Estado, Ambiente e Movimentos Sociais PDF
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Coordenação
Ana Lídia Campos Brizola
Andrea Vieira Zanella
Organizadores
Frederico Viana Machado
Gustavo Martineli Massola
Maria Auxiliadora Teixeira Ribeiro
Florianópolis
2015
Catalogação na fonte pela Biblioteca Universitária
da
Universidade Federal de Santa Catarina
Inclui bibliografia.
ISBN: 978-85-86472-27-5
CDU: 159.9
Diretoria Nacional da ABRAPSO 2014-2015
ABRAPSO Editora
Ana Lídia Campos Brizola
Cleci Maraschin
Neuza Maria de Fatima Guareschi
Conselho Editorial
Ana Maria Jacó-Vilela – Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Andrea Vieira Zanella - Universidade Federal de Santa Catarina
Benedito Medrado-Dantas - Universidade Federal de Pernambuco
Conceição Nogueira – Universidade do Minho, Portugal
Francisco Portugal – Universidade Federal do Rio de Janeiro
Lupicinio Íñiguez-Rueda – Universidad Autonoma de Barcelona, España
Maria Lívia do Nascimento - Universidade Federal Fluminense
Pedrinho Guareschi – Universidade Federal do Rio Grande do Sul
Peter Spink – Fundação Getúlio Vargas
Conselho Editorial
Arno Wehling - Universidade do Estado do Rio de Janeiro e UNIRIO
Edgardo Castro - Universidad Nacional de San Martín, Argentina
Fernando dos Santos Sampaio - UNIOESTE - PR
José Luis Alonso Santos - Universidad de Salamanca, España
Jose Murilo de Carvalho - Universidade Federal do Rio de Janeiro
Leonor Maria Cantera Espinosa - Universidad Autonoma de Barcelona, España
Marc Bessin - École des Hautes Études en Sciences Sociales, France
Marco Aurélio Máximo Prado - Universidade Federal de Minas Gerais
Sobre a ABRAPSO
A ABRAPSO é uma associação sem fins lucrativos, fundada durante a 32a
Reunião da SBPC, no Rio de Janeiro, em julho de 1980. Fruto de um posicio-
namento crítico na Psicologia Social, desde a sua criação, a ABRAPSO tem
sido importante espaço para o intercâmbio entre estudantes de graduação e
pós-graduação, profissionais, docentes e pesquisadores. Os Encontros Nacio-
nais e Regionais da entidade têm atraído um número cada vez maior de pro-
fissionais da Psicologia e possibilitam visualizar os problemas sociais que a
realidade brasileira tem apresentado à Psicologia Social. A revista Psicologia
& Sociedade é o veículo de divulgação científica da entidade.
http://www.abrapso.org.br/
Sumário
A Coleção 1
Como prefácio: as dores e as delícias de ser do contra 3
Eduardo Augusto Tomanik
Construção de lutas políticas na sociedade brasileira: dificulda- 11
des e possibilidades da ampliação de direitos democráticos por
movimentos sociais no contexto do governo Lula
Frederico Alves Costa
VI
Coleção Práticas sociais, políticas públicas e direitos humanos
VII
Coleção Práticas sociais, políticas públicas e direitos humanos
A coleção
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qual busca por melhoria das condições de vida de 15 mil famílias em mais
de 150 comunidades remanescentes de quilombos (Jaccoud et al., 2009).
A institucionalização da Seppir também traz consigo dilemas de
ordem interna e externa. Por um lado, há uma disputa pelos espaços
disponibilizados pela Seppir a atores da sociedade civil, gerando
constantes questionamentos acerca de quais lideranças teriam o privilé-
gio e a expertise política para, de fato, representar a população negra bra-
sileira junto ao governo federal. Por outro lado, há um risco permanente
de que governos menos alinhados com a luta antirracista venham a des-
tituir a Secretaria no futuro, ou que a temática racial seja repensada em
outros termos, de modo a abrir espaço para a extinção da pasta. Garantir
a sustentabilidade da Secretaria passa, nesse contexto, pela aproximação
com outros setores do governo, com o intuito de ampliar o caráter trans-
versal das políticas de igualdade racial.
Durante o Governo Lula também foram realizadas duas Conferên-
cias Nacionais de Promoção da Igualdade Racial (Conapir). A primeira, re-
alizada em 2005, teve como objetivo a formulação de um Plano Nacional
de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, além de avaliar a atuação
da Seppir na promoção da igualdade racial. A segunda Conapir, realizada
em 2009, deu continuidade aos trabalhos iniciados no encontro anterior
e procurou consolidar e avaliar a implementação do Plano Nacional pro-
posto em 2005.
Em ambas as conferências, houve uma prevalência de temas sociais,
voltados fortemente para a melhoria das condições socioeconômicas das
populações negras e indígenas. Na 1a Conapir, 10 dos 12 grupos de traba-
lho se referiam a esses temas e, na 2a, 6 de 9 (Seppir, 2005, 2009). Outro
fato relevante a ser ressaltado é que, de acordo com Pogrebinschi (20101),
as diretrizes aprovadas nas conferências nacionais de minorias tendem a
ser predominantemente de natureza administrativa (aquelas cujas reivin-
dicações se dirigem ao Poder Executivo), deixando de lado as de natureza
legislativa (dirigidas ao Poder Legislativo). Em sua primeira edição, a Cona-
pir produziu 1.048 deliberações e, na segunda, 761, sendo que 77.2% des-
sas deliberações foram de natureza administrativa (Pogrebinschi, 2010).
1
Pogrebinschi, T. (2010, outubro). Participação como Representação: Conferências Nacionais
e Políticas Públicas para Grupos Sociais Minoritários no Brasil. Trabalho apresentado no 34º
Encontro da Associação Nacional de Pesquisa em Ciências Sociais (ANPOCS). Caxambu, MG.
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Refere-se ao Movimento Passe Livre, considerado o organizador das primeiras grandes mani-
festações em junho de 2013, que tiveram outros movimentos antecedentes contra o aumen-
to da passagem de ônibus e pelo passe livre, como a Revolta do Buzu (Salvador, 2005).
5
Segundo uma pesquisa publicada na revista Opinião Pública (2013): “As características so-
cioeconômicas dos manifestantes que ocuparam a Avenida Paulista em junho deste ano
mostram não apenas a elevada concentração de jovens (16 a 25 anos), mas as altas escola-
ridades e renda dos manifestantes, quando comparados à população geral da cidade de São
Paulo” (p. 481).
