Relatório Técnico - Planejamento Urbano

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Relatório Técnico Ambiental

Contrato FEHIDRO: 176/12

Projeto: Diagnóstico Socioambiental da Bacia Hidrográfica do Rio Itamambuca

Município: Ubatuba/SP

Bacia Hidrográfica: UGRHI 03 – Microbacia 05 – Rio Itamambuca

Interessado: Associação Amigos de Itamambuca – SAI

Resp. Técnica: GeT topografia e meio ambiente Ltda.

Julho / 2018
RELATÓRIO TÉCNICO
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Sumário

1. Uso e Ocupação do Solo ................................


................................................................................................
...................................................... 4
1.1. Quadro resumo das atividades realizadas ................................................................
................................................. 4
1.2. Cadastro fundiário ..........................................................................................................................
................................ .......................... 5
1.3. Da captação de água ao tratamento de efluentes ................................................................
.................................. 14
1.4. Fonte de poluição direta e Índice de Qualidade de Vida .......................................................
....................... 18
2. Recursos hídricos ................................................................................................................................
................................ ................................ 25
2.1. Análise climática e Balanço Hídrico Climatológico ................................................................
................................. 25
......................................... 31
2.2. Balneabilidade, análises de laboratório e IQA ................................................................
2.3. Referências Bibliográficas................................................................................................
................................ ........................................... 41
3. Vegetação ................................................................
................................................................................................
............................................. 42
3.1. Vegetação de Praias e Escrube................................................................................................
................................. 42
3.1.1. Vegetação de Praias ................................................................................................
................................ ........................................... 42
3.1.2. Escrube................................
................................................................................................................................
.................................. 43
3.2. Floresta Baixa de Restinga ................................................................................................
......................................... 44
3.3. Floresta Alta de Restinga ................................
................................................................................................
............................................ 44
4. Vegetação Associada às Depressões ................................................................
3.4. ...................................................... 45
3.4.1. Floresta Paludosa ................................
................................................................................................
................................................. 46
3.4.2. Brejo de Restinga................................
................................................................................................
.................................................. 46
3.5. Floresta Ombrófila Densa ................................................................................................
................................ ........................................... 46
APP’s........................................... 48
3.6. Determinação do ICV (Índice de Cobertura Vegetal) em APP’s................................
................................................................................................
3.7. Bibliografia consultada................................ ................................................. 48
3.8. Relatório fotográfico ................................
................................................................................................
..................................................... 50
4. Geodinâmica ................................
................................................................................................................................
........................................ 54
rmações Geográficas ..............................................................................................
5. Sistema de Informações .............................. 54
5.1. Entrada de dados no sistema ................................................................................................
..................................... 55
5.1.1. Dados secundários ................................
................................................................................................
............................................... 55
5.1.2. Dados Primários ................................
................................................................................................
.................................................... 56
5.2. Processamento de dados para geração de novas informações ...........................................
................................ 56
5.2.1. Mapa Hipsométrico da Bacia ..............................................................................................
.............................. 56
5.2.2. Áreas de Preservação Permanente ................................................................
................................................... 57
5.2.3.Distância dos corpos d`água ................................................................................................
................................ 57

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5.3. Saída de Informações do sistema .............................................................................................


............................. 58
5.3.1. Cartas temáticas ................................................................................................
................................ ................................................... 58
5.3.2. Banco de Dados Geográficos .............................................................................................
............................. 58
5.3.3. SIG WEB ................................................................................................................................
................................ ................................ 58
6. Gestão Participativa ................................
............................................................................................................................
............................ 59
7. Discussões e Conclusões ................................
................................................................................................
.................................................. 59
8. Anexo................................................................
................................................................................................
..................................................... 63

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1. Uso e Ocupação do Solo


olo
1.1.. Quadro resumo das atividades realizadas
Metas
Indicadores de Meios de Meta atingida
Atividade cumpridas
progresso verificação até a 3ª etapa
nessa etapa
 Metas das etapas
 Nº de questionários  Levantamentos de anteriores;
aplicados – meta de dados secundários,
cadastrar no mínimo mapas e estudos
90% da população;  Cadastro de campo feitos na bacia;  Avaliação dos
preenchido. impactos causados
pelos diferentes
 Preenchimento  Análise da evolução tipos de ocupação
completo dos dados  Mapas de uso e histórica do uso e sobre os recursos
solicitados no ocupação com as ocupação e de hídricos e áreas
Uso e questionário; informações exploração especialmente
cruzadas (ex: econômica da bacia;
ocupação do  Realização do demografia x
protegidas;
solo levantamento qualidade sanitária x  Aplicação do  Quantificação de
topográfico área por APP) questionário geração de esgoto
área, análise da socioambiental em sanitário a avaliação
qualidade sanitária,  Relatório técnico campo para das perspectivas
finalidade de uso da final. identificar os tipos futuras;
área, utilização dos de ocupação e o
recursos naturais e padrão regional
perfil dos moradores. local.  Relatório técnico
final.

 Relatórios de
caracterização do
meio físico;
 Avaliação de
levantamentos  Relatório de  Levantamento e
bibliográficos do caracterização coleta de dados  Metas das etapas
meio físico da área geodinâmica da meteorológicos e anteriores;
de estudo e região; bacia do Rio climatológicos de
Itamambuca; bases oficiais para  Análise de influência
Geodinâmica  Perfil climatológico definição do balanço do meio natural
na na
e clima local e regional  Produção de mapas hídrico local; bacia;
traçado; temáticos;
 Definição do perfil  Relatório técnico
 Análise de influência  Coleta de dados meteorológico e final.
do meio natural na meteorológicos climatológico local.
bacia. locais e regionais;

 Relatório técnico
final.

 Resultados das  Metas das etapas


análises dos anteriores;
 Realização das indicadores de  Levantamento
análises dos qualidade da água; completo das  Classificação e
parâmetros variáveis hierarquização dos
indicativos de  Indicativo de hidrológicas, corpos d’água;
qualidade da água; balneabilidade; climatológicas,
limnológicas e  Avaliação da vazão
 Levantamento da  Classificação dos condições de média;
malha de drenagem corpos d’água; balneabilidade de
Recursos fontes secundárias;
e hierarquização dos  Balanço hídrico
hídricos rios;  Coleta de dados de
vazão dos corpos  Cálculo de IQA das
 Análise de influência
 Controle de vazão hídricos escolhidos; análises executadas;
do meio sobre a
dos afluentes e do rio qualidade das águas
Itamambuca dentro  Mapa hidrográfico  Mapeamento da e dos recursos
dos pontos final; malha de drenagem; hídricos da bacia;
escolhidos
 Relatório técnico  Relatório técnico
final. final.

Tabela 1:: Comparação das metas alcançadas com as definidas no Termo de Referência deste projeto.
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1.2. Cadastro fundiário é o responsável por fazer o trabalho da coleta de dados por meio
de entrevistas com os moradores

Fazendo um breve retrospecto da metodologia de aplicação do questionário


socioambiental, a bacia do rio Itam
Itamambuca
ambuca foi dividida em 5 (cinco) regiões, de forma a facilitar
a atuação dos agentes recenseadores para alcançar o objetivo de cadastrar o maior número de
ocupações possíveis. São elas:

 Asa Branca;
 Recanto da Vila;
 Morro do Tiagão;
 Loteamento de Itamambuca;
 Sertão de Itamambuca (Casanga, Ranário e Correias Mercúrio)

Durante aproximadamente 6 meses de visitas, a equipe foi orientada a visitar todas as


ocupações e tentar entrevistar o morador ou responsável por cada casa. As avaliações foram
obtidas através de aplicação direta do questionário, quando foi possível a entrevista com o
responsável pela ocupação, ou pela aplicação indireta, quando a ocupação foi analisada e
estimada pelo agente recenseador, de acordo com parâmetros prévios passados durant
durante o
treinamento.

Ao todo foram identificadas 1.131 ocupações, dentre as quais 1.127 ocupações foram
passíveis de aplicação direta ou indireta do questionário, ou seja, a abrangência na área de
estudo foi de 99,6%. O percentual não alcançado e não classificado,
classificado, corresponde a parcela
das ocupações em que não foi possível o acesso para avaliação aparente pelo agente
recenseador.

Entre residências, casas de veraneio, pousadas, restaurantes, comércios e prestações


de serviços em geral, do total de ocupações abordadas, apenas 251 pessoas responderam ao
abordadas,
questionário (22,3%). Já as demais 873 ocupações foram avaliadas exteriormente, de acordo
com as condições de acessibilidade de cada local. O gráfico a seguir, demonstra essa
distribuição de acordo com cada região
região.

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Aplicação de cadastros
Asa Branca
Sertão e Ranário
Morro do Tiagão
Loteamento
Recanto da Vila

0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%

Recanto da Morro do Sertão e


Loteamento Asa Branca
Vila Tiagão Ranário
agente recenseador 160 621 38 37 12
responsáveis entrevistados 68 80 23 39 49

Gráfico 1:: Relação entre as avalições realizadas de maneira direta e indireta nas diferentes regiões da bacia.

O gráfico acima demonstra a realidade socioambiental e representa o contraste entre


as avaliações diretas e indiretas.
tas. Os dados obtidos na região da Asa Branca, com 80,3% de
entrevistas dos responsáveis pelas ocupações, são os que mais se aproximam da realidade
local, seguidos do Sertão (51,3%), Morro do Tiagão (37,7%), Recanto da Vila (29,8%) e
Loteamento (11,4%). Os demais foram estimados dentro de parâmetros e metodologias de
pesquisa utilizados pelo IBGE.

O gráfico 1 pode indicar também a tendência da concentração da população, fixa ou


é o conjunto flutuante, de acordo com a característica e vocação de cada região. Para identificar
identif essas
de indivíduos
que variações e tendências, será necessário correlacionar entre si a distribuição da população com
permanecem
no Território o tipo predominante de ocupação (gráfico 2 e 3).
por um
período entre
1 a 3 meses,
nos 6 meses Distribuição da população
anteriores ou
posteriores ao
Asa Branca
momento
censitário. Sertão e Ranário
Morro do Tiagão
Loteamento
Recanto da Vila

0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%

Morro do Sertão e
Recanto da Vila Loteamento Asa Branca
Tiagão Ranário
população fixa 272 320 92 304 196
população flutuante 1.614 5.423 134 99 798

Gráfico 2:: Distribuição da população na Bacia de Itamambuca.

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Tipo de ocupações
Asa Branca
Sertão e Ranário
Morro do Tiagão
Loteamento
Recanto da Vila

0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%

Recanto da Vila Loteamento Morro do Tiagão Sertão e Ranário Asa Branca


comércio 23 6 3 6 24
residências 203 694 58 70 37
social 2 5 - - 1

Gráfico 3:: Espacialização dos diversos tipos de ocupações na Bacia de Itamambuca.

Definiu-se
se como “população fixa” os entrevistados que informaram quantas pessoas
moravam efetivamente na residência e “população flutuante” como veranistas, vvisitantes,
moradores que não foram encontrados, dentro de estimativas aparentes e de acordo com as
características de cada ocupação. Não foi computado na “população flutuante” o visitante
temporário ou esporádico, isto é, aquele que visita apenas em um det
determinado
erminado dia ou em um
determinado evento, como nas épocas de campeonato de surf por exemplo.

Os “comércios” são os hotéis, pousadas, quiosques, restaurantes, bares, mercearias,


padarias e prestações de serviços em geral. As “residências” englobam tanto cas
casas de
veraneio, seja de aluguel ocasional ou não, quanto casas para residência efetiva. Já as áreas
“sociais” englobam os serviços de infraestrutura e projetos sociais, tais como: postos de saúde;
escola de ensino básico e fundamental; sedes sociais; centr
centros
os de apoio, incentivo esportivo e
de recreação; postos policiais e de vigilância. Para facilitar a visualização e entendimento, a
figura abaixo representa a espacialização das diferentes ocupações.

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Figura 1:: Diferentes tipos de edificações e uso e ocupação do solo na Bacia de Itamambuca.

Os gráficos 2 e 3 indicam que a população fixa total da bacia é de 1.184 pessoas e a


população flutuante foi estimada em 8.068 pessoas, totalizando 9.252 pessoas. Esse valor
absoluto pode ser considerado subestimado, pois foi inferior até à estimativa inicial
inic apontada
pelo Termo de Referência deste projeto.

Em termos absolutos o Loteamento apresenta o maior número de ocupações, de


moradores fixos de classe social predominantemente alta e o de maior oscilação de população.
Ainda que predominantemente reside
residencial,
ncial, é comum a prática do aluguel de residências para
terceiros. Isso reforça a possibilidade da estimativa dessa população flutuante estar
subestimada. Nesta área localiza-se
localiza se ainda a infraestrutura social da bacia hidrográfica, tais
como a escola, posto de saúde, centro de recreação e de segurança.

A Asa Branca tornou-se


se o principal centro comercial da região. Ainda que em valores
absolutos das ocupações comerciais se assemelharem ao Recanto da Vila, há uma diversidade
maior entre os tipos de estabelecim
estabelecimentos
entos devido à localização e acessibilidade da maioria da
população. Dentre as residências existentes, predominam ocupações de classe média.

O Recanto da Vila apresenta uma tendência de mudança na ocupação. O histórico


apontava uma área predominantemente rresidencial
esidencial e de prestadores de serviço de classe

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média e baixa. Entretanto, impulsionado pela vocação da bacia, houve uma expansão de
pousadas, campings, hospedarias alternativas e comércios voltados para o turismo. A classe
das residências tem aumentado e atualmente predominam ocupações de classes média e alta.

Em função do crescimento turístico e da especulação imobiliária no Recanto da Vila,


outras regiões têm se tornado o refúgio dos prestadores de serviço e trabalhadores. Tanto o
Morro do Tiagão quanto o Sertão possuem as maiores taxas de populações fixas, em relação a
flutuante. São áreas ocupadas predominantemente por residências de classe média e baixa
renda, respectivamente. Os comércios existentes nessas regiões resumem
resumem-se
se a alguns bares,
comércios de artesanatos locais.

Vale salientar que a região do Sertão de Itamambuca apresenta uma grande


diversidade cultural, pois abriga caiçaras, remanescentes quilombolas e recentemente a
comunidade indígena. O Plano de Gestão Ambiental (PGA) da Itamambuca, através
at do seu
Conselho Gestor composto pelos líderes comunitários de toda a bacia, tem estreitado o
relacionamento com essas comunidades e acompanhado o processo de legitimização e
regulamentação dos mesmos, por meio das instituições responsáveis (INCRA, FU
FUNAI e
ITESP).

A abertura para o diálogo é importante para o desenvolvimento dos próximos projetos


com o envolvimento das comunidades tradicionais e demais núcleos habitacionais da
sociedade civil. A migração da comunidade indígina e a consolidação da comu
comunidade
quilombola é um cenário recente. Portanto, a aplicação dos questionários não abordou essa
origem étnica/cultural da população e não abrangeu a comunidade indígena, que se instalou
nessa área da bacia posteriormente a aplicação dos questionário.

