Aula - Farmacologia 01

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Professor Bruno Educa Far Concursos

CONCURSO
CONCURSO
PREF. ANÁPOLIS – Farmácia
Conhecimentos: Específicos
Disciplina: Farmacologia
Parte I
_____________________________________________

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(COPYRIGHT), NOS TERMOS DA LEI 9.610/98, QUE ALTERA, ATUALIZA E CONSOLIDA A
LEGISLAÇÃO SOBRE DIREITOS AUTORAIS E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS.

GRUPOS DE RATEIO E PIRATARIA SÃO CLANDESTINOS, VIOLAM A LEI E PREJUDICAM OS


PROFESSORES. NOSSA EQUIPE ESTÁ IDENTIFICANDO E COMBATENDO ESTA PRÁTICA
EMBASADA NA LEGISLAÇÃO VIGENTE!

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ÇÃO
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OBSERVAÇÕES INICIAIS

Os livros dos saudados Bertram G. Katzung ou Goodman & Gilman,


todo farmacêutico conhece, e sabe bem que ele possui mais 1.000 páginas.
Então não é humanamente possível estudar de forma detalhada, no prazo
que vocês têm, o edital saiu com um prazo muito curto até a prova. Farei o
seguinte, vamos focar de forma muito objetiva naquilo que as bancas mais
exigem, o que é recorrente mesmo.
Ao observar o edital do concurso Pref. Goiânia 2015, vimos que a parte
de Farmacologia corresponde praticamente a 50% do seu edital, então,
acreditamos que talvez seja a disciplina mais importante do conteúdo
específico.

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SEÇÃO 1: PRINCÍPIOS BÁSICOS

FARMACOLOGIA: pode ser definida como o estudo de substâncias que


interagem com os sistemas vivos através de processos químicos,
especialmente pela ligação a moléculas reguladoras e ativação ou
inibição de processos corporais normais.

Para Katzung B.G.  FÁRMACO é toda substância que suscita uma


mudança na função biológica através de suas ações químicas. Na grande
maioria dos casos ocorre a interação com outra molécula específica do
organismo, chamada de receptor.
Os fármacos podem ser sintetizados no corpo (ex: hormônios) ou
substâncias NÃO sintetizadas no organismo, que são os chamados
xenobióticos.
A farmacologia possui várias subdivisões, uma que o autor teve o
interesse de mencionar na introdução do livro é a FARMACOGENÔMICA (a
relação da composição genético do indivíduo com sua resposta a
fármacos específicos).
A Farmacogenômica ou farmacogenética também pode ser
entendida como o estudo das variações genéticas que causam diferenças
na resposta ao fármaco entre indivíduos ou populações.

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FARMACOCINÉTICA
A farmacocinética é um ramo da Farmacologia que possui
importância de auxiliar correta posologia, assim como reajustes nas doses,
entender o índice terapêutico, entre outras.
Katzung B. G, define de forma simplificada farmacocinética como: a
ação do corpo sobre o fármaco.
Professor ainda não entendi muito bem. OK! Vou explicar com uma
linguagem menos técnica. A farmacocinética significa: o caminho que o
fármaco vai percorrer no corpo, desde a administração e absorção até a
sua eliminação. Outros autores falam que é a relação entre a seqüência
temporal das concentrações da substância alcançadas em diferentes regiões do corpo
durante e após a administração de uma dose.

Às vezes, encontramos em assertivas de provas o seguinte conceito


atribuído a farmacocinética:
Farmacocinética é o estudo da velocidade com que os fármacos
atingem o sítio de ação e são eliminados do organismo, bem como dos
diferentes fatores que influenciam na quantidade de fármaco a atingir o
seu sítio.
Em farmacologia os parâmetros ditos farmacocinéticos são aqueles
que se relacionam com o caminho que a droga faz pelo organismo, a
cronologia desse percurso. São exemplos de parâmetros farmacocinéticos:
Forma Farmacêutica
Via de Administração
Tempo de meia-vida
Quantidade de droga no corpo

A Farmacocinética é dividida em quatro fases, que estudaremos daqui a


pouco, essas fases são:

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ABSORÇÃO
É a passagem da droga do seu local de aplicação até a corrente
sangüínea.
Para ser absorvido um fármaco precisará atravessar as barreiras
celulares (por exemplo, mucosa gastrintestinal, túbulo renal, barreira
hematoencefálica, placenta), é necessário que as substâncias atravessem
membranas lipídicas.
As substâncias atravessam as membranas lipídicas:
por difusão passiva;
por transportadores;

Como visto na imagem acima a difusão passiva poderá ocorrer pela


membrana ou através de canal aquoso (ou poro aquoso).

DIFUSÃO PASSIVA PELA MEMBRANA Como a membrana é uma bicamada


lipídica o principal fator que determina a taxa de transferência por difusão
passiva através da membrana é a lipossolubilidade da substância. Quanto
maior a lipossolubilidade, mais facilmente o fármaco poderá atravessar.
Outro fator importante é o peso molecular, quanto MENOR o peso
molecular do fármaco mais fácil será a passagem através das membranas.
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Além disso, o transporte passivo depende do gradiente de concentração,


as substâncias químicas tendem a se deslocar do compartimento mais
concentrado para o menos concentrado, portanto fármacos administrados
em soluções altamente concentradas são absorvidos mais rapidamente do
que aqueles administrados em soluções de baixa concentração, já que
possuem um gradiente de concentração favorável.

OBS: A lipossolubilidade é a solubilidade nos lipídios, que é caracterizada pelo


coeficiente de partição lipídeo/água. Portanto quanto maior o coeficiente de partição,
maior a solubilidade e consequentemente mais absorvível o fármaco pelas membranas
celulares.

DIFUSÃO PASSIVA PELO CANAL AQUOSO Como o canal é preenchido por


água, essa será a opção para absorção de forma passiva para os fármacos
que forem mais hidrofílicos e logicamente de baixo peso molecular
também. Além disso o deslocamento dos fármacos por esse processo
também dependem do gradiente de concentração.

ABSORÇÃO POR TRANSPORTADRES A absorção mediada por


transportadores (por exemplo, no túbulo renal, na barreira
hematoencefálica, no epitélio gastrintestinal) requer energia e é importante
para algumas substâncias quimicamente relacionadas a substâncias
endógenas.

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Outros fatores que influenciam o processo de absorção:

Característica química da droga: Certamente se alguns fatores forem


atendidos, mas o fármaco tiver uma característica química instável a
absorção e transporte desse fármaco será prejudicado.

Estado cristalino: A grande coesão das moléculas de um composto em seu


estado cristalino, normalmente, proporciona-lhe menor solubilidade que a
estrutura amorfa, pois é necessária maior energia para separá-las. A
estrutura amorfa, no entanto, com a pouca coesão de suas moléculas
possui uma separação mais rápida o que favorece a absorção.

Circulação no local de administração: esse fator afeta a absorção do


fármaco, sendo que o aumento do fluxo sangüíneo também aumenta a
velocidade de absorção do fármaco.

Dissolução da forma farmacêutica nos líquidos gastrointestinais: Esta etapa,


por sua vez compreende a formação de uma dispersão molecular na fase
aquosa, ou seja, a dissolução progressiva do fármaco, essencial para sua
posterior absorção, desde que seja requerida uma ação sistêmica e não
local. A dissolução muitas vezes é a etapa determinante da velocidade do
processo de absorção.

Motilidade gastrointestinal: A motilidade gastrintestinal possui grande feito.


Muitos distúrbios como a enxaqueca) provocam estase gástrica e retardam
a absorção dos fármacos. Por exemplo, metoclopramida, que é utilizada no
tratamento da enxaqueca para deixar o esvaziamento gástrico mais rápido
e facilitar a absorção de analgésico.
O movimento excessivamente rápido do conteúdo intestinal também
pode comprometer a absorção. Um fármaco tomado após uma refeição é,

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com freqüência, absorvido mais lentamente, visto que a sua progressão


pelo intestino delgado é retardada. Todavia, existem exceções, e várias
substâncias (por exemplo, propranolol) alcançam concentrações
plasmáticas mais elevadas quando tomadas após uma refeição,
pH: Muitas substâncias são ácidos fracos ou bases fracas, podendo
apresentar-se na forma ionizada ou não. O estado de ionização varia com
o pH, de acordo com a equação de Henderson-Hasselbalch:
HA = H+ + A-

Onde, HA = Forma protonada do ácido, molecular, não


ionizada, FORMA MAIS LIPOSSOLÚVEL (absorvível).

-------------------------------------------------------------------

B = H+ + BH+

Onde, B = Forma desprotonada da base, não ionizada,


FORMA MAIS LIPOSSOLÚVEL (absorvível)

No caso de ácidos fracos ou de bases fracas, apenas a forma não-


carregada (a forma protonada para um ácido fraco; a forma não-
protonada para uma base fraca) pode sofrer difusão através das
membranas lipídicas.
Os ácidos fracos tendem a não ionizar-se no estômago, porque lá o
meio já é muito ácido, isso favorece a absorção desses fármacos.
As bases fracas tendem a não ionizar-se no intestino, porque lá o meio
já é básico, isso favorece a absorção desses fármacos.
Veja no esquema abaixo que a droga não-ionizada (ou seja, forma mais
lipossolúvel) é quem consegue atravessar melhor a membrana celular.

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RESUMINDO:

ÁCIDOS FRACOS BASES FRACAS


ABSORÇÃO: ESTÔMAGO ABSORÇÃO: INTESTINO

(melhor absorvida em pH ácido, aonde há (melhor absorvida em pH básico, aonde há


predomínio das formas não ionizadas) predomínio das formas não ionizadas)

OBS: É evidente que o intestino possui grande superfície de contato, logo, até mesmo os
fármacos ácidos poderão ser absorvidos neste órgão independente da influência do pH.
Além disso o estômago possui uma parede mais espessa e com presença de muco, o
que dificulta um pouco a absorção neste local.

OBS 2: Porque as formas ionizadas não são absorvíveis? R: Pois são pouco lipossolúveis,
além de sofrer uma repulsão eletrostática com as cargas da membrana.

Alguns exemplos de fármacos ácidos e bases fracas:


ÁCIDOS Aspirina, penicilina, fenobarbital, varfarina, etc.
BASES Morfina, atropina, nicotina, diazepam, etc.

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DIFUSÃO FACILITADA: é um processo mediado por proteínas transportadoras

específicas, porém sem gasto de energia. Nesse transporte há


competitividade pelo transportador e a força de transferência ocorre pelo
gradiente de concentração.
Ex: glicose

Ao falar em absorção temos que lembrar do efeito de primeira


passagem (metabolização pelo fígado e pela microbiota intestinal
RE
em menor quantidade), antes que o fármaco chegue a circulação

LEMBRAR sistêmica. As vias de administração que estão sujeitas a esse efeito


são: Via Oral e Via Retal.
BRA

DISTRIBUIÇÃO
O termo distribuição se refere à transferência reversível do fármaco de
um local a outro dentro do organismo. É o transporte do fármaco da
corrente sanguínea para o tecido-alvo, se dá pela distribuição dos
fármacos nos líquidos intersticiais e intracelulares.
Fatores que podem influenciar a distribuição dos fármacos:

 Propriedade físico-química das substâncias;


 Débito cardíaco;
 Fluxo sanguíneo regional;
 Existência de barreiras nos tecidos;
 Taxa de ligação com proteínas plasmáticas.

A distribuição dos fármacos depende da circulação, por isso o


transporte da droga no organismo passa em primeiramente nos órgãos de
maior vascularização (como SNC, pulmão, coração) e depois sofre
redistribuição aos tecidos de menos irrigação (tecido adiposo por
exemplo). É nessa etapa em que a droga chega ao ponto onde vai atuar.

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Além dos fatores ligados à circulação, a existência de barreiras nos


tecidos poderá dificultar a distribuição dos fármacos. Por exemplo, a
barreira hematoencefálica impede a passagem de muitas substâncias (não
de todas) à região encefálica.

O cérebro é inacessível a muitas substâncias, incluindo muitos agentes


antineoplásicos e alguns antibióticos, como os aminoglicosídios, cuja
lipossolubilidade é insuficiente para permitir sua penetração na barreira
hematoencefálica. Entretanto, a ocorrência de inflamação pode romper a
integridade da barreira hematoencefálica, possibilitando a penetração, no
cérebro, de substâncias normalmente impermeáveis. Em conseqüência,
pode-se administrar penicilina por via intravenosa (em lugar de intratecal)
para o tratamento da meningite bacteriana (que é acompanhada de
intensa inflamação).
Mas nessa fase farmacocinética o fator mais comentado mesmo é a
ligação do fármaco com as proteínas plasmáticas. A ligação com as
proteínas plasmáticas dependerá da quantidade e afinidade química.

Existem dois tipos de proteínas plasmáticas importantes:

ALBUMINA: carreadora de fármacos ácidos;

GLICOPROTEÍNA ÁCIDA: carreadora de fármacos básicos;

A quantidade do fármaco que se liga à proteína recebe o nome de


fração ligada e a quantidade não ligada nomeia-se como fração livre.
Fração ligada Fração livre
às proteínas plasmáticas
A fração dos fármacos que estiverem A fração livre poderá atingir o tecido-alvo
ligados às proteínas não conseguirão e interagir com receptor, portanto é uma
interagir com o seu receptor, portanto essa fração dita: ativa.
é uma fração inativa.

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O complexo fármaco-proteína age como um reservatório temporário


na corrente sangüínea retardando a chegada de fármacos aos órgãos alvo
e sítios de eliminação. Quando a ligação à proteína ocorre fortemente, ela
pode diminuir a intensidade máxima de ação, por diminuir a concentração
máxima atingida no receptor, alterando, assim sua resposta clínica;
reciprocamente, a diminuição da ligação pode aumentar a intensidade de
ação do fármaco.
Os sítios protéicos de ligação de fármacos no plasma são passíveis de
saturação. A medida que a concentração do fármaco aumenta, também
pode aumentar sua forma livre, mesmo que seja um fármaco com alta
afinidade pela proteína porque a capacidade de ligação pode estar
saturada.
A extensa ligação a proteínas também torna a eliminação da
substância lenta.
O acúmulo de um fármaco em determinado tecido, pode atuar como
um reservatório que prolonga sua ação nesse mesmo tecido e em um local
distante atingido pela circulação. Esse fenômeno da formação de
reservatórios acontece com freqüência com fármacos altamente
lipossolúveis que tendem a se acumular no tecido adiposo do indivíduo,
sendo liberado à corrente sanguínea de forma lenta, prolongando o tempo
de ação do fármaco.
O último parâmetro farmacocinético que precisamos comentar dentro
do tema da distribuição é o VOLUME DE DISTRIBUIÇÃO. Esse tópico foi
explorado em apenas uma prova da Consulplan, a qual a banca queria o
conceito. Já apresentei para você a definição adotada pela banca no
início da aula, na seção de „conceitos relevantes‟. Mesmo assim vou
apresentar outra definição:

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Volume de distribuição é definido como o volume de plasma que deveria


conter o conteúdo corporal total da substância em concentração igual à
do plasma.
Refere-se à medida da quantidade de líquido necessária para abarcar a
totalidade de fármaco nos compartimentos extravasculares.

BIOTRANSFORMAÇÃO
Esta é a fase farmacocinética da transformação do fármaco em
outra(s) substância(s), por meio de alterações químicas, geralmente sob
ação de enzimas inespecíficas.
Professor por que enzimas inespecíficas? R: Pois a
mesma enzima poderá atuar em mais de um
fármaco.

Essa transformação pode constituir em degradação (oxidação,


redução, hidrólise), ou em síntese de novas substâncias (conjugação). A
biotransformação ocorre principalmente no fígado, mas também em outros
órgãos como nos rins, nos pulmões e no tecido nervoso.
Excluindo-se o pulmão os órgãos excretores eliminam os compostos
polares mais eficientemente que as substâncias com alta lipossolubilidade,
assim os fármacos lipossolúveis não são prontamente eliminados até serem
biotransformados em compostos mais polarizados.
As substâncias lipofílicas não são eliminadas suficientemente pelo rim
de forma inalterada. Por conseguinte, são, em sua maioria, metabolizadas a
produtos mais polares, que são então excretados na urina.
Geralmente, o fígado é o maior e algumas vezes o único sítio de
biotransformação de fármacos; o metabolismo das substâncias que ocorre
no fígado, sobretudo pela ação do sistema microssomal do citocromo P450

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(CYP). Ocasionalmente o fármaco é biotransformado em outros tecidos


como os rins, pele, pulmões, sangue e trato gastrintestinal.
O metabolismo dos fármacos envolve dois tipos de reação bioquímica,
conhecidos como reações de fase 1 e de fase 2. Geralmente essas reações
ocorrem nessa sequência.

As reações de fase 1 são catabólicas (não sintéticas) (por exemplo,


oxidação, redução ou hidrólise), e, com freqüência, os produtos são
quimicamente mais reativos e, portanto, paradoxalmente, algumas vezes
mais tóxicos ou carcinogênicos do que a substância original.

As reações de fase 2 são anabólicas (sintéticas) e envolvem a


conjugação, que habitualmente resulta em produtos inativos (embora haja
exceções, como, por exemplo, o metabólito sulfato ativo do minoxidil).

Com freqüência, as reações de fase 1 introduz em um grupo


relativamente reativo, como o grupo hidroxila, na molécula (um processo
conhecido como "funcionalização"). A seguir, esse grupo funcional atua
como ponto de ataque para o sistema de conjugação, fixando um
substituinte como glicuronídio (figura abaixo). Em geral, ambas as etapas
diminuem a lipossolubilidade, com conseqüente aumento da eliminação
renal da substância.

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REAÇÕES DE FASE 1 REAÇÕES DE FASE 2


Reações de oxidação, redução ou de Reações de conjugação
hidrólise Introdução de grupos como a
Introdução de grupos funcionais (ex: glutationa ou glicuronídio.
OH, COOH, SH, NH2) para deixar a Produz metabólitos mais hidrossolúveis e
substância mais reativa. de alto peso molecular.
Podem transformar drogas inativas em
drogas ativas (pró-fármaco)

Acerca da biotransformação, existem apenas mais alguns processos


que você deverá aprender o significado, vamos alunos: FORÇA, FOCO e FÉ!

TEMPO DE MEIA-VIDA

É uma medida de tempo, trata-se do período necessário para que


metade (50%) da concentração do fármaco administrado seja removido
do organismo.
O tempo de meia-vida ou t1/2 é um importante parâmetro
farmacocinético. A caracterização de um evento farmacocinético pelo
valor da meia vida possibilita uma estimativa da rapidez com que o
processo ocorre, originando dados importantes para a interpretação dos
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efeitos terapêuticos ou tóxicos dos fármacos, da duração do efeito


farmacológico e do regime posológico adequado.

CICLO ÊNTERO-HEPÁTICO

Alguns produtos conjugados são excretados pela bile, reativados no


intestino e, a seguir, reabsorvidos. Esse processo de recirculação de alguns
fármacos aumento o seu tempo de meia-vida.

INDUÇÃO ENZIMÁTICA

Diversas substâncias quando administradas repetidamente como a


rifampicina, o etanol, a carbamazepina aumentam a atividade das enzimas
metabólicas hepáticas, isso faz com que outras substâncias sejam mais
metabolizadas e mais eliminadas. Em certos casos um fármaco pode causar
indução enzimática e aumentar a sua própria metabolização.