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Segundo o programa Milênio (exibido em 17 de fevereiro de 2014), a expressão: “Nós somos
os 99%”, cunhada pelo antropólogo americano anarquista David Graeber, foi a inspiração
de muitos manifestantes fora do Brasil. http://g1.globo.com/globo-news/milenio/videos/t/
programas/v/antropologo-americano-autointitulado-anarquista-fala-sobre-onda-de-protes-
tos-no-mundo/3155123/
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Ênfase no psicológico
Ênfase no político
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Utilizamos o termo iniciando em letra maiúscula, em certa medida, atribuindo uma iden-
tidade aos que assumem a tática black bock, o que é considerado um equívoco por alguns
analistas. Para o jornalista e historiador Bruno Fiuza (2013), Em primeiro lugar, usam um
artigo definido e letras maiúsculas para se referir ao objeto, como se “o Black Bloc” fosse uma
organização estável, articulada a partir de algum obscuro comando central e que pressupu-
sesse algum tipo de filiação permanente. Ora, tratar um black bloc desta forma seria o mes-
mo que tratar uma greve, um piquete ou uma panfletagem como um movimento. Talvez a
melhor forma de começar a desfazer os mal-entendidos sobre os black blocs seja combater a
fetichização do termo. Como chegou ao Brasil por influência da experiência americana, essa
tática manteve por aqui seu nome em inglês, mas não é preciso muito esforço para traduzir a
expressão. Por mais redundante e bobo que possa parecer, nunca é demais lembrar que um
“black bloc” (assim, com artigo indefinido e em letras minúsculas) é um “bloco negro”, ou
seja: um grupo de militantes que optam por se vestir de negro e cobrir o rosto com máscaras
da mesma cor para evitar serem identificados e perseguidos pelas forças da repressão. (Black
blocs, lições do passado, desafios do futuro, publicado em 08 de outubro de 2013, no site
Viomundo, o que você não vê na mídia. Disponível no site: http://www.viomundo.com.br/
politica/black-blocs-a-origem-da-tatica-que-causa-polemica-na-esquerda.html)
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ras de lutas expressas nas manifestações brasileiras8 revela que não são
as demandas, em si mesmas, que levaram as pessoas às ruas, mas todo
o sistema sociopolítico. Referindo-se à ocupação de Wall Street, Žižek
(2012) assevera:
Nesta etapa, devemos resistir precisamente a uma tradução assim apressa-
da da energia das manifestações para um conjunto de demandas pragmá-
ticas “concretas”. Sim, os protestos realmente criaram um vazio ─ um vazio
no campo da ideologia hegemônica ─, e será necessário algum tempo para
preenchê-lo de maneira apropriada posto que se trata de um vazio que
carrega consigo um embrião, uma abertura para o verdadeiro Novo. A razão
de os manifestantes saírem às ruas é que estão fartos de um mundo onde
reciclar latinhas de Coca-Cola, dar alguns dólares para a caridade ou com-
prar cappuccino da Starbucks com 1% da renda revertida para os problemas
do Terceiro Mundo é o suficiente para se sentir bem. Após a terceirização
do trabalho e da tortura, após as agências matrimoniais começarem a ter-
ceirizar até nossos encontros, os manifestantes perceberam que por um
longo tempo permitiram que seus compromissos políticos também fossem
terceirizados ─ e querem-nos de volta. (p. 18)
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Precisamente nesse sentido, Badiou está certo ao afirmar que hoje o nome
do pior inimigo não é capitalismo, império, exploração ou algo similar, mas
democracia: é a “ilusão democrática”, a aceitação dos mecanismos demo-
cráticos como moldura fundamental de toda mudança, que evita a transfor-
mação radical das relações capitalistas. (p. 23)
9
Intelectuais que escreveram para a coletânea da Boitempo Editora “Occupy: movimentos de
protestos que tomaram as ruas” sobre os movimentos populares ao longo de 2011 em vários
países. A mesma editora publicou outra coletânea sobre as manifestações no Brasil: Cidades
Rebeldes: passe livre e as manifestações que tomaram as ruas do Brasil, em 2013, na qual a
ênfase está na usurpação do direito à mobilidade urbana nas grandes cidades.
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Observamos que a reprovação dos BB também foi manifesta na grande mídia por intelectu-
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ais, como Alba Zaluar. No Caderno A do jornal Folha de São Paulo, seção Tendências/Debates
(em 12 de dezembro de 2013), Zaluar afirma: No Brasil, estamos na fase de consolidar a
democracia, os direitos sociais tão importantes para combater a desigualdade, o respeito
ao bem público, o acatamento ao espaço público ainda mal definido, mal compreendido e
pouco respeitado. Não é hora de impor mal-alinhavadas ideias sobre uma suposta sociedade
futura sem mercado, sem Estado, portanto sem tudo que sabemos fazer parte da democracia
... Ainda bem que o Estado democrático de Direito está se consolidando no Brasil e suas ins-
tituições ainda não foram desconstruídas como propõem Foucault, Negri e outros ideólogos
do neoanarquismo (2013).
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Paulo, conforme nota da Editora Boitempo no livro Cidades Rebeldes: passe livre e as mani-
festações que tomaram as ruas do Brasil (2013)
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Isso, é claro, não significa que os manifestantes devam ser mimados e adu-
lados ─ hoje, se é que isso é possível, os intelectuais devem combinar o
apoio integral aos manifestantes com uma distância analítica fria e não
paternalista, começando por sondar a autodesignação dos manifestantes
como os 99% contra o ganancioso 1%: quantos dos 99% estão prontos para
aceitar os manifestantes como sua voz e até que ponto? (p. 23)
Referências
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Introdução
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acordo com o autor, pressupõe união e divisão, faz com que alguns agen-
ciamentos discursivos e modos de experiência sejam visíveis e audíveis,
enquanto outros, de forma ideológica, ficam invisibilizados e são sentidos
como ruídos na sociedade.
A partir dessa leitura, iremos problematizar de que maneira o Gre-
enpeace busca tornar audível o discurso ambientalista na ordem vigente
(capitalista, individualista e consumista), em especial, por meio de sua pa-
radoxal relação com o Estado. Se, em alguns momentos, o Estado emerge
como o inimigo, contra o qual as ações da ONG se voltam para atacá-lo,
por outro, é por meio do diálogo e da parceria com este, que o Greenpe-
ace vislumbra efetivar suas conquistas. Notamos, então, a presença do
próprio paradoxo da política destacado por Rancière – a gestão e a sub-
versão, o consenso e o dissenso – nas diferentes ações elaboradas pelo
Greenpeace. Atos espetacularizados, exagerados, inusitados, criativos e
irreverentes – marcas das chamadas “ações diretas” realizadas pela ONG
– compõem, junto às ações mais formais – como as reuniões periódicas
com o Estado –, o mosaico diverso de atividades e formas de politização
do espaço público elaboradas pelo Greenpeace.
Em termos metodológicos, utilizamos a entrevista aberta, nortea-
da por um roteiro, com quatro participantes que possuem ou possuíam
vínculo com o Greenpeace, por ser funcionário ou ativista dessa ONG. A
partir da compreensão dialógica de pesquisa (Bakhtin, 2010), bem como
do uso da chamada Análise Crítica do Discurso, ressaltamos enunciados,
produzidos na relação pesquisador-pesquisado, os quais nos auxiliaram a
compreender e problematizar a relação paradoxal do Greenpeace com o
Estado, contribuindo, dessa forma, com possíveis análises da cena política
no espaço contemporâneo.
