Pequenos Grandes Valores Coletanea Completa 1
Pequenos Grandes Valores Coletanea Completa 1
Pequenos Grandes Valores Coletanea Completa 1
Descobrir, desenvolver e lapidar os valores humanos é o foco das atividades promovidas pela Soka Gakkai Internacional (SGI). Sem esses
esforços, não há como concretizar o objetivo maior — a paz mundial.
Se a humanidade almeja um futuro brilhante, deve, como primeiro passo, cuidar, com todo carinho e atenção, das crianças.
Os excertos, a seguir, foram extraídos do artigo “Diálogo sobre mães e filhos no século XXI”, de autoria do presidente da SGI, Daisaku Ikeda,
publicado, em série, na revista Daisanbunmei, entre 1999 e 2000.
As crianças gostam de ouvir palavras de elogio e apreço. Atualmente, isso é raro; estamos mais acostumados a manifestações de rancor e inveja.
As pessoas estão se tornando cada vez mais intolerantes e superficiais; indivíduos assim não conseguem reconhecer qualidades nos outros.
Na SGI, por outro lado, as pessoas sempre são enaltecidas e incentivadas, o que lhes possibilita vencer na vida. Nesse ambiente, elas
compartilham esperanças e alegrias, são encorajadas e revitalizadas.
Para uma criança, a mãe é a pessoa mais importante, o que tem de mais precioso no mundo. Por essa razão, é importante que a mãe abrace o
filho com carinho. (...) Essa proximidade entre mãe e filho permite que ela o advirta sem hesitação, quando ele causar algum problema. Os filhos
sempre sentirão o amor maternal envolvendo-os totalmente.
De que forma as crianças devem ser repreendidas ou censuradas? Essa é uma questão difícil. Na realidade, depende de como os pais conduzem a
própria vida. O mais importante é fortalecerem a convicção, tornando-se exemplos para os filhos. É fundamental que cultivem valores positivos.
Do contrário, poderão ser influenciados pelos muitos livros que existem sobre como criar os filhos, ou então, se deixarem levar pelas próprias
crianças. No fim, os filhos sofrem.
Se a mãe participa das atividades da organização com sinceridade, os filhos, certamente, seguirão seu exemplo. Por outro lado, se ela reluta em
participar nas reuniões, as crianças desdenharão da prática budista. Portanto, a mãe é quem determina tudo.
Interagir com os filhos não é apenas uma questão de quanto tempo se passa com eles. O principal é o sentimento da mãe. Daishonin diz: “O que
importa é o coração”. (The Writings of Nichiren Daishonin, v. 1, p. 1.000.)
Sempre que sair de casa, avise as crianças sobre onde estará: “Vou para tal lugar...” ou “Voltarei tal hora...”. Se os filhos não estiverem, deixe-
lhes um bilhete. Anote os números de telefone dos locais em que podem encontrá-la e a localização de tudo o que eles talvez precisem na casa.
Use a criatividade em cada circunstância.
Depois, ao voltar, deixe as crianças notarem a sua presença. Se já estiverem dormindo, sussurre no ouvido de cada uma delas: “Muito obrigada
por ficar em casa”, ou “Graças a você, pude fazer o melhor hoje”.
As crianças sentem-se inibidas quando os pais estão por perto. Há ocasiões em que a ausência dos pais cria um espaço para elas expandirem a
mente. Se os filhos ficarem o tempo todo com os pais, sentirão a pressão e o desconforto de serem vigiados constantemente.
A palavra “resistência” parece ter perdido o significado, principalmente pelo fato de mais e mais crianças serem criadas em circunstâncias
relativamente confortáveis — tudo o que desejam pode ser obtido com facilidade. (...) Porém, se os filhos continuarem a ser tratados dessa
forma, mais tarde, vão se tornar pessoas fracas, derrotadas, que sempre se esquivam do que lhes é desagradável. O excessivo conforto na
infância pode levar as crianças a caminhos tortuosos no futuro. Rousseau dizia que a melhor forma de conduzir os filhos para a desgraça é
dando-lhes tudo o que desejam.
Minha mãe sempre se preocupava com a alimentação dos filhos. Ela não tinha conhecimento algum sobre nutrição. Quando penso naqueles
tempos, sinto profunda gratidão por ela.
Nós não desfrutávamos boas condições financeiras; a família sobrevivia com o cultivo de algas marinhas e com o comércio dessas iguarias.
Porém, tivemos prejuízos devido ao grande terremoto da era Taisho e perdemos tudo. Mesmo em situações como essa, minha mãe usava a
criatividade para preparar refeições, que não custavam caro e, o mais importante, eram nutritivas. Ela nos servia peixe e dizia: “Comam! Faz
bem para os ossos!” Nós sempre comíamos alga marinha em conserva, a “especialidade da casa”. Ela também nos dizia que podíamos evitar
doenças contagiosas se comêssemos um umeboshi (ameixa japonesa curtida em sal) por dia. Nossas refeições não eram suntuosas, mas a atenção
que minha mãe dava aos detalhes, sua meticulosidade, é um tesouro para minha vida até hoje.
Minha mãe desconhecia metodologias. Porém, ela era, para nós, uma fonte rica de sabedoria e benevolência.
As mulheres realizam várias tarefas ao mesmo tempo. Sei perfeitamente as dificuldades que vocês, mães, enfrentam. Mesmo que não possam
estar sempre com os filhos durante as refeições, ou que não possam prepará-las pessoalmente, é importante procurar formas para fazer o melhor
na situação em que se encontram.
Primeira visita do presidente da SGI, Daisaku Ikeda, ao Centro Cultural de Denver (Estados Unidos, 9 de junho de 1996)
Descobrir, desenvolver e lapidar os valores humanos é o foco das atividades promovidas pela Soka Gakkai Internacional (SGI). Sem esses
esforços, não há como concretizar o objetivo maior — a paz mundial.
Se a humanidade almeja um futuro brilhante, deve, como primeiro passo, cuidar, com carinho e atenção, das crianças.
Os excertos, a seguir, foram extraídos do artigo “Diálogo sobre mães e filhos no século XXI”, de autoria do presidente da SGI, Daisaku Ikeda,
publicado, em série, na revista Daisanbunmei, entre 1999 e 2000.
Pode-se dizer que um dos maiores desafios na sociedade tem sido educar as crianças com sabedoria e benevolência. Cada criança é única em
gênero e personalidade. Os pais não devem insistir em discipliná-la ou em repreendê-la toda vez que surgir um problema. É importante
analisarem se o momento é ou não apropriado para isso. É fundamental também que tudo o que disserem seja de coração. A mãe consciente
adverte o filho somente quando necessário, mesmo sabendo que ele poderá ficar magoado com ela. Na realidade, as crianças não ficarão
ressentidas com os pais se souberem que eles agiram por amor e por se importarem com elas.
As crianças percebem intuitivamente o amor dos pais. Porém, há vezes em que elas parecem fazer de tudo para serem repreendidas e conseguir
chamar a atenção deles. O que elas desejam, entretanto, é ver uma maior participação — que os pais estejam mais próximos do cotidiano delas.
Agir com benevolência é saber direcionar a criança no momento certo.
Se os pais censuram constantemente os filhos com ira, a reação destes só poderá ser de medo. Assim, as crianças vão se tornar adultos facilmente
manipulados ou indivíduos que tendem a fugir de confrontos e críticas. Se os pais continuarem a repreendê-las sem razão, elas não acatarão o
que eles lhes disserem nos momentos cruciais.
Repreender uma criança sem se alterar emocionalmente não é fácil. Porém, os pais nunca devem repreender o filho só porque estão de mau
humor ou frustrados com algo. Pode até parecer errado reprimir as emoções; se realmente amam os filhos, não há necessidade de se preocuparem
no caso de, algumas vezes, cederem às emoções. É muito importante que estabeleçam uma relação de confiança com as crianças.
