Apostila de Piscicultura
Apostila de Piscicultura
Apostila de Piscicultura
FACULDADE DE VETERINÁRIA
TRABALHO TÉCNICO-CIENTÍFICO DE CONCLUSÃO DE CURSO
Porto Alegre
2014/2
1
Porto Alegre
2014/2
2
RESUMO
ABSTRACT
LISTA DE FIGURAS
LISTA DE TABELAS
C – carbono
CaCO3 – carbonato de cálcio
Ca(OH)2 – hidróxido de cálcio
CO2 – dióxido de carbono (gás carbônico)
EUA – Estados Unidos da América
g/L – gramas por litro
H2O2 – peróxido de hidrogênio
Ifremer-COP - Instituto Francês para a Exploração do Mar - Centro do Oceano Pacífico
kg/pessoa – quilos por pessoa
m – metro
m3 – metro cúbico
mg/L – miligramas por litro
N – nitrogênio
Na2CO3 - bicarbonato de sódio
NaCl – cloreto de sódio
NaHCO3 - carbonato de sódio
NH3 – amônia não-ionizada
NH4+ - íon amônio
NO2 - nitrito
NO3 – nitrato
O2 – oxigênio
ºC – grau Celsius
OD – oxigênio dissolvido
PB – proteína bruta
RAS – sistema de recirculação da água na aquacultura
SST – sólidos suspensos totais
TAN – nitrogênio amoniacal total
TBF – Tecnologia de bioflocos
μm - micrômetro
[H+] – concentração de íons de hidrogénio
7
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO................................................................................................. 8
2. PRINCIPAIS SISTEMAS DE CULTIVO EM PISCICULTURA.............. 12
2.1 Cultivo em Viveiros Escavados........................................................................ 12
2.2 Cultivo em Tanque-Rede.................................................................................. 14
2.3 Sistema de Fluxo Continuo (Raceway)............................................................ 16
2.4 Sistemas de Recirculação da Água................................................................... 18
3. O SISTEMA DE BIOFLOCOS (TBF)............................................................ 20
3.1 História................................................................................................................ 20
3.2 Implementação e Aspectos Gerais sobre o Manejo do Sistema..................... 21
3.3 Instalações físicas................................................................................................ 24
3.4 Parâmetros físico-químicos da água................................................................. 26
3.4.1 Alcalinidade e pH................................................................................................. 26
3.4.2 Salinidade............................................................................................................. 27
3.4.3 Oxigênio Dissolvido............................................................................................. 28
3.4.4 Nitrito e Nitrato.................................................................................................... 29
3.4.5 Nitrogênio Amoniacal Total (TAN)..................................................................... 30
3.4.6 Relação C/N......................................................................................................... 31
3.4.7 Temperatura.......................................................................................................... 32
3.4.8 Sólidos Suspensos Totais..................................................................................... 33
3.5 Desempenho zootécnico..................................................................................... 34
3.6 Tabela Comparativa.......................................................................................... 36
4 CONCLUSÃO.................................................................................................... 37
5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................ 39
8
1 INTRODUÇÃO
contribuiu para esta situação foi a mudança nos hábitos alimentares da população mundial,
tanto no perfil de consumo quanto no volume consumido, sendo o pescado um dos alimentos
que mais influenciou essas mudanças (MINTZ, 1999). Como exemplo temos um aumento do
consumo mundial de peixes por ano de 40 milhões de toneladas, em 1970, para 115 milhões
de toneladas em 2008. O consumo per capita de peixes por ano também aumentou, indo de 9
kg/pessoa em 1961 para 17,1 kg/pessoa em 2008 (FAO, 2010).
A pesca extrativista é outro fator relacionado ao aumento no consumo de pescado,
fator importante na indução da evolução da piscicultura. A partir da década de 1980, com o
aumento mais expressivo do consumo de pescado, a pesca extrativista intensificou suas
atividades de forma inconsequente do ponto de vista da sustentabilidade e da biopreservação
(JACKSON et al., 2001). Muitas embarcações começaram a capturar animais cada vez
menores, utilizando-se de técnicas que causam grande impacto ambiental, como a pesca de
arrasto (JACKSON et al., 2001). O resultado foi o comprometimento de muitos estoques
naturais de peixes, como o atum, o bacalhau e a sardinha (PAULY e MACLEAN, 2003). Por
consequência, a pesca extrativista tornou-se incapaz de abastecer o mercado de pescados
mundial e ainda demonstrou ser uma atividade com grande impacto ambiental, características
que estimularam a produção de peixes de forma racional (ROBERTS, 2007).