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Métodos e procedimentos
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Participantes da pesquisa
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“Nos servimos da política, somos um grupo político porque trabalhamos com os políticos para
conseguir as transformações, não há como negar que nas democracias saudáveis e, também,
nas insanas, que os políticos são os veículos para transformar as leis, sobretudo, são eles que po-
dem conseguir melhorar o Estado. Então, temos que atuar, junto e contra ele” (tradução nossa).
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Resgatam-se aqui as reflexões já realizadas anteriormente em outros trabalhos (Malagodi &
Siqueira, 2012; Malagodi, 2012; 2013).
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-los por vias pacíficas que aumentem o teor democrático das relações
na sociedade.
Se a Psicologia Social desejar, de fato, contribuir para a produção de
um mundo democrático, ela necessita aceitar como sua a tarefa de impri-
mir nos indivíduos e nos Grupos as características psicossociais ligadas à
tolerância e à reflexividade, condições fundamentais para a participação.
Caso contrário, ela corre o risco de instrumentalizar-se como meio de con-
trole, vigilância, dominação e propaganda, em conformidade com o alerta
de Solomon Asch (1972). Este risco, de, ela própria, tornar-se meio tec-
nológico em relação com a globalização hegemônica, a indústria cultural
em grande medida já realizou, recrutando-a no planejamento publicitário.
Cabe a ela lutar contra tal papel, jamais se esquecendo de que, em um
mundo desigual, cada passo no sentido da emancipação é acompanhado
de perto por um movimento no sentido da barbárie, exigindo de todos a
qualidade fundamental destacada por Brecht – lutar a vida toda.
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O mapa de Canoas: ali estão desenhados os rios, matas, casas, escolas, igre-
jas, histórias, silêncios, desassossegos, descobertas, conquistas daqueles
que passaram a escrever uma história diferente, a história de cada um, as
histórias daquele lugar.
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Em 2004, o Espaço Compartilharte ganhou o Prêmio Criança 2004, na categoria convivência
comunitária, concedido pela Fundação Abrinq pelos Direitos da Criança e do Adolescente.
Esta experiência foi sistematizada e está disponível para disseminação.
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aprendi a amar muiiito teatro, entre outras coisas. Sou grata a tudo que o
Espaço me proporcionou. Foi onde eu encontrei meu lugar, onde meu mun-
do fez sentido.. onde eu aprendi a amar o próximo, a respeitar e sobretudo
onde eu me tornei culta, seletiva e muiiiiito humana, respeitando todos,
seja qual for sua diferença ou indiferença. Onde eu trabalhei pela primeira
vez, pois fui jovem aprediz. E até hoje sinto muiiiiiita saudades do Espaço
Compartilharte e sei a falta que ele faz à nova geração!!!! Pois às vezes os
pais não podem dar o que uma criança quer ,mas os sonhos podem!!! E foi
no Espaço Compartilharte que eu aprendi a sonhar. (R., 2013)
Referências
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Estado, Ambiente e Movimentos Sociais
Moreira, M. (2014). “O que foi feito, amigo, de tudo que a gente sonhou?”
Uma cartografia da atuação de organizações da sociedade civil no forta-
lecimento da democracia. Tese de Doutorado, Programa de Pós-graduação
em Psicossociologia de Comunidades e Ecologia Social (EICOS), Universida-
de Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro.
Nogueira, M. A. (2011). Um Estado para a sociedade civil: temas éticos e polí-
ticos da gestão democrática (3ª ed.). São Paulo: Cortez.
Oliveira, S. B. (2005). Ação social e terceiro setor no Brasil. Dissertação de
Mestrado, Programa de Pós-graduação em Economia Política, Pontifícia
Universidade Católica de São Paulo, SP.
Pedro, R. M. L. R. (2010). Sobre redes e controvérsias: ferramentas para com-
por cartografias psicossociais. In A. A. L Ferreira, L. L. Freire, M. Moraes,
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Sader, E. (1988). Quando novos personagens entraram em cena: experiências,
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Janeiro: Paz e Terra.
Scherer-Warren, I. (1999). Cidadania sem fronteiras. Ações coletivas na era da
globalização. São Paulo: Hucitec.
Silva, R. N. (2005). A invenção da psicologia social. Petrópolis, RJ: Vozes.
Souza, H. (1995). A vez das ONGs: conheça e apoie. Jornal da ABONG, 9.
Acesso em 04 de agosto, 2015, em http://www.bibliotecadigital.abong.
org.br/bitstream/handle/11465/218/ABONG_OS%20PLANOS%20DA%20
ATUAL%20GEST%C3%83O.pdf?sequence=1&isAllowed=y
Sposati, A. (2001). Desafios para fazer avançar a política de Assistência Social
no Brasil. In Serviço Social & Sociedade, 68, 54-82.
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áveis sobre sua própria cidade, espaços de memórias, ou seja, com po-
tencial de reelaboração da simbologia dos acontecimentos neste espaço
(Nora, 1997).
Utilizamos neste trabalho a diferenciação dos conceitos de espa-
ço, lugar e não-lugar como ferramentas teóricas para melhor elucidar as
ideias presentes sobre a ocupação da urbe. Lugar refere-se à identificação
e apego ao local, um processo que gera simbolismos que conectam as
pessoas e suas experiências ao sentimento de pertença a determinado
território, sentimento socialmente construído pelas relações entre os su-
jeitos. Leite e Dimenstein (2007) atribuem a este processo o nome de “ter-
ritório de subjetivação”. Não são apenas espaços, pois portam qualidades
de movimento, tempo e trajetória. Também não se delimitam exclusiva-
mente a espaços físicos, podendo ocorrer no meio virtual, como visto na
contemporaneidade. O conceito de espaço caracteriza a potencialidade
de um território em tornar-se lugar ou não-lugar. Aqueles espaços onde
as relações não se enraízam, não potencializam identificações nem simbo-
lismos, são os não-lugares. Esses não-lugares são espaços de pouca troca
relacional, de transição e movimentação e circulação fugaz de indivíduos,
que não tem a preocupação em promover sentimentos de pertença ou
afiliação, apenas utilizam o local como via de transição.
Neste texto discutimos alguns aspectos do funcionamento das mi-
cropolíticas de ocupação no espaço urbano de Porto Alegre e da con-
figuração de relações de lugar e não-lugar nesse território. Para tanto
utilizamos, além dos marcadores teóricos, uma estratégia de aproxima-
ção/compreensão guiada metodologicamente a partir de três etapas se-
quenciais: o levantamento de informações através da mídia e redes de
relacionamento; a observação de ocupações e o estabelecimento de con-
tato com participantes e audiência; e a realização de entrevistas, auxilia-
das por uma proposta de produção fotográfica estabelecida previamente
com os entrevistados.