O mapa
pa abaixo, fornecido pelos líderes comunitários, demonstra a intenção de
homologação da ampliação do território indígena. A expansão dos índios refletiu na migração
de uma parcela da Aldeia Boa Vista, em território adjacente, para uma área dentro da Bacia
Hidrográfica da Itamambuca. O território quilombola também encontra
encontra-se
se em processo de
reconhecimento e regularização. A imagem inda apresenta a área ocupada pelo Parque da
Serra do Mar nos limites da bacia.

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Figura 2: Mapa de sobreposição


eposição dos limites administrativos das comunidades tradicionais.

Buscando ainda refinar a avaliação dos diferentes perfis da sociedade que ocupa cada
região, o censo levantado abordou o nível de escolaridade entre os entrevistados. Notou
Notou-se
que o grau de
e informação e instrução está diretamente relacionado à classe social
predominante e a qualidade das ocupações.

Essas informações também apontam a importância do acesso a informação, ou a falta


dela, e sua influência direta na qualidade do meio ambiente. Abaixo segue o gráfico esboçando
essa diferença (gráfico 4):

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Escolaridade
Asa Branca

Morro do Tiagão

Recanto da Vila

0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%

Recanto da Vila Loteamento Morro do Tiagão Sertão e Ranário Asa Branca


não estudou 1 - - 7 1
fundamental 16 - 3 18 10
médio 35 5 20 22 21
superior 16 75 - 1 17

Gráfico 4:: Nível de escolaridade dos moradores da Bacia de Itamambuca.

O gráfico mostra que o nível de escolaridade cai a medida que se avança no sentido
praia-morro. O Loteamento apresentou os maiores níveis de escolaridade, obviamente
respaldado pela classe social com padrão de vida mais elevado. Na Asa Branca e no Recanto
da Vila, tais números mostram-se
se mais semelhantes e contrastam com a crescente evolução
das classes
sses médias. No Sertão e no Morro do Tiagão, predominam classes mais baixas e
consequentemente, de menor escolaridade e acesso a informação.

Houve algumas tentativas do PGA para trabalhar em conjunto com a escola e o posto
de saúde como parceiros difusores de conhecimento, de forma a fomentar o conceito de gestão
participativa, além de se compartilhar mais dados e informações que pudessem integrar o
banco de dados do projeto.

A falta de dados informatizados impossibilitou que essa parceria rendesse frutos p


para
esse trabalho. Porém, as instituições consultadas se mostraram parceiras fundamentais para
futuros projetos, exatamente por integrar crianças e adultos de diferentes etnias e classes
sociais.

A figura abaixo (figura 3) aborda a proximidade e distância dessas diferentes


ocupações com os corpos d’água. Esse tipo de informação ajuda a mapear as fontes de
poluição pontuais e difusas, além de ser um termômetro de pressão antrópica sobre o meio.

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Figura 3:: Mapa de distância das ocupações aos corpos d’água (nascentes, rios, brejos e mar).

Distância das ocupações aos corpos d'água


Asa Branca

Morro do Tiagão

Recanto da Vila

0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%

Recanto da Vila Loteamento Morro do Tiagão Sertão e Ranário Asa Branca


< 15m 21 2 - 8 -
15 a 30m 32 8 - 23 1
30 a 50m 36 24 1 22 1
> 50m 139 667 60 23 59

Gráfico 5:: Distância das ocupações aos corpos d’água nas diferentes regiões da Bacia.

As classes de distâncias foram escolhidas a partir de critérios definidos em legislação


legi
específica1 para definição de área de preservação permanente (APP). As classes com
distâncias inferiores ou iguais à 30m inserem as ocupações em APP. A classe com distâncias

1 Lei Federal 12.651/12 – que dispõe sobre critérios para proteção de vegetação nativa
nativa.
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RELATÓRIO TÉCNICO
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menores que 15m enquadram-se


se em uma delimitação especial, que observa os cr
critérios de
regularização fundiária de interesse social definidos por lei.

As ocupações situadas na faixa entre 30 e 50m encontram


encontram-se
se em uma área de alerta,
pois a classificação em APP depende da largura dos rios. Já a classe com as distâncias das
ocupações superiores à 50m desqualifica qualquer ocupação em APP.

A Asa Branca e o Loteamento de Itamambuca apresentam as menores taxas de


ocupação próxima aos rios, ambas inferiores à 5%. Foram ocupações implantadas na época
que vigoravam outros critérios para delimitações
del de APP2 (faixa de preservação de rio era de
5m). Posteriormente a implementação dessas áreas, em função de modificações feitas na
malha de drenagem da bacia na época da implantação da rodovia e do loteamento, surgiram
brejos e outros espaços alagadiços.
adiços. Dessa forma, a classificação de ocupação em APP deve
ser discutida pontualmente.

As demais áreas surgiram de ocupações irregulares (Recanto da Vila e o Morro do


Tiagão) ou centenárias (Sertão do Itamambuca). O Recanto da Vila e o Morro do Tiagão
possuem
ssuem processo de regularização fundiária em andamento na esfera municipal e o Sertão
está sendo regularizado também nas esferas estaduais e federais.

O Morro do Tiagão apresenta o menor percentual de proximidade das ocupações aos


corpos d’água, com nenhuma
ma ocupação em APP de 30m. Estima-se
Estima se que cerca 39,0% das
ocupações no Recanto da Vila estão inseridas na faixa de 50m. Destas ocupações, 23,2%
estão inseridas em APP de 30m e 9,2% estão a menos de 15m dos rios. No Sertão e Ranário,
69,7% das ocupações estão
o inseridas na faixa de 50m, sendo que 40,8% certamente estão
inseridas em APP de 30m. Destas ocupações, um percentual de 10,5% está inserido dentro da
faixa de 15m.

Para esse estudo foram contabilizadas as distâncias apenas de corpos d´água


superficiais, perenes e intermitentes, quando identificados e mapeados. Pela quantidade de
brejos e afloramentos de lençol freático na planície litorânea, presume-se
presume se uma profundidade
média de 2m até encontrar as águas subterrâneas. Essa informação é muito importante par
para
se avaliar a quantidade de esgoto gerado, assim como a qualidade e forma de tratamento de
efluentes, adotado pelas ocupações.

2 Lei Federal 4.771/65 – que instituía o antigo código florestal (atualmente foi revogado).

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1.3. Da captação de água ao tratamento de efluentes

A origem do abastecimento e a forma de distribuição são distintos entre as regiões. Os


gráficos a seguir precisam ser analisados em conjunto para melhor compreensão.

Captação de água
Asa Branca
Sertão e Ranário
Morro do Tiagão
Loteamento
Recanto da Vila

0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%

Morro do Sertão e
Recanto da Vila Loteamento Asa Branca
Tiagão Ranário
nascente 2 - 35 55 2
comunitária/coletiva 217 701 26 20 59
não sabe 9 - - 1 -

Gráfico 6:: Origem e captação de água distribuído nelas diferentes regiões.

Distribuição de água
Asa Branca

Morro do Tiagão

Recanto da Vila

0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%

Morro do Sertão e
Recanto da Vila Loteamento Asa Branca
Tiagão Ranário
rede de abastecimento - 701 - - 59
cano e mangueira 217 - 61 76 2
alternativa 2 - - - -
não sabe 9 - - - -

Gráfico 7:: Distribuição de água percorrendo o caminho entre a captação e a ocupação.

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Tipo de tratamento de água


Asa Branca
Morro do Tiagão
Recanto da Vila

0% 20% 40% 60% 80% 100%

Recanto da Morro do Sertão e


Loteamento Asa Branca
Vila Tiagão Ranário
cloração 217 701 61 5 59
filtração 1 - 23 11 2
fervura 1 - - 7 -
nenhum 9 - - 53 -

Gráfico 8:: Diferentes metodologias de tratamento aplicado em cada área da bacia.

O abastecimento do Loteamento e a Asa Branca é proveniente da captação de um rio


a leste da bacia,
acia, cujo tratamento e distribuição são realizados pela SABESP. Já o
abastecimento do Recanto da Vila é feito de uma captação coletiva no rio Gauchão, com um
tratamento precário por meio de uma filtragem superficial e cloração manual. A distribuição de
água
gua para o bairro é realizada através de mangueirões e conexões de PVC. Uma minoria
possui uma captação própria de água, de origem não informada ou desconhecida. Nesses
casos, quando existe ainda algum tipo de tratamento, são realizados de forma manual e
esporádicos,
sporádicos, com fervura de água ou filtração.

No Morro do Tiagão o abastecimento de água é feito de uma captação no Rio


Guaracuy, onde os sistemas são separados em caixas d’água. O tratamento primário é
realizado por uma cloração manual e esporádica. A dis
distribuição
tribuição é através de mangueirões de
PVC, porém os entrevistados informaram que filtram a água antes do consumo.

No Sertão e Ranário, a captação acontece de maneira semelhante ao Morro do


Tiagão, isto é, em pequenos grupos de caixas d’água colocados próximos
próximos às nascentes,
afluentes do Rio Arataca, que abastecem as ocupações. A distribuição também ocorre por
mangueirões de PVC e, no quesito tratamento, a situação é mais delicada, pois mais de 69,7%
não tratam a água que consomem. O cenário se agrava pois, algumas
algumas ocupações lançam
efluentes no mesmo rio que, mais adiante, serve para abastecimento para outras, no sentido
montante-jusante.

Os gráficos a seguir apresentam o perfil de armazenagem, limpeza periódica das


caixas d’água e/ou cisternas, tratamento de efluentes e disposição final.

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Armazenamento de água Limpeza de caixas d'água e /ou cisternas

Asa Branca Asa Branca

Sertão e Ranário Sertão e Ranário

Morro do Tiagão Morro do Tiagão

Loteamento Loteamento

Recanto da Vila Recanto da Vila

0% 20% 40% 60% 80% 100% 0% 20% 40% 60% 80% 100%

caixa d'água e/ou cisterna ligação direta correta incorreta indeterminado

Gráfico 9: Percentual de armazenamento de água Gráfico 10:: Análise da limpeza e higienização


dentro das ocupações. periódica das caixas d’água ou cisternas.

Tratamento e disposição final de efluentes


800

700

600
Ocupações (un)

500

400

300

200

100

-
despejo na rua
negra

negra

negra
rio

escorre pelo terreno

rio

escorre pelo terreno

rio

escorre pelo terreno

rio

escorre pelo terreno

rio

escorre pelo terreno


séptica + negra

séptica + negra

séptica + negra
céu aberto

céu aberto

céu aberto

céu aberto

da lavanderia do banheiro da cozinha da piscina vazamentos de


origem
desconhecida

Recanto da Vila Loteamento Morro do Tiagão Sertão e Ranário Asa Branca

Gráfico 11:: Diferentes metodologias de tratamento de esgoto e disposição final.

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Quase toda a bacia, armazena sua água em caixas d’água. Com exceção a algumas
ocupações, que possuem cisternas como reservatórios complementares ou possuem ligação
direta. Em todas as regiões foram citadas
citadas escassez de abastecimento de água durante a
temporada, principalmente no verão.

Apenas no Loteamento todos os entrevistados garantiram boas condições de


armazenagem e manutenção do sistema hidráulico. As demais regiões apresentaram um
percentual considerável,
nsiderável, variando entre 1,6% (Morro do Tiagão) a 20% (Recanto da Vila), de
desconhecimento dos cuidados com a manutenção ou simplesmente reconheceram que não
executaram a limpeza de maneira adequada. Caso a limpeza e higienização não sejam
periódicas e/ou
ou realizadas de maneira correta, as ocupações tornam-se
tornam se locais para
multiplicação de insetos vetores de doenças.

Para a análise dos tratamentos de efluentes e disposição das águas residuárias,


principalmente cinzas (lavanderia e cozinha) e negras (banheir
(banheiro),
o), a entrevista direta com o
responsável ajudou a identificar os tipos de tratamento existentes. As ocupações, avaliadas
pelos agentes, foram classificadas de acordo com aparência, localização, predominância do
sistema adotado pelos vizinhos e padrão de cconstrução.

Por exemplo, uma residência fechada no Loteamento ou Asa Branca presume


presume-se que
obtenha os sistemas obedecendo os padrões NBR 7.229/933, isto é, apresente um sistema
aprovado pela Prefeitura contendo fossa séptica e sumidouro. Outro exemplo são as
ocupações com padrões de construção mais humildes, em que em algumas ocupações
vizinhas se observa despejo por fossa negra (sumidouros). Por dedução, a ocupação que foi
avaliada pela aparência terá a mesma classificação.

De maneira aparente todas as ocu


ocupações
pações do Loteamento possuem sistema de fossa
séptica e sumidouro, não foram encontrados vazamento de águas residuárias por terrenos e
nas ruas, exceto por algumas retro lavagens de piscinas. Não se sabe a qualidade e eficiência
dos sistemas.

Segundo informações
mações obtidas com a vigilância do loteamento, os “limpa-fossas”
“limpa são
constantemente acionados nas férias e feriados prolongados. Isso pode indicar um sistema
sobrecarregado, no qual as ocupações recebem mais resíduos do que os sistemas de esgoto
comportam ou os sumidouros estão saturados/colmatados, ou seja, não há manutenção nos
tanques sépticos, ocasionando o entupimento.

3 Norma técnica NBR-ABNT n° 7229/93 que padroniza p


projeto, construção e operação de sistemas de tanques sépticos.
sépticos
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Na Asa Branca a maioria das ocupações possui um sistema de tratamento somente


com sumidouro, as populares “fossas negras”. Entretanto, nem todas as águas residuárias são
despejadas nesse sistema sob alegação de que pode ser saturado mais rapidamente. As
águas das lavanderias são direcionadas para um sumidouro a parte, lançadas na rua a céu
aberto ou ainda direto nos rios. Portanto,os mora
moradores
dores comprometem a qualidade do meio
ambiente para aumentar a vida útil de seus sistemas.

Considerando que cada pessoa em média gera de 100 a 160 litros de esgoto por dia,
dependendo do tipo e padrão da ocupação. Ao aplicarmos esse parâmetro ao perfil da
população identificada no cadastro fundiário, obteremos um total de 137.600 L ou 137,6 m³/dia
de esgoto produzidos diariamente pela população fixa. Esse valor pode ser ampliado para até
1.450.000 L ou 1.450 m³/dia, em datas festivas, finais de semana, feri
feriados
ados e períodos de férias
de verão.

De maneira subestimada, a população fixa e flutuante oscilam com valores que variam
entre 1.200 a 9.250 pessoas. Dados do SEADE4 indicam que Ubatuba possui uma taxa de
crescimento populacional anual de 1,66%. Se mantivermos
mantivermos esses valores de crescimento, em
10 anos a população fixa quase quadruplicará (aumento de 350%) e a população flutuante
quase quintuplicará (aumento de 513%). Estima
Estima-se
se que em 10 anos a quantidade de esgoto
gerado pela população fixa subirá para quase 488 m³/dia, podendo atingir picos de 7.200
m³/dia. Para efeitos comparativos, uma piscina semiolímpica possui um volume de 1.000 m³ de
água.