INIBIÇÃO ENZIMÁTICA

Diversas substâncias quando administradas repetidamente diminuem


(inibem) a atividade das enzimas metabólicas hepáticas, isso faz com que
outras substâncias sejam menos metabolizadas e menos eliminadas, isso
aumentará o tempo de meia-vida da substância, podendo estimular o
prolongamento do efeito farmacológico e até aparecimento de efeitos
tóxicos. Em certos casos um fármaco também pode causar inibição
enzimática e diminuir a sua própria metabolização.
A cimetidina e o cetoconazol são exemplos clássicos inibidores de
reações oxidativas de biotransformação.

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EXCREÇÃO
É a saída dos fármacos do organismo.
DICA: nem sempre os fármacos para serem eliminados devem sofrer
biotransformação, pois aquelas substâncias que são naturalmente bastante
polares (hidrossolúveis) poderão ser eliminadas na sua forma inalterada.
As principais vias das quais as substâncias e seus metabólitos são
removidos do corpo são:

 Os rins;
 O sistema hepatobiliar ;
 Os pulmões (importantes para anestésicos voláteis/ gasosos).

As substâncias são, em sua maioria, removidas do corpo através da urina,


em sua forma inalterada ou como metabólitos polares. Algumas substâncias
são secretadas na bile através do fígado, porém a maioria é então
reabsorvida a partir do intestino (ciclo êntero-hepático). Todavia, existem
casos (por exemplo, rifampicina) em que a perda fecal é responsável pela
eliminação de uma fração significativa do medicamento. A excreção
através dos pulmões só ocorre com agentes altamente voláteis ou gasosos
(por exemplo, anestésicos gerais).
Pequenas quantidades de algumas substâncias também são excretadas
em secreções, como o leite ou o suor. A eliminação por essas vias é
quantitativamente desprezível quando comparada com a excreção renal,
embora a excreção no leite possa ser algumas vezes importante, devido a
seus efeitos sobre o lactente.
Como a excreção renal é a mais relevante, iremos aprofundar um pouco
nos três processos renais mais importantes:
• filtração glomerular;
• secreção tubular ativa;
• difusão passiva através do epitélio tubular.
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O primeiro processo ocorre nos glomérulos, mas se restringe a fármacos


de peso molecular menor, visto que o glomérulo funciona como um filtro ou
“peneira”, logo substâncias que possuem alto peso molecular são grandes
demais para passar pelos poros dessa peneira, logo, acabam não
passando para o filtrado renal.
O segundo processo é ativo, no qual carreadores pegam a substância
dos capilares sanguíneos e carregam através „força‟ para o filtrado, a fim
de serem eliminadas na urina. Os carreadores podem transferir as moléculas
de substâncias contra um gradiente eletroquímico e, por conseguinte,
podem reduzir a concentração plasmática delas independente da
concentração ou peso molecular. Esse processo acontece principalmente
com substâncias eletroquímicas, com destaque para os ácidos fracos.
O terceiro processo é a difusão passiva através do epitélio tubular, esse
é um processo de reabsorção de muitas substâncias que estão nos túbulos
renais e não poderiam ser eliminadas. Mas também fármacos com elevada
lipossolubilidade, por atravessarem as membranas lipídicas com maior
facilidade, também podem utilizar este processo para escapar da
eliminação.
Veja a figura abaixo exemplificando os três processos discutidos:

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INFLUÊNCIA DO pH NA ELIMINAÇÃO
Como vimos que a maioria dos fármacos são ácidos ou bases fracas,
portanto da mesma forma que o pH influencia na absorção, também na
excreção.
Na eliminação o raciocínio é oposto ao que estudamos na absorção.
Para eliminar um fármaco é necessário que ele fique mais hidrossolúvel (pois
a urina é aquosa). Um fármaco é mais hidrossolúvel quando ele está na sua
forma IONIZADA.
Um fármaco tende a se ionizar quando o meio é oposto a sua
característica ácido-base. Por exemplo, um fármaco ácido tende a se
ionizar no meio alcalino, e da mesma forma um fármaco básico tende a se
ionizar no meio ácido.

ATENÇÃO
Esse tópico é explorado em provas através de casos clínicos de
intoxicação. Pense comigo:
Um indivíduo está intoxicado com um fármaco X que ácido
fraco. Como estamos lidando com a intoxicação é de interesse que
esse toxicante seja eliminado o mais rápido possível. Como você
poderia ajudar?
R: Poderia fazer a sugestão de alcalinizar a urina (ex:
administração de bicarbonato de sódio) do paciente, pois a urina
alcalina tende a deixar esse toxicante ácido na forma ionizada, que é
a forma mais hidrossolúvel e mais favorável à eliminação.

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Espero que tenham entendido que as alterações de pH (induzidas ou


não), modificarão a taxa de eliminação dos fármacos. Sendo que os ácidos
fracos são excretados mais rapidamente na urina alcalina, e vice-versa. De
forma resumida, podemos a seguinte tabela:

ÁCIDOS FRACOS BASES FRACAS

ELIMINAÇÃO: ALCALINIZAÇÃO DA URINA ELIMINAÇÃO: ACIDIFICAÇÃO DA URINA

(onde predomina as formas ionizadas do ácido, (onde predomina as formas ionizadas da


evitando que ele seja reabsorvido e de fato base, evitando que ele seja reabsorvido e de
mais eliminado) fato mais eliminado)

METABOLISMO DE PRIMEIRA PASSAGEM


A biotransformação de alguns fármacos pode ser influenciada pela via
de administração. Fármacos administrados por via oral ganham acesso à
circulação sistêmica quase sempre pelo sistema porta hepático, primeiro
apresentador do fármaco ao fígado. Assim, a totalidade de uma dose de
fármaco administrado por esta via durante o processo de absorção, é
exposta ao fígado durante sua primeira passagem pelo organismo; se este
fármaco está sujeito a uma elevada depuração hepática (é rapidamente
metabolizado pelo fígado) uma fração substancial da mesma pode ser
extraída do sangue portal e biotransformada antes de alcançar a
circulação sistêmica. Isto é conhecido como metabolismo ou efeito de
primeira passagem e pode ocasionar em uma perda significativa na
biodisponibilidade do fármaco.
O próprio trato gastrintestinal pode também proporcionar a
biotransformação de fármacos ao colocá-lo em contato com enzimas; é o
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exemplo da grande biotransformação realizada pela CYP3A4 neste local,


que hoje sabemos contribuir para a péssima biodisponibilidade por via oral
de muitos fármacos. Por isso, diz-se que quando o fármaco sofre intenso
metabolismo de primeira passagem, apresentará uma biodisponibilidade
menor.

DEPURAÇÃO (‘Clearance’)
• Taxa de eliminação, normalizada com a concentração de um
fármaco
• Volume de líquido biológico (sangue ou plasma) que contém a
quantidade da droga removida pelo rim (na depuração renal) ou
ainda metabolizada pelo fígado (depuração hepática) na unidade
de tempo - ml/min ou ml/min/kg [Cltotal = Clrim + Clhep + Cloutros ]
• É extremamente relevante para estabelecer a dose da droga em
tratamento de longo prazo.

Além de todos os fatores que estudamos, existem outros que obviamente


geram influência significativa na excreção de medicamentos. Estou falando
dos fatores relacionados ao indivíduo em si, por exemplo: idade, sexo,
presença de patologias no indivíduo, etc. Por exemplo, as substâncias que
são removidas predominantemente por excreção renal tendem a causar
toxicidade em indivíduos idosos e pacientes com doença renal.

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FARMACODINÂMICA

A farmacodinâmica é um ramo da Farmacologia que possui objetivo


de estudar as interações com alvos moleculares e efeitos do fármaco.
Em outras palavras podemos dizer que, envolve o estudo do mecanismo de
ação dos fármacos (se agem em receptores, enzimas, canais, etc),
transdução do sinal, potência, efeitos, seletividade.
Para Katzung é: "o que o substância faz no organismo", diferente da
farmacocinética que é "o que a corpo faz com a substância".
Em farmacologia os parâmetros ditos farmacodinâmicos são aqueles
que se relacionam com a interação droga-receptor no local de ação e os
efeitos decorrentes da atuação do fármaco.
Em função da seletividade e da intensidade da resposta que o
fármaco desencadeia após a sua interação com o receptor ou mesmo
pela ausência de efeito, as drogas podem ser classificadas em:

Agonista trata-se de uma droga que estimula um receptor a exercer sua


função. Por exemplo, um agonista do receptor de dopamina interage com
o receptor de dopamina de uma célula e estimula ela a promover os efeitos
que a própria dopamina exerceria. Ou seja, ele é um imitador da
dopamina.

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Antagonista é a substância que faz o papel inverso do agonista. Ele inibe


a função do receptor no qual se liga. Por exemplo, o antagonista de
dopamina inibe os efeitos que a dopamina exerceria se estivesse ligada no
seu receptor. Ou seja, ele se liga no receptor inibindo sua função. Portanto,
um antagonista compete com a substância original por impedir que ela se
ligue no seu receptor.

CUIDADO= Perceba que o agonista faz o mesmo papel da “substância


original”, enquanto que o antagonista impede que a “substância original”
exerça sua função. Um pensamento muito equivocado e que pode
comprometer sua questão é pensar que o antagonista produz um efeito
oposto, NÃO É ISSO QUE ACONTECE, decore: O ANTAGONISTA LIGA-SE E
NÃO PRODUZ EFEITO, ou seja, é zero mesmo, a resposta é NULA.
Na prática farmacológica, utilizamos muitos fármacos agonistas e
antagonistas. Se quisermos potencializar um efeito de uma substância que
nos interessa, utilizamos um agonista. Se desejarmos impedir um efeito de
uma substância, lançamos mão de um antagonista.
Os agonistas podem ser divididos em três categorias:
AGONISTA TOTAL (outros sinônimos: Integral, Pleno ou Puro)
AGONISTA PARCIAL
AGONISTA INVERSO
Vamos diferenciar os agonistas pela sua eficácia, já todos os três são
ativadores do receptor e produzem efeito:
Normalmente, um agonista total tem uma eficácia MÁXIMA (100%).
O agonista parcial possui uma eficácia que é submáxima, ou seja,
não chega à 100%, porém é superior a ZERO.
Já o agonista inverso, tem uma eficácia negativa (abaixo de zero),
pois liga-se a configuração inativa do receptor. Se o receptor tiver atividade
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constitutiva independente ainda sim poderá ocorrer efeito, porém de baixa


intensidade.

OBSERVAÇÃO 1: Sei que é difícil entender o conceito de agonista


inverso, e justamente ele é um dos que mais aparece em provas, por
exemplo posso citar a prova ANVISA/2013.
Então preste atenção: O agonista inverso é o contrário do agonista
total. Enquanto o agonista total liga-se que máxima intensidade ao receptor
na conformação ativa, o agonista inverso se liga com muita afinidade ao
receptor inativado e quase não se liga ao receptor ativado; logo, ocorrerá a
conversão dos receptores ativados em inativados. Como há a redução do
número de receptores ativados, o nível constitutivo vai diminuir também.
Por isso, diz-se que o agonista inverso tem uma eficácia negativa.

OBSERVAÇÃO 2: VOCÊ NÃO DEVE CONFUNDIR:


Antagonista tem eficácia ZERO ou NULA.
Agonista inverso tem eficácia NEGATIVA.

Por vezes é necessário que você aplique esse conhecimento conceitual na


análise gráfica. Vejamos abaixo como poderá ser representado cada um
deles:

Como visto na imagem acima o antagonista, por não produzir


nenhuma resposta biológica, mantém o efeito basal do receptor, portanto
terá sempre uma eficácia igual à zero; logo sua curva segue o eixo das
abscissas.

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Enquanto isso os três tipos de agonistas produzirão algum tipo de


resposta biológico, e diferenciaremos cada um deles conforme o grau de
eficácia, sendo que:
Agonista Total = 100% (máxima eficácia)
 Agonista Parcial= Maior que zero, porém não atinge o 100% (eficácia
submáxima, não é preciso que seja exatamente 50%, coloquei esse valor no
gráfico somente para ficar esteticamente mais fácil para você visualizar).
Agonista Inverso= Eficácia negativa

RECEPTORES:
Podemos chamar de receptor aquele componente do organismo que
é alvo de interação com a droga. Ou seja, é a estrutura macromolecular
funcional do organismo com o qual o agente químico presumivelmente
interage. Na imensa maioria das vezes essa estrutura macromolecular
(receptor) são PROTEÍNAS.
Receptores são estruturas altamente especializadas, que tem no
organismo afinidade de interar-se naturalmente com substâncias
endógenas com função fisiológica, e que podem também reagir com
substâncias exógenas (como os fármacos), que tenham características
químicas e estruturais comparáveis às substâncias que ocorrem
naturalmente no organismo.
Os receptores podem ser classificados, basicamente em quatro grandes
tipos:
Canais iônicos controlados por ligantes (ionotrópicos)
Ex.: Nicotínico da Acetilcolina
Receptores acoplados à proteína G (GPCRs – Metabotrópicos):
Ex.: Muscarínico da Acetilcolina
Receptores ligados a quinases e correlatos
Ex.: Insulina

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Receptores nucleares.
Ex.: receptores dos Esteróides.

Vejamos as características principais aplicadas a cada desses


receptores:
RECEPTORES LIGADOS A QUINASES e CORRELATOS Estamos falando
de receptores enzimáticos. São considerados metabotrópicos (ação mais
lenta). Geralmente a molécula que atuará sobre a enzima é um análago
(semelhante) ao substrato endógeno dessa enzima. Alguns receptores
enzimáticos são mais estudados:
I. Receptores proteína quinases= Maior grupo de receptores com
atividade enzimática intrínseca. As proteínas quinases são
enzimas que catalisam a fosforilação de proteínas através da
transferência de um grupo fosforila de ATP e, em casos
excepcionais, de GTP, para treonina, serina ou resíduos de
tirosina. A fosforilação destes resíduos é responsável por estímulos
extracelulares e intracelulares, que fornecem um mecanismo
altamente eficiente para o controle da atividade de proteínas. A
proteína quinase pode ser ativada por por Cálcio diretamente ou
indiretamente (calmodulina) ou por concentrações de AMP
cíclico (AMPc) e, por isso, é também conhecida como proteína
quinase dependente do AMP cíclico (PKAc).
II. Receptores proteína tirosina fosfatases: proteínas tirosina
fosfatases constituem uma grande família de enzimas com
analogia às proteínas cinases em sua complexidade e
diversidade estrutural. As proteínas tirosina fosfatases são uma
grande família de enzimas responsáveis pela hidrólise do fosfato

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ligado a resíduos de tirosina em proteínas. São estruturalmente


diversas.
III. Receptores com atividade guanilil ciclase: Sem domínios
enzimáticos intracelulares, ao contrário possuem domínios do tipo
guaniliciclase, a qual há síntese de GMPc que por sua vez ativa a
proteinaquinase.

RECEPTORES DE CANAIS IÔNICOSOs receptores de canais iônicos são


considerados ionotrópicos (ação rápida). São responsáveis pela transmissão
de sinais nas sinapses do sistema nervoso, importantes também na função
cardíaca, muscular.
Canais Iônicos: são macromoléculas transmembrânicas,
formando uma passagem aquoso através da membrana
lipídica. São elementos fundamentais na atividade celular
elétrica e funcional.

Divisão funcional:
 Abertura de canais de Na+ e Ca++ causa despolarização (carga
intracelular fica mais positiva) facilitando a ativação da célula.
 Abertura de canais de Cl- e K+ causa a hiperpolarização (carga
intracelular fica mais negativa) dificultando a ativação da célula.

Os ionotrópicos são ativados por receptores que causa neles a


abertura ou fechamento. Eles são canais de passagem de íons que atuam
na propagação do potencial de ação de resposta rápida. Diferentes
fármacos podem atuar sobre os canais iônicos provocando um
favorecimento da abertura e potencializando a propagação de um dado
efeito ou impedindo a abertura, inibindo a propagação do potencial de
ação e consequentemente inibindo que determinado efeito aconteça.

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Fármacos podem atuar de forma direta sobre o canal iônico, ligando-se


diretamente na proteína desse canal ou a interação pode ser indireta,
envolvendo uma proteína G e outros intermediários.
Há canais de sódio disparados por voltagem e não por receptores
ativados por ligantes, porém eles também podem ser influenciados por
fármacos, é neles que os anestésicos agem por exemplo.
Exemplos de receptores de canais ionotrópicos: Nicotínicos e GABA
(ácido gama aminobutírico).

RECEPTORES ACOPLADOS A PROTEÍNA-G Os receptores acoplados a


Proteína G (GPCR) são considerados metabotrópicos (ação mais lenta). É
uma numerosa família de receptores e um grupo que sofre extrema
atuação de fármacos.
Proteínas G: recebem esta denominação em virtude de sua
interação com os nucleotídeos guanina, GTP e GDP.
Os GPCRs podem ser ativados por ligantes como, por exemplo,
hormônios, neurotransmissores, fatores de crescimento, odorantes e fótons
de luz.
Os GPCRs são divididos em 03 famílias, estas famílias compartilham a
mesma estrutural hepta-helicoidal, mas diferem-se principalmente no
domínio N-terminal e na localização do domínio de ligação do agonista.
-Família A: Família da Rodopsina: a maior, incluindo a maioria dos
receptores de monoaminas e neuropeptídeos.
-Família B: Família da Secretina e Glucagon: receptores para
hormônios peptídicos incluindo a secretina, glucagon e calcitonina.
-Família C: Família do Glutamato e receptores sensores de Ca++. É a
menor família, são receptores metabotrópicos do glutamato, GABAB e
receptores sensíveis ao Ca++.

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OBS: O receptor sensor de Ca++ é um GPCR incomum, que é ativado


na presença de Ca++ extracelular.
Ex.: glândula paratireóide controlando a seqüência do hormônio
paratireóideo. Uma vez ativada, a proteína G intermedia o processo de
sinalização que é iniciado com a ativação do respectivo GPCR e termina
com a resposta mediada pela ação de moléculas efetoras que incluem
canais iônicos e enzimas que geram segundos mensageiros, como, por
exemplo, a adenilil ciclase, a enzima que gera o segundo mensageiro AMP
cíclico.

Um único complexo agonista-receptor é capaz de ativar várias


moléculas de proteína G, podendo cada uma delas permanecer associada
à enzima efetora durante o tempo suficiente para produzir muitas moléculas
do produto. O produto com freqüência é um segundo mensageiro.

RECEPTORES NUCLEARES Corresponde a uma grande família de


receptores intracelulares relacionados estruturalmente sendo inclusos na
classe dos fatores transcricionais. Esses receptores podem detectar lipídeos
e sinais hormonais e modular a transcrição gênica. Podem
Receptor Classe I: citossólico
Receptor Classe II: nuclear
Essa grande família protéica inclui receptores para glicocorticóides,
esteróides, andrógenos, mineralocorticóides, progesteronas, estrogênios,
hormônios tireoidianos, vitamina D, ácido retinóico, entre outros. Perceba
que todos os ligantes (agonistas) são compostos lipofílicos, que atravessam
a membrana plasmática facilmente.