O levantamento de informações através de redes alternativas de or-
ganização, como a internet, mostra que são amplamente utilizadas pelas
mais variadas formas de ação coletiva. As redes sociais (em especial o Fa-
cebook) mostram-se como uma ferramenta de organização e comunica-
ção acessível para a maioria dos membros das ocupações. Para desenvol-
ver esta reflexão, mostrou-se necessário, portanto, o acompanhamento
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Tem o boca-a-boca, né, tirando isso creio que o facebook seja a melhor for-
ma de organização, assim, que especifica horário, lugar, não sei o que - fica
mais organizado. É por esse meio que eu fico sabendo mais desses eventos,
e a gente pode convidar pessoas, é mais prático. (Nicole - Marcha das Va-
dias)
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Por exemplo, o movimento “Agora vem pra rua”, tudo bem, muita gente
entrou, mas, como foi muito grande a nível nacional, como existiam muitas
ideias diferentes, ao mesmo tempo em que educou, também generalizou e
banalizou tudo aquilo que as pessoas estavam lutando. Sei lá, tinha muito
“reaça” e muita coisa que não tinha a ver com aquele movimento. (Luiza,
manifestações de junho)
Eu acho que Porto Alegre é uma cidade que... não é à toa que as coisas
aconteceram em Porto Alegre, né, porque especialmente nessa questão dos
Espaços Públicos é uma pauta muito cara aos lutadores de Porto Alegre,
né, nós tivemos um ataque brutal da última administração em relação à
ocupação, falo em ocupação dos espaços públicos, não só de intervenção
com a cidade, mas em especial de ocupação de largo, de espaços públicos,
a privatização do largo, a proibição de artistas de rua, a SMIC cada vez mais
é, autuando, e recolhendo material de artistas de rua, então isso é muito
foda, a privatização do Araújo Viana. (Raquel –Juntxs)
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https://www.facebook.com/events/378347612287653/?ref=3&ref_newsfeed_story_
type=regular
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Considerações finais
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Introdução
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1
Para mais informações, ver http://www.mncr.org.br
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3
Lei n. 12.305 (2010), art. 3º, XII - logística reversa: “instrumento de desenvolvimento econô-
mico e social caracterizado por um conjunto de ações, procedimentos e meios destinados a
viabilizar a coleta e a restituição dos resíduos sólidos ao setor empresarial, para reaproveita-
mento, em seu ciclo ou em outros ciclos produtivos, ou outra destinação final ambientalmen-
te adequada”.
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mental, lembrando que isto importa em: (a) incentivar a participação po-
pular para lutar contra a potência do padecer em todas as esferas da vida
humana; (b) contemplar a afetividade no planejamento das políticas de
participação, considerando o sofrimento ético-político da subjetividade
que vive o processo dialético exclusão/inclusão social perverso; (c) evitar
o empobrecimento do campo perceptível e das necessidades; (d) planejar
ações de diferentes temporalidades, superando o paradigma da redenção,
que exige a renúncia e o sofrimento do presente, em prol da felicidade
futura; (e) manter acesa a comunicação permanente entre os membros
da comunidade.
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Considerações finais
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Introdução
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3
O currículo e a bibliografia detalhada podem ser consultados em http://www.serge-mosco-
vici.fr
4
Em português, Os Amigos da Terra, associação fundada em 1970, visando ampliar a ação em
rede mundial do movimento Friends of the Earth, iniciado em 1969 por David Brewer nos
Estados Unidos.
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Tradução das autoras para o trecho “situer le gouvernement de la nature au cœur des rela-
tions entre les hommes et des rapports de ceux-ci avec le monde extérieur, pour en fixer le
sens et en faire une necessite ».
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Moscovici nos relembra que a natureza outrora havia sido o lugar privile-
giado de onde se originavam as soluções para os problemas que afligiam
os homens, mas, que agora, a natureza deixou também de justificar o pre-
sente e inspirar o futuro. Segundo Moscovici, a partir da obra de Rousse-
au, toda a necessidade se concentrou na sociedade, e toda contingência
se refugiou na natureza. A sociedade passou a aparecer como inteiramen-
te reservada ao reino do sujeito, e a natureza exclusivamente concedida à
dominação do objeto (Moscovici, 1968).
Rousseau se opôs ao pensamento segundo o qual a ordem social
era uma fase ou grau da ordem natural. Para ele, o ser social se opunha ao
ser natural, e a sociedade humana era a sua própria obra (Vidal-Naquet,
2001). Assim, em obra, publicada em 1762, Rousseau propõe a necessi-
dade do contrato social se sobrepondo a ideias de retorno à natureza e ao
estado natural do homem. “A ordem social, porém, é um direito sagrado
que serve de base a todos os outros. Tal direito, no entanto, não vem da
natureza: funda-se, portanto, em convenções. Trata-se, pois, de saber que
convenções são essas” (Rousseau, 1999, pp. 54-55).
Moscovici analisa que a cisão com a natureza permitiu à sociedade
humana acreditar que era ela mesma obra do homem, o que o fortaleceu:
“O pensamento humano se sentiu dotado de uma energia desconheci-
da que o transportava para além dos limites dentro dos quais havia sido
confinado”7 (Moscovici, 1968, p. 20). E, em decorrência, o social passou
a ser entendido como gerador do próprio social, e a história passou a re-
presentar a anti-natureza. A natureza, por sua vez, passou a ser entendi-
da como super objeto a-histórico, separado da humanidade. Os humanos
afirmaram sua particularidade e se projetaram fora do mundo natural,
que passou a ser visto como “massa opaca e heterogênea, sem comuni-
cação imediata com os nossos desejos, sem uma linguagem comum com
o nosso espírito, a natureza assim concebida é o círculo do qual estamos
constantemente tentando escapar e de onde nós somos constantemente
expulsos”8 (Moscovici, 1968, p. 22).
7
Tradução das autoras para o trecho “La pensée humaine se sentit dotée d’une énergie incon-
nue qui la portait au delà des limites dans lesquelles on l’avait enfermée ».
8
Tradução das autoras para o trecho “Masse hétérogène et opaque, sans communication im-
médiate avec nos désirs, sans langage commun avec notre esprit, la nature ainsi conçue est le
cercle dont nous tentons constamment de nous évader et dont nous sommes constamment
expulsés ».
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Tradução das autoras para o trecho “Aucune partie de l’humanité, à aucun moment, n’est plus
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proche ni plus éloignée d’un état de nature, ni dans le passé primitif, ni dans l’avenir évolué”.
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Mauad X, Rio de Janeiro, em 2007, traduzido por Marie Louise Trindade Conilh de Beyssac e
Regina Mathieu.
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lismo15 (2004), publicada pela primeira vez em 1904. Sem citar Weber di-
retamente, Moscovici aponta que, com o “desencantamento do mundo”,
a natureza desapareceu do pensamento moderno, propulsor da racionali-
dade instrumental da modernidade e da ciência moderna. Esse processo
se deu mediante a eliminação no animismo, da racionalização sistemática
dos fatos e da aniquilação do antropomorfismo, que, para Moscovici, fez
do homem um usuário e sobrevivente do mundo.
