Relatório Baermann-Moraes

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Relatório de Parasitologia

Baermann-Moraes

1. Introdução

Um dos métodos específicos para identificar larvas vivas de Strongyloides


stercolaris é o método de Baermann-Moraes. O método se baseia em propriedades que
estas larvas possuem, que interferem em seus padrões migratórios. Uma das características
é o hidrotropismo positivo, ou seja, as larvas costumam migrar para a água, ou para o local
com maior umidade. O termotropismo positivo também está presente, indicando que as
larvas procuram estar em locais com temperaturas mais elevadas (porém com um limite
para esta temperatura). Juntando as duas características podemos generalizar dizendo que as
larvas possuem termohidrotropismo, podendo migrar facilmente para águas que tenham
sofrido um processo de aquecimento.
Na natureza, essas larvas se encontram no solo, e possuem geotropismo negativo,
costumando ficar na superfície, todavia, quando há um aumento na umidade e temperatura
no interior desta terra essas larvas podem acabar migrando para camadas um pouco mais
profundas. Isto indica que a influência do termohidrotropismo nas larvas é bastante
acentuada, o método de Baermann-Moraes aproveita-se disso, criando uma metodologia
para caso haja larvas de Strongyloides stercolaris em uma amostra, elas migrem para a água
aquecida. Com a coletagem desta água é possível utilizar a microscopia para confirmar a
presença ou ausência do parasito.
É possível que encontre-se também larvas de ancilostomídeos, embora eles sejam
menos sensíveis ao método, para resolver este problema pode-se utilizar uma coloração de
lugol que permitirá na observação microscópica diferenciar estruturas entre os dois
parasitos como a presença de um primórdio genital e de um vestíbulo bucal bastante curto.
2. Objetivos

 Realização e familiarização com o método cropológico de Baermann-Moraes, para a


obtenção de uma amostra com possíveis larvas vivas de Strongyloides stercoralis, por
conta de suas características de termohidrotropismo positivo. Esta amostra poderá ser
usada para observação na lupa, embora não seja o objetivo da prática.

3. Material Utilizado e Métodos

 Material Utilizado:

▪ Luvas descartáveis
▪ Fezes formadas
▪ Palheta de madeira
▪ Filtro de gaze
▪ Béquer de 100mL
▪ Água
▪ Suporte de madeira
▪ Funil
▪ Peneira
▪ Mangueira de látex
▪ Pinça de Mohr
▪ Vidro de Relógio
▪ Banho-Maria

 Métodos:

O sistema para a realização do método foi montado, acoplando a mangueira de látex


no funil, que foi colocado sobre o suporte de madeira. Uma pinça de mohr foi utilizada para
fechar a mangueira, não permitindo que houvesse perda de água durante o método. Para
confirmar se não havia vazamento foi colocado um pouco de água da bica no funil, esta
água foi posteriormente descartada.
Simultaneamente, foi aquecida mais água no banho-maria à 42°C, e com o auxílio
de um béquer de 100mL ela foi transferida para o funil, enchendo-o parcialmente para que
o nível de água não atingisse o fundo da peneira que seria colocada posteriormente no
sistema.
Em um filtro de gaze, com uma palheta de madeira, espalhou-se um pouco de fezes
formadas, com cuidado para que fragmentos não ultrapassassem o filtro. Em seguida, este
filtro foi fixado em uma peneira, e o funil preparado foi completado com água até que ela
encostasse no fundo da peneira, sem que as fezes fiquem submersas.
Após aproximadamente 15 minutos uma alíquota de água foi coletada em um vidro
de relógio, embora o procedimento padrão indique que o tempo desejável para este método
esteja entre 1h e 1:30h.

4. Discussão

Devido ao termotropismo positivo apresentado pelas larvas de Strongyloides


stercoralis, é possível que caso a amostra coletada fosse observada em lupa, observássemos
larvas de Strongyloides stercoralis, indicando assim um resultado positivo para o teste, ou
seja, o doador é portador do parasito em questão. Tal fato ocorre, pois, ao entrar em contato
com a água aquecida, as larvas de Strongyloides stercoralis presentes na amostra fecal,
tendem a seguir para esta, já que esta apresenta uma maior temperatura em comparação
com a temperatura da região em que a larva se encontra, sendo assim, a larva acaba por ser
coletada junto à água, devido á gravidade.
Apesar de não observarmos a possível presença de larvas na amostra coletada
através da lupa, observamos a praticidade e a eficiência do método em questão, onde a
partir de poucas etapas é possível se obter uma eficiente análise coprológica específica para
Strongyloides stercoralis.

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