Aula 4 Comportamento Anormal

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AULA PSICOLOGIA GERAL IBED - COMPORTAMENTO ANORMAL

Psicopatologia (perturbações transitórias e situacionais; neuroses; psicopatia;


psicoses e psicoterapias).
Profª. Rosângela Adell

PSICOPATOLOGIA
A psicopatologia é o ramo da Psicologia que se ocupa dos fenômenos psíquicos
patológicos e da personalidade desajustada. A psicopatologia estuda o comportamento
anormal, sua gênese, sintomas, dinâmica e as possíveis terapias.
Karl Jaspers, o responsável por tornar a psicopatologia uma ciência autônoma e
independente da psiquiatria, afirmava que o objetivo desta é “sentir, apreender e refletir sobre o
que realmente acontece na alma do homem”. Por isso, ela é considerada, a nível teórico e
clínico, o coração da psiquiatria.
DSM-IV refere-se ao Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais.
CID-10 é a classificação usada no Brasil nos serviços de saúde para referenciar todos
os quadros de enfermidades e doenças, inclusive os transtornos mentais.

PERTURBAÇOES TRANSITÓRIAS E SITUACIONAIS


As neuroses e psicoses não surgem e desaparecem de um momento para outro. Pois,
há perturbações cuja duração é efêmera, permanecem enquanto continuar a alteração
ambiental que as provocou. Esta perturbação, passada a causa provocadora, pode
desaparecer por completo ou pode durar por mais tempo, necessitando o indivíduo uma breve
terapia para superá-la.
Qualquer um de nós, diante de situações traumatizantes pode sofrer um colapso das
defesas e ceder à tensão. Todos por mais normais que sejam, diante de situações
extremamente adversas podem não resistir à tensão e sofrer um desequilíbrio.
Três circunstâncias que podem provocar perturbações transitórias e situacionais: as
guerras, as catástrofes civis e os ambientes com tensão crônica.
1º. Reações traumáticas ao combate - A excessiva fadiga, a permanente ameaça de
morte, a distância de seu país e de seus familiares são algumas circunstâncias que levam os
soldados à reações traumáticas.
Os sintomas mais frequentes são: desânimo, distração, supersensibilidade,
perturbações do sono, temores e fobias.
Cada dia o soldado enfrenta o inesperado, ele é obrigado a matar seres humanos,
mesmo resistindo pode chegar o momento em que o peso de tudo isto seja insuportável.

2º. Reações às catástrofes civis - Frequentemente ocorrem acidentes automobilísticos,


quedas de avião, explosões, incêndios, vendavais, terremotos e assaltos. Tudo isso pode se
constituir em situação traumática provocadora de desequilíbrios. Outras situações que não as
catástrofes civis podem provocar igual terror e choque em suas vítimas. Por exemplo: assalto
sexual, grandes perdas econômicas, morte de um ente querido. Por serem extremamente
traumatizantes, estas experiências geram descompensação do ego, levando a um estado de
desequilíbrio mais ou menos grave, dependendo das circunstâncias provocadoras e da
personalidade da vítima.
Os principais sintomas são: estado de choque, ansiedade, tensão muscular,
irritabilidade, medo, pânico e apatia. Mais tarde, durante o período de recuperação podem
surgir os pesadelos, as fobias, os senti mentos de culpa e até a depressão profunda.

3º. Reação à tensão crônica de situação - Até agora apresentamos situações agudas
de tensão. Porém há perturbações transitórias e situacionais provocadas por situações de
tensão crônica. A tensão crônica existe quando o indivíduo permanece por longo tempo num
ambiente em que se sente inseguro, insatisfeito, hostilizado, ameaçado, inadequado. Poderiam
servir de exemplo: o marido que não se sente bem com seu casamento, o funcionário que
odeia seu trabalho, o jovem que se considera oprimido pelo autoritarismo ou superproteção dos
pais, o estudante decepcionado com a carreira escolhida, o velho que se vê abandonado por
todos, a criança rejeitada pelos pais.
A forma de reagir à tensão crônica do ambiente varia de acordo com a idade e a
personalidade de cada um. A criança rejeitada pode se mostrar muito manhosa, o adolescente
talvez escolha o caminho da rebeldia ou hostilidade, o adulto passa a sentir fadiga crônica, o
velho seja mais impertinente do que o normal.

