Sobrevivencia Na Selva
Sobrevivencia Na Selva
Sobrevivencia Na Selva
DE A
SOBREVIVENCIA
NA SELVA
MANUAL DE
SOBREVlVENCIA
NA SELVA
Cicero Feliciano de Pontes
Rio de Janeiro
1993
FUNDAf;.AO INSTITIJTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTAT1STICA - IBGE
Av. Franklin Roosevelt, 166 - Centro - 20021-120 - Rio de Janeiro, RJ - Brasil
ISBN 85-240-0461 -4
IBGE
Os servidores do IBGE que realizam trabalhos de campo nas Areas mais longfnquas e
quase inacessfveis das vArias regi6es do Brasil, notadamente servi~ afetos ll Diretoria
de Geociencias, ganham, com a publica~o deste Manual, um valioso aliado no domfnio
dos procedimentos a serem adotados em situa~s crfticas de emergencia, quando o im-
portante e preservar a vida e a seguran~ dos trabalhadores.
&te trabalho t dedicado aos meus colegas de campo que, ao Iongo dos anos 70 e 80,
marcaram sua presen!<a neste espa!;Q do BRASIL, aos que tombaram em servi!;Q, e aos
que ainda continuam seu trabalho neste para{so verde, por alguns chamado de inferno
verde.
A selva AmazOnica ~ parafso e inferno, por ser bela e terrfvel, fascinante, poderosa e
dominadora, e esconde sob seu manto verde, mist~rios e perigos.
Horizontes infinitos de beleza natural, clima quente, 6mido e chuvoso, maior regiiio
florestal de toda superffcie da terra, com variedade enorme de esp~cies vegetais e
animais, matas virgens com ~rvores gigantescas, cujo solo nunca viu sol.
Por~m, quando devidamente preparado, poder~ faze-Jo. Boa comida e ~gua seriio
encontradas, desde que o homem esteja apto a saber onde e quando procurli-Jas.
Assim, em qualquer situa~o, devera considerar como cond i~6es primordiais para uma
sobreviv!ncia, as necessidades de:
AGUA FOGO
ALIMENTOS
Caso tenha condic;5es flsicas, retire os sobreviventes do interior da aeronave e os leve at~
uma distAncia segura, at~ que os motores tenham esfriado e a gasolina e querosene
derramados tenham evaporado, protegendo-se de uma poss!vel explosao. A remocrao deve
ser feita com todo cuidado, especialmente com os que sofreram ferimentos nas costas, ou
fraturas em geral. Alguns destes, sem condic;5es de se locomover, servirao para agravar o
problema.
Voc~ pode ser uma pessoa experiente, por~m. talvez ainda niio tenha se encontrado numa
situac;ao desta gravidade.
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e) Procure juntar todo material combustive! que puder.
f) Ap6s estas providencias, procure descansar {{sica e mentalmente, at~ que tenha se
recuperado do choque do desastre. Deixe os preparativos mais intensos para depois.
i) Procure detenninar sua posic;;iio do melhor modo possfvel; tempo de v6o at~ o
momento da queda, alguma referenda natural - rio, serra, campo, etc.
Niio se deixe levar por excessos de alegria ou descontrole nervoso quando perceber
que foi .avistado ou quando a equipe de salvamento chegar. Trate, sim, de cooperar
com ela. lsto ~ de seu interesse e da equipe. Nao se exponha a riscos que possam
resultar em fe rimentos ou qualquer outra ac;;ao que dificulte o resgate.
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1.2 PERMMffiNCIA OU NAO, JUNTO A AERONAVE
a) Tiver certeza de que conhece sua posi~o geogrMica e que poder~ alcancrar ponto de
abrigo, alimenta~o e socorro.
fazendo a distribui~o das tarefas di~rias, mantendo em atividade todo o grupo nos
trabalhos de constru~o de abrigos e melhoramentos, pesca, cacra, montagem de
armadilhas, busca de alimentos vegetais, prepara~o dos alimentos, controle dos g~neros
o PANICO.
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CAPlTULO 2
PRIMEIROS SOCORROS
21 N0<;6ES GERAIS
Na presem;a de qualquer acidente, ligeiro ou grave, niio perca a calma. Trabalhe com
rapidez, mas com cuidado e seguran~ . Mantenha o ferido quieto, agasalhado e em
posi~o confort~vel. Afrouxe suas roupas e niio permita que o acidentado veja seu
pr6prio ferimento. Em casos graves, evite que ele saiba da seriedade de seu estado.
Trate sempre dos ferimentos mais graves em primeiro Iugar. Por exemplo:
Se o ferido vomitar, abaixe-lhe a cabec;a, vire-a e mantenha-a de lado, para evitar que o
vOmito seja aspirado e passe para os pulm6es.
Nunca deixe uma hemorragia sem controle, niio despreze o estado de choque.
Os ferimentos mais prov~veis seriio: cortes, contus6es, fraturas, comoc;.iio cerebral, les6es
intemas e queimaduras.
Os desacordados deveriio ser deitados com a cabe~ mais baixa do que as pemas, exceto
se apresentarem ferimentos na pr6pria cabec;a, devendo, neste caso, permanecer deitados
com as pemas e a cabe~ no mesmo nfvel.
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2.2 HEMORRAGIAS
Procure palpar a art~ria mais importante da regiao ferida, e sentir seus batimentos;
comprima-a com os dedos, com a mao aberta ou fechada, confonne o caso.
Se tiver localizado a art~ria, o tomiquete serA de fAcil colocaCJAo, podendo ser feito um
pequeno "c(])(im" (almofada) improvisado, que serA preso pelo tomiquete.
Nao tendo localizado a art~ria, nao se preocupe demasiadamente, fa~a o tomiquete sem o
C(])(im.
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Fig. t - COMO ESTANCAR HEMORRAGIAS
No couro cobeludo
$#.'"'
PONTOS DE PRESSAO
No brocto
No perno
20
Fig. 2 - COLO CACAO DE TORNIQUETE
3. Torcer
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2.3 PANCADAS NA CABE9A
As les6es podem ser visfveis, isto ~. expostas ou intemas (que nao se vi!).
Sintomaa:
a) pupilas dilatadas;
e) dor de cabe~a ;
f) vOmitos;
g) diminui~o de visao;
i) suores frios;
Em caso de convulsi:io, fixe a cabe~, coloque um pano dobrado entre os dentes, deite o
acidentado com ombros e joelhos no solo.
Se a vltima vomitar, dcite-a de !ado, mantendo a cabe~a sempre baixa, para melhor
escoamento. Se houver saliva, tomar os mesmos cuidados anteriores e enxugar com urn
pano limpo.
22
2.4 FERIMENTOS NO T6RAX
As feridas abertas no peito devem ser cobertas com compressas grandes e fJXadas com
ataduras. A compressa deved ser aplicada com toda firmeza e no momento exato em
que terminar a expira~o do paciente (sa(da do ar).
A compressa deved ser aplicada de encontro ll ferida, para vedar a entrada de ar, mas
evitando-se paralisar o movimento respirat6rio e, se poss(vel, o ferido deveni estar sentado
ou reclinado. Veja sequencia. (FlO. 3)
Para remover um corpo estranho da conjuntiva (membrana que forma a parte anterior do
globo ocular, ligando-a ll palpebra), lave-a abundantemente com agua boricada. Na falta
da agua boricada use soro fisiol6gico ou agua limpa.
Cubra o olho afetado com uma compressa bem limpa, prendendo-a com duas tiras de
esparadrapo. Na falta de esparadrapo, utilize uma tira de pano limpo para fazer uma
esptcie de tapa-olho. Para aliviar a dor, d~ ao paciente um comprimido analg~ico.
23
Fig. 3 - FERIMENTOS PROFUNDOS NO TORAX
.
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2.7 FRATURAS
Uma fratura aimplea I! uma quebradura de osso, sem ofensa grave aos tecidos que o
recobrem.
Uma fratura c:xpoeta I! mais grave, pois as pontas do osso quebrado dilaceram os tecidos
ate a superf!cie, rompendo, lis vezes, a pr6pria pele. (F10. •>
Nas fraturas, hA dor intensa, deforma~o, incha~o e, na maioria das v~zes, a v!tima nAo
pode mover o membro afetado.
Os feridos com fratura devem ser tratados com cuidado e delicadeza, a fim de que seu
sofrimento nao seja aumentado, nem suas feridas agravadas.
Havendo ferimento, retire a pe~ de roupa conando-a, e trate a ferida antes de colocar
as talas. A roupa se desprende com mais facilidade nas costuras.
As talas deverao ser suficientemente longas, de modo a abranger as juntas acima e abaixo
das fraturas.
Nao tente, em hip6tese alguma, for~r os ossos partidos, de volta para a posi~o normal.
Trate urn caso suspeito de fratura , como se houvesse fratura de fato. Observe alguns
tipos de talas. (F10. S)
Procure somente transportar a v!tima ap6s a regiao suspeita de fratura ter sido
imobilizada. S6 a desloque do local em que estli no momento l!eno e para local
predeterminado.
