Ação Ressarcimento Passagem Aerea Extravio
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I – PRELIMINARMENTE
11. Assim, não existindo outra forma, baldos os esforços da autora, não
lhe restou alternativa senão socorrer-se do Poder Judiciário, para obter a integral
indenização dos danos materiais e morais decorrentes da recusa de cobertura
securitária perpretado pela empresa ré.
III– DO MÉRITO
1
Art. 2° Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço como
destinatário final.
2
Art. 3° Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou estrangeira, bem
como os entes despersonalizados, que desenvolvem atividade de produção, montagem, criação,
construção, transformação, importação, exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou
finalista aprofundada, muito bem desenvolvida pela doutrina de CLÁUDIA
LIMA MARQUES, a cobertura securitária adquirida pela autora se deu para sua
própria utilização (destinação final). sendo igualmente vulnerável por
desconhecer por completo as normas que regem o setor atuarial3..
prestação de serviços.
3
BENJAMIN, Antonio Herman V.; MARQUES, Cláudia Lima; BESSA, Leonardo Roscoc. Manual de
direito do Consumidor, 2ªed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2009, p. 67.
4
Art. 6.º São direitos básicos do consumidor: (...) VI – a efetiva prevenção e reparação de danos
patrimoniais e morais, individuais, coletivos e difusos;
5
Art. 47. As cláusulas contratuais serão interpretadas de maneira mais favorável ao consumidor.
6
Art. 6º São direitos básicos do consumidor: (...) VIII - a facilitação da defesa de seus direitos,
inclusive com a inversão do ônus da prova, a seu favor, no processo civil, quando, a critério do juiz, for
verossímil a alegação ou quando for ele hipossuficiente, segundo as regras ordinárias de experiências;
III.2 NULIDADE DE CLÁUSULA ABUSIVA – “ATOS DE
VADIAGEM” NÃO CONFIGURADOS - DIREITO À INDENIZAÇÃO
MATERIAL -
23.
como intoxicação alimentar, infecção intestinal, ou qualquer doença ou sintoma em razão do fato. .
Como nos ensina Cláudia Lima Marques, “ há efetivamente um novo dever de qualidade
instituído pelo sistema do CDC, um novo dever anexo à atividade dos fornecedores” , cuja
finalidade precípua, assim como a de todas as demais normas do diploma consumeirista, é “ a
proteção da confiança” e das legítimas expectativas do mercado de consumo em relação a esse ou
àquele produto (Contratos no Código de Defesa do Consumidor, 5ªed., São Paulo: RT, 2005, p.
1149).
Como nos ensina Cláudia Lima Marques, “ há efetivamente um novo dever de qualidade
instituído pelo sistema do CDC, um novo dever anexo à atividade dos fornecedores” , cuja
finalidade precípua, assim como a de todas as demais normas do diploma consumeirista, é “ a
proteção da confiança” e das legítimas expectativas do mercado de consumo em relação a esse ou
àquele produto (Contratos no Código de Defesa do Consumidor, 5ªed., São Paulo: RT, 2005, p.
1149).
O próprio acórdão reconhece que a situação é capaz de gerar indignação e repulsa e esta
Corte já reputou configurado o dano moral em situações semelhantes a essa, na qual houve
ingestão de produto contaminado. Conforme precedente de minha relatoria:
a sensação de náusea, asco e repugnância que acomete aquele que descobre ter ingerido
alimento contaminado por um inseto morto, sobretudo uma barata, artrópode notadamente sujo,
que vive nos esgotos e traz consigo o risco de inúmeras doenças. Noto que, de acordo com a
sentença, o recorrente já havia consumido parte do leite condensado, quando, por uma das
“ pequenas aberturas [feitas] para sorver o produto chupando da própria lata, observou algo
estranho saindo de uma delas” (fl. 414), ou seja, houve contato direto com o inseto, o que aumenta
a sensação de mal-estar. Além disso, não cabe dúvida de que essa sensação se protrai no tempo,
causando incômodo durante longo período, vindo à tona sempre que se alimenta, em especial do
produto que originou o problema, interferindo profundamente no cotidiano da pessoa. (REsp
1.236.090⁄MG, 3ª Turma, DJe 18⁄05⁄2011).
1. A simples aquisição de bolachas do tipo" água e sal ", em pacote no qual uma delas se
encontrava com objeto metálico que a tornava imprópria para o consumo, sem que houvesse
ingestão do produto, não acarreta dano moral apto a ensejar reparação. Precedentes.
Agravo regimental. Recurso especial não admitido. Dano moral não caracterizado.
Aquisição de produto danificado.
3. Agravo regimental improvido. (3ª Turma, AgRg noAG n.º 276.671⁄SP, Rel. Min. Carlos
Alberto Menezes Direito, DJU de 08.05.2000)
“ a simples aquisição de refrigerante contendo inseto em seu interior, sem que seu
conteúdo tenha sido ingerido ou, ao menos, que a embalagem tenha sido aberta, não é fato capaz
de, por si só, provocar dano moral (REsp 747.396⁄DF, 4ª Turma, Rel. Min. Fernando Gonçalves,
DJe de 22.03.2010).