Dependendo de como os pais falam com os filhos, estes se sentirão encorajados ou desmotivados. As crianças ficarão na defensiva se, toda vez
que as virem, os pais pedirem a elas: “Estudem!”. Se costumam se exaltar ao chamar-lhes a atenção, se em vez de ouvir o que elas têm a dizer,
tentam ensinar-lhes sobre moral — atitudes como essas só as deixarão deprimidas e tristes. Dedicar um tempo para ouvi-las antes de tecer
comentários fará uma grande diferença. Se os pais contra-atacarem toda vez que falarem com os filhos, dificilmente conseguirão estabelecer com
eles uma relação aberta e sincera. O modo de interagir com as crianças reflete a determinação mais profunda. A sincera oração pela felicidade
das crianças e a preocupação pelo bem-estar delas é extremamente importante. É essencial também que, ao interagir com elas, respeitem cada
uma como indivíduo. Falharão se agirem com indiferença, pensando que as crianças não compreenderão o que estão falando ou que não
precisam se preocupar com um problema que, do ponto de vista dos adultos, é simples demais. Cada criança possui dentro de si o potencial de
um adulto. Se for tratada com essa consciência, será possível o florescimento do caráter dela. Com base nessas ações, os pais serão capazes de
desenvolver a si mesmos também.
O tempo que a mãe passa com os filhos não determina a profundidade do relacionamento com eles. Mesmo que fique com as crianças a maior
parte do tempo, acabará por mimá-las se tudo o que fizer for assistir à televisão com elas ou satisfazer-lhes todas as vontades. As crianças
poderão desenvolver um caráter fraco, com a tendência de dependerem de outras pessoas.
Por mais ocupada que esteja, a mãe deve procurar realizar as atividades budistas com orgulho e convicção. Se for sincera em suas ações,
manifestará a sabedoria inata infalivelmente.
Não há necessidade de a mãe se culpar ou achar que não tem cumprido o seu papel por não ficar em casa o tempo todo. Ela está se dedicando
pelo bem dos filhos, do lar e beneficiando a sociedade. É tolice comparar a situação da família com a de outras e pensar que deve agir do mesmo
modo. As pessoas são diferentes umas das outras; por essa razão, não existem famílias iguais. Se agir dessa forma, é bem provável que essa mãe
viva na ilusão ou com base em formalidades. O mais importante para uma família é que cada um de seus membros se desenvolva sabiamente.
Educar filhos é criar valores.
É fundamental que as mães tenham sempre em mente que os filhos vêm em primeiro lugar. Os caracteres chineses da palavra “ocupado”
significam, literalmente, “perder algo de vista”. Em outras palavras, tendemos a perder de vista o que é realmente importante quando estamos
preocupados com vários afazeres. Como mortais comuns, há dias em que não estamos de bom humor. Se conseguirem lidar com os problemas,
mesmo que o façam por meio de pequenos passos, as mães serão vitoriosas. Por mais difícil que seja a situação, continuem sorrindo e
demonstrem especial consideração pelas crianças.
Os filhos sempre querem a atenção da mãe mesmo sabendo que ela está ocupada. Quando crescem, continuam a querer a atenção dela nos
momentos mais cruciais da vida. Ter alguém que acredita neles é o melhor encorajamento que poderiam receber; isso os fortalece interiormente.
É essencial que a mãe envolva os filhos com um espírito magnânimo.
Pais presentes o tempo todo não é necessariamente o melhor para as crianças. Embora seja natural desejarmos fazer de tudo pelos filhos, se
agirmos dessa forma, tiraremos deles a chance de desenvolverem a auto-estima.
Jean Jacques Rousseau escreveu: “Os que conseguem resistir ao bem e ao mal na vida são, a meu ver, os mais educados. A verdadeira educação,
portanto, consiste menos de preceito do que de prática”. O treinamento para a vida e para o desenvolvimento da autodisciplina é mais importante
do que a educação puramente acadêmica.
É vital possibilitar às crianças desenvolverem a força interior para enfrentarem as ondas bravias e as tempestades de inverno na vida.
As mães, em sua maioria, passam o dia ocupadas com inúmeros afazeres. É difícil para elas manterem-se calmas o tempo todo, por mais que
tentem. Por essa razão, espero que as pessoas que convivem com elas, incluindo o marido, apoiem-nas e façam o máximo para tranqüilizá-las.
Agindo assim, colaborarão para o desenvolvimento das crianças, assegurando-lhes um futuro brilhante. Quanto às mães, devem estar cientes de
que mesmo não dispondo de muito tempo, dependerá da sabedoria e habilidade de cada uma cultivar uma profunda e forte relação de vida com
os filhos.
Descobrir, desenvolver e lapidar os valores humanos é o foco das atividades promovidas pela Soka Gakkai Internacional (SGI). Sem esses
esforços, não há como concretizar o objetivo maior — a paz mundial.
Se a humanidade almeja um futuro brilhante, deve, como primeiro passo, cuidar, com carinho e atenção, das crianças.
Os excertos, a seguir, foram extraídos do artigo “Diálogo sobre mães e filhos no século XXI”, de autoria do presidente da SGI, Daisaku Ikeda,
publicado, em série, na revista Daisanbunmei, entre 1999 e 2000.
O tempo em que as crianças passam na frente da televisão deve ser cuidadosamente controlado, levando-se em conta a idade delas. É importante
que a mãe interaja com os filhos enquanto eles estão assistindo à TV. Pensar que tudo está bem só porque as crianças estão quietas, com os olhos
fixos na tela é um erro. A voz da mãe transmite-lhes segurança. Ela deve ficar perto das crianças e dizer-lhes algo freqüentemente, mesmo nas
horas em que estejam entretidas com a TV.
Se você acredita que os filhos estão sendo influenciados negativamente pelos programas de televisão ou games, é importante conversar com eles
e estabelecer limites. Use a criatividade para desviar a atenção deles da TV ou dos games, propondo-lhes, por exemplo, fazer um intervalo para o
lanche. A televisão pode tanto ter efeitos negativos como positivos. Por essa razão, as mães precisam ter estrutura o suficiente para conversar
sobre certos programas de TV com os filhos. Há, de fato, pessoas que decidiram estudar medicina e exercer a profissão por terem assistido a um
programa sobre a difícil situação dos refugiados, na época em que cursavam o ensino fundamental. A TV não é um mal propriamente dito. São
os adultos que perderam o senso de valores e de ética. O problema está na tendência de a sociedade pôr o lucro acima do bem-estar das crianças,
sacrificando o futuro delas. O Japão segue por esse caminho. Nitiren Daishonin declarou no escrito “Sobre a conduta filial e não filial”: “As
crianças do Japão perderam a vitalidade”. Com essa frase, Daishonin quis dizer que a distorção dos valores afeta a sociedade de maneira
negativa e corrompe o coração das crianças.
As crianças de hoje estão sempre muito ocupadas com os estudos e as lições de casa. Normalmente, elas passam o tempo que lhes sobra
assistindo à TV ou jogando game. As férias escolares são oportunidades maravilhosas para desfrutarem experiências de vida. (...) É grande a
capacidade de observação das crianças — possuem uma curiosidade insaciável. Elas absorvem rapidamente as informações quando expostas a
uma variedade de experiências. Tudo o que as crianças precisam para se desenvolver e manifestar o máximo potencial é do incentivo dos pais.
Na escola, os alunos vivem muitas experiências que os ajudam a se fortalecer. É importante que as crianças passem o tempo com outras e
aprendam a atuar em grupo. Devido, porém, às personalidades diferentes, quando essas crianças interagem, os conflitos são inevitáveis. No
entanto, tais experiências lhes possibilitam se desenvolver como seres humanos. A interação dessas crianças, tão diferentes umas das outras, é
um ritual de passagem. Muitas vezes, o que pode parecer negativo aos olhos dos adultos, contribui imensamente para o desenvolvimento de uma
criança. As crianças podem comportar-se mal ou usar uma linguagem censurável; podem até parecer delinqüentes juvenis. Porém, para muitas
delas, isso faz parte do processo de crescimento e, com o tempo, muda, servindo de base para toda a vida.
Sensíveis e vulneráveis: assim são as crianças. Elas podem se sentir angustiadas por questões aparentemente triviais enfrentadas na escola ou no
lar. Podem também se sentir esgotadas física e emocionalmente. (...)
A recusa de uma criança em ir para a escola era considerada com rigorosidade. No entanto, hoje, toda criança passa por essa situação num dado
momento. Se esse é o caso de seu filho, não há necessidade de se preocupar tanto. Se os pais forem impacientes ou punirem as crianças por não
obedecê-los, acabarão por afastá-las ainda mais. O comportamento delas se deve ao fato de estarem sofrendo.