2S
Fig. 4 - FRATURAS
26
Fig. 5 - COLOCACAO DE TALAS
27
2.8 ESTADO DE CHOQUE
Mantenha uma atitude de Animo elevado e procure transmitir otimismo aos que se acham
em estado de choque.
f) Frio: a vftima queixa -se de sensa<;iio de frio, chegando, as vezes, a apresentar tremores;
g) N:!useas e vOmitos;
Uma vez caracterizado o estado de choquc, deite o paciente de costas, bern na horizontal,
em posi<;iio confortAvel e com os p~s urn pouco levantados, colocando sob os mesmos,
alguma coisa que os eleve, afrouxe as roupas.
Mantenha-o agasalhado, por~ m niio em demasia. Se ele niio estiver inconsciente, de-lhe
algo para beber (caf~ ou ch:!).
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Se houver hemorragia grave, nao de estimulantes antes de contro!A-Ia. Se a respira~ao
2.9 INCONSCI~NCIA
Quando a causa for desconhecida, se a vftima nao respira, aplique a respira~o artificial;
reviste seu bolso para ver se existe cartao de diabetico: ali hA instru~6es.
Se o rosto estiver muito verrnelho (congestionado), elevar a cabe~a acima do nfvel dos
pts; se estiver pAiido, abaixar a cabe~ . Se vomitar, volte a face para o lado.
Se a vftima estiver em Iugar que represente, remova-a para Iugar seguro. Para que nAo
morda a Ungua, coloque urn pano entre seus dentes e uma almofada feita de material
macio (roupas) sob a cabe~.
Nao se exponha aos p~s e maos do epil~tico e niio tente reprimir os seus movimentos.
A crise convulsiva nao ~ transmissfvel, por isso nao tenha receio de contamina~o se liver
contato com a saliva da pessoa.
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Coloque a extremidade machucada em nfvel mais alto. Se o uso do membro machucado
for de todo necess~rio, imobilize a articula<;ao afetada, por meio de forte enfaixamento,
tendo o cuidado de nao inibir a circula<;ao. (FlG. 6)
2.12 QUEIMADURAS
As queimaduras sao classificadas de acordo com o dano que causam e nlio pela sua
extensiio:
c) 3° grau: siio as que provocam a destrui<;ao da pele e do tecido muscular, com maior
ou menor profundidade.
0 perigo das queimaduras, todavia, esta na sua extensiio, e nao s6 na sua profundidade
ou grau. Uma queimadura de 1° ou 2° grau numa superffcie extensa ~ mais perigosa
que uma de 3° grau, de tamanho reduzido. As queimaduras extensas sao, geralmente,
acompanhadas de choque. Todas as queimaduras sao dolorosas. 0 primeiro cuidado,
portanto, consiste e m aliviar a dor e tratar o choque, se houver. Por isso, ~ importante
dar bastante Hquido para beber quando a pessoa esta consciente.
A dor das queimaduras leves pode ser aliviada com analg~sico. Nlio toque na ~rea
Mantenha o curativo com uma atadura bern frouxa, ou enrole a parte afetada com urn
pano bern grande.
30
Fig. 6 BANDAGENS
31
Lembrc« aemprc de que em queimaduraa de qualquer grau nlo ae deve aplicar tintura
de lodo ou qualquer outro deainfetante. Quando houver bolbas, nlo procure cortA-las ou
flu1:W.
Nas queimaduras causadas por substAncias qufmicas, lave a ~rea afetada, abundantemente,
com Agua, para eliminar a substAncia, e proceda como indicado acima.
Nas queimaduras por soda ou potassa c~ustica, ou qualquer outro ~lcali, aplique
compressas com ~gua e vinagre ou uma solu~o de ~cido b6rico.
Procure envolver a vftima em qualquer pano que estiver ll miio, para abafar as chamas.
Nlio tendo pano, role a vftima no chao, de urn lado para outro.
Corte e rasgue a roupa queimada e Irate do ferido como descrito. Niio toque com
os dedos a queimadura. Niio mude as ataduras sem motivo. De bastante ~gua para o
paciente. Caso haja rompimento espontaneo das bolhas, aplique uma atadura esterilizada
sobre a pele murcha. Se a roupa estiver grudada ao corpo, molhe-a antes de tentar
retirA-la, se possfvel.
Aplique imediatamente a respirao;iio artificial pelo metodo boca a boca, meio mais pr~tico
para restabelecer a respirao;iio com vantagem adicional, pois, se houver uma obstruo;iio
total ou parcial das vias respirat6rias, serA percebida facilmente pela resistencia oferecida
ll penetra~o do ar.
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Existem 3 causas principais para a obstru~o:
c) posi~o do pesc~o (quando o pesc~o pende para a (rente, de modo que o queixo
fica pr(:J)(imo ao peito e a garganta - glote ou laringe - fica vergada, bloqueando a
passagem do ar).
Para corrigir qualquer das condi~6es acima, coloque o paciente olhando para cima e
segure o maxilar inferior de encontro ao superior (FlG. 7). No caso de obstru~o por
corpo estranho, procure retirA-Io.
Se puder colocar urn pano por baixo das costas da vftima, serA melhor para manter sua
cabe~ para trAs. Ajoelhe-se ll direita' da vltima, a bra a boca e coloque-a firmemente
sobre a boca da v!tima. Aperte com os dedos o nariz da vftima de modo a tapar-lhe a
narina (pode-se conseguir o mesmo resultado fazendo pressao com a face sobre a narina
da v!tima). Agora ~ necessArio soprar. E claro que haverA urn momento de asco a
superar, mas estA em jogo uma vida. Se o nojo ~ mais forte, ponha sobre a boca da
v!tima urn pano fino, o suficiente para nao obstar a passagem do ar. Sopre no ritmo de
12 sopros por minuto. Retire sua boca e vire a cabe~ para o lado, para ouvir se estA
voltando o ar aos pulm6es da vftima, ap6s fazer um pouco de pressao sobre o t6rax. Se
nao estiver, reexamine a posi~o da cabe~ e do queixo da v!tima, verificando se a boca
e a garganta estao desimpedidas. Se ainda assim nao ouvir o ar voltando dos pulm6es da
v!tima, vire-a de !ado e d~-lhe vArios tapas entre os omoplatas, para remover possfveis
mat~rias estranhas.
Se a for~ de respirar profundamente lhe provocar vertigens, pare por urn momento e
essas pequenas perturba~Cies desaparecerao.
Se a v!tima ~ uma crian~, deve-se soprar com menos for~ e mais depressa.
Procure manter uma reserva de ar que lhe proporcione equil!brio para seu uso e para
seu paciente. Prossiga ritmadamente, sem interrup~o, at~ que o paciente comece a
respirar ou at~ que se certifique de que o mesmo estA morto (para certificar-se disto,
ponha o ouvido sobre o peito desnudo a fim de saber se o cora~o deixou de bater e
procure outros sinais de morte).
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Fig. 1 - RESPIRACAO ARTIFICIAL
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CAPITULO 3
MANUTEN9.A0 DA SA(JDE E CUIDADOS COM ALGUMAS
ENFERMIDADES
Poupe as suas forcas. evite fadiga em excesso. Procure dormir o tempo suficiente para
repousar. Mesmo que nao consiga, a princfpio, conciliar o sono, deite-se e descanse.
Os seus p~s sao de grande importancia especialmente se liver que andar. Se seus p~s
doem. pare e cuide deles; isto lhe evitarJi complica!;Oes mais tarde.
A epiderme constitui a primeira linha de defesa contra a infec~;ao. Aplique logo urn
anti~ptico em qualquer arranhao, por menor e mais inofensivo que pare1;3, assim como
a qualquer pequeno corte ou picada de inseto.
A maior parte das est6rias sobre animais ferozes, cobras monstruosas, aranhas
descomunais, perigos e terrores sem conta da floresta tropical, nao passa de exagero da
imagina<;ao. Voce pode crer que, em condi~;6es normais, a sua vida corre menos perigo
de extinguir-se subitamente nas selvas do que na maior parte das grandes cidades do
mundo.
E bern provJivel que voce nem chegue a por os olhos em cima de uma cobra venenosa,
nem de urn animal que possa se considerar como digno representante da grande ca~;a das
florestas. 0 que mais poderJi impressionJi-lo serao, talvez, os urros e o barulho, em geral,
dos macacos, das aves, dos insetos noturnos e o estrondo de uma Jirvore que cai.
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3.2 MALARIA
A malaria podera tomar-se seu maier inimigo nas selvas tropicais. A malaria e transmitida
pelo(s) mosquito(s) ANOPHELES, comumente encontrado(s) desde o cair da noite ate o
romper da aurora.
Os mosquitos poderao atacar, tambem, durante o dia, nos recantos escuros da !loresta.
Evite acampar perto de brejos, procurando alojar-se em terrenos altos.
A diarreia e outras doenc;as do intestine poderao ser causadas pela mudanc;a de agua e
alimenta~o. por agua con taminada ou por alimento estragado, por fadiga excessiva, por
comer demais em tempo de calor ou pelo uso de utensnios de cozinha pouco limpos.
Se possfvel, purifique a agua que tiver que beber por meio de preparados purificadores
ou por meio de fervura durante cinco minutes. Se possfvel, cozinhe os vegetais que comer
ou entao lave-os cuidadosamente. Mantenha urn asseio pessoal rigoroso.
