APR
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MONOGRAFIA DE ESPECIALIZAÇÃO
CURITIBA
2015
KARLA CRISTINA DUARTE PEREIRA
CURITIBA
2015
KARLA CRISTINA DUARTE PEREIRA
Monografia aprovada como requisito parcial para obtenção do título de Especialista no Curso
de Pós-Graduação em Engenharia de Segurança do Trabalho, Universidade Tecnológica
Federal do Paraná – UTFPR, pela comissão formada pelos professores:
Banca:
_____________________________________________
Prof. Dr. Rodrigo Eduardo Catai
Departamento Acadêmico de Construção Civil, UTFPR – Câmpus Curitiba.
________________________________________
Prof. Dr. Adalberto Matoski
Departamento Acadêmico de Construção Civil, UTFPR – Câmpus Curitiba.
_______________________________________
Prof. M.Eng. Massayuki Mário Hara (orientador)
Departamento Acadêmico de Construção Civil, UTFPR – Câmpus Curitiba.
Curitiba
2015
This thesis intended to analyze the risks involved in the activities of installation of
plasterboard ceilings; installation of drywalls walls; settlement of ceramic tiles; painting of
walls and ceilings and installation of can lights through the application of the preliminary risk
analysis (PRA) methodology. This study began after analyzing the construction scenario over
the past years, in which a growing demand for those services raised the need of professionals
from the field. Most of those workers are not skilled or prepared for the service and therefore
not unprepared or unaware of safety procedures while working. To complete de research,
those workers routine and operation steps were observed, services were analyzed and the
whole process involving the activity. Schedules were adapted to the company´s scenario to
able identify the preliminary risks and apply the preliminary risk analysis (PRA) methodology
afterwards. It´s noticeable that there isn´t one excellent method for risk and danger analysis,
it´s up to each professional to select and combine the available tools to do so. The PRA
schedule, among all the other existing methods, shows and easy and effective tool to help
detecting and preventing risks, it provides a general and coherent diagnosis and provides
measures to enhance safety during the activity. It´s also important to change the company
safety culture itself, workers and leaders need to comprehend the existing risks of their
working environment and how important the work of a Safety Engineer is on controlling,
preventing and minoring accidents.
1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 8
3 METODOLOGIA .................................................................................................... 29
5 CONCLUSÕES ........................................................................................................ 67
REFERÊNCIAS .............................................................................................................. 69
8
1 INTRODUÇÃO
Com o objetivo de garantir que as operações laborais, nas mais diversas atividades de
transformação e produção econômicas, ocorram de forma segura, a Engenharia de Segurança
tem como meta prevenir acidentes e incidentes, evitando perdas e prejuízos, pessoais e
materiais, respectivamente.
1.1 OBJETIVO
1.1.1 Objetivo Geral
1.2 JUSTIFICATIVA
Conforme observa Piza (N/E pag.9), um dos grandes desafios e maiores dificuldades
para os profissionais que se dedicam à atividade de prevenção é:
“...convencer as partes envolvidas nas relações
capital x trabalho que prevenção de acidentes e doenças
no trabalho é mais que um investimento: é uma
economia real que interfere diretamente na
produtividade, qualidade do produto e viabilização da
empresa dentro do mercado.”
pela segurança no trabalho deve ser capaz de identificar os riscos aos quais os trabalhadores
estão ou estarão expostos, aliando os conhecimentos técnicos inerentes à sua função, para
assim poder propor as técnicas mais adequadas na identificação e prevenção dos riscos
presentes na fase operacional.
A partir deste cenário, foi proposto o presente trabalho, o qual contempla um estudo
sobre os riscos inerentes a cinco atividades da construção civil, assim como a apresentação da
pesquisa das principais ferramentas utilizadas para a análise de riscos, destacando a Análise
Preliminar de Riscos – APR, a qual será utilizada e indicada para o diagnóstico e para a
prevenção dos riscos identificados.
Este estudo visa ser referência para outros trabalhos de gerenciamento e análise de riscos
na construção civil, mostrando que existem riscos inerentes nas atividades mais “básicas” do
setor, e que através da utilização da ferramenta APR e por sua simples aplicação, é fácil
identificá-los e preveni-los.
