculares mais profundas. A púrpura no
pós-operatório não é produzida na maior parte dos pacientes, mas pode ocorrer com
o uso de altas fluências e durações de pulso curtas. As desvantagens da fonte IPL são:
períodos mais longos de tratamento, se comparados ao PDL; o número maior de sessões
de tratamento exigido para tratar lesões vasculares e o grau de experiência e paciência
necessário pelo operador do laser para obter resultados excelentes. (HEYMANN, 2007)
Uma incidência maior de efeitos adversos, tais como alterações no pigmento, formação
de bolhas e de cicatrizes, foram relatados, mas recentes melhoras no software têm
ajudado a reduzir o risco de efeitos adversos. A fonte de IPL mostrou ser eficaz no
tratamento de telangiectasias faciais e dos membros inferiores, hemangiomas e PWSs.
106
TRATAMENTO DE ESTRIAS, CICATRIZ DE ACNE COM LASER │ UNIDADE IV
Também foi usada em fotorrejuvenescimento sem uso de corte e para destruir folículos
pilosos. (SICA, 2009)
Mecanismo de ação
É gerada por lâminas de flash que liberam comprimentos de onda entre 550
e 1.100 nm, emitindo uma luz policromática, não colimada e não coerente.
Comprimentos de onda particulares podem ser escolhidos utilizando-se filtros
denominados cortes, que impedem a passagem de comprimento de onda
abaixo daquele especificado no filtro, permitindo apenas a passagem dos
comprimentos de onda maiores daquele. (HEYMANN, 2007)
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UNIDADE IV │ TRATAMENTO DE ESTRIAS, CICATRIZ DE ACNE COM LASER
Considerando que a luz é uma onda eletromagnética e que esta se propaga no vácuo a
uma velocidade com o valor de 3x108 m/s, podemos calcular o comprimento de onda
(λ) dessa radiação por meio da fórmula λ = c/f, na qual f é a frequência dessa onda no
vácuo. Desta forma, em função do comprimento de onda, o espectro de luz visível pode
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TRATAMENTO DE ESTRIAS, CICATRIZ DE ACNE COM LASER │ UNIDADE IV
então assumir diversas cores (desde o violeta até o vermelho), como exposto na tabela
ao a seguir. (HEYMANN, 2007)
Indicações e contraindicações
Distúrbios estéticos que se beneficiam com a tecnologia da LIP:
»» remoção de pelos;
»» rosáceas;
»» cicatrizes inestéticas;
»» melanoses;
»» acne;
»» telangiectasias;
»» cicatriz de acne;
»» pele bronzeada;
»» tumores malignos;
»» gravidez;
»» isotretinoina oral;
»» colagenoses (lúpus...);
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UNIDADE IV │ TRATAMENTO DE ESTRIAS, CICATRIZ DE ACNE COM LASER
»» herpes ativa;
»» feridas abertas.
640 ~ 1200 nm: epilação duradoura de peles foto tipos III e IV, cor vermelho.
750 ~ 1200 nm: epilação duradoura em peles fototipos V e VI, cor vermelho intenso.
»» estimulação do colágeno;
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TRATAMENTO DE ESTRIAS, CICATRIZ DE ACNE COM LASER │ UNIDADE IV
Nesse intervalo de tempo é certo que os pelos estejam em contato direto com suas
matrizes germinativas, porém, como nem todos os pelos encontram-se ao mesmo tempo
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UNIDADE IV │ TRATAMENTO DE ESTRIAS, CICATRIZ DE ACNE COM LASER
São necessárias de duas a seis sessões e terá como reação imediata um eritema, sensação
de ardência, escurecimento da lesão, anel avermelhado, crostas. É de suma importância
a utilização de protetor solar. (SORIA et al, 2009)
»» hiperpigmentação;
»» melasma.
Dicas:
»» Caso seja na axila vir sem desodorante e não usar desodorante com álcool
por uma semana.