Cada criança tem diferentes razões para não querer ir à escola. Não há uma solução para tudo, mas é fundamental que os pais ouçam atentamente
os filhos e tentem compreender o que lhes está causando sofrimento e ansiedade. É especialmente importante criar um ambiente familiar em que
a criança se sinta confiante e segura. Mais do que qualquer outra coisa, os filhos necessitam da atenção da mãe. Tratar o coração ferido das
crianças, envolvê-las num abraço aconchegante, instilar nelas a vontade de viver de forma corajosa — tudo isso é responsabilidade da mãe. É
preciso apenas que as mães considerem cada dificuldade como uma oportunidade para sintonizarem o coração com o das crianças, aprofundando
a relação de vida e desenvolvendo-se juntos como seres humanos.
Descobrir, desenvolver e lapidar os valores humanos é o foco das atividades promovidas pela Soka Gakkai Internacional (SGI). Sem esses
esforços, não há como concretizar o objetivo maior — a paz mundial.
Se a humanidade almeja um futuro brilhante, deve, como primeiro passo, cuidar, com carinho e atenção, das crianças.
Os excertos, a seguir, foram extraídos do artigo “Diálogo sobre mães e filhos no século XXI”, de autoria do presidente da SGI, Daisaku Ikeda,
publicado, em série, na revista Daisanbunmei, entre 1999 e 2000.
Inesquecível encontro do casal Ikeda com crianças brasileiras (Brasília, 23 de fevereiro de 1984)
Comer e dormir são duas atividades essenciais para o desenvolvimento das crianças. Se não se alimentarem e repousarem regularmente, poderão
apresentar deficiências que comprometerão o crescimento delas. Estipular uma “rotina” assegura-lhes um desenvolvimento mais tranqüilo.
Os pais precisam, por meio do diálogo constante, estimular as crianças a adotar bons hábitos. O estabelecimento desse ritmo diário não depende
do fator tempo ou da quantidade de horas que passam com os filhos, mas da sabedoria, habilidade e criatividade dos pais.
Como manter um ambiente estável no qual as crianças possam se desenvolver? Esse, creio eu, é o desafio mais importante dos pais; espero que o
considerem com seriedade.
Os pais devem priorizar a dieta alimentar das crianças para que elas cresçam fortes física e mentalmente. As refeições são a base da vida diária
das pessoas. São ocasiões em que toda a família pode se reunir à mesa e conversar descontraidamente. Com freqüência, o presidente Toda dizia
que conseguimos abrir facilmente o coração quando nos engajamos em conversas durante as refeições. Eu próprio tive oportunidade de
incentivar muitas pessoas em momentos como esses.
Não há necessidade de a mãe se sentir constrangida ou desencorajada perante os filhos pelo fato de a situação em que vivem estar longe de ser
“ideal”. É a forte determinação dela que fará com que a atual circunstância mude para melhor. Se agir com sabedoria e benevolência,
compartilhará esses valores com as crianças, educando-as para se tornarem grandes seres humanos. A felicidade não depende dos bens
adquiridos, tampouco das aparências ou mudanças externas.
O presidente Toda afirmava que experimentamos a verdadeira felicidade quando desenvolvemos a nossa condição de vida. Isso nos possibilita
sermos autênticos e desfrutarmos uma vida de alegria, independentemente da circunstância que predomina. Podemos ser como atores numa peça
teatral; nosso lar pode ser transformado num “grande palco” de felicidade, dependendo da determinação da “diretora” — a mãe.
Os adultos, muitas vezes, não conseguem dimensionar as preocupações que ocupam a mente das crianças com relação aos estudos. Se a
dificuldade que elas sentem for muito grande, o coração de cada uma mergulhará na melancolia. Em particular, a transferência de uma escola a
outra apresenta imensuráveis desafios para os pequenos, por exemplo, terem de fazer novas amizades, acostumarem-se com os novos horários de
aulas e de intervalo, entre outros. Todas essas mudanças podem desmotivar. Essa situação provavelmente mudará se a família, os amigos e os
professores apoiarem e envolverem as crianças com carinho.
É natural que as pessoas se sintam ansiosas quando deixam o ambiente familiar para iniciar algo. Isso acontece, por exemplo, quando as crianças
ingressam no jardim-de-infância, no maternal, ou quando elas têm de ficar longe da mãe por algumas horas.
Tudo é novo e estranho para elas: a sala de aula, os professores e a própria situação de terem de conviver em grupo. Mas, depois de um certo
tempo, elas ficam tão absortas nas brincadeiras com os colegas de classe que até se esquecem um pouco da mãe. Isso ilustra a capacidade de
adaptação das crianças.
Quando as crianças se sentem tristes, o profundo laço que as une à mãe e a certeza de que serão recebidas carinhosamente ao chegarem em casa
são aspectos que lhes proporcionam coragem para superar as dificuldades de adaptação a um novo ambiente.
A relação de confiança entre professores e alunos é a base da educação. Os pais não devem interferir nessa relação. Em vez disso, é importante
que apoiem os professores. Se não concordarem com alguma decisão ou atitude do educador, o melhor a fazer é expor o que sentem de forma
aberta e honesta.
O primeiro presidente da Soka Gakkai, Tsunessaburo Makiguti, mantinha a firme convicção de que a responsabilidade pela educação no Japão
de seus dias precisava ser transferida das mãos do governo e dos políticos — que controlavam as crianças e as conduziam ao nacionalismo
fanático — para as mãos dos pais e professores. Isso porque, para Makiguti, as pessoas que mais desejavam a felicidade das crianças é que
deveriam coordenar esforços para a melhoria do sistema educacional.
Quando pais e professores não se entendem, e um atribui ao outro a responsabilidade pela educação das crianças, não se pode esperar nenhum
resultado positivo.
Os professores devem cuidar dos alunos como se estes fossem seus próprios filhos, criando-os com dedicação e convicção. Os pais, por sua vez,
não devem deixar a responsabilidade de educar os filhos somente para os professores. Acredito que o estabelecimento de uma relação
cooperativa, focada no bem-estar das crianças, seja a melhor medida.
Descobrir, desenvolver e lapidar os valores humanos é o foco das atividades promovidas pela Soka Gakkai Internacional (SGI). Sem esses
esforços, não há como concretizar o objetivo maior — a paz mundial.
Se a humanidade almeja um futuro brilhante, deve, como primeiro passo, cuidar, com carinho e atenção, das crianças.
Os excertos, a seguir, foram extraídos do artigo “Diálogo sobre mães e filhos no século XXI”, de autoria do presidente da SGI, Daisaku Ikeda,
publicado, em série, na revista Daisanbunmei, entre 1999 e 2000.
À medida que crescem, as crianças passam mais tempo na escola. Por essa razão, o ambiente escolar é tão importante para o desenvolvimento
delas quanto o ambiente familiar.
Os professores devem oferecer o tipo de aprendizado que as crianças não recebem em casa. Em vez de censurá-las por causarem problemas na
escola, deveriam trabalhar em parceria com os pais para educá-las e desenvolvê-las.
Muita ênfase é dada à formação e às conquistas acadêmicas. Não é raro estudantes graduados com boas notas serem elogiados como bons filhos
pelos pais. Há pais que se preocupam excessivamente com a questão e chegam a comparar o desempenho das crianças com o de outras. Com
certeza, eles desejam o melhor a elas, porém, devem evitar ao máximo agir de forma obsessiva.
Exercitar a mente ou o intelecto é importante, mas isso não basta. É preciso também que as pessoas se exercitem fisicamente. Porém, o principal
mesmo é fortalecer e desenvolver o coração e o espírito de nossas crianças.
Nem é preciso dizer que as crianças não devem negligenciar os estudos, pois é o aprendizado que lhes provê a base para a vida. Hoje, mais do
que nunca, o mundo necessita de indivíduos autênticos, que possuem capacidade, nobreza de caráter e sabedoria. Seria um erro avaliar o futuro
das crianças unicamente com base nas notas — boas ou más. O boletim escolar não determina a felicidade.
Quando eu cursava o ensino fundamental, meus pais nunca me pediram para ver o boletim. Na realidade, eles nunca insistiram que eu estudasse.
Isso porque confiavam totalmente em mim.