1.4. Fonte de poluição direta e Índice de Qualidade de Vida

Nesta etapa, o estudo avaliou a relação da ocupação com os resíduos sólidos gerados
(gráfico 12). Foram analisados se os resíduos eram acondicionados em lixeiras próprias e
fechadas, que impedissem o acesso de animais e vazamento de chorume. Também foi
considerado o acondicionamento dos entulhos em caçambas estacionárias próprias ou
depositado em vias públicas.

4Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (SEADE). http://www.seade.gov.br/produtos/perfil/perfil.php,, acessado em 18 de janeiro de


d
2018.
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Armazenamento e descarte de lixo e entulhos

Asa Branca

Sertão e Ranário

Morro do Tiagão

Loteamento

Recanto da Vila

0% 20% 40% 60% 80% 100%

correta incorreta

Gráfico 12: armazenamento e descarte de lixo e entulhos.

A região possui um alto potencial de geração de resíduos. Segundo o PMGIRS5 de


Ubatuba cada pessoa gera em torno de 1 a 2 kg/dia de resíduos sólidos, de acordo com sua
classe social. Dessa quantidade, 50% representa resíduo orgânico e 5
50%
0% inorgânico.
Utilizando esse parâmetro no cálculo de geração de esgoto, temos que a população fixa pode
gerar em torno de 1,5 ton/dia, podendo chegar até 16,5 ton/dia se considerarmos a população
flutuante. A estimativa de geração de resíduos inorgânicos,
inorgânicos, potencialmente recicláveis, está
entre 750 kg a 8,25 ton/dia. Em 10 anos, com taxa de crescimento de 1,66 a.a., a população
fixa pode gerar 5 ton/dia, podendo chegar até 90ton/dia.

Essas estimativas apresentam a necessidade urgente da educação ambiental


ambienta e
política de boas práticas, para repensar, reduzir, reutilizar e reciclar. A implementação de
mecanismos diretos para diminuição dos volumes que seriam levados para aterros e
transbordos, também pode ser uma boa oportunidade de geração de renda e emprego
empreg para a
comunidade. De maneira tímida a Associação Amigos de Itamambuca tem buscado implantar e
desenvolver um trabalho com coleta seletiva, buscando sensibilizar os moradores e visitantes
com a importância desse tema.

No Loteamento e na Asa Branca, com ocupações regulares e de maior fluxo


populacional, a frequência do sistema de coleta de lixo chega a ser diária em algumas épocas
do ano. O caminhão de lixo circula em todas as ruas dessas regiões e as residências possuem
lixeiras próprias. Ainda que a mai
maioria
oria dessas lixeiras não sejam fechadas, o que facilita
vazamento de chorume e aumenta a exposição dos resíduos aos animais, não houve situação
crítica relevante de disposição incorreta. Exceto pela sobrecarga de resíduos nos quiosques

5 Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos (PMGIRS) de Ubatuba.


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durante as temporadas,
s, esses impactos são diminuídos pela alta frequência do serviço de
coleta pública.

Este benefício da coleta regular não são proporcionados às demais regiões, pois a
frequência do caminhão de coleta de resíduos é bem menor. Além disso, os caminhões
circulam
am apenas nas vias principais, fazendo com os moradores precisem levar seu lixo de
suas casas até esses depósitos coletivos. Nesses pontos de descartes coletivos, o lixo é
acondicionado em caçambas estacionárias precárias e destampadas. Muitas vezes os res
resíduos
ficam dias a céu aberto, expostos aos animais e vazando chorume. A falta de higienização e
manutenção periódica das caçambas provoca mal cheiro.

No gráfico abaixo (gráfico 13) foram avaliadas nas ocupações a presença de animais
domésticos (cães e gatos)
tos) e de subsistência (vacas, porcos, galinhas, cavalos e outros). A
importância dessa avaliação é dada pelo elevado potencial de contaminação do solo e dos
cursos d’água, decorrente das fezes e excrementos desses animais. Alguns desses animais
também podem
em ser vetores de doenças infecciosas e contagiosas caso medidas, como a
vacinação, não sejam observadas.

Criação de animais
Asa Branca
Sertão e Ranário
Morro do Tiagão
Loteamento
Recanto da Vila

0% 20% 40% 60% 80% 100%

animais domésticos galinhas vacas outros

Gráfico 12: Distribuição das diferentes criações de animais.

Em todas as regiões predominam a presença de animais domésticos. Nota-se


Nota que o
conceito de criação de animais de subsistência é intrínseco às comunidades tradicionais e aos
imigrantes (sertanejos, mineiros, baianos, etc.). De 18,1% a 38,2% das ocupações foi possível
encontrar cultivo de pequenas hortas e criações de animais (galinheiro, chiqueiro ou cocheira
para cavalos e vacas).

A avaliação foi qualitativa, visando apenas identificar os locais que havia ou não
presença de animais. A análise do estado e qualidade sanitária desses criadouros foi agregada
a avaliação da ocupação num estado geral, através do índice de qualidade de vida, item

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subsequente. Para uma melhor compreensão desse índice, os agentes recenseadores


aplicaram critérios baseados na aparência e no bom senso, atribuindo peso 2 para “bom”, 1
para “regular” e 0 para “ruim”. Posteriormente esses dados receberam tratamento estatístico
para atribuir um índice de qualidade geral daquela ocupação, a saber:

 Conservação externa e Uso e ocupação do solo: bom) ocupações com boa


aparência, salubre e com traços de manutenção recentes, como pintura, limpeza e
conservação de jardim; regular) ocupações com aparência precisando de alguns
reparos (pintura), sem traços de limpeza e conservação externa; ruim) ocupações
insalubres, sem boa aparência e sem traços de manutenção, limpeza e
conservação externa, dando um ar de abandono.
 Iluminação: bom) ocupações que recebem bastante iluminação solar durante o
dia; regular) ocupações com menos exposição ao sol e mais susceptível às
sombras; ruim) ocupações que passam a maior parte do dia sob sombras.
 Ventilação: bom) ocupações “vazadas” e que permitem circulação de correntes de
ar; regular) ocupações que oferecem mais resistência às circulações, mas ainda
permitem circulação de correntes de ar; ruim) ocupaç
ocupações
ões que oferecem mais
resistência do que permitem circulação de ar.
 Controle de animais nocivos: bom) ocupações que adotam medidas preventivas
de proliferação de insetos e animais peçonhentos; regular) ocupações que
apresentam uma conservação externa regul
regular,
ar, mas não se percebe adoção de
medidas preventivas; ruim) ocupações com aparência de abandono ou que estão
a tempos sem manutenção.
 Situação sanitária em geral: bom) ocupação com disposição de resíduos e
tratamento de efluentes corretos; regular) ocupação
ocupação com disposição de resíduos
ou tratamento de efluentes corretos; ruim) ocupação com disposição de resíduos
e tratamento de efluentes incorretos.
 IQV total: Bom)12 a 9 pontos;Regular) 8 a 5 pontos; Ruim) 4 a 0 pontos.

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RELATÓRIO TÉCNICO
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IQV - Conservação externa IQV - Iluminação


Asa Branca Asa Branca
Sertão e Ranário Sertão e Ranário
Morro do Tiagão Morro do Tiagão
Loteamento Loteamento
Recanto da Vila Recanto da Vila

0% 20% 40% 60% 80% 100% 0% 20% 40% 60% 80% 100%

bom regular ruim bom regular ruim

Gráfico 13:: Índice que avalia manutenção e cuidados Gráfico 14:: Índice que avalia a exposição da
externos da ocupação. ocupação em relação ao sol e sombra.

IQV - Ventilação IQV - Controle de animais


nocivos
Asa Branca
Sertão e Ranário Asa Branca
Morro do Tiagão Sertão e Ranário
Morro do Tiagão
Loteamento
Loteamento
Recanto da Vila Recanto da Vila

0% 20% 40% 60% 80% 100% 0% 20% 40% 60% 80% 100%

bom regular ruim bom regular ruim

Gráfico 15:: Índice que avalia a ventilação e circulação Gráfico 16:: Índice que avalia as medidas profiláticas
de ar nas ocupações. de combate a vetores de doenças transmissíveis.

IQV - Uso e ocupação do solo IQV - Situação sanitária geral


Asa Branca Asa Branca
Sertão e Ranário Sertão e Ranário
Morro do Tiagão Morro do Tiagão
Loteamento Loteamento
Recanto da Vila Recanto da Vila

0% 20% 40% 60% 80% 100% 0% 20% 40% 60% 80% 100%

bom regular ruim bom regular ruim

Gráfico 17: Índice


ndice que avalia o uso e ocupação do Gráfico 18:: Índice que avalia a correlação de medidas
solo, numa correlação entre tipo e qualidade de de conservação com tratamento de efluentes.
ocupação.

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RELATÓRIO TÉCNICO
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IQV - Indice de Qualidade de Vida total

Asa Branca

Sertão e Ranário

Morro do Tiagão

Loteamento

Recanto da Vila

0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%

Recanto da Vila Loteamento Morro do Tiagão Sertão e Ranário Asa Branca


bom 122 696 42 34 45
regular 82 5 17 30 15
ruim 23 - 2 12 1

Gráfico 19: Índice


ndice que relaciona todas as interações antrópicas com o meio ambiente daquela ocupação e
transforma em um valor que expressa a qualidade de vida que aquela ocupação retorna às pessoas.

Os índices de conservação externa, uso e ocupação do solo e situação sanitária


apresentam forte correlação entre si e assemelham
assemelham-se
se com o índice de qualidade de vida total.
Estes gráficos refletem os impactos diretos da ocupação no meio ambiente. A manuten
manutenção
periódica da ocupação: limpeza externa, descarte correto de resíduos, tratamento dos animais
e esgoto, oferece uma boa qualidade de vida. Do contrário, a medida que alguns desses itens
não são observados, a qualidade da ocupação vai diminuindo e começa a interferir nas
ocupações vizinhas.

O Loteamento apresenta os melhores índices de limpeza, manutenção, conservação e


qualidade sanitária da bacia. Seguidos respectivamente pela Asa Branca, Morro do Tiagão,
Sertão e Ranário e Recanto da Vila. O Recanto da
da Vila percentualmente apresenta valores
semelhantes aos dos Sertão e Ranário, mas recebe a pior classificação pelo número absoluto
de ocupações com condições precárias classificadas como ruins.

Os itens de iluminação, ventilação e controle de animais noci


nocivos
vos estão mais
relacionados às características do meio ambiente do que das interações e intervenções
humanas. Esses índices são importantes para avaliar as ocupações localizadas nas áreas de
sombra e de pouca ventilação, que potencializam os efeitos negati
negativos
vos causados pela umidade,
como proliferação de fungos e bactérias e doenças respiratórias, por exemplo. O Loteamento, a
Asa Branca e o Recanto da Vila estão localizados na zona plana das praias, ao passo que o

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Morro do Tiagão, o Sertão de Itamambuca e Ranário


Ranário estão nas regiões de anfiteatro e dos
contrafortes avançados.

Na zona plana, a vegetação mais baixa e menos densa, a grande distância das
ocupações em relação as margens dos rios, agregada à malha viária no mesmo sentido do
vento predominante que vem do mar, permitem uma boa ventilação, circulação de ar e
exposição ao sol, principalmente do Loteamento. Essas características ambientais,
correlacionadas com os índices de qualidade sanitária e conservação externa, ajudam a
diminuir a proliferação de insetos
tos como o “mosquito da dengue” e animais peçonhentos.

Asa Branca e o Recanto da Vila, ainda que estejam na zona plana, estão um pouco
mais distantes do mar, encontram
encontram-se
se margeados por uma vegetação mais alta e densa, estão
mais próximos aos rios e as ruas
s oferecem mais resistência aos ventos. Essas características
deixam as ocupações menos expostas ao sol e com menos ventilação. A presença de
mosquitos e pernilongos durante a aplicação dos questionários, agregada a índices mais
baixos de conservação externa
na e qualidade sanitária, reforçou a dificuldade de se ter controle
sobre proliferação de insetos e indicou que são áreas com mais susceptibilidade a propagação
de doenças contagiosas.

As dinâmicas climáticas, as características geomorfológicas e de vegetação


vegeta dos
contrafortes avançados e das áreas de anfiteatro, possuem uma característica diferenciada das
planícies. São áreas de altitude mais elevadas, declivosas, com vegetação mais alta e densa
que as da planície e margeadas por rios. A disponibilidade de luz solar fica reduzida pela
densidade do dossel da vegetação e das elevadas montanhas a oeste da bacia. Possuem uma
malha viária sinuosa e reduzida. Essas características propiciam ambientes mais úmidos e
menos ventilados.

O Sertão e Ranário estão localizados


localizados em uma região mais abrigada do anfiteatro do
que o Morro do Tiagão. Essa situação torna a região mais úmida, menos ventilada e menos
iluminada da bacia. Esses índices agregados aos índices de qualidade sanitária e conservação
externa, tornam essas áreas
eas a de maiores riscos de proliferação de doenças respiratórias e de
veiculação hídrica.

O índice de qualidade de vida geral, também chamado de índice de desenvolvimento


sustentável, expressa o resultado das interações sociais, econômicas e ambientais das
ocupações com o meio. O equilíbrio desses fatores determina o grau de sustentabilidade da
região.

O Loteamento apresentou a melhor performance de sustentabilidade da bacia,


seguidos de Asa Branca, Morro do Tiagão, Recanto da Vila, Sertão e Ranário. Vale salientar
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RELATÓRIO TÉCNICO
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que o Recanto da Vila só não apresentou o pior índice de desenvolvimento sustentável da


bacia graças às condições climáticas e geomorfológicas da região, pois é a que apresentou
maior desequilíbrio das interações sociais, econômicas e sociais. Atividades
At de
conscientização e educação ambiental serão ferramentas fundamentais na reversão desses
quadros e na minimização das interferências climáticas e geodinâmicas.

2. Recursos hídricos
2.1. Análise climática e Balanço Hídrico Climatológico

A cidade de Ubatuba está inserida na região intertropical caracterizada pelo clima


tropical úmido. Esse clima megatérmico, possui como característica: a temperatura média do
ar, em todos os meses do ano, superior a 18 °C; precipitação anual superior
à evapotranspiração potencial anual; não ter estação invernosa; e precipitação média do mês
mais
is seco ser superior a 60mm. Essas características estão de acordo com o modelo global de
classificação de climas Köeppen-Geiger,
Geiger, onde a classificação para Ubatuba é Af
Af.

O banco de dados climáticos de Ubatuba foi alterado para a base de dados disponível
lo Centro Integrado de Informações Agrometeorológicas (CIIAGRO)6. Essa alteração deu
pelo deu-se
pela consistência de dados históricos de precipitação e temperatura, correlacionados com
valores de evapotranspiração potencial e real, e outros parâmetros voltados par
para o cálculo do
Balanço Hídrico Climatológico local.

