05 Apicultura
05 Apicultura
05 Apicultura
05
Niterói-RJ
julho de 2008
MANUAL TÉCNICO, 05 ISSN 1983-5671
05
Niterói-RJ
julho de 2008
PROGRAMA RIO RURAL
Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária, Pesca e Abastecimento
Superintendência de Desenvolvimento Sustentável
Superintendente de
Desenvolvimento Sustentável
Nelson Teixeira Alves Filho
ISSN 1983-5671
CDD 638.1
Sumário
1. Introdução.................................................................................4
14. Manejo...................................................................................16
1. Introdução
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Consultor e Instrutor de Apicultura, Agropecuária e Agronegócios. Membro da Câmara Técnica de
Apicultura do Estado do Rio de Janeiro. Rua Paulo César de Mello Garcia, 132 – Casa 01 –
Presidente Costa e Silva – 28.300-000 - Itaperuna – RJ. jean@samelerocha.com.br
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2. Apicultura, a natureza e as abelhas
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4. Um breve histórico da Apicultura
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5. História parcial da ciência apícola no Brasil
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Paraná. De 1870 a 1880, Hanemann & Shenck, Hanemann & Brunet trouxeram
as primeiras abelhas italianas para o Sul do Brasil. Ainda segundo Nogueira Neto,
Brunet recebeu duas colônias de abelhas francesas e duas colônias de abelhas
italianas e as introduziu em São Bento das Lages - BA.
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Do 14º ao 21º dia de vida, são chamadas de “engenheiras” por se
dedicarem à produção de cera, reforma e construção dos favos. As glândulas de
cera estão localizadas na parte inferior do abdômen.
Aos 21 dias, também defendem a família, vigiando o alvado da colméia.
A partir do 21º dia, são chamadas de “campeiras” e trabalham buscando
alimentos (néctar, pólen) até o final de suas vidas, que dura, em média, de 38 a
42 dias. Dependendo do período do ano (inverno ou verão), buscam também
resinas para fazer própolis e água para resfriar e diluir os alimentos.
Esses períodos de atividades em relação à idade das abelhas são flexíveis
e podem variar de acordo com a demanda por determinada atividade.
As operárias são do sexo feminino, mas possuem o aparelho reprodutor
atrofiado. Na ausência da rainha por longo período, alimentam-se de geléia real
e chegam a pôr ovos. Porém, por não serem fecundados, só nascem zangões.
As operárias morrem logo após ferroarem porque deixam presos na vítima
o ferrão, o saco de veneno e parte do intestino. Liberam ainda um cheiro
característico, marcando o local que foi ferroado, para que outras operárias
ataquem o mesmo local.
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Para manter as operárias informadas de sua presença, produz feromônios
(cheiros característicos), que marcam a sua presença na colméia. Quando vai
envelhecendo, perde a capacidade produtiva e diminui a produção de feromô-
nios, sendo substituída naturalmente ou pelo apicultor, o que deve ser feito.
O zangão - é o macho das abelhas e possui aspecto que o caracteriza como tal.
É abrutalhado e possui mais pêlos. Não possui órgão de trabalho e sua única
função é se acasalar com as rainhas.
Os zangões são amantes dos favos de mel e da boa vida.
Possuem um superolfato, localizando uma rainha virgem (princesa) num
raio de até 10km. Os zangões, que têm o prestígio de acasalar, morrem no ato
por deixarem preso na rainha o seu órgão externo no momento da ejaculação.
Atingem a maturidade sexual aos 12 dias de nascidos e vivem, em média,
80 dias, mas são expulsos da colméia no período de entressafra.
Resultam da reprodução por partenogênese e nascem em 24 dias.
Sempre têm avô, mas nunca pai, pois nascem de um ovo não fecundado.
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Abdômen - é a parte posterior do corpo das abelhas, formado por anéis
(segmentos) que são interligados por uma fina membrana, que possibilita a
movimentação por ser flexível. Nele se localizam as glândulas cerígenas, papo ou
vesícula melífera, ventrículo (estômago), intestino delgado, ampola retal,
glândula de cheiro (produz cheiro para identificar as famílias), tubos de malpighi
(órgãos excretores que fazem trabalho de rim), traquéias e espiráculos,
proventrículo e o ferrão.
