Trabalho de Apf Fisica I
Trabalho de Apf Fisica I
Trabalho de Apf Fisica I
Máquinas Térmicas
Jacareí
29/05/2024
As máquinas térmicas convertem energia térmica em trabalho mecânico através
de ciclos termodinâmicos, transferindo calor de uma fonte quente para uma fonte
fria. O ciclo envolve a compressão de uma substância de trabalho, seu
aquecimento por uma fonte externa, a expansão para realizar trabalho e a
descarga ou resfriamento para reiniciar o ciclo. Exemplos incluem motores de
combustão interna (Ciclo de Otto) e turbinas a vapor. A eficiência dessas
máquinas depende da relação entre o trabalho produzido e o calor fornecido,
com o Ciclo de Carnot definindo a eficiência máxima teórica. Compreender essas
máquinas é essencial para desenvolver tecnologias energéticas mais eficientes
e sustentáveis.
Um dos exemplos mais comuns de máquinas térmicas que utilizam ciclos
termodinâmicos é o Ciclo de Otto, como dito acima. Este ciclo é amplamente
empregado em motores de combustão interna, como os encontrados em
veículos automotores. No Ciclo de Otto, o processo de conversão de energia
térmica em trabalho mecânico é realizado de maneira eficiente, seguindo uma
sequência de etapas bem definidas. O ciclo foi definido e patenteado pelo
engenheiro francês Beaus de Rochas, porém, o engenheiro alemão Nikolaus
August Otto o implementou, sendo o primeiro a construir um motor com base
nesse ciclo.
O ciclo de Otto é composto por quatro etapas reversíveis que ocorrem
internamente.
1. Admissão isobárica
2. Compressão adiabática
3. Expansão adiabática
4. Exaustão isobárica
Os motores de veículos que funcionam com
gasolina, álcool ou gás natural são operados pelo
ciclo de Otto. Esse tipo de motor é conhecido
como motor de quatro tempos, pois acontece em
quatro fases distintas: admissão, compressão,
expansão e exaustão.
Etapa inicial: nesta fase inicial, a admissão, a
entrada de ar (válvula de admissão) estão abertas enquanto a saída de ar
(válvula de escape) permanece fechada. Durante esse processo, o pistão se
desloca para aumentar o espaço dentro da câmara de combustão, permitindo
que a mistura de combustível e ar entre no cilindro sob uma pressão
praticamente estável. Portanto, podemos dizer que, na etapa de admissão,
ocorreu uma mudança isobárica, caracterizada pela condição de pressão
constante.
2º passo - compressão: nesse momento, as válvulas que controlam a entrada e
saída de ar estão fechadas e o pistão se move rapidamente para comprimir a
mistura de combustível. Isso resulta em um aumento de pressão e uma redução
no volume da mistura ao mesmo tempo. Ao final desta etapa, a pressão dentro
do sistema chega a ser aproximadamente 9 vezes maior que a pressão
atmosférica.
3° passo – expansão: durante este estágio, as válvulas de injeção e escape
permanecem fechadas, o êmbolo se desloca para cima e a vela de ignição emite
uma faísca, provocando a explosão da mistura de combustível. A partir dessa
combustão, uma quantidade significativa de energia térmica é liberada e parte
desse calor será transformada em trabalho mecânico. Com o acréscimo de calor,
a pressão no sistema aumenta e o êmbolo é empurrado com força para baixo,
resultando no aumento do volume do cilindro.
4° passo – exaustão: por fim, quando o pistão chega à posição de maior volume
do cilindro, a válvula de escape se abre e a de admissão continua fechada. Isso
faz com que o gás quente seja expulso da câmara de combustão, resfriando o
sistema. Depois de ocorrer o resfriamento, o pistão se movimenta no sentido de
diminuir o volume da câmara de combustão, conduzindo os resíduos da explosão
para fora, que serão liberados pelo escapamento.
Além do Ciclo de Otto, que é aplicado em motores de combustão interna, existe
o Ciclo de Carnot, que é um ciclo teórico fundamental na termodinâmica. O Ciclo
de Carnot estabelece o limite máximo de eficiência que uma máquina térmica
pode alcançar ao operar entre duas temperaturas, uma quente e outra fria. Este
ciclo é composto por quatro processos reversíveis e serve como um padrão de
referência para avaliar a eficiência de todas as outras máquinas térmicas. Foi
descrito e analisado pelo engenheiro francês Sadi Carnot, em 1824, que os
dividiu nas seguintes etapas;
1° etapa — expansão isotérmica: o gás absorve
calor de uma fonte quente, com isso ele dilata e
empurra as paredes do recipiente onde se
encontra, realizando um trabalho, porém sua
temperatura permanece constante.