Apesar de se apresentar inicialmente como uma alternativa às injurias ambientais
promovidas pela pesca extrativista, a piscicultura não tem demonstrado ser uma atividade
sustentável do ponto de vista ambiental (WHITE et al., 2004). Os principais sistemas de
cultivo utilizados atualmente produzem grandes volumes de água contendo elevado teor de
matéria orgânica. Tal efluente, na maioria das propriedades, não sofre tratamento e é
descartado diretamente no corpo de água mais próximo ao local de produção (DIANA, 2009).
Este hábito dos produtores pode levar a eutrofização do ambiente onde houve o descarte, além
de possibilitar a implantação de espécies exóticas na fauna nativa. Estas duas consequências
podem levar ao comprometimento da fauna e flora locais, afetando o equilíbrio entre os
diferentes níveis tróficos do ecossistema envolvido (BOYD, 2003).
Além da questão relacionada à destinação do efluente das unidades produtivas, temos
a nutrição dos peixes como outro fator trivial para a insustentabilidade da piscicultura atual.
Para que seja possível atingir bons índices de desempenho zootécnico na criação de peixes
deve-se prover aos mesmos uma ração balanceada e em horários regulares. As rações
balanceadas para peixes são fabricadas utilizando diferentes ingredientes entre eles a farinha
de peixe. Este ingrediente apresenta um balanço nutricional importante para a alimentação dos
peixes cultivados que necessitam de dietas com um perfil lipídico específico (SILVA e
10
ANDERSON, 1995). Estas farinhas de peixes são produzidas mediante a captura de peixes
águas marinhas que apresentam baixo valor comercial, mas que possuem excelente perfil
lipídico necessários para as criações industriais. Portanto, afim de possibilitar a produção da
farinha de peixe faz-se necessário recorrer à pesca extrativista. Assim sendo, apesar de
desestimular no principio, a atual piscicultura contribui para a sobrepesca vista principalmente
nos oceanos Atlântico e Pacífico (SIKORSKI, 1990).
Diante de todo este contexto sócio-ambiental envolvendo a criação de peixes, torna-se
importante o estudo de sistemas de cultivo alternativos, que possibilitem tornar tal criação
sustentável ou ao menos amenizar os impactos ambientais desta produção. Um destes cultivos
alternativos é o sistema de bioflocos, ou tecnologia de bioflocos (TBF). O que diferencia este
sistema dos demais é que neste sistema os peixes são criados em tanques sem que haja
renovação da água ou a presença de filtros para tratamento (KUBITZA, 2011).
Dentro dos tanques há um estimulo à proliferação microbiana que irá metabolizar a
matéria orgânica presente. Estes microorganismos, usando como fonte nutricional os
excrementos dos animais e o excedente de ração administrada e não consumida, são capazes
de assimilar o nitrogênio em excesso do ambiente e, juntamente com a suplementação de
fontes concentradas de carbono produzem compostos proteicos (AVNIMELECH, 2007).
Essas proteínas, em conjunto com os microorganismos ,formam pequenos flocos no cultivo
que se distribuem ao longo da coluna de água caso haja a presença de aeração e/ou
movimentação do sistema (MONROY-DOSTA et al., 2013).
Os flocos podem ser consumidos pelos peixes e se os mesmos forem animais
filtradores (Figura 1). Os flocos podem alcançar níveis de proteína bruta de até 50% PB
(AZIM e LITTLE, 2008) o que faz deste composto um alimento interessante para os peixes
no sistema produtivo, com a possibilidade da redução das taxas de arraçoamento e,
consequentemente, dos custos com alimentação (AVNIMELECH, 1999).
11
Rastros branquiais
Brânquias
l
Fonte: John Lyons - University of Wisconsin, Sea Grant
Institute, EUA.
.
Foto: Agência de Notícias – Embrapa – 2013.
menores velocidades, uma vez que ainda não apresentam força suficiente para o exercício de
natação (STICKNEY et al., 1994).