No abdômen da rainha encontram-se ainda os ovários, ovidutos,
espermateca e vagina, que fazem parte do sistema reprodutor. Nas operárias,
essas estruturas estão atrofiadas ou ausentes.
No abdômen do zangão, há um par de testículos, um par de glândulas de
muco e o pênis, que são prolatados na hora da fecundação, sendo o pênis exposto.
A respiração se dá através dos espiráculos, das traquéias e dos sacos
aéreos, sendo uma respiração por difusão. A circulação é feita pelo coração,
que fica na parte superior do abdômen. O sangue é incolor e frio, chamado de
hemolinfa, e circula por todo o corpo através dos vasos sangüíneos.
Vestimentas
O apicultor de hoje tem que usar roupa apropriada para sua proteção e
segurança, mas, no passado, era possível trabalhar com as abelhas sem a roupa
apropriada. Depois da africanização das abelhas no Brasil, isso não é mais
possível. Os componentes da vestimenta são considerados equipamentos de
proteção individual (EPI) e não se deve ir ao apiário sem todos os componentes
da vestimenta e o fumigador.
● Macacão - pode ser feito de brim, nylon ou tela de poliamida. Cobre todo o
corpo e pode ter a máscara acoplada.
● Jaleco e calça - o mesmo que o macacão, porém, dividido ao meio.
● Máscara - feita de tela e tecido, protege o rosto de ferroadas. Dependendo do
modelo da máscara, pode ser necessário o uso de um chapéu de aba dupla.
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● Luva - a ideal é a de borracha sintética para proteger as mãos; não use luvas
grossas, se não quiser levar ferroadas na mão. Use por baixo da luva de
borracha outra luva de algodão (a luva de algodão parece que é feita de
barbante fino).
● Bota - é essencial usar botas brancas de borracha; não use tênis ou botas
pretas, pois as abelhas ficam mais agressivas e atacam essa região.
A colméia
A colméia padrão usada internacionalmente é a Langstroth e recomenda-
se comprar as colméias de fornecedor idôneo, acostumado a fazer colméias; se
possível, comprar sempre no mesmo local para evitar diferenças de medidas.
Lembre-se: um milímetro de erro nas medidas da colméia pode tornar o
manejo impossível.
Recomenda-se, em especial, adquirir colméias feitas de madeira de
reflorestamento e que sejam parafinadas, para ter longa duração.
A colméia é formada por fundo, onde está o alvado (parte aberta para
entrada das abelhas, campo de pouso); ninho, onde ficam os quadros de cria;
melgueira, que tem a metade do tamanho do ninho em altura; tampa; e
quadros, que são 10 para o ninho e 10 para cada melgueira.
Acessórios
● Tela excluidora - feita para impedir que a rainha suba para pôr ovos nos
quadros da melgueira.
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● Apanha abelhas - tela colocada no alvado para impedir que as abelhas saiam,
mas que permite a entrada pelo escape invertido.
● Tela de transporte - que substitui a tampa na hora de transportar a colméia,
possibilitando a respiração das abelhas e impedindo o aumento da temperatura
interna.
● Redutor de alvado - sarrafo de madeira colocado no alvado com o objetivo de
diminuir a abertura.
● Núcleo de desenvolvimento, captura e fecundação - pequena colméia
formada pela metade de uma colméia normal, ou seja, com cinco quadros. É
usada para capturar enxames voadores, enxames pequenos ou ainda para
fecundar rainhas virgens.
● Alimentadores - existem vários tipos de alimentadores individuais de alvado
ou internos e coletivos para alimento líquido ou sólido. Os mais conhecidos e
mais usados são o Bordman e o ABS, para alimentos líquidos.
● Coletor de pólen - tela usada no alvado, substituindo o fundo ou melgueira,
para coletar pólen. Ao passarem, as abelhas raspam o pólen, que cai na bandeja
abaixo.
● Melgueira para produção de própolis - parecida com a melgueira comum,
porém tem janelas laterais de 2 a 3cm de altura, que as abelhas enchem de
própolis.
● Cera alveolada - folhas de cera feitas da própria cera das abelhas. Têm o
tamanho do quadro. Nunca economize cera alveolada, pois ela propicia aumento
de produção de até 50%. Para cada quilo de cera produzida, as abelhas gastam
de 5 a 7 quilos de mel.
● Limpador de ranhuras - serve para limpar a ranhura dos quadros, local onde
a cera alveolada encaixa.