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Segundos Mensageiros corresponde a uma pequena molécula que


se forma ou que é libertada no citosol (exceto no caso dos diacilgliceróis,
que permanecem na membrana) em resposta a um sinal extracelular
(primeiro mensageiro) e que permite a condução deste sinal até ao interior
da célula.
O segundo mensageiro sempre é fabricado ou ativado, depois da
ativação do receptor, do primeiro mensageiro e da transmissão da
mensagem.
Vejamos os mais importantes abaixo:
a) Sistema da Adenilato Ciclase/AMPc:
O AMPc é um nucleotídeo sintetizado no interior da células a partir do
ATP, sob a ação de uma enzima ligada à membrana, a adenilato ciclase.
O AMPc é constantemente produzido e inativado por hidrólise (por
enzimas Fosfodisterases). Muitas substâncias diferentes, hormônios,
neurotransmissores atuam sobre os GPCR e produzem seus efeitos ao
aumentar ou diminuir a atividade catalítica da adenilato ciclase.
Alvos do AMPc: enzimas do metabolismo energético, divisão e diferenciação celular,
transporte de íons, canais iônicos e proteínas contráteis no músculo liso.

O AMPc ativa proteinoquinases (Proteína Quinase A – PKA) , e essas


têm como função catalisar a fosforilação de resíduos de serina e treonina,
utilizando ATP como fonte de grupo fosfato. A fosforilação pode ativar ou
inibir enzimas-alvos ou canais iônicos.
Ex: O fármaco sildenafil (Viagra) inibe as Fosfodiesterases.

b) GMPc:
A enzima guanilato-ciclase converte o GMP em GMP cíclico (cGMP) que,
por sua vez, ativa uma proteína quinase. Entre outros efeitos, este
mecanismo de transdução de sinal leva à desfosforilação das cadeias leves

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de miosina, o que resulta no relaxamento do músculo liso vascular e, por


conseguinte, na vasodilatação.
Para que o estado de vasodilatação não se prolongue
indefinidamente, o cGMP é reconvertido em GMP pela enzima
fosfodiesterase do cGMP.
O sildenafil (Viagra®), usado no tratamento da disfunção eréctil, actua
precisamente, inibindo a acção da fosfodiesterase, o que conduz a um
estado de vasodilatação prolongado.

Sistema de Fosfolipase C/Fosfato de Inusitol:

IP3 e DAG: segundos mensageiros intracelulares


IP3: O IP3 é um mediador hidrossolúvel, liberado no citossol e que atua
sobre um receptor específico (o receptor de IP3 – um canal de cálcio
egulador por ligante existente na membrana do retículo endoplasmático).
Função controlar a liberação de Ca++ das reservas intracelulares. O
aumento de Ca++ inicia vários eventos, incluindo a contração, secreção e
ativação de enzimas.
DAG: é produzido, assim como o IP3, sempre que ocorre a hidrólise de
PI (fosfoinositídios) induzida por receptores.
Função ativar uma proteinoquinase ligada à membrana, a
proteinoquinase C (PKC), que catalisa a fosforilação de uma variedade de
proteínas intracelulares. E também ativa a Fosfolipase A2 (PLA2) e portanto
controla a formação de ácido Araquidônico e eicosanóides. Ao contrário
do IP, o DAG é altamente lipofílico e permanece no interior da membrana.
A maioria das PKC é ativada pela DAG e por altas concentrações de Ca ++
ambos produzidos pela ativação de GPCR.
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As interações entre a droga e o receptor ocorrem por meio de


ligações químicas, que podem dos seguintes tipos:

Ligações covalentes
Ligações iônicas, Ligações de H ou pontes de H, Ligações
dipolo-dipolo
Interações hidrofóbicas e Ligações de Van der Walls

OBSERVAÇÃO: Os tipos de ligações acima estão em ordem


decrescente de força. Sendo assim a ligação covalente é uma ligação
forte e estável podendo ser irreversível, as outras ligações não são
permanentes por isso as mais observadas, sendo as interações
hidrofóbicas e Ligações de Van der Walls as mais fracas.

MODOS DE AÇÃO (Mecanismos de ação)


A interação entre um fármaco e certos componentes celulares
representam o „mecanismo de ação‟.
O estudo dos mecanismos de ação em farmacodinâmica atualmente
parte de um princípio mais moderno: Para produzir uma resposta
farmacológica a droga deve se ligar a um constituinte celular (proteína -
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alvo). A potência da resposta depende de dois parâmetros: a afinidade da


droga por seus receptores e da eficácia.

Afinidade: corresponde à capacidade e força de ligação de um


fármaco a seu receptor. Quanto maior for a afinidade de um
fármaco pelo seu receptor maior será a sua potência e menor
será a dose necessária da substância
Eficácia de um fármaco: mede o quanto aquele fármaco exerce
o efeito que se esperava que ele tivesse.

Teoria da ocupação: o efeito do fármaco é proporcional ao número


de receptores ocupados.
Teoria da atividade intrínseca: ao observar fármacos
antagonistas notou-se que estes fármacos não desencadeavam
nenhuma atividade intrínseca.
Atividade intrínseca: é a capacidade do fármaco uma vez
ligado gerar um efeito na célula.

A teoria da ocupação é mais antiga e não explicava: Por que certos


fármacos JAMAIS produzem a resposta máxima que pode ser obtida de um
tecido, mesmo aumentando a dose; e nem por que algumas substâncias
são capazes de se ligarem aos receptores sem ativá-los. Como hoje já
sabemos que a ocupação de um receptor poderá ou NÃO desencadear
uma resposta. Por isso a teoria mais completa atualmente é aquela que
além da taxa de ocupação também leva em consideração a afinidade e
especificidade da droga pelo seu sítio de ação.
O conhecimento do mecanismo de ação de uma droga é de grande
importância, não só para o uso racional adequado e consciente, como

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para a elucidação de fenômenos fisiológicos e bioquímicos nos diversos


níveis da estrutura do organismo.
a) Fármacos estruturalmente inespecíficos, cuja atividade resulta da
interação com pequenas moléculas ou íons encontrados no organismo. As
ações dessas drogas dependem, em última análise, de suas propriedades
físico-químicas tais como a solubilidade, o pKa, o poder oxi-redutor e a
capacidade de adsorção.
b) Fármacos estruturalmente específicos, cuja atividade resulta da
interação com sítios bem definidos apresentam, portanto, um alto grau de
seletividade. As drogas desse grupo também apresentam uma relação
definida entre sua estrutura e a atividade exercida.
Os fármacos com ação inespecífica não necessitam de alvos
moleculares (receptores, canais iônicos, enzimas) para desencadear sua
ação farmacológica, isto ocorre através das propriedades físico-químicas
do próprio fármaco, como grau de ionização, solubilidade, tensão
superficial e atividade termodinâmica. O exemplo mais conhecido de
fármacos com ação inespecífica são os antiácidos, o mecanismo de ação
ocorre por uma reação de neutralização, que faz com que o pH estomacal
aumente, nesta situação não ocorre a interação do antiácido com algum
receptor do estômago.
A ação inespecífica constitui a minoria dos fármacos, o mecanismo
mais comum são para aqueles que agem de maneira especifica, ou seja,
necessitam se ligar a alvos moleculares específicos para desencadearem
sua ação farmacológica. Estes fármacos atuam sobre os alvos moleculares.
A primeira etapa para se obter um efeito farmacológico de fármacos
que possui modo de ação específico é a formação do Complexo Droga x
Receptor (DR) no sistema efetor. Quando droga e receptor se interagem,
surge um Complexo DR. A formação deste complexo geralmente leva à
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alteração do funcionamento celular. Sem a formação do complexo DR não


há efeito. Esse complexo DR é reversível em conformidade com a Lei da
Ação das Massas:

A interação droga-receptor é constituída de ligações químicas entre


grupos funcionais do fármaco e do receptor. Raramente é um tipo de
ligação química só, o normal é encontramos vários tipos. Quase sempre as
ligações são do tipo fracas (ex: forças de Van der Walls, interações
hidrofóbicas), que ocorrem em grande quantidade e assim consegue
conferir alta afinidade ao complexo afinado, não pela força isolada de
uma ligação, mas pelo força do conjunto de ligações.
Como já falamos acima, após a formação do complexo DR, haverá
alterações conformacionais e bioquímicas na estrutura que proporcionarão
que apareça determinada resposta fisiológica.
Portanto existem muitos mecanismos de ação, praticamente cada
classe farmacológico possui o seu mecanismo de ação, ou seja, a
descrição de como esse fármaco age, onde ele se liga e o que é
desencadeado após essa interação fármaco-receptor.
Vejamos alguns exemplos:
Exemplo 01 Os fármacos antifúngicos formam poros nas membranas
plasmáticas dos fungos, após sua ligação com o ergosterol, desta forma o
fungo perde eletrólitos e outras componentes celulares que são importantes
para seu desenvolvimento e sobrevivência
Exemplo 02 A insulina ao se ligar em seus receptores ativa a enzima
tirosina cinase, esta enzima por sua vez desencadeia uma serie de reações
de fosforilação e desfosforilação que irão culminar na translocação que irão

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culminar na translocação do transportador GLUT para a membrana


facilitando assim a entrada de glicose na célula.
Exemplo 03 Antihipertensivos como o nifedipino bloqueiam canais
de Ca+2, como o cálcio é essencial para mecanismos de contração, com
esse bloqueio ocorre um relaxamento da musculatura vascular e assim esses
fármacos reduzem a pressão arterial.
Exemplo 04 Benzodiazepínicos são fármacos que atuam por
modulação alostérica, aumentando assim a afinidade do neurotransmissor
GABA com o seu receptor, o aumento desta afinidade leva ao aumento da
frequência de abertura dos canais de cloreto e um maior influxo deste íon
provoca uma hiperpolarização de membrana e ao surgimento de
potenciais pós-sinápticos inibitórios.

SINERGISMO x ANTAGONISMO:
Interação medicamentosa do tipo farmacodinâmica causa
modificação do efeito bioquímico ou fisiológico do medicamento.
Geralmente ocorre no local de ação dos medicamentos (receptores
farmacológicos) ou através de mecanismos bioquímicos específicos, sendo
capaz de causar efeitos semelhantes (sinergismo) ou opostos (antagonismo)
SINERGISMO quando ação de um fármaco soma-se e melhora a do
outro. Falaremos em sinergismo quando o efeito da combinação (ou
associação) de dois fármacos é superior do que os efeitos de cada um
deles de forma isolada.
O sinergismo em muitos casos na prática clínica pode ser requerido. É
comum associações medicamentosas no tratamento de tumores e de
infecções, tanto bacterianas como parasitárias. Neste último caso, merece
destaque a associação recém-proposta entre artemeter e praziquantel
para o tratamento da esquistossomose em áreas de alta endemicidade.

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ANTAGONISMO quando a ação de um fármaco piora a ação de


outro. O antagonismo se divide em Competitivo, Não Competitivo,
Fisiológico, Químico, Físico ou Farmacocinético. Vejamos cada um deles:
a. Competitivo: competição pelo sítio de ligação. Duas drogas
competem pelo mesmo sítio receptor. Pode ser reversível e
irreversível.

i. Reversível (ou superável): ligação fraca entre o antagonista e o


receptor. O antagonismo diminui com o aumento da concentração
do agonista. Nesse caso vence quem tiver maior dose presente para
interagir com os receptores, logo ser superada pelo aumento da
concentração do agonista e observe abaixo na representação
gráfica que a curva dose-reposta é desviada para a direita.

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ii. Irreversível: ligação covalente e a dissociação é lenta ou


não dissocia. Nesse caso não há como superar com o
aumento da dose do agonista, uma vez inibido aquele
receptor, a inativação será duradoura, sem reversão.

b. Não Competitivo: Age em um sítio distinto do receptor do


agonista. O antagonista bloqueia, em algum ponto, a cadeia de
eventos que leva a produção de uma resposta pelo agonista.
Também chamado de alotrópico, pois se liga a um sítio diferente
do domínio de ligação do agonista.

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c. Antagonismo fisiológico: efeitos diferentes com receptores


diferentes. Neste caso a ação funcional destes são inversas.
Interação entre duas drogas cujas ações opostas tendem a
anular-se, por atuarem sobre células ou sistemas fisiológicos
separados.
Ex.: noradrenalina (vasoconstritor) histamina (vasodilatador).
Ex. 2: insulina e Glucagon

d. Antagonismo químico: Duas drogas ligam-se entre si ficando


inativas. Uma droga reage com a outra diminuindo seu efeito.
Ex.: Mercúrio com dimercaprol.
Ex. 2: Tetraciclica com leite ou antiácidos.

e. Antagonismo Físico: relacionado à propriedade física da droga.


Mecanismo puramente físico.
Ex: carvão ativo que adsorve diversas compostos químicos.

f. Antagonismo Farmacocinetico: relacionado a capacidade de


uma droga alterar a absorção, distribuição, biotransformação
(indução/inibição enzimática) ou excreção de outra droga.
Ex.: Penicilina e anticoncepcionais orais.

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ÍNDICE TERAPÊUTICO
Para tentar prever os intervalos de posologias que possui eficácia
terapêutica até aparecimento de efeitos tóxicos é utilizado o
conhecimento de Índice terapêutico que já discutimos na última aula, mas
vale a pena repetir.
Índice Terapêutico: intervalo entre as concentrações séricas em que
ocorrem os efeitos benéficos até atingir os tóxicos, ou seja, abaixo de tal
faixa não há resposta satisfatório e acima poderá haver aparecimento de
toxicidade. O índice terapêutico é uma expressão matemática em função
da DE50 (Dose Eficaz Média) e a DL50 (Dose Letal Média)
Para reforçar esse conhecimento veja a imagem abaixo que elucida
bem a forma de se obter essa valiosa informação. Veja que nesse exemplo
do pentobarbital o índice terapêutico compreende a faixa de 41mg/Kg
(dose mínima a ser administrada) a 64mg/Kg (dose máxima).

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SEÇÃO 2: FÁRMACOS AUTÔNOMOS

INTRODUÇÃO AO SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO


Quando se estuda essa parte da farmacologia, é útil ter noções
básicas do sistema nervoso periférico como ponto de partida. O seguinte
plano de organização básico do sistema nervoso elucida muitos aspectos
da ação de drogas no sistema nervoso periférico e suas subdivisões:

SISTEMA NERVOSO

CENTRAL PEFIFÉRICO
SOMÁTICO
AUTÔNOMO

Simpático
Parassimpático

SUBDIVIDÕES DO SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO

Duas subdivisões do sistema nervoso autônomo regulam as funções


corporais que NÃO são controladas voluntariamente (daí o nome sistema
nervoso autônomo. E também essa é a diferença para o sistema nervoso
somático, este é caracterizado por inervações e atuação sobre músculos
estriados esqueléticos, de controle voluntário). As subdivisões do SNA são:

Sistema Nervoso Autônomo SIMPÁTICO


Sistema Nervoso Autônomo PARASSIMPÁTICO

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A relação entre as divisões simpática e parassimpática é dinâmica e é


caracterizado por um cuidadoso equilíbrio homeostático. A maioria das
funções da divisão simpática é derivada da interação da noradrenalina
com receptores adrenérgicos, enquanto a acetilcolina interage com os
receptores colinérgicos para produzir efeitos parassimpáticos. Os efeitos da
noradrenalina podem, sob condições de estresse, ser aumentado
(potencializados) pela adrenalina, um neuro-hormônio liberado pelas
glândulas adrenais.
Vamos começar a diferenciar nuances entre o sistema nervoso simpático
e para simpático. Primeiro lembre-se que no sistema nervoso autônomo,
basicamente temos fibras/neurônios pré-ganglionares e pós-ganglionares. A
origem dessas fibras já é um ponto de diferenciação:

 SNA Simpático = fibras pré-ganglionares de origem tóroco-lombar


 SNA Parassimpático = fibras pré-ganglionares de origem crânio-
sacral

Quase todos os órgãos do corpo são funcionalmente influenciados pelas


fibras pós-ganglionares simpáticas (figura abaixo-esquerda). Estas se
originam de neurônios situados na região tóroco-lombar da medula
espinhal. Da mesma forma que no caso da divisão simpática, quase todos
os órgãos do corpo são influenciados pelas fibras pós-ganglionares
parassimpáticas, no qual a origem dos neurônios situa-se em gânglios ou
plexos situados na região crânio sacral. Compare as figuras abaixo:

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SIMPÁTICO PARASSIMPÁTICO

Podemos caracterizar de uma forma bem didática, o sistema simpático


como aquele ligado aos efeitos de „luta e fuga‟ e o parassimpático como
„descanso e digestão‟. Portanto, no simpático, por estar relacionado com
situações extremamente agitadas (ex: atividade física) a tendência é o
organismo elevar a pressão arterial, aumentar o batimento cardíaco, dilatar
a pupila (midríase) para ampliar a visão. Enquanto que no parassimpático,
na MAIORIA (não em todos os casos) iremos observar ações contrárias, tais

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como diminuição da freqüência cardíaca e da pressão arterial, contração


da pupila (miose), etc.
Vejamos abaixo a tabela com as ações do sistema nervoso simpático e
parassimpático em humanos:

A caracterização simpática como aquela como do tipo „luta e fuga‟,


enquanto a parassimpática como „descanso e digestão‟, é bem
conhecida, é útil sim, mas também é limitada e nem todas às vezes esses
sistemas atuarão somente deste tipo ou nem mesmo sempre como
antagônicos. Para melhor exemplificar, observe a tabela abaixo que
apresenta tanto ações contrárias quanto complementares:

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Enfim pessoal não precisamos aprofundar sobre essa discussão, se não


essa aula se tornará extensa e pelo histórico da Consulplan não há
nenhuma necessidade de discutirmos mais acerca dessa introdução.
Apenas para encerrar a introdução vou chamar a atenção desde já
para dois sistemas de receptores muito importantes que caracterizam a
farmacologia do sistema nervoso simpático e parassimpático:

SIMPÁTICO: Sistema de Receptores PARASSIMPÁTICO: Sistema de


Adrenérgicos Receptores Colinérgicos
Noradrenalina é o ligante fisiológico Acetilcolina é o ligante fisiológico
responsável pela maior parte das responsável pela maior parte das
funções simpáticas; funções parassimpáticas;
Esse sistema é constituído de Esse sistema é constituído de
receptores alfa e beta-adrenérgicos. receptores muscarínicos e
nicotínicos.

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SISTEMA SIMPÁTICO / ADRENÉRGICO


Retomando o raciocínio:

Receptores adrenérgicos e seus subtipos são:


 Receptores alfa-adrenérgicos, subtipos alfa-1 e alfa-2.
 Receptores beta-adrenérgicos, subtipos beta-1, beta-2 e beta-3.

Neurotransmissor:
 Noradrenalina (NA), também pode ser chamada de noraepinefrina.

A NA, assim como a dopamina e adrenalina são chamadas de


catecolaminas. As três constituem produtos diferentes, derivados de três
diferentes estágios de conversão enzimática.
O processo de formação das catecolaminas inicia-se com a
fenilalanina, um aminoácido essencial obtido da dieta alimentar. Sob ação
da fenilalina-hidroxilase a mesma é convertida em tirosina, a partir da
tirosina tem-se a formação da L-dopa, que depois será convertida em
dopamina, após forma-se a noraadrenalina, e a partir da NA é que se
chega na adrenalina.
A degradação da NA quanto da adrenalina ocorre nas terminações
adrenérgicas, por meio da ação de duas enzimas, a mono-amina-oxidase
(MAO) e a catecol-O-metiltransferase (COMT).

OBSERVAÇÃO: A noradrenalina também poderá ser


chamada de noraepinefrina e a adrenalina de epinefrina.