E diante disso, não há como afastar a configuração do dano moral, sendo de somenos
importância o fato de o recorrente não ter sofrido maiores problemas de saúde, pois era dever da
demandada oferecer produto de qualidade.
Nesse sentido, pode-se concluir que existiriam meros dissabores, sem abalo à honra ou
passíveis de gerar humilhação ou sofrimento na esfera da dignidade do consumidor, se os
recorrentes apenas tivessem ganhado os bombons contaminados – ou mesmo adquirido-os
diretamente – sem que, no entanto, os tivessem ingerido total ou parcialmente. Situação vivenciada
pela recorrente MELISSA.
Quanto ao valor, diante das peculiaridades fáticas da hipótese, bem como considerando os
precedentes já mencionados, entendo razoável a quantia de R$10.000,00 (dez mil reais).
II – Do Dissídio Jurisprudencial
Forte nessas razões, DOU PARCIAL PROVIMENTO ao recurso especial, para condenar a
KRAFT FOODS BRASIL S⁄A ao pagamento de R$10.000,00 (dez mil reais) a título de compensação
pelos danos morais suportados pelo recorrente WAGNER RICARDO DE SOUZA NUNES,
acrescidos de correção monetária e juros moratórios, sendo esses últimos acontar da data do evento
danoso, mais custas processuais e honorários advocatícios de 10% (dez por cento) sobre o valor da
condenação. Mantida a decisão no que respeita à recorrente MELISSA IDELMA TESSARO
NUNES, apenas reduzo o valor dos honorários advocatícios, fixados pela sentença, à metade.
23. Deve-se frisar que não se mostra razoável exigir da autora a produção
da prova taxativa dos pertences que estavam em sua bagagem extraviada, pois
escapa do agir comum exigir que a viajante trouxesse consigo a relação taxativa
de seus bens com as suas respectivas notas fiscais, porém e de sapiência ordinária
que em toda a viagem internacional, ainda mais em casos de mais de um mês de
estadia, há a presunção de várias peças de vestuário e materiais de higiene.
27. No que tange ao DANO MORAL, é fácil perceber que o ato ilícito
praticado pela empresa Ré violou direitos subjetivos privados da autora, estando
em desacordo com a ordem jurídica e lhe causando danos a além da esfera
econômica (art. 186 do CC/027). O STJ já consignou que,nos casos de lesão a
valores fundamentais protegidos pela Constituição Federal, o dano moral
dispensa a prova dos citados sentimentos humanos desagradáveis, presumindo-
se o prejuízo. Nesse contexto:
7
Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e
causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito
“sempre que demonstrada a ocorrência de ofensa injusta à dignidade da
pessoa humana, dispensa-se a comprovação de dor e sofrimento para
configuração de dano moral. Segundo doutrina e jurisprudência do STJ,
onde se vislumbra a violação de um direito fundamental, assim eleito
pela CF, também se alcançará, por consequência, uma inevitável violação
da dignidade do ser humano. A compensação nesse caso independe da
demonstração da dor, traduzindo-se, pois, em consequência in re ipsa,
intrínseca à própria conduta que injustamente atinja a dignidade do ser
humano. Aliás, cumpre ressaltar que essas sensações (dor e sofrimento),
que costumeiramente estão atreladas à experiência das vítimas de danos
morais, não se traduzem no próprio dano, mas têm nele sua causa direta”
(REsp 1.292.141/SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, j. 04.12.2012,
publicado no seu Informativo n. 513).
8
GUGLINSKI, Vitor Vilela. Danos morais pela perda do tempo útil: uma nova modalidade. Jus
Navigandi, Teresina, ano 17,n. 3237, 12 maio 2012. Disponível em:
<http://jus.com.br/revista/texto/21753>. Acesso em: 21 dez. 2016.
da empresa não corresponde a legítima expectativa do consumidor no século
XXI, quando um milésimo de segundo é uma eternidade. “Quem,
injustificadamente se apropria deste bem, causa lesão que, dependendo das
circunstâncias causa dano moral”9.
9
GUGLINSKI, Vitor. Perda do tempo provocado por descaso gera dano moral. Disponível em:
<http://www.conjur.com.br/2013-mai-11/vitor-guglinski-danos-morais-descaso-perda-do-tempo-
util//> Acesso em: 21 dez. 2016
10
DESSAUNE, MARCOS. Desvio Produtivo do Consumidor – O prejuízo do tempo desperdiçado, São
Paulo, RT: 2011, fls. 130-134.
manifesta a configuração do dano moral.
VI – DO PEDIDO
OAB/PA 15.812
ROL DE DOCUMENTOS
1. Identidade e CPF dos autores.
2. Comprovante de residência.
3. Procuração.