● Incrustador elétrico - é uma resistência que, ao se colocarem os pólos no fio
de arame, aquece e adere a cera no arame. A cera é colocada no quadro já
aramado com a ajuda do incrustador elétrico ou carretilha.
● Caneco soldador - usado para derreter pequena quantidade de cera virgem
para fixar a cera alveolada nas ranhuras do quadro.
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11. Equipamentos para a coleta de mel
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As abelhas precisam de alimentos em quantidade e qualidade, e voam até
3km de raio a procura de alimentos. Lembre-se: quanto mais alimentos, mais
mel, mais pólen e mais própolis.
Coloque o apiário em local que impeça o roubo, comum em algumas regiões.
Se possível, coloque as colméias com o alvado voltado para o nascente, de
maneira que os primeiros raios de sol entrem e as desperte bem cedo.
Evite locais com ventos fortes, pois os ventos atrapalham o vôo e
prejudicam o aquecimento da colméia.
A existência de outro apiário num raio de 3km também prejudica a produção.
Se a florada não for muito farta, a produção será dividida entre as colméias.
Manter o apiário capinado ou roçado e livre de galhos e folhas é essencial
para evitar o ataque de formigas e outros inimigos das abelhas.
Não é recomendável cercar o apiário, e se houver gado no local, não há
problemas. Coloque as colméias distantes uns 3 metros umas das outras para
permitir a passagem entre elas. No início, algum animal poderá levar uma ou
duas picadas, mas vão fugir e vão se respeitar. Os animais sabem seus limites,
mas se, ao contrário, o local for cercado, um animal pode conseguir entrar e, se
for picado, na hora do desespero poderá não encontrar saída e morrer de tanta
picada. Pastos de vacas ou outros animais leiteiros devem ser evitados, porque
as picadas causam infecções no peito dos animais.
Todos os passos iniciais tomados? É hora de povoar o apiário. Existem três
maneiras de se iniciar o apiário: a primeira é comprar enxames; a segunda é
montar caixas iscas e aguardar os enxames pousarem; a terceira opção é
capturar enxames pousados recentemente em algum lugar ou transferir de locais
já instalados, podendo estar em cupinzeiros, assoalhos, forros, em árvores, etc.
Para usar os enxames recém-pousados, basta sacudi-los dentro da caixa
com quadros com fitinha de cera alveolada de uns 4 cm. A fitinha de cera nesta
fase é importante para os favos ficarem retos no quadro e não pode ser lâmina
inteira porque os enxames não entram em caixas com pouco espaço. Transporte
para o local definitivo e, se for possível, retire pelo menos dois quadros de cria,
sendo um quadro de cria aberta e outro de cria fechada e coloque no enxame
recém-capturado. Esse procedimento vai aumentar as chances de sucesso.
Nos enxames fixos, é necessário transferir os favos construídos para a
caixa. Os favos devem ser fixados na mesma posição que estavam na posição
original. Basta cortar o favo na parte superior e fixar nos quadros sem arame,
com a ajuda de elástico de prender dinheiro. Se necessário, corte na parte de
baixo para ajustar ao tamanho do quadro. Se couberem dois favos, um do lado
do outro, pode-se colocar e prender juntos. Depois de retirar todos os quadros,
transfira as abelhas que normalmente se aglomeram em algum local próximo.
Quando a maioria estiver dentro da caixa, possivelmente a rainha e as
outras entrarão sozinhas. Entrando todas, feche a caixa com a ajuda de uma fita
de espuma e substitua a tampa por uma tela de transporte, levando a caixa para
o local definitivo.
Os favos devem ser manipulados com cuidado, pois são sensíveis e
possuem crias em seu interior.
Quando for fazer a captura de enxames leve sempre faca, sacolas,
elásticos de dinheiro, corda e outros materiais que julgar necessário. O ideal é
conhecer o local antes de ir fazer a captura.
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Na operação de transferência, tenha calma, use pouca fumaça e dê
preferência ao período da tarde, logo após o almoço. Assim terá bastante tempo
e, ao entardecer, o trabalho terá acabado. Além disso, as abelhas acalmam com
a chegada da noite, momento ideal para o transporte para o local definitivo se
tudo tiver dado certo. Se não, e houver possibilidade, deixe o enxame por alguns
dias no local da captura.