Apesar de minha mãe não me perguntar sobre as notas, era rigorosa em relação às questões corriqueiras. Ela costumava dizer: “Não cause
problemas aos outros”; “Você nunca deve mentir”. Com o passar dos anos, ela freqüentemente me incentivava: “Seja qual for a sua decisão,
persista e concretize os objetivos com responsabilidade”.
Mostrar o boletim escolar aos pais é, para algumas crianças, verdadeira tortura. É perfeitamente compreensível que os pais queiram fazer alguns
comentários sobre as notas dos filhos. Entretanto, o desempenho escolar das crianças não melhorará só pelo fato de cobrarem isso delas. A
constante repreensão pode gerar efeito oposto ao desejado.
Normalmente, os pais fazem de tudo para que os filhos estudem, e os filhos, quase sempre, querem brincar. Essa é a principal razão dos
conflitos. É bom lembrar que as notas escolares são apenas um aspecto do desenvolvimento das crianças. Contudo, as pessoas se preocupam em
serem avaliadas do ensino fundamental ao universitário. Há também avaliações para se manter no mundo competitivo da sociedade. O fato de
obterem excelentes notas no ensino médio não é garantia de que prestarão notáveis contribuições à sociedade. Somente quando começam a viver
na sociedade é que as pessoas são realmente testadas como seres humanos.
Competir com outras famílias no que se refere às notas escolares das crianças é um erro. As mães não devem ser arrogantes a ponto de se gabar
por causa das notas dos filhos. Como pais, não podemos ser excessivamente indulgentes com as crianças, pois contribuiremos para que se
tornem adultos egocêntricos e individualistas.
Obter boas notas nada tem a ver com a grandeza do ser humano. Conquistas acadêmicas e integridade humana são duas questões distintas. O
desejo pelo aprendizado é uma busca nobre e, por meio do diligente estudo, as crianças podem polir e enaltecer a própria vida. É importante
estimular, nos filhos, o desejo pelo aprendizado, ensinando-os que o estudo é para o próprio bem deles e para o auto-aprimoramento.
Se boas notas e grandeza humana são dois aspectos que nada têm a ver entre si, então por que estudar? Porque saber é poder. Nós estudamos
para nos tornar pessoas capazes; e aprendemos para vencer na vida. Sem o estudo, não podemos manifestar pleno potencial, especialmente nos
momentos cruciais. Sem o estudo, não conseguiremos concretizar nossos sonhos. As pessoas não conseguem se tornar grandiosas sem estudo e
empenho.
Em todo empreendimento — mesmo os que aparentam ser glamourosos, como os esportes e a música —, as pessoas não podem se tornar
profissionais de primeira categoria sem estudar e treinar bastante.
É claro que os estudos acadêmicos não são a única forma de se atingir essa condição. Cada um possui tanto pontos fracos como fortes no que se
refere aos estudos. Torna-se essencial que as pessoas continuem a manter o desejo de estudar e de aprender. Grandes indivíduos,
independentemente de terem se destacado ou não nos estudos acadêmicos, continuaram a progredir por meio do constante aprendizado. Espero
que as mães estimulem, nas crianças, o desejo de estudar e que as elogiem sempre, sem se preocuparem excessivamente com o boletim escolar.
Uma mãe jamais deve dizer a seu filho frases como: “Você não serve para nada”; “Por que você não consegue compreender algo tão simples?”
Descobrir, desenvolver e lapidar os valores humanos é o foco das atividades promovidas pela Soka Gakkai Internacional (SGI). Sem esses
esforços, não há como concretizar o objetivo maior — a paz mundial.
Se a humanidade almeja um futuro brilhante, deve, como primeiro passo, cuidar, com carinho e atenção, das crianças.
Os excertos, a seguir, foram extraídos do artigo “Diálogo sobre mães e filhos no século XXI”, de autoria do presidente da SGI, Daisaku Ikeda,
publicado, em série, na revista Daisanbunmei, entre 1999 e 2000.
É importante nutrir nas crianças o espírito de desafio: “Posso fazer qualquer coisa se tentar”. Essa atitude dos pais faz com que elas adquiram
autoconfiança. Por essa razão, palavras afetuosas e incentivadoras como: “Zelarei por você”; “Vou orar por você”; “Por favor, estude com
tranqüilidade” fazem grande diferença.
Tudo se inicia com o primeiro passo. Dessa forma, a chave se encontra nesse momento: se a pessoa dará ou não o passo inicial. O único modo
para se atingir o objetivo é avançar, um passo de cada vez, com persistência. Muitas vezes, não conseguimos discernir resultados visíveis de
nossos esforços. Entretanto, sem dúvida, continuamos a nos desenvolver. Um dia, atingiremos um certo nível e, como num piscar de olhos, o
caminho se abrirá diante de nós. O mais importante é tentarmos até concretizarmos nossas metas.
Os pais devem motivar as crianças a manifestarem o pleno potencial, sem obrigá-las a nada. Em vez de ordens, devem encorajá-las.
As pessoas que se aplicam nos estudos são sempre beneficiadas. Quando as crianças compreenderem isso, estudarão espontaneamente. O ensino
fundamental é muito importante, porque é nesse período que se forma a base acadêmica. Se o aluno não tentar compreender o que não entende,
ficará atrasado em relação aos demais de sua turma e, posteriormente, perderá o interesse ou até mesmo sentirá aversão pela escola.
“Perseverança é força”. Em tudo o que almejamos, não conseguimos atingir a perfeição de uma hora para outra. É preciso enfrentar desafios e
persistir. Pensar de outra forma é ilusão. As pessoas que têm sonhos, mas sempre procuram evitar as dificuldades, tendem a ser indolentes e
manipuladoras. Se desistirmos de nossos objetivos pensando: “Não conseguirei obter isso de jeito algum”, demonstraremos que não temos força.
Certamente, há momentos em que nos sentimos derrotados ou desanimados. Podemos até passar por reveses. Mesmo que tropecemos ao longo
do caminho, temos de renovar nossa determinação e persistir. A capacidade de agir dessa maneira é prova de força interior. As mães devem
encorajar pacientemente os filhos de modo que eles manifestem a decisão de avançar. Quando as crianças avançarem mesmo que um passo,
elogiem-nas com carinho: “Você fez um excelente trabalho!” ou “Eu sabia que você conseguiria!”
Podemos melhorar nosso caráter e influenciar positivamente cada aspecto da nossa vida se tivermos a intenção de fazer sempre o máximo, de
enfrentar as dificuldades, de jamais desistir de nossas metas e de vencer a própria fraqueza. Todos esses elementos, necessários para a vitória na
vida, podem ser desenvolvidos.
Seja qual for o sonho acalentado, é importante perseverarmos até realizá-lo.
Quem mantém total comprometimento com seus objetivos não pode ser derrotado. Isso não se aplica somente aos estudos. Se mantivermos a
disposição de sempre querer aprender, se continuarmos a crescer dia após dia, avançando mesmo um passo por vez, tudo o que conquistarmos
será fonte de força interior, parte de nosso ser. Ao contrário, tudo o que conseguimos da noite para o dia é, por assim dizer, superficial.
O presidente Toda, até o último momento da vida, aconselhou-nos rigorosamente: “Estudem sempre. As pessoas que não estudam não são meus
discípulos”. Por essa razão, ainda hoje me empenho nos estudos. Por ter apoiado meu mestre quando os negócios estavam falindo, não freqüentei
uma universidade, apesar de desejar muito cursar uma. Mas, o presidente Toda me disse: “Não se preocupe. Eu mesmo darei a você uma
instrução de nível universitário. Deixe isso comigo”. Todos os domingos, ele me explicava muitas matérias, mesmo enquanto se convalescia de
uma doença. Quando os domingos já não eram suficientes, reuníamo-nos todas as manhãs antes de iniciar o trabalho.
O Sr. Toda compartilhou comigo tudo o que sabia. Ele fez o máximo por mim. Foi um mentor excepcional, por quem tenho profunda gratidão.
Sou um graduado da “Universidade Toda” — meu maior orgulho. Espero que, assim como os seus filhos, vocês, mães, estudem diligentemente.
São vocês quem vão conduzir o “Século das Mulheres”. Por favor, tornem-se as mais sábias das mulheres.