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2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1 TRABALHO
Além de ser visto como um meio de sustento do homem e de sua família, o trabalho
pode ser considerado também com um importante meio de satisfação pessoal. Através dele é
possível ao homem expressar sua criatividade, exercitar seu potencial analítico e formular
pensamentos, dando assim significado para o cotidiano das atividades que realiza. O trabalho
provoca também a interação social, o desenvolvimento de hábitos e a busca por novos
conhecimentos que visam atender as necessidades da sociedade, sendo elemento fundamental
para sua crescente evolução. (BARBOSA FILHO, 2008 p.52)
Porém, Rodrigues et al. (2011 p.36) ainda observa que é recomendável adotar também
outra conceituação para o evento, com foco prevencionista, que considere não somente os
casos cobertos pela legislação, mas que também englobe todas as ocorrências inesperadas e
indesejáveis que interrompam a rotina normal de trabalho, passíveis de perdas pessoais,
materiais ou pelo menos de tempo, como acidente de trabalho. Ele explica também que o
acidente de trabalho se inicia quando durante o processo de trabalho algum elemento
apresentando uma disfunção, deixando de funcionar conforme o planejamento.
Norman (2006 p.8) assegura que a maior parte dos acidentes são derivados de falha
humana, e explica que este erro, em todos os casos, se apresentou como consequência da má
qualidade do design. Ou seja, decorrentes de concepções inadequadas de objetos e de
ambientes que aumentam a probabilidade da ocorrência de falhas e de acidentes.
Sendo assim, conforme Barbosa Filho (2008, pag.177) explica, são diversas as
variáveis que nos expõem a situações que podem causar danos a nossa integridade e a nossa
saúde, como por exemplo, o ambiente, as ferramentas, as máquinas e as posturas assumidas
no dia a dia.
13
Mas a concretização desses danos pode ser evitada à medida que podemos estimar as
chances de ocorrência desses danos através medidas ou estratégias de ação que objetivam
minorar e até eliminar seu acontecimento. Como ponto de partida deverá ser feita a
identificação de toda e qualquer possibilidade de risco à que o trabalhador e processo de
trabalho estão submetidos objetivando posteriormente a adoção dos métodos mais adequados
na prevenção destes acidentes.
Piza (s/d p.85) explica que, a palavra perigo, do inglês danger, representa uma posição
relativa a um risco, que propicia a ocorrência do acidente.
Conforme Barbosa Filho (2001), o perigo é o potencial que um componente do
trabalho (materiais, equipamentos, métodos e práticas), tem para causar acidentes. Já a
palavra risco é definida pelo mesmo autor como a uma possibilidade de perigo que ameaça
pessoas ou a coisa, mas que mesmo incerto, pode ser previsto.
Para Piza (s/d p.85) risco pode ser definido como as condições de um componente de
trabalho com capacidade para gerar danos. Por danos entende-se a ocorrência de prejuízos a
equipamentos ou estruturas, lesões a pessoas, desperdícios de materiais, também a diminuição
no desempenho de uma função.
Ainda segundo Pizza (s/d p.85) diversos autores explicam também que mesmo apesar
de um risco se mostrar presenta, ele pode apresentar reduzido nível de perigo se precauções
forem tomadas. Sendo assim, se faz necessária a análise das atividades para que ocorra o
levantamento dos perigos e posterior identificação de riscos para o gerenciamento dos
mesmos na execução das atividades, visando assim à eliminação ou minoração dos acidentes
e doenças decorrentes do trabalho.
O conceito de risco pode ser visto sob duas dimensões, o prisma quantitativo, o qual
permite levantar e analisar a possibilidade de ocorrência de um acidente, como também pode
ser avaliado sob o aspecto qualitativo, que indica qual o perigo gerado pela disfunção. Não é
possível dizer que existe uma única forma de classificar os riscos do trabalho, pois os riscos
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podem e devem ser analisados considerando as mais diversas variáveis de acordo com a
atividade a ser executada. Apesar da NR10 Classificar os riscos em Risco Ambiental, Risco
Físico e Risco Biológico, é recomendável levar em consideração outras classificações de
riscos, que podem ser avaliados de acordo com cada atividade a ser exercida, mesmo que não
sejam legalmente reconhecidos, como por exemplo, Riscos Químicos e Riscos Ergonômicos.