Lembre-se: é normal perder alguns enxames durante ou após a captura,
mas não desanime e tente novamente. Evite abrir o enxame por uns 10 dias e,
se for época de escassez de alimentos, alimente-as.
14. Manejo
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● Avaliar a reserva de alimentos e a necessidade de alimentação
suplementar.
● Anotar os procedimentos realizados e a realizar.
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● Disposição do material durante o manejo - a fim de evitar contaminações,
coloque os materiais de forma que não tenham contato com o chão, o lado
interno da tampa virado para cima, as melgueiras em cima da tampa quando for
revisar o ninho etc.
● Limpeza de apiários - manter os apiários sempre limpos, a fim de evitar o
ataque de inimigos naturais e a diminuição da produção.
● Durante a colheita, transporte, centrifugação e condicionamento do mel,
mantenha a melhor higiene possível, visando à qualidade do mel e à preservação
da idoneidade do produto. O mel deve ser colhido quando os favos estiverem
com um mínimo de 80% de opercuIação, no período seco, e de 90% no período
chuvoso.
● A operação de extração do mel deve ser realizada com equipamentos
apropriados, como garfo desoperculador, mesa desoperculadora, decantador e
centrífuga. Esses equipamentos deverão ser de aço inoxidável e de boa
qualidade. O mel, por ser muito higroscópio (absorve água), poderá absorver
água durante a extração, prejudicando a sua qualidade e facilitando a
fermentação. Portanto, evite centrifugar o mel em dias ou locais muito úmidos.
● Condições mínimas são necessárias para a implantação de um estabelecimento
destinado à manipulação e industrialização de mel e produtos apícolas.
Considerando a necessidade de se padronizarem os processos de elaboração dos
produtos de origem animal, o Ministério da Agricultura regulamentou as normas
técnicas para fixação de identidade e qualidade do mel.
● Aproveitamento dos opérculos e melgueiras meladas - nos opérculos e
melgueiras depois de centrifugadas estão de 5 a 10% da sua produção. Desta
maneira, lave os opérculos com água limpa e ofereça às abelhas em
alimentadores. As melgueiras que serão guardadas devem ser colocadas a 100
metros do apiário para serem lambidas e, posteriormente, guardadas em local
arejado e com boa luminosidade.
● Processamento da cera - toda cera deve ser processada em derretedor a
vapor, a fim de obter o melhor rendimento com a menor mão-de-obra.
● Produção por colméia - no ato da colheita, anotar quantos quadros foram
retirados de cada colméia e pesar o mel depois de centrifugado. Calcula-se a
média de peso por quadro e também a média da produção por colméia.
● Aplicações práticas do método de controle - além da média de produção por
colméia, outros critérios devem ser controlados, como qualidade da própolis,
resistência a doenças, agressividade e outros fatores que julgar necessário.
Essas informações serão usadas para determinar que rainhas serão substituídas.
● Material necessário para o manejo em apiários - é necessário ter o material
sempre a mão, a fim de evitar várias idas ao apiário, gastando mais para se
produzir. Planeje antes de sair de casa o que vai fazer no apiário e confira o
material que vai ser preciso para executar a tarefa. É melhor levar material a
mais do que voltar várias vezes ao apiário.
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17. Produção de própolis
O que é própolis?
O Ministério da Agricultura entende como própolis,
o produto oriundo de substâncias resinosas, gomosas e balsâmicas,
colhidas pelas abelhas, de brotos, flores e exsudados de plantas, nas
quais as abelhas acrescentam secreções salivares, cera e pólen para
elaboração final do produto.
Fonte:<http://www.agricultura.gov.br>
Origem
A própolis tem origem principalmente nas resinas vegetais de diversas
espécies. Algumas espécies, porém, dão origem à própolis verde, que se
caracteriza pelo alto teor de flavonóides e outros terpenóides, que possuem ação
terapêutica. Há divergência em relação ao alecrim produzir própolis verde - em
alguns lugares existe muito alecrim e não há produção de própolis verde. Em
outros lugares, não há alecrim e se produz própolis verde.
Importância
Na colméia, a própolis é usada para calafetar frestas, selar a parte de
dentro da colméia, imobilizar inimigos em pequenos espaços, prevenir doenças e
fechar espaços pequenos.