Como este sistema utiliza grandes volumes de água podem ser formadas baterias de
até quatro tanques sucessivamente, onde a água passa do primeiro até o último, com
cascateamento entre eles para que haja reincorporação do oxigênio à agua. Para tal, é
desejável que o terreno apresente diferenças de nível maiores do que 6%, o que facilita a
locação dos tanques de cultivo, assim como a maior eficiência na captação e drenagem da
água. A densidade de estocagem deve diminuir progressivamente do primeiro para o último
tanque, pois à medida que a água passa pelos tanques, o oxigênio dissolvido diminui e a
concentração de amônia aumenta devido a atividade metabólica dos peixes (LANDAU,
1992).
em que não se admite a implantação de novos sistemas de aquicultura que não utilizem a
recirculação hídrica (LIAO, 1992).
3.1 História
A TBF foi desenvolvida pela primeira vez no início dos anos 1970 pelo Ifremer - COP
(Instituto Francês para a Exploração do Mar, Centro do Oceano Pacífico), com diferentes
espécies de peneídeos incluindo Penaeus monodon, Fenneropenaeus merguiensis,
Litopenaeus vannamei e L. stylirostris (EMERENCIANO et al., 2012). Tal sistema de cultura
foi comparado com um "rúmen externo”, mas agora aplicado para o cultivo de camarão. Ao
mesmo tempo, Ralston Purina desenvolveu um sistema baseado em bactérias nitrificantes,
mantendo camarões na escuridão total. Em conexão com o Ifremer - COP, tal sistema foi
aplicado à criação de L. stylirostris e L. vannamei tanto em Crystal River (EUA) quanto no
Tahiti, demonstrando os primeiros benefícios da TBF para a aquicultura. Em 1980, um
programa científico francês chamado “Ecotron” foi iniciado pelo Ifremer para entender
melhor esse sistema. Também na década de 1980 e início da década de 1990, Israel e EUA
(Waddell Mariculture Center) começaram a desenvolver projetos em aquicultura que
utilizavam a TBF, com tilápia e camarão branco L. vannamei, respectivamente. O interesse de
ambas as nações com esta nova tecnologia abrangia a possibilidade de economizar água e
reduzir os impactos ambientais aparentemente demonstradas na criação em TBF
(EMERENCIANO et al., 2012).
No que diz respeito ao histórico de aplicação comercial da TBF, ela se iniciou em
1988 em uma fazenda chamada Spoomer, no Tahiti. Mais tarde, em 1997, um empresário
natural de Belize, implantou neste mesmo país uma fazenda de camarões em TBF que se
tornou o empreendimento mais bem sucedido dentro desta modalidade de cultivo. Grande
parte dos conhecimentos sobre a produção em escala comercial no mundo de viveiros de
camarão com TBF é derivado desta experiência. Hoje em dia, a TBF no cultivo de camarão já
esta difundido com sucesso em larga escala na Ásia, América Latina e América Central, bem
como em estufas de pequena escala nos EUA, Coreia do Sul, Brasil, Itália, China e outros
(EMERENCIANO et al., 2013).
21
3.4.1 Alcalinidade e pH
3.4.2 – Salinidade
A maioria dos peixes criados para consumo atualmente são teleósteos, logo, são
osmorreguladores (BALDISSEROTO, 2002), podendo ter diferentes tolerâncias à variação na
salinidade. Caso os peixes criados sejam espécies marinhas ou salobras, deve-se manter uma
fonte de água marinha disponível para os casos em que for necessário corrigir este parâmetro.
Segundo ROCHA et al. (2012), para a criação de peixes marinhos em TBF é preciso mensurar
a salinidade diariamente podendo ser executada com um simples refratômetro.
O efeito mais importante do nitrito dentro do organismo dos peixes é a sua capacidade
de oxidar a hemoglobina sanguínea, convertendo-a em uma molécula incapaz de transportar
oxigênio. De forma geral, o nitrito pode ser tóxico aos peixes em baixas concentrações, em
alguns casos mesmo abaixo de 1 mg/L de NO2 (ARANA, 2004).
O nitrato (NO3), por sua vez, é oriundo do nitrito oxidado pelas bactérias nitrificantes
(Nitrobacter). Para peixes de água doce, a toxicidade do nitrato é muito rara podendo estar
relacionada a problemas osmorregulatórios. No caso de organismos marinhos as
concentrações de nitrato normalmente devem permanecer abaixo de 500mg/L (COLT, 2006).