Vejamos o esquema abaixo da síntese das catecolaminas:

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Figura: rota sintética das catecolaminas

Professor será que poderá ser cobrado em prova a rota de síntese de


formação das catecolaminas? Não é comum, mas outras bancas, como
Cespe/UnB já cobraram em provas para Perito Criminal o conhecimento de
rota sintética das catecolaminas. Geralmente eles querem saber qual é a
origem/precursor, ou seja, fenilalanina. Cuidado às vezes as bancam já
falam diretamente que a origem da catecolaminas é a partir da tirosina, e
isso estará correto, inclusive é mais comum cobrarem a tirosina como
precursor do que a fenilalanina. Outras vezes as questões gostam de
questionar sobre qual é a enzima responsável pela conversão.

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RESUMO DOS RECEPTORES ADRENÉRGICOS:

ALFA-1
São receptores pós-sinápticos
Os segundos mensageiros são: IP3 e DAG
A estimulação desse receptor causa principalmente contração da
musculatura lisa (vasoconstrição e conseqüente elevação da pressão
arterial) e dilatação da pupila (midríase). Também podem causar
glicogenólise (aumento da glicemia, por quebra de glicogênio hepático).

ALFA-2
São receptores pré-sinápticos e em algumas regiões pós-sinápticos.
A estimulação desse receptor diminui AMPc, inibe secreção de insulina,
inibe secreção de NA (mecanismo de auto regulação, feedback negativo).
ATENÇÃO diferente de todos os outros é um receptor inibitório.

BETA-1
São receptores pós-sinápticos.
O segundo mensageiro é o AMPc.
Possuem como principal ação o desencadeamento de efeitos cardíacos
positivos/cronotrópicos positivos (aumentam a força de contração do
miocárdio).

BETA-2
São receptores pós-sinápticos.
O segundo mensageiro é o AMPc.

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A estimulação desses receptores produz relaxamento da musculatura lisa


(importantes na vasodilatação, broncodilatação e relaxamente do útero
grávido) glicogenólise e gliconeogênese.

BETA-3
São receptores pós-sinápticos.
O segundo mensageiro é o AMPc.
Os receptores beta-3 estão presentes no tecido adiposo, onde a
estimulação leva a lipólise (hidrólise de triglicerídeos no tecido adiposo, que
libera ácidos graxos na corrente sanguínea durante situações de estresse).

Caros alunos, tanto a noradrenalina quanto a adrenalina exibem os assim


chamados efeitos calorigênicos, o que significa que elas aumentam a taxa
metabólica do organismo, a necessidade de oxigênio e a produção de
calor.

Prezados alunos, praticamente todos os receptores adrenérgicos estão


acoplados à proteína G, sendo assim exercem os seus efeitos por meio de
segundos mensageiros (sinalizadores químicos) intracelulares. O segundo
mensageiro AMPc é o que apresenta maior relevância e requer maior
atenção.
Vamos recordar um pouco da aula de farmacodinâmica:
O AMPc é formado a partir de um precursor, o ATP, e quem faz essa
conversão é a enzima adenilciclase.
adenilciclase
ATP AMPc

Já a enzima fosfodiesterase (FDE) degrada o AMPc, transformando-o


na forma 5-AMP, que é inativa.

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fosfodiesterase
AMPc 5-AMP (inativa)

ATENÇÃO!
Vamos iniciar de fato o assunto dos fármacos!

FÁRMACOS QUE ATUAM SOBRE O SISTEMA ADRENÉRGICO:

Nessa classe temos fármacos AGONISTAS (que interagem com os


receptores e mimetizam os efeitos da noradrenalina/adrenalina e temos
também os ANTAGONISTAS que irão bloquear esses receptores).

AGONISTAS NÃO SELETIVOS:


Representantes: noradrenalina e adrenalina.

São fármacos que atuam tanto sobre os receptores alfa e beta, e por
isso são chamados de não seletivos. Os representantes como viram são os
próprios endógenos.
Portanto podem ser utilizados como:
Cardiogênico, pois aumentam a freqüência e força cardíaca, indicado
em casos de parada cardíaca.
Vasoconstritores e assim favorece o prolongamento do efeito de
anestésicos locais.
Combater reação anafilática, pois provoca broncodilatação e evita o
fechamento dos brônquios e o edema de glote. Geralmente nesse caso
usa-se adrenalina intravenosa.

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AGONISTAS ALFA-1 SELETIVOS:


Representantes: Fenilefrina, nafazolina, oximetazolina, efedrina,
fenoxazolina.

Como vimos no quadro azul acima, os agonistas alfa-1 adrenérgicos


irão mimetizar a ação da noradrenalina endógena, portanto irão
promovem VASOCONSTRIÇÃO.
Portanto podem ser utilizados como:
Descongestionantes nasais, em formulações “antigripais” sistêmicas (pois
promovem vasoconstrição nas vias aéreas superiores e assim são capazes
de diminuir a passagem de líquidos e exsudatos).
Por causa de sua ação vasoconstritora dos agonistas alfa-1 adrenérgicos
também podem ser indicados para prolongar o efeito de anestésicos locais.

CUIDADO: Indivíduos portadores de hipertensão arterial não devem utilizar


tais fármacos, visto que eles são vasoconstritores e poderiam piorar o
quadro do paciente. Também os diabéticos devem evitar esses fármacos
(mesmo que eles estejam presentes em antigripais), pois vimos no quadro
azul que também existe um efeito de aumento da glicemia (glicogenólise) e
esse efeito é perigoso para indivíduos diabéticos né!

AGONISTAS ALFA-2 SELETIVOS


Representantes: Clonidina, metildopa, guanabenzo e guanfacina
Como vimos ao estimular receptores alfa-2 adrenérgicos, o efeito
desencadeado é a inibição da liberação da noradrenalina.
Então adivinhem o efeito que os fármacos agonistas alfa-2 irão
produzir no organismo?

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R: Isso mesmo! Diminuir a liberação da noradrenalina, sobretudo nas


regiões de controle cardiovascular. Essa ativação reduz a atividade
simpática da noradrenalina, logo, produz vasodilatação da musculatura de
vasos sanguíneos e conseqüente redução de pressão arterial.
Por ativarem um receptor inibitório podem ser utilizados como:
Anti-hipertensivos arteriais.

OBS: esses fármacos apesarem de serem agonistas, o efeito é inibitório da


noradrenalina, portanto são considerados adrenolíticos (e não
adrenomiméticos como todos os outros agonistas).

AGONISTAS BETA SELETIVOS


Os mais importantes são os agonistas beta-2, mas lembrando que não
são 100% seletivos ao receptores beta-2, pois também ativam receptores
beta-1 (podendo causar efeitos cardíacos).

Os mais importantes são:


AGONISTAS BETA-2 SELETIVOS
Dividem-se em fármacos de ação curta e de ação prolongada.

AGONISTAS BETA-2 SELETIVOS DE AÇÃO CURTA


Representantes: salbutamol, terbutalina e fenoterol

Como vimos ao estimular receptores beta-2 adrenérgicos, o efeito


desencadeado broncodilatação e relaxamento do útero grávido.
Portanto podem ser utilizados como:
Anti-asmáticos.

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Prevenção de partos prematuros (para esse efeito o mais indicado é o


salbutamol, por via parenteral)

A contra-indicação é destinada aos pacientes com arritmias ou outros


problemas cardíacos, visto que os fármacos apesar dessa denominação de
agonistas beta-2 seletivos, também podem interagir com outros receptores
beta (ex: beta-1 no músculo cardíaco) e provocar efeitos perigosos ao
paciente como taquicardia.

AGONISTAS BETA-2 SELETIVOS DE AÇÃO PROLONGADA


Representantes: salmoterol

Mesmos efeitos desencadeados e contra-indicações dos beta-2 de ação


curta.

ANTAGONISTAS ADRENÉRGICOS

ANTAGONISTAS ALFA-1 SELETIVOS


Representantes: Prazosina, doxazosina

O agonista alfa-1 seletivo era aqueles que causavam principalmente a


vasoconstrição, portanto o antagonista irá ter efeito de vasodilatação e
relaxamento de alguns órgãos.
Portanto podem ser utilizados como:
Hipertrofia prostática benigna.
Anti-hipertensivos. (pois ao antagonizar os receptores alfa-1 adrenérgicos
causam vasodilatação dos vasos sanguíneos o que reduz a pressão arterial)

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Como efeitos colaterais mais comentados temos: a hipotensão


ortostática, tonturas, vertigem.

ANTAGONISTAS BETA ADRENÉRGICOS NÃO SELETIVOS


Bloqueiam receptores beta-1 e beta-2
Representantes: Propranolol, nadolol, pindolol, timolol, carvedilol.

Ao bloquear os receptores beta adrenérgicos, causam como efeitos


principais uma relaxamento vascular (vasodilatação), diminuição da força
de contração, diminuição da freqüência cardíaca, broncoconstrição,
inibição da gligenólise e lipólise.
Portanto podem ser utilizados como:
Anti-hipertensivos.
Arritmias cardíacas e angina.

A contra-indicação é destinada aos pacientes asma ou bronquite, pois


esses fármacos são antagonistas não seletivos, portanto vão interagir como
receptores beta nos brônquios e causar broncoconstrição e se o paciente
já naturalmente possui dificuldade respiratória por causa do doença, ao
somar a broncoconstrição da doença + do medicamento, o efeito pode ser
catastróficos. Na insuficiência cardíaca sistólica, porque o indivíduo
naturalmente já possui uma fraca força de contração e ao administrar estes
fármacos essa força de contração será reduzida demais.
Uma interação medicamentosa bem conhecida é aquela entre os
beta bloqueadores e fármacos antidiabéticos, pois estes podem
potencializar uma crise de hipoglicemia que pode ser perigosa ao
paciente.
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ANTAGONISTAS BETA ADRENÉRGICOS NÃO SELETIVOS


Bloqueiam apenas os receptores beta-1
Representantes: atenolol, metoprolol, bisoprolol.

Atuam bloqueando os receptores beta-1 no coração e reduz a forca


de contração, a freqüência cardíaca. Portanto podem ser utilizados como:
Anti-hipertensivos.
Prevenção de arritmias cardíacas.
Os cuidados, contra indicações e efeitos adversos são praticamente os
mesmos dos antagonistas não seletivos, porém em menor intesidade.

SISTEMA PARASSIMPÁTICO / COLINÉRGICO


Retomando o raciocínio:

Receptores colinérgicos e seus subtipos são:


 Receptores muscarínicos, subtipos M-1, M-2 e M-3.
 Receptores nicotínicos, subtipos Nn e Nm.

Neurotransmissor:
 Acetilcolina (ACh).

A acetilcolina (ACh) é sintetizada a partir da colina e do acetil CoA


em terminações nervosas. A síntese da ACh ocorre por meio da enzima
colina-acetiltransferase que promove uma acetilação da colina com o
Acetil CoA. A colina é uma substância obtida da dieta e o acetil CoA é um
produto da ação mitocondrial. Esse neurotransmissor um efetor da
contração muscular na junção neuromuscular, que atua sobre receptores
nicotínicos e muscarínicos.

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A ACh é armazenada em vesículas, localizadas sobretudo nas


terminações nervosas. A degradação desse neurotransmissor ocorre
principalmente por meio da ação hidrolítica da enzima acetilcolinesterase e
em menor escalda por hidrólise feita pela enzima butilcolinesterase. A
acetilcolinesterase também é chamada de colinesterase verdadeira.

RESUMO DOS RECEPTORES COLINÉRGICOS:

Os receptores muscarínicos e nicotínicos são encontrados tanto na região


pré-sináptica, quanto na região pós-sináptica.
MUSCARÍNICOS = M1
São conhecidos como receptores neurais
Os segundos mensageiros são: IP3 e DAG
A estimulação desse receptor causa inibição da liberação de ACh,
promovendo uma auto regulação (feedback negativo).

MUSCARÍNICOS = M2
São conhecidos como receptores cardíacos.
O segundo mensageiro é o AMPc.
Esses receptores são inibitórios e encontrados no músculo cardíaco, e a
estimulação deles causam uma diminuição da condução AV (átrio-
ventricular) e também diminui a freqüência cardíaca.

MUSCARÍNICOS – M3
São conhecidos como receptores de musculatura lisa / glandular.
Os segundos mensageiros são: IP3 e DAG.

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Esses receptores são encontrados na musculatura lisa e em glândulas


exócrinas. A estimulação desses receptores causa contração da
musculatura lisa e a estimulação de glândulas exócrinas (ex: salivação,
secreção bronquial, etc).

NICOTÍNICO = Nn
São receptores conhecidos como neuronais.
São encontrados em gânglios autonômicos. A estimulação desses
receptores causa, portanto, excitação dos neurônios pós-ganglionares.

NICOTÍNICO = Nm
São receptores neuromusculares e, portanto, pertencem, na verdade, ao
sistema nervoso somático.
A estimulação desses receptores leva a contração muscular esquelética.

Vamos iniciar de fato o assunto dos fármacos parassimpáticos!

FÁRMACOS QUE ATUAM SOBRE O SISTEMA COLINÉRGICO:

Nessa classe temos fármacos AGONISTAS (que interagem com os


receptores e mimetizam os efeitos da acetilcolina e temos também os
ANTAGONISTAS que irão bloquear esses receptores de acetilcolina).

AGONISTAS MUSCARÍNICOS:
Representantes: Pilocarpina, carbacol, betanecol, muscarina, arecolina e
metacolina.

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Dentre os agonistas muscarínicos, temos que destacar apenas algumas


informações de alguns desses receptores, não há necessidade de
discutirmos todos:

PILOCARPINA
 Liga-se aos receptores muscarínicos, ativando-os e provocando os
efeitos típicos da ACh. São indicadas para o tratamento do glaucoma, pois
atuam sobre os receptores M3 da musculatura lisa pupila, causando uma
contração e diminuindo a pressão intraocular.
Outro uso, um pouco incomum, mas farmacologicamente comprovado
é para o tratamento da xerostomia, com administração do fármaco na
região oral (língua), assim ao interagir com os receptores muscarínicos irá
causar aumento da secreção salivar, e assim proporciona uma melhora da
xerostomia (boca seca).

BETANECOL
Liga-se nos receptores muscarínicos da musculatura lisa visceral,
promovendo um aumento das contrações gastrintestinal, sendo em
requerido por pacientes com constipação pós-operatório.

METACOLINA
A metacolina é mais resistente à hidrólise da acetilcolina e a
metacolina possui a maior ação muscarínica mais potente do que as
demais substâncias apresentadas.

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AGONISTAS NICOTÍNICOS:
Mimetizam a estimulação feita pela ACh nos receptores muscarínicos.
Não há nenhum que tenha relevância em provas, nem da Consulplan nem
mesmo de outras bancas organizadoras.

ANTAGONISTAS MUSCARÍNICOS
Representantes: Atropina e escopolamina.

Atua bloqueando receptores muscarínicos, impedindo as ações


endógenas da ACh. Os efeitos dependem do local onde o fármaco estiver
atuando.

ATROPINA
Os efeitos são:
 Redução de secreções e brondilatação (efeito requerido para facilitar
ventilação mecânica, intubação do paciente).
Cronotropismo positivo (aumento da força de contração do coração).
Reverter casos de intoxicação por anticolinesterásicos (ex: pesticidas
organofosforados).
A atropina é uma substância originada da planta alucinógena Atropa
belladona.

ESCOPOLAMINA
Os efeitos são:
 Antiespasmódico, pois a escopalamina interage com receptor
muscarínico da região gastrintestinal, diminuindo as contrações e
consequentemente as cólicas gastrintestinais. O nome comercial bastante
conhecida é o Buscopan®.
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IPRATRÓPIO
Os efeitos são:
 Broncodilatador, pois o ipratrópio interage com receptor muscarínico
da região brônquica, diminuindo a broncoconstrição. O nome comercial
bastante conhecida é o Atrovent®.

OXIBUTIRINA, PROPANTELINA, DICICLOMINA, TOLDERODINA


Os efeitos são:
 Utilizado para evitar a incotinência urinária.

BIPERIDENO, TRIEXFENIDIL
Os efeitos são:
Anti-parkinsonianos, atuam sobre receptores muscarínicos presentes na
região central e não periféricos.

Lembrando que o Parkinson é decorrente de um


desequilíbrio da relação dopamina/ACh. O
tratamento mais comum é aquele que vimos na
aula passada e consiste na reposição de dopamina.
Entretanto o excesso de acetilcolina causa um
excesso da atividade desse neurotransmissor,
causando contrações musculares descoordenadas
e excessivas. Ao bloquear os receptores da ACh, a
liberação da ACh será menor, diminuindo os efeitos
extrapiramidais.

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ANTAGONISTAS NICOTÍNICOS
Representantes: Agentes despolarizantes (anticolinesterásicos). Agentes
adespolarizantes (d-tubocurarina, vecurônio e mevacurônio).
Os mais importantes são:
ANTICOLINESTERÁSICOS
São antagonistas, cujo mecanismo de ação baseia-se inibição da enzima
acetilcolinesterase, e, por conseguinte, aumentam as ações da acetilcolina.
Os anticolinesteráricos podem ser dois tipos:

a) Reversíveis: inibem a enzima de forma não definitiva, tais como


edrofônio, neostigmina, fisostigmina.

b) Irreversíveis: inibem a enzima de forma definitva e por isso são os mais


perigosos, tais como organofosfatos, diflos, ecotiopatos;

Embora não há questões prévias da sua banca acerta deste tópico,


acredito piamente que os anticolinesterásicos irreversíveis poderão ser uma
questão de prova, visto que nesta classe está contida os
agrotóxicos/pesticidas organofosforados, e trata-se um produto direto da
jurisdição do MAPA.

DETALHES DO MECANISMO DE AÇÃO DOS ANTICOLINESTERÁSICOS:


• Ligam-se fortemente à enzima acetilcolinesterase, formam uma ligação
fósforo-carbono extremamente estável com a enzima, resultando em uma
inativação irreversível da mesma.
• Isso ocorre porque o complexo enzimático fosforilado resultante é
extremamente estável (horas ou dias).
SINAIS DA INTOXICAÇÃO POR ANTICOLINESTERÁSICOS:
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Crise colinérgica:
 Distúrbios gastrintestinais (náuseas, vômitos, diarréia, salivação
excessiva).

 Distúrbio respiratório (broncoespasmo, e aumento das secreções


brônquicas).

 Alterações cardiovasculares (bradicardia, bloqueio AV, hipotensão.


Obs: pode haver taquicardia reflexa devido à hipotensão e à
liberação de adrenalina pelas adrenais).

 Distúrbios visuais (visão embaçada, miose).

 Sudorese.

 Perda da função motora esquelética (que progride para perda da


coordenação motora, câimbras musculares, fraqueza, fasciculação e
paralisia).

 Morte: por paralisia dos músculos esqueléticos necessários à respiração


ou por parada cardíaca.

ANTÍDOTO PARA INTOXICAÇÃO POR ANTICOLINESTERÁSICOS: ATROPINA ou PRALIDOXIMA.

A atropina atua na reversão da intoxicação por anticolinesterásicos


através de um antagonismo competitivo, não-metabólico ou
farmacodinâmico: ocorre quando os dois fármacos atuam sobre o mesmo
receptor biológico, um antagonizando o efeito do outro. São os chamados

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bloqueadores e este conceito é usado, com vantagens, no tratamento


clínico das intoxicações.
Procedimento terapêutico que deve ser adotado nos casos de
intoxicação por agentes anticolinesterásicos:

 Ingestão de doses crescentes de atropina (antagonista muscarínico)


para bloquear todos os efeitos adversos decorrentes da estimulação
dos receptores muscarínicos.