(RODRIGUES et al. 2011 p.37)
Para que possamos identificar os riscos das atividades, deve-se conhecer o que as
normas regulamentadoras determinam como responsabilidades, direitos e deveres de
empresas e trabalhadores. (PIZA, s/d p32.)
Riscos físicos são causados por agentes que atuam com a transmissão de energia sobre
o organismo, à medida que a quantidade e sua velocidade aumentam maiores são os danos
causados à saúde. (FERNANDES, 2006, pag.8)
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São causados por organismos vivos conhecidos como patogênicos. Estes organismos
tem a capacidade de causar doenças no corpo humano. Bactérias, fungos, helmintos,
protozoários, vírus, entre outros são alguns exemplos destes patogênicos explica Barbosa
(2008 p.54.).
Para Fernandes (2006 p.8) os riscos ergonômicos fazem relação com a ausência de
conforto, de segurança e de eficácia em uma atividade. Eles são ocasionados pela falta de
adaptação do posto ou ambiente de trabalho com relação ao trabalhador que nele atua.
Caracterizam-se pela ação em pontos específicos do ambiente e agem sobre quem esta
exercendo a atividade, em geral provocando lesões crônicas e que podem ter origem
psicofisiológia, explica Rodrigues et al (2011 p.39).
Barbosa (2013, pag.54) diz que “os riscos ergonômicos podem assumir uma variada
gama de particularidades, indo desde inadequações antropométricas...até discussões acerca da
prescrição de tarefas e das informações fornecidas para seu cumprimento...”. Para a prevenção
deste tipo de risco, deve ser feita entre outros, a análise da jornada de trabalho observando as
exigências individuais de cada trabalhado, levando em consideração adequações com
mobiliários, condições de conforto de vestimentas e calçados, rotinas de trabalho, posturas
viciosas, adaptando o posto e meio de trabalho ao executor da tarefa. Esses entre outros
fatores levam a crer que a investigação ergonômica deve ir além do que estabelece o conteúdo
da NR-17. (BARBOSA, 2008 p.54)
Para Rodrigues (2011 p.38), agentes que alteram a composição química do meio
ambiente e que são capazes de atingir pessoas, mesmo que não estejam em contato direto com
a fonte provocando lesões mediatas ou doenças, são caracterizados como riscos químicos.
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Geralmente são invisíveis a olho nu, e são liberados do lento efeito de processos
naturais espontâneos como a diminuição de oxigênio, aumento do gás metano e nitrogênio,
em processos de decomposição de matéria orgânica em decomposição (PICKLER, 2013 apud
DE CICCO e FANTAZINN, 1994).
Os riscos químicos são constituídos pelas poeiras, fumaças, gases, vapores, e
aerodispersóides (FERNANDES, 2006 p.8)
As principais vias de penetração dessas substâncias no organismo humano são a pele e
os aparelhos respiratório e digestório (RODRIGUES et al. 2011).
Dentro os citados acima, outros importantes métodos de avaliação de riscos para Lima et
al (2011) são:
A FMEA permite analisar de quais maneiras podem ocorrer falhas nos componentes
de um equipamento ou sistema. Através deste método é possível classificar as taxas de falha,
determinar os efeitos das falhas e determinar quais mudanças devem ser feitas para melhorar a
segurança e proporcionar funcionamento mais satisfatório do equipamento, deixando processo
com maior confiabilidade. (LIMA et al, 2011)
Lima et al. (2011) explica que a AAF pode ser aplicada por alguns passos apresentados
abaixo:
Segundo Moraes (2010), a APR é uma técnica estruturada voltada para a identificação
dos perigos presentes em uma Organização, com efeitos indesejáveis e pode ser aplicada em
instalações na fase inicial de obra, nas etapas de projeto ou mesmo em unidades em operação.
Conforme explicam De Cicco e Fantazzini (1982), a ferramenta APR também pode ser
utilizada como um instrumento de revisão geral de segurança em sistemas operacionais,
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delatando aspectos que podem acabar passando sem ser percebidos; em instalações existentes
de grandes dimensões; e, quando não se deseja utilizar de técnicas complexas para a
priorização de riscos. Sua analise é normalmente qualitativa, podendo também ser utilizada
em cenários de acidentes onde serão empregados estudos de análise quantitativa na obtenção
de índices de risco.