PERTUBAÇÕES NEURÓTICAS
“Neurose é uma alteração na qual permanece relativamente intacta a apreciação da
realidade”.
Segundo Freud, deve-se procurar a causa das neuroses na repressão do impulso
instintivo (libido) por parte do “ego” consciente. Adler vê a causa das neuroses na inferioridade
orgânica. Jung as explica como expressão de gosto ou preconceito da integridade da
personalidade que reúne em si as antíteses. Para Kunkel as neuroses derivam da atitude
egoísta do homem que foge e desanima diante das responsabilidades. Speer coloca-as numa
elaboração defeituosa da experiência. Ringel aponta a essência das neuroses no conflito
psíquico entre tendências conscientes e inconscientes.

Principais reações neuróticas


Reação de Ansiedade - O paciente é tomado por sentimentos generalizados e
persistentes de intensa angústia sem causa objetiva. Pode ser considerado um fracasso parcial
das defesas do indivíduo. Alguns sintomas somáticos, ocasionalmente, podem se manifestar,
tais como: palpitação do coração, tremores, falta de ar, suor, náuseas.
Há uma exagerada e ansiosa preocupação por si mesmo. A ansiedade pode não estar
circunscrita a objetos ou situações específicas.

Reação Fóbica - refere-se ao medo patológico. Medo excessivo e infundado, específico


e anormal em relação a algum objeto, condição, situação ou ato. A fobia é um temor
persistente relacionado com um objeto ou situação que objetivamente não é fonte de perigo. A
pessoa fóbica considera geralmente inexplicável seus temores e, todavia experimenta uma
forte angústia diante da situação fóbica.
Com frequência nas reações fóbicas aparecem as reações fisiológicas comuns à
angústia: transpiração, tremor, respiração acelerada, diarreia, vômitos, “opressão do peito”,
taquicardia e consequente aumento da frequência do pulso.
Teoricamente, qualquer situação ou objeto pode ser o centro de uma fobia. Os mais
comuns são as alturas, os espaços fechados, os subterrâneos, os elevadores, a sujeira, os
germes, os lugares abertos, a água, as multidões, as pessoas estranhas, os animais e a
escuridão.
“A fobia data, muitas vezes, de uma situação crítica, produtora de intenso medo, que
ocorreu nos primeiros anos da infância. Esta situação foi subsequentemente esquecida ou
reprimida, e a sua recordação provocaria sentimentos de culpa ou ansiedade” .
Alguns exemplos de fobias: agorafobia (medo de lugares abertos ou públicos), batofobia
(medo das profundidades) claustrofobia (medo de lugares fechados), demofobia (medo das
multidões), hidrofobia (medo da água), patofobia (medo de doença), tanatofobia (medo da
morte), etc.

Reação de Conversão - Nesta reação neurótica o paciente sente perturbações físicas