Conserve limpos a sua roupa e seu corpo. A roupa limpa faz com que vore se sinta
melhor, sob todos os pontos de vista, e permane!;a livre das infec!;OeS da pete e de
parasitas do corpo.
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3.4 PRIMEIROS SOCORROS AOS ACIDENTADOS COM ANIMAlS
PEc;ONHENTOS
Durante as caminhadas tenha atenc;ao para locais como tocas, cupinzeiros, pedras,
folhagens rasteiras. E imponante tambl:m atenc;ao com os galhos suspensos, pois sao
locais onde boa pane desses animais costumam pennanecer.
Quase sempre a picada (: localizada na parte inferior do corpo, tal como p(:, tomozelo,
etc. Mas, tambl:m podem ocorrer na parte superior do corpo - brac;os, maos - provocados
por estes animais que habitam em galhos e troncos.
Provocada esta pressao, o veneno (: injetado no local da mordida, atrav(:s de suas presas,
que possuem urn canal intemo condutor de veneno.
TOTAL, quando a cobra esta h3 algum tempo sem procurar alimento ou em repouso.
PARCIAL, quando a cobra tiver, momentos antes, procurado a limen to, pois com isto, ao
abocanhar alguma coisa, tera expelido parte do veneno annazenado nas glandulas.
Animais pec;onhentos sao aqueles que possuem veneno (pe<;onha) e tern estruturas
especializadas para injeta-lo, como dentes e ferr6es.
A grande maioria das serpentes pec;onhentas no Brasil pode ser identificada pela presen<;a
de urn pequeno oriffcio entre os olhos e a narina chamado FOSSETA LOREAL (F1G.8)
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Fig . e - SERPENTES PE<;:ONHENTAS- Chove simplit i codo para
reconhecimento :
lacrimal
0
0 •
0
0 0 0 0 o. •
Cobeco triangular
Bothrops
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Todas as serpentes que possuem a Fosseta. Loreal sao pe~Yonhentas (Jararaca, Urutu,
Cascavel, Pico de Jaca, Cai~Yaca e outras). Mas existe um outro grupo de serpentes - as
corail, que niio possuem este oriftcio e podem ser pe~Yonhentas.
As corais sao identificadas pela presen~Y3 de an6s vermelhos altemados com an~is claros
e escuros sobre o corpo.
A maioria dos acidentes ~ provocado pelas Jararacas (90%) seguidas da Cascavel (9%) e
Coral verdadeira (1%).
Quanto ao perigo pela a'iiio do veneno, as corais verdadeiras estiio em primeiro Iugar,
embora qualquer envenenamento provocado por serpente pe'ionhenta possa ser fatal.
Soro Aptibotr6pico :
Jararaca, Jaracu'iu, Cotiara, Urutu.
Soro Anlicrot4lico :
Cascavel.
Soro Aptilagu&ico :
Surucucu, Surucutinga, Pico de Jaca
Soro Antielapfdico :
Coral
Soro AnlietC(!miOnico :
Escorpiiio
Soro Antiaracnfdeo :
Aranhas
Soro Aptilacoectlico:
Aranha Marrom
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Os soros com prazos de validade vencidos NAO devem ser desprezados, podendo ser
usados em situa~6es de emerg~ncia, desde que nao se apresentem precipitados (turva~o).
PRIMEIROS SOCORROS
Manter a vftima deitada, nao deixar que fa~ qualquer esfor~o ffsico.
ATEN~O:
Se a picada nao sangrar e tiver sido nos bra~os, maos ou pemas (pe), enrole uma
atadura, len~o ou tira de pano acima da mordida, apene-o bastante para retardar a
circula~o do sangue, entao fure a pele em tomo da picada com uma agulha descan~vel
Chupe o sangue no local da mordida, fazendo pressiio com as maos para poder sugar
melhor.
Somente poder~ fazer esta suc~o quem nao tiver feridas na boca ou dentes estragados.
0 garroteamento, de uso bastante divulgado nos acidentes offdicos, alem de nao oferecer
nenhuma prote~o segura sobre urn eventual impedimento da difusao do veneno, contribui
para o agravamento no caso dos venenos PROTEOUTICOS (Jararaca, Urutu, Cotiara),
onde a contra-indica~ao do garroteamento e categ6rica.
0 processo de furar e sugar somente ser~ benefico quando realizado nos primeiros 10 ou
15 minutos ap6s o acidente. Passado este perfodo NAO FURE, NEM COLOQUE
GARROTE.
40
PROVA DE SENSIBIUDADE
Aguard8r 15 minutos.
BEACAO POSITIVA
SEAcAO NEQATIVA
APUCA<;AO DO SORO
Aplicar uma ampola de Fenergan via intramuscular (caso tenha 8 mao). A seguir, inicie
a aplica~o do soro nos locais apropriados (face anterior do antebrac;o, barriga, costas e
face anterior da caca). (FIG.9)
1
Eievo~o cimJnscrita da pele, em &•I'll de pequena dimensio, oem llquido em oeu interior (oemelhontc l piCIIdo
de formip).
41
Flo. 9 - LOCAlS PARA APLICACAO DO SORO
42
A quantidade mfnima de soro que se deve aplicar em todo indivlduo picado e de 05
ampolas, niio havendo quantidade maxima. Niio havendo uma melhora nltida ap6s uma
hora da aplicac;iio do soro (allvio da dor, estado febril etc.), repita a dose. Niio se deve
vacilar em aplicar grandes quantidades de soro, desde que o caso exija.
Proceda com as crianc;as da mesma forma que com os adultos n6 que diz respeito l!s
doses de soro. Niio h~ justificativas para uso de doses menores, uma vez que o soro e
dirigido contra o veneno.
Neste grupo a administrac;iio do soro dever~ ser efetuada com precauc;5es especiais:
Recomenda!ji'X:s:
Lembrar que, na maioria dos acidentes com serpentes pec;onhentas, a vftima deve ser
medicada nas primeiras 3 horas ap6s o acidente.
Os soros antiveneno tern indica~o precisa e seu emprego deve ser feito por pessoa que
tenha alguma informac;iio sobre seu uso.
43
A leitura da bula que acompanha o produto e indispens~vel.
Aplique compressa com ~!cool no local; caso disponha de gelo aplique-o no local.
Retire os ferr6es, pressione o local para a safda do veneno, aplique compressa com alcool
ou amCmia.
44
CAPlTULO 4
VEGETAIS PARA USO MEDICINAL
E importante ter-se em considerac;ao que as informac;6es aqui contidas NAO sao frutos de
observac;ao medico-cientffica. Porem, tendo em vista a gravidade da situac;ao em que
pode-se encontrar urn certo numero de pessoas e a provlivel limitac;lio de recursos,
entendemos ser de interesse incluir estes dados neste manual, jli que sao prliticas de uso
e conhecimento popular.
45
JAMBUAc;(J : Conhecido ainda como Agriao-do-Pari, ~ uma planta de hastes ramosas e
rasteiras, de folhas dentadas, flores amarelas que passam a pardacenta e de frutos com
uma !inica semente. As folhas sao comestfveis, mesmo cruas e o e:xtrato das flores ~
46
CAPlTULO S
CONSTRm;Ao DE ABRIGOS
2. Abrigos provis6rios:
a) Para montagem de urn abrigo provis6rio, "rabo de jac6", limpe o local escolhido, e
procure juntar boa quantidade de folhas de palmeiras. A seguir, atravesse urn
peda~ de pau, se possfvel aproveitando Arvores em volta como suporte e vA
apoiando as folhas de palmeira uma ao lado da outra bern unidas. Este ~ urn
tfpico abrigo para uma noite.
b) Decidido o local onde voce vai permanecer por mais tempo, inicie a constru~o de
um abrigo mais confortAvet. Monte uma estrutura em forma de "A", que poderA ser
coberta com folhas de palmeiras ou folhas larga que forem possfveis de encontrar.
As folhas deverlio ter as pontas para baixo e deverlio sobrepor-se. (FlG.lO}
Dentro deste tipo de abrigo voce poderA fazer uma tarimba (cama) acolchoada com
folhas de palmeiras divididas pelo talo, para tomA·Ias mais macias.
Para amarra~o deste tipo de abrigo e da tarimba, use "cip6 titica" (cip6 de pequeno
dillmetro), abundante na Ooresta. Use-o em seu estado normal ou, caso queira tomA-lo
mais Oe:dvel, tire a casca e divida·O ao meio. ServirA, tam~m, para fazer vArios utensnios
para guarda de objetos e inclusive uma arma~o para transporte de material durante sua
caminhada (jamanxim).
Nlio construa abrigos debaixo de grandes Arvores ou de Arvores com galhos secos. Um
desses galhos podern cair em cima do abrigo, com resultados imprevisfveis. Niio durma
nem arme abrigo debaixo de castanheiras ou coqueiros.
47
Fig.10 - ABRIGOS
w
Oisposlcclo des folhas. ~UIIO CAf'IUISC.O /~
48
0 lixo do acampamento fixo dever~ ser jogado dentro de uma fossa aberta para este fim,
em local afastado do acampamento e da fonte de ~gua. Tambl:m o local da latrina
dever~ distar o mais possfvel do acampamento e da ~gua pot~vel. Caso niio seja possfvel
ter uma latrina, os dejetos deveriio ser sempre cobertos com terra.