A 1ª Forma prevê a aplicação da seguinte tabela, a qual deve ser preenchida de acordo
com os dados da analise e classificada de acordo com o Quadro 02. (FARIA, 2011)
Para a 2ª Forma de análise, a tabela acontece de forma diferenciada e mais completa, para
esta serão necessários analisar três quadros. (FARIA, 2011)
NÍVELDE SEVERIDADE
GRAU EFEITO DESCRIÇÃO AFASTAMENTO
Não há retorno à
05 Catastrófico Morte ou invalidez permanente.
atividade laboral.
A partir da aplicação deste método, onde são levantados de forma mais detalhada os
riscos levantando sua classificação quanto à severidade, probabilidades de ocorrência e
índices de risco, parte-se para a elaboração de recomendações específicas a cada atividade, as
quais visam garantir que a execução das tarefas ocorra de forma segura.
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3 METODOLOGIA
A APR, por ser uma ferramenta de análise preliminar de caráter inicial e de origem
qualitativa, de torna-se ideal aplicação neste estudo. Seu escopo é básico e de fácil aplicação
funcionado muito bem na revisão geral de segurança em sistemas operacionais.
Foram feitas visitas in loco para acompanhar os serviços envolvidos na execução de obras
da construção civil. Assim selecionaram-se cinco atividades usualmente envolvidas em uma
obra de reforma ou personalização de um imóvel.
Através de visitas à obra para observação da rotina de trabalho dos profissionais do ramo
e também com a ajuda de referencias bibliográficas coletadas, foi feita a analise dos serviços e
das operações envolvidas no processo de execução de cada um dos trabalhos.
Feito isto, foi possível a identificação dos riscos preliminares existentes em cada
atividade e posteriormente a aplicação da Análise Preliminar de Riscos – APR.
Não foram apresentados formulários para preenchimento, nem foram utilizadas perguntas
pré-formuladas durante a observação dos serviços. As questões eram formuladas, através de
conversa, esta escolha foi feita para deixar os trabalhadores mais à vontade e para que as
respostas não fossem influenciadas.
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
4.1 DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES AVALIADAS
4.1.1 Instalação de forro de gesso em placas
Forros de gesso são utilizados atualmente em grande escala, tanto em edificações de uso
residencial ou comercial. Seu uso além de caráter estético, pois é utilizado para criar desenhos
e detalhes diferenciados no forro com uso também de iluminação, permite ocultar instalações
diversas que necessitam ficar presas ao teto.
Para a marcação na laje do local onde são feitos os furos para pendurar as placas, alguns
profissionais optam por “tiros” na laje com buchas expansivas. Em casos onde a laje é maciça
ou acabada para a fixação das placas executam-se furos feitos por furadeira convencional com
a colocação de bucha e gancho parafusável. No caso da obra visitada, a laje era pré-moldada e
com o tijolo aparente, neste caso optou-se por executar 02 pequenos furos nos tijolos,
utilizando uma talhadeira.
Feitas essas verificações, são executadas demarcações nas paredes. Criando assim
referências de nível e de alinhamento para as placas, levando em consideração sempre a cota
de nível do piso pronto e tomando como base a cota do nível do forro (face inferior).
A marcação do nível do forro nas paredes da obra acompanhada foi feita através do uso
de mangueira de nível e linha de bater. Linhas de nylon foram esticadas, ao longo das
carreiras de gesso, e fixadas de uma parede à outra. Alguns profissionais fazem uso do nível a
laser para esta função.
Furação das placas de gesso. A primeira fiada deve receber mais apoios, para garantir
estabilidade de nível, fazem-se então quatro duplas de furos, utilizando a espátula, sendo uma
em cada canto da placa. As demais placas apoiam-se nas anteriores pelo encaixe macho e
fêmea, recebendo apenas uma dupla de furos em cada uma delas. Entre os furos, faz-se um
sulco utilizando o serrote, que alojará o arame de fixação, sendo depois recoberto com gesso.