Na criação de peixes em TBF é aconselhável o monitoramento dos níveis de nitrito e nitrato
duas vezes por semana (KUBITZA, 2011) e os níveis de tais substâncias foram comparadas
na tabela 3.
Para que a comunidade microbiana presente nos bioflocos seja capaz de metabolizar
os compostos nitrogenados acumulados no sistema é necessária uma alta relação entre
carbono e nitrogênio. Desta forma, as bactérias são capazes de assimilar o excesso de N da
água em proteínas. Segundo AVNIMELECH (2009), a relação ideal de C/N nos sistemas com
TBF é de 20/1, mas relações na ordem de 14/1 já são suficientes para estabelecer e manter a
população de microrganismo benéfica dos bioflocos.
Para calcular esta relação deve-se estabelecer a concentração de carbono orgânico total
do sistema. O carbono orgânico total é a concentração de carbono orgânico na água, oxidado a
CO2 em um forno a alta temperatura e quantificado por meio de analisador infravermelho.
Após calcular o carbono orgânico total, o próximo passo é determinar o N total, que é a soma
do N proveniente da amônia, do nitrito e do nitrato do sistema. Posteriormente, basta dividir o
total de carbono orgânico com o total de nitrogênio e estabelecer a relação C/N da água de
cultivo (MARTINS et al., 2014).
Se a relação C/N se encontrar baixa é necessário suplementar o cultivo com uma fonte
concentrada de carbono. Esta estratégia também é utilizada para evitar que os compostos
nitrogenados tóxicos do sistema acumulem em concentrações acima das aceitáveis. Com o
acréscimo de C ao cultivo, a população microbiana é capaz de utilizar fixar o N às proteínas
que ela produz, ação esta que caracteriza a TBF (KUBITZA, 2011; AVNIMELECH, 2009).
As fontes utilizadas para tal suplementação podem ser diversas, como observado na tabela 1.
32
Tabela 1 – Tabela contendo as diferentes fontes de carbono usadas em estudos com peixes
criados em TBF.
Estudo Espécie Fonte de carbono
ROCHA et al., 2012 Tainha Melaço e farelo de trigo
AVNIMELECH E KOCHBA, 2009 Tilápia Amido
CRAB et al., 2009 Tilápia Amido
GREEN et al., 2012 Catfish Melaço
WAMBACH, 2013 Tilápia Melaço
GREEN, 2010 Catfish Celulose
DA SILVA E DA COSTA, 2013 Tilápia Farinha de trigo e resíduo de padaria
LUO et al., 2013 Tilápia Sacarose
MARTINS et al., 2014 Tilápia Melaço
KUBITZA, 2011 Tilápia Resíduo de macarrão
3.4.7 – Temperatura
O metabolismo dos peixes é afetado fortemente pela temperatura ambiental pois são
seres que não conseguem regulá-la internamente. No caso destes animais, chamados
ectotermos, a troca de calor com o ambiente é muito mais importante que a produção
metabólica para se determinar a temperatura corporal (FRENCH et al., 2000).
Portanto, a temperatura da água influi no crescimento, no comportamento e na
reprodução. Além disso, a temperatura da água está diretamente relacionada com a cinética de
reações e solubilidade de gases afetando, por exemplo, o valor de concentração de oxigênio
dissolvido (HUET e TIMMERMANS, 1983).
Os peixes apresentam uma zona restrita de tolerância térmica, variando conforme a
espécie, que pode sofrer alterações por meio de aclimatações experimentais ou pela adaptação
em longo prazo a ambientes com diferentes limites térmicos (ARANA, 2004). Como algumas
espécies estão adaptadas a variações de temperatura na natureza, como do verão para o
inverno, a mudança lenta e gradual da temperatura do meio é consideravelmente melhor
suportada que uma mudança drástica, que seria incomum em meio natural (ALABASTER e
LLOYD, 1982).
Pautando-se nestas condições, deve-se manter rigoroso controle da temperatura
durante o ciclo produtivo. É aconselhável manter um termômetro em cada tanque da produção
verificando as marcações dos mesmos diariamente. Associado a isto, também é preciso um
mecanismo de aquecimento a disposição, caso seja necessário manter a temperatura da água
superior à temperatura ambiente (AVNIMELECH, 2009).