O aprendizado é fonte de luz. Não aprender — permanecer na ignorância — é escuridão. As pessoas que continuam a estudar e a se aprimorar
por toda a vida, que possuem o porte sagaz de quem sempre está disposto a aprender algo, são seres humanos magníficos. A cada passo que elas
dão, sua vida se enriquece e se torna mais significativa. Espero sinceramente que as mães e seus filhos estudem, se desenvolvam e avancem
juntos rumo a um futuro de ilimitadas possibilidades.
Descobrir, desenvolver e lapidar os valores humanos é o foco das atividades promovidas pela Soka Gakkai Internacional (SGI). Sem esses
esforços, não há como concretizar o objetivo maior — a paz mundial.
Se a humanidade almeja um futuro brilhante, deve, como primeiro passo, cuidar, com carinho e atenção, das crianças.
Os excertos, a seguir, foram extraídos do artigo “Diálogo sobre mães e filhos no século XXI”, de autoria de Daisaku Ikeda, presidente da SGI,
publicado, em série, na revista Daisanbunmei, entre 1999 e 2000.
Nas oportunidades que tem de se encontrar com as crianças, o presidente da SGI dedica todo carinho e atenção a elas, como nesse momento
especial vivido em Santiago do Chile (24 de fevereiro de 1993)
Bons livros são bens preciosos. Preocupo-me com a atual tendência de as pessoas lerem tão pouco. Somos afortunados por termos à disposição
outros recursos além dos livros, como por exemplo os computadores, para obter informações. Porém, se desejamos realmente desenvolver o
intelecto, precisamos ler muitos livros. Elevamos a capacidade de discernimento, imaginação e criatividade, por meio das grandes obras
literárias.
Na sociedade, há diferentes tipos de pessoas. Sem a experiência de interagir com outras crianças, seus filhos acabarão não desenvolvendo a
capacidade de lidar com as diversas situações e personalidades.
Uma característica comum entre os pais que criam os filhos bem está na determinação de educá-los com a finalidade de contribuir para a
sociedade. Ser superprotetor é uma qualidade negativa para um pai, assim como para o tipo de pessoa que não liga para nada. Esses dois
comportamentos originam-se do egoísmo paterno, por considerar a criança como “sua posse”. Os pais que educam os filhos para se tornarem
valores, cidadãos que contribuem para a paz e a felicidade da sociedade, não serão vítimas desse egoísmo. Eles também não perdem as
esperanças, independentemente do que aconteça aos filhos.
Por causa do juramento que fiz ao meu mestre Jossei Toda, eu avancei. Diante do vasto mar na vila Atsuta, sua terra natal, o Sr. Toda me disse
que havia continentes do outro lado do oceano. Ele me solicitou que, em seu lugar, levasse a tocha da Lei Mística do Oriente para o mundo.
Prometi realizar o desejo de meu mestre de propagar a Lei Mística. E, com esse juramento no coração, continuo a me empenhar intensamente até
hoje. Em meio a tempestades, tenho recitado o Nam-myoho-rengue-kyo em qualquer parte do mundo, esteja no carro, no hotel ou no avião, para
cumprir meu juramento. Por ter feito essa solene promessa ao meu mestre, jamais pensei em desistir. Acredito que um sentimento similar se
aplique à educação das crianças.
A disposição dos pais de cooperar com os outros tem um grande impacto no pensamento das crianças. Exemplos assim são como sementes
plantadas, dispensando-se totalmente as palavras. Herbie Hancock, jazzista mundialmente renomado, descreve seus pais da seguinte forma:
“Depois de terem perdido totalmente as esperanças, muitas famílias são atormentadas pela discórdia, violência, delinqüência juvenil e pelas
drogas. Minha mãe, contudo, tinha grandes sonhos e expectativas pelo futuro. Era uma mulher determinada a libertar-se das circunstâncias e a
viver uma existência significativa. Também desejava isso para nós, seus filhos. Meu pai, por sua vez, fez o máximo para realizar os sonhos de
minha mãe”. (Living Buddhism, abril de 2002, p. 39.)
A mãe de Herbie Hancock nasceu e cresceu no Estado da Geórgia, Estados Unidos, onde o racismo era violento. Foi nesse ambiente desafiador
que ela viveu. Mesmo assim, essa corajosa mulher acalentava grandes sonhos e visualizava um futuro brilhante para os filhos e toda a família.
Herbie Hancock diz que sua mãe possuía a determinação de “fazer milagres”.
Espero que vocês, pais e mães, continuem a incentivar os filhos para que vivam vigorosamente.
Descobrir, desenvolver e lapidar os valores humanos é o foco das atividades promovidas pela Soka Gakkai Internacional (SGI). Sem esses
esforços, não há como concretizar o objetivo maior — a paz mundial.
Se a humanidade almeja um futuro brilhante, deve, como primeiro passo, cuidar, com carinho e atenção, das crianças.
Os excertos, a seguir, foram extraídos do artigo “Diálogo sobre mães e filhos no século XXI”, de autoria de Daisaku Ikeda, presidente da SGI,
publicado, em série, na revista Daisanbunmei, entre 1999 e 2000.
Coro de crianças e membros da Divisão dos Jovens da Soka Gakkai numa calorosa recepção à delegação chinesa da Academia de Ciências
Sociais Heilongjiang (Tóquio, 26 de maio de 2002)
O coração das crianças é naturalmente puro até ser maculado pela sociedade egoísta e corrupta dos adultos.
Para compreendermos o sofrimento dos outros, precisamos ter benevolência genuína e, se quisermos ajudá-los independentemente do que
possamos enfrentar, temos de ser fortes. As pessoas que conseguem entender o coração do próximo e agem em benefício dele são
verdadeiramente fortes. Transmitir essa força é a educação mais importante que podemos oferecer às crianças no lar; e é por meio do exemplo de
vida dos pais, do modo como eles vivem, que a mente das crianças é desenvolvida. No mundo dos seres humanos, o mais importante é o
coração, e não o dinheiro, a fama ou o status. Eis por que devemos nos esforçar para responder à sinceridade das crianças com sinceridade.
Ações benevolentes diminuem cada vez mais em nosso mundo. Benevolência, em japonês, é jihi. Ji significa “aliviar o sofrimento”; e hi,
“conceder alegria”. “Mesmo sofrimento” é o significado original da palavra sânscrita equivalente a hi. A base da benevolência está nessa
empatia — em sentir o sofrimento dos outros como se fosse o próprio sofrimento.
Sem benevolência, a sociedade tende a se fragmentar, a se dividir. Por essa razão, é importante cultivar a benevolência no coração das crianças.
Por mais conhecimento que elas acumulem, será um desperdício se tiverem um coração frio, incapaz de sentir algo mesmo vendo os outros
sofrerem. Com um coração desses, elas não conseguirão desfrutar as alegrias da vida.
O primeiro presidente da Soka Gakkai, Tsunessaburo Makiguti, bradou: “Qualquer professor que mereça este título e o respeito à função deve
demonstrar sua habilidade de julgar o que é certo e errado e mostrar a diferença pela escolha do certo, não só por meio de explicação oral. O
verdadeiro professor é, na realidade, a incorporação do valor moral”. (Educação para uma Vida Criativa, Editora Record, p. 155.) Esta é uma
diretriz para os educadores. Porém, acredito que os pais devam criar os filhos com a mesma consciência e senso de responsabilidade.
Embora seja importante fazer de tudo pelo bem dos filhos, se tentarem evitar que eles passem por experiências desagradáveis, em vez de ajudá-
los, estarão prejudicando. É natural que lhes estendam a mão ao tropeçarem. Porém, esse tipo de atitude educa os filhos com base no bem menor.
Educar as crianças com base no bem maior é auxiliá-las a desenvolver a força interior para viver sem depender de ninguém.
O que é bem? O que é mal? É responsabilidade dos pais ensinar esses valores aos filhos com total convicção. Conforme o presidente Makiguti
ressaltou, os pais devem empreender ações corajosas para ensinar às crianças o modo de vida correto.
Se ficarem sempre apegadas aos pais, as crianças não se desenvolverão — elas demonstrarão medo na companhia de outras pessoas e a
tendência de fugir da realidade. A verdadeira educação é a que desenvolve seres humanos fortes, capazes de interagir com qualquer pessoa e de
superar quaisquer obstáculos. Por compor-se de vários tipos de pessoas, a SGI é forte. Na convivência com todas elas, podemos polir nosso
humanismo. Uma organização harmoniosa de praticantes depende do empenho de todos.