Para fixação das placas, arames galvanizados são cortados com alicate e passados nos
furos da laje e pelos orifícios feitos nas placas de gesso. Ele é enrolando entre si próprio até
obter o nível desejado para a placa.
A união entre as placas foi feita por uma mistura com pó de gesso, água e fibra de sisal.
Essa pasta é passada nas emendas da parte superior das placas, conseguindo-se assim a união
delas. Isso ocorre por toda a extensão do forro.
Nas emendas da parte inferior das placas, foi empregada pasta de gesso ou gesso de
fundição, cobrindo-se juntas e sulcos. Após a secagem, é feita a lixação e então é aplicada a
pintura.
O recorte de placas, quando houve necessidade, foi feito com a utilização de lápis, régua
e cortado com o serrote.
Materiais utilizados: chapa de gesso, tirante, buchas de sisal, gesso de fundição e água.
Ferramentas utilizadas: pinos de fixação, balde para água, bacia de preparo, régua de
alumínio, martelo, desempenadeira de aço, espátula, talhadeira, serrote, linha de nylon, linha
de bater, trena, lápis de carpinteiro, nível de mangueira, cavaletes.
Uma tendência cada vez mais comum nos novos empreendimentos imobiliários é a
utilização do drywall em paredes e também em forros. Este sistema industrializado é
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Apesar de parecerem frágeis, as chapas de gesso acartonado, que possuem os dois versos
de cartão e o recheio de gesso aditivado, são resistentes. O pó de gesso é a rocha gypsita
desidratada, e esta quando em contato com a água vira pedra novamente.
Para a sustentação de prateleiras o para que a parede receba cargas pesadas, o sistema
prevê a utilização de acessórios apropriados e reforços nas chapas, sempre colocados por um
profissional capacitado.
O tamanho padrão das chapas é de 1,2 m x 2,4 m. Algumas empresas oferecem chapas
com tamanhos especiais que vão de 3 até 3,5 m de largura. A espessura convencional do
drywall é de 1,5 cm a 1,2 cm. Os perfis estruturais ou chamados montantes têm espessuras de
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48, 70 ou 90 mm. Para as paredes que vão receber cargas pode ser feito reforço com madeira
tratada ou com chapa de aço galvanizada.
Com todas as informações coletadas sobre a utilização do material, foi possível levantar
em obra quais os materiais componentes do sistema, as ferramentas que são utilizadas e o
método de execução, avaliando-se assim os riscos envolvidos na montagem.
Para melhor desempenho acústico, a banda acústica, que é uma fita de espuma, é colada
em todo o perímetro da estrutura de paredes, nas guias. Ela serve para absorver vibrações e
compensar as irregularidades da superfície e fazer com que fique perfeitamente vedado o
contato entre os perfis estruturais e superfície de contato (lajes, pilares ou vigas).
Assim que fixadas as guias, parte-se para a fixação dos montantes. O início da colocação
se dá pelos cantos das paredes e a paginação a ser respeitada é de 60 cm entre os perfis. Esse
intervalo é indicado para garantir a resistência das paredes, podendo ser menor se necessário,
mas sempre observando a largura das chapas para a fixação. Para prender os montantes nas
guias, podem-se utilizar parafusos metal-metal ou alicate prendedor de perfil, os profissionais
observados utilizam a primeira opção.
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Pode haver a necessidade de emendar perfis, esta emenda pode ser feita de maneiras
diferentes. No caso da obra, o profissional optou por fazer a emenda com transpasse entre dois
perfis, sobrepondo os perfis e fazendo um transpasse de aproximadamente 30cm entre eles e
utilizando dois parafusos metal-metal em cada lado.
Para uma boa fixação do batente das portas, que garantam a firmeza e estabilidade da
porta são utilizados montantes duplos e a guia é dobrada na parte inferior do perfil
transpassando em pelo menos 20cm o comprimento do montante, sendo então parafusadas
com a parafusadeira. A travessa superior, que limita a altura da porta recebe acima dela
montantes auxiliares para reforço.
