Mudrá
Mudrá
Mudrá
Um gesto de carinho,
um gesto de pacificação,
um gesto de tolerância.
Um gesto sentido,
um gesto profundo,
um gesto de bênção.
Mãos que afagam,
mãos que realizam,
mãos que seguram as mãos
dos companheiros,
como que a dizer a cada um:
“conta com a minha amizade,
sou teu amigo.”
Seja qual for, o gesto do Yôga
transmite a força e o amor
que brota do âmago da sua alma
e irrompe pelas próprias mãos...
102 FAÇA YÔGA ANTES QUE VOCÊ PRECISE
Isso é mudrá!
MUDRÁ
GESTO REFLEXOLÓGICO FEITO COM AS MÃOS
Mudrá é a linguagem gestual. Deve ser pronunciado sempre com a
tônico. Significa literalmente gesto, selo ou senha. Provém da raiz mud,
alegrar-se, gostar. Em alguns livros aparece traduzido como símbolo,
mas isso não está correto. Símbolo é a tradução da palavra yantra. Em
Yôga, mudrá designa os gestos feitos com as mãos. São definidos como
gestos reflexológicos por desencadear uma sucessão de estados de
consciência e mesmo de estados fisiológicos associados aos primeiros.
Um tipo de Yôga moderno, o Hatha, surgido no século XI d.C., ad- mite
gestos feitos com o corpo (yôga mudrá, mahá mudrá, vajrôli mu- drá,
viparítakaraní mudrá), mas essa interpretação parece não concor- dar
com as correntes mais antigas. Aliás, se perguntarmos a um ins- trutor
de Hatha qual é a diferença entre um ásana (técnica corporal) e um
mudrá feito com o corpo, a explicação não vai convencer. A justi-
ficativa menos confusa, mas nem por isso correta, é a de que os mu-
drás compreendem mentalização! Ora, como você estudará no subtí-
tulo Regras Gerais, no capítulo ÁSANA, esta técnica só é considerada
completa e perfeita se incluir mentalização. Portanto, ficamos sem po-
der classificar o que os yôgins daquele ramo moderno denominam
“mudrá feito com o corpo”.
Mudrá tem sua origem na ancestral tradição tântrica. Como afirma
Shivánanda, a presença de mudrá, pújá e mantra, caracteriza herança
dos Tantras. Devemos recordar que o Swásthya Yôga tem sua prática
básica iniciando-se exatamente com esses três angas. E não é à toa: o
nome completo da nossa linhagem é Dakshinacharatántrika-Niríshwa-
rasámkhya Yôga.
C O M O A T UA M OS MUDRÁS
104 FAÇA YÔGA ANTES QUE VOCÊ PRECISE
A I M PO RT Â NC I A D OS MUDRÁS
O Homem só se distanciou do resto dos animais, dominou a Natureza,
adquiriu tecnologia, criou a arte, constituiu a civilização porque tinha
mãos. E, nelas, um polegar oponente. Não foi graças ao cérebro. Bem
pelo contrário: o cérebro só se desenvolveu depois que as mãos passa-
ram a segurar e até a fabricar instrumentos, meio que instintivamente,
como inclusive o fazem alguns símios e várias outras espécies de ani-
mais. A partir de então, os estímulos neurológicos, cada vez mais
complexos, passaram a exigir um maior desenvolvimento cerebral.
Implante-se um cérebro humano em um cavalo e ele não poderá cons-
truir coisa alguma com seus cascos.
As mãos e os dedos são, além de ferramentas da edificação cultural,
meios eficazes de comunicação entre os indivíduos. Um homem pú-
blico pode estar proferindo um discurso muito convincente no aspecto
MESTRE DeROSE 105
yônílinga mudrá;
mushti mudrá;
padma mudrá;
vaikhara mudrá;
kálí mudrá.
37. mayúra mudrá 38. nága bandha mudrá 39. nandi mudrá
52. swástika mudrá 53. tarkshya mudrá 54. Trimurti mudrá (Trimurti
mudrá Átman)
Como é muito difícil aprender mudrás apenas pelos desenhos, que são
estáticos, recomendamos que os interessados busquem participar de
cursos com instrutores ao vivo.
MESTRE DeROSE 117
O QUE FAZER
Permaneça de olhos abertos. O instrutor não deve fechar os olhos, uma vez que
precisa ter ciência de tudo o que ocorre na classe sob sua responsabilidade. Além
do mais, praticantes antigos e instrutores já não precisam mais fechar os olhos
para concentrar-se.
Demonstre o mudrá que deseja ensinar. Descreva-o simultaneamente, com
clareza e concisão.
Acima de tudo, esteja senhor de si, convicto do que está fazendo, convencido da
importância e dos efeitos do mudrá e da imprescindibilidade desse recurso para
desencadear o estado de Yôga nos presentes.
ADVERTÊNCIA
ÉTICA
Muita gente de boa-fé adota nome místico, mas esse procedimento deve ser
evitado, pois dá margem à vigarice. É que se você quiser mandar fazer uma
sindicância sobre o caráter e o passado de um profissional, caso ele
utilize nome suposto, suas falcatruas não vão aparecer no Atestado de
Antecedentes Criminais nem nos Cartórios de Protestos. Tal levantamento
não é possível se ele tiver adotado um pseudônimo (pseudo = falso).
Outro problema é que as pessoas não sabem o que significam tais nomes.
Certa vez, um instrutor adotou o nome de Maitrêya. Ora, esse nome designa
o Avatar, a Encarnação Divina da Era de Aquarius, algo como Buddha ou
Cristo. Será que seus discípulos e a Imprensa sabem que o estão chamando
de Cristo? Portanto, se você topar com algum profissional da área que use
nome suposto, peça-lhe que informe seu nome verdadeiro.
O Yôga é uma filosofia perfeita, exercida por pessoas imperfeitas.
Mestre DeRose