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Composição
● Resinas e substâncias balsâmicas (50 a 80%)
● Óleos essenciais e outros voláteis (4,5 a 15%)
● Cera (12 a 50%)
● Substâncias tânicas (4 a 10,5%)
● Impurezas mecânicas (<15%)
Atividade Biológica
A própolis apresenta grande atividade biológica de amplo espectro,
combatendo ou auxiliando no combate de fungos, vírus, bactérias, principal-
mente com maior eficiência as Gran + e protozoários; que apresentam os mais
diversos graus de patogenicidade ao homem, outros animais e plantas. Fortalece
o sistema imunológico, e pesquisas no Japão mostram efeito anticancerígeno.
Algumas aplicações ou efeitos:
● Atividade antibacteriana, antifúngica e antiviral;
● Efeito cariostático;
● Efeito citotóxico para carcinoma hepatocelular;
● Atividade antioxidante.
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● Localização do apiário - apiários em áreas sem insolação, com bom
arejamento, produzem maior quantidade de própolis do que os que ficam sob sol
direto. O ideal é uma sombra de árvore com boa corrente de ar; matas fechadas
podem inibir a produção por sombreamento excessivo. A altitude também pode
influenciar a produção; apiários em locais com altitude superior a 400 metros
produzem mais.
● Proteção contra insolação e chuva - é importante proteger as colméias e as
janelas do sol e da chuva, evitando a oxidação do produto e, conseqüentemente,
a perda do valor comercial. Alguns apicultores usam tambores cortados ou
material semelhante.
● Alimentação artificial - na entressafra, é importante alimentar as abelhas
para manter os enxames com tamanho médio, podendo-se usar alimentadores
individuais ou coletivos. É importante usar um percentual de açúcar em torno de
20% e também fazer alimentação com proteína (ração ou similar). Se alimentar
demais, o enxame ficará muito grande e a produção cairá; se não alimentar,
ficará pequeno e não produzirá.
● Colheita, transporte e limpeza - a colheita deve ser feita com auxílio de faca
de inox e o ideal é levar para o campo uma bandeja de plástico e um saco
plástico em que caiba a bandeja. Corta-se a própolis das colméias usando luva
limpa, e colocam-se as tiras na bandeja, protegendo-a do sol e da poeira. Não
feche a sacola para não formar vapor. Transporte sem embolar ou amassar e, se
estiver úmida, deixe secar à sombra. Coloque no freezer para matar possíveis
ovos de insetos e remova todo tipo de impureza, pedaços de abelhas, madeira
ou qualquer outra coisa.
● Armazenamento - deve ser feito em freezer, em sacolas plásticas de material
atóxico, arrumando-se as tiras lado a lado, sem amassar ou embolar.
● Classificação - própolis em placas: Green, Ultra Green, Brown, escura, de
acordo com a cor apresentada.
● Contaminações - a própolis pode ser contaminada com metais pesados
(chumbo, cádmio, mercúrio, arsênio) provenientes de tintas, jornal ou outros
materiais. Os seguintes itens devem ser observados: tipo de tinta usada na
colméia, presença de arame ou pregos, presença de tela de arame, tipo de
material usado na colheita, tipo de material para armazenar.
Devem ser observados, ainda, problemas com doenças e inimigos
naturais. No Brasil, nenhum tipo de doença deve ser tratada com medicamentos,
mas sim com seleção de rainhas e eliminação dos enxames doentes. Assim,
evita-se criar resistências e a contaminação dos produtos.
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Geralmente, os erros mais comuns e prejudiciais são:
● Instalação de colméias em locais pouco protegidos, nomeadamente zonas
ventosas, frias e demasiado úmidas, e em locais onde freqüentemente são feitos
tratamentos com agrotóxicos.
● Falta de higiene durante a manipulação, transmitindo doenças para outras
colméias e mesmo para outros apiários.
● Excesso de desdobramentos (divisão de enxames), reduzindo também a
viabilidade dos enxames, uma vez que reduzem as reservas necessárias para
ultrapassar os períodos de escassez.
● Uma das principais causas de morte dos enxames é a extração excessiva de
mel, sem a necessária compensação.
Outros inimigos
● Aves insetívoras: comem grande número de abelhas, enquanto estas voam
ou visitam as flores, não sofrendo, ao que parece, com o veneno das abelhas.
Os patos também são grandes apreciadores de abelhas, dizimando muitas.