Na instalação de um sistema de paredes com uma chapa de cada lado, como observado na
obra, as juntas de uma face devem ser desencontradas com relação à junta da outra face. No
caso de vãos de portas e janelas, as juntas das chapas devem ser desencontradas do
alinhamento das esquadrias para evitar fissuras
Para o corte da chapa de drywall, utiliza-se uma régua, lápis e estilete, marca-se a medida
exata, vinca e pressiona a peça até que ela quebre. Posteriormente utiliza-se o raspador
manual ou plaina de superfície e lixa, assim são retiradas as rebarbas para o perfeito
alinhamento e acabamento das placas na instalação.
Para fixação das chapas, posicionam-se as peças na vertical, apoiando-as nos montantes e
deixando uma folga de 01 cm junto ao piso. Em seguida é feito o aparafusamento da chapa
em todo o seu contorno com distanciamento entre 25 a 30cm.
Antes da chegada do porcelanato ao mercado nos anos 90, eram os azulejos que
dominavam o mercado dos revestimentos. Com a introdução do novo revestimento no
mercado, o qual se apresentou como um material nobre, resistente e de custo relativamente
baixo quando comparado ao granito e mármore, o mercado dos revestimentos foi remodelado
dando a esse grande fatia no mercado.
Por se tratar de ambientes internos, a Argamassa para Porcelanato Interna foi o tipo
utilizado. O preparo da argamassa é feito em uma bacia de aplicação onde a água é adicionada
à massa e misturada, com ajuda de uma ferramenta conhecida por misturador, até obter uma
massa uniforme.
Na sequência as peças são aplicadas e movimentadas até encaixarem nos espaçadores até
se fixarem na posição correta. Um martelo de borracha é utilizado para que a peça assente
completamente sobre a argamassa. Excessos da massa são retirados com uma colher de
pedreiro. Para o perfeito nivelamento do porcelanato 120x60, foram utilizados clipes e cunhas
e um nível de bolha.
As peças que necessitam recorte são medidas com a ajuda da trena e marcadas a lápis
para serem cotadas. A máquina de corte utilizada foi a ZAP 200, conforme pode se observar
nas imagens na sequência.
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peça cortada. A mesa possui uma mangueira que joga água na cerâmica para diminuir a
suspensão de pó durante o corte. Os calçados utilizados são tênis comuns, não havendo
proteção nos pés no caso da queda das peças. Não é utilizado luva, óculos ou qualquer outro
elemento para proteção do trabalhador durante o manuseio da máquina.
Durante o processo de instalação, a superfície das peças é limpa com uma esponja, até a
remoção de todo o resíduo de argamassa. Após a secagem da argamassa, que descansou de
um adia para o outro, finalmente, o rejunte é aplicado com auxílio de uma espátula, um balde
de água e uma esponja. À medida que o rejunte vai sendo aplicado na junta dos porcelanatos e
por trechos, para não secar antes do desejado, passa-se a esponja molhada para retirar os
excessos e limpar bem as peças, procede-se desta maneira até finalizar a aplicação em todo o
ambiente. A profissional fica posicionada em seus joelhos durante todo o trabalho, e para
maior conforto utiliza joelheiras.
As ferramentas utilizadas fora, nível de bolha, lápis, trena de pedreiro, espátula, colher de
pedreiro, desempenadeira de aço, martelo de borracha, misturador, esponja, balde, espaçador,
clipes e cunha. Materiais utilizados, porcelanato, argamassa para porcelanato interno, rejunte
e água. EPI´s usados foram as joelheiras.
Além de sua importância decorativa, estudiosos explicam que a pintura com diferentes
cores influenciam o nosso estado de espírito, inconscientemente, sendo capazes de possível
diferentes sensações, reações e sentimentos.
O processo de pintura de uma parede deve levar em consideração alguns passos que
influenciam no resultado final do trabalho, levando em consideração se a pintura será em
ambiente externo ou interno e o tipo de acabamento desejado.
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No caso da obra visitada, mesmo as paredes e forro sendo novos, observou-se que
sofreram intervenções pela alteração de pontos de elétrica e no projeto de paginação do forro
em drywall. Estas acabaram acarretando na necessidade da aplicação de uma camada de
argamassa nas paredes, e de duas demãos no forro, para regularizar as imperfeições existentes
e as marcas das fitas das placas em drywall.