49
CAP1TULO 6
FONTES DE AGUA
6.1 GENERALIDADES
Pode-se viver semanas sem alimentos, mas sem agua vive-se muito pouco, especialmente
nas regi6es tropicais onde se perdem grandes quantidades de agua pela transpira~ao. 0
corpo necessita normalmente de dois litros de ~gua por dia para manter sua efici~ncia.
De modo algum dever~ o sobrevivente lan<;ar mao de outros Hquidos como alcool,
gasolina, urina, etc na (alta absoluta de ~gua.
Lagos, Igap6s, pantanos e charcos, devendo seu uso ser feito ap6s purifica~ao
(fervura).
Outro recurso, de f~cil pratica, (: colh~-la de urn buraco cavado a uma distancia de 5
metros da fonte de agua, o qual, ap6s algum tempo, pela porosidade do solo,
encher-se-a de agua filtrada .
50
B. Agua da chuva e orvalho:
bastar~ interromper o fluxo com urn pano, cip6 ou folhagem, canalizando-a para
qualquer vasilhame. Na falta de outro material as pr6prias roupas poderio ser
expostas a chuva e, uma vez encharcadas e torcidas, a ~gua delas resultante, dever~
Ser~ comum na selva cruzar-se com ravinas temporariamente secas, mas que poderio
transformar-se, devido a chuvas, em leitos de igarap~s ou igap6s. Nestas ravinas, a
~gua poder~ ser procurada em fossos cavados pr6ximos aos tufos de vegeta~o vi~osa.
D. Vegetais:
V~rios sio os que poderiio fomecer ~gua ou indicar a sua presen<;a. Os principais sio:
II - Bambus:
As vezes poderA ser encontrada ~gua no interior dos gomos do bambu,
principalmente do velho e amarelo. Pelo barulho, ao ser sacudido, sabe-se da
presen<;a ou nio de ~gua e, para sua utiliza~o, bastarA fazer urn furo junto ll
base dos n6s. Urn gomo cortado pode servir de recipiente para ~gua. (FlG.ll)
III - Coco:
Produto de algumas palmeiras onde no seu interior encontra-se Agua. Os meio
verdes serao os melhores e que maior quantidade de ~gua apresentario.
51
Flo.11- OBTENCAO DE AGUA
Coleta de ogua
de bambu .
52
IV - Buriti:
Palmacea que vinga somente onde M agua. A presen~r3 de um buritizal numa
area sera indicativa da presen!fa tambl:m de agua.
Caso nio haja igarape pr6ximo ao buritizal, basta cavar junto ao mesmo que,
com pouca profundidade, obter-se-a agua.
V- Embauba:
Junto das suas rafzes ou dentro de seus gomos, conforme a epoca do ano, podera
ser encontrada pequena quantidade de agua.
VI - Caraguatas ou Gravatas:
Parentes do abacaxi, que podem ser achados no solo ou nos ramos de arvores e
cujas folhas, resistentes e bern chegadas umas nas outras, sobrepondo-se como
escamas, costumam conter apreciavel quantidade de agua da chuva (ATBNc;AO :
passe a 'gua por um pano para climinar parte daa impurezaa c 01 l.naetoa
aq~ti<Xll. Use a 'gua do caraguaU, maa nAo toque em aua ralz que 6
venen088).
E. Trilhas de animais:
Montado em alguns minutos, pode extrair ate 1 litro e meio de agua pura em 24
horas. 0 elemento principal do aparelho e uma folha de plastico de fina espessura,
com cerca de dois metros quadrados, podendo ser menor. Para montagem do
destilador, siga as seguintes inslru!f5es:
53
Flg. 12- DESTJLADOR SOLAR
/90
Nao deixor
o plc:istico em
contoto com Pedro pequena
parades. para afunilor
Colocar alouma
folhooem Recipiente
54
II - No fundo do buraco, coloque urn recipiente (lata, marmita, panela etc.);
IV - Use pedras, paus ou terra para prender as bordas do pl~stico para evitar seu
deslizamento para o interior do buraco;
As Aguas oriundas de igarapts e as colhidas diretamente das chuvas e cip6s d'~gua, niio
necessitam ser purificadas para consumo. Entretanto, as de outras fontes poderiio ser
purificadas como se segue:
55
CAPITULO 7
SINAUZA~O
a) Fuma~:
A fuma~ s6 sern usada durante o dia. Nao adianta fazer fuma~ sob o copado
fechado: ~ porque ela ter~ dificuldade de veneer a altura desse copado;
~ porque mesmo que ven~. facilmente sern confundida com a fuma~ do
nevoeiro que comumente existe na floresta em conseqiiencia da evapora~o das ~guas.
As fuma~s nas cores amarelo ou vermelha serao as mais visfveis, mas dependerao da
existencia de bolsa de sobrevivencia e s6 deveriio ser usadas quando se avistar ou
ouvir rufdo de aeronaves.
I - Fuma~ Branca :
Poder~ ser obtida de uma fogueira na qual serao lan~das folhas e ramos verdes,
limo de ~rvores ou simplesmente salpicando ~gua.
II - Fuma~ Preta :
56
b) Chama
A chama, quer das fogueiras, quer a obtida pela queima de material fosf6rico, serA
recurso para sinalizar durante a noite.
Apesar de, normalmente, as buscas se efetuarem a luz do dia, poderA acontecer que
qualquer aeronave passe pelo local e observe o sinal
c) Lantemaa :
d) Eapelhoa :
Na falta de outros meios, poderao ser usados quaisquer objetos que possuam
superffcie polida (tampa de lata, peda~os da aeronave) que produzam reflexos contra
o sol. Serao usados dirigindo-se esses reflexos na dire~o de onde vern o rufdo de
motores, mesmo que nao se aviste a aeronave e mesmo em dias nublados. Procure se
exercitar com o espelho nas horas livres. (FlG. 13)
e) Arvorea:
Se puder subir em uma Arvore alta, procure arvorar uma bandeira que poderA ser
improvisada com urn peda~o de tecido branco ou de cor viva, amarrando-a a uma
vara que deverA ser, por sua vez, amarrada a urn galho forte e alto.
57
Flg.13 - SINAIS VISUAlS
of'
\'
r
58
,
Fig.14 - QUADRO DE CODIGO INTERNACIONAL ( OACI)
Ng MENSA GEM simbolo
do tOdtgo N• MENSAGEM Simbo\o
doc6.d~
Necessitomos
1 -
medico
Feridos groves. - I 10 Tentoremos
de color.
I>
2 Necessltomos
medicomentos.
I I 11 A eronove com
aerias avo rio&.
D
Provovelmente
3 N8o podemos
prosseguir vlogem.
X 1Z pode·se pousor oqui
com seguronc;o. A
4 Necessltomos
olimento e dguo.
F 13 Necessltomos
combustive! e oleo.
L
5 LL
Necessitomos
~
ormos de fogo
e munic;lles.
~ 14 Sem novldode.
6 Necessitomos
mapa e bussola.
D 15 NBo.
N
7
N ecesslto mos
18mpodo de slnois
com boterlo e rddio.
I
I 16
Slm.
y
8 lndlque a dire~oo
a segulr.
K 17 Noo
compreendemos.
JL
w
'
9 Estomos avanvando
nesto dlre~l5o.
1' 18 Necessltomos
mec8nlco.
59
7.2 RADIO COMUNICA~AO
a) FreqOenciaa FJXas :
RAdio port~til SSij RTI-1 133 Telefunken - freqiiencia fixa, utilizado pelas equipes de
campo do IBGE.
b) Freqoencia VariAvcl :
saber qual o canal utilizado pelas Bases da regiao. (AmazOnia 9.046 e 13.528)
60
Fig . 15 - RADIO DE FREQUENCIA FIXA
c J
.::;:._
Aterromento ~'
-~---=-- ~ --
61
c) Conectc o rnicrofone no local indicado, monte o aterrarnento. Feitas estas liga($6es, o
aparelho estara pronto para funcionar.
Caso voce niio saiba qual o canal, perrnane($a na escuta sern acionar o rnicrofone.
Gire a chave SELECIONADORA, iniciando pelo canal 1 ate o canal 5, aguardando
urn pouco ern cada canal. Caso niio tenha escutado nenhurna transrnissiio, retorne ao
canal 1 e repita esta opera($iiO, agora acrescentando urna charnada curta ern cada
canal.
Evite charnadas longas. Evite perrnanecer par rnuito tempo corn o dedo apertando a
tecla do microfone, pais isto acarretara a paralisa~SiiO da comunica($iiO par rnotivo de
queda da carga da bateria.
Ap6s o pouso fOr($ado, verifique se algum dos radios da aeronave esta em condi($6es de
funcionarnento. (algumas aeronaves possuern radios - VHF" e ssB•). E irnportante voce
saber distinguir ern rneio a varios rnostradores do paine! de cornando, quais siio os radios
e localizar tarnbem a chave selecionadora de canais para, entiio, colocar o equiparnento
ern condi($6es de funcionarnento.