Quando as crianças se engajam em várias atividades, as experiências as possibilitarão criar o alicerce do caráter. Pode parecer que elas estejam
apenas acumulando experiências sem importância. Mas, na realidade, estão aprendendo muito com essas atividades. O caractere iku da palavra
japonesa kyoiku (educação), denota a ação de “criar”. Isso não significa que os filhos devam ser criados e protegidos sob as asas dos pais.
Uma das responsabilidades dos pais é educar os filhos, cultivando neles a autoconfiança e a força para viverem sem depender de ninguém.
As experiências de vida tornam as pessoas mais fortes. Se os pais cobrem os filhos de mimos, estes tenderão a responsabilizar os outros quando
algo não ocorrer conforme desejam. Se as crianças tiverem sempre esse comportamento, não conseguirão se desenvolver e viver de forma
vitoriosa.
Se os pais freqüentemente proíbem os filhos, dizendo: “Não façam isso! Não façam aquilo!” Acabam lhes roubando a alegria e a vivacidade.
O desejo do presidente Makiguti era possibilitar às crianças tornarem-se adultos que, por meio da atuação, promovessem o bem. Nesse aspecto,
encontra-se o grande propósito da educação Soka de criação de valor.
Acertar sempre não é o mais importante. É um erro pensar que a vida tem de ser um mar de rosas. Nem tudo ocorre do jeito que desejamos. O
fundamental, portanto, é não desistir diante dos obstáculos. Com uma firme decisão, podemos transformar tudo em nutriente para o nosso
crescimento. Um espírito inabalável é a chave para conduzir uma vida digna e realizada.
A educação dos filhos deve basear-se no que é melhor para o futuro deles, e não no que dita o ego dos pais. Deve ser considerada de uma longa
perspectiva. É importante que os pais não se preocupem em apenas satisfazer os desejos imediatos das crianças, mas que fixem também os olhos
no futuro delas.
Os filhos são um reflexo dos pais. A educação é uma tarefa nobre em que ambos crescem juntos.
Descobrir, desenvolver e lapidar os valores humanos é o foco das atividades promovidas pela Soka Gakkai Internacional (SGI). Sem esses
esforços, não há como concretizar o objetivo maior — a paz mundial.
Se a humanidade almeja um futuro brilhante, deve, como primeiro passo, cuidar, com carinho e atenção, das crianças.
Os excertos, a seguir, foram extraídos do artigo “Diálogo sobre mães e filhos no século XXI”, de autoria de Daisaku Ikeda, presidente da SGI,
publicado, em série, na revista Daisanbunmei, entre 1999 e 2000.
No coração puro das crianças, a esperança da paz entre as nações. Daisaku Ikeda em sua primeira visita à antiga União Soviética (setembro de
1974)
Os olhos das crianças estão sempre fixos no futuro, porque o porvir é cheio de possibilidades. Pais e professores não devem limitar o
desenvolvimento desse potencial das crianças. O presidente Toda costumava dizer que é perfeitamente natural os jovens sonharem alto. Porém,
ele não dispensava os conselhos com base em experiências de vida. Espero sinceramente que os senhores respeitem ao máximo seus filhos.
No fim das contas, são as crianças que determinam o próprio futuro. É importante, no entanto, que os pais conversem com elas sobre os
caminhos que poderão tomar. Os pais certamente têm seu próprio modo de pensar, mas os filhos também têm o deles. Por essa razão, não devem
menosprezar as crianças, impondo-lhes as próprias idéias. Para assegurar que as crianças sejam conduzidas na direção correta, é preciso manter
abertos os canais do diálogo. Isso é fundamental para elas vencerem na vida.
Que tipo de sonhos proporcionamos a nossas crianças? Possibilitamos a elas visualizarem um grande futuro? Depende dessas questões a
concretização de um futuro brilhante. O poeta John Milton afirmou que, assim como o amanhecer mostra como será o dia, a infância revela que
tipo de ser humano a pessoa será quando crescer. De fato, a infância representa o “amanhecer da vida”. Que tipo de sementes vamos plantar e
que tipo de luz lançaremos sobre elas? Conforme esses elementos, a vida poderá variar significativamente. É importante semearmos coragem no
coração das crianças e cultivar essa semente com a luz do sol da esperança.
O mundo das crianças é repleto de estímulos. Assim, é difícil dizer o que as motiva a crescer. Por outro lado, muitos também são os elementos
que podem arrastá-las à corrupção e ao mal. Precisamos ajudá-las a seguir o caminho correto, do desenvolvimento e do bem, sendo para elas
bons amigos. A chave se encontra em oferecer-lhes oportunidades e em motivá-las a crescer plenamente.
Os pais precisam reconhecer o caráter dos filhos desde tenra idade. Se forem capazes disso, não se surpreenderão quando as crianças passarem
pela “fase de rebeldia”. Mesmo que os problemas não sejam aparentes, os pais conseguirão detectar facilmente algo anormal, observando
pequenos sinais nas maneiras e no tom da voz dos filhos.
Se as crianças têm de obedecer a tudo o que os pais pedem que elas façam, crescerão como robôs e serão malsucedidas na sociedade. O desejo
de muitos pais é moldar as crianças à imagem por eles idealizada. Na realidade objetiva, as coisas não acontecem exatamente como os pais
desejam. Eles não devem olhar as crianças de uma perspectiva subjetiva. Ao contrário, precisam manter a objetividade. Por mais afeto que os
pais acreditam que os filhos precisam receber, o mais importante é como as crianças realmente se sentem. A satisfação dos pais não corresponde
à satisfação dos filhos. Se os pais não enxergarem as divergências entre eles e as crianças, cedo ou tarde, pensarão arrependidos: “Não era assim
que eu imaginava que seria!”
As crianças nem sempre obedecem aos pais. Estes devem reconhecer esse fato e ampliar a compreensão. O presidente Toda costumava dizer aos
pais: “Os senhores precisam elevar a condição de vida. Se a todo momento brigam com os filhos, isso significa que a condição de vida dos
senhores está baixa”. Há razões para as crianças resmungarem, desobedecerem e terem acessos de raiva. Por não conseguirem articular seus
sentimentos, procuram um escape para extravasar suas emoções. Precisamos tentar compreender o coração e a mente das crianças, perguntando a
nós mesmos: “O que elas desejam? O que estão tentando nos dizer?”
Precisamos ser mais sensíveis para entender o que se passa com as crianças. É fundamental nutrirmos suas esperanças, ajudando-as a se
desenvolver. Como? Acreditando sempre no grande potencial que elas possuem e orando sinceramente pelo seu crescimento. A educação no lar
começa com os laços de confiança entre pais e filhos. Se ficarmos presos a nossa reputação e a questões superficiais, seremos eternamente
indivíduos inseguros, sem base, facilmente influenciados por fenômenos externos, e não faremos progresso algum. Precisamos, em vez disso,
nos manter resolutos e direcionar tudo à felicidade. O que nos possibilita fazer isso é o poder da fé.
É difícil pais e filhos se entenderem completamente por serem de gerações diferentes. Além disso, as crianças crescem e mudam a cada dia.
Mesmo que o desejo dos pais seja o de que os filhos permaneçam do mesmo jeito, não podem se deixar levar por esses sentimentos. Os pais,
algumas vezes, lamentam: “Meu filho não era assim”. Mas essa reação indica que eles falharam em notar as mudanças nos próprios filhos. Pais e
professores devem procurar reconhecer essas mudanças nas crianças. Se tiverem isso como ponto de partida, poderão desenvolver a
compreensão recíproca.
Os presidentes Makiguti e Toda sempre, com lágrimas nos olhos, encorajavam os companheiros que passavam por dificuldades. Consideravam
os sofrimentos dos outros como se fossem os próprios. A maior alegria para eles era ver as pessoas que haviam encorajado superando o destino e
dando uma nova partida na vida. Essa é a nobre tradição da Soka Gakkai. Vivo até hoje, apesar de minha saúde frágil, por causa da oração
resoluta e do encorajamento do presidente Toda, que freqüentemente me dizia: “Não deixarei que você morra!” ou “Não morra jovem!” Nosso
sincero desejo de querer ajudar os amigos a superarem os sofrimentos e a serem felizes, instila coragem e esperança na vida deles e na nossa,
abrindo, dessa forma, o grande caminho da felicidade mútua. Esse é o modo de vida que brilha com a suprema humanidade. O mesmo se aplica
aos pais e professores quanto à educação das crianças. Precisamos ouvir cada uma delas e compartilhar os desafios para ajudá-las a vencer as
dificuldades. Essa atitude deve ser o ponto de partida de todos os nossos esforços.