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Após a secagem da massa, forros e paredes são lixados, ficando com a superfície lisa.
Durante o processo de emassamento e lixamento, não é observada a utilização de EPI´s por
parte dos trabalhadores.
Antes de iniciar a pintura de paredes de forro, as superfícies são limpas com pano úmido
para evitar surgimento de manchas ou de “caroços”, e é aguardada a secagem das paredes.
parede como todo. Após 03 (três) horas, é aplicada a segunda demão de tinta e posteriormente
uma última aplicação de massa em imperfeições pontuais, lixamento e terceira demão para a
cobertura completa da parede. Pincéis e trinchas são usados para recortes e acabamentos.
As ferramentas utilizadas foram rolo de lã, pincel de 2 polegadas, trincha, caçamba para
tinta, bandeja para tinta, misturador de tinta ou uma ripa quadrada de madeira escada e um
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extensor de rolo.Os materiais utilizados foram tinta, fundo preparador, massa regularizadora,
solvente, lixa de parede 220, fita crepe de 50 mm x 50m (grossa), pano para limpeza, lona
preta para proteção piso e paredes. Não foram utilizados EPI´s.
Depois de mapeado o forro com a localização das luminárias, parte-se para o recorte das
placas. Deve-se observar a especificação da luminária, que contém o tamanho do nicho (furo
para encaixe da peça) a ser executado. A instalação avaliada neste estudo foi de luminárias
Dicróicas, cujos spots circulares permitem que os recortes no forro sejam feitos com o uso de
uma ferramenta chamada Serra Copo. Em casos de peças maiores, com o auxílio de um
compasso é possível fazer o desenho circular no forro para posteriormente efetuar o recorte
com o auxílio de uma serrinha tico-tico pequena.
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O recorte do forro produz bastante pó. Não se observa a utilização de nenhum EPI
(equipamento de proteção individual) que previna olhos ou a inalação do resíduo.Feito o furo
para o encaixe da luminária, parafusa-se o acabamento para o forro, que vem junto à
luminária, e parte-se para a conexão dos fios, neutro e fase. Os interruptores são desligados
para a não passagem de energia, porém o disjuntor ainda ficou ligado.
Os fios, neutro e fase têm suas extremidades desencapadas, com o auxílio de um alicate, e
prontas para serem engatados no spot de luminária dicróica. Conecta-se um fio primeiro e o
outro na sequência, e com a ajuda de uma chave de fenda parafusa-se o suporte que segura o
fio preso ao spot. A luminária está pronta e pode ser encaixada no forro, o procedimento
repete-se em todas as luminárias do ambiente.
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SEVERIDADE DO ACIDENTE
GRAU EFEITO DESCRIÇÃO AFASTAMENTO
Acidentes que não provocam lesões corporais que
proporcionem dificuldades motoras ou Não há necessidade
1 leve
perturbação funcional (batidas leves, arranhões, de afastamento.
choques leves).
Acidentes com afastamento e lesões que
Necessário
provocam dificuldades motoras ou perturbação
2 moderado afastamento, entre
funcional (cortes medianos, alergias fortes,
01 a 30 dias.
torções leves).
Acidentes com afastamentos e lesões Necessário
3 grande incapacitantes, sem perdas de substâncias ou afastamento, entre
membros (fraturas, cortes profundos) 31 a 60 dias.
Acidentes com afastamentos e lesões Necessário
4 severo incapacitantes, com perdas membros (perda de afastamento, entre
parte do dedo, choques de intensidade média). 61 a 90 dias.
Não há possibilidade
Invalidez permanente, incapacitação física a longo de retorno laboral,
5 catastrófico
prazo ou morte. prejuízos à
longevidade.
As tabelas acima são tidas como referência para a avaliação dos riscos, frequência,
severidade e grau de prioridade na adoção de ações. Sua implementação permite que medidas
sejam tomadas para que a severidade dos riscos seja atenuada ou extinta. Pode-se observar na
sequência do estudo e aplicação da ferramenta que, quanto maior for a probabilidade de
ocorrência e a severidade do dano, maior será o risco e mais urgente será a necessidade da
tomada e medidas de correção ou de detecção do erro.