Observe que, sernpre abaixo ou ao lado do radio, encontra-se uma chave onde se pode
selecionar os canais de radio. Exernplo: COMM 1 (radio I), COMM 2 (radio 2) (F1G.16)
e observe tambem que os paineis frontais dos radios tern pouca diferen($a de uma
aeronave para outra; o princfpio de funcionamento e basicarnente o rnesmo, a chave de
ligar e desligar (ON/OFF), o botiio de volume (VOL); o botiio selecionador de freqiiencia
normalmente esta nas laterais do pequeno mostrador.
62
Fig. t6 - RADIOS DE AERONAVES
- ~--
RADIO AVIAO ISLANDER E ALGUNS
OUTROS AVIOES
Or!'
•
~ •T£ST
~ l.!z;:;~=' ====l
COMM
=:.s====:!lll
0 VOl-.
63
Conclulda esta etapa, ligue o equipamento e selecione as freqii~ncias internacionais de
emerg~ncia: 121.5 ou 243.0.
OBS : Os r~dios VHF possuem freqlii!ncia varilivel. Voce pode selecionar a freqiiencia
que quiser. Jli OS r~dios SSB sao dotados de freqiiencia fix a, ou seja, canais
predeterminados. Neste caso, voce tera que procurar junto aos papeis ou caderneta de
anota<;6es da aeronave o canal que podera ser utilizado, tendo em vista que alguns
podem estar desativados.
64
0 ELT-10 f! de facil identifica~o: f! apresentado na cor laranja e parece com urn
pequeno transmissor portatil (Walk Talkie). Fica localizado dcntro da aeronave, quase
sempre na coluna direila da cabine de comando, na altura da cabe<;a do co-piloto.
(F1G.17)
0 equipamento ELT-10 possui uma antena de lamina desdobravel, portatil, para ser usada
quando necessaria. Ex.: quando a antena externa da aeronave apresentar-se destru!da,
proceda da seguinte forma :
vertical.
a) Automatica: funcionara quando, caso durante o pouso for~ado, ocorrer algum impacto
acima do normal. (Neste caso, a chave devera estar na posi~o ARM);
Como em todos os radios transmissores, vocl! niio escuta seu programa estando fora do
ar. Pelas mesmas raz6es voc~ nlio escutara o seu ELT-10 transmitindo quando for ativado
automalicamente ou quando voce: posicionar a chave ON-OFF-ARM para ON. (Se o
receptor da aeronave estiver funcionando, o mesmo podera ser sintonizado para 121.5 ou
243.0 e a! sim, voce: estara em condi~6es de ouvir seu sinal).
65
FiQ. 17 - TRANSMISSOR LOCALIZADOR DE EMERGENCIA
E L T- 10
L .o cal izacoo do E L T- 10
no parte interne das
aeronaves
66
Fig.18 - 0 Projeto SARSAT brosileiro opera com os sot~Wtes
COS PAS e SARSAT nos frequencies:
( SARSAT f
Roi:::.EI'UO <:.A!Ul6'5Co /qo
67
CAPITULO 8
AUMENTOS VEGETAIS
8.1 GENERALIDADES
Mas alerto aos que, por ventura, venham a se utilizar dos ensinamentos deste MANUAL,
que nao basta~ o simples conhecimento didAtico dos vegetais.
Para um real conhecimento dos vegetais, ~ necessArio que a pessoa, durante as suas
viagens ao campo, pesquise junto aos moradores da regiao, auxiliares botanicos e
picadeiros, procurando checar "In loco" os ensinamentos deste trabalho. Aos que vao
pouco ao campo, o Jardim Botanico podern suprir parte destas informacr<>es. (FlG.l9)
A<;Ai - Fruto escuro, colhido em cachos. Quando amassado produzirn um lfquido grosso
do qual resultarA ao se adicionar Agua, saudAvel suco.
0 a91izeiro ~ uma palmeira cujo palmito pode~ ser comido cru ou cozido.
AMAPA - Aivore grande, de cuja casca, ap6s sulcada inclinadamente, escorrerA um Ieite
vegetal com teor atimentfcio e gosto semelhante ao Ieite de gado.
68
Fig . 19 - ALIMENTOS VEGETAIS
Extroindo omido
PALMEIRAS
Roiz comestivel
FETOS ( Somomboios)
A<;UCENA
69
ARAc;.A - V<hias especies de vegetais com este nome tern larga distribuic;ao em toda a
AmazC>nia. 0 fruto e semelhante a goiaba, urn pouco ~cido, de casca amarela-avermelhada
e pequenas sementes. A polpa do Arac;~. alem de ser consumida ao natural, serve para o
fabrico de doces e refrescos, e para os chamados ''vinhos" dos indfgenas.
BACABA - Palmeira que, alem de fornecer urn palmito comcstfvel, produz frutos
semelhanles ao do ac;af, que diio urn excelente vinho.
BACURI - Frulo do bacurizeiro, arvore de grande po rte que ocorre no Amazonas, Piauf,
Goias e Malo Grosso. 0 fruto e uma baga globosa, amarela de 7 em de diiimetro
longitudinal, com polpa branca -amarelada, comeslfvel e de gosto agrad~vel. As pr6prias
sementes tern sabor de ame ndoas e sao comestfveis.
BAMBU - Os brolos siio amargos, mas poderiio ser comidos crus; para tirar o amargor
baslar~ cozinha-los em uma ou duas aguas (ferver uma vez, jogar a agua fora, colocar
nova agua e ferve r novame nte). Antes de come-los, tirar as pe lfculas que os e nvolve m. As
seme ntes tambem sao comeslfveis.
BURITI - ?almeira que fomece folhas, palmito e frutos. 0 palmito ser~ e ncontrado no
prolongamento do caule. Os frutos siio arroxeados e esca mosos, possuem alto teor de
Provitamina A e siio ricos em gordura.
CACAU - Fruto gomoso, de casca dura e amarela, dentro do qual estiio as sementes
envoltas por uma polpa branca. Somenle esta polpa podera ser aproveitada em estado
natural.
CAJUf - Ta mbem conhecido como caju-do-mato, e uma fruta verme lha, semelhanle ao
caj u comum. A caslanha, torrada, podera ser comida.
CAMOCAMO - Arvore de caule liso, que podera ser e nco ntrada em te rrenos baixos a
beira dos lagos. 0 fruto e semel hante a jabuticaba e tambem comestfve l.
CAPIM ELEFANTE - Tambem cha mado do "rabo-de-gato". Dele sao co meslfveis o polen,
os re novos e as rafzes.
70
CAR.A ou INHAME • Planta de folhas codifonnes e comestfveis que podem substituir o
espinafre. Os tu~rculos dos carb podem ser arraxeados ou brancos; siio ricos em amido
e sAo consumidos cozidos, assados ou associados a outros alimentos de origem animal.
CUCURA • Planta leguminosa robusta, com rafzes tubulares acima do solo, para sustentar
o possante tronco. Seus frutos siio doces e acfdulos e, fennentados, dao uma bebida
vinosa.
CUPUA¢ • E cultivado em todo o Norte do Brasil e sua ~rvore pode atingir att 6
metros de altura; tem a casca branca-acinzentada.
0 fruto t uma ~psula elips6ide de att 30 em de comprimento por 15 de diAmetro, de
casca escura, verrugosa e lenhosa. A polpa branca, envolvendo as sementes, t agrad4vel.
Rica em glicfdios, pode ser dissolvida na ~gua em fonna de suco ou refresco. A semente
pode substituir a do cacaueiro.
71
GOIABA-DE-ANTA - A arvore alcan<;a 10 metros de altura, ocorrendo na AmazOnia.
Seus frutos sao bagas que se desenvolvem aderidas ao pr6 prio tronco.
INGA-A<;U - Arvore alta, copada, de folhas miudas; o frulo e uma vagem achatada, de
ate 30 em de comprimento. A polpa que envolve a semente e saborosa.
JATOBA - Arvore grande, tambem chamada Jatar, que da vagens marrons com bagas
semelhantes as do Ingazeiro.
A Macaxe ira doce pode ser comida cozida ou frita, mas a mandioca brava e venenosa, a
menos que seja lratada de maneira especial, antes de cozer. Os fndios ralam as rafzes
completamente, lavando e espremendo a massa feculenla em va rias mudas de agua e, em
seguida, cobrem-na, deixando secar.
Se voc~ estiver alguma vez em regiao onde haja possibilidade de aprender o modo de
prepara r a mandioca, nao perca tempo e aprenda, pois isto podera ter utilidade em uma
emerg~ncia .
72
MARI-UMARI ou MARl GORDO - Azvore pequena que ocorre na AmazOnia. A fruta ~
do tamanho de urn ovo pequeno, com polpa adocicada e oleosa, comestfvel, mas urn tanto
enjoativa.
PAI.MBIRAS - Sao plantas que reunem cerca de 1.500 esp~cies e entre as quais estao os
coqueiros, isto ~. as que dao cocos grandes: as demais dao os chamados "coquinhos". De
uma palmeira tudo ser:l aproveitado:
1> 0 Tronco:
Poder~ servir para construir balsas;
b) AB Folhaa :
Para cobertura de diferentes abrigos e para acolchoar uma cama;
c) Como Alimento :
Bla poder~ fomecer amido extrafdo de seu amago, o qual ap6s duas lavagens em :lgua,
dar~ urn dep6sito de goma que, seco, ser~ usado como farinha . Fomecern palmito, coco e
coquinhos.