 Como a atropina não bloqueia receptores nicotínicos, ela não alivia a


paralisação dos músculos esqueléticos e dos músculos respiratórios,
com isso, pode ser necessária ventilação mecânica.

 Pralidoxima: Consegue restaurar a atividade da AChE apenas no


início. Só é efetiva dentro de 6h.

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SEÇÃO 3: FÁRMACOS CARDIOVASCULAR-RENAL


O livro conjugou esses dois temas Farmacologia do Sistema
Cardiovascular + Farmacologia do Sistema Renal.
Pela análise das questões, existe uma parte deste tópico que as
bancas mais cobram: Anti-hipertensivos! Gosto de passar esse tipo de
análise para vocês, visto que possuem pouco tempo para revisar as aulas e
não haverá tempo para tudo, o que escolher? Escolha aquelas pontos de
cada disciplina que possuem mais chance de serem cobradas na sua
prova. É uma loteria? SIM. É um risco? SIM. Mas quem faz um concurso deste
porte precisa assumir riscos na preparação.

ANTI-HIPERTENSIVOS
Os primeiros agentes anti-hipertensivos que vamos estudar são os
diuréticos:

DIURÉTICOS  Os diuréticos são substâncias que aumentam a excreção de


sódio e de água do corpo, através de uma ação sobre os rins. O efeito
primário consiste em diminuir a reabsorção de Na+ e de Cl- do filtrado,
sendo o aumento da perda de água secundário à excreção aumentada
de NaCl. Em outras palavras é o que sempre digo aos meus alunos no
presencial:
“Ao colocar um pouco de sal na língua o que você sente? R: SEDE. Então se lembre disso para não esquecer
jamais que o sódio „puxa‟ a água para junto dele, logo se você aumentar a excreção de sódio pode ter certeza
que a excreção de água será aumentada também, ela é „puxada‟ para a eliminação junto do sódio.”

Além deste mecanismo clássico envolvendo o íon sódio, poderá haver


alguns fármacos que atuam por outros mecanismos, todos os pontos
importantes serão vistos a partir de agora.

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DIURÉTICOS DE ALÇA
Representantes: Furosemida, bumetanida, piretanida, torasemida.

Mecanismo de Ação: Essa classe farmacológica atua na alça de Henle,


inibindo o transporte de NaCl bloquear o carreador de Na+/K+/2Cl, com isso
a urina ficará mais concentrada de íons como o sódio e assim haverá
menos reabsorção de água e portanto maior eliminação dela (diurese).

Características, cuidados e informações importantes: Os diuréticos de alça


são os mais poderosos de todos os diuréticos e têm a capacidade de
provocar a maior excreção de Na+, logo a maior excreção de água
também (por isso devem ser utilizados com certo cuidado). São substâncias
que causam perda de NaCl, através de sua ação sobre as células da alça
de Henle no néfron (por isso o nome da classe: diuréticos de alça).
Essa classe também provoca maior perda de K+ (hipocalemia = efeito
indesejado) e H+ (por conseguinte, os diuréticos de alça podem produzir
alcalose metabólica que seria outro efeito indesejado) e ainda aumento na
excreção de Ca2+ que é benéfico no tratamento de casos de
hipercalcemia.

DICA EDUCA FAR: Fique esperto nas nomenclaturas!


Excesso de íons Ca2+ = hipercalcemia
Excesso de íons K+ = hipercalemia
Excesso de íons sódio = hiponatremia
Excesso de ácidos/íons H+ = acidose
Excesso de bases/íons OH- = alcalose

De fato vimos que essas drogas são capazes de reduzir a volemia


(volume de líquido plasmático) e, por conseguinte reduzir uma hipertensão,
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mas como são muito potentes eles correm o risco de reduzir demais essa
volemia e ao invés de trazer uma solução o fármaco poderá causar uma
hipotensão acentuada que se tornaria outro problema. Logo, não são os
fármacos de escolha no tratamento da hipertensão, são muito indicados
para o tratamento de: edema pulmonar agudo; hipercalcemia;
insuficiência renal; etc.

DIURÉTICOS TIAZÍDICOS

Representantes: Hidroclorotiazida, bendroflumetiazida, ciclobentiazida.

Mecanismo de Ação: Essa classe farmacológica atua no túbulo distal,


diminuindo o transporte de Na+ ao bloquear o carreador de Na+/Cl-, com
isso a urina ficará mais concentrada de íons como o sódio e assim haverá
menos reabsorção de água e, portanto maior eliminação dela.

Características, cuidados e informações importantes: Os diuréticos tiazídicos


apresentam uma diurese moderada e por isso são os mais adequados
diuréticos para o tratamento da hipertensão.
Sobre efeitos indesejados é importante sabermos que a ocorrência de
efeitos indesejáveis grave é relativamente rara. Os principais efeitos
adversos das tiazidas resultam de algumas de suas ações renais, sendo a
depleção de K+ a mais importante. Outros efeitos adversos incluem alcalose
metabólica e aumento dos níveis plasmáticos de ácido úrico (com a
possibilidade de gota). Quanto ao Ca2+ geralmente esses fármacos
reduzem a perda.

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DIURÉTICOS POUPADORES DE POTÁSSIO

Representantes: Espirolactona, amilorida, triantereno.

Mecanismo de Ação: Essa classe farmacológica atua nos túbulos coletores,


a espironolactona é um antagonista no receptor de aldosterona e o seu
mecanismo baseia-se no antagonismo desses receptores de aldosterona,
enquanto que a amilorida e o triantereno atuam ao bloquear os canais de
sódio controlados pelo mediador protéico da aldosterona;. Esses fármacos
causam uma diurese muito fraca.

Características, cuidados e informações importantes: Pela sua fraca diurese


é rara a sua indicação para o tratamento da hipertensão de forma isolada,
geralmente são usados associados com outros fármacos das classes que já
vimos, ou seja, com os diuréticos perdedores de K+ (isto é, diuréticos de alça
ou tiazídicos), com a função principal de prevenir a perda de K+, sobretudo
quando a hipocalemia é particularmente perigosa (por exemplo, pacientes
que necessitam de digoxina ou amiodarona).
Quanto a efeitos adversos a hipercalemia, que constitui o principal
efeito adverso e pode ser perigosa. Pode ocorrer acidose metabólica e
reações de hipersensibilidade/alergias.

DIURÉTICOS OSMÓTICOS
Representantes: manitol.

Mecanismo de Ação: Os diuréticos osmóticos são substâncias


farmacologicamente inertes (por exemplo, manitol), que são filtrados no
glomérulo, mas que sofrem reabsorção incompleta ou que não são

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reabsorvidos de forma alguma pelo néfron. Devido à presença desse soluto


no filtrado a reabsorção passiva de água será reduzida.

Características, cuidados e informações importantes: Podem ser


administrados em quantidades grandes, geralmente a via de administração
utilizada é a intravenosa. Por conseguinte, o principal efeito dos diuréticos
osmóticos consiste em aumentar a quantidade de água excretada, com
aumento relativamente menor na excreção de Na+ Assim, essas substâncias
não são úteis no tratamento de condições associadas à retenção de Na+,

OUTRAS CLASSES DE ANTIHIPERTENSIVOS 

INIBIDORES DA ECA 
Representantes: captopril, enalapril, lisinopril.

Mecanismo de Ação: inibe a enzima conversora de angiotensina (ECA),


impedindo que haja conversão de angiotensina I em angiotensina II
(angiotensina II = vasoconstritor). Reduz a formação de angiotensina II,
diminuindo a resistência arterial periférica. Reduz a retenção de sódio e
água, diminuindo a pressão sangüínea. Como inibem a ECA que também é
responsável pela degradação de bradicinina, haverá um aumento desta.

Características, cuidados e informações importantes: Tosse é o efeito


indesejado mais freqüente, sendo sempre seca e por vezes noturna,
relacionada com o aumento da bradicinina. Aparece nas primeiras
semanas, desaparece com a suspensão da droga e retorna com a
reintrodução. A hipotensão também é rara, e ocorre normalmente nos

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pacientes desidratados. Hipercalemia é um efeito potencial, devendo ter


cuidado.

ANTAGONISTAS DE RECEPTORES AT1 


Representantes: losartana, valsartana, candersartana, olmersartana.

Mecanismo de Ação: esses fármacos atuam por antagonismo dos


Receptores AT1 da Angiotensina II. Por antagonizar os efeitos da
angiotensina II, a losartana relaxa a musculatura lisa e com isso promove
vasodilatação, aumenta a excreção renal de sódio e água, reduz o volume
plasmático, e diminui a hipertrofia celular. Não interfere com a atividade da
enzima conversora de angiotensina (ECA) e assim, não inibe a degradação
de bradicinina.

Características, cuidados e informações importantes: esses fármacos


possuem eficácia semelhante aos IECA, porém com menos efeitos
colaterais (tosse), geralmente são as drogas de escolha para substituir os
IECA.

ANTAGONISTAS DE CANAIS DE CÁLCIO 


Representantes: Nifedipino, anlodipino, verapamil, diltiazem, mebefradil.

Mecanismo de Ação: esses fármacos atuam por antagonismo dos canais


de Ca+2, e assim bloqueiam a entrada celular de Ca+2 através dos canais de
cálcio, e não suas ações intracelulares. Por antagonizar esses canais de
Ca+2 desencadeiam efeitos como vasodilatação coronariana e sistêmica,
além de reduzir contratilidade miocárdica e a frequência cardíaca.

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Características, cuidados e informações importantes: além do efeito anti-


hipertensivo (devido a vasodilatação) esses fármacos também provocam
efeitos sobre o músculo cardíaco e liso, podendo ser usados também no
tratamento de arritmias (devido a diminuição da freqüência cardíaca).

AGENTES SIMPATOLÍTICOS 
Corresponde a uma grande família de hipotensores que consistem em
inibidores do sistema simpático.

AGENTES SIMPATOLÍTICOS (alfa2-agonistas) 


Representantes do alfa-2-agonistas: metildopa, clonidina, guanabenzo.

Mecanismo de Ação: ligação com os receptores alfa-2-adrenérgicos,


causando ativação desses receptores inibitórios.

Características, cuidados e informações importantes: a clonidina, além do


efeito hipotensor também apresenta ação sobre o SNC, há quem utilize
como pré-anestésico, devido o seu poder sedativo. Sobre a metildopa ou
alfa-metildopa, podemos destacar a sua indicação para tratamento de
hipertensão durante a gravidez, visto que ela não atravessa a barreira
placentária.

AGENTES SIMPATOLÍTICOS (alfa1-antagonistas) 


Representantes do alfa-2-agonistas: prazosin, dexasozin, terasozin.

Mecanismo de Ação: ligação aos receptores alfa-1-adrenérgicos, provando


bloqueio destes receptores.

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Características, cuidados e informações importantes: Além do efeito


hipotensor em geral observa-se, ao contrário dos diuréticos e beta-
bloqueadores, uma melhora do perfil lipídico dos pacientes. Uma ação
coadjuvante benéfica dos antagonistas-alfa1-adrenérgicos é o
relaxamento da musculatura lisa da próstata, favorecendo o esvaziamento
da bexiga nos pacientes com hiperplasia prostática benigna.

AGENTES SIMPATOLÍTICOS (beta-bloqueadores) 


Representantes dos beta-bloqueadores inespecíficos: propanolol, nadolol.
Representantes dos beta-bloqueadores cardiosseletivos: atenolol,
metoprolol

Mecanismo de Ação: Todos se baseiam na ligação aos receptores beta-


adrenérgicos, provando bloqueio destes receptores. Porém os inespecíficos
atuam bloqueando todos os tipos de receptores beta-adrenérgicos,
enquanto os cardiosseletivos atuam com bloqueio específico aos beta-1-
adrenérgicos.

Características, cuidados e informações importantes: Os betabloqueadores


não devem ser utilizados em caso de bradicardia acentuada, bloqueio
átrio-ventricular de alto grau pré-existente, disfunção sinoatrial e falência
ventricular esquerda. Pacientes com asma e broncoespasmo também
devem ter cautela, visto que principalmente os beta-bloqueadores
inespecíficos também causam relativa broncoconstrição. Em pacientes
diabéticos em uso de insulina, os betabloqueadores devem ser utilizados
com cautela, pois podem mascarar os sintomas hipoglicêmicos.

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OUTROS FÁRMACOS (vasodilatadores)


Representantes: nitratos, monoxidil, hidralazina

Mecanismo de Ação dos Nitratos: Causa vasodilatação devido a liberação


de óxido nítrico. Ele é liberado dentro das células do endotélio e aumenta a
quantidade de GMPc, que causa o relaxamento muscular. Assim não
permitindo a contração e causando vasodilatação.

Características, cuidados e informações importantes dos Nitratos: Nesse


grupo podemos incluir os seguintes fármacos nitroprussiato de sódio,
nitroglicerina, dinitrato de isossorbida, mononitrato de isossorbida.
Apresentam os efeitos colaterais comuns dos vasodilatadores: cefaléia,
ruborização, hipotensão, taquicardia, etc. Além destes podem também
causar tolerância no paciente.

Mecanismo de Ação da Hidralazina: Causa vasodilatação por ação direta


na musculatura lisa arterial, diminuindo assim a pressão arterial. Na
insuficiência cardíaca congestiva promove aumento direto no débito
cardíaco, secundário à diminuição da resistência sistêmica.

Características, cuidados e informações importantes da hidralazina:


Hipertensão arterial; insuficiência cardíaca congestiva (em combinação
com dinitrato de isossorbida).

Mecanismo de Ação do Minoxidil: Causa vasodilatação por ação provocar


abertura dos canais de cálcio nas membranas musculares lisas pelo sulfato
de minoxidil, em que estabiliza a membrana em seu potencial de repouso e
torna menos provável a contração.
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Características, cuidados e informações importantes do Minoxidil:


Atualmente a droga é usada como estimulante de crescimento capilar
para correção da calvície, através de loções de aplicação tópica no couro
cabeludo.

CRISES HIPERTENSIVAS
A crise hipertensiva constitui-se em situação clínica na qual ocorre uma
brusca elevação dos níveis da pressão.
São exemplos indicações farmacológicas para esses casos:
Captopril – via oral (crise mais leve)
Nifedipino – via sublingual
Nitroprussiato de sódio – via endovenosa
Hidralazina – via endovenosa

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ANTI-ARRÍTMICOS
Classificação das arritmias
São classificadas em bradicardias (FC < 60 batimentos por min) e
taquicardias (FC > 120 batimentos por min).

Classificação das drogas antiarrítmicas


A maioria dos antiarrítmicos são classificados de acordo com a sua
ação no potencial de ação (PA) da célula cardíaca ou sua ação
bloqueadora beta adrenérgica. A classificação mais utilizada até os dias de
hoje é aquela feita por Vaughan Williams de 1970.

 Classe I  Fármacos que bloqueiam os canais de sódio, levando a


uma diminuição da despolarização, e diminuindo a velocidade da
condução do impulso através do coração. A classe I geralmente é
subdivida em I-A, I-B e I-C.
 Classe II Nesta classe encontramos os antagonistas beta
adrenérgicos que reduzem a ativação da adenilciclase e diminuem o
AMPc, em resposta a uma ativação do simpático.
 Classe III  É formada por drogas que bloqueiam os canais de
potássio, cuja ação se caracteriza pelo prolongamento da duração
do PA, provocando um aumento do período em que o músculo
cardíaco encontra-se refratário a um estímulo elétrico prematuro.
 Classe IV Os bloqueadores dos canais de cálcio que se caracterizam
em provocar uma diminuição da condução no nó átrio-ventricular.

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SUBSTÂNCIAS QUE AUMENTAM A CONTRATIBILIDADE CARDÍACA


São as substâncias ditas, ionotrópicas positivas. São indicados para o
tratamento da insuficiência cardíaca. Os principais representantes sem
dúvidas são os glicosídeos cardíacos.
.

DICA EDUCA FAR:


Fique esperto com as nomenclaturas:

Aumento da força de contração = efeito inotrópico positivo


Aumento da freqüência cardíaca = efeito cronotrópico positivo

GLICOSÍDEOS CARDÍACOS
Os glicosídeos cardíacos são obtidos da dedaleira (Digitalis spp.) e de
plantas relacionadas.
Representantes: digoxina, digitoxina, metildigoxina.
Os principiais mecanismos de ação dos glicosídios cardíacos consistem
em aumento da atividade vagal e inibição da bomba de Na+/K+ ATPase. A
Inibição da bomba Na+/K+ ATPase provoca aumento da concentração
intracelular de sódio, e, conseqüentemente, de cálcio intracelular, devido à
troca do sódio com o cálcio, aumentando a contração cardíaca. Ocorre a
diminuição intracelular de potássio e os efeitos são aumentados pela
hipocalemia.
Os digitálicos retardam a condução AV ao aumentar o tônus vagal
através de uma ação sobre o sistema nervoso central, reduzindo a
freqüência ventricular, o que melhora a eficiência de bombeamento do
coração devido ao melhor enchimento ventricular.
A Digitoxina, Digoxina e Metildigoxina são administradas por via oral,
em situações de urgência, a digoxina é administrada por via endovenosa.

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Pode ocorrer a toxicidade dos digitálicos (que pode estar relacionada


a hipocalemia devido ao uso de diuréticos), provocando sintomas como:
náuseas, vômitos, diarréia, confusão, extrassistolia ventricular, distúrbios
visuais, disritmia progressiva.
Esses fármacos possuem BAIXO ÍNDICE TERAPÊUTICO, portanto o seu
uso e posologia devem ser constantemente monitorados.

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ANTICOAGULANTES
Para finalizar este módulo iremos pontuar um pouco sobre os fármacos
anticoagulantes, também estão relacionados ao sistema cardiovascular.
Nossa aula foi resumida, mas por que não vi necessidade grande
aprofundamento no tema, visto que a banca Consulplan não possui muitas
questões sobre o tema e também pela característica da instituição a que
esse concurso se refere (Ministério da AGRICULTURA...) tal cobrança não
faria muito sentido. Tenho plena convicção que a próxima aula, acerca dos
antimicrobianos deverá ser a base da prova.
Sobre os fármacos que atuam sobre a coagulação sanguínea podemos
dividi-los em três grupos principais:

1 Anticoagulantes

2 Fibrinolíticos

3 Antiplaquetários

ANTICOAGULANTES
Os anticoagulantes são substâncias que retardam a coagulação,
sendo os anticoagulantes utilizados para ajudar a prevenir e tratar
tromboembolismo venoso, coágulos sanguíneos associados com a
substituição de válvula cardíaca e fibrilação atrial.
Temos anticoagulantes orais (ex: varfarina) e injetáveis (Heparina).
Vamos ver cada um deles:

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VARFARINA (Compostos Cumarínicos)


Os cumarínicos, como a varfarina ou warfarin, são anticoagulantes
que podem ser administrados pela via oral, agem inibindo a síntese de
fatores da coagulação dependente de vitamina K (II, VII, IX e X). O fármaco
é capaz de interferir na produção, mas não na atividade dos fatores já
circulantes, necessitando de vários dias para obter a sua ação efetiva, pois
esta dependerá da meia-vida plasmática dos fatores de coagulação,
sendo a mais curta a do fator VII e a mais longa, a do fator II. O controle
laboratorial da anticoagulação dos pacientes em uso de anticoagulantes
orais é realizado classicamente através da dosagem do tempo e da
atividade da protrombina.
Uma dificuldade encontrada no tratamento com os anticoagulantes
orais é a interação com vários outros fármacos, podendo potencializar ou
reduzir a sua ação. Em geral a varfarina apresenta alta taxa de ligação às
proteínas plasmáticas e em quando há administração de anti-inflamatórios
os mesmos também competem pela ligação à albumina, sendo assim há
um deslocamento da concentração de varfarina ligada (inativa) para
varfarina livre (ativa) no sangue, potencializando o efeito anticoagulante,
que em alguns casos poderá indicar um risco de sangramento.
A dieta com ingesta, variável de alimentos ricos em vitamina K,
também pode produzir oscilações no padrão de anticoagulação, devendo
haver orientação para uma regularidade no uso destes alimentos.
Os maiores riscos.