»» Para a depilação, comparecer com a região sem pelos, caso contrário não
será realizada a aplicação.
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UNIDADE IV │ TRATAMENTO DE ESTRIAS, CICATRIZ DE ACNE COM LASER
A aplicação
1. Aplique uma camada fina (2-3 mm) de gel frio sobre a área inteira a ser
tratada.
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TRATAMENTO DE ESTRIAS, CICATRIZ DE ACNE COM LASER │ UNIDADE IV
Após o tratamento
»» Não se expor ao sol por 15 dias.
Reações adversas
Não existem registros significantes de efeitos colaterais mais sérios (transitórios ou
permanentes) decorrentes do uso da terapia por Luz Intensa Pulsada, desde que as
dosagens de aplicação sejam adequadas ao paciente; porém podem ocorrer:
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UNIDADE IV │ TRATAMENTO DE ESTRIAS, CICATRIZ DE ACNE COM LASER
»» Prurido.
»» Discromias.
»» Queimaduras.
116
LIGHT EMITTING UNIDADE V
DIODES
CAPÍTULO 1
LEDs (Light Emitting Diodes)
Introdução
Os efeitos da radiação luminosa sobre os tecidos já são bastante conhecidas na área
da saúde por meio da ação dos lasers de baixa potência que atuam muito bem na
bioestimulação dos tecidos, com as características de monocromaticidade, colimação
e coerência. A luz laser no passado já foi vista como tema de filmes futuristas e arma
de guerra, mas hoje já pode ser incorporada no dia a dia dos consultórios. A coerência
é uma das propriedades da luz laser, que ao penetrar no tecido perde sua propriedade
nos primeiros extratos da pele. Isso ocorre devido à grande variedade de estruturas
celulares que compõem a pele, mas apesar da perda da coerência no interior dos tecidos,
a radiação do laser de baixa potência é absorvida pelas células gerando alterações no seu
metabolismo, tanto em tecidos superficiais como em profundos. O efeito de estimulação
luminosa depende do comprimento de onda, da dose e da intensidade da luz utilizada
na irradiação. Na terapia com laser de baixa potência, a luz apresenta uma interação
não térmica com o tecido, de origem fotoquímica (SCHAFFER et al, 2000), ou seja,
radiações com baixa densidade de potência (DP) 0,01 W/cm2 a 1 W/cm2 e também baixa
densidade de energia (DE) de 1 a 10J/cm2, nesses limites se produz um pequeno e não
significante aumento de temperatura, o qual não ultrapassa 1º Celsius (KARU,1987).
117
UNIDADE V │ LIGHT EMITTING DIODES
Pesquisas demonstram que quando se realiza uma terapia com luz, não é importante o
seu princípio ativo, sólido, líquido ou gasoso, mas sim o comprimento de onda que age
sobre os tecidos. Muitas pesquisas dão ênfase à monocromaticidade e à coerência da
luz, mas pouco se pesquisa sobre atuação da luz difusa e sobre ação de comprimentos
de onda de largo espectro sobre os organismos vivos. A corrida espacial despertou a
necessidade de se realizarem novas pesquisas perante o desafio de voo ao espaço de
longa duração, pois os astronautas expostos a microgravidade apresentavam sérios
problemas de cicatrização e atrofias musculares e de tecido ósseo. A NASA iniciou a
pesquisa com um Diodo emissor de luz LED na tentativa de minimizar os efeitos danosos
por longos períodos no espaço, sendo a plataforma espacial um importante laboratório
de pesquisa no estudo enfermidades na área da saúde. (PAKHCHYAN, 2008)
O uso da terapia com LED, Diodos emissores de luz da NASA, foi aprovado para terapia
em humanos pelo FDA americano, pois possibilitou às missões espaciais em melhor
controle das enfermidades dos astronautas expostos a microgravidade em longos
períodos sem exposição a luz, sendo essas intercorrências muito similares às que