33
A definição usual de sólidos refere-se à matéria que permanece como resíduo após
evaporação e secagem a 103-105°C. Os sólidos totais em uma amostra líquida são
classificados como sólidos totais dissolvidos e sólidos totais suspensos. Os sólidos totais
dissolvidos são materiais que passam por um filtro com poro igual ou menor que 1,2 μm. O
material retido pelo filtro é chamado de sólidos suspensos (SAWYER et al., 2003). Outra
alternativa para mensurar os sólidos presentes na água de cultivo é o uso de cones de Imhoff,
que consegue determinar o volume de bioflocos por litro de água (Figura 12).
Para a retirada do excesso de SST pode-se utilizar uma série de manobras. Uma delas
é a sifonagem, que consiste em aspirar o fundo dos tanques de cultivo retirando os sólidos que
decantaram. Outra alternativa, é limpar as paredes dos tanques, retirando o excesso de sólidos
que se deposita nesses locais. A utilização de decantadores externos também pode ser feita
para controlar a concentração de SST. Estudos desenvolvidos nas Ilhas Virgens dos Estados
Unidos sugeriram que o cultivo com bioflocos associado à hidroponia, pode ajudar no
controle de SST do sistema (RAKOCY et al., 2008).
Tabela 3 – Dados coletados dos estudos envolvendo a tecnologia TBF aplicada a piscicultura.
Estudo Espécie FD1 Biomassa Sobrevivência TC2 pH Alcnd3 OD4 NO25 NO36 TAN7
(final) (média) (média) (média) (média) (média) (média) (média) (média)
kg/m³ % g/dia mg/L-1 mg/L-1 mg/ L-1 mg/L-1
(POLEO et al., 2011) Pacu Juv./Adulto 12,96 92,00 2,34 7,80 127,90 5,00 0,69 16,70 0,10
(RAKOCY, 1995) Tilápia Adulto 14,40 78,90 4,00 7,80 224,00 5,50 0,58 289,00 1,15
(RAKOCY, 1995) Tilápia Adulto 13,70 81,00 3,00 7,80 204,00 7,90 2,68 397,00 1,85
(RAKOCY, 1995) Tilápia Adulto 15,30 86,00 3,50 7,70 247,00 5,30 1,93 158,00 2,00
(RAKOCY, 1995) Tilápia Adulto 18,60 99,70 3,20 7,50 211,00 5,30 5,60 165,00 2,30
(WAMBACH, 2013) Tilápia Alevino 8,70 82,60 1,10 7,77 72,14 4,52 96,84 - 3,32
(WAMBACH, 2013) Tilápia Juvenil 4,80 100,00 2,16 7.87 105,33 4,96 0,78 - 0,48
(WAMBACH, 2013) Tilápia Juvenil 10,12 98,96 2,36 7,79 82,68 4,20 1,66 - 1,71
(WAMBACH, 2013) Tilápia Juvenil 13,26 90,97 2,20 7,80 68,63 3,97 3,26 - 2,56
(LUO et al., 2014) Tilápia Adulto 44,95 100,00 1,66 7,25 -8 > 6,00 <10,00 - -
(AZIM e LITTLE,2008) Tilapia Adulto 4,80 100,00 0,48 6,70 129,00 6,00 < 0,50 < 50,00 < 4,00
(KUBITZA, 2011) Tilápia Alevino 10,41 99,00 0,42 7,50 61,75 7,13 1,25 - 0,6-12,0
1
Fase de desenvolvimento.
2
Taxa de crescimento.
3
Alcalinidade ([CaCO3]).
4
Oxigênio Dissolvido.
5
Nitrito.
6
Nitrato.
7
Nitrogênio Amoniacal Total.
8
Dados não disponibilizados.
36
4. CONCLUSÃO
Aliado a essas aparentes desvantagens do sistema há o fato do TBF ainda ter sido
pouco estudado em sua aplicação a piscicultura. Muitos temas que envolvem essa modalidade
de criação não foram devidamente esclarecidos. A quantidade de ração que pode ser
economizada, a melhor localização e formato dos sistemas de aeração, a intensidade luminosa
ideal para o cultivo e a importância específica dos diferentes microorganismos que compõem
o sistema são exemplos de temas que ainda não estão claramente elucidados.
Portanto, conclui-se que a TBF necessita ser mais conhecido por estudos diversos para
que seja possível dimensionar corretamente as potencialidades e limites que envolvem a
técnica de cultivo, afim de que se possa estabelecer definitivamente como um importante
sistema de cultivo dentro da aquicultura mundial.
36
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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