A seguir será apresentado uma comparação entre as médias históricas de


temperatura e precipitação no intervalo dos anos de 1961
1961-1990,
1990, calculado pela EMBRAPA,
com as médias históricas destas mesmas variáveis
variáveis no intervalo dos anos de 2003-2017
2003
fornecidas pelo CIIAGRO.

6
Banco de dados climáticos de Ubatuba – CIIAGRO. Disponível em: <<http://http://www.ciiagro.sp.gov.br/ >. Acesso em: 18/02/2018.
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RELATÓRIO TÉCNICO
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Comparação climática
400 30,0

350
25,0

Temperatura média (°C)


300
Precipitação (mm)

20,0
250

200 15,0

150
10,0
100
5,0
50

0 0,0
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Prec 2003-2017 Prec 1961-1990 Temp 2003-2017 Temp 1961-1990


1961

Gráfico 20:: Comparação entre os dados climáticos históricos do período de 1961


1961-1990
1990 com período de 2003
2003-2017.

A média da precipitação acumulada anual para o período de 1961-1990


1990 totalizou 2.519
mm e para o período de 2003
2003-2007,
2007, o total foi de 2.438 mm. As séries históricas das
temperaturas indicaram um aumento médio de + 0,6ºC. O gráfico aponta uma diferença de
tendência considerável entre os períodos estudados,
estudados, ainda que os valores absolutos de
precipitações anuais permaneceram praticamente iguais. Nota-se
Nota se uma redistribuição do ciclo
hidrológico, pois houve uma diminuição de chuvas no verão e houve um aumento durante o
inverno.

Os balanços hídricos apresentado


apresentados
s representam matematicamente a quantidade de
entrada e saída de água de uma determinada porção do solo. Se houve uma alteração no
regime de chuvas, consequentemente haverá uma alteração nas demandas hídricas na bacia.
A seguir segue o balanço hidrológico de cada período.

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RELATÓRIO TÉCNICO
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Município: Ubatuba - SP
Latitude: 23,45 S Longitude: 45,07 W Altitude: 8 m Período: 1961-1990 CAD: 100mm

MÊS T P ETP ARM ALT ETR DEF EXC


JAN 25,0 376 132 100 132 0 244 25,0
FEV 25,5 302 126 100 126 0 176 25,5
MAR 24,7 300 123 100 123 0 177 24,7
ABR 22,7 241 91 100 91 0 150 22,7
MAI 20,5 124 69 100 69 0 55 20,5
JUN 19,1 87 53 100 53 0 34 19,1
JUL 18,4 11 50 68 43 7 0 18,4
AGO 19,2 93 57 100 57 0 4 19,2
SET 19,9 166 64 100 64 0 102 19,9
OUT 21,1 215 81 100 81 0 134 21,1
NOV 22,6 256 98 100 98 0 158 22,6
DEZ 23,9 348 121 100 121 0 227 23,9

TOTAL - 2.519 1.065 1.168 1.059 7 1.460 262,6


MÉDIA 21,9 210 89 97 88 1 122 21,9
Tabela 2:: Balanço hídrico climatológico de Ubatuba para 1961-1990.
1961 Fonte: CIIAGRO.

T - Temperatura MédiaMensal do Ar (°C) P - Precipitação Total Média (mm)


(mm)ETP - Evapotranspiração Potencial (mm) ARM - Armazenamento
(mm)
ETR- Evapotranspiração Real (mm) DEF - Deficiência Hídrica (mm) EXC - Excedente Hídrico (mm)

Município: Ubatuba - SP
Latitude: 23,45 S Longitude: 45,07 W Altitude: 8 m Período: 2003-2017 CAD: 100mm
MÊS T P ETP ARM ALT ETR DEF EXC
JAN 25,6 242 159 100 0 159 0 83
FEV 26,0 228 136 100 0 136 0 92
MAR 24,9 303 124 100 0 124 0 179
ABR 23,3 258 98 100 0 98 0 160
MAI 20,7 113 66 100 0 66 0 47
JUN 19,5 74 54 100 0 54 0 21
JUL 19,2 116 55 100 0 55 0 61
AGO 19,5 90 67 100 0 67 0 23
SET 20,9 142 85 100 0 85 0 57
OUT 22,2 246 108 100 0 108 0 138
NOV 23,1 314 120 100 0 120 0 194
DEZ 24,9 312 143 100 0 143 0 169

TOTAL - 2439 1214 1200 0 1214 0 1225


MÉDIA 22,5 203 101 100 0 101 0 102

Tabela 3:: Balanço hídrico climatológico de Ubatuba para 2003-2017.


2003 Fonte: CIIAGRO.

T - Temperatura MédiaMensal do Ar (°C) P - Precipitação Total Média (mm)


(mm)ETP - Evapotranspiração Potencial (mm) ARM - Armazenamento
(mm)
ETR- Evapotranspiração Real (mm) DEF - Deficiência Hídrica (mm) EXC - Excedente Hídrico (mm)

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Extrato do Balanço Hídrico Mensal


350

300

250

200
(mm)

150

100

50

0
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Gráfico 21:: Balanço hídrico normal e extrato do balanço hídrico período de 2003
2003-2017.
2017.

Comparação entre BHC


- Excedente >>

300
250
200
(mm)

150
100
<< Deficit

50
0
-50
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
BHC 1961-1990 244 176 177 150 55 34 -7 4 102 134 158 227
BHC 2003-2017 83 92 179 160 47 21 61 23 57 138 194 169

BHC 1961-1990 BHC 2003-2017

Gráfico 22: Balanço hídrico normal e extrato do balanço hídrico período de 2003
2003-2017.
2017.

Analisando as tabelas e gráficos dos balanços hídrico anteriores, percebe


percebe-se um
superávit de água. Entretanto, a comparação entre osbalanços hídricos demonstra uma queda
considerável de disponibilidade de água durante o verão, exatamente o período em que há um
aumento expressivo da demanda de uso provocado pela sazonalidade do turismo.

Importante ressaltar que, independente da origem de abastecimento de água e da


região geográfica da bacia, a falta d’água durante a temporada de verão ocorre em todas as
regiões. Essa análise é importante para avaliar a criticidade hídrica de uma bacia hidrográfica,

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isto é, o balanço da disponibilidade de água ofertada pela vazão de referência (Q7,10) variando
em função da demanda de uso.

O CBH-LN
LN realiza sazonalmente um estudo sistemático da criticidade hídrica e para o
Rio Itamambuca. Obteve-se
se os resultados para os anos referência de 2010 e 2013. Esses
cálculos são realizados utilizando outorgas de ca
captação
ptação de água, superficial ou subterrânea,
devidamente regularizadas no Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE).

Considerando a grande quantidade de ocupações irregulares em diversos sentidos em


toda a bacia, esses dados de uso da vazão de referê
referência
ncia estão subestimados e bem longe da
realidade. Utilizando a vazão de referência (Q
( 7,10), foi feito uma simulação da realidade atual e
projeção futura da criticidade hídrica para 2018 e 2028.

Vazão de
Demanda de uso Uso de vazão de Disponibilidade
Bacia Hidrográfica Ano referencia
(m³/s) referência hídrica
Q7,10 (m³/s)
05 - Rio
2010 0,64 0,008490 1,32% Muito alta
Itamambuca
05 - Rio
2013 0,64 0,008611 1,35% Muito alta
Itamambuca
05 - Rio
2018 0,64 0,021420 3,35% Muito alta
Itamambuca *
05 - Rio
2028 0,64 0,109790 17,16% Muito alta
Itamambuca *
* Obs: Dados não oficiais. Esses valoresforam estimados de acordo com os dados de população determinados no diagnóstico,
aplicadas às taxas de crescimento determinadas pelo SEADE.
Tabela 4:: Criticidade hídrica da bacia de Itamambuca.

Para reforçar o parâmetro de criticidade hídrica agregando a importância e


representatividade do corpo d’água na bacia do Rio Itamambuca, a figura a seguir demonstra
um mapa da rede hidrográfica com ênfase na área de maior ocupação, disposto em hierarquia
fluvial.

Nesse mapa os rios de primeira ordem correspondem às nascentes, onde o volume de


água ainda é baixo. Os rios de segunda ordem correspondem à junção de dois rios de primeira
ordem e os rios de terceira ordem, a junção de dois de segunda, assim sucessivamente,
formando uma hierarquia. A conclusão dessa análise é de que, quanto maior for a ordem do rio
principal, maior será a quantidade de rios existentes, e maior será também su
sua
a extensão.

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Figura 4: Quadro de evolução da qualidade das praias - CETESB.

O Rio de Itamambuca é um rio de 4ª ordem, de uma rede hidrográfica diversificada e


com uma disponibilidade hídrica muito alta. A vazão aparente, o volume e a calha do rio
Itamambuca é bem maior do que os demais rios, o que aumenta a diluição dos contaminantes
e sua capacidade de autodepuração, que é a capacidade do corpo d’água em promover a
estabilização da carga poluidora lançada sobre ele.

Apesar da abundância
ndância de água e dos altos índices pluviométricos da região, a
configuração do relevo condiciona o escoamento superficial da bacia hidrográfica, de forma que
o tempo de permanência da água na bacia seja relativamente curto. Além desses fatores
geodinâmicos, soma-se
se a recente alteração do clima que anualmente vem diminuindo a
disponibilidade hídrica, diante do aumento do contingente populacional da bacia hidrográfica.

Se esta tendência se mantiver, é possível que os conflitos pelo uso da água


aumentem na bacia
acia de Itamambuca e que episódios pontuais de falta de água tornem
tornem-se mais
frequentes, principalmente nos meses de verão. Se a previsão da instalação de grandes
empreendimentos na região se consolidar, este cenário poderá se tornar mais crítico.

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2.2. Balneabilidade, análises de laboratório e IQA

Esta vertente do estudo investigou a qualidade das águas da bacia através dos dados
do monitoramento da balneabilidade, realizado periodicamente pela CETESB.

A figura a seguir demonstra um mapa de evolução de qualidade anual das praias dos
últimos 10 anos, com destaque para o Rio Itamambuca.

Figura 5: Quadro de evolução da qualidade das praias - CETESB.

Os relatórios de balneabilidade das praias do Litoral do Estado de São Paulo n


no
período de 2010 a 2017, realizado pela CETESB7, apontaram diversas análises de
balneabilidade, dentre elas a análise de um ponto na Praia de Itamambuca, próximo à Rua 3 e
um ponto na foz do Rio Itamambuca.

7
Diagnóstico da qualidade das praias do Litoral do Estado de São Paulo – CETESB – 2010 - 2017. Disponível em:
<http://www.cetesb.sp.gov.br/userfiles/file/agua/praias/relatorios/relatorio_balneabilidade_201
http://www.cetesb.sp.gov.br/userfiles/file/agua/praias/relatorios/relatorio_balneabilidade_2017.pdf>.>. Acesso em 25/02/2018.
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Evolução da qualidade de balneabilidade


100%
90%
80%
Frequencia anual (%)

70%
60%
50%
40%
30%
20%
10%
0%
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017
Praia de Itamambuca Foz do Rio Itamambuca
Imprópria 0 0 0 0 0 0 0 0 38 44 21 40 36 10 17 23
Satisfatória 0 0 6 0 0 0 0 0 40 31 30 23 27 17 31 38
Muito boa 0 10 2 2 18 13 6 19 15 17 43 37 36 8 13 30
Excelente 100 90 92 98 82 87 94 81 6 8 6 0 0 65 38 9

Gráfico 23: Evolução


o da qualidade da balneabilidade da praia e do rio. Fonte: CETESB.

A figura e o gráfico anterior evidenciam um forte contraste entre os dois pontos de


coleta. Segundo os relatórios de balneabilidade da CETESB, desde 2010 a foz do Rio
Itamambuca foi sempre citada entre os rios mais poluídos da cidade, acompanhados pelos rios
no Itaguá e Perequê-mirim.

O mapa de evolução da qualificação, também retirado do relatório de balneabilidade


elaborado pela CETESB, aponta que a qualidade do Rio Itamambuca nos últimos 10 anos
oscilou entre ruim e regular e, na praia, predominou a qualidade boa no mesmo período.

Pelo gráfico, nos últimos 7 anos a qualidade anual do rio é predominantemente ruim,
pois apresenta-se
se imprópria em mais de 40% do período analisado. Embora indique uma
sensível melhora em termos de balneabilidade, principalmente no ano de 2015, o rio ainda
mostra que sofre uma carga muito alta de pressão externa, que resulta tanto na poluição
quanto na contaminação.

Os estudos das fontes de poluição, origem d


da
a água e análise climática deste trabalho,
comprovaram que, além da carga orgânica e fatores de sobrecarga e estresse do sistema já
conhecidos, o aumento da demanda de água e da diminuição da disponibilidade hídrica,

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agravados pela mudança climática, são fatores


fatores de grande influência na alteração da
capacidade de autodepuração do rio Itamambuca.

Em relação ao ponto da Praia de Itamambuca, embora tenha apresentado análises


com qualidade anual predominantemente excelentenos
nos últimos 7 anos, a classe muito boa de
maneira tímida vem galgando espaço numa decrescente perda de qualidade ambiental entre
2010 e 2017. O presente estudo das fontes de poluição indicaram como o lançamento de
esgoto através de sumidouros e fossas negras sobre o lençol freático na região do Loteamento,
tem influenciado negativamente na perda da qualidade das águas no mar.

Os esforços deste trabalho canalizaram energia na avaliação das ocupações, na


descoberta de fontes de poluição e no entendimento da dinâmica dos recursos hídricos da
bacia do
o Rio Itamambuca. As análises de laboratório permitiram investigar de maneira pontual
a interação do meio ambiente externo com o aquático. Esse diagnóstico reforça a necessidade
de um projeto de monitoramento hídrico ampliado para pontos amostrais na água do mar.

Durante a execução do projeto, foram feitas 4 campanhas de análises laboratoriais. A


primeira foi realizada no dia 27/01/2014, a segunda dia 19/02/2015, a terceira 20/10/16 e a
quarta e última 28/07/17.

Os parâmetros limnológicos analisados para ccálculo


álculo do IQA foram: DBO 5 dias, DQO,
Oxigênio Dissolvido (OD), Óleos e Graxas, Coliformes Totais, Temperatura, Turbidez, pH,
Nitrogênio total, Fósforo total e Sólidos totais.