HEPARINA
A heparina, é um anticoagulante INJETÁVEL (devido seu alto peso
molecular é um fármaco não absorvido pelo trato gastrintestinal), que age
na presença de um co-fator denominado antitrombina, inativando alguns
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fatores ativados da coagulação como os fatores XIIa, calicreína, XIa, IIa, Xa


e Ixa, além de inibir a ativação dos fatores V e VIII pela trombina. No
tratamento do tromboembolismo venoso, a heparina por via intravenosa
(IV) é a abordagem terapêutica mais freqüente e de comprovada eficácia.
A via subcutânea (SC) pode ser uma alternativa para administração da
heparina.
Assim como os anticoagulantes de um modo geral a heparina
apresenta alto risco de hemorragias e sangramentos ao paciente, por isso
seu uso e posologia devem ser monitorados.
A heparina que comentamos acima é do tipo NÃO-FRACIONADA, mas
além desta existe a chamada HEPARINA DE BAIXO PESO MOLECULAR
(HBPM). A excelente biodisponibilidade e a longa meia-vida plasmática das
HBPM diminui a necessidade de controle laboratorial 13, 14, 15 são as principais
vantagens, quando comparada a HNF.
Heparina não fracionada (HNF) é uma mistura heterogênea de
moléculas compostas por cadeias de polissacárides com peso
molecular variando de 3.000 a 30.000 dáltons, média de 15.000
dáltons.
Heparinas de baixo peso molecular (HBPM) são fragmentos de
HNF obtidos por despolimerização química ou enzimática com peso
molecular variando de 1.000 a 10.000 dáltons, média de cerca de
5.000 dáltons.

ANTICOAGULANTES

Os trombolíticos são capazes de promover a lise do trombo


restabelecendo o fluxo da região vascular obstruída. Geralmente a
indicação ao uso de trombolíticos é para pacientes com diagnóstico de
trombose ou tromboembolismo pulmonar.
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Existem dois tipos de trombolíticos aprovados e comercialmente


disponíveis: a estreptoquinase e o rtPA.

ANTIPLAQUETÁRIOS
Os antiplaquetários são agentes diversos, que têm em comum a
propriedade de inibir a formação do trombo sem interferir de forma
significativa nos demais segmentos da cascata de coagulação.
De forma geral, promovem a inibição das funções plaquetárias, tais
como a adesividade e a agregação plaquetária, inibem a liberação ou
secreção das plaquetas, reduzem os agregados plaquetários circulantes, e
inibem a formação do trombo, induzido predominantemente por plaquetas.
Inibidor irreversível da cicloxigenase, o ácido acetilsalicílico, teve seus
efeitos na função plaquetária descobertos no fim da década de 1960. Sem
dúvida, entre os antiagregantes plaquetários é o mais empregado na
prática clínica e, conseqüentemente, o mais conhecido de sua classe.
Mecanismo da ação A aspirina, prostaglandina acetilada H-sintase,
tem como principal mecanismo de ação a inibição irreversível da atividade
da cicloxigenase-1 (COX-1) presente nas plaquetas
O risco e o benefício da prevenção de do agregamento plaquetário
vascular e o sangramento causado pelo uso de ácido acetilsalicílico devem
sempre ser avaliados. As alterações causadas pelo ácido acetilsalicílico na
hemostasia primária não podem ser separadas dos efeitos antitrombóticos
da mesma e o risco relativo de sangramento cresce na medida em que as
doses aumentam. Os efeitos gastrintestinais que também podem ocorrer
estão relacionados com a inibição da COX-1 fisiológica relacionada com a
proteção da mucosa gastrintestinal.

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SEÇÃO 5: FÁRMACOS NO SISTEMA NERVOSO CENTRAL

INTRODUÇÃO À FARMACOLOGIA DO SISTEMA NERVOSO CENTRAL (SNC)


Para podermos entender melhor como as drogas que atuam no
Sistema Nervoso Central (SNC) atuam, precisamos antes relembrar algumas
noções de funcionamento desse sistema.
Quando uma pessoa recebe estímulos, essas informações são levadas
rapidamente para o SNC e neste local do organismo que se dará o
processamento dessas informações e em seguida o organismo emite uma
resposta para o órgão ou tecido que enviou a informação. Por exemplo,
quando o indivíduo encosta a mão sobre uma chapa quente, em
condições normais, o tecido cutâneo da mão enviará essa informação
para o SNC e o mesmo processará a informação e emitirá uma resposta de
fuga, para que o indivíduo se afaste dessa chapa quente imediatamente,
pois é prejudicial ficar encostado nessa chapa que possui temperatura
elevada. Todo esse processo leva milésimos de segundos, a transmissão
nervosa é muito rápida.
Como se dá essa transmissão de informações professor? OK, vou
relembrar- vos: as informações são processadas e transmitidas através dos
NEURÔNIOS, que são as células funcionais do sistema nervoso.
Existem milhões de neurônios em nosso organismo, como a informação
é passada de um neurônio a outro? Tanto a informação primária quanto a
resposta do organismo é percorrida através dos neurônios por SINAIS
QUÍMICOS / NEUROTRANSMISSORES (processo também chamado de
NEUROTRANSMISSÃO).
Sabemos que os neurônios não estão continuamente ligados, pois
existem pequenos espaços ou fendas entre um neurônio e outro. Então
quando as informações chegarem ao final do axônio neuronal como elas

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passarão ao neurônio seguinte através dessas regiões de interconexão entre


um neurônio e outro (chamada de SINAPSE), onde os sinais químicos saem
de um neurônio pré-sináptico e como verdadeiros mensageiros químicos
irão interagir em receptores dos neurônios pós-sinápticos.
Geralmente é na transmissão sináptica que os fármacos poderão
atuar, ora estimulando esses receptores para aumentar uma resposta X, ora
modulando e inibindo esses receptores para diminuir uma resposta Y, como
por exemplo, alguns fármacos antidepressivos visam estimular a
neurotransmissão serotoninérgica, enquanto os fármacos analgésicos visam
diminuir a neurotransmissão da dor. Logo, a escolha de cada fármaco
dependerá do objetivo que se deseja alcançar.
Vejamos a figura abaixo:

Figura: esquema de uma sinpase

Os principais neurotransmissores do SNC são: dopamina, serotonina,


acetilcolina, noradrenalina, GABA, glutamato. Cada neurotransmissor deste
possui ação específica e estão distribuídos de forma heterogênea ao longo
do sistema nervoso.

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CONCEITOS RELEVANTES
A fim de evitar algumas dúvidas que possam surgir, ou quem sabe
podem até ser cobradas em provas, vamos dar atenção nestes conceitos
abaixo:

DROGAS  De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS, 1981):


"qualquer substância química ou mistura de entidades, que alteram a
função biológica e possivelmente a sua estrutura". Enfim, podemos dizer
que é qualquer substância química capz de alterar a função de organismos
vivos, resultando em mudanças fisiológicas ou de comportamento. (OBS:
não associem o termo como sinônimo de substâncias químicas de abuso,
essas também são drogas, as não apenas elas, pelo conceito você deve
entender que até os fármacos se encaixam na definição de drogas).

DROGAS PSICOATIVAS Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS,


1981): '' são aquelas que alteram comportamento, humor e cognição''. Isso
significa, portanto, que essas drogas agem preferencialmente nos neurônios
afetando o Sistema Nervoso Central.

DROGAS PSICOTRÓPICAS Segundo a Organização Mundial de Saúde


(OMS, 1981): ''são aquelas que agem no Sistema Nervoso Central
produzindo alterações de comportamento, humor e cognição, possuindo
grande propriedade reforçadora sendo, portanto, passíveis de auto
administração". Em outras palavras seriam drogas psicoativas mas que
levam a dependência.

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DROGAS DE ABUSO Definidas em livros de Farmacologia como sendo:


"qualquer substância que altera humor, o nível de percepção ou o
funcionamento do Sistema Nervoso Central". Neste conceito são
englobados desde medicamentos até álcool e solventes.

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CLASSIFICAÇÃO DAS DROGAS QUE ATUAM NO SNC


Podemos classificar as drogas que atuam no sistema nervoso central
em dois grandes grupos:

ESTIMULANTES DEPRESSORAS

Drogas Depressoras = como o próprio nome indica, diminuem a


atividade do SNC, ou seja, esse sistema passa a funcionar mais lentamente.
Como consequência, aparecem os sintomas e os sinais dessa diminuição.
Por exemplo, sonolência. Algumas dessas substâncias são úteis como
medicamentos em casos nos quais o SNC da pessoa está funcionando
''acima do normal'', por exemplo, em epilepsias, insônia, excesso de
ansiedade, etc.

Exemplos de drogas depressoras: benzodiazepínicos e álcool.

Drogas Estimulantes = são que aqueles que estimulam/intensificam a


atividade do SNC, fazendo com que o estado de vigília fique aumentado
(Ex: portanto diminui o sono) e também eleva a atividade motora. Eem
doses mais elevadas chegam a produzir sintomas pertubadores do SNC, tais
como delírios e alucinações.

Exemplos de drogas estimulantes: cocaína, cafeína, anfetaminas, etc.

Enfim pessoal, fiz essa introdução de modo mais objetivo possível,


primeiro porque vocês já estudaram na universidade tal assunto, logo a
introdução visa apenas lembra-vos de tudo aquilo.

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CLASSES FARMACOLÓGICAS
 ANTIDEPRESSIVOS
A depressão está associada com uma diminuição nas concentrações de
SEROTONINA (5-HT) ou de NORADRENALINA nas sinapses neuronais centrais.
Logo, o objetivo de um fármaco antidepressivo é elevar a concentração de
um desses neurotransmissores ou até aumentar a concentração de ambos
no SNC.
Existem alguns mecanismos diferentes que poderão resultar nesse
aumento de neurotransmissores para melhorar o estado de humor do
paciente, geralmente independente do fármaco e mecanismo os efeitos
começam a surgir após alguns dias e não de imediato após a primeira
administração.
Há três tipos de drogas antidepressivas utilizadas na terapêutica médica:

1 Antidepressivos Tricíclicos (ex: imipramina, amitriptilina, etc.)

2 Antidepressivos Inibidores da enzima Monoaminaoxidase –


IMAO - (ex: iproniazida, clorgilina, etc.)

3 Antidepressivos Inibidores Seletivos da Recaptação de


Serotonina - ISRS - (ex: fluoxetina, citalopram).

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ANTIDEPRESSIVOS TRICÍCLICOS
Representantes: Imipramina, amitriptilina, clomipramina, nortriptlina,
trimipramina.

Mecanismo de Ação: O mecanismo de ação comum aos


antidepressivos tricíclicos em nível pré-sináptico é o bloqueio de
recaptura de monoaminas, principalmente noradrenalina
(norepinefrina) e serotonina (5-HT), em menor proporção dopamina.
Em outras palavras, são drogas capazes de inibir a reabsorção tanto
de serotonina quanto de noradrenalina, assim esses neurotransmissores não
voltarão aos neurônios pré-sinápticos de foram liberados, logo,
permanecerão por um tempo maior e também em concentração maior
para interagir com os receptores na fenda sináptica e assim proporcionar o
efeito antidepressivo esperado.

Efeitos Colaterais: Geralmente esses fármacos também causam um


efeito sedativo, o que aumenta o estado de sonolência no paciente.
Outro efeito indesejado são as reações de hipersensibilidade/alergias
que poderão ocorrer em qualquer pessoa e com qualquer dosagem,
pois se relaciona com características da própria pessoa.
Também podem atuar como bloqueadores de receptores
muscarínicos, por isso é comum observar efeitos colaterais anticolinérgicos.
Esses efeitos colaterais anticolinérgicos limitam o seu uso, por exemplo, será
contra indicado em casos de doenças como glaucoma ou cardíacas.
Como são capazes de agir como antagonistas de receptores alfa-1,
numa ocasião de superdosagem poderiam desencadear arritmias
cardíacas e uma severa queda de pressão arterial, que poderá até levar ao
óbito, por isso esses antidepressivos são considerados cardiotóxicos.
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ANTIDEPRESSIVOS INIBIDORES DA MONOAMINAOXIDADE - IMAO -


Representantes: Iproniazida, clorgilina, harmina, moclobemida.

Mecanismo de Ação: O mecanismo de ação dos IMAOs foi pouco


estudado e ainda não está totalmente esclarecido. Sabe-se que a
atividade da enzima monoaminoxidase (MAO) é inibida, e a redução
na atividade da MAO resulta em aumento na concentração de
neurotransmissores (serotonina, noradrenalina) nos locais de
armazenamento no sistema nervoso central (SNC).
Em outras palavras, são drogas capazes de inibir a enzima MAO que
favorecerão um aumento dos neurotransmissores serotonina e
noradrenalina na fenda sináptica, proporcionando o efeito antidepressivo.

Efeitos Colaterais: Os mais freqüentes são hipotensão ortostática grave


(vertigens e tonturas, especialmente ao levantar; podem ocorrer
quedas); e as reações de hipersensibilidade/alergias.

Interação medicamentosa relevante: os fármacos IMAO são


conhecidos por suas interações com alimentos, sobretudo aqueles que
possuem a substância TIRAMINA em sua composição (exemplo: queijos
amarelos), essa interação pode causar uma crise hipertensiva que
poderá ser potencialmente letal. Por isso, a importância de adotar,
durante o tratamento, dieta pobre em tiramina.

• Sintomas da crise hipertensiva (ou hipertemia): cefaléia


intensa, palpitações, dor torácica intensa, dilatação das
pupilas, taquicardia ou bradicardia, aumento da
fotossensibilidade, pode haver aumento da sudorese,
febre ou sensação de frio, pele viscosa, náusea ou
vômitos, rigidez de nuca. Existem relatos de hemorragia
intracraniana (algumas vezes fatal) em conseqüência das
crises hipertensivas.

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ANTIDEPRESSIVOS INIBIDORES SELETIVOS DA RECAPTAÇÃO DE SEROTONINA –


ISRS –
Representantes: Fluoxetina, paroxetina, sertralina, citalopram,
escitalopram, fluvoxamina.

Mecanismo de Ação: Os ISRSs inibem de forma potente e seletiva a


recaptação de serotonina, e somente da serotonina, resultando em
potencialização da neurotransmissão serotonérgica.
Em outras palavras, são drogas capazes de inibir a recaptação do
neurotransmissor serotonina, aumentando a concentração desse na fenda
sináptica, proporcionando o efeito antidepressivo.

Efeitos Colaterais: Em função de sua ação seletiva, apresentam perfil


mais tolerável de efeitos colaterais. De forma geral, os efeitos
colaterais mais freqüentemente relatados são: gastrintestinais
(náuseas, vômitos, etc.), psiquiátricos (agitação, insônia, etc.), perda
ou ganho de peso, disfunções sexuais, reações dermatológicas
(hipersensibilidade/alergias).

Outras informações relevantes: Apesar todos os ISRSs apresentem o


mesmo mecanismo de ação, as diferenças entre as estruturas
moleculares fazem com que os compostos da classe apresentem
diferenças no perfil farmacodinâmico e farmacocinético. A potência
da inibição de recaptação da serotonina é variada. Sertralina e
paroxetina são os mais potentes inibidores de recaptação. Citalopram
e fluoxetina são misturas racêmicas de diferentes formas quirais. A
Fluoxetina é a única que possui metabólito farmacologicamente ativo

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(nuorfluoxetina). Todos os ISRSs apresentam alta ligação proteica


(fluvoxamina e citalopram em menor grau).
Esses fármacos também podem causar supressão do apetite e perda de
peso significativa, mas não estão registradas para o uso em programas de
perda de peso.

OUTROS ANTIDEPRESSIVOS
Representantes: Venlafaxina, Nefazodona, Trazodona, Roboxetina.

Venlafaxina

Mecanismo de ação: A venlafaxina e seu metabólito ativo O-


desmetilvenlafaxina (ODV) são inibidores seletivos da recaptação de
serotonina e noradrenalina (ISRSNs), e apresentam fraca atividade como
inibidores da recaptação de dopamina (clinicamente significativo apenas
com doses elevadas). A potência da inibição de recaptura de serotonina é
algo superior à de recaptura de noradrenalina, ocorrendo em doses
inferiores. A venlafaxina e o ODV não apresentam afinidade por receptores
adrenérgicos alfa-1, receptores muscarínicos ou histamínicos e também não
inibem a monoamino-oxidase. Alteram a sensibilidade de receptores beta-
adrenérgicos após dose única, diferente de outros antidepressivos que
levam à dessensibilização desses receptores após doses repetidas.

Nefazodona

Mecanismo de ação: O mecanismo de ação da nefazodona se dá por


meio da inibição da captação neuronal de serotonina e noradrenalina. É
antagonista de receptores 5-HT2 e de receptores alfa-1 adrenérgicos.

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Trazodona

Mecanismo de ação: O mecanismo de ação envolve a inibição da


recaptação de serotonina e noradrenalina.

Reboxetina

Mecanismo de ação: A reboxetina é o primeiro composto comercializado


de uma nova classe de antidepressivos – inibidores da recaptação de
noradrenalina (IRNAs). Apresenta atividade seletiva sobre a recaptação de
noradrenalina, com atividade antagonista alfa-2.

 ANTIPARKINSONIANOS
O mal de Parkinson é uma doença neurodegenerativa manifestada por
tremores, espasmos anormais e involuntários (tiques), bradicesia (lentidão
nos movimentos) e rigidez muscular. A doença é caracterizada por uma
diminuição na concentração de dopamina (DA) dentro dos núcleos
extrapiramidais que controlam a movimentação da musculatura
esquelética.
Outro neurotransmissor também envolvido no sistema extrapiramidal é a
acetilcolina (Ach), geralmente apresenta um relativo aumento, o que
implica numa quebra do equilíbrio normal DA/Ach.
Em geral o tratamento do Parkinson será direcionado ao controle do
déficit de DA e do excesso de ACh.
Representantes: Levodopa (L-dopa), fármacos anticoligérgicos,
selegina, amantadina.

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LEVODOPA (L-dopa)
A dopamina não atravessa a barreira hematoencefélica, portanto se
a mesma for administrada perifericamente, não exercerá efeito algum.
Entretanto a Levodopa (L-dopa), que é um precursor da dopamina, é
capaz de atravessar a barreira hematoencefálica, após é descarboxilada
em dopamina. A Levodopa é convertida em dopamina pela enzima dopa-
descarboxilase. Como essa enzima é encontrada tanto perifericamente
quanto centralmente, a L-dopa é combinada com um inibidor da dopa-
descarboxilase para evitar a descarboxilação periférica. A carbidopa e a
benserazida são exemplos dessa combinação, assim como a associação
com inibidores da COMT (ex: tolcapona).
Mecanismo de Ação: A levodopa atravessa a barreira
hematoencefálica, onde será convertida em dopamina e atuará
restabelecendo as concentrações diminuídas desse neurotransmissor.
Levodopa para aa para o interior da célula. Na célula, por ação da enzima
descarboxilase o grupo carboxílico é removido e forma-se a Dopamina.