Descobrir, desenvolver e lapidar os valores humanos é o foco das atividades promovidas pela Soka Gakkai Internacional (SGI). Sem esses
esforços, não há como concretizar o objetivo maior — a paz mundial.
Se a humanidade almeja um futuro brilhante, deve, como primeiro passo, cuidar, com carinho e atenção, das crianças.
Os excertos, a seguir, foram extraídos do artigo “Diálogo sobre mães e filhos no século XXI”, de autoria de Daisaku Ikeda, presidente da SGI,
publicado, em série, na revista Daisanbunmei, entre 1999 e 2000.
Primeira visita de Daisaku Ikeda a Lisboa, Portugal (27 de outubro de 1965). Uma parada para registrar, em foto, um encontro muito especial
Uma criança não pode se tornar um adulto completo e realizado sozinha. Isso só é possível com o apoio sincero dos pais, professores e amigos.
Quando elas contam com o apoio de pessoas que realmente a compreendem, conseguem se desenvolver com paz de espírito. Eis a importância
dos laços de coração a coração. A relação entre pais e filhos, entre professor e aluno e entre mestre e discípulo — as crianças aprendem a
valorizar esses tipos de laços humanos por meio da observação, à medida que crescem. Somente nessas relações humanas é que a profunda e
verdadeira alegria de viver pode ser encontrada.
A mente humana é mais delicada do que supomos. Mudanças súbitas em nosso coração transformam drasticamente tudo ao redor. Por essa
razão, devemos ser mais sensíveis, demonstrar mais consideração pelas crianças, conduzindo-as para o desenvolvimento e a felicidade. É
importante que numa relação entre pais e filhos, marido e mulher, os envolvidos procurem expressar abertamente os sentimentos. Dizer “muito
obrigado” ou “desculpe-me” pode parecer insignificante. Essas atitudes, quando constantes, fazem uma grande diferença. Também é importante
que os pais não imponham opiniões aos filhos, mas que conversem e interajam com eles, levando em conta as circunstâncias e o sentimento de
cada um.
Os pais não devem ser passivos demais com os filhos, nem controladores ou superprotetores. Compartilhar os problemas e buscar soluções junto
das crianças são algumas das responsabilidades dos pais. Por meio do comportamento destes, as crianças aprenderão a viver corretamente.
O presidente Makiguti disse certa ocasião: “Se um pai ou uma mãe vê o filho que está dormindo chutar o cobertor até livrar-se dele e não fizer
nada, não estará agindo para o bem da criança, pois ela poderá apanhar um resfriado. Não fazer nada neste caso seria tão ruim quanto tirar o
cobertor. Não fazer o bem é o mesmo que fazer o mal”. Nesse sentido, a tendência atual à apatia e à indiferença na sociedade é motivo de
preocupação.
As crianças costumam se lembrar de coisas que para os adultos parecem insignificantes. Muito mais do que se imagina, o comportamento
espontâneo e as palavras sinceras dos pais permanecem gravadas na vida delas. Os filhos estão sempre observando os pais. No prefácio de meu
livro Haha no mi (O Bailar das Mães), escrevi: “A mãe é como o Sol, o oceano, a brisa primaveril, o girassol”. O sorriso radiante que as crianças
retribuem aos pais lembra o girassol. Elas estão sempre procurando os pais, o seu sol. O mesmo deveriam fazer os pais em relação aos filhos.
Não importa com quem eu converse, procuro sempre tratar essa pessoa com o máximo respeito. Para mim, uma criança é um indivíduo. Não há
outra forma de desenvolver seres humanos senão por meio da sinceridade e do amor. A idade não faz diferença alguma no modo como tratamos
uns aos outros. Se tratarmos cada criança como nosso precioso herdeiro, desejando sinceramente que ela cresça, esse sentimento, sem falta,
chegará ao coração dela.
Os pais tendem a julgar os filhos com base em padrões, pensando, por exemplo: “Isso deve ser muito difícil para a compreensão de uma
criança”. Entretanto, o coração e a mente das crianças são mais expansivos do que os adultos imaginam. Elas possuem uma incrível capacidade
de absorção. Quando as crianças descobrem algo novo, é importante que os pais respondam compartilhando o sentimento delas e jamais as
ignorem. Tudo isso contribuirá para que as crianças se tornem adultos com grande capacidade de compreensão e tolerância.
Muitas pessoas consideram a ausência de lutas e de problemas sinônimo de felicidade. É um erro pensar dessa forma. Se analisadas de uma
longa perspectiva, nossas lutas são nossos tesouros. Enfrentar problemas não é algo negativo nem constrangedor. Por causa das dificuldades,
podemos nos aprimorar e crescer como seres humanos. Para criar os filhos, os pais também enfrentam inúmeras dificuldades. Saibam, porém,
que esses são momentos dourados da vida dos senhores. Mesmo que os dias sejam de total escuridão, não durarão para sempre. O alvorecer
certamente chegará se os senhores avançarem e não permitirem ser derrotados. Neste momento, ao olharem para trás, vão declarar com total
convicção: “Desfruto essa felicidade porque lutei!” Somente as pessoas que conheceram o rigor do inverno conseguem saborear a alegria da
primavera.
Cada criança é um tesouro inestimável. O Sutra de Lótus narra a “Parábola dos três tipos de ervas medicinais e dois tipos de árvores”: Há muitas
espécies de plantas. Diferentes em tamanho, formas e cores. Algumas crescem rápido, enquanto outras levam tempo para amadurecer.
Entretanto, a chuva que cai do céu molha todas as plantas igualmente, nutrindo-as para que cresçam. As plantas, por sua vez, florescem e dão
frutos, conforme a característica de cada uma. Essa parábola simboliza a vasta benevolência do Buda para nutrir a vida de todos os seres a
despeito das diferenças entre eles. As crianças são diferentes umas das outras; cada qual possui uma qualidade única e extraordinária.
Precisamos nutri-las com a chuva do amor e da benevolência imparcial para que elas floresçam e evidenciem plenamente suas qualidades únicas.
A mãe é o sol de toda a família. Se o coração da mãe resplandece com a luz da esperança chamada fé, ela é capaz de enfrentar toda e qualquer
dificuldade serenamente. Mesmo que o céu esteja coberto de nuvens, por mais longa que seja a chuva ou por pior que seja a tempestade, o sol
continua a brilhar. As mães também são assim — possuem inerente esse grande poder.
É importante que os pais se engajem em tudo com alegria e vigor. A criança aprenderá essa atitude com os pais. Fugir dos desafios e viver
tranqüilamente é a tendência dos seres humanos. No entanto, a felicidade não pode ser encontrada em nenhum outro lugar senão dentro de nós.
Um modo de vida genuíno consiste em transformar o lugar em que vivemos no paraíso. De fato, quando estamos ocupados é que nos sentimos
realizados. Quando lutamos para vencer os problemas é que nos sentimos estimulados. Na dedicação ao cumprimento de um propósito,
encontramos a felicidade. As ações dos senhores mostrarão aos seus filhos quanto isso é verdade.
Descobrir, desenvolver e lapidar os valores humanos é o foco das atividades promovidas pela Soka Gakkai Internacional (SGI). Sem esses
esforços, não há como concretizar o objetivo maior — a paz mundial.
Se a humanidade almeja um futuro brilhante, deve, como primeiro passo, cuidar, com carinho e atenção, das crianças.
Os excertos, a seguir, foram extraídos do artigo “Diálogo sobre mães e filhos no século XXI”, de autoria do presidente da SGI, Daisaku Ikeda,
publicado na revista Daisanbunmei, entre 1999 e 2000.
Vale lembrar que esta série se encerra nesta edição.