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Limites dos
1ª 2ª 3ª 4ª
Parâmetro Local Unidade parâmetros
campanha campanha campanha campanha
CONAMA 357/05
Foz mg/L 15,9 < LQ < 1,7 < 1,7
Rodovia mg/L 3,1 < LQ < 1,7 < 1,7
DBO 5 dias < 5 mg/L
Recanto mg/L 4,6 4,9 < 1,7 < 1,7
Ranário mg/L < LQ 3,6 < 1,7 < 1,7
Foz mg/L 82,4 < LQ < 15,0 < 15,0
Rodovia mg/L 24,2 < LQ < 15,0 < 15,0
DQO não consta
Recanto mg/L 34,3 25,2 < 15,0 < 15,0
Ranário mg/L < LQ 15,8 < 15,0 < 15,0
Foz mg/L 5,2 6,3 5,9 3,9
Oxigênio Rodovia mg/L 5,6 7,8 6,9 6,5
> 5 mg/L
Dissolvido Recanto mg/L 5,1 7,6 5,9 2,6
Ranário mg/L 5,6 7 5,1 5,8
Foz mg/L < LQ < LQ < 14,5 < 14,5
Rodovia mg/L < LQ < LQ < 14,5 < 14,5
Óleos e Graxas virtualmente ausente
Recanto mg/L < LQ < LQ 18,1 < 14,5
Ranário mg/L < LQ < LQ 17,8 < 14,5
Foz NMP/100mL 7.000,00 20.000,00 <1 360
Coliforme Total <
Contagem de Rodovia NMP/100mL 7.300,00 1.800.000,00 <1 260 5.000 NMP/100mL
Coliformes
Recanto NMP/100mL 10.400,00 100.000,00 88.000 440 Coliforme Fecal <
Totais
1.000 NMP/100mL
Ranário NMP/100mL 69.000,00 80.000,00 55.000 450
Foz °C 26,9 29,3 26,9 20,5
Temperatura da Rodovia °C 25,5 27,3 27,7 19,8
< 40,0° C
Amostra Recanto °C 25,6 28,3 28,3 21,9
Ranário °C 28,3 27,3 22,36 19,8
Foz NTU 1,9 7,3 1,3 0,8
Rodovia NTU 1,3 0,9 1,05 0,7
Turbidez < 100,0 NTU
Recanto NTU 5,9 4,8 4,95 3,8
Ranário NTU 12 0,9 6,45 1,8
Foz NA 7,5 7,3 7,1 7,1
Rodovia NA 8,1 7,2 7,2 8
pH 6,0 < pH < 9,0
Recanto NA 8,1 7,3 7,2 7,3
Ranário NA 6,6 7,2 7,3 8
Foz mg/L < LQ < LQ < 1,5 2,5
< 1,27mg/L ambiente
Rodovia mg/L < LQ 1,7 < 1,5 2,5 lêntico <
Nitrogênio Total
Recanto mg/L < LQ < LQ < 1,5 2,5 2,18 mg/L ambiente
lótico
Ranário mg/L < LQ < LQ < 1,5 2,1
Foz mg/L 0,176 0,098 < 0,005 < 0,005
< 0,03 mg/L
Rodovia mg/L < LQ 0,2 < 0,005 < 0,005 ambiente lêntico
Fósforo total
Recanto mg/L 0,192 0,111 0,03 < 0,005 < 0,05 mg/L
ambiente lótico
Ranário mg/L 0,199 0,096 < 0,005 0,035
Foz mg/L 3.139,00 5.870,00 7.674 4.720
Sólidos Totais Rodovia mg/L 29 47 94 32
< 500 mg/L
(Resíduo Seco) Recanto mg/L 3.013,00 17.316,00 2.176 1.819
Ranário mg/L 56 74 108 37

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Tabela 5:: Comparação das análises de laboratório feitas para cálculo de IQA.

As coletas no dia 27/01/2014 foram realizadas entre 11:30 e 13:00; no dia 19/02/2015,
foram realizadas entre 13:50 e 15:00; no dia 20/10/2016 foram realizadas entre 11:10 e 12:15;
no dia 28/07/2017 foram realizadas entre 10:30 e 11:40. Em todos os casos não houve chuvas
nas últimas 48h. A preocupação de conhecer se houve ou não chuvas no período de coleta
tem como fundamento o transbordamento das fossas e o quanto de material é carreado para o
rio, o que normalmente piora a qualidade da água.

A maioria
oria dos parâmetros atenderam totalmente à legislação (temperatura, turbidez e
pH), ao passo que os demais apresentaram algumas oscilações (DBO, DQO, oxigênio
dissolvido, óleos e graxas, nitrogênio total, sólidos totais, Coliformes totais e fósforo total). Nas
três primeiras campanhas os valores de oxigênio dissolvido (OD) foram surpreendentes se
comparados à quantidade de coliformes totais, pois os coliformes se propagam em elevadas
concentrações nas zonas de decomposição ativa, com concentrações de oxigênio
oxigên dissolvido
abaixo de 4,0mg/L. Já na quarta campanha ocorreu o inverso, pois alguns valores de oxigênio
dissolvido foram abaixo de 4mg/L e a quantidade de coliformes totais permaneceu baixa.

Apesar de todos os fatores de pressão antrópica exercidos sobre os corpos d’água, as


análises da demanda biológica de oxigênio (DBO) não são expressivas para indicar a perda da
qualidade do meio através da contaminação por esgoto, ou uma zona que apresenta alta
decomposição de matéria orgânica (manguezais). Uma explic
explicação
ação viável é que, embora haja
uma constante sobrecarga sobre os corpos d’água, a vazão, o volume e o curso dos rios ainda
são suficientes para recuperar rapidamente a qualidade perdida.

A demanda química de oxigênio (DQO) não possui um valor limite determinado


determ pela
lei, mas a simples existência indica que alguma alteração físico
físico-química
química na água esteja
consumindo o oxigênio disponível na água. A análise do parâmetro óleos e graxas foi feita
exatamente para elucidar os valores DQO, na tentativa de avaliar po
possíveis
ssíveis fontes químicas de
demanda de oxigênio.

Entretanto, assim como ocorreu com a comparação dos parâmetros OD e coliformes,


os parâmetros de DQO e óleos e graxas aparentemente não se correlacionaram. Na maioria
dos casos, a ausência de óleos e graxas
graxas, dos baixos valores de turbidez e temperatura, e pela
alta de sólidos totais suspensos somente na região estuarina, reforçam que a demanda
química de oxigênio é um processo natural. Segundo a CETESB (2013), os rios no litoral norte

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de São Paulo possuem características


racterísticas levemente básicas (pH>7,0) e elevados teores de sais
minerais devido às características pedológicas que envolvem os corpos d’água desde as suas
nascentes até a foz, através do processo de percolação nas rochas.

Na terceira campanha, houve um fato isolado. O valor de DQO permaneceu baixo,


mas houve uma indicação de óleos e graxas na região estuarina. O valor de fósforo total
alterado no Recanto, indica uma contaminação expressiva proveniente de águas residuárias
cinzas, isto é, águas provenientes
provenientes de lavanderias e cozinhas, uma vez que fósforo é um
indicador de uso de sabão e detergentes e, óleos e graxas indicam vazamentos nas caixas de
gordura. Se considerar que essa contaminação originou do Recanto e o ponto da Foz indicou
presença de óleos e graxas, a pluma de contaminação na região estuarina teve um tamanho
expressivo.

Os sólidos totais suspensos só se tornaram representativos nos pontos próximos à


região estuarina (estações Foz e Recanto). Marinho (2013) observou que os Sólidos Totais são
partículas de diâmetro entre 10-66μm a 10-3μm, sendo constituídos
ídos principalmente por sais e
matéria orgânica. Notou também que somente há medição onde há salinidade, o que permite
inferir que a água do mar é a única fonte representativa de sólidos solúveis.

Isso fica comprovado ao se analisar as figuras a seguir, que indicam o comportamento


do regime de marés durante execução das análises. As duas primeiras campanhas, as coletas
foram realizadas no início da maré preia mar, que não é o momento mais oportuno p
para se
observar a influência marinha na região. As duas últimas campanhas foram realizadas no início
maré de baixa mar, onde se pode criar cenários diferentes de comparação.

Lua: Minguante
Figura 6: Horário das coletas comparados ao regime de marés (dia 27/01/2014) – Marégrafo do Porto de São
Sebastião/SP

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Lua: Nova
Figura 7:: Horário das coletas comparados ao regime de marés (dia 19/02/2015) – Marégrafo do Porto de São
Sebastião/SP

Lua: Miniguante
Figura 8:: Horário das coletas comparados ao regime de marés (dia 20/10/2016) – Marégrafo do Porto de São
Sebastião/SP

Lua:Nova

Figura 9:: Horário das coletas comparados ao regime de marés (dia 28/07/2017) – Marégrafo do Porto de São

Sebastião/SP

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As coletas realizadas nos dias 27/01/2014 e 20/10/2016, ocorreram sob fase da Lua
Minguante, quando ocorre a maré de quadratura. Nessas condições, as variações de maré são
reduzidas em relação
ão a períodos de Lua Cheia e Lua Nova (quando ocorrem as chamadas
marés de sizígia, com maiores variações de maré e velocidades associadas), o que minimiza a
intrusão salina no estuário e tende a aumentar a estratificação vertical na coluna d`água, com
depuração
uração mais rápida da matéria em suspensão nas camadas mais superficiais da água

As coletas realizadas nos dias 19/02/2015 e 28/07/2017 ocorreram soba fase da Lua
Nova e, portanto, maré de sizígia. Observou-se
Observou se uma variação da ordem de 1,2 m, com as
coletas ocorrendo logo após a maré cheia. Assim, durante este experimento devem ter ocorrido
as condições mais favoráveis a entrada de água marinha no estuário, com possíveis efeitos de
intensificação de mistura no estuário e redução do transporte de matéria em suspensão
s em
direção ao mar, com maior acúmulo.

Deve-se
se reconhecer que, os locais que sofrem influência direta da maré deveriam ser
amostrados periodicamente por hora, por pelo menos um ciclo de maré em diferentes fases
lunares e diferentes condições de vazão
vaz fluvial.
Assim como o nitrogênio, o fósforo é um nutriente e não traz problemas de ordem
sanitária para a água. Ambos são macronutrientes fundamentais para o crescimento e
multiplicação das bactérias responsáveis pelos mecanismos bioquímicos de estabilização da
matéria orgânica. Por outro lado, como
como foi indicado pelas análises, concentrações elevadas de
fósforo podem contribuir, da mesma forma que o nitrogênio, para a proliferação de algas e
acelerar, em determinadas condições, o processo de eutrofização.

A presença de fósforo nas águas pode ter ori


origem
gem na dissolução de compostos do solo
(escala muito pequena), despejos domésticos, detergentes, excrementos de animais e
fertilizantes. Seus altos valores indicam que o meio está com grande propensão ao
desequilíbrio ecológico, proporcionando condições para
para proliferação de microrganismos.

Em outras palavras, esse parâmetro é um indicador da interferência da característica


de uso e ocupação do solo e a sobrecarga nos corpos d’água, o que, em todas as regiões
estudadas apontam contaminação dos rios por esgotos
esgotos sanitários e carreamento pelas chuvas.
As amostras comprovaram esse tipo de indicação, uma vez que as elevadas concentrações do
fósforo estão fortemente correlacionadas com as concentrações de coliformes totais.

Nas 3 primeiras campanhas, apesar de apre


apresentar
sentar água aparentemente límpida e com
boas características visuais, todas as concentrações de coliformes totais (Col.Tot. >

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5.000NMP/100mL) foram suficientes para classificá-los


classificá como imprópria para finalidade de
recreação de contato primário, tanto no ri
rio
o do Cavalo, quanto no rio Itamambuca. Somente na
4ª e última campanha, os valores para coliformes totais atenderam à legislação.

Um ponto alarmante foi a concentração de coliformes encontrada na estação P4, que


fica na Rodovia BR-101
101 próxima a entrada do loteamento. Os valores ultrapassaram a ordem
dos milhões de coliformes por 100mL de amostra. Esse valor de 1.800.000 NMP/100mL é
comum ser encontrado em local antropizado, rio com baixa vazão, pouco volume e pouca
concentração de oxigênio dissolvido, carac
características
terísticas completamente análogas às encontradas.

O estudo de fontes de poluição e contaminação indicaram que o Recanto é uma


região que possui um percentual expressivo de tratamento ineficiente de esgoto, com um
grande número de ocupações próximas aos rios,
rios, lençol freático raso e com a característica
pedológica do solo hidromórfico, fatores que dificultam a permeabilidade e absorção natural do
efluente lançado.

Aumentando o nível de investigação para explicar as elevadas concentrações de


fósforo total e de coliformes totais, Sperling (1995) propôs que a razão entre coliformes fecais e
estreptococos fecais (CF/EF) é um bom indicativo se a origem da contaminação é humana.
Portanto, quanto maior a razão, maior a probabilidade desta poluição ser de natureza
antrópica.

Contaminação predominantemente humana (esgotos domésticos são um componente


CF/EF > 4 importante)
Contaminação predominantemente de outros animais de sangue quente (o escoamento
CF/EF < 1 superficial é um componente importante)
1< CF/EF < 4 Interpretação duvidosa
Tabela 6: Interpretação para a razão entre coliformes fecais (CF) e estreptococos fecais (EF). Fonte: SPERLING,
2005

Neste trabalho para o cálculo desta razão foi adotado os enterococos como
estreptococos fecais e os coliformes totais como coliforme fecal.

Parâmetro 1ª campanha 2ª campanha 3ª campanha 4ª campanha


Coliformes totais - CF
7.000 20.000 0,9 360
(UFC/100ml)
Enterococos – EF *
12 47 21 58
(UFC/100ml)
Razão (CF / EF) 583,3 425,5 < 1,0 6,2

* obs.: Os valores de Enterococos foram obtidos nos relatórios microbiológicos anuais da CETESB.
Tabela 7:: Cálculo da razão entre coliformes totais e enterococos fecais.

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Esse cálculo da razão foi realizado apenas na foz do rio Itamambuca (P1), por possuir
dados dos dois parâmetros de referência. Ainda que haja algumas possíveis discrepâncias
entre as razões, devido à natureza dos microrganismos e sua classificação taxonômi
taxonômica
(substituições dos parâmetros coliformes totais no lugar de coliformes fecais e enterococos no
lugar de estreptococos),
), os elevados valores entre essas razões confirmam que a origem da
contaminação é predominantemente humana.
Todos os parâmetros correlacionados entre si indicam o índice de qualidade das
águas (IQA) de cada estação de monitoramento, em cada campanha de amostragem.

Classificação

50,0 43,8 76,3 66,7 ÓTIMA 79 < IQA ≤ 100

BOA 51 < IQA ≤ 79

REGULAR 36 < IQA ≤ 51

RUIM 19 < IQA ≤ 36

PÉSSIMA IQA ≤ 19
42,0 45,1 41,9 49,3

1ª análise 2ª análise 3ª análise 4ª análise 39,2 38,8 35,4 47,8


38,4 46,7 69,1 58,1

Figura 10:: Índices de qualidade da água nos pontos de monitoramento ao longo da bacia.