Figura: conversão da levodopa em dopamina por descarboxilação.

Efeitos Colaterais: Podem ocorrer rápidas flutuações no estado clínico,


onde a hipocinesia e a rigidez podem piorar repentinamente de
poucos minutos a poucas horas e daí novamente melhorar. Este efeito
liga-desliga (efeito on-off)não pode ser tão repentino que os pacientes
param enquanto caminham e se sentem fixados ao local ou são

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incapazes de se levantar de uma cadeira na qual sentaram-se uns


poucos momentos antes.
O mecanismo deste efeito singular não é entendido. Em alguns pacientes as
flutuações refletem a variação da concentração plasmática da levodopa.

Interações medicamentosas relevantes: A vitamina B6 não poderá ser


administrada ao paciente em tratamento, uma vez que essa vitamina
age como co-fator a enzima dopa-descarboxilase.

Outras informações relevantes: A levodopa é o tratamento de 1ª linha para


o mal de Parkinson. É uma droga rapidamente absorvida no intestino
delgado, mas a sua absorção depende do esvaziamento gástrico. Sofre
intenso metabolismo de primeira passagem hepática. Não se deve
administrar a levodopa em pacientes com distúrbios psicóticos (ex:
esquizofrenia), pois, este fármaco poderá exarcerbar esse estado, e por fim
a retirada do fármaco deve ser feita sempre de forma gradativa (não
abrupta) e supervisionada por um médico.

FÁRMACOS ANTICOLINERGICOS
Mecanismo de Ação: No mal de Parkinson, também é observado um
aumento das concentrações de Ach. Ao utilizar fármacos
anticolinérgicos será possível aumentar indiretamente as
concentrações de dopamina.

Efeitos Colaterais: efeitos colaterais anticolinérgicos.

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SELEGINA
Mecanismo de Ação: Fármaco antidepressivo inibidor da enzima MAO,
especificamente da MAO-B, que inibe a degradação de dopamina e
a sua recaptação.

Efeitos Colaterais: efeitos colaterais anticolinérgicos.

Interações medicamentosas relevantes: (OBS: A MAO-B não interage


com os alimentos ricos em tiramina, portanto não há contra-indicação
de queijos e outros produtos lácteos, diferentemente dos fármacos
IMAO-A).

AMANTADINA
Mecanismo de Ação: Fármaco antiviral, porém em que se percebeu
um potencial para uso contra o mal de parkinson, uma vez que por
mecanismos ainda não totalmente esclarecidos, também ajuda no
aumento das concentrações de dopamina.
Outras informações relevantes: A amantadina é menos eficaz que a
levodopa ou bromocriptina e sua ação declina com o tempo.

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 ANTIPSICÓTICOS (NEUROLÉPTICOS)
Uma das formas de psicose mais conhecidas é a esquizofrenia. Tal
doença caracteriza-se por sintomas como: delírios, alucinações, geralmente
na forma de vozes, distúrbio do pensamento, comportamentos anormais,
como condutas estereotipadas ou ocasionalmente agressivas. Além disso,
estão presentes, com freqüência, déficits da função cognitiva (p. ex.
atenção, memória), juntamente com ansiedade e depressão, podendo
chegar até ao suicídio.
Fisiologicamente a esquizofrenia possui causas neuroquímicas ainda um
pouco obscuras, mas tende-se a perceber que está intimamente
relacionada com uma intensa sensibilidade dos receptores D (receptores de
dopamina) na região mesolímbica cerebral e também possivelmente uma
excessiva síntese e liberação de dopamina (DA). Logo o modelo mais
comumente citado para explicar a patogenia da esquizofrenia é a hipótese
da dopamina, segundo a qual a doença é causada por níveis elevados ou
desregulados de neurotransmissão DA no cérebro, portanto o objetivo do
tratamento é bloquear tais receptores D e também restaurar o equilíbrio da
região mesolímbica.
Os fármacos utilizados são divididos em dois grupos:

Representantes antipsicóticos típicos: clorpromazina (fenotiazinas) e


haloperidol.

Representantes antipsicóticos atípicos: clozapina, olanzapina e


risperidona.

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Mecanismo de Ação (antipsicóticos típicos): Fármacos que atuam


como antagonistas de receptores D, assim bloqueiam tais receptores
impedindo a interação dopaminérgica na região mesolímbica.
Alguns autores na literatura científica ressaltam ainda que os antipsicóticos
típicos bloqueiam os receptores D2 mesolímbicos e, possivelmente,
mesocorticais também.

Mecanismo de Ação (não típicos): Fármacos que atuam como


bloqueadores de receptores 5-TH.
Os antipsicóticos atípicos são antagonistas de alta afinidade dos receptores
5-HT2. Entretanto, ainda não ficou claro como o antagonismo 5-HT2
contribui para o efeito antipsicótico. Os representantes atípicos possuem
afinidade relativamente baixa pelos receptores D2; ao contrário dos
antipsicóticos típicos.

Efeitos Colaterais: Um efeito colateral importante para a maioria das


substâncias antipsicóticas são os distúrbios motores extrapiramidais
(Parkinson induzido por drogas). São também comuns: sedação,
hipotensão e ganho de peso.

• Outros efeitos colaterais (boca seca, visão turva, hipotensão etc.) resultam
do bloqueio de outros receptores, particularmente receptores alfa-
adrenérgicos e muscarínicos.
• Discinesia tardia compreende principalmente movimentos involuntários da
face e dos membros, aparecendo após meses ou anos de tratamento
antipsicótico

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• Alguns antipsicóticos causam agranulocitose como uma reação


idiossincrásica rara e séria. Com a clozapina, é comum leucopenia e é
necessário monitoramento de rotina.

 ANTICONVULSIVANTES (ANTIEPILÉTICOS)
A epilepsia é considerada o mais freqüente transtorno neurológico
sério. Ela consiste em descargas neuronais episódicas que, quando
associadas à alta freqüência de impulsos, provocadas por um grupo de
neurônios no cérebro pode provocar a convulsão.
Pode-se classificar a epilepsia em três tipos principais:

1) Crises Epilépticas Parciais ou focais ou localizadas;


2) Crises Epilépticas Generalizadas;

1) As Crises Epilépticas Parciais – quando ocorre em um único membro ou


grupo muscular, não ocorrendo a perda da consciência, e, podendo
ocorrer em qualquer idade, sendo provocadas por um grupo de neurônios
hiperativos localizados em um único local do cérebro.
2) As Crises Epilépticas Generalizadas – Embora de início local, as descargas
elétricas distribuem-se rapidamente, geralmente com perda imediata da
consciência sendo as crises convulsivas ou não-convulsivas. As Crises
Epilépticas Generalizadas são classificadas em:

Tônico-clônica ou grande mal = Constitui a forma de epilepsia mais comum


e considerada a mais dramática, provocando além da perda da
consciência a contração de toda a musculatura chamada de fase tônica
devido ao espasmo extensor. Nesta fase ocorrem freqüentemente apnéia,
micção, defecação e salivação. Em seguida ocorre a fase clônica

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caracterizada por abalos musculares. Posteriormente, o indivíduo


permanece inconsciente por mais alguns minutos, e, de modo gradual
recupera-se confuso e exausto. Os traumatismos cranioencefálicos,
principalmente as feridas penetrantes predispõem ao risco de
desenvolvimento de epilepsia com a forma tônico-clônica.

Ausência ou pequeno mal = Ocorre mais freqüentemente em crianças,


principalmente entre a idade de 3 a 5 anos, permanecendo, muitas vezes
até a adolescência, caracterizada pela interrupção súbita do que o
paciente está fazendo, como interromper a fala no meio de uma frase,
apresentar o olhar fixo, e, o rápido piscar dos olhos, seguida de amnésia
relacionada ao episódio.

Mioclônica = São consideradas crises raras, geralmente resultantes de dano


neurológico adquirido e permanente provocados pela hipóxia, uremia,
encefalite, envenenamento por medicação. Podendo apresentar em
qualquer idade, caracterizam-se por curtos episódios de contrações
musculares.

Crises febris = Constituem as convulsões tônico-clônicas generalizadas de


curta duração associadas às crises febris que ocorrem em crianças entre 3
meses e 5 anos de idade, sendo benignas e não levam ao óbito.

Estado de mal epiléptico = Corresponde a uma emergência médica


porque pode levar a morte neuronal e/ou ao óbito devido à descarga
elétrica repetida. Caracteriza-se pela sucessão de crises convulsivas sem
que o paciente recupere a consciência nos intervalos, podendo ser
provocada pela suspensão súbita do uso de fármacos antiepilépticos.
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Representantes: Os fármacos antiepilépticos são indicados para


suprimir ou reduzir as descargas neuronais. Geralmente é utilizado no
início um único fármaco podendo ser acrescentado posteriormente
um segundo fármaco sem caso de ineficácia ou sinais de toxicidade.
Assim, podemos selecionar os fármacos antiepilépticos de acordo com
as indicações terapêuticas:

Tipo de Elipesia Fármaco de 1ª escolha

Parcial Fenitoína, carbamazepina, Oxcarbazepina

Generalizada (Tônico-clônica/Grande Fenitoína, carbamazepina, diazepam,


mal) ácido valpróico

Generalizada (Pequeno mal) Etosuximida, ácido valpróico

Mioclônica Clonazepam, ácido valpróico

Crises febris Fenobarbital

Estado de mal epilético Diazepam, fenitoína

Mecanismo de Ação: Atualmente, acredita-se que os fármacos


antiepilépticos atuem através de dois mecanismos principais:

1 – Inibindo a função dos canais de sódio o que reduz a excitabilidade


elétrica das membranas celulares (Ex.: Fenitoína – carbamazepina –
oxcarbazepina – lamotrigina).
2 – Potencializando a ação pós-sináptica do GABA (ácido amino-butírico)
levando à abertura de canais de cloro e conseqüente inibindo a
transmissão neuronal (Ex: Fenobarbital – barbexaclona – primidona –
ácido valpróico – clonazepam – diazepam – gabapentina – vigabatrina ).
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Outras informações relevantes:


OBSERVAÇÃO 1: O diazepam é o fármaco de escolha no controle do
estado de mal epilético, embora seja importante pela via parenteral em
caso do mal epiléptico, é ineficaz por via oral no tratamento da epilepsia.

OBSERVAÇÃO 2: A fenitoína age inibindo a crise convulsiva através da


inibição da função dos canais de sódio. Apesar de possuir um índice
terapêutico estreito, continua sendo usada de modo eficaz nas crises
parciais e generalizada, entretanto, não deve ser usada nas crises de
ausência (pequeno mal), podendo agravar o quadro clínico. A fenitoína
também é utilizada como fármaco antiarrítmico.

OBSERVAÇÃO 03: A carbamazepina é considerada de primeira escolha em


todas as crises parciais.

OBSERVAÇÃO 04: O ácido valpróico potencializa a ação pós-sináptica do


GABA levando à inibição sináptica e conseqüente inibindo a transmissão
neuronal, o que diminui a propagação da descarga elétrica no cérebro.
Fármaco de escolha para as crises mioclônicas, entretanto, é considerado
de segunda escolha para as crises de ausência devido à hepatotoxicidade.
O Ácido Valpróico é mais eficaz em crises generalizadas do que nas
parciais.

OBSERVAÇÃO 05: O clonazepam pertence a uma família dos


benzodiazepínicos, com ação anticonvulsivante, sedação, e, relaxamento
muscular. Inibe crises convulsivas de diferentes tipos, tanto por agir
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diretamente sobre o foco epiléptico como por impedir que este interfira na
função do restante do sistema nervoso. O clonazepam é principalmente
indicado como tratamento anticonvulsivante, principalmente nas crises de
ausência, e, na Síndrome do Pânico.

 ANSIOLÍTICOS, HIPNÓTICOS e SEDATIVOS


Geralmente os mesmos fármacos utilizados como ansiolíticos, também
serão úteis como hipnóticos ou sedativos.
ANSIOLÍTICOS fármacos utilizados no tratamento da ansiedade. A
ansiedade é associada a um excesso nas concentrações de serotonina e
noradrenalina nas sinapses centrais do cérebro.
HIPNÓTICOS e SEDATIVOS Fármacos utilizados na moderação da
excitabilidade (“calmantes”) e no tratamento da insônia.

Representantes: benzodiazepínicos e barbitúricos.


Benzodiazepínicos com ação predominante ansiolítica:
Clordiazepóxido, Diazepam, Clonazepam, Bromazepam, Alprazolam
Lorazepam, etc.

Benzodiazepínicos com ação predominante hipnótica/sedativa:


Flurazepam, Flunitrazepam, Estazolam, Midazolam, etc.

Barbitúticos:
Fenobarbital, pentobarbital, tiopental, etc.

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Outros fármacos hipnóticos não-benzodiazepínicos e não-barbitúricos são:


Hidrato de cloral, Paraldeído e Brometos (tem sido menos utilizados e estão
praticamente em desuso devido aos efeitos adversos).

Mecanismo de Ação: A principal ação dos barbitúricos e


benzodiazepínicos consiste em intensificar a eficácia do GABA A ao
aumentar o tempo de abertura dos canais de Cloro, permitindo, assim,
um influxo muito maior de íons Cloro–para cada canal ativado. Isso
leva a um maior grau de hiperpolarização e a uma diminuição da
excitabilidade da célula-alvo. A ação potencializadora dos
barbitúricos para o GABAA é maior que a dos benzodiazepínicos.
O GABAA sendo um neurotransmissor inibitório constitui um excelente alvo
para essas drogas, já que a estimulação dos receptores GABAA
efetivamente suprime a excitabilidade da célula e bloqueia liberação de
substâncias de neurotransmissores estimulatórios.

Efeitos Colaterais: É relativamente comum obter queixas estomacais,


inquietação, tontura, tremor, cefaléia e cansaço. Ao contrário dos
benzodiazepínicos, os barbitúricos em altas doses podem causar
depressão fatal do SNC. A administração concomitante de
barbitúricos e de outros depressores do SNC, freqüentemente o etanol,
resulta em depressão do SNC mais grave do que aquela causada por
barbitúricos isoladamente. O uso abusivo dessas substâncias pode
causar tolerância e dependência.
Quando correlacionadas com a sua relativa eficácia de potencialização
do GABA, as overdoses de benzodiazepínicos de baixa eficácia são
profundamente sedativas, porém raramente perigosas, enquanto a

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overdose de barbitúricos pode provocar hipnose profunda ou coma,


depressão respiratória e morte se não for instituída uma terapia de suporte.

Outras informações relevantes:


Classificação dos benzodiazepínicos quanto a duração do efeito:
LONGA DURAÇÃO (T ½ vida longa: superior a 24h)  Diazepam, Alprazolam,
Clordiazepóxido, Flurazepam.
DURAÇÃO INTERMEDIÁRIA (T ½ vida intermediária: 6h a 24h)  Lorazepam,
Estazolam.
CURTA DURAÇÃO(T ½ vida curta: inferior a 6h)  Midazolam

Antídoto: o fármaco utilizado em casos de intoxicação é o flumazenil, pois


antagoniza dos efeitos dessa classe. Possui tempo de meia vida curta, deve
ser administrado pela via parenteral, em função da sua alta metabolização
hepática.

Fitoterápicos:
O kava-kava (Piper methysticum) é o único fitoterápico com estudos
clínicos controlados que corroboram sua eficácia no tratamento de
sintomas da ansiedade. Seu efeito ansiolítico poderia ser decorrente de
uma ação facilitadora da inibição GABAérgica, inibidora da atividade
dopaminérgica, redutora da concentração de serotonina ou bloqueadora
nos canais de sódio. Em relação a outros fitoterápicos disponíveis no
comércio, como a Valeriana officinallis e a Passiflora edulis, não existem
relatos clínicos na literatura que justifiquem seu emprego na prática clínica.

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 ANALGÉSICOS OPIÓIDES
O extrato de papoula (Papaver somniferum), composto opióide mais
antigo utilizado em medicina. Inicialmente foi empregado para controlar
diarréias, entretanto suas propriedades analgésicas logo foram observadas.
O ópio contém duas substâncias principais: a morfina e a codeína.
Ambas opiáceos naturais. A morfina, embora possa ser sintetizada em
laboratório, é obtida da cápsula da semente da papoula, como um dos
alcalóides do exsudato leitoso do ópio.

Representantes:
Naturais:
Morfina, codeína, papaverina, tebaína.
Semi sintéticos:
Heroína.
Sintéticos:
Mepiridina, fentanil, metadona.
Antagonistas:
Naloxona.

Mecanismo de Ação: Ação agonista sobre os receptores opióides,


capaz de deprimir o SNC e inibir a propagação do impulso da dor,
pois impedem a neurotransmissão das sensações de dor por causa de
sua ação sobre a medula espinhal e cérebro.
Os receptores opióides são acoplados a proteína G. Existem quatro tipos
principais de receptores opióides: mi, delta, kappa e sigma. A maioria dos
opióides utilizados é seletiva ao receptor „mi‟, a morfina, por exemplo, é um

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agonista de alta afinidade pelos receptores „mi‟ enquanto que a codeína é


de baixa afinidade.
A principal indicação terapêutica da morfina corresponde ao alívio da
dor quando não há sucesso com os analgésicos não-opióides, como nas
dores crônicas terminais (cânceres metastáticos), dor aguda do pré e pós-
operatório.

Também atuar na supressão da tosse, no caso usa-se a codeína ou


como antiespasmódico, e neste caso usa-se a papaverina.

As pessoas sob ação dos opióides apresentam contração acentuada da


pupila dos olhos (miose). Os intestinos também ficam paralisados e, como
conseqüência, a pessoa que abusa dessas substâncias, geralmente
apresenta forte prisão de ventre. É com base nesse efeito que os opiáceos
são utilizados para combater as diarréias, ou seja, são usados
terapeuticamente como antidiarréicos.

Efeitos Colaterais: Depressão respiratória, náuseas e vômitos,


constipação, retenção urinária, confusão mental, disforia. A exposição
prolongada gera adaptação de diversos sistemas sinalizadores que
podem estar relacionados com tolerância, sensibilização e síndrome
de abstinência.

Outras informações relevantes: A naloxona (ou naloxone) é um antagonista


competitivo nos receptores opióides. Ela pode ser usada no caso de
superdosagem da morfina e outros. A meia-vida de eliminação curta da
naloxona (cerca de 1 hora), implica numa duração de ação mais curta que
a da maioria dos agonistas com que ela vai competir. Este é o

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conhecimento que justifica doses adicionais de naloxona e observação


cuidadosa do paciente, uma vez que o efeito do antagonista pode ser mais
breve que a eliminação do agonista, e os fenômenos de ação agonista
reinstalar-se. A naloxona sofre forte metabolismo hepático, por isso a via de
administração requeria é a parenteral. A naloxona é considerada um
antagonista opióide puro, capaz de reverter à depressão respiratória e as
outras manifestações da overdose de opióide.

Para encerrar o assunto opióides, gostaria lembrar-vos de que em geral,


há alto grau de tolerância e dependência cruzadas entre os opióides. O
que é isso professor? É simples alunos, significa que o uso repetido e
prolongado de um opióide (por exemplo: heroína) deixará o indivíduo
tolerante à morfina, e quando ele estiver sentindo uma dor muito forte,
mesmo que nunca usou morfina na vida, já será não terá o mesmo efeito,
devido à tolerância cruzada que adquiriu da heroína. Como isso acontece
professor? Muitos dos opióides disponíveis não são integralmente seletivos e
tem alguma afinidade por cada um dos diversos receptores, portanto, um
opióide pode agir em diferentes receptores, promovendo uma adaptação
em vários receptores simultaneamente, mas de qualquer forma o grau de
tolerância cruzada entre diferentes opióides é variável.