Pois, para ele, a partir do momento em que se desencanta o an-
tropomorfismo, o homem deixa de estar em seu lugar na natureza do
mundo. Torna-se um usuário do mundo, passa a ter que se adaptar a um
mundo visto como distante e estranho. E, para evitar a morte, torna-se
um sobrevivente.
Entretanto, Moscovici alerta que, com o avanço da racionalidade
instrumental, não apenas a natureza desapareceu, mas também as pai-
xões, as crenças e as tradições, assim, o mundo tornou-se racional, niilista,
desencantado. Assim, a racionalidade científica foi se consolidando como
única via de acesso à verdade, desqualificando todos os demais saberes.
Nesse processo, o homem deixou de se conceber como parte integrante
da natureza, passou a estranhá-la e a buscar sobreviver a ela, coisifican-
do-a e explorando-a de modo abusivo. Além disso, com o avanço de tal
racionalidade, as máquinas e o mercado se sobrepuseram aos homens,
produzindo uma “sociedade sem homens”.
Para Moscovici, a negação radical de todos os valores, tradições e
instituições, fundados numa crença ou numa ideia-força, nos leva a uma
sociedade sem qualidades, que forma um homem sem qualidades, num
mundo em que nada mais existe a não ser a máquina e o mercado. Tal-
vez seja esse o grande mal da civilização moderna: a produção de uma
“sociedade sem homens”, a partir do desencantamento do mundo nos
nossos tempos.
Moscovici (2007, p. 85) recorre ao filósofo Nietzsche (1844-1900)
para argumentar que “a ciência nos ensinou que o universo é uma má-
quina e que não precisa de nós”. Desse modo, desencantar o mundo é
desencantar os saberes do mundo. Tal desencantamento submete toda a
razão em busca da verdade, de modo que a razão acaba por contrapor-se
a todos os demais “erros” do entendimento humano.
Em alemão, “Die Protestantische Ethik und der ‘Geist’ des Kapitalismus”.
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Discussão
do (2014).
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mos nossa percepção norteada por preceitos externos, por leituras que
tomamos como nossas, mas que são externas à nossa experiência, como
conteúdos veiculados pela mídia e pela ciência. O saber do senso comum,
decorrente da linguagem, da sabedoria acumulada pelos grupos sociais,
foi substituído pelo saber científico, de tal modo que ele (o saber científi-
co) é que passa a inventar e propor muitos dos objetos, conceitos e analo-
gias a que recorremos para lidar com os desafios cotidianos.
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Referências
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Mauad X, Instituto Gaia.
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Introdução
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Desastres
Situamos a princípio a definição de desastres apresentada pelas
Nações Unidas como uma “ruptura séria no funcionamento de uma so-
ciedade envolvendo perdas e impactos humanos, materiais, econômi-
cos e ambientais extensos que excedem a capacidade da comunidade
afetada de se recuperar utilizando seus próprios recursos” (UN - United
Nations, 2009, p. 9).
Nos últimos anos, temos presenciado na mídia repercussões sobre
desastres ocorridos no Brasil. Desse modo, representando a ciência, pro-
fissionais de múltiplos campos de saber têm sido convocados para refle-
tir sobre os eventos, com o objetivo de elaborar estratégias, técnicas e
tecnologias para a prevenção, controle das causas e reparo dos efeitos
produzidos pelos desastres.
Durante muito tempo verificou-se uma preocupação das comunida-
des mundiais voltada ao pós-desastre. Ações e investimentos para comba-
ter os efeitos de catástrofes depois de terem ocorrido e um sério desequi-
líbrio entre os gastos despendidos com a resposta aos desastres e aqueles
despendidos com prevenção, mitigação, treinamento e preparação. Res-
salta-se que as intervenções no âmbito da prevenção são relativamente
recentes, sendo influenciadas pelas mudanças econômicas e sociais que
ocorreram ao longo do século XX, especialmente a expansão das áreas ur-
banas e as migrações desordenadas, que consequentemente acarretaram
o aumento das áreas de risco e da ocupação destas pela população. Os
altos custos econômicos na mitigação e na prevenção de desastres e a re-
volução da tecnologia da informação favoreceram a criação de novas for-
mas de enfrentamento e gerenciamento dos eventos (Alexander, 1997).
Alguns movimentos, no Brasil, ocorreram para uma mudança de
perspectiva, da ênfase no pós-desastre para a prevenção. Em 2010, foi re-
alizada a I Conferência Nacional de Defesa Civil e Assistência Humanitária,
cuja temática foi discutida por 1.179 municípios brasileiros que fizeram
suas conferências nos âmbitos municipal, intermunicipal ou regional,
quando foram aprovadas 104 proposições para reformular o Sistema de
Defesa Civil no país. (Ministério da Integração Nacional, 2012).
A partir daí, a Política Nacional de Proteção e Defesa Civil (PNP-
DEC), outorgada no ano de 2012 com o objetivo de gerenciar os desas-
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Gêneros do discurso
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Interdisciplinaridade
O movimento da Interdisciplinaridade surgiu por volta de 1960, na
Europa, com o objetivo de conceber uma nova forma de ensino, na qual
o conhecimento não seria mais compartimentalizado, estabelecendo as-
sim uma relação entre disciplinas distintas. Dessa forma, a interdiscipli-
naridade permite a produção de um conhecimento mais completo ou até
mesmo um conhecimento novo, possibilitando a construção conjunta de
novas significações, sendo todos os saberes agentes dessa produção (Dias
& Moura, 2009).
A interdisciplinaridade é aqui focalizada no campo da linguagem,
enfatizando os gêneros discursivos na perspectiva bakhtiniana. Seguindo
essa argumentação, podemos considerar que a análise dos gêneros dis-
cursivos possibilita identificar o caráter interdisciplinar da linguagem oral
ou escrita dos diversos campos do saber, visto que a linguagem está pre-
sente em quaisquer atividades, sejam elas científicas, culturais ou sociais.
O autor ainda defende que a compreensão se dá, então, no diálogo
entre os discursos. “O conhecimento tecido por fios advindos de inúme-
ros lugares, de diferentes campos do saber e de diversas naturezas, que
se entrelaçam em um constante movimento, tecendo-se e destecendo-
-se, de modo a formar uma rede hipertextual” (Dias & Moura, 2009).
A hipertextualidade, então, possibilita o desenvolvimento de uma rede
de conhecimentos de forma horizontal, descartando uma possível hierar-
quia entre eles.
A interdisciplinaridade foi debatida numa mesa redonda da ANPEPP,
na qual Spink (2012)2 discute a inserção desta nomenclatura nas instâncias
de fomento à produção científica como a CAPES. Considera que este movi-
2
Spink, M. J. -Interdisciplinaridade na Produção e Divulgação do Conhecimento Científico. XIV
Simpósio da ANPEPP, Belo Horizonte, 6 a 9 de junho de 2012.