Os cocos, mesmo encontrados no chao germinando, poderlio ter sua polpa consumida,
desde que antes seja cozida, com isto ela perder:l muito de seu poder laxativo.
73
PAXHJBA - Palmeira de onde se extrai palmito e material para utiliza~ao no
acampamento (mesas, bancos, etc).
SORVA - An-ore frondosa e de grande porte que fornece frutos pequenos e esverdeados
e urn tipo de Ieite vegetal, o Ieite da Sorva . Este Ieite ~ colhido 11 semelhan~a do latex,
sulcando-se em bisel o grosso tronco e colocando-se uma folha no encontro das incis6es,
para facilitar a colheita. Podera ser utilizado, sem nenhum temor, na propor~o de 2
dedos para cada caneco d'agua. 0 Ieite de Sorva ~ perfeitamente branco e possui teor
nutritivo, com sabor bastante semelhante ao Ieite de gado.
Os troncos dessas palmeiras sao revestidos de espinho e seus frutos siio amarelos, com a
polpa fibrosa e semente (caro<;o) grande. A polpa ~ rica em vitamina "A" e seu valor
energ~tico l! significativo: 247 calorias por 100 gr de frutos. Da semente pode-se extrair
61eo vegetal.
UXI · An-ore grande, cujos frutos poderiio ser comidos crus ou cozidos e donde se
podera extrair uma gordura vegetal.
74
8.3 PROCESSOS PARA APANHAR ALIMENTO NO ALTO DE
ARVORES
0 apoio que o tronco oferece ll volta oposta do la!;O suportarli o seu peso. Eleve os
bra!;OS e segure o tronco com ambas as maos. Erga-se entao, endireitando o corpo, com
apoio sobre o la!;Q, a fim de chegar a nova posi~o. Repita o processo e v~, possuindo
a energia de urn indivfduo normal, poderli subir at~ a copa de uma lirvore ou palmeira.
Com isto se tomarli mais flicil apanhar alimentos ou colocar urn pano colorido amarrado
a uma vara comprida, para sinalizar o local.
75
Fig. 20 - II p E c 0 N H A II
76
CAPITULO 9
ALIMENTOS DE ORIGEM ANIMAL
9.1 GENERALIDADES
A maior pane dos animais de sangue quente e com pelos sao cautelosos e dificeis de se
deixar apanhar. Para ca~-los serA preciso habilidade e paci~ncia. 0 melhor ml:todo sern
o chamado "ESPERA". Os locais mais indicados para uma espera serao uma trilha, urn
bebedouro ou urn comedouro.
A came tern urn valor energl:tico muito maior que os vegetais pela quantidade de
protefnas que possui. Entretanto, (: mais dificil de ser conseguida na selva.
9.2 ESFOLAc;Ao
Uma vez abatido o animal, deve-se proceder a esfola. Sangre o animal completamente e
pendure-o pelas patas traseiras, abrindo-as para facilitar o trabalho. Fa~a uma incisao
transversal na pane mais alta dos mesmos, abaixo dos joelhos, e outra longitudinal atl: as
entrepemas
Com a ponta da faca inicie o esfolamento, liberando a pele do musculo atravl:s da fina
camada de gordura ali existente. Proceda com os demais membros da mesma forma.
(F1G.21)
HA alguns animais, como os macacos, que podem ser descamisados, isto l:, uma vez feitas
as incis6es transversais e longitudinais, pela simples tra~ao o couro vai se destacando do
musculo.
Ap6s esfolado ou descamisado, o animal serA abeno pela linha do peito, para eviscera~ao.
Nesta opera~o deve-se ter urn duplo cuidado com a bexiga e com o fel. Para isso,
coloque a ponta da faca protegida pelo indicador e, tracionando-a para a (rente e para
baixo, o animal estarA abeno sem correr o risco de perfurar a bexiga ou a bolsa biliar.
77
Fi g.21 - E S FOL A~AO
78
Fl;.22 -USO E MANUTENCAO DE FACAS E MACHA DOS
·II" Cunha
79
Nenhuma parte das vfsceras deverA ser aproveitada.
Removida as vfsceras, lave a carne em ~gua pura. A pele dos animais podern ser
aproveitada para fazer abrigo, agasalho e colher Agua. Para isso deverA ser estaqueada e
posta a secar ao sol ou fogo.
9.3 AVES
Existe uma grande variedade: mutuns, jacus, nhambus-galinha, jacamins, papagaios, ciganas,
soc6s, ga~s. etc.
Abatida a ave, estando ela ainda quente, serli fAcil a retirada das penas. Outro processo
para depenar f o caseiro, com emprego de ~gua quente, mais diflcil de se~ realizado em
plena selva, alfm de moroso. Pode-se ainda retirar as penas juntamente com a pele, pelo
descamisamento; embora seja urn processo rnpido, havern, porfm, a perda da pele como
a limen to.
Das vfsceras das aves podem ser aproveitados o coraclo. o !Jgado e a moe... sendo que
desta pode-se cxtrair uma pequena quantidade de sal. Para isso, ap6s bastante picada, e
posta a ferver com Agua, com a evaporay!lo restarA uma pequena po~o de sal em
dep6sito. A quantidade assim obtida, embora insuficiente para salgar a ave, servirA para
dar urn paladar melhor ll carne.
Os ovos, tanto das aves como dos queiOnios (tartarugas, tracajAs, etc), podem ser
conservados atf 30 dias, quando cozidos em Agua e guardados em salmoura. Ou entao,
ap6s cozidos, esfarelados e postos ao sol para melhor desidratay!io.
Se v~ estiver perto de urn rio com praias, procure com calma e paciencia, pois estes
locais normalmente tern ovos de tracaj~. que ~o depositados durante a noite. Caminhe
devagar e observe a areia: normalmente, onde foram depositados os ovos es!A fofa. Use
uma vara para ir testando a resistencia da areia.
9.4 PEIXES
Podem ser escamados, sempre da cauda para a cabe<;a, no sentido contrnrio ao das
escamas. H~ peixes, entretanto, cujo couro pode ser retirado juntamente com as escamas,
numa operay!lo mais r~pida.
80
Escamado o peixe ou dele retirado o couro, corte as barbatanas dorsais e ventrais, as
nadaaeiras e, pelo ventre, fa~ a eviscera~o.
Os jabutis, tracajAs, tartarugas, etc. podem ser Jevados inteiros ao fogo. Entretanto,
convem bater com o faciio nas latcrais da carapa~ ventral e, rompendo-a, pode ser o
animal eviscerado e aproveitados os ovos, quando houver. 0 pr6prio casco pode servir de
vasilha para a coc~o do animal, cuja carne poderA tambem ser cortada em pequenas
postas e assadas no espeto.
l..embrc..e : na selva, tudo que anda, voa, nada ou rasteja, deve ser considerado como
alimento essencial para a manuten~o da vida.
Das cobras, sejam ou niio pecronhentas, retire urn palmo a partir da cabe~ e urn a partir
da cauda. Fa~ urn corte longitudinal pelo ventre c pode csfolar ou descamisar pela
tra~o.
81
CAPlnJLo 10
FOOOES E PREPARA~Ao DE AUMENTOS
10.1 RECOMENDA¢ES
Se voce se conservar junto ll aeronave, podern fazer urn fogareiro de gasolina ou de 6leo
lubrificante ou uma mistura de gasolina e 61eo. No fundo de uma vasilha ou lata,
adicione uma camada de 3 a 5 em de areia ou cascalho fino e coloque o combustfvel.
(FIG.23)
Abra buracos na beirada da lata para deixar passar as chamas e a fuma~. e uma ~rie
de furos em n!vel logo acima da superffcie da camada de areia, a fim de que entre ar
para alimentar o fogo.
Tenha cuidado! 0 fogareiro podern acender-se bruscamente, com uma explosao. Tome
cuidado e proteja devidamente a face e as maos!
Se niio for poss!vel conseguir uma lata, cave um buraco no chao, encha-o de areia,
coloque o combustrvel sobre a areia, e acenda o fogareiro improvisado.
voce podern usar 61eo como combusUvel se fa er uso de urn pavio, que podern ser feito
de barbante, corda, trapo enrolado ou mesmo cigarro. Este pavio devern ser encostado ll
beirada de urn receptAculo contendo 61eo. Para que o fogo dure mais, misture gasolina no
61eo.
82
Fig . 23 - FOGAREIRO IMPROVISADO
(Lotos de conserve )
Uso do pavlo;
oleo+ gasoline
areia (ou cascalho) +combustive!
'
MOQUENS
Fixo
CONSERVACAO DE ALIMENTOS
83
. 24
F ICiJ. - FOGOES
De espeto
De ossor
84
b) Fodo de Assar :
Duas forquilhas colocadas uma de cada lado, sustentam o espeto com a c'l~ e a
vasilha para cocc;ao, podendo esla ultima tambem ser colocada junto ao fogo no solo.