Pode-se dizer que para avaliar a ocorrência de um risco, deve-se pensar da seguinte
maneira:
É importante ressaltar que as planilhas são modelos de referência e que podem e devem
ser adaptados à realidade e severidade das atividades executadas pela empresa ou profissional
em estudo. Sendo assim o resultado do gerenciamento de riscos fica sujeito à determinação
dos níveis de tolerância e aceitabilidade definidos pela empresa ou profissional responsável
pela análise, os quais determinam quais seriam os aceitáveis ou inaceitáveis.
dirigidos individualmente, sem colaboração dos demais setores da engenharia. Para a análise
ser a mais fiel possível, levando em consideração todas as possibilidades de riscos
provenientes das práticas profissionais, foi feito um trabalho de observação de cada serviço à
medida que era executado pelas equipes de trabalhadores. Filmagens, questionamentos e
anotações foram realizados visando à elucidação de dúvidas e a explanação mais detalhada
sobre os processos.
A quantificação dos riscos, à medida que enumera a intensidade dos danos, nos direciona
para a adoção de medidas de prevenção de acidentes ou de correção de erros, nos fornecendo
diversas probabilidades de melhora no processo. A abrangência dos riscos deve incluir todas
as possibilidades dentro da operação, inclusive considerar os desvios possíveis dentro do
procedimento padrão de execução.
Nas tabelas 05, 06, 07, 08 e 09, apresentam-se as APR´s (Análise Preliminar de Risco)
realizadas para cada uma das atividades avaliadas em campo. Estas visam à implementação de
estratégias de controle e prevenção, através de uma gama de ações para o gerenciamento de
riscos, as quais podem proporcionar diversas mudanças nos processos construtivos
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A prevenção dos danos provenientes desta operação pode ser feita através da utilização
de EPI´s bem como através do planejamento de execução da atividade, onde o simples
revezamento de funções e do tempo de permanência de execução já garantem maior conforto
ao trabalhador.
Por envolver a utilização de escada, no caso da instalação das luminárias da obra objeto
de estudo, é eminente o risco de queda de funcionários, de objetos e de lesões posturais. Com
o objetivo de prevenir tais ocorrências, medidas como cuidados com a manutenção e fixação
das escadas, a utilização de suportes ou apoios para ferramentas e revezamentos de funções e
alongamentos posturais devem ser incluídas nos procedimentos da atividade.
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5 CONCLUSÕES
Através da avaliação das atividades selecionadas, fica evidenciado que muitos dos
funcionários desconhecem as normas de segurança e os corretos procedimentos para
realização dos processos de trabalho de forma adequada. De acordo coma NR4 e a
classificação da empresa no CNAE quanto ao risco e número de funcionários, não há
necessidade da composição de um SESMT ficando os cuidados com o cumprimento das
normas a cargo dos gestores da empresa. O carácter das atividades exercidas,
predominantemente de obras de menor porte, residenciais e principalmente em áreas internas
é outro agravante no não cumprimento de normas de segurança, pois a fiscalização
dificilmente ocorre.
Tal fato destaca a importância de uma metodologia que possa ser facilmente adaptada nas
empresas e que possibilite aos profissionais da área de segurança ou gestores encarregados
destes cuidados, avaliar e controlar os riscos identificados no ambiente trabalho. A ferramenta
APR, se mostra uma maneira simples, eficiente e de fácil aplicação na identificação e controle
de riscos.
Após a utilização da técnica de APR identificou-se que os riscos de maior incidência são:
cortes nas mãos, lesões posturais, queda de materiais e de funcionários. Sendo também
identificados outros fatores de risco de elevada relevância como: lesões oculares, inalação de
resíduos, choques elétricos, esmagamentos, alergias e dermatoses, esmagamentos e
tombamentos de equipamentos. Para estes riscos detectados, foram sugeridas algumas
medidas para controle e prevenção coletiva, como manutenção preventiva de equipamentos,
divisão e revezamentos de tarefas, paradas para descanso e alongamento, bem como o uso de
equipamentos de proteção individual (EPI), como as botas de borracha, capacete, óculos de
proteção, luvas, protetores auriculares, joelheiras, entre outros.
REFERÊNCIAS
GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 4.ed. São Paulo: Atlas,
2008.