● Formigas: consomem grande volume de mel, causando enormes prejuízos,
porque enfraquecem as colônias. As colméias atacadas pelas formigas ficam mais
sujeitas à pilhagem (roubo de mel de uma colônia de abelhas enfraquecida por
outra colônia de abelhas). Para evitar o ataque de formigas, as colméias devem
ser protegidas e as formigas destruídas na origem.
● Lagartas e cobras: também são inimigas das abelhas e devem ser
combatidas próximo ao apiário.
● Ratos: gostam muito de mel e por isso devem se combatidos. A utilização de
raticida ou ratoeiras próximo às colméias é aconselhável, desde que não ponham
em perigo as abelhas e animais domésticos.
● Aranhas: constroem teias nas imediações do apiário, capturando abelhas
freqüentemente.
● Besouros: conseguem entrar nas colméias por possuírem uma carapaça
quitinosa e invulnerável e se alimentam de mel.
● Piolho das abelhas (Braulea coeca): pequenos insetos muito semelhantes à
Varroa jacobsoni. São encontrados em número variável, de 1 a 3, no dorso e
tórax das abelhas. Para se alimentarem, dirigem-se para junto da boca das
abelhas, onde colhem algum alimento. Combate-se fumigando com fumo de
tabaco, depois de se ter colocado no fundo da colméia uma folha de papel, que
recebe os piolhos como que embriagados; depois devem ser esmagados ou
queimados.
● Traça: pequenas borboletas noturnas semelhantes à traça da roupa.
Alimentam-se de mel e permanecem no estado larvar de 30 a 100 dias, sendo
esta a fase mais prejudicial. Como as borboletas são impedidas de entrar na
colméia pelas obreiras, fazem a postura em qualquer fenda da colméia. Por
vezes, também fazem a postura nas anteras das flores e, quando as abelhas
colhem o pólen, levam sem saber os ovos de traça juntamente com o pólen que,
posteriormente, eclodem dentro da colméia. As larvas, além de se alimentarem
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de mel, também se alimentam dos restos das peles das mudas das larvas e das
crisálidas das abelhas. Os casulos, de cor parda, ficam, muitas vezes,
sobrepostos como sacos arrumados em armazém. Essas borboletas, por terem
hábitos noturnos, podem ser capturadas com uma lanterna, cujos vidros são
untados com óleo espesso, ou fazendo uma fogueira na qual as borboletas caem
depois de terem as asas queimadas.
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Geralmente, as doenças que atingem abelhas adultas não provocam
perdas muito acentuadas no Brasil (a acariose não foi ainda observada). As
doenças da cria são as que provocam os maiores danos, nos Estados Unidos, na
Europa e também no Brasil.
● Podridão-americana da cria: provocada pela bactéria Bacilus larvei. É
enfermidade seriíssima, que devasta os apiários. Seu combate é radical: fogo.
Felizmente não foi verificada no Brasil.
● Cria-ensacada: não se conseguiu encontrar um microrganismo responsável.
Enfraquece a família, prejudicando a produção. As larvas doentes, geralmente
colocadas em células já fechadas, cujos opérculos se mostram furados,
apresentam-se inicialmente de cor creme, passando mais tarde a marrom e até
cinza. Essas larvas se apresentam como que sentadas no fundo da célula, com a
cabeça sempre erguida. Retiradas das células, as larvas saem inteiras e tomam a
forma de um saco, donde o nome dado à doença. Às vezes, têm consistência
muito mole.
Essa doença, grave somente em casos excepcionais, é bem disseminada
no Brasil. Laidlaw, em 1954 e 1955, durante sua permanência no Brasil, notou
muitas vezes essa doença, embora em forma benigna, em apiários de São Paulo
e no Rio. Geralmente, não há cheiro. Se sentido, é igual ao cheiro de algo ácido,
provavelmente devido ao apodrecimento da larva.
Combate: não há combate eficiente contra a cria-ensacada. Quase sempre a
doença desaparece com o início da florada. A seleção de rainhas resistentes à
doença é interessante. Portanto, as rainhas das colméias doentes devem ser
substituídas por filhas de outras que se tenham mantido completamente sadias.