A avaliação direta dos IQAs indicou que a influência sobre o rio Itamambuca causado
pelas comunidades à montante da BR
BR-101
101 é bem menor do que a influência causada pelas
comunidades
dades que estão à jusante. Certamente um monitoramento de qualidade das águas e
pesquisas mais específicos poderão quantificar capacidades de autodepuração e criticidade
hídrica, principalmente nos rios afluentes Arataca e Guaracuy.

A avaliação do ponto amostrado


ostrado na jusante do rio do Cavalo (P6 - Recanto) confirma a
pior situação deste em relação ao rio Itamambuca. Isso se deve ao fato de sua menor vazão e,
consequentemente, menor poder de diluição, aliada a região densamente ocupada na qual
está inserido, conforme indicação dos estudos de fontes de poluição e de uso e ocupação da
região.

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A queda brusca de qualidade no ponto P4 na rodovia, que apresentou valores e


características semelhantes aos locais estuarinos, foi comprovada pelos estudos de fontes de
poluição,
luição, uso e ocupação e criticidade hídrica. Foi identificado o aumento da pressão antrópica
da região do Asa Branca, definidos pelo tipo de ocupação e da distância dela com o rio
(proximidade com os entroncamentos dos rios Guaracuy, que recebe alguns efl
efluentes da
região do Morro do Tiagão, e Arataca, que recebe influência do Sertão e da Fazenda Mercúrio).

Há indícios na diminuição da calha do rio por causa dos processos erosivos e do


assoreamento, provocados pelos desbarrancamentos das margens, que possam
possa estar
interferindo na diminuição da vazão de referência e no volume do corpo d’água. Apesar de
terem apresentado qualidades com certa regularidade, as águas ficam impróprias para
qualquer tipo de contato primário e consumo humano. Isso é preocupante, pois
poi muitas
residências são abastecidas com essas águas e desconhecem a sua qualidade, o que
aumenta a dispersão de patógenos oriundos de veiculação hídrica.

Durante todas as etapas desse projeto, os rios apresentaram boa capacidade de


autodepuração, pois os valores dos parâmetros foram diminuindo no sentido montante
montante-jusante.
Entretanto, o aumento tanto da população residente, quanto da flutuante e a constante
sobrecarga sobre os corpos d’água, começam a gerar fatores de estresse no meio ao ponto
dos rios não se recuperarem mais em alguns pontos, implicando na consequente perda de
qualidade ao longo dos anos. Essa perda pôde ser constatada tanto pelo monitoramento feito
pela CETESB, quanto pelas análises do projeto de Diagnóstico Socioambiental da Bacia do Rio
Itamambuca.

2.3. Referências Bibliográficas

 CBH-LN. Relatório de situação dos recursos hídricos do litoral norte. Ubatuba: Comitê de
Bacias Hidrográficas do Litoral Norte, 2012
2012-17. Acesso: http://www.cbhln.com.br/

 CETESB. Índice da Qualidade das Águas.


Águas Acesso: www.cetesb.sp.gov.br.

 CETESB. Relatório de monitoramento microbiológico


microbiológico. Acesso: www.cetesb.sp.gov.br.

 CEPAGRI – Centro de Pesquisas Meteorológicas e Climáticas Aplicadas à Agricultura.


Agricultura
Acesso: http://www.cpa.unicamp.br

 CIIAGRO – Centro Integrado de Informações Agrometeorológicas. Acesso:


www.ciiagro.sp.gob.br

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 MARINHO, A.M. Diagnóstico ambiental da bacia hidrográfica do rio Itamambuca (Ubatuba


(Ubatuba-
SP): uma abordagem voltada ao saneamento ambiental.
ambiental. Trabalho de Graduação pela
Universidade Federal de Itajubá/MG, realizado por em 2013;

 MOTA, S. Preservação e conservação de recursos hídricos


hídricos.. Rio de Janeiro: ABES, 1995,
pg. 83.

 PHILIPPI Jr. A., Saneamento saúde e ambiente: fundamentos para um desenvo


desenvolvimento
sustentável, Universidade de São Paulo, Faculdade de Saúde Pública, Núcleo de
Informações em Saúde Ambiental, Coleção Ambiental, Barueri
Barueri-SP, 2005.

 SPERLING, M. V. Introdução a qualidade das águas e ao tratamento de esgoto.


esgoto Imprensa
Universitária da UFMG. Belo Horizonte, 1995.

 SILVA, A. C. O litoral norte do Estado de São Paulo, formação de uma região periférica.
São Paulo: IGEOG/USP, 1975, 175 175-180
180 p. (Série Teses e Monografias n° 20).

3. Vegetação

A partir das feições tratadas no ambiente no SIG com relação a cobertura vegetal e,
confirmação dos dados secundários, realização de ajustes e caracterizações em campanhas
de campo¹, têm-se
se a fitofisionomias que seguem:

3.1. Vegetação de Praias e Escrube

Recobrindo a faixa posterior ao estirâncio, em 6,3 ha, ocorre a vegetação de praias


(herbácea) associada ao escrube (vegetação arbustiva). No presente estudo, estas duas
tipologias foram integradas em um único compartimento dado a intima relação fisionômica
entre as mesmas, que muitas vezes dividem o mesmo espaço, porém, sempre com maior
predomínio do escrube. A vegetação de praia fica restrita a “franja” da praia, ou seja, na porção
mais suscetível a ação das marés, em constante modificação com relação à superfície que
coloniza.

3.1.1. Vegetação de Praias

Comunidade vegetal pioneira, que recobre o solo descontinuamente, clímax edáfica,


psamófila, composta principalmente por gramíneas e espécies reptantes (hábito rasteiro),
estoloníferas e rizomatosas (Hydrocotylebonariensis
Hydrocotylebonariensis, Canavaliaobtusifolia, Ipomoeapes
Ipomoeapes-caprae,
Cladiummariscus, Stenotaphterumsecundatum, Spartinaciliata
Spartinaciliata).
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Nesta faixa de domínio vale considerar as perturbações de ordem antrópica, provocada


pelos banhistas que frequentam a praia, que regularmente se estabelecem em locais
originalmente
mente ocupados por esse tipo de comunidade vegetal.

Mais um fator de grande importância é o sombreamento exercido por árvores invasoras


(Teminaliacatappa - chapéu-de--sol, Labramiabojeri - abricoteiro-de-praia),
praia), bem como o
recobrimento da vegetação herbáce
herbácea
a pelas folhas das copas que caducam, que comprometem
o potencial de resiliência da vegetação de praias.

¹ As campanhas de campo foram realizadas nos meses de fevereiro, março e junho de 2018.

¹ As espécies vegetais foram identificadas em campo ou preparadas


preparadas para identificação posterior. Neste segundo
caso, foi feita a coleta e/ou fotografia de material botânico e identificação por comparação com material bibliográfico
ou por meio de chave de identificação botânica.

¹ Classificou-se
se a vegetação com base na legislação aplicada: Resolução Conjunta SMA-IBAMA
IBAMA n° 01/1994 e
Resolução CONAMA n° 07/1996 – definem os critérios para caracterização de Florestas Ombrófilas e de Vegetação
de Restinga.

¹ Informações sobre DAP (diâmetro à altura do peito), altura das árvor


árvores
es e arvoretas, entre outros dados foram
coletados sem a necessidade de aplicar a técnica de perfil
perfil-diagrama,
diagrama, pois os parâmetros definidos na legislação
aplicada (supracitada) dispensa tal método, bem como não se observou em campo feições que demandassem
análise
nálise específica fitossociológica para sua definição.

3.1.2. Escrube

A vegetação arbustiva encontra


encontra-se quase por toda faixa do pós-praia,
praia, com predomínio
do estágio médio de regeneração. Possui uma altura média de 2 metros. Há presença de
plantas trepadeiras (Marremiaspp),
), muitas vezes em desequilíbrio - efeito de borda.

As principais espécies identificadas no levantamento florístico foram:


Dalbergiaecastaphylla (marmelo
(marmelo-de-praia),, Sophora tomentosa,Senna
tomentosa
obtusifolia,Hibiscuspernambucensis
Hibiscuspernambucensis, Abaremabrachystachya (olho-azul-de-cabra),
cabra), Schinus
terebinthifolius (aroeira-pimenteira)
pimenteira), Cereusfernambucensis, Cordiaverbenácea (erva
(erva-baleeira),
Guapiraopposita.

Sobre este tipo de vegetação também foi identificado a ocorrência desequilibrada dos
exemplares arbóreos, chapéu-de
de-sol e abricoteiro-de-praia,
praia, comprometendo severamente a

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regeneração natural, de forma a alterar sua estrutura, formando clareiras e, assim,


condicionando a ocupação por espécies ruderais.

Figura 1. Gradiente estrutural da vegetação de restinga. A medida que se distancia da praia, interiorizando
interiorizando-se, a
mesma vai ganhando porte.

3.2. Floresta Baixa de Restinga

Localizada imediatamente após a faixa de escrube, esta é um tipo de floresta menos


incidente sobre a planície da área de estudo, muito provavelmente dado a implantação do
loteamento “Praia de Itamambuca” na década de 60. Atualmente, é mais fácil identifica-la
identifica
confrontando-se
se ao escrube, ainda sobre os “terrenos de marinha”, fora dos limites
limites da projeção
dos lotes mais próximos da praia – fato este que permitiu sua preservação. Nosso mapeamento
totalizou uma área de aproximadamente 8 ha para esta vegetação.

A fisionomia identificada na área de estudo é predominantemente arbórea, com altura


variando entre 5-8
8 metros e pequena amplitude diamétrica, com média de 8 cm de diâmetro. O
estágio sucessional varia de médio e avançado.

O dossel é aberto e dificulta a visualização de sub


sub-bosque.
bosque. A principais espécies
identificadas são: Gomidesiafenzli
Gomidesiafenzliana,
ana, Myrcia multiflora, Psidium cattleyanum, Clusiacriuva,
Cupaniaoblongifolia, Rapaneaspp..No
Rapaneaspp.. estrato inferior faz-se
se notar a presença de bromélias
terrestres (Neoregelia sp. e Nidularium sp.) entre aráceas (Anthurium sp.).

3.3. Floresta Alta de Restinga

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Em superfície de aproximadamente 471,4 ha, a Floresta Alta de Restinga é a mais


presente fitofisionomia encontrada na planície da área de estudo.

Trata-se
se de uma floresta mais alta, mais úmida e mais fechada quando comparada a
Floresta Baixa de Restinga.
ga. A altura média fica em torno de 8
8-10
10 metros, porém quando
próximo de locais úmidos como, por exemplo, junto ao Rio Itamambuca ou nos fundos da
planície, é possível observar indivíduos arbóreos com mais de 15 metros. A amplitude
diamétrica é moderada com
m predomínio de diâmetros de até 20 cm. São identificados
diferentes estágios sucessionais, sendo o médio e o avançado os mais comuns, com
predominância do primeiro.

O estrato arbóreo é formado por Nectandraoppositifolia (canela


(canela-amarela),
Cupaniaoblongifolia (camboatá), Euplassacantareirae (carvalho
(carvalho-brasileiro),
Roupalapaulensis(carvalho), Heisteriasilvianii (brinco-de-mulata), Alchornea glandulosa (tapiá),
Calophyllum brasiliensis (guanandi), Ingasp (ingá), Cecropiapachystachya (embaúba),
Rapaneaferrugínea (capororoca), Tibouchinamutabilis (manacá), Euterpe edulis (palmito-
juçara), Virola bicuhyba (bicuíba), Ficus spp. (figueiras), entre outras

No sub-bosque
bosque destacam-se
destacam myrtáceas (Myrciaspp),
spp), rubiáceas (Psychotriaspp,
(
principalmente Psychotriamapourioides
Psychotriamapourioides), melastomatáceas (Miconiaspp)
spp) e arecáceas
(Astrocaryumaculeatissimum – brejaúva, Bactrissetosa – tucum), além de indivíduosjovens das
espécies arbóreas acima citadas.

No estrato herbáceo ocorrem marantáceas (Calatheaspp,


( Stromanthetonckat
Stromanthetonckat),
heliconiáceas (Heliconiaspp),
spp), rubiáceas (Geophilarepens,
(Geophilarepens, Coccocypselumcordifolium),
Coccocypselumcordifolium
bromeliáceas (Nidulariumspp., Aechmeaspp.),
Aechmea pteridófitas (Selaginellasp., Anemiaphyllitidis
Anemiaphyllitidis,
Tectariasp., Salpichlaenavolubilis),
), além de mudas das espécies arbóreas e arbustivas.

As epífitas estão representadas, emsuamaioria, pelas famíliasBromeliaceae


(Aechmea,Vriesea, Tillandsia)) e Araceae ((Monstera, Philodendron, Anthurium),
Anthurium podendo-se
destacar também as pteridófitas (Micrograma
Micrograma spp., Serpocaulon sp.).

Ocorrem lianas lenhosas (Mi


Mikaniaspp., Piptocarpha oblonga, Cissampelosandromorpha,
Cissampelosandromorpha
Paulliniamicrantha,Pithecocteniumcrucigerum
Pithecocteniumcrucigerum, Dioscoreaaltissima, etc).

A camada de serapilheira é mediana e contínua.

3.4. Vegetação Associada às Depressões

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Agrupadas em um único compartimento (aprox. 11,3 ha), em virtude da constante


presença de água junto ao substrato, são duas tipologias que ocorrem em determinadas
depressões existentes na planície costeira, onde houve o assoreamento de antigos braços de
rio, ou inundação oriunda das vertentes,
vertente por estar situada em fundo de planície.

3.4.1. Floresta Paludosa

Nessa área, a floresta apresenta dosselaberto, comcerca de 7 m de altura e


troncoscompequenaamplitude diamétrica (entre 8 cm
cm-12cm).
12cm). A espécie predominante é a
Tabebuia cassinoides(caxeta).. Em menorquantidade ocorrem a Myrcia multiflora
(cambuí),Eugenia stigmatosa(uvaia
(uvaia-vermelha),Tibouchinatrichopoda(jacatirão-do
do-brejo), entre
outras. As epífitas estão presentesemgrande diversidade e quantidade, principalmenteespécies
das famílias bromeliácea (Vriesea
Vrieseaspp, Nidulariumspp,Tillandsiaspp,Aechmeaspp,
spp, etc.) e arácea
(Philodendronspp, Anthuriumspp
spp e Monsteraadansonii).

O solo é encharcado ou, até mesmo, totalmente inundado, havendo uma


espessacamada de matériaorgânicasemi
matériaorgânicasemi-decompostasobre o substrato.

A principal espécie do estrato herbáceo é a ciperácea Scleria sp.

3.4.2. Brejo de Restinga

Vegetação de primeira ocupação, que na área de estudo é encontrada próximo ao Rio


Itamambuca, provavelmente sobre um antigo braço de rio, hoje inserida no contexto do
loteamento.

A fisionomia é predominantemente herbácea, onde nota


nota-se
se principalmente a
colonização por zingiberáceas (da exótica Hedychiumcoronarium) e gramíneas (Panicum
Panicum spp.).