que têm uma base psicológica. Estas perturbações podem ser sensoriais ou motoras.
Sensoriais: insensibilidade de uma área do corpo, por exemplo, área coberta por uma
meia. Surdez funcional, parcial ou total.
Motoras: paralisia funcional envolvendo um ou vários membros do corpo, mutismo, que
é a incapacidade total de falar, tremores, tiques.
Reação Obsessivo-Compulsiva - A obsessão é uma ideia que constantemente se
infiltra nos pensamentos de uma pessoa. A compulsão é um ato que se introduz no
comportamento. A obsessão é um pensamento ou ideia fixa que ingressa na consciência sem
o controle da vontade. A compulsão é o ato. As obsessões (ideias) e as compulsões (atos)
geralmente coexistem, de maneira que nem sempre se consegue fazer a diferenciação e
ambos integram a síndrome obsessiva. “As reações obsessivo compulsivo caracterizam-se por
pensamentos obsessivos e inevitáveis, frequentemente desagradáveis e importunos para a
pessoa, e por atos compulsivos irracionais, que decorrem de impulsos indesejáveis”
Exemplos de cada dia podem ser a canção que se gravou na mente e não nos deixa em
paz, ou a compulsão de retornar para casa para constatar se a porta está bem fechada quando
não existe base real para esperar outra coisa. Quando as obsessões e as compulsões
alcançam um nível de gravidade neurótica, refletem muitas vezes tendências em conflito dentro
da pessoa.

PERTUBAÇÕES PSICÓTICAS
A psicose é uma forma extrema de desorganização da personalidade. “A pessoa
psicótica típica tem delírios e alucinações. Falta-lhe o discernimento da natureza do seu
estado, sente-se desorientada quanto ao tempo, ao lugar e à pessoa e requer constante
supervisão ou internamento numa instituição adequada”.
“A psicose é uma grave alteração da função psicológica com deficiência na faculdade
do indivíduo para distinguir, avaliar e apreciar a realidade”.
As psicoses se dividem em duas categorias:
a) Psicoses psicogênicas ou funcionais (Esquizofrenia, Psicose maníaco-depressiva ou
Bipolar, Paranoia);
b) Psicoses orgânicas (Demência senil, psicose alcoólica,arteriosclerose cerebral).

a. Psicoses psicogênicas ou funcionais


Esquizofrenia, Psicose maníaco-depressiva ou Bipolar, Paranoia.
1º. A esquizofrenia é uma psicose grave na qual a perturbação principal se reflete
numa alteração do juízo e dos processos de pensamento. “A esquizofrenia é uma
desorganização da personalidade de caráter grave, às vezes com manifestação de sintomas
psicóticos, afirmada sobre um defeito básico na interpretação da realidade que só se descobre
com grande perspicácia. As características típicas são: grande distorção nos processos do
pensamento; alterações do afeto; alterações dos limites do ego; dificuldades nas relações
pessoais”. Um dos sinais da esquizofrenia é o transtorno e dissociação dos processos do
pensamento. De nada servem as regras habituais da lógica. Quase 50% dos enfermos que se
encontram nos sanatórios são esquizofrênicos.
A esquizofrenia simples é mais fácil de descrever do que os outros tipos, de vez que não
tem um conjunto bem definido de características.
A esquizofrenia hebefrênica é caracterizada por bobice e infantilidade do pensamento e
da ação. Ele é capaz de alegrar-se com a morte de um familiar e entristecer-se quando lhe
dizem que goza de boa saúde.
A esquizofrenia catatônica é caracterizada ou pelo estupor e rigidez muscular ou o
extremo oposto de excitamento e atividade frenética.
A esquizofrenia paranoia manifesta-se através de delírios e alucinações e,
frequentemente, de sentimentos de hostilidade.

2º. A psicose maníaco depressiva (bipolar) está em segundo lugar, entre as psicoses
funcionais mais comuns. É responsável por cerca de 10% das admissões em hospitais de
doenças mentais. Ë assinalado por atividade e excitamento. Os maníacos são cheios de
energia, inquietos, barulhentos, faladores e têm ideias bizarras, uma após a outra. Nos casos
hiperagudos, os pacientes se tornam selvagens, delirantes e completamente impossíveis de
manejar. O estado depressivo, ao contrário, é caracterizado por inatividade e desalento, muitas
vezes com sentimentos de culpa e preocupação com a morte. O depressivo autêntico está
sempre em perigo de um suicídio.