● Podridão-européia da cria: segundo trabalhos realizados por L. Bailey, em
Rothamsted (Inglaterra), em 1959, a causa principal seria a bactéria
Streptococcus pluton, à qual se juntaria a Bacterium eurydice. É doença
altamente contagiosa e causa graves prejuízos às abelhas, embora não extinga a
colméia, senão em casos excepcionais. Os apiários brasileiros são rudemente
atingidos por essa doença desde 1909. A época de maior incidência tem sido
agosto. Essa doença é a mais séria registrada no Brasil e está largamente
espalhada, o que se constatou em visitas a apiários racionais e caboclos. As
abelhas pretas, em geral, são bem flageladas, normalmente em colméias fracas.
Os apicultores não notam a sua presença, a não ser quando têm espírito já
prevenido. As colméias mais fortes suportam relativamente bem o ataque e se
recuperam mais ou menos rapidamente, graças à grande atividade das abelhas
limpadoras, que eliminam prontamente as larvas doentes, foco de contaminação.
Os reflexos, no entanto, são desastrosos sobre a colheita de néctar, bem como
sobre a produção de cria. Se não houver socorro às colméias mais fracas, elas
podem acabar se extinguindo. Na apicultura, o principal prejuízo constatado foi
às larvas enxertadas para produzir rainhas: elas se desenvolviam normalmente
até 4 ou 8 dias após a operculação (o que é interessante, pois as larvas de
operárias atacadas são quase sempre as não-operculadas); as larvas que
deveriam ficar na parte superior das células (correspondendo ao fundo da
realeira) para se alimentarem com a geléia real, caíam na parte inferior (ponta
da realeira) e morriam. Algumas larvas ainda se desenvolviam um pouco mais,
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porém foram raras as que chegavam a começar a metamorfose em pupa:
morriam antes disso. Os cadáveres, de coloração creme a princípio e de
consistência mole, aquosa, tornavam-se pardos e, depois de apodrecerem,
ficavam cinzas, exalando cheiro ruim, azedo. Em algumas ocasiões, 100% das
larvas enxertadas morreram.
Medidas drásticas: queima de todos os favos atacados; desinfecção de todo o
material e instalações com soda cáustica; renovação de todo o material para
enxertia; aumento das alimentações; compra de novas rainhas reprodutoras.
Sintomas: O sinal mais evidente da doença é o aspecto "esburacado" dos favos,
isto é, células operculadas e outras não, salteadas devido à mortandade de
larvas novas, ainda não operculadas. Além disso, encontram-se larvas mortas de
coloração amarelada ou parda e consistência aquosa. Outras larvas se mostram
de coloração amarela e secas, parecendo mais escamas de cera ou bolos de
pólen. Em estágios mais adiantados da doença, pode-se notar um cheiro
desagradável, azedo, de peixe estragado, talvez devido ao apodrecimento das
larvas por infecções secundárias.
Combate: eliminação dos quadros atacados, não devendo ser trocados para
outras colméias, pois espalhariam a doença; e união das famílias mais fracas.
O combate preventivo é o mais indicado para qualquer doença.
Para tanto, 3 ou 4 semanas antes da época em que a doença aparece com mais
vigor, dá-se alimentação. As rainhas amarelas costumam ser mais resistentes,
porém há linhagens que são até mais fracas que as pretas. Acredita-se que o
ideal é, através de adequada anotação, distribuir pelos apiários as filhas das
rainhas que se mostram mais resistentes à enfermidade nas crises mais fortes,
não importando a cor.
Remeter ao laboratório o questionário (modelo apresentado adiante)
preenchido com a maior correção possível, juntamente com a amostra do
material, obedecendo às instruções que se seguem:
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QUESTIONÁRIO SOBRE DOENÇAS DAS ABELHAS
a) A colméia está órfã?
b) A colméia está zanganeira?
c) A colméia está em lugar úmido?
d) A colméia está exposta a ventos fortes e frios?
e) O numero de abelhas é pequeno?
f) Foi ou está sendo atacada por inimigos como formigas, traças-dos-favos etc.?
g) Tem alimentação?
h) Estavam morrendo abelhas adultas?
i) Larvas?
j) Ninfas?
l) Que sintomas as abelhas adultas apresentavam quando estavam morrendo?
m) Morriam abelhas novas? E velhas?
n) Aspecto geral dos quadros de cria:
- Cria irregular?
- Células operculadas abertas ou furadas?
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LISTA DE PREÇOS Data......: 07/03/2008
Hora:....: 14:42:23
Cooperafa Ltda. MICROSIA Página...: 1
SUPERINTENDÊNCIA
DE DESENVOLVIMENTO
SUSTENTÁVEL