ocorrem aqui na terra também, beneficiando civis e militares. Os Diodos light-emitting
(Diodos emissores de luz) possibilitaram uma alternativa eficaz aos lasers, pois podem
ser produzidos com múltiplos arranjados em forma de cluster e permitir o tratamento
de grandes áreas, com muito mais potência a um baixo custo. Os lasers, entretanto,
têm algumas características inerentes que fazem seu uso clínico problemático, como
limitações em comprimentos de onda e em largura do feixe, limitando o seu uso em
grandes áreas Os Diodos emissores de luz LED, se apresentam como uma alternativa ao
uso de laser de baixa potência, pois proporcionam resultados terapêuticos semelhantes,
com amplas vantagens já que podem cobrir grandes áreas com uma exposição de tempo
menor.. Os benefícios da ledterapia incluem o tratamento de queimaduras, lesões de
pele, úlceras de origem venosa, arterial ou isquêmica, fraturas dos ossos, dores de origem
reumáticas ou articulares, bem como a aceleração da cicatrização etc. A ledterapia
tornou-se uma importante arma em operações especiais, como alternativa móvel,
leve e prática em missões civis e militares no tratamento de ferimentos e em missões
submarinas de longa duração. Não apresenta efeitos colaterais e térmicos, podendo ser
utilizada mesmo em casa no alívio das dores e como auxiliar da cicatrização. Analisando
varias publicações, conclui-se que os resultados clínicos dos lasers apresentam os
mesmos resultados terapêuticos dos LEDs. (DOURADO et al, 2011)
118
LIGHT EMITTING DIODES │ UNIDADE V
As propriedades coerentes de luz laser não têm continuidade quando o raio interage com
um tecido, portanto não penetram mais profundamente que a luz LED. Experimentos
desenvolvidos comparando à luz coerente dos lasers e não coerente dos LEDs, com
o mesmo comprimento de onda, intensidade e tempo de irradiação, proporcionam
o mesmo efeito biológico. O uso bem sucedido de LEDs em várias áreas da prática
clínica também confirma essa conclusão (MANUAL PHOTONICS BIOMÉDICA, 2003).
E, “princípios fotobiológicos de aplicações terapêuticas de radiação laser,” publicados
pela Yu. Vladimirov A., et al em Bioquímica Moscou ─ Volume 69, Number 1 / Janeiro
de 2004.
Conceitos
Diodo é um componente eletromagnético composto de cristal semicondutor de silício
envolto numa película cristalina que, quando submetido a uma corrente elétrica, emite
luz. (DOURADO et al, 2011)
119
UNIDADE V │ LIGHT EMITTING DIODES
Energia emitida por cada cor é medida pelo comprimento de onda de emissão (distância
entre dois pontos atingida pela radiação eletromagnética) (DOURADO et al, 2011)
Mecanismo ação
A fototerapia por LEDs atinge as camadas mais profundas da pele transportando
energia para as células através de irradiação eletromagnética de baixa frequência.
A fototerapia não é invasiva nem ionizável, não emite raios UV, não causa
aumento da temperatura da superfície da pele (epitélio), permitindo assim um
resultado gradativo, seguro e indolor. Após seu uso, pode ser associada a outras
técnicas de tratamentos estéticos. (PAKHCHYAN, 2008)
120
LIGHT EMITTING DIODES │ UNIDADE V
O LED dispersa a luz por uma superfície maior comparada com o laser e pode
ser usada onde grandes áreas são indicadas ao tratamento, resultando em
redução no tempo de tratamento. Segundo os parâmetros utilizados, os efeitos
biológicos dependem de: comprimento de onda, dose (fluência), intensidade
(densidade de potência), tempo de irradiação, modo contínuo ou pulsado da
onda e padrões de pulso, por exemplo. Clinicamente, fatores como frequência,
intervalo entre os tratamentos e número total de tratamentos são considerados.