3°. A paranoia é uma psicose caracterizada, sobretudo por ilusões fixas. É um sistema
delirante durável. As ilusões de perseguição e grandeza são mais duradouras e mais
sistematizadas do que na esquizofrenia paranoide. Os ressentimentos são profundos e o
paranoico procura agredir aqueles que estiveram presentes em seus conflitos. É um tipo
perigoso para a sociedade: egocêntrico e destruidor, conhece seus inimigos e julga que sua
grandeza depende da eliminação de pessoas que o prejudicam. A verdadeira paranoia é
relativamente rara, sendo responsável por apenas cerca de 2% de casos em hospitais de
doenças mentais. Antigamente, todos os pacientes que tinham delírios eram classificados
como paranoico; atualmente, os delírios são conhecidos como sendo comuns na esquizofrenia
e em outros transtornos.
O paranoico é agressivo, mas não se dá conta de sua agressividade; está sempre se
defendendo e atribui motivos malévolos a quem não lhe aprecia; acredita que o fim justifica os
meios, é incapaz de solicitar carinho, não confia em ninguém.

b. Psicoses orgânicas
Demência senil, psicose alcoólica,arteriosclerose cerebral
1º. A demência senil não está vinculada a nenhuma idade determinada. A enfermidade
começa em alguns aos 40 ou 50 anos e em outros aos 80. Não é verdade que todo o mundo
se torna demente senil ao alcançar certa idade. O sintoma principal dessa demência, originada
pelas alterações que experimenta o cérebro com a idade, é a perturbação da capacidade de
fixação. Os enfermos não podem guardar em sua memória o que observam e estão
desorientados em sua própria casa, confundem as portas, esquecem tudo em seguida e
enchem as lacunas de sua memória com fantasias, confabulações, porque lhes resulta
desagradável reconhecer que perderam a recordação do que aconteceu num período de
tempo.
As recordações com intensa carga efetiva guardam melhor, porém também
desaparecem pouco a pouco da memória.

2º. A psicose alcoólica é gerado pelo uso excessivo de entorpecentes e álcool (delirium
tremens) que “é habitualmente marcada por violenta intranquilidade, acompanhada de
alucinações de uma natureza aterradora”. O cérebro é o órgão que mais álcool recebe.

3°. A arteriosclerose cerebral evolui de um modo semelhante à demência senil. O


endurecimento dos vasos cerebrais dá lugar a transtornos de irrigação sanguínea, os quais são
causa de que partes isoladas do cérebro estejam mal abastecidas de sangue. A consequência
natural são os formigamentos nos braços ou pernas, as paralisias mais ou menos acentuadas,
zumbidos nos ouvidos, transtornos da visão, perturbações da linguagem em forma de
dificuldade ou lentidão da fala. Se observam quase sempre: dores de cabeça, tonturas, dores
na nuca, pressão na fronte, desmaios, vertigens, suadores e alterações no sono.

Psicopatia - Sociopata ou personalidade sociopática


O termo psicopatia se aplica aos indivíduos portadores de uma desordem de
personalidade caracterizada em parte por um comportamento habitualmente antissocial, que se
mostram sempre inquietos, incapazes de extrair algum ensinamento da experiência passada,
nem dos castigos recebidos, assim como incapazes de mostrar verdadeira fidelidade a uma
pessoa, a um grupo ou a um código determinado.
Costumam ser insensíveis e de muito acentuada imaturidade emocional, carentes de
responsabilidade e de juízo lúcido e muito hábil para racionalizar seu comportamento a fim de
que pareça correto, sensato e justificado.
Costumam ser egocêntricas, desonestas e indignas de confiança. Com frequência
adotam comportamentos irresponsáveis sem razão aparente, exceto pelo fato de se divertirem
com o sofrimento alheio. Os psicopatas não sentem culpa. Nos relacionamentos amorosos são
insensíveis e detestam compromisso. Sempre têm desculpas para seus descuidos, em geral
culpando outras pessoas. Raramente aprendem com seus erros ou conseguem frear impulsos.
Embora muitos psicopatas procedam de famílias divididas e pobres e tenham sido
vítimas de alguma forma de abandono e de rechaço paternos, uma das circunstâncias mais
determinantes das psicopatias dos adultos, parece ser a de terem tido um pai psicopata,
alcoólatra ou antissocial.
Estudos indicam que cerca de 25% dos prisioneiros americanos se enquadram nos
critérios diagnósticos para psicopatia. No entanto, as pesquisas sugerem também que uma
quantidade considerável dessas pessoas está livre.
Vários cientistas pensam que o psicopata é patologicamente incapaz de interpretar um
papel e que suas experiências infantis o levaram a adquirir uma fachada social. Como são
egocêntricos e lhes falta a empatia, são incapazes de situar-se no lugar das demais pessoas,
por isto eles manipulam as pessoas como se fossem objetos, satisfazendo deste modo seus
desejos sem preocupar-se em absoluto pelos efeitos que seus atos possam ter.