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Método
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Resultados
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Discussão
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dele. O enunciado está voltado não só para seu objeto, mas também para
o discurso do outro acerca deste objeto (Baktin, 1992).
Assim, os diálogos proporcionados pelo Fórum mostram essa in-
terdiscursividade dinâmica na emissão e formação dos enunciados acer-
ca dos desastres, pois são trazidos nas falas dos profissionais diferentes
enunciados de outras áreas, sejam para lhes dar estabilização ou para oca-
sionar eventuais tensionamentos nas contradições de seus argumentos.
Além disso, a partir dessa possibilidade de se pôr em diálogo esses
diversos conhecimentos, foi possível produzir uma movimentação dos co-
nhecimentos em função do papel responsivo dos enunciados, proporcio-
nando respostas interdisciplinares sobre as ações frente às catástrofes.
Considerações
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Referências
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Introdução
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Teoria
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Método
Procedimentos
Participante
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Análise de dados
Resultados e discussão
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Tipos de pluviômetro
Um pluviômetro é por definição “um instrumento que mede a quan-
tidade de água da chuva que cai em determinado lugar ou época” (http://
houaiss.uol.com.br). Sua função é produzir dados sobre a incidência de
chuvas. Mas essa é a versão simplificada da história. Afinal, existe mais de
um tipo de pluviômetro, como fica evidente num dos trechos do diálogo
com o gestor.
Pesquisador: Diz uma coisa, agora é uma questão técnica de diferenciação.
O que muda dos pluviômetros pet, para os pluviômetros automáticos e para
o futuro dos pluviômetros semiautomáticos?
Entrevistado: Ó, os automáticos vão fazer parte de uma rede de monitora-
mento do Centro de Gerenciamento de Emergências (CGE) e da Defesa Civil.
Uma coisa mais institucional para balizar a operação do plano e sistemas de
alertas. Os semiautomáticos são, mais do que você ter o equipamento, pra
você mobilizar a população. Então ele tem um aspecto que vai juntar duas
coisas: te passar uma informação e, principalmente, mobilizar a comuni-
dade. Porque ele vai ter que ler, por isso que ele é semiautomático. Ele vai
ter que ter alguém lá pra ler. Então o que significa? Você fazer um morador
ler isso daí. Ele vai ser o detentor da informação. Ele vai, depois de todo
treinamento, decodificar um comportamento em uma tomada decisão. Ele
passa a ser parte do processo e não só uma pessoa que está vulnerável.
Não, ele é a pessoa que vai deflagrar. Então tem uma diferença muito gran-
de. Uma coisa sou eu tirar essa conclusão, que aquela área está em risco de
escorregamento para a subprefeitura, sentado nessa mesa, recebendo um
boletim do CGE. E aí, essa informação você não sabe se vai para o morador.
Com certeza não vai. Outra coisa é partir do morador. Primeiro, que ele vai
sentir muito mais feliz e contente por saber que ele está fazendo é impor-
tante para aquela comunidade e a comunidade também vai saber que é
importante para todos. E aí a gente só é avisado. Quanto tempo a gente não
ganha nisso? Essa é a grande diferença.
Pesquisador: Certo, então o que diferencia as duas tecnologias é que uma
tem participação comunitária (que é o semiautomático) e a outra é uma
gestão mais institucional.
Entrevistado: Para balizar nossas decisões em uma coisa macro da cidade.
Pesquisador: Mas por que é que não fica, por exemplo, com os de garrafa
pet, eles não serviriam nesse caso?
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Pluviômetros semiautomáticos
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risco de desastres, mobiliza seus vizinhos para que tomem as ações neces-
sárias e avisa, posteriormente, a Proteção e Defesa Civil.
Uma coisa é o coordenador emitir o alerta de sua bancada. Outra
coisa é o morador tornar-se responsável pela emissão do alerta e mobili-
zar os demais membros da comunidade. Essa é uma prerrogativa para o
bom funcionamento de tais sistemas: a mensagem repassada por alguém
de confiança na comunidade é mais eficiente do que repassada por um
desconhecido (Breakwell, 2007). Dessa forma, há um pressuposto de que,
mantida a rede, feita a mobilização e a capacitação, os moradores pode-
rão tomar posse de um instrumento ou equipamento do governo e gerir,
eles mesmos, os riscos de desastre com base na leitura dos dados.
Porém, há uma polaridade da responsabilização nesse sistema.
Como nos questiona Mary Jane Spink (2009) com relação ao uso de ta-
baco e os estilos de vida saudável, esta seria uma questão de direitos ou
de deveres? De proteção ou de imposição? Seja nas campanhas para a
promoção da saúde, seja na implantação de um equipamento que exige
ação de membros da comunidade para a prevenção de desastres, há uma
ambiguidade no que tange às ações cabíveis, ora por parte da população,
ora por parte do Estado. Quando promovemos a ação da comunidade em
prol de manter vivos seus próprios membros em uma eventual situação
de desastres, até que ponto não obliteramos o sistema perverso que em-
purra essas pessoas para áreas inadequadas e o governo se priva de tomar
ações com vistas a melhorar sua qualidade de vida e evitar que outros
migrem para tais áreas?
Temos, portanto, com o pluviômetro automático e o semiautomá-
tico, uma polarização da ação. Enquanto na rede que sustenta o uso do
pluviômetro automático polariza-se a responsabilidade pela leitura e
emissão do alerta nas mãos do gestor – e não se pode garantir que tal
informação chegue à comunidade em virtude das interrupções no fluxo
- o uso do pluviômetro semiautomático polariza a responsabilidade pela
leitura e emissão do alerta para os moradores das áreas de risco, e assim,
o governo é apenas informado da situação e age com vistas a tomar me-
didas responsivas.
Seriam estas as únicas opções? Colocamos o grande peso sobre a
população ou sobre governantes? A reflexão a seguir levanta uma terceira
possibilidade. Não uma união das duas posições, mas uma proposta que
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Pluviômetros pet
A imagem na Figura 1 é um pluviômetro de garrafa pet e nos foi
concedida pela Coordenadoria de Defesa Civil do município de São Paulo.
Pluviômetros de garrafa pet são feitos com recipientes de politereftala-
to de etileno, provenientes, em sua maioria, de garrafas utilizadas para
comercializar refrigerantes, água, sucos. Seu nome, carinhoso ou prag-
mático, foi institucionalizado como pet. O Pluviômetro é feito a partir do
corte e retirada da parte superior de uma garrafa pet, preferencialmente
incolor, e a colocação de uma métrica de milímetros em que se estabele-
cem limiares para atenção e alerta. A parte superior é então recolocada
de forma invertida no corpo da garrafa, produzindo um funil por onde a
água deverá escorrer.