2° etapa — expansão adiabática: o gás para de
receber calor da fonte quente, com isso sua
energia total é conservada, porém sua pressão,
temperatura e volume são alterados — o
volume continua se expandindo, porém, a
pressão e a temperatura são reduzidas.
3° etapa — compressão isotérmica: o gás é
colocado em contato com o reservatório da
fonte fria, porém sua temperatura é mantida e sua energia interna é reduzida,
logo seu volume é reduzido, porém sua pressão aumenta levemente.
4° etapa — compressão adiabática: nessa última etapa, o gás é afastado da
fonte fria e não há troca de calor, com isso a temperatura aumenta e
consequentemente o volume também, mas como a pressão é reduzida, a
energia interna é conservada.
Mas a grande importância do ciclo de Carnot se deve ao teorema a seguir:
‘’Nenhuma máquina térmica que opere entre uma dada fonte quente e uma dada
fonte fria pode ter rendimento superior ao de uma máquina de Carnot’’
Todas as máquinas de Carnot apresentam o mesmo rendimento, desde que
operem com as mesmas temperaturas. Assim, ele fez a seguinte formula
𝑇1
R=1-
𝑇2
Sendo,
Além do rendimento pelo Ciclo de Carnot, existe também uma fórmula para
calcular os rendimentos de máquinas térmicas reais, onde:
O rendimento (η) de uma máquina térmica é uma medida da eficiência com que
ela converte calor em trabalho. É definido como a razão entre o trabalho útil (W)
e o calor absorvido da fonte quente (𝑄𝐻):
𝑊
𝜂
𝑄𝐻
Podendo chegar na seguinte conclusão, o rendimento de uma máquina térmica
depende do calor fornecido e do trabalho realizado.
Por fim, para ilustrar a aplicação prática dos conceitos discutidos, vamos analisar
alguns exemplos específicos de máquinas térmicas em uso: refrigeradores e
condicionadores de ar, e usinas termoelétricas. Esses exemplos demonstram
como os princípios termodinâmicos são implementados em dispositivos reais,
destacando a importância da eficiência e da otimização no desempenho
cotidiano.
Refrigeradores e condicionadores de ar funcionam com base em ciclos
termodinâmicos inversos, conhecidos como ciclos de refrigeração. Nesses
aparelhos, um fluido refrigerante é comprimido, aumentando sua pressão e
temperatura. Em seguida, o fluido passa por um condensador, onde libera calor
para o ambiente externo e se condensa em um líquido de alta pressão. O líquido
então passa por uma válvula de expansão, onde sofre uma queda de pressão e
temperatura, evaporando e absorvendo calor do espaço interno que se deseja
resfriar. O ciclo se repete continuamente, mantendo o ambiente refrigerado. A
eficiência desses sistemas é medida pelo Coeficiente de Performance (COP),
que é a relação entre o calor removido e o trabalho realizado pelo compressor.
Otimizar o rendimento desses aparelhos é crucial para reduzir o consumo de
energia e melhorar a sustentabilidade ambiental.
Usinas termoelétricas são instalações que geram eletricidade a partir da energia
térmica. Elas operam com base em ciclos termodinâmicos, geralmente o Ciclo
Rankine. Nestas usinas, um combustível (como carvão, gás natural, ou óleo) é
queimado para aquecer água em uma caldeira, transformando-a em vapor de
alta pressão. O vapor é então direcionado para turbinas, onde se expande e
realiza trabalho mecânico, girando um gerador que produz eletricidade. Após
passar pela turbina, o vapor é condensado em um condensador e a água
resultante é recirculada para a caldeira, fechando o ciclo. A eficiência das usinas
termoelétricas é fundamental para maximizar a produção de energia e minimizar
o consumo de combustível e as emissões de gases poluentes. Melhorias na
eficiência podem ser alcançadas através de tecnologias avançadas de
combustão, sistemas de recuperação de calor e manutenção rigorosa dos
equipamentos.
Referências Bibliográficas