(F1G.24)
Para este tipo de fogiio siio necessArias tres ou qualro forquilhas. Uma vez dispostas
em triAngulo ou quadrado envolvendo o fogo, arma-se com varas urn estrado, sobre o
qual serA depositada a ca~ a ser moqueada. E o processo ideal para assar peixes. 0
moqul!m l! utilizado para o preparo de carnes para consumo posterior.
Todavia, para se obter urn moqueado mais uniforme e mais rApido, convl!m que as
postas de carne niio tenham uma espessura superior a dois dedos. Com isto a
desidratac;ao serA mais perfeita e rApida, e, conseqiientemente, a conserva<;ao da came
serA maior, podendo durar uma semana. (F1G.23)
d) Fodo de Fosso :
0 fogo l! feito numa depressiio do terreno ou num fosso cavado, onde, como
melhoria, podem ser colocados lateralmente dois toros de lenha no sentido longitudinal.
Obtem-se assim, uma maior profundidade, evitando ainda a a<;iio do vento. (F1G.23)
85
Vcd nlio precisa escamar o peixe preparado deste modo, antes de assa-lo. Basta
raspar-lhe as escamas com peda~ do barro que serviu de prote~o durante o cozimento.
0 envolt6rio de barro tam~m t "cozido" e solidificado durante o perfodo em que o
peixe t cozido.
86
CAPiTULO 11
PROCESSOS PARA OBTEN<;Ao DE FOGO
11.1 RECOMENDA<;OES
Se bern que nao alcance a importancia representada pela ~gua, o fogo tambtm (: uma
necessidade para que seja possfvel prolongar a sobreviv~ncia. Ser~ valioso recurso para
sinalizar, cozinhar, purificar a ~gua pela fervura, aquecer o corpo e servir como uma
seguran<ra notuma.
E sempre conveniente fazer uma limpeza da ~rea onde ser~ feito o fogo. Mesmo que o
chao esteja seco, o que nao ser~ normal, (: vantajoso que seja formado em cima de urn
estrado de troncos de ~rvores, os quais poderiio servir para alimentar o fogo.
11.2 ISCAS
Outro auxflio para isca (: o breu vegetal (seiva produzida pelas ~rvores, geralmente de cor
branca amarelada, que fica aderida aos troncos), que al<:m de aceitar facilmente o fogo
ainda o conserva por muito tempo. All:m disso, (: arom~tico e espanta os mosquitos. Se
dispuser de gasolina ou querosene, adicione urn pouco na isca, isto facilita a igni<;ao.
Acendimento da isca
87
Sendo a combustao uma queima de oxigenio, e preciso deixar o fogo ventilado, colocando
as gravetos maiores e a lenha grossa paulatinamente.
E comum, obtido o infcio do fogo, haver uma precipita~ao em colocar lenha grossa em
quantidade, o que geralmente, contribui para apag~-lo.
a) Lentes :
A chama poder~ ser obtida fazendo-se incidir na isca as raios solares, atraves da lente
de urn bin6culo, de uma dimera fotogrMica, de uma lente de 6culos, etc.
Golpeando uma pedra dura com uma faca au peda~o de a~o, resultarao fafscas que,
atingindo a i!\ca, produzirao fogo.
c) P61vora e munis;lo :
d) Pilhas au bateria :
e) nra (correia) :
Abre-se urn galho ao meio, colocando-se uma cunha na extremidade aberta. Na
inser~ao dos ramos abertos do galho, coloca-se a isca sabre a qual se produzirn o
atrito com o auxnio de uma tira de couro ou de uma corda de qualquer fibra.
88
Fig. 25 - PROCESSOS PARA OBTEN(:AO DE FOGO
Utilizondo lentes
Aco e pedro
89
0 Arco e pau
As madeiras que se atritam deveriio estar bern duras. A chama e obtida fa zendo-se o
pauzinho rodar por uma volta de corda do arco.
Se voce liver f6sforos ou isqueiros, procure praticar urn destes meios para estar
capacitado, quando acabarem os f6sforos ou o fluido do isqueiro.
90
CAPlTULO 12
ARMADILHAS
12.1 INSTRU¢ES
A ca~ por meio de lai<OS, armadilhas, etc de animais pequenos ~ muito iitil durante os
perfodos de falta de alimentos, especialmente quando M falta de arma de fogo.
Arme as arapucas, lai<OS e mund~us, nas trilhas da ca~. 0 rastro fresco e excrementos
slio os principais indicadores da passagem da ca~ em geral.
Todos os la!;OS e demais armadilhas devem ser de constru~o simples. Devem ser armados
ap6s constru!do o acampamento, sempre antes do cair da noite e nas partes estreitas das
trilhas. (F10.26 e Fl0.27)
Quando se quiser canalizar o animal em dire~o a uma delas, bastar~ construir um tiinel,
com arbustos e madeira.
a) Mund~ua - Muito empregado para pegar latus, baseiam-se no peso de um tronco que
quando cai, por desarme do gatilho, atingin o animal. Deverlio ser constru!dos sobre
trilhas ou pr<»cimo lis tocas, e nlio precisarlio de isca. Quando associados a urn Ia~,
A armadilha que prende e i~ a presa bern alto, tern a vantagem de al~m de matar,
mant~-la fora do alcance dos outros animais.
91
Fig . 26 - ARMADILHAS
Estil ingue
Aropuco
92
Fig. 27 - ARMADILHAS E GATILHOS
Tipos de gotilhos:
t
CAPiTULO 13
PESCA
0 material mais pr4tico para se usar em pescaria seri a linha com anzol. Como iscas,
poderlio ser usados insetos, minhocas, carnes e v!sceras de quaisquer animais.
Se conseguir descobrir o que os peixes comem no local em que se est4, a pescaria serA
mais f4cil. As iscas artificiais poderAo ser confeccionadas com peda~s de panos coloridos,
com penas de cores vivas, com fragmento de algum metal brilhante, ou com pequenos
objetos.
Anz6is poderlio ser improvisados com prego, espeto de madeira e peda~s de ossos.
(FIG. 28)
Caso niio disponha de linha, procure improvisar com fios el~tricos da aeronave, arames;
enfim, use a imagina~o.
Procure fazer uma zagaia, usando restos met4licos da aeronave ou simples varas
pontiagudas. Com este sistema seri mais pritica a pesca ll noite, auxiliado por urn
archote ou uma lanterns (os peixes sao atrafdos pela luz e tomam-se presa fAcil).
(FlG. 29)
DMB6 VENENOSO :
Arbusto altamente narc6tico, com ramos glabros (sem pelos). E importante voce conhecer
este vegetal na primeira oportunidade:
a) Ele serA 6til para a captura de peixe;
b) Conhecend<H> voce evitari confundi-lo com algum vegetal comestfvel.
Para utilid-lo, fa~ um ou mais ma~os bern amarrados que, a seguir, devem ser
macerados com um peda~ de pau. Assim que o sumo come~r a surgir, deposite os
ma~ dentro da Agua (surtim maior efeito em pequenos p~os e igap6s).
Seu efeito ~ narc6tico e farA com que os peixes atingidos fiquem boiando, tontos. Depois
de apanhados podem ser comidos sem receio. Se deid-los dentro d'Agua, em poucos
minutos voltarlio ao normal.
94
Fig. 28 - PESCA COM EQUIPAMENTO IMPROVISADO
1-ANZOIS:
Alfinete Conivete
De osso e prego
De madeira
Espeto de madeira
2- lSCAS ARTIFICIAIS:
95
Fig. 29 - PESCA COM ZAGAIA IMPROVISADA
~~
Vara de madeira
96
CAPITULO 14
PROCESSOS DE ORIENTAc;Ao
De p~. erga o bracro direito na dire<;ao do nascente do sol (LESTE). Na sua [rente
estA o NORTE, atrAs do SUL e a sua esquerda o poente (OESTE). (FIG.30)
Colocando-se a linha 12-6 voltada para o sol, a dire<;ao Norte-Sui serA a bissetriz do
angulo fonnado pela linha 12-6 e o ponteiro das horas. (FIG.31)
No caso de voc~ estar em algum ponto do hemis[~rio Norte, ou seja, acima da linha
do Equador (Estados de Roraima e AmapA ou ao Norte dos Estados do ParA e
Amazonas): nestes casos, a linha a ser voltada para o sol serA a do pontejro das
~ e a bissetriz do angulo desta linha com a linha 12-6 darA a dire<;ao Norte-Sui.
SerA o (mico processo que se mostrarA e[icaz. A t~cnica de emprego ~ conhecida, mas
se voc~ liver d6vidas, procure sanA-las na primeira oportunidade.
Se voc~ possuir urn mapa da regiao, e liver no<;ao de onde estA, suas chances de ~ito
serao maiores.
97
Fig . 30 - PROCESSOS DE OR IE NTACAO
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I!OGI!ItiO CUitASCO / SO
98
Fig. 31 - PROCESSOS DE ORIENTACAO 2
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t- Direcionor a linho
12-6 para o sol;
0 bissetriz do ongu-
lo formodo enfre
ela e o ponteiro das
horos apontord o
2- Em operocoes no hemisferlo Norfe.
norte ( Roroima, Amopd ) , o
ponteiro dos horos deverd
ser direcionodo para o sol.