O solo é totalmente inundado e em alguns pontos chega a ocorrer o desenvolvimento


de plantas aquáticas, como a Lemma spp. (lentilha d’água).

3.5. Floresta Ombrófila Densa

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Essa é a formação florestal de maior extensão na área objeto de estudo, ocupando


4.725 ha, que inicia-se
se a partir do intervalo de cotas altimétrica de 20-50,seguindo
20 50,seguindo a montante,
formando umcontinuumcom
com o maciço que recobre toda a serra.

Talfloresta apresenta trêsestratosbemdefinidos


trêsestratosbemdefinidos (herbáceo, arbustivo e arbóreo), dossel
fechado, comcerca de 18 m de altura, e troncoscom moderada amplitude diamétrica (entre 15
cm - 35 cm). Nos pontos onde se fez a observação in loco,, entre as cotas 50 e 150, o estágio
sucessional predominante
nte é o médio, mas fica perceptível que quanto mais se toma altura e
adentra-se
se ao Parque Estadual da Serra do Mar, mais maduro vai ficando o fragmento, a ponto
de permitir um entendimento de que nas porções mais altas da bacia, a Floresta Ombrófila
Densa encontra-se
se em estágio avançado de regeneração.

No estrato arbóreo ocorrem Baliziapedicellaris (timbuva),


Nectandramembranacea(canela),
(canela), Cabralea canjerana (canjerana), Ficus
Ficussp (figueira),
Hyeronimaalchorneoides (urucurana), Dictyolomavandellianum
Dictyolomavandellianum(tingui-preto),
Eriothecapentaphylla (embiruçu), Lonchocarpus
Lonchocarpuscf.muehlbergianus (embira-de-sapo),
sapo), etc.

No sub-bosque ocorrem Bathysaaustralis(cauassú),Psychotriaspp,Amaioua


Bathysa Amaioua intermedia
(marmelada-brava), Astrocarium aculeatissimum (brejaúva), Bactrissetosa (tucum),
Geonomagamiova (guaricana),Attaleahumilis
Attaleahumilis(pindova),Cyatheaphalerata e C. corcovadensis
(samambaiaçus), Piper spp e muitas outras espécies, além de indivíduosjovens das espécies
arbóreas citadas anteriormente.

No estratoherbáceo ocorrem marantáceas ((Calatheaspp), aráceas (Philodendron


Philodendronspp e
Anthuriumpentaphylum),
), pteridófitas ((Tectariasp, Anemiaphyllitidis), Heliconiavelloziana
(helicônia),Olyra cf. glaberrima (taquarinha), além de mudas das espécies arbóreas e
arbustivas.

As epífitas estão representadas principalmente por aráceas ((Monstera,


Philodendronspp)
spp) e bromeliáceas ((Aechmea,Vriesea, Tillandsia),
), entre outras, geralmente
nosramosmaisaltos das árvores.

Lianas lenhosas ocorrem em grande quantidade.

O solo apresenta-se
se recoberto por uma camada de serapilheira
serapilheira contínua, de
espessuramédia.

Transição entre fitofisionomias – entre as cotas altimétricas 10 e 50 da bacia


hidrográfica, há em determinados pontos, elementos de composição florística característicos de
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Floresta de Restinga, porém sobre um substrato


substrato menos arenoso, de origem continental,
localizado na baixa-encosta.
encosta. Esta formação pode ser classificada como Floresta de Transição
Restinga-Encosta
Encosta pela Resolução CONAMA 07/1996, mas não foi indicada em nosso
mapeamento dado a discreta distinção da Floresta
Floresta Ombrófila, dificultado sua individualização
para correspondente compartimentação em mapa.

3.6. Determinação do ICV (Índice de Cobertura Vegetal) em APP’s

A partir da soma da cobertura vegetal (vegetação nativa) que cobre as Áreas de


Preservação Permanente,
rmanente, dividida pela soma das áreas totais das mesmas (APP’s), obtém
obtém-se
um percentual de cobertura vegetal paras as áreas de alta relevância ambiental na bacia, dado
a importante função de proteger e conservar os corpos d’água. Assim, para a bacia do Ri
Rio
Itamambuca, o ICV em APP é igual a 82, 48%, onde o total de APP e de vegetação sobre as
mesmas ficou em 556,22 ha e 458,77 ha respectivamente.

3.7. Bibliografia consultada

 APG. AnupdateoftheAngiospermPhylogenyGroupclassification for


theordersandfamiliesoffloweringplants: APG II. BotanicalJournaloftheLinneanSociety
141: 399-436. 2003.
 Filgueiras, T.S.; Brochado, A. L.; Nogueira, P.E. &Gualail, G.F. 1994. Caminhamento:
um método
do expedito para levantamentos florísticos qualitativos. Cadernos de
Geociências, 12: 39-44.
 Lopes, E.A. 2007. Formações florestais de planície costeira e baixa encosta e sua
relação com o substrato geológico das bacias dos rios Itaguaré e Guaratuba (Berti
(Bertioga,
SP). Dissertação de Mestrado - Instituto de Botânica da Secretaria de Estado do Meio
Ambiente.
 Lorenzi, H. 1992. Árvores Brasileiras. Manual de Identificação e cultivo de plantas
arbóreas nativas do Brasil. Nova Odessa. Editora Plantarum. 352p.
 Lorenzi, H. 1998. Árvores Brasileiras. Manual de Identificação e cultivo de plantas
arbóreas nativas do Brasil – Volume 2. Nova Odessa. Editora Plantarum. Vol.2. 352p.

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 Lorenzi, H. 2009. Árvores Brasileiras. Manual de Identificação e cultivo de plantas


arbóreas
reas nativas do Brasil – Volume 3. Nova Odessa. Editora Plantarum. Vol.3. 384p.
 Moran, R.C. 1995. Clave para las famílias de Pteridofitas. In: Flora Mesoamericana (vol.
1): Psilotaceae a Salvinaceae. G. Davidse, M.S. Souza & S. Knapp (eds.). UNAM, D.F.,
México.
 Smith, A.R.; Pryer, K.M.; Schuettpelz, E.; Korall, P.; Schneider, H.; Wolf, P.G. A
classification for extantferns. Táxon 55(3): 705-731. 2006.
 Souza, C.R. de G.; Lopes, E. A. & Xavier, A. F. 2005. Mapa de vegetação nativa de
planície costeira e baixa-média
média encosta e estados de alteração, para o Litoral Norte de
São Paulo (Projeto SIIGAL). In: Simpósio Regional de Recuperação de Áreas
Degradadas, São Vicente (SP). Anais (CD
(CD-ROM).
 Souza, V.C. &Lorenzi, H. 2007. Botânica Sistemática: guia ilustrado para identificação
das famílias de Angiospermas da flora brasileira, baseado em APG II.. 2 ed. Nova
Odessa. Instituto Plantarum.
 Souza, V.C. &Lorenzi, H. 2007. Chave de Identificação para as principais famílias de
Angiospermas nativas e cultivadas do Brasil. Nova
Nova Odessa. Editora Plantarum Ltda.

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3.8. Relatório fotográfico

1 2

3 4

5 6

Foto 1. A faixa de “vegetação de praias” em ponto central da mesma.

Foto 2.Próximo
Próximo a ponta norte da praia, vê-se
vê o “escrube” em porção do pós-praia
praia onde praticamente
inexiste a vegetação etolonífera.

Fotos 3,4 e 5. Os exemplares invasores de Terminaliacatappa (chapéu-de-sol) e Labramiabojeri


(abricoteiro) impedindo a regeneração do também denominado jundú.

Foto 6. Vista do interior da Floresta Baixa de Restinga.

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7 8

9 10

11 12

Foto 7. Interior de maciço florestal de Floresta Alta de Restinga.

Foto 8. Exemplar jovem de Euterpe edulis a compor o estrato arbóreo da Floresta Alta de Restinga.

Foto 9. Bromélia epífitas no estrato superior da Floresta Alta de Restinga.

Foto 10. Floresta Alta de Restinga (estágio médio de regeneração) que margeia o Rio Itamambuca.

Fotos 11 e 12. Vegetação associada


ssociada às depressões: Brejo doce e Floresta Paludosa, respectivamente.

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13 14

15 16

17 18

Foto 13. Vista do fragmento de Floresta Ombrófila Densa, em porção localizada entre as cotas 80 e 120.

Foto 14.Interior de maciço de Floresta Ombrófila Densa.

Registros da flora na área de estudo:

Foto 15.Estolão de Ipomoeapes-caprae.

Foto 16.Ramo florido de Guapiraopposita (maria-mole).

Foto 17. Ramo florido de Erythrinaspeciosa (mulungu-do-litoral). Foto 18. A arácea Anthuriumloefgrenii.
Anthuriumloefgren

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19 20

21
21 22

23 24

Foto 19.A bromélia Neoregelialaevis (gravatá).

Foto 20.Ramo com frutos de Rapaneaferrugínea (capororoca).

Foto 21. A bromélia Nidulariumbilbergioides


Nidulariumbilbergioides.

Foto 22. A planta aquática Lemmasp


sp (lentilha d’água).

Foto 23. Exemplar de Miconia sp. (pixirica).

Foto 24. Exemplar de Bathysaaustralis (cauassú).


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4. Geodinâmica

Após avaliação dos resultados produzidos no ambiente SIG e sobreposição da


declividade mapeada junto da cobertura vegetal, não foram identificadas potenciais áreas com
risco iminente de incidência de processos erosivos. Também não houveram destaques quanto
à existência de áreas de risco a moradias e a vida humana. São as justificativas para tal
conclusão:

 As ocupações existentes na bacia encontram-se


encontram se em sua maioria absoluta na planície, o
que reduz a possibilidade de riscos relacionados a deslizamentos de encostas;

 As porções onde não há cobertura vegetal correspondem a terrenos estáveis do ponto


de vista da declividade. Não foi observado moradias sobre encostas enquadradas
como APP (Área de Preservação Permanente);

 Nas visitas, bem como nos questionamentos feitos pelas equipes de “Uso e Ocupação”
junto das comunidades, nada se teve retornos sobre pr
problemas
oblemas relacionados a
instabilidade geológica de áreas;

 Nas oficinas participativas, onde foram levantados os principais problemas e demandas


com os líderes e multiplicadores locais, não se verificou destaques sobre o tema.

Com a disponibilização das bases


bases de dados cartográficos em SIG Web, modificações
detectadas na ocupação ou geodinâmica poderão ser atualizadas, permitindo análise
específica caso-a-caso.

Disponibilizado
isponibilizado na mídia anexa seguem mapas temáticos de litologia, geomorfologia e
declividade

5. Sistema de Informações Geográficas

Na 1ª e na 2ª etapa de trabalho, foi elaborado o modelo conceitual do Banco de Dados


Geográficos, implementado sua estrutura em Geodatabase da ESRI e realizado sua
alimentação com os dados espaciais secundários. Estes foram levantados junto aos órgãos
gestores atuantes na região e Comitê de Bacias Hidrográficas do Litoral Norte (CBH
(CBH-LN).

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Na 3ª etapa de trabalho, foram realizadas seguintes atividades: 1) Entrada de novos


dados no sistema, 2) Processamento de dados para geração de novas informações e 3) Saída
de Informações do Sistema.
Na etapa atual, foram realizadas atividades para complementar a etapa anterior. Essas
atividades estão detalhadas a seguir e os produtos gerados encontram
encontram-se
se sistematizados no
Banco de Dados
os Geográficos e em arquivos digitais, apresentados na mídia anexa a este
relatório.

5.1. Entrada de dados no sistema

Nessa etapa de trabalho do projeto, a entrada de dados no sistema foi realizada por
edição vetorial no Banco de dados Geográficos da ESRI (Geodatabase), plotagem de dados e
pela sistematização e importação de novos dados no Banco de Dados Geográficos.

5.1.1. Dados secundários

Foram identificadas novas informações relacionadas à gestão especial do território que


não ainda não haviam sido incorporadas ao Banco de Dados Geográficos. Essas informações
são apresentadas à seguir:
 Zoneamento Ecológico Econômico do Litoral Norte (Decreto Estadual nº
62.913/2017), na escala 1:50.000, obtido do Datageo SMA.
 Novos limites de demarcação do Terri
Território
tório indígena da Aldeia Boa Vista do
Sertão do Prumirim, obtido junto ao Observatório de Territórios Sustentáveis e
Saudáveis da Bocaina (escala 1:50.000)
 Proposta de demarcação dos limites territoriais do Quilombo de Itamambuca,
obtido junto ao Instituto de Terras do Estado de São Paulo - ITESP (escala
1:50.000).
As informações citadas foram sistematizadas na mesma base cartográfica adotada no
projeto (UTM, datum SIRGAS 2000) e importadas para o Banco de Dados Geográficos -
Geodatabase. No caso do Zoneamento
Zoneamento Ecológico Econômico, o plano de informação passou
por tratamento para a extração das informações contidas apenas no interior dos limites da
bacia hidrográfica do Rio Itamambuca.

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5.1.2. Dados Primários

Alguns córregos existentes nas planícies não são identificáveis nas imagens de satélite
e nem estão representados em dados secundários. Considerando a importância de alguns
desses córregos para o planejamento da ocupação na bacia hidrográfica, foi realizado o
levantamento e mapeamento dessas feições em campo, sendo que alguns desses córregos já
haviam sido incorporados ao arquivo apresentado na etapa anterior.
Os dados provenientes do diagnóstico sanitário e ambiental, levantados em campo
através de entrevistas, foram sistematizados em planilhas eletrônicas
eletrônicas e plotados no Banco de
Dados Geográficos, utilizando as coordenadas geográficas das residências.
Os dados levantados em campo referentes à cobertura vegetal foram utilizados para
conferir e aperfeiçoar as feições resultantes da classificação digi
digital
tal da imagem orbital. A
incorporação dessas novas informações no sistema foi realizada através de edições e
operações vetoriais utilizando o software ArcGIS.

5.2. Processamento de dados para geração de novas informações

O processamento de dados para ge


geração
ração de novas informações consiste na
transformação dos dados já levantados em novas informações, utilizando
utilizando-se
se técnicas de
geoprocessamento e processamento digital de imagens orbitais.
Nessa etapa foi realizada a geração de mapa Hipsométrico da Bacia Hidrográfica,
H a
análise espacial para a geração dos limites complementares das Áreas de Preservação
Permanente (APPs) e a análise espacial da distância das residências cadastradas com relação
aos corpos d`água.

5.2.1. Mapa Hipsométrico da Bacia

Mapa hipsométrico é um mapa que representa as curvas de níveis de um terreno por


meio de classes de cores. O mapa hipsométrico da Bacia Hidrográfica de Itamambuca foi
gerado através de modelagem numérica de terreno no software Spring
(http://www.dpi.inpe.br/spring).
O processo de modelagem numérica de terreno é realizado em três fases: aquisição
dos dados (amostragens), geração de grades (modelagens) e elaboração de produtos
(aplicação). As três fases já haviam sido realizadas na Etapa anterior para a geração do mapa
de declividades. Nessa etapa foi gerada a grade retangular e elaborado o mapa hipsométrico

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através do fatiamento da grade retangular em 12 passos fixos, com intervalo de 100 metros de
altitude por classe. Os dados foram exportados do Spring para o Banco de Dados Geográficos
da ESRI.