Quanto à segurança, o LED é seguro, não é térmico, nem tóxico e invasivo, e não
há relato na literatura de efeitos colaterais. Porém, a atenção deve ser enfatizada
em pacientes com epilepsia ou com fotofobia quando se utiliza LEDs de modo
pulsado. (BAROLET, 2008)
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UNIDADE V │ LIGHT EMITTING DIODES
Indicações:
»» No controle do edema.
»» No controle da inflamação.
»» Na melhora da vascularização.
»» Na qualidade da cicatrização.
»» No controle da dor.
»» Na dermatologia.
»» Nas queimaduras.
»» Na psoríase.
»» Na alopecia.
»» Na terapia fotodinâmica.
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LIGHT EMITTING DIODES │ UNIDADE V
»» No pé diabético.
»» Nas escaras.
»» Na fibromialgia.
»» Nas sinusites.
Contraindicações:
»» Câncer.
»» Gravidez.
»» Albinismo.
»» Enxaqueca.
Efeitos biológicos
Fotoestimulação - fotoregeneração –
dermotonificação
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UNIDADE V │ LIGHT EMITTING DIODES
Benefícios e especificações
Led vermelho
»» Melhora da textura.
»» Reorganiza colágeno.
Benefícios e especificações
Led azul
Benefícios e especificações
Led amarelo
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LIGHT EMITTING DIODES │ UNIDADE V
A irradiação da luz verde age na inibição do estímulo dos melanócitos que provocam
a hiperpigmentação, sendo que a pele provavelmente pode se encontrar em estado
agravado pelo efeito dos raios solares. A discromia também pode ser causada por
disfunções hormonais, efeitos medicamentosos, uso indevido de cosméticos ou
por melasma (gravidez). A luz verde sendo também absorvida pelas moléculas
fotossensibilizadoras (cromóforos), por uma reação bioquímica, age transportando
iluminação para a superfície da pele.
Benefícios e especificações
Led verde
»» trata hiperpigmentação.
»» Rejuvenescimento.
A dosagem de energia sugerida a ser aplicada deverá ser baseada no tipo de tecido.
1. Mucosa 4 a 6 j/cm² = 20 s.
2. Pele 6 a 8 j/cm² = 20 a 30 s.
3. Músculo 8 a 10j/cm² = 30 a 40 s.
Preparo da pele
2. Esfoliação.
3. Secagem da região.
4. Proteção dos olhos: embeber algodão com água ou soro e colocar sobre os
olhos da cliente ou usar óculos de proteção. Não direcionar a luz para os
seus olhos, ou também usar óculos de proteção.
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UNIDADE V │ LIGHT EMITTING DIODES
Aplicação
A emissão de luz tem que ser sempre perpendicular à pele, para maior absorção da
fototerapia. Pode ser trabalhador cinco pontos por hemiface: queixo, comissura labial,
face, temporal e frontal e finalizar aplicando por toda a região.
Pode ser aplicado de uma a três vezes por semana em dias alternados, de 15 a 30 minutos
por sessão, em um total de 20 aplicações.
Intensidade
(Low) Baixa para as sessões iniciais e/ou sensibilidade da pele causada por peelings
químicos, físicos ou mecânicos, lesões de acne, rosácea, e em peles morenas.
Protocolo/Combinação
Deve-se primeiramente fazer uma Anamnese para chegar o mais próximo possível das
reais causas de cada problema de pele. O Dermabrite auxiliará em todo tratamento,
podendo ser complementado, após seu uso, a outras técnicas estéticas para incrementar
o tratamento e se obter o resultado desejado.
Rejuvenescimento
Acne
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LIGHT EMITTING DIODES │ UNIDADE V
Discromias
Olheira
»» Luz Amarela – aplicar por 5 minutos na região dos olhos, finalizar com a
Luz Verde por mais 5 minutos (por hemi-face).
»» Luz Amarela associada à Luz Verde – aplicar por 5 minutos na região dos
olhos (por hemi-face).
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