A blssetriz do ongulo for-
modo entre ele e a linho
12-6 opontord o Norte.
99
14.2 COMO CALCULAR A DISTANCIA PERCORRIDA
Caso seu grupo de sobreviventes esteja em boas condi¢es, voce podern controlar a
distAncia caminhada durante o dia, designando urn elemento como homem "passo" para
contar os passos percorridos e transformtl-los em metros.
Para desempenhar esta fun~o, o homem devertl ter o passo aferido com antecedencia, do
seguinte modo:
Desta forma, ao final do dia voce terti uma id~ia da quilometragem percorrida.
100
CAPlTULO 15
CAMINHADA NA SELVA
15.1 RECOMENDA96ES
a) Somente abandone a aeronave, quando tiver certeza de que conhece a sua posi~o
b) Deixe junto da aeronave uma nota indicando o caminho que pretende seguir, e
procure nao se afastar deste plano durante a caminhada.
Sern normal esta precipita~o, mas totalmente errada, pais muitos jjj perderam a vida
par terem se deixado dominar pela ansia de salvar-se, andando a esmo e entrando,
fatalmente, em phico.
- ESTACIONE;
101
15.2 PLANEJAMENTO
Leve tam~m sua faca de ca~ (se possuir machado, leve-o), agua, alimento, espelho para
similizar, pequena garrafa contendo gasolina, fios ou cordas para armar abrigos; procure
fazer uma ZAGAIA e tenha-a sempre ll mao.
Caso nao tenha saco ou mochila, use a imagina~o e fa~ uma com restos de dest~os.
Posicione as al9lS de forma que este saco de viagem fique em posi~o relativamente alta,
de modo que niio venha a golpear seus quadris e os seus rins, a cada passo que der.
Uma faiKa, passando pela testa servir1 de apoio abarcando a bagagem, e aliviara parte da
carga que repousa sobre os ombros. (FIG.32)
Caso tenha perdido seu cal~do, improvise um. Nao se preocupe com sua apa~ncia, mas
tao somente o conforto e com a prote~o que podera oferecer aos seus p~s. (FlG.32)
seguida. Este mapa, eibora rudimentar, o ajudara a manter uma rota direta e permitira
que volte alms nos seus passos, sem que fique desnorteado.
Poupe suas fo~s contomando os obstaculos. Tam~m nllo tente andar em brejos e
atoleiros, quando houver possibilidade de contorna-los.
102
Fig. 32 • EQUIPAMENTO PARA CAMINHADA
- Correia no cobec;a
SAPATO IMPROVISADO
ou grama
103
NAo caminhe muito pr6lcimo dos outros, fonnando um bolo. Na trilha, mantenham entre si
uma distAncia de meio metro; ao mesmo tempo evitem se distanciar demasiadamente uns
dos outros.
Quando parar para descansar, fa~-o com a frente voltada na dire~o que caminha, ou
entAo anne no chAo uma seta com pedras, gravetos ou simples riscas, apontando o
caminho a percorrer.
As correntes de 'aua e as picadas abertas pelos animais e pelas criaturas humanas sAo as
estradas da selva.
Quando estiver fazendo sua picada nlio esque~ de sinalid-la visualmente, da seguinte
forma:
Localize pontos de apoio visual, tal como uma Arvore, no rumo que v~ est' seguindo e
retire uma Iasca de 15 a 20 centfmetros da casca da 'rvore no lado do tronco, oposto ao
sentido da picada, na altura da cabe~ de um homem, a espa~ de 10 em 10 metros, de
forma tal que baste o homem girar no sentido de retorno, para que ele possa ver as
marcas sinalizando o caminho de volta. (F10.33)
Lembre-se sempre que nas matas o entardecer ~ mais r4pido que em campo aberto.
Portanto, procure parar entre 16:00 ou 16:30 horas e comece a preparar seu abrigo para
passar a noite e descansar, ficando assim, apto para seguir em sua caminhada no dia
seguinte, bern cedo.
104
Fig . 33 - SINALIZACAO DA p ICADA
lOS
CAPITULO 16
JORNADA PELOS RIOS
Em Area de selva, ~ comum serem encontrados nos caminhos obstAculos constitufdos por
cursos de Agua. Normalmente niio apresentam larguras que impe~am a travessia
utilizando-se material que a pr6pria selva ou o equipamento proporciona.
a) Ponte lmoroviaada :
Quando o curso de Agua tiver pequenas propor~6es (igarap~s niio vadeAveis), com
largura de at~ 30 metros, poderA ser abatida uma Arvore em sua margem, de tal
forma que, quando caia, cruze o igarapt na sua largura. Se possfvel, fa~ urn corrimiio
com cip6s, galhos ou cordas. ·
b) Cabo aubmeno :
Urn dos elementos do grupo, bom nadador, atravessa o igarap~ e amarra o cabo ou
cip6 na outra margem.
0 cabo submerso apresenta a vantagem de rapidez no lan~amento e na ultrapassagem,
altm de poupar energias do grupo.
106
..
Flo. 34 - IMPROVISA<;AO DE BOI
, A COM TALOS DE BURITI
107
Flo . 35 - IMPROVISACAO DE BOlA COM CA_LCAS PARA
TRAVESSIA DE RIOS E IGARAPES
108
16.3 CONSTRUc;Ao DE JANGADAS
Tam~m podem ser ligados por meio de pinos de madeira. Fa~ urn teste de flutua~o
Nao perca tempo nem trabalho arranjando toros de grande diAmetro, silo pesados e
diffcies de manejar, e as jangadas com eles silo verdadeiros trambolhos, ruins de
manobrar. As ~rvores mais novas, que tern diAmetro adequado, crescem na orla das
florestas ou nas margens dos rios.
Mantenha-se sempre junto a margem, de modo a poder desembarcar com rapidez, caso
isso se tome nece~rio. Vigie os trechos de corrente r~pida, pois anunciam corredeiras
ou quedas de 'gua, locais onde ~ nece~rio encostar a embarca~o, descarreg,·la,
amarrar uma corda e pux~-1a flutuando pela beirada do rio. Nao sendo isso possfvel,
desmonte-a e transporte-a por terra at~ o ponto onde o rio orere~ seguran~.
Antes de iniciar o transporte do equipamento por terra, veja se localiza uma picada ou
passagem qualquer, que racilite 0 deslocamento.
109
Fi 9 . 36 - J A NG A DA
no
CAPITULO 17
CONTATO COM INDIOS
17.1 PROCEDIMENTOS
c) Nlo demonstre receio. Aprnsime-se desarmado e nao amea~ de modo algum. Nao se
deve fazer movimentos bruscos de modo a assust~-los, pois tal fato podeni tom~-los
hostis.
d) 0 sorriso seni uma demonstracao gye muito oode@ auxiliar no primejro comato.
g) Nao se 0ceocupe pensando que eles se Coram de vez. oojs estarjo vigjando. &ta
demonstraclo facilita@ a amjzade fytura.
Caso o grupo tenha conseguido aprnsimar-se sem ser percebido, o que ser~ diffcil, dever~
bater palmas ou chamar em voz alta para atrair a aten!f8o, deixando ll iniciativa das
atitudes para eles.
Um born recurso para iniciar uma amizade seni realizar qualquer habilidade (truques,
cantos, jogos), fazer trocas, oferecendo moedas, anz6is, Hnhas, faciio, latas etc.
111
E. importante dar a id~ia de que, tAo logo se consiga o que quer, prctende-se lr embora,
pois os fndios nAo gostam de intrusos.
E. necewrio que se cumpra o que foi prometido, rcspeitando oa costumes e usoa locals,
mesmo que possam parecer incomprcensfveis ou absurdos.
NAo se deve fazer perguntas que possam ser rcspondidas com simples slm.
Perguntando-se "Esta trilha leva ao rio", o indfgena pensar6 que se quer realmente que a
trilha conduza at~ o rio e responderA, para ser agradAvel, que slm.
Procedlmeot01 Otela :
0 convfvio com os indfgenas deverA sempre ser norteado pelo respeito. Portanto, sO se
deve penetrar nas suas moradias e lugares fntimoa quando convidado. Construir abrigo
em separado.
NAo sacrificar nenhum animal antes de saber se o mesmo nAo ~ considerado sagrado
pelos indfgenas.
112
CAPITuLO 18
KITS INDIVIDUAlS
AIJOdlo 2.5 ar
Merthiolate 80 ml
Eaparadrapo m6dio
Comprellll de a•ze
Atadura de aaze 8 em
Atadura de crepon 12 em
Band-Aid
Cotonetea
Antiat~raico
Antlt~rmico e anala~sico
Anti6cido
113
Medica~o para entorses e dores musculares
OBS: Oa medicamentoa acima dcverlo ser adquiridoa ap61 orientay!o do seu m~dico.
- Jogo de anz6is
- Faca de ca~
- Lantema
- Espelho
- Fio de nylon de 3 mm
114
OBRAS CONSULTADAS
PONTES C.P., Manual de Primeiros Socorros aos Acidentados com Animais Pe~nhentos.
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ISBN 85-240-0461-4