5.2.2. Áreas de Preservação Permanente

As áreas destinadas à preservação permanente (APP) mapeadas nesse estudo são


referentes às faixas marginais dos rios e das nascentes, determinadas pelo artigo 4º da Lei nº
12.651 de 2012, que institui o Novo Código Florestal Brasileiro.
Para obtenção das APPs das faixas marginais dos novos traçados de rios levantados
em campo, foi utilizado o software ArcGIS 10. Foi realizada uma análise de distância (buffer)
dos vetores da hidrografia em escala 1:10.000, em uma faixa de 30 metros, pois todos os rios
levantados em campo apresentam larguras inferiores à 10 metros.
Ao redor das nascentes de todos os cursos d`água foi mapeada uma faixa de 50
metros. Os resultados estão incorporados ao Banco
Banco de Dados Geográficos da Bacia do Rio
Itamambuca.

5.2.3.Distância
Distância dos corpos d`água

Após a plotagem da localização das edificações levantas em campo, foi realizada


análise espacial de distância dos corpos d`águas. Essa análise foi realizada no software QGIS,
obtendo-se
se como resultado a distância mais próxima de cada edificação com relação aos
corpos d`água da bacia hidrográfica, como pode ser observado na Figura 1.

Figura 1 – Menor distância das edificações com relação aos corpos d`água.

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5.3. Saída de
e Informações do sistema

5.3.1. Cartas temáticas

Para a apresentação das informações geradas nessa etapa foram elaboradas cartas
temáticas, em escala compatível com seu dado de origem, nos seguintes temas:
- Mapa hipsométrico
- Mapa de gestão especial
- Mapas de distância das edificações com relação aos corpos d`água
- Mapa de cobertura vegetal
Os mapas digitais são apresentados na mídia anexa à este relatório.

5.3.2. Banco de Dados Geográficos

As informações levantadas e produzidas pelo projeto estão sistematizadas no Banco de


Dados Geográficos da ESRI (Geodatabase), disponibilizado na mídia anexa. Os dados também
estão disponibilizados no formato shapefile da ESRI, compatível com a maioria dos softwares
de SIG atuais.

5.3.3. SIG WEB

Com o objetivo de
e ampliar o acesso às principais informações produzidas, foi
implementado um SIG Web, onde as informações estão disponibilizadas na internet e podem
ser acessadas de por qualquer browser navegador. Isso permite que qualquer pessoa com um
mínimo de conhecimento
ento em informática, possa manipular as camadas de informações e gerar
seus próprios mapas, tanto por computadores pessoais como por smartphones.
Visando proporcionar a sustentabilidade dos resultados, com a continuidade da
disponibilização dos dados e possibilidade
ossibilidade de atualizações, mesmo após a conclusão do
financiamento, prezou-se
se pela adoção de tecnologias livres que não necessitam de custo para
se manter.
Desta forma,, as camadas de visualização dos dados foram elaboradas no software
QGIS e sua hospedagem,
dagem, publicação e compartilhamento na rede de internet foi realizada por
meio do QGIS Cloud.
O GeoPortal da Bacia Hidrográfica de Itamambuca está disponibilizado para acesso em:
http://www.qgiscloud.com/itamambuca/SIGWEB
oud.com/itamambuca/SIGWEB .

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6. Gestão Participativa

A terceira e ultima atividade é a realização


realização do Fórum da Bacia Hidrográfica do Rio
Itamambuca. O fórum visa o intercâmbio entre os bairros e ocorrerá no dia 1° de setembro de
2018. Será dedicado a uma avaliação geral, onde serão apresentados todos os resultados das
oficinas de trabalho, áreas implantadas, metodologias utilizadas e demais atividades ocorridas,
para então serem discutidas com a comunidade
comunidade.
Atualmente a bacia conta com o Conselho Gestor
or do Plano de Gestão Ambiental (PGA)
da Bacia Hidrográfica do Rio Itamambuca
Itamambuca. Esse Conselho é formado pelos representantes dos
bairros inseridos na Bacia Hidrográfica. Para ressaltar a importância deste evento, além da
presença dos líderes comunitários, o prefeito do município também será convidado a participar.
Com a apresentação dos esforços e resultados aplicados durante todo o projeto, será
possível abrir uma discussão com a toda a comunidade da bacia,, afim de se estabelecer um
Plano de Ação para resolver
solver os problemas levantados.
levantados

7.. Discussões e Conclusões

Uma bacia hidrográfica ou bacia de drenagem de um curso de água é o conjunto de


terras que fazem a drenagem da água das precipitações para esse curso de água e
seus afluentes. A formação da bacia hidrográfica dá-se
se através dos desníveis dos terrenos que
orientam os cursos da água,, sempre das áreas
área mais altas para as mais baixas.

Todas as ações promovidas pelos agentes de intemperismos físico


físico-químicos
químicos e tudo o
que se refere a fluxo de massa e de energia, que concernem a uma bacia hidrográfica, possui
os rios como receptores. Em outras palavras, os rios refletem toda uma dinâmica
hidrogeomorfológica,
drogeomorfológica, isto é, a iteração entre eventos climáticos, agentes modeladores de
terreno e ocupação antrópica.

Itamambuca está inserida no clima tropical chuvoso. Isso implica em um aumento na


frequência de eventos climáticos extremos, como chuvas ttorrenciais
orrenciais de alta intensidade e uma
elevada amplitude térmica. A bacia do rio Itamambuca é extensa e possui uma rede de
drenagem bastante complexa.

Durante o levantamento foi identificado diversos pontos de ação antrópica que, ao


longo da ocupação, modificaram
icaram os leitos originais dos cursos d’água e a rede hidrográfica
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local. A abertura da rodovia, desmatamento de biomas endêmicos, terraplanagem e aterro para


implantação de loteamentos dos dois lados do rio Itamambucae o crescimento desordenado
com ocupação
ão às margens dos rios nas regiões interiores, resumem alguns dos fatores
determinantes na alteração da rede de drenagem e modelaram a paisagem atual.

A falta de planejamento, impulsionado pela especulação imobiliária e pelo crescente


aumento de interesse, devido a vocação turística e paisagística, culminaram em uma ocupação
desordenada. Lugares protegidos por lei, principalmente manguezais e matas ciliares às
margens de rio, foram invadidos. Espaços que antes permitiam uma boa drenagem foram
tomados por um solo mais compactado. Outras regiões arenosas e com pouca cobertura
vegetal (ausência de sustentação e proteção geológica), influenciam diretamente no aumento
da taxa de sedimentação natural e no fluxo de massa para os corpos d’água receptores.

As problemáticas
emáticas encontradas dividem
dividem-se
se em duas áreas: ambiental e social. Do ponto
de vista social, o crescimento populacional culminou em um aumento na produção de resíduos
sólidos, no consumo de água e na geração de efluentes líquidos. Aqui surgem dois cenários
regionais distintos e que precisam ser discutidos para entender a atuação dos órgãos públicos.

O primeiro cenário é o das áreas ocupadas e regularizadas, que permitem todo aporte
e acesso à serviços de infraestrutura básica, tais como tratamento de água, coleta de lixo,
iluminação pública, arruamento e outros. Esse cenário engloba as regiões do Loteamento e
Asa Branca.

O segundo cenário engloba as demais áreas que estão em processo de regularização


fundiária. Por serem ocupações irregulares, seja por parcelamento
parcelamento irregular de solo ou
ocupações centenárias de comunidades tradicionais que nunca foram regularizadas,
oficialmente o poder público não pode investir em infraestrutura e serviços nesses locais. Não
por acaso o Recanto da Vila, Morro do Tiagão, Ser
Sertão
tão e Ranário possuem prestações de
serviços precários, quando possuem.

Como os processos de regularização fundiária são demorados, o poder público e as


comunidades desenvolveram alternativas paliativas até uma solução definitiva. Haja visto que
nesses quase
se 7 anos de projeto do Diagnóstico, as ocupações do Recanto da Vila e do Morro
do Tiagão que já estavam em processo de regularização, ainda estão em andamento.

Em relação aos resíduos sólidos, a coleta realizada pela Prefeitura atende de maneira
satisfatória
ria apenas algumas regiões com loteamentos regulares, ao passo que outras não. A
criação das lixeiras coletivas, mostrou-se
mostrou se ineficiente, pois, além de não comportar a demanda,
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ampliou as fontes de poluição com escorrimento de chorume e aumentou o número de animais


patogênicos, tais como ratos e insetos.

O alto percentual do sistema fossa


fossa-sumidouro,
sumidouro, relacionado com a baixa eficiência de
tratamento e o elevado potencial de transbordo, evidenciam que o sistema adotado pela
maioria das ocupações não é o mais ad
adequado
equado para regiões com lençol freático raso, embora
sejam aprovados pelas normas técnicas.

Do ponto de vista ambiental, o aumento da taxa de sedimentação, do fluxo de massa e


energia resulta no assoreamento cumulativo, desde os rios afluentes até os rios receptores. As
areias provenientes da erosão das margens possuem características pedológicas ácidas, que
interferem diretamente no pH, que por sua vez interfere na manutenção das comunidades
biológicas do rio. O assoreamento, que diminui o volume e a vazão
vazão dos corpos hídricos, torna
um rio outrora lótico (com alta velocidade e vazão) cada vez mais lêntico (baixa velocidade e
vazão).

Sendo o rio o receptor de um fluxo de massa e energia de toda uma bacia


hidrográfica, se esse fluxo encontra-se
encontra desequilibrado,
do, o sistema em geral tenderá para uma
nova situação de equilíbrio. Desta forma, a dissipação da energia agravará outro fator além da
diminuição do volume e vazão, o potencial hidrogeniônico (pH).

Corpos d’água mais ácidos ou alcalinos diminuem a quantidade


quantidade de oxigênio
disponível, interferem na qualidade de vida subaquática e proporcionam a proliferação de algas
e microorganismos patogênicos. Esses são alguns exemplos de fatores físico-químicos
físico
diretamente ligados à capacidade de autodepuração de um rio, fenômeno natural que indica
sua capacidade de auto limpeza. Esse fenômeno é realizado por bactérias aeróbias e
anaeróbias que consomem toda matéria orgânica e a carga poluidora lançada no corpo d’água.

As consequências desses fatores acumulados são potencializadas


potencializadas tanto pela
exposição às chuvas torrenciais decorrentes das elevadas precipitações durante o verão, com
riscos de potenciais alagamentos, quanto pelas estiagens esporádicas, impactando a
criticidade hídrica, a qual tem se tornado mais frequente nos
no últimos anos.

Do ponto de vista social as residências lindeiras às margens são diretamente


atingidas, pessoas perdem todos seus pertences e suas casas são destruídas. As cheias
elevam o lençol freático, o que resulta no transbordo das fossas, atinge as llixeiras
ixeiras individuais e
coletivas, tornando essas águas contaminadas e de grande potencial patológico. Esse
potencial patológico vai além do contato direto da população com essas águas contaminadas,
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pois lembrando a fragilidade da rede de distribuição de água,


água, podemos apontar a
contaminação da água potável.

De maneira análoga, as épocas de estiagem têm feito com que muitas ocupações não
tenham acesso a água. Mesmo durante as temporadas de verão, que na teoria teria uma oferta
maior de água em função dos ele
elevados
vados índices pluviométricos, boa parte da população
também tem consumo reduzido. Todas essas problemáticas ocorrem quando a criticidade
hídrica indicada pelo DAEE, aponta uma grande oferta de água e pouca demanda de uso. Os
prognósticos futuros podem ser sombrios se forem confirmadas as taxas de crescimento
populacional.

O Rio Itamambuca é um patrimônio ecológico com recursos naturais que, embora


abundantes, são esgotáveis. O cenário atual ainda se mostra esperançoso, devido a
capacidade de autodepuração ainda ser maior do que a poluição e contaminação promovidos
pelas ocupações. Se não tiver uma mudança de hábitos na maneira como a população se
relaciona com o meio ambiente e, principalmente, como se relaciona com a água, esses
quadros só se agravarão. Não
o há como apontar um único culpado, pois todos fazem parte do
mesmo ecossistema e todos tem sua parcela de participação nas condições que os rios se
encontram.

 Prognósticos

O projeto de Diagnóstico Socioambiental da Bacia Hidrográfica do Rio Itamambuca


conseguiu identificar quali-quantitativamente
quantitativamente os diferentes tipos de ocupação e moradia.
Estabeleceu o perfil social, relação da população com o meio ambiente e as problemáticas
decorrentes da falta de equilíbrio e sustentabilidade da bacia. Esses dados foram organizados
e sistematizados em bancos de dados, permitindo a visualização em um sistema de
informações geográficas (SIG). É uma ferramenta poderosa de gestão participativa.

O SIG servirá de base para um planejamento urbano e indicará as prioridades e a


logística
ogística de implantação de infraestrutura, ou seja, o melhor lugar para implantar escola, posto
de saúde, pontos de coleta seletiva, pontos de lixeira coletiva, melhoria da estação de
tratamento de água, implantação da estação de tratamento de esgoto, rede de drenagem de
águas pluviais, pavimentação das vias principais, entre outras necessidades.

O relatório abordou as defasagens dos sistemas e as necessidades mais urgentes da


população, de maneira a fomentar algumas diretrizes de políticas públicas. De for
forma mais
objetiva, urge a necessidade de implantação de mecanismos de regularização fundiária e
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termos de ajustes de conduta (TAC), mais eficientes e que possam cobrar dos respectivos
atores suas responsabilidades.

Apenas com a recuperação da mata ciliar e padronização dos pontos de travessia,


será possível a estabilização das margens, o desassoreamento e controle da erosão. Uma rede
de drenagem de águas pluviais deve ser interligada aos corpos d’água próximos às maiores
ocupações, de forma a direcionar e melhorar
melhorar o escoamento dessas águas para os rios
receptores.

Criações de cooperativas locais diversificaria a fonte de renda e criaria oportunidades


de trabalho para a comunidade. Seja através da reciclagem ou de um porto de areia.
Cooperativa de um porto de
e areia artesanal, com retiradas manuais através das “chatas”, é um
empreendimento de baixo impacto ambiental. Além do benefício econômico, teria um ótimo
impacto ambiental positivo no rio, pelo fato de promover o desassoreamento.

Um sistema de gerenciame
gerenciamento
nto de resíduos sólidos simples, que pode associar as
lixeiras coletivas com alguns centros de coleta seletiva. Agregado a programas de
conscientização e educação ambiental, esse sistema pode ser mais uma fonte de renda. Esses
são alguns conceitos que deve
devem
m ser amadurecidos com a população durante a gestão
participativa.

8. Anexo

Anexo 1: DVD contendo demais arquivos digitais referentes a esta etapa.

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