Três mitos
Apesar das pesquisas realizadas nas últimas décadas, três grandes equívocos sobre o
conceito de psicopatia persistem entre os leigos.
O primeiro é a crença de que todos os psicopatas são violentos. No entanto, a maioria
dos psicopatas não é violenta e grande parte das pessoas violentas não é psicopata.
Mas, o Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais (DSM-IV-TR) reforça
ainda mais a confusão entre psicopatia e violência. Nele o transtorno de personalidade
antissocial (TPAS), caracterizado por longo histórico de comportamento criminoso e muitas
vezes agressivo, é considerado sinônimo de psicopatia.

O segundo mito diz que todos os psicopatas sofrem de psicose. Ao contrário dos casos
de pessoas com transtornos psicóticos, em que é frequente a perda de contato com a
realidade, os psicopatas são quase sempre muito racionais. Eles sabem muito bem que suas
ações imprudentes ou ilegais são condenáveis pela sociedade, mas desconsideram tal fato
com uma indiferença assustadora. Além disso, os psicóticos raramente são psicopatas.

O terceiro equívoco em relação ao conceito de psicopatia está na suposição de que é


um problema sem tratamento. Embora os psicopatas raramente se sintam motivados para
buscar tratamento, uma pesquisa feita pela psicóloga Jennifer Skeem, da Universidade da
Califórnia em Irvine, sugere que essas pessoas podem se beneficiar da psicoterapia como
qualquer outra. Mesmo que seja muito difícil mudar comportamentos psicopatas, a terapia pode
ajudar a pessoa a respeitar regras sociais e prevenir atos criminosos.

Traços mais significativos do psicopata


Notável inteligência, inexistência de alucinações, ausência de manifestações neuróticas,
falta de confiança, falta de sentimentos de culpabilidade e de vergonha, conduta antissocial,
egocentrismo patológico, incapacidade para amar, perda específica de intuição,
irresponsabilidade nas relações interpessoais, comportamento fantástico e pouco
recomendável com relação à bebida, ameaças de suicídio raramente cumpridas, vida sexual
impessoal, trivial e pouco integrada, incapacidade de seguir qualquer plano de vida manipula
os demais e os utiliza para satisfazer suas próprias conveniências, hábil em simular estados
emocionais quando crê que lhe vai ajudar a obter o que deseja, não experimenta nenhuma das
manifestações psicológicas e fisiológicas da ansiedade ou do medo, embora possa reagir de
um modo parecido, quando seu bem-estar imediato está ameaçado, as reações e os castigos
imaturos só contam para ele em abstrato, não exercem efeito algum em seu comportamento
imediato, sua capacidade de discernimento é pobre e sua conduta costuma estar determinada
por impulsos e por necessidades circunstanciais.
São pessoas que não experimentam sentimentos de culpabilidade nem remorsos pelo
que fizeram.
A grande maioria dos autores concorda que as duas características principais da
psicopatia são: a incapacidade de amar e a falta do sentimento de culpabilidade.