 ANÉSTESICOS GERAIS
Um estado de anestesia geral pode ser alcançado por meio do uso de
uma variedade de drogas, administradas sistematicamente, que
apresentam um forte efeito inibitório no sistema nervoso central. Esses
agentes podem tanto ser injetados por via intravenosa quanto
administrados como inalantes voláteis ou gases anestésicos.

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Agentes de indução são usados para causar um estado de anestesia


geral e os inalantes são normalmente utilizados na manutenção da
anestesia, ainda que infusões intravenosas contínuas possam ser usadas.

Representantes:
Anestésicos intravenosos:
Barbitúricos (tiopental) e não-barbitúricos (propofol, diazepam, cetamina).

Anestésicos inalantes:
Óxido nitroso (N2O), éteres fluorados.

Mecanismo de Ação: Hiperpolarização de neurônios, inibição de


sinapses excitatórias, potencialização de sinapses inibitórias (GABA)
com depressão global, porém reversível, do SNC gerando perda da
resposta e da percepção aos estímulos externos.
A potência anestésica é intimamente relacionada com a lipossolubilidade
(correlação de Overton-Meyer), e não com a estrutura química. A maioria
dos anestésicos aumentam a atividade dos receptores GABAA inibitórios e
muitos inibem a ativação dos receptores excitatórios, como os receptores
de glutamato e nicotínicos da acetilcolina.
Para se alcançar o estado anestésico alguns componentes fundamentais
devem ser observados:
Amnésia / Inconsicência
Analgesia
Imobilidade à estimulação externa(reflexos)

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Informações relevantes:
AGENTES ANESTÉSICOS – INALATÓRIOS –
Indução e recuperação rápidas dos anestésicos inalatórios são
propriedades importantes, permitindo controle flexível sobre a anestesia. Os
principais agentes são: o halotano, oxido nitroso, isoflurano, enflurano,
desflurano e sevoflurano. O éter é muito obsoleto.

• Halotano:
- agente amplamente usado;
- potente e hipotensor. Pode causar arritmias.
- ressaca provável (reinstalação do efeito), por causa de sua alta
lipossolubilidade;
- risco de lesão hepática, se usado repetidamente.
Agentes com alta lipossolubilidade (ex: halotano)
acumulam-se gradualmente no tecido adiposo corpóreo
e podem produzir ressaca prolongada, se usados numa
cirurgia demorada.

• Oxido nitroso:
- baixa potência, portanto, deve ser combinado com outros agentes;
- indução e recuperação rápidas;
- boas propriedades analgésicas;
- risco de depressão da medula óssea com a administração prolongada.

• Enflurano:
- anestésico halogenado semelhante ao halotano;
- menos metabolismo do que o halotano; portanto, há menos risco de
toxicidade;
- indução e recuperação mais rápidas do que o halotano (menos acúmulo
no tecido adiposo);
- algum risco de ataques semelhantes à epilepsia.
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• Isoflurano:
- semelhante ao enflurano, mas não tem propriedade epileptogênica;
- pode precipitar isquemia miocárdica em pacientes com doença
coronariana;
- irritante ao sistema respiratório.

• Desflurano e sevoflurano são semelhantes ao isoflurano, mas têm início e


recuperação mais rápidos e não provocam irritação respiratória.

• Éter:
- obsoleto (ainda usado em regiões carente de recursos mais modernos);
- fácil de administrar e controlar;
- início e recuperação lentos, com náusea e vômito após a operação;
- propriedades analgésica e relaxante muscular;
- altamente explosivo;
- irritante ao sistema respiratório.
AGENTES ANESTÉSICOS – INTRAVENOSOS –
Mais comumente usados para indução da anestesia, seguido por um
agente inalatório. Os fármcos anestésicos intravenosos mais comumente
usados são: Tiopental, etomidato, propofol e midazolam.

• Tiopental:
- barbitúrico com lipossolubilidade muito alta;
- ação rápida por causa da rápida transferência pela membrana
hematoencefálica; curta duração por causa da redistribuição,
particularmente ao músculo;

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- lentamente metabolizado e sujeito a se acumular no tecido adiposo


corpóreo; portanto, pode causar efeito prolongado se dado
repetidamente;
- sem efeito analgésico;
- estreita margem entre a dose anestésica e a dose causadora de
depressão cardiovascular;

• Etomidato:
- semelhante ao tiopental, mas muito rapidamente metabolizado;
- menos risco de depressão cardiovascular;
- pode causar movimentos involuntários durante a indução;
- risco possível de supressão adrenocortical.

• Propofol:
- rapidamente metabolizado;
- recuperação muito rápida; sem efeito acumulativo.

• Quetamina:
- análoga da fenciclidina, com propriedades semelhantes;
- a ação difere da de outros agentes; provavelmente relacionada ao efeito
sobre os receptores de glutamato;
- início de efeito relativamente lento;
- produz anestesia, na qual o paciente pode permanecer consciente,
embora amnésico e insensível à dor;
- alta incidência de disforia, alucinações etc. durante a recuperação;
principalmente usado para procedimentos menores em crianças..

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• Midazolam:
- benzodiazepínico adequado para indução de cirurgia geral;
- altamente lipossolúvel;
- mais apropriado para cirurgias de pequeno porte;

 ANTÍDOTOS
Acredito que seja importante reforçarmos alguns fármacos utilizados
na reversão das intoxicações já citadas na aula de hoje, bem como
apresentarei novos antídotos.

Antídotos = também denominados destoxificantes consistem em agentes


utilizados principalmente no tratamento de intoxicação ou envenenamento
causados pela ingestão de fármacos, venenos ou outros produtos químicos
ou no tratamento de distúrbios fisiológicos diversos.

A maioria das intoxicações é provocada pelos próprios pacientes e


resultam de álcool e fármacos como analgésicos, antipiréticos, ansiolíticos,
hipnóticos, antidepressivos e neurolepticos.
Os são divididos em três grupos: antídotos farmacológicos específicos;
antídotos farmacológicos inespecíficos; agentes adsorventes.

Os antídotos farmacológicos específicos são os mais usados, e, consistem em agentes


utilizados no tratamento de intoxicações causadas por substancias
especificas.
Os antídotos farmacológicos específicos mais usados são: Flumazenil –
nalorfina - naloxona – naltrexona – acetilcisteína – pralidoxima – atropina –
protamina – etanol – anti-histamínicos – folinato de cálcio – sulfato cúprico –
fisostigmina - neostigmina
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Flumazenil. Em casos de superdosagem de benzodiazepínicos ou para


reverter a ação sedativa destes fármacos administrados durante a
anestesia. O flumazenil atua rapidamente, entretanto sua duração também
é rápida.
Nalorfina – Naloxona – Naltrexona. Consistem em antídotos dos narcóticos
opióides que incluem a morfina e os derivados. A naloxona também é o
fármaco de escolha para reverter a depressão respiratória causada por
hipnoanalgésicos, inclusive em recém-nascidos devido ao uso morfina ou
seus derivados pela mãe durante o trabalho de parto. A naloxona possui a
ação curta, enquanto a naltrexona possui ação prolongada.
Acetilcisteína. É o antídoto para a intoxicação provocada pelo
paracetamol.
Atropina. É utilizada no tratamento de intoxicação por inibidores da enzima
acetilcolinesterase.
Protamina. É o antídoto da heparina, utilizada quando é necessário inativar
a ação da heparina (a heparina é uma substancia fortemente ácida,
enquanto a protamina é fortemente básica), provocando a dissociação do
complexo heparina-antitrombina III, o que resulta na perda da atividade
anticoagulante da heparina.
Etanol. É utilizado como fármaco na intoxicação provocada pelo metanol,
pois, o etanol retarda a velocidade de formação de metabólitos tóxicos do
metanol.
Anti-histamínicos. São antídotos para a histamina e histamínicos.
Sulfato cúprico. É o antídoto do fósforo.
Fisostigmina. é utilizada no tratamento da superdosagem de fármacos com
atividade anticolinérgica, por exemplo, a atropina, fenotiazínicos, e
antidepressivos tricíclicos.
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Neostigmina. É usada como antídoto a agentes bloqueadores


neuromusculares (por exemplo, a tubocurarina).
Piridostigmina. Consiste em outro inibidor da acetilcolinsterase com duração
maior do que a neostigmina e a fisostigmina, também é utilizado no
tratamento da miastenia grave e como antídoto de agentes bloqueadores
neuromusculares.
Pralidoxima. É utilizada como antídoto de inseticidas e pesticidas para
reativar as colinesterases inibidas pelos organofosforados.

Os antídotos farmacológicos inespecíficos. Os mais utilizados são:


Sulfato de magnésio. utilizado no tratamento da hipomagnesemia.
Amifostina. empregada como redutor dos efeitos tóxicos provocados pelo
tratamento do câncer (quimioterapia) com ciclofosfamida, mitomicina C
ou cisplatina. A amifostina protege as células normais de diversos tecidos
(exceto da medula espinhal e do cérebro), sem proteger as células
malignas.
Xarope de ipeca. É utilizado como emético no tratamento de superdose
medicamentosa e em alguns casos de envenenamento. Eméticos são os
fármacos que provocam o vômito e atuam diretamente na zona
desencadeadora e quimiorrecptora na medula, e, seus efeitos são
intensificados se o paciente ingerir simultaneamente 200 a 300 ml de água.
Não se deve confundir o xarope de ipeca com o extrato fluido de ipeca
que é 14 vezes mais potente e pode causar mortes. Os eméticos são contra-
indicados nos seguintes casos: Pacientes inconscientes ou coma; paciente
que tenha ingerido substância corrosiva como ácidos ou bases fortes e/ou
destilados do petróleo, como gasolina e querosene e/ou óleos voláteis;
pacientes que tenham ingerido estimulantes do sistema nervoso central.

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Os antídotos adsorventes Os principais antídotos considerados como agentes


adsorventes, fármacos utilizados como adjuvantes no tratamento do
envenenamento agudo porque reduzem a absorção de alguns fármacos,
são:
Antídoto universal consiste na mistura de partes de carvão ativado, uma
parte de óxido de magnésio, e, uma parte de ácido tânico, e, tem sido em
circunstâncias emergenciais.
Agentes quelantes também denominados antagonistas de metais, utilizados
principalmente no tratamento do envenenamento por metais pesados,
consistem em compostos quimicamente estáveis, solúveis em água e não-
iônicos, que formam complexos solúveis ou quelantes com com íons
metálicos e promovem a excreção dos metais pelos rins em forma
relativamente atóxica.

 ETANOL
O etanol embora tenha efeitos ansiolíticos e sedativos, o potencial
tóxico é superior aos benefícios não sendo recomendado como
medicamento, e, como constitui um tóxico legal, ou seja, é comercializado
livremente, entretanto, o abuso tem provocado acidentes automobilísticos,
muitas vezes fatais, além do alcoolismo crônico.
O alcoolismo crônico é conceituado como a dependência do etanol,
consistindo em uma doença crônica, em que o alcoólatra deseja e
consome etanol sem saciedade, tornando-se cada vez mais tolerante, e,
quando a ingestão é interrompida, ocorrem sinais e sintomas de
abstinência.
O alcoolismo pode também desenvolver como uma complicação
secundária da depressão, entretanto, 80% dos alcoólatras não tem

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evidência prévia de distúrbios psiquiátricos significativos (alcoolismo


primário).
Em gestantes, o etanol pode provocar a Síndrome alcoólica fetal, que
consiste em anormalidades faciais, defeitos do septo cardíaco, pequenas
anormalidades articulares e dos membros, retardo do desenvolvimento e
deficiência mental.
Não existe virtualmente barreira hematoencefálica para o etanol;
acredita-se que a entrada do etanol no cérebro é limitada pelo fluxo
sanguíneo cerebral e pela perfusão capilar.
Pode ocorrer a paralisia muscular periódica e arreflexia devido a
hipotassemia, enquanto as deficiências de magnésio podem causar
sintomas neurológicos.
A deficiência de tiamina pode levar a perda da memória para fatos
recentes (de fixação) sendo incapazes de memorizar novos conhecimentos,
conhecida como a Síndrome de Korsakoff. E, também devido a deficiência
de tiamina pode ocorrer também a Síndrome de Wernicke, que consiste em
sintomas neurológicos, principalmente a paralisia do sexto par craniano e
ataxia.
Nos pacientes dependentes do etanol, e, com deficiência de tiamina
que recebem soluções com elevado teor de glicose (sem administrar
tiamina) pode desencadear uma Síndrome aguda que alguns autores
denominam com o nome de Síndrome de Wernicke-Korsakoff.
As demais patologias relacionadas ao alcoolismo são: Gastrite,
hipertensão arterial, gota, hepatite, cirrose, distúrbios neurológicos, e,
câncer esofágico, laríngeo, e, hepático.
A intoxicação alcoólica aguda grave pode ser fatal, devendo ser
considerada emergência médica.

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Em não-alcoólatras, o coma alcoólico pode desenvolver-se com 400


mg/dl, e, a morte com 500 mg/dl, geralmente, por depressão respiratória e
hipotensão. Acredita-se que o etanol isolado ou em combinação com
outros agentes é a principal causa de mortes por overdoses tóxicas do que
qualquer outra droga.
A síndrome de abstinência do etanol, que geralmente surge após dois
a quatro dias de abstinência, caracterizada por um despertar agitado,
desorientação e confusão global, insônia, delírios e alucinações,
freqüentemente, ameaçadoras.
Os benzodiazepínicos são usados para aliviar a síndrome de
abstinência aguda, podendo também ser utilizada a clonidina, o
propranolol, e, a carbamazepina. . O dissulfiram pode ser utilizado com o
devido acompanhamento médico, para tornar o consumo de álcool
desagradável, entretanto, o tratamento melhor sucedido, geralmente,
exige a participação ativa de membros da família.
Sintomas da síndrome de dependência do álcool:
o Aumento da freqüência do ato de beber;
o Comportamento em busca do álcool;
o Aumento da tolerância ao álcool;
o Sintomas repetidos de abstinência;
o Alívio ou tentativa de evitar os sintomas de abstinência pelo ato
de beber;

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 OUTRAS SUBSTÂNCIAS

Anfetaminas
As anfetaminas correspondem a um grupo de fármacos derivados da
B-fenetilamina que apresentam potente ação simpaticomimética indireta
liberando as catecolaminas no SNC (principalmente a dopamina) e inibindo
a captação destes neurotransmissores provocando a elevação das
pressões sangüíneas sistólica e diastólica, insônia, irritabilidade, tremores,
confusão, dependência e outros efeitos adversos graves estudados a seguir.
As anfetaminas são indicadas apenas no tratamento da obesidade
grave, da Síndrome da deficiência de atenção (caracterizada pela
incapacidade da concentração em crianças) e, no tratamento da
narcolepsia (síndrome caracterizada por excessiva sonolência diurna).
Os derivados da anfetamina usados como inibidores do apetite (que
devem utilizados unicamente em caso de obesidade grave sob rigorosa
orientação médica) são: Dextroanfetamina, metanfetamina, fenmetrazina,
dietilpropiona, anfepramona, femproporex.
No tratamento da narcolepsia e da Síndrome da deficiência de
atenção tem sido utilizado o metilfenidato (Ritalina) também sob cuidadosa
orientação médica, não devendo ser utilizada por crianças com idade
inferior a cinco anos.
Embora o mazindol seja um anorexígeno (fármaco que reduz o
apetite) não derivado da anfetamina, somente utilizado em caso de
obesidade grave pois também tem ações no SNC.
A anfetamina é chamada de „rebite‟ principalmente entre os
motoristas que querem ou são obrigados a dirigir durante várias horas
seguidas sem descanso. Também é conhecida como “bolinha” por
estudantes que passam noites inteiras estudando, ou por pessoas que
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costumam fazer regimes de emagrecimento sem o acompanhamento


médico.
As conseqüências do uso deste grupo de drogas surgem horas mais
tarde quando a droga já foi eliminada do organismo; se nova dose é
administrada as energias voltam embora com menor intensidade. As
anfetaminas fazem com que um organismo reaja acima de suas
capacidades exercendo esforços excessivos.
O usuário ao parar de tomar sente uma grande falta de energia
(astenia) ficando bastante deprimido, o que também é prejudicial, pois não
consegue nem realizar as tarefas que normalmente fazia antes do uso
dessas drogas. Quando utilizada para inibição do apetite, posteriormente, o
efeito rebote causa maior apetite do que antes de usar a droga, além de
provocar taquicardia e um aumento da pressão arterial e as respectivas
complicações.
Possui também efeito de dilatação da pupila (midríase), prejudicando
a visão para os motoristas, pois à noite ficam mais ofuscados pelos faróis dos
carros em direção contrária, o que tem provocado acidentes
automobilísticos.
Além dos efeitos adversos citados surgem também a irritabilidade e
agressividade, levando ao delírio persecutório, pois, acha que estão
tramando algo contra o usuário, e, dependendo do excesso da dose e da
sensibilidade da pessoa pode aparecer um verdadeiro estado de paranóia
e até alucinações. É a psicose anfetamínica. Em casos graves ocorre
aumento da temperatura, e, tem sido verificada a degeneração de
neurônios no cérebro de forma irreversível.

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Cocaína
A cocaína é uma substância proscrita no Brasil, é derivada da
Erythroxylon coca, o cloridrato de cocaína tem sido utilizado juntamente
com outras substâncias de baixo preço e grande toxicidade, formando o
crack, que causa dependência ainda com maior rapidez.
A euforia provocada pela cocaína, e, que dura apenas alguns
minutos, é um dos motivos que incentivam os usuários que, muitas vezes,
não sabem dos efeitos posteriores que levam a depressão e ao anseio por
mais cocaína, levando-os a administrar a droga durante vários dias sem se
alimentar, devido a perda de controle do indivíduo, passa a apresentar
comportamento paranóide com alucinações, e, em muitos a ocorrência de
distúrbios esquizofrênicos, sendo que na intoxicação aguda, pode ocorrer
acidente vascular cerebral, coma, vasculite intracraniana, infarto do
miocárdio e morte súbita.
A ulceração ou perfuração do septo nasal tem incidência elevada em
usuários que utilizam a cocaína intranasal, e, assim como a contaminação
por HIV é freqüente em usuários da droga, associada ou não a heroína, por
via parenteral.
A dependência à cocaína entre as gestantes aumentou atualmente,
causando complicações nas crianças como: Retardo do crescimento
intrauterino, microcefalia, hemorragia intracraniana, anomalias do trato
gastrintestinal e renal, retardo do desenvolvimento juntamente com
convulsões.

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DESPEDIDA

Pessoal, vou aderir ao método proposto para este preparatório, deixar


a última aula para ser focada somente na resolução de exercícios, assim
dar-se-á mais tempo para que o estudo possa sedimentar em vocês.
Estudem com afinco.
Até uma próxima oportunidade,
Prof. Bruno

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
KATZUNG, Bertran G. et al. Farmacologia Básica e Clínica. 12.ed. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2013.

GOODMAN & GILMAN. As Bases Farmacológicas da Terapêutica. Ed. Guanabara


Koogan , ou 11ª edição, 2005 (versão inglesa).

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