Costa e Castanhar (LIDO)
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* Artigo recebido em set. 2002 e aceito em maio 2003. Uma primeira versão menos abrangente,
com o título “Avaliação de programas sociais: limites e possibilidades”, foi apresentada no 22 o
Encontro Anual da Anpad, Foz do Iguaçu, de 27 a 30-9-1998.
** Professores da Ebape/FGV. E-mails: [email protected]; [email protected].
técnicas que adota conceitos diferenciados para se referir muitas vezes aos
mesmos procedimentos. Portanto, enquanto não se avançar na teorização
da prática e buscar os consensos necessários à construção de paradigmas
conceituais, cada esforço de avaliação vai requerer o estabelecimento prévio
de uma estrutura de referência para a análise e o treinamento supervisio-
nado do pessoal envolvido. Profissionais experimentados podem adotar esse
procedimento na condução do trabalho de consultoria, mas nem todo o pes-
soal técnico pode assumir essa tarefa sem tornar a prática da avaliação
ainda mais difícil. De qualquer maneira, nem a dificuldade nem o risco
devem ser obstáculo insuperável para as tentativas de se aplicar de forma
sistemática essa metodologia. Afinal, esse é um campo, como muitos outros
na administração, em que o aprendizado com as experiências práticas con-
tribui para a superação das dificuldades conceituais e operacionais.
1. Introdução
2. O arcabouço teórico
Critérios
Indicadores
te, já que a existência de serviços básicos não lhes assegura o acesso univer-
sal. Na realidade, é comum a existência de fatores que dificultam a utilização
dos serviços disponíveis, como, por exemplo, a distância geográfica (sobretu-
do em áreas de população dispersa) e os custos privados relacionados com o
uso de serviços públicos (material escolar, transporte, remédios etc.). Pode-se
mencionar também elementos mais difíceis de serem quantificados, como a
qualidade dos serviços oferecidos, características culturais da região etc.
Padrões
O que avaliar?
1
Aqui também existem muitas perspectivas diferentes para designar os tipos de avaliação de
resultados que podem se concentrar nas metas (produtos) ou no impacto (alcance do propósito
ou missão), adotando denominações diversas para as mesmas tarefas.
2 Adotamos aqui a denominação matriz lógica do programa, com o mesmo sentido de marco lóg-
ico, termo consagrado pelo BID e pela Cepal (BID, 1994). Já na literatura norte-americana são
usuais as denominações lógica do programa (program logic) ou estrutura do programa (program
design), para designar instrumentos semelhantes aos definidos pelo BID/Cepal (Wholey et al.,
1994).
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Quadro 1
Esboço da matriz lógica dos projetos de agricultura irrigada
Resultados Resultados
Atividades Resultados (impactos) de (impactos) de
Inputs do programa do programa imediatos médio prazo longo prazo
Fatores contextuais
Recursos financeiros Financiamento à Mudança nos sistemas Instalação de Mudança nos
produção produtivos agroindústrias e padrões de vida
serviços correlatos das populações
Apoio à beneficiadas
comercialização Melhoria de volume Mudanças nos
de produção e valor sistemas de Redução da
Pessoal alocado ao Treinamento agregado comercialização ingerência do
programa Assistência da produção setor público na
técnica operação do
Apoio à programa
comercialização Melhoria de Aumento nos
renda níveis de
Recursos de Treinamento associação e
treinamento (material Assistência Manutenção de integração entre
instrucional) técnica níveis adequados os usuários
de endividamento
Infra-estrutura Realização de
obras de
irrigação
continua
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Resultados Resultados
Atividades Resultados (impactos) de (impactos) de
Inputs do programa do programa imediatos médio prazo longo prazo
Fatores contextuais
Quadro 2
Exemplo de modelo lógico
Informação Método de coleta
Objetivo Variável Indicador necessária de dados
É o tipo mais tradicional e tem como propósito medir o grau de êxito que um
programa obtém com relação ao alcance de metas previamente estabeleci-
das. Metas do programa são os produtos mais imediatos (ou concretos) que
dele decorrem — pessoas atendidas em centros de saúde; número de leitos
hospitalares; número de horas de aula, entre outros.
Essa modalidade de avaliação pressupõe que se atribuam valores a um
conjunto de metas, definindo-se o êxito relativo do programa em função do
grau em que tais metas tenham sido cumpridas. Trata-se, portanto, de uma
avaliação ex-post facto, ou seja, requer que o programa (ou uma etapa do
mesmo) tenha sido concluído para se poder avaliá-lo.
Entre as principais limitações desse tipo de avaliação, pode-se citar: a
dificuldade de especificar as metas de forma precisa; a existência de várias
metas; a seleção de metas a serem incluídas no processo de avaliação; mu-
danças nas metas ao longo da própria execução do programa.
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Avaliação de processos
Avaliação de resultados
Aqui, resultados são definidos como constituídos por resultados imediatos, re-
sultados (impactos) de médio prazo e resultados (impactos) de longo prazo. As-
sim, para a avaliação sugere-se o uso de indicadores de impacto para a
mensuração dos resultados de longo prazo, relacionados aos objetivos gerais do
programa e de indicadores de resultado para mensurar os resultados imediatos e
de médio prazo. Os indicadores de resultado mensuram os efeitos do programa:
junto à população-alvo como um todo e junto aos usuários do programa. No
primeiro caso, devem ser levantados dois tipos de indicadores de resultado,
com pesquisas de campo ou o auxílio de bases de dados e/ou cadastros já ex-
istentes:
Avaliação de processo
Componentes de um programa
Quadro 3
Exemplos de componentes de um programa
Tipos de componentes Exemplos
Beneficiários pretendidos
s Características sociodemográficas apropriadas Faixa etária; etnia; nível de renda; situação de saúde;
para o programa gênero
s Requisitos de elegibilidade Somente minorias; somente desempregados há mais
de três meses; somente idosos
s Mecanismos de recrutamento Por organizações existentes; anúncios na mídia;
divulgação informal
s Processo de seleção de beneficiários Auto-seleção por critério do programa; primeiros a
chegar; exame
continua
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caz uma vez que o desempenho do programa será comparado com metas e
expectativas mais coerentes e realistas.
Para permitir que a avaliação de processo possa melhorar o desenho e a
especificação de um programa público, algumas técnicas podem ser utiliza-
das.
Um exemplo prático
5. Conclusões
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Referências bibliográficas
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Anexo
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