PSICOTERAPIA
“Terapia é o nome usado para qualquer tentativa de tratar de uma moléstia ou
perturbação. Quase todas as terapias para perturbações do comportamento empregam
técnicas psicológicas e, por isso, são chamadas de psicoterapias”.
“Psicoterapia é o conjunto de técnicas de tratamento das perturbações de caráter
psicológico, como a psicanálise, a comportamentistas, etc”. A psicoterapia visa à cura dos
comportamentos anormais.
As terapias mais importantes são: Terapia psicanalítica Freudiana; Terapia Centrada no
cliente (terapia não diretiva de Gari Rogers); Terapia de modificação do comportamento;
Terapia médica; Terapia ocupacional; Terapia de grupo.

As terapias mais importantes


1º. Terapia psicanalítica Freudiana - O tratamento psicanalítico pretende liberar a
libido de suas fixações impróprias e fortificar o Ego, até que o paciente possa enfrentar os seus
problemas. O analista chega a compreender os conflitos do paciente, pela associação livre e
pela interpretação dos sonhos. “Quando o paciente é levado ao ponto de tratamento, em que
pode aceitar a interpretação, que o analista faz de suas dificuldades, está no caminho da
recuperação”.

2º. Terapia Centrada no cliente (terapia não diretiva de Rogers) - Para Rogers, “o
indivíduo, dentro de si mesmo, tem a capacidade e o impulso para curar-se, bastando-lhe para
isto libertar-se das ameaças que obstam à autocompreensão à autoaceitação e à
autorrealização”. O objetivo do terapeuta é o de encorajar o paciente a ser mais
completamente ele mesmo, para organizar a si mesmo, de maneira a atingir a autorrealização.
O terapeuta n resolve problema algum do paciente, mas providencia uma oportunidade para
que ele desenvolva seus próprios métodos de ajustamento. O indivíduo, n o problema, é o
foco, O terapeuta é o orientador; compete ao cliente assumir a responsabilidade da direção e
progresso da própria terapia.

3º. Terapia de modificação do comportamento - Este enfoque psicoterápico tem sua


fundamentação teórica nos estudos de Pavlov (condicionamento clássico) Skinner
(condicionamento operante) e nas pesquisas sobre a aprendizagem em geral. Parte do
pressuposto que todo o comportamento (inclusive o anormal) foi aprendido e, portanto, de
acordo com as leis da aprendizagem, pode ser desaprendido. A essência desta terapia
consiste na manipulação do reforço com vistas à aquisição, eliminação ou substituição de uma
resposta. As técnicas utilizadas são as já conhecidas pela aprendizagem (condiciona mento
clássico, condicionamento operante, moldagem e outras).
As várias terapias do comportamento têm sido muito bem sucedi das no tratamento de
desvios sexuais, abuso de álcool e drogas e outras perturbações da personalidade.

4°. Terapia médica - As drogas, a cirurgia ou outros meios físicos são recursos
empregado para o tratamento do paciente na terapia médica, mas somente por psiquiatras
formados em Medicina e que tenham treinamento nessas técnicas. As duas formas mais
comuns de tratamento médico nas perturbações do comportamento são o choque elétrico e a
terapia de drogas
5º. Terapia ocupacional - É a psicoterapia em que o paciente executa uma série de
tarefas, mormente trabalhos manuais. O objetivo do tratamento é liberar a pessoa do ambiente
em que vive, reativando e reequilibrando suas atividades. É uma técnica correlata a um
tratamento de maior profundidade.

6º. Terapia de grupo - Existem várias espécies de terapias de grupo. A forma tradicional
consiste em reunir um grupo de pacientes e fazer com que conversem entre si sob a orientação
de um terapeuta. O papel do terapeuta é manter a discussão focalizada em certos tópicos sem
que ele mesmo domine a conversação. Os pacientes conversam sobre seus problemas e os
membros do grupo comentam a respeito, assim cada um contribui com um pouco de suas
experiências. O objetivo é ajudar os membros a considerar situações interpessoais a partir de
diferentes pontos de vista.

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