Figura 1
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volume das chuvas é repassado para a gestão local, que toma decisões
sobre a antecipação de alertas e ações de preparação. As referidas ações
podem contemplar desde a relocação de móveis para espaços mais altos
na residência (no caso de inundação) ou mesmo a retirada dos moradores
da localidade (no caso de deslizamento). Tal equipamento é utilizado em
outros lugares e não apenas em São Paulo. No Fórum de Desastres ocorri-
do em Maceió, Ângela Coêlho nos conta sobre esses usos2:
Em Jaboatão dos Guararapes, Juliana [outra palestrante] pode confirmar,
eles fizeram um pluviômetro de garrafa pet. Então, os moradores da região
ribeirinha têm os líderes, eles sabem que se a água chegar a determinado
ponto durante certo tempo, eles saem tirando todo mundo da primeira rua
e já leva pra um local pré-estabelecido.
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Sem pluviômetros
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seus instrumentos e de suas medidas. Eles sabem que nem sempre tais
informações serão suficientes.
Pesquisador: Hoje é você que emite o alerta para deslizamento?
Entrevistado: Para deslizamento e enchente.
Pesquisador: Certo... E como é que você chega à conclusão para emitir esse
alerta? São os limiares?
Entrevistado: Olha, é uma coisa meio de sentimento. Para escorregamen-
to, como é que funciona? Todo dia o CGE me manda um boletim em cima
das leituras de chuva, dos pluviômetros que tem nas subprefeituras. Cada
subprefeitura tem um pluviômetro antigo que é uma medida de mais de
quarenta anos que o DAEE que articula.
Pesquisador: O DAEE é o quê?
Entrevistado: Departamento de Águas e Energia Elétrica.
Pesquisador: Ah, tá.
Entrevistado: Você tem uma medida às sete da manhã, à uma da tarde, às
sete da noite e à meia noite. Então, na leitura da meia noite de ontem, o
CGE me manda um boletim em que eu vejo os acumulados. Então, hoje de
manhã, eu leio os acumulados e vejo que São Mateus continua alto. O que
é alto? É acima de 60 mm. Na Serra do Mar, trabalha com 100 mm, porque
nós trabalhamos com 60 mm? Primeiro, que a gente não tem muito claro
todas as áreas de risco, eu não tenho uma mobilização eficiente. Então va-
mos trabalhar com uma margem-margem de risco. Mas já aconteceu de
eu colocar uma vez MBoi Mirim com 30 mm e ter escorregado. Porque tem
situações de áreas tão vulneráveis que até com menos chuva pode escorre-
gar. Entendeu? E outra coisa, essa questão do escorregamento, ela também
ficaria muito mais eficiente. Por quê? Porque muitas vezes o aparelho que
me baseia para decretar tá numa área urbanizada onde está a subprefei-
tura. E a área de risco às vezes está em um lugar que choveu mais. Por isso
que a população, tendo esses pluviômetros de pet ou esses semiautomáti-
cos que a gente vai instalar, ela é que vai agilizar a decisão. Ela que vai falar:
estamos em atenção.
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Conclusão
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Referências
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Introdução
1
Este artigo traz os resultados da primeira etapa da pesquisa: condições de vida, trabalho e
educação da mulher ribeirinha da bacia dos rios Aquidauana e Miranda em Mato Grosso do
Sul: sentidos e significados na construção das relações de gênero, com financiamento do
MCT/CNPq/SPM-PR/MDA.
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Essa situação também foi relatada por outra pescadora que busca
nos movimentos das cheias do rio e na quantidade de chuva no ano ime-
diatamente anterior o índice e condições de piscosidade do rio.
Ah, tem, tem ano que a gente não ganha quase nada da pesca porque tá
ficando muito fraco, fracassando muitos os peixe (sic), tá muito ruim de
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peixe, né, tem ano que a gente não ganha quase nada com pesca não, tem
ano que a gente, ano passado mesmo foi ruim de peixe e agora parece
que vai ser ruim de novo porque o rio tá baixando e nem tá subindo peixe
ruim de novo pelo jeito. Agora nóis (sic) tá pegando seguro desemprego
de pesca até abrir a pesca, tá pegando seguro agora né. Quando abrir a
pesca, aí já para, não pega mais não. (Pescadora Matrixã, 59 anos)
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A dificuldade é que ainda tem muito descaso com os pescadores mais com
as mulher (sic). Já houve vez de gente não querer acertar o peixe comigo
por dizer que mulher não sabe fazer negócios. A facilidade é que ele faz a
gente ter um dinheirinho, ajudo em casa, mais não é aquela coisa de eu
depender de meu marido pra tudo. (Pescadora Bromélia, 48 anos)
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Acesso à educação
As pescadoras entrevistadas narram as dificuldades que tiveram
para obter os estudos ou dar continuidade ao processo de escolarização,
pois quando crianças não havia escolas em que pudessem estudar na área
rural, e também devido ao processo de trabalho da família no qual elas
precisavam auxiliar. Salientam que o trabalho da pesca foi impedimento
à educação formal. E relatam que seus pais não viam a necessidade de
estudo. Que bastava aprender a ler e escrever minimamente. Como pode
ser identificado na fala da pescadora abaixo
Quando era pequena, estudei muito pouco. Porque meus pais tinham que
sair para trabalhar, quando meu pai trabalhava em fazenda... Aí nós muda-
mos pra Miranda, fomos pescar, naquela época levava “tudo” os filhos, ti-
nha pouca chance de estudo porque não tinha todas as oportunidades que
se tem hoje em dia, né?! Então estudei pouco. Aí depois de casada, uns 4
anos atrás... 4,5 anos apareceu o Mova, aí fiz o Mova um pouco, aí terminou
porque a gente só estuda na época da piracema, é quando a gente tá em
casa. (Pescadora Orquídea, 47 anos)
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Perspectivas de futuro
É interessante observar que na fala da maioria delas não se perce-
be um desejo de alteração da própria vida, não se veem em contexto e
processos diferentes do que vivem. Falam apenas em garantir uma boa
alimentação e melhor conforto em suas moradias. Por outro lado, para
seus filhos e filhas desejam que estudem e mudem de vida. Que tenham
uma boa profissão e com bons empregos. Essas mulheres salientam que
desejam uma vida melhor para seus descendentes do que aquela que
elas tiveram.
