Máquinas Térmicas
Máquinas Térmicas
Máquinas Térmicas
O trabalho pode ser definido a partir das trocas de calor: Wt=Q1-Q2. Onde Q1 e Q2 são
respectivamente o calor cedido da fonte quente e o calor recebido pela fonte fria.
Máquinas térmicas podem ser caracterizadas pela sua potência específica, que é
normalmente dada em quilowatts (kW) ou em cavalo vapor (cv). Essa característica oferece
uma aproximação da saída de pico de potência de um motor. Isto não deve ser confundido
com a eficiência de combustível, uma vez que a eficiência é elevada, muitas vezes requer uma
relação de ar-combustível pobre, e, portanto, menor quantidade de potência.
Máquinas frigoríficas
Em uma máquina térmica, a fonte quente e a fonte fria são sistemas que trocam calor sem
que suas temperaturas variem, em pequenos intervalos de tempos. Já nas máquinas
frigoríficas (ou bombas de calor), o fluido de trabalho é submetido a um ciclo de sentido anti-
horário, dessa forma ele retira certa quantidade de calor (Q2) da fonte fria; e cede calor (Q1)
para a fonte quente. Sabemos que essa passagem de calor da fonte fria para a fonte quente
não é espontânea, pois ela é realizada através de um trabalho externo. Sendo assim, não viola
o enunciado de Clausius da segunda lei da termodinâmica, que diz que é impossível construir
um dispositivo que, operando em um ciclo termodinâmico, converta totalmente o calor
recebido em trabalho. A geladeira é um exemplo de máquina frigorífica, onde estamos
interessados no calor dissipado, e não no trabalho realizado.
Ciclo de Carnot
Até meados do século XIX, acreditava-se ser possível a construção de uma máquina térmica
ideal, que seria capaz de transformar toda a energia fornecida em trabalho, obtendo um
rendimento total (100%).
Para demonstrar que não seria possível, o engenheiro francês Nicolas Carnot (1796-1832)
propôs uma máquina térmica teórica que se comportava como uma máquina de rendimento
total, estabelecendo um ciclo de rendimento máximo, que mais tarde passou a ser chamado
Ciclo de Carnot.
Logo:
Sendo:
Com isto se conclui que para que haja 100% de rendimento, todo o calor vindo da fonte de
aquecimento deverá ser transformado em trabalho, pois a temperatura absoluta da fonte de
resfriamento deverá ser 0K.
Partindo daí conclui-se que o zero absoluto não é possível para um sistema físico.
Ciclo de Otto
Recebe o nome de ciclo de Otto, o ciclo termodinâmico que representa o funcionamento
de motores de combustão interna, popularmente conhecidos como motores a explosão. O
ciclo foi definido e patenteado pelo engenheiro francês Beaus de Rochas, porém, o engenheiro
alemão Nikolaus August Otto o implementou, sendo o primeiro a construir um motor com
base nesse ciclo.
Admissão isobárica
Compressão adiabática
Expansão adiabática
Exaustão isobárica
Motores de automóveis movidos a gasolina, álcool ou gás natural operam com base no
ciclo de Otto. Esse tipo de motor também é chamado de motor de quatro tempos uma vez que
ocorre num ciclo de 4 etapas: admissão, compressão, expansão e exaustão.
1º - Admissão: nessa primeira fase, a válvula de admissão (entrada) está aberta e a válvula
de escape (saída) permanece fechada. O pistão se move de forma a aumentar o volume da
câmara de combustão, e a mistura de combustível com o ar entra no cilindro sob pressão
praticamente constante. Assim, diz-se que na fase de admissão ocorreu uma transformação
isobárica, ou seja, transformação sob pressão constante.
4º - Exaustão: por fim, no momento em que o pistão chega à posição de maior volume do
cilindro, a válvula de escape se abre e a de admissão continua fechada. Isso faz com que o gás
quente seja expulso da câmara de combustão, resfriando o sistema. Depois de ocorrer o
resfriamento, o pistão se movimenta no sentido de diminuir o volume da câmara de
combustão, conduzindo os resíduos da explosão para fora, que serão liberados pelo
escapamento.
Assim que os gases são expulsos, o motor retorna à sua condição inicial, de forma que o
ciclo se reinicie.
Ciclo de Diesel
Rudolf Diesel patenteou um motor à combustão de elevada eficiência, demonstrando em
1900, um motor movido a óleo de amendoim, cuja tecnologia leva seu nome até hoje.
Esse ciclo é essencialmente caracterizado pela combustão ser causada pela compressão da
mistura ar + combustível. O ar é admitido pela câmara no primeiro ciclo entrando na câmara.
No segundo ciclo, o pistão faz a compressão dessa massa de ar e a término da compressão,
injeta-se combustível sob pressão no interior da câmara. Dada as altas temperatura e pressão
no interior da câmara, a mistura sofre a explosão ao final do ciclo. A expansão do gás originário
dessa explosão expande-se originando o terceiro ciclo. Finalmente o gás de resíduos da
combustão é liberado pelas válvulas, quando então, reinicia-se o processo.
De uma forma geral o estado inicial do ciclo de diesel é aquele que promove uma
compressão adiabática e leva a máquina ao próximo estado. Neste estado ocorre uma
transformação isobárica onde a máquina recebe calor. Durante a mudança deste para o
próximo estado, ocorre uma expansão adiabática. Finalmente, ocorre uma transformação
isocórica onde a máquina perde calor e a partir daí, reinicia-se o ciclo.
É importante salientar a diferença dos motores diesel para gasolina sob o aspecto da
combustão: nos motores a gasolina há um dispositivo faiscador (vela) que não há na maioria
dos sistemas diesel. Outro dado é o de que no motor a gasolina o combustível entra na câmara
durante a admissão do ar, o que provoca perdas na taxa de compressão do motor. Já no
sistema diesel, somente o ar é aspirado na admissão e o combustível é injetado quando o
motor atinge máxima compressão do ar ocasionando assim a explosão da mistura.
Entropia
Em termodinâmica, entropia é a medida de desordem das partículas em um sistema físico.
Utiliza-se a letra S para representar esta grandeza.
Comparando este conceito ao cotidiano, podemos pensar que, uma pessoa ao iniciar uma
atividade tem seus objetos organizados, e a medida que ela vai os utilizando e desenvolvendo
suas atividades, seus objetos tendem a ficar cada vez mais desorganizados.
Segundo Rudolf Clausius, que utilizou a ideia de entropia pela primeira vez em 1865, para o
estudo da entropia como grandeza física é mais útil conhecer sua variação do que seu valor
absoluto. Assim, Clausis definiu que a variação de entropia (ΔS) em um sistema como:
Para processos onde as temperaturas absolutas (T) são constantes.
Para o caso onde a temperatura absoluta se altera durante este processo, o cálculo da
variação de entropia envolve cálculo integral, sendo que sua resolução é dada por:
Observando a natureza como um sistema, podemos dizer que o Universo está constantemente
recebendo energia, mas não tem capacidade de cedê-la, concluindo então que a entropia do
Universo está aumentando com o passar do tempo.
=rendimento;
= trabalho convertido através da energia térmica fornecida;