O que estariam olhando os participantes desta foto? Um futuro tão brilhante quanto o sorriso e tão feliz quanto os trajes coloridos do mestre e do
jovens discípulos (Lima, Peru, 23 de março de 1974)
O presidente da SGI, Daisaku Ikeda, incentiva dois representantes da DE Futuro (Auditório Memorial Makiguti, Tóquio, 19 de janeiro de 2008)
Da perspectiva budista, tudo o que acontece na vida possui um significado. As pessoas que vencem as dificuldades e avançam com base na forte
fé, conseguem desfrutar a existência em profundidade. Com certeza, a vida de uma criança que faleceu, continuará a existir no magnífico fluxo
do Kossen-rufu. Nitiren Daishonin diz: “Sem demora, atingirá a luz tranquila e retornará aos sonhos do nascimento e da morte dos nove
mundos”, “Sem demora, beneficiará amplamente as pessoas” (Gosho Zenshu, p. 574).
Uma criança que cumpre sua nobre missão e falece, imediatamente renasce neste mundo e junta-se a nós na jornada do Kossen-rufu.
O primeiro presidente da Soka Gakkai foi separado de seus pais na infância. Ele cresceu e se forjou enfrentando sucessivos desafios. Sakyamuni
também perdeu a mãe logo depois de ela lhe dar à luz. Estes dois exemplos mostram que as pessoas podem se desenvolver como grandes
indivíduos mesmo que não desfrutem mais a presença dos pais. Ao se depararem com uma situação desvantajosa, se possuírem um coração forte
e uma profunda fé, essas pessoas serão capazes de mudar tudo a favor delas. Por essa razão, é importante que cultivem nas crianças um coração
forte para que, no futuro, elas não sejam derrotadas por quaisquer circunstâncias.
Cada família vive situações diferentes. Independentemente das circunstâncias, por favor, assegurem que as crianças não se sintam inferiores em
relação às outras. Famílias de mãe ou de pai solteiro não precisam imitar os lares constituídos por ambos os pais. É natural que os filhos desejem
a presença do pai e da mãe. Porém, há casos em que os filhos não conseguem se tornar independentes por serem mimados pelos dois. Há muitas
pessoas que, com tenra idade, perderam um dos pais e que se tornaram adultos notáveis. Enquanto o pai ou a mãe que permaneceu orar
sinceramente e amar os filhos, estes crescerão fortes e decididos.
Não há sociedade sem dificuldades. Similarmente, não há família sem problemas. Por possuirmos tanto qualidades como defeitos, somos
chamados humanos. Dizem que as crianças se sentem à vontade ao consultar pais que compartilham com elas seus fracassos e suas dificuldades
e que não ficam se vangloriando. Isso faz com que elas se sintam mais seguras. O mais importante, como pais, é agir com sabedoria. Não
precisam mostrar que são bons pais. Se se preocuparem somente com isso, acabarão fazendo os filhos sofrer. Sejam simplesmente autênticos.
Os pais devem se esforçar para superar o individualismo e empreender ações em prol da sociedade e das demais pessoas. Certa vez, o presidente
Toda disse o seguinte a uma senhora que enfrentava dificuldades com a educação do filho: “Antes de querer moldar seu filho num triângulo ou
num quadrado, acumule boa sorte. Se a senhora tiver boa sorte, seu filho crescerá como um excelente adulto. Em resumo, é isso. Acumule boa
sorte dedicando-se sincera e seriamente na prática budista”.
O sofrimento dos filhos é o sofrimento dos pais. É ainda maior a dor que um pai ou uma mãe sente ao ver o filho adoecer do que a dor que
sentiriam se eles próprios estivessem doentes. Não há tristeza maior para eles ver o filho, que teria um longo futuro pela frente, adoecer. “Por
que meu filho tem de sofrer dessa maneira?”, podem questionar os pais. Recebo inúmeras cartas do mundo inteiro de pais cujo filho luta
desesperadamente contra a doença. Quando as leio, oro pela total recuperação da criança e envio palavras de encorajamento para que a família
não sucumba a essa adversidade e sigam adiante. É fundamental que os membros da família nunca percam a esperança e vivam com coragem.
Muitas vezes, os pais podem cair em desespero. Isso é natural. Nesses momentos, levantem-se com coragem, ergam a cabeça e avancem.
O presidente Toda orientou o seguinte a um senhor cujo filho delinquente se recusava a voltar para casa: “Com base na perspectiva budista, a
questão fundamental reside no carma dos pais, que sofrem com o filho. É importante que o senhor tenha o desejo de criar seu filho e de
transformá-lo numa pessoa admirável. Agir dessa forma é agir como um buda. A relação compartilhada por pais e filhos é mística. Da
perspectiva da eternidade da vida — que abrange passado, presente e futuro — os laços que os unem são realmente profundos. Um filho dá aos
pais a oportunidade de edificarem uma vida suprema. Dependendo de como o senhor vê essa circunstância, o curso da vida do senhor e de seu
filho vai diferir significativamente. Por maior que seja o sofrimento ou a dificuldade que esteja enfrentando, diga a seu filho: ‘Obrigado por ter
nascido’. Enquanto tiver esse sentimento, tanto o senhor como seu filho avançarão rumo à felicidade”.
Quando o pai se mantém calmo em momentos cruciais, os filhos mostram-se estáveis. As crianças sentem a força do pai, e a confiança entre eles
aumenta. Muitas famílias lutam contra o desemprego. Passar por tal situação não significa derrota. Não é porque praticamos o budismo que não
vamos adoecer ou enfrentar dificuldades financeiras. Mesmo o presidente Toda sofreu a falência dos negócios. Porém, ele manteve o espírito de
um leão. “Apesar de ter falido nos negócios, não serei derrotado na vida”, disse meu mestre. A imagem que tenho dele se reerguendo com
serenidade ainda é vívida. Por mais profunda a escuridão em que estejamos, a noite dará lugar ao amanhecer. É importante que os membros da
família apoiem uns aos outros em momentos críticos e acreditem firmemente que tudo vai melhorar. O pai desempenha papel fundamental nisso.
No curso da vida, enfrentamos vários problemas mesmo praticando o budismo. Tempestades do carma surgem inesperadamente na família, no
trabalho ou na vida dos filhos. Porém, quando superamos cada uma dessas dificuldades, realizamos a revolução humana e transformamos o
carma de toda a família. Na realidade, esses acontecimentos são oportunidades para conquistarmos uma felicidade ainda maior. A vida é uma
longa jornada. Por essa razão, haverá momentos em que vencemos e momentos em que perdemos. Não há necessidade de ficarmos
constrangidos por perdas temporárias. O importante é vencermos no final. A chave está em não perdermos o espírito combatente por mais
desafiadora que seja nossa situação.
Por trás de toda pessoa notável está uma grande mãe. Digo isso com base nas famílias que tenho observado ao longo de mais de cinquenta anos.
Quando me encontro com jovens que atuam com pleno vigor no jardim do Kossen-rufu, percebo o caráter maravilhoso da mãe de cada um deles.
Quando uma mãe avança com alegria e convicção pelo grande caminho da esperança, ela é capaz de apoiar o filho e conduzi-lo a uma vida
suprema.
Jamais me esquecerei do dia 3 de maio de 1951. Nessa data, Jossei Toda tomou posse como segundo presidente da Soka Gakkai. No fim da
cerimônia, ele regeu uma canção com tanto vigor que o jarro e o copo sobre a mesa se chocaram e quebraram. O presidente Toda imediatamente
nos ensinou o seguinte: “O jarro pode alegar: ‘Quebrei porque o corpo de vidro bateu em mim’. O copo, por sua vez, pode retrucar: ‘Quebrei
porque o jarro de vidro bateu em mim’. De fato, eles quebraram porque ambos possuíam inerente um elemento para que isso ocorresse. O que
teria acontecido se o choque fosse entre algodão e um copo de vidro? Eles nunca se quebrariam. Na fé é o mesmo. Muitos pensam que são
infelizes por causa de outras pessoas. Isso está errado. Se nos tornarmos algodão, ninguém nos quebrará. É inútil culpar os outros. Precisamos
mudar nosso próprio destino”. Valendo-se desse incidente que ocorreu bem diante de nossos olhos, o Sr. Toda nos ensinou, de forma fácil e
direta, como a filosofia budista é profunda. O mesmo se aplica à educação dos filhos. As circunstâncias não são “as responsáveis” pelos nossos
sofrimentos. É importante que os pais tenham força suficiente para permanecerem inabaláveis quando algo desagradável ocorrer.
Por favor, senhores pais, sejam como o algodão e abracem com carinho seus filhos. Isso é ser forte.