Esse fato é bem ilustrado na fala de uma entrevistada que traz a
preocupação com um dos filhos que não quer estudar
Ele não quer estudar, aí eu falo assim pra ele, né, que hoje em dia tá difícil
a vida do pescador , né. É difícil... É difícil a vida que a gente tem, não é
como a vida pra vocês, essa vida é pra mim e pro seu pai, nós não tamos
mais na idade de ir pra escola, mas vocês, não. Vocês têm uma vida inteira
pela frente ainda. Não quero você aqui na beira do rio. Falo pra ele: Vai
estudar. Mas ele só quer ficar na beira do rio, e só ele que não estuda em
casa, o restante “tudo” vai pra escola, “tudo” gosta da escola. Ele é o único
que não gosta de escola. Ahh, ele gosta da beira do rio. Eu falei: Ahh, esse
menino aí vai puxar à mãe, mais um pescador na família. (Pescadora Arara-
-Azul, 30 anos)
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gente falando que não, mas tem muito peixe... Que quando não tem bem
peixe é quando não tem chuva suficiente para nós, também esse ano a
gente tá vendo que não vai ter chuva suficiente pra gente. A água cor-
re tudo por aqui (aponta com o dedo o lugar onde estamos localizados,
em frente a algumas casas). A água entra dentro da minha casa, moro
ali atrás, agora tô morando em minha lancha na beira do rio. É... Mas a
água corre tudo aqui quando tem água suficiente tem muito peixe. Agora
quando o rio não enche aí pra gente a pesca é fraca (Pescadora Orquídea,
47 anos).
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Referências
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Introdução
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A apropriação do espaço
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1
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cologia. Manaus: Centro Universitário Luterano de Manaus – CEULM/ULBRA.
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Método
Técnicas e instrumentos
Os dados qualitativos emergiram com o uso da técnica dos mapas
afetivos, conforme estudo realizado por Bonfim (2008). Os mapas afeti-
vos referem-se a uma técnica na qual são levantados aspectos decorren-
tes do ambiente físico, considerando-se, principalmente, o significado
que o indivíduo atribui àquele espaço e os afetos que permeiam as rela-
ções construídas nesses espaços. Investigar os sentimentos e emoções
que permeiam o espaço urbano é algo difícil, principalmente porque os
sentidos e significados atribuídos a esses espaços se desenvolvem inter-
namente, a partir de aspectos subjetivos. Segundo a autora, os mapas
afetivos permitem a categorização de sentimentos através do desenho
e da metáfora.
A técnica dos mapas afetivos, de acordo com Bonfim (2010), é com-
posta pelos seguintes itens: (a) o desenho que tem o intuito de deflagrar
os sentimentos e emoções atrelados ao local de moradia; (b) o significa-
do do desenho, no qual a interpretação é feita pelo próprio participante
da pesquisa que explica o que o desenho representa; (c) os sentimentos,
que descrevem os afetos evocados a partir do desenho, momento em que
o indivíduo mescla os sentidos atribuídos ao desenho com os sentimen-
tos e emoções atribuídas à representação do desenho. No item (d) das
palavras-síntese, ocorre o levantamento de palavras que resumam os sen-
timentos evocados pelo desenho, a fim de precisar o que foi apontado an-
teriormente pelo indivíduo. Podem ser utilizados adjetivos, substantivos,
entre outros termos que expressem de maneira clara as emoções. Além
desses itens, foram feitas adaptações para investigar a expressão do sen-
timento de pertencimento ao lugar.
A aplicação da técnica consistiu na distribuição aos participantes de
uma folha A4 em branco, sobre a qual foram solicitados a fazer um dese-
nho a lápis de seus locais de moradia, segundo suas próprias percepções.
Posteriormente, recebiam orientações para que respondessem algumas
perguntas relativas ao desenho no verso da folha. As perguntas versaram
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Participantes
Participaram da pesquisa 161 jovens (87 F e 74 M) com idades entre
12 e 18 anos (Md = 15 anos; DP = 1 ano), estudantes do ensino fundamen-
tal e médio de cinco escolas públicas estaduais de Manaus/AM, localiza-
das em áreas distintas da cidade. A amostra foi aleatória tanto das escolas
quanto dos participantes.
Procedimentos de Análise
A análise dos mapas afetivos seguiu uma abordagem qualitativa. A
partir da análise de conteúdo (Bardin, 2004; Bauer, 2002), foram reali-
zadas as etapas apontadas por Bonfim (2010): pré-análise, codificação e
categorização.
Na fase de pré-análise, os objetivos da pesquisa nortearam a explo-
ração do material levantado. Dessa forma, a pré-análise manteve-se cen-
tralizada na identificação dos significados e sentimentos vivenciados pelos
adolescentes em relação ao local de moradia. As respostas dos participan-
tes foram transcritas em planilha de dados para transformação dos dados
brutos em dados utilizáveis. Tal processo constituiu a codificação e a partir
desta iniciou-se a categorização das respostas dos jovens, considerando,
os aspectos latentes e que foram apontados com maior frequência pelos
participantes (Bonfim, 2010).
Tal análise permitiu a construção dos mapas afetivos em um quadro
que englobou os seguintes fatores: identificação do participante, signifi-
cado atribuído ao desenho, sentimentos, palavras-síntese, motivos para
mudança e comparação.
As categorias de análise, após tratamento qualitativo, foram codifica-
das, de maneira a permitir a inserção em pacote estatístico SPSS (Statistical
Package for Social Sciences) para a verificação das possíveis associações
com outras variáveis como os índices de vulnerabilidade socioambientais
(IVSA) correspondente aos bairros dos respondentes. Tais dados foram
submetidos a tratamento quantitativo para análise de correspondência
entre categorias de significados e sentimentos apontados pelos jovens.
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Resultados
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Vulnerabilidade socioambiental
O conceito de vulnerabilidade socioambiental é discutido por au-
tores de diversas áreas como a Geografia, Sociologia, Serviço Social e
Psicologia Ambiental. Cartier, Barcellos, Hubner e Porto (2009, p. 2696)
a definem como “coexistência ou sobreposição espacial entre grupos po-
pulacionais pobres, discriminados e com alta privação (vulnerabilidade
social), que vivem ou circulam em áreas de risco ou de degradação am-
biental (vulnerabilidade ambiental)”.
O Observatório das Metrópoles realizou um estudo para evidenciar
as demandas sociais claramente percebidas no cotidiano da cidade de
Manaus/AM relacionadas principalmente à precariedade do fornecimen-
to de serviços básicos e o descaso do poder público para solucionar as
problemáticas apontadas pelos moradores. No Relatório de Vulnerabili-
dade Socioambiental das Regiões Metropolitanas Brasileiras, organizado
por Deschamps (2009), foram apontadas áreas da cidade com diferentes
índices de vulnerabilidade socioambiental.
A pesquisa realizada pelo OM partiu de algumas características po-
pulacionais relacionadas à estrutura familiar, ciclo de vida e aspectos de-
mográficos tradicionais para construção dos índices de vulnerabilidade
social e de aspectos ligados à precariedade do saneamento básico para
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Considerações finais
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Referências
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Universidade Federal do Ceará. Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação. PIBIC 2011/2012.
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Para mais detalhes, ver: http://mds.gov.br/
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6
Bomfim, Z. A. C. & Silveira, S. S. (2012). Estima de lugar e Indicadores de proteção afetiva de
jovens estudantes de escolas públicas de Fortaleza: Aportes da psicologia ambiental para
a compreensão da vulnerabilidade socioambiental -2ª fase. Relatório Técnico Universidade
Federal do Ceará. Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-graduação. PIBIC 2012/2013.
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Coordenadoras da Coleção
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